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MOXABUSTÃO

PROTOCOLOS DE TRATAMENTO

Prof.ª Mª Isabel Lourenço Alves Vieira


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MOXABUSTÃO

A técnica de aquecimento dos pontos de Acupuntura é uma das soluções mais antigas
da humanidade para combater as dores.

A Acupuntura teve a sua origem na China entre as tribos no período da Idade da Pedra.
Nessa sociedade primitiva as pessoas viviam em cavernas úmidas e frequentemente
lutavam entre si e com animais selvagens e, como as dores eram resultantes lógicas da
vida que eles levavam, instintivamente esfregavam e massageavam a área afetada para
aliviar os seus males. Com o desenvolvimento da arte de criar instrumentos, foi moldado
um objeto pontudo de pedra bruta chamado Bian, que era usado para bater levemente
e perfurar a pele em locais pré-determinados com o objetivo de tratar e sanar as dores.

A cauterização, da qual deriva a Moxa, foi um desenvolvimento que se seguiu à


descoberta do fogo. Considera-se que o aquecimento e a sensação de bem-estar que o
fogo propiciava à vida na caverna fria e úmida, assim como as curas fortuitas que
ocasionalmente aconteciam ao toque de um carvão aceso ou pedaço de lenha em brasa,
certamente foram os primórdios da cauterização.

O que distingue essas habilidades primitivas na China das de outros povos é a extensão
do seu consequente desenvolvimento dentro da estrutura formal na tradicional
fisiologia e patologia.

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No caractere chinês de acupuntura, está incluído o caractere huo, que significa “fogo”

Quanto aos instrumentos da acupuntura, provenientes da agulha de pedra original, uma


sucessão deles espelham a evolução da sociedade e tecnologia. As agulhas
relativamente mais finas foram moldadas de ossos com a ajuda de ferramentas de
pedra, estas eram usadas tanto na costura como no tratamento da Acupuntura. Havia
também agulhas feitas de bambu. As agulhas de cerâmica foram introduzidas com o
aparecimento desta técnica na cultura Yang Shao do período Neolítico tardio, um pouco
posterior à 2000a.C. O uso das agulhas de metal iniciou na Idade do Bronze durante a
dinastia Shang, aproximadamente 1600 a.C., e cresceu com a introdução subsequente
do ferro. Durante os nefastos períodos de guerra (Século V a.C.) progressos na
metalurgia tornaram possível a manufatura de agulhas de aço de qualidade bem mais
fina e leve.
Atualmente, a maioria das agulhas de Acupuntura é confeccionada de aço inoxidável,
cuja durabilidade e custo relativamente baixo tornam-na preferível a outros metais.

A cauterização e aquecimento da pele como método de cura usava, originalmente,


ramos de arbustos e outros materiais combustíveis comuns. O uso da Moxa como
principal substância de combustão data do último período Chou em que, geralmente,
utilizava-se o método da cauterização direta, aplicando a moxa diretamente sobre a

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pele. Num desenvolvimento posterior, o pó da Moxa seca passou a ser triturado e


enrolado em forma de bastão ou charuto, para ser seguro em uma de suas pontas com
a mão e acesa a outra extremidade a uma distância pequena da pele de modo a produzir
calor suave. Este método ainda é o mais praticado.

As funções terapêuticas tanto da Acupuntura quanto da Moxa resultam do estímulo de


pontos especiais (pontos de Acupuntura) e canais de energia. O tratamento é capaz de
atacar doenças de obstrução que incluem atrofia e bloqueio, regulando as funções dos
órgãos com o fortalecimento da deficiência e dispersão do excesso. O efeito da Moxa é
semelhante ao da Acupuntura, ambas agem estimulando os pontos para fortalecer a
circulação de energia e sangue, sendo que a diferença primária é que a Acupuntura
utiliza-se de agulhas e a Moxa de calor local

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ARTEMÍSIA

A Artemísia é uma planta da Família Asteracea (família da flor solar), subfamília –


Asteroidae.

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A folha de Artemísia Vulgaris é amarga e picante, produz aquecimento quando usada


em pequenas quantidades, e calor forte quando em grandes quantidades.
Sua natureza é Yang. Penetra nos canais do Fígado, Baço e Rim, e tem como função
aquecer os canais, eliminar o frio, aliviar a dor e estancar sangramentos.

