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O Senhor Tomatos
LIVRO DO PR S
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PROFESSOR
Texto e ilustrações: Anna Göbel

CATEGORIA : Creche II

ESPECIFICAÇÃO DE USO: Para que o professor leia para crianças bem


pequenas
TEMA: Quotidiano de crianças nas escolas, nas famílias e nas comunidades
(urbanas e rurais)
GÊNERO LITERÁRIO: Narrativos (fábulas originais, da literatura universal e da
tradição popular, etc.)

ELABORADO POR Ana Paula Cavalcanti


Graduada em Pedagogia (UFPE) e Letras (Estácio de Sá), com especialização em Revisão de Texto
(PUC-Minas); Mestre em Educação (FaE/UFMG) e Doutora em Linguística Aplicada (FALE/UFMG).

Juliana Valéria de Abreu


Graduada em Pedagogia (FaE/UFMG) e Doutora em Educação pela mesma instituição.

Juliane Gomes de Oliveira


Graduada em Pedagogia (FaE/UFMG) e Doutora em Educação pela mesma instituição.
Sumário

Apresentação 3

Parte 1: O livro literário na Educação Infantil 4


Livros de literatura para crianças bem pequenas 5
Literacia 6
BNCC 7

Parte 2: Apresentação e contextualização da obra 9


Apresentação da autora 10
Diálogo entre texto verbal e visual na obra 10
O gênero literário 14

Parte 3: Propostas de atividades 15


Proposta 1: Atividade de pseudoleitura 15
Proposta 2: Atividade de consciência fonológica 19
Proposta 3: Atividades de Arte com participação da família 23

Indicações de leituras complementares 26

Referências bibliográficas comentadas 27


Apresentação

Olá, professora e professor!


É com muita satisfação que a Editora Contemporânea apresenta a você
este material digital de apoio à obra literária O Senhor Tomatos, escrito e
ilustrado por Anna Göbel. Trata-se de uma obra divertida, bem-humorada,
cativante e que, com a leitura mediada por você ou pelos familiares dos(as)
alunos(as), favorece a interação das crianças bem pequenas.
Com objetivo de favorecer a apreciação deste material do começo ao fim,
trazemos contribuições para o seu planejamento de trabalho com a obra na
escola. O texto está organizado em três partes principais: a Parte 1 traz um
texto teórico para fundamentar as propostas de atividades que apresentaremos
adiante e pode contribuir para a sua reflexão sobre a prática pedagógica com a
literatura infantil, numa linguagem clara e objetiva. A Parte 2 discute a obra
propriamente dita: contextualização, autora, aspectos específicos em função
do público leitor, gênero literário e diálogo entre texto verbal e visual. Por
último, a Parte 3 propõe atividades que contemplam diversos objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento de acordo com a BNCC.
As propostas visam atender à demanda do edital do Programa Nacional
do Livro e do Material Didático (PNLD 2022), na categoria Creche II, que
contempla literatura para crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos
e 11 meses).
Considerando que a literatura é uma arte e que não tem leitor único,
predefinido, a obra pode ser apreciada pelos diferentes públicos da Educação
Infantil. Assim, as propostas deste material podem ser adaptadas para aten-
der às exigências de diferentes grupos etários e para necessidades especiais, a
depender da demanda na escola.
No final deste material, você encontra, ainda, indicações de leitura e re-
ferências bibliográficas comentadas. A consulta a essas indicações e referências
tem o potencial de complementar sua leitura e ampliar seus estudos sobre a
literatura infantil na escola.
Desejamos uma boa leitura!
Editora Contemporânea

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PARTE 1: O livro literário na Educação Infantil

A literatura infantil teve sua importância reconhecida no desenvolvimento


das crianças e na formação de leitores(as) somente a partir do final do século
XX. Por meio da leitura literária, pode-se desenvolver um trabalho individual e
íntimo com as crianças e apontar, simultaneamente, formas de socialização com
diversas possibilidades de vivências coletivas. Por isso, destacamos a necessidade
da presença da literatura desde a primeira infância.
Nos dias atuais, essa importância é reconhecida por meio de programas do
governo para aquisição e distribuição de obras literárias para escolas de todo o
país, o que está presente em documentos oficiais, como a BNCC (2018).
Na Educação Infantil, é importante apresentar obras que contenham peque-
nas histórias, pequenos poemas, haicais, livros de imagens e outras possibilidades,
com ilustrações que sejam atraentes e interessantes de tal modo que, sozinhas ou
em diálogo com o texto verbal, instiguem e divirtam bebês e crianças de até 5
anos e 11 meses.
Ponderamos, neste material, que a estruturação de um bom trabalho de me-
diação de leitura feito por professores(as) e familiares é um importante diferencial
para as crianças, pois visa à descoberta do prazer da leitura e à contribuição, desde
muito cedo, para a formação de leitores(as).
Para que o livro se torne atraente e significativo às crianças, é fundamental
que elas manuseiem e interajam com ele. No início, é importante mostrar as
maneiras mais adequadas de manuseio do livro, como o ato de passar as páginas.
Contudo, aos poucos, as crianças entenderão a melhor forma de manusear o
material sem danificá-lo, para que o livro possa ser lido novamente e compar-
tilhado com outras crianças da escola.
A organização de espaços de leitura, bibliotecas de sala ou brinquedotecas
pode contribuir muito para a formação de leitores(as) autônomos(as), facilitan-
do a aproximação e a escolha de obras para leitura e apreciação. Mesmo para a
criança que ainda não se apropriou da linguagem escrita, a experiência de lei-
tura e o contato com obras literárias são reforçados pela BNCC no Campo de
Experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”. Ademais, em momentos
como esses, é possível que as crianças que ainda não dominam o código escrito
realizem pseudoleituras, espontaneamente, com o intuito de imitar seus(suas)
professores(as) e pais lendo histórias.
A pseudoleitura é motivadora de um processo criativo que proporciona
o desenvolvimento de várias habilidades essenciais à primeira infância, como

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a fala/comunicação, a compreensão das coisas do mundo e das relações inter-
pessoais e a promoção da criatividade e do imaginário. Ela também contribui
para o desenvolvimento cognitivo, a ludicidade e a brincadeira de faz de conta,
tão presentes no dia a dia das crianças da Creche II.

ACESSE:
Sobre pseudoleitura, você pode ler o artigo “Leitura feita pelo aluno, an-
tes de saber ler convencionalmente”, publicado na revista Nova escola:

BREDA, Tadeu. Leitura feita pelo aluno, antes de saber ler convencionalmente. Nova
escola, 01 mar. 2009. Disponível em: https://bit.ly/3yvBYTc. Acesso em: 13 maio 2021.

