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BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


POSIÇÃO DO PAPEL
(ADOTADO PELO PRESBITERIO GERAL NA SESSÃO DE 9 A 11 DE AGOSTO DE 2010)

Desde os primeiros dias do século XX, muitos crentes cristãos têm ensinado e recebido
uma experiência espiritual que chamam de batismo no Espírito Santo. Atualmente,
centenas de milhões de crentes identificam-se com o movimento que ensina e incentiva
a recepção dessa experiência. A expansão global desse movimento demonstra as
palavras de Jesus Cristo aos Seus discípulos de que quando o Espírito Santo prometido
descesse sobre eles, eles receberiam poder para serem Suas testemunhas em todo o
mundo (Atos 1:5,8).

O Novo Testamento enfatiza a centralidade do papel do Espírito Santo no ministério de


Jesus e a continuação desse papel na Igreja Primitiva. O ministério público de Jesus foi
lançado pelo Espírito Santo vindo sobre Ele (Mateus 3:16; Marcos 1:10; Lucas 3:22; João
1:32). O Livro de Atos apresenta uma extensão desse ministério através dos discípulos por
meio do poder do Espírito Santo.

As características mais distintivas do batismo no Espírito Santo são que: (1) é teológica e
experimentalmente distinguível e subsequente ao novo nascimento, (2) é
acompanhado pelo falar em línguas, e (3) é distinto em propósito da obra do Espírito de
regenerar o coração e a vida de um pecador arrependido.

O Termo “Batismo no Espírito Santo”


O termo “batismo no Espírito Santo” não ocorre nas Escrituras. É uma designação
conveniente para a experiência predita por João Batista de que Jesus “batizariaem
[Gregopt] o espírito Santo"1(Mateus 3:11; Marcos 1:8; Lucas 3:16; João 1:33) e é repetido
tanto por Jesus (Atos 1:5) quanto por Pedro (Atos 11:16). É significativo que a expressão
ocorra em todos os Evangelhos, bem como no Livro de Atos. A imagem do batismo
retrata a imersão, como pode ser visto na analogia de João Batista entre o batismo na
água que ele administrou e o batismo no Espírito que Jesus administraria.

Ser batizado no Espírito deve ser diferenciado da declaração de Paulo em 1 Coríntios 12:13
que, seguindo a ordem das palavras gregas, diz: “por [pt] um Espírito, todos nós em um
corpo fomos batizados.” O contexto dessa passagem demonstra que “por” é a melhor
tradução, indicando que o Espírito Santo é o instrumento ou meio pelo qual o batismo
ocorre.2Nos versículos 3 e 9 do capítulo, Paulo usa a mesma preposição duas vezes em cada
versículo para indicar uma atividade do Espírito Santo. Em 1 Coríntios 12:13, “batizados em
um corpo” fala sobre a obra do Espírito de incorporar um pecador arrependido ao corpo de
Cristo (ver Romanos 6:3; Gálatas 3:27 para a expressão equivalente “batizados em Cristo”).
Este é o “um só batismo” de Efésios 4:5; é o batismo indispensável e muito importante que
resulta no “um só corpo” do versículo 4.

1Tradução literal. Todas as citações bíblicas são da Nova Versão Internacional (NVI), exceto quando indicado de outra forma.
2Algumas traduções confiáveis do Novo Testamento que optam por “por” incluem NVI, NASB atualizada, NKJV e KJV.
Resumindo: Na conversão, o Espírito batiza em Cristo/corpo de Cristo; numa
experiência posterior e distinta, Cristo batizará no Espírito Santo.

Outros termos bíblicos para batismo espiritual

Vários termos bíblicos são usados para esta experiência, especialmente no Livro dos Atos, que
registra a descida inicial do Espírito sobre os discípulos de Jesus e dá exemplos de encontros
semelhantes do Espírito com o povo de Deus. As seguintes expressões em Atos são usadas
indistintamente para a experiência:

- batizado no Espírito – 1:5; 11:16; veja também Mateus 3:11; Marcos 1:8;
Lucas 3:16; João 1:33. O termo “batismo no Espírito” muitas vezes serve como
um substituto útil e é empregado neste artigo.
- o Espírito vindo ou caindo sobre – 1:8; 8:16; 10:44; 11:15; 19:6; veja também
Lucas 1:35; 3:22
- o Espírito foi derramado – 2:17,18; 10:45 o
- dom que meu Pai prometeu – 1:4 o dom do
- Espírito – 2:38; 10:45; 11:17 o dom de Deus
- – 8:20; 11:17; 15:8 recebendo o Espírito –
- 8:15,17,19; 19:2
- cheios do Espírito – 2:4; 9:17; também Lucas 1:15,41,67. Esta expressão,
juntamente com “cheio do Espírito”, tem uma aplicação mais ampla nos
escritos de Lucas. A ordem de Paulo para sermos “cheios do Espírito” (Efésios
5:18) não se refere à plenitude inicial do Espírito; é uma injunção para
continuarmos cheios do Espírito.3

Nenhum desses termos transmite totalmente tudo o que a experiência envolve. São
metáforas que transmitem a ideia de que os destinatários são completamente
dominados ou oprimidos pelo Espírito, que já habita neles (Romanos 8:9,14-16; 1
Coríntios 6:19; Gálatas 4:6).

