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O conto que eu escolhi para esta apresentação oral, foi “memórias de uma forca” de

Eça de Queirós. Este conto embora tenha sido escrito 1867, está presente no livro
Contos de Eça.
Fazendo uma breve contextualização sobre o autor:
Eça de Queirós:
-Nasceu a 25 de Novembro de 1845 na Póvoa de Varzim
-Morreu a 16 de Agosto de 1900 em França
-Autor do livro Os Maias(falado em sala de aula)
-Era diplomata, romancista e contista
-Uma característica que distingue a escrita de Eça de Queirós é o seu realismo e a
crítica social que apresenta nas suas obras.O realismo e a ironia são então
características marcantes na sua escrita que o fazem distinguir como um dos grandes
escritores do realismo em Portugal.

-Na primeira parte do conto o narrador fala do seu conhecimento sobre os escritos da
forca que teve contato por um modo sobrenatural e já faz a primeira oposição a qual
podemos considerar a mais importante: entre a árvore e a forca, a árvore é a
conhecedora dos mistérios da natureza e a forca dos mistérios do homem. O que
difere as duas são que o ser enquanto árvore faz parte da natureza, enquanto forca
está na cidade, as experiências fazem com que a forca viva os dois opostos, porém na
sua essência continua a narrar como o mesmo ser, a forca não se transforma na
essência, assim podemos verificar que não há determinismo, pois a árvore não muda
o seu comportamento quando muda de ambiente, mas apenas padece por aquilo que
ocorre. Podemos também aqui observar uma forte característica de Eça, pois ele
demonstra nas suas obras amor à natureza e em alguns momentos o homem como a
causa do mal. O mal aqui é demonstrado quando o homem tira a árvore da natureza.
Nesse primeiro momento, também, o narrador informa-nos sobre o final, em que a
forca apodrece e morre. Antes de dar início as memórias ele informa que os escritos
que possui são somente uma história, mas curiosamente nessa história já temos um
começo, meio e um fim.

-Sobre o autor ter escolhido um carvalho para narrar,como a árvore, possibilita-nos


vermos o culto que Eça tem da natureza, que chega até a torná-la sagrada a sermos
informados das oposições entre a natureza e a cidade, como o mundo imaginário -
mundo real. O ambiente cria uma moldura para os sentimentos da árvore, quando na
natureza é serena, porém também triste, mas uma tristeza não da forma perturbadora,
mas sim compassiva,dizendo: "Desde pequeno fui triste e compassivo”.

-Ocorre então um segundo momento que é marcado pela frase "Eu tinha que entrar na
vida da realidade", a realidade é uma visão de que a natureza é vista somente para
servir os homens. Só tem valor quando os seus elementos são tirados do seu meio, ou
melhor que esse é o destino dela, ser tirada do seu meio ambiente. Vemos nesse
processo de cortarem e levarem o carvalho.O narrador mostra duas coisas
importantes: continua vivo narrando com o mesmo espírito de árvore e a oposição
entre a cidade e a natureza que se forma. Essa transição que ocorre podemos aludir
ao momento que Eça vivia que era o de transição do romantismo para o realismo, a
natureza e as coisas profundas da nossa existência em oposição a realidade, a vida
como ela é e as relações sociais, podemos citar a pena de morte como execução e o
barulho que há na cidade, como o próprio carro que o leva, ligados ao realismo.

-A questão da pena de morte em portugal é indispensável.(ler excerto do texto) Com 3


anos de existência sendo forca, descreve todos que matou: pensador, político,
combatentes da luz, aludindo às
perseguições políticas e religiosas, podemo nos lembrar de um autor que foi
perseguido,
Almeida Garrett. A execução por pena de morte em Portugal acabou em junho de
1867 porum decreto sancionado por D. Luís, mesmo ano no qual Eça escreveu esse
folhetim.Na época da abolição, assim como em outros países, a decisão de abolir a
pena de morte estava associada a uma mudança de perspectiva em relação aos
direitos humanos, ao reconhecimento do valor da vida e à evolução das ideias sobre
justiça penal. Desde então, Portugal manteve uma posição consistente contra a
aplicação da pena de morte.

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