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Como Funciona
Aparelhos, Circuitos e
Componentes Eletrônicos
Volume 11
Newton C. Braga
Patrocinado por
2
São Paulo - Brasil - 2021
Instituto NCB
www.newtoncbraga.com.br
leitor@newtoncbraga.com.br
Nosso Podcast
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
- Volume 11
Autor: Newton C. Braga
São Paulo - Brasil - 2021
Palavras-chave: Eletrônica – aparelhos eletrônicos –
componentes – física – química – circuitos eletrônicos – como
funciona
Copyright by
INTITUTO NEWTON C BRAGA.
1ª edição
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Índice
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE..........................................................9
APRESENTAÇÃO......................................................................11
COMO FUNCIONAM OS ACOPLADORES E CHAVES ÓPTICAS........12
ACOPLADORES ÓPTICOS.........................................................13
CHAVES ÓPTICAS....................................................................17
CARACTERÍSTICAS...................................................................19
CARACTERÍSTICAS GERAIS......................................................22
UTILIZAÇÃO.............................................................................23
CONCLUSÃO............................................................................23
RELÉS DE ESTADO SÓLIDO.......................................................24
TIPOS DE RELÉS DE ESTADO SÓLIDO......................................26
DETECTOR DE PASSAGEM POR ZERO......................................28
SCR E TRIAC COMO RELÉS......................................................29
CIRCUITOS PRÁTICOS COM OPTO-ACOPLADORES...................30
PROTEÇÃO DE ENTRADA.........................................................34
MOC3010/MOC3020................................................................34
CONFIGURAÇÕES COM SEMICONDUTORES COMUNS..............36
CONCLUSÃO............................................................................36
COMO FUNCIONAM OS MOTORES DE PASSO.............................37
O QUE SÃO OS MOTORES DE PASSO?.....................................37
APLICAÇÕES TÍPICAS...............................................................38
TIPOS DE MOTORES DE PASSO................................................40
MODOS DE EXCITAÇÃO:..........................................................42
CONCLUSÃO............................................................................45
COMO FUNCIONAM OS REED-SWITCHES....................................46
COMO USAR UM REED-SWITCH...............................................48
APLICAÇÕES PRÁTICAS............................................................50
Reed-relé....................................................................50
Sensor de corrente.....................................................51
Sensor de proximidade...............................................52
Sensor de posição......................................................53
Chave comutadora.....................................................54
Contador de rotações.................................................54
CONCLUSÃO............................................................................55
5
COMO FUNCIONAM OS SENSORES DE DESLOCAMENTO..............56
SENSORES DE DESLOCAMENTO..............................................56
Potenciométricos........................................................57
Capacitivo..................................................................59
LVDT – Linear Variable Differential Transformer.........62
Transdutores Codificados (CDT).................................63
TIPOS COMERCIAIS..................................................................68
CONCLUSÃO............................................................................69
COMO FUNCIONAM OS SERVOS................................................70
O SERVO BÁSICO.....................................................................70
COMO FUNCIONA....................................................................73
CIRCUITO PRÁTICO.....................................................75
CONCLUSÃO............................................................................78
COMO FUNCIONAM OS MOTORES DE INDUÇÃO..........................79
COMO FUNCIONA....................................................................79
TIPOS......................................................................................84
Tipo A.........................................................................84
Tipo B.........................................................................84
Tipo C.........................................................................84
Tipo D.........................................................................84
PROJETO..................................................................................85
CONCLUSÃO............................................................................85
COMO FUNCIONAM AS CAIXAS DE REDUÇÃO PARA PEQUENOS
MOTORES................................................................................86
REDUTORES COMERCIAIS........................................................91
UTILIZAÇÃO DA CAIXA DE REDUÇÃO.......................................94
CONCLUSÃO............................................................................96
POLIAS E ENGRENAGENS.........................................................97
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME (M.C.U).............................99
TRANSMISSÃO DO M.C.U.......................................................100
COMO FUNCIONA - PROBLEMAS DE LATÊNCIA EM
MICROCONTROLADORES........................................................103
LATÊNCIA POR SOFTWARE....................................................104
USANDO HARDWARE.............................................................107
IMPORTÂNCIA DE CONHECER LÓGICA DIGITAL......................108
COMO FUNCIONA A CRIPTOGRAFIA QUÂNTICA........................109
COMO FUNCIONAM OS MOTORES ELÉTRICOS – TODOS OS TIPOS
............................................................................................112
6
FUNDAMENTOS.....................................................................112
MOTOR DC COM ESCOVAS....................................................116
PERDAS NOS MOTORES DC...................................................122
Perdas nos enrolamentos.........................................123
Perdas pelos contatos..............................................123
Perdas no Ferro........................................................124
Perdas por Fricção....................................................124
Perdas por Curto-Circuito.........................................124
OUTRAS PERDAS...................................................................125
Ripple de Torque......................................................125
Desmagnetização.....................................................126
Ressonância Mecânica.............................................127
Contra - FEM Induzida..............................................127
Motores sem Escovas...............................................128
O MOTOR TRAPEZOIDAL........................................................132
O MOTOR SENOIDAL..............................................................134
TORQUE CONSTANTE............................................................134
SERVOS HÍBRIDOS.................................................................135
MOTORES DE ACIONAMENTO DIRETO...................................137
CONCLUSÃO..........................................................................138
COMO FUNCIONAM OS DIVERSOS TIPOS DE MICROFONES.......139
TIPOS DE MICROFONES.........................................................140
