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Entendendo a Cultura do Reino na Sociedade

Retirado do livro: Uma Questão de Honra - Luciano Subirá

O princípio que Deus aplica na Lei das Primícias. Ao ordenar que o


Seu povo Lhe entregasse os primeiros frutos, Deus queria ser
distinguido no coração de Seus filhos. A entrega das primícias é
uma forma de se dar honra ao Senhor. Observe a ênfase bíblica:

“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a


tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e
transbordarão de vinho os teus lagares.” (Pv 3.9,10)

Ao mencionar a necessidade de darmos honra ao Senhor em


nossas finanças, a Palavra do Senhor fala sobre os nossos bens e
também sobre as primícias da nossa renda. Não se trata apenas de
honrá-Lo com os nossos bens, nem tampouco de honrá-Lo apenas
com a nossa renda, e sim com as primícias desta renda.

A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é:


“Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros
lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos,
prelúdios”. A definição bíblica não é diferente. Por trás de toda uma
doutrina fundamentada em ensinos explícitos e figuras implícitas, as
Escrituras nos mostram a importância que Deus dá ao nosso ato de
entregarmos a Ele as nossas primícias, cuja definição é: “a primeira
parte de algo.”

Deus não instituiu as ofertas pelo fato de precisar delas, mas para
provar o nosso coração numa das áreas em que demonstramos um
grande apego. Com a Lei das Primícias não é diferente. Deus não
precisa dos primeiros frutos. Nós é que precisamos d’Ele em
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primeiro lugar em nossas vidas, e este é um excelente exercício
para mantermos o nosso coração consciente disto.

Lemos em Êxodo 13.13 que, se o primogênito (considerado o


primeiro fruto do ventre) da jumenta não fosse resgatado, o seu
pescoço deveria ser quebrado. A importância da Lei das Primícias
não estava no que seria feito com a oferta, mas no princípio de ela
não ser utilizada em benefício próprio.

Entregar ao Senhor as primícias da nossa renda é dar-Lhe honra. É


distingui-Lo. É demonstrar o lugar especial que Ele ocupa em
nossas vidas. Deus quer ser o Primeiro em nossas vidas. A rebelião
de Satanás foi a tentativa de usurpação desta posição divina. E
ainda hoje ele tenta tomar o trono de Deus em nossos corações.
Mas devemos manter o Senhor em Seu devido lugar.

A Bíblia está repleta de histórias de pessoas que mantiveram Deus


em primeiro lugar em suas vidas a despeito do preço a ser pago.
Abraão se dispôs a sacrificar o seu próprio filho, mas não se
atreveu a deixar de dar a Deus o primeiro lugar. José foi para a
cadeia para não pecar contra Deus numa relação adúltera.
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram lançados numa fornalha
por recusarem-se a dar a uma estátua o lugar que pertence só a
Deus. Daniel foi lançado numa cova de leões pela decisão de
manter a Deus em primeiro lugar. Os apóstolos foram presos e
açoitados porque importava antes obedecer a Deus do que aos
homens. Estes são exemplos positivos que nos inspiram a
seguirmos as mesmas pegadas dos que agiram do modo correto,
mas também há os exemplos negativos de pessoas que não
fizeram de Deus o Primeiro em suas vidas, e tornaram-se um
exemplo a não ser seguido.

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Além destas figuras e exemplos, temos também o ensino explícito
de Jesus, que não deixa dúvidas sobre a importância do assunto:

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas


essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33)

A Concordância de Strong mostra que a palavra grega traduzida


como “primeiro” neste versículo é “proton” e significa: “Primeiro em
tempo ou lugar, em qualquer sucessão de coisas ou pessoas.
Primeiro em posição, influência, honra; chefe, principal”.

