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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

SEPARATA
DO
BGPM

Nº 41

BELO HORIZONTE, 02 DE JUNHO DE 2022.

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) (-1-)

INSTRUÇÃO Nº 3.03.08/2022 – CG

PATRULHA RURAL

Belo Horizonte – MG
2022
( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) (-2-)

INSTRUÇÃO Nº 3.03.08/2022 - CG

PATRULHA RURAL

Regula a atuação da Patrulha Rural

Belo Horizonte – MG
2022
( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) (-3-)

Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).


Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral.


M663i Patrulha Rural. Instrução nº 3.03.08/2022: Regula a atuação da
Patrulha Rural/ Comando-Geral. -- Belo Horizonte: Terceira Seção do
Estado-Maior (PM3), 2022.

60 p.

1. Patrulha Rural. 2. Policiamento Rural. 3. Participação Comunitária.


4. Zona Rural. 5. Meio Rural. 6. Prevenção Criminal.

CDD – 353.3
CDU – 351.744(815.1)

Bibliotecária responsável: Tatiane Krempser Gandra – CRB 6/2963

ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Terceira Seção do Estado-Maior – PM3
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
E-mail: pm3@pmmg.mg.gov.br
( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) (-4-)

GOVERNADOR DO ESTADO
ROMEU ZEMA NETO

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM RODRIGO SOUSA RODRIGUES

CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA PMMG


CEL PM EDUARDO FELISBERTO ALVES

CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR


CEL PM OSVALDO DE SOUZA MARQUES

SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM MILLER FRANÇA MICHALICK

REDAÇÃO
CEL PM GILMAR LUCIANO SANTOS
CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
MAJ PM CLÁUDIO ALVES DA SILVA
MAJ PM PAULO ALEXANDRE CABRAL
MAJ PM DANIEL CARDOSO LADEIRA
MAJ PM RODRIGO PARREIRA MARTINS
CAP PM LUCAS SOUZA VILELA
CAP PM FABRÍCIO CAMPOS ROGÉRIO
CAP PM LUCAS DE OLIVEIRA BARCELOS
1º TEN PM DAVID ALEXANDRE NAZARETH
1º SGT PM GIOVANE GONÇALVES DE ARAÚJO
2º SGT PM MÁRIO JUNIO ORNELAS TEIXEIRA

REVISÃO DOUTRINÁRIA
MAJ PM JÉSUS CÁSSIO DE ABREU JÚNIOR
MAJ PM RONAN SASSADA SILVA
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS
2º SGT PM DIOGO AMBRÓSIO DA SILVA FERNANDES
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA

REVISÃO FINAL
TEN CEL PM MILLER FRANÇA MICHALICK
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APM - Academia de Polícia Militar

CEMIG - Companhia Energética de Minas Gerais

CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

CG - Comando-Geral

Cia PM - Companhia de Polícia Militar

Cia PM Ind. - Companhia de Polícia Militar Independente

CMDRS - Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável

COMAF - Comando de Operações em Áreas de Mananciais e Florestas

CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública

COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental

COPOM - Centro de Operações Policiais Militares

CPMAmb - Comando de Policiamento de Meio Ambiente

CTP - Centro de Treinamento Policial

DAL - Diretoria de Apoio Logístico

DCO - Diretoria de Comunicação Organizacional

DDU - Disque-Denúncia Unificado

DGEOp - Diretriz Geral para Emprego Operacional

DOp - Diretoria de Operações

DPSSP - Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública

DTS - Diretoria de Tecnologia e Sistemas

EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

GEPAM - Grupo Especial de Policiamento Ambiental

GPS - Global Positioning System

GTA - Guia de Trânsito Animal

HT - Hand Talk

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis


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IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária

LSPA - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola

MAmb - Meio Ambiente

MG - Minas Gerais

MTP - Manual Técnico-Profissional

PCMG - Polícia Civil de Minas Gerais

PIB - Produto Interno Bruto

PLEMOP - Plano de Emprego Operacional

PM3 - Terceira Seção do Estado-Maior

PMDI - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado

PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais

PR - Patrulha Rural

REDS - Registro de Eventos de Defesa Social

RPM - Região da Polícia Militar

SEMAD - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

SIDS - Sistema Integrado de Defesa Social

SIPOM - Sistema de Inteligência da Polícia Militar

SCO - Seção de Comunicação Organizacional

SOF - Sala de Operações da Fração

SOU - Sala de Operações da Unidade

SUPRAM - Superintendência Regional de Regularização Ambiental

TPB - Treinamento Policial Básico

UEOp - Unidade de Execução Operacional


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Distribuição espacial da produção agrícola em Minas Gerais .................... 11


Figura 2 - Distribuição espacial dos rebanhos em Minas Gerais ................................ 12
Figura 3 - Registros policiais em área rural por mês, nos anos de 2019 e 2020......... 16
Figura 4 - Registros policiais em área rural, por dia da semana, nos anos de 2019 e
2020 ........................................................................................................................... 16
Figura 5 - Registros policiais em área rural, por faixa-hora, nos anos de 2019 e 2020
................................................................................................................................... 17
Figura 6 - Registros policiais em área rural no estado de Minas Gerais por RPM e por
município - Período: Janeiro a Dezembro de 2020 ..................................................... 18
Figura 7 - Ciclo de desenvolvimento da Patrulha Rural ............................................. 43
Figura 8 - Foto da Patrulha Rural em Cabo Verde-MG .............................................. 46
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 8
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
1.1 Cenário geoeconômico de Minas Gerais .......................................................... 10
1.2 Patrulha Rural em Minas Gerais ........................................................................ 13
1.3 Problemas enfrentados no meio rural ............................................................... 15
2 FINALIDADE ........................................................................................................... 21
3 OBJETIVOS ............................................................................................................ 22
3.1 Geral .................................................................................................................... 22
3.2 Específicos .......................................................................................................... 22
4 EXECUÇÃO ............................................................................................................ 24
4.1 Pressupostos Básicos........................................................................................ 25
4.2 Seleção, qualificação e capacitação do policial militar da Patrulha Rural ..... 26
4.3 Inteligência voltada a atuação da polícia ostensiva no meio rural.................. 28
4.4 Metodologia de Desenvolvimento, Gestão e Aferição dos Resultados .......... 30
5 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL .................................................................... 44
5.1 Comunicação Interna.......................................................................................... 44
5.2 Comunicação Externa ........................................................................................ 45
5.3 Identidade Visual ................................................................................................ 47
5.4 Metodologia para produção de peças de comunicação .................................. 48
6 INDICADORES PERTINENTES A ATUAÇÃO DA PATRULHA RURAL ................. 49
7 LOGÍSTICA E TECNOLOGIA APLICADA À PATRULHA RURAL .......................... 50
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS .................................................................................... 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 54
Anexo A - Fluxograma de implantação do serviço da Patrulha Rural e a gestão das
Redes de Proteção Preventiva no meio rural .............................................................. 57
Anexo B - Identificação visual das viaturas da Patrulha Rural.................................... 58
Anexo C - Símbolo da Patrulha Rural ........................................................................ 59
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INSTRUÇÃO Nº 3.03.08/2022 – CG

Regula a atuação da Patrulha Rural.

APRESENTAÇÃO

A filosofia de polícia comunitária é transversal no âmbito da prestação do serviço de


policiamento ostensivo, estando presente, de forma geral, nas doutrinas exaradas pela
Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), desde o ano de 1993. No que tange ao
policiamento rural, não é diferente.

O serviço da Patrulha Rural, que representou grande evolução quanto a atuação


preventiva, sistemática e ordinária da PMMG na zona rural do estado, teve seu embrião
no ano de 2001, na cidade de Ituiutaba, situada no Triângulo Mineiro.

É importante ressaltar que o estado de Minas Gerais possui uma carteira agrícola de
expressão nacional com uma relevante população que vive no campo, fator que exige o
desenvolvimento de estratégias específicas para o atendimento.

No ano de 2006, foi expedida a Instrução nº 03/2006-CG, que regulou institucionalmente


a atuação sistemática e ordinária da PMMG na zona rural, por meio de guarnições
denominadas Patrulhas Rurais.

A citada norma foi revisada no ano de 2013, passando-se a possuir a denominação de


Instrução nº 3.03.08/2013 e, agora, motivada pelos recentes avanços doutrinários,
tecnológicos e comportamentais, a presente Instrução é submetida a nova atualização
com vistas a padronizar as condutas operacionais, melhorar a capacitação de policiais
empregados nesta atividade em todo o estado e evoluir em consonância com o atual
conjunto normativo e doutrinário da Corporação.

Esta Instrução ancora-se, ainda, no Programa Minas Segura/2ª Edição, instituído pela
Resolução nº 4.826, de 26 de agosto de 2019, que prevê a potencialização de ações e
operações de prevenção e repressão qualificada da criminalidade no ambiente rural e
no Plano Estratégico 2020-2023 que define como um dos focos da Instituição o aumento
da sensação de segurança do cidadão, tendo tal objetivo sido eleito como um projeto
prioritário governamental durante a formulação do Plano Mineiro de Desenvolvimento
Integrado (PMDI) para o período 2019-2030.

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O Programa Minas Segura/2ª Edição possui 4 premissas básicas sendo elas: aumentar
a sensação de segurança, reduzir o medo do crime, reduzir a criminalidade e a violência,
fomentar a comunicação direta. A partir da seleção das premissas básicas, foram
elaborados 4 eixos de atuação, sendo que um deles trata exatamente da Segurança
Rural, apresentando 3 projetos: reestruturar a Patrulha Rural (uma das medidas trata-
se da revisão doutrinária específica); promover a atuação qualificada do policiamento
de Meio Ambiente; e promover a criação de Redes de Segurança Rural.

A presente Instrução tem como objetivo normatizar a atuação do serviço da Patrulha


Rural da PMMG em face das disposições constitucionais e doutrinárias vigentes, com
vistas à solidificação e promoção do conceito de segurança cidadã e democrática, com
clara valorização dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos no meio rural do
território mineiro.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Cenário geoeconômico de Minas Gerais

O estado de Minas Gerais possui uma população de 21.292.666 1 habitantes (estimativa


feita no ano de 2020). Seu território abrange uma área de 586.521,123 km², sendo a
quarta unidade da federação mais extensa do Brasil. Ao longo dos seus 4.727 km de
perímetro, Minas Gerais faz divisa com os estados de São Paulo a sudoeste e sul, Rio
de Janeiro a sudeste, Espírito Santo a leste, com a Bahia a nordeste e norte, com Goiás
e o Distrito Federal a noroeste e com o Mato Grosso do Sul a oeste 2.

