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MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL Nº 3.04.05/2020-CG

MTP 05
ESCOLTAS POLICIAIS E CONDUÇÕES DIVERSAS

BELO HORIZONTE – MG
2020
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MANUAL TÉCNICO PROFISSIONAL


Nº 3.04.05/2020-CG

Escoltas Policiais e Conduções diversas

BELO HORIZONTE - MG
2020
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Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).


Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral.


M663m Manual Técnico-Profissional Nº 3.04.05/2020: Escoltas Policiais e
Conduções Diversas. / Comando-Geral. Belo Horizonte: Assessoria
Estratégica de Operações (PM3). 2020.

73 p.

1. Apresentação. 2. Conceitos e aspectos legais. 3. Aspectos gerais e


planejamento. 4. Procedimentos por tipo de escolta. 5. Conduções diversas.

CDD - 353.3
CDU - 351.741(815.1)

Bibliotecária responsável: Tatiane Krempser Gandra – CRB 6/2963

ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Assessoria Estratégica de Operações – PM3
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
E-mail: pm3@pmmg.mg.gov.br
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RESOLUÇÃO Nº 4.985, DE 09 DE OUTUBRO DE 2020

Aprova o Manual Técnico-Profissional n. 3.04.05/2020,


que regula as escoltas policiais e conduções diversas no
âmbito da Polícia Militar de Minas Gerais.

O CORONEL PM COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no


uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso III do § 1º do art. 93 da Constituição
do Estado de Minas Gerais, de 21 de setembro de 1989, c/c o art. 28 da Lei Delegada n.
174, de 26 de janeiro de 2007, em conformidade com os incisos I, alínea “l”, e XI do art. 6º
do R-100, aprovado pelo Decreto Estadual n. 18.445, de 15 de abril de 1977,

RESOLVE:

Art. 1º - Fica aprovado o Manual Técnico-Profissional n. 3.04.05/2020 - MTP 05 -, que regula


as escoltas policiais e conduções diversas no âmbito da Polícia Militar de Minas Gerais.

Art. 2º - Ficam revogados:


I - a Resolução n. 4146, de 09 de junho de 2011;
II - o Memorando n. 30.385.3 - CG, de 13 de agosto de 2013.

Art. 3º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 09 de outubro de 2020.

(a) RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
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GOVERNADOR DO ESTADO
ROMEU ZEMA NETO

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM RODRIGO SOUSA RODRIGUES

CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA PMMG


CEL PM EDUARDO FELISBERTO ALVES

CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR


CEL PM OSVALDO DE SOUZA MARQUES

CHEFE DA ASSESSORIA ESTRATÉGICA DE OPERAÇÕES


TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS

COLABORADORES 1ª EDIÇÃO (2010)


CEL PM FÁBIO MANHÃES XAVIER
CEL PM ANTÔNIO LEANDRO BETTONI DA SILVA
TEN CEL PM MARCELO VLADIMIR CORRÊA
MAJ PM ALFREDO JOSÉ ALVES VELOSO
MAJ PM WÁGNER EUSTÁQUIO DA SILVA ALMEIDA
MAJ PM EDUARDO DOMINGUES BARBOSA
MAJ PM EDUARDO FELISBERTO ALVES
MAJ PM ÉDSON GONÇALVES
CAP PM ARNALDO AFFONSO
CAP PM MARCO AURÉLIO ZANCANELA DO CARMO
CAP PM QOS FABRÍZIA LOPES BRANDÃO PEREIRA
CAP PM RODOLFO CÉSAR MOROTTI FERNANDES
CAP PM RENATO SALGADO CINTRA GIL
CAP PM WANDERSON GARCIA COSTA NEVES
1º TEN PM ÉDSON H. RABELLO DE S. MENDES
1º TEN PM RODRIGO SALDANHA
1º TEN PM MOLISE Z. FONSECA DE SOUZA
1º TEN PM LUCIANA DO CARMO S. NOMINATO
2º TEN PM ANDERSON PEREIRA DE SOUSA
2º TEN PM RICARDO PEREIRA DE ARAUJO GOMES
1º SGT PM ANTÔNIO GERALDO ALVES SIQUEIRA
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2º SGT PM RINALDO ARAÚJO MARÇAL


3º SGT PM RICARDO MARTINS LOPES
3º SGT PM MÁRCIA DANIELA BANDEIRA SILVA
3º SGT PM NADJA ALVES DE SOUSA
3º SGT PM EDNA MÁRCIA COSTA MENDONÇA
CB PM ELIAS SABINO SOARES
SD PM LEONARDO GIORI DE OLIVEIRA
SD PM ALINE VANESSA ALVES
PROFº. HUGO DE MOURA
PROFª. MARIA SÍLVIA SANTOS FIÚZA
PEDAGª. ISABEL CRISTINA DE P. MOREIRA NAZARETH
ASS. JURÍDICA MARIA AMÉLIA PEREIRA

COLABORADORES 2ª EDIÇÃO (2013)


TEN CEL PM SÍLVIO JOSÉ DE SOUSA FILHO
MAJ PM EUGÊNIO PASCOAL DA CUNHA VALADARES
MAJ PM CLEVERSON NATAL DE OLIVEIRA
CAP PM RICARDO LUIZ AMORIM GONTIJO FOUREAUX
1º TEN PM HELIVELTON SALVADOR SANTANA
SUBTEN PM ANTÔNIO GERALDO ALVES SIQUEIRA
2º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA
2º SGT PM LUIZ HENRIQUE DE MORAES FIRMINO
CB PM ELIAS SABINO SOARES

COLABORADORES 3ª EDIÇÃO (2020)


REDAÇÃO
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
TEN CEL PM RODRIGO SALDANHA
TEN CEL PM SANDRO ALEX CANUTO GONÇALVES
MAJ PM WELVISSON GOMES BRANDÃO
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA
CAP PM FERNANDO ALVES LIMA
CAP PM CLAYTON JOSÉ DE SANTANA
1º TEN PM PABLO SÉRGIO DE SOUZA CORREA
1º TEN PM CLÁUDIO JOSÉ VIRGÍLIO
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS
1º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA
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1º SGT PM SANDRO GONÇALVES MAIA


1º SGT PM CÉSAR AUGUSTO VILAÇA JÚNIOR
2º SGT PM DANIEL CORDEIRO RODRIGUES

FOTOGRAFIAS
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA
1º TEN PM CLÁUDIO JOSÉ VIRGÍLIO
1º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA

REVISÃO DOUTRINÁRIA
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA

REVISÃO FINAL
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMTJ - Assessoria Militar do Tribunal de Justiça


ARIns - Assessoria de Relações Institucionais
BO - Boletim de Ocorrência
BOPE - Batalhão de Operações Especiais
BPChq - Batalhão de Polícia de Choque
BPE - Batalhão de Policiamento Especializado
Btl ROTAM - Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas
CF - Constituição Federal
CG - Comando-Geral
Cia PM Ind. PE - Companhia de Polícia Militar Independente de Policiamento Especializado
COMAF - Comando de Operações em Mananciais e Áreas de Florestas
COPOM - Centro de Operações Policiais Militares
CPE - Comando de Policiamento Especializado
CPP - Código de Processo Penal
DOp - Diretoria de Operações
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
GMG - Gabinete Militar do Governador
GPS - Global Positioning System
HT - Hand-Talk
MG - Minas Gerais
MTP - Manual Técnico-Profissional
P2 - Seção de Inteligência
P3 - Seção de Planejamento Operacional
PM - Polícia/Policial Militar
PM3 - Assessoria Estratégica de Operações
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
REDS - Registro de Eventos de Defesa Social
RPM - Região de Polícia Militar
UEOp - Unidade de Execução Operacional
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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 - Pontas/batedores na formação em linha à frente do comboio ............................. 18


Figura 2 - Atuação dos Pontas/Batedores ........................................................................... 18
Figura 3 - Atuação no Regulador ........................................................................................ 19
Figura 4 - Segurança do comboio realizada por Guarnição ROTAM ................................... 20
Figura 5 - Posicionamento de Ambulância no comboio de escolta ..................................... 20
Figura 6 - Cerra-fila ............................................................................................................. 21
Figura 7 - Representação do dispositivo de escolta ............................................................ 21
Figura 8 - Representação da variação do dispositivo de escolta ......................................... 22
Figura 9 - Sequência de procedimentos para o embarque da pessoa presa ....................... 41
Figura 10 - Posicionamento de 2 (dois) presos dentro do compartimento de segurança..... 41
Figura 11 - Sequência de ações para embarque de preso em viatura sem compartimento de
segurança ............................................................................................................................ 43
Figura 12 - Posicionamento de 1(uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de
segurança composta por 3 (três) policiais militares .............................................................. 44
Figura 13 - Posicionamento de 1(uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de
segurança composta por 4 (quatro) policiais militares.......................................................... 44
Figura 14 - Posicionamento dos policiais militares durante o desembarque de presos ....... 51
Figura 15 - Posicionamento dos policiais militares durante o desembarque com 3 (três)
policiais ................................................................................................................................ 52
Figura 16 - Local apropriado para interceptação dos torcedores ......................................... 63
Figura 17 - Local apropriado e formação do comboio ......................................................... 64
Figura 18 - Representação do comboio de escolta de delegações desportivas em evento de
grande porte ........................................................................................................................ 66
Figura 19 - Representação do comboio de escolta de delegações desportivas em evento de
médio porte.......................................................................................................................... 67
Figura 20 - Representação do comboio de escolta de delegações desportivas em evento de
menor porte ......................................................................................................................... 67

Quadro 1- Competências para planejamento das escoltas ................................................. 24


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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 11
2 CONCEITOS E ASPECTOS LEGAIS............................................................................... 13
2.1 Conceitos ..................................................................................................................... 13
2.1.1 Escolta ........................................................................................................................ 13
2.1.2 Conduções Diversas ................................................................................................... 13
2.1.3 Conceitos utilizados nas atividades de escolta ........................................................... 13
2.2 Aspectos legais............................................................................................................ 14
2.2.1 Escolta de pessoa presa ............................................................................................. 14
2.2.2 Escoltas de bens e valores ......................................................................................... 15
2.2.3 Escoltas de dignitários ................................................................................................ 15
2.2.4 Escoltas de testemunhas sob proteção judicial ........................................................... 15
2.2.5 Escoltas em eventos esportivos .................................................................................. 15
2.3 Classificação das escoltas .......................................................................................... 16
2.3.1 Quanto à complexidade .............................................................................................. 16
2.3.2 Quanto ao tipo ............................................................................................................ 17
2.4 Composição das escoltas ........................................................................................... 17
2.4.1 Funções utilizadas nas atividades de escolta .............................................................. 17
3 ASPECTOS GERAIS E PLANEJAMENTO ...................................................................... 23
3.1 Aspectos Gerais........................................................................................................... 23
3.1.1 Conhecimento da atividade policial ............................................................................. 23
3.1.2 Providências que antecedem as escoltas ................................................................... 23
3.2 Competências para o planejamento ........................................................................... 24
3.3 Planejamento do itinerário .......................................................................................... 25
3.4 Recursos logísticos ..................................................................................................... 25
3.4.1 Meios de transporte .................................................................................................... 25
3.4.2 Armamentos e equipamentos ..................................................................................... 27
3.5 Medidas de segurança................................................................................................. 27
3.5.1 Na comunicação ......................................................................................................... 27
3.5.2 No uso de sirene e luzes ............................................................................................. 28
3.5.3 Em tentativas de emboscadas .................................................................................... 29
3.5.4 Durante as paradas .................................................................................................... 29
3.6 Considerações sobre o uso de algemas .................................................................... 30
3.7 Busca pessoal .............................................................................................................. 30
4 PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE ESCOLTA ............................................ 32
4.1 Procedimentos para os militares envolvidos na escolta .......................................... 32
4.2 Planejamento da escolta ............................................................................................. 33
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4.3 Classificação dos Riscos ............................................................................................ 35


4.4 Avaliação dos Riscos e Providências Prévias ........................................................... 36
4.5 Procedimentos em caso de acidentes ....................................................................... 37
4.6 Escolta de pessoa presa/apreendida ......................................................................... 38
4.6.1 Recebimento do escoltado pela guarnição.................................................................. 39
4.6.2 Embarque da pessoa presa ........................................................................................ 39
4.6.3 Transporte de pessoas presas .................................................................................... 46
4.6.4 Desembarque da pessoa presa .................................................................................. 50
4.6.5 Entrega da pessoa presa ............................................................................................ 52
4.6.6 Escolta de pessoas presas a nosocômios................................................................... 53
4.6.7 Escolta de policial militar preso ................................................................................... 54
4.7 Escolta de bens e valores ........................................................................................... 55
4.8 Escolta de dignitários .................................................................................................. 58
4.9 Escolta de torcidas organizadas ................................................................................ 61
4.9.1 Informações levantadas pela Atividade de Inteligência ............................................... 61
4.9.2 Conhecimento do itinerário ......................................................................................... 61
4.9.3 Ponto de interceptação ............................................................................................... 62
4.9.4 Dispositivo para interceptação .................................................................................... 63
4.9.5 Procedimentos para busca pessoal e veicular ............................................................ 63
4.9.6 Estruturação e deslocamento do comboio .................................................................. 64
4.9.7 Torcidas organizadas da mesma cidade ..................................................................... 64
4.10 Escoltas de testemunhas ameaçadas ...................................................................... 65
4.11 Escolta de Delegações Esportivas ........................................................................... 66
5 CONDUÇÕES DIVERSAS ............................................................................................... 69
5.1 Condução em virtude de prisão ou apreensão em flagrante .................................... 69
5.2 Condução de militares presos .................................................................................... 70
5.3 Condução de pessoas acometidas por transtorno mental ou psicológico ............. 71
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 72
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MANUAL TÉCNICO PROFISSIONAL Nº 3.04.05/2020 - CG

Escoltas Policiais e Conduções Diversas.