SUBSEQUÊNCIA E SEPARABILIDADE
Antecedentes do Antigo Testamento

O derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes (Atos 2) foi o clímax das promessas


de Deus, feitas séculos antes, sobre a instituição da nova aliança e a vinda da era do
Espírito. O Antigo Testamento é indispensável para a compreensão da vinda do Espírito
Santo aos crentes sob a nova aliança. Duas passagens proféticas são especialmente
significativas – Ezequiel 36:25–27 e Joel 2:28,29:

Aspergirei água limpa sobre vocês, e vocês ficarão limpos; Eu o purificarei de todas as
suas impurezas e de todos os seus ídolos. Eu lhe darei um coração novo e porei um
espírito novo em você; Tirarei de você o seu coração de pedra e lhe darei um coração
de carne. E porei meu Espírito em você e o moverei a seguir meus decretos e ter o
cuidado de guardar minhas leis (Ezequiel 36:25-27).

E depois derramarei meu Espírito sobre todas as pessoas. Seus filhos e suas
filhas profetizarão, seus velhos terão sonhos, seus jovens terão visões. Até
mesmo sobre meus servos, tanto homens como mulheres, derramarei meu
Espírito naqueles dias (Joel 2:28–29).

3O verbo está no presente grego, que transmite o significado de uma ação contínua ou contínua.
A passagem de Ezequiel fala sobre limpar os novos crentes de toda imundície espiritual e
substituir o seu coração de pedra por um “novo coração” e um “coração de carne”. Isto acontece
como resultado da habitação do Espírito Santo, que os capacitará a viver em obediência aos
decretos e leis de Deus. A promessa prediz o ensino do Novo Testamento sobre a regeneração.
Jesus falou da necessidade de “nascer do Espírito” (João 3:5,8) e Paulo, ecoando a profecia de
Ezequiel, diz que Deus “nos salvou através da lavagem do renascimento e da renovação pelo
Espírito Santo” (Tito 3: 5). O resultado é um estilo de vida alterado, possibilitado pelo Espírito que
habita em nós.

A profecia de Joel difere substancialmente da de Ezequiel. Fala de um derramamento


dramático do Espírito que resulta em profecias, sonhos e visões. O termocarismáticoem
nossos dias, passou a identificar aqueles que acreditam e experimentam, pessoal e
corporativamente, a maneira dinâmica como o Espírito se manifesta por meio de vários
dons, como os enumerados em 1 Coríntios 12:7–10.4No Dia de Pentecostes, os discípulos
foram “cheios do Espírito Santo”, o que Pedro diz ser o cumprimento da profecia de Joel
(Atos 2:16–21).

As profecias de Ezequiel e Joel, contudo, não predizem duas vindas históricas e separadas
do Espírito Santo. Eles representam dois aspectos da promessa global que inclui tanto a
habitação do Espírito como o Seu enchimento ou capacitação do povo de Deus.

Importância dos Escritos de Lucas

Os escritos de Lucas – o terceiro Evangelho e o Livro de Atos – fornecem a compreensão


mais clara do batismo no Espírito. Lucas, além de ser um historiador preciso, também é
um teólogo por direito próprio e usa o meio da narrativa histórica para transmitir a
verdade teológica.5

Além dos quatro Evangelhos, as únicas referências indiscutíveis à predição de João Batista sobre
o batismo no Espírito estão no livro de Atos (1:5; 11:16). Além disso, o Evangelho de Lucas é o
único que contém duas palavras de Jesus que se relacionam diretamente com o batismo no
Espírito: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o
vosso Pai que está nos céus dará. o Espírito Santo para aqueles que Lhe perguntam?” (11:13);
“Vou enviar-lhes o que meu Pai prometeu; mas fique na cidade até que seja revestido do poder
do alto” (24:49).

O capítulo inicial de Atos aborda o tema dessas promessas. Jesus disse aos seus discípulos:
“Não saiam de Jerusalém, mas esperem pelo presente prometido por meu Pai, do qual
vocês me ouviram falar. Para João batizado com [pt] água, mas em poucos dias você será
batizado com [pt] o Espírito Santo” (Atos 1:4,5); “Mas você receberá poder quando o Espírito
Santo descer sobre você; e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1:8). Todo o Livro de Atos é um comentário
sobre esses versículos, elaborando os dois temas relacionados: capacitação espiritual e
propagação do evangelho por todo o Império Romano. É portanto necessário explorar o
que Lucas diz sobre o batismo no Espírito.

4A palavra gregacarisma, no entanto, tem uma gama mais ampla de significados no NT. Seu significado básico é que é um presente gracioso.
5Veja I. Howard Marshall,Lucas: historiador e teólogo. Grand Rapids: Zondervan, 1970.
Esta ênfase nos escritos de Lucas, contudo, não minimiza outros aspectos importantes do ministério do
Espírito Santo em escritos não lucanos como, por exemplo, em João 14–16; Romanos 8; 1 Coríntios 12–14.
Nem implica que todos os escritores não-lucanos permaneçam em silêncio sobre a questão do batismo no
Espírito ou que Lucas limite a atividade do Espírito apenas ao batismo no Espírito.

É importante reconhecer que Lucas escreveu sob a inspiração do Espírito Santo. Visto que Lucas-
Atos é de natureza histórica, Lucas selecionou incidentes e ditos que enfatizam o aspecto
dinâmico da obra do Espírito.

Os primeiros quatro capítulos do Evangelho de Lucas apresentam uma imagem clara de que a
era prometida do Espírito estava sendo inaugurada. Lucas retrata a atividade do Espírito Santo
de uma maneira que lembra claramente a profecia de Joel. Durante quatrocentos anos a
atividade do Espírito entre o povo de Deus esteve virtualmente ausente. Agora irrompe numa
sucessão de acontecimentos relacionados com o nascimento de João Baptista e de Jesus, e com o
início do ministério terreno de Jesus. Visitas angélicas, concepções milagrosas, declarações
proféticas, a descida do Espírito sobre Jesus no Seu batismo, a capacitação de Jesus para o Seu
ministério terreno — tudo isso é registrado em rápida sucessão, a fim de enfatizar o alvorecer da
era prometida.

