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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Tema:

Reflexão sobre Qualidade Intelectual, Ambiente de Aprendizagem de Qualidade e


Importância de Trabalho que realizam (Professores e Alunos)

DISCENTE:

Ilda Mafumo Machava

DOCENTE:

Dr.

Maputo, Julho de 2022


ESTUDANTE:

Ilda Mafumo Machava

Tema:

Reflexão sobre Qualidade Intelectual, Ambiente de Aprendizagem de Qualidade e


Importância de Trabalho que realizam (Professores e Alunos)
Índice
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

1.1. Contextualização.............................................................................................................1

1.2. Delimitação do tema no tempo e no espaço...................................................................2

1.3. Objectivos de pesquisa...................................................................................................2

1.3.1. Objectivo geral.............................................................................................................2

1.3.2. Objectivos específicos.................................................................................................2

2. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................................
2.1. TERMO INTELECTUAL..............................................................................................3

2.1.1. Origem do Termo........................................................................................................4

2.1.2. Usos históricos do termo.............................................................................................6

2.1.3. Intelectual Público.......................................................................................................7

2.1.4. Universidade e intelectuais..........................................................................................7

2.2. AMBIENTE DE APRENDIZAGEM DE QUALIDADE..............................................8

2.2.1. Ambiente educativo.....................................................................................................8

2.2.2. Prática pedagógica e avaliação....................................................................................8

2.2.3. Ensino e aprendizagem da leitura e da escrita.............................................................8

2.2.4. Gestão escolar democrática.........................................................................................9

2.2.5. Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola.................................10

2.2.6. Espaço físico escolar..................................................................................................10

2.2.7. Acesso, permanência e sucesso na escola..................................................................11

2.3.A IMPORTÂNCIA DOS PROFESSORES NA VIDA DOS ALUNOS......................11

2.3.1. Como os professores contribuem para a educação da sociedade..............................12

2.3.2. Mas como os professores podem contribuir de fato para a educação da sociedade? 12

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3. CONCLUSÃO.................................................................................................................13

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................14

ii
1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
Considerando a importância da relação professor-aluno no processo ensino-
aprendizagem e as necessidades de construir uma prática educativa que possibilite a reflexão,
a crítica e a construção do conhecimento pautando-se nos problemas que ocorrem
diariamente em sala de aula e no decorrer do processo ensino-aprendizagem, o presente
trabalho tem por finalidade apresentar sugestões e argumentos sobre a qualidade intelectual,
ambiente de aprendizagem de qualidade e importância de trabalho que realizam os
professores e alunos).

No processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico da interação humana é


evidente, pois é por meio dela que o conhecimento vai se construindo e a relação educador-
educando não se torna unilateral, pois necessita que a mesma proporcione a construção
coletiva do conhecimento na qual esteja baseada no diálogo.

Para Lima (2006) compreender a qualidade intelectual ou a importância de uma


escola como organização educativa exige a consideração da sua historicidade enquanto
unidade social artificialmente construída, das suas especificidades, bem como do seu
processo de institucionalização ao longo do tempo. Seguindo essa linha de pensamento,
Alarcão (2001) aponta uma mudança paradigmática, uma visão e pensamento diferente do
ambiente de aprendizagem, saindo de uma concepção tradicional para uma concepção
reflexiva, onde será capaz de gerar conhecimento sobre si próprio, fazendo significado a sua
própria existência.

O ambiente escolar, assim, pode contribuir para suscitar o amor pela escola, o amor e
a dedicação aos estudos, com reflexos sensíveis no aproveitamento escolar dos alunos. Para
Durkheim (1978, p.49) “A escola não pode ser propriedade de um partido; e o mestre faltará
em seus deveres quando empregue a autoridade de que dispõe para atrair seus alunos à rotina
de seus preconceitos pessoais, por mais justificados que lhes pareçam”.

