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CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA

EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha mãe Amélia Tivane.

Nguenhene, Dércio António i


CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA
EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

AGRADECIMENTOS
Os meus profundos agradecimentos a todos os que directamente ou indirectamente
contribuíram para a conclusão deste trabalho.

Em especial ao meu supervisor da Faculdade de Engenharia, Doutor Gabriel Auziane,


pelas críticas para a melhoria do trabalho, bem como ao engo Eduardo Bule e engo
Octávio da Electricidade de Moçambique pela ajuda proporcionada no levantamento de
dados durante o estágio.

Ao meu supervisor da empresa EDM, engo Alexandre Marrengula, pela colaboração


dada para a conclusão deste trabalho.

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ÍNDICE

Conteúdos
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. i
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................ii
ÍNDICE ......................................................................................................................... iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES/FIGURAS ..........................................................................vi
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................... viii
RESUMO .....................................................................................................................ix
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1
1.1. Introdução .......................................................................................................... 1
1.2. Problematização ................................................................................................... 2
1.3. Justificativa ........................................................................................................... 2
1.4. Objectivos ............................................................................................................. 3
1.4.1. Objectivo geral ................................................................................................ 3
1.4.2. Objectivos específicos .................................................................................... 3
1.5. Metodologia .......................................................................................................... 4
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 5
2.1. Conceitos .............................................................................................................. 5
2.2. Classificação dos níveis de tensão ....................................................................... 5
2.3. Redes de energia eléctrica ................................................................................... 6
2.4. Classificação das redes eléctricas ........................................................................ 7
2.5. Linhas aéreas ..................................................................................................... 11
2.5.1. Elementos que constituem a linha aérea de MT ........................................... 11
2.5.1.1. Apoios ........................................................................................................ 12
2.5.1.1.1. Esforços a que estão submetidos os apoios para linhas aéreas ............ 12
2.5.1.1.2. Classificação dos apoios ........................................................................ 13
2.5.1.1.3. Configuração dos apoios para linhas aéreas .......................................... 13
2.5.1.2. Isoladores .................................................................................................. 14
2.5.1.3. Condutores ................................................................................................ 15

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2.5.1.3.1. Cabos de alumínio com alma de aço do tipo ACSR (ACSR/AW) ........... 17
2.5.1.3.2. Cabos de guarda .................................................................................... 17
2.5.1.4. Posto de transformação ............................................................................. 18
2.6. Rendimento dos transformadores ....................................................................... 18
2.7. Distância mínima entre condutores activos ......................................................... 18
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................... 19
3.1. Alimentação actual de EL Macaneta ................................................................... 19
3.2. Potência nominal dos PTs ligados à EL Macaneta ............................................ 19
3.3. Carregamento actual de EL Macaneta ............................................................... 21
3.4. Estado actual de SE 11 (Costa do Sol) ............................................................... 22
3.5. Dimensionamento da linha que liga SE de Costa do Sol e EL Macaneta ........... 22
3.5.1. Tensão de transporte económica ................................................................. 22
3.5.2. Secção dos condutores ................................................................................ 23
3.5.3. Distância entre condutores ........................................................................... 24
3.5.4. Resistência eléctrica da linha ....................................................................... 24
3.5.5. Reactância da linha ...................................................................................... 25
3.5.6. Cálculo da impedância da linha .................................................................... 26
3.5.7. Queda de tensão na linha ............................................................................. 26
3.5.8. Tensão emitida no transformador de SE 11 ................................................. 27
3.5.9. Esquema eléctrico equivalente unifilar da linha ............................................ 28
3.5.10. Escolha dos apoios ..................................................................................... 28
3.5.10.1. Encastramento dos apoios no solo .......................................................... 29
3.5.11. Escolha de isoladores ................................................................................. 29
3.5.12. Dimensionamento das proteções da linha .................................................. 30
3.5.13. Cálculos mecânicos .................................................................................... 33
3.5.13.1. Tensão mecânica de segurança do condutor .......................................... 33
3.5.13.2. Cálculo da força devido à acção do vento ............................................... 34
3.5.13.3. Cálculo do vão crítico............................................................................... 35
3.5.13.4. Geometria da linha que liga SE11 e EL Macaneta .................................. 35
3.5.13.4.1. Vão em patamar da linha ...................................................................... 36
3.5.13.4.2. Cálculo da flecha dos condutores ......................................................... 37
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3.5.13.5. Distâncias regulamentares ...................................................................... 37


CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................ 39
4.1. Conclusão ........................................................................................................... 39
4.2. Recomendações ................................................................................................. 40
5. BIBLIOGRAFIAS ...................................................................................................... 41
ANEXOS .........................................................................................................................A

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES/FIGURAS
Figura 1. Exemplo de rede de alimentação. (LOBO, 2011) ............................................. 7
Figura 2. Exemplo de uma rede de distribuição. (LOBO, 2011) ...................................... 8
Figura 3. Alimentação de uma rede por uma linha. (LOBO, 2011) ................................. 9
Figura 4. Rede alimentada por mais de uma linha. (LOBO, 2011) .................................. 9
Figura 5. Esquema geral de abastecimento de energia eléctrica. (LOBO, 2011) ........... 9
Figura 6. Estruturas principais de alimentação de redes eléctricas. (LOBO, 2011) ...... 10
Figura 7. Ligações de redes para iguais níveis de tensão. (LOBO, 2011) .................... 11
Figura 8. Configuração dos apoios. (6) ......................................................................... 13
Figura 9: Isoladores de cadeia. (Gonçalves, 2011) ....................................................... 14
Figura 10. a)Cadeia em suspensão; b) Cadeia em amarração ..................................... 15
Figura 11: Isoladores rígidos (Gonçalves, 2011) ........................................................... 15
Figura 12. Secção transversal de condutor de aluminio (Solidal, 2007) ....................... 16
Figura 13. Secção transversal de condutor de aluminio-aço (Solidal, 2007)................. 16
Figura 14. Circuito equivalente unifilar da linha ............................................................. 28
Figura 15. Circuito equivalente com protecções da linha. ............................................. 32
Figura 16. Vão em patamar da linha ............................................................................. 36
Figura 17A. Tipos de isoladores ......................................................................................H
Figura 18A. Implantação dos apoios ...............................................................................H
Figura 19A. Protecção contra escalamento ..................................................................... I
Figura 20A: Poste de 33kV com isolamentos horizontais ............................................... J
Figura 21A. Apoios de ângulos e profundidades dos apoios .......................................... K
Figura 22A. Posto de transformação ............................................................................... L

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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características das redes eléctricas (LOBO, 2011) ...................................... 10
Tabela 2. Potências nominais dos PTs alimentados por EL Macaneta ......................... 21
Tabela 3. Pressão dinâmica do vento ........................................................................... 34
Tabela 4A. Composição dos cabos de alumínio com alma de aço ACS ......................... B
Tabela 5A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR) ................ B
Tabela 6A. Capacidade de transporte em MW dos condutores ACSR a 33kV em função
do comprimento da linha .................................................................................................C
Tabela 7A: Momentos eléctricos dos condutores ............................................................C
Tabela 8A. Tensão mecânica do condutor Mink ............................................................. E
Tabela 9A: Tracção do condutor Mink............................................................................. F
Tabela 10A. Profundidade de implantação dos postes (m) ............................................. F
Tabela 11A: Vãos máximos. ........................................................................................... F
Tabela 12A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR) ............. G
Tabela 13A. Secções nominais do condutor Mink ......................................................... G