1 APRESENTAÇÃO

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), com o intuito de atender à demanda da


sociedade, que exige do policial militar uma conduta irrepreensível e revestida de legalidade,
tem investido na preparação técnica de seus integrantes.

Dessa maneira, como forma de oferecer aos policiais militares suporte técnico para o
desempenho da sua missão constitucional, foram designadas comissões para pesquisar,
reavaliar, atualizar e aprimorar as doutrinas e técnicas vigentes. Tal prática favorece a
elaboração de protocolos de ações e procedimentos operacionais, efetivos e de fácil
assimilação, que visam garantir, principalmente, a segurança e a integridade física de todos
os envolvidos em uma escolta policial.

O Manual Técnico-Profissional Nº 3.04.05 (MTP 05) – ESCOLTAS POLICIAIS E


CONDUÇÕES DIVERSAS foi elaborado com o objetivo de servir como referencial técnico
para a atuação operacional cotidiana, nas situações de escoltas e conduções diversas. Sua
leitura deve ser, obrigatoriamente, precedida dos MTP 01 (Intervenção Policial, Processo de
Comunicação e Uso de Força), MTP 02 (Abordagem a pessoas) e MTP 04 (Abordagem a
veículos), os quais abordam conceitos e procedimentos basilares que também se aplicam
ao conteúdo deste MTP.

As escoltas policiais constituem um processo de risco que envolve atenção e técnica.


Portanto, é imprescindível que o policial militar envolvido nessa atividade se conscientize da
importância da missão para a qual foi designado e busque aperfeiçoar e desenvolver-se
profissionalmente, pois é o conhecimento técnico que fará a diferença entre uma diligência
bem ou mal sucedida.

Nesse contexto, foi concebido este Manual Técnico-Profissional, que visa à atualização dos
ensinamentos e das técnicas que envolvem a atividade de escolta. Os conteúdos serão
apresentados de forma simples e concisa, por meio das seguintes Seções:

A Seção 2 aborda os conceitos e aspectos legais, discorrendo sobre as competências legais


quanto à realização dos principais tipos de escoltas.

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Na Seção 3 são tratados os aspectos comuns à maior parte dos tipos de conduções de
pessoas e escoltas diversas, bem como os principais aspectos a serem observados no
planejamento dessa atividade.

Os aspectos particulares de cada tipo de escolta e que devem ser observados para que sua
realização seja satisfatória são descritos na Seção 4.

Por fim, a Seção 5 apresenta procedimentos e técnicas que devem ser utilizados pelos
policiais militares no dia a dia de suas atividades operacionais, por ocasião da realização de
prisões ou apreensões, bem como de assistências, seguidas de conduções para
estabelecimentos policiais, de atenção à saúde ou outros.

Este documento faz parte de um conjunto de Manuais Técnicos-Profissionais


denominados Prática Policial Básica, a saber:

a) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.01 – Intervenção Policial, Processo de Comunicação


e Uso da Força (MTP 01);

b) Manual Técnico-Profissional nº 3.04.02 – Abordagem a Pessoas (MTP 02);

c) Manual Técnico-Profissional nº 3.04. 03 – Blitz Policial (MTP 03);

d) Manual Técnico-Profissional nº 3.04. 04 – Abordagem a Veículos (MTP 04);

e) Manual Técnico-Profissional nº 3.04. 05 – Escoltas Policiais e Conduções Diversas (MTP


05).

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2 CONCEITOS E ASPECTOS LEGAIS

2.1 Conceitos

2.1.1 Escolta

É uma operação policial caracterizada pela conjugação de técnicas e táticas, executada por
um grupo determinado de policiais, com ou sem participação de outras instituições,
destinada a efetuar, de forma dinâmica ou estática, a custódia1 de pessoas, bens e valores.

2.1.2 Conduções Diversas

São atividades policiais de custódia transitória destinadas ao encaminhamento de pessoas


envolvidas em ocorrências, na condição de vítimas, autores ou testemunhas para
delegacias, estabelecimentos de atenção à saúde (ex. hospitais, unidades de pronto
atendimento), ou outros destinos, em função das situações do cotidiano policial, sem prévio
planejamento.

2.1.3 Conceitos utilizados nas atividades de escolta

 Comboio: é constituído por um número variável de veículos utilizados para


realização de escolta, podendo variar segundo o objeto escoltado, a avaliação do risco
e a disponibilidade de efetivo e viaturas.

 Cápsula: é constituída por veículos destinados à proteção direta do veículo que


transporta o objeto da escolta.

 Célula: é composta pelo escoltado ou dignitário 2(que também pode ser chamado
de VIP) e agentes de segurança pessoal ou outro objeto de escolta.

 Veículos de Segurança: viaturas ostensivas destinadas a garantir a segurança da


cápsula ou do objeto da escolta.

1Custódia - é o ato de guardar, proteger, manter em segurança e sob vigilância algum bem ou pessoa que se
encontra apreendida, presa, detida ou sob cuidados especiais.

2Dignitário - Pessoa que exerce uma dignidade ou um alto cargo. Fonte: Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa, 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/dignit%C3%A1rio [consultado em 17-07-2020].

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2.2 Aspectos legais

2.2.1 Escolta de pessoa presa

A Emenda Constitucional nº 104/19 alterou o art. 144 da Constituição Federal (CF/88) tendo
modificado o seu inciso VI e acrescido o §5º-A, por meio do qual e criou as Polícias Penais e
estabeleceu a sua competência. Com o advento dessa Instituição a custódia de presos ficou
sob sua responsabilidade. Entretanto, a criação de tal instituição não diminui a competência
da Polícia Militar. Observa-se que a missão da PMMG é ampla no que se refere à
preservação da ordem pública. Assim, mediante autorização ou ordem do escalão
competente, a Polícia Militar poderá atender às solicitações para a execução de custódia de
presos.

Dispõe o art. 144 da Constituição Federal que:

“(...) a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

(...)
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
(…)
§ 5º - Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública [...];
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da
unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos
penais.”

A Lei Estadual nº 13.054/98, que dispõe sobre o transporte de pessoa presa


provisoriamente ou condenada e dá outras providências, estabelece, conforme seu art. 2º:

“o preso cuja presença ao ato processual for judicialmente requisitada ficará, nas
dependências e nas imediações do foro, sob a guarda da Polícia Militar de Minas
Gerais e sob as ordens da autoridade judicial requisitante.”

A Lei Estadual nº 14.695/03, que cria a Superintendência de Coordenação da Guarda


Penitenciária, a Diretoria de Inteligência, a carreira de Agente de Segurança Penitenciária e
dá outras providências, define em seu art. 6º, que compete ao agente de segurança
penitenciário:

“II – exercer atividades de escolta e custódia de sentenciados;”

14
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 16 - )

2.2.2 Escoltas de bens e valores

As escoltas de bens e valores são regulamentadas e fiscalizadas pela Polícia Federal,


sendo executadas, primordialmente, por empresas de segurança privada.

A Polícia Militar realizará esse tipo de escolta, ou atuará em apoio, ordinariamente, mediante
convênio, ou, em situações extraordinárias, mediante solicitação formal da empresa de
segurança privada, direcionada ao Comando da Instituição.

2.2.3 Escoltas de dignitários

As escoltas de dignitários são de competência das Forças Armadas do Brasil ou Polícia


Federal, no caso de autoridades federais ou internacionais.

Em se tratando de autoridades estaduais ou municipais, no Estado de Minas Gerais, via de


regra, a realização das escoltas caberá ao Gabinete Militar do Governador (GMG), à
Assessoria de Relações Institucionais (ARIns) da PMMG ou à Assessoria Militar do
Tribunal de Justiça (AMTJ).

No caso de pessoas assemelhadas a dignitários, deverá ser feita solicitação formal e


motivada para o Comando da Instituição que deliberará sobre a autorização ou não, bem
como definirá a unidade responsável pela realização da operação, caso seja aprovada.

2.2.4 Escoltas de testemunhas sob proteção judicial

O Governo Federal por meio da Lei nº 9.807/99 3 , assegura escolta e proteção às


testemunhas de crimes que colaboram com a investigação policial e com o processo
criminal.

2.2.5 Escoltas em eventos esportivos

Conforme previsão contida na Lei Federal N° 10.671/03, que dispõe sobre o Estatuto de
Defesa do Torcedor e dá outras providências, a responsabilidade pela segurança do
torcedor em evento esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de
jogo e de seus dirigentes, conforme previsão contida em seus arts. 1º-A e 14.

3A Lei Federal nº 9.807/99 estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de
proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a
Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham, voluntariamente,
prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.

15
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 17 - )

“Art. 1º-A. A prevenção da violência nos esportes é de responsabilidade do poder


público, das confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades
esportivas, entidades recreativas e associações de torcedores, inclusive de seus
respectivos dirigentes, bem como daqueles que, de qualquer forma, promovem,
organizam, coordenam ou participam dos eventos esportivos.
(...)

Art. 14. Sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei nº 8.078, de 11 de


setembro de 1990, a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento
esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus
dirigentes, que deverão:
I – solicitar ao Poder Público competente a presença de agentes públicos de
segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos torcedores
dentro e fora dos estádios e demais locais de realização de eventos esportivos;”

Por esta legislação, compete, ainda, à entidade detentora do mando de jogo, por meio de
solicitação aos agentes públicos, prover meios de segurança antes, durante e após a
realização das partidas, de acordo com os itens abaixo:

“Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os
eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas.
(...)

Art. 26. Em relação ao transporte de torcedores para eventos esportivos, fica


assegurado ao torcedor partícipe:
I - o acesso a transporte seguro e organizado;”

2.3 Classificação das escoltas

2.3.1 Quanto à complexidade

a) Ordinária: é aquela solicitada com antecedência pela autoridade competente e, dessa


forma, exige planejamento específico no que se refere aos recursos logísticos e humanos
empregados. Para esse tipo de escolta, será obrigatória a confecção de Ordem de Serviço
ou outro documento concernente, a cargo da Seção de Emprego Operacional competente. A
escolta deve ser executada, preferencialmente, por policiais pertencentes às Unidades
Especializadas – Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Btl ROTAM), Batalhão de
Operações Especiais (BOPE), Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), Batalhão de
Policiamento Especializado (BPE) ou Companhia de Polícia Militar Independente de
Policiamento Especializado (Cia PM Ind. PE), etc. – ou Companhia de Recobrimento das
Unidades (Tático Móvel). Exemplos: as escoltas de valores e de dignitários;

b) Extraordinária: é aquela que, pelas informações previamente obtidas, seja pela Atividade
de Inteligência, por qualquer fonte confiável, ou mesmo pelo clamor público, represente um
alto risco para os policiais e para o(s) escoltado(s). Essa atividade deverá, obrigatoriamente,
ser executada por uma Unidade Especializada, analisando a necessidade e conveniência de
apoio da Seção de Inteligência. A Ordem de Serviço será confeccionada pela Seção de

16
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 18 - )

Emprego Operacional (P3) da Região de Polícia Militar (RPM) ou Comando de Policiamento


Especializado (CPE) em conjunto com a Unidade Especializada responsável pela escolta.
Exemplo: a escolta de um preso com elevado grau de periculosidade.

2.3.2 Quanto ao tipo

a) Pessoas presas ou apreendidas: abrange as escoltas de um ou mais presos ou


apreendidos, provisoriamente ou condenados;

b) Bens e valores: contempla as escoltas de bens e valores patrimoniais, históricos ou de


importância estratégica, caracterizados tipicamente por numerário (moeda corrente),
acervos (históricos e culturais), urnas eleitorais, semoventes de alto valor e materiais bélicos;

c) Dignitários: incluem as escoltas de autoridades dos poderes constituídos, eclesiásticos


entre outros. Serão incluídos também como assemelhados a dignitários para fins de
planejamento da operação, individualmente (personalidades de destaque da sociedade civil,
artistas de repercussão nacional) ou coletivamente (bandas de música de grande
repercussão).

d) Torcidas organizadas: refere-se a escoltas de grupo de pessoas que compõem


agremiações particulares, destinadas a promover o incentivo de uma determinada equipe
esportiva.

e) Testemunhas sob proteção judicial: reúne as escoltas de pessoas incluídas em programa


público de proteção a testemunhas.

f) Delegações esportivas: é um grupo formado por atletas, técnico, dirigentes e toda a


equipe de apoio, como auxiliar técnico, médico, massagista, fisioterapeuta, etc.

2.4 Composição das escoltas

2.4.1 Funções utilizadas nas atividades de escolta

Para a efetividade no desenvolvimento das atividades de escolta, faz-se necessário a


definição de funções e atribuições para os participantes. A composição das equipes de
escolta e as suas funções podem se alterar conforme a missão. Sem embargo, para fins de
conceito, destacam-se as seguintes funções:

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 19 - )

 Avançado: tem a função de realizar o reconhecimento do(s) itinerário(s), antecipar


possíveis incidentes no trajeto e de tomar providências para que tudo esteja conforme o
planejamento no local de destino. É lançado no terreno com antecedência prévia à saída do
comboio. Ressalta-se que o avançado não faz parte do comboio e atua preferencialmente
descaracterizado, não fazendo nenhum tipo de intervenção.

 Varredura: viatura que se desloca aproximadamente a 500 metros à frente do primeiro


carro do comboio (regulador). Tem a função de se antecipar a possíveis ameaças não
identificadas ou surgidas posteriores à passagem do Avançado. Essa viatura não faz parte
do comboio.

 Pontas/Batedores: motocicletas destinadas a dar fluidez à escolta propiciando trânsito


livre, conforme figuras abaixo. Elas também não fazem parte do comboio.

Figura 1 - Pontas/batedores na formação em linha à frente do comboio

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 2 - Atuação dos Pontas/Batedores

Fonte: Elaborado pelo autor.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 20 - )

 Regulador: é o primeiro veículo do comboio e tem a função de regular o ritmo de


deslocamento, conforme a figura abaixo.

