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b r
d
3
𝑚 C/m
y
a x
P(x,y,z)
I
r+ r+
r r
z
q q
𝑥 r- r-
𝐴×𝐵
d d O
d/2cos
-q d/2cos
-q
𝑧 𝑦 (a) (b)
𝐵
l2
N1 N2 l2 l1
𝐴
2
Copyright © 2020 Farshad Yazdani
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reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia au-
torização, por escrito, da....
Primeira edição, Abril 2020
4
Autor
5
6
Dedicação
7
8
Agradecimento
9
10
Sumário
I Análise Vetorial 27
1 Álgebra Vetorial 29
1.1 Operações Aritméticas Vetoriais Gráficas . . . . . . . . . . . . 30
1.2 Sistemas de Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.2.1 Sistema de Coordenadas Cartesianas . . . . . . . . . . 35
1.2.1.1 Operações Aritméticas . . . . . . . . . . . . . 38
1.2.2 Sistema de Coordenadas Cilíndricas . . . . . . . . . . . 40
1.2.2.1 Operações Aritméticas . . . . . . . . . . . . . 41
1.2.2.2 Conversão de Coordenadas . . . . . . . . . . 42
1.2.3 Sistema de Coordenadas Esféricas . . . . . . . . . . . . 46
1.2.3.1 Operações Aritméticas . . . . . . . . . . . . . 47
1.2.3.2 Conversão de Coordenadas . . . . . . . . . . 48
II Eletrostática 53
2 Técnicas de Análise 55
2.1 Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
2.1.1 Distribuição Linear, Superficial e Volumétrica . . . . . 59
2.2 Potencial Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.2.1 Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.2.2 Potencial Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
2.3 Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.3.1 Divergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
2.3.1.1 Divergência em Coordenadas Cartesianas . . 72
2.3.1.2 Divergência em Coordenadas Cilíndricas . . . 74
2.3.1.3 Divergência em Coordenadas Esféricas . . . . 75
2.3.2 Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
2.4 Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
11
12 SUMÁRIO
15
16 LISTA DE FIGURAS
23
24 LISTA DE TABELAS
PREFÁCIO
25
26 LISTA DE TABELAS
Análise Vetorial
27
Capítulo
1
Álgebra Vetorial
29
30 1.1. OPERAÇÕES ARITMÉTICAS VETORIAIS GRÁFICAS
𝐹
𝐵
𝐴
𝐴
𝐴
𝐴+𝐵
𝐵 𝐴+𝐵
𝐵
(a) (b) (c)
⃗ e B.,
Fig. 1.2. a) Representação de dois vetores A ⃗ b) Soma dos vetores. c) Soma
de vetores pelo método do paralelogramo.
−𝐵
𝐴
𝐴 𝑎𝐴
−𝐴
𝐴−𝐵 𝐴
𝐵 𝑎𝐴
W=FL cos
𝐹 𝐹
𝐿
Fcos
𝐴×𝐵
⃗×B
Fig. 1.5. A direção do produto vetorial A ⃗ pela regra da mão direita.
A ⃗ · B̂ B̂ + A
⃗=A ⃗ ⊥.
Exercício 1.1.
Utilizando o método gráfico para análise de vetores, mostre que:
⃗ × (B
a) A ⃗ + C)
⃗ =A ⃗×B ⃗ +A ⃗ × C.
⃗
b) A · (B + C) = A · B + A · C.
⃗ ⃗ ⃗ ⃗ ⃗ ⃗ ⃗
CAPÍTULO 1. ÁLGEBRA VETORIAL 35
Exercício 1.2.
⃗ =A
Considere C ⃗ − B.
⃗ Encontre o tamanho do vetor C.
⃗
Exercício 1.3.
⃗ × (B
Mostre que A ⃗ × C) ⃗×
⃗ não possui a propriedade associativa, ou seja A
⃗ × C)
(B ⃗ ̸= (A⃗ × B)
⃗ × C.
⃗
Exercício 1.4.
Prove: a) A fórmula de cosseno: a2 = b2 + c2 − 2bc cos θ.
b) A fórmula de seno:
senα senβ senγ
= =
a b c
y x x
x z y
(a) (b) (c)
y
y
x
z y
z
(d) (e) (f)
Exercício 1.5.
Encontrar o terceiro eixo das coordenadas cartesianas na figura 1.6. ■
z
Plano z0
𝑧
P(x0,y0,z0)
O 𝑦
y
𝑥
Plano x0
𝑥̂
𝑧̂ 𝑦̂
⃗·B
A ⃗ = (Ax x̂ + Ay ŷ + Az ẑ) · (Bx x̂ + By ŷ + Bz ẑ)
= Ax Bx x̂ · x̂ + Ax By x̂ · ŷ + Ax Bz x̂ · ẑ
+ Ay Bx ŷ · x̂ + Ay By ŷ · ŷ + Ay Bz ŷ · ẑ
+ Az Bx ẑ · x̂ + Az By ẑ · ŷ + Az Bz ẑ · ẑ.
Exercício 1.6.
a) Para o vetor 10x̂−5ŷ +4ẑ, separe os componentes paralelo e perpendicular
ao vetor 1x̂ + 3ŷ + 2ẑ. b) Encontrar o componente do campo vetorial A ⃗ =
2xx̂ − y 2 ŷ + yz ẑ ao longo do campo B ⃗ = 2xyx̂ − y 2 ŷ + xyz ẑ no ponto
(1, 2, 1). c) Achar o versor perpendicular aos campos vetoriais A ⃗ e B
⃗ em
(0, 2, 3).
CAPÍTULO 1. ÁLGEBRA VETORIAL 39
Exercício 1.7.
a) Encontrar o versor normal ao plano 4x + 5y − 7z = 6.
b) Decomponha o vetor 10x̂ − 5ŷ + 4ẑ em componentes paralelo e perpendi-
cular ao plano 4x + 5y − 7z = 6.
c) Se ⃗r representa o vetor de posição no espaço 3D, e se A ⃗ for um vetor
constante. Prove que (⃗r − A)
⃗ ·A ⃗ representa uma superfície plana. ■
⃗ ⃗
O produto vetorial de A e B pode ser descrito em função dos componentes
vetoriais, utilizando a propriedade de distribuição da multiplicação vetorial:
⃗×B
A ⃗ = (Ax x̂ + Ay ŷ + Az ẑ) × (Bx x̂ + By ŷ + Bz ẑ)
= Ax Bx x̂ × x̂ + Ax By x̂ × ŷ + Ax Bz x̂ × ẑ
+ Ay Bx ŷ × x̂ + Ay By ŷ × ŷ + Ay Bz ŷ × ẑ
+ Az Bx ẑ × x̂ + Az By ẑ × ŷ + Az Bz ẑ × ẑ,
⃗×B
A ⃗ = (Ay Bz − Az By )x̂ + (Az Bx − Ax Bz )ŷ + (Ax By − Ay Bx )ẑ (1.11)
Observe que a regra da troca cíclica é válida para cálculo de cada componente
do produto vetorial. Por exemplo, o componentes x do produto é resultado
da multiplicação dos componentes Ay e Bz , seguindo a ordem, subtraído do
produto dos componentes Az e By , seguindo a ordem oposta. Logo, o cálculo
de um componente do produto pode ser através de regra de troca cíclica.
Enquanto o cálculo simultânea dos três componentes do produto vetorial
pode ser obtido reorganizando a fórmula como determinante de uma matriz
3 × 3:
x̂ ŷ ẑ
A × B = Ax Ay Az
⃗ ⃗ (1.12)
Bx By Bz
⃗ e B,
Exemplo 1.2. Encontrar o produto vetorial de A ⃗ = x̂ + 4ŷ − 3ẑ
⃗ onde:A
⃗ = 2x̂ − 5ŷ − 6ẑ.
eB
Resposta:
x̂ ŷ ẑ
⃗ = 1 4 −3
⃗×B
A
2 −5 −6
= (4 × −6 − (−3 × −5))x̂ − (1 × −6 − 2 × −3)ŷ
+ (1 × −5 − 2 × 4)ẑ
40 1.2. SISTEMAS DE COORDENADAS
Exercício 1.8.
⃗ perpendicular ao vetor B
Prove que o componente do vetor A ⃗ será:
⃗ ⊥ = B̂ × (A
A ⃗ × B̂).
z Plano z0
𝑧
𝑟
r0 O
Plano r0 y
0
z
a
O y
x
Fig. 1.10. Integral do versor φ̂ ao longo da circunferência do circulo de raio a.
Br = yx̂ · r̂ − xŷ · r̂ + z ẑ · r̂
x y
= y cos φ − x senφ = y − x
r r
= 0,
Bφ = yx̂ · φ̂ − xŷ · φ̂ + z ẑ · φ̂
= −y senφ − x cos φ
y x
= −y − x
r r
= −r,
Bz = z.
√
⃗ = − x2 + y 2 φ̂ + z ẑ.
Portanto: B ■
Exercício 1.11.
a) Represente o vetor A⃗ = −5x̂ + 10ŷ + 3ẑ em coordenadas cilíndricas.
b) Qual será a representação do vetor A no ponto (−5, 10, 3) em coordenadas
cilíndricas.
Exercício 1.12.
⃗ = − senφx̂ + cos φŷ para coordenadas cilíndricas. Res-
Converter o vetor A
⃗
posta: A = φ̂.
Exercício 1.13.
Considere o vetor A⃗ = −2r̂ + 5φ̂ + 4ẑ e o vetor B
⃗ = 2x̂ + 3ŷ − 5ẑ. Calcule
as seguintes operações em um ponto P (x = 1, y = 3, z = −3).
a) |A⃗ × B|.
⃗
b) A⃗ · B.
⃗
c) A ⃗ (Resposta: −4r̂ + 12φ̂ − 3ẑ.)
⃗ + B.
Exercício 1.14.
Para o vetor A⃗ = r2 cos φr̂ + 5rz sen2 φφ̂ + 4r/z senφẑ, calcule resultado das
seguintes operações:
46 1.2. SISTEMAS DE COORDENADAS
z 0
P(r0 , 0 ,0)
Plano r0
r0 𝑟
O y
0
O
0
y
x
Fig. 1.12. Integral do versor θ̂ ao longo da superfície de um esfera de raio a e
ângulo φ constante.
q
A= Ar 2 + Aθ 2 + Aφ 2 (1.26)
a
Recomendamos encontrar as fórmulas.
CAPÍTULO 1. ÁLGEBRA VETORIAL 49
x = r cos φ senθ
y = r senφ senθ (1.31)
z = r cos θ
Para um vetor A ⃗ = Ar r̂ + Aθ θ̂ + Aφ φ̂ dado em coordenadas esféricas, o
componente Ax em coordenadas cartesianas é obtido a partir da imagem do
vetor ao longo do versor x̂ na figura 1.11:
Ax = A ⃗ · x̂
= Ar r̂ · x̂ + Aθ θ̂ · x̂ + Aφ φ̂ · x̂
Basta lembrar os ângulos entre versores:
50 1.2. SISTEMAS DE COORDENADAS
⃗ · ŷ
Ay = A
= Ar r̂ · ŷ + Aθ θ̂ · ŷ + Aφ φ̂ · ŷ
Exercício 1.18.
⃗ = 3r̂ + 2θ̂ − 6φ̂ e B
Considere os vetores A ⃗ = 4r̂ + 3φ̂. Calcule resultado das
seguintes operações no ponto P (2, π/3, π/4):
a) |A
⃗ × B|.
⃗
b) A⃗ · B.
⃗
c) Componente do vetor A⃗ em P (2, π/3, π/4) paralelo ao ẑ.
Exercício 1.19.
Para o vetor A⃗ = r2 cos φr̂ − 1/r senθ cos φφ̂ + 4r2 φ̂, calcule resultado das
seguintes operações:
a) O vetor A⃗ no ponto P (10, π/3, π/4).
b) O componente tangencial do vetor A ⃗ à superfície de uma esfera de raio
10 no ponto P .
c) O versor no ponto P perpendicular ao vetor A ⃗ e tangencial ao cone θ =
π/3.
52 1.2. SISTEMAS DE COORDENADAS
Parte II
Eletrostática
53
Capítulo
2
Técnicas de Análise de campo elé-
trico
Sem a força eletrostática para segurar o elétron junto com próton no átomo, um único átomo de hidrogeno teria o tamanho maior que nosso
universob . Vivemos em um mundo eletromagnético junto com fenômenos gravitacionais, cuja origem são cargas elétricas.
55
56 2.1. LEI DE COULOMB
P
q1 r1
rn
r2
r3
qn
....
q2
q3
r⃗1 = (0, −1, 1), r⃗2 = (0, 0, 1), r⃗3 = (2, 2, 1).
√
E os módulos são de 2 e 1 e 3, então, os versores serão: r̂1 = √1 (0, −1, 1),
2
e r̂2 = (0, 0, 1), e r̂3 = 31 (2, 2, 1), respectivamente. Portanto:
Exercício 2.1.
Encontre o campo elétrico no ponto P(0, 1, 2) devido a distribuição uniforme
de 8 cargas iguais, de 2 nC, ao redor de um circulo de raio 2, no plano z = 0.
