Você está na página 1de 3

“A indústria cultural e o mito de que o passado era melhor”

Nada que vem da grande mídia é por acaso. As grandes mídias podem ser chamadas de
“Midia burguesa”, isso porque eles são propriedades da burguesia não só como a TV,
mas também as redes sociais entre outros. Essa classe social faz parte da dominância e
atende aos interesses da burguesia, servindo como uma “boca” para a classe dominante,
usada para mudar toda mentalidade da sociedade por meio de suas ideologias a partir
dos meios de comunicação controlados pela elite. O campo de direita é o lado político
que exemplifica a burguesia, como por exemplo a maioria dos jornais possuem uma
característica de uma direita liberal que é onde se encontram.

A indústria cultural foi desenvolvida pela burguesia no começo do século 20 quando


revoluções estavam rodando pelo mundo como tentativa de domesticar a classe
trabalhadora. A cultura tem o poder de moldar as nossas subjetividades, ou seja, atuando
no nosso jeito de viver, pensar e de sentir o mundo. Ela também é colocada no
capitalismo como uma extensão do mundo do trabalho para nossa vida supostamente
particular, a mesma burguesia que explora nosso trabalho é a mesma que ao mesmo
tempo produz o entretenimento que iremos consumir. A indústria cultural possui uma
característica chamada de padronização das formas culturais que seria um padrão para
os filmes, séries, programas etc., que faz com que tudo seja bem previsível narrando a
mesma história ou com letras de músicas parecidas, prezando pela lucratividade e não
pelo conteúdo. A massificação cultural é outra característica importante para se entender
sobre a indústria cultural, que conta como se a cultura fosse só mais um produto
renovado e produzido incansavelmente sem parar. Fetichismo da mercadoria seria dar
um valor a mercadoria, atribuir um valor social que ela não tem por si só como por
exemplo a “Coca-Cola” e a “Skol”. Outra característica dessa indústria é que ela abraça
todos os públicos, lucrando em cima de seus interesses. Expropriação do esquematismo
que seria quando a indústria cultural tira seu intelecto, sua sabedoria e sua autonomia
em interpretar algo.

O mito de que o passado era melhor pode ser contado por meio de filmes e séries de
época que a indústria cultural distorce com contextos históricos para vende-los ao invés
de informar sobre tal assunto. Geralmente essas obras contam como personagens de
elite e classe alta como protagonistas e dificilmente contando sobre a classe
trabalhadora, escravos ou pobres. Essa indústria tem a função de apagar a história
desses oprimidos e explorados, retratando mais a memória do que a história, maquiando
os acontecimentos ruins e exaltados apenas os momentos bons.

“Quais as relações entre o futebol, política no Brasil”

Por que o futebol brasileiro é tão importante para o Brasil? De fato, o Brasil gosta de se
ver como país do futebol.

O primeiro elemento fundamental é que o futebol quebra hierarquias. Durante a partida


pouco importa se você tem diploma, filho de alguém importante, tem dinheiro, ele
iguala a todos, quebrando a hierarquia social. O segundo elemento sobre o futebol é a
consciência coletiva do pertencimento, que nos mostra que pessoas desconhecidas se
tornam uma “família” a partir do momento em que por exemplo você abraça um
desconhecido da mesma torcida quando seu time faz gol. Durkheim vai chamar isso de
solidariedade mecânica, “todos nós temos um pertencimento a algo que é anterior a nós
mesmos como indivíduos”. Temos o exemplo aqui no Brasil quando nasce alguém, essa
pessoa já vem com nome, religião e um time para torcer escolhidos pelos parentes e que
pode gerar um conflito caso queira torcer para outro.

O sucesso ou fracasso do time depende dessa família que vai se unir para torcer nos
estádios etc. Temos o futebol como uma guerra simbólica, criado na Inglaterra no século
19 como uma forma de controle social disputados por operários, diferentemente de
quando chega ao Brasil que é trazido pela elite. Ele funciona como um elemento de
pacificação social, que por incrível que pareça, o que torna o futebol tão relevante é que
se é difícil fazer gol, sendo uma mera consequência de algo mais importante que é a
luta. Todas as regras privilegiam a defesa do jogo.

Décio de Almeida Prado, crítico de teatro, cita que “surpreende à primeira vista ou
surpreenderia se já não estivéssemos tão acostumados a disparidade existente entre a
enorme extensão do campo do futebol, mais de 7 mil metros quadrados em condições
ideais e a relativa exigibilidade do gol, parece muito campo para pouco gol como se a
intenção de quem regulamentou o jogo fosse dificultar ao máximo a obtenção de
pontos. O desafio próprio do futebol, sua marca distintiva, sua singularidade, está em
que nele se permite o uso de todas as partes do corpo exceto as mais eficientes do ponto
de vista físico. Aprender a jogar futebol é aprender a controlar a bola sem o auxílio das
mãos.” Menos emoção frequente, mais emoção intensa, tornando o futebol algo
eletrizante. Esse esporte é bastante popular por ser algo em que qualquer um pode jogar,
em qualquer lugar do mundo. Pessoas que foram derrotadas por toda vida, tem chance
de vencer com o futebol, sendo possível muitos momentos importantes ocorrerem longe
do gol, com a expectativa de que algo grande pode acontecer a qualquer momento. Um
craque faz a diferença, aquele sujeito sozinho, que pode ter sido marginalizado, porém
os clubes vão querer saber dele.

Você também pode gostar