Figura 3 - Atuação no Regulador

Fonte: Elaborado pelo autor.

 Alas: deslocam-se pelas laterais, próximos à célula, impedindo que veículos estranhos ao
comboio se aproximem, aumentando a segurança do objeto da escolta. Em relação a
atuação dos alas, há que se ressaltar que, de acordo com o tamanho da via em que ocorre
a escolta, eles podem interferir no movimento de recuperação dos pontas, além de
denunciarem a presença do VIP a ser escoltado, eventualmente. Assim, conforme o caso e
avaliação de riscos, os alas podem ser suprimidos.

 Viatura de Segurança: viaturas de 4 (quatro) rodas responsáveis pela segurança do


comboio diante de possíveis hostilidades diversas. Devem ser empregadas
preferencialmente no número de duas, ficando o Comandante da Escolta sempre na viatura
atrás do veículo que transporta o objeto da escolta, conforme figura a seguir:

19
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 21 - )

Figura 4 - Segurança do comboio realizada por Guarnição ROTAM

Fonte: Elaborado pelo autor.

 Ambulância: posicionada entre a Viatura de Segurança e o Cerra-Fila, é aconselhado seu


emprego sempre que o itinerário da escolta prever a saída do perímetro urbano. Quando se
tem apenas uma ambulância ela é de uso exclusivo do OBJETO DA ESCOLTA/VIP. Por
isso, conforme avaliação de riscos, pode ser viável o empenho de duas ambulâncias.

Figura 5 - Posicionamento de Ambulância no comboio de escolta

Fonte: Elaborado pelo autor.

• Cerra-Fila: é o último veículo do comboio e tem a função de impedir a passagem de


veículos não autorizados, conforme mostra a Figura 6. Caso haja algum veículo de
emergência que esteja necessitando ultrapassar o comboio, como por exemplo uma
ambulância prestando socorro, o Cerra-Fila poderá autorizar. Nesse caso, deverá informar a
situação via rede rádio, para que todos tenham conhecimento e o regulador possa adequar
a velocidade do comboio, permitindo que o veículo de emergência faça a ultrapassagem
sem prejudicar a segurança da atividade.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 22 - )

Figura 6 - Cerra-fila

Fonte: Elaborado pelo autor.

A composição da equipe de escolta com todas as funções relatadas assume a seguinte


estrutura:

Figura 7 - Representação do dispositivo de escolta

Fonte: Elaborado pelo autor


Nota: A VP de outro órgão poderá ser suprimida da representação. Ela é utilizada quando a escolta envolve
outros órgãos, como, por exemplo, uma escolta de autoridades estrangeiras, que tem acompanhamento da
Polícia Federal.

Cabe ressaltar que o Oficial Comandante da Escolta poderá adotar uma variação do
dispositivo, em decorrência das características da via e da necessidade de liberação do
trânsito, para que a escolta não pare. Na variação da escolta os alas assumem a função de
batedores, como na Figura 8.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 23 - )

Figura 8 - Representação da variação do dispositivo de escolta

Fonte: Elaborado pelo autor.


Nota: A VP de outro órgão poderá ser suprimida da representação. Ela é utilizada quando a escolta envolve
outros órgãos, como, por exemplo, uma escolta de autoridades estrangeiras, que tem acompanhamento da
Polícia Federal.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 24 - )

3 ASPECTOS GERAIS E PLANEJAMENTO

3.1 Aspectos Gerais

Neste item, serão tratados os aspectos mais comuns em escoltas.

3.1.1 Conhecimento da atividade policial

Conhecer a atividade policial a ser cumprida é condição elementar. O bom desempenho na


realização das escoltas impõe, como condição essencial para a eficiência operacional, os
seguintes aspectos:

a) completo conhecimento da atividade;


b) preparo técnico-profissional;
c) coleta detalhada de informações concernentes ao trabalho a ser executado;
d) análise dos recursos humanos e materiais necessários;
e) conhecimento do terreno;
f) planejamento eficaz.

O primeiro passo para o planejamento é identificar a exata atividade a ser cumprida, ou, em
outras palavras, qual é o “problema” a ser solucionado. Para tal, é importante responder as
seguintes perguntas:

 O que ou quem será escoltado?


 Para onde ele será escoltado?
 Quando será a escolta?
 Quem fará a escolta?
 Como a escolta será feita?

3.1.2 Providências que antecedem as escoltas

A autorização para a realização de escoltas seguirá rito previsto em legislação institucional


própria.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 25 - )

Existem algumas providências básicas que devem ser adotadas preliminarmente, nas
escoltas, como se segue:

a) conferir toda a documentação pertinente à atividade;


b) providenciar os recursos humanos e logísticos;
c) verificar se o efetivo é compatível com a complexidade e o tipo de escolta;
d) ter a qualificação do que ou quem será escoltado;
e) conhecer os antecedentes e o contexto que envolvem o objeto ou pessoa a ser escoltada,
utilizando-se de todas as informações fornecidas pela equipe de Inteligência a respeito da
escolta a ser realizada;
f) avaliar a possibilidade de resgates, roubos ou atentados;
g) providenciar veículo ou viatura reserva para apoio à escolta.
h) definir itinerário principal e alternativo(s).

3.2 Competências para o planejamento

As escoltas policiais devem ser precedidas de planejamento elaborado pela Seção de


Emprego Operacional (P3), de acordo com sua complexidade e tipo, por meio de ordens de
serviço ou outros instrumentos, nos quais estejam presentes todos os aspectos que, direta
ou indiretamente, venham contribuir para o sucesso da operação.

A Seção de Inteligência (P2), correspondente ao nível da P3 envolvida, também deverá


colaborar durante a elaboração do planejamento das escoltas, produzindo conhecimentos
de inteligência oportunos e compartilhando-os para o desenvolvimento da atividade,
conforme necessidade de conhecer.

Quadro 1- Competências para planejamento das escoltas


TIPO
Pessoa
Classificação Bens e Testemunhas Torcidas Delegações
presa ou Dignitários
valores ameaçadas organizadas esportivas
apreendida
GMG / ARIns
Ordinária UEOp CPE / AMTJ / CPE CPE / RPM CPE / RPM
RPM
DOp /
DOp / DInt GMG / DOp / DOp / DInt/ DOp / DInt / DOp / DInt /
Extraordinária CPE /
/RPM ARIns CPE CPE / RPM CPE / RPM
RPM
Fonte: elaborado pelo autor.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 26 - )

3.3 Planejamento do itinerário

Os policiais militares encarregados da escolta deverão conhecer, detalhadamente, os


itinerários a serem utilizados quando da execução da atividade.

O itinerário a ser escolhido, seja o principal ou alternativo, deverá preencher, de modo geral,
alguns requisitos fundamentais:

a) sempre que a situação permitir, deverá ser o mais curto ou de melhor fluidez de tráfego;
b) deverá ser alternado com frequência, a fim de dificultar e neutralizar o planejamento e
eventuais ações de resgate;
c) deve ser evitada a passagem por locais ermos, com características que facilitem
emboscadas ou por aglomerados;
d) dar conhecimento à Seção de Inteligência envolvida, nos casos em que seja necessário
alterar o itinerário inicialmente planejado.

ATENÇÃO! O itinerário a ser utilizado pela escolta será escolhido,


dentre os planejados, momentos antes de sua execução.

3.4 Recursos logísticos

A escolta policial envolve a utilização de recursos como viaturas, armamentos e


equipamentos, devendo estar alinhada com as normas em vigor na Instituição e adequadas
ao fim específico, conforme abordado a seguir.

3.4.1 Meios de transporte

A PMMG utiliza meios de transportes variados, os quais podem ser empregados na


realização de escoltas. São eles: viaturas, veículos descaracterizados, embarcações e
aeronaves. Assim, consoante as circunstâncias da escolta a ser desencadeada, deverá ser
definido o meio que melhor atenda às necessidades.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 27 - )

a) Viaturas e veículos descaracterizados

As viaturas policiais, com ou sem compartimento de segurança, são, de forma geral,


utilizadas nas escoltas de presos, objetos e em apoio a outras escoltas. Já os veículos
descaracterizados são, via de regra, empregados nas escoltas de dignitários.

Nas escoltas de presos, para maior segurança, o transporte deve ser efetuado em viaturas
com compartimento de segurança.

Em geral, serão utilizadas 2 (duas) ou mais viaturas nas escoltas. Caso sejam utilizadas 2
(duas), os escoltados serão transportados na primeira, funcionando a segunda como
segurança. No caso de mais viaturas, a do escoltado ficará o mais centralizada possível em
relação às demais. Se necessário, serão empregados batedores em motocicletas para
auxiliar no deslocamento.

ATENÇÃO! Nas escoltas, é recomendável que se tenha uma viatura


com a função de atuar em situações adversas, como, por exemplo,
atropelamento de transeunte. Tal medida proporcionará, em
situações complexas, que o comboio prossiga na atividade
planejada.

b) Barcos, lanchas e similares

A PMMG executa, diuturnamente, as funções de preservação da ordem pública em matas e


mananciais. No desenvolvimento dessas atividades, podem ocorrer situações que
demandem a condução de pessoas que infringirem a legislação vigente, em especial a
ambiental.

Diante dessa situação, devem ser observados procedimentos básicos de prevenção e


segurança, tais como:

 evitar que o escoltado fique próximo das bordas da embarcação;


 evitar a aproximação de outras embarcações em relação à que está realizando a escolta;
 evitar navegar por cursos d`água muito estreitos ou com profundidade que possa levar a
embarcação a se encalhar;
 levar em consideração a autonomia da embarcação em função do itinerário a percorrer.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 28 - )

c) Aeronaves

Utilizadas geralmente para escoltas de longa distância, ou quando os fatores tempo ou


segurança imponham a necessidade de utilização desse meio.

3.4.2 Armamentos e equipamentos

De acordo com o tipo de escolta, com o número de presos e com os veículos utilizados, é
que se definirá os armamentos e os equipamentos necessários.

Como referencial mínimo, serão exigidos os seguintes armamentos e equipamentos:

a) pistola .40 com 3 (três) carregadores municiados para cada policial militar;
b) 1 (uma) arma portátil, com capacidade máxima de carga, mais 2 (duas) cargas reservas;
c) 1 (um) bastão tonfa ou bastão de madeira para cada policial militar;
d) 1 (uma) algema para cada policial militar;
e) 1 (um) colete à prova de bala para cada envolvido na operação;
f) 1 (um) rádio HT com bateria reserva.

3.5 Medidas de segurança

3.5.1 Na comunicação

Antes de iniciar a escolta, o responsável por ela deverá informar, obrigatoriamente, ao


Centro de Operações Policiais Militares (COPOM) ou correspondente, os dados pessoais do
conduzido e todos os deslocamentos a serem feitos, além de outras observações
pertinentes.

É conveniente que haja um canal específico, na rede de rádio, diverso do operacional, para
as comunicações da equipe de escolta, a fim de favorecer uma maior agilidade nas
comunicações e uma melhor capacidade de coordenação e controle da operação.

Em escoltas mais complexas e de maior risco, incluídas todas as extraordinárias, as


comunicações devem ser feitas a cada 30 (trinta) minutos, informando sobre o
desenvolvimento da atividade, estabelecendo, inclusive, “códigos” para informar as
condições de segurança de todos os envolvidos na operação.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 29 - )

As comunicações na rede-rádio estão sujeitas a interferências ou passíveis de serem


captadas por pessoas estranhas ao serviço, comprometendo a segurança dos envolvidos na
atividade de escolta. Assim, nas escoltas que envolvam riscos mais acentuados, deverá ser
utilizado outro meio mais seguro, como, por exemplo, o aparelho celular.

Nas atividades específicas de escolta, em todos os níveis, o uso de aparelho celular, pelos
policiais militares envolvidos na escolta, deverá limitar-se, estritamente, ao serviço
operacional, salvo em situações adversas, analisadas pelo comandante da operação.

Cuidado maior deve ser observado nas escoltas extraordinárias e, em casos necessários, a
critério do responsável pelo planejamento, poderão ser proibidos o porte e a utilização de
telefones celulares desde a chamada até o término da operação. Tal medida visa à
segurança dos policiais militares e do(s) escoltado(s).

O uso do celular deverá ser feito da forma mais reservada possível, a fim de que o preso
não tenha conhecimento de informações importantes sobre a escolta.

3.5.2 No uso de sirene e luzes

O uso de sirene normalmente chama a atenção e provoca tensão em quase todas as


pessoas que a ouvem. Logo, em razão das circunstâncias em que é utilizada, pode
potencializar o risco de acidentes. Desse modo, deve ser utilizada nos momentos em que
seja efetivamente necessária, seja para garantir a integridade física dos envolvidos ou para
imprimir maior agilidade e segurança nos deslocamentos da escolta.

O “giroflex”, em regra, deverá ser utilizado durante todos os deslocamentos das escoltas, a
fim de facilitar a visualização do comboio.

ATENÇÃO! As viaturas possuem somente “prioridade” de trânsito e


não “preferência ou exclusividade”, devendo a velocidade de
deslocamento ser consoante às normas de trânsito e,
consequentemente, condizentes com a segurança.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 30 - )

3.5.3 Em tentativas de emboscadas

Em caso de atentado ou resgate do escoltado, a equipe da escolta manterá o deslocamento,


procurando um local onde terá condições de se abrigar e defender a integridade física dos
componentes da escolta, inclusive do preso.

O Comandante da escolta ou aquele que primeiro identificar os agressores comunicará ao


COPOM ou correspondente o ocorrido, informando a localização da escolta, o provável
número de agentes agressores, as características dos veículos, o tipo de armamento, além
de informar as baixas porventura ocorridas.

