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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÁNICA

CURSO DE ENHENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

Projecto do Curso

Tema:

Projecção de uma máquina para extração de sumo de ananás usando energia solar

Autor: Supervisor:

Sitoe, Edson Cuboia Msc. Mocomoque D. Júlio, Eng°.

Maputo, Novembro de 2022


FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÁNICA

CURSO DE ENHENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL

Projecto do Curso

Tema:

Projecção de uma máquina automatizada para extração de sumo de ananás usando


energia solar

Autor: Supervisor:

Sitoe, Edson Cuboia Msc. Mocomoque D. Júlio, Eng°.

Maputo, Novembro de 2022


"[Insira [Lombada]
o título
do
Projecto
Final do
Curso e
Nome e
Apelido
do
Autor]"
AGRADECIMENTOS

i
DEDICATÓRIA

ii
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, "[Insira o Nome completo]" declaro por minha honra que o presente Projecto Final do
Curso é exlusivamente de minha autoría, não constituindo cópia de nenhum trabalho realizado
anteriormente e as fontes usadas para a realização do trabalho encontram-se referidas na
bibliografia.

Assinatura: __________________________________

iii
Índice

Índice..........................................................................................................................................ii

I. Índice de figuras................................................................................................................iv

II. Índice de tabelas................................................................................................................iv

III. Abreviaturas, Coeficientes e Siglas....................................................................................v

Capítulo 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

1.1. Definição do Problema.................................................................................................1

1.2. Perguntas de investigação.............................................................................................2

1.3. Relevância da pesquisa.................................................................................................2

1.4. Objectivos do trabalho..................................................................................................2

1.4.1. Objectivo Geral...........................................................................................................2

1.4.2. Objectivos específicos.................................................................................................2

1.5. Metodologia..................................................................................................................3

1.6. Estrutura do trabalho....................................................................................................3

Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................4

2.1. Contextualização da produção do sumo de ananás..............................................................4

2.2. Processo de fabricação do sumo de ananás..................................................................5

2.3. Bagaço..........................................................................................................................8

2.3.1. Aproveitamento do bagaço..........................................................................................8

Capítulo 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO.................................................9

Capítulo 4. METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA.....................................10

4.1. Materiais e métodos...........................................................................................................10

4.2. Dimensionamento do projecto...........................................................................................10

4.2.1. Constituição e princípio do funcionamento da máquina................................................10

4.2.2. Dimensionamento do cálculo de accionamento.............................................................11

4.3. Sistema de alimentação eléctrica solar...............................................................................17

Capítulo 5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............20

iv
5.1. Descrição e características do espremedor de ananás........................................................20

5.1.1. Características da máquina projectada...........................................................................20

5.1.2. Operação e manutenção.................................................................................................20

5.2. Relação custo benefício e estudo de viabilidade económica do projecto..........................23

5.2.1. Custo total do projecto...................................................................................................24

Capítulo 6. CONCLUSÃO.......................................................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................27

v
I. Índice de figuras

Figura 1 Ananas comosus...........................................................................................................4


Figura 2: Esquema cinemático proposto.................................................................................12
Figura 4. Secção transversal da correia...................................................................................14
Figura 9. Apresentação das ligações com o controlador e digital...........................................20
Figura 21. Ilustração da máquina final....................................................................................22

II. Índice de tabelas

Tabela 1: Características ideias do motor eléctrico.................................................................13


Tabela 2: Principais características técnicas do motor eléctrico disponível no mercado........13
Tabela 3: Geometria da secção transversal da correia.............................................................14
Tabela 4. Detalhes da Potência Total Gerada..........................................................................18
Tabela 5. Lista de componentes necessários ao projecto.........................................................23
Tabela 6. Custo total do projecto, resultante da soma dos custos de cada componente
investido....................................................................................................................................24

vi
III. Abreviaturas, Coeficientes e Siglas

a c é a distância calculada entre os eixos motor e movido (interaxial)

a é a distância interaxial que se ajusta ao comprimento da correia


β é o angulo entre os ramais da correia
C z é o coeficiente do número de correias (recomenda-se C z =0 . 9 )

C α é coeficiente do angulo de abraçamento (recomenda-se C α =0 .95 )

C l é o coeficiente do comprimento da correia (recomenda-se C l=0 . 88 )

C i é o coeficiente da relação de transmissão (recomenda-se C i=0 . 9 )

C r é o coeficiente do regime de carregamento (recomenda-se C r =1. 2 )

d1 é o diâmetro da polia motriz


E é tensão nominal de 12 V
F v é Força centrifuga

F 0 é força de tensão inicial

I é corrente nominal
K 1 é o coeficiente de regime de carga (Recomenda-se K 1 =1 )

K 2 é o coeficiente que considera as condições climáticas (Recomenda-se K 2 =1 )

l c é o comprimento calculado da correia

N é a potência no eixo do pinhão


N 1 é a potência no motor eléctrico

ηr =0 .99 é o rendimento mecânico nos mancais de rolamento (apoios)

η c=0 . 96 é o rendimento médio das transmissões por correia trapezoidal

n1 é a rotação de saída

P é a potência total em kW
Pc é a potência transmissível por cada correia

P0 é a potência respetiva por cada correia em kW T é o torque de entrada

Pont é a potência activa do motor


T 1 é o torque de saída

T é a vida útil da correia;


T med é o tempo medio de funcionamento da correia (T med=2000 h )

Z é o número de correia a empregar

vii
Capítulo 1. INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
O país tem-se destacado a grande produtor de ananás, e com o sector industrial procura
inovações que possam favorecer o aproveitamento e o aumento do nicho de mercado. Soma-
se a isso a necessidade de desenvolvimento de métodos que possam conservar alimentos por
um período de tempo maior, mantendo da melhor maneira suas características sensoriais e
nutricionais, visto que, para levar as frutas a outras localidades de maneira segura para o
consumo, é necessário o emprego de tecnologias adequadas de processamento.

