Você está na página 1de 14

Índice

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................2
1.1. Procedimentos metodológicos..............................................................................................2
2 REVISÅO DE LITERATURA.....................................................................................................3
2.1- Etimologia................................................................................................................................3
2.2- Conceito....................................................................................................................................3
2.3- Funções da moeda....................................................................................................................3
2.4- Origem e historia até o século xv: as trocas e as moedas antes da introdução dos metais.......3
2.5 As Mercadorias-moeda..............................................................................................................7
2.6 O Metalismo..............................................................................................................................8
2.7 A Moeda-Papel..........................................................................................................................9
2.8 O Papel-moeda.........................................................................................................................10
2.9 A Moeda Escritural..................................................................................................................11
2.10 Características da moeda.......................................................................................................11
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................13
4 REFERÊNCIAS.........................................................................................................................14

1
1 INTRODUÇÃO

Na Antiguidade, as mercadorias produzidas numa comunidade serviam como meio de


pagamento para suas transacções comerciais. Destacava-se sempre uma entre as demais. Como
moedas, já circularam peles, fumo, óleo de oliva, sal, mandíbulas de porco, conchas, gado e até
crânios humanos. O ouro e a prata ganham rapidamente preferência devido à beleza,
durabilidade, raridade e imunidade à corrosão e os primeiros registros do uso de moedas
metálicas datam do século VII a. C., quando eram cunhadas na Lídia, reino da Ásia Menor e
também na região do Peloponeso, ao sul da Grécia . O papel-moeda (as notas) surge no século
IX na China. A Suécia é o primeiro país europeu a adoptá-lo, no século XVII. Fácil de
transportar e de manusear, o seu uso difunde-se com rapidez. Até então, a quantidade de moedas
correspondia ao volume de ouro ou prata disponível para cunhagem. O papel-moeda, por não ser
feito de metal, permite o aumento arbitrário da quantidade de dinheiro.

Para combater o desvio, institui-se o padrão ouro, em que o volume de dinheiro em circulação
deve ser igual ao valor das reservas de ouro de um país depositado nos bancos. Mesmo assim,
tornou-se comum a emissão de notas em quantidades desproporcionais às reservas e que não
tinham, em consequência, o valor declarado. Tal prática leva à desvalorização da moeda, cuja
credibilidade depende da estabilidade da economia nacional e da confiança junto aos órgãos
internacionais. Hoje, as moedas são feitas de níquel e alumínio e o seu valor nominal é maior que
o de facto.

O objectivo deste tipo de pesquisa é de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas


existentes sobre um determinado assunto ou problema.

1.1. Procedimentos metodológicos


Este trabalho fez uso do método de pesquisa bibliográfico, baseados essencialmente em livros
de economia. Para Fachin (2000), a pesquisa bibliográfica procura mostrar um problema ou um
tema, geralmente histórico, que foi publicado em artigos e livros, e analisar as contribuições ou
problemas culturais que determinado assunto implicou sobre a necessidade actual. De acordo
com Pinto (2004), o método de pesquisa bibliográfico busca explicar um problema através de
teorias publicadas em livros ou obras do mesmo género.

2
2 REVISÅO DE LITERATURA

2.1- Etimologia
Etimologicamente, o termo se atribui ao latim moneta, ” moeda “, o lugar onde se cunhavam
moedas em Roma, o templo Juno Moneta.

2.2- Conceito
Unidade representativa de valor aceita como instrumento de troca numa comunidade. A moeda
corrente e a que circula legalmente num país. Moedas fortes são as que tem curso internacional,
como instrumento de troca e reservas de valor.

2.3- Funções da moeda


Graças a moeda, pode o indivíduo generalizar seu poder de compra e obter da sociedade aquilo
que sua moeda lhe da direito, sob a forma que melhor lhe convém. Classificando uma transacção

2.4- Origem e historia até o século xv: as trocas e as moedas antes da introdução dos metais
Antes do surgimento da moeda, todos viviam a procura de novos instrumentos de troca capazes
de medir o valor dos bens. Entre os inúmeros meios de troca já testados antes da criação da
moeda, os animais têm lugar de destaque.