J Livros de literatura para crianças bem pequenas

Para crianças bem pequenas da Creche II, um livro mistura-se, confunde-se


com a brincadeira e o jogo. É possível que um conjunto de linguagens faça parte
das descobertas durante a escuta da leitura mediada pelo adulto e o contato com
os livros. Já para aqueles(as) que se encontram alfabetizados(as) ou em processo
de alfabetização, é possível identificar elementos e relações entre os textos verbais
e visuais, além de referências intertextuais, que ocorrem quando as crianças são
capazes de associar elementos de um texto a outros textos que já conhecem.
O lúdico é um aspecto importante a ser considerado nas obras literárias e na
maneira como estas são apresentadas a esse público. Está ligado às necessidades
e às curiosidades próprias da idade, inclusive relativas aos conhecimentos da
língua e às possibilidades que ela oferece. O lúdico pode aparecer no jogo com
as palavras, numa brincadeira, nos sons reproduzidos em áudio ou palavras, nas
ilustrações e em outras propostas de interação. Pode ser um elemento construído
ao longo da história, seja na vivência de uma personagem, seja na interação da
criança com a obra.
Quando um livro propõe uma brincadeira como forma de interação do(a)
leitor(a) com a obra, cria-se um convite à participação na história, um convite
a entrar na brincadeira ficcional, no universo do faz de conta e da fantasia. A
criança pode se sentir inserida na história, (re)conhecer-se, comunicar-se de
diversas formas, imaginar, criar e se divertir.
Assim, um bom livro pode funcionar como um poderoso atrativo à
criança, que corre o risco de não querer se separar mais dele e, por isso, pede
que a história seja lida novamente. Numa prática de literacia emergente, esse
exercício de repetição da leitura pode ter importantes significados às crianças:

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não esquecerem a história de que tanto gostaram, apropriarem-se do voca-
bulário e conseguirem recontar a história com autonomia. Trata-se de uma
grande colaboração no processo de aquisição da linguagem escrita. Por isso,
professor(a), permita que elas manuseiem, toquem nas imagens, passem as
folhas, interajam com o objeto livro e releiam a história quantas vezes pedirem.
Para além de um objeto para brincar, que pode ser apertado, dobrado,
encaixado, tocado, montado como um quebra-cabeça ou emitir sons, o livro
de literatura para bebês e crianças bem pequenas possibilita uma nova expe-
riência estética e literária, única, vivenciada por cada um de maneira particular.

J Literacia

Acompanhamos nos últimos anos o uso do termo literacia nos documentos


oficiais que falam sobre a educação do nosso país. Em um desses documen-
Para conhecer a PNA na
tos, denominado Política Nacional de Alfabetização (PNA), literacia tem a
íntegra, acesse: seguinte definição:
BRASIL. Política Nacional
de Alfabetização.
Brasília: MEC/ Literacia é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes rela-
SEALF/Secretaria de cionados à leitura e à escrita, bem como sua prática produtiva. Pode
Alfabetização, 2019.
Disponível em: https:// compreender vários níveis: desde o mais básico, como o da literacia
bit.ly/3hIUd1k. Acesso emergente, até o mais avançado, em que a pessoa que já é capaz de ler
em: 14 maio 2021.
e escrever faz uso produtivo, eficiente e frequente dessas capacidades,
empregando-as na aquisição, na transmissão e, por vezes, na produção
do conhecimento (MORAIS, 2014 apud BRASIL, 2019, p. 21).

A literacia consiste, portanto, em vários níveis de ensino e aprendizagem


de leitura e escrita. Durante a primeira infância, seja na escola, seja na família,
a literacia emergente já começa a despontar na vida da criança, ainda em um
nível elementar, mas fundamental para a alfabetização (BRASIL, 2019).

[Literacia emergente] constitui o conjunto de conhecimentos, habilida-


des e atitudes relacionados à leitura e à escrita, desenvolvidos antes
da alfabetização. […] incluem-se experiências e conhecimentos sobre a
leitura e a escrita adquiridos de maneira lúdica e adequada à idade da
criança, de modo formal ou informal, antes de aprender a ler e a escrever.
Ao comparar com uma planta, as habilidades adquiridas pela criança
antes da alfabetização seriam como as raízes que lhe favorecem o
crescimento [...] (BRASIL, 2019, p. 22).

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Principalmente na etapa da Educação Infantil, temos práticas de leitura
literária e outras leituras que contribuem para o desenvolvimento tanto da
língua falada quanto das habilidades iniciais que envolvem a apropriação
da língua escrita.
Os pequenos podem ouvir histórias lidas e contadas; cantar quadrinhas;
recitar poemas e parlendas; familiarizar-se com materiais impressos (livros,
revistas e jornais); reconhecer algumas letras, seus nomes e sons, tentando
representá-las por escrito; identificar sinais gráficos ao seu redor, entre outras
atividades de maior ou menor nível de complexidade.
Desse modo, por meio da literacia emergente, temos um pontapé inicial
para que a alfabetização aconteça. Isso se dá por diversas formas, como o uso
e o manuseio de materiais escritos, o desenvolvimento da consciência fono-
lógica e a ampliação de vocabulário. Por isso é tão importante manter em
seu planejamento de atividades propostas que envolvam o livro de literatura
para crianças.
É preciso também reforçar a importância da ampliação do trabalho
conjunto entre família e escola, uma vez que essa etapa da educação tem por
objetivo compartilhar com as famílias o cuidado e a educação das crianças
pequenas. A participação da família nos documentos atuais da educação
denomina-se literacia familiar. Ela é definida como o conjunto de práticas
e experiências relacionadas com a linguagem oral, a leitura e a escrita que as
crianças vivenciam com seus pais ou responsáveis (BRASIL, 2019).
No ambiente familiar, assim como na escola, é imprescindível interagir e
gerar momentos para conversar e ler em voz alta com as crianças. Ao observar
as interações e a brincadeira das crianças entre si e com os adultos, é possível
identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a
resolução de conflitos e a regulação das emoções (BRASIL, 2019).
Por isso, reforçamos, professor(a), que você sempre consulte os docu-
mentos oficiais sobre a Educação Infantil, tendo como referência os eixos
estruturantes na BNCC e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
que, aliados às diversas literacias, são essenciais para a promoção da educação
das crianças, tanto no espaço escolar quanto no familiar.

J BNCC

Nossa proposta de trabalho com o livro literário está amparada nos do-
cumentos oficiais para a Educação Infantil. Por isso, destacamos aqui alguns
aspectos presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para essa
etapa de ensino.

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ACESSE: Professor(a), você pode acessar a BNCC diretamente na Etapa da Edu-
cação Infantil através do link:

BRASIL. A etapa da Educação Infantil. In: Base Nacional Comum Curricular. Brasília:
MEC/Consed/Undime, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3f6WuBW. Acesso em:
13 maio 2021.

O primeiro destaque é sobre a valorização e o acolhimento de saberes a


partir das vivências das crianças em família e na sua comunidade. Legitimar e
reconhecer esses dois grupos de socialização no seu planejamento com a turma
contribui para ampliar experiências, conhecimentos e habilidades das crianças.
Destacamos a importância de se valorizar os direitos de aprendizagem e
o desenvolvimento na Educação Infantil, referenciados na BNCC, que são:
conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se. Definir os obje-
tivos de aprendizagem e desenvolvimento para criar as estratégias pedagógicas
para que as crianças os alcancem é o alicerce para um planejamento e uma
atuação efetivos na sua turma. A literatura pode ser uma grande aliada nesse
processo, já que contribui para o conhecimento de si, do outro e do mundo
que nos cerca. Veja o que diz o documento:

Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta


hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói
conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio
da ação e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar
no confinamento dessas aprendizagens a um processo de desenvol-
vimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a necessidade
de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na
Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola (BRASIL,
2018, p. 38).