Se a aprendizagem em sala de aula for uma experiência de sucesso, o aluno constrói


uma representação de si mesmo como alguém capaz. Do contrário, se for uma experiência de
fracasso, o ato de aprender tenderá a se transformar em uma “ameaça”. O aluno ao se
considerar fracassado, buscará os culpados pelo seu conceito negativo e culpará o professor
pela sua metodologia de ensino, e pelos conhecimentos transmitidos, os quais irão julgá-los
como sendo desnecessários e sem validade para sua vida estudantil como pessoal.

1.2. Delimitação do tema no tempo e no espaço


O estudo foi realizado sobre o tema analisar Reflexão sobre Qualidade Intelectual,
Ambiente de Aprendizagem de Qualidade e Importância de Trabalho que realizam
(Professores e Alunos).

Foi realizado entre os dias 25 a 30 de Julho em Maputo.

1.3. Objectivos de pesquisa

1.3.1. Objectivo geral


Analisar reflexão sobre qualidade intelectual, ambiente de aprendizagem de qualidade e
importância de trabalho que realizam (professores e alunos).

1.3.2. Objectivos específicos


Para o alcance do objectivo foram propostos os seguintes objectivos específicos:
• Descrever a reflexão sobre qualidade intelectual.
• Identificar o ambiente de aprendizagem de qualidade;
• Mostrar a importância de trabalho que realizam (professores e alunos).

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. TERMO INTELECTUAL


Para Gadotti (1999, p.2) o termo intelectual deriva do latim tardio intellectualis,
adjectivo que indica aquilo que, em filosofia, diz respeito ao intelecto na sua actividade
teórica, ou seja, separado da experiência sensível, esta considerada como de grau cognitivo
inferior. Na concepção aristotélica, eram definidas, como intelectuais, virtudes como ciência,
sapiência, inteligência e arte, as quais permitiriam, à "alma intelectiva" - distinta da "alma
vegetativa" e da "alma sensitiva" e entendida como princípio vital do Homem para alcançar a
verdade. No campo da metafísica, o termo indica a abstração, em contraposição à concretude
e à materialidade.

Contemporaneamente, a definição do intelectual é geralmente construída pelos


próprios intelectuais e segundo suas respectivas concepções, o que resulta em várias
abordagens e definições do termo. Autores como Norberto Bobbio e Bernard-Henri Lévy
concordam em pelo menos um aspecto: o intelectual se define social e historicamente,
segundo o papel das ideias em uma dada sociedade. Segundo Bobbio, "toda sociedade em
todas as épocas teve seus intelectuais ou, mais precisamente, um grupo mais ou menos amplo
de pessoas que exercem o poder espiritual ou ideológico, em oposição ao poder temporal ou
político."

Conforme Libâneo (1994, p.250) ainda, intelectual é uma pessoa que se envolve em
pensamento crítico, pesquisa e reflexão sobre a realidade da sociedade e que propõe soluções
para os problemas normativos da sociedade. Vindo do mundo da cultura, seja como criador
ou como mediador, o intelectual participa da política, seja para defender uma proposição
concreta ou para denunciar uma injustiça, geralmente seja rejeitando ou produzindo ou
estendendo uma ideologia e defendendo um sistema de valores.

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2.1.1. Origem do Termo
Geralmente, credita-se a introdução do termo "intelectual", como substantivo, a
Georges Clemenceau durante o caso Dreyfus. Clemenceau, ele próprio um proeminente
dreyfusard, assim como Émile Zola, Octave Mirbeau e Anatole France, entre outros,
publicou, em 1898, no jornal L'Aurore, um artigo intitulado "À la dérive", no qual aparece o
termo. Há, entretanto, indicações de que, por volta de 1890, o termo já fosse usado, como
substantivo.

Conforme Libâneo (1994, p.250) "O intelectual", escultura no parque Jaime Duque,
em Bogotá, na Colômbia, Clemenceau se referia então a especialistas de primeira ordem,
luminares das respectivas áreas de conhecimento, os quais acreditavam ter o direito e o dever
de se mobilizar em defesa de valores importantes quando estes não lhes parecessem
adequadamente protegidos ou estivessem mesmo em risco em decorrência de acções das
autoridades constituídas. Em conjunto, esses notáveis especialistas detêm um poder que,
embora derivado de fontes diferentes, pode ladear e, eventualmente, contrapor-se ao dos
políticos.