Na Grécia, no século VIII a.C., faziam-se as contas tomando o boi como parâmetro: uma mulher
valia de vinte a quarenta cabeças de gado; um homem, cem. Servindo como meio de pagamento,
o sal circulava em vários países (dai vem o termo salário), como exemplo a Libéria, onde
trezentos torrões compravam um escravo. Entre as versões primitivas de moeda, as conchas
foram , sem duvida, as mais difundidas. Especialmente os cauris (espécie de búzio), que nos
séculos XVII e XVIII virou a moeda internacional; metade do mundo entesourava e comprava
cauris.
Das primeiras moedas de metal na china até as moedas metálicas da áfrica
Foi na China do período Chou (1122-256 a.C.) que nasceram as moedas de bronze com formas
variadas: peixe, chave ou faca (Tao), machado (Pu), concha e a mais famosa o Bu, que tinha a
forma de uma enxada. As formas das moedas vinham das mercadorias e objectos que possuíam

3
valor de troca. Nessas peças encontravam-se gravados o nome da autoridade emitente e o seu
valor. No final desta dinastia, surgiu o ouro monetário (Yuanjin). Este tinha a forma de um
pequeno lingote com o sinete imperial. Também nessa época surgiram as moedas redondas de
bronze, com um furo quadrado no centro.
O papel-moeda chinês
Os primeiros registros da utilização do papel como moeda remontam do ano 89. As matrizes para
a impressão eram confeccionadas em tabuleiros de madeira ou de bambu, sobre as quais era
aplicada uma pasta especial, feita de polpa vegetal amolecida e batida. A madeira recebia tinta e
os desenhos e textos gravados eram passados para o papel. Essa invenção permaneceu escondida
durante séculos; sua importância pode ser exemplificada pelo fato de os chineses terem erguido
um templo em homenagem ao inventor dessa técnica.

A partir do ano 610 missionários cristãos espalharam a novidade em outras terras. Mas foi o
comerciante veneziano Marco Polo que mais se encantou com a técnica de fabricação do papel-
moeda chinês, que publicou no seu livro Le Livre de Marco Polo, entre suas experiências na
china, onde ficou dezassete anos.

África
As manilhas ( ou moedas-argolas), feitas na sua maioria de cobre, eram empregadas como meio
de troca na Africa-Ocidental, que hoje compreende a Nigéria, Gana Benin e Togo. Seus valorem
eram proporcionais a quantidade de metal que continham, podendo pesar entre 2700 e 200 g.
Suas formas eram variadas também: ferradura, semicircular, anel, bracelete ou corda retorcida.

Um manual português do século XV traz o valor comercial das manilhas: com oito delas
comprava-se um escravo. Ao lado do valor monetário essas pecas tinham também clara função
de ornamentação, alguns exemplares são totalmente decorados, o que elevava muito seu valor
artístico.

Moedas da grécia antiga


As primeiras moedas gregas começaram a serem cunhadas a partir do século VII a.C. Com
figuras de animais verdadeiros, plantas e objectos úteis ao homem. As moedas primitivas mais
famosas eram a coruja, o pegasus e a tartaruga. As tartarugas foram as primeiras moedas a serem

4
cunhadas na Grécia, seus exemplares mais antigos são de 625 a.C. e durante um século foram
elas que ditavam as leis nas trocas comerciais.

Essas moedas representavam Egina, florescente empório comercial do Peloponeso e eram mais
valiosas que as corujas, valiam o dobro: 2 dracmas (dracma – unidade da moeda de prata). Os
potros vinham em segundo lugar na ordem de valor monetário, era cunhado em Corinto,
importante centro comercial no istmo de mesmo nome, trazendo a impressão de um Pegaso
(mítico cavalo alado). Podiam ser dracmas ou estateres (o estater era a unidade da moeda de
ouro).
E as corujas, que eram cunhadas em Atenas, sendo as menos valiosas entre as três moedas mais
importantes, valiam uma dracma ou um estatere. Mas anos depois, foram descobertas várias
jazidas de prata perto de Atenas, e começou a ascensão desta cidade e conseqüentemente das
corujas.

Por volta do ano 525 a.C. , Atenas cunhou uma moeda esplêndida no valor de 4 dracmas, a
tetradracma. Estas moedas estão entre as mais fascinantes da Antigüidade e por quase dois
séculos não sofreram modificações. Após a vitória da batalha de Salamina, contra os persas ( 480
a.C.), os atenienses cunharam uma moeda no valor de dez dracmas, o decadracma. Aos poucos,
todas as cidades gregas começaram a cunhar moedas com efígies divinas. De simples
instrumentos de troca, as moedas transformaram-se em obras de arte. Pelo bom gosto, pelo
requinte da cunhagem, pelo relevo acentuado por figuras em perfeita harmonia com a espessura
do metal, as moedas gregas são únicas.

