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Estágio em pauta: qual escola

queremos?

2024
PERCURSO FORMATIVO

APRESENTAÇÃO 2. Mediação estética

Qual escola O Currículo da Cidade: princípios e


concepções para a escola que
queremos? queremos

O Currículo de Educação integral Falando em contemporaneidade e


como perspectiva para uma escola sustentabilidade...
para todos

De qual escola
O estagiário e a escola
estamos falando?

Referências
Bibliográficas

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APRESENTAÇÃO
Olá, estagiária(o)!
Neste percurso, você conhecerá um pouco sobre nossas unidades
educacionais , as concepções e os princípios que perpassam o
Currículo da Cidade de São Paulo. Será um momento para refletir
sobre a escola enquanto espaço físico, político e de desenvolvimento
do sujeito em seus aspectos físico, psicológico e social. Afinal, você
conhece a sua escola, o território onde ela se encontra, os
estudantes e comunidade? Continuaremos nossas considerações
sobre este tema em nosso encontro virtual, que ocorrerá no dia
29/02.
Desejamos momentos de muita reflexão, conhecimento e
aprendizagem.
Abraços,
Equipe NPE

OBJETIVOS

Apresentar a escola como espaço social e político para o


desenvolvimento do sujeito que se pretende formar
Mostrar conhecimentos acerca do Currículo da Cidade de São
Paulo e os princípios para uma escola de qualidade
Fortalecer o papel dos/as estagiários/as como protagonista das
escolas da Rede Municipal de Ensino.

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2. MEDIAÇÃO ESTÉTICA

Mãos Dadas- Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.


Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,


não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens
presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade, neste poema, nos faz olhar para o passado e
nos inquieta com o presente. Aponta para o tempo presente das coisas, dos
acontecimentos, das pessoas.
A escolha desse poema é para pensarmos na realidade do momento. O que
cada um que vivência o dia a dia da escola traz consigo de esperanças e
expectativas. Para o autor, devemos buscar as mãos dos que estão ao nosso
lado. E nosso convite é que você dê as mãos àqueles que buscam uma escola
de qualidade, promotora de justiça e capaz de mudar realidades adversas.

Conheça mais sobre o autor


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Qual escola queremos?
Mais tempo de recreio, parquinho de diversões, festas, amizades, aulas
boas e quem sabe até uma piscina para os dias de calor.

PODCAST Rádio Brasil de Fato- Falas de estudantes de Itapeva

“Os desejos dos estudantes para


transformar as escolas parecem simples,
mas vão muito além das brincadeiras:
eles reivindicam uma escola acolhedora,
que faça mediação de conflitos, respeite
as diferentes formas de aprender,
combata o bullying e que seja um espaço
para interação”, afirma o professor
Eduardo Costa em entrevista a Rádio
Brasil Fatos
EMEFM OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO

A escola não é apenas um espaço físico. É lugar de pertencimento, de construir


aprendizagens significativas, é também lugar de protagonismo de todos que participam
deste espaço. Nele, os grupos se compõem e se constituem. Sabemos que a qualidade
de uma escola não é medida apenas Mas como garantir também a qualidade?
Essa qualidade não é medida pela quantidade de conteúdos e assimilados, mas pela
possibilidade de que todos, incluindo pais e comunidade, têm de utilizá-la como um
espaço para a elaboração de sua própria cultura.

Com qual escola sonhamos?


Organizar, planejar, replanejar,
seguir com práticas intencionais nos
espaços que ensinam em
consonância com os saberes dos
estudantes, são ações para construir
a escola dos nossos sonhos, como
mostra o vídeo “Volta as aulas”

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A escola agrega toda a diversidade,
inclusive de faixa etária. Se tem um idoso
que está doido para estudar, isso pode
enriquecer muito o aprendizado de uma
criança de cinco anos, por exemplo. Ela
consegue desenvolver a essência que a
EMEI Olandya Peres Ribeiro
gente tem desde que nasce... ela consegue
identificar o que importa em cada um".
Para Ricardo, uma escola ideal
Explica Ricardo Penido, 18 anos
abre caminho para a formação
Disponível: de pessoas capazes de melhorar
https://memoria.ebc.com.br/educacao o mundo ao redor.

A escola que queremos é publica, laica, aberta à diversidade e de qualidade.