Considerando, assim, a criança como um ser complexo, devemos sele-


cionar, organizar, planejar e mediar a leitura literária na escola. Propostas de
atividades que favoreçam um diálogo entre o ficcional e o real colaboram para
a compreensão de mundo, de relações pessoais e para a resolução de problemas
e conflitos das crianças.
Por isso, reforçamos, professor(a), que sempre consulte os documentos
oficiais sobre a Educação Infantil, tendo como referência os eixos estruturantes
deste nível de ensino presentes na BNCC, que priorizam as interações e a brin-

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cadeira, e os cinco campos de experiências nos quais são definidos os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento da criança: “O eu, o outro e o nós”; “Corpo,
gestos e movimentos”; “Traços, sons, cores e formas”; “Escuta, fala, pensamento
e imaginação”; “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”.
Mais à frente neste material, apresentaremos propostas de atividades com
a obra literária O Senhor Tomatos, em diálogo com os eixos estruturantes e os
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da BNCC.

PARTE 2: Apresentação e contextualização da obra

O Senhor Tomatos é uma narrativa com proposta interativa e bem-humorada.


De fácil compreensão, o texto verbal produz um diálogo harmônico com o texto
visual, o que torna a história fluida e enriquecedora para as crianças da Creche II.
Com ilustrações e projeto gráfico diferenciados e dinâmicos, o livro foi
inspirado no kamishibai, uma forma de contar histórias que tem sua origem
no Japão e significa “drama de papel” ou “teatro de papel”. São várias pran-
chas que têm, de um lado, as ilustrações e, do outro, o texto e as orientações
sobre como contar a história. O narrador apresenta as pranchas, as palavras
são acompanhadas de sonoplastia e o ritmo da narração varia de acordo com
a reação do público: assim a história vai se revelando.
A obra é contada sob o ponto de vista de uma personagem que deseja in-
cansavelmente entrar em seu carro novo, mas não consegue pela desproporção
entre o seu próprio tamanho e o tamanho do automóvel. As ideias e os planos
frustrados do Senhor Tomatos são anunciados de forma engraçada, sendo possível
dar muitas risadas do início ao fim. O humor é construído tanto nas tentativas
mirabolantes em realizar seu desejo de dirigir o carro quanto nos momentos em
que ele se frustra ao descobrir que seus planos não estão dando certo.
O desfecho narrativo é surpreendente: a cada tentativa fracassada, o
protagonista usa da criatividade para buscar nova solução e se empolga com
suas próprias expectativas, resultando na concretização de seu desejo. Você
perceberá que o Senhor Tomatos é um sujeito de grande carisma!
Em suma, é uma obra dinâmica e potente, e, por meio da roda de leitura
e da mediação, pode criar um momento rico para as crianças bem pequenas,
favorecendo seu envolvimento, liberdade para se expressar e identificação de ele-
mentos da narrativa. Tudo isso contribui para momentos de interação das crianças
com a obra e para o desenvolvimento cognitivo, objetivos previstos na BNCC.

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J Apresentação da autora

Anna Göbel é a autora e a ilustradora da obra O Senhor


DIVULGAÇÃO/GRUPO EDITORIAL AUTÊNTICA

Tomatos. Ela nasceu na Espanha e foi criada na Alemanha e na


Argentina, mas escolheu o Brasil para firmar suas raízes. Des-
de 1995 a autora reside no estado de Minas Gerais, em um
sítio localizado na região metropolitana de Belo Horizonte.
Anna conta que desde pequena tem fascínio pelas fes-
tas populares, que influenciaram diretamente sua carreira
no campo das artes plásticas. Há anos a autora se dedica à
arte da xilogravura e também aos livros literários. Ilustrou
importantes autores brasileiros e publicou quinze livros,
nos quais assina texto e imagens.
Cada obra publicada tem sua história, como afirma a
autora, ao contar sobre a criação de O Senhor Tomatos. O
Anna Göbel
livro foi criado quando dava aulas particulares de alemão
em Buenos Aires. Anos mais tarde, em Munique, Alemanha, conheceu o
kamishibai, teatro de papel de origem japonesa, que influenciou sua forma
de contar a história do Tomatos. De volta ao Brasil, tentou publicar a obra
como um kamishibai, mas como o formato ainda era pouco conhecido no
país, o projeto acabou sendo arquivado.
Anos depois, quando os filhos de Anna já estavam crescidos, ela retomou
o projeto do kamishibai e fez uma apresentação para as crianças, que se envol-
veram e se divertiram muito. Assim, a autora decidiu publicá-lo em formato de
livro, realizando as adaptações necessárias. O resultado é uma obra excepcional,
autêntica e divertidíssima, que interage primorosamente com o público infantil.

J Diálogo entre texto verbal e visual na obra

Sabemos que a produção de sentido na literatura infantil passa pela in-


teração do livro com o(a) leitor(a). A linguagem entre o texto verbal e o texto
visual é de suma importância para o entendimento da história e para ampliação
das possibilidades significativas experienciadas pelas crianças.
O Senhor Tomatos é um livro que se qualifica pela inovação da proposta.
Já na capa podemos ver a imagem do protagonista, com olhar direcionado ao
título da obra, em expressão aflita e reflexiva. Na quarta capa, Tomatos já aparece
com um grande sorriso, gerando certa intriga e curiosidade pela ambiguidade
das emoções expressas pelas duas imagens. Anterior ao início da história na
folha de rosto, há também outra imagem de Tomatos apontando o dedo para o

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título da obra, e com a outra mão simula um “oi” ou “tchau” para o(a) leitor(a).
A ilustração já promove uma interação da personagem principal com quem
observa o livro, além de estimular o desejo das crianças de conhecer a história.
Esse é o tom comunicativo que segue toda a história de Tomatos. O pro-
tagonista conversa constantemente com o(a) leitor(a): apresenta suas questões
(“Meu carro é tão miudinho, e eu tão grandão!”, p. 10), revela suas emoções
(“Ai! Ai de novo! Algo me diz que meu plano não deu certo!”, p. 16), anuncia
seus planos e pede o feedback do(a) leitor(a) (“Que inteligente que eu sou, você
não acha?!”, p. 13). Aliando o texto e as imagens que auxiliam e complementam
as ações de Tomatos, o livro traz momentos altamente descontraídos, movidos
por surpresas e mudanças repentinas. Há uma espécie de brincadeira firmada
entre as ilustrações, que mostram expressões de felicidade e desespero do Senhor
Tomatos, que quer a todo custo usufruir do seu carro. Ele busca a companhia
do(a) leitor(a) para anunciar suas ideias e manifestar suas frustrações. As emoções
do Senhor Tomatos demonstram a brilhante condução dos diálogos verbo-visuais
desenvolvidos por Anna Göbel! Simplesmente sensacional!
As imagens acompanham um ritmo sequencial, introduzindo as ações
do Senhor Tomatos de forma gradativa e inesperada. Nesse caso, um bom
caminho para a leitura mediada com crianças bem pequenas é dar foco para
as mudanças de perspectiva de Tomatos e o que ele faz de novidade para re-
solver seus problemas.
Sobre as características visuais das ilustrações, destacam-se planos di-
mensionais alternados, como em uma brincadeira de zoom: amplia e reduz
o ambiente da história, apresenta a personagem de corpo inteiro, ou com
apenas parte do seu rosto, dando a sensação de dinamismo e movimento.
As pinturas apresentam fitas adesivas que fazem parte de um plano de fundo
para o texto verbal, ou seja, o conjunto gráfico-editorial da obra apresenta
uma união harmoniosa e bem sucedida entre a linguagem verbal e visual. Os
recursos visuais, aliados aos diálogos, são inovadores e extremamente expres-
sivos, funcionando como um convite à fruição pelas crianças bem pequenas.
Você verá que a obra é repleta de figuras de linguagem sonoras. As inter-
jeições e as onomatopeias surgidas no meio da narrativa, acompanhadas das
expressões faciais do Tomatos, dão vida e emoção ao texto verbal. Este é o
ponto alto do diálogo entre o texto verbal e o texto visual na obra: as figuras
de linguagem entram em ação com as emoções vivenciadas pela personagem,
dando maior clímax à história. Veja alguns exemplos:

“Tchan-tchan-tchaaaaannnnnn...” (p. 5).


“Ahhh! Eu sei! Eu sei... já sei! Ohhhhh!” (p. 13).
“E... ploffffffffffffffffff!” (p. 14).

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©ANNA GÖBEL

Página 5
©ANNA GÖBEL

©ANNA GÖBEL

Página 13 Página 14

As interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, esta-


dos de espírito; ou que procuram agir sobre o interlocutor, levando-o a
adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer
uso de outras formas de se expressar mais elaboradas.

DIANA, Daniela. Interjeição. Toda Matéria. Disponível em: https://bit.ly/34bt0MD.


Acesso em: 20 maio 2021.

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Onomatopeias são figuras de linguagem que reproduzem fonemas ou
palavras que imitam os sons naturais, quer sejam de objetos, pessoas
ou animais. São recursos que aumentam a expressividade da narrativa,
e por isso são muito utilizadas na literatura infantil e juvenil.

DIANA, Daniela. Onomatopeia. Toda Matéria. Disponível em: https://bit.ly/3ubUPPG.


Acesso em: 20 maio 2021.

Outro recurso literário utilizado na obra são as amplificações de palavras.


Marcando as expressões da personagem, elas intensificam as emoções trans-
mitidas nas imagens e aguçam a atenção para ressaltar o vivido por Tomatos.
É também um recurso que dialoga com a narrativa oral e proporciona maior
integralidade ao texto visual expresso na história. Veja os exemplos:

“Meu carrrrooooo! Ai!” (p. 8).


“1-2-3 e... jááááááááááááááááá!!!” (p. 14).
©ANNA GÖBEL

©ANNA GÖBEL

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Sabemos que nos bons livros ilustrados o texto escrito e as imagens se


articulam e, juntos, contribuem para a boa compreensão do narrado. Pela
análise verbo-visual, vimos que essa é, sem dúvida, a grande potencialidade
de O Senhor Tomatos. A obra apresenta muitas possibilidades de exploração
da personagem, sendo a interação o pré-requisito para se compreender a

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intencionalidade da autora e entender o grande entusiasmo que ela promove
entre os pequenos. O Senhor Tomatos é sucesso garantido!

J O gênero literário

O universo literário acompanha o desenvolvimento das crianças desde a mais


tenra idade. Por meio da literatura, a criança desenvolve a imaginação, as emoções e
os sentimentos de forma prazerosa e significativa. O encanto pelas imagens e pelos
enredos dinâmicos e inusitados incentiva o lúdico nos pequenos, que expressam suas
opiniões e dão dicas sobre os temas e os perfis de histórias que mais os interessam.
O gênero narrativo tem grande aceitação entre as crianças. São histórias
que podem ser contadas somente com imagens, mas também com texto verbal
e ilustrações. A ficção não tem compromisso com o mundo real, podendo levar
o(a) “leitor(a)” a vivenciar experiências que talvez não pudesse experimentar na
realidade, e isso o torna diferente, curioso, imaginativo.
O gênero literário narrativo geralmente é encontrado em obras de ficção,
que utilizam o que chamamos de “faz de conta” para retratar o mundo da
imaginação. Elas apresentam narrador, que também pode ser uma persona-
gem, enredo e ações que vão conduzindo a história, com começo, meio e fim.
O Senhor Tomatos é um livro que pode gerar oportunidades de se trabalhar
com temas universais, aliando a literatura com outras áreas e outras artes, e promo-
ver uma parceria potente entre a narrativa visual e verbal. A narrativa requer uma
leitura atenta e acurada do texto visual, pois se aliam em um patamar de igualdade.
Sabemos que os momentos rotineiros de leitura oral na etapa da Educação
Infantil contribuem para a construção do interesse e do afeto das crianças pelos
livros. Em O Senhor Tomatos não será diferente: ao ouvir a história, as crianças
bem pequenas logo serão capazes de interagir e compreender as ações do prota-
gonista, principalmente por causa do perfil de comunicação direta que o livro
estabelece com o(a) leitor(a).
A possibilidade de exploração do recurso oral é uma característica marcan-
te na obra. Inspirada pelo kamishibai, é notória a potencialidade do trabalho
com a narrativa oral, que segue o viés humorístico, visto como pré-requisito ao
contador. Nesse perfil narrativo, as palavras são acompanhadas de sonoplastia,
e o ritmo da narração varia de acordo com a reação da meninada. As crianças
interagem e se simpatizam com o Senhor Tomatos – surpreendem-se a cada
ideia anunciada ou a cada plano malsucedido que ele desenvolve na trama. Por
meio de entonações, pausas e visualização das imagens, o(a) leitor(a) poderá até
sugerir soluções, acrescentar novos detalhes ou lembrar de fatos que passaram
despercebidos pelo contador.

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As expressões marcantes da oralidade também contribuem para a dinamicidade
da história e a sua proximidade com o público mirim. O uso constante de interjeições,
acompanhadas das expressões corporais do protagonista, promove um envolvimento
intenso e contribui para uma melhor compreensão do desfecho narrativo.
Como dissemos, é uma obra muito apropriada à encenação oral. Você vai
adorar contar e sentir o envolvimento das crianças por essa doce e gentil perso-
nagem. Então, aproveite a história, professor(a), e bom espetáculo!

PARTE 3: Propostas de atividades


Professor(a), as atividades sugeridas nesta seção podem ser utilizadas iso-
ladamente, em um plano de aula, ou podem ser pensadas para uma sequência
didática. Portanto, iremos dividi-las em momentos.