Quando fui batizado no Espírito Santo, a minha vida mudou da água


para o vinho. Cresci num lar cristão e tive o meu encontro com
Cristo muito cedo. Mas foi somente aos quinze anos de idade que
eu conheci a pessoa do Espírito Santo, e a minha vida em Deus
aparentemente começou a desenvolver-se de fato. No fim de
semana em que eu tive esta experiência e disse a Deus que agora
eu O queria em primeiro lugar em minha vida, Ele me pediu que eu
fizesse a minha primeira renúncia: que eu me desfizesse do que eu
mais amava, a minha bike! Nessa época eu passava a maior parte
do meu tempo livre treinando manobras de “freestyle” nesta
bicicleta e não havia nada que eu amasse tanto quanto aquela bike
especialmente montada. As condições financeiras da nossa família
não permitiam que eu tivesse uma bicicleta. A única bicicleta que eu
e os meus irmãos tivemos antes disto foi a que ganhamos de nossa
tia Domingas, a qual, por sua vez, a ganhou numa espécie de
concurso. No entanto, juntei o meu próprio dinheiro, fazendo os
meus “bicos” aqui e acolá, e consegui montar uma das melhores
bicicletas do gênero em meu bairro! Quando o Senhor me pediu
para entregá-la, foi como entregar um Isaque no altar, mas eu o fiz!

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Esta foi a forma (que o meu coração entendeu naquela época) de
colocar Deus em primeiro lugar em minha vida.

Quando damos a Deus o primeiro lugar, não nos frustramos. Pelo


contrário, há um sentimento de realização em nosso interior que
testifica que de fato fomos criados justamente para isto. Sem Deus
em primeiro lugar, há um desequilíbrio em nossas vidas. Perdemos
o propósito da nossa existência.

PRIMÍCIAS NO NOVO TESTAMENTO

Alguns crentes têm dificuldades com qualquer menção de princípios


ligados ao Antigo Testamento, e, antes de aceitarem qualquer
doutrina, já começam indagando: “Qual é a base disto no Novo
Testamento?”

Pois bem! Na Igreja Neo-Testamentária não se guardava mais a Lei


de Moisés com o peso das ordenanças que ela tinha no Antigo
Testamento. O Concílio de Jerusalém deixou claro que não havia
encargo algum a ser imposto aos gentios, além daquelas quatro
áreas mencionadas: abstinência da carne sufocada, do sangue, do
sacrifício aos ídolos, e da prostituição.

Isto não quer dizer que, depois do Concílio, a Igreja Gentílica não
precisasse de mais nenhuma instrução ou doutrina. Caso contrário,
o Novo Testamento não teria sido escrito. Aquilo limitava, naquele
momento, a herança mosaica a ser passada aos gentios. Contudo,
posteriormente, ao ensinarem os princípios divinos à Igreja
Neo-Testamentária, os apóstolos ainda apresentavam figuras
poderosas para fortalecerem doutrinas da Nova Aliança
prefiguradas no que se fazia anteriormente nos dias do Antigo

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Testamento. Isto não significava que eles estavam tentando
retroceder, e sim que queriam esclarecer as figuras que Deus havia
projetado por intermédio dos princípios praticados na Antiga
Aliança.

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem
real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes,
com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles
oferecem.” (Hb 10.1 – Tradução Brasileira)

A sombra é diferente do objeto real que a projeta. Assim também, o


que se via nas ordenanças da Antiga Aliança eram características
similares às dos princípios que Deus revelaria nos dias da Nova
Aliança. As observâncias materiais eram figuras das práticas
espirituais.

O cordeiro sacrificado na Lei Mosaica foi apontado como uma figura


(ou sombra) de Jesus, que veio para morrer em nosso lugar (Jo
1.29). A oferta de incenso do Tabernáculo passou a ser reconhecida
como uma figura da oração dos santos (Ap 5.8). A Ceia da Páscoa
deixou de ser praticada, e esta festa passou a ser uma aplicação
espiritual dos princípios que ela figurava (1 Co 5.7,8). Assim
também, outros detalhes da Lei que envolviam comida, bebida, e
dias de festa, começaram a ser vistos, não como ordenanças
materiais pelas quais quem não as praticasse poderia ser julgado,
mas como uma revelação de princípios espirituais, cabíveis na
Nova Aliança:

“Ninguém, portanto, vos julgue pelo comer, nem pelo beber, nem a
respeito de um dia de festa, ou de lua nova ou de sábado, as quais
coisas são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo.” (Cl
2.16,17)
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Foi com esta mentalidade (de se aplicar as sombras e figuras), e
não tentando retroceder a uma prática material da Lei Mosaica, que
o apóstolo Paulo nos revelou a aplicação espiritual da Lei das
Primícias no Novo Testamento:

“Mas se as primícias são santas, também a massa o é; e se a raiz é


santa, também os ramos o são.” (Rm 11.16 – Tradução Brasileira)

Os israelitas receberam do próprio Deus a ordem de consagrarem a


Ele os primeiros frutos do ventre de suas mulheres, do ventre de
seus animais, e também dos frutos da terra. Na hora da colheita, o
primeiro feixe pertencia a Deus e deveria ser apresentado pelo
sacerdote perante o Senhor, numa oferta de movimento. Destes
primeiros frutos, também era feita uma oferta de cereais.