Para tal, o presente trabalho propõe a projecção da máquina de extracção de sumo de ananás a
fim de reduzir o desperdício da fruta que nas épocas de abundância coincide com tempo
chuvoso e não tem compradores, exportadores, acaba apodrecendo e trazendo prejuízos para
os produtores. A máquina a projectar de extracção de sumo de ananás será acoplado a um
motor de 12 Voltes de corrente continua controlado a partir do sensor digital para o
acionamento e desligamento e também para o carregamento da bateria a partir de painéis
solares.

1.2. Problema
Nas zonas centro e norte do país há maior produção de ananás que carece de exportação tanto
para o mercado interno ou externo devido a vias de acesso para os produtores trazerem no
mercado a fruta e também pela falta da compra pelo mercado local e o ananás acaba
apodrecendo e trazendo prejuízo aos produtores. Produtores e vendedores de ananás em
Muxungue na zona centro do país do país deitam ao lixo centenas de ananases por falta de
compradores. As autoridades admitem que a situação lhes tira o sono.

No período seco estes produtos tendem a escassez tornando se necessária a sua transformação
para evitar perdas durante a época de abundância. Entretanto, tem se verificado grandes
perdas pós colheita, havendo assim necessidade de se proceder ao seu processamento como
forma de dar valor a fruta e conservá-la por mais tempo.

E os mesmos não têm formas para o aproveitamento, daí há abandono dos produtores de
cultivarem em mais quantidades. É neste contexto que surge uma necessidade de resolver a
problemática, minimizar as perdas da fruta no tempo da sua abundância ou de inacessividade
ao mercado. Os produtores com a máquina proposta poderão produzir o sumo sem esforço
físico exercido. Sendo assim com este trabalho deseja-se apurar quais serão as vantagens da
1
sua projecção em detrimento dos produtores e vendedores em especial de Muxungue?

1.3. Objectivos do trabalho

1.3.1. Objectivo Geral


 Projectar uma máquina para extração de sumo de ananás usando energia solar.

1.3.2. Objectivos específicos


 Descrever o processo de fabricação do sumo de ananás;
 Identificar a composição e o princípio de funcionamento da máquina;
 Dimensionar o projecto na perspectiva técnica dos elementos que compõem a
máquina, incluindo do sistema de energia solar.

1.4. Perguntas de investigação


1. Qual é a necessidade de projectar uma máquina mecânica processadora de sumo
de ananás?
2. Qual é a vantagem do uso de energia solar e automatizar as máquinas de extrair
sumo de ananás?

1.5. Importância da pesquisa


O uso das máquinas automatizadas é de extrema importância na sociedade, pois facilita muito
na produção de qualquer produto ou artigo. Partindo do princípio da venda de sumos na
região de produção assim como nas futuras zonas comerciais para minimizar as perdas do
ananás pelos produtores ou mesmo revendedores, tornando assim necessário introduzir uma
nova máquina no mercado, a de sumo de ananás porque tem-se disponibilidade da matéria-
prima (ananás) mas sem a máquina de processamento.

Contudo, viu-se a necessidade de fazer o estudo com o propósito projectar uma máquina de
extracção de sumo de ananás com o objecto de aproveitar o ananás desperdiçado e aumentar a
renda dos produtores e revendedores.

A relevância da pesquisa é explicada pela necessidade de não desperdício da matéria prima


(ananás) e rapidez do processamento que a máquina terá e facilitará que os revendedores do
sumo nos dias de muito movimento podem preparar em média até 200 copos de 250 ml e cada

2
copo levará em média 2 minutos para ser processado e assim maximizaria a renda mensal e os
produtores chegariam a 100 ou 150 litros por dia

1.6. Estrutura do trabalho


Capítulo 1. INTRODUÇÃO – apresenta a contextualização, a importância da escolha do
tema, a pergunta de partida, os objectivos gerais e específicos e a hipótese de investigação.

Capítulo 2. REVISÃO DE LITERATURA– aborda os conceitos para a produção do sumo de


ananás, tecnologias e teorias utilizadas, dimensionamento da máquina.

Capítulo 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO– apresenta os problemas da


pesquisa, um estudo de caso que consiste na descrição do funcionamento de uma máquina de
produção de sumo de ananás.

Capítulo 4. METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA– apresenta a metodologia


de pesquisa utilizada para o desenvolvimento do trabalho.

Capítulo 5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS–


apresenta-se os resultados que comprovam o funcionamento do sistema.

Capítulo 6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO – refere-se as principais inferências do


trabalho bem como a indicação de sugestões e recomendações para os trabalhos futuros.

3
Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Contextualização da produção do sumo de ananás


O ananás é uma fruta tropical produzida pela planta de mesmo nome, caracterizada como uma
planta monocotiledônea da família das bromeliáceas da subfamília Bromelioideae. É um
símbolo das regiões tropicais e subtropicais. Os ananases cultivados pertencem à espécie
Ananas comosus, que compreende muitas variedades frutíferas. O fruto, quando maduro, tem
o sabor bastante ácido e, muitas vezes, adocicado. O fruto é normalmente cilíndrico ou
ligeiramente cônico, constituído por 100 a 200 pequenas bagas ou frutilhos fundidos entre si
sobre o eixo central ou coração. A polpa apresenta cor branca, amarela ou laranja-
avermelhada, sendo o peso médio dos frutos de um quilo, dos quais 25% é representado pela
coroa (GIACOMELLI, 1981).

Figura 1 Ananas comosus


Fonte: GIACOMELLI (1981)

O ananás pelo valor energético, devido à sua alta composição de açúcares, e valor nutritivo
pela presença de sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cobre e iodo) e de
vitaminas (C, A, B1 , B2 e Niacina). No entanto, apresenta teor proteíco e de gordura
inferiores a 0,5% (FRANCO, 1989).