Também no século XIX, na Rússia pré-revolucionária, cunhou-se o termo


intelligentsia para designar um grupo de indivíduos cultos, influenciados pelo ideário
iluminista, críticos do regime tsarista e defensores de valores democráticos e reformistas. Os
integrantes da intelligentsia eram, geralmente, membros da aristocracia rural ou dos setores
mais ilustrados da pequena burguesia urbana. Contemporaneamente, os intelectuais
representariam la haute intelligentsia ("a alta intelligentsia") a que se refere Régis Debray -
"o conjunto de indivíduos socialmente legitimados para exprimir publicamente suas opiniões
pessoais acerca de questões públicas, independentemente dos procedimentos regulamentares
a que se devem submeter os cidadãos comuns", conforme Gadotti (1999, p.2).

Intelectual

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O registro mais antigo do substantivo inglês "intelectual" é encontrado no século
XIX, onde em 1813, Byron relata que "eu gostaria de estar bem o suficiente para ouvir esses
intelectuais". Ao longo do século XIX, outras variantes do já consagrado adjetivo 'intelectual'
como substantivo apareceram em inglês e em francês, onde na década de 1890 o substantivo
('intellectuels') formado a partir do adjetivo 'intelectual ' apareceu com maior frequência na
literatura. Collini escreve sobre essa época que "entre esse conjunto de experimentos
linguísticos ocorreu ... o uso ocasional de 'intelectuais' como um substantivo plural para se
referir, geralmente com uma intenção figurativa ou irônica, a uma coleção de pessoas que
poderiam ser identificados em termos de suas inclinações ou pretensões intelectuais”.

Na Grã-Bretanha do início do século XIX, Samuel Taylor Coleridge cunhou o termo


clerisy, a classe intelectual responsável por defender e manter a cultura nacional, o
equivalente secular do clero anglicano. Da mesma forma, na Rússia czarista, surgiu a
intelligentsia (décadas de 1860-70), que era a classe de status dos trabalhadores de colarinho
branco. Para a Alemanha, o teólogo Alister McGrath disse que "o surgimento de uma
intelectualidade leiga anti-establishment socialmente alienada, teologicamente alfabetizada é
um dos fenômenos mais significativos da história social da Alemanha na década de 1830".
Uma classe intelectual na Europa era socialmente importante, especialmente para os
autodenominados intelectuais, cuja participação nas artes, na política, no jornalismo e na
educação da sociedade - seja de sentimento nacionalista , internacionalista ou étnico -
constitui "vocação do intelectual". Além disso, alguns intelectuais eram antiacadêmicos,
apesar das universidades (a academia) serem sinônimo de intelectualismo.

Na França, o caso Dreyfus (1894-1906), uma crise de identidade do nacionalismo


anti-semita para a Terceira República Francesa (1870-1940), marcou o pleno surgimento do
"intelectual na vida pública", especialmente Émile Zola, Octave Mirbeau e Anatole France
abordando diretamente a questão do antissemitismo francês ao público; daí em diante,
"intelectual" tornou-se um uso comum, mas inicialmente depreciativo; seu uso substantivo
francês é atribuído a Georges Clemenceau em 1898. No entanto, em 1930, o termo
"intelectual" passou de suas associações pejorativas anteriores e usos restritos para um termo
amplamente aceito e foi por causa do Caso Dreyfus que o termo também adquiriu uso
geralmente aceito em inglês.

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No século XX, o termo intelectual adquiriu conotações positivas de prestígio social,
derivadas de possuir intelecto e inteligência, especialmente quando as atividades do
intelectual exerceram consequências positivas na esfera pública e assim ampliaram a
compreensão intelectual do público, por meio da responsabilidade moral, altruísmo e
solidariedade, sem recorrer às manipulações da demagogia, do paternalismo e da incivilidade
(condescendência). O sociólogo Frank Furedidisse que "Os intelectuais não são definidos de
acordo com os trabalhos que desempenham, mas (pela) maneira como agem, a maneira como
se veem e os valores (sociais e políticos) que defendem.