Portanto, Paulo estava ensinando que, ao santificar a primeira parte


(a mais importante), você santifica também o restante, que vem
depois dela. Quando alguém santificava as primícias (primeiros
frutos), santificava também tudo o que depois seria feito com a
colheita, incluindo a massa da oferta de cereais e dos pães que eles
comeriam depois.

Uma outra ilustração também é apresentada para fortalecer o


entendimento deste princípio: se a raiz (que é a parte mais
importante, que surgiu primeiramente na formação da planta) for
santificada, então os ramos e tudo o que surgir dela também serão
santificados. Este era o entendimento que os judeus receberam da
Lei de Moisés. Se santificassem ao Senhor as primícias de sua
renda, estariam santificando o restante da renda que ficava em
suas mãos. Por isso Deus poderia fazer com que se enchessem
fartamente os seus celeiros e transbordassem de vinho os seus
lagares!
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Isto não apenas explica o que são as primícias, mas também nos
mostra o poder que elas têm de santificar o restante daquilo de
onde foram tiradas.

AS PRIMÍCIAS NO ANTIGO TESTAMENTO

Deus ordenou ao povo de Israel, de forma clara e explícita, a


entrega das primícias (primeiros frutos) por meio de Moisés:

“As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à Casa do


Senhor, teu Deus; não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.” (Êx
34.26)

A Tradução Brasileira (SBB), ao invés de traduzir “primícias dos


primeiros frutos” neste versículo, optou por “as primeiras das
primícias da tua terra”, pois duas palavras foram usadas
juntamente, com a ideia de “primícias” e “primeiros frutos”.

De acordo com a Concordância de Strong, a primeira palavra usada


no original hebraico é “re’shiyth”, que significa “primeiro, começo,
melhor, principal; princípio; parte principal; parte selecionada”.

A segunda palavra usada no original hebraico é “bikkuwr”, que


significa “primeiros frutos, as primícias da colheita e das frutas
maduras que eram colhidas e oferecidas a Deus de acordo com o
ritual do Pentecostes; o pão feito dos grãos novos de trigo
oferecidos no Pentecostes; o dia das primícias (Pentecostes)”.

Vemos, portanto, que as primícias eram uma ordenança da Lei de


Moisés. Porém, mesmo antes da instituição desta Lei, já
percebemos o Senhor Deus trabalhando nos homens a

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compreensão da importância da entrega da oferta de primícias;
vejamos a seguir alguns exemplos.

AS OFERTAS DE CAIM E ABEL

O diferencial encontrado nas ofertas de Caim e Abel está


diretamente ligado à entrega das primícias. Muitas pessoas
acreditam que o erro de Caim foi trazer uma oferta dos frutos da
terra, ao invés de ofertar um cordeiro (uma tipologia do sacrifício de
Cristo), mas eu não penso que este seja o verdadeiro problema.

A Lei das Primícias fazia com que cada um trouxesse os primeiros


frutos do seu trabalho, e a Bíblia nos revela qual era o trabalho de
cada um deles: Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador (Gn
4.2). Logo, as primícias de Caim teriam que ser do fruto da terra!

A Bíblia diz que Deus atentou na oferta de Abel, a oferta correta. E


a primeira menção das primícias nas Escrituras é encontrada
justamente nesta oferta:

“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra


uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do
seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de
sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.”
(Gn 4.3-5a)

Por outro lado, note quando foi que Caim trouxe a sua oferta ao
Senhor: “no fim de uns tempos”. Independentemente do que sejam
estes tempos a que a Bíblia se refere (tempo de colheita, de ofertas,
etc.), o fato é que Caim não honrou a Deus com os seus primeiros
frutos. A entrega das primícias é uma forma de se reconhecer a
Deus em primeiro lugar. Por outro lado, deixá-Lo para o fim significa
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não dar a Ele o primeiro lugar. E o Senhor não aceitou isto de Caim,
assim como Ele não aceita isto de nós hoje.