Considerando a possibilidade de que escoltas sejam emboscadas, o condutor da viatura


deverá ser treinado para realizar manobras evasivas, utilizar o veículo como barricada para
defender sua vida ou de terceiros, objetivando retirar a escolta da emboscada, sem ameaçar
a vida de cidadãos.

3.5.4 Durante as paradas

Na execução de escoltas, via de regra, objetiva-se realizar os deslocamentos da maneira


mais ágil possível, assim, as paradas, sejam para alimentação, utilização de sanitários ou
pernoite, tanto de policiais quanto do(s) escoltado(s), em razão do risco que representam,
somente deverão ser efetuadas em viagens longas, com tempo igual ou superior a 2 (duas)
horas.

Devem ser consideradas as condições físicas do escoltado, dentre outros fatores, diante dos
quais o tempo para parada poderá ser reduzido.

Quando necessário, deverá ser previsto reforço policial para as paradas da escolta.

ATENÇÃO! Nas escoltas de dignitários, as paradas, especialmente


para alimentação, serão determinadas pelo escoltado, salvo quando
representarem risco à sua integridade, situações em que a equipe de
escolta deverá apresentar, motivadamente, outra opção ou momento
mais adequado para realizar a parada.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 31 - )

3.5.5 Durante o deslocamento da escolta

Durante o deslocamento da escolta, a faixa da direita será destinada a deslocamentos


rápidos das viaturas 4 (quatro) rodas, que poderão intervir para a liberação de vias e/ou
solução de demandas diversas, o que inclui a contenção de hostilidades à escolta.

A faixa da esquerda, via de regra, deverá ficar livre, para ser utilizada pelos policiais que
exercerem a função de ponta/batedor. O deslocamento do comboio pela faixa da esquerda
deverá ser previamente anunciado na rede rádio por questões de segurança.

A fluidez do comboio está ligada diretamente à atividade dos pontas, que deslocam na
média com velocidade 50% superior à velocidade do comboio, o que exige que o regulador
mantenha contínuo controle da velocidade de deslocamento do comboio de maneira a não
sobrecarregar os pontas.

Quando há a necessidade de mudança de faixa, o regulador informará aos demais por meio
da seta e/ou sinais gestuais, que em ato sequencial será sinalizada pelos demais veículos
do comboio e, por fim, chegará a última viatura anterior ao cerra fila, que mudará da faixa,
dando segurança para que os demais mudem também de faixa de maneira sequencial, dos
últimos para os primeiros.

3.6 Considerações sobre o uso de algemas

Deverão ser observadas as regras de uso de algemas, constantes do MTP 02.

3.7 Busca pessoal

A busca pessoal não se aplica às escoltas de dignitários e de bens e valores, logo, ocorrerá,
basicamente, nas escoltas de presos, apreendidos e de torcidas organizadas.

É importante ressaltar que, conforme avaliação de risco, as testemunhas ameaçadas


também devem ser objeto de busca pessoal, de maneira a garantir a segurança da equipe
envolvida.

O momento da busca pessoal é uma das etapas mais críticas que precedem a escolta.
Obrigatoriamente, deve ser procedida no preso antes do embarque e nas torcidas
organizadas logo na chegada ao ponto de interceptação. Nestes casos, recomenda-se

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 32 - )

adotar algum procedimento de captura de imagens antes dos torcedores desembarcarem


dos veículos em que se encontram, permitindo, com isso, associar a pessoa ao local em que
estava assentada.

A busca pessoal encontra amparo legal, no art. 244 do Código de Processo Penal (CPP),
que a autoriza nos casos de fundada suspeita e de prisão.

Na PMMG, a busca pessoal está disciplinada no MTP 02 e a abordagem a veículos com


características especiais (como ônibus) está disciplinada no MTP 04.

Por ocasião das escoltas de presos, apreendidos ou torcidas organizadas, poderão ser
executadas buscas pessoais conforme se segue:

a) busca ligeira:

A busca ligeira é indicada para escolta de agremiações e situações assemelhadas. Pode


também ser empregada em outros tipos de escolta em que o risco oferecido pelo(s)
escoltado(s) for mínimo.

b) busca minuciosa:

É uma modalidade de busca pessoal, normalmente utilizada durante as abordagens diárias,


em que o policial militar busca objetos, armas que possam vir a gerar danos ao próprio
preso, bem como aos policiais militares.

c) busca completa:

Deverá ser feita em locais apropriados, reservados, em que o policial militar procurará,
armas, drogas, celulares, etc. Será realizada, obrigatoriamente nas escoltas de presos.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 33 - )

4 PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE ESCOLTA

Aqui serão detalhados procedimentos a serem adotados de acordo com os tipos mais
frequentes de escolta que a Polícia Militar realiza.

4.1 Procedimentos para os militares envolvidos na escolta

Cada atividade de escolta envolve riscos e nuances diversas, conforme o caso concreto.
Não obstante, independentemente da situação, alguns procedimentos sempre devem ser
adotados, quais sejam:

4.1.1 Antes da Escolta

Antes de cada atividade de escolta a ser executada, é fundamental que o Comandante da


Escolta reúna todos os integrantes da escolta, para definir estratégias e a função de cada
militar.

Cada policial militar envolvido na atividade de escolta deve deixar em condições de uso todo
o equipamento sob sua responsabilidade, o que inclui as viaturas quatros rodas e seus
armamentos, a motocicleta batedor e os equipamentos de segurança individual.

Os motoristas/pilotos deverão conferir se estão de posse de toda documentação obrigatória.

4.1.2 Durante a Escolta

Durante a escolta, é de suma importância que os militares e viaturas estejam impecáveis em


sua apresentação, pois eles personificam a Instituição e tudo o que ela representa.

O estacionamento das viaturas 04 (quatro) rodas deverá ser feito preferencialmente em 45º,
ou de maneira diversa a ser definida pelo Comandante da Escolta, conforme a melhor
estratégia de segurança.

O estacionamento das motocicletas deverá ser a 45º da guia da calçada, quando se tratar
de poucas motocicletas. Nos demais casos, as motocicletas podem permanecer paradas a
90º da guia da calçada, sendo que o posicionamento pode ser alterado conforme
determinação do Comandante da Escolta, avaliados os riscos.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 34 - )

O espaçamento entre as motocicletas deverá ser tal que permita embarque e desembarque
rápido da equipe sem o risco de queda em cadeia (efeito dominó).

Em algumas situações poderão ocorrer paradas do comboio que, pela sua brevidade ou
pelo grau de segurança exigido, exijam a permanência dos motociclistas em condições de
atuar com rapidez. Nesses casos, os motociclistas não devem desembarcar das
motocicletas.

4.2 Planejamento da escolta

Ao se trabalhar com escoltas, uma máxima sempre deve acompanhar o gestor responsável:
a escolta começa muito antes da sua execução. O sucesso da missão estará diretamente
ligado ao planejamento prévio, que deverá preencher requisitos mínimos.

Os requisitos mínimos devem ser expressamente definidos na Carta de Situação, que é o


documento que condensa todas as informações obtidas e traça a dinâmica da execução de
todas as modalidades de escolta. Os principais elementos que devem estar contidos na
Carta de Situação estão listados a seguir:

4.2.1 Itinerários

Os itinerários devem constar no planejamento da escoltas, considerando no mínimo três


itinerários distintos, definidos como itinerário principal (que se objetiva realizar a escolta);
itinerário secundário (que serve como opção tática caso seja detectado algum incidente no
itinerário principal, destacando que aqui deve-se incluir as possíveis vias de transição entre
esses dois itinerários); e, por fim, o itinerário alternativo (que é recurso estratégico a ser
utilizado em caso de eventos inesperados, ocorridos nos dois primeiros itinerários
planejados). Os elementos balizadores para a seleção dos itinerários serão os fatores
primários: trajeto mais curto, mais rápido ou mais seguro.

4.2.2 Avançado

Momentos antes de iniciar o deslocamento, o comandante da escolta deverá fazer uso do


artifício estratégico de encaminhar uma viatura (preferencialmente de 02 rodas),
preferencialmente descaracterizada, para que realize o itinerário previsto para identificação
de possíveis incidentes que motivem a mudança para o itinerário secundário/alternativo.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 35 - )

4.2.3 Checkpoints

Os Checkpoints são pontos ao longo do itinerário nos quais a posição da escolta deve ser
informada via rede rádio de modo a permitir a coordenação e controle da atividade. Para
manter o sigilo da atividade, esses pontos são transmitidos em forma codificada.

Exemplo: Checkpoint 1 = Avenida Silviano Brandão; Checkpoint 2 = Hotel Ouro Minas;


Checkpoint 3 = Estação Primeiro de Maio

4.2.4 Pontos de Apoio

A atividade policial é sempre dinâmica e sujeita a inúmeras adversidades, em caso extremo


de necessidade do comboio ser interrompido, é necessário que sejam identificados e
relacionados possíveis pontos que servirão para suporte aos militares em eventual
dificuldade. Exemplos desses pontos de apoio são quartéis de polícia, unidades de outras
forças militares (Corpo de Bombeiros Militar e Forças Armadas), delegacias, hospitais, etc.

4.2.5 Pontos Críticos

Durante o planejamento dos itinerários, dar-se-á preferência por vias que propiciem o
preenchimento dos aspectos de segurança e fluidez, contudo, inevitavelmente, não será
possível evitar alguns pontos no trajeto que gerem o risco acentuado ao comboio. É
essencial que esses pontos sejam relacionados e do conhecimento de todos os integrantes
da equipe. São exemplos a presença de viadutos, túneis, passarelas, aglomerados,
ocupações, entre outros.

4.2.6 Condições da via/horário da escolta

Na avaliação dos itinerários devem ser consideradas as condições do calçamento da via,


bem como o fluxo de veículos que nela estará presente durante o horário selecioando para a
atividade.

4.2.7 Condições Climáticas

No decorrer do planejamento da escolta, constitui fator de extrema importância as condições


climáticas presentes no dia da execução da escolta. Um exemplo disso é que a chuva
influenciará diretamente na velocidade do deslocamento do comboio como um todo, além de

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 36 - )

prejudicar a atividade dos pontas/batedores, o que, de maneira geral, aumenta os riscos da


execução da escolta.

4.2.8 Pontos para alimentação e necessidades fisiológicas básicas (NFB)

Algumas escoltas podem demandar horas de deslocamentos, e, nesse caso, deverão


também constar no planejamento locais específicos para realização de alimentação e das
necessidades fisiológicas básicas.

4.2.9 Promoção Sociocultural

No caso do objeto da escolta ser delegação ou dignatário (VIP), o planejamento da escolta


deve levar em conta também – apenas como fator secundário – a escolha de itinerários que
evitem causar má impressão visual.

4.2.10 Tempo

Após a realização da atividade de reconhecimento dos itinerários, que possibilitou elencar


todos os itens supramencionados, antes da execução da escolta todos os trajetos devem
ser refeitos no horário em que se dará a escolta de maneira contínua, para que conste no
planejamento o tempo previsto de deslocamento, considerando a possibilidade do
deslocamento com ou sem pontas/batedores.

4.2.11 Briefing

Antes da execução de qualquer escolta, deverá ser feita uma reunião com todos os
membros envolvidos naquela escolta, onde serão repassadas de maneira pormenorizada
todos os detalhes que envolverão aquela atividade, além de serem apresentadas todas as
informações constantes na Carta de Situação.

4.3 Classificação dos Riscos

O objeto da escolta oferece níveis diferentes de risco quanto a sua origem, divididos em
duas espécies:

35
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 37 - )

4.3.1 Externo

O objeto da escolta não oferece nenhum risco direto aos membros da escolta ou a terceiros,
apenas está sujeito a receber hostilidades.

Exemplos: Escolta de Valores, Delegações e VIP’s.

4.3.2 Misto

Manifesta-se pela união do risco externo e também do risco interno, de modo que o objeto
da escolta oferecerá riscos à equipe de escolta, a terceiros e está sujeito a receber
hostilidades.

Exemplos: Escolta de Presos e de Torcidas Organizadas.

4.4 Avaliação dos Riscos e Providências Prévias

A avaliação de risco é um ponto chave para a definição da necessidade da escolta e das


formas de composição a serem adotadas.

Abaixo estão listados os principais pontos que devem ser considerados para a realização de
uma Avaliação dos Riscos envolvidos em uma escolta:

 obter informações detalhadas para realizar a qualificação do que ou quem será escoltado;

 conhecer os antecedentes e o contexto que envolvem o objeto ou pessoa a ser escoltada,


utilizando-se de todas as informações fornecidas pela Seção de Inteligência envolvida a
respeito da escolta a ser realizada;

 avaliar a possibilidade de resgates, roubos ou atentados;

 definir itinerário principal, secundário e alternativo(s);

Da mesma forma, a seguir estão relacionadas as principais providências prévias a serem


tomadas diante de uma escolta:

 providenciar veículo ou viatura reserva para apoio à escolta;

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 38 - )

 verificar se o efetivo é compatível com a complexidade e o tipo de escolta;

 envolver outros órgãos com base na avaliação de riscos, sempre que necessário;

 acionar apoio de outras Unidades da PMMG, se oportuno (Atividade de Inteligência);

 estabelecer padrões de comunicação em códigos;

 pormenorizar detalhes do risco durante o brieffing com a equipe envolvida.

4.5 Procedimentos em caso de acidentes

4.5.1 Acidentes leves

A decisão do comandante deverá levar em conta:

 o caso de acidentes envolvendo viaturas quatro rodas, será acionada outra viatura do
turno para substituir a viatura acidentada;

 em caos de acidente envolvendo motocicleta, o estado físico e psicológico do motociclista;

 os danos causados à motocicleta, assim como se ela se encontra em condições de


prosseguir na missão;

 efetivo restante na escolta, se por acaso o motociclista acidentado tiver que ser afastado
do restante da missão.