Aos poucos, todas as cidades gregas começaram a cunhar moedas com efígies divinas. De
simples instrumentos de troca, as moedas transformaram-se em obras de arte. Pelo bom gosto,
pelo requinte da cunhagem, pelo relevo acentuado por figuras em perfeita harmonia com a
espessura do metal, as moedas gregas são únicas.

As moedas romanas “Arcaicas”


A partir do século VII a.C., Roma adoptou um bem para intermediar as trocas: o bronze ( a prata
precisava ser importada, e desconhecia-se a existência do ouro na época). Eram peças sem forma

5
de metal bruto fundido (aes rude), avaliado com base no peso (de 2g a 4kg), sem sinais ou
figuras. Mais praticas que os animais, elas ainda não ofereciam as vantagens da moeda.

As primeiras moedas Romanas


Por volta de 335 a.C., com o aes grave (bronze pesado), Roma ganhou sua primeira moeda – o as
ou asse -, fundida em forma redonda, com indicações de valor e impressos oficiais. No anverso
dos ases aparece Jano bicéfalo, a mais antiga divindade do rico Olimpo romano – deus da
passagem de um lugar a outro e, portanto, de um tempo a outro – por isso, representado com dois
rostos. No reverso, a imagem mais comum e a da proa de um navio. A série do aes grave também
e chamada libral (de libra, unidade de peso latina) pois, assim como a libra, o as dividia-se em
doze únicas. Em 268 a.C. Roma ( já poderosa) passou a confeccionar também moedas de prata,
iniciando a esplêndida era do denário romano.

As moedas Ibéricas
No ano de 711 travou-se na Espanha a Batalha de Guadalete, na qual morreu o ultimo rei
visigodo ( povo que habitava a península Ibérica ate essa data). As moedas ibéricas reflectem o
entre choque de duas culturas, povos e religiões diferentes, que caracterizou a historia da região.
Antes da invasão muçulmana, haviam circulado na região moedas gregas, celtas, cartaginesas,
romanas e grosseiras imitações destas ultimas, feitas pelos bárbaros. A partir do século VIII,
juntaram-se ao grupo pecas árabes ( no inicio de prata e depois de ouro).

As moedas ibéricas mais importantes ( excluindo-se as árabes) são as posteriores a união do


reino de Castela e Aragão ( 1479) cuja abundância de ouro e prata, vindos do Novo Mundo,
deram lugar a novas emissões antigas e mais rústicas. Dentre elas, sobressai-se o ducado – ou
excelente – de ouro, com sua metade e múltiplos, que surgiu após a reconquista de Granada. A
moeda traz os bustos de Isabel I e Fernando II o Católico ( 1479 -1516). A denominação
“excelente” derivava do elevado título da moeda. Também se tornaram famosos os “reales de
ocho” de prata ( 8 reales), que passariam a Historia como o dólar espanhol e sobreviveriam te
meados do presente século.

6
2.5 As Mercadorias-moeda

As primeiras moedas foram mercadorias e deveriam ser suficientemente raras, para que tivessem
valor, e, como já foi dito, ter aceitação comum e geral. Elas tinham, então, essencialmente valor
de uso; e como esse valor de uso era comum e geral elas tinham, consequentemente, valor de
troca O abandono da exigência do valor de uso dos bens, em detrimento do valor de troca, foi
gradativo.

Entre os bens usados como moeda está o gado, que tinha a vantagem, de multiplicar-se entre uma
troca e outra — mas, por outro lado, o autor não atenta para a possibilidade de perder-se um
rebanho inteiro com o surgimento de alguma doença —; o sal na Roma Antiga; o dinheiro de
bambu na China; o dinheiro em fios na Arábia. “As moedas-mercadorias variaram amplamente
de comunidade para comunidade e de época para época, sob marcante influência dos usos e
costumes dos grupos sociais em que circulavam” (LOPES e ROSSETTI, 1991: 27).

Da mesma forma como o escambo é considerado o mais primitivo dos sistemas de troca, as
mercadorias-moeda constituem os mais rudimentares dentre os instrumentos monetários
conhecidos. Elas possibilitaram as trocas indirectas, figurando na história económica dos povos
como uma das mais importantes criações. Essas mercadorias, ainda que não fossem directamente
utilizadas pelos que as recebiam em suas actividades de produção ou de consumo, tinham
aceitação tão geral e segura que os seus detentores poderiam imediatamente trocá-las por
quaisquer outros bens e serviços desejados. Foi, por exemplo, o que ocorreu na Guiné, durante
largo espaço de tempo, quando os escravos, o algodão e o linho funcionaram como mercadorias-
moeda.