4
2.2. Processo de fabricação do sumo de ananás
2.2.1. Colheita

Para Py & Tisseau (1969) citado por Medina et al. (1987) o ananás a ser colhido deve estar
maduro, pois, eles não amadurecem após colhidos. A colheita pode ser feita com o auxílio de
um facão. Corta-se a haste a cerca de 5 centímetros abaixo do fruto. Deve-se colher os frutos
quando a cor da casca estiver mudando de verde-escuro para bronzeado-amarelado e os frutos
se tornarem achatados. Frutos para a indústria podem ser colhidos maduros e sem as mudas.

2.2.2. Transporte

De acordo com Rodrigues (1999) o tempo decorrido entre a colheita, o transporte e o


enlatamento deve ser o mínimo possível para evitar danos à qualidade do produto. Outro
factor que afeta a qualidade da matéria-prima é a temperatura. Para minimizar este aspecto,
recomenda-se que as frutas colhidas permaneçam em caixas abertas no pomar durante a noite,
para se refrescarem, antes de serem transportadas. Os caminhões usados no transporte de
frutas, devem ser bem ventilados.

2.2.3. Recepção

Ainda Rodrigues (1999) afirma que a entrada da fruta na fábrica deve ser bem planeada.
Quanto ao aspecto qualitativo, a recepção das frutas deverá atender a uma série de requisitos
considerados mínimos à entrada de qualquer fruta na fábrica, tais como: variedade da fruta
adquirida, grau de maturação, grau de sanidade, rendimento de extração etc. As frutas ao
chegarem à indústria, são pesadas e passam por uma pré-seleção, onde são retiradas as
estragadas, atacadas por insetos e fungos, germinadas e as que estiverem em estado avançado
de maturação.

2.2.4. Estocagem

Para Vendruscolo (1989) o ananás deve ser estocado em lugares frios e bem ventilados. As
condições de estocagem: temperatura, humidade relativa e tempo, devem ser bem controladas
e adequadas a cada tipo de fruta. As caixas utilizadas no transporte e estocagem do ananás,
devem ser lavadas e secas para evitar o crescimento de bolores que contribuirão para a
deterioração das frutas. A temperatura de armazenamento está na faixa de 8-12°C e a

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humidade relativa deve ser mantida entre 90% para reduzir a desidratação e a perda de peso
do produto.

2.2.5. Lavagem

Ainda afirma Vendruscolo (1989) que a lavagem visa, basicamente, remover os contaminantes
das matérias primas (terra, pedras, cascas, folhas, excreção, etc.), deixar a superfície limpa e
em condições desejáveis e limitar a recontaminação da superfície limpa. A água de lavagem
das frutas pode ser aquecida na faixa de 50ºC o que facilita a remoção das sujidades e da
casca das frutas nas etapas posteriores do processo. São recomendados para o caso do ananás,
os banhos de imersão para eliminar a sujeira mais grosseira e amolecer a terra aderida às
frutas e os banhos de aspersão onde expõe-se o produto a jactos de água. Para garantir que os
ananases sejam completamente limpos. Esses métodos são recomendados por permitirem o
reaproveitamento da água de lavagem em contra-corrente, uma grande economia de água.

2.2.6. Seleção e Corte

A seleção e corte são consideradas como operações de separação. A seleção é feita por exame
visual, onde são separadas as frutas podres, muito verdes e defeituosas. Os pequenos defeitos
e pontos pretos ou podres, devem ser retirados com faca de aço inoxidável. Após a Seleção,
procede-se o corte com uma faca de aço inoxidável das duas extremidades da fruta. Essa
operação tem por finalidade eliminar os restos da coroa e do talo, facilitando o trabalho
posterior da máquina de extração de sumo segundo Vendruscolo (1989).

2.2.7. Enchimento

As embalagens mais utilizadas para as frutas em calda são as latas e os vidros. Os vidros a
serem utilizados para a embalagem de frutas em calda devem ser previamente selecionados e
lavados. Devem ser eliminados todos os vidros trincados, com bordas quebradas, irregulares
ou defeituosos. Os vidros e as tampas são higienizados em equipamentos específicos que
lavam e esterilizam, conduzindo-os diretamente à linha de enchimento. Os procedimentos de
enchimento são: manual e mecânico (semiautomático ou automático), Vendruscolo (1989).
2.2.8. Exaustão

A exaustão é a retirada do ar do conteúdo das embalagens visando manter as extremidades das


latas côncavas, reduzir o conteúdo de oxigênio presente para evitar a corrosão das latas e
6
minimizar as reações químicas e evitar tensões excessivas nas latas durante o tratamento
térmico, Vendruscolo (1989).
2.2.9. Recravação

A recravação é a operação em que se faz a junção da tampa ao corpo da lata ou vidro,


formando um fechamento hermético. Esta é uma operação muito importante, devendo ser
perfeita e controlada cuidadosamente. A extensão da sobreposição e o grau de aperto são
fundamentais no sentido de minimizar problemas de contaminação, Leitão (1992). Existem
recravadeiras manuais e automáticas para latas com dispositivos que permitem fechar os mais
diversos tamanhos de embalagens. Para vidros existem, também, recravadeiras automáticas.
No entanto, a velocidade de trabalho é menor que para latas, devido à fragilidade do material,
Leitão (1992).
2.2.10. Rotulagem

Os rótulos das embalagens devem constar a denominação de venda do alimento (nome e/ou
marca do produto), lista de ingredientes em ordem decrescente da respectiva proporção,
conteúdo líquido, em unidades do Sistema Internacional, identificação da origem (deve ser
indicado nome e endereço do fabricante, produtor e fracionador, quando for o caso, assim
como o país de origem e a cidade, identificando a razão social e o número do registro do
estabelecimento junto à autoridade competente), identificação do lote (número de
identificação da partida, lote ou data de fabricação), prazo de validade, instruções para o
preparo e uso do alimento, quando necessário, e outras indicações que venham a ser fixadas
em regulamentos. Rodrigues (1999).
2.2.11. Conservação

Para se garantir as características sensoriais e nutricionais e estender a vida útil deste produto,
torna-se necessário a utilização de processos tecnológicos adequados de conservação, como o
tratamento térmico. Para o caso do sumo de ananás a pasteurização é o tratamento ideal pois
frequentemente é aplicada para produtos com pH abaixo de 4,5 e verificando a qualidade
química e físico-química de sumos de ananás Pinheiro et al. (2006), detectou para as variáveis
pH (3,46 a 3,63).