Metodologia Seguida
Os relatos narrativos registrados em Atos, nos quais os crentes experimentam um enchimento
inicial do Espírito, têm uma relação direta com as questões de saber se o batismo no Espírito é
separado da regeneração e se falar em línguas é um componente necessário da experiência. O
método indutivo será empregado na análise desses incidentes; é uma forma válida de lógica que
tenta chegar a uma conclusão baseada no estudo de incidentes ou declarações individuais.6

“Subsequência” em Atos
O Dia de Pentecostes (Atos 2:1–21). O primeiro caso de discípulos recebendo uma
experiência do tipo carismático ocorreu no Dia de Pentecostes (Atos 2:1–4). A vinda do
Espírito naquele dia foi sem precedentes; foi um evento único, histórico, definitivo e
irrepetível, relacionado com a instituição da nova aliança. Mas, como indica Atos, a nível
pessoal, a experiência dos discípulos no Pentecostes também serve de paradigma para
os crentes posteriores (8.14-20; 9.17; 10.44-48; 19.1-7).

A experiência de Pentecostes dos discípulos foi “posterior” à sua conversão? Em uma ocasião,
Jesus disse a setenta e dois de Seus discípulos para “alegrarem-se porque seus nomes estão
escritos nos céus” (Lucas 10:20). Não é necessário identificar o momento preciso de sua
regeneração no sentido neotestamentário dessa palavra. Se tivessem morrido antes da descida
do Espírito no Pentecostes, certamente teriam entrado na presença do Senhor. Muitos
estudiosos, porém, veem a experiência do novo nascimento dos discípulos ocorrendo no
momento em que Jesus ressuscitado “soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo'” (João
20:22).

É significativo que o Novo Testamento em nenhum lugar iguale a expressão “cheio do


Espírito Santo” (versículo 4) com regeneração. É sempre usado em relação a pessoas
que já são crentes.

6A doutrina formulada da Trindade é o resultado de um estudo indutivo das Escrituras, assim como a doutrina da união hipostática – que Cristo era e é ao mesmo
tempo plenamente humano e plenamente divino, mas uma só pessoa.
Os samaritanos (8:14–20). O “Pentecostes” Samaritano demonstra que alguém pode ser
um crente e ainda assim não ter uma experiência espiritual do tipo carismático. As
seguintes observações mostram que os samaritanos eram seguidores genuínos de Jesus
antes da visita de Pedro e João: (1) Filipe proclamou-lhes claramente as boas novas do
evangelho (versículo 5); (2) eles acreditaram e foram batizados (versículos 12,16); (3) eles
“aceitaram [dechomai] a palavra de Deus” (versículo 14), uma expressão sinônimo de
conversão (Atos 11:1; 17:11; ver também 2:41); (4) a imposição de mãos por Pedro e João foi
para eles “receberem o Espírito Santo” (versículo 17), uma prática que o Novo Testamento
nunca associa com o recebimento da salvação; e (5) os samaritanos, após a sua conversão,
tiveram uma experiência observável e dramática do Espírito (versículo 18).

Saulo de Tarso (Atos 9:17). A experiência de Saulo de Tarso também demonstra que ser
cheio do Espírito Santo é uma experiência identificável que vai além da obra do Espírito na
regeneração. Três dias depois do seu encontro com Jesus na estrada de Damasco (Atos
9:1-19), ele foi visitado por Ananias. As seguintes observações são importantes: (1) Ananias
dirigiu-se a ele como “Irmão Saulo”, o que provavelmente indica um relacionamento
mutuamente fraterno com o Senhor Jesus Cristo; (2) Ananias não exortou Saulo a se
arrepender e a crer, embora o tenha encorajado a ser batizado (Atos 22:16); (3) Ananias
impôs as mãos sobre Saulo tanto para curá-lo como para ser cheio do Espírito; e (4) Houve
um intervalo de três dias entre a conversão de Saulo e ele ser cheio do Espírito.

Casa de Cornélio em Cesaréia (Atos 10:44–48). A narrativa sobre Cornélio atinge o seu
clímax com o derramamento do Espírito Santo sobre ele e sua família. Ele não era cristão
antes da visita de Pedro; ele era um temente a Deus – um gentio que abandonou o
paganismo e abraçou aspectos importantes do judaísmo sem se tornar um prosélito, isto é,
um judeu de pleno direito. Aparentemente, a família de Cornélio acreditou e foi regenerada
no momento em que Pedro falou de Jesus como aquele por meio de quem “todo aquele que
nele crê recebe o perdão dos pecados em seu nome” (versículo 43). Simultaneamente, ao
que parece, eles experimentaram um derramamento do Espírito como aquele no Dia de
Pentecostes, como Pedro disse mais tarde à liderança da igreja em Jerusalém (11:17; 15:8,9).
As expressões usadas para descrever essa experiência não ocorrem em nenhum outro lugar
de Atos para descrever a conversão: “o Espírito Santo desceu sobre” (10:44; cf. 8:16 [ambas
as referências NASB atualizadas]); “o dom do Espírito Santo” (10:45; 11:17; cf. 8:20);
“derramado” (10:45); “batizado com [pt] o Espírito Santo” (11:16).

O batismo no Espírito dos novos crentes em Cesaréia é paralelo ao dos crentes em Jerusalém
(Atos 2), Samaria (Atos 8) e Damasco (Atos 9). Mas, ao contrário da experiência dos seus
antecessores, eles tiveram uma experiência unificada pela qual a sua conversão e o seu batismo
no Espírito ocorreram em rápida sucessão.