A planta é oriunda de regiões temperadas: Europa e Ásia. Na China é oriunda da região


Norte do país, onde se multiplicou o seu uso por causa dos excelentes resultados em
Síndromes de frio.

Em grego, Artemísia significa integridade e boa saúde.

Ela é a erva da mulher, para recompor o Eu feminino, para ajudar a mulher a se integrar
muito mais no seu papel, com sua maternalidade e sensibilidade. É ótima para mulheres
que precisam ser sempre fortes ou que não se assumem inteiramente, pois precisam
fazer numa grande parte da sua vida papel de homens. Essas mulheres têm
normalmente problemas menstruais. Também é conhecida desde a antiguidade por
ajudar nos partos.

Seu nome provém da deusa Artêmis, que era a protetora dos partos e deusa da caça na
mitologia Grega.

A Artemísia deve ser usada por pessoas que constantemente precisam de uma limpeza
energética profunda, e quando há necessidade de limpeza profunda de toxinas físicas e
energéticas.

Num almanaque médico de épocas renascentistas apareceu escrito por um autor


desconhecido os segredos da Artemísia: “Infunde alento, ânimo e força, a quem a
trouxer consigo junto do coração. Essa erva, bebida num copo de vinho branco, tira logo
o cansaço do caminho”.

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OUTROS USOS:

- Os emplastos de Artemísia no plexo solar, limpam, energizam e dão coragem.


- Os escalda pés de Artemísia previnem doenças renais.
- Os banhos de imersão com chá forte de Artemísia, facilitam o parto e ajudam os
muito nervosos, neuróticos e histéricos.

A Artemísia é a principal erva do aparelho urogenital feminino. Previne doenças,


regulariza o ciclo menstrual, alivia as cólicas.

Também é empregada para anemia, cólicas, debilidade do estômago, gastrite,


menstruação deficiente, nervosismo, nevralgia. Tem excelente ação diurética, e por isso
ajuda muito no funcionamento e na limpeza
constante dos rins.

Curiosidade:
Em 2015, a médica farmacologista chinesa YouYou Tu, então com 84 anos, ganhou o
Prémio Nobel da Medicina ao desenvolver um tratamento particularmente eficaz contra
a malária com um extrato da planta Artemisia.

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LÃ DE MOXA

As folhas frescas da planta são colhidas na primavera e expostas ao sol para secar, em
seguida são trituradas, examinadas e filtradas para remoção de areia ou talos mais
grosseiros, posteriormente, novamente postas ao sol. Esse processo é repetido até que
se obtenha a consistência desejada que é de um pó fino, macio e branco. A Moxa que
deve ser usada diretamente sobre a pele (método direto) deve ser extremamente fina,
para que possa ser amassada e moldada com as mãos em minúsculos cones, firmes e
que não se desfaçam, enquanto que para o uso indireto (sem encostar na pele) não
precisa ser tão fina.

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Lã de Moxa

Os médicos chineses referem que quanto mais velha for a moxa, melhores os
resultados obtidos, porém é importante que ela seja guardada em um recipiente seco
e exposta ao sol, periodicamente.

FUNÇÔES DA MOXABUSTAO

Porque a Moxabustão tem o efeito de tonificar o Yang do corpo, ela é utilizada na China
de forma caseira, tratando principalmente os idosos para minimizar os desconfortos da
velhice e conseguir uma longevidade saudável. Nas crianças, melhora o crescimento e a
vitalidade para os estudos e trabalhos que queiram realizar. É uma tradição milenar
cultivada no âmago da família, para prevenir e tratar as enfermidades e debilidades mais
comuns do dia-a-dia.

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Por ter uma ligação mais próxima com o elemento Fogo, ela é mais utilizada nos locais
de clima frio, onde esse elemento enfraquece, usando também nas pessoas que
apresentam também deficiência nos órgãos ligados a esse elemento.

Em alguns tratamentos, onde o paciente se encontra extremamente debilitado, é


contraindicado o uso de agulhas, e indica-se o tratamento com a aplicação gradual e
progressiva de Moxa, melhorando com isso a atividade orgânica (Yang), e dando
melhores condições de defesa orgânica.