2.2.12. Armazenamento

Para Rodrigues (1999), o ambiente de estocagem deve ser fresco, seco e bem ventilado, para
que não haja corrosão nas embalagens (latas ou tampas de vidros), danos nos rótulos e

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amolecimento das caixas de papelão. A temperatura máxima de estocagem deve ser de 38ºC
para evitar o crescimento de termófilos.
2.3. Bagaço
O bagaço é um tipo de matéria fibrosa sólida, gerada na saída da moenda, na etapa de
extração do sumo de ananás. Os principais resíduos do abacaxi minimamente processado são
a coroa, a casca, as extremidades e o cilindro central (Sarzi, Durigan & Rossi Junior, 2002).

2.3.1. Aproveitamento do bagaço


Um dos principais obstáculos no desenvolvimento da indústria de processamento de ananás é
o facto de que gerarem grande quantidade de resíduos orgânicos, os quais muitas vezes, não
possuem um destino específico, tornando-se contaminantes ambientais. Lima & Oliveira
(2017). O bagaço pode ser reaproveitado para a produção de adubos (estrume), alimentação
de bovinos, matéria-prima a bebidas tradicionais, ração animal (PAOLIELLO, 2006).

Actualmente, os bagaços de frutas como o ananás estão ganhando importância na


suinocultura, como forma de reduzir custos com a alimentação dos animais, e em razão da
fibra destes alimentos promover efeitos positivos na alimentação de suínos e bovinos, tais
como: reduzir a ocorrência de diarreia em leitões recém-desmamados (PASCOAL et. al.,
2012); evitar deposição excessiva de gordura nas carcaças de suínos em terminação
(VASCONCELOS, 2014); e, dietas com altos teores de fibra podem melhorar o desempenho
reprodutivo de fêmeas suínas gestantes e promover saciedade, reduzindo o estresse em
animais submetidos à restrição alimentar (VEUM et al., 2009).

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Capítulo 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO

O consumo de sumos tem aumentado em todo o mundo em função da sociedade moderna


buscar a cada dia, hábitos de vida mais saudáveis e naturais. Além disso, a conveniência e a
praticidade na hora de comprar e consumir tem levado os consumidores a procurar produtos
prontos com segurança.
Embora, o consumo destes sumos é sansazional, visto que no período seco estes produtos
tendem a escassez tornando se necessária à sua transformação para evitar perdas durante a
época de abundância. Entretanto, tem se verificado grandes perdas pós colheita, havendo
assim necessidade de se proceder ao seu processamento como forma de dar valor a fruta e
conservá-la por mais tempo.

Partindo do princípio da venda de sumos, apesar de não ter máquinas convencionais, tem se
intensificado no país que as máquinas usadas para sumo de cana-de-açúcar são manuais, e
isso aumenta muito tempo para a extração, torna cansativo o processo, afugenta-os e também
cria desistência pelos consumidores, reclamando de higiene e demora ao atendimento. Torna-
se necessário introduzir uma nova máquina no mercado, a de sumo de ananás porque tem-se
disponibilidade da matéria-prima (ananás) mas sem a máquina de processamento.

Sendo assim com este projecto se deseja aperfeiçoar as vantagens dos produtores e
vendedores em especial de Muxungue através da projecção desta máquina. E assim a
projecção da máquina de processamento de sumo de ananás pela energia solar vai incentivar
na produção do ananás e maximizar os lucros.

9
Capítulo 4. METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

4.1. Materiais e métodos


O presente trabalho é qualificado como descritivo, porque procura descrever sistematicamente
uma área de interesse, de acordo com Lakatos e Marconi (2001). E também semelhante Gil
(1999), é definido como exploratório, por procurar em sua fase inicial entender um fenómeno,
para depois explicar suas causas e consequências.
O trabalho apresenta características qualitativas que conforme Mattar (1999), nomeia a
presença ou ausência de algo, sem a preocupação de medir o grau em que algo está presente.
No desenvolvimento do processo de pesquisa, a técnica utilizada foi a de estudo de caso, que
de acordo com Gil (1999), expõem como objectivo a análise profunda e exaustiva de uma, ou
poucas questões, visando permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.
As informações e dados necessários teóricos obtidos para a análise foram obtidos através de
pesquisas bibliográfica, bem como através dos manuais da biblioteca da faculdade e de uma
análise quantitativa da necessidade de esmagar (força e pressão) dos processos produtivos.
Validando o dimensionamento da máquina de processamento de sumo de ananás, buscou-se
um embasamento teórico com qualidade e de referências comprovadas em livros, artigos,
apostilas e sites especializados da internet.

4.2. Dimensionamento do projecto

4.2.1. Constituição e princípio do funcionamento da máquina


Consiste em separar o sumo da fibra (ananás). Esta faz passar o ananás entre dois rolos, um
para descasque e outro exprimir, com uma pressão pré-estabelecida aplicada a eles a que se
deve extrair o líquido, como também produzir bagaço, no final do processo.

A máquina será constituída por:


 Polias;
 Correia trapezoidal;
 Um triturador e um rolo de esmagamento;
 Castelo;
 Um filtro;

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 Superfície de escoamento;
 Um motor, um painel solar e uma bateria solar.

4.2.2. Dimensionamento do cálculo de accionamento


O objetivo deste cálculo é conceber um accionamento eléctrico para uma máquina a projectar
de extração de sumo de ananás, pela determinação de:
1. Parâmetros energéticos e cinemáticos;
2. Parâmetros cinemáticos e energéticos do motor eléctrico a usar (escolha do motor
eléctrico) e da transmissão mecânica;
3. Parâmetros geométricos da transmissão mecânica.