Os Discípulos em Éfeso (Atos 19:1–7). Em Éfeso, Paulo encontrou um grupo de discípulos


que não haviam experimentado o batismo no Espírito. Este incidente levanta três questões
importantes:

(1) Esses homens eram discípulos de Jesus ou discípulos de João Batista?


Ao longo do livro de Atos, todas as outras ocorrências da palavra “discípulo” (matemática), com uma
exceção,7refere-se a um seguidor de Jesus. A razão de Lucas chamar esses homens de “alguns
discípulos” é que ele não tinha certeza do número exato – “cerca de doze homens ao todo”

7Atos 9:25, onde a frase “seus discípulos” (NASB atualizada) refere-se aos seguidores de Paulo. A NVI diz “seus seguidores”.
(versículo 7). Eram crentes cristãos que necessitavam de ensino; como Apolo (Atos 18:24-27), eles
precisavam que “o caminho de Deus” fosse explicado “mais adequadamente” (18:26).

(2) O que Paulo quis dizer com a pergunta: “Vocês receberam o Espírito Santo, tendo
acreditava?" (uma tradução estrita do versículo 2).8Ele sentiu entre eles uma carência espiritual, mas
não questionou a validade da sua crença em Jesus. Visto que no Livro de Atos a cláusula “receber o
Espírito Santo” se refere ao batismo no Espírito9(8:15,17,19; 10:47; ver também 2:38), Paulo está
perguntando se eles tiveram a experiência do Espírito Santo vindo sobre eles de uma forma
carismática, como de fato aconteceu com eles posteriormente (versículo 6).

(3) Paulo concorda com Lucas que há uma obra do Espírito para os crentes que
é distinguível da obra do Espírito na salvação? Este incidente em Éfeso, bem como a própria
experiência de Paulo (Atos 9:17), exige uma resposta afirmativa.

Declarações resumidas
1. Em três dos cinco casos – Samaria, Damasco, Éfeso – as pessoas que tiveram uma
experiência identificável do Espírito já eram crentes. Em Cesaréia, essa experiência foi
quase simultânea com a fé salvadora de Cornélio e sua família. Em Jerusalém, os
destinatários já eram crentes em Cristo, embora possa ser difícil – se é mesmo
necessário – determinar com certeza o momento em que foram regenerados no
sentido do Novo Testamento.

2. Em três relatos houve um lapso de tempo entre a conversão e o batismo no Espírito


(Samaria, Damasco, Éfeso). O intervalo de espera para o derramamento de Jerusalém foi
necessário para que o significado tipológico do Dia de Pentecostes fosse cumprido. No caso
de Cesaréia, não houve lapso de tempo perceptível.

3. Uma variedade de terminologia intercambiável é usada para a experiência do batismo no Espírito.

4. Grupos (Jerusalém, Samaria, Cesaréia, Éfeso) e também um indivíduo (Paulo)


receberam a experiência.

5. A imposição das mãos é mencionada em três casos (Samaria, Damasco, Éfeso), mas
não é uma exigência, como evidenciado pelos derramamentos em Jerusalém e
Cesaréia.

6. Embora o batismo no Espírito seja um dom da graça de Deus, não deve ser chamado de “uma segunda
obra da graça” ou “uma segunda bênção”. Tal linguagem implica que um crente não pode ter nenhuma
experiência ou experiências da graça divina entre a conversão e o batismo no Espírito.

7. A visão ideal e biblicamente correta é que um intervalo de tempo entre a regeneração e o


batismo no Espírito não é um requisito. A ênfase deve estar na subsequência e
separabilidade teológica, não temporal.

8Por “ter acreditado [pistas]”, a gramática grega permite uma tradução de “quando você acreditou” (tempo coincidente) ou “depois que você
acreditou” (tempo antecedente). O contexto favorece o último.
9No Evangelho de João, é claro, o Jesus ressuscitado dirigiu-se aos discípulos com o imperativo: “Recebei o Espírito Santo” (20:22). Os estudiosos da
Bíblia entendem o uso de João de várias maneiras, alguns vendo-o como o dom do Espírito imediatamente realizado na regeneração, outros como
uma antecipação do evento de Pentecostes, e outros ainda como um relato joanino independente do Pentecostes.
FALANDO EM LÍNGUAS

Declarações inspiradas pelo Espírito antes de Atos 2

No Antigo Testamento, o Espírito Santo manifestou-se de várias maneiras, mas Sua obra e
ministério mais característico e mais frequente foi o de dar declarações inspiradas. Além dos
escritos proféticos, houve muitos casos em que as pessoas profetizaram oralmente por
inspiração do Espírito — por exemplo, Números 11:25–26; 24:2,3; 1 Samuel 10:6,10; 19:20–21.
Esta inspiração para profetizar é o elo que conecta as declarações oraculares do Antigo
Testamento com a predição de Joel de que um dia todo o povo de Deus profetizaria (Joel 2:28,29)
e com o desejo intenso de Moisés - ele próprio sendo um profeta - para que todo o povo de Deus
pudesse profetizar ( Números 11:29).

Existe uma conexão vital entre as pessoas do Antigo Testamento profetizando e


experiências comparáveis das pessoas do Novo Testamento antes do Dia de Pentecostes,
especialmente conforme registrada em Lucas 1–4. Nesses capítulos, Lucas registra que
certas pessoas foram cheias do Espírito — João Batista, sua mãe, Isabel, e seu pai, Zacarias
— e também que várias pessoas profetizaram sob a influência do Espírito Santo — Isabel,
Zacarias, Maria e Simeão. Além disso, é feita menção a Ana, uma profetisa (2:36).