Se Caim não soubesse a forma correta de se oferecer algo ao


Senhor, ele não poderia ser culpado, mas ele sabia a forma correta
de se ofertar. Vemos isto na conversa que Deus teve com ele,
depois de rejeitar a sua oferta:

“Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.


Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o
teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito?
Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu
desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn 4.5b-7)

O Senhor falou que Caim sabia que, se ele procedesse bem, seria
aceito, e que se ele procedesse mal, o pecado estaria à sua porta.
Abel procedeu bem, ao fazer de Deus o Primeiro e ao trazer as
suas primícias, enquanto que Caim procedeu mal, ao deixar Deus
por último, para o fim. Mas isto não foi algo que cada um deles
houvesse feito acidentalmente, e sim por conhecerem o que Deus
esperava deles.

SEMENTE DE BÊNÇÃOS

Na verdade, a entrega das primícias é uma semente que dá acesso


às bênçãos de Deus. O Senhor fez uma promessa a Abraão e à sua
descendência. Mas, como Paulo escreveu aos romanos, a forma de
santificarmos o restante de alguma coisa, é santificando ao Senhor
as suas primícias. Portanto, Deus, que Se move por Seus
princípios, pediu a Abraão as primícias de sua descendência:
Isaque. Depois, Ele passou a defender toda a descendência de

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Abraão como se todos fossem aquele primogênito entregue. Veja a
mensagem que Deus deu para Moisés entregar ao Faraó egípcio:

“Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu


primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva;
mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu
primogênito.” (Êx 4.22,23)

Deus mandou Moisés dizer que Israel era Seu primogênito (fruto da
consagração das primícias de Abraão), e que, se Faraó não o
libertasse, então os primogênitos do Egito é que sofreriam. E foi o
que aconteceu. Mas, num registro posterior, no Livro de Salmos,
observe como é descrito o juízo divino sobre os primogênitos
egípcios:

“Feriu todos os primogênitos no Egito, primícias da força deles nas


tendas de Cão.” (Sl 78.51 – Tradução Brasileira)

“Também feriu de morte a todos os primogênitos da sua terra, as


primícias do seu vigor.” (Sl 105.36)

Em ambos os casos eles são chamados de “as primícias” dos


egípcios. Isto faz com que entendamos a mensagem de Moisés a
Faraó em Êxodo 4.22,23 da seguinte maneira:

“Assim diz o Senhor: Israel é o Meu primogênito, as primícias


consagradas de Meu servo Abraão. Liberta-o para que Me sirva,
senão Eu julgarei os teus primogênitos, primícias da tua força”.

A prática da Lei das Primícias (ou a falta dela) sempre traz


consequências espirituais. Honrar ao Senhor com a entrega das
primícias traz bênçãos, mas brincar com Deus no tocante a isto
gera juízo!

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A COMPRA DOS PRIMOGÊNITOS ISRAELITAS

Deus ordenou aos israelitas a consagração de todos os


primogênitos:

“E disse o Senhor a Moisés: Consagre a mim todos os


primogênitos. O primeiro filho israelita me pertence, não somente
entre os homens, mas também entre os animais.” (Êx 13.1,2 – NVI)

E Ele explicou a razão disto:

“Depois que o Senhor os fizer entrar na terra dos cananeus e


entregá-la a vocês, como jurou a vocês e aos seus antepassados,
separem para o Senhor o primeiro nascido de todo ventre. Todos os
primeiros machos dos seus rebanhos pertencem ao Senhor.
Resgatem com um cordeiro toda primeira cria dos jumentos, mas se
não quiserem resgatá-la, quebrem-lhe o pescoço. Resgatem
também todo primogênito entre os seus filhos. No futuro, quando os
seus filhos lhes perguntarem: Que significa isto?, digam-lhes: Com
mão poderosa o Senhor nos tirou do Egito, da terra da escravidão.
Quando o faraó resistiu e recusou deixar-nos sair, o Senhor matou
todos os primogênitos do Egito, tanto os de homens como os de
animais. Por isso sacrificamos ao Senhor os primeiros machos de
todo ventre e resgatamos os nossos primogênitos.” (Êx 13.11-15 –
NVI)

Além de ensinar-lhes um princípio, o Senhor também estava Se


movendo de acordo com um direito legal. Na verdade, quando Deus
protegeu e guardou os primogênitos dos filhos de Israel, Ele os
comprou. Usando a linguagem bíblica, podemos dizer que o Senhor
os resgatou e Se fez Dono deles. Daí em diante, todo primogênito

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era d’Ele, e a consagração ao Senhor era o meio de se reconhecer
isto.