A maior malha rodoviária do Brasil passa pelo território mineiro sendo um total de
272.062,90 km distribuídos em 9.205 km de rodovias federais, 22.286 km de rodovias
estaduais pavimentadas e 240.571,90 km de rodovias municipais, na maioria não
pavimentadas. Cabe ressaltar, ainda, que essas rodovias constituem os principais eixos
de ligação entre as regiões sul, sudeste, nordeste e norte do país 3.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), 85,3% da


população mineira vive no meio urbano, sendo que 14,7% reside na zona rural, o que
representa quase dois milhões e novecentas mil pessoas habitando o campo.

Minas Gerais possui, em sua economia, um potencial agropecuário de grande


relevância tendo por destaque a produção de insumos como o café, açúcar, leite, carnes
(bovina, suína e ave), soja, milho e feijão.

O agronegócio representou aproximadamente 36% do Produto Interno Bruto (PIB)


estadual no ano de 2019 4, conforme apurou o Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (CEPEA).

Neste cenário agrícola, Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, responsável
por mais de 50% da safra nacional, sendo que a área cultivada totaliza 1,2 milhão de
hectares 5.

1 Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg.html. Acesso em: 03 dez. 2020.


2 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_de_Minas_Gerais. Acesso em: 03 dez. 2020.
3 Disponível em: https://www.mg.gov.br/conheca-minas/rodovias. Acesso em: 03 dez. 2020.
4 Disponível em: https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/PIBAGRO%20Minas%20Gerais_201

9.pdf.
5 Fonte: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER).

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Conforme publicado no PMDI 2019-2030:

A produção agropecuária de Minas Gerais tem uma grande importância


na geração de riqueza e possui grande diversificação de produtos e
relevância no conjunto nacional. As exportações mineiras de produtos
relacionados à agropecuária representaram cerca de 8% do
equivalente nacional em 2018, com destaque para café, soja, carnes e
açúcar. Os dados preliminares do PIB indicaram que a participação
mineira na agropecuária brasileira correspondeu a 9,0% e 9,4%,
respectivamente, em 2017 e 2018.

A figura a seguir ilustra a distribuição do agronegócio mineiro:

Figura 1 - Distribuição espacial da produção agrícola em Minas Gerais

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 13 - )

Destaca-se também a expressiva produção pecuária de Minas Gerais, notadamente a


criação de gado bovino, suínos e aves.

Figura 2 - Distribuição espacial dos rebanhos em Minas Gerais

Fonte: IBGE/LSPA – junho 2017

Neste viés, realizar a segurança rural, não só do homem que vive no campo, mas
também dos insumos, máquinas, animais e do próprio meio ambiente, torna-se um
desafio permanente para a PMMG, notadamente pelo fato de que a atividade econômica
em ambiente rural está distribuída por todo o estado.

Assim, a Patrulha Rural é um serviço classificado como essencial 6, ou seja,


imprescindível e obrigatório a todas Regiões da Polícia Militar (RPM) e Unidades de
Execução Operacional (UEOp) que possuem tipologia rural, quer seja por sua
localização geográfica no interior do estado, quer seja por seu desempenho ou meio de
vida campestre dentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

6Conforme Resolução nº 4.827/2019, de 26 de agosto de 2019 que dispõe sobre o Portfolio de Serviços
da Polícia Militar de Minas Gerais.

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1.2 Patrulha Rural em Minas Gerais

A atuação da PMMG na área rural do estado de Minas Gerais consiste na execução da


polícia ostensiva de preservação da ordem pública, prevenção criminal e aumento da
sensação de segurança, com vistas a assegurar os direitos fundamentais, promover a
dignidade da pessoa humana, a proteção das pessoas e do patrimônio e a preservação
do meio ambiente, em contribuição para a promoção da paz social.

A execução do policiamento no meio rural, por intermédio das Patrulhas Rurais, se dará
com ênfase na ação preventiva e com base na filosofia de Polícia Comunitária. O
patrulhamento ostensivo, rotineiro e sistemático na zona rural proporciona a prevenção
às ações delituosas, mediante a antecipação à ocorrência de crimes.

Assim, a gestão preventiva, sistemática e ordinária da PMMG na zona rural do estado


iniciou-se no ano de 2001, na cidade de Ituiutaba, motivada por dois principais fatores:

a) a escalada vertiginosa da criminalidade no meio rural, notadamente os roubos


efetuados por quadrilhas especializadas que se valiam do humilde recato da gente do
campo e da ausência de vigilância no meio rural;

b) o reconhecimento do direito à segurança pública, de natureza preventiva,


sistemática e ordinária, pelo homem do campo, nos mesmos padrões ofertados ao
cidadão residente na cidade.

Aquele novo serviço prestado pela PMMG apresentou, de imediato, excelentes


resultados e chegou a reduzir os índices de criminalidade violenta, até então verificados,
em cerca de 80% nas localidades de emprego.

Além do incremento da atuação ostensiva na zona rural, a fração de Ituiutaba dedicou-


se também à aproximação da comunidade rural, resgatando sua confiança e
credibilidade, o que possibilitou a perpetuação do serviço e sua expansão para outras
frações da Unidade e, posteriormente para outras localidades do estado de Minas
Gerais e até de outros estados.

O crescimento na prestação desse serviço demandou sua normatização doutrinária e,


no ano de 2006, foi expedida a Instrução nº 03/2006-CG que regulou institucionalmente
a atuação sistemática e ordinária da PMMG na zona rural, por meio de guarnições
denominadas Patrulhas Rurais.

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De acordo com o Portfolio de Serviços (2019), seu conceito é:

Patrulha Rural (PR) – consiste em guarnição composta por dois ou


três policiais militares que atuam em veículo de quatro rodas utilizando
armamento e equipamento adequados para atuação preventiva e
pronta resposta no meio rural, mediante planejamento contido em
cartão-programa ou operações específicas. O policiamento em zona
rural é uma atividade sistemática de preservação da Ordem Pública,
com o suporte de veículos apropriados, que tem por objetivo prevenir
e reprimir delitos em fazendas, sítios, condomínios e cooperativas,
dentre outras áreas rurais.

Ressalta-se que a atividade de Patrulha Rural, exercida pelas UEOp com


responsabilidade territorial, trata-se de serviço voltado para o Policiamento Comunitário
na área rural e pressupõe a necessidade de aproximação e envolvimento com a
comunidade, em conformidade com os preceitos de polícia de proximidade.

O policiamento rural difere-se da atividade executada pelo policiamento de meio


ambiente, que inclusive apoia outros órgãos, por força Constitucional, na fiscalização e
preservação do meio ambiente e garantia do poder de polícia. A atividade é executada
na PMMG por meio do Comando de Policiamento de Meio Ambiente (CPMAmb).

No que diz respeito ao policiamento de meio ambiente e sua contribuição no meio rural,
é imprescindível citar o serviço do Grupo Especial de Policiamento Ambiental (GEPAM),
cujo conceito, também previsto no Portfolio de Serviços (2019), consiste no:

(...) emprego de guarnições compostas por três policiais militares


devidamente treinados, empenhados em turno ordinário ou especial de
serviço, com emprego de viaturas tipo caminhonete 4X4, com o
propósito de realizar a repressão qualificada e recobrimento em locais
estrategicamente definidos, com base na análise de informações
criminais e de meio ambiente emanadas pela Seção de Informações
do BPM MAmb, realizando ações e operações em todas as subáreas
das Cias MAmb aos quais se subordinam.

Não obstante, atualmente, o serviço Patrulha Rural, previsto no Portfolio da PMMG, é


executado em todas as RPM do estado, com exceção da 1ª RPM/ Belo Horizonte.

Cabe ressaltar, que o policiamento ostensivo no meio rural não se vincula somente à
atuação das Patrulhas Rurais, mas a todo o policiamento realizado nesse ambiente e,
conforme define Costa 2016: “é a denominação dada à atuação policial em áreas rurais,
isto é, as intervenções desenvolvidas pelas instituições policiais com ações preventivas
e repressivas visando garantir a segurança pública”.

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1.3 Problemas enfrentados no meio rural

1.3.1 Criminalidade

Várias são as teorias que buscam justificar a existência do crime no mundo, desde a
antiguidade da civilização humana até os dias atuais. Ressalta-se que algumas teorias
já foram experimentadas, apresentam uma base científica satisfatória e, na presente
Instrução, utilizar-se-á como base a Teoria da Abordagem de Atividades Rotineiras ou
Teoria da Atividade Rotineira (originalmente formulada por Cohen e Felson em 1979),
que alinha três elementos para a existência do crime, e será útil para a implementação
de uma doutrina de patrulhamento rural.

A referida teoria elege três elementos que, ao se relacionarem de maneira simultânea,


propiciam o acontecimento do crime. São eles: ofensor motivado, alvo disponível e
ambiente favorável. Em conjunto, os elementos formam o conhecido triângulo do crime.

John Eck (2003), aprimorou a referida teoria, acrescentando ao triângulo do crime um


triângulo exterior de “controles” para cada um dos elementos originais. Para o alvo
disponível, o controle é um guardião capaz de conferir-lhe proteção; para o ofensor
motivado, o controle será a existência de um supervisor (são pessoas que podem
influenciar na decisão do infrator em delinquir, como por exemplo um familiar); e para o
ambiente favorável, o controle é um manager ou gerente (que é alguém que tem o poder
de controlar o comportamento em determinado local, como um professor de escola ou
o proprietário de um bar).

Dessa forma, a doutrina de patrulhamento rural deverá pautar suas ações preventivas
e de repressão qualificada orientada aos problemas e fatores que propiciam o
acontecimento do crime no ambiente rural.

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Assim, os gráficos a seguir demonstram o fenômeno criminal na zona rural mineira:

Figura 3 - Registros policiais em área rural por mês, nos anos de 2019 e 2020

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais / Diretoria de Operações / Centro Integrado de Informações de Defesa
Social / Assessoria de Estatística.
Dados: Armazém de Dados SIDS. Data de extração: 08/01/2021.

Figura 4 - Registros policiais em área rural, por dia da semana, nos anos de 2019 e 2020

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais / Diretoria de Operações / Centro Integrado de Informações de Defesa
Social / Assessoria de Estatística.
Dados: Armazém de Dados SIDS. Data de extração: 08/01/2021.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 18 - )

Figura 5 - Registros policiais em área rural, por faixa-hora, nos anos de 2019 e 2020

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais / Diretoria de Operações / Centro Integrado de Informações de Defesa
Social / Assessoria de Estatística.
Dados: Armazém de Dados SIDS. Data de extração: 08/01/2021.