Línguas Evidenciais em Atos


O Dia de Pentecostes (2:1–21). Ocorreram três fenômenos dramáticos: um vento violento, fogo
e falar em línguas.10O vento e o fogo, que nas Escrituras são símbolos do Espírito Santo,
precedidoo derramamento do Espírito; mas o fenômeno de falar em línguas era parte integrante
da experiência dos discípulos com o batismo no Espírito. O ímpeto para falar em línguas foi o
Espírito Santo. O verbo gregoapophthengomaino final do versículo 4 ocorre novamente no
versículo 14 para apresentar o discurso de Pedro à multidão. É uma palavra incomum e
raramente usada, e pode ser traduzida como “dar expressão inspirada”.

A frase verbal grega para falar em línguas (lalein glossais) não aparece na literatura não
bíblica como um termo técnico para falar uma língua que não se conhece. Mas é usado
tanto por Lucas (Atos 2:4; 10:46; 19:6) quanto por Paulo (1 Coríntios 12:30; 13:1;
14:5,6,18,23,39) com esse significado.

A palavra gregaglossasignifica a língua como órgão da fala e, por extensão, produto da fala
– a linguagem. Em Atos 2, as línguas faladas pelos discípulos eram desconhecidas para eles,
mas eram compreendidas por outros. Eram línguas humanas e identificáveis. Lucas diz que
os discípulos falaram emoutrolínguas – isto é, línguas que não são suas. Contudo, nas
outras ocorrências em Atos onde o falar em línguas é mencionado (10:46; 19:6), não há
indicação de que as línguas foram compreendidas ou identificadas. Os escritos de Paulo
implicam que as línguas inspiradas pelo Espírito podem nem sempre ser humanas, mas
podem ser espirituais, celestiais ou angélicas (1 Coríntios 13:1; 14:2,14) como meio de
comunicação entre um crente e Deus.

10Otermo técnico em inglês para falar em línguas é “glossolalia”, das palavras gregasglossa(língua, idioma) elalia (discurso).
A palavra não ocorre nas Escrituras.
Duas observações muito importantes são necessárias:

(1) No Dia de Pentecostes,todosque foram cheios do Espírito falaram em línguas


(Atos 2:4).

(2) Pedro, ao explicar à multidão o significado da experiência dos discípulos,


disse que era em cumprimento de Joel 2:28,29 (Atos 2:16–21). Especialmente significativo é
que Pedro, no meio da citação de Joel, inseriu as palavras “e profetizarão” (versículo 18c),
enfatizando a expressão profética como uma característica chave do cumprimento. Mas
será que falar em línguas é o mesmo que profetizar? Tanto a profecia oral como o falar em
línguas ocorrem quando o Espírito Santo vem sobre alguém e induz a pessoa a falar. A
diferença básica é que profetizar é na própria língua de quem fala, enquanto falar em
línguas é numa língua desconhecida para quem fala. Mas o modo de operação dos dois
presentes é o mesmo. Falar em línguas pode, portanto, ser considerado uma forma
especializada ou variante de profetizar quanto à maneira como funciona.

Os samaritanos (8:14–20). Os samaritanos testemunharam sinais realizados por Filipe,


responderam com fé à mensagem sobre Cristo e submeteram-se ao batismo. Mas eles
ainda não haviam recebido o Espírito Santo (versículo 15). “Pedro e João impuseram-lhes as
mãos, e eles receberam o Espírito Santo” (versículo 17). Simão, o feiticeiro, encontrou algo
tão extraordinário neste dom do Espírito que imediatamente quis ter autoridade para
transmitir ele mesmo o dom. Ele já havia testemunhado expulsões e curas de demônios,
mas isso era notavelmente diferente. Lucas simplesmente diz que Simão “viu” ou
testemunhou que o Espírito foi dado; algo observável aconteceu. O consenso entre os
estudiosos da Bíblia, muitos dos quais não são pentecostais ou carismáticos, é que os
samaritanos tiveram uma experiência glossolalica.

Este relato situa-se entre as duas narrativas principais nos capítulos 2 e 10 que associam
inequivocamente a glossolalia ao batismo no Espírito. Portanto, este incidente pode ser
corretamente chamado de “O Pentecostes Samaritano”.

Saulo de Tarso (9:17). Lucas não registra nenhum detalhe do batismo de Paulo no Espírito. Sabemos, no
entanto, que Paulo falava em línguas regularmente e com frequência (1 Coríntios 14:18). Parece legítimo e
lógico inferir que ele falou em línguas pela primeira vez na época em que Ananias impôs as mãos sobre ele.
Tal como acontece com o relato de Samaria, esta narrativa situa-se entre os dois incidentes que dizem
claramentetodosfalaram em línguas quando foram batizados no Espírito.

A casa de Cornélio em Cesaréia (Atos 10:44–48). Várias observações são importantes:

(1) Pedro identificou claramente a experiência da casa de Cornélio com a de


os discípulos de Pentecostes: “Deus deu-lhes o mesmo dom que nos deu” (Atos 11:17; ver
também 15:8). Além disso, termos comuns como “batizado com [pt] o Espírito Santo”,
“derramado” e “dom” aparecem em ambos os relatos.

(2) A manifestação externa e observável da glossolalia convenceu a opinião de Pedro


companheiros judaico-cristãos que o Espírito realmente havia caído sobre estes gentios: “Pois
eles os ouviam falando em línguas e louvando a Deus”(versículo 46, itálico adicionado para dar
ênfase).
(3) Muito provavelmente, a frase “louvar [megaluno]11Deus” é um comentário sobre o
conteúdo da glossolalia. Atos 2:11 é relevante, pois identifica o conteúdo da glossolalia sobre
Pentecostes como uma recitação de “as maravilhas [megaléia]de Deus."