Para poder ficar com os seus filhos, os pais deveriam resgatá-los


por meio de ofertas. Mas, ao consagrarem o primogênito, estavam
santificando a Deus o restante de sua descendência.

CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS

O melhor ensino que já encontrei sobre a questão das primícias foi


no livro “Quando Deus é Primeiro” (editado em português pela
Willën Books) do pastor Mike Hayes. A sua leitura ampliou o meu
horizonte acerca das primícias, e eu o recomendo de coração. Ele
me abriu os olhos para o que foi de fato o pecado cometido por Acã
em Jericó.

Jericó era a primeira cidade a ser conquistada em Canaã. Portanto,


de acordo com a Lei das Primícias, o despojo de guerra não era
deles, e sim do Senhor:

“Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que,


tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o
arraial de Israel e o confundais. Porém toda prata, e ouro, e
utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão
para o seu tesouro.” (Js 6.18,19)

Os israelitas estavam proibidos de se apropriarem de qualquer


coisa em Jericó. Os tesouros deveriam ir para o Templo, e as
demais coisas (chamadas de coisas condenadas) deveriam ser
destruídas.

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A Concordância de Strong mostra que a palavra hebraica traduzida
aqui como “condenadas” é “cherem”, que significa: “uma coisa
devotada, uma coisa dedicada, proibição, devoção, algo que foi
completamente destruído ou designado para destruição total”. Ela
tem como raiz a palavra hebraica “charam”, que por sua vez quer
dizer: “consagrar, devotar, dedicar para destruição”.

Algumas traduções bíblicas, como a Versão Corrigida de Almeida,


traduzem esta palavra como “anátema”, dando a entender que a
razão pela qual os bens de Jericó não poderiam ser possuídos era
o fato de serem amaldiçoados. A definição bíblica, no entanto, era a
de algo consagrado à destruição. Isto poderia trazer maldição, pela
quebra de um princípio, mas não era uma coisa maldita em si
mesma. Assim como o primogênito da jumenta, que não podia ser
sacrificado e tinha que ser resgatado ou desnucado, assim também
Deus especificou o que Ele queria que fosse dedicado a Ele e o que
Ele queria que fosse destruído. O importante não era a descoberta
de um uso para aquelas coisas, e sim não tocar no que era
sagrado: as primícias do Senhor. E o exército de Israel obedeceu a
ordem que lhes foi dada:

“Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no;


tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro
deram para o tesouro da Casa do Senhor.” (Js 6.24)

Um soldado, no entanto, desobedeceu a ordem que o Senhor havia


dado:

“Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque


Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá,
tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra
os filhos de Israel.” (Js 7.1)
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A consequência da quebra deste princípio foi que a bênção para as
demais conquistas foi retirada de sobre Israel. Eles foram
derrotados na próxima batalha, que exigia muito pouco deles, pois a
Lei das Primícias não havia sido obedecida.

Quando santificamos as primícias de alguma coisa ao Senhor,


também santificamos o restante daquilo de que foi tirada. Portanto,
inversamente, quando roubamos a Deus nos primeiros frutos,
também perdemos a Sua bênção no restante!

Este princípio funciona em todas as áreas. Ao separarmos um


tempo pela manhã para buscarmos a Deus e oferecermos em
nosso devocional as primícias do nosso dia, também estamos
santificando o seu restante ao Senhor. Quando separamos as
primícias da nossa renda, também estamos santificando o restante
da nossa renda a Deus!

O PRIMEIRO DIA

“Disse mais Jeová a Moisés: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes:


Quando entrardes na terra que eu vos hei de dar, e comerdes as
suas searas, trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa
seara. Ele moverá o molho diante de Jeová, para que seja aceito a
vosso favor; no dia depois do sábado o moverá.” (Lv 23.9-11 –
Tradução Brasileira)

A entrega do molho das primícias ao sacerdote tinha um dia certo


para ser feita. A Tradução Brasileira diz: “no dia depois do sábado”.
A Versão Atualizada de Almeida usa o termo “no dia imediato ao
sábado”, e a Versão Corrigida de Almeida diz: “ao seguinte dia do
sábado”.