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


A Ampere

BIL Nível de isolamento básico

CC Curto circuito

EDM Electricidade de Moçambique

EE Energia eléctrica

EP Empresa pública

EFF Factor de falha à terra

kV Kilo volt

kVA Kilo volt ampere

kVAr Kilo volt ampere reactivo

kW Kilo watt

LA Linha aérea

LS Linha subterrânea

MT Média tensão

PT Posto de transformação

RSLEAT Regulamento de segurança das linhas eléctrica de alta


tensão

RSSEPTS Regulamento de segurança de subestações e postos


de transformação e de seccionamento

SE Subestação

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V Volt

RESUMO

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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

A energia eléctrica é um dos produtos mais importantes utilizados não somente por
simples consumidores, como principalmente, pelo comércio e pela indústria. É um
produto que deve estar disponível continuamente e não pode ser armazenado em
quantidades suficientes para uso durante longo período. É um produto que deve ser
gerado na medida em que é solicitado, desta forma, em si, representa um extraordinário
desenvolvimento na qualidade de vida da população. A partir do momento em que se
implanta um sistema de distribuição de energia eléctrica, a população local em pouco
tempo passará a receber numerosos benefícios, tanto do ponto de vista doméstico
quanto do ponto de vista comercial, social e cultural.
O presente trabalho consiste em fazer uma projecção da construção de uma linha aérea
de 33kV, que liga a nova subestação de Costa do Sol e a rede EL Macaneta, numa
extensão de aproximadamente 12 km, visto que, esta linha actualmente apresenta uma
alimentação radial, a partir da subestação de Marracuene.
A alimentação em anel, permite a continuidade de fornecimento de energia eléctrica aos
consumidores, em caso de avaria ou manutenção numa das subestações alimentadoras
ou mesmo numa das linhas alimentadoras.
A tendência mundial é de garantir sempre a continuidade de fornecimento de energia
eléctrica aos consumidores, o que pode ser alcançado quando há várias alternativas de
alimentação. A nova linha vai partir da subestação de costa do sol, e através da estrada
circular de Maputo seguirá até nas proximidades de Maracuene, onde ligará a EL
Macaneta através de um posto de seccionamento.
A linha a ser construída neste projecto, deve ter a capacidade de transportar uma
potência aparente de 8265 kVA, com factor de potência de 0,8 em atraso (indutivo),
prevendo-se, a possibilidade de aumento de carga, com a descentralização da cidade
de Maputo, e aumento da população em Macaneta, originado pela construção da ponte
que liga Maracuene e Macaneta.

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1.2. Problematização

Actualmente, a rede de 33 kV (EL Macaneta) é alimentado pela subestação de


Maracuene. A ύnica alimentação de EL Macaneta, dificulta a continuidade de
alimentação dos consumidores, no período de manutenção ou quando há avarias. Além
disso, o crescimento populacional da cidade e província de Maputo, origina maior
demanda no consumo de energia eléctrica, principalmente nos pontos menos habitados,
como Macaneta, com grandes possibilidades de novas ocupações. Este aumento da
demanda origina o desligamento nas horas de pico devido ao maior consumo.

1.3. Justificativa

Com a nova alternativa de alimentação, haverá mais garantia na continuidade de


fornecimento de energia eléctrica aos consumidores, que são alimentados por EL
Macaneta. Além da continuidade, a qualidade de energia eléctrica em termos de níveis
de tensão vai melhorar. Garantindo a continuidade de fornecimento e melhoria do nível
de tensão, que é baixo actualmente, vai originar melhoria de vida dos consumidores, sem
gastos adicionais ou de reparação dos electrodomésticos danificados durante os cortes
ou por subtensão.

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1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral

 Dimensionar uma linha de 33kV, numa extensão de 12 km, a partir de Costa do


Sol até EL Macaneta.

1.4.2. Objectivos específicos

 Fazer o levantamento de todas potências nominais dos PTs alimentados pela EL


Macaneta;
 Identificar o ponto de ligação entre EL Macaneta e a nova subestação de Costa
do Sol;
 Verificar o carregamento da EL Macaneta;
 Determinar os parâmetros da nova linha, de acordo com a carga, bem como a
protecção;
 Distinguir o material necessário para construção da ligação entre SE de Costa do
Sol e EL Macaneta.

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1.5. Metodologia

Para a realização do trabalho serão usadas diferentes metodologias que vão de acordo
com cada necessidade a saber:

Observação directa, efectuada através de visitas à subestações de Maracuene, Costa


do Sol, linha EL Macaneta e o novo troço ao longo da estrada circular de Maputo;

Consulta bibliográfica, que consiste na recolha de informações relacionadas à


construção e distribuição de energia eléctrica em média tensão;

Levantamento, que consiste no levantamento de todas as potências dos postos de


transformação que são alimentados pela linha EL Macaneta. Também consiste na leitura
do carregamento da EL Macaneta nas horas de pico.

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CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Conceitos
Posto de seccionamento – instalação de media ou alta tensão destinada a operar o
seccionamento de linhas eléctricas.

Seccionador – dispositivo destinado a interromper ou estabelecer a continuidade de um


condutor ou isola-lo de outros condutores e que, sem poder de corte garantido, não deve
ser manobrado em carga. Quando utilizado para garantir a segurança de pessoas, a
separação dos contactos deve ser visível e facilmente verificável do local de manobra ou
outro.

Subestação – instalação de alta tensão destinada a transformação da corrente eléctrica


por um ou mais transformadores estáticos, quando o secundário de um ou mais desses
transformadores se destine a alimentar postos de transformação ou outras subestações.
(RSSEPTS)

2.2. Classificação dos níveis de tensão


Por vezes, por comodidade, classificam-se as redes de acordo com as tensões nominais
da seguinte maneira:

1. Baixa tensão: redes com tensões nominais inferiores a 1 kV, por exemplo,
110/220/380/500/660 V;
2. Média tensão: redes com tensão até 66 kV, por exemplo,6,6//11//22//33//66 kV;
3. Alta Tensão: redes com tensão superior a 66 kV e inferior a 300 kV, por
exemplo,110/220/275 kV;
4. Muito Alta Tensão: redes com tensão superior a 300 kV, por exemplo,
330/380/400/500/750/1150 kV
A consideração de tensões baixas como aquelas com nível inferior a 1 kV, não diz
respeito aos limites de segurança. Conhecem-se casos de morte em instalações com
tensões inferiores a 220 V. (LOBO, 2011)

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2.3. Redes de energia eléctrica


A distribuição de energia eléctrica é mais fácil de expandir, para além de que a sua
transformação nos centros de consumo é cómoda e vantajosa. O rendimento de
transformação de energia eléctrica em outras formas de energia é muito alto. Assim, na
prática, o problema que se coloca é a decisão sobre o local de construção das centrais
eléctricas e sobre as distâncias de transporte do combustível para as centrais.

Estas questões por seu turno estão ligadas a solução de outros aspectos da economia
do país tais como existência de vias féreas, desenvolvimento da indústria, nível cultural
das populacões da região, entre outros factores.

Portanto, a função principal das redes eléctricas de transporte é a transmissão da energia


dos lugares remotos de sua produção aos lugares de consumo. Através da interligação,
as redes eléctricas permitem agrupar as diversas centrais eléctricas e os consumidores
de energia num sistema eléctrico único.

A necessidade de interligações por agrupamentos explica-se pela sua grande vantagem


técnico-económica. Com o aumento da potência de interligação, surge a possibilidade
de construção de grandes potências dos agrupamentos criados, o que reduz
consideravelmente os custos unitários de produção e operação. O aumento do número
de ligações das diferentes centrais eléctricas eleva a fiabilidade do sistema para além de
aumentar a possibilidade de utilização mais completa e racional de todo o equipamento
instalado permitindo assim uma utilização mais económica das fontes de alimentação a
partir das reservas locais.