4.2.2.1. Parâmetro da máquina

Para executar o accionamento começou-se por idealizar o torque (através do volume e


quantidades de ananás no reservatório) e a velocidade angular (ω) no eixo do rolo de
esmagamento e de trituração. Os raios (r) do rolo de esmagamento e de triturador devem ser
os mesmos para garantir a mesma velocidade angular (ω) e de sincronismo e assim minimizar
as perdas por atrito ou fricção. Quanto maior for o raio do motor eléctrico em relação do
triturador ou esmagador, menor será o rendimento e também quanto menor for o raio do
motor eléctrico, maior será a potência transmitida e pode não ser benéfica para a trituração e
esmagamento do próprio ananás, assim é necessário dimensionar para encontrar parâmetros
óptimos. Os dados idealizados para o dimensionamento são: r =9 0 mm e n=60 0 rpm.

Escolheu-se uma velocidade angular de 800 rotações por minuto (rpm) a fim de permitir
maior trituração e esmagamento do ananás, visto que velocidades acima de 1000 rpm pode
deixar escapar as cascas e não aproveitar o esmagamento máximo do ananás, comprometendo
a sua eficiência. E as velocidades muito menores podem traduzir em gasto de tempo para o
preparo (lentidão).

Tomou-se a base de cálculos o tamanho médio do ananás, correspondente a 205mm de


comprimento, 145mm de diâmetro e 2200g de peso.

A área da base e o seu volume deve ser dimensionado para 10 ananases num processo
estacionário, que terá as seguintes dimensões:

 Área da base de secção trapezoidal de 300 x 700 mm e espessura de 3 mm;

11
 Área da base de secção rectangular de 300 e 150 mm e espessura de 3 mm;
 Área da base de secção circular com 300 mm de diâmetro e espessura de 3 mm;
 Dimensões da máquina teórica: 1200 x 1000 x 500(mm) e chapa de 5 mm de espessura.

Optou-se por usar um valor médio do peso dos ananases em (5000gr), 5Kg de força
tangencial (Ft) máxima necessária, pode-se escrever com segurança o seguinte:

2
Ft =mg=3 kg∗10 m/s =5 0 N (1)

De modo que o Torque do esmagador:

d × Ft 2 ×90 × 5 0
T= =|d =2× r|= =4 5 0 0 Nmm=4 , 5 Nm (2)
2 2

Assim a potência (N) de esmagador é de:

n ×T 6 0 0 ×4 ,5
N= = =0 , 28 kW =28 0 W (3)
9550 9550

Deseja-se que a potência do triturador seja a mesma que a do esmagador, neste caso a
velocidade do triturador deve aumentar para facilitar o corte. Assim sendo o torque irá
diminuir.

E a potência total será:

2 n ×T 2 ×6 0 0× 4 . 5
N= = =0. 560 kW =56 0 W (4)
9550 9550

Tratando-se de dados experimentais (teóricos), será considerado as perdas e o rendimento


mecânico da máquina nas perdas do motor eléctrico.

4.2.2.2. Dimensionamento do cálculo cinemático

Pela descrição que se segue, observa-se que a construção da máquina requere a aplicação de
uma transmissão por correia trapezoidal. Percebe-se que o veio tem na sua extremidade um
perfil geométrico semelhante à de uma polia para alojar uma correia trapezoidal. Tal
apreciação coincide com os objectivos do trabalho, pelo que, propõe-se o seguinte esquema
cinemático para a postura da máquina:

12
Figura 2: Esquema cinemático proposto
(Fonte: Autor, 2022)

O rendimento médio das transmissões por correia trapezoidal é η c=0 . 96 (Dobrovolski,


1980). E o rendimento mecânico nos mancais de rolamento (apoios) é avaliado em ηr =0 .99
(Dobrovolski, 1980). Tendo em conta o número de apoios propostos z=2 desde a saída do
motor até ao eixo do pinhão tem-se o rendimento mecânico total dos apoios como sendo:
η a=n z =0 . 992 =0 . 98
r (5)

A potência no motor eléctrico ( N 1 ) determina-se na seguinte expressão:

N 0 ,56
N 1= = =0. 5 9 kW (6)
ηc ×η a 0.96 × 0.98
Em geral recomenda-se para as transmissões por correia trapezoidal, relações de transmissão
que variam entre 2 a 4 ou até 8 (Sitoi, 1996). Pela recomendação anterior, toma-se a relação
de transmissão na correia u=2 . Assim o torque T1 (Torque do motor), T2 (Torque do
triturador), e a rotação n1 a saída do motor e n2(velocidade do triturador) calculam-se pelas
seguintes expressões:

T 4,5
T 1=T 2 = = =2 , 25 Nm (7)
u 2

n1=n2=n ×u=60 0 ×2=120 0 rpm (8)

13
Assim, o motor eléctrico ideal proposta no trabalho deve operar nas seguintes condições:

Tabela 1: Características ideias do motor eléctrico


Potência de saída (W) Torque de saída (Nm) Rotações de saída (rpm)
590 2,25 1200

Nesta base, tendo em conta a disponibilidade no mercado, escolhe-se convenientemente o


motor eléctrico da marca CNXCI, Modelo XC60PG60S-27K de 12V e 125rpm, com
seguintes características técnicas principais.

Tabela 2: Principais características técnicas do motor eléctrico disponível no mercado.


Potência Torque de saída Rotações de Tensão de Gabaritos
avaliada (W) (Nm) saída (rpm) entrada (V) LxWxA (mm)
600 3.0 1700 12 Ø60x149
(Fonte: https://pt.aliexpress.com, acessado em 20/09/2022)

As capacidades de trabalho do motor selecionado são superiores a requeridas em


sensivelmente duas vezes, recalcula-se então os novos parâmetros cinemáticos e energéticos
do acionamento, até ao eixo do esmagador são:

'
T =u ×T 1=2× 3.0=6.0 Nm (9)

, n1 17 00
n= = =85 0 rpm (10)
u 2
'
N =N 1 ×η c ×η a=60 0 ×0.96 × 0.98=564 , 5W ⇔ 0.56 4 kW (11)

4.2.2.3. Dimensionamento da transmissão por correia trapezoidal

Os critérios fundamentais do cálculo das transmissões por correia são: a capacidade de tração
que determina a fiabilidade da aderência entre a correia e a polia, e a longevidade da correia
que depende das condições normais de resistência a fadiga (Dobrovolski, 1980).