Segundo Thomas Sowell, como termo descritivo de pessoa, personalidade e profissão, a


palavra intelectual identifica três traços:

 Educado: erudição para o desenvolvimento de teorias;


 Produtivo: cria capital cultural nos campos da filosofia, crítica literária e sociologia,
direito, medicina e ciência, etc.; e
 Artístico; cria arte na literatura, música, pintura, escultura , etc.

2.1.2. Usos históricos do termo


Na língua latina, pelo menos a partir do Império Carolíngio, os intelectuais poderiam
ser chamados de litterati, termo que às vezes é aplicado hoje. A palavra intelectual é
encontrada na escritura indiana Mahabharata na reunião de despedida de solteira
(Swayambara Sava) de Draupadi. Imediatamente depois que Arjuna e Raja-Maharaja (reis-
imperadores) vieram para a reunião, Nipuna Buddhijibina (intelectuais perfeitos) apareceu na
reunião. Na China Imperial, no período de 206 a.C. até 1912 d.C., os intelectuais eram os
funcionários-acadêmicos ("cavalheiros-acadêmicos"), que eram funcionários públicos
nomeados pelo imperador da China para desempenhar as tarefas de governança diária. Esses
funcionários públicos obtiveram graus acadêmicos por meio de exames imperiais, e também
eram calígrafos habilidosos e conheciam a filosofia confucionista.

O historiador Wing-Tsit Chan conclui que:

De um modo geral, o registro desses cavalheiros eruditos tem sido digno. Foi bom o
suficiente para ser elogiado e imitado na Europa do século XVIII. No entanto, deu à China
uma tremenda desvantagem em sua transição do governo dos homens para o governo da lei, e
as considerações pessoais no governo chinês têm sido uma maldição.

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Na Coréia de Joseon (1392-1910), os intelectuais eram os literatos, que sabiam ler e escrever,
e foram designados como chungin (as "pessoas do meio"), de acordo com o sistema
confucionista. Socialmente, eles constituíam a pequena burguesia, composta por eruditos-
burocratas (acadêmicos, profissionais e técnicos) que administravam o governo dinástico da
dinastia Joseon.

2.1.3. Intelectual Público


O termo intelectual público descreve o intelectual que participa do discurso de
assuntos públicos da sociedade, além de uma carreira acadêmica. Independentemente do
campo académico ou da especialização profissional, o intelectual público aborda e responde
aos problemas normativos da sociedade, e, como tal, espera-se que seja um crítico imparcial
que possa "se elevar acima da preocupação parcial da própria profissão — e se envolver com
as questões globais de verdade, julgamento e gosto do tempo". em Representações do
Intelectual (1994), Edward Saïd disse que o "verdadeiro intelectual é, portanto, sempre um
outsider, vivendo em exílio auto-imposto e à margem da sociedade". Os intelectuais públicos
geralmente surgem da elite educada de uma sociedade; embora o uso norte-americano do
termo "intelectual" inclua os acadêmicos universitários. A diferença entre "intelectual" e
"académico" é a participação no domínio dos assuntos públicos.

A Transformação Estrutural da Esfera Pública (1963), de Jürgen Habermas,


contribuiu significativamente para a noção de intelectual público ao delinear histórica e
conceitualmente a ideia de privado e público. Controversa, no mesmo ano, foi a definição de
Ralf Dahrendorf : “Como os bobos da corte da sociedade moderna, todos os intelectuais têm
o dever de duvidar de tudo o que é óbvio, de relativizar toda autoridade, de fazer todas
aquelas perguntas que ninguém mais se atreve a perguntar."