J PROPOSTA 1 | Atividade de pseudoleitura

BNCC

Campo de experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos,
necessidades, sentimentos e opiniões.
(EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de his-
tórias e outros textos, diferenciando escrita de ilustrações, e acompa-
nhando, com orientação do adulto-leitor, a direção da leitura (de cima
para baixo, da esquerda para a direita).
(EI02EF04) Formular e responder perguntas sobre fatos da história nar-
rada, identificando cenários, personagens e principais acontecimentos.
(EI02EF05) Relatar experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas,
filmes ou peças teatrais assistidos, etc.
(EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens
ou temas sugeridos.
(EI02EF07) Manusear diferentes portadores textuais, demonstrando
reconhecer seus usos sociais.
(EI02EF08) Manipular textos e participar de situações de escuta para
ampliar seu contato com diferentes gêneros textuais (parlendas, his-
tórias de aventura, tirinhas, cartazes de sala, cardápios, notícias, etc.).

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 15


©ANNA GÖBEL

Nesta primeira proposta, você vai fazer uma atividade in-


ferencial, utilizando a capa do livro O Senhor Tomatos, seguida
da leitura da obra, culminando na proposta de pseudoleitura a
ser realizada primeiro coletivamente e, depois, individualmen-
te. Para o momento de leitura, você pode usar a área externa,
a brinquedoteca ou a biblioteca da escola. É importante que
as crianças estejam em um ambiente bem confortável, senta-
das ou recostadas em pequenas almofadas, tapete, grama ou
à sombra de uma árvore. Sente-se bem próximo(a) delas. No
momento inicial, chame a atenção das crianças para a capa do
livro e deixe que elas se expressem livremente. Lance perguntas
para que elas façam as suas inferências:
Capa
• O que vocês veem nesta capa?
• De quem podem ser esses olhos?
• Vocês acham que são olhos de uma pessoa ou de um animal? Por quê?
• Para onde acham que ele está olhando?
• Mas o que ele vê lá em cima?
• O que vocês acham que ele está pensando?
• Qual emoção ou sentimento vocês percebem nesse olhar? Tristeza?
Alegria? Medo? De quê?
• Quais são as cores utilizadas na capa? É uma capa produzida utilizando
qual material para colorir, dá para perceber? O que vocês acham?
• O que essas cores querem dizer? Dá pra gente saber?
• E essa parte vermelha? Será um chapéu?
• Será que é alguma personagem que já conhecemos de outras histórias,
como Chapeuzinho Vermelho? Saci? Um dos anões da história da
Branca de Neve? O Papai Noel?
• E onde ele está que tem todo esse azul em volta? Será que está escon-
dido? Onde?

Aproveitando a oportunidade, numa proposta de literacia emergente, per-


gunte se alguém está vendo alguma coisa escrita na capa e, a quem responder
que “sim”, peça que venha até o livro e aponte onde vê o texto escrito. Pergunte:

• Como sabe que são coisas escritas?


• Aqui na capa tem letras pequenas e letras grandes; alguém reconhece
alguma dessas letras grandes? Conhece de onde? (Explore os comen-
tários e descobertas das crianças.)
• Será que essas letras são do nome dessa personagem?
• Qual será o nome dele?

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 16


Em seguida, leia o título do livro e pergunte se agora, sabendo o títu-
lo, ficou mais fácil imaginar alguma coisa sobre a história e o personagem.
Provavelmente vão achar estranho o nome ser Tomatos e vão associá-lo a um
tomate. Continue incentivando a criatividade das crianças:

• Alguém aqui já tinha ouvido esse nome: “Tomatos”?


• Se parece com qual outra palavra que vocês conhecem? Será que tem
alguma coisa a ver com tomate?
• E a palavra “senhor”, o que quer dizer?
• Mas essa personagem da capa se parece com um senhor? Ou vocês
acham que é uma criança?
• Se é uma criança na capa e a palavra “senhor” geralmente é usada
para pessoas mais velhas ou de mais idade, por que será que a autora
deu esse título para a história? Será que tem mais alguém, uma outra
personagem que recebe este nome na história?
• E se tem outra personagem, esse menino ou menina da capa, quem é?

Se você quiser, professor(a), grave o áudio ou filme essa conversa inicial


com o intuito de, num momento de pós-leitura, retomá-la com as crianças.
Assim vocês poderão verificar se suas hipóteses iniciais foram confirmadas ou
não na obra lida.
Você ainda pode explorar o texto verbal e a ilustração da quarta capa – um
enorme sorriso. Será de quem? Da mesma personagem da capa ou de outra
personagem? E o senhor Tomatos, qual é, o da capa ou o da quarta capa? Qual
emoção esse sorriso desperta? Por quê?
Aproveite o momento inicial da leitura para chamar a atenção das crian-
ças para o modo como manuseia o livro, para a direção de leitura – de cima
para baixo e da esquerda para a direita –, para o cuidado e o movimento
ao passar as páginas, novamente numa perspectiva de literacia
©ANNA GÖBEL

emergente. As crianças bem pequenas poderão imitar seus gestos


quando estiverem manuseando um livro com mais autonomia,
mas na Creche II possivelmente ainda não conseguirão imitar o
movimento de pinça necessário para virar as páginas, segurando
bem na pontinha da folha. Lembre-se de que a coordenação
motora fina ainda está em desenvolvimento nessa faixa etária.
Contudo, é importante que elas já comecem a se apropriar desse
modo de manuseio de livros, cadernos, revistas, jornais e outros
materiais impressos.
Chame atenção para a imagem da folha de rosto:
Folha de rosto

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 17


Nela é possível ver melhor o rosto da personagem que aparece na capa.
Uma criança que aponta para o título e dá um tchauzinho para nós, leitores
e leitoras, que estamos do lado de fora do livro. Eis um belo convite à parti-
cipação e à interação da criança com a história!
Leia, portanto, a história O Senhor Tomatos, com entonação dinâmica e
chamando atenção para as ilustrações, a variedade de cores em tons vibrantes
e as emoções nelas representadas, em diálogo constante com o texto verbal.
Possibilite que as crianças observem de perto as imagens, que fiquem aprecian-
do por um tempo e explorando seus elementos antes de virar a página. Deixe
que comentem, sem você direcionar muito o olhar ou a leitura. As crianças
da sua turma podem ser estimuladas a participar da leitura de forma lúdica,
a partir do jogo com as palavras que a autora produz, e aliada às ilustrações
que ampliam possibilidades de significação da obra.
A participação servirá como um incentivo ao uso da imaginação e à partici-
pação lúdica em toda a narrativa. É uma oportunidade e tanto de as crianças –
e também os adultos – adentrarem no universo ficcional! O Senhor Tomatos
é uma obra que tem um conjunto estético-literário muito bem sucedido e
proporciona uma experiência de leitura bem inusitada. É, sem dúvida, uma
obra de grande valor para a formação de leitores(as).
Após uma primeira leitura da obra em voz alta para a turma, você pode
estimular o reconto, feito pelas crianças, a partir da história que ouviram e da
observação das imagens (a pseudoleitura). Lance perguntas provocativas, como:

• Observando a capa novamente, a gente faz uma nova descoberta, qual é?


• Quem é esse que está na capa, então?
• Quem pode me ajudar a recontar a história?