Considere uma das cargas posicionada ao longo de eixo x. ■
P P P
r ds' r r
d'
dl'
S C/m2 C/m3
l C/m
(a) (b) (c)
ρdτ ′
dE r̂.
⃗ =k (2.8)
r2
Para compreender melhor os conceitos, veja o exemplo 2.2 .
ρl dz ′
⃗ =k
dE 2 ′2 1,5
(hŷ − z ′ ẑ)
(h + z )
y
𝐸
P r
l C/m
h h
z O
z' z'
x
(a) (b)
Fig. 2.3. a) Distribuição linear de cargas elétricas ao longo de um fio com densidade
linear de ρl C/m. b) Escolha de coordenadas e a origem.
formas:
Z
h sec2 θdθ kρl Z θ2
Ey = kρl h = cos θdθ
h3 sec3 θ h θ1
kρl
= ( senθ2 − senθ1 )
h
Z
h tgθh sec2 θdθ kρl Z θ2
Ez = −kρl =− senθdθ
h3 sec3 θ h θ1
kρl
(cos θ2 − cos θ1 )
=
h
Onde, θ1 e θ2 são ângulos correspondentes aos limites da integrala .
Para um fio muito longo, i.e.b comprimento ≫ h, e o ponto P distante
das pontas do fio, os ângulos serão θ1 = −90o e θ2 = 90o , logo, tere-
mos:
⃗ = 2kρl ŷ.
E (2.9)
h
Para outros casos de tamanho de fio e posição do ponto P onde se deseja
calcular o campo, basta encontrar os ângulos correspondentes aos limites da
integral. ■
a
veja a tabela E.3 no apêndice do livro
b
Isto é, ou seja, em outros termos (Referência: wiktionary).
62 2.1. LEI DE COULOMB
∆𝐸 z
h r
y
x'
s C/m2 x y'
⃗ = 2πkρs ẑ.
E (2.10)
Portanto, o campo elétrico bem próximo a uma superfície plana de cargas
elétricas é homogêneo e não varia com altura h. ■
ρdx′ dy ′ dz ′ h i
⃗ = kh
dE i1,5 (x − x′ )x̂ + (y − y ′ )ŷ + (z − z ′ )ẑ
(x − x′ )2 + (y − y ′ )2 + (z − z ′ )2
z
𝑑𝐸 P(0,0,z)
r
C/m3 d
'
r'
y
'
x
Fig. 2.5. Uma distribuição volumétrica de cargas elétricas no raio a.
Exercício 2.2.
No exemplo anterior, o campo foi calculado fora da esfera, ou seja, z > a.
Refazer o procedimento, se tiver interesse na análise do campo elétrico dentro
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 65
2.2.1 Gradiente
Se tivermos interesse em calcular a taxa espacial de variação de uma
função como f (x), simplesmente a taxa é obtida pela df /dx. Suponha que
estamos tratando de uma função espacial 3D, que contém, nas coordenadas
cartesianas, as variáveis x, y e z. A taxa de variação obviamente, não será
obtida através de somente um diferencial, mas sim de três diferenciais ∂f /∂x,
∂f /∂y e ∂f /∂z. Mas, para informar a taxa correspondente com cada dife-
rencial, é necessário informar a direção e o sentido do resultado. O gradiente
66 2.2. POTENCIAL ELÉTRICO
df = ∇f · d⃗l.
∂r
∇r = r̂ = r̂
∂r
b) Começando em coordenadas cartesianas:
∂r ∂r ∂r
∇r = x̂ + ŷ + ẑ
∂x ∂y ∂z
x − x′
=q x̂
(x − x′ )2 + (y − y ′ )2 + (z − z ′ )2
y − y′
+q ŷ
(x − x′ )2 + (y − y ′ )2 + (z − z ′ )2
z − z′
+ q ẑ
(x − x′ )2 + (y − y ′ )2 + (z − z ′ )2
= r̂.
1 ∂1/r 1
∇ = r̂ = − 2 r̂.
r ∂r r
d) Lembrando do que falamos anteriormente, teremos:
68 2.2. POTENCIAL ELÉTRICO
1 1
∇ = − 2 r̂. (2.18)
r r
e) Similarmente, basta lembrar que diferencial em função de coordenadas da
fonte (x′ , y ′ , z ′ ) acrescenta um sinal na equação, ou seja:
1 1
∇′ = 2 r̂. (2.19)
r r
■
Z
ρl dl′
ϕ=k + C. (2.22)
r
Se tiver uma distribuição bidimensional de cargas em uma superfície, basta
inserir dq = ρs ds′ na equação (2.21), onde ρs representa a densidade superfi-
cial de cargas elétricas. Assim teremos:
Z
ρs ds′
ϕ=k + C. (2.23)
r
E, se tiver uma distribuição volumétrica de cargas com a densidade ρ C/m3 ,
o potencial elétrico será:
Z
ρdτ ′
ϕ=k + C. (2.24)
r
O potencial elétrico de uma carga pontual é obtido a partir da integral da
função do campo elétrico dada pela equação (2.2), ou seja:
Q
ϕ = k + C. (2.25)
r
Considerando um ponto no infinito como referencial, podemos desconsiderar
o termo constante C da equação de cima.
Percebemos que a análise de campo vetorial através do potencial elétrico
é mais vantajosa devido ao cálculo escalar, que pode simplificar considera-
velmente a solução da integral. Após encontrar o potencial, basta fazer o
gradiente para achar o campo elétrico. Podemos, também, achar o potencial
a partir de um dado campo elétrico, ou seja:
Z
ϕ=− E ⃗ · d⃗l. (2.26)
Também, sabemos que a força sentida pela uma carga elétrica Q sob efeito
de um campo eletrostático E⃗ é F⃗ = QE.
⃗ Sendo assim, o trabalho necessário
para deslocar uma carga elétrica Q do ponto ”a”para o ponto ”b”em um
campo elétrico é obtido através da seguinte equação:
Z b
W = −Q ⃗ · d⃗l.
E (2.27)
a
Exercício 2.9.
a) Encontre o potencial elétrico no eixo de um arruela de raio interno a e
raio externo b, carregada com a densidade ρs = r22 C/m2 , onde r é raio polar.
b) A partir do potencial elétrico, encontre o campo elétrico. ■
2.3.1 Divergência
⃗ que atravessa uma superfície s é definido
O fluxo de um campo vetorial E
da seguinte forma:
Z
Φ= E ⃗ · d⃗s (2.30)
s
Se a superfície for fechada, o fluxo é chamado fluxo líquido para fora que é
representado da seguinte forma:
I
Φ= E ⃗ · d⃗s (2.31)
s
X∆τ (2.32)
Φi
i
= ,
∆τ
72 2.3. LEI DE GAUSS
z
y
x 4
1
E
5
z O 3
y
2
6
(a) (b)
x
onde Φi representa o fluxo para fora de cada uma das superfícies ao redor
do volume infinitesimal. Geralmente, a fórmula de divergência é obtida pelo
fluxo líquido por unidade infinitesimal de um volume ao redor de um ponto,
ou seja, o ponto fica no meio do volume, onde considera-se a origem das
coordenadas. Entretanto, como a definição é a base de quantidades infinite-
simais, não altera o resultado se focar somente no fluxo líquido que atravessa
uma superfície fechada sem influência da posição de origem das coordenadas.
∂Ex
Φ1 + Φ2 = ∆x∆y∆z .
∂x
Também, o fluxo que sai pelas faces y = 0 e y = ∆y será ∆x∆z(Ey (0, ∆y, 0)−
Ex (0, 0, 0)), ou seja:
∂Ey
Φ3 + Φ4 = ∆x∆y∆z .
∂y
A soma do fluxo da face z = 0 e da z = ∆z será ∆x∆y(Ez (0, 0, ∆z) −
Ez (0, 0, 0)) que é equivalente com:
∂Ez
Φ5 + Φ6 = ∆x∆y∆z
∂z
A soma dos fluxos de três pares de face representa o fluxo líquido para fora
neste volume. Sendo assim, a divergência nas coordenadas cartesianas é
obtida a partir da equação (2.32), dividindo o fluxo total obtido por volume
do cubo que é ∆x∆y∆z, ou seja:
⃗ = ∂Ex + ∂Ey + ∂Ez
Div(E) (2.33)
∂x ∂y ∂z
Se utilizarmos a definição de produto escalar, dada pela equação (1.9), po-
demos representar a divergência da seguinte forma:
∂ ∂ ∂
⃗ =(
Div(E) x̂ + ŷ + ẑ) · (Ex x̂ + Ey ŷ + Ez ẑ) (2.34)
∂x ∂y ∂z
𝑧
r
z r
O y
r
Fig. 2.7. Representação gráfica de uma superfície fechada infinitesimal para cálculo
do fluxo total em coordenadas cilíndricas.
O fluxo total é a soma dos seis componentes encontrados, com isso podemos
somar o resultado de cada 2 faces na mesma direção anteriormente. Por
exemplo para faces na direção r̂ o fluxo para fora é r∆z∆φ(Er (r +∆r, φ, z)−
Er (r, φ, z)). Basta lembrar da definição de diferencial de uma função para
chegar o seguinte resultado:
∂(rEr )
Φ1 + Φ2 = ∆r∆z∆φ
∂r
E o fluxo para fora dos planos na direção φ̂ é ∆r∆z(Eφ (r, φ + ∆φ, z) −
Eφ (r, φ, z)), ou:
∂(Eφ )
Φ3 + Φ4 = ∆r∆z∆φ
∂φ
Para faces na direção ẑ, o fluxo para fora será r∆r∆φ(Ez (r, φ, z + ∆z) −
Ez (r, φ, z)) ou:
∂(Ez )
Φ5 + Φ6 = r∆r∆z∆φ
∂z
Inserindo os resultados na equação (2.32) teremos a equação da divergência
nas coordenadas cilíndricas:
∇·E ⃗ = 1 ∂(rEr ) + 1 ∂(Eφ ) + ∂Ez (2.35)
r ∂r r ∂φ ∂z
z
𝑟
r
r
O y
rsen
Fig. 2.8. Representação gráfica de uma superfície fechada infinitesimal para cálculo
de fluxo total em coordenadas esféricas
𝑛
Volume v
j
s
Fig. 2.9. Volume finito para aplicar a definição de divergência de um campo veto-
rial.
Basta somar os fluxos parciais para encontrar o fluxo líquido dado pela equa-
ção (2.32), e em seguida achar a equação da divergência nas coordenadas
esféricas:
2
∇·E⃗ = 1 ∂(r Er ) + 1 ∂(Eθ senθ) + 1 ∂Eφ . (2.36)
r2 ∂r r senθ ∂θ r senθ ∂φ
Como percebemos a divergência na equação (2.32) é formulada para um
volume infinitesimal. Podemos estender a formulação relacionada para um
volume finito como ilustrada na figura 2.9. Neste caso, dividimos o volume
em fatias infinitesimais como foi feito na figura 2.9 e o fluxo total do campo
será obtido pela soma do fluxo parcial de cada volume infinitesimal, ou seja:
XI
Φ = lim ⃗ · d⃗s
E
∆τj →0 sj
j
Z I
∇ · Edτ
⃗ = ⃗ · d⃗s
E (2.37)
s
∇·E
⃗ = 4πkρ(x, y, z) (2.40)
Em que ρ(x, y, z) indica a densidade volumétrica de carga elétrica onde a
análise do campo vetorial é desejada, enquanto ρ(x′ , y ′ , z ′ ) é a densidade
de cargas elétricas responsável pela geração do campo. Afinal, o que foi
desenvolvido é chamada de equação diferencial da lei de Gauss.
Ainda podemos manipular mais a equação da lei de Gauss, i.e. equação
(2.40), aproveitando do teorema de Gauss, i.e. equação (2.37), substituindo
a divergência do campo elétrico por 4πkρ(x, y, z), ou seja:
Z I
4πk ρ(x, y, z)dτ = ⃗ · d⃗s.
E
S.G.
r l C/m
Fig. 2.10. Fio longo com densidade de carga ρl junto com uma superfície Gaussiana
(S.G.) escolhida.
fechada deve ser igual a carga total inclusa, i.e. ρl l, multiplicando por 4πk.
Ou seja:
2πrlEr = ρl l4πk
Então, o campo no ponto P a distância r será:
⃗ = 2kρl r̂.
E (2.42)
r
Em caso de escolha de ponto P muito distante do fio, ou seja, o comprimento
do fio for comparável com r, não teremos mais a simetria e homogeneidade
do campo para a superfície Gaussiana escolhida. Por exemplo, o fluxo nas
superfícies inferior e superior do cilindro não será nulo e também o campo
não será radial. Assim, sem a condição necessária de simetria do campo, a
integral de campo elétrico sobre a superfície fechada não será trivial. Logo,
nestes casos, a técnica de Gauss não será eficaz para análise de campo elétrico.
■
En
s
s
En
r
b a
S.G.