Usa-se Moxa também em problemas relacionados com a musculatura (rigidez, dores,


contraturas), a fim de liberar a energia perversa ali contida, relaxando e auxiliando o
aporte sanguíneo e energético da área afetada.

A moxa tem a finalidade de aquecer o Qi e o Sangue nos meridianos, tratando a


Síndrome por frio e umidade, aquecer o útero, regularizar a menstruação e tonificar o
Yang. No Ling Shu existe a referência de que: “Quando a acupuntura é ineficaz, a moxa
é apropriada”. Essa passagem do livro refere-se ao uso da moxa no tratamento pelo frio
em que a aplicação somente das agulhas é relativamente ineficaz. As vezes a moxa
sozinha é mais eficaz do que a aplicação de acupuntura, e outras vezes ambas são
sinérgicas.

A aplicação da moxa está indicada para um enorme número de enfermidades, entre


algumas podem ser citadas a asma, diarreia, dor reumática, vômito, dor abdominal e
determinadas desordens ginecológicas. Em 1998 um estudo publicado pelo Journal of
the American Medical Association, 75% das mulheres gravidas que possuíam alteração
do posicionamento fetal da criança e utilizaram a moxabustão nos pontos certos, pelo
tempo correto, e no momento adequado, tiveram os fetos colocados na posição normal.
A moxabustão aumenta significativamente os movimentos fetais na gestante.

Outra função da moxabustão é a indução do fluxo de Qi e Xue para cima ou para baixo.
Por exemplo, a moxabustão no Yongguan para tratar desordens causadas por excesso

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na parte superior e deficiência na inferior. Se a desordem é uma deficiência na porção


superior e excesso na inferior do corpo causando afundamento do Qi pela deficiência
originando prolapso do ânus , prolapso uterino, diarreia prolongada, deve-se utilizar a
moxabustão no ponto BaiHui para trazer o Qi para região superior.

Existe ainda a seguinte crença: “Deve-se realizar moxabustão no Suzanli, Guangyaun,


Qihai, Mingmen e Zhongwan, para se ter uma vida longa e saudável de pelo menos
uma centena de anos.

TIPOS DE MOXA

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Existem basicamente 2 métodos de aplicação de moxa: O método direto e o indireto.


Na antiguidade utilizava-se mais o método direto, porém com a evolução desenvolveu-
se o método indireto e suas variações, que atualmente são os mais populares.

Cone de Moxa:

Usado na moxabustão direta e na moxabustão indireta, é preparado numa superfície


plana usando-se os dedos indicador, polegar e médio, para comprimir a moxa entre os
dedos, fazendo-a tomar a forma de um cone.

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Pode ser feito com base em três tamanhos diferentes:


- Grande: 2,0 cm;
- Médio: 1,0 cm;
- Pequeno: 0,5 cm.
Sendo que os mais usados são o médio e o pequeno .

Moxabustão direta

A moxa direta é criticada por alguns terapeutas por lesionar a pele no local da aplicação,
além da sensação desagradável da queimadura, tem a sua utilização precisa e eficaz
principalmente se usada no sentido de tonificar (pontos de tonificação) os meridianos e
suas funções, bem como nos pontos das extremidades dos dedos. Seu efeito de
tonificação é muito bom, compensando o mau estar momentâneo com uma boa
revitalização geral e principalmente das funções inerentes ao ponto cauterizado.

Aplica-se um cone de moxa branca (menor que um grão de arroz) diretamente sobre o
ponto.
O grão de moxa é mais usado no Japão.

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Outra forma, menos usada atualmente, consiste em colocar o cone de moxa


diretamente sobre a pele nos pontos de acupuntura selecionados e queimá-los. Para
aumentar a penetração de calor na pele, o pó de moxa pode se misturar com cravo-da-
índia ou canela em pó, assim como o óleo de alho pode ser usado para untar a pele e a
fim de fixar o cone.

Repete-se a aplicação dos cones no total de sempre números impares geralmente


chegando de 7 a 9.

Moxabustão Indireta

Geralmente um material é colocado entre a moxa incandescente e a pele, tornando-se


menos doloroso que os métodos diretos, e menos risco de infecção.