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Todas estas frases são claras e apontam para um dia certo: o
domingo. Não creio que este princípio santifique o domingo, como o
fazia com o sábado no Antigo Testamento, mas ele revela que a
entrega dos primeiros frutos deve ser feita no primeiro dia da
semana.

Por que é importante observarmos isto? Porque temos que


dimensionar qual é a aplicação prática da simbologia deste princípio
hoje. E, referindo-se à simbologia da Lei das Primícias, o apóstolo
Paulo declara aos coríntios um fato importante acerca da
ressurreição de Jesus:

“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as


primícias dos que dormem.” (1 Co 15.20)

A ressurreição de Jesus Cristo é vista como um cumprimento da


tipologia das primícias, e aconteceu no dia depois do sábado (Mt
28.1).

Porém, cinquenta dias depois desta oferta de primícias, era


necessário que uma nova celebração fosse feita ao Senhor, a qual
também caía num domingo, depois de sete sábados da entrega da
primeira oferta de primícias.

“Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde


o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas
inteiras serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis
cinquenta dias; então, oferecereis nova oferta de manjares ao
Senhor.” (Lv 23.15,16 – ARC)

Este era o significado da Festa de “Pentecostes” (que significa


“cinquenta”), a qual era celebrada cinquenta dias depois da entrega
dos primeiros frutos. Esta festa, mesmo sendo celebrada depois de

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sete semanas, ainda era uma extensão da festa das primícias (Lv
23.17). E isto também aparece no cumprimento da tipologia do
Antigo Testamento no Novo Testamento:

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no


mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento
impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E
apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e
pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito
lhes concedia que falassem.” (At 2.1-4)

A Igreja recebeu o selo da aprovação divina numa festa que era


uma extensão da celebração das primícias. Esta é a razão pela qual
também passamos a ser chamados de primícias para o Senhor.

“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da


verdade, para que fôssemos como que primícias das suas
criaturas.” (Tg 1.18)

Portanto, a aplicação da Lei das Primícias não é somente


financeira, ou literal, mas também simbólica, pois somos chamados
de “primícias”.

E qual é a relação que o Novo Testamento faz entre as nossas


contribuições e esta figura?

Paulo escreveu aos coríntios, fazendo uma destas aplicações


simbólicas quanto às ofertas:

“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às


igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós

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ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá
juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (1 Co
16.1,2)

A orientação apostólica do dia específico para esta contribuição


continua sendo o dia seguinte ao sábado: o domingo. Parece-me
que a idéia das primícias abordada no Novo Testamento não se
prende tanto ao fato de ser o ganho do primeiro dia ou o primeiro
décimo da renda que está sendo entregue. O que precisa ser
destacado é que eles separavam a parte de Deus no primeiro dia
da semana. Ou seja, eles a entregavam em caráter de primazia.

O que aprendemos com isto é que não importa tanto se é o ganho


do primeiro dia dado à parte, ou se são os dízimos e ofertas
entregues em caráter de primazia. O mais importante é darmos
primeiro a parte de Deus, antes de gastarmos com as outras coisas.
Ao falar sobre a entrega das primícias, o Senhor instruiu claramente
aos israelitas:

“Não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até ao
dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus; é estatuto perpétuo
por vossas gerações, em todas as vossas moradas.” (Lv 23.14)

Ninguém comia do fruto do seu trabalho antes de entregar os


primeiros frutos ao Senhor. Creio que os dízimos e as ofertas
devem ser o item “número um” no plano de contas do nosso
orçamento. Além de ser dados primeiro, eles devem refletir o fato
de que Deus vem em primeiro lugar. Este é o ponto mais
importante. Por outro lado, ofertar o ganho do primeiro dia do mês
também pode ser uma forma de se observar esta lei bíblica.
Quando honramos ao Senhor com as primícias da nossa renda, Ele
também nos honra em nossas finanças. Por outro lado, quando
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pensamos somente em nós mesmos, e não nos preocupamos com
as coisas do Senhor, também ferimos a Sua primazia e perdemos
as Suas bênçãos.

