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Comentário lição 11

Fé para Crer que o Espírito Santo é Deus


O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula e apresentar um
subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no
decorrer desta maravilhosa lição.

O ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS SAGRADAS


Tratar de doutrinas bíblicas pentecostais exige que comecemos falando sobre a
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo. Assuntos como “a Bíblia revela a
deidade absoluta do Espírito Santo, sua personalidade e atributos divinos”; “a comunhão
perfeita na Trindade, com ênfase na relação do Espírito com o Filho”; e “a atuação do Espírito
Santo na Criação e no ser humano” serão trabalhados na primeira aula do trimestre1.
Temos o pleno conhecimento que o texto bíblico foi escrito por 40 homens inspirados
pelo Espírito Santo, que no decorrer de aproximadamente 1.600 anos, sob a tutela do sopro
da iluminação divina exercida pelo Espírito Santo, conduziram a redação das poderosas letras
sagradas que chegaram até nós.
Porém, todo o cristão precisa compreender o que a Bíblia fala a respeito da Terceira
Pessoa da Trindade. Em primeiro plano, devemos entender que a Bíblia apresenta a Pessoa
do Espírito Santo como agente integrante da Santíssima Trindade. “Ele é mencionado junto
com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2. Co 13.13) e a Bíblia afirma que os três são um (1 Jo 5.7).
Assim, há ‘um só Espírito’ (Ef 4.4); ‘um só Senhor’ (Ef 4.5); e ‘um só Deus e Pai de todos’
(Ef 4.6). O Espírito é chamado de ‘Espírito de Deus’ (Rm 8.9); ‘Espírito do Pai’ (Mt 10.20;
‘o Espírito de Cristo’ (Rm 8.9; 1 Pe 1.11); ‘o Espírito de Jesus’ (At 16.7), indicando assim
que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, o Cristo vivo
está presente (Jo 14.18)”2.
A Bíblia também revela o Espírito Santo como uma Pessoa com personalidade, pois
Ele tem vontade (1 Co 12.11), conhecimento (1 Co 2.11), sentimento (Ef 4.30), amor (Rm
15.30); também podemos encontrar nas Escrituras atitudes de pessoas para com o Espírito
Santo, que somente poderiam ser realizadas para com alguém possuidor de personalidade,
pois vejamos: Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); a Bíblia ainda revela que alguém
pode “falar contra” Ele (Mt 12.32); portanto, “O Espírito Santo é uma pessoa, é Deus”2.
A Bíblia revela os atributos pessoais do Espírito Santo. Ele ensina (Jo 14.26), fala (Ap
2.7, 11, 17), guia (Rm 8.14; Gl 5.18), clama (Gl 4.6), convence (Jo 16.7,8), testifica (Jo 15.26;
Rm 8.16), escolhe obreiros (At 13.2; 20.28), julga (At 15.28), advoga (Jo 4.16; At 5.32), envia
missionários (At 13.2-4), convida (Ap 22.17), intercede (Rm 8.26), impede (At 16.6,7), se
entristece (Ef 4.30) e contende (Gn 6.3)3.
Os substantivos gregos apresentam três gêneros: masculino, feminino e neutro. O
termo grego pneuma, usado amplamente no Novo Testamento para “espírito”, é substantivo
neutro. O pronome demonstrativo na frase: “aquele Espírito da verdade” (Jo 15.26; 16.13) e
o pessoal, em “Ele me glorificará” (Jo 16.14) estão no masculino. Isso revela a personalidade
do Espírito Santo. Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que ele reage a certos
atos praticados pelo homem. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu
ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo
(At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (At 7.51); os
fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em seu
nome (Mt 28.19)3.
Quando falamos o termo “Terceira Pessoa da Trindade”, muitos podem até
compreender mal essa afirmação. A expressão não indica alguém com essência, personalidade
ou substância diferente. Pelo contrário. O Espírito Santo é Deus, assim como Jesus Cristo é
Deus.
O Espírito é do Pai (1 Co 2.12; 3.16) e do Filho (At 16.7; Gl 4.6). Filioque é um termo
latino que significa literalmente “e do filho”, usado em teologia para indicar a dupla processão
do Espírito Santo, do Pai e do Filho (Jo 15.26; 20.22). A divindade possui uma só essência
ou substância indivisível, e Pai, Filho e Espírito Santo são três hipóstases, ou seja, “forma de
existir”. Usa-se comumente na teologia o termo “Pessoa” por falta de uma palavra mais
precisa na linguagem humana para descrever cada uma dessas identidades conscientes.
Quando se fala a respeito do Espírito Santo como Terceira Pessoa da Trindade, isso não
significa terceiro numa hierarquia, mas porque aparece em terceiro lugar na fórmula batismal:
“batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). As três hipóstases
ou Pessoas são iguais em poder, glória e majestade, e não há entre elas primeiro e último3.
Podemos destacar a atuação do Espírito Santo em torno do Messias. Foi Ele quem
operou na manutenção da promessa do Messias (1 Pe 1.9-11), na revelação dEle (Lc 1.35;
2.25-29) e também no seu ministério (Lc 3.22; 4.18; Jo 6.27), incluindo assim a Sua Morte
(Hb 9.4; Ef 5.2), Ressurreição (Rm 8.11) e Ascenção (Ef 1.20).
Ainda podemos verificar outra expressão para a relação da Trindade. “Pericórese, em
grego, habitação mútua. Termo usado para descrever o relacionamento das Pessoas da
Santíssima Trindade entre si: ema só essência em três pessoas. É um relacionamento íntimo
e redentivo, e que visa, acima de tudo, a consecução plena dos decretos e conselhos divinos,
culminando no Plano da Salvação”4.

