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Boletim de Atualidades n° 31/2023


Realizado pelo Prof. Dr. Filipe Queiroz da Equipe Mago da Redação

SOBRE O BOLETIM DE ATUALIDADES

O Boletim de Atualidades (B.A) é um material realizado pela Empresa Mago da Redação Concursos sob a
responsabilidade do Prof. Ms. Filipe Queiroz.
Ele é encaminhado gratuitamente para os alunos de nossos cursos, seguidores cadastrados na lista VIP do e-
mail (cadastro no site) e no grupo do Telegramprofrapha.
O objetivo do B.A é selecionar e refletir sobre as principais notícias, ampliando, assim, o repertório
sociocultural do aluno e disseminando acesso à informação de qualidade.
É proibida a reprodução deste material, bem como sua comercialização.

ASSUNTO 1: O USO DE TELAS ESTÁ ASSOCIADO À LENTIDÃO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL,


MAS TAMBÉM AFETA OS ADULTOS

A revista científica "JAMA Pediatrics" apresentou um estudo que indica que o prolongado tempo de
exposição a dispositivos eletrônicos durante o primeiro ano de vida de crianças está associado a um
retardamento no desenvolvimento das capacidades comunicativas e na resolução de problemas, manifestando-
se especialmente entre os 2 e 4 anos de idade. A pesquisa foi conduzida por acadêmicos da Universidade de
Tohoku, situada no Japão. O estudo abrangeu uma amostra de 7.000 bebês e teve seu escopo entre os anos de
2013 e 2017. É um alerta que se soma às atuais preocupações sobre a relação entre telas e educação.

Os pais ou responsáveis dos participantes preencheram um questionário detalhando a duração diária


dedicada ao entretenimento por meio de telas, incluindo televisão, DVDs, videogames e jogos online,
incorporando dispositivos como celulares e tablets. As avaliações contemplaram não apenas os aspectos
comunicativos e as habilidades de resolução de problemas, mas também abrangeram a coordenação motora,
englobando os movimentos dos membros superiores, bem como as competências interpessoais e sociais das
crianças.

Os resultados do estudo revelaram que crianças entre 2 e 4 anos de idade que experimentaram longos
períodos de exposição a telas durante o primeiro ano de vida exibiram uma demora no desenvolvimento tanto
da comunicação quanto na resolução de problemas. A prática de deixar os bebês envolvidos em atividades
como assistir a desenhos animados ou utilizar aplicativos interativos em dispositivos móveis tem sido adotada
por muitos pais como uma estratégia para entreter seus filhos mais jovens. Embora isso possa ser percebido
como uma abordagem educativa, é fundamental compreender que tal prática pode inibir a capacidade da
criança de exercitar o pensamento crítico e a criatividade de maneira autônoma.
Já para os adultos, o B.A chama a atenção da produção de Byung-Chul Han, filósofo que desenvolve o
conceito de hiperatenção. O conceito quer demonstrar que, na atualidade, vivemos o mito da “multitarefa”, ou
seja, de que somos capazes de realizar várias atividades ao mesmo tempo, principalmente, ver filmes e estar
no celular, conversar e estar no celular e estudar e estar no celular, mas que essa “hiperatenção” é, na verdade,
um desfoque de absolutamente tudo. Ao se fazer várias coisas ao mesmo tempo, não se concentra em nada e
a qualidade de todas as atividades realizadas sai prejudicada. Na “sociedade do desempenho”, explica o
filósofo, temos a sensação de que fazer muitas coisas ao mesmo tempo é quase uma obrigação e, certamente,
é um hábito, porque se tenho um celular que me permite fazer várias coisas ao mesmo tempo, porque não
posso trabalhar e assistir a um meme, ler uma notícia e responder minha mãe, por que não posso estudar e
assistir a um filme? Porque, ao fazer isso tudo, faz-se praticamente nada, ou seja, a multitarefa é um mito.

Não apenas isso, na “sociedade do desempenho”, o hábito de se fazer muitas coisas ao mesmo tempo
gera um cansaço inexplicável. Todos carregamos uma máquina de trabalhar e de se divertir nas mãos todos os
dias e isso nos impele a estar sempre conectado, distraído, desfocado e, consequentemente, cansado. O
desempenho dos adultos também cai com o mal uso das telas.

ASSUNTO 2: ESTAMOS ENTRANDO NO PIROCENO, A ERA DOS INCÊNDIOS SEM CONTROLE?

