Você está na página 1de 33

Polarização por Divisor de Tensão

Normalmente a tensão aplicada na base do transistor é bem mais baixa


que a tensão de alimentação do circuito. Assim sendo é necessário reduzir esta
tensão. Uma das maneiras seria uma segunda fonte de alimentação (ou uma
fonte com mais tensões). Uma maneira mais econômica de reduzir esta tensão
é utilizar um divisor de tensão.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


Polarização por Divisor de Tensão
Exemplo de um circuito com polarização com divisor de tensão.

Cálculo da corrente no divisor de


tensão:

Uma regra geral para projetos é


considerar a corrente de base
como sendo 20 vezes menor que a
corrente do divisor, não afetando
assim a tensão no divisor. Para este
exemplo a corrente de base deve
ser então:

A partir disto podemos calcular a


tensão na base:

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


Polarização por Divisor de Tensão
Exemplo de um circuito com polarização com divisor de tensão.

Cálculo da tensão e da corrente no Como o emissor está acima do


emissor: potencial de referência:

Verificando se a corrente da base é


20 vezes menor que a corrente no
divisor de tensão. Para um circuito
Cálculo da tensão no coletor e da com ganho entre 30 e 300, por
tensão coletor-emissor: exemplo, o pior caso seria para o
menor ganho pois produziria a
maior corrente de base.

Como a corrente no coletor é


aproximadamente igual a corrente
do emissor:

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


Polarização por Divisor de Tensão
Resumo das equações:

Corrente no divisor

Tensão na base

Tensão no emissor

Corrente no emissor

Tensão no coletor

Tensão coletor-emissor

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


Polarização por Divisor de Tensão
Exemplo: Qual o valor da tensão coletor-emissor para o seguinte circuito?

Corrente no divisor

Tensão na base

Tensão no emissor

Corrente no emissor

Tensão no coletor

Tensão coletor-emissor

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


Polarização por Divisor de Tensão
Exemplo: Para o mesmo circuito qual o valor da tensão coletor-emissor caso a
tensão do coletor seja triplicada?

Como a tensão da fonte triplicou a corrente no


divisor também triplica, logo a tensão na base
passa de 1,8V para 5,4V.

Logo a tensão de emissor fica:

A corrente do emissor passa a ser:

A tensão no coletor:

E a tensão VCE resulta em:

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Uma vez polarizado o transistor podemos aplicar uma tensão alternada (CA) em
sua base e observar um aumento de tensão no coletor. Esta tensão CA no
coletor tem a mesma forma do sinal original, exceto que pode ser amplificada.
Este aumento da tensão de entrada é denominado de amplificação.

Capacitor de Acoplamento e Capacitor de Desvio


Quando um amplificador está funcionando existem dois modos fundamentais em nos quais os
capacitores são utilizados: acoplamento e desvio.
No primeiro caso os capacitores são utilizados para acoplar, ou transmitir, sinais CA de um circuito
para outro. No segundo os capacitores são utilizados para desviar, ou curto-circuitar, os sinais CA para
o terra.
Estes dois modos dependem da relação

Logo a reatância capacitiva é inversamente proporcional à frequencia e à capacitância. Quando


a frequencia é alta a reatância se aproxima de zero. Assim um capacitor torna-se um curto-
circuito para CA em altas frequencias.
Analogamente, quando a frequencia tende a zero a reatância tende ao infinito, ou seja, um
circuito aberto para CC em baixas frequencias.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Acoplamento

O capacitor de acoplamento tem a função de transmitir (deixar passar) uma tensão CA de um ponto
para o outro em um circuito eletrônico.
Exemplo: No circuito seguinte um gerador CA produz uma corrente alternada através de componentes
em série. Quanto vale esta corrente?

Isso dependerá da frequencia na qual o gerador está ajustado. Em baixas frequencias o capacitor
operará como um circuito aberto e não haverá corrente circulando no circuito. Já em frequencias
altas o capacitor atuará como um curto-circuito e a corrente poderá ser calculada por:

onde R é a resistência total (RG+RL). A corrente denominada Imáx pois esta é a corrente máxima que
circulará no circuito.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Acoplamento

Para um capacitor funcionar adequadamente o mesmo deverá operar como um curto-circuito na


menor frequencia do gerador.
Por exemplo, se um gerador variar a frequencia entre 20Hz até 20kHz, a frequencia mais baixa é de
20Hz. Este é então o pior caso para o dimensionamento do capacitor. Como regra adota-se a reatância
como sendo 10 vezes menor que a resistência total em série com o capacitor.

Isto é:

onde

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Acoplamento

A frequencia crítica
É a frequencia para a qual a reatância do capacitor é igual à resistência total do circuito:

Nesta condição,
na frequencia crítica a corrente RMS diminui para 70,0% do valor máximo.

isolando f

onde o subscrito c indica “crítica”, e R=RG+RL .