As redes de 36 kV ou mais são consideradas redes de alimentação. Contudo,


actualmente, devido a grande densidade de carga, as redes de 36, 60 e mesmo 110 kV
também podem ser redes de distribuição devido as suas muitas ramificações. A figura 1
apresenta um exemplo de rede de alimentação. (LOBO, 2011)

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10.5 kV 110 kV 35 kV

220 kV

10 kV

20 kV

0.4 kV

Figura 1. Exemplo de rede de alimentação. (LOBO, 2011)

2.4. Classificação das redes eléctricas


As redes eléctricas também podem ser classificadas de acordo com a distribuição
geográfica e tipo de consumidores. Assim:

 Redes urbanas, situadas nas cidades;


 Redes rurais, localizadas no campo;
 Redes industriais, nas empresas e fábricas;
 Sistemas eléctricos, redes que abrangem áreas ou regiões grandes.
Distinguem-se também as redes, de acordo com a finalidade, em redes de alimentação
e distribuição. As redes de distribuição são as que ligam directamente aos consumidores.
Habitualmente, estas redes têm tensões nominais até 20 kV. A figura 2 mostra um
exemplo.

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f
l

Figura 2. Exemplo de uma rede de distribuição. (LOBO, 2011)


f- Fonte de alimentação; l-linha/ramal de distribuição.

Do ponto de vista de configuração de uma rede, existem duas principais possibilidades


de alimentação de um nó, nomeadamente:

a) Alimentação por uma linha


Neste caso, a alimentação do nó A realiza-se só por uma linha a partir do barramento
B. Qualquer perturbação na linha tem como consequência uma interrupção do
fornecimento de energia. A figura 3 mostra uma estrutura típica.

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Figura 3. Alimentação de uma rede por uma linha. (LOBO, 2011)


b) Alimentação por mais de uma linha

O nó A é alimentando por duas ou mais fontes de alimentação. Neste caso, os custos do


sistema são maiores. A figura 4 mostra um exemplo.

B2

B1
B3

Figura 4. Rede alimentada por mais de uma linha. (LOBO, 2011)

Para uma avaliação técnico-económica da estrutura adequada deve também ser


considerado o tempo de interrupção do fornecimento de energia. Por outro lado, deve-
se ainda tomar-se em consideraração o objectivo do sistema de alimentação de energia
eléctrica que comporta: uma área de alimentação (ver figura 5) e um certo número de
nós com ou sem interligações entre eles e alimentados por uma fonte de alimentação,
em geral, uma rede de alimentação. (LOBO, 2011)

Rede de alimentação

Linhas de
alimentação

Nós

Consumidores Área de
Interligação alimentação

Figura 5. Esquema geral de abastecimento de energia eléctrica. (LOBO, 2011)

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A coberto desta definição existem três estruturas topológicas de redes, já referidas em


pontos anteriores, nomeadamente radial, anelar e malhada. As figuras A, B e C mostram
alguns desses exemplos. As características gerais são apresentadas na tabela 6.

A B C

Figura 6. Estruturas principais de alimentação de redes eléctricas. (LOBO, 2011)

A-radial; B-anelar; C- malhada.

Tipo de rede
Características gerais Radial Anelar Malhada
Custo de construção Baixo Médio Alto
Segurança de abastecimento Baixa Média a alta Muito alta
Direcção de serviço Muito simples Simples Difícil
Perdas de transporte Alta Baixa Muito baixa
Utilização do material instalado Muito boa Mau Boa
Clareza da estrutura Muito boa Boa Difícil
Continuação do serviço Difícil Boa Muito boa
Tabela 1. Características das redes eléctricas (LOBO, 2011)
Estas características permitem dar indicações gerais em relação a utilização das
diferentes estruturas de redes:

Rede radial: em casos mais simples, quando a exigência de continuidade de


alimentação não é muito grande;

Rede em anel: para abastecimento público e industrial, com um nível de exigência de


continuidade média;

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Redes em Anel

 A1 - Anel com alimentação simples;


 A2 - Anel bialimentado;
 A3 - Anel duplo bialimentado;

A1 A2

A3

Figura 7. Ligações de redes para iguais níveis de tensão. (LOBO, 2011)


Rede em malha: para redes públicas para todos os níveis de tensão e outras redes,
onde a exigência de segurança de alimentação global é muito elevada. (LOBO, 2011)

2.5. Linhas aéreas


2.5.1. Elementos que constituem a linha aérea de MT

Em geral chama-se uma linha aérea ao conjunto formado de condutores que transportam
energia eléctrica, montados a certa altura sobre o solo. Estes condutores estão
suportados por cruzetas ou outros tipos de suportes devidamente isolados destes. Os
suportes por sua vez montados nos postes, cuja missão especial e manter separados os
condutores a uma altura conveniente de terra. (6)

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O desempenho das linhas eléctricas está directamente relacionado com a escolha dos
componentes escolhidos. Estes componentes devem ser escolhidos tendo em conta as
solicitações eléctricas e mecânicas a que serão submetidos, não desprezando o factor
económico. Uma linha eléctrica deve ser essencialmente fiável, eficiente e económica.
Uma linha aérea é constituída pelos seguintes elementos:
 Apoios;
 Isoladores;
 Condutores;
 Postos de transformação. (Gonçalves, 2011)

2.5.1.1. Apoios
Apoio – elemento de uma linha aérea destinado a suportar os condutores, os cabos de
guarda, os isoladores e os acessórios. (RSLEAT)
Fundação: depende do tipo do poste:
 Pode ser directamente enterrado (betão e madeira).
 Uma fundação previamente preparada.

Postes: estes classificam-se de acordo com o material construtivo e da função que


desempenham na linha.

Suportes: dependem do número de isoladores, ou seja, o número de circuitos. Eles


podem ser de madeira, betão ou metálicos. (6)

2.5.1.1.1. Esforços a que estão submetidos os apoios para linhas aéreas


Esforços verticais (Peso dos condutores).

Esforços transversais – devido ao vento ou acção resultante de tracção dos condutores


quando estes não estão montados paralelamente e sem formar ângulo.

Esforços longitudinais - Que actuam sobre todos apoios de princípio e fim de linha por
tracção longitudinal dos condutores e em casos duma ruptura dos condutores suportados
pelos postes. (6)
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2.5.1.1.2. Classificação dos apoios


Segundo material construtivo:
De madeira; De betão; De aço.

Segundo a função:
1. De alinhamento – apoio situado num troço retilíneo da linha.
2. De ângulo – apoio situado num ângulo da linha.
3. De derivação – apoio onde se estabelecem uma ou mais derivações.
4. De fim de linha -apoio capaz de suportar a totalidade dos esforços que os
condutores os cabos de guarda lhe transmitem de um só lado da linha.
5. Apoio de reforço – apoio destinado a suportar esforços longitudinais para reduzir
as consequências resultantes da roptura de condutores ou de cabos de guarda.
6. Apoio de travessia ou de cruzamento – apoio que limita um vão de travessia ou
de cruzamento. (RSLEAT)

2.5.1.1.3. Configuração dos apoios para linhas aéreas


1. Apoios para linhas aéreas com condutores num só plano (podendo ser de BT, MT
e AT e MAT).
2. Apoios para linhas aéreas com condutores em dois planos.
3. Apoios para linhas aéreas com condutores em três planos. (6)

Figura 8. Configuração dos apoios. (6)