Microfone de carvão.................................................140
Microfones de cristal................................................141
MICROFONE DINÂMICO..........................................................142
Microfones de eletreto..............................................144
Outros tipos..............................................................146
CARACTERÍSTICAS DOS MICROFONES...................................147
Impedância..............................................................147
Sensibilidade............................................................147
Curva de Resposta...................................................148
Curva de Diretividade...............................................149
CONCLUSÃO..........................................................................150
COMO FUNCIONA A CAIXA PRETA..........................................151
SENSORES ULTRASSÔNICOS..................................................153
COMO FUNCIONA..................................................................153
TIPOS DE SENSORES.............................................................157
CUIDADOS NO USO...............................................................158
Reflexões indevidas.................................................158
Região limite............................................................159
7
Características direcionais........................................160
Utilização de cornetas..............................................160
O fenômeno da Reverberação..................................161
Uso Correto..............................................................162
CONCLUSÃO..........................................................................163
METAMATERIAIS - NOVAS PERSPECTIVAS PARA A ELETRÔNICA 164
O QUE SÃO OS METAMATERIAIS............................................164
UM PASSO ALÉM....................................................................167
CRIANDO OS PRIMEIROS METAMATERIAIS.............................168
APLICAÇÕES NO FUTURO......................................................170
OUTROS MAIS DE 160 LIVROS DE ELETRÔNICA E TECNOLOGIA DO
INCB.....................................................................................171
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NEWTON C. BRAGA
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE
Esta é uma série de livros que levamos aos nossos leitores
sob patrocínio da Mouser Electronics (www.mouser.com). Os
livros são baseados nos artigos que ao longo de nossa carreira
como escritor técnico publicamos em diversas revistas, livros e no
nosso site. São artigos que representam 50 anos de evolução das
tecnologias eletrônicas e, portanto, têm diversos graus de
atualidade. Os mais antigos foram analisados com eventuais
atualizações. Outros pela sua finalidade didática, tratando de
tecnologias antigas e mesmo de ciência não foram muito
alterados a não ser pela linguagem que sofreu modificações. Os
livros da série consistirão numa excelente fonte de informações
para nossos leitores.
Os artigos têm diversos níveis de abordagem, indo dos
mais simples que são indicados para os que gostam de
tecnologia, mas que não possuem uma fundamentação teórica
forte ou ainda não são do ramo. Neles abordamos o
funcionamento de aparelhos de uso comum como
eletroeletrônicos, não nos aprofundando em detalhes técnicos
que exijam conhecimento de teorias que são dadas nos cursos
técnicos ou de engenharia.
Outros tratam de componentes, ideais para os que
gostam de eletrônica e já possuem uma fundamentação quer seja
estudando ou praticando com as montagens que descrevemos
em nossos artigos. Estes já exigem um pequeno conhecimento
básico da eletrônica. Estes artigos também vão ser uma
excelente fonte de consulta para professores que desejam
preparar suas aulas.
Temos ainda os artigos teóricos que tratam de circuitos e
tecnologias de uma forma mais profunda com a abordagem de
instrumentação e exigindo uma fundamentação técnica mais alta.
São indicados aos técnicos com maior experiência, engenheiros e
professores.
Também lembramos que no formato virtual o livro conta
com links importantes, vídeos e até mesmo pode passar por
atualizações on-line que faremos sempre que julgarmos
necessário.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
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APRESENTAÇÃO
Saber como funcionam componentes, circuitos e
equipamentos eletrônicos é fundamental não apenas para os
profissionais da eletrônica que usam de forma prática a
tecnologia em seu dia a dia como também para aqueles que não
sendo técnicos, mas possuindo certo conhecimento, precisam
conhecer o funcionamento básico das coisas.
São os profissionais de outras áreas que, para usar melhor
equipamentos e tecnologias precisam ter um conhecimento
básico que os ajude.
Assim, tratando de conceitos básicos sobre componentes e
circuitos neste primeiro volume e depois de equipamentos
prontos num segundo, levamos ao leitor algo muito importante
que já se tornou relevante em recente estudo feito por
profissionais.
A maior parte dos acidentes que ocorrem com o uso de
equipamentos de novas tecnologias ocorre com pessoas que não
tem um mínimo de conhecimento sobre o seu princípio de
funcionamento.
A finalidade deste livro não é, portanto, ajudar apenas os
estudantes, professores e profissionais, mas também os que
usam tecnologia no dia a dia e desejam saber um pouco mais
para melhor aproveitá-la e não cometer erros que podem
comprometer a integridade de seus equipamentos e até causar
acidentes graves.
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ACOPLADORES ÓPTICOS
Num acoplador óptico temos um LED emissor e um
elemento sensor encerrados num mesmo invólucro hermético que
não pode receber luz externa, conforme mostra a figura 2.
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CHAVES ÓPTICAS
As chaves ópticas são diferentes dos acopladores ópticos
no sentido de que seu acionamento é feito por algum tipo de
objeto que se interpõe ao feixe de luz que vai do elemento
transmissor (LED) ao elemento receptor (que pode variar
conforme a aplicação).
Na figura 9 temos a estrutura típica de uma chave óptica
que encontra uma enorme gama de aplicações em sistemas de
controle.
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CARACTERÍSTICAS
Para os profissionais que trabalham com acopladores
ópticos e chaves ópticas é importante saber interpretar as suas
características elétricas e gerais. Assim, separamos essas
características em três grupos: do emissor, do receptor e gerais.
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Características do receptor:
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b) Foto diacs
Para os acopladores com fotodiacs duas são as
características que normalmente são especificadas. A primeira é a
corrente de pico do diac quando ele dispara. Essa corrente é
importante pois ela deve ser intensa o suficiente para disparar o
TRIAC externo. Os tipos da série MOC, por exemplo, possuem
correntes de pico de 1 A, o que é mais do que suficiente para
disparar a maioria dos TRIACs comuns
Também neste caso, como segunda característica
importante temos a dissipação máxima do componente, dada em
mW para uma temperatura de referência e um fator de
degradação para cada grau centígrado de elevação.
c) Circuitos disparadores
Para os circuitos disparadores temos informações sobre
sua compatibilidade com lógica TTL e CMOS, velocidade máxima,
e tensão máxima de alimentação.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
A característica geral mais importante de um isolador
óptico é a tensão de isolamento. Normalmente especifica-se o
pico de tensão máxima que pode aparecer entre qualquer ponto
do receptor e o do emissor suportado pelo dispositivo. Os tipos
comuns podem ter tensões de isolamento de 5000 a 8000 V
tipicamente.