4.5.1 Acidentes considerados graves

Havendo acidente com qualquer dos integrantes do comboio, o primeiro ponta que deparar
com o acidente, deve parar e providenciar as primeiras medidas de socorro à vitima,
isolamento do local e comunicação do fato ao Comandante da Escolta.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 39 - )

O Comandante da Escolta, de forma imediata, deverá adotar as seguintes atitudes:

 acionar resgate;
 informar ao coordenador do turno o fato;
 solicitar apoio de outras viaturas do turno;
 designar outra motocicleta (batedor ou ala) para assumir a função do acidentado;
 determinar para o regulador diminuir a velocidade;
 se a via, devido ao acidente, ficar interditada, lançar mão de outro itinerário.

O comboio não deve parar, e, nesse contexto, o Comandante da escolta deve adotar
medidas que permitam que o comboio continue seguindo até o destino previsto.

Caso o próprio Comandante da escolta se envolva em acidente, o primeiro ponta que


deparar com o acidente presta o primeiro apoio, e o militar imediatamente mais antigo do
comboio assume as funções de comando, adotando as demais providências descritas acima.

4.6 Escolta de pessoa presa/apreendida

Este tipo de atividade compete à Polícia Penal. Não obstante a criação de um órgão com a
competência específica, a PMMG poderá ser acionada para escoltar pessoas presas ou
apreendidas até a presença de autoridade competente.

Para a execução dessa atividade, a guarnição procederá da seguinte forma:

a) preparará e inspecionará todo o armamento e equipamento destinado à realização da


atividade;
b) preparará e inspecionará a viatura destinada ao transporte da guarnição e da pessoa
presa;
c) verificará se a viatura está abastecida e os locais onde poderão abastecer, se for o caso;
d) vistoriará a viatura, especialmente o compartimento onde o escoltado será transportado e
retirará quaisquer objetos com os quais a pessoa presa possa cometer qualquer ato ilícito
ou obter auxílio para tentativas de fuga;
e) manterá, depois de vistoriada, a viatura destinada ao transporte, sob o controle da
guarnição;
f) verificará o trajeto a ser percorrido pela escolta a pé e motorizada, bem como possíveis
alternativas de rotas previstas no planejamento em caso de contratempos.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 40 - )

4.6.1 Recebimento do escoltado pela guarnição

Deverá ser recebido individualmente e os policiais militares procederão da seguinte forma:

a) será procedida à busca e à respectiva imobilização, através do emprego de algemas;


b) deverá ser verificada a identidade do escoltado, conferindo-a com o documento de sua
apresentação ao juízo;
c) será verificado, por meio de inspeção visual e breve entrevista, o estado de saúde do
escoltado, bem como a sua integridade física.

4.6.2 Embarque da pessoa presa

Constitui-se em um momento que requer muito cuidado por parte de todos os policiais
militares envolvidos na escolta, já que se acentuam as possibilidades de fuga ou
arrebatamento do escoltado, o que pode estar relacionado a diversos fatores, tais como:

 ciente de sua condição (preso condenado, reincidente, albergado), poderá planejar fuga;
 existência de um clamor social para linchamento. Nessas situações, será feita a
condução imediata à presença da autoridade competente, minimizando ao máximo o tempo
de permanência do escoltado, próximo dos prováveis agressores;
 a possibilidade iminente de resgate da pessoa presa por parte de outros criminosos.

A seguir serão elencados os principais aspectos a serem considerados para o embarque da


pessoa presa:

a) Algemação

A pessoa presa, ao ser escoltada, deverá ser preferencialmente algemada com as mãos
voltadas para trás, posicionadas de forma que as costas das mãos estejam juntas, ou seja,
não poderá ser capaz de unir as palmas de suas mãos.

Deverão ser utilizadas as algemas existentes na Instituição, observando em todas as


situações, a garantia e preservação da integridade física da pessoa escoltada ou conduzida.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 41 - )

b) Número de policiais militares

Sempre que possível, deverá ser empregado na escolta um número de policiais militares
superior ao número de presos, na proporção de 2 (dois) policiais militares para cada
escoltado.

c) Protocolo para embarque em viatura

A seguir está descrito um protocolo que deve ser seguido para se executar o procedimento
de embarque de pessoas presas:
 o preso deve ser algemado isoladamente, sendo proibido algemá-lo em peças ou
equipamentos da viatura;
 deverão ser observadas as considerações sobre o uso de algema e os tipos de viaturas;
 somente após a conclusão da ação anterior e, da certeza das condições reais do preso, é
que deve ser iniciado seu embarque na viatura;
 o preso não será transportado no porta-malas. Essa conduta caracteriza abuso de
autoridade;
 ao aproximarem-se da viatura, depois de inspecionada, os policiais militares iniciarão o
deslocamento da pessoa presa, já submetida à busca pessoal;
 do local onde ocorrer a algemação até a viatura, o preso deverá ser conduzido seguro,
por um dos policiais militares;
 o policial militar que realiza a escolta somente soltará o escoltado após este ter sido
colocado dentro da viatura.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 42 - )

Figura 9 - Sequência de procedimentos para o embarque da pessoa presa

Fonte: Elaborado pelo autor.

ATENÇÃO! Os policiais militares não deverão ficar de costas para o escoltado,


devendo posicionarem-se em local que lhes permitam manter atenção difusa.

 nas viaturas com compartimento de segurança, a pessoa presa será embarcada com as
costas voltadas para a lateral da viatura. Caso exista mais de 1 (um) escoltado, eles serão
posicionados um de frente para o outro.

Figura 10 - Posicionamento de 2 (dois) presos dentro do compartimento de segurança

Fonte: Elaborado pelo autor.

LEMBRE-SE: a escolta de pessoa presa não pode ser realizada por


apenas 1 (um) policial militar.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 43 - )

A condução ou escolta de presos ou apreendidos em viaturas sem compartimento de


segurança só será realizada após criteriosa avaliação de risco feita pelos policiais militares
envolvidos.

Caso visualizem a necessidade, eles deverão acionar apoio de viatura com compartimento
de segurança, observando-se as orientações da alínea posterior.

 posicionamento de 1 (uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de


segurança composta por 2 (dois) policiais militares: o escoltado será conduzido no
banco traseiro, algemado com as mãos para trás e seguro pelo cinto de segurança, sentado
do lado contrário ao do motorista, estando as portas traseiras travadas e os vidros fechados.

O encosto do banco dianteiro direito da viatura (assento do Comandante) será ajustado de


forma a impedir a mobilidade dos membros inferiores do preso.

É importante ressaltar que enquanto um dos policiais militares ao passar o cinto de


segurança sobre tórax do preso, o outro policial posicionado no lado contrário, auxilia no
engate da presilha do cinto.

42
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 44 - )

Figura 11 - Sequência de ações para embarque de preso em viatura sem compartimento de


segurança

Fonte: Elaborado pelo autor.

 posicionamento de 1 (uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de


segurança composta por 3 (três) policiais militares: o escoltado será conduzido no
banco traseiro, algemado com as mãos para trás e seguro pelo cinto de segurança, sentado
do lado contrário ao do motorista, estando a porta traseira do lado da pessoa presa travada
e o vidro fechado, e a do lado do policial militar, destravada.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 45 - )

Figura 12 - Posicionamento de 1(uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de


segurança composta por 3 (três) policiais militares

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os procedimentos para colocação do cinto de segurança e ajuste do encosto do assento do


banco dianteiro direito são os mesmos para o embarque de 1(uma) pessoa presa, em
viatura composta por 2 (dois) policiais militares.

 posicionamento de 1 (uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de


segurança composta por 4 (quatro) policiais militares: o escoltado será conduzido, no
meio do banco de trás, devendo estar, além de algemado, com as mãos para trás, seguro
pelo cinto de segurança. As duas portas deverão estar destravadas.

Figura 13 - Posicionamento de 1(uma) pessoa presa, em viatura sem compartimento de


segurança composta por 4 (quatro) policiais militares

Fonte: Elaborado pelo autor.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 46 - )

ATENÇÃO! A realização de escoltas de 2(duas) ou mais pessoas


presas em viaturas sem compartimento de segurança é
desaconselhável.

d) Aspectos relevantes para escolta em barcos, lanchas e similares

Devem ser observados os procedimentos descritos no protocolo de embarque de presos em


viaturas com as devidas adaptações.

Em embarcações náuticas, para fins de escoltas, deverão sempre ser observadas as


condições de segurança da embarcação, a capacidade e o tamanho, devendo conter
equipamentos de emergência, tais como coletes salva-vidas, kit de primeiros socorros,
lanternas, rádios comunicadores portáteis ou fixos, GPS, telefones portáteis e, em outra
embarcação que seguirá na escolta, uma equipe de no mínimo 2 (dois) policiais militares,
além do condutor.

Em decorrência das peculiaridades deste tipo de escolta, realizado prioritariamente por


policiais militares de unidades ou grupos especializados, tais como Polícia de Meio
Ambiente e Comando de Operações em Mananciais e Áreas de Florestas (COMAF),
recomenda-se que sejam observadas as orientações constantes no Manual Técnico-
Profissional de Meio Ambiente (MTP 08).

e) Aspectos relevantes para escolta em aeronaves

A escolta em aeronaves de pessoas presas não é uma prática comum por parte da PMMG,
porém, não se pode descartar essa possibilidade tanto em voos comerciais, quanto em
aeronaves militares.

Na escolta de presos em aeronaves também devem ser observados os procedimentos


descritos no protocolo de embarque de presos em viaturas com as devidas adaptações.

A Resolução nº 461/18 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) disciplina o porte de


armas em aeronaves civis, preceituando o seguinte:

Art. 3º O embarque de passageiro portando arma de fogo a bordo de aeronaves


deve se restringir aos agentes públicos que, cumulativamente, possuam porte de
arma por razão de ofício e necessitem comprovadamente ter acesso a arma no
período compreendido entre o momento do ingresso na sala de embarque no
aeródromo de origem e a chegada à área de desembarque no aeródromo de destino.
[...]

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 47 - )

Sendo assim, o porte de arma de fogo a bordo de aeronaves civis, quando da escolta de
presos, deve ser avaliado conforme a situação de periculosidade.

Nessas situações, os policiais militares encarregados da escolta conduzirão a pessoa presa


algemada, com discrição, e farão contato com a Polícia Federal para cientificá-la da escolta
e recolher a documentação que autoriza o embarque nessas condições.

O comandante da escolta, ao chegar ao local onde a aeronave se encontra, deverá efetuar


contato com seu comandante, cientificando-o da escolta que está sendo realizada.

Nessas aeronaves, deve ser transportado 1 (um) preso ou apreendido por voo e deve ser
acompanhado por, no mínimo, 2 (dois) policiais militares, com apresentação de documento
formal para o transporte.

A condução de pessoas presas junto de civis deve ser bastante criteriosa e discreta. Para
tanto, o escoltado deverá ser embarcado antes dos passageiros, e desembarcado
posteriormente, sendo alimentado e atendido em suas necessidades fisiológicas no
aeroporto, antes do embarque, e isolado de contato com os demais passageiros.

No ato do embarque, os policiais militares da escolta deverão efetuar revista nos bancos dos
passageiros e no piso da aeronave, especialmente na proximidades dos assentos que serão
ocupados pela equipe e pelo escoltado.

Nos voos longos ou em situações extraordinárias, caso seja necessário o uso de banheiro, o
escoltado deverá ser acompanhado por 2 (dois) policiais militares, sendo que um fará o
isolamento do corredor, a fim de não expor a pessoa presa, uma vez que esta fará suas
necessidades com a porta entreaberta, sendo acompanhada de perto por outro policial
militar.

 A bordo de aeronaves militares

Ver Manual Técnico-Profissional de Radiopatrulhamento Aéreo (MTP 07)

4.6.3 Transporte de pessoas presas

O comandante da escolta é o responsável pelo transporte (deslocamento) da pessoa presa,


devendo primar pela segurança de todos os envolvidos. Apesar disso, a equipe de policiais

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 48 - )

militares que compõem o grupo são corresponsáveis pela custódia do escoltado e, para que
cheguem ao local de destino em segurança, deverão observar os seguintes aspectos:

 o transporte deve ser feito, no mínimo, por 2 (duas) viaturas;


 quando a escolta for de pessoa presa do sexo feminino, é necessária a presença de
policial militar feminina na equipe de policiais empregada na missão;
 utilizar o itinerário previamente planejamento, considerando outras alternativas de rota a
serem utilizadas quando necessário;
 montar o comboio, de forma que a viatura que faz a escolta fique a uma distância de
segurança, estando todos os policiais militares atentos ao deslocamento e preparados para
qualquer eventualidade;
 ligar dispositivos luminosos do veículo, e os sonoros sempre que necessário, a fim de
que as viaturas tenham prioridade de passagem;
 em situações de normalidade, manter velocidade compatível com o tipo de via durante o
deslocamento;
 preferencialmente o comboio não deve parar, pois a parada expõe a escolta a riscos
(ameaças);
 quando houver lombadas ou depressões, a velocidade deverá ser compatível com a
transposição desse tipo de obstáculo;
 por questões de segurança o deslocamento deverá ser feito, prioritariamente, na faixa da
esquerda, que confere maior agilidade no deslocamento;
 em cruzamentos ou semáforos, a atenção deverá ser redobrada, tendo em vista haver
maiores possibilidades de ocorrerem acidentes e interceptações nesses locais;
 manter a formação em comboio até a chegada ao destino. Caso haja viatura de apoio,
ela deverá sempre acompanhar o comboio.

Essas determinantes requerem uma ação que vise à preservação da segurança e da


integridade física de todos os envolvidos numa escolta ou condução.

Durante o deslocamento são possíveis paradas para alimentação, uso de sanitários e/ou
pernoite.

a) Parada para alimentação

Em se tratando de escoltas de pessoas presas, por decisão judicial, quando da realização


de paradas para alimentação, deverão ser adotadas medidas de segurança, como por

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 49 - )

exemplo guardar o perímetro, estacionar os veículos em locais bem iluminados, discretos,


mas não ermos, e que possibilitem saída rápida.

