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Resumo
Abstract
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II Encontro Mineiro de Ensino de Física – EMEFis
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experiences experienced during training and the desire to make a difference in the
lives of their students.
Introdução
Teoria da Autoeficácia
O conceito de autoeficácia foi introduzido por Bandura em 1977 em seu livro
“Self-efficacy: Toward a Unifying Theory of Behavioral Change”. A autoeficácia é
definida como a percepção ou crença do sujeito sobre sua capacidade para organizar
e executar um conjunto de tarefas que o encaminhem para determinadas realizações
(BANDURA, 1997). Segundo a teoria, as crenças de autoeficácia são construídas por
meio de quatro fontes principais de informação: as experiências pessoais,
experiências vicárias, a persuasão social e a excitação emocional.
As experiências pessoais baseiam-se nas experiências prévias dos sujeitos.
Assim, o bom resultado nas tarefas aumentam o senso de eficácia e as expectativas
em relação a tarefas iguais ou semelhantes, e ao contrário, quando não obtêm-se
bons resultados, as crenças de autoeficácia diminuem. As experiências vicárias são
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Aspectos Metodológicos
O corpus deste estudo é composto pelas respostas de um questionário, que
foi aplicado online, contendo 13 questões sobre a entrada no curso de Física, as
contribuições do curso para o desenvolvimento da docência, e a motivação para ser
e permanecer como professor. Os participantes da pesquisa são 31 professores
licenciados em Física pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O critério de
escolha para a participação na pesquisa foi ter cursado Licenciatura em Física na UFU
e, a partir disso, interesse em participar.
Por motivos de recorte, neste trabalho, o foco se dará em torno de duas
perguntas: (a) Você acredita que o curso de Física forneceu o necessário para você
exercer a profissão docente? e (b) Você se sente confiante na atuação docente? A
primeira, visando compreender se os professores sentem-se confiantes quando a sua
formação inicial, e a segunda, objetivando analisar se o professor tem crenças de
autoeficácia elevadas. A análise dos dados foi realizada por meio da Análise Textual
Discursiva (ATD). A ATD é uma metodologia de análise de cunho qualitativo que visa
a produção de novas compreensões sobre os fenômenos e discursos (MORAES;
GALIAZZI,2011).
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Discussões
Buscaremos refletir nesta discussão sobre a relação entre a crença de
autoeficácia e a permanência na carreira de professor de física. Desta forma,
apresentaremos algumas falas que compõem a discussão. Os professores serão
chamados por P1, P2, Pn..., visando não identificá-los.
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me tornei mais humanizada devido aos relatos de vida que tenho deles, me
aprimorei em formas de ensinar para atender os diferentes estilos de
aprendizagem e tudo isso somado a outros aspectos, fez com que eu me
tornasse uma profissional melhor (P19).
Destacamos que o engajamento como professor pode ser maior se eles
perceberem-se aptos em suas atividades, alguns elementos de seus discursos
demonstram que têm crenças de autoeficácia e sentem-se eficazes quanto a sua
atuação. Além disso, podemos ver indícios da importância da relação estabelecida
entre o professor com seus estudantes como motivação para aprender coisas novas
ou buscar aprimorar-se para exercer o seu trabalho.
Não podemos deixar de mencionar os frequentes momentos em que os
professores citam a desmotivação frente a desvalorização profissional. As crenças de
autoeficácia estão presentes, mas, para alguns, outros elementos se tornam
marcantes e influenciam diretamente a escolha por não permanecer na profissão.
Me sinto confiante e preparada para minha atuação, porém me sinto
desmotivada, devido ao baixo salário, falta de estrutura, atrasos de
salário e falta de reconhecimento que o professor da rede pública sofre.
Devido a isso estou na minha segunda graduação e em breve pretendo
abandonar a sala de aula (P2).
Desta forma vemos que não adianta ter professores bem formados se o
exercício da profissão não é atrativo, não é possível desvincular a formação docente
das condições de trabalho da carreira (SAVIANI, 2009).
Considerações Finais
Do discurso dos professores surgem diversos elementos que nos mostram o
que os fazem seguir o caminho da docência, como acreditar que tiverem uma boa
formação, sentir forte relação identitária com os conhecimentos Físicos, relação
professor-aluno, e sentirem-se pertencentes à profissão. Não podemos deixar de
destacar que estudar os aspectos afetivos que os fazem permanecer na carreira é
envolto de complexidade, tendo em vista que outros fatores intermediam essa escolha:
a filosofia de vida, o contexto social e político em que se insere, suas individualidades
etc. Diante dos resultados, verificamos que a motivação para permanecer como
docente parece ser construída, no caso desses professores, por aspectos intrínsecos1
(satisfação pessoal, boa relação professor-aluno, experiência etc.) internalizados das
experiências vivenciadas ao longo da formação e desejo de fazer a diferença na vida
dos seus alunos. A satisfação, gosto ou prazer pela docência, assim como sentir
interesse pelo desenvolvimento dos alunos, tem relação com fatores intrínsecos da
atividade docente (JESUS, 1996), e são estes os que mais influenciam a escolha por
permanecer na profissão. Parece-nos que a identidade relacionada aos
conhecimentos físicos é mais fortemente construída na formação inicial do que aquela
relacionada aos conhecimentos pedagógicos, não conseguimos elementos que
pudessem nos dizer o quanto isso pode afetar a permanência como professor. Os
conhecimentos físicos e a experiência vicária durante a formação, assim como a
experiência pessoal na docência, parecem ajudar a construir crenças elevadas quanto
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Entende-se que a motivação é uma construção que envolve aspectos intrínsecos e extrínsecos dos indivíduos. Os
aspectos intrínsecos são voltados às predileções e satisfações individuais, e os extrínsecos aos fatores externos
relacionados ao contexto histórico e material em que cada professor se encontra inserido.
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Referências
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MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Editora Unijuí, 2011.
NASCIMENTO, M. M. O professor de Física na escola pública estadual brasileira:
desigualdades reveladas pelo Censo escolar de 2018. Revista Brasileira de Ensino de
Física, v. 42, 2020.
PAPI, S. de O. G.; MARTINS, P. L. O. As pesquisas sobre professores iniciantes: algumas
aproximações. Educação em Revista. v.26, n.03, 2010, p.39-56.
SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no
contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, v. 14, n. 40, p. 143-155, 2009.
SIMÕES, B. S. Por que tornar-se professor de Física? Dissertação (Mestrado em
Educação Científica e Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC,
Florianópolis. 138p., 2013.
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