Proponha um reconto com a participação de toda a turma, numa pro-


posta de atividade de pseudoleitura coletiva. Estabeleça alguns combinados
para que todos possam participar, falando e ouvindo os colegas. As ilustrações
de O Senhor Tomatos são intensas, lúdicas, cheias de vida e expressividade. As
crianças vão adorar esse momento!
Em seguida, peça que uma criança, com o livro nas mãos, realize a pseudo-
leitura em voz alta para os colegas. Você pode realizar essa atividade com todas as
crianças da turma ao longo da semana ou, se achar necessário, por um período
maior de tempo. Observe que algumas vão recuperar mais da história e falar mais;
outras vão interagir mais com o livro e as ilustrações, usarão a entonação seme-
lhante à que você utilizou ou poderão observar as ilustrações e criar uma história
completamente diferente. Se achar interessante ou mesmo se as crianças pedirem,
releia a história. Assim elas vão se apropriar melhor do vocabulário e do enredo.

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 18


Nesses momentos de pseudoleitura individual, com mais autonomia, oriente
as crianças sobre o uso e o manuseio do livro, como passar as páginas, que há uma
sequência lógica para o desencadeamento dos fatos na história, que é preciso passar
uma página por vez, senão algum detalhe importante da história pode não ser
percebido, entre outras habilidades de leitura e manuseio que achar conveniente.
Permita que cada uma vivencie essa experiência a seu modo, mas estimule
sempre a participação e a expressão da criança que vai recontar a história por
meio da fala e da linguagem corporal (expressão facial, por exemplo). Lem-
bre-se de incentivar as outras crianças a ouvirem com atenção, respeitando o
momento de fala do(a) colega, participando e interagindo de acordo com o
que o(a) “leitor(a) da vez” propuser.
Assim, a prática da pseudoleitura na escola, em turmas da Creche II, é
uma valiosa contribuição para o desenvolvimento da linguagem oral e do pen-
samento, incentivando a interação e a socialização das crianças bem pequenas.
E O Senhor Tomatos é um ótimo pretexto para essa prática!

J PROPOSTA 2 | Atividade de consciência fonológica

BNCC

Campo de experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”


Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02EF02) Identificar e criar diferentes sons e reconhecer rimas e
aliterações em cantigas de roda e textos poéticos.

Campo de experiências “Traços, sons, cores e formas”


Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02TS03) Utilizar diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente
em brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias.

A consciência fonológica é uma capacidade metalinguística que consiste


em manipular os sons de forma explícita e operar com eles. As habilidades
fonológicas são imprescindíveis para o processo de alfabetização, uma vez
que o sistema de escrita alfabético a tem como base, isto é, escrevemos o que
ouvimos, os sons.
Posto isso, consideramos que o desenvolvimento da consciência fonológica
na Educação Infantil é oportuno para que as crianças pequenas familiarizem-se
com habilidades que favoreçam a alfabetização.

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 19


A consciência fonológica possui diferentes níveis em função da complexida-
de. O nível mais elementar e inicial é a percepção e a diferenciação de sons. Sub-
sequentemente, tem-se os níveis da palavra, silábico, intrassilábico e fonêmico.
Por se tratar de uma obra inspirada em um interessante gênero literário
oriental, o kamishibai, O Senhor Tomatos explora muito a sonoplastia e a sono-
ridade, propiciando um interessante trabalho com as habilidades fonológicas,
em todos os níveis. A narrativa aproveita bem as figuras de linguagem sonoras,
como onomatopeias, aliterações e assonâncias.
Sendo assim, apresentaremos propostas que se estendem de níveis fono-
lógicos dos mais simples (palavra) aos mais complexos (fonemas), além de
analisar as figuras de linguagem sonoras mais perceptíveis.
Iniciamos pelas figuras de linguagem sonoras, posto que é um recurso
literário muito utilizado pela autora da obra. Propomos, portanto, a observa-
ção das onomatopeias (mimetização de sons naturais) que aparecem em toda
narrativa, como os exemplos a seguir:

“Tchan-tchan-tchaaaaannnnnn...” (p. 5).


“Sluurrp!” (p. 7).
©ANNA GÖBEL

©ANNA GÖBEL

Página 5 Página 7

“Ploffffffffffffffffff!” (p. 14).


“Chiiiiiiii!” (p. 18).

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 20


©ANNA GÖBEL

©ANNA GÖBEL
Página 14 Página 18

Converse com as crianças sobre esses sons, indagando, por exemplo:


• O que seria “Tchan-tchan-tchaaaaannnnnn...”?
• Na história, o que aconteceu quando o Senhor Tomatos falou “Tchan-
tchan-tchaaaaannnnnn...”?
• Em quais situações do cotidiano costumamos usar esse tipo de expressão?
Professor(a), estimule as crianças a perceberem os efeitos de sentido
que essas figuras de linguagem representam na história, bem como em que
contextos reais costumamos utilizá-las. Simule algumas situações em que
você possa utilizar algumas dessas onomatopeias.
Explique também que as onomatopeias são muito comuns nas histórias e
que representam a imitação de algum som natural produzido por coisas, pessoas
ou animais. Depois disso, que tal propor uma oficina de produção de sons?
Você pode usar instrumentos musicais e outros objetos que sejam capazes
de produzir sons diversos. Sugerimos que produza o som com os objetos ou
os instrumentos musicais e peça para as crianças imitarem o que ouviram,
criando, assim, suas onomatopeias. Será diversão garantida e uma ótima
oportunidade para desenvolver a escuta atenta da turma.
Como já foi dito, O Senhor Tomatos, por se inspirar no gênero kamishibai,
é uma obra musicalizada, que produz ritmos intencionalmente. Isto posto, as
rimas (unidades intrassilábicas) são condição essencial para a musicalização da
narrativa. A oportunidade para o trabalho com a consciência fonológica é mais
uma vez oferecida pela história. Observe este trecho com as crianças (p. 6):

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 21


“O carro mais bonito
do mundo, porque é
rosado e violeta
como bolo de morango
com framboesa!”

No excerto, é possível identificar a rima: violeta e framboesa. Converse


com crianças sobre as rimas, isto é, os “sons finais das palavras que são pare-
cidos” ou “as palavras que terminam igual”. É normal que algumas crianças
demorem a perceber essa semelhança sonora, ou identifiquem melhor os
sons iniciais iguais, portanto, será importante produzir vários exemplos para
a garotada entender a proposta. Faça com que os pequenos entendam que
vocês estão investigando os sons de palavras que combinam, e não as coisas
que são representadas ou simbolizadas pelos nomes (ex.: “Sereia” combina
com “mar”, mas “sereia” tem o mesmo som final de “teia”).
Utilizando a brincadeira proposta pela história, convide as crianças a tro-
carem as palavras que figuram as rimas, porém dentro de um mesmo contexto
semântico, como por exemplo:

O carro mais bonito


do mundo, porque é
amarelado e grená
como bolo de cereja
com cajá!

Por último, deixamos uma proposta mais desafiadora: a explicitação e a


análise de fonemas. O Senhor Tomatos, além de explorar figuras de linguagem
e rimas, amplifica e destaca alguns fonemas de palavras para promover sono-
plastia. Observe alguns exemplos:

“Meu carrrrooooo! Ai!


Esta minha barriga... que não...
que não eeeeentra!” (p. 8).

