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HUAM - Perguntas Tipo

Marcelo Brasil

January 28, 2021

Contents
1 Glossário 2

2 Perguntas que saem na P1 2


2.1 Erros frequentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.2 Choque hidráulico - Determinar Tempo Mínimo . . . . . . . . 2
2.2.1 Contexto teórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.2.2 Calcular o Tempo Mínimo de Paragem do grupo eletrobomba. 3
2.2.3 Calcular o Tempo Mínimo de fechamento de uma válvula 4
2.3 Regulação de válvulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3.1 Válvulas altimétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.4 Estimar energia e custo médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.5 Dimensionar reservatórios (capacidade mínima) . . . . . . . . 6
2.5.1 Cálculo da Capacidade de Regularização Inter-horária
(CR,IH ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.5.2 Cálculo da Capacidade de Regularização Inter-diária
(CR,ID ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5.3 Cálculo da Capacidade de Regularização de Emergên-
cia (CR,eme ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 Perguntas que saem na P2 8


3.1 Calcular caudais de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1.1 Caudal máximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1.2 Caudal mínimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Calcular inclinação mínima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.3 Calcular o resto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.4 Verificar tudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Ainda não terminei, mas já ajuda se pá. Tem que ter os programas do
NTIEC pra seguir.

1
1 Glossário
• CDM C: Consumo no Dia de Maior Consumo, ou seja, o volume máx-
imo que se consome em um só dia do ano.

• CdmA: Consumo diário médio Anual, ou seja, o consumo anual di-


vidido por 365 dias. Também pode ser calculado ao multiplicar a
população (hab) pela capitação média (L/dia/hab).

• CdmM M C: Consumo diário médio do Mês de Maior Consumo. É o


consumo utilizado para dimensionar condutas adutoras.

• FP : Fator de perdas, ver formulário.

• FP M : Fator de Ponta Mensal.

• FP D : Fator de Ponta Diário

2 Perguntas que saem na P1


2.1 Erros frequentes
Prestar atenção nesses detalhes:

• Lembrar que as perdas de carga localizadas são consideradas para o


dimensionamento de condutas adutoras. Por isso sempre incluir os
10% na perda de carga linear (multiplicar por 1,1). Isso se traduz num
j com fórmula
∆H
j=
L × 1, 1
e para colocar na calculadora, para fazer o programa tipo1() por ex-
emplo, posso majorar o comprimento L0 = L × 1, 1.

• A pressão máxima, em geral, depende do material da conduta.

• A pressão mínima é dada pelo enunciado, geralmente 3 ou 4 mca

2.2 Choque hidráulico - Determinar Tempo Mínimo


2.2.1 Contexto teórico
Este tipo de pergunta tem resolução diferente a depender do tipo de con-
duta (gravítica vs. elevatória). Em ambos os casos, trata-se de verificar

2
se os limites das pressões máxima e mínima são respeitados, quer sejam os
limites impostos pelos materiais (pressão máxima que a conduta aguenta)
e condicionantes regulamentares (pressão mínima para evitar cavitações e
infiltrações) ou os limites impostos pela topografia da área de implantação
da conduta (cotas altas têm pressão reduzida, cotas baixas pressão elevada).
Quando se interrompe o funcionamento de uma bomba ou se fecha uma
válvula, causa-se uma pertubação que se propaga na conduta na forma de
uma onda de pressão. Ao chegar ao final da conduta, essa onda é refletida
e volta ao ponto de início, onde volta a ser refletida, e assim por diante até
que seja dissipada a energia do escoamento e se atinja um equilíbrio.
As pertubações fazem aparecer uma “envolvente de presões”, que tem
forma diferente a depender da “rapidez” da manobra feita e do tipo de
acessório (bomba ou válvula). Não vale a pena explicar aqui porque com
os esquemas dos slides se percebe melhor. Lembrar que o caso ilustrado
no formulário é o caso Bomba + Manobra Rápida. Se fosse lenta, a envol-
vente tinha forma triangular, se fosse válvula, era só espelhar a forma da
envolvente.
A variação das pressões que dá origem à envolvente acontece em torno
da energia (H) do reservatório e tem amplitude de valor A (ver formulário).
A diferença entre a energia do escoamento e a pressão mínima da envolvente
é chamada ∆+ H.
∆H é calculado de forma diferente a depender da rapidez da manobra.
+