(4)Todosos destinatários falaram em línguas (versículo 44). Este incidente e o Pentecostes


incidente que também diz quetodosfalou em línguas indiscutivelmente e inequivocamente
conecta a glossolalia com o batismo no Espírito. As duas narrativas colocam as duas nos
capítulos 8 e 9, onde Lucas não deu detalhes sobre a experiência dos crentes com o Espírito.

Os Discípulos em Éfeso (Atos 19:1–7). Quando o Espírito Santo desceu sobre esses discípulos,
“eles falavam em línguas e profetizavam” (versículo 6). O texto grego pode ser traduzido: “Não
apenas [você] eles falaram em línguas, mas eles também [kai]profetizou.”12

Declarações resumidas
1. Em todo o Antigo Testamento, nos primeiros capítulos do Evangelho de Lucas e no Livro de Atos,
existe um padrão de discurso inspirado quando o Espírito Santo vem sobre as pessoas.

2. O derramamento do Espírito no Dia de Pentecostes é o modelo, ou paradigma, para


derramamentos posteriores.

3. Falar em línguas, quanto à maneira como ocorre, pode ser considerado uma forma
especializada ou variante de profecia.

4. Falar em línguas era parte integrante do batismo no Espírito no Livro de Atos. É a


única manifestação associada ao batismo no Espírito que é explicitamente apresentada
como evidência que autentica a experiência e, nessa base, deve ser considerada
normativa.

5. A doutrina pentecostal da “evidência física inicial” do falar em línguas é uma tentativa de


resumir o pensamento de que no momento do batismo no Espírito o crente falará em
línguas. Transmite a ideia de que falar em línguas é o acompanhamento empírico inicial do
batismo no Espírito. Em nenhum lugar a Escritura indica que alguém pode ser batizado no
Espírito sem falar em línguas.

6. Primeira Coríntios 12:30 é por vezes apresentado como evidência de que as línguas não são um
componente necessário do batismo no Espírito, uma vez que Paulo pergunta: “Nem todos falam em
línguas, não é?”13Mas tanto o contexto amplo como o contexto imediato relacionam a questão com o
exercício do dom no culto corporativo, conforme observado pela pergunta imediatamente a seguir:
“Nem todos interpretam, não é?” De acordo com 1 Coríntios 12:8–10, apenas alguns crentes são
inspirados pelo Espírito Santo a proferirem línguas em uma reunião do povo de Deus.

11Veja Lucas 1:46 e Atos 19:17 para ocorrências paralelas.


12A construção grega évocê. . . kaique, junto comvocê kai, é comum no Livro de Atos. As seguintes são traduções possíveis: “como . . . então;
não somente . . . mas também." Alguns exemplos gramaticais estão em Atos 1:1,8; 4:27; 8:12; 9:2; 22:4; 26:3.Um Léxico Grego-Inglês do
Novo Testamento e outras literaturas cristãs primitivas(3ª edição). Revisado e editado por Frederick William Danker. Chicago: The University
of Chicago Press, 2000, p. 993.
13Uma tradução estrita, baseada na forma grega das sete questões deste versículo.
ASPECTOS PRÁTICOS DO BATISMO ESPÍRITO

Evidências Contínuas do Batismo no Espírito

Os resultados divinamente pretendidos do batismo no Espírito incluem:

Falando em línguas.Falar em línguas é a indicação empírica inicial de que o preenchimento


ocorreu, mas também beneficia espiritualmente o orador, pois Paulo diz que “quem fala em
línguas não fala aos homens, mas a Deus” e que “aquele que fala em línguas”. uma língua se
edifica” (1 Coríntios 14:2,4). Este é o aspecto devocional das línguas, que está associado a
louvar a Deus e dar-Lhe graças (versículos 16,17). Este aspecto às vezes é chamado de
linguagem de oração. É um elemento da oração no Espírito (Efésios 6:18; Judas 20). Por ser
um meio pelo qual os crentes se edificam espiritualmente, as línguas podem ser chamadas
de meio de graça. Não é uma experiência que ocorre apenas no momento do batismo no
Espírito; deveria ser uma experiência contínua e repetida. Isto está implícito na declaração
de Paulo aos Coríntios: “Desejo que todos vós continueis a falar em línguas” (1 Coríntios
14:5, uma tradução estrita que reflete o tempo verbal grego).

Além disso, alguns exegetas qualificados entendem que Paulo quer dizer orar em línguas, ou
pelo menos incluí-la, quando diz que “o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza. Não sabemos o
que devemos pedir, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que palavras não
podem expressar” (Romanos 8:26).

Abertura às Manifestações Espirituais.O batismo no Espírito abre o receptor a toda a


gama de dons espirituais. Esta é uma consequência natural de já ter se submetido a algo
sobrenatural e supraracional ao se deixar dominar pelo Espírito. Mas isto não exclui os dons
espirituais entre aqueles que não são cheios do Espírito. Tanto o Antigo Testamento como
os Evangelhos mostram que a maioria dos dons ocorreu antes do Dia de Pentecostes, mas
foi só depois do derramamento do Espírito naquele dia que ocorreu entre o povo de Deus
uma incidência muito maior e uma gama mais ampla de dons. dons espirituais. Visto que a
edificação do povo de Deus é o propósito abrangente dos dons espirituais na assembleia (1
Coríntios 12:7; 14:3-6,12), os crentes cheios do Espírito devem desejá-los sinceramente (1
Coríntios 12:31; 14:1). ).