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2.5.1.2. Isoladores
Os isoladores das linhas aéreas são constituídos por material dieléctrico (vidro,
porcelana e outros materiais apropriados, não susceptíveis de degradação) e têm como
função isolar electricamente os condutores dos apoios e armações e suportar os
condutores.
Os isoladores devem apresentar dimensões e formas apropriadas ao ambiente em que
serão utilizados, à tensão eléctrica a que vão ser expostos e às tensões mecânicas que
terão que suportar. Devem também apresentar elevada resistividade e rigidez dieléctrica.
São consideradas situações anormais para os isoladores, os casos de poluição
exagerada e de formação do efeito de coroa. Devem ser escolhidos isoladores com
linhas de fuga adequadas ao grau de poluição do local e ao nível de tensão da linha. No
caso de ocorrência do efeito de coroa, os isoladores e cadeias devem ser equipados com
hastes de descarga ou ser substituídos por outros de tamanho maior ou forma mais
apropriada.
Os principais tipos de isoladores usados são os de cadeia e os rígidos. O isolador de
cadeia é constituído por componentes isolantes e metálicos e pelo material ligante que
os justapõe, sendo fixo articuladamente a estruturas de apoio, garantindo por si só, ou
formando cadeias, o isolamento dos condutores. (Gonçalves, 2011)

Figura 9: Isoladores de cadeia. (Gonçalves, 2011)

As cadeias de isoladores podem ser em suspensão ou amarração. As cadeias em


suspensão ou verticais são usadas apenas em postes de alinhamento ou de ângulo até
20 gradianos, enquanto que as cadeias em amarração, ou horizontais são utilizadas em
apoios de ângulo, reforço ou fim de linha. Os vãos entre cadeias em amarração não
devem ser inferiores a 40m, de modo a facilitar possíveis trabalhos nas linhas.
(Gonçalves, 2011)

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EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

Figura 10. a)Cadeia em suspensão; b) Cadeia em amarração


O isolador rígido é constituído por componentes isolantes e metálicos e pelo material
ligante que os justapõe, sendo fixo rigidamente a estruturas de apoio, garantindo por si
só o isolamento dos condutores. Estes isoladores são usados apenas em apoios em
alinhamento ou com ângulos pouco pronunciados e com condutores de secção menor.

Figura 11: Isoladores rígidos (Gonçalves, 2011)


Actualmente, a escolha dos isoladores recai apenas nos de cadeia, em amarração ou
suspensão.

2.5.1.3. Condutores
Os condutores de uma linha devem ser escolhidos, tendo em conta as correntes a que
estarão sujeitos e as tensões mecânicas a que serão submetidos, que variam com as
condições ambientais, não descurando o aspecto económico.
Os principais tipos de condutores utilizados em linhas aéreas são condutores nus de
cobre, ligas de alumínio e alumínio com alma de aço.
Devido às vantagens do alumínio ou suas ligas, quer económicas, quer técnicas este é
preferido ao cobre, em linhas aéreas. Algumas das principais vantagens são (Solidal,
2007):
 Relação condutividade eléctrica/peso;
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 Relação resistência mecânica/peso;


 Economia.

Actualmente devido a estas vantagens, os condutores de ligas de alumínio e de alumínio-


aço são os mais utilizados.
Os condutores de liga de alumínio são condutores concêntricos, compostos por uma ou
mais camadas de fios de liga de alumínio. (Solidal, 2007)

Figura 12. Secção transversal de condutor de aluminio (Solidal, 2007)


Os condutores de alumínio com alma de aço são condutores concêntricos, compostos
por uma ou mais camadas de fios de alumínio, e um núcleo de aço galvanizado de alta
resistência, com o objectivo de obter maior resistência mecânica. Devido às numerosas
combinações possíveis de fios de alumínio e aço, pode-se variar a proporção dos
mesmos, com objectivo de obter a melhor relação entre corrente transportada e
resistência mecânica. (Solidal, 2007)

Figura 13. Secção transversal de condutor de aluminio-aço (Solidal, 2007)

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2.5.1.3.1. Cabos de alumínio com alma de aço do tipo ACSR (ACSR/AW)


Aplicações:
Os cabos de alumínio com alma de aço são normalmente usados em linhas aéreas.
Construção:
Os cabos de alumínio com alma de aço ou ACS são condutores cableados concêntricos,
compostos de uma ou mais camadas de fios de alumínio do tipo AL1, e um núcleo (alma)
de aço galvanizado de alta resistência.
Devido às numerosas combinações possíveis de fios de alumínio e aço, pode-se variar
a proporção dos mesmos, a fim de se obter a melhor relação entre capacidade de
transporte de corrente e resistência mecânica para cada aplicação (anexo). (Solidal,
2007)

2.5.1.3.2. Cabos de guarda


Os cabos de guarda devem ser de aço zincado ou inoxidável, ou dos materiais usados
nos condutores. Estes devem estar na parte mais alta dos apoios e estão sujeitos aos
mesmos esforços que os condutores.
Os cabos de guarda têm como principais funções a protecção das linhas contra
descargas eléctricas directas ou ocorridas nas proximidades, interligação dos circuitos
de terra dos apoios e redução de indução causada nos circuitos de telecomunicações e
outras canalizações nas proximidades da linha. (Gonçalves, 2011)

Não utilizaremos cabo de guarda nas linhas de média tensão (até 33 KV, inclusivê), por
se ter chegado a conclusão de a sua acção protectora era quase nula nestes casos,
representando, contudo, a sua utilização uma sobrecarga económica apreciável. (EDM,
2006)

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2.5.1.4. Posto de transformação


Instalação de alta tensão destinada à transformação de corrente eléctrica por um ou mais
transformadores estáticos, quando a corrente secundária de todos os transformadores
for utilizada directamente nos receptores, podendo incluir condensadores para
compensação do factor de potência. (RSRDEE)

2.6. Rendimento dos transformadores


O rendimento do transformador alcança valores bastantes elevados, em relação a
qualquer outra máquina, pois não há atritos. Assim para transformadores de reduzida
potência varia entre 80 a 90%; para transformadores de 10 kVA atinge 95% e para
elevadas potências pode mesmo ultrapassar os 99%, o que é excelente. Na prática o
rendimento máximo é atingido para cargas da ordem dos 2/3 a 3/4 da corrente nominal.
(RODRIGUES & MATIAS, 1995)

2.7. Distância mínima entre condutores activos


A distância mínima entre os condutores activos, e entre estes e outros elementos deve
ser de 365mm, para a tensão de 33 kV. Para simplificação da concepção, adopta-se esta
distância mínima para todos os outros níveis de tensão. (EDM-EP, 2006)

Em qualquer caso, a distância mínima entre os condutores nus não pode ser inferior a
0,45m para linhas de tensão nominal inferior a 66kV. (RSLEAT)

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CAPITULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


3.1. Alimentação actual de EL Macaneta
A rede eléctrica EL Macaneta, actualmente tem uma alimentação radial através da
subestação de Maracuene, num nível de tensão de 33 kV. Os condutores usados são de
alumínio reforçados com aço (ACSR “Mink”), com uma secção de 100mm 2 e apoios
misturados, sendo de madeira, betão e torres metálicos na travessia para Macaneta. Em
direcção à Guava são usados postes de madeira.

A potência total do transformador de SE Maracuene é de 20 MVA, com saídas quem têm


apenas um nível de 33 kV. Este transformador recebe um nível de tensão de 66 kV e
transforma para 33kV.

3.2. Potência nominal dos PTs ligados à EL Macaneta


As potências nominais dos postos de transformação ligados à rede EL Macaneta estão
indicadas na tabela 2.

No Potência Designação Localização Obs.


