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XIX Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – 2022 1

MOTIVAÇÃO PARA PERMANECER COMO PROFESSOR DE FÍSICA

MOTIVATION TO REMAIN A PHYSICS TEACHER

Maryelly Silva Faria¹, Sandro Rogério Vargas Ustra2


1Universidade Federal de Uberlândia/Faculdade de Educação/Programa de Pós-Graduação em
Educação, maryellyfaria@gmail.com
2Universidade Federal de Uberlândia/Faculdade de Educação/Programa de Pós-Graduação em
Educação, srvustra@gmail.com

Resumo

Constata-se elevado déficit de professores da área de Física atuando nas


escolas de Educação Básica, sendo um dos motivos o pouco interesse em
permanecer na carreira docente. Ser professor de Física implica em inúmeros
desafios, que vão desde o seu fazer profissional às políticas públicas e relações
sociais. Partindo disso, o objetivo desta pesquisa é identificar quais elementos
motivacionais contribuem para que os professores licenciados em Física
permaneçam e se engajem na profissão. Para isso, escolheu-se a Teoria da
Autodeterminação como respaldo à investigação. Os participantes da pesquisa
foram professores da Educação Básica egressos de uma universidade federal
brasileira localizada em Minas Gerais. A análise foi feita a partir de um questionário
aplicado aos professores, pontuando os aspectos motivacionais elencados pelos
docentes sob o ponto de vista da perspectiva teórica. Os elementos que surgem
como favoráveis à permanência na profissão são: formação permanente e
desenvolvimento profissional, boa relação professor-aluno, satisfação pessoal,
feedback e experiência profissional acumulada.

Palavras-chave: Motivação. Professores de Física. Educação Básica.


Teoria da Autodeterminação.

Abstract

There is a high deficit of Physics teachers working in high schools, and one
of the reasons for this is that there is little interest in remaining in the teaching career.
Being a Physics teacher implies countless challenges, ranging from professional
practice to public policies and social relations. Based on this, the objective of this
research is to identify which motivational elements contribute to the permanence and
engagement of Physics graduate teachers in the profession. To this end, the Self-
Determination Theory was chosen as a support for the investigation. The research
participants were high school teachers who graduated from a Brazilian federal
university located in Minas Gerais. The analysis was made from a questionnaire
applied to the teachers, highlighting the motivational aspects listed by the educators
from the point of view of the theoretical perspective. The elements that emerge as
favorable to staying in the profession are permanent training and professional
development, good teacher-student relationship, personal satisfaction, feedback and
accumulated professional experience.
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Keywords: Motivation. Physics teachers. High School. Self-determination


theory.

Introdução

O baixo número de professores licenciados disponível para atuação nas


escolas públicas brasileiras é uma discussão recorrente nas pesquisas de Ensino de
Física (NASCIMENTO, 2020; ANGOTTI, 2006). Esta condição levou a um
crescimento no número de vagas e cursos de licenciatura em Física no Brasil, mas
foi possível verificar que essa ação não trouxe solução ao problema. Elementos
como a evasão dos cursos e a pouca atratividade da carreira docente também se
mostram presentes no cenário da falta de professores (GATTI; BARRETO, 2009).
Dados retirados, por Nascimento (2020), do Censo Escolar realizado em
2018, apontam uma amostra de 44.706 professores atuantes na área de Física na
educação básica. Dos dados gerais do país1, tem-se que nem todos estes
professores têm formação específica na área, apenas nove mil são licenciados em
Física. Assim, o autor destaca o baixo índice de professores licenciados em Física
nas escolas públicas estaduais do Brasil e indica a importância da adequada
formação docente para uma educação de qualidade.
De acordo com o relatório elaborado por Ruiz, Ramos e Hingel (2007), os
possíveis motivos para não seguir na carreira, relatados em trabalho de pesquisa,
são: a baixa remuneração oferecida à classe docente; evasão dos ingressantes nas
universidades; falta de plano de carreira atraente, de valorização social, de políticas
de formação; e baixo número de egressos por ano. As condições de trabalho dos
docentes também apresentam cenários adversos: violência na escola, o descaso
com a saúde física e mental dos professores, poucos recursos para execução do
trabalho etc. (MOREIRA et al., 2012).
Este cenário nos leva a questionar quais aspectos motivam os professores
na carreira docente na Física, tendo em vista os vários desafios que permeiam a
profissão. Estudar a motivação é analisar o que faz as pessoas realizarem
determinadas ações para alcançarem seus objetivos (TAPIA; FITA, 2010). Para
compreender os aspectos que contribuem para a motivação docente, escolheu-se a
Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 2000) como respaldo à investigação.
Na Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 2000) busca-se
compreender o que determina a motivação e quais contextos promovem formas
mais autônomas da mesma. Uma pessoa pode sentir-se motivada intrinsecamente
se valoriza determinada atividade por interesse próprio, ou extrinsecamente, por
coação, como quando espera receber algo em troca pela realização de atividades.
As motivações intrínsecas podem advir das necessidades fisiológicas, psicológicas e
sociais, assim como das cognições e emoções (REEVE, 2006). Quando envolvem
fatores externos, definem-se como motivações extrínsecas. Nesta forma de
motivação, as ações se dão por meio de incentivos ambientais, que podem levar o