Também é dada como característica geral do dispositivo, a
dissipação máxima, que é a soma da dissipação máxima do
emissor e do receptor, em mW à temperatura ambiente, com um
fator de degradação.
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UTILIZAÇÃO
A maioria dos isoladores ópticos e das chaves ópticas é
fornecida em invólucros DIL e SMD de fácil utilização. Seu
tamanho reduzido permite uma instalação fácil em qualquer placa
de circuito impresso.
No entanto, ao usar um isolador óptico ou uma chave
óptica o projetista deve estar atento para suas características na
aplicação específica.
De um modo geral podemos dar as seguintes
recomendações:
CONCLUSÃO
Acopladores e Chaves ópticas podem ser usados numa
infinidade de aplicações em que se exija transferência de sinais
entre circuitos de forma isolada.
A segurança da transferência óptica garante a integridade
dos equipamentos e de quem o manuseia.
O uso de chaves e acopladores ópticos como relés de
estado sólido é outra opção que deve ser levada em conta ao se
analisar esses componentes. Enfim, o leitor projetista deve estar
atento às características desses componentes de baixo custo,
eficientes e fáceis de obter ao pensar num novo projeto.
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R1 = (V – 1,5)/I
Onde:
R1 é o valor de R1 em ohms
V é a tensão de entrada
I é a corrente necessária à excitação do fotossensor do
opto acoplador
R2 = 0,7/I
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Onde:
R2 é a resistência em ohms deste componente
I é a intensidade da corrente no LED emissor
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R = (Vs – 1,5)/I
Onde:
R é o valor do resistor limitador em ohms
Vs é a tensão de saída do regulador de tensão em volts
I é a corrente de excitação do LED em ampères
R = 1,2/I
Onde:
R é o resistor limitador em ohms
I é a corrente desejada no LED emissor em ampères
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
PROTEÇÃO DE ENTRADA
Um fator importante para se garantir a integridade dos
opto-acopladores quando usados como relés de estado sólido é
evitar a inversão da polaridade do sinal de entrada. Se o LED de
um opto acoplador for submetido a uma tensão inversa de mais
de 3 V ele pode queimar-se. Para isso, é sempre interessante
utilizar um circuito de proteção que pode ser um diodo invertido,
em paralelo, conforme mostra a figura 16.
MOC3010/MOC3020
Dois opto-acopladores especialmente indicados para
aplicações como relés de estado sólido comutando diretamente
TRIACs de alta potência são os MOC3010 e MOC3020. O MOC3010
é indicado para aplicações na rede de 110 V ao mesmo tempo em
que o MOC3020 para a rede de 220 V. Esses componentes, cuja
pinagem e circuito equivalentes são mostrados na figura 17
possuem algumas variações (3009, 3011, 3012, 3021, 3022,
3023) que se diferenciam apenas pela corrente no LED para a
excitação.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
CONCLUSÃO
Os relés de estado sólido estão em uso cada vez mais
frequente nos equipamentos industriais e de todos os tipos,
principalmente em shields para microcontroladores. Conhecendo
suas configurações básicas o profissional não só pode saber como
fazer o diagnóstico de seus circuitos como também projetar um
relé para uma aplicação mais específica. Mais do que isso, o
profissional será capaz de substituir um relé convencional por um
relé de estado sólido com vantagens quando isso for possível. O
que vimos neste artigo é apenas um pouco das configurações
possíveis com que esses úteis relés podem ser encontrados. O
leitor deve se manter atento à novos artigos que abordam
configurações de relés de estado sólido.
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APLICAÇÕES TÍPICAS
Na figura 2 temos uma aplicação industrial de um motor
de passo, que consiste numa bomba de líquido, com fluxo
constante.
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a) Relutância variável:
Na figura 6 temos uma vista em corte da construção de
um motor de passo de relutância variável.
Conforme podemos ver, é a ação das bobinas criando
campos que posiciona os dentes de material ferromagnético
acoplados a um eixo móvel. O rotor multipolo deste motor é feito
de ferro macio, ao mesmo tempo em que o estator é
multilaminado.
O rotor deste tipo possui uma inércia pequena.
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b) Imã permanente:
Na figura 7 temos uma vista em corte de um motor deste
tipo.
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c) Híbridos
Estes motores têm a construção do tipo visto na figura 8.
MODOS DE EXCITAÇÃO:
Os motores de passo são formados por 4 bobinas que
devem ser excitadas numa certa ordem, ou ainda de acordo com
o posicionamento desejado.
A configuração típica destas bobinas é apresentada na
figura 9 onde também vemos os modos de ligação mais comuns,
que são o unipolar e o bipolar.
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b) Duas fases
Nesta modalidade de operação, exemplificada na figura
11, as bobinas são energizadas duas a duas de modo que o rotor
possa parar em posições intermediárias dadas pela resultante das
forças de atração entre as bobinas.
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c) Uma-Duas fases
Nesta modalidade de funcionamento, uma e duas fases
são excitadas alternadamente levando o rotor ao movimento ou
posição desejada, veja a figura 12.
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CONCLUSÃO
A escolha do tipo e do modo de operação depende da
aplicação. Assim, para saber usar corretamente um motor de
passo existem outras informações importantes que serão
abordadas oportunamente em novos artigos.