O ESPÍRITO SANTO COMO CONSOLADOR


Por fim, devemos ressaltar a ação direta do Espírito Santo no plano divino no decorrer
dos séculos. Desde o princípio da criação encontramos o Espírito Santo atuando junto ao Pai
e ao Filho. “Ele tomou parte ativa na criação geral (Sl 104.30), na criação do mundo (Gn 1.2)
e na criação especial do homem (Jó 33.4)”2.
Foi Ele quem estava junto aos homens escolhidos por Deus para a redação das
Escrituras, inspirando-os a escreverem as palavras que gerariam vida no mundo (2 Pe 1.21).
Ainda podemos destacar a Sua atuação no plano divino de salvação. “Toda Trindade
operou e opera na salvação do homem. Deus Pai deu o Seu Filho unigênito (Jo 3.16), e ‘estava
em Cristo, reconciliando o mundo consigo’ (2 Co 5.19). O Filho deu-se a Si em sacrifício (Ef
5.2), sendo a causa de eterna salvação (Hb 5.9). O Espírito Santo aplica essa salvação na vida
dos homens. Jesus disse: ‘Há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar’ (Jo 16.15).
Assim, o Espírito Santo opera no sentido de que, por meio da salvação, haja uma total
restauração de todo o estrago que o pecado causou na vida do homem, seja no seu espírito, na
sua alma ou no seu corpo”2.
O Espírito Santo ainda tem o papel de consolador do homem, habitando no homem (Jo
14.16,17), ensinando ao ser humano as coisas de Deus transmitidas por intermédio do
ministério de Cristo (Jo 14.26). Seu papel continua sendo fundamental na igreja, pois Aquele
que desceu em Atos 2, continua batizando e atuando diretamente na humanidade, glorificando
a Cristo (Jo 16.14), e convencendo o caído de sua real situação (Jo 14.7-13).
Pelo pecado o homem é separado de Deus (Is 59.2) e o seu espírito é morto (Ef 2.1-3;
Lc 15.32; Cl 2.13), completamente destituído de poder para exercer a função de ser o meio
de contato com Deus. O Espírito Santo chama o pecador (Ap 22.1) despertando o seu espírito
(Ed 1.1), dando-lhe a certeza da salvação (Rm 8.16), a qual faz com que ele agora clame “Aba,
Pai” (Rm 8.15). O espírito do homem, agora iluminado, poder ver a glória de Deus (2 Co 4.6;
Mt 5.8) e experimentar a santificação (2 Co 3.18)2.

O ESPÍRITO SANTO NA REVELAÇÃO E NA INSPIRAÇÃO DAS


ESCRITURAS SAGRADAS
O Espírito Santo foi o condutor da escrita de cada livro da Bíblia Sagrada. Sem Ele o
texto bíblico possuiria uma grande desconexão e uma mensagem totalmente contraria à
poderosa Palavra de Deus.
Quando homens comuns passam a escrever seus livros, eles procuram omitir
informações ou escrever segundo o senso comum, a fim de agregarem leitores e compradores
de sua obra. A tendência humana é sempre agradar a quem lê, e isso não é o objetivo das
Sagradas Escrituras. A Bíblia não, ela é a mensagem poderosa de Deus que busca apresentar
ao homem os seus erros e o caminho pelo qual precisamos seguir para sermos salvos da sua
consequente condenação.
A Bíblia é, portanto, a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de
Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus
Cristo. Nós a interpretamos sob a orientação do Espírito Santo, observando as regras
gramaticais e o contexto histórico e literário.
O Espírito Santo atua no processo da salvação e produz a fé regeneradora. A Bíblia diz
que a fé antecede a regeneração (Ef 2.8; Mc 16.16; Rm 10.9) e assegura que a fé vem pelo
ouvir da Palavra de Deus (Rm 10.17). Nesse aspecto, o Espírito Santo não apenas inspirou as
palavras da salvação, mas também as aplica ao coração humano a fim de regenerar os
pecadores (1 Pe 1.23). Sem esse mover do Espírito não é possível nem aceitar e nem entender
a Palavra de Deus (Mt 13.15; 1 Co 2.14).

Esperando Jesus voltar hoje!


Pb Antonio Vitor de Lima Borba

Referências:
1 – Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 22, nº 84.
2 – BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
3 – SOARES, Esequias. A Razão da Nossa Fé. Rio de Janeiro, CPAD, 2017.
4 – ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

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