Vida Justa.O batismo no Espírito tem implicações para uma vida justa. O número 7 da
“Declaração de Verdades Fundamentais” das Assembleias de Deus afirma que com o batismo no
Espírito “vem o revestimento de poder para a vida e o serviço”. A frase “para a vida” significa
“para uma vida justa”. Se, de fato, o batismo no Espírito é uma imersão Naquele que é oSagrado
Espírito – a designação mais frequente para Ele no Novo Testamento – a experiência deve de
alguma forma relacionar-se com a santidade pessoal. Um problema básico com alguns crentes
da congregação de Corinto era que eles continuavam a falar em línguas sem permitir que o
Espírito trabalhasse internamente nas suas vidas. É neste ponto que os batizados pelo Espírito
precisam compreender que o fruto espiritual, e não apenas os dons espirituais, devem surgir da
experiência pentecostal.

O batismo no Espírito não produz santificação instantânea (nada produz!), mas dá ao


destinatário um impulso adicional para buscar uma vida agradável a Deus. Neste contexto,
é importante ver a ligação entre estar continuamente cheio do Espírito e as suas
consequências na vida do crente – um espírito alegre, ministério aos outros, acção de
graças, submissão mútua e respeito mútuo (Efésios 5:18 a 6:9). ).
O batismo no Espírito não deve ser uma experiência única. Além da obra interna diária do Espírito na
vida de uma pessoa, há ocasiões em que Ele vem sobre os crentes em tempos de crise ou para
atender a uma necessidade especial; esses momentos também são designados como “cheios do
Espírito” (Atos 4:8,31; 13:9,52).

Poder para testemunhar.A associação de poder com o Espírito Santo é comum no Novo
Testamento, e às vezes os dois termos são intercambiáveis (por exemplo, Lucas 1:35; 4:14; Atos
10:38; Romanos 15:19; 1 Coríntios 2:4). ; 1 Tessalonicenses 1:5). O Jesus ascendido disse aos
discípulos para permanecerem em Jerusalém até que fossem “revestidos de poder do
alto” (Lucas 24:49). Em Atos, Ele lhes diz “recebereis poder quando o Espírito Santo descer sobre
vós; e vós sereis minhas testemunhas” (1:8). Estes temas do batismo no Espírito e da
evangelização mundial estão intimamente relacionados com ênfases no Livro de Atos. Uma
relação de causa e efeito entre os dois é óbvia, mas Jesus não disse que a evangelização mundial
era oúnicofinalidade do poder. A obra do Espírito no batismo do Espírito deve ser entendida num
contexto mais amplo do que aquele enfatizado em Atos, mas uma pessoa batizada pelo Espírito
que não dá testemunho de Cristo é uma contradição em termos.

Tanto do ponto de vista bíblico como do ponto de vista missionário/evangelístico, o


recebimento deste poder deve ser entendido como incluindo a proclamação do evangelho.
A proclamação é principalmente verbal, mas o poder que Jesus prometeu incluía a
realização de milagres em Seu nome. O Livro de Atos registra evidências da obra do Espírito
— dons vocais, curas, exorcismos, ressurreição dos mortos, etc. — que o Senhor usou ao
preparar uma audiência para a proclamação do evangelho.

Incentivo para aqueles que ainda não foram batizados

As Escrituras não fornecem uma fórmula para receber o enchimento inicial do Espírito, mas as
seguintes considerações serão úteis:

Todos os crentes são candidatos.Joel previu que o Senhor derramaria Seu Espírito sobre todo o
Seu povo (2:28–29). Velhos e jovens, homens e mulheres, servos – sem distinção de idade, sexo
ou posição social – estão incluídos na promessa. Isto ecoa a fervorosa esperança (e profecia!) de
Moisés de que o Senhor colocaria o Seu Espírito sobre todo o Seu povo (Números 11:29). A
investidura profética não estaria mais limitada a uns poucos selecionados. Pedro enfatizou esse
tema em seu discurso de Pentecostes quando citou a passagem de Joel e depois declarou que o
dom prometido do Espírito era “para vós [judeus] e vossos filhos [descendentes] e para todos os
que estão longe” (versículos 38,39). ). “Longe” provavelmente significa os gentios (Efésios
2:13,17); alguns interpretam que significa aqueles que estão distantes cronologicamente e
geograficamente. Os crentes interessados devem ter a certeza e a convicção de que a
experiência é realmente para eles.

O Espírito já habita em todos os crentes.É importante enfatizar que o Espírito Santo não é
externo a um crente ainda não batizado no Espírito. O Espírito trabalha internamente numa
pessoa arrependida e crente para efetuar o novo nascimento; Ele não sai então, para voltar na
hora do preenchimento. O batismo no Espírito é uma experiência avassaladora do Espírito que já
habita; é chamado por alguns de “liberação” do Espírito.
O Batismo no Espírito é um Dom.Por definição, um presente não é ganho. Se fosse com base
no mérito de uma pessoa, a pergunta sem resposta seria: “Qual deveria ser a extensão do mérito
da pessoa?” Ou “Quão 'perfeito' alguém deve ser antes de se qualificar para a experiência?” É
possível que um buscador sincero esteja tão preocupado com um sentimento de indignidade
pessoal que o Espírito não consiga fluir livremente através dessa pessoa.

Deus não permitirá que buscadores sinceros tenham uma experiência falsificada.
Alguns temem que o seu “falar em línguas” seja autogerado ou instigado por Satanás. Essas
pessoas precisam ter certeza das palavras de Jesus: “Se vocês, embora sejam maus, sabem
dar boas dádivas aos seus filhos, quanto mais o seu Pai que está nos céus dará o Espírito
Santo àqueles que Lhe pedirem!” Isto está num contexto que diz que mesmo um pai terreno
não permitirá que um peixe solicitado seja substituído por uma cobra ou que um ovo
solicitado seja substituído por um escorpião (Lucas 11:11-13).