Um intelectual costuma estar associado a uma ideologia ou a uma filosofia. O


intelectual tcheco Václav Havel disse que política e intelectuais podem estar ligados, mas que
a responsabilidade moral pelas ideias do intelectual, mesmo quando defendidas por um
político, permanece com o intelectual. Portanto, é melhor evitar intelectuais utópicos que
oferecem 'insights universais' para resolver os problemas da economia política com políticas
públicas que podem prejudicar e que prejudicaram a sociedade civil; que os intelectuais

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estejam atentos aos laços sociais e culturais criados com suas palavras, percepções e ideias; e
devem ser ouvidos como críticos sociais da política e do poder.

2.1.4. Universidade e intelectuais


Um dos principais espaços de atuação do intelectual é a universidade. A ciência seria parte da
ideologia do intelectual, assim como a dedicação à prática científica e o desejo do exercício
de um cargo no ensino superior enquanto modo de distinção social.

2.2. AMBIENTE DE APRENDIZAGEM DE QUALIDADE


Freire (1996, p. 41) refere-se ao Ambiente de aprendizagem de qualidade como:

2.2.1. Ambiente educativo


É nesse lugar especial que o aluno adquire noções de cidadania, solidariedade e
cristaliza valores por meio da orientação dos profissionais da educação. Para isso, esse
indicador propõe que o gestor busque criar um ambiente na escola favorável à alegria,
respeito, tolerância e disciplina.

2.2.2. Prática pedagógica e avaliação


Aqui, enfatiza-se que a prática pedagógica do professor deve objetivar o
desenvolvimento e a autonomia dos educandos. Para isso, é preciso acompanhá-los de perto
e, de fato, conhecê-los em suas potencialidades e dificuldades.

Outro aspecto abordado é a necessidade de se levar em conta, no dia a dia da sala de


aula, o facto de que a informação está em toda parte e os alunos têm acesso a essa torrente de
notícias quotidianamente.

Por essa razão, o professor deve sempre partir do conhecimento prévio do aluno para
pensar a sua aula, partindo do que eles já sabem e indo em direção dos conhecimentos que
ainda precisam adquirir. Outra questão abordada nessa dimensão é a necessidade de que
façam avaliações iniciais (diagnósticas) para mensurar o desenvolvimento do aluno e ver
quais melhorias terão que ser implementadas na prática pedagógica do professor para corrigir
defasagens e avançar. Também em relação à avaliação, orienta-se que seja um processo
contínuo e não apenas centrado nas provas.

Por isso, o professor deve levar em conta os múltiplos aspectos do desenvolvimento


do aluno em sua avaliação e não apenas o desempenho académico. Questões como

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comportamento, postura e comprometimento precisam ser contempladas na avaliação do
professor.

2.2.3. Ensino e aprendizagem da leitura e da escrita


A leitura e a escrita são bases para o exercício da cidadania e as portas de entrada
para o mundo do conhecimento. Essa dimensão postula a necessidade de a criança ter contato
com diferentes tipologias textuais durante o início do processo de alfabetização, ouvido
histórias e observando adultos que lêem.

Aqui, indica-se que a escola tenha proposta pedagógica definida para que o professor
nela se norteie na elaboração de atividades e avaliações adequadas a cada série nesse
processo. Também é salientado que os pais conheçam a proposta e que acompanhem o
progresso do aluno segundo essas directrizes.

Ressalta-se também que a equipa de gestores da escola precisa estar a par do


progresso dos alunos para avaliar resultados e, eventualmente, compará-los com os obtidos
em outras instituições. Vista como um processo contínuo, a aquisição das competências de
leitura e escrita precisam seguir uma lógica de progressão a cada ano, segundo a qual o aluno
vai se aprimorando gradativamente e conseguindo fruir textos cada vez mais complexos.

O bom uso da biblioteca por professores e alunos também é reiterado nessa dimensão.
A escola precisa zelar pelo espaço e cuidar do acervo. Diante da realidade tecnológica atual,
enfatiza-se também a importância de a biblioteca disponibilizar recursos de informática,
como computador com acesso à internet, aos alunos.

