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Oregon, Portland

Eu poderia dizer que estava na classificação de pessoas mais infelizes do

mundo. E elas não são poucas. Nasci depois de muitas pessoas e morrerei antes

que todas elas se lembrem da morte.

O cheiro do mar monstruoso daquela noite era predominante nos dias

seguintes. Sentia as estrelas em meus olhos, pois sabia que em alguma parte

daquele momento, eu estava mesmo me divertindo. O olhar dele sempre me

lembrará quem eu sou.

Meu coração batia rápido e forte, assustado como uma criança perdida.

Não tinha um pingo de poder nas mãos e sabia que algo ruim iria acontecer. Era

como se algo me alertasse e dissesse que eu deveria ir devagar. Mas eu fui tão

rápido quanto corro agora.

A respiração ofegante, as pernas quentes e cansadas. Parei para tomar

fôlego, mas a dor se alastrou pelo meu corpo e nele fez moradia. Repousei as

mãos nos joelhos enquanto inclinava o peito para frente, mesmo que ameaçasse
cair no meio da estrada. A súbita doença percorria ceticamente o sangue

drenando nas veias.

Tossi, ainda sem fôlego. Uma bola de sangue saiu dentre os meus lábios

depois de rejeitar a possibilidade de descer pela garganta tão rapidamente quanto

subiu. Passei as costas da mão na boca, o sangue gritava vitória por ter

finalmente escapado do meu sistema em falha.

Eu acreditei que arrastar o braço na testa pudesse me tornar menos frágil

naquele momento, mas ainda me sentia tonta, os pontapés eram tão reais quanto

minha cara sonolenta, onde o suor escorria e os raios solares se propagavam com

tanta facilidade.

Olhei para o cronômetro, marcava quatro minutos e meio. Era o meu pior

tempo, nem no início das corridas eu me saía tão mal quanto depois que o

acidente aconteceu.

Retornei para casa, dois quarteirões de distância de onde comecei a me

sentir mal e me odiar em pensamento. Estava em constante falha, nada do que eu

fazia me trazia resultados melhores ou diferentes de uma alucinação e fraqueza

no corpo. Sentia-me um peso morto, que se arrastava por aí em busca de algo no

qual pudesse se enrolar.

Tinha gente em casa.

Minha mãe espionava tudo pela janela, ela tinha essa mania insolente de

pensar que poderia estar no controle de tudo. E eu continue parada quando ela
correu degraus abaixo e me circundou com um dos seus cobertores que mais

conduzia calor.

— O que pensa que está fazendo, Selena? — embora quisesse gritar e

protestar tão forte quanto às veias que pulsavam no pescoço, Sandra só

perguntou, bem baixinho e no pé do meu ouvido.

Sentia tudo com intensidade, inclusive os espasmos em meu corpo que

faziam questão de me assombrar até o aconchego da casa, principalmente em

suas entranhas.

— Eu estava correndo um pouco. — sentei-me no sofá. Meus dedos

plugaram agilmente na barra do cobertor, repelindo o contato de Sandra sobre

mim.

— Filha... — ela suspirou bem pesado, como se quisesse muito remover

um fardo de suas costas. Cruzou os braços e olhou para um ponto fixo, bem

distante de mim. — Sabe que não pode. Por favor, não se torture dessa forma.

Ter corrido por mais de quatro minutos foi um jeito sutil de despertar a

minha raiva e de anular qualquer vontade de continuar medindo esforços para

chegar a algum lugar, especialmente quando o percurso é longo e você se tornou

uma alma frágil dentro de um recipiente defeituoso.

— Que seja!

Sandra não quis exalar emoção, opinou pela calmaria que alimentava nos

olhos. Em instantes, sentou em seus próprios tornozelos e passou delicadamente


as unhas pelos fios que caiam em meu rosto. Eu respirava fundo, sentia falta de

acesso ao mundo e a tudo que atuava dentro dele.

— Sinto muito.