Tabela 1 - Ranking da quantidade de registros policiais em área rural, por natureza do


delito, nos anos de 2018, 2019 e 2020

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais / Diretoria de Operações / Centro Integrado de Informações de Defesa
Social / Assessoria de Estatística.
Dados: Armazém de Dados SIDS. Data de extração: 08/01/2021

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 19 - )

Figura 6 - Registros policiais em área rural no estado de Minas Gerais por RPM e por
município - Período: Janeiro a Dezembro de 2020

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais / Diretoria de Operações / Centro Integrado de Informações
de Defesa Social / Assessoria de Estatística.
Dados: Armazém de Dados SIDS. Data de extração: 08/01/2021

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 20 - )

1.3.2 Fatores de vitimologia rural

Algumas circunstâncias inerentes à tipologia rural podem indicar a maior possibilidade


de vitimologia no ambiente campestre. Nesses casos, os Comandantes responsáveis
deverão conhecer tais fatores e buscar a mitigação das fragilidades que oportunizem o
crime. Nesse contexto, as seguintes características podem favorecer o acontecimento
de crimes:

a) um calendário agrícola de plantio, colheita e venda da safra propiciando uma


observação, por parte dos criminosos, da rotina rural;

b) existência de máquinas, implementos e insumos agrícolas de alto valor, em especial


em relação aos maquinários eventualmente subtraídos, dos quais faltem informações,
que possibilitem a identificação, como chassis e números de série.

c) propriedades e povoados rurais muito distantes uns dos outros, e do meio urbano,
com difícil acesso por estradas sem pavimentação, bem como propriedades sem
moradores, desabitadas, com materiais de valor em seu interior;

d) ausência de um georreferenciamento das vias rurais não pavimentadas;

e) dificuldade de comunicação via telefone ou internet entre os moradores/trabalhadores


rurais e com a PMMG;

f) existência de animais sem marcação de controle de propriedade soltos nos pastos e


estradas vicinais proporcionando o extravio destes;

g) lavouras e plantações arbóreas de médio porte capaz de proporcionar locais de


homizio para criminosos e/ou desmanche e ocultação de veículos automotores, além de
edificações externas que podem servir para homizio de criminosos, tais como currais,
celeiros, silos etc.

h) comércio e transporte irregular de animais destinados ao abate para uso comercial;

i) glebas de terra ociosas proporcionando ações de usucapião e conflitos agrários;

j) extração mineral e vegetal irregular ocasionando crimes ambientais;

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 21 - )

k) malha viária complexa e ramificada que favorece a fuga de criminosos;

l) extensa divisa com outros estados que dificulta o controle de acesso de pessoas que
circulam pela zona rural;

m) locais sem acesso por meio de veículos de 4 rodas, mas tão somente através de
animais e motocicletas;

n) inexistência de iluminação pública nas vias rurais, o que dificulta a identificação do


ambiente e de pessoas durante a atuação em período noturno.

o) ausência de equipamentos de segurança, como câmeras de videomonitoramento,


alarmes, dentre outros.

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2 FINALIDADE

O serviço da Patrulha Rural é classificado como essencial para as Unidades com


responsabilidade territorial que possuem áreas rurais até o nível de Companhia
Independente e por isso possui caráter impositivo quanto a sua implantação, o que
demanda grande atenção por parte dos Comandantes de UEOp que têm áreas rurais
em seus limites de responsabilidade territorial.

Diante disso, o presente documento tem como finalidade parametrizar, com base nas
diretrizes do Comando-Geral (CG) insertas na Diretriz Geral para Emprego Operacional
(DGEOp) da PMMG e demais dispositivos normativos e doutrinários, o planejamento, a
execução, a coordenação, o controle e a potencialização das atividades operacionais
relativas à Patrulha Rural.

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3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Normatizar a atuação do serviço operacional da PMMG em face das disposições


constitucionais e doutrinárias vigentes, com vistas à solidificação e promoção do
conceito de segurança cidadã e democrática, com clara valorização dos direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos que de alguma forma estejam inseridos no meio
rural do território mineiro.

3.2 Específicos

a) padronizar a implantação, expansão, consolidação e estrutura operacional de


atuação da Patrulha Rural nas Unidades da PMMG;

b) qualificar o serviço operacional no meio rural, gerando reflexos positivos para


melhoria da segurança das pessoas que vivem e trabalham no campo;

c) estabelecer uma política de proximidade à população rural mineira que vise a


participação da comunidade rural na construção de um ambiente seguro no campo;

d) fomentar atuações integradas com outros órgãos do sistema de defesa social e/ou
não governamentais, objetivando estabelecer vínculos comunitários, que garantam
espaço e o fortalecimento da comunidade rural no planejamento e atuação operacional
da PMMG no meio rural (Conselhos de Segurança Pública – CONSEP - rurais, Rede de
Proteção Preventiva no meio rural, dentre outros);

e) regular e consolidar as Redes de Proteção Preventiva no meio rural existentes em


todo o estado, bem como fomentar a instalação de novas redes, com o apoio de
tecnologias de cadastro;

f) estabelecer parâmetros para o planejamento e execução das atividades de polícia


ostensiva no meio rural, orientado por resultados de desempenho operacional;

g) definir estratégias de emprego operacional da PMMG no meio rural, pautadas na


prevenção e repressão qualificada;

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 24 - )

h) capacitar o policial militar que atua no ambiente rural a executar os diversos serviços
instituídos na PMMG, dentro da técnica adequada;

i) fomentar o planejamento e atuação conjunta com as equipes de policiamento meio


ambiente e de trânsito rodoviário;

j) realizar o georreferenciamento rural.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 25 - )

4 EXECUÇÃO

Em singular harmonia com os preceitos doutrinários da Instituição, constitui propósito


da presente Instrução a implantação, expansão e execução, no meio rural de todo o
território do estado de Minas Gerais, da polícia ostensiva de preservação da ordem
pública, prevenção criminal, ampliando a sensação de segurança, valorizando as
pessoas, com vistas a assegurar os direitos fundamentais, promovendo a dignidade da
pessoa humana, a proteção das pessoas e do patrimônio e a preservação do meio
ambiente, contribuindo para a garantia de um ambiente seguro para se viver, trabalhar
e empreender em Minas Gerais.

A execução do serviço da Patrulha Rural perpassa pela obrigatória observância aos


princípios de Polícia Comunitária já consolidados no estado de Minas Gerais. A
prestação desse serviço, além das questões estratégicas afetas ao seu planejamento,
deve contemplar:

a) o legítimo envolvimento dos policiais que estão diretamente responsáveis pela


execução do policiamento;

b) a participação dos cidadãos residentes ou trabalhadores do meio rural nas decisões


sobre a prestação da segurança, a eles direcionada.

A execução dos serviços de segurança pública para o meio rural deve ser pautada em
ações de Policiamento Orientado para o Problema (POP). Nesse contexto, é elementar
a mobilização e a organização da comunidade rural e a busca de parcerias com os
demais órgãos públicos, com ênfase para as organizações de defesa social, partindo-
se do pressuposto que a solução dos problemas de segurança pública no meio rural,
assim como ocorre nas áreas urbanas, demanda a atuação conjunta da comunidade e
do poder público em suas diversas áreas de atuação.

Cabe, portanto, às UEOp que possuem áreas rurais sob sua responsabilidade, o
planejamento e execução do policiamento ostensivo em meio rural, por meio das
guarnições tradicionalmente denominadas “Patrulhas Rurais”.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 26 - )

4.1 Pressupostos Básicos

Para atuação do serviço Patrulha Rural, deverão ser observados os seguintes


pressupostos:

a) atuar como facilitador da organização/mobilização social das comunidades rurais


para a solução dos problemas de segurança pública, por meio das práticas de
policiamento comunitário, principalmente reuniões, visitas, contatos e projetos de polícia
comunitária;

b) realizar o policiamento ostensivo, sistemático e ordinário no meio rural, com a


utilização prioritária das Patrulhas Rurais na atuação preventiva e pronta resposta;

c) estabelecer, juntamente com a comunidade rural, uma rede de informações que


possibilite maior efetividade na ação preventiva contra a criminalidade, podendo ser
utilizado como modelo a forma de implementação do projeto Rede de Proteção
Preventiva, regulado por Instrução específica;

d) adotar a sistemática avaliação do serviço prestado por meio do acompanhamento


dos índices de criminalidade, da sensação de segurança e dos níveis de satisfação das
comunidades atendidas, de forma a permitir a mensuração da eficiência do policiamento
e eventuais alterações nos seus objetivos e formas de atuação;

e) catalogar as propriedades, produtores e moradores rurais, bem como suas atividades


agropecuárias, veículos, maquinários, outros materiais e pessoas de interesse à
segurança pública, com vistas à facilitação dos contatos comunitários;

f) manter estreito relacionamento comunitário com os proprietários, produtores e


moradores rurais de modo que possam obter informações hábeis a subsidiar
planejamentos, reuniões, ações e operações policiais militares;

g) estabelecer itinerários, por meio de cartão-programa 7 devidamente digitalizados


utilizando-se de mapas das propriedades rurais e dos principais eixos de circulação,
com o objetivo de facilitar o conhecimento do local de atuação, deslocamentos e pontos
para realização de operações, além de promover a devida coordenação e controle das
atividades;

7 Cartão-programa: Documento que prevê a indicação dos postos de policiamento, o itinerário a ser
percorrido e os horários a serem observados, na execução de policiamento preventivo (MINAS GERAIS,
DGEOp, p. 12.)

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 27 - )

h) estreitar relações com os órgãos públicos, entidades não governamentais e empresas


privadas que possuam envolvimento com questões rurais, com ênfase para as
prefeituras municipais, secretarias de vigilância sanitária, receita estadual, Polícia Civil,
sindicatos rurais, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER),
Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM), Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), Conselho Estadual
de Política Ambiental (COPAM), Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG),
Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), dentre outros;

i) realizar operações conjuntas com outras forças de segurança, Secretarias de Governo


- principalmente das áreas de fazenda, saúde e agropecuária - com a finalidade de coibir
e/ou reprimir o furto, roubo, abate clandestino, receptação de gado, de outros produtos
e insumos agrícolas, o homizio de infratores, guarda e receptação de produtos de crime,
o tráfico/plantio de drogas ilícitas, desmanche de veículos e quadrilhas de infratores que
se estabeleçam no meio rural para planejar e executar suas ações;

j) criar ou fortalecer os Conselhos de Segurança no meio rural. Poderão ser


implementados os Conselhos Comunitários de Segurança Pública (CONSEP) Rurais
que, por agregar as lideranças em cada localidade, facilitarão o encaminhamento das
necessidades respectivas;

k) realizar o mapeamento rural através do geoprocessamento com tecnologia disponível


à PMMG;

l) apoiar a atividade de Policiamento de Meio Ambiente, observado o Princípio da


Universalidade, adotando as medidas iniciais, repassando aos policiais militares da
fração ambiental responsável pela área, informações e dados para atuação técnica e
específica;

m) atuar em conjunto com o GEPAM nas ações/operações de repressão qualificada.