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Acoplamento

A frequencia crítica e a alta frequencia de quina

Um capacitor de acoplamento age como um curto circuito em altas frequencias.


Mas o que, especificamente para estes casos, significa frequencia alta?
Frequencia alta significa 10 vezes a frequencia crítica. Este fator de 10 vem da regra 10:1 da
reatância. Quando se afirma que a reatância deve ser pelo menos 10 vezes menor que a resistência
total, diz-se que a frequencia deve ser pelo menos 10 vezes maior que a frequencia crítica:

Para o cálculo da frequencia de quina utiliza-se e após multiplicamos fc por 10. Para
frequencias acima desta o capacitor se comportará como um curto-circuito -> frequencia de quina.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Acoplamento
A frequencia crítica e a alta frequencia de quina
Exemplo: Calcule a corrente máxima para o circuito seguinte e a frequencia de quina.
VG=1V
RG=1k
C=100 µF
RL=4k

Em altas frequencias o capacitor é um curto-circuito, então a corrente elétrica máxima é:

A frequencia crítica é

A frequencia de quina é

Enquanto o gerador operar a uma frequencia acima de 3,18Hz o capacitor agirá como um curto para
CA.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Desvio (bypass)
A

Como o capacitor age como um curto circuito para frequencias altas em CA, o ponto A é
curto-circuitado à terra tão logo exista um sinal CA. (RG//RL por Thévenin).
Para este caso o que seria frequencia alta?

RTH vista pelo capacitor:

A frequencia de quina é igual ao caso anterior:

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
Capacitor de Desvio (bypass)
A

Para o circuito acima:


RTH vista pelo capacitor:

A frequencia crítica:

A frequencia de quina é igual ao caso anterior:

Quando a frequencia do gerador for igual ou maior a 19,9Hz o ponto A será um ponto de
terra para CA. A tensão CA neste ponto é muito menor que a tensão do gerador.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

O circuito acima é um exemplo de amplificador a transistor.


VCC é a tensão de alimentação em corrente contínua que estabelece o ponto de
operação do transistor (ponto quiescente). VG é a tensão do gerador. C1 acopla o
gerador na base e C2 acopla o sinal no resistor de carga. CE desvia o sinal do
emissor para o terra. Pequenas variações CA no gerador produzem variações
multiplicadas pelo ganho de corrente produzindo correntes maiores no coletor.
Como a corrente de coletor circula pelo resistor do coletor, a tensão do coletor
também tem variações CA maiores.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

O circuito equivalente CC e CA

O modo mais simples de analisar o circuito é dividindo-o em duas partes: uma


análise CC e uma análise CA. Em outras palavras podemos utilizar o teorema da
superposição.
Para isolar cada fonte deve-se transformar o circuito em uma forma mais simples e
mais fácil de trabalhar. Os capacitores são abertos para CC e em curso para CA.
Assim dois novos circuitos serão gerados: um para CC e outro para CA.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

O circuito equivalente CC e CA

Passos para a análise CC:


1- Reduzir a fonte CA a zero (colocá-la em curto-circuito);
2- Abrir todos os capacitores;
3- Analisar o circuito equivalente CC;

Passos para a análise CA:


1- Reduzir as fontes CC a zero (colocá-la em curto-circuito);
2- Curto-circuitar os capacitores;
3- Analisar o circuito equivalente CA;

Para finalizar:
1- Adicionar a corrente CC e a corrente CA para obter a corrente total em um ramo;
2- Adicionar a tensão CC e a tensão CA para obter a tensão total em qualquer nó ou
em qualquer resistor.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

A análise CC

Removendo o sinal CA e abrindo


os capacitores resulta em

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

A análise CC

VB =1,8V
VE =1,1V
IE = 1,1mA
VC = 6,04V
VCE = 4,94V

Mesmo circuito calculado anteriormente.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

A análise CA

No circuito original zera-se as fontes CC, curto-


circuita-se os capacitores e faz-se a análise do
circuito resultante = equivalente CA.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

A análise CA

Aterra-se o terminal superior dos resistores de


10k e de 3,6k. Depois conecta-se o gerador
diretamente, a carga diretamente e aterra-se o
emissor. Este é o circuito que permite calcular as
tensões e correntes CA.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O Teorema da Superposição nos amplificadores a transistor

A análise CA

Devido ao divisor de tensão formado pelos


resistores de 600 e 1,8k , a tensão CA na base
é menor do que 1mV.

Ainda, o paralelo entre 3,6k e 10k resulta em


uma resistência equivalente de 2,65k . Esta
resistência equivalente é denominada de
resistência CA do coletor pois ela se opõe à
corrente CA do coletor.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
A resistência CA do emissor

Resistência CA é definida como o quociente entre uma tensão CA aplicada a um


componente pela corrente CA que circula por ele.