(kVA)
204R 100 Flankle da Roelise Lodge Macaneta PTP
205R 630 Deagio (EN1) Marracuene PTP
220R 100 BCI Marracuene PTP
175R 250 Bairro Guava Quarteirão 13 PT
176R 160 Bairro Guava Quarteirão 13 PT
177R 250 Bairro Guava Canhoeiro Vovo Norda PT
178R 160 Bairro Guava Depois da linha ferrea PT
179R 160 Bairro Guava Quinta Atanásio PT
180R 250 Bairro Guava PT
181R 50 Bairro Guava Ao lado de Pinga Pinga PT
Lodge
182R 250 Bairro Guava PT
183R 50 Bairro Guava Em frente da Quinta Atanásio PT

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184R 250 Bairro Guava Ao lado da barraca Branca PT


185R 250 Bairro Guava Ao lado do PT
cemitério(Chavane)
186R 100 Fontenaria de Guava Bairro Guava PT
187R 160 Bairro Guava Bairro Guava PT
188R 160 Bairro Guava Bairro Guava PT
189R 160 Atras do contentor vermelho Bairro Mateque PT
190R 160 Bairro Mateque Bairro Mateque PT
191R 160 Bairro Mateque Bairro Mateque PT
192R 160 Bairro Zintava Bairro Zintava PT
193R 100 Bairro de Zintava Bairro Zintava PT
194R 100 Sanção comercial Bairro Zintava PT
195R 100 Zintava Bairro Zintava PT
196R 160 Mercado Bairro Zintava PT
112R 160 Jays Lodge Macaneta PT
113R 50 Restaurante Macaneta Macaneta PT
122R 400 1ª Derivação de Guava Guava PT
123R 500 Rua principal Mateque Mateque PT
126R 160 Mikanhine/Dumba nengue Marracuene PT
127R 160 Faftine/Fontenária Marracuene PT
129R 250 Chavo Marracuene PT
130R 160 Carlitos Marracuene PT
131R 200 Geral rungo Marracuene PT
132R 250 Marracuene Lodge Marracuene PT
271R 50 Incomati Lodge Macaneta PT
272R 200 Península Macaneta PT
273R 100 Fase 1 secretario Macaneta PT
276R 315 Macaneta Escola hobjana PT
278R 100 Secretario fase 1 Macaneta PT
279R 100 Esquadra Macaneta fase 2 Macaneta PT

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292R 50 Jays Lodge Macaneta PT


294R 315 Centro cultural de Macaneta Macaneta PT
318R 315 Reassentados riopele Marracuene PT
Total 8265
Tabela 2. Potências nominais dos PTs alimentados por EL Macaneta

3.3. Carregamento actual de EL Macaneta


Nas horas de pico ou elevado consumo de energia electrica, esta rede tem um
carregamento de 120 A, com uma tensão nominal de 33 kV. Nas horas de baixo consumo
tem um carregamento de 56 A, com aproximadamente mesmo nível de tensão nominal.
Com factor de potência de 0,8 em atraso (indutivo), a potência consumida será:

S  3U .I (1)

S  3.33kV.120A  6858,92kVA  6,86MVA

cos  0,8    36,87o

S  6,8636,87o , MVA

S act
C%   100% (2)
Sn

6,86
C%   100%  83%
8,265

Pode se destacar que a potência consumida nas horas de pico é de 6,86 MVA e a
potência nominal da carga é de 8,265 MVA. Praticamente a linha alimenta 83% da carga
nominal.

Pretende-se projectar uma outra alternativa de alimentação da EL Macaneta com uma


capacidade de alimentar a carga nominal de 8,265 MVA.

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3.4. Estado actual de SE 11 (Costa do Sol)


A subestação de Costa do Sol (SE11), tem um transformado de 40 MW com relação de
transformação 66/33 kV que alimenta um transformador de 12 MW, com relação de
transformação de 33/11 kV. Existe um projecto de construção de uma saída para
alimentar EL Guava, com uma potência de 10 MW, e um nível de tensão de 33 kV. Este
projecto tem uma carga de 8,265 MW e somando todas resultam numa carga total de
75%. Esta carga representa uma quantidade correspondente ao rendimento máximo dos
transformadores, destacando que que este transformador actualmente funciona com
uma carga de aproximadamente 25% da nominal.

3.5. Dimensionamento da linha que liga SE de Costa do Sol e EL Macaneta


3.5.1. Tensão de transporte económica
Para calcular a tensão económica em distâncias menores que 30 km (12 km) é mais
conveniente usar a seguinte expressão, baseada na fórmula Alfred Still:

U c  0,25 Pn

Uc Tensão composta mais económica (kV)

Pn Potência nominal de transporte (kW)

A potência activa nominal de transporte será:

Pn  S n cos (3)

Pn  8265.0,8  6612kW

U c  0,25 6612  20,33kV

Como em média tensão a concessionária EDM usa 33kV acima do valor obtido pela
fórmula de Still, então, os 33kV é o valor normalizado e mais económicos para o
transporte.

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3.5.2. Secção dos condutores


Para determinar a secção do condutor é necessário conhecer a corrente de serviço com
carga nominal que é determinada pela expressão:

Pn
Is  (4)
3.U . cos

6612kW
Is   144,6 A
3.33kV .0,8

A densidade de corrente económica é  ec  1,1A / mm 2 , para condutores de alumínio-aço

e a secção económica é dada por:

I
S ec  (5)
 ec

144,6
S ec ( Al )   131,45mm 2
1,1

A secção normalizada do condutor ACSR “Mink”, mais próxima do resultado obtido, deve
ser de 150mm2.(Anexo da tabela A13).

No cruzamento da linha a projectar com outra linha de 11 kV será feito um troço


subterrâneo com um condutor de cobre e a sua resistividade é Cu  1,7.108 m e a

resistividade do alumínio é Cu  2,7.108 m . Assim, a secção económica de cobre

equivalente será:

 Cu S ec ( Al )
S ec (Cu )  (6)
 Al

1,7.131,45
S ec (Cu)   82,76mm 2
2,7

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3.5.3. Distância entre condutores


Para o cálculo da distância entre condutores usa-se a seguinte expressão a seguir de
acordo com o RSLEAT:

U
D  0,75  K  f max  d  (7)
200

d é a comprimento da cadeia de isoladores ( d  0 , para isoladores rígidos e cadeias


de amaração);

K é um coeficiente que depende da natureza do condutor (para ACSR, K  0.6 )

U é a tensão nominal da linha (33 kV)

f max Flexa máxima 0.643 m (Cálculos mais adiante)

33
D  0,75  0,6  0,643  0   0,526m
200

Esta distância é superior à regulamentada com mínima segundo o RSLEAT que é de


0,45m. Neste projecto é usada a distância mínima de 0,60m.

3.5.4. Resistência eléctrica da linha


A resistência do condutor ACSR - Mink a 20oC é igual a 0,4541Ω/km e é necessário
determinar a resistência à temperatura do funcionamento do condutor que é
aproximadamente a 60oC. O coeficiente de temperatura do condutor de alumínio é de
0,00403Ω /oC. A resistência do condutor será:

R'  Ro 1   (T  To )( / km) (8)

R '  0,1828 1  0,00403 (60  20)  0,212 / km

R  0,212 / km.12km.1,15  2,93

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O pequeno troço de cruzamento entre duas linhas de 11kV e de 33kV, será subterrâneo
e como será usado um condutor de cobre num comprimento de até 50 metros, essa
distância é desprezada pois com a subtração de 50 metros o comprimento total continua
aproximadamente a 12km. A resistência total acaba não sofrendo grandes variações com
esse pequeno comprimento.

3.5.5. Reactância da linha


Como a rigidez dieléctrica do ar é de 3,2 kV/mm, a distância mínima de separação dos
condutores de 365mm origina uma tensão de ruptura de 1168 kV. Mas por questões de
maior segurança do isolamento, será usada a distância de 600 mm.