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APLICAÇÕES PRÁTICAS
Podemos usar os reed-switches em diversos circuitos
interessantes para aplicações em mecatrônica. Vamos dar
exemplos:
Reed-relé
Enrolando fio esmaltado em torno de um reed-switch de
modo a formar uma bobina podemos elaborar um sensível relé,
conforme mostra a figura 7.
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Sensor de corrente
Enrolando algumas voltas de fio grosso (24 a 28 AWG) em
torno de um reed-switch, conforme mostra a figura 9, temos um
sensor de corrente.
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Sensor de proximidade
Para detectar a aproximação de um objeto ou mesmo um
movimento, basta usar um reed-switch e um imã, conforme
mostra a figura 11.
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Sensor de posição
Dois ou mais reed-switches podem ser usados para
sensoriar a posição de um objeto que gira, uma cabeça robótica,
por exemplo, conforme mostra a figura 13.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
Chave comutadora
Uma chave comutadora pode ser elaborada com base num
conjunto de reed-switches e um ímã preso ao comando, conforme
mostra a figura 14.
Contador de rotações
Finalmente temos um circuito que produz pulsos de
duração constante a partir da passagem de um imã diante de um
reed-switch. Esse circuito, mostrado na figura 15, pode ser usado
como base para um contador de rotações ou ainda um
velocímetro.
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CONCLUSÃO
Reed-switches são fáceis de obter e baratos. O leitor pode
elaborar muitos dispositivos interessantes usando essas chaves
como sensores, comutadores ou relés.
Neste artigo vimos apenas algumas das muitas aplicações
que o leitor pode ter para esses úteis componente.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
SENSORES DE DESLOCAMENTO
Existem vários tipos de sensores de deslocamento, os
quais recebem as denominações específicas dadas a seguir:
Potenciométrico – onde o objeto monitorado se
comporta como o cursor de um potenciômetro.
Capacitivos – o deslocamento do objeto faz com que as
armaduras de um capacitor se aproximem e se afastem. A leitura
da capacitância dá a posição do objeto.
Transformador Diferencial Linear Variável ou LVDT
(Linear Variable Differential Transformer) onde o objeto cuja
posição é monitorada movimenta o núcleo de um transformador
de três enrolamentos.
Codificado – onde o objeto se movimenta sobre uma
superfície marcada com códigos e um transdutor lê esses códigos
indicando sua posição.
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Potenciométricos
Nesses sensores a posição do objeto num determinado
curso é indicada pela posição que um cursor acoplado a este
objeto se mantém numa trilha ou elemento resistivo, conforme
mostra a figura 1.
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Vantagens:
Leitura e processamento do sinal muito fácil
Resposta linear, ou de qualquer outro tipo bastando
configurar a tira resistiva com a curva desejada
São baratos
Desvantagens:
Exige força para deslizar o cursor o que significa esforço
mecânico adicionado ao sistema.
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Capacitivo
Não existe um símbolo próprio para se representar esse
tipo de sensor e normalmente eles são encontrados em duas
configurações: placas móveis e dielétricos móveis, conforme
mostra a figura 4.
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Vantagens:
Não há necessidade de contacto físico com o objeto cuja
posição é monitorada pois ele pode ser uma das
armaduras do capacitor.
Não há desgaste
Pode ser usado para detectar pequenos deslocamentos
Desvantagens:
Pode medir apenas pequenos deslocamentos
Os circuitos de condicionamento do sinal mais críticos
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Vantagens:
Pequeno desgaste
Alta velocidade de resposta, pode ser usado para medir a
amplitude de vibrações.
Pode me3dir deslocamentos muito pequenos, da ordem de
0,1 nm.
Pequenos erros de repetição
Desvantagens:
Os circuitos de condicionamento de sinal não são muito
simples
É caro em relação aos demais
a) Relativo
Os transdutores relativos, como os encoders, indicam a
mudança de posição e não a posição real.
b) Absoluto
Indicam a posição real do objeto.
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Vantagens:
São lineares ou podem ser programados para qualquer
outro tipo de resposta.
São precisos
Possuem desgaste muito baixo
O circuito de condicionamento é simples
Desvantagens:
É preciso ter um acoplamento mecânico com o objeto
TIPOS COMERCIAIS
A Vishay Interchnology possui uma grande linha de
sensores de movimento lineares e rotacionais que operam
segundo os princípios que analisamos.
A principal linha de transdutores de deslocamento é
composta de componentes que usam a tecnologia do plástico
condutivo. Nela, um material plástico forma a trilha onde corre o
cursor.
Essa trilha pode ser circular ou reta conforme o tipo de
transdutor que se deseja.
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CONCLUSÃO
A monitoração precisa da posição de uma parte móvel de
uma máquina ou de um objeto num determinado percurso pode
ser feita com a ajuda de sensores de deslocamento.
Fabricados em diversos formatos, para movimentos
circulares e lineares, os sensores podem empregar diversas
tecnologias, sendo a mais simples a que faz uso de elementos
resistivos (potenciométricos). Neste artigo demos uma breve
visão do princípio de funcionamento dos principais tipos de
sensores e onde eles são usados.
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O SERVO BÁSICO
O tipo mais comum de servo empregado em controle
remoto é o exemplificado na figura 1, que contém em seu interior
um circuito de controle e um pequeno motor com redução que
movimenta uma alavanca.
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COMO FUNCIONA
Na figura 6 temos o circuito básico de um servo que utiliza
um amplificador operacional ligado como comparador, dois
transistores de potência e um motor de corrente contínua
acoplado a uma caixa de redução.