Os cálculos feitos neste tipo de problema dependem da celeridade (a),


que é a velocidade de propagação das pertubações, e do tempo de fase (µ),
ambos com fórmula explícita no formulário. Prestar atenção principalmente
à fórmula da celeridade, porque entra um montão de unidades diferentes e
que podem causar confusão. Geralmente a celeridade é dada pelo enunciado
já de início.
O método que usamos para calcular o tempo mínimo é o expedito (não
vi em nenhum dos exames passados cobrarem os outros métodos).
Uma manobra é rápida quandoo tempo de paragem é menor ou igual ao
tempo de fase (Tc ≤ µ), e lenta no caso contrário.

2.2.2 Calcular o Tempo Mínimo de Paragem do grupo eletrobomba.


1. Assumir que a manobra é rápida (Tc ≤ µ) e calcular ∆+
H =
a
g · U0 .
Q
• Lembrar que U0 = S.

2. Verificar as pressões máxima e mínima na conduta usando o esquema


do formulário (aquela parte esquerda com os comprimentos dos Hs)

3
como base. Para isso, identificar logo os valores de energia do reser-
vatório (H0 ), HP (depende do tipo de conduta), Hmax e Hmin .

• As pressões máximas ocorrem em secções de cota baixa. Em


geral, os grupos eletrobomba são candidatos a secção de pressão
máxima.
• As pressões mínimas ocorrem em secções de cota elevada. Não é
necessário verificar os reservatórios.
• Ter atenção a outros possíveis condicionantes de pressões (cotas,
material da conduta)

3. Se as pressões estiverem OK, voltar e ver o que errou porque isso nunca
vai acontecer (tá, se acontecer, a manobra é rápida e o tempo mínimo
é 0s). Se falharem, fixar o valor que falhou e fazer o caminho inverso
para chegar ao ∆+ H , ou seja, partir do Hmin ou do Hmax e usar o gráfico
do formulário. A manobra não pode ser rápida como assumimos no
passo 1, e por isso vamos usar a fórmula do ∆+ H para manobra lenta
para encontrar Tc

H , descobrir Tc através da fórmula


4. Com o novo valor do ∆+
a µ
∆+
H = · U0 ×
g Tc

• µ= 2L
a

5. Verificar as velocidades máxima e mínima com os novos parâmetros.

2.2.3 Calcular o Tempo Mínimo de fechamento de uma válvula


1. Assumir que a manobra é rápida (Tc ≤ µ) e calcular ∆+
H =
a
g · U0 .
Q
• Lembrar que U0 = S.

2. Verificar as pressões máxima e mínima na conduta. Ver o passo 2 do


grupo eletrobomba, mas ter em mente que se, por exemplo, a válvula
for do tipo altimétrica (controla a pressão à montante), os limites de
pressão da conduta podem estar dentro da envolvente de pressões.
Ou seja, o valor de ∆+H pode ser condicionado por outra coisa que não
aquela fórmula do formulário (ver o exame de Recurso de 2018, que
tem resolução disponível no SIGARRA).

3. A partir daqui funciona igual ao grupo eletrobomba, ver resolução lá.

4
2.3 Regulação de válvulas
Regular uma válvula é verificar que ela evita as pressões fora do limite na con-
duta. Sempre verificar as pressões máxima e mínimas na conduta, prestando
atenção às zonas críticas que são depressões (cotas baixas) para pressões
máximas e picos (cotas altas) para pressões mínimas.

2.3.1 Válvulas altimétricas


Controlam (elevam) a pressão à montante.

Verificar pressões mínimas


As condição para a ocorrência de pressão mínima é que o reservatório
esteja quase vazio (usar a cota mínima dada para reservatório).
1. Traçar a linha piezométrica natural, usando a equação de Bernoulli
entre o reservatório e a válvula, e verificar se há pontos com pressão
abaixo da mínima (P = H − Z).
2. Se houver pontos com pressão abaixo da mínima, obrigar que a pressão
mínima seja respeitada e calcular um novo j com um Bernoulli entre
o reservatório e o ponto crítico, de com esse novo j calcular a nova
energia à montante da válvula.
3. Com essa nova energia, encontrar a pressão de regulação da válvula.
4. Verificar se o caudal pretendido ainda é possível com o novo j, se o
diâmetro for o mesmo. Possivelmente, alterar o diâmetro para aco-
modar o novo caudal e a regulação da válvula.
Verificar pressões máximas
...