1 Entendemos que cada região do país apresenta as suas especificidades e que há


assimetrias para cada uma delas. Assim enquanto alguns estudos pontuais, como Kussuda (2012),
apontam que a carência de professores licenciados em Física não está relacionada à quantidade de
profissionais formados na área, mas à pouca atratividade da carreira, outros, como Nascimento
(2010), destacam o baixo índice de profissionais para atuação. Para informações do censo escolar de
2018 em cada região isolada, consultar Nascimento (2020).
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indivíduo a executar determinada tarefa (BONG, 2001; REEVE et al., 2004). Em


resumo, a motivação pode ser autônoma ou controlada.
Ryan et al. (2009) definem que o bem-estar, a motivação intrínseca e a
regulação autônoma estão relacionados a três necessidades psicológicas básicas:
autonomia, competência e pertencimento. Autonomia é a capacidade de atuar de
forma autônoma para integrar e organizar as próprias ações. A experiência de
autonomia é definida por meio de três qualidades: lócus de causalidade percebido,
escolha percebida e volição. O lócus interno de causalidade ocorre quando o
comportamento é intencional e espontâneo, a regulação é pessoal, e existe
sensação de que as ações do sujeito geraram mudanças no ambiente. Caso as
recompensas sejam extrínsecas, o sujeito sente que está sendo controlado por meio
das recompensas e que só realiza a ação para cumprir exigências externas. A
escolha percebida é a percepção de ter possibilidades de escolha sobre as próprias
ações. Já a volição tem relação com a liberdade psicológica, onde o sujeito sente
que executa um comportamento por sentir vontade, interesse, necessidade pessoal
e não por pressão ou coação (REEVE, 2006; BZUNECK, GUIMARÃES, 2010). A
competência é a necessidade que o sujeito apresenta de interagir de modo eficaz
com o ambiente. E, por fim, a necessidade psicológica básica de pertencimento está
relacionada à tendência de estabelecer envolvimento e vínculo emocional com
pessoas próximas.
Concordamos com Schwartz (2014) sobre a inexistência de ausência de
motivação, o docente sempre apresentará alguma motivação para atuar na
profissão, seja ela de cunho pessoal, afetivo, econômico ou por influência de
familiares e amigos. Desta forma, a pesquisa aqui apresentada busca identificar
quais elementos motivacionais contribuem para que os professores licenciados em
Física permaneçam e se engajem na profissão.

Contexto e metodologia da pesquisa

Tendo em vista que esta pesquisa busca compreender quais aspectos


contribuem na motivação dos professores de Física, utilizou-se neste trabalho a
abordagem qualitativa. Essa escolha se deu por denotar que a pesquisa realizada
está envolvida em um contexto particular que abarca dimensões subjetivas, assim
como a linguagem, representação e organização social dos sujeitos (ESTEBAN,
2010).
A constituição do instrumento de coleta, olhar de análise e organização dos
dados se deu por meio da Teoria da Autodeterminação, que apresenta os
componentes e fatores que se relacionam com a motivação humana por meio de
reflexões sobre o comportamento motivado (intrínseco e extrínseco), do processo de
internalização deste comportamento, e de fatores que promovam a motivação
autodeterminada ou autônoma. Considera-se que o ser humano é ativo e busca pelo
desenvolvimento nas necessidades psicológicas inatas e nas condições ambientais
que favorecem a motivação. Assim, a teoria possibilita avaliar a motivação de
professores em contextos específicos de formação e ambiente escolar (BZUNECK,
GUIMARÃES, 2010).
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A pesquisa foi direcionada a licenciados em Física de uma universidade


federal brasileira2. O corpus é composto das respostas discursivas dos professores a
um questionário contendo 13 questões abertas, divididas em quatro blocos sobre:
(1) o levantamento do perfil do professor; (2) os elementos da formação inicial que
foram relevantes para a construção da identidade e para o desejo de atuar como
docente; (3) a qualidade motivacional em relação à formação e ao trabalho; e (4) a
confiança no trabalho que desenvolve. Destaca-se aqui o bloco três,
especificamente sobre a motivação em relação ao trabalho docente. Assim, esta
comunicação é composta pelas respostas dos professores à seguinte pergunta: Em
que aspectos você se sente motivado com a carreira docente? Obteve-se um
retorno de 34 professores de Física atuantes na Educação Básica.