4.2 Seleção, qualificação e capacitação do policial militar da Patrulha Rural

4.2.1 Seleção do policial militar

A prestação da segurança pública no meio rural possui características particulares e


acaba por imprimir ao policiamento uma série de exigências que precisam ser satisfeitas
pelo policial militar nela empregado.

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Há diferenças consideráveis quanto ao terreno, a distância das áreas urbanas,


dificuldade de pontos de apoio, a necessidade de deslocamentos a pé em locais
acidentados e de difícil acesso como matas, grotas, charcos e brejos, longas extensões
em planície, iluminação precária quando em atuação durante a noite, riscos de contato
com animais silvestres e peçonhentos, além de outros aspectos como a cultura do
homem do campo que tornam o policiamento rural uma atividade bastante peculiar.

Em virtude disso, o profissional que atuará rotineiramente nesse tipo de policiamento


precisa ter uma preparação específica com vistas a melhor capacitá-lo ao emprego no
meio rural. A seleção dos policiais para atuação deverá contemplar, além de uma boa
formação na técnica e no tiro policial, boa condição física e mental.

Para a seleção do policial militar que irá compor a equipe da Patrulha Rural, além do
perfil profissiográfico institucional, o Comandante deverá observar os seguintes
predicados:

a) empatia com a atividade desenvolvida: demonstrar que tem afinidade com o meio
rural e que se interessa em desenvolver um trabalho proativo e de proximidade com o
homem do campo;

b) capacidade comunicacional: ser possuidor de boa capacidade de se comunicar e


estabelecer um diálogo proativo, entendendo a linguagem, costumes e modo de vida do
homem do campo, a fim de se estabelecer um vínculo de confiança entre a PMMG e o
morador/trabalhador da zona rural;

c) facilidade de trabalhar em equipe e mobilização comunitária: capacidade de valorizar


e desenvolver trabalhos em conjunto, na busca de resultados comuns com os seus
companheiros de trabalho e junto à comunidade;

d) administração de conflitos: capacidade para administrar situações rotineiras e


adversas, alcançando um resultado favorável na resolução de problemas;

e) dinamismo: postura proativa, antecipando-se aos problemas, apresentando soluções


adequadas e dispondo-se a correr riscos com maturidade para avaliá-los.

Além dos predicados citados, na seleção, o policial militar que irá compor efetivamente
a Patrulha Rural deverá preencher os seguintes requisitos administrativos:

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 29 - )

a) ser voluntário;

b) estar classificado, no mínimo, no conceito “B”, com até 24 (vinte e quatro) pontos
negativos;

c) não estar respondendo a processo criminal, salvo quando houver a declaração de


ação policial legítima;

d) estar aprovado no Treinamento Policial Básico (TPB);

e) ser credenciado a atuar com arma de alta energia;

f) possuir carteira de habilitação veicular e credenciamento para condução de viatura


policial-militar.

4.2.2 Qualificação e capacitação do militar

Uma vez selecionados, os militares que comporão as Guarnições de Patrulha Rural,


estes serão submetidos a um treinamento próprio, o Curso de Patrulha Rural, cujo
currículo e normas específicas serão planejadas e executadas pela Academia de Polícia
Militar (APM), por intermédio do Centro de Treinamento Policial (CTP).

O curso de capacitação será composto por disciplinas que contemplem as doutrinas


institucionais, jurídicas, técnicas operacionais e de defesa pessoal, conforme previsto
no Catálogo de Cursos e Treinamentos da PMMG.

Embora não seja um requisito, é desejável que o policial militar que atua no serviço
possua o curso de Patrulha Rural, de maneira a agregar conhecimento e efetividade aos
envolvidos.

4.3 Inteligência voltada a atuação da polícia ostensiva no meio rural

Com o fenômeno da interiorização do crime verificado nas últimas décadas, o meio rural
proporciona aos infratores um amplo espectro de vítimas, bem como de possibilidades
de locais de homizio e rotas de fuga.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 30 - )

Nesse sentido, o estabelecimento de protocolos integrados de atuação se torna


necessário na medida que possibilitam operar de forma pontual, precisa e com
diminuição de riscos aos policiais empregados.

Com o objetivo de reduzir estas possibilidades de ações criminosas, as atividades de


policiamento ostensivo no meio rural devem se aproximar da atividade de inteligência
de modo a realizar o intercâmbio de informações de segurança pública capazes de
subsidiar ações e operações preventivas e repressivas com maior eficácia e obtendo
melhores resultados.

Os integrantes da Patrulha Rural deverão manter estreito relacionamento comunitário


com os proprietários e produtores rurais de modo que possam obter informações hábeis
a subsidiar planejamentos, reuniões, ações e operações policiais militares em toda a
extensão territorial sob sua responsabilidade.

Inclusive devem fomentar a instalação de câmeras e iluminação com sensor de


presença, voltadas para a via pública em pontos estratégicos, tal medida constitui uma
prática inibidora do cometimento do delito. Deve-se ainda, estimular que as
propriedades rurais possuidoras de câmeras de videomonitoramento venham a integrá-
las ao sistema Hélios.

Além disso, deverão cadastrar as propriedades e seus proprietários, bem como as


propriedades rurais que são objeto de aluguel para festas e outras finalidades, com
vistas a manter a identificação de seus frequentadores e evitar que os imóveis sejam
utilizados como locais de homizio para criminosos. De posse destas informações,
deverão repassar à Agência de Inteligência de sua unidade para que possa verificar
eventuais ameaças e oportunidades existentes.

Nesse diapasão, os policiais militares que atuam no ambiente rural são importantes
colaboradores na medida que são potenciais receptores de informações que servirão
de insumos informacionais para que os profissionais de inteligência possam realizar
ações e operações em caso de necessidade e de acordo com a doutrina e normas
específicas que disciplinam a atividade de inteligência na PMMG.

É de fundamental importância o apoio das Agências de Inteligência na produção de


conhecimentos necessários a subsidiar a tomada de decisões acerca do emprego
operacional, do planejamento das operações e demais ações policiais militares.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 31 - )

O emprego do policiamento no ambiente rural deve ser precedido e orientado por


planejamento adequado, baseado em análise criminal, estudo do fenômeno da
migração do crime e apoiado por conhecimentos produzidos pelos profissionais de
inteligência.

4.4 Metodologia de Desenvolvimento, Gestão e Aferição dos Resultados

4.4.1 Ciclo de Desenvolvimento

O serviço da Patrulha Rural pode ser potencializado quando atrelado a uma Rede de
Proteção Preventiva. Dessa forma, quando da implantação do serviço, ou mesmo se ele
já tiver sido implantado, recomenda-se a criação das redes visando melhor interação
entre os integrantes da Patrulha Rural e a comunidade, além de possibilitar o aumento
na sensação de segurança.

Para facilitar a implantação do serviço e a gestão das Redes de Proteção Preventiva no


meio rural, a presente Instrução prevê 8 fases que balizarão a segurança da
comunidade rural, constituindo-se no ciclo de desenvolvimento da Patrulha Rural.

O fluxograma contido no Anexo A do presente documento indica, visualmente, o passo


a passo da implantação do serviço da Patrulha Rural e a gestão das Redes de Proteção
Preventiva no meio rural. Importante salientar que, mesmo nas Unidades em que a
Patrulha Rural já foi implantada, o fluxograma apresentado deve ser utilizado para a
expansão e aperfeiçoamento dos serviços.

As fases recomendadas para o desenvolvimento da Patrulha Rural e de Redes de


Proteção Preventiva são os seguintes:

4.4.1.1 PRIMEIRA FASE: leitura do macroambiente operacional com identificação de


colaboradores.

Nesta fase inicial a UEOp deverá fazer uma leitura técnica do macroambiente
operacional, identificando os colaboradores locais que podem servir de suporte positivo
na implantação ou expansão da Patrulha Rural.

Dentre os colaboradores externos a serem relacionados pode-se apontar: Poder


Executivo e Legislativo Municipal, Sindicato de Produtores Rurais, Associação de

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Moradores de Zona Rural, Empresas de Agroindústria, Instituto Mineiro de Agropecuária


(IMA), EMATER, CEMIG, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável
(CMDRS), produtores, moradores, trabalhadores e estabelecimentos de ensino nas
áreas rurais, etc.

Após este diagnóstico, deve-se buscar estreitar o relacionamento institucional a fim de


se estabelecer um vínculo operacional com vistas à implementação da segunda fase.

4.4.1.2 SEGUNDA FASE: mobilização social

Após o mapeamento das lideranças rurais e dos colaboradores externos, deve-se


promover ações de mobilização social, tais como reuniões, campanhas de marketing,
sensibilização de lideranças, aproximação dos stakeholders (cooperativas, sindicatos,
comunidades rurais, organizações governamentais e não governamentais, etc.).

Em seguida deve-se buscar a realização de reuniões de forma que contemplem o maior


número possível de pessoas, autoridades e empresas que atuam no meio rural, de
forma a estabelecer e fortalecer parcerias visando a resolução de problemas no
ambiente rural.

Em regra, as reuniões devem ocorrer no meio rural, próximo da comunidade atendida,


a fim de se buscar uma aproximação entre a PMMG e os destinatários do serviço.
Sugere-se que seja realizada em cooperativas, escolas, empresas rurais ou outro local
com estrutura logística que comporte a presença de todos os interessados.

Nas reuniões o policial militar responsável deverá apresentar a missão, visão e os


valores da PMMG, além de explanar sobre o trabalho da Patrulha Rural, a sua doutrina
de atuação e os meios logísticos que utiliza para a realização de seu trabalho.

Deve, ainda, apresentar formalmente os policiais militares que executam ou executarão


o patrulhamento rural para que seja desenvolvido um vínculo entre os policiais e a
comunidade rural.

Após a apresentação da doutrina de Patrulha Rural deve-se passar a palavra aos


participantes para considerações e esclarecimento de eventuais dúvidas existentes. Na
oportunidade, é importante que seja permitido aos cidadãos presentes explanar sobre
as suas necessidades e eventuais dificuldades vivenciadas.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 33 - )

Essa interação permite aos policiais conhecerem os anseios e problemas da


comunidade, possibilitando a união de esforços em prol de propósitos comuns na busca
pela melhoria do ambiente e na solução dos problemas.

Deve ficar bem claro à comunidade que o serviço de Patrulha Rural é direcionado a
quem vive, trabalha e empreende no campo e que, embora seja desejável, não é
obrigatória a adesão ao programa nem a aquisição de nenhum material de identificação
visual como placas e banners.

As reuniões devem ser registradas no módulo REDS, conforme normas em vigor.