É o que ocorreu nos dias de Ageu, quando ele profetizou que o


povo israelita só se preocupava com as suas casas, enquanto a
Casa do Senhor estava em ruínas. E justamente por colocarem-se
a si mesmos em primeiro lugar e deixarem a Deus por último é que
eles perderam as bênçãos divinas.

COMO ENTREGAR AS PRIMÍCIAS HOJE

O assunto das primícias tem sido resgatado e restaurado


recentemente (apesar de ser encontrado na “Didaquê” – um dos
documentos mais antigos da História da Igreja, uma espécie de
catecismo da Igreja do Primeiro Século). Eu mesmo nunca havia
sido exposto a nenhum ensino sobre o assunto até alguns anos
atrás, apesar de eu haver sido criado num lar cristão. Portanto,
creio que ainda precisamos amadurecer na compreensão e
aplicação prática deste princípio. Em função disto, eu gostaria de
apresentar alguns conselhos (e não dogmas) sobre como podemos
proceder para honrarmos ao Senhor com as primícias da nossa
renda.

Alguns pregadores fazem uma distinção entre as primícias e os


dízimos (e de fato era assim no Antigo Testamento) e ensinam o
cristão a, além de entregar os seus dízimos, a também doar o
equivalente ao ganho do seu primeiro dia de trabalho do mês. Uma
vez que vivemos numa cultura de trabalho diferente, onde a maioria
das pessoas não extrai os frutos da terra ou do gado para separar

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as primícias, como era feito na Antiga Aliança, estes pregadores
nos aconselham a dividirmos o salário (que é um ganho mensal) em
1/30 avos, e entregarmos o ganho equivalente ao primeiro dia de
trabalho do mês. Esta, acreditam eles, seria a forma
contemporânea de se praticar este princípio.

Outros pregadores ensinam a prática das primícias na própria


entrega dos dízimos e ofertas. Eles acreditam que os dízimos (e
ofertas) devem ser entregues em caráter de primazia, ou seja, como
sendo os primeiros frutos. A primazia, segundo estes pregadores, é
determinada pelo fato de não gastarmos nada antes de dizimarmos.

Embora eu tenha sido ensinado desde criança que a oferta das


primícias significa darmos a primazia a Deus na entrega dos
dízimos e ofertas (como sendo os primeiros frutos porque os
entregamos antes de gastarmos com outras coisas), e embora eu
ainda veja muitas pessoas sendo abençoadas ao caminharem de
acordo com este nível de entendimento, penso que podemos ir
além e fazer algo mais na prática desta poderosa lei bíblica.

À luz do ensino do Novo Testamento, não consigo (nem ouso)


afirmar que a entrega das primícias tenha que ser,
necessariamente, uma contribuição a mais, além dos dízimos e
demais ofertas. E eu não quero afirmar, em hipótese alguma, que a
visão de contribuirmos, dando a Deus a primazia, não cumpra a Lei
das Primícias. Por outro lado, não vejo nada nas Escrituras que nos
impeça de agirmos assim. Não há nenhum princípio bíblico que
venha a ser quebrado se assim procedermos! Portanto, com a
devida consciência do ensino bíblico que diz: “A fé que tens, tem-na
para ti mesmo perante Deus” (Rm 14.22), e sem impor isto como
um mandamento ou obrigação sobre outros, pergunto:

Comunidade de Empreendedores do Reino - 19 -


Por que não entregarmos as nossas primícias como mais uma
forma distinta de contribuição?

No Antigo Testamento, os dízimos e as primícias eram duas


contribuições bem distintas e complementares. Os cristãos do
Primeiro Século, segundo a Didaquê, entregavam as suas ofertas
de primícias (normalmente aos profetas ou líderes cristãos), embora
estivessem vivendo sob a Nova Aliança. Os sacerdotes da Antiga
Aliança eram sustentados pelos dízimos, porém eram honrados
com as primícias. O Novo Testamento fala deste sustento dos
ministros por meio de salários (2 Co 11.8; 1 Tm 5.17), mas nos
instrui a procedermos com outras formas de honra aos que nos
ministram a Palavra de Deus (Gl 6.6).