2.4 Estimar energia e custo médio


Se sair essa pergunta comemore, ela é a mais fácil. É basicamente aplicar as
fórmulas do formulário diretamente. As únicas coisas a se prestar atenção
são:
• Na fórmula da energia, V é o volume anual médio bombeado, ou
seja, vale V = 365·(CdmA+perdas −Vgravitica ), sendo Vgravitica o volume
fornecido por uma eventual conduta gravítica que também abasteça a
população.

5
• Embora usemos o Consumo diário médio Anual (CdmA) para calcular
a energia, quando calculamos a altura manométrica da bomba usamos
o Consumo diário médio do Mês de Maior Consumo (CdmM M C)

• Se não for dada pelo enunciado, a altura manométrica da bomba é


Hman = Hreservatorio + ∆H − ZBomba . Tem que somar o ∆H , já que
estamos indo “de trás pra frente”!

• Se for pedido para atualizar os custos ou calcular o efeito da inflação,


as variáveis V da fórmula são os valores monetários em euros, e não o
custo em €/KWh.

2.5 Dimensionar reservatórios (capacidade mínima)


O que se pretende é calcular CR = CR,IH + CR,ID + CR,eme e depois, se pe-
dido, comparar com o volúme mínimo regulamentar (fórmula no fórmulário).

2.5.1 Cálculo da Capacidade de Regularização Inter-horária (CR,IH )


O valor de CR,IH é a maior diferença entre o caudal consumido e o cau-
dal fornecido em um dado intervalo de tempo (prestar atenção a diferenças
negativas).

1. Calcular CdmA = P op · Capitacao.

2. Calcular o CdmM M C através dos dados do enunciado, em geral CdmM M C =


CdmA · (fP M + fP ).

3. Se houver um conjunto de conduta elevatória com conduta gravítica,


calcular o caudal bombeado por hora (prestar atenção às horas de
funcionamento da bomba) e o caudal fornecido pela conduta gravítica
por hora (funciona 24h por dia).

4. Se houver consumo por parte de um pólo industrial, calcular o consumo


por hora, que deve ser constante durante o período de funcionamento
da indústria.
(CdmM M C−Vindustria )
5. Calcular o consumo médio horário da população, que será 24

6. Fazer uma tabela com o volume fornecido pelas condutas acumulado


em uma coluna, o volume consumido acumulado em outra, e a difereça
entre os dois numa terceira. Os intervalos de tempo a usar vão depender
do horário de funcionamento da bomba e da indústria e também dos

6
fatores de ponta horários da população, quando algo mudar/acabar,
registrar o intervalo na tabela. Atenção: somente o caudal consum-
ido pela população é multiplicado pelo fator de ponta horária, o da
indústria em geral se considera constante. Por exemplo:

Tempo Entra (m³) Sai (m³) Diferença (m³)


0h (QBomba + QGravtica ) · t (Cpop + Qind ) ...
8h 300 100 200
16h 600 250 350
20h 750 500 250
24h 900 900 0

Sempre vai terminar com 0 de diferença, se não deu errado e tem que
recalcular. No caso deste exemplo, CR,IH = 350m3 .

7. Opcionalmente, e em especial se notar diferenças negativas, pode-se


fazer um gráfico para entender melhor o problema.

8. Se houver diferenças negativas, a capacidade inter horária é a soma da


maior diferença positiva com a maior diferença negativa.

2.5.2 Cálculo da Capacidade de Regularização Inter-diária (CR,ID )


Em geral,
CdmM M C
CR,ID = CdmA−perdas =
fP M + fP
Entretanto, se houver (sempre há) uma conduta elevatória a abastecer o
reservatório, pode ser que a bomba, sozinha, consiga fornecer o caudal necessário.
Para verificar se este é o caso, usando o caudal da bomba calculado no item
3 do cálculo da capacidade inter-horária (o caudal bombeado por hora), ver-
ificar se a bomba consegue elevar o Consumo do Dia de Maior Consumo
(menos o caudal fornecido por uma eventual mas sempre presente conduta
gravítica) em até 24 horas.