2.2.4. Gestão escolar democrática


A dimensão da gestão escolar democrática bate na tecla do acompanhamento da
qualidade da educação ofertada na escola. Além disso, ressalta a importância do
compartilhamento de decisões com a comunidade escolar, bem como a busca pela maior
transparência em relação aos gastos.

Para garantir a representatividade de pais, professores, alunos e servidores da escola,


conselhos escolares devem ser criados para que esses entes participem activamente da gestão.
O gestor que visa a administração democrática da escola deve zelar pelo acolhimento de
todos, preocupando-se, sobretudo, com as taxas de evasão escolar. Em caso de números

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elevados, a direção deverá verificar as práticas pedagógicas em curso e, se for o caso, propor
a implementação de atividades mais atrativas para que os alunos permaneçam na escola.

Essa quarta dimensão do documento também salienta que a presença dos pais e
colaboradores na escola deve ser sentida em festas e eventos culturais ou comemorativos
promovidos pela escola. A gestão democrática, segundo postulado, deve estender-se para
além da escola. O gestor precisa buscar parcerias com ONGs, postos de saúde, bibliotecas,
universidades e museus para implementar ações que beneficiem diretamente os alunos.

2.2.5. Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola


Como propõe essa dimensão, para alcançar os objetivos traçados no projeto
pedagógico da escola, o gestor precisa da colaboração de todos os profissionais nela atuantes.
Desde o professor, responsável pela transposição didática (intermediando a relação do aluno
com o conhecimento), até os profissionais de zeladoria do prédio.

Todos esses profissionais têm responsabilidade sobre a educação do aluno, pois o


processo de aprendizagem não se encerra na sala de aula. O aluno aprende com a vivência e a
observação de atitudes de respeito e solidariedade no cotidiano escolar. Por isso, é importante
investir na formação continuada dos profissionais, buscando parcerias com instituições de
ensino públicas e/ou privadas.

Outros factores também têm grande influência na qualidade desse processo educativo,
tais como: estabilidade do corpo docente, salários justos e condições de trabalho adequadas,
além de garantir que o número de funcionários disponíveis atenda bem à demanda dos
alunos.

2.2.6. Espaço físico escolar


Uma escola tem que ter jardim, plantas e flores. Esse sexto indicador aponta a
necessidade de um ambiente escolar arejado, bem cuidado, florido e equipado para atender os
alunos.

Para zelar pela manutenção desse ambiente, o gestor precisa:

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 Aproveitar os recursos disponíveis: cuidar do equipamento e da infraestrutura que se
tem, aproveitando ao máximo esses recursos.
 Cuidar para que no prédio haja condições físicas adequadas para que as atividades
com os alunos possam ser desenvolvidas com qualidade, como: zelar pela
manutenção da quadra de esportes e dos espaços amplos para aulas ao ar livre.
 Obter recursos de qualidade (ou seja, equipamentos eletrônicos modernos, bem
configurados e disponíveis ao uso, itens de qualidade para a prática de esportes, etc.)

2.2.7. Acesso, permanência e sucesso na escola


O mais importante desafio da educação é manter as crianças na escola e cuidar para
que concluam os níveis de ensino consolidando os conhecimentos necessários e com a idade
adequada.

Essa última dimensão indica que para uma boa gestão é imprescindível o acesso as
informações precisas sobre os alunos com maior dificuldade de aprendizado, sobre quem são
os infrequentes e sobre quem são os evadidos para que se possa traçar estratégias para trazer
esses alunos de volta às aulas.

É preciso conhecer a realidade desses alunos e entender os motivos pelos quais


abandonaram a escola ou frequentemente não comparecem às aulas. Como a escola precisa
oferecer oportunidades de aprendizado a todos, esses alunos também precisam ser
alcançados.

2.3.A IMPORTÂNCIA DOS PROFESSORES NA VIDA DOS ALUNOS


Para Freire (1996, p. 73) É impossível falar sobre a relevância do professor para a
educação da sociedade sem antes mencionar o impacto que ele causa na vida dos alunos.
Todo mundo que já frequentou a escola ou a universidade se lembra de pelo menos um
professor que lhe ensinou algo valioso, inspirou ou incentivou a continuar estudando.