Fig. 2.12. Cabo coaxial longo com as densidades de carga ρsa e ρsb C/m2 na
superfície do núcleo e na casca, respectivamente
⃗ = 2πkρs n̂,
E (2.43)
onde o versor n̂ é perpendicular à superfície do plano. ■
-Q
S.G.
r +Q
a
b
Fig. 2.13. Duas esferas concêntricas de raios ”a” e ”b” com as cargas superficiais
Q e −Q, respectivamente. Ilustração de uma superfície Gaussiana com raio r > a.
Exercício 2.10.
a) Uma esfera sólida de raio a contém a densidade volumétrica de ρ1 C/m3 .
Uma casca esférica concêntrica, com a esfera de raio interno b e raio externo
c, possui a densidade volumétrica de carga ρ2 C/m3 . Encontre o campo elé-
trico em todo espaço.
b) Ache o potencial elétrico no espaço com o referencial no infinito.
84 2.3. LEI DE GAUSS
S.G.
s
r
Exercício 2.11.
Um cilindro longo de raio a contém carga elétrica volumétrica de ρ = r2 cos φ
C/m3 . Encontre o campo elétrico no espaço. (Dicas: É óbvio que o campo
elétrico não é simétrico e homogêneo). ■
ou seja:
Q
k ,se r ≤ a
a
ϕ(r) = Q
k , se r > a.
r
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 85
2.4 Laplaciano
Até este momento, apresentamos a lei de Gauss como uma técnica para
análise de campo elétrico, dada pela equação (2.40). Esta lei relaciona a
divergência do campo à densidade de carga elétrica, ou seja, ∇ · E
⃗ = 4πkρ.
Também, foi apresentado o potencial elétrico como mais uma técnica de
⃗ = −∇ϕ. Se substituir
análise de campo, a partir de seu gradiente, ou seja, E
o campo elétrico pelo gradiente do potencial elétrico na fórmula da lei de
Gauss, teremos:
−∇ · ∇ϕ = 4πkρ (2.45)
Apresentamos o operador ∇, como um vetor, nas coordenadas cartesianas
pela equação (2.14). Assim, podemos achar o resultado de ∇ · ∇ nas coorde-
nadas cartesianas:
∂ ∂ ∂ ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
∇ · ∇ϕ = ( x̂ + ŷ + ẑ) · ( x̂ + ŷ + ẑ).
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
ou seja:
∂ 2ϕ ∂ 2ϕ ∂ 2ϕ
∇ · ∇ϕ = + + 2 (2.46)
∂x2 ∂y 2 ∂z
O novo operador obtido a partir de ∇ · ∇ é conhecido como Laplaciano
representado por ∇2 . Assim, podemos apresentar a lei de Gauss em função
do potencial elétrico da seguinte forma:
86 2.4. LAPLACIANO
∇2 ϕ = −4πkρ. (2.47)
que é uma equação diferencial de segunda ordem.
É importante lembrar que ρ é a densidade de cargas elétricas na posi-
ção (x, y, z), ou seja, na posição que gostaremos de encontrar o campo elé-
trico. Sendo assim, ρ(x, y, z) será nula na equação (2.47) para pontos de
campo fora da região de distribuição de cargas elétricas. Neste caso, a equa-
ção diferencial é chamada de equação de Laplace, representada da seguinte
forma:
∇2 ϕ = 0. (2.48)
Se tiver interesse em encontrar o potencial elétrico no interior da região de
distribuição de cargas, a equação (2.47) deve ser resolvida considerando a
função de densidade de cargas ρ(x, y, z). Neste caso, a equação diferencial
de segunda ordem (2.47) é conhecida como equação de Poisson.
Até este momento, representamos o Laplaciano em coordenadas cartesi-
anas pela equação (2.46). Em coordenadas cilíndricas, basta substituir os
operadores nabla e divergente dados pelas equações (2.16) e (2.35) na formu-
lação do Laplaciano, ou seja em ∇ · ∇:
1 ∂(r) 1 ∂ ∂ ∂ 1 ∂ ∂
∇·∇=( r̂ + φ̂ + ẑ) · ( r̂ + φ̂ + ẑ)
r ∂r r ∂φ ∂z ∂r r ∂φ ∂z
1 ∂(r2 ) 1 ∂ senθ 1 ∂ ∂ 1 ∂ 1 ∂
∇·∇ = ( 2
r̂ + θ̂ + φ̂)·( r̂ + θ̂ + φ̂)
r ∂r r senθ ∂θ r senθ ∂φ ∂r r ∂θ r senθ ∂φ
V0
z
d
x y
∂ 2ϕ
∇2 ϕ = =0
∂z 2
ϕ(z) = Az + B
a
Para maiores informações sobre o teorema de unicidade, verifique apêndice do livro,
ou as referencias, tais como, livro de introdução a eletrodinâmica do Griffiths.
88 2.4. LAPLACIANO
b
a V0
Fig. 2.16. Cabo coaxial com diferença de potencial V0 entre núcleo e casca.
Exemplo 2.15. Dois planos semi infinitos com ângulo interior α conectados
em uma bateria de tensão V0 . Existe um gap isolante entre os semi planos
no ponto de intersecção (veja a figura 2.17). Encontre o potencial elétrico no
espaço.
Resposta: Para as coordenadas cilíndricas escolhidas e tamanho grande das
folhas esperamos a variação do potencial somente em função de φ. Portanto:
1 ∂ 2ϕ
∇2 ϕ(φ) = =0
r2 ∂φ2
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 89
V0
Fig. 2.17. Duas placas semi infinitas com ângulo interior α conectadas em uma
fonte de tensão V0 . Existe um gap isolante entre os semi planos no ponto de
intersecção.
1 ∂ 2 ∂ϕ
∇2 ϕ(r) = (r )=0
r2 ∂r ∂r
A
ϕ(r) = + B
r
Sabemos do potencial V0 em r = a e nulo em r = b, então:
1 1
−
ϕ(r) = V0 1 1b
r
−
a b
90 2.4. LAPLACIANO
V0
a
b
Fig. 2.18. Duas esferas de raio a e b > a conectadas a uma fonte de tensão V0
V0
V0
V0
2
1
(a) (b)
Fig. 2.19. a) Dois cones concêntricos identificados por θ = α1 e θ = α2 , onde
α2 > α1 , conectados a uma fonte de tensão V0 . b) Um cone com a tensão V0 e
uma folha plana aterrada.
obtemos:
fxx gyy hzz
+ + =0 (2.52)
f g h
Como observamos, cada fração é somente função de uma variável indepen-
dente, enquanto que a soma de três frações deve ser nula para qualquer valor
de variáveis x, y e z. Isto é possível se o resultado de cada fração na equação
(2.52) for constante.
Se a constante obtida for nula, a única resposta será um potencial elétrico
linear em função da variável. Por exemplo, para a função f com α = 0,
a equação diferencial será fxx = 0. Logo, a resposta será f (x) = Ax + B.
Em caso de equação diferencial obtida em forma fxx − α2 f = 0, quando
a constante for positiva, a resposta será uma função exponencial. A última
possibilidade será uma equação diferencial como fxx +α2 f = 0 com a resposta
trigonométrica, quando a constante for negativa. O resumo de possíveis
respostas da equação diferencial para a função f (x) é apresentado na tabela
2.1.
x
b
a V0
y z
Fig. 2.20. Tubo retangular aterrado com uma tensão V0 em uma extremidade.
V0 a
x
a V0
b
Fig. 2.22. Tubo longo com interseção retangular de metal e a conexão de fonte de
tensão V0 .
Exercício 2.12.
Cinco faces de um cubo estão aterradas e o sexto lado metálico está conectado
à tensão V0 . Encontre a função espacial do potencial elétrico dentro do cubo.
Veja a figura 2.23. ■
Exercício 2.13.
Encontre o potencial elétrico e a intensidade do campo elétrico conforme as
condições de contorno da figura 2.24. ■
V0
a
a
a
Fig. 2.23. Cubo metálico com 5 faces aterradas e a fonte de tensão V0 é conectada
ao último lado.
x
2y
a
0 10
𝜕(𝑥=0)
𝜕𝑦
=0 b y
Fig. 2.24. Tubo retangular.
98 2.4. LAPLACIANO
Logo: Z π Z 2π
V0 sennφdφ + −V0 sennφdφ = πAn
0 π
Sendo assim, a expansão de Fourier será:
∞
X 4V0
ϕ(r = a, φ) = g(φ) = sennφ (2.54)
n=1 nπ
Exercício 2.14.
Repita o exemplo anterior para a tensão na superfície do cilindro da seguinte
forma:
V 0<φ<π
0
ϕ=
0 π < φ < 2π
dicas: O potencial na superfície pode ser representado por:
V0 V20 0<φ<π
ϕ= + −V0
2 π < φ < 2π
2
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 101
Exercício 2.15.
Um campo elétrico uniforme E ⃗ = E0 x̂ é aplicado perpendicularmente ao eixo
de um cilindro metálico de raio a. Encontre o potencial elétrico no espaço. ■
A última possibilidade é quando o potencial elétrico for uma função de três
variáveis. A terceira linha da tabela 2.2 mostra que a resposta da equação
de Bessel será a função Bessel de primeira espécie e também, a função Bessel
de segunda espécie. A principal diferença entre elas é o valor da função
em r = 0. A função Bessel de primeira espécie, i.e. Jn (mr) é uma função
bem definida em r = 0, contrária da função Yn (mr). Logo, se tiver o eixo
principal do cilindro incluso, a função Yn (mr) será descartada. Se o espaço
estiver estendido até o infinito, a função Yn (mr) será considerada.
1 ∂ 2 1 ∂ 1
gh r f r + f h senθg θ + f g hφφ = 0
r2 ∂r r2 senθ ∂θ r2 sen2 θ
Dividindo por f gh e multiplicando por r2 sen2 θ, a última fração é parecida
com a equação diferencial da tabela 2.1. Logo, terá as respostas possíveis
entre linear, exponencial ou senoidal da variável φ. Entretanto, a função
linear ou exponencial do ângulo φ é descartada, porque o ângulo φ varia
entre 0 e 2π. Assim, a variação do potencial em função de φ será senoidal e
a constante da última fração deve ser um número inteiro, representamos por
n2 . O restante da equação diferencial será da seguinte forma:
sen2 θ ∂ 2 senθ ∂
r fr + senθgθ − n2 = 0
f ∂r g ∂θ
m Pm (cos θ) Qm (cos θ)
1 1+cos θ
0 1 2
ln 1−cos θ
1 cos θ 1
2
1+cos θ
cos θ ln 1−cos θ
−1
2 1
2
(3 cos2 θ − 1) 3
2
xQ1 (x) − 21 Q0 (x)|x=cos θ
3 1
2
(5 cos 3
θ − 3 cos θ) 5
3
xQ2 (x) − 32 Q1 (x)|x=cos θ
ciada. As respostas da equação diferencial são representadas por Pmn (cos θ),
e Qnm (cos θ), chamadas as funções de Legendre da primeira e da segunda es-
pécie da Legendre associada, respectivamente. Em caso de invariância do
potencial elétrico com a variável φ, ou seja, n = 0, a equação diferencial é
conhecida como a equação de Legendre, com a seguinte forma:
1 ∂
senθgθ + m(m + 1) = 0
g senθ ∂θ
A tabela 2.3 mostra as possíveis respostas da equação diferencial de Le-
gendre (n = 0). Em caso de variação do potencial elétrico com a variável φ,
as respostas da equação de Legendre associada, representadas pelas funções
Pmn (cos θ) e Qnm (cos θ), são obtidas da seguinte maneira:
dn
Pmn (cos θ) = (1 − x2 )n/2 Pm (x)|x=cos θ (2.55)
dxn
dn
Qnm (cos θ) = (1 − x2 )n/2 n Qm (x)|x=cos θ (2.56)
dx
Em caso de variação do potencial elétrico com a única variável r, ou seja,
m = n = 0, a resposta da equação de Laplace é apresentada na primeira
linha da tabela 2.4. Podemos descobrir este caso, olhando para as condições
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 103
Ou:
dϕ(x) ϕ(x) − ϕ(x − ∆x)
= lim
dx ∆x→0 ∆x
Assim, a diferencial de segunda ordem da função ϕ será:
d2 ϕ(x) dx
−
dϕ(x+∆x) dϕ(x)
dx
= lim
dx2 ∆x→0 ∆x
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 105
ϕij − ϕij+1
Eij x = , (2.61)
∆x
ϕij − ϕi+1j
Eij y = . (2.62)
∆y
Podemos também, encontrar a densidade de carga na superfície metálica a
partir da relação entre a componente normal do campo elétrico e a densi-
dade superficial, dada pela equação (2.63)a . Por exemplo, ρs do nó (2, 1) é
aproximada por:
E1,2x ϕ2,1 − ϕ2,2
ρs2,1 = =
4πk 4πk∆x
Por fim, a carga total por comprimento unitário dos condutores é obtida
somando a densidade superficial de todos os nós que pertence ao condutor e
multiplicando por ∆x. Como existe a simetria de distribuição de cargas nas
superfícies x = 0 e x = b e y = 0 e y = b, basta somar a densidade de um
lado e multiplicar por 4∆x:
−1
1 MX
QExterno = (ϕi,1 − ϕi,2 )
πk i=2
Podemos repetir o procedimento para encontrar a carga acumulada na su-
perfície do condutor interno. ■
2.5.1 Condutores
Condutores são conhecidos pela presença de um mar de elétrons, onde
esses elétrons são relativamente livres. A liberdade do elétron de se movimen-
a
Após a apresentação das características dos condutores, na próxima seção, será escla-
recida a relação do campo elétrico perpendicular à superfície do condutor com a densidade
superficial de cargas.