— Não sinta muito. — a providência foi extremamente ágil. Larguei o

cobertor e andei até o quarto, quase batendo os pés nas quinas dos móveis.

Ela não sentia muito. Ela sentia pena. Sentia medo e sentia minha angústia

ao seu lado. Eu já tinha desistido de muitas coisas, naquela altura. Menos da

corrida. Eu estava com defeito. E não existia efeito colateral pior do que ser um

peso morto para aquilo que parecia a principal razão da sua existência. Minha

índole continuava intacta, mas para que servia senão para o constante lamento e

as doenças oportunistas que esperavam por uma brecha?

Fechei os olhos e torci para morrer bem naquele minuto. A janela estava

aberta e o vento se propagava pelo quarto, crescendo e deixando tudo gelado. Eu

torcia para que um forte resfriado me pegasse e fizesse de mim um corpo frio

num caixão. Mas a gente nunca morre quando quer. E até nisso eu tinha um

problema.

Ia para o colégio andando, todos os dias. Peguei trauma de transportes,

eles sendo públicos ou não. O que certamente não tinha muito a ver com o que

havia me acontecido, mas eu sempre conciliei coisas sem sentido a coisas que

realmente importavam. E, na minha cabeça, acidentes ocorriam assim... Quando

se menos esperava.
Sentia constantes dores de cabeça e ficava com febre quase três vezes ao

dia. Carregava um termômetro na mochila junto com duas embalagens de

tylenol. Fui obrigada, embora pudesse me livrar deles quando passasse pela ponte

sobre a margem de um rio. Cada buraco da cidade me fazia reter uma nova

lembrança. E eu me odiava por imaginar demais. Era uma sonhadora com sonhos

destruídos.

Minha memória não era mais tão boa, por isso tentava detectar todos os

sons do mundo. A falta de clareza me deu alguns momentos quase intermináveis

para pensar. Andava com calma pelos corredores e muitas vezes levava os livros

para todas as aulas, não queria retornar ao armário, porque a combinação me era

um grande desafio.

Mas aquilo aconteceu.

Metade da manhã passei enfurnada numa classe de álgebra, a outra

metade, bem no início dela, passei comendo as frutas muito bem lavadas que

trouxera de casa.

Passei quase quinze minutos segurando entre os dedos um pedaço de

morango, até que ele voou para o outro lado quando as mãos dele colidiram

contra a mim. Não doeu muito, mas aquilo era questão de orgulho e até mesmo

de honra.

Abri os olhos o máximo que pude enquanto levantava a cabeça, com os

cotovelos de pé sobre a mesa contornando a bandeja de alumínio.


— Foi você quem escreveu aquela merda no meu armário? — ele gritou e

me xingou. Parecia estar prestes a começar um ataque físico. Por fora, eu não

dava à mínima. — Eu estou falando com você, Gomez.

Eu estava imobilizada, olhando para ele e pensando no quanto aqueles

olhos me causavam um ódio animalesco. Mil coisas passavam pela minha

cabeça. O sentimento que eu carregava era imenso, mal cabia dentro de mim e

faltava explodir na cabeça. Pensei que pudesse inflar de medo e raiva, pela

intensidade avulsa. Mas nada acontecia. Apesar de tudo, eu nunca desisti de

esperar pelo retorno, mesmo sabendo que a porcentagem de dar certo era igual a

zero. Pessoas ruins têm vidas longas. E Justin tinha muito o que viver ainda.

— Deveria ter morrido junto com o merdinha do seu irmão.

Ele me deixou com muita raiva.

Riu as minhas custas, com seus amigos ao lado, e se virou, pronto para

partir e carregar a glória divina e a vitória de uma discussão que não dei

relevância... Até aquele momento. Vendo-o dar três passos, como se já tivesse

percorrido uma maratona, eu reagi. Segurei fortemente a bandeja de alumínio

entre os dedos e gritei bem alto.