CDM C = CdmA · (fP D + fP )

CDM C − Vgravitica
Tbombeamento = ≤ 24h
QBomba,hora
Se essa condição se verificar, CR,ID = 0.

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2.5.3 Cálculo da Capacidade de Regularização de Emergência
(CR,eme )
Escolher o máximo entre a Reserva de incêndio (dada pelo enunciado) ou a
Capacidade de Regularização de Avaria.
CR,eme = max(CR,avaria ; Rincendio )
Cálculo de CR,avaria
1. Comparar os caudais das condutas que abastecem o reservatório e es-
colher o maior (o caudal de condutas elevatórias costuma ser maior
porque funciona por menos de 24h).
2. Multiplicar o caudal pelo período de avaria (dado pelo enunciado).

3 Perguntas que saem na P2


A P2 é sempre a mesma coisa: dimensionar trechos de emissários de águas
residuais, o que significa dimensionar diâmetros e inclinações entre trechos
para se chegar a cotas de pavimento e de soleira. O critério de dimensiona-
mento é usar sempre a menor inclinação possível e o menor diâmetro possível.
Quase sempre nos é dado um dos dois parâmetros, mas se não nos for dado
nada, assumir a inclinação condicionada pelo pavimento (igual a do pavi-
mento) ou pela profundidade mínima da vala de assentamento (da soleira),
depois corrigir se necessário.
Sempre é preciso verificar os seguintes parâmetros:
• O diâmetro de um trecho tem que ser maior ou igual ao diâmetro do
trecho a montante
• A velocidade máxima é menor que 3 m/s
• A velocidade mínima é maior que 0,3 m/s
• A secção de escoamento é menor ou igual à metade da secção da con-
duta ( yd ≤ 0, 5)
• A inclinação está entre 0,3% e 15%
Prestar atenção aos seguintes detalhes:
• O diâmetro usado na P2 cresce de 50 em 50, e o diâmetro nominal é
igual ao interno, a menos que se diga o contrário no enunciado (ou se
o enunciado especificar a conduta como PE80 ou PE100)

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• O fator de ponta horário é o que aparece na segunda parte do for-
mulário, diferente do utilizado para a P1

• A velocidade máxima e o caudal máximo de projeto são atingidos no


Ano de Horizonte de Projeto, e incluem o Caudal de Infiltração

• A velocidade mínima e o caudal mínimo de projeto são atingidos no


Ano de Início de Exploração (ano 1) e não incluem o Caudal de Infil-
tração

• A população e a capitação mudam com os anos e têm que ser calcula-


dos.

• Não existe “Ano 0”, começa a contar com 1. Ou seja, se o horizonte de


projeto é de 40 anos, passarão 39 anos desde o ano inicial até o ano de
horizonte.

• Se a informação vier como “de 2020 até 2060”, aí serão 40 anos passados
do inicial ao de horizonte. Entender bem essa diferença!

3.1 Calcular caudais de projeto


3.1.1 Caudal máximo
QAH = (P op.AH × Cap.AH ) · faf luencia · (fP H,AH + Qinf il )
Sendo Qinf il a percentagem do caudal médio anual de água residual aflu-
ente e AH referente ao Ano de Horizonte.

3.1.2 Caudal mínimo


QAI = (P op.AI × Cap.AI ) · faf luencia · fP H,AI
AI refere-se ao Ano Inicial

3.2 Calcular inclinação mínima


Se não for dada, é preciso calcular assumindo o mínimo possível. Se for dada
a profundidade mínima da vala, usar ela pra calcular. Se não, usar a mesma
inclinação do pavimento.

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3.3 Calcular o resto
Usar o programa do NTIEC, de acordo com os caudais calculados e os dados
fornecidos: o programa vai perguntar se quer calcular o diâmetro assumindo
a inclinação, ou a inclinação assumindo o diâmetro. O programa fornece já
as velocidades máxima e mínima do escoamento, a razão da secção ( yd ), o
diâmetro teórico e nominal ou a inclinação.

3.4 Verificar tudo


Verificar velocidades, inclinações, diâmetros e caudais (só comparar os pedi-
dos pelo enunciado com os dados pelo programa). Se algo falhar, ajustar e
recalcular.

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