Os policiais militares deverão desembarcar com a atenção voltada para todas as direções.

Para a alimentação dos escoltados, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

 abrir o compartimento de segurança da viatura;


 sem desembarcar o escoltado, retirar as algemas;
 entregar o alimento em recipiente de plástico ou similar, permitindo apenas o uso de
talheres descartáveis;
 o período para alimentação não deve ultrapassar, salvo casos justificáveis, 15 (quinze)
minutos e o escoltado deve permanecer sob constante vigilância dos policiais militares.

ATENÇÃO! Durante as paradas, os escoltados não devem ter contato com


nenhuma outra pessoa, civil ou militar, diversa da equipe de escolta.

Os procedimentos descritos somente deverão ocorrer com a viatura estacionada e para fins
de alimentação.

Após a alimentação, deve-se aproveitar a parada para que a pessoa presa utilize o sanitário,
adotando-se para isso as medidas de segurança cabíveis, de acordo com o previsto na
alínea “b” deste subitem. Em seguida, algemá-lo e seguir viagem.

Os policiais militares não deverão permitir que o escoltado entre em restaurantes ou


similares, a fim de evitar fuga ou resgate.

Nos casos de escoltas de pessoas presas, os policiais militares poderão fazer a alimentação
em restaurantes ou similares, observadas as particularidades de segurança do local, desde
que permaneçam na vigilância, no mínimo, a metade do efetivo empregado e que os
escoltados estejam algemados e no compartimento de segurança.

b) Parada para o uso de sanitários

O uso de instalações sanitárias pelo(s) escoltado(s) deve ser autorizado pelo comandante
da escolta. A não permissão, sem motivo justificável, é ilegal e constitui abuso de autoridade.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 50 - )

Todos os sanitários a serem utilizados pela pessoa presa deverão ser minuciosamente
revistados, antes e depois da utilização, tomando-se, ainda, as seguintes precauções:

 evitar sanitários que tenham mais de uma porta ou janelas que propiciem a fuga do preso;
 não sendo possível atender ao item anterior, devem ser posicionados policiais militares
em todos os pontos vulneráveis observados;
 impossibilitar o acesso do escoltado a objetos que possam ser utilizados como arma e a
meios de comunicação;
 a pessoa presa será desembarcada, devidamente algemada, e levada até a porta da
instalação sanitária;
 se houver outras pessoas utilizando os sanitários, deve-se aguardar que saiam e não
autorizar a entrada de outras pessoas, por medida de segurança;
 a escolta aguardará o escoltado à porta, mantendo-a sempre entreaberta, com os
devidos cuidados para que não se feche, a fim de monitorar o que está se passando lá
dentro;
 2 (dois) policiais militares adentrarão o sanitário com o escoltado e próximo do local onde
for realizar suas necessidades fisiológicas, serão retiradas as algemas. Ao final das
necessidades fisiológicas a pessoa presa será imediatamente algemada, com as mãos para
trás e reconduzida para a viatura;
 verificando-se o grau de risco oferecido pelo escoltado (periculosidade, porte físico,
habilidade com artes marciais, etc.), um maior número de policiais militares deverá ser
mantido à porta do sanitário, inclusive, portando armamento de menor potencial ofensivo.
Essa conduta visa inibir qualquer tentativa de reação, devido à supremacia de força
demonstrada;
 no caso de grupo de escoltados, conduzi-los individualmente ao sanitário;
 quando a pessoa presa for do sexo feminino, deverão ser observadas as medidas de
segurança já citadas, porém, uma policial militar feminina deverá ficar à porta do sanitário,
mantendo-a entreaberta, com o apoio de outros policiais militares próximos;
 atenção especial deverá ser dada aos escoltados que pedem para ir constantemente ao
sanitário, já que podem estar na expectativa de uma oportunidade de fuga. Caso necessário,
restringir a ida ao sanitário;
 nas escoltas, com duração inferior a 2 (duas) horas, devem-se evitar paradas para utilizar
o sanitário;
 para maior segurança, tanto dos policiais militares quanto dos escoltados, esses últimos
devem ser incentivados a utilizar o sanitário pouco antes do início da viagem, como forma
de evitar ou reduzir a necessidade de sua utilização no percurso.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 51 - )

c) Paradas para pernoite

Os policiais militares da escolta devem observar, a todo momento, os procedimentos


necessários para preservar a segurança da operação, e ser planejada para respeitar as
limitações físicas de uma pessoa medianamente condicionada, prevendo, quando
efetivamente necessário, paradas para pernoite.

Caso haja necessidade de pernoitar, a parada deverá ocorrer em locais onde exista
estabelecimento prisional. A pessoa presa deverá ser apresentada ao estabelecimento local,
onde será, mediante contato prévio, recolhido à cela para maior segurança.

Quando o pernoite já for programado, deverá ser previsto no planejamento o local a ser
utilizado, com comunicação e autorização pré-estabelecidas.

É conveniente que os envolvidos na escolta se revezem, com exceção do motorista,


reforçando a guarda já existente. Inexistindo cadeia ou estabelecimento congênere, a
própria escolta manterá guarda sobre a pessoa presa, durante toda a noite,
ininterruptamente.

ATENÇÃO! As paradas para pernoite devem ser tratadas como


exceção, ocorrendo apenas nos casos estritamente necessários.

4.6.4 Desembarque da pessoa presa

Quando da chegada ao destino, o comandante da escolta deverá cercar-se de toda a


segurança possível, avaliando o local e posicionando os policiais militares, de maneira a
aumentar a segurança da operação. Esse tipo de procedimento considerará a quantidade de
policiais militares envolvidos na atividade, tendo como base 2 (dois) policiais para cada
escoltado. Caso seja necessário, deverá ser solicitado reforço visando minimizar os riscos
da atividade.

Na chegada ao local de destino, o responsável pela escolta e os demais policiais militares


envolvidos na operação deverão observar os seguintes aspectos:
 avaliação do local antes do desembarque;
 parar a viatura em local seguro e que favoreça saídas emergenciais;
 antes da chegada ao local, cada policial militar integrante da escolta deverá estar
preparado mentalmente para executar as tarefas que lhe cabem;

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 52 - )

 chegando ao local de destino, observar os arredores, no intuito de verificar se não há


indivíduos ou veículos em situação suspeita. Caso haja, solicitar uma viatura para
abordagem;
 se existir suspeita sobre as condições dos locais no ponto de desembarque, quando
possível e necessário, deverá ser procedida a abordagem a pessoas e veículos. Essa
abordagem será realizada pela viatura de apoio, quando houver, ou pela viatura da Unidade
de Execução Operacional (UEOp), cujo apoio deve ser solicitado;
 a viatura permanecerá estacionada, de forma que possa deixar o local rapidamente, se
necessário;
 antes do desembarque, a guarnição se posicionará de maneira segura, estando, sempre
que possível, coberta, abrigada e preparada para responder a situações adversas;
 assim que a viatura estiver posicionada, o compartimento de segurança deverá ser
aberto;
 desembarcar 1 (um) escoltado por vez, devidamente algemado e mantendo entre cada
um uma distância de segurança de, no mínimo, 1(um) metro.

Figura 14 - Posicionamento dos policiais militares durante o desembarque de presos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Durante o desembarque a guarnição posicionará da seguinte forma:

 um dos policiais militares deverá manter contato físico constante com o escoltado,
segurando-o e observando as técnicas de Defesa Pessoal Policial, enquanto que aos outros
cabem a proteção do perímetro, de acordo com o efetivo;

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 53 - )

 se houver 3 (três) policiais militares e 1 (um) escoltado, um policial militar conduzirá a


pessoa presa, mantendo-a do lado contrário à sua arma, enquanto o segundo policial militar
se posicionará à retaguarda e do lado oposto ao primeiro. Já o terceiro policial militar, ficará
à frente, a uma distância de dois passos;

Figura 15 - Posicionamento dos policiais militares durante o desembarque com 3 (três)


policiais

Fonte: Elaborado pelo autor.

 se houver apenas 1(um) preso e 2(dois) policiais militares, o da frente será suprimido.

4.6.5 Entrega da pessoa presa

Os integrantes da escolta deverão identificar, por meio de conferência da documentação


funcional, a competência da pessoa que assumirá a custódia do escoltado.

Atenção especial será dada aos locais onde existam pessoas presas que gozem de regimes
prisionais com certa liberdade, pois poderão ser confundidos com os funcionários, o que
colocará em risco os integrantes da escolta.

No momento da entrega da pessoa presa pela equipe de escolta, deverá ser feita, mais uma
vez, a busca pessoal e a checagem dos dados através da identificação, quando então serão
retiradas as algemas e o escoltado será repassado à equipe responsável pelo recebimento.

Ficará a cargo da equipe de escolta, conduzi-lo, ainda algemado, até o local destinado pela
autoridade.

A autoridade deverá ser informada acerca do histórico do escoltado, bem como ser
assessorada no sentido de não determinar a retirada das algemas da pessoa presa.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 54 - )

O policial militar estará atento, não somente ao escoltado, mas também a populares que ali
se encontrem, por qualquer motivo, acompanhando a audiência.

Os policiais militares manterão postura e atitude marcial, deixando claro que estão
preparados e bem condicionados para a atividade.

Enquanto aguarda para ser levado à sala de audiência, o escoltado só poderá manter
contato com as pessoas autorizadas pelo juiz, o que acontecerá, em regra, sob atenta
vigilância da equipe de escolta. Nos casos em que, por determinação judicial, o contato se
der reservadamente, tão logo volte a ter acesso à pessoa presa, a equipe de escolta deverá
realizar nova busca pessoal.

4.6.6 Escolta de pessoas presas a nosocômios4

Esse tipo de escolta, atualmente, é realizado pelos integrantes da Polícia Penal, porém é
comum integrantes da PMMG, especialmente no interior do Estado, se verem em situações
em que o preso ou apreendido é conduzido para um nosocômio e mantido sob a escolta de
policiais militares até a chegada dos responsáveis por tal atividade.

Para o cumprimento dessa missão, o policial militar deverá cercar-se de alguns cuidados,
visando a sua segurança e a integridade física dos envolvidos, a saber:

 os escoltados portadores de deficiência física ou com doenças infectocontagiosas


deverão ser levados, preferencialmente, em veículos apropriados e acompanhados por um
médico ou enfermeiro;
 atentar para os procedimentos de segurança no deslocamento, no desembarque, na
permanência e apresentação no local onde será prestado o atendimento médico;
 os policiais militares envolvidos diretamente na condução da pessoa presa portadora de
doença infectocontagiosa devem observar a necessidade de utilização de equipamentos de
proteção individual (luvas, máscaras, etc);
 não permitir contatos ou aproximação de terceiros com a pessoa presa;
 um dos policiais militares deverá acompanhar a consulta, outro policial militar ficará junto
à porta do recinto onde o escoltado está sendo atendido, enquanto outros fazem a
segurança nos arredores, de acordo com as características do local;

4 Nosocômio: hospitais e similares.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 55 - )

 orientar o corpo clínico quanto às ações policiais de segurança a serem desenvolvidas,


devido ao grau de risco do escoltado e à possibilidade de resgate;
 o escoltado permanecerá com as duas mãos algemadas, exceto em casos de extrema
necessidade e por orientação médica. Caso seja necessária a retirada da algema, o policial
militar deverá manter um dos braços da pessoa presa algemado à maca ou cama. Em
último caso, deverá ser aumentado o número de policiais militares no recinto, quando
ocuparão pontos vulneráveis, tais como janelas, portas, rotas de fuga e outros;
 a escolta deve acompanhar a pessoa presa em todos os deslocamentos nas
dependências do hospital;
 quando houver mais de 1 (uma) pessoa a ser escoltada, deverão ser adotadas medidas
de segurança que minimizem a possibilidade de reação ou tentativa de fuga;
 nos casos de internações, o escoltado permanecerá sob a custódia da Polícia Civil,
Federal ou da Polícia Penal, de acordo com o estabelecimento em que estiver recolhido,
solicitando um recibo que comprove a entrega;

ATENÇÃO! A responsabilidade pela tutela do preso, até a passagem formal


para outra autoridade competente (Polícia Civil, Federal ou Polícia Penal), é
da equipe de escolta, portanto, não pode recair sobre o médico ou a
administração do nosocômio.

4.6.7 Escolta de policial militar preso

Esse tipo de escolta ocorre mediante requisição da autoridade competente, destinada ao


Comandante da Unidade responsável pela custódia do policial militar preso.

Nesse caso, os procedimentos a seguir deverão ser observados pelo comandante da


atividade, de modo a cumprir corretamente o determinado:

 o responsável pela escolta deverá apanhar a Ordem de Serviço relativa à operação, na


qual deverão constar todas as informações necessárias ao cumprimento da missão;
 será feita a busca no escoltado, nos moldes previstos no MTP 02;
 avaliar, por meio de inspeção visual e breve entrevista, o estado de saúde do escoltado,
bem como a sua integridade física;
 avaliar a necessidade de algemação e condução do militar preso no compartimento de
segurança, observando-se os procedimentos descritos no MTP 02.
 após o encerramento do fato que ensejou a requisição, o escoltado deverá ser
reconduzido à Unidade onde se encontra encarcerado;

54
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 56 - )

 o comandante da guarnição deverá fazer um REDS ou BO direcionado ao comandante


da Unidade onde o escoltado está encarcerado, constando o cumprimento da missão, e se
houve ou não alguma alteração, anexando a Ordem de Serviço.

4.7 Escolta de bens e valores

As escoltas de bens e valores serão realizadas pela Polícia Militar mediante convênios.