Dados da linha de alimentação:

 Tipo de condutor: ACSR “Mink”


 Tipo da linha: Linha aérea;
 Comprimento da linha: 12 km;
 Disposição dos condutores: triangular
 A distância mínima entre condutores: D12=70cm; D13=60cm; D23=60cm;
 Diâmetro dos condutores: d=13,82 mm
 Secção nominal dos condutores: 150 mm2
 Nível de tensão na linha: U=33 kV

Dmg  3 D12 .D13 .D23 .


(9)

Dmg  3 70  60  60  63,16cm

1 1

Rmg  (r.e 4
 d 12  ...  d 1b ) b
(10)

1 1
 
Rmg  r.e 4
 0,691 e 4
 0,538cm

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 Dmg 
X ´ L  4 . f .10 7. ln   (11)
 Rmg 

 0,6316 
X ´ L  4 .50.10 7. ln    0,0002994 / m  0,2994 / km
 0,00538

X L  0,2994 / km.12km.1.15  4,132

3.5.6. Cálculo da impedância da linha


A impedância da linha por ohms/km será aproximadamente:

Z´L  R '  jX L' (12)

Z´L  0,212  j 0,2994,  / km  0,36754,7 o ,  / km

A impedância da linha em ohms será aproximadamente:

Z L  R  jX L (13)

Z L  2,93  j 4,132,   5,06554,7 o , 

Esta impedância da linha é responsável pela queda de tensão durante o transporte e


principalmente nas horas de pico, que há maior fluxo de corrente para a carga.

3.5.7. Queda de tensão na linha


Como trata-se de uma linha curta ( l  80km ),a capacitância e condutância da linha são
nulas ( C  0 e G  0 ).

A queda de tensão na linha é resultante da corrente e impedância da linha, por isso é


calculado considerando-se a corrente de serviço, com carga nominal da linha.

I S  144 ,636,87 o , A

Nguenhene, Dércio António 26


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Z L  2,93  j 4,132,   5,06554,7 o , 

U  I S Z L (14)

U Queda de tensão na linha (complexa)

U  144,636,87o , A  5,06554,7 o ,   0,732491,57o , kV

A queda de tensão percentual será:

U
U %   100% (15)
Un

0,7324
U %   100%  2,22%
33

Condição é U %  5% , e 2,33%  5% é verdadeiro, logo, a condição é satisfeita.

3.5.8. Tensão emitida no transformador de SE 11


Embora a queda de tensão esteja nos parâmetros considerados aceitáveis para o
transporte (dentro dos 5%) para que na chegada haja uma tensão de 33 kV, é necessário
que na emissão faça-se uma regulação de tensão no transformador de SE11. Embora
isso vai influenciar no sistema completo, pois influencia na tensão da linha que alimenta
o transformador de SE11, no transformador da subestação que alimenta esta linha, e
assim sucessivamente, como também nas outras saídas deste mesmo transformador.

Para que na chegada haja 33 kV, a tensão de emissão deve ser:

U E  U S  U (16)

UE Tensão na emissão.

US Tensão na recepção

U E  330 o  0,732491,57o  33,01,27o , kV

Nguenhene, Dércio António 27


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3.5.9. Esquema eléctrico equivalente unifilar da linha


O transformador de SE 11 representa a fonte de geração de energia eléctrica para a
carga considerada e toda rede EL Macaneta é representada pela impedância de carga.

UE Tensão emitida

UR Tensão na recepção

ZC Impedância de carga

ZL Impedância da linha

Figura 14. Circuito equivalente unifilar da linha

3.5.10. Escolha dos apoios


Os apoios a usar neste projecto, são de eucalipto creosotado cujo nome é “EUCALYTUS
SALIGNA”. Têm uma altura de 15m e um diâmetro do topo 0,15m. O vão será de 70m,
compactível com a altura dos apoios. Assim a quantidade total de apoios será:
l
NA  (17)
v
12000m
NA   171,43apoios
70m
Considerando amortizações por razões do relevo entre outros fenómenos decorrentes
durante a execução do projecto são necessários 175 apoios.

Nguenhene, Dércio António 28


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O espiamento será feito por torçadas de 3 fios de arame galvanizado nº 8, ou equivalente.


Os apoios de reforço também são uma solução para apoios de fim de linha e apoios de
ângulos. Os cabos de aço, são solução mais cara e mais segura comparando com o
arrame galvanizado.

3.5.10.1. Encastramento dos apoios no solo


Os apoios serão implantados directamente no solo e atacados simplesmente com pedra
solta e areia, de modo a se garantir a sua perpendicularidade ao plano de nível mesmo
com esforços mecânicos que é sujeito. Recomenda-se a colocação de uma coroa de
pedras duras de dimensões convenientes (± 30 cm) na base do poste e outra no terço
superior da escavação devendo a altura destas coroas ser aproximadamente igual ao
diâmetro do poste.
De acordo com a altura do apoio de 15m a sua cova deve ser de 2m para melhor
encastramento do apoio no solo (tabela do anexo 9A ).
Para efeitos de protecção contra escalamento o apoio será envolvido com arame farpado
(mais ou menos 4 voltas) num pequeno troço a partir dos 5 metros do solo. Esta
sinalização indica o limite de segurança, bem como uma forma de impedir o escalamento
do apoio.

3.5.11. Escolha de isoladores

Para montagem normal em alinhamento, tendo em conta as características tropicais das


regiões onde as linhas se vão desenvolver, foram adaptados isoladores rígidos de eixo
horizontal devido a facilidades de montagem que são STV-35 para 22/33 kV Eixo
Horizontal, para alinhamento e isolador H.T. 1018 para fim de linha e ângulos.

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3.5.12. Dimensionamento das proteções da linha


Considerando um curto-circuito que ocorre no barramento 1 no primeiro caso e no
barramento 2 no segundo caso. Para o transformador ou fonte de alimentação é
considerada uma reactância aproximada de X T ( pu )  0,2 pu . Considerando a tensão de

pré falta é de 33 kV. Para potência e tensão de base de 40 MVA e 33 kV,


respectivamente, a impedância de base é:
U b2
Zb  (18)
Sb

332  106
Zb   27,225
40  106
Então a nova reactância do transformador será:
2
U  Sb ,novo
X T ( pu ) novo  X T ( pu ) velho  velho  (19)
 U novo  Sb ,velho
X T ( pu ) novo  0,2 pu

X T  Zb jX T ( pu ) (20)

X T  27,225  j 0,2  j5,445


Quando ocorre um curto circuito tripolar franco no barramento 2 (longe da fonte), a
corrente de curto circuito subtransitória em kA usando a impedância equivalente de
Thevenin será:
Uf Uf
I f  I CC   (21)
Z Th Z L  X T

Z L  2,93  j 4,132,   5,06554,7 o , 


33kV
I f  I CC   3,295  73o , kA
2,93  j 4,132  j 5,445
Quando ocorre um curto circuito tripolar franco no barramento 1 (perto da fonte), a
corrente de curto circuito subtransitória em kA usando a impedância equivalente de
Thevenin será:

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CONSTRUÇÃO DE UMA LINHA ALTERNATIVA DE MEDIA TENSÃO QUE ALIMENTA EL MACANETA, NUMA
EXTENSÃO DE 12 KM, A PARTIR DA NOVA SUBESTAÇÃO DE COSTA DO SOL

33kV
I f  I CC    j 6,06, kA  6,06  90o , kA
j5,445

SCC  3UI CC (22)

SCC  3  33kV  6,06kA  346,38MVA

A corrente de impulso é:

I S   . 2.I CC (23)

I S  1,8. 2.6,06  15,43kA

A corrente de corte é:

I CC S CC
 (24)
IN SN
346,38MVA
 41,91
8,265MVA

Com o tempo de operação de 0,1 segundos.