Expectativa e abertura facilitam a recepção.Os candidatos devem estar dispostos a ceder


a tudo o que o Senhor os instruir a fazer. Embora o falar em línguas genuíno não possa ser
autogerado, o buscador deve cooperar ou ser conduzido pelo Espírito Santo e dar
expressão vocal a um estímulo interior para emitir sons desconhecidos. A experiência dos
discípulos no Dia de Pentecostes é instrutiva; eles falaram em línguas “conforme o Espírito
lhes concedia que falassem” (Atos 2:4, NASB Atualizado).

Oração e louvor muitas vezes levam à experiência.O ensino de Jesus sobre a disposição
do Pai de dar o Espírito Santo àqueles que Lhe pedem (Lucas 11:13) segue uma extensa
passagem sobre oração (versículos 1–12) na qual Ele elabora e ilustra o aspecto da
persistência. Os verbos gregos para “pedir”, “buscar” e “bater” estão no presente grego,
sugerindo a ideia de “continuar pedindo, continuar buscando, continuar batendo”. Isto deve
ser diferenciado de mendigar em desespero e frustração; é mais a ideia da bem-
aventurança: “Bem-aventurados os que continuam tendo fome e sede de justiça, porque
serão satisfeitos” (Mateus 5:6, uma tradução estrita). Deve-se notar que antes do Dia de
Pentecostes, os discípulos estavam “todos unidos constantemente em oração” (Atos 1:14).

A petição deve ser combinada com elogios. A oração do Cenáculo foi complementada pela
permanência dos discípulos “continuamente no templo, louvando a Deus” (Lucas 24:53). Os que
buscam o batismo no Espírito devem estar engajados tanto no louvor quanto na petição, visto que
louvar a Deus na própria língua muitas vezes facilita a transição para louvá-Lo em línguas. É notável
que o conteúdo das declarações dos discípulos do Pentecostes era um louvor às obras poderosas de
Deus (Atos 2:11; observe também 10:46). Isto é especialmente interessante porque a celebração
judaica do Pentecostes, um festival da colheita, era um momento de alegria e ação de graças a Deus.
Mesmo numa base pessoal, um indivíduo que oferecia a Deus as primícias da colheita de cereais
empenhava-se numa recitação do poderoso acto de Deus de libertar Israel da escravidão egípcia
(Deuteronómio 26:1-11).

Bênçãos especiais podem ocorrer ao longo do caminho.O batismo no Espírito é atestado pelo
falar em línguas, mas pode-se ter outras experiências espirituais válidas e significativas entre a
regeneração e o batismo no Espírito. Às vezes, essas bênçãos são um prenúncio ou uma amostra
da experiência culminante, servindo para preparar e facilitar o recebimento da plenitude do
Espírito, mas não devem ser identificadas como o próprio batismo do Espírito.
O tempo de Deus pode ser diferente do nosso.O Senhor responde à oração e ao louvor dos crentes,
mas por razões que ele próprio conhece, o Seu tempo pode não coincidir com os nossos desejos.
Tanto nas Escrituras como na história da igreja, os derramamentos do Espírito às vezes ocorreram em
lugares e momentos inesperados. Conseqüentemente, os buscadores não devem ficar desanimados
ou ficar sob autocondenação se o enchimento do Espírito não ocorrer quando eles esperam. Mas
durante os momentos de visitação espiritual especial, quando outros estão sendo cheios do Espírito,
as condições são ótimas para quem busca.

DECLARAÇÃO FINAL
O batismo no Espírito Santo deve ser mais do que uma doutrina salvaguardada e estimada;
deve ser uma experiência vital, produtiva e contínua na vida dos crentes e no seu
relacionamento pessoal com o Senhor, na sua interação com outros crentes e no seu
testemunho ao mundo. A vitalidade e vibração da Igreja só podem ser realizadas quando os
crentes manifestam pessoal e corporativamente o poder do Espírito Santo que foi
experimentado pelo próprio Jesus e que Ele prometeu aos Seus seguidores.

APÊNDICE
As declarações doutrinárias oficiais das Assembleias de Deus a respeito do batismo no Espírito Santo
são encontradas noDeclaração de Verdades Fundamentaise são os seguintes:

7. O Batismo no Espírito Santo


Todos os crentes têm direito e devem esperar ardentemente e buscar sinceramente
a promessa do Pai, o batismo no Espírito Santo e no fogo, de acordo com o mandamento de
nosso Senhor Jesus Cristo. Esta foi a experiência normal de todos na igreja cristã primitiva.
Com ele vem o revestimento de poder para a vida e o serviço, a concessão dos dons e sua
utilização no trabalho do ministério (Lucas 24:49; Atos 1:4,8; 1 Coríntios 12:1–31). Esta
experiência é distinta e subsequente à experiência do novo nascimento (Atos 8:12–17;
10:44–46; 11:14–16; 15:7–9). Com o batismo no Espírito Santo vêm experiências como uma
plenitude transbordante do Espírito (João 7:37-39; Atos 4:8), uma reverência aprofundada
por Deus (Atos 2:43; Hebreus 12:28), uma intensificação consagração a Deus e dedicação à
Sua obra (Atos 2:42), e um amor mais ativo por Cristo, pela Sua Palavra e pelos perdidos
(Marcos 16:20).

8. A Evidência Física Inicial do Batismo no Espírito Santo


O batismo dos crentes no Espírito Santo é testemunhado pelo sinal físico inicial
de falar em outras línguas, à medida que o Espírito de Deus lhes dá expressão (Atos
2:4). O falar em línguas neste caso é o mesmo em essência que o dom de línguas (1
Coríntios 12:4-10,28), mas diferente em propósito e uso.

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