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CIRCUITO PRÁTICO
Para um pequeno motor de corrente contínua de até 12 V
com corrente de até 1 ampère, é simples projetar um circuito de
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CONCLUSÃO
Como o leitor pode perceber, o acoplamento da parte
eletrônica de um projeto de robô ou automação com a parte
mecânica, fica sensivelmente simplificado com a ajuda dos
servos. E, para aqueles que gostam do assunto, existem duas
possibilidades para se contar com servos: podem ser montados
com certa facilidade, e até podem ser utilizados os tipos
encontrados em casas especializadas em aeromodelos e
carrinhos de controle remoto.
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COMO FUNCIONA
A não presença de escovas comutadoras e apenas uma
bobina fixa torna bastante simples entender o princípio de
funcionamento do motor de indução.
Um motor típico do tipo de indução possui um rotor em
curto-circuito com defasamento indutivo de campo e possuem
uma estrutura básica conforme a mostrada na figura 1.
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rpm = 3600/n
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TIPOS
A NEMA (National Electrical Manufacturers Association)
classifica os motores de indução em 4 categorias conforme o
torque, corrente e outras características importantes para os
projetos. Essas categorias são designadas pelas letras A, B, C e D.
Analisemos as características dos motores das diversas
categorias:
Tipo A
Tem um torque normal na partida (150 a 170% da
potência nominal) e uma corrente de partida relativamente alta.
Pode manusear cargas mais pesadas. Na indústria são usados em
máquinas injetores.
Tipo B
É o tipo mais comum. Seu torque de partida é semelhante
ao do tipo A, mas tem uma corrente inicial menor. A eficiência e o
fator de carga são relativamente altos. Aplicações típicas incluem
sistemas de ventilação, ferramentas, bombas etc.
Tipo C
Tem um torque de partida elevado (maior do que o dos
tipos anteriores, ou aproximadamente 200% da potência nominal)
sendo por isso indicados para o acionamento de cargas maiores.
Tipo D
Tem o maior de todos os torques de partida e a velocidade
final é menor. Trata-se de tipo ideal para aplicações em que
ocorram grandes variações de velocidade.
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PROJETO
Na figura 7 mostramos um simples ventilador feito com um
motor de indução “de sucata” que serve justamente para
experimentos de bancada envolvendo vento tais como:
Usina eólica experimental
Túnel de vento
Acionamento de um anemômetro
Acionamento de um cata-vento
CONCLUSÃO
Motores de indução de baixa potência na faixa de 5 a 50 W
podem ser retirados de velhos toca-discos, chuveiros
pressurizados fora de uso, bombas de aquário e outros
eletrodomésticos. Ligados na rede de energia eles podem
movimentar diversos tipos de projetos mecatrônicos que não
exijam torques elevados.
Trata-se de uma boa (e barata) opção para se obter
movimento sem ruídos (o motor de indução não tem escovas),
velocidade com pequena variação (dependendo da carga) e boa
eficiência.
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REDUTORES COMERCIAIS
É claro que a disponibilidade de um sistema redutor
eficiente e compacto pronto facilitará a construção de qualquer
modelo. Na figura 7 temos um exemplo.
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CONCLUSÃO
A disponibilidade de redutores deste tipo e semelhantes
pode gerar inúmeros projetos interessantes. Em diversos artigos
que publicamos já abordamos essas aplicações.
Os leitores dotados de imaginação certamente não se
limitarão ao que explicamos nesse artigo criando seus próprios
projetos e se forem realmente bons, podem enviá-los à nossa
redação pois eles podem resultar num interessante artigo.
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POLIAS E ENGRENAGENS
Em muitos projetos práticos de Mecatrônica, o movimento
necessário para o acionamento de um mecanismo é obtido a
partir de um motor elétrico. A frequência de rotação desse motor
não é, na maioria das vezes, a que se necessita para o correto
funcionamento do mecanismo. Para corrigir esse problema são
utilizados conjuntos formados por polias e engrenagens que são
capazes de modificar a frequência motora atendendo assim às
necessidades operacionais do mecanismo.
As polias e as engrenagens são rodas utilizadas na
transmissão do movimento circular. São constituídas por uma
coroa, em cubo de roda e em conjunto de braços ou disco, cuja
função e ligar rigidamente a coroa ao cubo de roda. A figura 1
mostra algumas representações de polias e engrenagens.
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TRANSMISSÃO DO M.C.U.
Ao acoplar polias objetivo principal é a obtenção de uma
frequência de rotação na polia movida diferente daquela tida na
polia motora.
Para os acoplamentos por correia ou por contato, as
velocidades escalares das coroas das rodas associadas são iguais.
No caso do acoplamento por correia as velocidades escalares das
coroas correspondem a própria velocidade da correia (figura 5).
V1 = V2 = Vc
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USANDO HARDWARE
Você pode ter a leitura simultânea de dois sensores sem
depender da execução sequencial do programa com circuitos
externos (hardware) e alguns deles são simples.
Por exemplo, uma porta NAND ou AND permite saber se
dois sensores são acionados simultaneamente mesmo que a
duração de seu contato seja da ordem de microssegundos,
conforme mostra a figura 4.
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FUNDAMENTOS
A ideia de se obter energia mecânica a partir de energia
elétrica, criando-se assim o primeiro motor de corrente contínua
vem de 1830 quando Michael Faraday desenvolveu o primeiro
motor de disco. Na figura 1 temos uma ideia de como ele
funcionava.
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Características:
Os motores deste tipo na realidade são especificados para
operar dentro de uma faixa de tensões. Assim, um motor de 3 V,
realmente funcionará quando alimentado com tensões na faixa de
1,5 a 4,5 V sem problemas.
Acima desta tensão o problema maior é a dissipação de
calor pelo enrolamento. Aquecendo demais os fios podem ter sua
isolação queimada já que são do tipo esmaltado. A velocidade de
rotação deste tipo de motor depende da tensão aplicada e
também da carga, ou seja, da força que devem fazer.
Assim, é comum termos um gráfico para especificar a
relação tensão x velocidade conforme mostra a figura 9.