No norte da Europa, os peixes secos desempenharam idêntica função, enquanto no Canadá e na


Virgínia, respectivamente, o tabaco e as peles constituíram, nas primeiras etapas do processo de
sua colonização, um dos mais utilizados instrumentos monetários. Sabe-se ainda que nas
primitivas organizações económicas na Índia, a lã, a seda, o açúcar, o chá, o sal e o gado também
foram largamente utilizados como moeda, exercendo as funções de denominadores comuns das
múltiplas relações de troca estabelecidas nos tradicionais mercados do Oriente.

7
Com o tempo, as moedas-mercadorias foram sendo descartadas. As principais razões para isso
foram:

 Elas não cumpriam satisfatoriamente a característica de aceitação geral exigida nos


instrumentos monetários. Além disso, perdia-se a confiança em mercadorias não
homogéneas, sujeitas à acção do tempo (como no caso dos gados citado acima), de difícil
transporte, divisão ou manuseio.

 A dupla característica valor de uso e valor de troca tornava o novo sistema muito
semelhante ao escambo e suas limitações intrínsecas.

2.6 O Metalismo

Os metais preciosos passaram a sobressair por terem uma aceitação mais geral e uma oferta mais
limitada, o que lhes garantia um preço estável e alto. Além disso, não se desgastavam, facilmente
reconhecidos, divisíveis e leves. Entretanto, havia o problema da pesagem.

Em cada transacção, os metais preciosos deveriam ser pesados para se determinar seu valor. Esse
problema foi resolvido com a cunhagem, quando era impresso na moeda o seu valor. Muitas
vezes, entretanto, um soberano recunhava as moedas para financiar o tesouro real. Ele recolhia as
moedas em circulação e as redividia em um número maior, apoderando-se do excedente. Esse
processo gerava o que conhecemos como inflação, uma vez que existia um maior número de
moedas para uma mesma quantidade de bens existentes (MONTORO FILHO, 1992).

Os primeiros metais utilizados como moeda foram o cobre, o bronze e, notadamente, o ferro
(LOPES e ROSSETTI, 1991). Por serem, ainda, muito abundantes, não conseguiam cumprir uma
função essencial da moeda que é servir como reserva de valor. Dessa maneira, os metais não
nobres foram sendo substituídos pelo ouro e pela prata, metais raros e de aceitação histórica e
mundial (LOPES e ROSSETTI, 1991).

Em consequência dessas alterações, como ainda mantivessem fixos os valores legais


estabelecidos entre os dois metais, as moedas de ouro tenderiam a desaparecer. Como ainda era
garantido por lei o poder liberatório das moedas de ouro e de prata, os devedores, podendo

8
escolher, preferiam pagar os seus credores com a moeda de mais baixo valor intrínseco,
conservando em seu poder a outra. Com isso, as moedas de ouro passaram a ser entesouradas,
vendidas a peso ou exportadas. Esse fenómeno passaria a ser conhecido como Lei de Gresham –
um financista inglês da época, ao qual é atribuída a seguinte observação: Quando duas moedas,
ligadas por uma relação legal de valor, circulam ao mesmo tempo dentro de um país, aquela que
possui um valor intrínseco maior tende a desaparecer, prevalecendo para fins monetários a que
tem um valor intrínseco menor. Em termos mais simples: A moeda má expulsa a boa.

2.7 A Moeda-Papel

A moeda-papel veio para contornar os inconvenientes da moeda metálica (peso, risco de roubo),
embora valessem com lastro nela. Assim surgem os certificados de depósito, emitidos por casas
de custódia em troca do metal precioso nela depositado. Por ser lastreada, essa moeda
representativa poderia ser convertida em metal precioso a qualquer momento, e sem aviso
prévio, nas casas de custódia (LOPES e ROSSETTI, 1991).

A moeda-papel abre espaço para o surgimento da moeda fiduciária, ou papel-moeda, modalidade


de moeda não lastreada totalmente. O lastro metálico integral mostrou-se desnecessário quando
foi constatado que a reconversão da moeda-papel em metais preciosos não era solicitada por
todos os seus detentores ao mesmo tempo e ainda quando uns a solicitavam, outros pediam novas
emissões. A passagem da moeda-papel para o papel-moeda é tida como “uma das mais
importantes e revolucionárias etapas da evolução histórica da moeda” (LOPES e ROSSETTI,
1991: 32).