108 2.5. MÉTODO DAS IMAGENS
y
Vb b y
Va a
a x x
b
(a) (b)
força que vai deslocá-los. Isto é contra a hipótese de estado estático dos
elétrons extras no condutor. Portanto podemos considerar que o campo elé-
trico devido as cargas extras é normal à superfície do condutor. Mais uma
vez, aplicando a lei de Gauss com uma superfície Gaussiana que atravessa a
superfície do condutor,
En ∆s = 4πkρs ∆s
onde ρs é densidade de cargas extras na superfície do condutor. Podemos
ver que o campo elétrico é:
⃗ = 4πkρs n̂
E (2.63)
O resultado obtido justifica a relação direta entre a intensidade do campo
elétrico e a densidade superficial de carga extra do condutor. Ou seja, quando
a área é relativamente pequena para um certo número de cargas, é esperado
um campo elétrico elevado na região. Por exemplo quando existe um ponto
agudo do condutor como a vela do sistema de ignição dos motores a gasolina.
Neste caso, o campo elevado pode alcançar o nível que oferece aos elétrons a
energia necessária para escapar da superfície do condutor.
Até este momento, descobrimos o comportamento das cargas extras no
condutor. Queremos também saber do condutor sob efeito de um campo
elétrico externo. O mar de elétrons livres do condutor não será homogêneo
em todo material e as cargas livres vão se acumular próximo ao polo positivo
do campo elétrico, o que levará a um aumento da densidade de cargas nas
suas proximidades, conforme a figura 2.26b. A presença de cargas negativas
perto do polo positivo ocorre com o acúmulo de cargas positivas próximo
do polo negativo. A presença dessas cargas denominadas cargas de indução,
110 2.5. MÉTODO DAS IMAGENS
Exercício 2.16.
Uma esfera metálica de raio a está emersa em um campo elétrico uniforme,
conforme a figura 2.26b. Encontre o potencial elétrico no espaço pela técnica
do Laplaciano. ■
CAPÍTULO 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE 111
's
q -s
P(x,y,z)
x
𝑛 r-
r+
h
h h
q -q O q z
Placa s
y
Condutor Carga Induzida
(a) (b)
Fig. 2.28. a) Um condutor plano grande e uma carga elétrica pontual na altura h
do plano. b) O modelo equivalente.
kq kq ′
+ ′ =0
h h
kq kq ′
√ + √ ′2 =0
h2 + r2 h + r2
O raio r escolhido nas coordenadas polar é uma variável independente, por
isto:
q ′ = −q
(2.64)
h′ = h
Com a modelagem encontrada na figura 2.28b, o potencial elétrico em um
ponto no espaço P(x, y, z > 0) será:
kq kq
ϕ(x, y, z) = −
r+ r−
1 1
ϕ(x, y, z) = kq( q −q )
x2 + y 2 + (z − h)2 x2 + y 2 + (z + h)2
q b
Fig. 2.29. Uma carga pontual Q entre dois condutores semi infinitos com a inter-
seção de 90°.
kq kq ′
+ =0
a−R R−b
Repetindo o procedimento para o potencial elétrico do ponto B, teremos:
kq kq ′
+ =0
a+R R+b
A partir dessas equações, não é difícil obter a carga imagem q ′ e a sua posição
b em função de q, a e R. Os resultados são:
116 2.5. MÉTODO DAS IMAGENS
P(x,y,z)
q
r-
r+
R a b
R q' q
B A z
a
(a) (b)
R
q ′ = −q
a (2.65)
R
b=R
a
Conforme a figura 2.30b, a fração R/a é menor que um, ou seja, a carga
imagem terá o tamanho menor do que a carga real, dado pela equação (2.65).
A sua posição será menor do que raio da esfera R, ou seja, dentro da esfera.a
Apesar de análise foi feito para a carga real fora da esfera, as respostas
encontradas na equação (2.65) são validas quando a carga elétrica for dentro
da esfera (R > a). Neste caso a fração R/a é maior que um, ou seja, a carga
imagem terá o tamanho maior do que a carga real e está posicionada no lado
fora da esfera.b
Agora que encontramos o modelo equivalente conforme a figura 2.30b,
o potencial elétrico em um ponto no espaço P(x, y, z > 0) é encontrado,
somando o potencial de duas cargas pontuais no próximo exemplo.
Exemplo 2.26. Encontre o potencial elétrico no ponto P(x, y, z) da figura
2.30a.
Resposta:
kq kq ′
ϕ(x, y, z) = +
r+ r−
onde ⃗r+ são vectores de distância entre o ponto P e a posição da carga real
e da carga imagem, respectivamente:
q R 2 − a2
ρs =
4πR (R2 + a2 − 2aR cos θ)1,5
■
−q(R2 − a2 ) 1 1
= [q −q ]
2a (R + a)2 (a − R)2
q(a2 − R2 ) 1 1
Qind = ( − )
2a a+R a−R
Portanto, a carga total induzida será:
R
Qind = −q (2.66)
a
Ou seja, a carga total induzida na superfície da esfera é equivalente à carga
imagem. ■
Em todos casos que estudamos até agora, o condutor foi considerado ater-
rado. Caso contrário, podemos aproveitar da propriedade superposição desta
modelagem linear do fenômeno. Neste caso, observa-se que o potencial elé-
trico no espaço é composto de duas respostas. A primeira resposta é obtida
pelo método das imagens, considerando o condutor aterrado, ou seja, a ten-
são do condutor é nula. A segunda resposta é obtido para um condutor
com a condição contorno dado, sem a presença da carga elétrica. A resolu-
ção pode ser por quaisquer técnicas apresentadas neste capítulo, tais como
lei de Coulomb, potencial elétrico, lei de Gauss, ou equação diferencial de
Laplace.
Exercício 2.20.
Encontre o potencial elétrico no espaço para a configuração da figura 2.30a,
com a tensão da esfera V0 , ou seja, o condutor não está aterrada. ■
O efeito de campo elétrico sobre materiais no universo, é a indução de cargas elétricas nos condutores e a criação de carga de polarização nos
dielétricosb .
121
122 3.1. MATERIAIS ISOLANTES
átomos. Assim, não existe carga elétrica livre nestes materiais para permitir
a condução do material. Começamos a nossa modelagem de efeitos elétricos
sobre cada átomo. Apresentaremos uma deformação da nuvem eletrônica
gerada pelo campo elétrico aplicado, conhecido como polarização atômica e
geração de dipolos elétricos. Faremos uma modelagem matemática do poten-
cial elétrico gerado por um dipolo elétrico. Com base na análise de campo
elétrico de um dipolo elétrico, será desenvolvida uma técnica para encontrar
o campo elétrico na presença de um material dielétrico. Relacionaremos a
polarização do material com a geração de cargas superficiais e volumétricas
de polarização. Em seguida, falaremos de energia eletrostática e meio de
armazenamento de carga elétrica junto com a força eletrostática.
EExt
EExt
(a) (i) (b) (ii)
Fig. 3.1. a) Modelo atômico de Bohr sem presença de campo elétrico externo,
b) Alterações possíveis na estrutura do átomo sob efeito de um campo elétrico
externo.
P(x,y,z)
r+ r+
r z r
q q
r- r-
d d O
d/2cos
-q d/2cos
-q
(a) (b)
Fig. 3.2. a) Dipolo elétrico de duas cargas opostas q separadas por distância d. b)
Ponto P distante em relação a d (r ≫ d), e troca de linhas cruzadas por linhas
paralelas.
(x,y,z)
r
d
P⃗ · r̂ ′
dϕ = k dτ (3.5)
r2
O potencial elétrico infinitesimal na equação (3.5) é calculado se tiver a
densidade volumétrica de momento de dipolo P⃗ . Sendo assim, podemos
encontrar o potencial elétrico do material dielétrico inteiro, a partir da su-
perposição dos efeitos da seguinte forma:
Z
P⃗ · r̂
ϕ = k 2 dτ ′ (3.6)
r
forma:
4πa3
ϕ = kP0 (3.7)
3z 2
Também, o campo elétrico é encontrado a partir do gradiente da equação
(3.7):
⃗ = 2 k P0 4π a3 ẑ
E
z3 3
Neste caso, podemos interpretar a resposta dada pela equação (3.7) como
potencial elétrico de um momento de dipolo total obtido a partir de d⃗p = P⃗ dτ
que nas coordenadas esféricas será:
d⃗p = P⃗ r2 senθdθdφdr
4πa3 cos θ
ϕ = kP0 (3.9)
3r2
É obvio que potencial elétrico ao longo do eixo z é encontrado substituindo
θ = 0 que é a mesma resposta calculada pela equação (3.7).
Com a fórmula do potencial elétrica na mão, podemos encontrar o campo
elétrico diretamente pelo gradiente do potencial, ou podemos utilizar a equa-
ção (3.4) diretamente, substituindo o tamanho do dipolo elétrico, i.e. p =
P0 4πa3 /3. Logo, teremos a seguinte equação para o campo elétrico:
𝑧 𝑧
r
ds'
𝑃𝑑 𝑦
𝑃 𝑟′
(a) (b)
Fig. 3.4. a) Esfera dielétrica de raio a polarizada na direção z. A densidade
P⃗ = P0 ẑ C/m2 . b) Carga de polarização induzida na superfície da esfera.
no apêndice B:
Z Z
P⃗ ′′ ∇′ · P⃗ ′
ϕ = k ∇ · dτ − k dτ
r r
Ainda podemos simplificar o primeiro termo da equação do potencial, utili-
zando teorema de Gauss i.e. equação (2.37).
Z ⃗ Z
P · ds⃗′ −∇′ · P⃗ ′
ϕ=k +k dτ (3.13)
r r
Está na hora de comparar a resposta com as equações de potencial para
uma distribuição de cargas superficiais dada pela equação (2.21) quando
dq = ρs ds′ , e para uma distribuição de cargas volumétricas dada pela equação
(2.21) quando dq = ρdτ ′ . O primeiro termo da equação (3.13) representa a
existência de uma carga superficial de polarização ρsp . E o segundo termo
da equação (3.13) representa a existência de uma distribuição volumétrica
de cargas de polarização ρp da seguinte forma:
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 131
⃗ = −∇ϕ:
Basta aplicar o gradiente do potencial elétrico para achar o campo E
8πkP0 a3 ẑ, Fora da esfera
⃗ =
E 3z 3
(3.15)
−4πkP0 ẑ, Dentro da esfera
3
■
.
Para encontrar a densidade superficial de cargas elétricas, pela lei de
Gaussa , ρs = 3(4πk)−1 E0 cos θ. A distribuição de cargas de indução e as
linhas do campo elétrico são mostradas na figura 2.26b.
Vale comparar o resultado com a distribuição de cargas de polarização
superficial obtida nos exemplos anteriores. Percebe-se que basta trocar 4πkP0
a
ρs = (4πk)−1 E
⃗ · r̂|r=a = −(4πk)−1 ∂ϕ |r=a = 3(4πk)−1 E0 cos θ.
∂r
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 133
por 3E0 nas formulações obtidas fora da esfera dielétrica. Sabemos que o
campo elétrico no interior da esfera metálica é nulo. Assim, uma esfera
com cargas induzidas na superfície é equivalente com um momento de dipolo
elétrico
4π a3
p⃗ = P0 a3 ẑ|4πkP0 =3E0 = E0 ẑ.
3 k
b) Podemos considerar o campo elétrico como a superposição do campo
aplicado e campo gerado por diplos induzidos. Também, o potencial elétrico
no espaço será a superposição do potencial elétrico da fonte (−E0 z) e o gerado
por o dipolo elétrico p⃗ da equação acima. Logo, o potencial elétrico será da
seguinte forma:
a3 cos θ
ϕ = −E0 z + E0
r2
■
Exercício 3.2.
Um campo elétrico uniforme E ⃗ = E0 ẑ é aplicado em uma região, onde um
cilindro metálico sólido de raio a e de comprimento l é presente. Considere
que o campo elétrico é aplicado ao longo do eixo do cilindro. a) Encontre o
momento de dipolo elétrico devido à indução de cargas elétricas. b) A partir
da resposta (a), encontre o potencial elétrico no espaço. ■
z
r
r
r r
Carga positiva
de polarização 𝑝
𝑃
Carga negativa
de polarização
(a) (b) (c)
⃗
E
∇· = ρlivre + ρpolarização .
4πk
a
Capa de borracha l C/m
Fig. 3.6. Fio capado reto com densidade de carga ρl C/m. O diâmetro da borracha
é 2a.