Para as condições de funcionamento dadas pelas expressões 9 a 11 se recomenda a seleção de


uma correia de secção A (tecido corda de têxtil) cujas medidas da secção transversal são:

Tabela 3: Geometria da secção transversal da correia.


b0, [mm] bc, h, hc, A, [mm2] Diâmetro mínimo Comprimento,
[mm] [mm] [mm] da polia [mm] [mm]
10 8.5 6 2.1 47 63 400 a 2500

14
(Fonte: Dobrovolski, 1980)

Figura 3. Secção transversal da correia.


(Fonte: Dobrovolski, 1980)

De acordo com o quadro 3 toma-se o diâmetro da polia motriz d 1 =80 mm , de modo o


diâmetro da polia movida torna-se: d 2 =u× d 1=2×80=160 mm (12)

π × d 1 ×n 1 3.14 × 80 ×87.5
A velocidade linear da correia é: v= = =0.37 m/ s (13)
60000 60000

Para relações de transmissão u≤7 a distância calculada entre os eixos motor e movido
(interaxial) a c é 2 ×(d 1+ d 2)≥ ac ≥ 0.55 ×(d 1 +d 2 )+ h (Dobrovolski, 1980)

No caso em estudo. A distância interaxial calculada a c deve ser:

2×( d 1 + d 2 )≥ac ≥0 .55×( d1 +d 2 )+h (14)

2×( 80+160 )≥a c≥0. 55×( 80+160 )+10 (15)

480≥a c≥142 ,[ mm ] (16)

Dobrovolski, 1980 recomenda: a c=1 . 2×d 2 (17)

Assim toma-se: a c=1 . 2×160=192 mm (18)

O comprimento calculado da correia l c determina-se pela expressão:

( d 2−d 1 )
l c =2 ac +0 . 5 π ×( d 1 +d 2 )+
4 ac (19)
15
(160−80 )
l c =2×192+0 . 5×π×(180+160 )+ =761. 1 mm
4×192 (20)

De modo que, para o comprimento da correia l , toma-se o valor normalizado imediatamente


superior.

l=800 mm

Assim, determina-se a distância interaxial a que se ajusta ao comprimento da correia.

1
8 [
a= × 2l−π ( d 2 +d 1 )+ √[ 2l−π ( d +d )] −8( d −d ) ]
2 1
2
2 1
2

(21)

1
[ √ 2
a= × 2×800−π ×(160+80 )+ [ 2×800−π×(160+ 80) ] −8×( 160−80 )2
8
]
(22)

a=207.65 mm (23)

O ângulo de abraçamento α é obtido por recomendações de DOBROVOLSKY, 1980,


o
devendo se verificar α ≥120 .

d 2 −d 1 160−80
α =150−57× =150−57× =128 . 04 o
a 207 .65 (24)

P
Z=
O número de correia a empregar determina-se pela expressão:
P c×C z

C α ×C l×C i
Pc =P0 ×
Cr (26)

0. 95×0 . 88×0 . 9
Pc =1. 6× =1 kW
Tem-se então: 1 .2 (27)
0 . 056
Z= =0 .06 ⇔1
1×0 . 9 (28)

Portanto uma correia realiza o trabalho com excelente perfeição.

A força centrifuga F v que actua durante o trabalho da correia é:


F v = ρ× A ×v 2 (29)

ρ é a densidade da correia de tela cauchutada ( ρ=1250 kg/ m3 ). Assim tem-se:


F v =1250×47×10−6 ×0 .37 2=8×10−3 N (30)
16
A força de tensão inicial F 0 obtém-se da expressão:
P2 ×C r ×Cl
F 0=0 .85× +F v
Z×v×C α ×Ci (31)
0. 056×1. 2×0. 88
F 0=0 .85× +8×10−3 =0 . 17 N
1×0 .37×0 . 95×0. 9 (32)
De acordo com Dobrovolski 1980, a força sobre os veios da transmissão por correia pode ser
razoavelmente determinada pela expressão:

F r =2×Z×F 0 ×cos ()β


2 (33)
Onde β é o angulo entre os ramais da correia.
β=180 o −α =180o −128 . 04 o=51 . 96o (34)

Então:
F r =2×1×0 .17×cos (51.296 )=0 .31 N (35)
Para avaliar a longevidade da correia considera-se um regime de exploração médio, com
vibrações moderadas. Dobrovolski, 1980 recomenda:
T =T med× K 1×K 2 (36)
Portanto: T =2000×1×1=2000 h (37)
Para a tarefa escolhem-se polias de ferro fundido, devido a sua alta disponibilidade no
mercado e vantagens técnicas e económicas tais como, boa aderência a correia e custo de
aquisição acessível, receptivamente.

4.3. Sistema de alimentação eléctrica solar


Este cálculo destina-se a seleção dos principais componentes do sistema de alimentação
elétrica solar a ser empregue nesta abordagem. Tal tipo de sistema requere para além de
células fotovoltaicas, outros componentes essenciais como bateria (s) e controlador de carga.

No caso actual o motor que irá realizar o trabalho recebe 12V em corrente contínua (vide
quadro 2), facto que elimina a necessidade de uso de um inversor. A bateria armazena a
energia gerada pelas células fotovoltaicas (tem a previsão de carregamento de sete horas
diárias, das 9horas até 16horas e posteriormente das 16 horas até o dia seguinte tem uma
reserva de oito horas), disponibilizando-a em momentos de fraca intensidade dos raios solares
(oito horas). O controlador de carga, como o próprio nome sugere, regula a carga e descarga
da bateria em níveis seguros para esta.