O transporte de numerários (dinheiro), em regra, compete às empresas de segurança


privadas, contudo, constantemente tais empresas solicitam apoio da Polícia Militar. Nesses
casos, a solicitação deverá ser encaminhada, diretamente pela solicitante, ao Comandante-
Geral da PMMG.

Após a solicitação, se autorizada, a Unidade que receber a incumbência da escolta deve


observar os mesmos procedimentos adotados no planejamento das demais escoltas,
conforme descrito anteriormente.

Influirá, decisivamente no planejamento o valor a ser transportado, bem como o número de


veículos a serem utilizados no transporte.

Em regra, no planejamento desse tipo de escolta deve ser contemplada a disponibilização


de um veículo de apoio, composto por no mínimo 2 (dois) representantes da empresa
solicitante, para atender a possíveis demandas durante a escolta.

As escoltas de bens e valores devem primar pela agilidade. Nesse sentido, deve-se evitar a
realização de paradas durante o deslocamento e, nos casos de trechos demasiadamente
longos, deve-se priorizar a utilização de aeronaves.

Nas escoltas terrestres, caso ocorra uma parada por defeito mecânico em algum dos carros-
fortes envolvidos, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:
 parar todo o comboio e estabelecer perímetro de segurança, com o mínimo possível de
impacto no tráfego, com os policiais militares mantendo-se em estado de alerta (laranja), ou
superior, de acordo com as circunstâncias;
 manter comunicação visual entre todos os veículos envolvidos;
 cientificar o COPOM ou correspondente acerca do ocorrido e, sendo necessário, solicitar
cobertura por parte de viaturas da área;

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 57 - )

 repassar os bens ou valores do carro-forte danificado para o outro que estiver compondo
o comboio;
 acionar reboque para remoção do veículo;
 deixar um representante da empresa solicitante no local, juntamente com o veículo
danificado;
 prosseguir com o comboio.

Para a realização da escolta de valores, deverá ser observado, minimamente, o seguinte


dispositivo operacional:

a) Para 2 (dois) carros-fortes

Serão utilizadas 2 (duas) viaturas operacionais tipo Utilitário/Caminhonete com a


composição mínima de 4 (quatro) policiais militares em cada uma, devidamente armados e
equipados com apetrechos necessários ao cumprimento da atividade.

As viaturas deverão ser posicionadas uma à frente do comboio e outra a sua retaguarda.
Deverá existir, ainda, no mínimo, 6 (seis) motociclistas, para atuarem como balizadores, os
quais terão a missão de evitar flutuações no comboio, dar maior fluidez nos deslocamentos
e evitar ou retirar veículos particulares que venham a se integrar ao comboio, inclusive,
conforme a necessidade, proporcionar o trânsito livre durante o deslocamento.

b) Para 3 (três) carros-fortes

Serão utilizadas 3 (três) viaturas operacionais tipo Utilitário/Caminhonete com a composição


mínima, de 4 (quatro) policiais militares em cada uma, devidamente armados e equipados
com apetrechos necessários ao cumprimento da atividade.

As viaturas deverão ser posicionadas uma à frente, uma à retaguarda e a terceira na lateral
do comboio, nas vias que assim o permitam, sendo que essa última percorre todo o comboio,
evitando infiltração de veículos particulares. Também serão utilizadas, no mínimo, 6 (seis)
motociclistas para atuarem como balizadores, os quais terão a missão de evitar flutuações
no comboio, dar maior fluidez nos deslocamentos e evitar ou retirar veículos particulares que
venham a se integrar ao comboio, inclusive, conforme a necessidade, proporcionar o
trânsito livre durante o deslocamento.

56
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 58 - )

c) Para 4 (quatro) carros-fortes

Serão utilizadas 4 (quatro) viaturas operacionais tipo Utilitário/Caminhonete com a


composição mínima, de 4 (quatro) policiais militares em cada uma, devidamente armados e
equipados com apetrechos necessários ao cumprimento da atividade.

As viaturas se posicionarão 1 (uma) à frente; 1 (uma) entre o terceiro e o quarto carro-forte;


1 (uma) à retaguarda e a outra na lateral do comboio, nas vias que assim o permitam,
percorrendo todo o comboio e evitando infiltração de veículos particulares. Também serão
utilizados, no mínimo, 8 (oito) motociclistas, para atuarem como batedores, os quais terão a
missão de evitar flutuações no comboio, dar maior fluidez nos deslocamentos e evitar ou
retirar veículos particulares que venham a se integrar ao comboio, inclusive, conforme a
necessidade, proporcionar o trânsito livre durante o deslocamento.

d) Caminhões de transportes de valores

Em regra, quando as empresas de transportes de valores ultrapassam um dado valor a ser


escoltado, deixam de fazê-lo em carros-fortes, e utilizam caminhões, geralmente 1 (um) ou 2
(dois).

Nesse sentido, é necessário por parte da PMMG, quando solicitada para apoiar esse tipo de
escolta, após a devida aprovação, utilizar-se de estrutura compatível com a atividade a ser
realizada, conforme se segue (referencial mínimo):

 1 (um) helicóptero, sempre que possível, com a função de antecipar situações adversas
(bloqueios ou retenções de trânsito no itinerário, aproximação de veículos ou pessoas
suspeitas, etc);

 3 (três) viaturas operacionais tipo Utilitário/Caminhonete com 4 (quatro) policiais militares


em cada uma, devidamente armados e equipados com apetrechos necessários ao
cumprimento da atividade;

 no mínimo 6 (seis) motociclistas, para atuarem como batedores, os quais terão a missão
de evitar flutuações no comboio, dar maior fluidez nos deslocamentos e evitar ou retirar
veículos particulares que venham a se integrar ao comboio, inclusive, conforme a
necessidade, proporcionar o trânsito livre durante o deslocamento.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 59 - )

As viaturas se posicionarão 1(uma) à frente; 1(uma) à retaguarda e a outra na lateral do


comboio, nas vias que assim o permitam, percorrendo todo o comboio e evitando infiltração
de veículos particulares.

4.8 Escolta de dignitários

Normalmente, os dignitários já dispõem de uma equipe de segurança própria, porém, a


Polícia Militar pode ser acionada para apoiar a operação.

As escoltas de dignitários que efetivamente competem à PMMG, como, por exemplo, do


Governador, Vice-governador, Presidente do Tribunal de Justiça e outras autoridades
específicas, competem ao GMG, à ARIns e à AMTJ, sendo realizadas por policiais militares
com treinamento especial.

As escoltas de dignitários a serem abordadas neste MTP estarão voltadas para as


atividades de apoio aos integrantes da escolta pessoal da autoridade.

Antes da realização da missão, os responsáveis pelo planejamento da escolta deverão


levantar por meio do Serviço de Inteligência das partes envolvidas as informações
necessárias para o bom andamento da operação, devendo repassá-las à equipe
responsável pela escolta, tais como:

 itinerário a ser percorrido (a pé ou motorizado) e suas características;


 características e contexto da missão a ser executada;
 pessoas e organizações envolvidas;
 quantidade e o tipo de público esperado;
 riscos previstos;
 outras informações relevantes.

Com base nas informações, o comandante da escolta estabelecerá o perímetro de


segurança em três níveis:

a) Perímetro 1 (cor verde)

Refere-se a um raio de segurança mais distante do local do evento no qual participará a


autoridade escoltada, situado há aproximadamente 200 (duzentos) metros em relação ao
escoltado, considerando-o em um ponto central.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 60 - )

O fato de tratar-se de uma área mais tranquila e distante, não quer dizer que a segurança
deve ser desprezada.

O local deverá estar policiado ostensivamente, levando-se em consideração os pontos


importantes e a participação de pessoal velado e da área de inteligência.

Não haverá o cerceamento da livre circulação de pessoas por este perímetro.

Qualquer atividade suspeita deverá ser repassada, imediatamente, ao comandante da


escolta.

b) Perímetro 2 (cor amarela)

Refere-se a um raio de segurança definido entre 100 (cem) e 150 (cento e cinquenta)
metros, tendo como ponto central o local onde se encontra o dignitário.

Nesse perímetro, deverão ser instaladas barreiras, pois elas permitem a condução de
pessoas para a passagem em locais previamente estabelecidos, além de facilitar a
visualização de atitudes suspeitas.

Apenas veículos previamente cadastrados e credenciados circulam nesse espaço.


Quando se tratar de veículos de emergência, o responsável pelo setor de triagem deverá
certificar-se da procedência da solicitação, além de checar os dados dos integrantes e
realizar a busca no veículo.

Apesar da checagem rápida nos postos de triagem, nesse perímetro existirão grupos de
policiais militares para pronto emprego, devidamente distribuídos, levando-se em
consideração as áreas e os pontos vulneráveis.

Os policiais militares envolvidos na escolta deverão estar atentos a todos os movimentos


suspeitos e prontos para acionarem os meios necessários para atuar diante de qualquer fato
que venha a atentar contra o dignitário.

Toda e qualquer alteração deverá ser repassada imediatamente ao comandante da escolta.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 61 - )

c) Perímetro 3 (cor vermelha)

Refere-se a um raio de segurança que terá, no máximo, 50 (cinquenta) metros, a partir do


dignitário.

Dentro dessa área, permanecerão somente pessoas previamente cadastradas, se o evento


permitir. Mesmo autorizadas, serão monitoradas a todo momento por policiais militares
fardados e à paisana. Esse tipo de público, inicialmente, pode não gerar perigo ao bom
andamento do serviço, porém, a atenção deve ser permanente, não devendo ocorrer
distração por parte do pessoal empregado.

Quanto aos veículos, nesse perímetro, somente permanecerão viaturas policiais-militares e


aqueles destinados a atenderem a autoridade.

Caso não seja permitido o cadastramento das pessoas, a equipe deverá estabelecer uma
segunda barreira de controle na qual, caso necessário, o cidadão em atitude suspeita seja
abordado e conduzido para um setor de triagem, onde se procederá a busca pessoal, a
verificação dos seus dados e se possui antecedentes criminais.

O policiamento empregado no isolamento deverá se manter com as atenções voltadas para


o público e, periodicamente, cada policial militar fará uma varredura visual nos arredores,
não deixando seu posto sem a devida autorização, salvo casos urgentes, nos quais deverá
comunicar, imediatamente a necessidade de saída ao comandante da operação. Nesse
momento, o policial militar deverá usar o seu tirocínio e observar se é interessante atuar,
saindo do seu posto, ou comunicar o fato motivador ao seu comandante direto.

Ocorrendo aproximação do público com a autoridade, é extremamente importante que os


policiais militares se integrem à massa para observar mais de perto alguma atividade
suspeita. Deverá ser dada importância a pessoas que se postem em locais e distâncias que
favoreçam um possível ataque.

Os policiais militares serão distribuídos ao longo da via e em pontos vulneráveis.

Quando necessário, atiradores de elite, devidamente preparados, posicionar-se-ão em


locais previamente analisados, em companhia de observadores, com uso de equipamentos
que ampliem o campo e o alcance da visão (binóculo e outros).

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 62 - )

ATENÇÃO! Os padrões aqui estabelecidos poderão sofrer alterações em


face do tipo de evento a ser realizado. As adaptações ficarão a cargo do
responsável pelo planejamento e do comandante da escolta.

4.9 Escolta de torcidas organizadas

Para a realização de tal atividade, é necessário que alguns procedimentos sejam adotados e
que haja envolvimento dos integrantes do Estado-Maior da Unidade, durante o planejamento.

É importante obter informações quanto a:

 identificação do meio de transporte que a torcida utilizará;


 local onde se dará a interceptação;
 horário de saída da torcida organizada da origem;
 previsão de chegada ao ponto de interceptação;
 providências que serão adotadas no local de interceptação;
 regras de segurança definidas para o evento.

4.9.1 Informações levantadas pela Atividade de Inteligência

A Atividade de Inteligência deverá observar o contido na Doutrina de Inteligência de


Segurança Pública.

A Seção de Emprego Operacional deverá apresentar à Seção de Inteligência envolvida sua


necessidade informacional.

4.9.2 Conhecimento do itinerário

O itinerário a ser escolhido para o deslocamento será baseado nos dados e/ou
conhecimentos provenientes da Ativididade de Inteligência, objetivando escolher o melhor
caminho a ser percorrido.

Normalmente, a tendência é escolher o itinerário mais curto e mais rápido, porém, o quesito
segurança é que deve ser determinante.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 63 - )

Os policiais militares envolvidos nessa atividade deverão conhecer bem a geografia urbana
da região a ser percorrida, a fim de evitar problemas durante o deslocamento.

Todos os motoristas envolvidos na escolta devem ter pleno conhecimento dos itinerários
planejados.

Rotas alternativas devem estar previstas no planejamento da operação. Caso haja tempo, o
percurso deverá ser treinado pela equipe envolvida na atividade.

Pontos de checagem poderão ser criados. Essa prática garante maior segurança durante o
deslocamento, uma vez que fica mais fácil saber o local em que a escolta se encontra,
facilitando um apoio, caso necessário.

4.9.3 Ponto de interceptação

A equipe de escolta, via de regra, não acompanha o transporte de torcidas organizadas e


delegações esportivas por todo o percurso, mas somente nos trajetos que exigem a
presença policial para a manutenção da ordem. Por isso, há que se estabelecer um ponto
de interceptação, no qual a equipe de escolta irá realizar a abordagem e iniciar o
acompanhamento direto.

Uma das grandes preocupações do responsável por tal atividade é providenciar um local
ideal para interceptar a torcida organizada, mas, sobretudo, saber se o local oferece a
estrutura necessária.

O local deverá ter uma infraestrutura capaz de receber as viaturas e os policiais militares
envolvidos na atividade, os veículos dos torcedores (ônibus, vans, carros particulares etc.),
ter sanitários e iluminação, boa recepção para comunicação (HT ou telefone celular) e área
para abordagem e busca nas pessoas, nos veículos e nos demais objetos (bagagens).