O fato de não podermos impor a oferta de primícias não significa


que não podemos praticar este princípio! Em nossa igreja local, não
ensinamos isto como uma imposição a ninguém, mas eu mesmo
pratico este princípio e dou total liberdade (e incentivo) a quem
quiser praticá-lo também. Contudo, uma vez que não vivemos nos
dias da Antiga Aliança e não temos que seguir literalmente a Lei
Mosaica, como aplicamos hoje a entrega das primícias?

No Antigo Testamento, as primícias envolviam a entrega dos


primeiros frutos da colheita (que ocorria num intervalo de alguns
meses), dos primogênitos dos animais (que ocorria uma vez na vida
de cada animal), e dos primogênitos dos homens (que deveriam ser
resgatados). Isto não significava uma contribuição substancial, a
ponto de se garantir a sobrevivência dos sacerdotes, mas era
apenas mais uma expressão de honra que Deus permitiu que Lhe
oferecêssemos. E é com este entendimento que praticamos a
entrega das primícias.

Comunidade de Empreendedores do Reino - 20 -


O PRIMEIRO DIA DE SALÁRIO

A nossa cultura atual, como já afirmamos, já não tem muito a ver


com o cultivo da terra e com animais, como nos dias antigos.
Porém, uma vez que fazemos parte de uma geração de cultura
mensalista em seus recebimentos salariais, vários pregadores nos
aconselham a ofertarmos como primícias o equivalente ao primeiro
dia de trabalho do mês (dividindo-se o nosso salário por trinta e
entregando-o como primícias). No entanto, é aqui que surge uma
divergência entre alguns doutrinadores. Esta divergência advém
principalmente do fato de que, excetuando-se o trabalhador
assalariado (que sabe antecipadamente o quanto ganhará), a
maioria dos profissionais liberais, autônomos, comerciantes,
vendedores e muitos outros trabalhadores sem salário fixo, precisa
primeiramente fechar um balanço (semanal ou mensal) para saber
o quanto ganhou, e somente então apurar o valor das primícias e
dos dízimos a ser entregue. Isto significaria uma oferta feita na
parte final do processo, e não mais com o caráter de primazia!

Como, antigamente, ninguém poderia comer dos grãos da colheita


antes da entrega da oferta de primícias (Lv 23.14), aconselhamos,
no caso dos trabalhadores que não têm renda fixa, a entrega do
primeiro ganho do mês (o lucro da primeira comissão, por exemplo).
Neste caso, a entrega do valor referente ao ganho real do primeiro
dia de trabalho poderia ser feita antes de se apurar o balanço final
de ganhos (e de se comer dos frutos do trabalho). Quanto aos
dízimos, eles poderiam ser entregues depois desta apuração de
lucros.

Comunidade de Empreendedores do Reino - 21 -


ONDE DEVEMOS ENTREGAR NOSSAS PRIMÍCIAS?

Muitos me perguntam onde eles deveriam entregar as suas ofertas


de primícias. Sugiro que o façam no mesmo local onde entregam os
seus dízimos: na igreja local onde se congregam. Alguns dizem que
as primícias devem ser entregues ao sacerdote. Isto era um fato na
Antiga Aliança, mas, naquela época, os sacerdotes também
recebiam diretamente para si os dízimos, porém isto não ocorre no
Novo Testamento! Portanto, prefiro ser honesto e não “enlatar” a
doutrina sem uma clareza bíblica. Não vejo uma base bíblica para
dizermos que as primícias só podem ser entregues aos sacerdotes
(os ministros). Por outro lado, também não vejo problema algum se
isto for feito desta forma, uma vez que a Bíblia ensina este tipo de
honra (embora sem necessariamente relacioná-lo com as
primícias). Eu só não quero criar regras que não são claras no Novo
Testamento.

Em nossa igreja local, as ofertas de primícias (que são assim


identificadas no envelope de contribuição) são direcionadas a um
fundo sacerdotal e visam tão-somente o apoio de ministérios em
suas necessidades (tanto os de dentro como os de fora da igreja).
No entanto, o ideal é que cada igreja, através da sua liderança e
governo, decida qual é a melhor forma de se receber esta
contribuição, como também a sua melhor aplicação!

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https://www.orvalho.com/ministerio/estudos-biblicos/a-lei-das-primici
as-2/ - em 02 de junho de 2023 às 22:53

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Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um
ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor
da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai
de dois filhos: Israel e Lissa.

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