Utilizando-se de um sussurrofone (uma ferramenta caseira que possibilita


a captação e a ampliação do som da própria voz), peça às crianças que repitam
as palavras acentuando os fonemas/grafemas que aparecem mais de uma vez
na história. Por exemplo, em “carrrrooooo”, destaca-se o som do fonema /r/
e do fonema /o/ ou /u/ (a depender da variação linguística). Alguns fonemas

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 22


merecem mais atenção, como o som do r: vibrante simples (r fraco), ou vibrante
múltipla (r forte), uma vez que nessa faixa etária, as vibrantes costumam ser
um segmento consonantal de complexa realização.

ACESSE:
Para saber como fazer um sussurrofone, assista ao vídeo:

CARVALHO, Lorena. Como fazer um Sussurrofone. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo
(2m49s). Publicado pelo canal Professora Coruja. Disponível em: https://bit.ly/2Ti-
8ZlB. Acesso em: 21 maio 2021

J PROPOSTA 3 | Atividades de Arte com participação da família

BNCC

Campo de experiências “Eu, o outro e o nós”


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da
mesma faixa etária e adultos.
(EI02EO06) Respeitar regras básicas de convívio social nas interações
e brincadeiras.

Campo de experiências “Corpo, gestos e movimentos”


Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02CG05) Desenvolver progressivamente as habilidades manuais,
adquirindo controle para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.

Campo de experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02EF05) Relatar experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas,
filmes ou peças teatrais assistidos, etc.
(EI02EF06) Criar e contar histórias oralmente, com base em imagens
ou temas sugeridos.

Campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações e


transformações”
Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento:
(EI02ET04) Identificar relações espaciais (dentro e fora, em cima, embai-
xo, acima, abaixo, entre e do lado) e temporais (antes, durante e depois).

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 23


Professor(a), para trabalhar a ludicidade e a criatividade com as crianças
bem pequenas, o que você acha de apresentar o teatro kamishibai para a
turma? Como você já sabe, a autora se inspirou no kamishibai para a cria-
ção da obra O Senhor Tomatos, e este estilo teatral possui grande aceitação
pelos pequenos.
O kamishibai também é chamado de “teatro de papel”, e faz parte da
cultura japonesa, como uma técnica de contação de histórias que utiliza das
imagens e da narrativa oral. Ele é muito usado nas escolas como ferramenta
educacional, e por meio da encenação as personagens são anunciadas e as ações,
ilustradas por placas que acompanham o narrador. Veja alguns exemplos de
contadores de histórias que utilizam do recurso teatral kamishibai e se inspire!
ACESSE:
Sugestões de vídeos:

LANE, Sandra. Kamishibai Brasil: cantiga Infantil contada no kamishibai: Alecrim.


[S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (2m29s). Publicado pelo canal Sandra Lane. Disponível
em: https://bit.ly/3bOGGkT. Acesso em: 20 maio 2021.

ACESSE:
LANE, Sandra. História na palma da mão: O doce segredo de Ogbón. [S. l.: s.
n.], 2020. 1 vídeo (9m27s). Publicado pelo canal Sandra Lane. Disponível em:
https://bit.ly/3bUzdB7. Acesso em: 20 maio 2021.

O teatro para crianças bem pequenas promove uma atividade de leitura


criativa que gera grande envolvimento e animação, ainda mais se tratando
de uma história tão irreverente e divertida como O Senhor Tomatos. Utilize o
enredo do livro e crie as imagens, encenando os momentos mais engraçados
da trama e ressaltando as emoções, os espantos e as empolgações do Senhor
Tomatos. A peça teatral promoverá boas gargalhadas entre a meninada! Se
puder e achar conveniente, faça vídeos e registros fotográficos do teatro. Além
de ser uma boa lembrança, o material poderá servir de suporte para desdo-
bramentos da atividade.
Uma forma de estreitar o diálogo com as famílias é realizar um rodízio
para que cada criança leve o material do teatro kamishibai para casa, assim
como a obra literária O Senhor Tomatos. Caso os tenha produzido, envie aos
familiares o vídeo e as fotografias que retratam as interações das crianças durante
a apresentação na escola. Isso incentivará a participação da família na leitura
e encenação teatral proporcionadas pela atividade escolar. O diálogo entre
família e escola potencializa o envolvimento das crianças, além de estimular
a literacia familiar, tão crucial na Educação Infantil.

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 24


A obra ainda oportuniza explorar propostas didáticas que mobilizem a
percepção espacial e diferenciação dos espaços a partir da observação atenta
das crianças em relação às ilustrações. Outra possibilidade é aproveitar as no-
ções espaciais vivenciadas pelo Senhor Tomatos e desenvolver atividades que
promovam estas noções com a turma. Como exemplo, você pode organizar
um circuito ao ar livre e explorar com as crianças as dimensões do próprio
corpo e sua relação com o espaço externo. Utilize objetos e obstáculos de
formas diversificadas – cordas, bambolês, caixas de papelão, cadeiras, túneis
com cartolina ou papel kraft –, e desenvolva a exploração espacial por meio
da experimentação. Será uma vivência divertida e lúdica, que objetiva iden-
tificar e explorar a coordenação motora e espacial das crianças pequenas.
A autora também utiliza de recursos materiais na constituição das imagens,
que podem servir de inspiração para explorar a liberdade criativa dos pequenos.
Para desenvolver a proposta, selecione materiais semelhantes aos usados pela
autora e veja como esse será um momento criativo e prazeroso. As crianças
bem pequenas soltam a imaginação nas atividades manuais, transformando
a sala em um divertido ateliê! Ofereça folhas grandes, como cartolinas, e veja
se as crianças observam e respeitam as dimensões espaciais do papel. Você
pode usar o recurso da modelagem e da colagem, com imagens recortadas de
revistas e jornais, imagens impressas, e/ou desenhos manuais, acrescidos de
fitas adesivas, retalhos e emborrachados.
Como sugestão, você pode colar fita crepe ou fita adesiva, pedaços de
papel e tecido em uma folha de papel e pedir que as crianças pintem com
tinta guache.
O objetivo da proposta é aliar produções manuais com a observação das
ilustrações presentes na obra. Por isso ofereça um momento para retomar o
livro O Senhor Tomatos e converse com as crianças sobre as ilustrações. Como
são feitas? Desenho? Colagem? Pintura? Modelagem? Ou tudo misturado?
Mostre que as imagens da obra foram feitas com os mesmos materiais usados
pelas crianças. Em seguida, apresente as produções e demonstre como elas
produziram suas próprias ilustrações.
Para finalizar, proponha a exposição das produções feitas pelas crianças
em um espaço coletivo da escola, registre com fotografias e encaminhe para
as famílias, socializando as habilidades trabalhadas na produção e suas inten-
ções pedagógicas. Se você achar necessário, as produções impressas poderão
ser enviadas às famílias com uma descrição da atividade desenvolvida e sua
relação com a obra literária em questão. A literacia familiar é uma parte
importante no desenvolvimento das crianças, principalmente quando se
está em diálogo com os espaços educativos frequentados por ela. Estimule
este diálogo!