Isso acontece porque muitos fatores influenciam a nossa forma de enxergar o mundo,
especialmente quando crianças. Entre eles, estão a convivência com os pais ou cuidadores, a
família, nossa cultura, classe social e, claro, o professor. Quando um professor entra na vida
de um aluno, o seu papel é de mudar o status quo, ou seja, ajudá-lo a abrir a sua mente e
buscar novos conhecimentos.
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Além disso, esse educador tem um papel marcante nas vidas dos alunos pois é o
profissional responsável por (FREIRE, 1996, p.73):

 Motivar os alunos;
 Ser uma espécie de mentor para as crianças;
 Encorajar os alunos a conquistarem seus sonhos e objetivos através da educação;
 Promover a ideia de igualdade e de oportunidade.

Em outras palavras, o professor é aquele que vai guiar os alunos através de uma
jornada de aprendizado acadêmico e de crescimento pessoal.

2.3.1. Como os professores contribuem para a educação da sociedade


Para termos uma ideia, o pedagogo austríaco Martin Buber enxergava os professores
como construtores de uma comunidade, uma vez que eles têm um papel fundamental na
formação do caráter das pessoas. Paulo Freire deixou claro em seu livro “Pedagogia do
Oprimido” que a educação, em sua essência, é política. Por isso, professores têm um grande
poder sociopolítico e, ao educarem a próxima geração, são capazes de influenciar a sociedade
como um todo.

2.3.2. Mas como os professores podem contribuir de fato para a educação da sociedade?
1 – Estimulando o pensamento crítico

Uma sociedade só pode ser desenvolvida se for esclarecida. Por isso, o


desenvolvimento do pensamento crítico que acontece dentro da sala de aula é tão importante.
Então, além de promover o desenvolvimento de habilidades como a escrita, a leitura, a
interpretação de textos e outros, esse educador também ensina os alunos como pensar ao
invés de ensiná-lo o que pensar.

2 – Fortalecendo o senso de comunidade e democracia

O professor é o profissional que viabiliza a discussão, o compartilhamento de ideias,


experiências e o trabalho em grupo dentro da sala de aula. Desta forma, ele incentiva
crianças, jovens e adultos a tomarem decisões juntos, favorecendo o debate e o senso de
democracia. Como resultado, os alunos percebem como suas decisões, assim como a dos
colegas, impactam no futuro de todos.

3 – Ajudando a promover a saúde


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Um relatório da UNESCO apontou que uma criança filha de uma mãe que sabe ler tem 50%
mais chances de sobreviver depois dos cinco anos de idade, uma vez que ela terá mais
condições de cuidar da saúde de seus filhos. Essa mãe estará mais sujeita a compreender a
importância dos hábitos de higiene, da vacinação e da prevenção de doenças. E o professor é
o principal agente dessa transformação.

3. CONCLUSÃO

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSMANN, Hugo. (2007). Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. Petrópolis,
RJ: Vozes.

BOLZAN, D. (2002). Formação de professores: compartilhando e reconstruindo


conhecimentos. Porto Alegre: Mediação.

CHALITA, Gabriel. (2001). Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Gente.

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FREIRE, Paulo. (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa.


São Paulo: Paz e Terra.

GADOTTI, M.. (1999). Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione.

GÓMEZ, A. I. P. (2000). A aprendizagem escolar: da didática operatória à reconstrução da


cultura na sala de aula. In: SACRISTÁN, J. G.; PÉREZ GÓMEZ, A. I. Compreender e
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LOYOLA, Marcia Rocha. (2004). A importância da relação da afetividade entre


professor/aluno para o desenvolvimento da educação infantil. 2004, 66f. (Monografia- Pós-
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SCHÖN, D. A. (1992). Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, A.


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14
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Vozes.

ZABALA, Antoni. (1998). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed.

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