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P = R x I2
Onde:
P é a potência elétrica perdida - transformada em calor (W)
R é a resistência do enrolamento (ohms)
I é a intensidade da corrente no motor
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Perdas no Ferro
As características de magnetização do ferro usado como
núcleo nos motores devem ser consideradas quando analisamos o
funcionamento de um motor de corrente contínua com escovas. A
principal se deve às correntes de turbulência ou Foucalt. que são
geradas devido à histerese do material usado no núcleo.
Como este material não consegue acompanhar as
inversões muito rápidas de polaridade do campo magnético
quando o motor gira em alta velocidade. são induzidas correntes
no núcleo que causam seu aquecimento. Este aquecimento pode
influir no aumento da resistência do enrolamento (como já vimos)
e nas próprias características magnéticas do material usado no
núcleo do motor.
Em suma, maior velocidade para este tipo de motor pode
significar perdas consideráveis pelas correntes induzidas desta
forma. O uso de chapas de metal em lugar de núcleos sólidos
reduz o problema, mas não o elimina completamente.
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OUTRAS PERDAS
Além das causas analisadas existem outras que afetam o
desempenho de motores de corrente contínua que fazem uso de
escovas. analisemos algumas delas.
Ripple de Torque
Devido as características indutivas do enrolamento do
motor e também devido à inversão da corrente constantemente
pela ação nas escovas dos motores de corrente contínua não é
possível manter constante a corrente e com isso o torque.
Na prática, o torque varia conforme uma curva ondulação
(ripple) que é mostrada na figura 18.
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Desmagnetização
Os ímãs permanentes usados nos motores de corrente
contínua para criar o campo sobre o qual se baseia seu
funcionamento não são tão permanentes assim, perdendo seu
magnetismo com o tempo. Outro fator que tem influência na
desmagnetização do ímã permanente é a própria corrente que
circula pelos enrolamentos.
O campo magnético criado pelos enrolamentos atua sobre
o ímã permanente e com o tempo faz com que seu magnetismo
se reduza até o ponto em que ele começa a afetar de modo
sensível no rendimento do motor. É importante observar que uma
intensidade de corrente acima de certo valor nos enrolamentos
do motor pode criar um campo suficientemente intenso para
desmagnetizar de modo completo os imãs permanentes.
Assim, pulsos de correntes intensas devem ser evitados de
qualquer forma pois eles podem causar este tipo de problema.
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Ressonância Mecânica
Todos os corpos tendem a vibrar com maior intensidade
em certas frequências e isso é válido para as partes mecânicas de
um motor. Assim, se deixarmos um motor de corrente contínua
girar livremente sem carga ele tende a se acomodar numa
rotação em que suas partes mecânicas oscilem na sua frequência
de ressonância. Nesta frequência, podem surgir esforços
mecânicos que tanto pode afetar a integridade do motor como
seu rendimento.
Na prática, o que se faz é utilizar partes que tenham
frequências bem diferentes de ressonância e até girem em
sentidos contrários para que este efeito seja anulado.
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O MOTOR TRAPEZOIDAL
Com uma intensidade de corrente fixa nos enrolamentos,
pode-se conseguir um bom aumento do torque. Consegue-se com
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O MOTOR SENOIDAL
No motor senoidal que também é chamado de servo AC
sem escovas, nenhum cuidado é tomado para se corrigir as
características senoidais básicas de torque. Este motor pode ser
alimentado como um motor AC sincronizado simplesmente
aplicando-se aos enrolamentos tensões senoidais com o
deslocamento de fase apropriado, 120 graus no caso de motores
de três fases.
Se for necessária uma precisão em baixas velocidades
uma precisão maior nas tensões deve ser conseguida. Isso
significa que o drive deve gerar três correntes que estejam em
fase de acordo com a posição do eixo. Para obter a necessária
precisão nesta codificação normalmente são usados codificadores
ópticos.
TORQUE CONSTANTE
Para entender melhor como pode-se obter torque
constante deste tipo de motor, é melhor analisar um caso em que
tenhamos apenas duas fases.
Este motor tem dois conjuntos de bobinas que são
alimentadas com um sinal trapezoidal defasadas de 90 graus,
uma em relação a outra.
I = Io sen x
I = Io cos x
T1 = Io K sen x
Onde:
k é a constante de torque do motor.
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T 1= Io K cos2 x
T1 + T2 = Io K (sen2x + cos2x)
Mas:
sen2x + cos2x = 1
Onde obtemos:
T1 + T2 = Io x k
SERVOS HÍBRIDOS
Com relação ao princípio de funcionamento, o motor de
passo e o servo motor sem escovas são semelhantes. Cada um
possui um sistema de ímãs rotativos e um estator com bobinas
enroladas.
A única diferença está no fato de que eles possuem
números de polos diferentes. São apenas 3 pares no servo híbrido
e até 50 no motor de passo.
Assim, para efeito de análise podemos considerar um
servo híbrido como um motor de passo simplificado. Baseados
nos mesmos princípios podemos usar um motor de passo como
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
CONCLUSÃO
Motores de todos os tipos são encontrados numa
variedade enorme de aplicações na indústria, na eletrônica de
consumo e embarcada. O profissional deste setor deve conhecer
cada tipo, e se for um projetista deve saber que tipo empregar
numa aplicação específica. O que vimos neste artigo foi apenas
uma breve introdução ao princípio de funcionamento dos
principais tipos de motores que podemos encontrar nos diversos
equipamentos modernos.
O leitor interessado pode ir além aprofundando-se em
cada tipo de modo a saber como fazer projetos específicos e
tirando o máximo proveito das vantagens que cada um oferece.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
TIPOS DE MICROFONES
Damos a seguir uma relação de tipos de microfones
comuns:
Microfone de carvão
Trata-se de um tipo de microfone que já não é mais usado,
tendo sido inventado no século 19 e usado nos primeiros sistemas
telefônicos. Na figura 2 temos uma vista em corte de um
microfone deste tipo.