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 25


Indicações de leituras complementares

Professor(a), aqui você encontra sugestões de livros que consideramos re-


levantes para o desenvolvimento das atividades propostas no Material Digital.
Além das sugestões, deixamos uma breve descrição das obras.

ADAMS, Marilyn Jager et al. Consciência fonológica em crianças pequenas.


D I V U LG AÇ ÃO

Porto Alegre: Artmed, 2006.


Este livro pode ser considerado um programa de trabalho com a consciên-
cia fonológica (CF) para crianças pequenas (iniciando pelos(pelas) bebês
e indo até o ciclo de alfabetização). Trata-se de uma proposta prática, com
etapas bem descritas, e já consagrada no exterior. Inicialmente, o livro
esclarece, de forma bem didática, o conceito de consciência fonológica e
depois fornece um compêndio de atividades de CF organizadas em blocos,
a saber: jogos de linguagem, jogos de escuta, jogos com rimas, consciência
das palavras e frases, consciência silábica, introduzindo fonemas iniciais e
finais, consciência fonêmica, introduzindo as letras e a escrita, avaliando a
consciência fonológica.

CADEMARTORI, Ligia. O professor e a literatura: para pequenos, médios e


D I V U LG AÇ ÃO

grandes. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.


A série Conversas com o Professor nasceu de um projeto antigo: facilitar
ao(à) professor(a) o acesso ao conhecimento produzido pela academia numa
linguagem não acadêmica, sem sofisticações teóricas, que levasse em conta
a vivência e a experiência desse(a) profissional. A presente obra busca justa-
mente dar um suporte ao trabalho em sala de aula, sem ignorar a bagagem
que o(a) professor(a) traz consigo; um livro que não dá receitas, mas aponta
para múltiplos caminhos e promove reflexão, questionamento, ampliação e
enriquecimento sobre e dessa bagagem; um livro que instiga, que provoca,
que seduz; convite a uma conversa – uma troca – fluente e acolhedora, fruto
da grande experiência e da enorme sensibilidade da autora.
D I V U LG AÇ ÃO

MORAIS, Artur. Consciência fonológica na Educação Infantil e no Ciclo de


Alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
Em mais uma obra circunscrita na área da alfabetização, Morais retoma o
tema que estuda desde o início de sua carreira acadêmica: a consciência fo-
nológica (CF). O autor, que sempre estabeleceu seu posicionamento sobre
CF em consonância com a psicogênese da escrita, apresenta, inicialmente, a
interpretação da habilidade fonológica por outros autores. Nos capítulos que

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 26


se seguem, o professor retoma o conceito de CF de forma reflexiva e, ainda,
revisa trabalhos que ele mesmo desenvolveu sobre a temática. Ao fim do livro,
Morais apresenta propostas adequadas à Educação Infantil (pré-escola) e para
os ciclos de alfabetização.

PAIVA, Aparecida et al. (Orgs.). Literatura: saberes em movimento. Belo Ho-


D I V U LG AÇ ÃO

rizonte: Autêntica, 2007. (Coleção Literatura e Educação.)


A obra faz parte da coleção Literatura e Educação e é o resultado do evento
bienal “Jogo do Livro”, no qual o objetivo foi integrar investigações que
focalizam desde a produção até a recepção de livros que alcançam crianças e
jovens. Este livro se aprofunda nos estudos sobre a literatura e sua influência
para o conhecimento e os saberes constituintes da formação humana.

Referências bibliográficas comentadas

Professor(a), nesta seção estão disponibilizadas as fontes a partir das quais


escrevemos este Material Digital. Como consideramos leituras relevantes,
adicionamos uma síntese relativa a cada uma das indicações.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Consed/Undime, 2018.


Disponível em: https://bit.ly/3qLC9FB. Acesso em: 14 maio 2021.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e mo-
dalidades da Educação Básica.

BRASIL. Política Nacional de Alfabetização. Brasília: MEC/SEALF/Secretaria


de Alfabetização, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3hIUd1k. Acesso em: 14
maio 2021.
A Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída pelo Decreto n.º
9.765, de 11 de abril de 2019, foi elaborada visando oferecer às redes e aos
alunos brasileiros, por meio de programas e ações, contribuições das ciências
cognitivas, especialmente da ciência cognitiva da leitura. Uma política de
alfabetização com a intenção de produzir reflexos positivos não apenas na
educação básica, mas em todo o sistema educacional do país.

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 27


COELHO, Nelly. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1. ed. São Paulo:
Moderna, 2000.
O livro apresenta um arcabouço teórico sobre a literatura infantil e sua importância
para a primeira infância. A autora busca apresentar como o universo literário infantil
está em diálogo com o imaginário da criança e atua em seu desenvolvimento do
ponto de vista cognitivo, psicoemocional, sociocultural e histórico.

MORAIS, J. Alfabetizar para a democracia. Porto Alegre: Penso Editora, 2014.


No livro, o autor trata de o que é a democracia, e das razões pelas quais a universaliza-
ção da leitura e da escrita é indispensável na construção de uma autêntica democracia.

MORAIS, J. Influência da literacia e da escolaridade sobre a linguagem e a


cognição. In: VIANA, F. L. et al. (Coords.). Leitura, literatura infantil e ilustra-
ção: investigação e prática docente. Braga: Centro de Estudos da Criança da
Universidade do Minho, 2002. p. 45-62. v. 3.
O artigo apresenta um estudo teórico específico sobre a literacia e sua in-
fluência para o sistema cognitivo humano. O autor mostra que a aquisição da
literacia alfabética influencia o desenvolvimento metafonológico e estimula
as estratégias de tratamento da linguagem falada.

ROSSET, Joyce et al. Educação Infantil: um mundo de janelas abertas. Porto


Alegre: Edelbra, 2018.
A obra coloca em prática os pressupostos de valorização da Educação Infan-
til como uma etapa de exploração do diálogo, da pesquisa, da experiência,
da cultura e do ambiente nos quais a escola está inserida. Você encontrará
conteúdos provocativos e afinados com a BNCC para auxiliar o dia a dia dos
profissionais da Educação Infantil.

SÁ, Alessandra Latalisa de. Reconto. In: GLOSSÁRIO CEALE. Disponível em:
https://bit.ly/3fAFiDy. Acesso em: 13 maio 2021.
O Glossário CEALE foi definido, a partir de várias possibilidades diciona-
rizadas, como “conjunto de termos de uma área de conhecimento e seus
significados”, e concebido para ser um apoio aos processos de ensino e apren-
dizagem da alfabetização, leitura e escrita. Neste verbete, vemos que Reconto
nada mais é que a “reconstrução oral de um texto já existente”, ou seja, uma
imitação a partir de um texto modelo, respeitando seu tipo de linguagem, as
marcas de gênero e sua estrutura. Essa atividade não pressupõe que a pessoa
seja alfabetizada, pois ela pode ser realizada oralmente. Portanto, o trabalho
pedagógico do reconto de uma história clássica, por exemplo, com crianças da
pré-escola é essencial para o desenvolvimento de bons “autores” e “leitores”.

MATERIAL DIGITAL DO PROFESSOR – O Senhor Tomatos 28

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