Resultados e discussões

A motivação para permanecer e engajar na profissão pode ser deduzida com


base nas expressões de gosto ou satisfação em ser professor, no interesse por
manter-se em formação e na boa relação com o ambiente de trabalho. Para isso, as
necessidades psicológicas básicas de autonomia, competência e pertencimento,
precisam ser satisfeitas. Quando o sujeito sente-se frustrado em uma delas, todas
as outras são prejudicadas. Das análises, apenas quatro professores expressaram,
explicitamente, sentimento de satisfação pessoal com a docência, demonstrando,
assim, lócus interno de causalidade e volição.
Reitero que o que motiva é poder fazer "algo" para mim e para os outros. Eu
não seria o mesmo se não fosse professor. A experiência de ser
professor me propicia conhecer sem parar. Acredito que como professor
busco cada vez um refinamento do meu pensamento crítico/reflexivo.
Sendo assim, mesmo que eu seja bastante limitado, a carreira docente me
motiva a aprender e a acreditar que ser diferente não é problema, ainda
que muitos me digam isso o tempo todo (P16).
Por mais de 3 anos fui estagiário do museu *. Fui membro do laboratório * e
do *3. A vivência no museu e no laboratório me deram o encaminhamento
necessário para escolher a carreira docente, na qual sou muito realizado
hoje (P28).
Alguns ambientes levam os professores a sentirem-se autônomos quanto ao
seu comportamento.
Abordar a física que é um assunto que eu gosto, falar de tecnologia e
utilizar experimentos em sala de aula, tanto os constituídos de objetos
físicos, como as simulações, a exemplo as do PHET (P10).
Falas como a do P10 descrevendo que gosta de utilizar experimentos e
simulações corroboram com a percepção de autonomia no ambiente, por evidenciar
que o faz por gosto, e não por exigência da instituição de trabalho.
Ao descrever o trabalho, professores costumam mencionar questões de
relação interpessoal. Eles se sentem bem na sala de aula, consideram que é uma

2 A proposta foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, por meio da plataforma Brasil,
mediante o protocolo de número 38343520.7.0000.5152.
3 Os nomes foram suprimidos de forma a garantir o anonimato.
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profissão que possibilita aprendizado constante e/ou acreditam que podem


transformar a vida das pessoas, conforme exemplificado abaixo:
Ser uma agente de mudança na vida do aluno, alguém provoca uma
sensação de que ele capaz de melhorar de vida pelo estudo (P23).
É uma carreira que me permite contribuir com a sociedade e transformar
a vida das pessoas. Do ponto de vista pessoal, ser professor me faz ter
que estudar sempre, o que é algo que eu gosto (P13).
Com a possibilidade de continuar aprendendo e se manter atualizado da
realidade nas novas gerações (P27).
Estas falas mostram algum nível de importância pessoal e valorização
consciente da profissão, assim é possível verificar um lócus de causalidade interno.
Essas características podem ser consideradas como constituintes de um nível mais
autodeterminado de motivação.
O princípio teórico de autonomia ancora-se em três aspectos: envolver-se
em alguma atividade por vontade própria, dirigir as próprias ações sem pressão
externa, e ter possibilidade de tomar decisões. Partindo desse princípio, acredita-se
que os professores apresentam percepção de autonomia, tendo em vista que não
demonstram estar na profissão para ceder à pressão social quanto às formas de
trabalho.
Os docentes participantes da pesquisa apresentam muitos elementos que
mostram que estão em processo de formação permanente, seja descrevendo que a
profissão possibilita aprendizado constante, ou realizando atividades
complementares à formação. Apenas cinco não demonstraram estar em busca de
desenvolvimento profissional ou aperfeiçoamento de ensino. Muitos citam que as
experiências que tiveram na formação inicial os estimularam a procurar a formação
permanente. Isto demonstra que valorizam a atividade docente e sentem-se
competentes para realizá-la, caso contrário, não estariam esperando resultados por
meio de suas ações.
Tenho feito cursos de aperfeiçoamento em “Tecnologias Digitais na
Educação” (TDE) e de Extensão de Divulgação Científica; participado de
ação de extensão IX Café com Ciência: o Ensino de Ciências para outros
Cenários Educacionais; participado de grupos de pesquisa; criado página e
grupos fechado em sites mediadores de redes sociais; etc. Espero ser
capaz de: propor situações-problema para fomentar questionamentos
e ideias que levem os estudantes a pensar e se posicionar diante da
diversidade imbricada de fenômenos científicos (P16).
Dos 34 professores participantes da pesquisa, 29 apontaram que se sentem
confiantes quanto ao conhecimento do conteúdo, e também demonstram senso de
competência direcionado ao aprimoramento de si frente à profissão. Além disso, eles
realizam atividades de formação complementar por interesse ou vontade própria.
Nenhum deles citou que busca desenvolvimento profissional por exigência da
instituição de trabalho. Essa sensação de controle sobre a própria ação fortalece a
percepção de competência.
Outro fator importante para sustentar a necessidade de competência é o
feedback, como pode ser visto nas falas abaixo. Os professores mostram que se
sentem afetados pelo feedback dos estudantes, seja ele positivo, negativo, ou o que
gera maior ansiedade nos professores: a ausência de feedback. Isso pode aumentar
ou diminuir a percepção de competência e, consequentemente, a motivação mais
autodeterminada.
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O maior aspecto é quando temos retorno dos nossos alunos, o carinho,