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São usadas várias substâncias, sendo o Gengibre, Alho e Sal as mais comuns.

Moxa com sal

- É utilizada apenas no ponto VC 8. Enche-se o umbigo com sal marinho e aplica-se


pequenos "cones" de moxa no local. A aplicação deve ser feita com o máximo de cuidado
possível, pois o sal retém calor e se o cone não for retirado na hora certa, pode provocar
dores e queimaduras.

Moxa com gengibre

Corta-se uma fatia fina de gengibre e fazem-se 3 a 5 pequenos furos.

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Aplicam-se os "cones" de moxa por cima do gengibre, que deverá estar bem em cima
do ponto a ser trabalhado. Controla-se o aquecimento afastando-se o gengibre da pele.

Moxa com Bastão

O Bastão de Moxa é como um grande charuto que deve ser aplicado aproximando-se a
ponta incandescente do ponto ou da região a ser tratada, procurando, com o máximo
de cuidado, aquecer bem o local. Pode ser aplicado também em forma de cigarro, é a
maneira mais prática e talvez por isso a mais difundida de se aplicar a Moxabustão.

O uso do bastão ou cilindro de moxa foi desenvolvido na dinastia Ming como um método
conveniente, com consumo menor de tempo e com controle maior do que as outras
formas de moxa. Estes bastões são manufaturados atualmente e se tornaram populares.

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Tal como todos os métodos indiretos de moxa, a moxa seca não é colocada na superfície
da pele; nem é moldada em cones, mas sim a lã que é enrolada firmemente em um
papel de embrulho, com cerca de 15cm de comprimento, parecendo-se charuto. O pó
de certas outras ervas medicinais podem ser misturadas aos bastões de moxa. Alguns
tipos usados na China, contém 24g de moxa e 6g de pó feito de quantias iguais das
seguintes ervas moídas: canela, gengibre seco, canela da índia, pimenta, realgar
(xionghua), Sassurea Lappa (muxiang), Angélica sp.(duhuo), Asarun sieboldi (xixin),
Angélica dahurica, Atractylodes iancea (cangshu), mirra e olíbano.

O bastão de moxa aceso em uma das pontas é mantido cerca de 1 cm da superfície da


pele, porém, a distância varia de acordo com a tolerância do paciente e da quantidade
de estímulo térmico que se deseja. Normalmente ele é queimado até a pele ficar
vermelha na adjacência do ponto.

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Dois métodos

Movimento circular com o bastão: A finalidade é espalhar o foco do estímulo térmico no


tratamento de dor que abrange áreas grandes de lesões de tecidos moles.

“Picada de pardal”: O bastão de moxa pica rapidamente o ponto sem tocar na pele. Esse
método facilita a penetração de calor e é, por isso, utilizado quando se deseja estímulos
fortes.

Cilindros aquecidos

Consiste em queimar a moxa dentro de um recipiente de metal, ou madeira, usado com


frequência para tratar crianças ou pacientes que têm medo de outros métodos de
cauterização. Após a moxa ser acesa dentro do recipiente, ela é colocada por pouco
tempo em um ponto de acupuntura selecionado, removendo-se e colocando até que a
pele fique vermelha.

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Cachimbo de madeira para aplicação de bastão de Moxa, e Caixa de metal para cone de Moxa

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“Moxa” elétrica

Este método, desenvolvido recentemente, representa simplesmente um aparelho de


aquecimento elétrico, especialmente desenhado para aquecimento em pontos
específicos. Esse método possui certa “desvantagem” pois para a acupuntura clássico o
efeito da queima da Artemísia Vulgaris desprende uma energia similar ao do corpo
humano. O efeito neste caso seria puramente térmico.

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Moxabustão com agulha de acupuntura

Utiliza-se por vezes a moxabustão juntamente com a agulha de acupuntura.


Quando se deseja um aquecimento profundo pela moxa a agulha serve de transmissor
para esse estimulo. Pode-se fixar a moxa ao cabo da agulha ou usar um chapéu de moxa
evitando assim acidentes e queimaduras.