Terminada a reunião sugere-se programar uma agenda de visita técnica aos
moradores/produtores rurais, bem como a definição de novas datas e cronograma para
continuidade das atividades.

4.4.1.3 TERCEIRA FASE: visita técnica de cadastramento rural

Esta fase é dividida em duas etapas a saber:

a) Primeira etapa: georreferenciamento rural, no qual os policiais militares deverão estar


de posse das ferramentas tecnológicas para realizar a identificação das coordenadas
geográficas das localidades rurais, mapeando as principais estradas, estradas vicinais,
picadas, clareiras e outras passagens ocultas no sistema de georreferenciamento. O
policial militar deverá utilizar as ferramentas e alimentar o sistema informatizado
padronizado pela PMMG;

b) Segunda etapa: cadastramento do morador da zona rural e de seus funcionários, com


o preenchimento dos dados fundamentais constantes de banco de informações digitais,
de forma a possibilitar consultas e integrações futuras das bases de dados.

Além do cadastro de pessoas, a Patrulha Rural deverá mapear, fotografar e cadastrar


os veículos e maquinários agrícolas, bem como outros materiais de interesse à
segurança pública, atentando para a necessidade de registrar os possíveis caracteres
de identificação de propriedade, conforme modelo padronizado pela Diretoria de
Operações.

Nesta etapa serão colhidas as informações acerca da rotina da propriedade, de forma


a contemplar, hábitos, moradores e trabalhadores, além das características de

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 34 - )

sazonalidade da produção rural (colheita, abate, transporte de gado,


aquisição/transporte/estocagem de insumos, etc.), de forma a subsidiar o emprego
operacional, com foco na prevenção.

4.4.1.4 QUARTA FASE: setorização do patrulhamento rural

Setorizar, com a delimitação do espaço físico de responsabilidade, estabelecendo o


número de propriedades rurais atendidas e a criação do cartão-programa, devidamente
alinhados com a comunidade rural.

Recomenda-se o lançamento de operações, conforme cronograma elaborado, nas


principais vias de acesso às propriedades rurais. Os locais deverão ser apontados
mediante informações pertinentes à estatística criminal, sazonalidade e locais de
vulnerabilidade na área de atuação, vislumbrando proporcionar maior visibilidade e inibir
ações delituosas naquela localidade.

As UEOp, em seus respectivos Planos de Emprego Operacional (PLEMOP), deverão


definir para as localidades rurais pontos de cerco e bloqueio contemplando as variáveis
supracitadas, bem como rotas de fuga, locais de homizio, e outras especificidades de
cada região de atuação.

Tendo por base os indicadores de criminalidade do meio rural, a Patrulha Rural atuará
em obediência a um cartão-programa, cuja confecção observará as demandas de cada
região e, principalmente, objetivará cobrir todo o meio rural da respectiva fração, de
forma que todas as propriedades sejam visitadas em determinado período e as estradas
vicinais sejam patrulhadas, de forma a desenvolver a filosofia de Polícia Comunitária.

Sugere-se que as entradas e saídas das vilas e distritos sejam identificadas como locais
para estabelecimento de pontos-base, com fundamento na estatística criminal e
insumos informacionais compartilhados pelas Agências de Inteligência do Sistema de
Inteligência da Polícia Militar (SIPOM).

4.4.1.5 QUINTA FASE: criação/ampliação da Rede de Proteção Preventiva

Estruturação de uma agenda positiva de reuniões entre a PMMG e os


moradores/trabalhadores da zona rural, diretamente afetados pelo serviço. Sugere-se
que as reuniões ocorram com certa periodicidade e busquem identificar e priorizar as
demandas da comunidade.

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Deve ser incentivada e facilitada a criação de CONSEP rurais, seguindo os modelos de


sucesso já existentes e em funcionamento nas áreas urbanas. A PMMG deve servir
como facilitadora do processo, sempre assessorando tecnicamente as lideranças
comunitárias nos termos das normas e doutrinas já existentes na Corporação. O
CONSEP representa um elo entre o serviço e a comunidade que ele representa na
busca de soluções para os problemas da população rural.

Nessa seara, o patrulheiro rural, muito mais que apenas policiar as áreas rurais e
prevenir o crime em face de sua presença ostensiva, irá atuar como facilitador dos
processos de mobilização e organização social das comunidades rurais sob sua
responsabilidade, com vistas a torná-las ainda mais autossuficientes na gestão de seus
problemas, sejam eles diretamente relacionados à segurança pública ou não, pois a
finalidade maior de tal organização social é melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A organização da comunidade rural, mediante a criação de Redes de Proteção


Preventiva, melhora o relacionamento e "estreitam" as distâncias físicas entre os
moradores, tornando-os capazes de interagir e conhecer outros membros da
comunidade que não sejam do convívio diário dos moradores, trabalhadores e
empreendedores rurais.

O necessário envolvimento dos policiais militares empregados na Patrulha Rural junto


a população rural na elaboração de estratégias e na implementação das Redes de
Proteção Preventiva, aponta para a necessidade de suas respectivas frações traçarem
objetivos a curto, médio e longo prazo, dentre os quais, destacam-se:

a) aumentar a segurança na área de implantação/ampliação da Patrulha Rural;

b) fomentar o sentimento de participação solidária e voluntária de cada morador do meio


rural, aumentando a sensação de segurança local, a confiabilidade da comunidade na
PMMG e o fluxo de informações qualificadas;
c) estimular, dentro da Rede de Proteção Preventiva, a formação das sub-redes de
verificação, vigilância mútua e de identificação 8, em face da distância entre os
moradores, delegando ao policial militar integrante da Patrulha Rural a responsabilidade
sobre cada local de emprego do serviço. Tal medida possibilitará o estreitamento de
relacionamento entre os integrantes da comunidade, destes com a PMMG e com as
organizações governamentais e não governamentais, fomentando a participação

8
Conforme Instrução nº 30.03.11/2016-CG, regula a implantação da Rede de Proteção Preventiva nas
comunidades do estado de Minas Gerais.

34
( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 36 - )

comunitária para a solução dos problemas da comunidade rural e melhoria da qualidade


de vida.

Sugere-se que o Comandante de Pelotão com responsabilidade por área rural fomente
a criação de grupos para troca de informações entre os integrantes por meio de
aplicativos de mensagens, mediante aplicativos tecnológicos disponíveis, que englobem
o maior número de membros da comunidade. Esses grupos possibilitam a comunicação
rápida e facilitada de seus integrantes, sem muitas formalidades.

No caso do Comandante de Companhia, que tenha por responsabilidade territorial a


execução do serviço da Patrulha Rural, deverá estruturar uma rede mais abrangente de
comunicação de forma que um setor rural possa trocar informações úteis com os
demais, como por exemplo a difusão de dados acerca de animais extraviados, soltos
em via pública, trânsito de pessoas suspeitas, etc.

Para se criar uma identidade visual do serviço da Patrulha Rural, o Comandante de


Pelotão deverá estimular os moradores e produtores rurais que aderirem à rede a
fixarem na entrada de cada imóvel a placa identificadora da Rede de Proteção
Preventiva, conforme modelo padrão estabelecido pela PMMG.

Deve ser ressaltado que nenhuma pessoa ou empresa rural estará obrigada a adquirir
a placa de identificação e que, a existência ou não da mesma, não interfere na
confecção do cartão-programa e agenda de contatos comunitários.

Deve ser criado, em conjunto, um protocolo de utilização grupos de aplicativos de


mensagens de maneira que os procedimentos de acionamento de vizinhos, da PMMG
ou o lançamento de informações úteis e necessárias sejam otimizados para serem
utilizados em tempo oportuno evitando-se cacofonias e dados desnecessários.

As reuniões servirão de base para o planejamento operacional e aperfeiçoamento do


cartão-programa da Patrulha Rural, os horários de emprego e os locais de realização
das ações e operações policiais.

Para se criar a Rede de Proteção Preventiva, deverá ser observada a Instrução nº


3.03.11/2016-CG, que regula a implantação da Rede de Proteção Preventiva nas
comunidades do estado de Minas Gerais.

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 37 - )

4.4.1.6 SEXTA FASE: criação de uma agenda de produção rural

Realização do mapeamento das rotinas e atividades fixas ocorridas de maneira


cotidiana na vida da comunidade rural e que podem impactar na ocorrência de crime
local.

Com base no mapeamento realizado, é necessário adequar o emprego operacional do


policiamento às características sazonais da região e às suas peculiaridades. Essa
adequação é imprescindível para a prestação de um serviço eficiente e do policiamento
orientado para o problema.

Deve-se buscar junto aos órgãos oficiais e de apoio ao produtor rural as agendas de
plantio, colheita, adubação, vacinação de animais, venda de produtos, celebrações e
festas locais.

De maneira exemplificativa, a fim de se orientar o planejamento das ações e operações,


pode-se apresentar a seguinte agenda rural:

a) milho: plantio em .........../...........; colheita em ........./.........;


b) café: colheita em ......./......; secagem em ....../...... ; ensacamento em ....../ ......;
c) soja : plantio em .........../...........; colheita em ........./.........;
d) feijão: plantio em .........../...........; colheita em ........./.........;
e) cana de açúcar plantio em .........../...........; colheita em ........./.........;
f) outros produtos agrícolas;
g) vacinação de animais: febre aftosa, brucelose, etc;
h) eventos culturais: festa do peão/exposição agropecuária, etc.

Durante o período de plantio e colheita é natural que as empresas e produtores rurais


contratem trabalhadores temporários, inclusive oriundos de outras regiões do país.
Dessa forma, ocorre uma grande migração de pessoas para o trabalho no campo,
ocasião em que se recomenda o cadastro provisório de tal mão de obra a fim de se
evitar a infiltração de foragidos da justiça, criminosos com mandado de prisão em aberto
ou até mesmo problemas basilares relacionados à questão trabalhista, como por
exemplo o trabalho análogo ao escravo.

Com o cadastro provisório do trabalhador sazonal ou temporário pode-se evitar: furtos,


roubos, homicídios, estupros, incêndios, etc. Esse cadastro deve buscar levantar dados

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 38 - )

básicos dos trabalhadores sazonais como nome completo, número de registro da


carteira de identidade (RG), número do CPF, local de residência, local de trabalho, local
de origem, naturalidade, entre outros. Com base nesses dados é possível realizar
pesquisas para verificar se o indivíduo possui mandado de prisão em aberto, por
exemplo.

Os dados dos trabalhadores sazonais também podem ser obtidos mediante colaboração
com os empreendedores rurais.

Sugere-se o trabalho integrado, de cadastramento, com órgão de fiscalização do


trabalho e sindicatos rurais.