Os incêndios industriais não foram alimentados por fontes vegetais em crescimento, mas sim por fontes
de energia fóssil e a combustão desse material, principalmente após a Segunda Revolução Industrial, causou
transformações na atmosfera, dando início ao processo de aquecimento global. Essas mudanças tiveram um
impacto significativo na aparência da Terra. Com o aumento da temperatura e da quantidade de material
inflamável, a disponibilidade de material para incêndios florestais também aumenta e não temos mais o
controle disso tudo. Os incêndios que enfrentamos agora estão além do nosso controle.

Por décadas, conseguimos manter as chamas sob supervisão. A extensão das áreas queimadas em florestas
foi reduzida graças à adoção de novas estratégias, melhorias na capacitação e substanciais investimentos nesta
área. No entanto, esse progresso foi interrompido. Evidências sugerem que nos encontramos em um ponto de
inflexão. Pode ser o primeiro momento, desde que dominamos o fogo, em que perdemos o domínio sobre ele.
Os incêndios florestais estão se tornando cada vez mais incontroláveis. Agora, é o fogo que está ganhando a
batalha.

Já falamos aqui do Antropoceno, a época dominada pelo ser humano no planeta Terra. Contudo, a
perda do controle nos faz pensar que podemos ter mais uma característica nesse novo período, que também
poderia se chamado de Piroceno, a Era do Fogo. Este é um período em que o fogo, em vez das ferramentas
agrícolas, se torna o principal agente de transformação das paisagens. Um exemplo notável disso ocorreu há
três anos no sudeste da Austrália, quando incêndios devastadores consumiram 21% das florestas locais,
contribuindo para o aumento do buraco na camada de ozônio e provocando alterações no clima regional.

O caso da Amazônia brasileira é um exemplo de perda de controle. Apenas entre 2019 e 2020, sob a
gestão do governo Bolsonaro, a floresta teve alta de mais de 100% em suas emissões de gás carbônico devido
ao descontrole de incêncidos iniciados pelas atividades da agropecuária.

Embora seja verdade que ao longo da história tenhamos enfrentado incêndios catastróficos e fora de
controle, é notável que atualmente eles se manifestem de forma contínua. Nos últimos 12 mil anos do
Antropoceno, os humanos ocuparam e exploraram cerca de 90% das florestas tropicais e 95% das florestas do
Mediterrâneo e de regiões temperadas. No entanto, o recente abandono desses ambientes e a crescente
concentração da população urbana estão alimentando os incêndios que conduzem ao Piroceno.

ASSUNTO 3: BRICS AUMENTAM EM MAIS SEIS MEMBROS, MAS ESSE NÃO ERA O PROJETO INICIAL
DO BRASIL. COMO FICA O BLOCO?

A reunião de cúpula do agrupamento Brics, constituído pelas nações Brasil, Rússia, China, Índia e África
do Sul, emitiu um comunicado nesta quinta-feira, dia 24 de agosto, revelando a ampliação de sua composição.
A Argentina, a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã receberam convites para
se juntar ao coletivo.

São dois os grandes movimentos que o bloco tenta fazer para inovar: a criação de uma moeda entre os
membros do bloco, para diminuir a dependência internacional do dólar. Por exemplo, foi acertado que os
órgãos financeiros centrais e os ministérios responsáveis pela Economia e pela Fazenda de cada país
empreenderão estudos com vistas à adoção de uma moeda de referência para o bloco, a ser utilizada nas
transações comerciais internacionais. O segundo é o consenso sobre a continuidade da busca do grupo por
uma reforma na governança mundial, particularmente no contexto do Conselho de Segurança das Nações
Unidas.

Nem todos os membros do Brics eram a favor desse aumento. O esforço de expansão estava sendo liderado
publicamente pela China e, em menor escala, pela Rússia. Analistas avaliam que a intenção subjacente a essa
iniciativa é atenuar o isolamento dessas duas nações em relação aos Estados Unidos e à Europa Ocidental.

O Brasil, anteriormente, mantinha a posição oficial de que, em vez de uma expansão acelerada do grupo,
o Brics deveria seguir critérios estruturados para avaliar os pedidos de adesão. A Índia também não era a favor
a expansão, ambos, contudo acabaram mudando de opinião.

A expansão é um movimento, na prática, geopolítico: faz frente ao G7, agrupa países de menor
proximidade geopolítica em relação aos EUA e faz reforçar as duas bandeiras principais do bloco, ou seja,
menor dependência internacional do dólar e reforma na concertação política internacional, almejando
modificar o Conselho de Segurança da ONU.

BORA APROFUNDAR?

As informações deste material tiveram como referência: os jornais Estadão, Folha de São Paulo,
G1, CNN, BBC, a revista The Economist e o site de notícias do portal do Itamaraty e do Senado.

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