— Você é um fodido do caralho! — ele ficou quieto, de repente. E aos

poucos, foi trazendo a cabeça para trás.

Eu perdi a paciência e fui extremamente estúpida.


A bandeja em meus dedos derrapou pelo espaço que existia entre nós,

alcançando certeiro o rosto esculpido de Justin Bieber, que devido ao impacto

forte da batida, quase voou pelo refeitório. Seu corpo sofreu um sobressalto e

caiu no mesmo instante, deslizando pelo chão corrido e limpo.

Ele abriu os olhos imediatamente. Havia um corte na pálpebra direita e

por pouco não tinha deixado-o cego de um olho. Também, seu nariz sangrava. A

bandeja era enorme e muito dura. Deixou um lado de seu rosto vermelho como

uma rosa de cor viva.

As pessoas estavam paralisadas. Elas censuravam o espanto no olhar,

inclusive o capitão do time de futebol do colégio, que me encarava como se fosse

a caça e eu o caçador. Ele estava imobilizado pela minha raiva e me encarava

profundamente, com medo e assustado ao mesmo tempo. Entretanto, antes de ter

um surto de ataque, Denise atravessou o corredor e os alunos que faziam um

círculo ao nosso redor. Ela olhou para mim, depois para Justin e seu ferimento

para lá de preocupante debaixo do olho. O silêncio se fez presente e uma enseada

de medo caminhou com mais precisão.

(...)

Meu pai era o diretor do colégio e muita gente me odiava por causa disso.

As pessoas gostavam de acreditar que eu recebia algum tipo de imunidade aos

castigos, mas o que muita gente não sabia era que eu passava a maior parte dos
meus dias na detenção tirando goma de mascar das carteiras que ficavam na

biblioteca e também das mesas do pátio.

Justin estava sentado ao meu lado com uma bolsa de gelo na cara. Eu vi

uma oportunidade e a agarrei no mesmo instante. E me sentia grata por não ter

ficado parada.

— Entrem. — Ettore estremeceu enquanto falava.

Justin foi o primeiro a se levantar. E quando já estava na sala da direção,

sentou-se numa das cadeiras como se estivesse em casa, faltou colocar os pés na

mesa e exigir por um café bem quente e doce.

Hesitei, a princípio. Fiquei parada perto da porta até Ettore esbravejar sua

autoridade.

— Eu não sei mais o que fazer com vocês dois. — ele iniciou um diálogo

bem tranquilo, mas sabíamos que não duraria por muito tempo. Bieber tinha um

pavio curto e adorava uma boa briga.

— É isso que você tem para me dizer? — encarei-o pelo canto dos olhos.

— Sua filha quase me cegou com a porra de uma bandeja.

Fechei os olhos com força. Queria tanto chorar, porque me sentia tão

enraivecida e triste ao mesmo tempo... Por tudo. Odiava o mundo e suas voltas.

Nada nele era justo.


— Por que ela te bateu com uma bandeja? — o homem tentou ser

flexível, mesmo sabendo que nada justificava minha agressão contra um dos

filhos do médico mais bem sucedido de Portland.

— Bom, eu não sei, mas ela pichou o meu armário.

— Não pichei a droga do seu armário, cara. — protestei, alto e invocada.

— Acha mesmo que eu vou perder meu tempo com um merda como você? —

provoquei aos risos.

— Merda é você, garota. — ele revidou o insulto com um robusto tom de

superioridade. — Pensa que me engana com seus discursos vitimistas? De boa

você não tem nada, só cara mesmo.

— Eu te odeio! — exclamei, com todas as minhas forças.

Justin ficou sério e calado. Apenas isso.

— Chega! — Ettore tomou a frente. — Justin, espere lá fora.

O louro saltou da cadeira e soltou uma risadinha parcialmente maldosa.

Antes de passar pela porta, olhou com superioridade para o diretor. Depois,

desapareceu junto com a bolsa de gelo que ainda pressionava contra o rosto.

Ettore suspirou.