⃗ = ρl r̂
D
2πr
■
b
a s
Fig. 3.7. Comprimento l de um cabo coaxial longo com espaço preenchido por um
material dielétrico entre núcleo e casca a < r < b.
⃗ = aρs r̂
D
r
■
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 137
Exercício 3.3.
Uma casca esférica de um material dielétrico, onde raio interno é a e o externo
é b, possui uma densidade de polarização dada por c/rr̂, onde r̂ é o versor
normal a superfície da esfera e r é o raio até centro da esfera. Encontre:
a) A carga superficial líquida de polarização em r = a.
b) A carga superficial líquida de polarização em r = b.
c) A carga volumétrica total de polarização.
d) A densidade de campo elétrico D ⃗ no interior e fora da esfera.
e) O campo elétrico no espaço. ■
⃗ = 1 (1 + χ)E.
D ⃗
4πk
ou seja:
⃗ = ϵE.
D ⃗ (3.20)
Onde o coeficiente ϵ = (1+χ)/(4πk) é conhecido como permissividade elétrica
do material. Vale ressaltar que sem a polarização do material, i.e. p⃗ = 0 ou
χ = 0, a sua permissividade é representada pela ϵ0 onde índice zero indica
138 3.2. ANÁLISE DE CAMPO ELÉTRICO...
∂ϕ
Eθ = − |r=a .
r∂θ
B
Aa = − E0 a
a2
2B
−ϵA = ϵ0 ( 3 + E0 )
a
Logo, B/a3 = A + E0 , obtida da primeira equação. Inserindo na segunda
equação, teremos −ϵA − 2ϵ0 (A + E0 ) = ϵ0 E0 . Em seguida, teremos A =
−3ϵ0 E0 /(ϵ + 2ϵ0 ) e B = a3 E0 (ϵ − ϵ0 )/(ϵ + 2ϵ0 ). Assim, o potencial elétrico
será:
−3ϵ0 E r cos θ, r≤a
0
ϕ = ϵ+2ϵ 0
( ϵ−ϵ 0 a3E
0
− E0 r) cos θ, r ≥ a
ϵ+2ϵ0 r2
⃗ = −∇ϕ. O
⃗ por E
A partir do potencial escalar elétrico, podemos obter E
⃗ é encontrado através do produto do campo elétrico
deslocamento elétrico D
⃗
E vezes a permissividade elétrica da região. ■
Exercício 3.4.
Uma esfera é polarizada com a densidade de momento de dipolos elétricos
dado por P⃗ = P rr̂. a) Encontre a densidade de cargas de polarização. b)
Achar o campo elétrico E⃗ e D.
⃗
Exercício 3.5.
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 143
l
S.G.
Dielétrico 1 𝐸𝑡1
𝐸1 s
𝑛
𝐸𝑛1 𝐸𝑡2
𝐸2
Dielétrico 2
𝐸𝑛2
Exercício 3.8.
A região z < 0 é preenchida por um material dielétrico uniforme com a per-
missividade relativa ϵr = 5. Enquanto a região z > 0 é preenchido por outro
material dielétrico com ϵr = 2. A densidade do campo elétrico na região
z<0éD ⃗ 1 = −5x̂ + 10ŷ + 7ẑ nC/m2 . Encontrar:
a) O componente perpendicular à interface do D ⃗ 1.
b) O componente tangencial à interface do D ⃗ 1.
c) Componentes do campo elétrico D ⃗ 2.
d) Campo elétrico E ⃗ 2 em z > 0. ■
1
q"
q 1 q 2
r r
h h 𝐸 = 𝑘1
𝑞´ h
P 𝑟2
Et Et
P 𝑞´´
h En En 𝐸 = 𝑘2
2 r 𝑞 𝑟2
1 q'
𝐸 = 𝑘1 2
𝑟 2
r12 q1
q2
r23
r24
r14 r1n
q3
r34
q4 =0
qn
rn-1n
qn-1
principal dela é nula. Assim, a energia total será a soma de todos os elemen-
tos abaixo da diagonal principal. Vale lembrar que a energia é independente
da ordem de deslocalização das cargas. Então a soma de todos os elementos
acima da diagonal também representa a energia total. Isto porque:
Wij = qi ϕij
q i qj
= k
rij
= qj ϕji
= Wji .
1Z
W = ϕ∇ · Ddτ
⃗
2
150 3.3. ENERGIA ELETROSTÁTICA
b
a V0
Fig. 3.11. Um cabo coaxial de raio interno ’a’ e raio externo ’b’, comprimento l e
a tensão aplicada de V0 .
Q b
V0 = ln .
2πlϵ a
2πlϵ
Q= V0
ln ab
πlϵ 2
W = V . (3.36)
ln ab 0
Então:
1 Z Q 2
W = ϵ rdrdzdφ
2 2πrϵl
Q2 b
= ln
2πϵl a
Basta inserir o valor do Q e chegar a mesma resposta que achamos anterior-
mente na equação (3.36). ■
Exemplo 3.14. Considere uma esfera de raio ’a’. Calcule a energia necessá-
ria para carregar a esfera com Q C para as seguintes situações: a) A carga
distribuída somente na superfície da esfera. b) Se houver a distribuição ho-
mogênea e volumétrica da carga. Desconsidere a polarização da esfera.
Resposta:
a) O potencial na superfície da esfera é constante e igual a ϕ = Q/(4πϵ0 a).
Então, através da equação (3.28), a energia necessária para carregar a super-
fície da esfera será W = 1/2Q2 /(4πϵ0 a), que pode ser representada por:
1 kQ2
W =
2 a
Vamos encontrar a resposta através da equação (3.34). Pela lei de Gauss,
o suposto fluxo no raio r é 4πr2 Dr . Entretanto, a carga inclusa não é zero
somente para r > a, i.e. SG fora da esfera. Então, a densidade do campo
será:
0 r<a
Dr = Q
4πr 2
r≥a
O campo elétrico existe somente fora da esfera, obtido através de Dr /ϵ0 .
⃗ ·D
Finalmente, E ⃗ será:
0, r<a
⃗ ·D
E ⃗ = 2
1 Q
r ≥ a.
ϵ0 4πr 2
Assim, teremos: 2
1 Qr3
⃗ ·D
⃗ = ϵ0 4πa
r<a
E 2
1 Q
r≥a
ϵ0 24πr
3
= Q ar 3
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 155
Se tiver uma SG fora da esfera, a carga inclusa será a carga total, i.e. Q.
Então, a densidade de campo elétrico será:
Q r, r < a
4πa3
Dr =
Q , r≥a
4πr 2
2
1 Qr3 ,
⃗ ·D
⃗ = ϵ 4πa
r<a
E 2
1 Q
, r≥a
ϵ0 2
4πr
1 Z ∞ Q 2 2 1 Z a Qr 2
W = 4πr dr + 4πr2 dr
2ϵ0 a 4πr2 2ϵ 0 4πa3
4π Q 2 1 1
= [ + ]
2a 4π ϵ0 5ϵ
Q2 1 1
= [ + ]
8πa ϵ0 5ϵ
Z r
ϕ(r ≤ a) = − Er dr
Z∞a Z r
=− Er dr − Er dr
∞ a
kQ Q Zr r
= − dr
a 4πϵ a a3
kQ Q
= + (a2 − r2 )
a 8πϵa3
3.4 Capacitores
Na seção anterior, discutimos a energia necessária para transferir car-
gas elétricas para um corpo condutor ou dielétrico. Podemos chamar de
capacitor o corpo que consegue armazenar uma certa quantidade de cargas
elétricas. Por meio dessa definição, não é necessário que o capacitor tenha
um formato especifico. Ou seja, qualquer meio que armazene cargas elétricas
é um capacitor, independentemente da sua natureza, i.e. se for um condu-
tor ou dielétrico, com qualquer geometria. Para que se tenha um parâmetro
de estudo, que possibilita distinguir e fazer comparações entre capacitores,
definimos a capacitância C, como a quantidade de cargas armazenadas no
capacitor, i.e. Q, para a tensão aplicada V0 , então:
Q
C= (3.37)
V0
A unidade de capacitância é de Coulomb por Volts, conhecido como Farad.
A formulação obtida pode servir para medir experimentalmente a capacitân-
cia, medindo a quantidade de carga armazenada e a tensão do capacitor.
Além disso, é possível, desenvolver uma técnica analítica para o cálculo da
capacitância, a partir da tensão V0 aplicada. Assim, tentaremos encontrar
a carga armazenada em função da tensão aplicada. Logo, a capacitância é
obtida pela equação (3.37), dividindo a carga pela tensão aplicada.
Como um alternativo, podemos reescrever a equação (3.37) em função
do campo elétrico aplicado. Basta substituir a carga elétrica por fluxo do
campo de deslocamento D, ⃗ pela equação (3.19) de Gauss. Também, podemos
substituir o potencial elétrico pela integral do campo elétrico utilizando a
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 157
: Representa C
Capacitores em serie
Capacitores
em Paralelo s
l
A primeira vista a equação (3.38) pode dar a falsa noção de que a capaci-
tância, de uma dada geometria, depende do campo elétrico. Para investigar
isso, começamos de um segmento infinitesimal do capacitor ilustrado na fi-
gura 3.12. A partir da equação (3.38), a capacitância deste segmento será:
⃗ · ∆⃗s
D
∆C = ,
⃗ · ∆⃗l
E
Se o capacitor for preenchido por um material dielétrico linear e homogêneo,
podemos substituir o campo de deslocamento por campo elétrico dado pela
(3.20). Logo, a capacitância será obtida da seguinte forma:
ϵ∆s
∆C = (3.39)
∆l
Onde ∆l é um deslocamento ao longo das linhas do campo elétrico e é per-
pendicular as superfícies equipotenciais. Enquanto isso, ∆s se estende com-
pletamente em uma superfície equipotencial. Com isso, ficou esclarecida que
158 3.4. CAPACITORES
Fig. 3.14. Um capacitor de placas radiais com ângulo α preenchido com um dielé-
trico linear.
Exercício 3.9.
Ache a capacitância de um cabo coaxial de raios a e b. A permissividade
do dielétrico do meio entre os condutores varia com raio da seguinte forma:
ϵ = ϵ0 a/r.
162 3.5. FORÇA ELETROSTÁTICA
V0
2
1
Exercício 3.10.
Calcule a capacitância de um capacitor de placas paralelas, com área A e
distância entre as placas d. A permissividade do dielétrico varia linearmente
de ϵ1 a ϵ2 , de uma placa até outra.
Exercício 3.11.
Ache a capacitância entre um grande cone e um plano infinito mostrado na
figura 3.16. Dicas: Veja a resposta do exemplo 3.20.
l
En
d
w s
S.G.
x Q0
𝐹
a
Um dispositivo
R com a corrente I e a tensão V terá o potencial instantânea IV , logo a
energia W = IV dt. Sabemos a relação da corrente e da tensão de um capacitor dado por
I = CdV /dt. Assim a energia em função de tensão total V0 será W = 1/2CV02 . Também,
Idt = dq, e V = Cq, logo a energia em função de carga total Q0 será W = Q20 /(2C)
164 3.5. FORÇA ELETROSTÁTICA
C = Car + Cdielétrico
ϵ0 w(l − x) ϵwx
= +
d d
ϵ0 w (3.40)
= (l − x + ϵr x)
d
ϵ0 w
= (l + χx)
d
Logo, a energia armazenada no capacitor será:
Q20
W =
2ϵ0 w(l + χx)/d
dW
Fx = −
dx
1 χdQ20
=
2 ϵ0 w(l + χx)2
■
1 dC 2
Fx = V
2 dx 0
1 ϵ0 w
= χV02
2 d
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 165
V0
Altura de
subida de
dielétrico
Dielétrico Liquido
Fig. 3.19. Projeto de gerador de eletricidade estática por meio de atrito, conhecido
como gerador Van de Graaff, realizado por Saulo.
Fig. 3.20. projeto de gerador de alta tensão eletrostática de 4 kV, realizado por
próprio autor do livro em 2007, utilizando multiplicador de tensão.
CAPÍTULO 3. MATERIAIS DIELÉTRICOS ... 167
Fig. 3.25. Projeto de alta falante eletrostático realizado por Lazaro Silva de Castro,
Paulo C. Menezes martins, Leandro S. da Silva, em 2018.
170 3.6. PROJETOS
Parte III
Magnetostática
171
Capítulo
4
Técnicas de Análise de Campo Mag-
nético
Os fenômenos magnéticos são decorrentes do movimento das cargas elétricas, de natureza elétrica. Razão pela qual, a unificação de eletrostática e
magnetostática foi possívelb .
A
té este momento, aprendemos as técnicas de análise de campo elétrico
gerado pela presença de cargas elétricas no espaço, polarização de materiais
dielétricos e a indução de cargas elétricas nos materiais condutores. Está na
b
Do livro Introdução a eletrodinâmica escrito por David J. Griffiths.
173
174 4.1. LEI DE BIOT-SAVART
d𝑙 ′
I
𝑟′ r
𝑟
O 𝑑𝐵
P(x,y,z)
encontrada pelo produto vetorial ⃗l × r̂, que pode ser determinado na prática
pela regra da mão direita.