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Moxabustão Auricular

A orelha está intimamente relacionada aos meridianos e órgãos Zang Fu, a moxabustão
pode aquecer e drenar os meridianos, ativar o qi e a circulação do sangue, reduzir a
sudorese, acabar com a dor e regular as funções dos órgãos. Na orelha, é mais comum
usar a moxa bastão simples ou a moxa bastão com agulha. No Oriente ainda é comum a
moxabustão direta, com pequenas quantidades de lã de moxa moldadas do tamanho
mínimo de grãos de arroz pequenos.

A moxabustão auricular oferece melhor efeito terapêutico ao tratar paralisia facial (Num
estudo com 74 pacientes foram tratados com um índice curativo de 56,76% e o índice
efetivo de 98,65%), dor oftálmica, caxumba, síndrome Bi dolorosas e herpes zoster,
síndrome de deficiência por frio, crianças, mulheres grávidas, pacientes com
constituição fraca e sérias doenças sistêmicas.

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COMO ESCOLHER O TIPO DE MOXA A UTILIZAR

O tipo de moxa vai depender diretamente do diagnóstico energético inicial, para


determinação do tratamento a usar.
No entanto, para as pessoas não profissionais ou com pouca experiência, é mais
conveniente utilizar os bastões.

COMO USAR OS BASTÕES DE MOXA

Para utilização por não profissionais, é aconselhável o uso do bastão, aproximando e


afastando de 3 a 7 vezes sobre os pontos, cada vez durando em torno de alguns. O
bastão deve ficar a uma distância de 1 a 2 centímetros. A distância ideal é aquela em
que o ponto é aquecido lentamente, numa intensidade confortável, pois assim o calor
pode penetrar profundamente. Por isso não deve aproximar demais o bastão para que
o calor não se torne insuportável rápido demais, nem ocorram queimaduras, nem ficar
longe demais pois demorará muito a aquecer os pontos. Na dúvida, controle o
aquecimento posicionando o seu dedo sobre a pele do paciente, próximo ao ponto de
acupuntura que está a trabalhar. Dê a tenção especial às pessoas que correm maior risco
de queimadura (ver à frente).

MAIOR RISCO DE QUEIMADURA

- Em indivíduos com áreas hipossensíveis (sequelas neurológicas, pé diabético,


cicatrizes, idosos...)
- Em pacientes muito Yin (pouco reativos)
- Em crianças
- Em idosos
- Em diabéticos (principalmente nos pés)

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES ANTES E DURANTE O TRATAMENTO:

- Não esqueça, antes do tratamento, deite o paciente confortavelmente, evitando que


ele se mexa e corra o risco de se queimar

- Na moxabustão com alho e gengibre, tenha cuidado para não deixar queimar demais,
propiciando o aparecimento de queimaduras graves. Caso aconteçam por acidente,
devem ser tratadas como outras queimaduras graves comuns. Cuidado com o risco de
infeções

- Não aplicar moxa em áreas próximas aos órgãos dos sentidos (rosto, pontas dos
dedos, etc) ou mucosas

- Nunca se aplica moxa em pacientes com febre

- Tenha sempre à mão um cinzeiro, ou recipiente para depositar as cinzas resultantes


da combustão da moxa

- Cuidado para não queimar divãs, sofás, lixeiras. Atenção às brasas que possam soltar
se, e tenha a certeza que apagou bem a moxa. Risco de queimaduras E incêndios!!!

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INDICAÇOES ESPECÍFICAS PARA TRATAMENTO COM MOXABUSTÃO

- Enfermidades crônicas, que debilitam o organismo


- Doenças degenerativas
- Pessoas idosas
- Crianças
- Debilitados, de um modo geral, mas não debilidades extremas
- Desportistas e atletas, para melhorar o seu rendimento
- Estudantes, para melhorar concentração, memória, raciocínio
- Como preventivo das doenças, e manutenção da saúde
- Em todas as circunstâncias em que a agulha não possa ser usada

CONTRAINDICAÇÕES

- Durante o equinócio da primavera e do outono


- Nas mudanças de estações
- Durante fortes manifestações meteorológicas
- Durante um ataque de ira ou histeria
- Em Síndromes de Excesso de Yang
- Em extremo Yin, fome ou sede
- Nas grandes debilidades (Moxa mexe com o Qi gral e pode provocar reações
violentas)
- Em doentes mentais (entra em plenitude no alto, mexendo nos líquidos cerebrais)
- Durante a digestão de refeições pesadas
- Em embriagados
- O ponto 36E em crianças (pode causar distúrbios no crescimento)
- Em alguns pontos durante a gestação (o Meridiano do BP, os pontos abaixo do
umbigo, os pontos IG4, BP6, B60-67, E12-36, F3-11)