ATENÇÃO! Na definição dos Pontos de Interceptação, deverá ser


dada preferência à utilização dos postos de polícia ou de outros
órgãos públicos já existentes nas rodovias Estaduais ou Federais,
mediante prévio contato.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 64 - )

4.9.4 Dispositivo para interceptação

O aparato policial no ponto de interceptação estruturar-se-á conforme descrito a seguir:

Figura 16 - Local apropriado para interceptação dos torcedores

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.9.5 Procedimentos para busca pessoal e veicular

O comandante da operação deve dispor o efetivo de forma organizada na via,


estabelecendo o responsável por conduzir o comboio para o local destinado a proceder à
busca.

Com a chegada do veículo ao ponto determinado, o policial militar designado para comandar
a busca determinará que todos desçam com os seus pertences e um grupo pré-determinado
de policiais militares procederá à busca no veículo. Outro ficará a cargo de dar busca nas
pessoas e respectivas bagagens.

No caso de ônibus ou vans, o policial militar deve adentrar o veículo e anunciar o


procedimento de busca, porém, marcará o local em que cada passageiro se encontra
assentado. Podem-se utilizar fotos digitais nesses casos. Essa prática vinculará o cidadão
ao que for encontrado em sua poltrona (local onde estava assentado).

As policiais militares femininas, na quantidade necessária, farão parte da equipe designada


para tal atividade.

O ato de execução das buscas descritas nesse tópico deverá seguir os procedimentos
previstos nos MTP 02 e 04.

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( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 65 - )

4.9.6 Estruturação e deslocamento do comboio

Comboio é um dispositivo, utilizado para realizar deslocamentos durante escoltas, a fim de


garantir a segurança e integridade das pessoas escoltadas.

Devem-se observar alguns aspectos durante a realização do comboio, como se segue:

 ser aberto e fechado por viatura caracterizada e com giroflex ligado;


 intercalar, sempre que possível, uma viatura entre cada ônibus;
 utilizar motociclistas como batedores para evitar que o comboio seja dividido diante de
semáforos, cruzamentos ou outros obstáculos;
 o comboio deve deslocar-se sem que seja intercalado por outros veículos,
 ficará também a cargo dos motociclistas evitar ou retirar veículos particulares que
venham a se integrar ao comboio.

Figura 17 - Local apropriado e formação do comboio

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.9.7 Torcidas organizadas da mesma cidade

Nesse tópico, abordaremos os eventos esportivos que envolvem torcidas organizadas


sediadas na mesma cidade, as quais podem possuir animosidade recíproca.

Para esses eventos esportivos deve-se realizar previamente reuniões com as lideranças das
torcidas organizadas, momento em que abordarão questões de interesses mútuos, que
visem garantir que o evento ocorra de maneira ordeira. O policial militar encarregado de
elaborar a Ordem de Serviço do evento deverá participar dessas reuniões.

64
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 66 - )

Dentre os vários pontos que poderão ser abordados, destacam-se os seguintes:

 os pontos de embarque e desembarque das torcidas envolvidas, serão,


preferencialmente, em locais distintos e distantes uns dos outros, com rotas de acesso que
não se cruzem;

 a previsão de público deverá ser estimada, para que seja realizado o cálculo do efetivo
policial-militar a ser empregado e o número de ônibus a serem destinados ao atendimento
dos torcedores;

 nos locais de embarque das torcidas, deverá ser instalado policiamento,


antecipadamente;

 deverão ser escalados policiais militares em pontos estratégicos, no itinerário dos ônibus
das torcidas, visando inibir danos e desordens;

 sendo necessário, diante do contexto, poderão ser previstas equipes de policiais militares
para deslocarem-se no interior dos ônibus das torcidas organizadas;

 planejamento específico também para o retorno das torcidas organizadas;

 os meios de comunicação (mídia) poderão ser utilizados como forma de orientar a


população quanto às medidas de segurança que serão adotadas face ao evento.

4.10 Escoltas de testemunhas ameaçadas

Esse tipo de escolta não é comum, porém é possível de acontecer.

A equipe de escolta deverá ter especial atenção quanto à possibilidade de sequestro ou


atentados contra a vida da testemunha.
Nessa modalidade de escolta, os policiais militares observarão todos os princípios de
segurança cabíveis para proteção da testemunha.

Em regra, a escolta de testemunhas ameaçadas será realizada por policiais militares


integrantes de unidades especializadas, com treinamento adequado ao cumprimento desse
tipo de missão.

65
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 67 - )

4.11 Escolta de Delegações Esportivas

Os procedimentos para esse tipo de escolta é semelhante aos adotados na escolta de


torcidas organizadas, porém sendo dispensada a realização de busca pessoal nos
integrantes das delegações. Eventuais adaptações podem ser realizadas em razão de
grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo, Olimpíadas, etc.

4.11.1 Delegações desportivas e demais comboios

A execução de escoltas de delegações desportivas em suas diversas variáveis, desde a


escolta de equipes do interior mineiro, times de volei até delegações de outros países em
eventos de grande vulto, como Copa do Mundo, podem ser realizados pela Polícia Militar
conforme uma avaliação dos riscos envolvidos.

Assim, faz-se necessário estabelecer algumas formas de composição dos comboios, as


quais podem variar conforme avaliação de risco da escolta a ser desempenhada.

a) Composição com 02 (duas) viaturas 4 rodas, 01 (um) cerra-fila, 01 (um) regulador e 08


(oito) pontas: Utilizada em eventos de grande vulto, tais como Copa do Mundo e Olimpíadas
nas escoltas de delegações desportivas.

Figura 18 - Representação do comboio de escolta de delegações desportivas em evento de


grande porte

Fonte: Elaborado pelo autor.

b) Composição com 01 (uma) ou 02 (duas) viaturas 4 rodas, 01 (um) cerra-fila, (01)


regulador e 04 (quatro) pontas: Utilizada em eventos intermediários, tais como Campeonato
brasileiro em jogos cuja avaliação de risco demandem um efetivo importante (nessa

66
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 68 - )

composição, a atividade de regulador ou cerra-fila pode ser desempenhada pela viatura 04


rodas, liberando uma motocicleta para atuar como ponta).

Figura 19 - Representação do comboio de escolta de delegações desportivas em evento de


médio porte

Fonte: Elaborado pelo autor.

c) Composição com 01 (uma) viatura 4 rodas, 01 (um) regulador e 03 (três) pontas: Utilizada
em eventos menores, tais como jogos do Campeonato regional, em escoltas de árbitros e
materiais desportivos (Para as escoltas de árbitros e materiais desportivos, a viatura 04
rodas pode ser suprimida, avaliado o risco inerente, bem como o trânsito livre, executando-
se, apenas, o acompanhamento).

Figura 20 - Representação do comboio de escolta de delegações desportivas em evento de


menor porte

Fonte: Elaborado pelo autor.

67
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 69 - )

4.11.2 Cortejo Fúnebre

Proporcionadas a cortejos fúnebres de autoridades ou personalidades civis ou militares, com


o objetivo duplo de proporcionar livre trânsito ao cortejo e compor as solenidades de honras
e cerimonial à que faz jus tal autoridade ou personalidade falecida.

Essas escoltas caracterizam-se por uma baixa velocidade de deslocamento, bem como por
uma formação de deslocamento diversa das anteriores. Apresentam as seguintes
características:

 Coluna por 2 (dois). Serão 4 (quatro) alas e um regulador, sendo opcional a presença dos
pontas;

 Formação em cunha, de preferência com 7 (sete) motocicletas.

Obs.: Nesses casos, as motocicletas próximas ao veículo escoltado não deverão utilizar a
sirene.

68
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 70 - )

5 CONDUÇÕES DIVERSAS

5.1 Condução em virtude de prisão ou apreensão em flagrante

Durante a condução de pessoas presas ou apreendidas, a guarnição deverá considerar o


grau de risco envolvido. Caso seja necessário, o emprego de força para conter a agressão
deverá considerar o modelo de uso da força, conforme MTP 01.

De modo geral, deverão ser observados e respeitados os princípios dos Direitos Humanos,
e também, no caso de menor apreendido, os direitos previstos no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Tal medida visa resguardar a guarnição, proteger a integridade física do
conduzido e preservar sua imagem. Para isso, no caso da pessoa presa, deverá ser usado o
compartimento de segurança da viatura, para a condução até a delegacia ou a instituição de
correição.

ATENÇÃO! Via de regra, os adolescentes apreendidos não poderão ser


conduzidos no compartimento de segurança das viaturas, conforme previsto no
art. 178 do Estatuto da Criança e do Adolescente, contudo, em casos
extremos, em que o adolescente apresentar séria ameaça à integridade física
dos policiais militares, devido a sua compleição física avantajada, com atitudes
violentas em resistência à ação policial, e com histórico de atos infracionais
violentos, poderá ser admitido o uso de algema e condução em compartimento
fechado de veículo policial, visando até mesmo a segurança do adolescente.
No REDS, deverá ser constado e justificado esse procedimento.

No que se refere às conduções de vítimas ou testemunhas, os deslocamentos serão


realizados, preferencialmente, em veículos diferentes dos utilizados para a condução dos
autores/suspeitos observando-se os aspectos de segurança dos policiais e conduzidos. De
acordo com a percepção do policial militar, será realizada uma busca ligeira, de acordo com
os preceitos do MTP 02.

Em se tratando de grupos vulneráveis, seja na condição de autor, vítima ou testemunha, as


conduções serão realizadas utilizando-se os pressupostos do MTP 02 específicos para cada
grupo e observando-se os aspectos de segurança dos policiais militares e conduzidos.

69
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 71 - )

A partir da prisão ou apreensão em flagrante, o preso ou apreendido estará sob a custódia


dos policiais militares.

O processo de condução de pessoas presas ou apreendidas em flagrante difere-se do


processo de escolta, logo, deverão ser observadas em sua execução, as seguintes
peculiaridades:

 proceder à abordagem policial-militar e algemação da pessoa presa, tal como previsto no


MTP 02;
 conduzir a pessoa presa até o compartimento de segurança da viatura, e, caso
necessário, ajudá-la a entrar;
 durante todo esse procedimento, um dos policiais militares deverá estar com as atenções
voltadas para terceiros que se encontrarem nas imediações, para fins de segurança;
 deslocar-se até a delegacia ou centro responsável por receber a pessoa presa ou
apreendida, apresentando-a à autoridade competente, acompanhado do devido Boletim de
Ocorrência ou Relatório de Evento de Defesa Social (REDS);

LEMBRE-SE: a guarnição deve zelar pela integridade da pessoa presa


ou apreendida durante todo o período em que ela estiver sob sua
custódia.

Uma vez efetuada a voz de prisão ou apreensão, deve ser realizada a condução imediata da
pessoa presa ou apreendida, que permanecerá sob a custódia do condutor, pelo tempo
estritamente necessário à sua apresentação a autoridade competente.

5.2 Condução de militares presos

Os militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) gozam de prerrogativas,


estabelecidas em estatuto próprio. Caso algum de seus integrantes seja preso em flagrante
delito, deverá, aquele que deu a voz de prisão, comunicar o fato ao Coordenador do Turno e
ao COPOM ou correspondente.

O policial militar preso só será conduzido por integrante da mesma força, observada a
precedência hierárquica. Caso isso não seja possível, em face de algumas circunstâncias do
momento, a impossibilidade deverá constar no histórico do BO/REDS e o autor da infração
será conduzido na viatura empenhada na ocorrência.

70
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 72 - )

Nesses casos, diante das circunstâncias concretas, o policial militar que estiver
comandando as ações decidirá se a condução será feita no compartimento de segurança ou
no banco de trás da viatura, observadas, em ambos os casos, os procedimentos já citados
para o transporte de pessoas presas.

ATENÇÃO: A condução de presos militares no compartimento de


segurança das viaturas deve ocorrer apenas nos casos estritamente
necessários. As circunstâncias determinantes dessa conduta devem ser
formalizadas no registro da ocorrência.

5.3 Condução de pessoas acometidas por transtorno mental ou psicológico

Algumas ocorrências em que se encontram envolvidas pessoas com algum tipo de distúrbio
mental ou psicológico, em que haja necessidade de intervenção policial, podem transformar-
se em situações de crise, o que requer, portanto, muita cautela.

Nesse tipo de ocorrência, a guarnição empenhada, tão logo chegue ao local, ou mesmo
antes disso, por meio das informações recebidas pelo COPOM ou correspondente, fará uma
avaliação da situação e coletará o maior número possível de informações e repassará ao
serviço ou profissional da área de saúde que deverá ser acionado para medicar ou assistir o
portador de transtorno mental ou psicológico.

A guarnição policial-militar atuará, preferencialmente, em cobertura ao profissional de saúde


que comparecer ao local, cuidando da preservação da segurança de todos os envolvidos na
ocorrência.

Nos casos em que, mesmo acionado, não for possível o comparecimento de profissional da
área de saúde, a guarnição fará uma avaliação dos riscos envolvidos e poderá adotar, de
acordo com o caso, as providências de uso da força previstas no MTP 01.

ATENÇÃO: Nas ocorrências envolvendo pessoa acometida por


transtorno mental ou psicológico, a guarnição responsável deverá
avaliar a necessidade de solicitar cobertura policial-militar para sua
atuação.

(a) RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL

71
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 73 - )

REFERÊNCIAS

ANAC. Resolução Nº 461, de 25 de Janeiro de 2018. Dispõe sobre os procedimentos de


embarque e desembarque de passageiros armados, despacho de armas de fogo e de
munição e transporte de passageiros sob custódia a bordo de aeronaves civis. 2018.

BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil 1988.


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74
( - BEPM nº 14, de 09 de outubro de 2020 - ) Página: ( - 76 - )

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


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CLÁUDIA HERCULANA F. GLÓRIA, TEN CEL PM


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