Ainda, a resistência CA é igual a variação da tensão base-emissor dividida pela


variação da corrente no emissor.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
A resistência CA do emissor

A partir de cálculo é possível derivar esta equação para a resistência CA do diodo do


emissor (para pequenos sinais):

Esta equação é geralmente escrita como:

r’e = resistência CA do diodo do emissor.

O caracter “e” subscrito nos diz que se trata de emissor. A letra minúscula é
utilizada para indicar uma grandeza em CA. O apóstrofo (´) indica que é uma
resistência interna (fabricação). A maioria dos transistores comerciais têm r’e com
valor entre 25mV/IE e 50mV/IE.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
A resistência CA do emissor
Para o exemplo, após a análise CC pode-se continuar com a análise CA.
O primeiro passo é calcular r’e .

VB =1,8V
VE =1,1V
IE = 1,1mA
VC = 6,04V
VCE = 4,94V

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O ganho de corrente CA ( ca)
A figura abaixo mostra um gráfico típico de IC versus IB. A corrente no coletor e a
corrente na base para o ponto Q são a corrente CC no coletor e a corrente CA na
base ( ).

O ganho de corrente CA ( ca) é igual à variação da corrente no coletor pela variação


da corrente na base.

Ou, adotando grandezas CA em letra minúsculas:

Obs. 1: ganho de corrente CC – β, βcc ou hFE


Obs. 2: ganho de corrente CA – βca, ou hfe.
Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books
MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O amplificador com Emissor Comum

Este amplificador a transistor é denominado EC devido ao fato de seu emissor estar com aterramento
para CA.

Adotemos VG=1mV, e a resistência interna do gerador é de 600 . A tensão na base é menor do que
1mV devido a queda de tensão em RG.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O amplificador com Emissor Comum

A corrente CA no coletor é aproximadamente igual à corrente CA do emissor. A corrente CA sobre o


resistor do coletor produz uma tensão CA no coletor. No semiciclo positivo da tensão de entrada a
corrente total do coletor é aumentada, o que significa que a tensão no resistor do coletor é maior.
Isto acarreta uma tensão total menor no coletor. Assim o sinal no coletor está defasado 180° em
relação ao sinal aplicado na base.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O amplificador com Emissor Comum

A tensão total no coletor é a superposição da tensão CC e da tensão CA. Para o circuito acima a
tensão CC é de aproximadamente 6V. A tensão senoidal está centrada por este nível de tensão CC que
excursiona para cima e para baixo de 6V.

O capacitor de saída acopla a tensão CA do coletor invertida e amplificada. Como o capacitor é um


circuito aberto para CC e um curto-circuito para CA, ele bloqueará a tensão CC do coletor deixando
passar a tesão CA do coletor. Devido a isso a tensão final sobre a carga é uma tensão CA pura.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O amplificador com Emissor Comum

Se posicionarmos a ponteira de um osciloscópio no emissor do transistor Q1 veremos uma linha


horizontal, com valor de 1,1V. Não haverá um sinal senoidal pois o capacitor de desvio é um curto
para CA.

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O modelo CA para um amplificador Emissor Comum

O circuito da direita é o modelo CA do circuito da esquerda (fontes zeradas e capacitores em curto).


Devido ao divisor de tensão na entrada da base, a tensão na base será menor que a tensão do
gerador.
A tensão em RG depende de R1//R2.
O terminal da base drena uma corrente da junção de RG e R1//R2.

Logo , também escrita como .

(Esta impedância pode incluir uma reatância. Abaixo de 100kH são desprezíveis).

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O modelo T

O transistor do circuito em questão equivale a uma junção T com uma fonte de corrente na parte
superior e uma resistência CA do emissor na parte inferior.
Neste circuito equivalente a tensão CA da base aparece na resistência equivalente R1//R2. Como r’e
está em paralelo com R1//R2, a tensão CA na base está diretamente sobre r’e.
Logo pode-se calcular a corrente CA do emissor como:

Enquanto o transistor operar na região ativa a corrente CA no coletor será aproximadamente igual à
corrente CA no emissor. Quando a corrente CA do coletor circular para resistência CA do coletor, ela
produzirá uma tensão CA no coletor de:

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books


MODELOS CA PARA TRANSISTORES
O modelo

O transistor substituído pelo modelo .

Este modelo CA de um transistor fornece as mesmas respostas do modelo T.

A impedância de entrada para o modelo T, vista de dentro da base é:

Sabe-se que então pode-se escrever . Como então

Fonte: Malvino, A. P., Eletrônica Volume I, Makron Books

Você também pode gostar