O coeficiente de proporcionalidade no sistema de unidade MKS é 10−7 e
é representado pela letra k. Vale lembrar que o coeficiente de proporciona-
lidade da Lei de Coulomb é na ordem de 9 × 109 . Isto justifica o fato dos
efeitos elétricos serem mais evidentes do que os efeitos magnéticos e com ta-
manhos bem maiores. Por exemplo, o recorde mundial de campo magnético
gerado nos laboratórios mais avançados do mundo chega ao nível de 1200 T,
enquanto o campo elétrico de uma junção simples de semicondutor pn chega
em torno de 106 V/m.
Para um fio de corrente que não seja reto, a formulação ainda é válida para
um segmento dl′ . Assim, o campo gerado por um segmento dl′ conforme a
figura 4.1 é modelado matematicamente por:
⃗′
dB⃗ = k Idl × r̂ . (4.1)
r2
Assim, é necessária a soma vetorial para encontrar o campo resultante do
comprimento inteiro do fio, conforme a figura 4.1.
Caso tenha uma corrente superficial, iremos analisar um segmento de cor-
rente superficial, i.e. ds′ = dl′ dw′ , conforme a Figura 4.2. A formulação
(4.1) ainda é válida, somente temos que encontrar o equivalente do vetor
⃗ ′ . Caso exista uma densidade de corrente superficial K
I dl ⃗ A/m, a corrente
′ ′ ′ ′ ⃗ ′ pode ser substituído
de um segmento ds = dl dw será Kdw . Então, I dl
⃗ ′ ′ ⃗ ′ ⃗ ′
por Kdw dl , ou seja I dl = Kds . Sendo assim, a lei de Biot Savart pode ser
rescrita por:
⃗ = k K × r̂ ds′
⃗
dB (4.2)
r2
Também, podemos analisar a corrente volumétrica em um corpo, como o
da figura 4.3, por meio de um procedimento parecido. A formulação (4.1)
176 4.1. LEI DE BIOT-SAVART
𝐾 A/m 𝑑𝐵
dl' dw'
⃗ =k J⃗ × r̂ ′
dB dτ (4.3)
r2
Exemplo 4.1. Encontre o campo magnético gerado na distância h de um
fio reto por uma corrente que percorre o fio, exposto na Figura 4.4a.
Resposta:
Com as coordenadas e a origem escolhidas na figura 4.4b, teremos:
d⃗l′ = dz ′⃗z
⃗r = hŷ − z ′ ẑ
√
r = h2 + z ′2
1
r̂ = (hŷ − z ′ ẑ)
r
Desse modo, o produto vetorial será dz ′ ẑ ×(hŷ−z ′ ẑ) = −hdz ′ x̂. Substituindo
os valores equivalentes na equação (4.1), teremos:
⃗ = −kIh dz ′
dB x̂
r3
CAPÍTULO 4. TÉCNICAS DE ANÁLISE 177
𝑑𝐵
r
𝐽 A/m 2
ds'
dl'
⃗ = − 2kI x̂
B
h
É válido mencionar que, nas coordenadas escolhidas da Figura 4.4b, a direção
e sentido do campo magnético é −x̂, sendo perpendicular ao plano que inclui
o fio e o ponto do campo, seguindo a regra da mão direita do capítulo 1.
Sendo assim, o campo magnético em um raio r do fio será representado pela
B = 2kI/r. Neste caso, o campo magnético é direcionado ao longo do φ̂ nas
coordenadas cilíndricas, conforme a figura 4.5. Então, o campo magnético
em um raio r do fio longo e reto será:
⃗ = 2kI φ̂
B (4.6)
r
178 4.1. LEI DE BIOT-SAVART
y 𝐵
P r
I h h
z O
z' I
x
(a) (b)
Fig. 4.4. a) Campo magnético na altura h de um fio reto onde percorre uma cor-
rente I A. b) Para um segmento dl′ do fio, as coordenadas e origem são escolhidas.
Fig. 4.5. Campo magnético ao redor de um fio reto por onde percorre uma corrente
I A.
CAPÍTULO 4. TÉCNICAS DE ANÁLISE 179
z
𝐵
r h
x
O
y'
x' 𝐾 A/m
y
Fig. 4.6. Corrente superficial K ŷ A/m.
z
y
y
𝑥
x
Fig. 4.8. Representação de circulação no plano yz no sentido anti horário ao longo
de um caminho infinitesimal nas coordenadas cartesianas.
z 𝑧 (c)
r
z
𝑟
(b) (a)
O y
x
Fig. 4.9. Representação da circulação em coordenadas cilíndricas para a) Com-
ponente r de rotacional. b) Componente φ de rotacional. c) Componente z de
rotacional.
⃗ φ = ∂Br − ∂Bz
(Rot. B)
∂z ∂r
Por fim, o componente z do rotacional é obtido, calculando a circulação no
superfície infinitesimal ilustrada na figura 4.9c: Para o caminho no sentido
r̂, o vetor de deslocamento é ∆rr̂, portanto:
⃗ · ∆⃗l = Br (r, φ, z)∆r
B
!
⃗ z=1
(Rot. B)
∂(rBφ ) ∂Br
− (4.9)
r ∂r ∂φ
Exercício 4.1.
Repita o procedimento para encontrar o rotacional em coordenadas esféricas.
Conferir com a resposta final dada no apêndice do livro (equação (A.13)).
Dicas: utilize a figura 2.8. ■
sj
Contorno c
Superfície s
Exercício 4.3.
Mostre que a seguinte relação é valida:
Z
r̂ ′
(J⃗ · ∇) dτ = 0
r2
Exercício 4.4.
Mostre que a seguinte relação é valida:
∇ × fA
⃗ = f∇ × A
⃗−A
⃗ × ∇f
.
CAPÍTULO 4. TÉCNICAS DE ANÁLISE 187
Exercício 4.5.
A partir do teorema de divergência representado pela equação (2.37) prove
a seguinte relação: Z I
∇ × ⃗v dτ = − ⃗v × d⃗s. (4.11)
⃗ ′ , y ′ , z ′ )∇ · r̂ = 4πδ( r)J(x
J(x ⃗ ′ , y ′ , z ′ ).
r2
⃗ y, z), utilizando a propriedade de
Assim, a integral deste termo vai ser 4π J(x,
integral de uma função impulso ao redor de zero. Aproveitando o resultado do
exercício 4.2.1.2, sabemos que a integral do segundo termo da equação (4.13)
é nula. Por fim, podemos substituir o lado direito da equação (4.12) pela
soma da integral dos quatro termos da equação (4.13).
∇×B
⃗ = 4πk J(x,
⃗ y, z) (4.14)
A equação (4.14) é chamada de lei de Ampère que relaciona o campo mag-
nético com a sua origem , ou seja, a densidade de corrente elétrica. Para
188 4.2. LEI DE AMPÈRE
Elo
P
Amperiano
P
h (E.A.) h
I
z I O
𝐵
(a) (b)
Fig. 4.11. Corrente que percorre um fio longo como fonte de campo magnético.
Bφ 2πr = 4πkI
⃗ = 2kI φ̂
B
r
A resposta é correspondente com a resolução dada pelo método de Biot-
Savart na equação (4.4). ■
O
𝐵cima y
𝐾 A/m
w
𝐵abaixo Elo
x
Amperiano
⃗ (A/m).
Fig. 4.12. Campo magnético gerado por uma corrente superficial K
Exemplo 4.5. Achar o campo magnético gerado pela corrente I que percorre
um solenoide longo com N espiras na figura 4.13.
Resposta:
(2)
E.A.
B2
I B1 (1)
(3)
l
𝐵
Fig. 4.13. Campo magnético gerado pela corrente I que percorre em um solenoide
com N espiras.
NI
B1 = 4πk .
l
Podemos chamar N/l de densidade de enrolamento do solenoide i.e. n espiras
por metro. Então:
B1 = 4πknI. (4.16)
Se considerar mais um elo, completamente dentro do solenoide, a corrente que
atravessa será nula, e mais uma vez o campo magnético deverá ser igual dos
dois lados do elo. Isto esclarece que o campo magnético dentro do solenoide
longo é homogênea e ao longo do eixo do solenoide. ■
I N espiras
b
a
𝐵
r E.A.
Fig. 4.14. Campo magnético gerado por uma corrente I que percorre um toroide
com N espiras.
192 4.2. LEI DE AMPÈRE
Exemplo 4.7. Obtenha o campo magnético gerado por uma corrente que
percorre um cabo coaxial como a figura 4.15 mostra.
Resposta:
A simetria é comprovada para elos Amperianos circulares concêntricos con-
forme a figura 4.15. A integral de linha do campo magnético será Bφ 2πr
enquanto, a corrente que atravessa a superfície cercada por raios menores
que a é nula. Portanto, não existe campo magnético nos raios menores que
a. Se o raio tiver um tamanho entre a e b, a corrente que atravessa a super-
fície é I. Portanto, o campo magnético no interior do cabo coaxial a base de
equação (4.15) é:
2kI
Bφ = para a < r ≤ b
r
Se o raio for maior que b, a corrente que atravessa a superfície é I para dentro
do núcleo e −I para casca. Portanto, a corrente total é nula, o que justifica
a ausência de campo magnético no exterior do cabo coaxial.
Caso tenhamos um núcleo sólido, a corrente passará por toda parte do
mesmo, homogeneamente. Então, a corrente que atravessa a área circular
CAPÍTULO 4. TÉCNICAS DE ANÁLISE 193
E.A.
I r
𝐵
b z
a
I
Fig. 4.15. Campo magnético gerado por uma corrente que percorre um cabo coa-
xial.
com raio menor que a será Ir2 /a2 . Portanto, o campo magnético
Exercício 4.6.
Provar que ∇ × E ⃗ = 0 ou seja o campo elétrico é irrotacional. ■
1 J⃗ 1 ⃗ ′ , y ′ , z ′ ),
−J⃗ × ∇ = ∇ × − ∇ × J(x
r r r
utilizando a regra (B.5) do apêndice B. Entretanto, lembre que estamos fa-
zendo a diferencial espacial em relação a x, y e z da função J(x′ , y ′ , z ′ ) que
nos leva a um resultado nulo. Então:
1 J⃗
−J⃗ × ∇ =∇×
r r
Assim, a lei de Biot-Savart dada pela equação (4.3) vai se transformar em:
Z
J⃗ ′
⃗ =k
B ∇× dτ
r
O que equivale a:
Z
⃗ =∇×k J⃗ ′
B dτ . (4.17)
r
Logo, encontramos o campo magnético B ⃗ como rotacional de outro campo
⃗ = ∇×
⃗ ou seja, B
vetorial que será denominado de potencial vetorial A,
⃗ Este campo é um campo auxiliar no cálculo do campo magnético dado
A.
por:
Z ⃗
⃗ J ′
A=k dτ . (4.18)
r
Lembre-se que começamos com a lei de Biot-Savart em três dimensões,
ou seja, quando a corrente é volumétrica. Assim, se houver uma corrente
CAPÍTULO 4. TÉCNICAS DE ANÁLISE 195
Z
⃗=k d⃗l′
A I . (4.19)
r
Por outro lado, se houver uma corrente superficial (2D), o campo B⃗ será
dado pela equação (4.2) e repetindo o mesmo procedimento teremos o po-
⃗ da seguinte forma:
tencial vetorial A
Z ⃗
⃗ K ′
A=k ds . (4.20)
r
Em alguns casos a análise de campo magnético pode ser mais conveniente
pelo potencial vetorial do que as equações de Biot-Savart. Comparando as
equações de potencial vetorial tais como a equação (4.19) com as equações
de Biot-Savart conforme a equação (4.1), percebe-se que o produto vetorial
não é mais necessário pela técnica de potencial vetorial. Além disso, se a
direção e sentido do fluxo de corrente elétrica não altera pela soma vetorial,
podemos descobrir facilmente a direção e sentido do potencial vetorial.
y
𝐴
P r
h h
I
z O
z' I
x
(a) (b)
⃗ para uma corrente elétrica I que percorre um fio
Fig. 4.16. a) potencial vetorial A
reto. b) Escolha de origem, coordenadas e elemento infinitesimal de corrente.
unidimensional: Z z2
dz ′
⃗ = kI
A √ ẑ
z1 h2 + z ′2
Podemos encontrar a solução da integral na tabela E.5 do apêndice do livro
ou utilizar a troca de variável z ′ para ângulo θ na figura 4.16b, onde r =
h sec θ, z ′ = h tgθ, então, dz ′ = h sec2 θdθ. Assim, a integral se converte em:
Z
dz ′ Z h sec2 θ
= dθ
r Z h sec θ
= sec θdθ
a
A
Fig. 4.17. Potencial vetorial gerado pela corrente que percorre um solenoide longo
com N espiras.
Exercício 4.7.
⃗ para um solenoide da figura 4.17.