17
Para uma carga instalada de 600 W para o consumo a funcionar mais de 10 horas, das quais 8
horas de trabalho e 4 horas a fim de usar para outras necessidades que precisam de corrente
por todo o dia, sendo assim obteve-se uma carga extra a fim de projectar em conjunto os
600VA.
Teremos um consumo de energia diário de Wh.
Pont =Sn × cos α (38)
Const ¿ Pont ×h oras (39)
Const= 600*10=6000 Wh = 6 kWh (40)
E considerando as perdas do sistema (as descargas não podem ser inferiores a 20%), vamos
multiplicar o valor acima por 1.2, ou seja, consideramos até 20% (vinte por cento) de perdas.
Teremos então:
ConsT= 6000 Wh x 1,2h = 7200 Wh (41)
A necessidade do consumo total será de cons total= 7200 Wh, resultado da soma de potência
do motor e iluminação se possível.

4.3.1. Cálculo da Necessidade de Geração de Energia de Acordo com as Horas de


Radiação Solar

Para uma região com insolação média de 8 horas diárias, temos então:
7200 Wh por dia dividido por 8 horas de sol. Isto quer dizer que precisamos de ter um valor
superior ou igual a 900 W para ser utilizado durante o funcionamento e também precisa-se
gerar esta mesma quantidade.
No projecto temos o consumo diário (7200 Watts), a necessidade de geração por hora (900
Watts). Os painéis solares são fabricados em tamanhos e capacidades diferentes, tais como: 40
Watts, 50 Watts, 60 Watts, 100 Watts, 120 Watts, 300 Watts, 350 Watts e 370 Watts.
Se instalarmos painéis solares acima recomendados, temos então:
350 W teremos: 7200 W / 350W = 3 painel solar. (42)
Portanto para o projecto, sugere-se o painel de 350 Watts para a optimização da área de
instalação. (SOLARES)
No caso de painel de 370 W a capacidade instalada será maior, sendo esta sobra utilizada
como reserva técnica para futuras ampliações e também diminui o tempo de carregamento das
baterias, em vez de 8hr pode se reduzir para 7hr. Este valor pode ser calculado através de
considerar a corrente mínima que circula na carga da bateria.

18
Para painel solar de 350 W, a corrente será de I = 350 W / 24V = 14,5 A, a corrente aumentou
de 18,5 A para 14,5 A, comparativamente com a corrente nominal. E assim for o tempo
reduz-se em aproximadamente uma hora, dado pela equação:
18 ,5−14 , 5
Tempo reduzido= × 8 hr=¿2,2 hr = 2h12 min. (43)
14 ,5
Então a nova hora de carga da bateria será de 5hr e 58 min. Este valor é desejado visto que
não vai sobrecarregar o controlador de carga e desgastar a bateria, também o recomendado, o
valor da corrente não pode ser superior a 50% de carregamento e vai ajudar no arranque da
carga da bateria quando ela estiver totalmente descarregada.

Tabela 4. Detalhes da Potência Total Gerada

Detalhes da Potência Total Gerada


Potência do painel 350W
Número de painéis solares 3
Secção do cabo 2,5 mm2 multifilar

Para um bom dimensionamento é necessário saber a capacidade de armazenamento das


baterias (kWh):
ConsTot × D 7 , 20× 1
Bat = = = 7,35 kWh (44)
AmpDesc × EfCon 0 , 98× 1
Para passar a potência armazenada na bateria de kWh para Ah deve-se multiplicar por 100 e
dividir pela tensão da bateria e assim vai ter a capacidade das baterias:
Bat × 100 7 ,35 × 100
Bat(Ah) = = = 306 Ah (valor não commercial)
Vn 24
O banco de baterias deve ser: 306Ah/75Ah = 4 baterias de 75 Ah.

O controlador de carga solar é um dispositivo usado no sistema para regular a tensão e a


corrente gerado no painel solar de modo a prevenir a sobrecarga e a descarga total das
baterias, fazendo também o controlo entre a carga (consumidor) e baterias. (CASTRO, 2008;
LUIZ, 2013)
Para o dimensionamento do controlador de carga deve-se verificar quais são as correntes
máximas que ele deverá suportar tanto do lado dos módulos quanto do lado das cargas.
Utilizando o valor calculado anteriormente a Corrente do Controlador de Carga = 306 Ah: 8h
= 40 A, valor este próximo ao de painel solar.
19
O mais provável é colocar em paralelo e usar o divisor de corrente. A corrente que circula no
motor será de I= 600/24V= 25A.
Chegado ao fim, conclui-se que o projecto eléctrico terá a seguinte configuração:

Figura 4. Apresentação das ligações com o controlador e digital.

20
Capítulo 5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1. Descrição e características do espremedor de ananás


O espremedor de ananás é composto pela correia e caixa de velocidades. Poupa energia,
elevada eficiência, baixo ruído, volume reduzido e é fácil de utilizar. Todas as peças em
contacto directo com sumo de açúcar fresco são feitas em aço
inoxidável, saneamento e segurança.

5.1.1. Características da máquina projectada


1. Separação das escórias de sumo: Faz com que o pesticida e os metais pesados sejam
produzidos em frutos e com descarga de escória, com uma taxa de remoção de 97.6 %.

2. Taxa de suco: Escória mais alta seca o suco, não desperdiçador.

3. Seguro e fiável.

4.A instalação é simples e fácil de limpar: a máquina, directamente na água, pode ser lavada a
maior parte dos resíduos.

5.1.2. Operação e manutenção

1. Deve-se certificar se a fonte de alimentação é a mesma que a fonte de alimentação


indicada na placa de características antes de utilizar (tensão projectada).
2. Para manter o bom funcionamento, deve-se adicionar o lubrificante no termly da roda
de engrenagem.
3. Deve-se usar ananás limpo, ou seja, lavado e seco.
4. Para evitar danos humanos ou à máquina, não se deve colocar as mãos e as coisas
duras na máquina.
5. Deve-se usar água limpa para limpar a máquina após cada uso.
6. Pode-se ajustar a folga entre dois manípulos de pressão por roda manual. Quanto
menor a diferença, mais o sumo. Quanto maior for a valeta, menos o sumo.