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- Moxabustão fora dos pontos


- No pescoço
- Na nuca
- Na região do Coração
- Durante febre
- Nos edemas e inchaços
- Durante intoxicações
- Sobre vasos sanguíneos
- No rosto e sobre as mamas (questão estética)
- No crânio de crianças pequenas
- Durante o período menstrual

CONTRAINDICAÇÕES RADICAIS

- Pacientes neoplásicos, diabetes, crônicos renais;


- Queimaduras ou escoriações;
- Pós-cirurgias recentes

ATENÇÃO:
PROIBIDO EM SINDROMES EXCESSO Yang e DEF Yin

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CUIDADOS ESPECIAIS

- Use sempre moxa de boa procedência, cheque a pureza da lã da moxa ou do bastão


- Procure sempre seguir os princípios básicos de diagnóstico e tratamento da Medicina
Tradicional Chinesa

DURANTE E DEPOIS DO TRATAMENTO

Após o tratamento com moxa, deve-se:


- Beber com moderação
- Evitar comida crua, gordurosa ou álcool
- Abster de relações sexuais
- Evitar situações de estresse
- Evitar se expor ao Frio, Vento Frio, Umidade

DURAÇÃO DO TRATAMENTO

A duração da permanência da moxa vai depender da indicação das diferentes


patologias e de alguns outros fatores:

- No dorso e abdômen, o período de duração deverá ser maior;


- Nos membros e peito, o período deverá ser menor;
- Na cabeça e pescoço, o período deverá ser menor ainda;
- Em adultos e jovens, o período deverá ser mais longo;
- Em velhos e crianças, período de tempo menor.

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PROTOCOLOS ESPECIAIS COM MOXABUSTÃO

- Desenvolvimento de crianças: moxa pequena no VG12 a cada 10 dias


- Adolescentes: moxa média em B12 e B43 a cada 10 dias
- Mulheres: moxa média em BP6 e BP10 duas a três vezes por mês
- Prevenção para o ano inteiro (em regiões frias): moxa grande em VC12 e E36 durante
os 30 dias mais quentes de verão
- Meia-idade: moxa grande em IG11 e E36 a cada 10 dias
- Fortalecer o Rim: moxa grande em B23, VC4 e R7, a cada 10 dias
- Energia e Sangue: moxa grande em B17, VC6, VC12, VB39, BP10 e ponto especial para
anemia (3 cun acima do cóccix), a cada 10 dias

MOXABUSTÃO EM PEDIATRIA

- Bom desenvolvimento e equilíbrio do SNA: VG12, moxa a cada 10 dias


- Infeções das vias aéreas superiores: B12 e B43, moxa a cada 10 dias

MOXABUSTÃO NA 3ª IDADE

- Conservar a saúde: IG11 e E36 a cada 10 dias


- Fortalecer o Rim: B23, R7 e VC4 a cada 10 dias
- Tonificar o Qi: VC12, VC6
- Tonificar o Sangue: B17, VC12, e para a mulher, acrescentar BP10
- Em caso de anemia, tonificar o Sangue e acrescentar VB39 e o ponto da anemia (3
cun acima do cóccix)
- Osteoporose: R3, B23, B11

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PROTOCOLOS PARA ALGUNS TRATAMENTOS ATRAVÉS DA MOXABUSTÃO

1). Regularizar as funções gastrointestinais - 36E + 8VC


2). Aumentar a energia corporal - 36E + 8VC + 4VG
3). Angústia - 17VC
4). Dificuldade Respiratória - 17VC
5). Ausência de lactação (fora da gravidez) - 17VC
6). Tosse - 22VC
7). Deglutição difícil - 22VC
8). Expelir catarro retido nos brônquios - 12B
9). Desenvolvimento físico e intelectual (crianças) - 2BP + 3BP
10). Crise Hipertensiva - 11IG + 7C + 36E
11). Terçol - 3IG + 4IG

PONTOS DE TRATAMENTO PARA PROBLEMAS OSTEO ARTICULARES

Na MTC, relembramos que o tratamento é sempre determinado em função da causa do


problema, e não do problema em si. Assim não existe um protocolo pré-determinado
para todas as pessoas em todos os momentos da sua vida. O que apresentamos a seguir
é uma relação de pontos possíveis de usar em cada problema, mas devemos sempre
fazer uma pré-seleção de quais serão trabalhados, em função do diagnóstico energético
feito anteriormente, pois cada ponto tem a sua função.