Ela é a possibilidade de não apenas oferecer para todos igual oportunidade de
ingresso, independentemente de suas origens, diferenças e diversidades, mas
garantir que todos possam ter o seu lugar para aprender. A hipótese de que
todos os que estão na UE podem aprender é fundamental para que ela possa
cumprir com os princípios de uma educação na garantia de acesso aos
conhecimentos básicos necessários a uma vida mais digna.

CECI Jaraguá 6
EMEF Euclides Custódio da Silveira
O Currículo da Cidade: princípios e
concepções para a escola que queremos
Para que se garanta os direitos dos
nossos estudantes, bem como se
promovam práticas e ações que
consolidem a escola que desejamos, o
Currículo da Cidade traz os princípios e
concepções de uma educação para
integralidade, inclusão e equidade.
Nele, são expressos fundamentos os quais servem de ponto de partida
para a organização de todo trabalho com bebês, crianças, jovens e adultos
e revelam o compromisso com uma educação que busque promover o
desenvolvimento integral de todos em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social. São princípios:

Educação Integral
que considera o desenvolvimento integral dos(as) bebês, crianças, adolescentes, jovens e
adultos(as) em suas dimensões intelectual, social, emocional, física e cultural e a sua
formação como sujeitos de direito e deveres.

Educação para Equidade


que reconhece as diferenças como características inerentes à humanidade, mas, ao
mesmo tempo, desnaturaliza as desigualdades, ou seja, todos têm o direito de receber o
necessário para sua aprendizagem e desenvolvimento pleno.

Educação Inclusiva
que respeita e valoriza a diversidade e a diferença,reconhecendo o modo de ser, de
pensar e de aprender de cada bebê, criança, jovem e adulto(a), apostando nas suas
possibilidades de crescimento e orientando-se por uma perspectiva de educação inclusiva,
plural e democrática.

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O Currículo de Educação integral como
perspectiva para uma escola para todos
A educação Integral é uma proposta
contemporânea, inclusiva, sustentável
e fundamental para a superação das
desigualdades. Na condição de
concepção, sustenta-se por quatro
princípios: equidade, inclusão,
contemporaneidade e
sustentabilidade.

Os dois primeiros princípios da educação


Integral, equidade e inclusão, estão
contemplados nos três princípios básicos
do Currículo da Cidade. Vejamos então o
terceiro e o quarto princípios da educação
Integral: contemporaneidade e
sustentabilidade.
Dizemos que a escola é contemporânea porque tem como foco
a formação de indivíduos críticos, autônomos e responsáveis
consigo mesmo e com o mundo e, ainda, se alinha à noção de
sustentabilidade porque se compromete com os processos
educativos contextualizados, sustentáveis no tempo e no
espaço, com uma integração permanente entre o que se
aprende e o que se pratica.
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Falando em contemporaneidade e sustentabilidade...

Com o compromisso por um mundo melhor e o sujeito mais


autônomo, crítico e participativo, o currículo é composto por partes
como as concepções de educação, as ODS - Objetivos de
Desenvolvimento sustentável, as Matrizes do Saber e os Objetivos de
Aprendizagem.

Clique e veja a
página na íntegra

Para refletir
É comum falarmos de uma educação inclusiva, equânime e integral.
Vimos que como princípio para uma educação de qualidade é
necessário valorizar também a sustentabilidade e a
contemporaneidade. Converse com o professor da sua turma e o
supervisor de estágio e anote em seu caderno de estudos, quais ações
em sua unidade, demonstram estes princípios .

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De qual escola estamos falando?

De um espaço para interações de todos


os grupos, que objetivem o respeito, o
conhecimento e o protagonismo dos
estudantes. Que conta com uma
infraestrutura adequada, com salas de
aulas confortáveis, áreas verdes e
espaços para atividades físicas e
culturais. Espaço equipado, planejado,
limpo, arejado, bonito em seu aspecto
predial. Podemos dizer, que a escola que
desejamos é possível, porém requer ação
de todos.
EMEFM OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO

O termo escola, aqui utilizado, trata-se como lugar que desenvolve todo o potencial
dos estudantes e os prepara para se realizarem como pessoas, profissionais e
cidadãos comprometidos com o seu próprio bem-estar, com a humanidade e com o
planeta.
Para isso é necessário conhecer cada estudante, a dinâmica específica de cada
turma, as possibilidades de atuação dentro do espaço da escola, ou seja, com o
olhar atento combinado ao conhecimento de diversas estratégias de ensinar, aliados
a disponibilidade de recursos materiais e tecnológicos, que estão disponíveis nas
escolas, possibilitam a reinvenção da escola dos sonhos de cada localidade, pois
nenhuma escola é totalmente igual ao pensarmos na pluralidade e na singularidade
dos vários territórios.