a atenção, a gratidão e principalmente, quando você vê, que com a
paciência e compreensão ajudamos individualmente eles superarem suas
dificuldades de aprendizagem ou aprenderem algo novo. [...] é apenas
complicado sentir confiança quando não sinto contrapartida vinda dos
alunos durante uma aula que foi bem preparada. (P17)
Os alunos apoiam e elogiam minhas ações pedagógicas. Isso viabiliza
um trabalho com qualidade. Ainda tenho contato com professores,
Cleitinho, Sandy, João inventor, Pimentinha 4 e estas parcerias tornam
possíveis parcerias entre a escola pública e a universidade (P28).
Nas falas dos professores acima, também é possível identificar a percepção
de pertencimento à profissão. La Guardia e Patrick (2008) apontam que a
necessidade de pertencer tem relação com a formação de laços interpessoais fortes
e estáveis. Dos questionários, pôde-se perceber a importância da relação professor-
aluno para a sensação de bem-estar e motivação, tendo em vista que a maioria
respondeu que é a troca com os estudantes que os motiva a permanecer na
profissão docente. Oliveira (2017), após realizar pesquisa psicométrica sobre a
motivação autodeterminada de professores, mostrou que quanto mais satisfeita a
percepção de pertencimento, menos desmotivado ele é para o trabalho. Este
elemento torna-se importante, pois sentir-se pertencente favorece o estabelecimento
das relações e fortalecimento das necessidades psicológicas de autonomia e
competência (RYAN; DECI, 2000).
Em suma, os aspectos levantados como favoráveis à permanência na
profissão, pelos docentes participantes desta pesquisa, podem ser vistos na Figura
1.
Figura 1: Aspectos favoráveis à permanência e engajamento na profissão.

Fonte: Elaboração dos autores.


Desses elementos, infere-se que os professores estão mais próximos da
motivação autodeterminada do que da desmotivação ou motivação
predominantemente extrínseca. Não se pode deixar de mencionar que é recorrente
o discurso sobre a desmotivação frente à desvalorização profissional. Os

4 Os nomes dos professores foram modificados para preservar suas identidades.


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sentimentos de competência e pertencimento estão presentes, mas, para alguns, os


aspectos afetivos não são suficientes para mantê-los motivados. Os fatores
extrínsecos que podem contribuir para a insatisfação com o trabalho são: baixo
salário, pouca valorização, estrutura inadequada para desenvolver a prática etc.
Assim, entende-se que a motivação extrínseca, por meio de recompensas, também
é necessária para que as instituições possam motivar os professores no trabalho
(CHIAVENATO, 1999).

Considerações Finais

Da análise realizada, acredita-se que a maioria dos professores participantes


da pesquisa possuam senso de autonomia, competência e pertencimento, que
apoiam a sua permanência na profissão. Além disso, observa-se que apresentaram
engajamento para aprender e orientar seus alunos. Os docentes demonstram algum
nível de satisfação pessoal, que os motivam a se engajarem em suas atividades.
Quanto àqueles desmotivados, entende-se que as pessoas não se sentem
motivadas o tempo todo. Algumas condições do meio podem mudar e, apesar dos
percalços, o professor voltar a sentir-se motivado em algum nível com a carreira
docente. Destaca-se que apenas a remuneração financeira não é suficiente para
manter a motivação, é preciso valorizar os profissionais no reconhecimento das
ações desenvolvidas por eles. Os professores não apontaram apenas a insatisfação
salarial como desmotivante, também descreveram que sentem-se pouco
reconhecidos e valorizados enquanto profissionais. Assim, a valorização e o
reconhecimento funcionariam como incentivo para satisfazer suas necessidades
individuais, consequentemente atuando na diminuição dos percalços para continuar
em seu trabalho. As preocupações que giram em torno da formação e educação dos
docentes não desaparecem e são discussões contínuas da educação, um dos
motivos é a relação direta desses profissionais com o desempenho das escolas.
Sem investimento na formação dos professores e valorização profissional não será
possível enxergar grandes desenvolvimentos na educação básica, e até mesmo na
superior (MORAES, 2019).

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