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Microfones de cristal
Na figura 3 temos a representação em corte de um
microfone, também algo antigo e não mais usado, que é o
microfone de cristal. O elemento sensível deste tipo de microfone
é o sal de Rochelle que, infelizmente absorve facilmente umidade,
perdendo suas características piezoelétricos com o tempo.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
MICROFONE DINÂMICO
Na figura 4 temos uma vista em corte de um microfone
dinâmico, que é mais comum atualmente, pela sua qualidade de
som.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
Microfones de eletreto
Conforme mostra a figura 6, estes microfones possuem
como elemento sensível um material denominado eletreto que
têm propriedades elétricas interessantes.
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NEWTON C. BRAGA
tensão que aparece em suas faces vai variar conforme o som que
incidir no diafragma.
Como estas tensões são muito baixas e a impedância do
eletreto é extremamente alta, estes microfones já levam
embutidos um circuito amplificador que consiste num transistor
de efeito de campo de junção (JFET) conforme mostra a figura 7.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
Outros tipos
Além dos tipos indicados existem outros que podem ser
incluídos em nossa lista. O primeiro deles é o microfone cerâmico,
que nada mais é do que um microfone de cristal em que o sal de
Rochelle é substituído por uma cerâmica piezoelétrica. A
cerâmica piezoelétrica é muito mais robusta e não absorve
umidade.
Outro tipo de microfone, apenas encontrado em aplicações
profissionais é o capacitivo. Conforme mostra a figura 9, o
diafragma deste microfone é a armadura de um capacitor.
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NEWTON C. BRAGA
Impedância
Um microfone só pode transferir totalmente o sinal ele
gera a partir do som se sua impedância for igual à da entrada do
amplificador, conforme mostra a figura 10.
Sensibilidade
Esta característica nos dá a intensidade do sinal que o
microfone fornece. Normalmente, esta característica é dada em
volts pico a pico (Vpp) e para os microfones comuns pode variar
entre microvolts e milivolts para os menos sensíveis até perto de
1 V para os mais sensíveis. Esta característica é importante para
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
Curva de Resposta
O ideal para um microfone é que ele capte todas as
frequências com a mesma sensibilidade. Na prático isso não
ocorre e os microfones não só respondem a uma faixa limitada de
frequência como também de modo irregular, conforme mostra a
figura 12.
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Curva de Diretividade
Os microfones podem ter características diferentes quanto
á direção em que sua sensibilidade é maior. Na figura 13
mostramos as diversas curvas de diretividade de microfones
comuns.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
CONCLUSÃO
Não basta ligar qualquer microfone na entrada de um
amplificador ou outro equipamento para que ele funcione da
maneira esperada. Para as aplicações profissionais é preciso
saber escolher o microfone ideal. Mesmo nas aplicações comuns,
deve-se levar em conta certas características que, se não forem
observadas, podem significar a diferente entre ele funcionar e
não funcionar. Neste artigo devemos uma visão geral dos
diversos tipos de microfones que existem e quais são as suas
características.
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1 – Sinalizador de rádio.
Frequência antiga: 125.5 MHz – VHF
Frequência atual: 406 MHz – UHF
Localizável através de satélites, navios e aviões mesmo a
milhares de quilómetros.
2 - Sinalizador acústico
Frequência: 37.5 kHz
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
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SENSORES ULTRASSÔNICOS
Um tipo de sensor bastante usado em aplicações
industriais é o que faz uso de ultrassons. Esses sensores podem
ser usados para detectar a passagem de objetos numa linha de
montagem, detectar a presença de pessoas ou ainda de
substâncias em diversos estados num reservatório permitindo a
medida de seu nível. Veja nesse artigo como funcionam esses
sensores, quais os tipos disponíveis e como são utilizados.
Os sensores que fazem uso de ultrassons encontram uma
grande gama de utilizações na indústria e mesmo em outros
campos de atividades. Esses sensores se caracterizam por operar
por um tipo de radiação não sujeita a interferência
eletromagnética e totalmente limpa, o que pode ser muito
importante para determinados tipos de aplicações.
Podendo operar de modo eficiente detectando objetos em
distâncias que variam entre milímetros até vários metros, eles
podem ser usados para detectar os mais variados tipos de objetos
e substâncias.
COMO FUNCIONA
O princípio de operação desses sensores é exatamente o
mesmo do sonar, usado pelo morcego para detectar objetos e
presas em seu voo cego.
Conforme mostra a figura 1, o pequeno comprimento de
onda das vibrações ultrassônicas faz com que elas reflitam em
pequenos objetos, podendo ser captadas por um sensor colocado
em posição apropriada.
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TIPOS DE SENSORES
O tipo de sensor usado depende do que se deseja
detectar. Assim, os objetos podem ser classificados em três
categorias, conforme a reflexão dos ultrassons que proporcionam:
a) Superfícies planas como fluídos, caixas, folhas ou placas
de plástico ou papel, vidros etc.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
CUIDADOS NO USO
Como qualquer tipo de sensor, o posicionamento correto e
a observação de eventuais fontes capazes de interferir no
funcionamento são fundamentais para se obter o bom
desempenho de um sistema. A seguir algumas indicações
importantes para o leitor que vai trabalhar com esse tipo de
sensor.
Reflexões indevidas
Dependendo da natureza do material a ser detectado, o
ultrassom pode tanto penetrar como passar por reflexões
múltiplas. Essas reflexões, conforme mostra a figura 9, podem
falsear as indicações por um efeito de interferência destrutiva.