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ARTRITE

Para reduzir o estado de inflamação geral do tecido osteo articular, devemos escolher
entre os pontos:
P 10
BP 3, BP 5
B 17, B 23, B 60
R3
VB 34, VB 38
F3

OMBRO

IG 2, IG 10, IG 11, IG 15, IG 16


ID 3, ID 6, ID 10, ID 11, ID 12, ID 14
TA 4, TA 5, TA, 10, TA 11, TA 12, TA 13, TA 14, TA 15
VB 21, VB 38

PULSO

IG 4, IG 5, IG 6, IG 10 , IG 11
ID 4, ID 5
TA 4, TA 5, TA 10
CS 6, CS 7

JOELHO

E 32, E 33, E 34 3 35, E 36


BP 6
B 54, B 55, B 60
F 7, F 8
VB 30, VB 34, VB 38, VB 41

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LOMBALGIAS

Em Medicina Tradicional Chinesa, a deficiência do Shen Qi e do Pangguang, causa


bloqueio e estagnação do Qi e Xue, que se manifesta com dor lombar.
Pontos locais: B22, B23, Vg4, B52
Pontos distais: R2, R3, B54, B60, C7, C8
Fortalecer o Shen: R7, R10
Vc6, Vc4

EM CASO DE CONTRATURA DOS MÚSCULOS PARAVERTEBRAIS


Vg11, Vg6, B11

COM DIFICULDADE DE CAMINHAR


F13, Vg2, B54, VB34

LOMBALGIA AGUDA INTOLERÁVEL


VB20, IG4, B60

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LOCALIZAÇÃO DE ALGUNS PONTOS DE TRATAMENTO

1) IG 11 - No lado externo da articulação do cotovelo, no final da prega

2) P 11 - Ângulo externo da unha do polegar.

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3) 7C - Entre a ulna e o escafóide, por fora do tendão.

4) 9C - Ângulo externo da unha do dedo mínimo

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5) B 12 - A 1,5 cun do meio da coluna, na linha do espaço entre a 2a e a 3a vértebras


torácicas.

6) 1R - Na sola do pé, no meio do côncavo de flexão do dedo.

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7) IG 20 - Ao lado da narina, abaixo do arco da asa do nariz.

8) IG 1 - Ângulo externo da unha do dedo indicador.


9) IG 3 - Atrás do nódulo do 1o metacarpo, na parte interna.

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10) IG 4 - Entre os dois primeiros metacarpos.

11) E 45- No Ângulo externo da unha do segundo dedo do pé.

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12) VB 20 - Na depressão abaixo do osso occipital, a 1,5 cun da linha média.

13) BP 2- Na articulação falange-metatarsiana do 1o dedo, onde a pele muda de cor.


14) BP 3- No côncavo atrás do nó do 1o metatarso, onde a pele muda de cor.

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15) C 3 - No lado interno do cotovelo, no final da prega de flexão.

16) VC 8 - No meio do umbigo.

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17) VC 17 - Na linha dos mamilos, sobre a linha média do corpo.

18) VC 22 - No meio do buraco formado pela articulação esterno-clavicular.

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39

19) E 9 - Ao lado do Pomo de Adão, próximo à artéria carótida.

20) VG 25 - No meio da ponta do nariz.


21) VG 26 - Na depressão formada pelo lábio superior.

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40

22) E 36- 3 cun abaixo do joelho, entre a tíbia e a fíbula.

23) B 23- Na região lombar, abaixo do processo espinhoso da segunda vértebra lombar,
1,5 cun lateral à linha média posterior.

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24) Ramos interno e externo do Meridiano da bexiga ao longo da coluna vertebral

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42

VU- Vesícula Urinária (Bexiga)

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