4.4.1.7 SÉTIMA FASE: desencadeamento do policiamento preventivo

O desencadeamento do policiamento preventivo dar-se-á com a realização de contatos


comunitários periódicos aos moradores e trabalhadores rurais e a articulação de
operações preventivas ao longo das vias principais e vicinais dentro do perímetro rural.

Os contatos comunitários nas propriedades objetivam a coleta de informações


importantes no que se refere à criminalidade no meio rural, principais infratores, rotas
de fuga, modus operandi, dentre outros. A melhoria do atendimento por parte da PMMG
possui relação direta com os dados de interesse da segurança pública obtidos junto à
comunidade.

A relação próxima faz aumentar a sensação de segurança do homem do campo, que


também percebe a presença real do policiamento ostensivo.

Recomenda-se a realização de operações integradas com as equipes de policiamento


rodoviário e de meio ambiente, dentro das esferas de suas atribuições.
Importante destacar a necessidade de haver um alinhamento entre o horário e a
periodicidade da realização das operações entre as Unidades limítrofes pertencentes a
outros Batalhões e Regiões da PMMG, a fim de se evitar a migração de criminosos de
um local para outro. Para tal mister, é imprescindível a existência de uma comunicação
eficaz e contínua entre os Comandantes nos diversos níveis operacionais.
Além das atividades ordinariamente realizadas, a Patrulha Rural poderá atuar também
em casos de:

37
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a) conflitos agrários

Com pleno conhecimento do local de atuação, no que diz respeito a conflitos agrários,
a Patrulha Rural será uma efetiva força de dissuasão e se constituirá em excelente
recurso para atuar na prevenção de ocupações de terra, pela sua contínua presença no
meio rural, e também para a manutenção da ordem nas terras já invadidas, evitando-se
confrontos entre trabalhadores rurais “sem terra” e proprietários rurais.

Considerando a complexidade da questão agrária, bem como a necessidade de


criterioso acompanhamento e planejamento para a atuação nos casos de ocupação de
imóveis rurais, devem ser fielmente observadas as orientações contidas nas diretrizes
institucionais 9.

b) realização de atividades conjuntas com a vigilância sanitária do município para a


detecção de receptadores de animais furtados, que são abatidos clandestinamente e
comercializados na região;

c) realização de atividades conjuntas com a Receita Estadual, IMA, SEMAD, dentre


outros órgãos responsáveis pela fiscalização e verificação dos produtos transportados
no meio rural (verificação realizada por intermédio da conferência da origem, destino e
documentação fiscal dos produtos agrícolas). Durante a fiscalização de animais em
trânsito, e na eventual ausência de fiscais do IMA, a Patrulha Rural deverá verificar se
o transportador possui a Guia de Trânsito Animal, exigida no transporte de animais;

d) desencadeamento de “Operações Desmanche”, em conjunto com a Polícia Civil de


Minas Gerais (PCMG) e com as Unidades que realizam policiamento de trânsito urbano
e rodoviário, com a finalidade de identificar veículos furtados/roubados ou irregulares
em uso no meio rural;

e) operações repressivas, notadamente aquelas para localização/abordagem de


infratores em fuga ou foragidos, é importante atuação conjunta com equipes especiais
e especializadas, que tenham treinamento e meios para adentramento e progressão em
matas e/ou florestas;

9 Atualmente o documento que regula o emprego da Polícia Militar nas ocupações de imóveis urbanos e
rurais é a Diretriz nº 3.01.02/2016-CG.

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f) prevenção ao tráfico ilícito de drogas por intermédio do policiamento preventivo no


meio rural, a Polícia Militar atuará na prevenção da demanda e da oferta de drogas
ilícitas e promoverá a repressão qualificada a partir de operações do tipo blitz de trânsito,
abordagens diversas aos veículos, batida policial na zona rural, mapeamento dos locais
de homizio de traficantes e de pouso clandestino de aeronaves, dentre outros, devendo
sempre observar o contido nas normas institucionais 10 que regulem a atuação da PMMG
na prevenção da demanda e da oferta de drogas;

g) prevenção ou repressão a infrações ambientais em virtude da possibilidade da


Patrulha Rural deparar com crimes e/ou infrações administrativas inclusas na legislação
de meio ambiente. Em decorrência do princípio da universalidade, o efetivo policial
militar deve adotar as providências preliminares até que a guarnição do Policiamento de
Meio Ambiente se faça presente. Na impossibilidade da presença da guarnição
especializada, em alinhamento com a fração ambiental responsável, coletar as
informações capazes de qualificar o autor, o local e a natureza da infração ambiental,
inclusive realizar registros audiovisuais de maneira a demonstrar a situação constatada;

h) fiscalização do transporte de animais / abate clandestino

Os animais, produtos de furto/roubo, servem para comércio ou destinam-se ao abate


clandestino que acaba por abastecer irregularmente a demanda de carne de muitas
cidades cuja fiscalização sanitária seja precária ou insuficiente.

A atuação efetiva da Patrulha Rural na fiscalização do transporte de animais contribuirá


significativamente para a prevenção dos crimes de furto/roubo de gado, bem como
auxiliará na repressão ao abate clandestino. É importante saber que apenas uma ação
pode ter reflexos nas seguintes áreas:

● Sanitária – o consumo de um produto não inspecionado coloca em risco a saúde da


população. Pode ocorrer que seja impróprio para o consumo e, por conseguinte,
provoque graves doenças;

● Meio Ambiente – gera poluição ambiental com o depósito de dejetos em manancial,


por exemplo;

10 Atualmente o documento norteador da atuação da PMMG na prevenção da demanda e da oferta de

drogas é a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública (DPSSP) nº 3.01.03/2010-CG.

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● Direitos do Consumidor – viola direitos básicos da relação de consumo, atingindo


direito difuso da coletividade.

Verifica-se, portanto, o quanto é importante o conhecimento por parte do policial que


atua em áreas rurais acerca das normas que regulam o transporte de animais. A entrada
ou saída de um animal de um município, estado ou país é denominado Trânsito Animal.
Além dos aspectos sanitários que envolvem a questão, haja vista que a circulação dos
animais muitas vezes é responsável pela entrada e disseminação de vários tipos de
doenças, o conhecimento acerca da regularidade de tal transporte é altamente relevante
para que, durante a fiscalização, o policial da Patrulha Rural tenha condições de
identificar principalmente o transporte de animais produtos de furto ou roubo.

Toda pessoa responsável pelo transporte de animais (bovinos, equídeos, outros) deverá
possuir a Guia de Trânsito Animal (GTA). Esse documento é emitido, no estado de
Minas Gerais, pelos escritórios do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Além da GTA
o transportador deve apresentar, conforme o caso, uma nota fiscal do produtor caso se
trate de transporte de animais comercializados, com vistas à comprovação da origem
do gado.

Em situações mais complexas ou recaindo suspeição acerca do transporte, um fiscal do


IMA deve ser acionado para proceder a verificação completa e adotar as medidas
administrativas que o caso requer.

Em complemento ao trabalho de prevenção ao citado crime, embora ele ocorra no meio


rural, a Patrulha Rural poderá atuar nas cidades, em operações conjuntas com o IMA e
com agentes da vigilância sanitária, com vistas a identificar receptadores de produtos
decorrentes do abate clandestino.

i) Comércio Ilegal de Insumos Agrícolas: A fabricação e comercialização de insumos


ilegais (agrotóxicos falsificados ou contrabandeados) não obedecem ao sistema
brasileiro de registro, que é conduzido pelos Ministérios da Agricultura e da Saúde,
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Os produtos ilegais oferecem
riscos potenciais de contaminação do meio ambiente, ao trabalhador rural que aplica
estes produtos nas lavouras e ao consumidor final de produtos de origem agrícola.

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A falsificação e o contrabando de agrotóxicos colocam em risco a saúde das lavouras,


do consumidor de alimentos e do meio ambiente. Via de regra, o preço dos produtos é
taxado muito abaixo do praticado pelo mercado local, os vendedores não são
credenciados, não há nota fiscal e inexiste receita agronômica.

A pessoa que transportar, produzir, embalar, comercializar, armazenar, aplicar ou


utilizar agrotóxicos ilegais, está sujeita a diversas penalidades, que vão desde multas à
reclusão. Essas penas estão previstas na Lei dos crimes ambientais (Lei nº 9.605/98),
no Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/40), Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 7.802/89), dentre
outros documentos legais.

A campanha nacional contra os agrotóxicos ilegais mantém um serviço Disque-


Denúncia 11, criado para dar suporte à ação das autoridades. Em tese, as denúncias são
repassadas diretamente às autoridades policiais. O Disque-Denúncia não utiliza
identificadores de chamada ou binas e não solicita ao denunciante que se identifique -
a denúncia é anônima.

As equipes da Patrulha Rural, na prestação de segurança preventiva às comunidades


rurais, devem ter preocupação quanto a utilização de insumos ilegais nas lavouras, visto
constituir crime, além dos danos ambientais e os prejuízos à saúde advindos de tal
prática.

j) ocorrências envolvendo ataques a instituições financeiras;

Organizações criminosas têm preferido ataques a agências bancárias localizadas nas


cidades interioranas que, por sua vez, detém grande extensão rural. Assim sendo, na
etapa Operativa 12 da modalidade, os criminosos podem se estabelecer em zonas rurais
que tenham acesso por vias vicinais, e ainda, além de aproveitar dessas vias para fuga,
as tem de vantagem como meio de furtividade e dissimulação.

Considera-se, portanto, a imprescindibilidade de estreito relacionamento com a Rede


de Proteção Preventiva no meio rural, tanto na fase pré-incidental, quanto na fase pós-
incidental, favorecendo as denúncias de movimentações estranhas na localidade, de
pessoas em atitude suspeita e que não fazem parte do cotidiano da comunidade, locais
que podem ser utilizados como homizio e rotas de fuga.

11O número de telefone do Disque-Denúncia é 0800-940-7030 e a ligação é gratuita.


12Instrução nº 3.03.23/2017- CG, Procedimentos operacionais em ocorrências de ataques a agências
bancárias e similares

41
( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 43 - )

k) acompanhamento de suspeito infrator ou autor de delito, egressos do sistema


prisional que estejam em liberdade condicional ou em cumprimento de pena restritiva
de direito, que residam ou gozam de tais benefícios em zona rural;

l) Disque-Denúncia Unificado (DDU): fomentar junto à comunidade rural a utilização do


tridígito 181. Salienta-se que o DDU consiste em uma central única de recepção,
processamento e resposta de denúncias anônimas de crimes e sinistros, mantendo o
sigilo absoluto.