— Por que pichou o armário dele, Selena?


— Eu não pichei o armário dele. — era difícil de acreditar. Eu era a única

pessoa que detestava o grande capitão do time, e tinha muitos motivos para

querer machucá-lo. — Eu não fiz isso!

— Então quem o fez?

Balancei a cabeça dizendo que não, depois mexi os ombros.

— Dá para acreditar em mim? — meu pai desviou o olhar. — Não, claro

que não.

Essa foi a deixa. Levantei-me e disparei até a saída. Estava exausta,

fisicamente falando. Começava a sentir meu corpo febril e frágil como uma

pétala solta por aí, mas não queria demonstrar indisposição e iniciar uma

conversa sobre HIV.

— Está na detenção.

— Era tudo o que eu mais queria. — provoquei.

Ettore veio atrás de mim, e quando avistou com clareza Justin sentado

numa das cadeiras de espera, perto da recepção, abanou a cabeça no ar e

consertou os óculos sobre o ossinho do nariz.

— Detenção hoje, senhor Bieber.

— Como é? — Justin quase pulou do assento. — Mas eu não fiz nada.


— Sei que você não é nenhum santo. — comentou o mais velho,

despertando a raiva do adolescente. — Ajeitem a biblioteca. Depois, podem ir.

Andei para fora do recinto. Meio distante, ainda ouvia ambos discutirem

um com o outro.

— Sem brigas, ou ficará no banco por cinco jogos. Deve ser uma boa

motivação.

Justin estava dando passos profundos e chutando o chão com raiva. Não

segurava mais a bolsa de gelo, e seu olho estava muito inchado e roxo, com um

rasgado severo na pálpebra inferior, que sacaria a atenção de qualquer um que

por aqui passasse.

Estávamos mesmo andando um do lado do outro, calados como se

fôssemos dois mudos. E quando passamos por um dos corredores,

presunçosamente meus olhos pousaram sobre o armário pichado, no meio de

muitos outros.

SUA MÃE É UMA VADIA FILHA DA PUTA, BIEBER!

Examinei a escrita lentamente, sem entender muito bem a preocupação

que se arrastava pelo meu corpo. Em um movimento extremamente ágil, foquei

meu olhar num ponto distante e finalmente me senti descansar sobre esses

pensamentos. Uma coisa era certa: eu não tinha pichado aquilo, por mais tentador

que pudesse ser.


As pessoas estavam indo para suas respectivas casas ou trabalhos, o

colégio estava ficando cada vez mais vazio enquanto a biblioteca já parecia um

verdadeiro deserto, embora muitos dos livros estivessem espalhados pelas mesas,

amontoados e abertos. A ventania que adentrava a grande sala varria as folhas de

um lado para o outro, meu corpo ficou gelado imediatamente.

— Se eu ficar no banco por sua causa, vai se arrepender, entendeu? — ele

juntava alguns livros e seguia até as estantes no final da sala. — Peguei leve com

você esse tempo todo por causa do seu irmão, mas não pense que vou aliviar sua

barra depois do que fez hoje.

— Por que diabos está falando comigo, cara? Não cansa de fazer da

minha vida acadêmica um inferno?

Bieber largou tudo o que estava fazendo só para forçar uma carranca

profunda. Ele se fez de tonto e colocou as mãos no peito.

— Eu faço da sua vida um inferno? — questionou, fazendo uma breve

alusão.

— Você e aquele bando de idiotas que te seguem como cachorrinhos. —

cerrei os dentes e os punhos ao mesmo tempo. Não havia mais nada que pudesse

me distrair naquele instante senão a cara debochada que ele fez para me chatear.

— Não fazem ideia do quanto odeio vocês.

— Você nos odeia? — Justin pareceu surpreso e ofendido. — Eu que

odeio você, Selena Gomez. Você é a pessoa que eu mais odeio na vida... Você e
a porra do seu irmão morto. — estremeci ao me lembrar daquele acidente, como

se estivesse assistindo tudo acontecer do banco traseiro do carro pela décima vez.