Com o desenvolvimento dos mercados, com multiplicação dos bens e serviços disponíveis e com
o acentuado aumento das operações de troca, não só locais, o volume da moeda em circulação
aumentaria consideravelmente. Ademais, o volume e o valor das translações entre os grandes
mercadores e industriais vinham registrando persistente expansão. Essa evolução foi paralela a
uma segunda alteração operacional. Com a supressão da identificação dos valores depositados,
foram lentamente suprimindo o carácter nominativo dos certificados, passando a emiti-los como
uma espécie de título ao portador. Assim, vantajosamente, a moeda-papel substituiria as moedas
metálicas em sua função de servir como meio de pagamento. O público habituar-se-ia, afinal, os

9
certificados de depósito asseguravam, o direito à sua imediata reconversão em moedas metálicas
de ouro e prata. Cada uma das notas, era garantida por um correspondente lastro metálico. As
garantias existentes e a confiabilidade em sua reconversão acabariam por transformá-las em
instrumentos monetários de uso generalizado e amplo.

2.8 O Papel-moeda

Os certificados emitidos, devido à sua aceitação já generalizada, passaram a circular mais que as
próprias peças metálicas. Seu valor não decorreria ainda da regulamentação oficial de sua
emissão, mas simplesmente da confiança geral em sua plena conversibilidade.

Essas emissões monetárias trariam vantagens para produtores, comerciantes e banqueiros. Os


primeiros passaram a ter acesso a uma nova fonte de financiamento, os comerciantes obtinham
créditos suficientes para a expansão de seus negócios e os banqueiros beneficiavam-se das
receitas correspondentes aos juros.

Evidentemente, essa passagem histórica das primeiras formas de moeda-papel (certificados


emitidos mediante lastro metálico integral) para as primeiras formas de papel-moeda ou de
moeda fiduciária (notas bancarias emitidas a partir de operações de crédito, sem lastro metálico)
envolveria consideráveis margens de risco. Como o valor das notas em circulação passou a ser
maior do que as garantias de conversibilidade. Originalmente, os certificados de depósito em
circulação eram iguais ao valor total de metais custodiados. Mas, com o desenvolvimento das
operações de crédito e emissão de moeda fiduciária, o lastro metálico tornara-se apenas parcial.
Se as casas bancarias não agissem com prudência, todo o sistema poderia desmoronar, desde que
os possuidores do papel-moeda em circulação reclamassem, por desconfiança generalizada, a
reconversão metálica em grande escala e em curtos intervalos de tempo. A insuficiência de
reservas desacreditaria essa nova forma de moeda – cuja aceitação se vinha processando
lentamente, desde fins do século XVII e ao longo de todo o século XVIII.

A partir de então o papel-moeda passou a receber a garantia das disposições legais que
envolviam a sua emissão, o seu curso e o seu poder liberatório. Sua aceitação geral como meio
de pagamento passou a substituir as garantias metálicas que apoiavam a moeda-papel.

10
2.9 A Moeda Escritural

Criada pelos bancos comerciais, essa moeda corresponde à totalidade dos depósitos à vista e a
curto prazo e sua movimentação é feita por cheques ou por ordens de pagamento — instrumentos
utilizados para sua transferência e movimentação (LOPES e ROSSETTI, 1991).

Nessas condições, recorrendo a essa nova sistemática de pagamento, os agentes envolvidos


passariam, em larga escala, a utilizar moeda escritura. E os depósitos a vista no sistema bancário,
passariam a integrar os meios de pagamento do sistema. Afinal, os depósitos a vista mantidos em
um estabelecimento bancário por uma unidade familiar representam poder aquisitivo igual ao
representado pelo papel-moeda ou mesmo pela moeda metálica.

Actualmente, as duas formas de moeda utilizadas são a fiduciária e a bancária, que têm apenas
valor de troca.