4.4.1.8 OITAVA FASE: reavaliação periódica do emprego operacional

Reavaliar o emprego operacional, utilizando-se do feedback da comunidade destinatária


do patrulhamento rural, tendo por base a busca de ações inovadoras, proativas que
permitam a manutenção da alta performance do serviço prestado.

A atualização deverá ser realizada periodicamente utilizando-se como subsídio para a


tomada de decisão os seguintes parâmetros:

a) Estatística criminal - realizada para a aferição dos resultados quantitativos e


qualitativos das atividades da Patrulha Rural, mediante observação da incidência
criminal. Atenção especial deve ser dada ao provável aumento de ocorrências em
virtude da redução das subnotificações;

b) Construção compartilhada com os integrantes da Patrulha Rural: mediante reunião


realizada pelo Comandante da Cia/Pel PM, com vistas à obtenção de dados que possam
suplementar os resultados estatísticos;

c) Pesquisa de campo - a ser realizada periodicamente pelo Comandante de Cia/Pel


PM, junto à comunidade (reuniões comunitárias, Redes de Proteção Preventiva, etc.)
para a obtenção de dados que possam otimizar os resultados, com vistas a otimizar a
qualidade dos serviços prestados e da sensação de segurança

Face ao exposto, o ciclo de desenvolvimento do serviço deverá ser realizado


continuamente na solução de problemas, assim como para a melhoria dos processos,
enquanto o serviço estiver ativo, constituindo uma oportunidade de avaliação e
aprimoramento, além de evitar o desperdício de recursos, conforme figura a seguir:

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Figura 7 - Ciclo de desenvolvimento da Patrulha Rural

Fonte: elaborado pelo autor.

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5 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

A Comunicação Organizacional é uma atividade multidisciplinar que está inserida em


todas as atividades da Polícia Militar, dada a importância crescente que a informação
tem ganhado neste mundo global, interconectado e interdependente. Assim, o seu
emprego correto constitui-se em uma importante ferramenta de marketing institucional,
fundamental para subsidiar o processo de tomada de decisão e permitir a interação
contínua com a sociedade e seu público interno.

A confiança na Polícia Militar, baseada nos resultados positivos obtidos mediante o


emprego diuturno dos integrantes da Corporação, potencializa sua exposição midiática,
de modo que passa a ser responsabilidade de cada integrante da Polícia Militar, seja
servidor militar ou civil, atuar como um Agente de Comunicação, capaz de promover o
fortalecimento da imagem, da marca e dos valores institucionais, perante o público alvo
da Instituição.

Com relação ao serviço da Patrulha Rural, é imperioso que o policial militar que executa
as ações pertinentes ao projeto na linha de frente da Instituição conheça exatamente
todas as suas nuances e coloque em prática o seu poder de comunicação para transmitir
corretamente a mensagem que precisa chegar ao cidadão. A melhoria da sensação de
segurança, a redução do medo do crime e a interação com o homem do campo devem
ser foco na atividade desenvolvida pela Patrulha Rural.

A comunicação deve abranger duas vertentes: interna e externa, conforme descritas a


seguir.

5.1 Comunicação Interna

Deve ser direcionada aos policiais militares com o objetivo de instruí-los corretamente
sobre o seu papel como agente de relações públicas, próximo da população e capaz de
influenciar na percepção da segurança pelo público atendido por ele.

Assim, faz-se necessário difundir os protocolos de atuação, para que sejam


massificados no cotidiano da atuação policial, de modo a que todos tenham domínio
pleno sobre o que precisa ser executado. O que pode ser feito, por exemplo, com artes
infográficas disponibilizadas via Intranet PM ilustrando os protocolos de forma simples
e coesa.

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As peças direcionadas ao policial militar componente das Patrulhas Rurais deverão ter
o condão de instruí-lo sobre as ações a serem desempenhadas no exercício da sua
função, buscando dirimir as dúvidas e descrever claramente os passos a serem
seguidos por ele.

Noutro giro, é necessário valorizar e incentivar tais policiais militares a sentirem-se


motivados para desenvolver suas atividades, gerando nestes uma imagem positiva da
organização.

A divulgação deve demonstrar ao policial militar que ele é de fundamental importância


na execução das atividades e que suas ações repercutem na vida da comunidade rural.
Do mesmo modo, as peças gráficas podem demonstrar a necessidade do policial militar
estar sempre aprimorando seu conhecimento.

Ainda, como forma de incentivo, o Comandante da UEOp poderá conceder as


recompensas previstas na legislação, aos policiais militares integrantes da Patrulha
Rural tendo como referência o cumprimento das metas estabelecidas para o serviço.

5.2 Comunicação Externa

É o relacionamento do policial militar com o homem do campo, focando a qualidade no


atendimento e a busca constante do alcance dos pressupostos básicos do
relacionamento com o cidadão: recebê-lo bem, atendê-lo com satisfação, servi-lo com
excelência e encantá-lo no atendimento.

É a comunicação que objetiva conferir visibilidade ao serviço da Patrulha Rural à


comunidade atendida.

Assim, deve-se desenvolver o marketing projetando o foco no cliente, neste caso a


comunidade rural. Além de cada peça produzida projetar a ação policial positivamente,
deve-se aproveitar a oportunidade para difundir medidas de autoproteção ao público
externo.

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Figura 8 - Fotografia da Patrulha Rural em Cabo Verde-MG

Fonte: SILVA, 2020.

Para uma efetiva comunicação externa, antes da execução em si, é imprescindível


realizar as etapas a seguir:

5.2.1 Diagnóstico da comunidade que será atendida:

O diagnóstico deve perpassar pela busca de representantes da comunidade atendida e


verificação de quais são as suas expectativas em relação à segurança, quais os crimes
que mais os afligem, como é o comportamento daquela comunidade diante do que
acontece, quais as peculiaridades geográficas e sociais que a envolvem, quais veículos
de informação possuem maior capilaridade na comunidade.

5.2.2 Planejamento das Ações de Comunicação:

A partir do diagnóstico, traçar um plano que pontue ações a serem executadas pelos
policiais para o enfrentamento do que se diagnosticou.

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Entre as ações podem ser executadas:

a) peças gráficas contendo orientações sobre o comportamento de autoproteção a


serem adotados pela comunidade;

b) constituir Redes de Proteção Preventiva da área rural, disseminando informações


importantes para a segurança, incentivando a comunicação entre os vizinhos, de modo
que a segurança seja um compromisso de todos em conjunto com a PMMG;

c) reforçar a imagem da corporação, utilizando-as em placas de sinalização indicativas


na comunidade rural, que contenha a logomarca da PMMG 13, divulgando que a área é
monitorada pela Patrulha Rural: “ÁREA MONITORADA PELA PATRULHA RURAL DE
__________ (NOME DA CIDADE)”;

d) incentivar, por meio de peças gráficas e audiovisuais, a participação da comunidade


rural atendida pela patrulha, de forma a que possam trazer informações importantes
para o planejamento das ações do policiamento, gerando assim, vínculos de confiança
e proximidade;

e) explorar, com base no diagnóstico executado, os meios de comunicação de maior


abrangência na área rural, sejam eles, o rádio, a televisão em seus canais locais, e as
próprias mídias sociais, de modo que os resultados positivos obtidos pela Patrulha Rural
e suas participações em atividades envolvendo a comunidade rural sejam repercutidas,
a fim de aumentar a sensação de segurança.

5.3 Identidade Visual

É imprescindível que a marca da Polícia Militar de Minas Gerais seja utilizada e


valorizada em toda peça de marketing, respeitados os devidos parâmetros instituídos
no devido Manual da Marca da Instituição.

Em consonância ao uso da marca da PMMG, nas peças alusivas à Patrulha Rural,


orienta-se a utilizar o símbolo da Patrulha Rural, disposto no Anexo C, bem como a
utilização de suas cores.

13
Em conformidade com a Resolução nº 4470 - CG, de 29 de abril de 2016, que dispõe sobre a aprovação
do Manual da Marca da Polícia Militar de Minas Gerais.

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Ainda, reforça-se a padronização das viaturas deste serviço do Portfolio, conforme


Anexo B.

5.4 Metodologia para produção de peças de comunicação

As peças de comunicação serão executadas pela Seção de Comunicação


Organizacional (SCO) da UEOp cuja Patrulha Rural faz parte. Devem ser validadas pela
sua respectiva RPM e também pela Diretoria de Comunicação Organizacional (DCO).

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6 INDICADORES PERTINENTES A ATUAÇÃO DA PATRULHA RURAL

A busca pela otimização e o aperfeiçoamento de suas atividades deve sempre ser


perseguida por uma organização. A utilização de dados e informações com o objetivo
de otimizar seus processos é um método utilizado pela PMMG.

Assim, por meio da coleta de dados, o estabelecimento de indicadores capazes de medir


a atuação da Patrulha Rural traduz-se como uma forma de avaliar o serviço e otimizá-
lo conforme forem diagnosticadas oportunidades de aprimoramento.

Diante disso, é necessário que existam indicadores capazes de demonstrar de forma


objetiva o desempenho do serviço da Patrulha Rural e o valor que agrega às partes
interessadas.

Indicadores de gestão são ferramentas que permitem um acompanhamento técnico e


científico dos objetivos propostos e os resultados obtidos, que irão avaliar ações
desencadeadas pela Patrulha Rural.

Os indicadores a serem avaliados e as metas estipuladas, bem como a forma de


aferição, serão traçados por documentos metodológicos a serem elaborados pela
Diretoria de Operações (DOp). Após definidos os indicadores, a DOp realizará
periodicamente o monitoramento e avaliação dos resultados.

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7 LOGÍSTICA E TECNOLOGIA APLICADA À PATRULHA RURAL

Para a execução com excelência da atividade policial militar, o gestor deve buscar
sustentáculo nos seguintes pilares: homem bem selecionado, técnica apurada e
logística adequada.

Para uma atuação efetiva do policial militar no meio rural é importante uma logística
apropriada para proporcionar um desempenho desejado, portanto, recomenda-se a
disponibilização dos seguintes recursos:

a) viatura adequada ao serviço de patrulhamento rural, devidamente plotada dentro das


normas institucionais, preferencialmente com tração 4x4, capaz de suportar os desafios
das estradas e equipamentos que precisam ser transportados. A viatura deve possuir
espaço de carroceria com capacidade de transportar equipamentos suplementares em
caso de apoio para combater incêndio ou salvamento aquático;

b) colete de proteção balística, de acordo com a recomendação técnica expedida pela


Diretoria de Apoio Logístico (DAL);

c) capacete balístico e escudo de proteção balística;

d) arma longa de alta energia ou submetralhadora;

e) facão, enxada, corda, bastão, lanterna e sinalizador noturno de via;

f) granadas e munições de menor potencial ofensivo;

g) drone ou veículo aéreo não tripulado para apoio às operações terrestres;

h) tecnologia embarcada, junto à viatura (GPS/Acesso à Internet/Radiocomunicação);

i) rádio de comunicação móvel (HT);

j) para o cadastro e georreferenciamento rural, o policial militar deverá utilizar


equipamentos e sistemas disponibilizados pela Instituição;

k) kit de primeiros socorros.

