Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO AO TEMA
Hoje, nós precisamos estudar com cuidado o eixo Meio Ambiente. Você
precisa ter uma boa argumentação para discutir desde poluição sonora até
plástico.
Vamos lá?
Licensed to Viviany Duarte Anacleto - vivianyduarte7441@gmail.com - 109.193.964-02
SOCIEDADE GLOBAL DE RISCO - ULRICH BECK
No que diz respeito ao eixo Meio Ambiente, creio que uma das teses mais
versáteis é a que está relacionada à sociedade global de risco ou aos fatores
principais que nos colocaram nessa enrascada de uma crise múltipla, conjuntural
e praticamente insolúvel em que todos nós estamos. Afinal, na realidade do
planeta, não há nada favorável e estamos dentro de um abismo já há muito
tempo.
A primeira grande razão para nós sermos uma sociedade de risco dentro
do contexto ambiental é o fato de já termos causado danos irreparáveis ao
espaço natural. Bastam umas três ou quatro aulas de biologia ou de geopolítica
para você entender bem sobre que tipo de dano é esse. Já destruímos, pelo
menos em territórios brasileiros, boa parte dos biomas que compunham o nosso
sistema natural. Sabemos que a maioria já não está completa. A nossa água
potável, por exemplo, já não consegue abastecer mais um século de vida neste
Mesmo que haja boa vontade, recursos, enfim, políticas públicas, seja lá o
que for, determinados danos não podem ser recuperados. A quantidade de
plástico jogada nos oceanos não pode ser recolhida a essa altura do
campeonato, espécies já extintas não podem ser ressuscitadas, assim como a
nossa saúde e os riscos da nossa sobrevivência já não podem ser evitados.
Que risco realmente eu corro? Que risco a minha família hoje sofre? De
que maneira atenuar? Porque evitar, nós não vamos evitar, mas como eu posso
atenuar? Como eu posso tornar a vida um pouquinho menos trágica? Não tem.
Licensed to Viviany Duarte Anacleto - vivianyduarte7441@gmail.com - 109.193.964-02
QUARTA RAZÃO - DILUIÇÃO DO TEMPO-ESPAÇO
Da mesma maneira que nós não temos nenhuma noção de que a forma
como nós lidamos com o consumo, com o lixo, com os recursos naturais, com o
espaço antropogênico, com a nossa realidade e com as nossas vivências
determina a nossa saúde, o acesso ao alimento, quem vive e quem morre de
Achamos que os colapsos não têm nada a ver conosco, bem como as
tragédias, e que a extinção de espécies não vai nos afetar, que o aumento das
temperaturas do planeta é algo que a gente tem que conviver e não há o que
fazer. Enfim, colocamos tudo dentro de uma dimensão de exterioridade. Esse
conceito é discutido pelo grande Sir Nicholas Stern, ou seja, de uma noção de
vida, de fenômeno, de existência meio desconectada. Como se a nossa vida não
fosse minimamente afetada pelos grandes fenômenos, pelos grandes colapsos e
pelas tragédias do mundo.
É esse mercado soberano, é o lucro como valor fundamental ou, como diria
Kant, a Lei Régia, o valor régio, o valor áureo, que está acima de tudo:
mercado, lucro e desenvolvimento. E, abaixo do mercado, sofrendo o que for
necessário para o mercado prosperar, estão o meio ambiente, a cidadania, os
valores sociais, os valores históricos, seja lá o que for, mercado e lucro
preponderantes. Nós vivemos essa realidade e basta que você abra suas redes
sociais para você ter provas disso.
Essa dinâmica vem crescendo desde 1989 e quanto mais esses valores
ganham espaço, menos espaço sobra para o ambientalismo, menos
credibilidade os movimentos verdes têm, menos ações reais esses grandes
encontros e conferências geram. Cada vez mais eles só são plásticos, só de
aparência mesmo, só para falar que existem. As grandes metas de preservação
e de redução de CO2 apenas ficam no papel, para fazer bonito.