I a  .I CC (25)

I a  4,191 6,06kA  25,4kA

Corrente de serviço é: I S  144,6 A

No início da linha será protegida por um disjuntor tripolar de 33 kV, frequência de 50Hz,
tipo SF6, montagem exterior, possuindo as seguintes características:

 Poder de fecho de 25,4 kA.


 Corrente nominal 150 A.

Os seccionadores no início da linha devem ter a mesma corrente nominal do disjuntor,


tripolar, tensão nominal de 33kV, 50Hz, com montagem exterior e corte visível.

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No fim da linha segundo a equação 22 a potência de curto circuito é:


S CC  3  33kV  3,295kA  188,335MVA
Segundo a equação 23 a corrente de impulso no fim da linha será:
I S  1,8. 2.3,295kV  8,388kA
Segundo a equação 24 a corrente de corte no fim da linha será:
188,335MVA
 22,788
8,265MVA
Com o tempo de operação de 0,1 segundos.

I a  2,2788 3,295kA  7,51kA

No fim da linha será protegida por um disjuntor tripolar de 33 kV, frequência de 50Hz,
tipo SF6, montagem exterior, possuindo as seguintes características:

 Poder de fecho de 7,51kA.


 Corrente nominal 150 A.

Os seccionadores no fim da linha devem ter a mesma corrente nominal do disjuntor,


tripolar, tensão nominal de 33kV, 50Hz, com montagem exterior e corte visível.

A disposição do circuito com protecções será:

Figura 15. Circuito equivalente com protecções da linha.

Legenda:
D1, D2 Disjuntores de média tensão SF6
S1, S2 Seccionadores no início da linha
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S3, S4 Seccionadores no fim da linha

3.5.13. Cálculos mecânicos


O cálculo mecânico é essencial nas linhas aéreas de transmissão de energia eléctrica
de forma a serem asseguradas as condições de segurança bem como as condições de
estabilidade da linha. Neste projecto serão feitos os seguintes cálculos mecânicos:
 Determinação da tensão de montagem dos condutores;
 Cálculos dos esforços;
 Cálculos de flechas de regulação;
 Vão da linha;
 Distâncias regulamentares.

3.5.13.1. Tensão mecânica de segurança do condutor


Para encontrar as condições de segurança do condutor determina-se a carga e tensão
de segurança, com base nas características mecânicas do condutor. O condutor a ser
usado neste projecto (Mink) apresenta a carga de ruptura: 69,2kN (tabela do anexo 12).

69,2kN
T  7054,03kg
9,81m / s 2

T
a  (26)
Cs

a
to  (27)
S

a é a carga de segurança do condutor;

to é tensão de segurança do condutor;

C s  2,5 é o coeficiente de segurança (RSLEAT artigo 24);

S é a secção total do condutor.


7054,03
a   2821,612kg
2,5

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2821,612
to   18,81kg / mm 2
150,0

3.5.13.2. Cálculo da força devido à acção do vento


O cálculo da força devida á acção do vento está definido no RSLEAT, em que é
considerado que o vento actua numa direcção horizontal e a força proveniente da sua
actuação é considerada paralela à direcção da sua velocidade. Esta força é determinada
através da expressão:
F   .c.q.s (28)
Onde:
F , é a força do vento, em newton (N) por unidade de comprimento;
 , é o coeficiente de redução que traduz a variação de velocidade da actuação do vento
ao longo do comprimento do condutor; (0,6 no RSLEAT)
c , é o coeficiente de forma que traduz a influência da forma geométrica do elemento
exposto à acção do vento e da direcção do vento; (1,2)
q , em pascal (Pa), é a pressão dinâmica do vento;
s , é a área da superfície batida pelo vento (secção longitudinal de área máxima,
expressa em m2).
Altura acima do solo Pressão dinâmica do vento q (Pa)
(m) Vento máximo habitual Vento reduzido
 30 750 300
30  H  50 900 360
Maior que 50 1050 450
Tabela 3. Pressão dinâmica do vento

Para vento reduzido a força devido a acção do vento é:


F1  0,6.1,2.300.2  6,91  2985,04N / m
Para vento máximo habitual a força devido a acção do vento é:

F2  0,6 1,2  750 2  6,91  7462,8N / m

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3.5.13.3. Cálculo do vão crítico


Para o cálculo do vão crítico usa-se a seguinte expressão:

S  t max 24    ( 2  1 )
LCr  (29)
 m22  m12

S: secção do condutor; (13,82mm2)


 : peso próprio do condutor, 726kg/km=0,726kg/m;
 : coeficiente de dilatação térmica, 19x10-6 oC-1
tmax: tensão máxima determinada anteriormente, 16,5kg/mm2

 2 : é a temperatura na hipótese de verão (25ºC);


 1 : é a temperatura na hipótese de inverno (15ºC);
m2 e m1: Coeficientes de sobrecarga para verão e inverno (valores aproximados de 1,95
e 1,80)

Usando a expressão 30 pode-se calcular o vão critico usando os dados acima:

150  16,5 24  19  106  (25  15)


LCr   306,94m
0,726 1,952  1,802

Pode-se concluir que o vão escolhido de 70m esta dentro dos parâmetros estabelecidos
pois é menor que 306,94m.

3.5.13.4. Geometria da linha que liga SE11 e EL Macaneta


Considerando os condutores das linhas aéreas homogéneos, perfeitamente flexíveis e
inextensíveis, quando suspensos por dois dos seus pontos, apresentam como curva de
equilíbrio a catenária. Trata-se, no entanto, de uma aproximação. Na realidade, os
condutores não são perfeitamente flexíveis, são elasticamente deformáveis e encontram-

Nguenhene, Dércio António 35


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se sob acção de ventos irregulares, que lhes conferem uma dupla curvatura e
movimento. De acordo com a topologia do terreno que é plano de nível, os vãos poderão
ser apenas vãos em patamares.

3.5.13.4.1. Vão em patamar da linha


Como todo terreno que permite a ligação dos dois pontos deste projecto é plano de nível,
então, será usado apenas vão em patamar, com a disposição da figura abaixo:

Figura 16. Vão em patamar da linha


De uma forma aproximada pode resultar nas seguintes expressões:

X a2
Ya  (30)
2a

L
Xa  (31)
2

L – Vão total (70m)

Ya – Flecha máxima
Nguenhene, Dércio António 36
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a – é definido pelo quociente entre a tensão mecânica de montagem e o produto do


coeficiente de sobrecarga do estado de montagem pelo peso específico volumétrico do
condutor.

3.5.13.4.2. Cálculo da flecha dos condutores


Para o vão em patamar a flecha dos condutores é determinada segundo a equação 33,
resultante da equação 32:

L2
flecha  (32)
8t m

L Vão (70m);
 Peso específico volumétrico (kg.mm-2);
tm Tensão mecânica no estado de flecha máxima;

Considerando a tensão mecânica no estado de flecha máxima de 692 daN, a flecha será:

702  0,726
flecha   0,643m
8  692

3.5.13.5. Distâncias regulamentares


As distâncias regulamentares são calculadas segundo RSLEAT. A distância entre os
condutores e o solo determina-se usando a equação 33:

Ds  6,0  0,005  U (33)

U em kV, tensão de linha de transporte

Ds  6,0  0,005 33  6,165m

Segundo RSLEAT, o valor mínimo é de 6m por isso o valor de 6,165m, cumpre a


condição.