Ache o potencial vetorial A
Dicas: Pode ser utilizada a fórmula do campo magnético obtida para um
solenoide junto com a definição de fluxo magnético em função do potencial
elétrico na equação 4.21. ■
4.4 Laplaciano
Uma das técnicas de análise de campo elétrico era a equação de Laplace
do potencial elétrico. Vale lembrar que o Laplaciano escalar foi desenvol-
vido através da fusão da lei de Gauss e a formulação do campo elétrico em
função do potencial elétrico. Em analogia, podemos fazer um procedimento
parecido e encontrar o Laplaciano para um campo magnetostático. Pela lei
de Ampèrea , o rotacional do campo magnético B ⃗ é relacionado à densidade
de corrente elétrica, i.e. ∇ × B⃗ = 4πk J.
⃗ Também, encontramos o campo
⃗ ⃗ = ∇ × A.
magnético B como o rotacional de potencial vetorial, i.e. B ⃗ Assim,
a lei de Ampère em função do potencial vetorial magnético será:
∇×∇×A
⃗ = 4πk J.
⃗
∇(∇ · A)
⃗ − ∇2 A
⃗ = 4πk J(x,
⃗ y, z) (4.22)
a
Equação (4.14).
198 4.4. LAPLACIANO
∇·A
⃗=0 se ∇′ · J(x
⃗ ′, y′, z′) = 0 (4.23)
Existe outra justificativa para chegar a equação (4.23), chamada de escolha
de calibre, ou escolha de gauge. As transformações de calibre nos permitem
escolher a fonte certa para divergência do potencial vetorial de forma a sim-
plificar as equações diferenciais do vetor A.⃗ Isto, porque pode determinar
mais de um potencial vetorial que satisfaz a equação ∇ × A ⃗ = B,
⃗ inclusive o
potencial solenoidal, i.e. ∇ · A⃗ = 0.
Para um campo solenoidal, através de uma superfície Gaussiana escolhida
na fronteira entre duas regiões, podemos confirmar a continuidade do com-
ponente normal da superfície do potencial vetoriala , ou seja:
An1 = An2
a ⃗ a continuidade do componente Dn é
Na eletrostática, para um campo solenoidal D,
provada na equação (3.25).
b
A variável j pode ser x ou y ou z em coordenadas cartesianas.
200 4.4. LAPLACIANO
Vale relembrar que o potencial escalar magnético ϕ será útil para análise de
campo magnético nas regiões sem presença da corrente elétrica, ou seja, fora
da região de fonte. Se tiver interesse de análise de campo magnético dentro
da região de fonte, o rotacional de campo magnético não é mais nulo ou seja
o campo não é mais conservativo, i.e. ∇ × B ⃗ ̸= 0. Neste caso, a definição do
potencial escalar magnético como integral de linha do campo magnético não
terá mais a resposta única. Assim, é mais conveniente a análise de campo
magnético pelos outros métodos apresentados.
204 4.4. LAPLACIANO
E.A.
I r
𝐵
b z
a
I
Fig. 4.18. Potencial escalar magnético ϕ gerado por uma corrente que percorre no
núcleo de um cabo coaxial.
Capítulo
5
Materiais Magnéticos/ Energia/ Força/
Indutância
A magnetização dos materiais é decorrente da interação do campo magnético com as cargas elétricas em movimento do material, tais como, a
rotação dos elétrons ao redor do próprio eixo e a sua orbita em volta dos núcleos.
205
206 5.1. EFEITO MICROSCÓPICO...
𝐵 𝐵
a 𝑚 𝑚
𝑣
e
ke2 mv 2
= (5.1)
a2 a
Entretanto, o campo magnético aplicado pode acabar com o equilíbrio entre
as forças centrífuga e eletrostática devido à atuação da força Lorentz sobre
o elétron dada pela equação (5.2).
F⃗ = e⃗v × B
⃗ (5.2)
r r
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 209
d𝐴 P(x,y,z)
z
𝑟
r
O
a y
I '
d𝑙 ′
x
Fig. 5.2. Um anel de corrente.
kIa Z a
⃗
A= (1 + senθ cos(φ − φ′ ))dφ′ φ̂
r r
Como o sentido e direção do versor φ̂ altera com a variável da integral,
temos que representar o versor φ̂ em coordenadas cartesianas como:
kIa Z a
Ax = − [ senφ′ + senθ cos(φ − φ′ ) senφ′ dφ′ ],
r r
A variável da integral varia entre 0 e 2π, logo:
kIπa2
Ax = − senθ senφ.
r2
e seguindo o mesmo procedimento, a componente em Ay é dada por:
kIπa2
Ay = senθ cos φ.
r2
210 5.1. EFEITO MICROSCÓPICO...
⃗ será:
Portanto, A
2
⃗ = kIπa senθ(− senφx̂ + cos φŷ).
A
r2
Utilizando mais uma vez a equação (5.8) para retornar nas coordenadas es-
féricas:
2
A⃗ = kIπa senθφ̂. (5.9)
r2
em que πa2 ẑ representa a área vetorial do anel e senθφ̂ = ẑ × r̂ . Logo,
⃗ = k I⃗s × r̂
A
r2
Representamos o termo I⃗s como o momento dipolo magnético m.
⃗ Assim,
o potencial vetorial é calculado por:
⃗ × r̂
⃗ = km
A (5.10)
r2
⃗ =∇×A
B ⃗
!
1 ∂(Aφ senθ) 1 ∂(rAφ )
= r̂ + − θ̂
r senθ ∂θ r ∂r
⃗ = k|m|
B
⃗
(2 cos θr̂ + senθθ̂) (5.11)
r3
A equação obtida representa o campo magnético produzido por um anel de
corrente como a modelagem da rotação do elétron ao redor do núcleo. Tam-
bém, encontramos o elemento básico de magnetização chamado de momento
dipolo magnético.
Voltamos para nossa análise de comportamento de um átomo sob efeito de
campo magnético. Lembre que a máxima variação de velocidade do elétron
é dada por aeB/2m quando o campo magnético é perpendicular a superfície
da órbita. Sendo assim, a velocidade varia entre os seguintes limites:
aeB aeB
v0 − < v < v0 +
2m 2m
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 211
ev0 e2 B ev0 e2 B
− <I< +
2πa 4πm 2πa 4πm
Em seguida, o tamanho do dipolo magnético correspondente com a corrente
varia da seguinte forma:a :
z
𝑚
ሬሬԦ Am2
𝜔
ሬԦ rad/s
ሬԦ A/m
𝐾 l I=s b2 sen bsen
w
s C/m2 b
b
(a) (b)
Fig. 5.3. a) Esfera rolante com a velocidade ω rad/s com a densidade de carga
superficial ρs C/m2 como a modelagem do spin do elétron. b) Dipolo magnético
parcial resultado da passagem de corrente ∆I.
(a) (b)
ρs ∆s
∆I =
∆t
ρs ∆l∆w
= (5.12)
∆t
= ρs v∆w
= ρs ωb2 senθ∆θ.
∆m
⃗ = ∆Isẑ
= ρs ωb2 senθ∆θπ(b senθ)2 ẑ
= πρs ωb4 sen3 θ∆θẑ.
⃗ = keb2 ω ẑ × r̂
A
3r2 (5.14)
2
keb ω senθ
= φ̂
3r2
Ou podemos achar o campo magnético correspondente com o spin do elétron
a partir da equação (5.11):
2
⃗ = keb ω (2 cos θr̂ + senθθ̂)
B (5.15)
3r3
Até este momento, relacionamos o efeito de rotação do elétron na órbita
com o efeito diamagnético. Também, descobrimos a relação de rotação do
elétron ao redor de si mesmo, com o efeito spin, a base de um modelo semi
clássico. Neste momento podemos levantar a questão, porque todos materiais
não apresentam magnetização à base de spin?
A justificativa vem do preenchimento quântico de lugares em cada orbital
por pares de elétron e, quanticamente, par de elétrons são com spin em dois
sentidos opostos. Ou seja, a expectativa é que um átomo com número par de
elétrons não apresente os efeitos magnéticos do spin. Logo, somente os efei-
tos diamagnéticos serão apresentados. Enquanto, para átomos com orbitais
incompletos, a expectativa é que será observado efeitos magnéticos devido ao
spin. Entretanto, como o efeito magnético é um fenômeno quântico, a jus-
tificativa semi-clássica e as conclusões não são regras gerais, especificamente
nos átomos mais complexos.
Existem materiais, nos quais, os spins se alinham paralelamente com um
campo magnético externo, sendo denominados paramagnéticos. Apesar do
alinhamento dos spins com o campo magnético, o efeito magnético ainda é
desprezível (veja a tabela dos materiais magnéticos no apêndice do livro na
tabela D.5).
Por outro lado, existem materiais chamados ferromagnéticos, nos quais são
formados domínios, onde os spins estão alinhados. A figura 5.4a mostra o es-
quemático de domínios antes da magnetização do material, onde os domínios
são orientados aleatoriamente. A figura 5.4b mostra o estado de domínios
após magnetização do material por um campo externo. Como percebe-se,
os domínios se fundem e criam dominós maiores dando origem a um campo
magnético forte em escala macroscópica. Existem materiais ferromagnéticos
que os domínios voltam ao estado anterior logo após ser retirado do campo
magnético externo, ou seja, o material não vai continuar magnetizado. Este
tipo de material é nomeado como ferromagnético doce.
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 215
Por outro lado, existem também materiais ferromagnéticos que vão manter
a magnetização apesar de retirado do campo externo. Ou seja, ainda há uma
magnetização persistente ou residual (seus domínios continuam alinhados).
Este tipo de material é nomeado como ferromagnético duro.
Apesar do estado estável dos materiais ferromagnéticos duros, vibração
mecânica da estrutura cristalina do material pode reduzir ou anular a mag-
netização. Isto ocorre devido ao aumento da liberdade dos domínios que
pretendem mudar o estado, resultando em seus orientações aleatórios. Este
efeito é conhecido como ato de desmagnetização.
A vibração mecânica significante da estrutura cristalina pode ser resultante
da temperatura elevada, dando a desmagnetização do material ferromagné-
tico. A temperatura miníma que cessa a magnetização é conhecida como
temperatura Curie. Também, a vibração significante da estrutura cristalina
pode ser resultado de um choque mecânico. Além das técnicas menciona-
das para desmagnetização do material existe a passagem de uma corrente
alternada com período de milissegundos. Uma curiosidade sobre isso é que
em grandes navios há problemas de magnetização por campo magnético da
terra. A magnetização do navio pode interferir no funcionamento de equi-
pamentos eletrônicos de alta sensibilidade ou até aumentar risco de acionar
minas submarina na sua proximidade. Logo, desmagnetização periódica dos
navios por passagem de corrente alternada é crucial.
Exercício 5.1.
Um cilindro sólido de raio a, contém uma densidade uniforme de carga vo-
lumétrica ρ C/m3 . O cilindro gira ao redor do seu eixo com a velocidade ω
rad/s. Encontre: a) A densidade de corrente volumétrica. b) O momento
dipolo magnético. c) O potencial vetorial magnético. d) O campo magnético.
■
r (x,y,z)
d'
r
r'
z
r
𝐴
r' r
𝑀
a
⃗ A/m
Fig. 5.6. Um ímã esférico de densidade vetorial de dipolo magnéticos M
constante.
Exercício 5.2.
Um ímã cilíndrico com raio a é magnetizado ao longo do seu eixo principal,
conforme a figura 5.7a. Encontre o potencial vetorial pela equação (5.16).
Dicas: Tente encontrar o campo B ⃗ para uma corrente J⃗ = M ⃗ , percorrendo
um cilindro comprido. Em segundo caso, considere raio do cilindro muito
maior que seu comprimento, conforme a figura 5.7c. ■
218 5.2. CAMPO MAGNÉTICO...
z
𝐴
r 𝐴 𝐴
r r
𝑚 𝐾
𝑀
𝐾
(a) (b) (c)
Fig. 5.7. a) Um ímã cilíndrico de comprimento b e de raio a, com densidade
⃗ A/m ao longo do eixo principal. b)
vetorial de dipolo magnéticos constante M
Cálculo de campo distante do ímã r ≫ ab. c) Quando o raio é muito maior que
2
⃗ × r̂
M
=M⃗ × ∇′ 1
r2 r
′
∇ ×M ⃗ ⃗
M
= − ∇′ × .
r r
Assim, a fórmula do potencial vetorial da equação (5.16) é dividida por dois
termos:
Z Z
∇′ × M ⃗ M⃗
⃗
A=k dτ − k ∇′ × dτ ′
′
(5.17)
r r
Podemos ainda trocar o segundo termo do potencial vetorial, utilizando a
equação (4.11):
Z Z ⃗
′ M⃗
′ M × n̂ ′
−k ∇ × dτ = k ds
r r
onde n̂ é o versor perpendicular à superfície do material magnetizado.
⃗ será reformulado pela soma dos seguintes
Afinal, o potencial vetorial A
termos:
Z ⃗ Z ′
⃗ = k M × n̂ ds′ + k ∇ × M dτ ′
⃗
A (5.18)
r r
Anteriormente, falamos do potencial vetorial devido a um distribuição super-
ficial de corrente através da equação (4.20). A comparação entre o primeiro
termo obtido da equação (5.18) e (4.20) sugere que deveria ter uma corrente
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 219
r 𝐴
ds'
r
a
𝐾𝑀
𝑀
Fig. 5.8. Uma esfera magnetizada com a densidade de dipolos magnéticos M ẑ,
correspondente com uma corrente superficial M senθ′ φ̂.
a
A confirmação da presença das correntes na superfície e no corpo do material magne-
tizado somente foi aprovada teoricamente.
