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CÉREBRO
Dangeles Lima*
Departamento de Física, ICEx, Universidade Federal de Minas Gerais, 30123-970 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
sistema como um todo, isto é, nas suas propriedades globais. Os muitos componentes
desses sistemas não interagem diretamente todos com todos. Ao contrário, cada um
interage apenas com seus vizinhos mais próximos. No entanto, uma mudança no estado
atual de um componente pode modificar o de seu vizinho, que por sua vez modifica o de
seu próprio vizinho, e assim por diante. Dois componentes mesmo distantes entre si,
sem interação direta, poderão estar correlacionados dessa maneira, de forma que
interação direta entre componentes vizinhos de dois sistemas seja diferente, como por
eles ainda podem apresentar o mesmo comportamento global, quando próximos dos
críticos são fruto das correlações indiretas entre seus diversos componentes, que cobrem
pequenas vizinhanças.
as regras que bilhões de neurônios obedecem para se organizar em redes, e como essas
cascata em sistemas que de outro modo estariam inativos. Na maior parte do tempo, o
𝑓 𝑠 ~𝑠 −𝜏
segunda ordem, quando o sistema está em um estado crítico. Se o sistema evolui para
alcançar um estado crítico sem ajuste fino dos parâmetros de controle, o sistema é
atividades através de suas unidades, que podem surgir de interações locais simples.
Estas avalanches podem incluir todas as unidades do sistema. Entretanto, a maioria das
Um exemplo desse tipo de sistema é a pilha de areia estocástica (veja o quadro no final
do texto).
Leis de potência têm sido também observadas na atividade neural, e então tem
ter sido selecionada na evolução do sistema nervoso. Pontos críticos são relacionados
com alta adaptabilidade, porque pequenas mudanças num parâmetro externo de controle
experimental para este fenômeno no cérebro [3,4]. Plenz e seus colaboradores tentaram
tecido cerebral em placas de Petri. Eles prenderam 64 eletrodos ao tecido para examinar
eram muito freqüentes; as grandes, mais raras; e as muito grandes, mais incomuns ainda.
Num gráfico, as probabilidades de ocorrência de diferentes tamanhos mostravam uma
A forma da curva da lei de potência pode fornecer pistas sobre a rede que a
produziu. Pesquisadores testam várias redes neurais possíveis para ver quais produzem
avalanches neurais como no caso de neurônios reais. Muitas redes podem ser repartidas
em uma coleção de módulos. Cada módulo é esperado efetuar uma tarefa identificável,
corticais em núcleos ou áreas corticais para unidades em larga escala, tais como, o
sistema visual inteiro ou o córtex sensório motor. A cada nível, os nós são mais
detalhada das redes cerebrais em todas as escalas ainda não está experimentalmente
acessível.
nas quais a dinâmica crítica de leis de potência aparece em uma região estendida ao
redor do ponto crítico [7]. Através de simulações com modelos com dinâmica simples,
os autores também encontram estruturas de fases de Griffiths em redes modulares
hierárquicas sintéticas, bem como dois exemplos de redes neurais, o connectome celular
uma região crítica ao invés de um ponto crítico. O trabalho também põe restrições fortes
4. Considerações finais
Apesar das intrigantes e gerais implicações desse campo de estudo que usa
problemas e detalhes permanecem em aberto para serem resolvidos. Por exemplo, ainda
questões que surgem por muitos tipos diferentes de redes hierárquicas serem possíveis.
Ainda está incerto quão bem estas variantes suportam a criticalidade e qual seria a
certamente ajudarão a guiar esses assuntos. Todas as questões em aberto precisam ser
investigadas por modelagem sistemática, fazendo com que o campo de estudos de redes
Bak, P. How Nature Works. The Science of Self-organized Criticality (Copernicus, New
Mitchell, Melanie (2009). Complexity: A Guided Tour. Oxford, U.K: Oxford University
Press.
[3] Beggs, J.M. and Plenz, D. (2003) Neuronal avalanches in neocortical circuits.
J. Neurosci. 23.
[4] Pajevic, S. and Plenz, D. Efficient network reconstruction from dynamical cascades
Spike avalanches in vivo suggest a driven, slightly subcritical brain state. Frontiers in
[6] Moretti, P. and Muñoz, M.A. (2013) Griffiths phases and the stretching of
[7] Munõz, M.A. et al. (2010) Griffiths phases on complex networks. Phys. Rev.
sistema de não equilíbrio (a areia entra e sai do sistema) que é conduzido para um ponto
crítico por sua dinâmica intrínseca. O estado crítico da pilha de areia é um atrator;
podemos dizer que a pilha de areia está num estado de criticalidade auto-organizável.
superfície plana. Os grãos começarão a empilhar um sobre o outro criando uma pilha
com um declive suave. De vez em quando, o declive se torna muito íngreme e alguns
ângulo de repouso. Quando mais um grão é adicionado à pilha, este pode causar uma
Por outro lado, se o declive inicial é maior do que o ângulo de repouso, então
a uma lei de potência. Podemos dizer que quando o declive da pilha de areia atinge o