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Região limite
Conforme mostra a figura 10, é preciso definir a faixa de
distância de detecção do sensor para que problemas de sinal não
ocorram.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
Características direcionais
Numa aplicação em que se utilizem elementos que
irradiam sinais de qualquer tipo deve-se considerar a diretividade
tanto do sensor como do emissor.
Para os sensores ultrassônicas a característica de
diretividade normalmente varia entre 8 e 30 graus conforme uma
curva característica semelhante à mostrada na figura 11.
Utilização de cornetas
Para concentrar mais os sinais numa determinada direção
é possível fazer uso de cornetas como a mostrada na figura 12.
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O fenômeno da Reverberação
Quando um pulso ultrassônico é aplicado a um objeto ele
consiste numa forma de energia que será parte absorvida e parte
refletida por esse objeto. O que ocorre é que a energia absorvida
pode levar o objeto a vibrar na mesma frequência por alguns
instantes.
O resultado é que o pulso refletido pode ter uma duração
maior do que a do pulso transmitido por esse efeito de
“prolongamento” ou reverberação, conforme mostra a figura 13.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
Uso Correto
A orientação correta do sensor é fundamental para se
obter um bom desempenho do sistema. Nesse caso, especial
atenção deve ser tomada com os ângulos para que o objeto passe
pela região de maior intensidade do sinal e a reflexão ocorra na
direção em que está o sensor.
Conforme mostra a figura 14, deve-se ainda tomar cuidado
com a eventual presença de objetos que estejam na proximidade
e que possam causar reflexões indevidas do sinal.
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CONCLUSÃO
Os sensores ultrassônicos consistem numa excelente
alternativa para determinados tipos de aplicações na indústria e
mesmo em outros campos.
No entanto, conforme vimos nesse artigo existem algumas
considerações de ordem prática que devem ser levadas em conta
quando da sua escolha, instalação e uso.
Empresas como A OMRON possuem uma vasta linha de
sensores desse tipo que possuem características que se adaptam
às mais variadas aplicações.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos – Volume 11
METAMATERIAIS - NOVAS
PERSPECTIVAS PARA A ELETRÔNICA
Novos materiais, com propriedades ópticas fantásticas
abrem as portas para novas tecnologias na optoeletrônica e na
mais recente das ciências relacionadas com o comportamento da
luz e de ondas eletromagnéticas: a plasmônica (*). Os
metamateriais, até há pouco tempo considerados existentes
apenas na imaginação das cientistas, começam hoje a se tornar
realidade, podendo fazer partes dos chips dos computadores e de
muitos equipamentos do futuro. Veja nesse artigo o que são os
metamateriais e para que servem.
Novas tecnologias são antes discutidas nos corredores dos
grandes centros de pesquisas antes de passarem aos laboratórios
e finalmente, quando desenvolvidas se tornarem parte de
equipamentos que usamos no dia a dia.
Quando utilizamos telefones celulares, computadores,
DVDs e outros equipamentos de alta tecnologia não nos damos ao
trabalho de pensar em quanto tempo de discussões, trabalhos
teóricos e depois práticos foram gastos antes de que eles se
tornassem realidade.
No dia a dia também não nos preocupamos muito no que
está sendo agora discutido nesses centros, e quando as notícias
sobre novos produtos e novas tecnologias aparecem, elas sempre
causam surpresas. Esse é o caso dos metamateriais, que devem
encontrar uma ampla gama de aplicações numa outra ciência
emergente que é a plasmônica.
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UM PASSO ALÉM
As coisas começaram a mudar, entretanto, com o trabalho
do Prof. J. B. Pendry que propunha a utilização de metamateriais
para se obter uma permeabilidade magnética.
Materiais artificiais com constantes de rede cristalina
muito menor do que o comprimento de onda da radiação
luminosa que recebem foram criados. Assim, a luz “vê” esses
materiais como estruturas homogêneas. No entanto, os átomos
não são reais, mas estruturas artificiais que se comportam como
ressonadores.
Com um projeto bem feito dessas estruturas é possível
fazer com que elas se comportem como uma substância natural
com propriedades tais como a permeabilidade magnética
negativa. Os metamateriais podem então ser usados em
dispositivos fotônicos e plasmônicos de uma forma totalmente
inédita.
O que fazer com materiais com índices de refração
negativos?
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APLICAÇÕES NO FUTURO
Um dos sonhos de muitos autores de ficção científica e
mesmo de muitos leitores que pensam numa invenção milionária
é a roupa que tornaria uma pessoa invisível.
Pois, bem com os metamateriais, que apresentam índices
de refração negativos, esse sonho começa a tomar um aspecto
que o torna altamente provável no futuro. A ideia seria dotar a
roupa de microcilíndros de metamateriais capazes de fazer a luz
contornar o corpo e sair do outro lado, como se nada houvesse no
percurso. Isso o tornaria absolutamente transparente e, portanto,
invisível.
Um espelho magnético absoluto, ou seja, com índice de
reflexão de 100% seria outra possibilidade já testada em
laboratório. Construído com nanoestrutura numa superfície
metálica ele funciona invertendo o campo magnético de uma
onda luminosa incidente, funcionando como um “supercondutor
óptico”.
Ressonadores de BaTiO3 (óxido de titânio e bário) já foram
usados como chaves eletrônica em linhas de transmissão,
roteadores e filtros para microondas.
Outra possibilidade, em estudos por diversos centros de
pesquisas, consiste na construção de lentes quase perfeitas de
modo barato e simples. Essas microlentes poderiam focalizar
muito melhor os feixes de Laser de DVDs possibilitando assim a
leitura de pontos muito menores, com um notável aumento da
capacidade de armazenamento. Enfim, o que pode vir no futuro
com o uso dos metamateriais na eletrônica e plasmônica é algo
que só o tempo e as fantásticas descobertas porvir podem dizer.
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