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O emprego de tecnologias diversas nas áreas de informática e telecomunicações, em


ações e operações policiais, apresenta como vantagens, dentre outras, a redução do
tempo de atendimento ao cidadão, o incremento quantitativo e qualitativo da
coordenação e controle e a acurácia ou seletividade da intervenção policial de acordo
com critérios técnicos e legalmente justificáveis.

Nesse sentido, a Patrulha Rural está, em regra, sujeita aos mesmos benefícios
esperados para o restante dos serviços previstos no Portfolio da PMMG. Naturalmente,
é sabido que em ambientes rurais, a infraestrutura de telecomunicações que dá suporte
aos diversos recursos, sistemas e equipamentos utilizados ou que venham ainda a
serem utilizados pela instituição, é precária, e não raras vezes inexistente.

Todavia, em razão da constante evolução tecnológica, dos investimentos contínuos em


infraestrutura ao longo do tempo, da possibilidade do uso de equipamentos que não
dependem inteiramente da transmissão e recepção contínua de dados e das localidades
rurais que já dispõem de infraestrutura mínima, é perfeitamente possível e exequível
normatizar e automatizar processos.

Dessa maneira, o emprego de tecnologias pela Patrulha Rural visa, observada a


restrição já mencionada, celerizar e/ou automatizar os seguintes processos:

● georreferenciamento e cadastro de propriedades, via cadastro em dispositivos, bem


como com a utilização de base de dados de terceiros;

● cadastro e consulta online a residentes, funcionários, bens patrimoniais, produtos e


insumos agrícolas, semoventes e outros de interesse da segurança pública;

● identificação imediata da localização da propriedade rural;

● definição da rota de deslocamento mais rápida entre a guarnição da Patrulha Rural


e a propriedade de destino;

● análise da rota desenvolvida pelo policial militar da Patrulha Rural, para fins de
coordenação e controle.

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8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

8.1 Durante o policiamento preventivo, a guarnição da Patrulha Rural, ao se deparar


com situação em que seja necessário proceder a abordagens diversas, deverá atuar
com as cautelas necessárias, observando os aspectos de segurança descritos nas
normas vigentes, notadamente o previsto nos Manuais Técnicos-Profissionais (MTP).

8.2 Em face do precário estado em que geralmente encontram-se as estradas vicinais


e dos acidentes geográficos, além do trânsito de animais no meio rural, é necessário o
máximo de cuidado na condução da viatura, recomendando-se prudência na tomada de
decisões.

8.3 Nos casos de operações de cerco, bloqueio e interceptação a veículos, bem como
de abordagem a indivíduos em atitudes suspeitas, recomenda-se que os policiais
militares empregados na atividade informem, via rede de rádio, a localidade da
abordagem, indicando, inclusive, pontos de referência, a fim de permitir que outros
recursos possam ser direcionados para a cobertura/apoio policial, como forma de
garantir a segurança e a supremacia do uso da força, nos casos admitidos em lei.

8.4 Nas campanhas de mobilização/organização da comunidade, os policiais devem


atuar como facilitadores na orientação aos moradores e trabalhadores rurais quanto à
necessidade da adoção de medidas de autoproteção e de apoio aos órgãos de
Segurança Pública, mormente por meio da legítima e proficiente participação
comunitária na identificação e solução dos seus próprios problemas de segurança
pública.

8.5 As ações de policiamento ostensivo no ambiente rural devem estar pautadas no


planejamento prévio, ancorado em um diagnóstico. O emprego do efetivo deve ser
planejado a partir de análises e acompanhamentos de incidência criminal e/ou da
tendência de certas regiões se tornarem alvos da ação de infratores.

8.6 Não obstante, a inexistência do serviço de Patrulha Rural não deve ser considerado
como um obstáculo para a inclusão das necessidades da comunidade rural na agenda
de atividades da fração, como forma de garantir à comunidade rural o mesmo
atendimento fornecido aos moradores das áreas urbanas.

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8.7 A DOp deverá manter o controle das Redes de Proteção Preventiva instaladas e das
Frações PM em que o serviço da Patrulha Rural estiver ativo.

8.8 As Unidades que tiverem entre os seus serviços a Patrulha Rural deverão envidar
esforços, junto aos escalões superiores, para a estruturação com recursos humanos e
logísticos, de acordo com esta Instrução. A dotação de recursos logísticos é de
responsabilidade orgânica da Corporação e desta forma, não deve haver vinculação de
doação de viaturas/equipamentos junto à comunidade para a criação da Patrulha Rural.

8.9 A Seção Administrativa ou equivalente de cada Unidade que possua o serviço de


Patrulha Rural será responsável pela confecção da programação mensal do
Treinamento Tático (TTa) para os militares que compõem as equipes responsáveis por
prestar tal serviço. O TTa deverá abordar as peculiaridades locais, além do previsto
nesta Instrução.

8.10 A Diretoria de Tecnologia e Sistemas (DTS) deverá envidar esforços no sentido de


pesquisar e propor tecnologias disponíveis que possibilitem a comunicação e
transmissão de dados em áreas sem cobertura da rede de rádio ou operadora de
telefonia/dados, assim como terá a incumbência de desenvolver ferramentas
tecnológicas para apoiar a atividade, tendo como gerente dos projetos a DOp.

8.11 A presente instrução deverá servir como referencial doutrinário para a APM no
planejamento e execução do curso de capacitação dos militares, previamente
selecionados, para prestar o serviço da Patrulha Rural.

8.12 Esta Instrução deverá ser desdobrada em Planos ou Ordens pelas Unidades de
Direção Intermediárias e de Execução Operacional, obedecidas as peculiaridades
regionais e normatização do Portfolio de Serviços da PMMG.

8.13 Fica revogada a Instrução nº 3.03.08/2013-CG, Patrulha Rural.

Quartel do Comando-Geral em Belo Horizonte 01, de junho de 2022.

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


Comandante-Geral

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Brasília. (DF), 1988.

BRASIL. Presidência da República. Decreto-Lei nº 24.548, de 3 de julho de 1934.


Aprova o Regulamento do Serviço de Defesa Sanitária Animal. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro, 1934. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d24548.htm. Acesso em: 22
dez. 2020

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Código Penal. Rio de Janeiro, 1940. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm. Acesso em: 22 dez. 2020.

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Organiza o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, e dá outras
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BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe


sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em: 22 dez. 2020.

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a proteção da vegetação nativa. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm.
Acesso em: 22 dez. 2020.

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preenchimento para a emissão de guia de trânsito animal de bovinos e bubalinos
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gerais para as atividades de coordenação e controle a serem realizadas no âmbito da
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Operacional (PM3), 2009.

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3.01.01/2019: Regula o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo
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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Diretriz nº 3.01.02/2016 – CG: Regula o emprego da


PMMG nas ocupações de imóveis urbanos e rurais. 2ed. Rev. Belo Horizonte, MG:
Comando-Geral, EMPM3, 2016.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz de Direitos Humanos nº


3.01.09/18-CG: Regula a atuação da Polícia Militar de Minas Gerais segundo a Filosofia
de Direitos Humanos. Belo Horizonte: Comando-Geral, Assessoria Estratégica de
Emprego Operacional (AE/3), 2018.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Diretriz de Polícia Comunitária nº


3.01.10/19-CG: Norteia a atuação da Polícia Militar de Minas Gerias segundo a Filosofia
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Regula a atuação operacional dos policiais militares lotados nos destacamentos e
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Regula a atuação da Base Comunitária (BC) e da Base Comunitária Móvel (BCM) na
PMMG. Belo Horizonte: Comando-Geral, Terceira Seção do Estado-Maior da PMMG
(PM3), 2010.

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Regula a implantação da Rede de Proteção Preventiva nas comunidades do Estado de
Minas Gerais. 2.ed. rev. Belo Horizonte: Comando-Geral, Seção Estratégica de
Emprego Operacional (EMPM/3), 2016.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Resolução nº 4.827, de 26 de agosto


de 2019. Dispõe sobre o Portfolio de Serviços da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo
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características das cidades. In: Pedagogia & Comunicação. Disponível em:
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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 58 - )

Anexo A - Fluxograma de implantação do serviço da Patrulha Rural e a gestão das


Redes de Proteção Preventiva no meio rural

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


Comandante-Geral

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 59 - )

Anexo B - Identificação visual das viaturas da Patrulha Rural

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


Comandante-Geral

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Anexo C - Símbolo da Patrulha Rural

Fonte: elaborado pela Comissão nº 05/2020-EMPM.

O emblema é formado pela escrita Patrulha Rural na fonte Tahoma Bold, tendo as
palavras dispostas uma acima da outra separadas por uma linha na cor Vermelho Goles
(R: 239 G: 43 B: 47 – C: 6 M: 0 Y: 100 k: 0) em harmonia com a marca da PMMG.

Acima da escrita, contornos da frente de uma viatura da PMMG, a qual personifica o


viés ostensivo e preventivo da Patrulha Rural. Propositalmente, a marca da PMMG fica
evidente na porta da viatura, a fim de substanciar de que esse é mais um serviço do
portfólio da instituição castrense mineira.

As cores heráldicas na viatura possuem códigos diferentes dos tradicionalmente


utilizados pela instituição a fim de transmitir maior realismo à imagem.

• azul (R: 40 G: 73 B: 134 – C: 87 M: 55 Y: 15 k: 4);


• amarelo (R: 229 G: 170 B: 22 – C: 9 M: 29 Y: 90 k: 2);
• vermelho (R: 169 G: 35 B: 37 – C: 25 M: 85 Y: 72 k: 11).

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 61 - )

Ao fundo, o desenho de uma porteira na cor marrom (R: 153 G:101 B: 51 – C: 29 M: 46


Y: 71 k: 16) simbolizando as diversas propriedades rurais e comunidades do campo.

A imagem da viatura em patrulhamento próximo a uma porteira intensifica a mensagem


de que a PMMG está presente em toda área rural na promoção da polícia ostensiva e
preservação da ordem pública, contribuindo para a garantia de um ambiente rural
seguro para se viver, trabalhar e empreender.

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


Comandante-Geral

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( - SEPARATA do BGPM n° 41, de 24 de maio de 2022 - ) ( - 62 - )
RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM
COMANDANTE-GERAL

CONFERIDO E AUTENTICADO POR:

ADRIANA ALFENAS DE PAIVA FARIA, TEN CEL PM


AJUDANTE-GERAL

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