A distância entre os condutores e as árvores determina-se usando a equação 34:

Dar  2,0  0,0075 U (34)

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U em kV, tensão de linha de transporte

Dar  2,0  0,0075 33  2,2475m

Como a distância mínima dos condutores às arvores é de 2,5m, então, deve ser usado
esse valor de acordo com RSLEAT.

A distância entre os condutores e os apoios, determina-se usando as equações 35 e 36:

Dap  0,10  0,0065 U para condutores nus em repouso (35)

Dap  0,10  0,0065 33  0,3145m

Dapv  0,0065  U para condutores nus desviados pelo vento (36)

Dapv  0,0065 33  0,2145m

Como segundo o RSLEAT a valor mínimo é de 0,15m, então usa-se esse valor mínimo
pois é superior ao calculado.

A distância entre os condutores e os edifícios, determina-se usando a equação 37:

Ded  3,0  0,0075 U (37)

Ded  3,0  0,0075 33  3,2575m

Como segundo o RSLEAT a distancia mínima é de 4m, então o valor a ser usado é de
4m.

A distância entre os condutores e os obstáculos diversos, determina-se usando a


equação 38:

Dod  2,0  0,0075 U (38)

Dod  2,0  0,0075 33  2,2475m

Como este valor não pode ser inferior 3m, segundo RSLEAT, então este valor deve ser
de 3m.

Nguenhene, Dércio António 38


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CAPITULO IV: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES


4.1. Conclusão
A linha deve transportar uma potência nominal de cerca de 8,265 MW, de acordo com a
carga nominal dos postos de transformação ligada à EL Macaneta, com um nível de
tensão de 33 kV. Actualmente a linha tem uma carga de pico de cerca de 6,86 MVA, que
corresponde a quase 83% da carga nominal dos postos de transformação ligados à rede.

A linha será protegida por um disjuntor tripolar de 33 kV, frequência de 50Hz, tipo SF6,
montagem exterior, possuindo as seguintes características: poder de fecho de 25,4 kA e
corrente nominal 150 A. Os seccionadores no início e fim da linha devem ter a mesma
corrente nominal do disjuntor, tripolares, tensão nominal de 33kV, 50Hz, com montagem
exterior e corte visível.

Na emissão a tensão deve ser de 33 kV com desfasamento de aproximadamente um


grau, para que na chegada haja um nível aceitável de queda de tensão de 2,22%.

Os apoios a usar neste projecto, são de eucalipto creosotado cujo nome é “EUCALYTUS
SALIGNA”. Têm uma altura de 15m e um diâmetro do topo 0,15m e uma quantidade de
aproximadamente 175 apoios. Os isoladores são STV-35 para 33 kV Eixo Horizontal,
para alinhamento e isolador H.T. 1018 para fim de linha e ângulos.

Nguenhene, Dércio António 39


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4.2. Recomendações

Toda a instalação deverá ser executada de acordo com os regulamentos vigentes no


país e em conformidade com as melhores regras de execução.

No posto de seccionamento devera ser estabelecida uma terra de protecção. As terras


de protecção deverão ser ligadas todas as partes condutoras não activas, susceptíveis
de estarem sob tensão.

A secção mínima do condutor de terra em cobre, a ser ligada aos eléctrodos de terra de
protecção e de serviço deverá ser de 50 mm².

Deve se fazer uma cobertura da base convencional de alvenaria para no posto de


seccionamento exterior que permite ligação à EL Macaneta.

Nguenhene, Dércio António 40


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5. BIBLIOGRAFIAS
[1] A. A. Lobo, Notas do docente, Manual de Transporte e Distribuição de Energia
Eléctrica, FEUEM, Maputo: 2011.

[2] EDM-EP, Direcção de distribuição. Posto de transformação rural, julho, 2006.

[3] EDM-EP, Direcção de distribuição. Manual de montagem de linhas, julho, 2006.

[4] Filipe J. P. Gonçalves. Projecto de execussão de linhas de media tensão. “Relatório


apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Automação e Comunicações em
Sistemas de Energia”. ISEC: Coimbra, 2011.
[5] J. Duncan, M. G. Sarma, Power Systems Analysis and Design, Brooks/Coole: USA,
2002.

[6] Regulamento de segurança das linhas eléctrica de alta tensão.

[7] Regulamento de segurança de subestações e postos de transformação e de


seccionamento.

[8] Regulamento de segurança das redes de distribuição de energia eléctrica.

[9] RODRIGUES, José e MATÍAS, José. Máquinas Eléctricas (Transformadores). Lisboa,


Didáctica Editora, 7a edição, 1995.

[10] Solidal, Q. & Q. (2007). Guia Técnico. Solidal - Condutores Eléctricos, S.A., Quintas
& Quintas - Condutores Eléctricos, S.A, 10ª Edição.

[11] Textos de apoio de Tecnologia electrotécnica de construção e manutenção.

Nguenhene, Dércio António 41


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ANEXOS

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Tabela 4A. Composição dos cabos de alumínio com alma de aço ACS

PESO POR
UNIDADE DE
DESIGNAÇÃO MÓDULO DE COEFICIENTE CARGA DE
SECÇÃO DO ELASTICIDADE DE RUPTURA
CONDUTOR PO 2
E (KG/MM ) DILATAÇÃO (KG)
(KG/MM2M)
LINEAR (/ºC)

Squirrel 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 806

Ferret 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 1550

Mink 3.46*10-3 8*103 19.1*10-6 2223

Tabela 5A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR)

Nguenhene, Dércio António B


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Tabela 6A. Capacidade de transporte em MW dos condutores ACSR a 33kV em função


do comprimento da linha

Tabela 7A: Momentos eléctricos dos condutores

Nguenhene, Dércio António C


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Tabela 8A. Flexa do condutor Mink

Nguenhene, Dércio António D


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Tabela 9A. Tensão mecânica do condutor Mink

Nguenhene, Dércio António E


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Tabela 10A: Tracção do condutor Mink

Tabela 11A. Profundidade de implantação dos postes (m)

Tabela 12A: Vãos máximos.

Nguenhene, Dércio António F


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PESO POR
UNIDADE DE
DESIGNAÇÃO MÓDULO DE COEFICIENTE CARGA DE
SECÇÃO DO
ELASTICIDADE DE RUPTURA
CONDUTOR PO
E (KG/MM2) DILATAÇÃO (KG)
(KG/MM2M)
LINEAR (/ºC)

Squirrel 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 806

Ferret 3.48*10-3 8*103 19.1*10-6 1550

Mink 3.46*10-3 8*103 19.1*10-6 2223

Tabela 13A: Características mecânicas dos condutores alumínio-aço (ACSR)

Nominal Number/diameter Area (mm2) Approx. Max.DC Nominal Weigth


Al (mm) Overal Resist breaking Kg/km
(mm2) Al Steel Al Steel Tot. Diameter At 20o Load
(mm2) KN
150 30/2.59 7/2.59 158.0 36.9 194.9 18.13 0.1828 69.2 726
150 18/3.35 1/3.35 158.7 8.80 167.5 16.57 0.1815 35.7 506

Tabela 14A. Secções nominais do condutor Mink

Nguenhene, Dércio António G


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Figura 17A. Tipos de isoladores

Figura 18A. Implantação dos apoios

Nguenhene, Dércio António H


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Figura 19A. Protecção contra escalamento

Nguenhene, Dércio António I


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Figura 20A: Poste de 33kV com isolamentos horizontais


Nguenhene, Dércio António J
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Figura 21A. Apoios de ângulos e profundidades dos apoios

Nguenhene, Dércio António K


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Figura 22A. Posto de transformação

Nguenhene, Dércio António L

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