A máquina de extrair sumo de ananás revela enumeras vantagens, dentre elas:


21
 Volume pequeno, e fácil de operar;
 Não causam ferimentos nas mãos;
 São removíveis, fáceis de limpar, higiênicas e sustentáveis;
 Não necessitam de força física.

Figura 5. Ilustração da máquina final

22
Tabela 5. Lista de componentes necessários ao projecto.

Componentes Referência Qt. Descrição


Motor DC Modelo XC60PG60S-27K 1 600W
Controlador 1 40A
de carga
Painel Solar MST-20LV 3 Painel Solar 24V
Bateria Silício amorfo 1 Baterias húmidas especiais
Chapas Aço inoxidável 4 Chapas de 1400x950 e 5mm de
X8CrNiTi22-6 espessura

Cortador Aço inoxidável Cortador rotativo


rotativo X10CrNiMoTi17
Rolo Aço inoxidável Rolo de 150mm de diâmetro e
X10CrNiMoTi17 3000mm largura
Reservatório Aço inoxidável X08Xr13 1 Reservatório do sumo de x m3
(capacidade de x litros)
Tubos Aço C20 6 Tubos de secção retangular de
100x15 mm e espessura de 3 mm;

Borracha Atóxica SBR 1 Borracha de secção quadrada de


4x4mm

Polias Ferro fundido cinzento 2 Polias de diâmetro X


GG150

Correia Borracha sintética e nylon 1 Correia de comprimento X

23
Veio Aço C35 2 Veio

5.2. Relação custo benefício e estudo de viabilidade económica do projecto


O departamento de energia dos EUA realizou dois anos de estudos sobre a utilização do
motor de corrente continua e também de painéis solares e concluiu que o projecto é rentável,
mas deve levar alguns anos, precisamente acima de 2 anos. De acordo com os testes, em
termos de energia, factor de aquisição.

O estudo de viabilidade indica as condições para que os objectivos que se pretendem alcançar
dependam mais das próprias acções do que de sorte. Dessa forma, este estudo tem por
objectivo estimar os ganhos ou perdas decorrentes e assim, concluir sobre a viabilidade
económica de um projecto de eficiência eléctrica em alimentar a máquina de extrair sumo.

Para isso são levados em consideração os seguintes pontos:

1) Vida útil do motor e painel solar;

2) Estimativa de custos de aquisição do material do projecto;

3) Estimativa de custos de implantação;

4) Estimativa de custos de manutenção.

É importante destacar que a viabilidade deste projecto se deve levar em conta o custo
relacionado com mão-de-obra e manutenção do sistema, na taxa de desconto dos juros sobre o
valor investido e no tempo de retorno esperado para o investimento. Com o uso da tecnologia
em corrente continua, o intervalo de manutenção aumenta devido à robustez das luminárias,
reduzindo o número de atendimentos por ano.

As causas para as perdas da qualidade da energia eléctrica podem ser tanto devido a falhas ou
faltas do sistema, como também devidas à operação normal de equipamentos, como por
exemplo, fornos a arco, motores de grande potência, dentre outros.

24
5.2.1. Custo total do projecto
Na tabela 6. Pode-se ver o custo total do projecto, resultante da soma dos custos de cada
componente investido.

Tabela 6. Custo do material para a construção mecânica da máquina

Componente Referencias Qt. Preço unitário Preço total


s
Área da base de secção circular 1 1.850,00 1.850,00
com 300 mm de diâmetro e
espessura de 3 mm

Área da base de secção 1 765,00 765,00


rectangular de 300 e 150 mm e
espessura de 3 mm

Área da base de secção 1 5.550,00 5.550,00


trapezoidal de 300 x 700 mm e
espessura de 3 mm

Dimensões da máquina teórica: --- 1.850,00 1.850,00


1200 x 1000 x 500(mm)
Com chapas de 5 mm de
espessura

Total 38.515,00

Tabela 7. Custo total do projecto, resultante da soma dos custos de cada componente
investido

Componentes Referencias Qt. Preço unitário Preço total


Motor DC CNXCI, Modelo 1 6.725,00 6.725,00
XC60PG60S-27K
Controlador de 1 2.890,00 2.890,00
carga
PS Painel 24V 1 1.850,00 1.850,00
25
Conectores Cabos multifilar 2,5 mm2 20 765,00 765,00
BATERIA Bateria (silício, 75 Ah) 1 5.550,00 5.550,00
Polias, correia e Diâmetro mínimo da polia --- 1.850,00 1.850,00
conectores [63mm] e Comprimento,
[400mm]
Máquina manual Processador de sumo 1 20,500,00 20.500,00
Total 38.515,00

Capítulo 6. CONCLUSÃO

O presente trabalho trata-se de projecção de uma máquina de extrair sumo de ananás com
rolos de esmagamento.

A diferença entre a energia total consumida e a potência fotovoltaica atribui-se as perdas


eléctricas. Seria ideal instalar as placas fotovoltaicas na posição normal a incidência de raios
solares. O cálculo demonstra que a inclinação será capaz de suprir as necessidades de

26
consumo energético da máquina. A tensão das placas fotovoltaicas de 17-18V garante
diferença de potencial necessário para carregar a bateria de 12V.

Após a projecção final e idealizada sobre a vida útil, a máquina considera o elemento mais
fraco que é correia. Para garantir a força de aperto inicial da correia o motor deve ser assente
sobre um mecanismo que permita dar a força de esticamento (aperto prévio).

 Os dados obtidos no cálculo projetivo são satisfatórios, respondem a necessidade da


projecção da máquina;

 Com a implementação deste projecto pode-se reduzir a perca do ananás na aérea de


produção assim como de revenda;

 A necessidade da implementação do sistema de transmissão de energia nos


esmagadores da máquina, requerer-se pela inovação, reduzir o esforço humano e
criatividade;

 Uma das vantagens do uso de energia solar nas máquinas de extrair sumo de ananás é,
retorno sobre o investimento, instalação de equipamentos facilitada, energia solar é
abundante e gratuita, manutenção mínima.

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