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De uma escola que tenha ambiente que
potencialize as aprendizagens onde as crianças
têm oportunidades de fazer uso da escrita em um
contexto de estudo, o que mobiliza seus
processos de reflexão sobre a língua escrita,
criando um ambiente favorável ao
desenvolvimento da alfabetização e do
letramento.
Uma escola como lugar para vivências de infâncias, de
interações sociais e culturais, de aprendizagens e
desenvolvimento de bebês e crianças. A coexistência de
múltiplas infâncias e das várias formas de ser criança,
consolidando assim um lugar inclusivo, em que todos
possam ter experiências de aprendizagem de acordo com
as suas possibilidades, sem discriminação e com base na
igualdade de oportunidades, assegurando a todos os
bebês e as crianças o pleno exercício dos direitos e das
CEI Antônio João Abdalla liberdades fundamentais.

De uma escola que quebre as barreiras de


aprendizagem em que, caso o estudante apresente
barreiras comunicacionais e/ou atitudinais e/ou
arquitetônicas, se possa identificá-las por meio do
estudo de caso e ao conhecer suas potencialidades e
preferências, se desenvolva estratégias de
aprendizagem que facilite a construção do
conhecimento por todos, indempendentemente da
condição. Por exemplo, estrat´gias que combinem
várias formas de expor a mensagem, como imagens,
vídeos, textos, músicas e estratégias de atividades
diferenciadas em que o sujeito possa participar
ativamente.
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A escola precisa ser
fundamentalmente um espaço de
acolhimento da diversidade
humana em sua beleza e potência
e buscar o banimento de toda e
qualquer manifestação de
discriminação, racismo, machismo,
homofobia e xenofobia.

EMEF Imperatriz Leopoldina

Quando falamos sobre escola, precisamos pensar em


todos os indivíduos que a compõe. Escola é lugar de
diversidade, de escuta e de ações. Assista ao vídeo e veja
como gestores e professores organizam o seu fazer no
planejamento das ações apontando para a escola ideal.

Objetivo da Educação na busca de qualidade


A Educação possui vários âmbitos de ação e planejamento em um contexto dinâmico
organizacional. Pensa-se primeiramente onde se quer chegar, qual é o objetivo da
educação, qual é o objetivo da escola, do planejamento anual do professor, da atividade
proposta e assim se constitui a consolidação de ensino. Para construir as possibilidades
que nos levam a traçar os objetivos para uma educação de qualidade, na escola, é
importante conhecer o Projeto Político Pedagógico. É por meio do PPP que a escola
define e articula quais conteúdos e ações serão desenvolvidos e de que forma, a partir
da realidade social, cultural e econômica em que está presente.

Para refletir
No planejamento das ações pedagógicas, junto com o professor, eu contribuo para uma
educação de qualidade? Ao observar a turma, quais são os elementos que indicam e
qualificam as necessidades da minha turma e como tenho atuado para o avanço e
ssss
fortalecimento no alcance das aprendizagens? Faça um pequeno registro em seu material
de estudo com suas observações.
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O estagiário e a escola
Quando falamos de uma escola de qualidade, com protagonismo de todos, o
estagiário faz parte das ações que torna possível essa escola. Nos diferentes
espaços, ele interage o saber acadêmico com as necessidades do dia a dia
dos estudantes. Junto com o professor, ele pode promover as aprendizagens
e intensificar outros saberes, além de criar caminhos para melhoria do
ensino dos estudantes.
Na construção da escola de qualidade, o estagiário tem fundamental
participação. Em sua atuação, deve conhecer o espaço escolar e o entorno
para possíveis intervenções a fim de promover, junto com o professor e a
turma, a exploração, por meio de um planejamento intencional.