— Vai me bater com uma bandeja de novo?

— Queria poder rasgar a sua garganta. — rosnei baixinho, mas ele

escutou e ficou calado por um tempo.

Justin sabia muito bem dos meus sentimentos de raiva e que eles

poderiam acordar algo bem intenso dentro de mim. Vontade não faltava e a

coragem poderia vir com o tempo.

— Queria que você tivesse morrido naquela noite.

Eu sei que ele disse aquilo só para me magoar. Justin tinha uma mania

visível de exercer grandes poderes. Não aceitava que alguém desse a última

palavra e saísse por cima dele numa discussão. Então, ofendia de um modo

terrivelmente pesado.

— Você é apenas patético.

— Não, você é patética. E todo mundo aqui está cansado de saber disso.

Eu ia devolver tudo na mesma moeda. Ia gritar que desejava vê-lo morto e

que ninguém sentiria falta de suas palavras e atos cruéis, mas eu era mesmo um

recipiente defeituoso que poderia provocar caos a qualquer momento. Foi o que

aconteceu. Senti-me fraca a ponto de ameaçar cair. Sabia que iria me expor para

ele como nunca havia feito antes.


Meu corpo cambaleou, as pernas bambearam e a visão começara a ficar

embaçada, criando camadas duplas de coisas que se moviam ou atropelavam meu

campo de visão.

— O que é? Vai fingir que está passando mal? — Justin riu e balançou a

cabeça. Sua voz vinha como um fio quase inaudível de presão e desagrado. —

Para de ser ridícula, Selena.

Tentei tomar fôlego, mas a dor no peito se alojou da pior forma. Eu gemi

e percebi que isso começou a assustá-lo, embora estivesse um pouco longe do

que acontecia.

— Que merda está acontecendo, garota? — os olhos de Justin ficaram

grandes.

Cuspi uma bolsa de sangue no chão.

Ele ficou aterrorizado.

Contudo, antes que tudo ficasse escuro, o vi correr para apanhar meu

corpo que caia devagar no chão. Eu estava em seus braços quando apaguei e pedi

para que aquele fosse o momento da minha morte, embora estivesse sentindo o

coração dele bater depressa.

Justin Bieber POV.

A mãe dela gritava.


POR QUE DEIXARAM A MINHA FILHA NAS MÃOS DAQUELE

HOMEM?

Era o meu pai na sala com Selena.

Amaldiçoei minha própria falta de autocontrole. Fiquei sentado na sala de

espera por quase duas horas, olhando para o chão e me lembrando sadicamente

do sangue que saltou do seu corpo, como coágulos vivos.

Um tempo depois, os pais de Selena entraram no quarto. Eles não falaram

com o médico que cuidou de tudo. E meu pai parecia aceitar muito bem aquela

situação. Ele segurava a prancheta com as mãos tremendo.

Quando me notou no final da sala com a cabeça entre as pernas, andou

com calma e ronronou.

— O que ainda faz aqui? — parecia mesmo interessado no motivo.

Sentou-se ao meu lado e pousou a caneta sobre a ficha de Selena. — Pensei que

não ligasse para essa garota.

— Não ligo. — respondo muito rapidamente. — Mas eu estava perto

quando ela começou a passar mal, então... Eu causei alguma coisa?

Fred soltou uma risadinha e disse que não.

— A situação é mais complicada do que isso, Justin.


— Ela está bem? — olhei-o às pressas. — Eu meio que desejei que ela

morresse um pouco antes de vê-la passando mal, então... É, ‘tô me sentindo um

pouco culpado.

— A culpa não foi sua. — disse, um pouco mais calmo do que antes. — É

melhor não ficar muito perto dessa garota. Ela é soropositivo.

— Soropositivo?

Meu pai levanta, mas antes de seguir, resmunga:

— Selena Gomez tem AIDS.

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