2.10 Características da moeda


 Divisibilidade
 Durabilidade
 Aceitabilidade geral
 Ter reduzida procura não monetária
 Manter o valor
 Ser prática de movimentar
 Dificilmente falsificável

Para aprofundar as utilizações da moeda descritas acima, quando foi feita a sua conceituação,
estão, a seguir, as principais funções da moeda relacionadas por Cavalcanti e Rudge:
 “Intermediária de trocas: Superação do escambo, operação de economia monetária,
melhor especialização e divisão social do trabalho, translações com menor tempo e
esforço, melhor planeamento de bens e serviços”;

 Medida de valor: Unidade padronizada de medida de valor, denominador comum de


valores, racionaliza informações económicas constrói sistema agregado de contabilidade
social, produção, investimento, consumo, poupança;
11
 Reserva de valor: Alternativa de acumular riqueza, liquidez por excelência, pronta
aceitação consensual;

 Função liberatória: Liquida débitos e salda dívidas, poder garantido pelo Estado;

 Padrão de pagamentos: Permite realizar pagamentos ao longo do tempo, permite crédito e


adiantamento, viabiliza fluxos de produção e de renda;

 “Instrumento de poder: Instrumento de poder económico, conduz ao poder político,


permite manipulação na relação Estado-Sociedade” (CAVALCANTE e RUDGE, 1993).

 A moeda apresenta, ainda, algumas características essenciais. Segundo Adam Smith,


citado por Lopes e Rossetti (1991) a moeda se caracterizaria principalmente por sua:

 “Indestrutibilidade e inalterabilidade: A moeda deve ser suficientemente durável, no


sentido de que não se destrua ou se deteriore, à medida que é manuseada na intermediação
das trocas”. (…) Além disso, a indestrutibilidade e a inalterabilidade são obstáculos à sua
falsificação (…).

 Homogeneidade: Duas unidades monetárias distintas, mas de igual valor, devem ser
rigorosamente iguais. (…).

 Divisibilidade: A moeda deve possuir múltiplo e submúltiplos em quantidade tal que tanto
as transações de grande porte quanto as pequenas possam realizar-se de tal que tanto as
transações de grande porte quanto as pequenas possam realizar-se sem dificuldade. (…).

 Transferibilidade: Outra característica essencial da moeda diz respeito à facilidade com


que deve processar-se sua transferência, de um possuidor para outro. (…) é desejável que
tanto a mercadoria quanto a cédula não tragam quaisquer marcas que identifiquem seu
actual possuidor. (…) Embora, de um lado, esta característica reduza a segurança dos que
possuem a moeda em uso, de outro lado, facilita o processo de troca. (…).

 Facilidade de manuseio e transporte: (“…) Se o porte da moeda for dificultado, sua


utilização certamente será pouco a pouco descartada” (LOPES e ROSSETTI, 1991: 25-
26).

12
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema monetário vem constantemente sendo aprimorando, podendo formular novas possíveis
formas de meios de pagamento, para facilitar ainda mais a vida no cotidiano dos consumidores e
as relações comerciais entre as empresas dos diferentes segmentos produtivos e distantes
mercados.

Conclui-se que Desde que a multiplicação das transações comerciais na antiguidade levou à
substituição gradativa do sistema de troca directa de mercadorias pelos sistemas monetários, a
moeda percorreu em sua evolução um longo caminho, de importância fundamental para o
desenvolvimento económico das diferentes sociedades. Ao converter-se no primeiro grande meio
de pagamento, por ser uma mercadoria facilmente trocável nas transações internas ou externas de
uma comunidade, o gado bovino afastou as várias outras que funcionavam como moeda. Sua
importância como instrumento de troca e de reserva transparece em termos usados actualmente,
como “pecúnia” e “pecúlio”, derivados do latim pecus, “rebanho”, “gado”, e cujas origens
remontam ao grego pékos.

Devido ao volume, à dificuldade de transporte e ao fato de ser perecível, entre outras


desvantagens, o gado bovino cedeu lugar aos metais como ferro, cobre, alumínio e, mais tarde,
aos metais preciosos, como a prata e o ouro. Além do grande valor e da inalterabilidade, os
metais apresentavam maior facilidade de manejo. A evolução das funções desempenhadas pela
moeda é uma decorrência do crescimento da produção mercantil. A moeda não é um bem de
consumo, pois embora não satisfaça diretamente as necessidades humanas, compra coisas que
têm esse poder; não é um bem de produção, pois se não for empregada como investimento de
capital a rentabilidade de seus depósitos é nula.

13
4 REFERÊNCIAS
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

PINTO, M. H. R. Manual de metodologia científica. Guarapuava: Faculdade Novo Ateneu de


Guarapuava, 2004.

Singer, Paul – 1032. Aprender economia / Paul Singer. 21º ed.- São Paulo: Contexto, 2002.
Rossetti, José Paschoal, 1941

Introdução à economia / José Paschoal Rossetti, – 16º ed., ver., atual e ampl. – São Paulo: Atlas,
1994.

14

Você também pode gostar