Veja como a Instrução Normativa


aborda a ação do estagiários nos
diferentes espaços.

colaborar com os professores no


planejamento das ações e
realização das propostas
pedagógicas em todos os espaços
da unidade educacional, bem
como em atividades externas,
desde que inseridas dentro da
jornada do estagiário

Clique e conheça na íntegra a IN Nº 2 DE


11 DE JANEIRO DE 2024

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A ESCOLA DOS MEUS SONHOS, por Rubem Alves

“Não tenho memórias dolorosas do grupo escolar. As coisas a serem aprendidas


eram fáceis e eu as aprendia sem esforço. Mas minha efervescência intelectual - pois
as crianças também têm efervescências intelectuais - estava em outro lugar: no
mundo que começava quando eu saía da escola.
Eu me levantava às 5h e me punha a andar pela casa fazendo barulho. Queria que os
adultos dorminhocos despertassem do seu sono para o mundo maravilhoso que
aparecia com a luz do dia. Minha curiosidade me levou a desmontar o relógio de
pulso de minha mãe, o único que ela tinha. Queria saber como ele funcionava,
aquelas engrenagens fascinantes. Infelizmente, não consegui montá-lo de novo. No
grupo escolar, nos ensinavam o que o programa mandava: o nome de serras, Serra
da Mata da Corda, do Espinhaço, da Bocaina; o nome de afluentes de rios distantes,
dos quais a única coisa que aprendíamos eram... os nomes. O que me foi útil no
exame de admissão, porque me perguntaram o nome da segunda maior ilha fluvial
do mundo. Tupinambarana. Eu sabia o nome. Mas ainda hoje, nada sei sobre a ilha.
Era tempo da Segunda Guerra Mundial. As batalhas entravam em nossa casa pelo
rádio. "E Stalingrado continua a resistir." "Aviões aliados martelaram as posições
nazistas no Vale do Pó." Meu pai afixou um mapa da Europa na parede e nele íamos
seguindo os movimentos das tropas. A imaginação corria rapidamente e eu me sentia
como um soldado na frente de batalha. O mapa, os países, o nome das cidades, dos
rios, das montanhas - tudo estava vivo para mim. Conto essas coisas da minha vida
de menino para dizer que as crianças são curiosas naturalmente e têm o desejo de
aprender. O seu interesse natural desaparece quando, nas escolas, a sua curiosidade
é sufocada pelos programas impostos pela burocracia governamental. Pela minha
vida tenho estado à procura da escola que daria asas à curiosidade do menino que
fui. Pois, de repente, sem que eu esperasse, eu me encontrei com a escola dos meus
sonhos. E me apaixonei.
(...)
Texto disponível: https://www.opulodogatoempreendedor.com.br/artigos/escola-dos-
meus-sonhos-por-rubem-alves

Conceituar o que é uma escola ideal é algo bastante complexo, já que há diversas
discussões e perspectivas a respeito das concepções, seus desafios e como ela está
estruturada e representada no contexto social atual, contudo há algo em comum, ela
precisa ser um local de construção, de relações verdadeiramente sólidas, que possibilite
redes interativas de conhecimento e que, acima de tudo, permita diversas vivências,
aprendizagens e desenvolvimento.
Chegamos ao final de mais uma formação para o seu percurso formativo e assim como
Rubens Alves relata a escola dos seus sonhos, convidamos você, a refletir a partir do
material apresentado, qual a escola dos12 seus sonhos. Ela é possível? Qual ação é
necessária para torná-la real?
7. REFERÊNCIAS

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da


cidade : Educação Infantil. – São Paulo : SME / COPED, 2019
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da
cidade : educação antirracista : orientações pedagógicas : povos afro-brasileiros. – versão
atualizada. – São Paulo : SME / COPED, 2022.
São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da
cidade : Ensino Fundamental : componente curricular : Língua Portuguesa. – 2.ed. – São Paulo :
SME / COPED, 2019.
______. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Divisão de Ensino
Fundamental e Médio. Diálogos interdisciplinares a caminho da autoria: elementos
conceituais para a construção dos direitos de aprendizagem do Ciclo Interdisciplinar. São
Paulo: SME/COPED, 2016. (Coleção Componentes Curriculares em Diálogos
Interdisciplinares a Caminho da Autoria).
Disponível em: https://acervodigital.sme.prefeitura.sp.gov.br/wp-
content/uploads/2021/08/Curriculo_Ed_Integral_web-1.pdf . Acesso em 06 de fevereiro de
2024.

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