220 5.2. CAMPO MAGNÉTICO...
Resposta:
a) A corrente volumétrica J⃗M é encontrada pela equação (5.20), ou seja,
J⃗M = ∇ × M ⃗ = 0, para uma densidade de dipolos magnéticos constante.
⃗ M da
Aplicando a equação (5.19), podemos encontrar a corrente superficial K
seguinte forma:
⃗ × r̂
⃗M = M
K
= M ẑ × r̂
= M senθ′ φ̂
φ̂ × ⃗r = φ̂ × (z ẑ − ar̂)
= z(− senφ′ x̂ + cos φ′ ŷ) × ẑ − aθ̂
= z( senφ′ ŷ + cos φ′ x̂) − a(cos θ′ cos φ′ x̂ + cos θ′ senφ′ ŷ − senθ′ ẑ)
= cos φ′ (z − a cos θ′ )x̂ + senφ′ (z − a cos θ′ )ŷ + a senθ′ ẑ
⃗ = k 4π a3 M ẑ × r̂
A
3 r2
senθ
= km 2 φ̂
r
Lembrando que neste procedimento, encontramos o momento dipolo mag-
⃗ = M
nético total a partir de corrente de magnetização, i.e. K ⃗ × n̂. Vale
ressaltar que podemos obter-lo a partir de dm ⃗ ⃗ 2
⃗ = M dτ = M r dr senθdθdφ
nas coordenadas esféricas. Sendo assim, para uma magnetização uniforme,
homogênea e alinhada na direção z, basta multiplicar o volume da esfera
pela densidade de magnetização para encontrar-lo. Assim, teremos a mesma
resposta para o potencial vetorial.
222 5.2. CAMPO MAGNÉTICO...
⃗ pela
Ainda podemos continuar a análise e encontrar o campo magnético B,
equação (5.11):
1 , Fora da esfera
⃗ = km(2 cos θr̂ + senθθ̂)
B r3
(5.22)
1, Dentro da esfera
a3
Exercício 5.3.
Um cilindro sólido é magnetizado ao longo do seu eixo com a densidade ve-
⃗ A/m, conforme a figura 5.7a. O seu comprimento e raio é b e a,
torial M
respectivamente. Encontre o potencial vetorial A ⃗ e o campo magnético B. ⃗
Dicas: Compare-o com um solenoide comprido percorrido por uma densidade
de corrente M⃗ φ̂, onde B
⃗ = 4πkM ẑ no interior do cilindro. Fora do cilindro
pela semelhança com solenoide o campo magnético será nulo. Em uma se-
gunda aproximação, quando r ≫ a conforme a figura 5.7b, encontre o dipolo
magnético total começando de dm ⃗ = M ⃗ dτ ′ com a resposta m
⃗ = M πa2 bẑ.
Depois, utilizar as equações (5.16) e (5.11). Em uma terceira aproximação,
um ímã curto, i.e. a ≫ b conforme a figura 5.7c, considere-o equivalente a
um anel de corrente I = M b de raio a. Assim, a análise do campo magnético
de um anel no capítulo passado será útil. ■
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 223
J⃗ = J⃗l + ∇ × M
⃗
∇×B
⃗ = 4πk(J⃗l + ∇ × M
⃗ ),
a
Equação (4.10)
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 225
Exercício 5.4.
Uma esfera é magnetizada com a densidade de momento magnético M ⃗ =
M rr̂. a) Encontre a densidade de corrente de magnetização. b ) Achar o
campo magnético B ⃗ e H.
⃗ ■
surge ∇ · D⃗ = 0, descrita pela lei de Gauss, ainda temos que confirmar o seu
rotacional, i.e. ∇× D.⃗ Para a configuração da figura 3.5c, encontramos que o
campo elétrico E ⃗ fora do cilindro é nulo e a polarização do material é equiva-
lente com uma distribuição de cargas de polarização nas superfícies superior
e inferior. Então, podemos substituir o cilindro polarizado por um capacitor
com folhas circulares e paralelas. Sem a presença de carga livre, ∇· D ⃗ = 0 que
somente indica que o componente normal do campo de deslocamento D ⃗ na
fronteira seja contínuo, i.e. Dzf ora = Dzinterior . Como Ef ora = Pf ora = 0, tere-
mos Dzinterior = 0, ou seja, o componente normal do campo D ⃗ nas superfícies
superior e inferior é nulo.
Outra fonte da equação diferencial é o rotacional do campo D. ⃗ Apli-
cando o rotacional sobre equação (3.17), para um campo eletrostático irro-
⃗ chegaremos a equação ∇ × D
tacional E, ⃗ = ∇ × P⃗ . Assim, esperamos a
descontinuidade do componente tangencial na interface devido à presença
de material polarizado. Logo, para um elo Amperiano, teremos a relação
Dtf ora − Dtinterior = Ptf ora − Ptinterior . Sabendo que Df ora = 0 e Ptf ora = 0,
teremos Dtinterior = Ptinterior . O componente tangencial da polarização tam-
bém é nulo. Então, o componente tangencial do campo D ⃗ nas superfícies
superior e inferior é nulo. Afinal, o campo D ⃗ é nulo em tudo espaço. Sendo
assim, podemos utilizar a equação (3.17) para encontrar o campo elétrico da
seguinte forma:
⃗ = −ϵ0 P⃗ = −ϵ0 P ẑ
E
Na verdade, para um dielétrico cilíndrico com a polarização linear ao longo
do seu eixo da figura 3.5c, ∇ · D
⃗ = 0, sem a carga livre no espaço. Também,
∇ × D = ∇ × 1/ϵ0 E + ∇ × P⃗ para um campo elétrico conservativo e a
⃗ ⃗
polarização homógena do material será nulo. Logo, todas as fontes do campo
de deslocamento são nulas. Neste caso, podemos diretamente encontrar o
campo elétrico pela polarização do material.
b) Apesar que a lei de Ampère conta com a presença de corrente livre, não
é concluente dizer H ⃗ = 0 na região sem a corrente livre. Isto é justificada
pelo teorema de Helmholtz, onde a origem do campo magnético H ⃗ é relaci-
onada com o seu rotacional e divergência. O rotacional nulo da intensidade
magnético somente é a razão pelo qual o componente tangencial à superfície
do campo Ht é contínuo.
Podemos aproximar o cilindro magnetizado com a densidade homogênea
e uniforme M ⃗ = M ẑ, por um solenoide com a densidade superficial de cor-
rente K⃗ = M φ̂. Assim, podemos aproveitar dos resultados encontrados para
solenoide, tais como, ausência do campo magnético fora do solenoide, i.e.
Bf ora = 0. Logo, pela equação (5.24) e a continuidade do componente tan-
gencial Ht , espera-se que o campo Ht seja nulo no interior do solenoide, i.e.
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 227
Hzinterior = 0.
Aplicando a divergência sobre a equação (5.24), teremos a equação ∇· H ⃗ =
−∇ · M ⃗ . Então, sabendo Bf ora = Mf ora = Hf ora = 0 e aplicando a lei
de Gauss na interface, teremos Hninterior = −Mninterior = M ẑ · r̂ = 0 nas
coordenadas cilíndricas, ou seja, todos componentes do H ⃗ no interior do
⃗
cilindro são nulos. Assim, pode-se encontrar o campo B no interior do cilindro
pela equação (5.24), ou seja:
⃗ interior = 4πkM ẑ
B
I
⃗ =
H rφ̂, para r ≤ a.
2πa2
Se o elo for fora do fio de cobre r > a, a corrente que atravessa o elo será a
corrente total I. Portanto:
⃗ = I φ̂,
H para r > a.
2πr
A resposta não altera com a presença da capa de borracha ao redor do fio de
cobre na região (a < r < b). Vale lembrar que o campo magnético B ⃗ dentro
do fio ou na capa de borracha pode ser encontrado, se a magnetização da
borracha e do fio forem informadas. Entretanto, o campo magnético fora da
capa do fio (r > b), utilizando a relação (5.24), será da seguinte forma:
⃗ = 2kI φ̂,
B para r > b.
r
■
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 229
Exercício 5.5.
Um cilindro comprido é magnetizado cuja densidade de magnetização é M ⃗ =
Crẑ, onde C é uma constante. A variável r é a distância até o eixo z, que é
o eixo do cilindro de raio a.
a) Encontre a densidade superficial e volumétrica da corrente de magnetiza-
ção.
b) Encontre a intensidade do campo magnético; H. ⃗
c) Como será a densidade do campo magnético; B. ⃗
Resposta:
Como não foi mencionada a presença de material magnético ao redor do fio,
∇·H ⃗ = ∇ · B/4πk
⃗ = 0, para um campo solenoidal. Também, fora do fio,
J⃗ = 0, então, o campo H ⃗ = −∇Vm . Substituindo
⃗ é conservativo, i.e. H
⃗ teremos a
a equação do potencial escalar na equação da divergência do H,
equação de Laplace ∇ Vm = 0.
2
Vm = Aφ + B
elétrico dado pela equação (3.3). Sendo assim, o potencial magnético escalar
Vm é dado da seguinte forma:
Ia2 cos θ
Vm =
4r2
■
Exercício 5.6.
Encontre o potencial magnético escalar ao longo do eixo z de um anel de
corrente posicionado no plano xy.
⃗ = −∇Vm e
⃗ por H
A partir do potencial escalar magnético, podemos obter H
⃗ ⃗
o campo magnético B por produto do H vezes a permeabilidade magnética
da região. ■
B
= A + H0
a2
B
−µA = µ0 ( 2 + H0 )
a
Logo, teremos −µA = µ0 (A + 2H0 ), ou seja, A = −2µ0 H0 /(µ + µ0 ) e B =
a2 H0 (µ − µ0 )/(µ + µ0 ). Assim, o potencial magnético será:
−2µ0 r, r≤a
µ+µ0
Vm = H0 senφ
( µ−µ0 a2 − r), r > a
µ+µ0 r
Aa2 − B − Ca2 =0
B + Cb2 − D = −b2 H0
Aa2 + µr B − µr a2 C =0
µ r B − µ r b2 C − D = b2 H0
⃗ = −∇Vm e
⃗ por H
A partir do potencial escalar magnético, podemos obter H
⃗ ⃗
o campo magnético B por produto do H vezes a permeabilidade magnética
da região. ■
B (T)
Saturação
B B
Br
Hs Hc O Hc Hs H A/m H H
Br
Saturação
(a) (b) (c)
b) Quanto será a força magnética sobre o fio por unidade do seu compri-
mento?
Resposta:
a) A passagem da corrente elétrica no fio, gera o campo magnético que atinge
o condutor magnético, induzindo a magnetização M e as correntes de mag-
netização dadas pelas equações (5.19) e (5.20). Em vez de corrente de mag-
netização, podemos considerar a corrente de imagem com o mesmo tamanho
e no mesmo sentido, em paralelo com a corrente verdadeira na distância 2h.
Logo, a modelagem equivalente será de dois fios de corrente no mesmo sen-
tido e em paralelo com a distância 2h.
b) Pelo método de Ampère, o campo magnético na distância 2h do fio de
imagem é obtido por 4πhH = I, ou seja, B = µ0 I/(4πh). Portanto, a força
por unidade de comprimento do fio será:
µ0 I 2
F = BI = N/m.
4πh
A direção e sentido da força Lorentz é encontrada pela regra de mão direita.
Percebe-se que a força será sempre atração do fio pelo condutor magnético.
Resposta:
Como a densidade de magnetização é perpendicular à superfície do fundo
da semiesfera, a corrente de magnetização será nula, pela equação (5.19). A
corrente volumétrica de magnetização será nula pela equação (5.20), porque
a magnetização é constante. Dessa fora, a única corrente de magnetização
⃗ M = M ẑ × r̂ =
presente será na superfície superior da semiesfera dada pela K
M cos θφ̂, para 0 < θ < π/2. Pelo método de imagem, podemos substi-
tuir o condutor magnético plano por uma semiesfera com a corrente super-
ficial de magnetização K ⃗ M = M cos θφ̂, para π/2 < θ < π. Assim, a
configuração equivalente será um ímã esférico com magnetização M ⃗ = M ẑ.
■
Exercício 5.7.
Um plano grande feito de um condutor magnético ideal é dobrado ao meio
a um ângulo de 90°. Uma corrente percorre em um fio reto e longo, paralelo
ao plano dobrado. A distância do fio até os semiplanos é a e b. Encontre a
modelagem equivalente a partir do método de imagem.
Exercício 5.8.
Repita o primeiro exemplo do método de imagem, agora para o caso de um
condutor elétrico ideal, ao invés de um condutor magnético.
B l
NI = l= Φ (5.36)
µ sµ
242 5.3. CIRCUITOS MAGNÉTICOS LINEARES
4A 500 espiras
6 cm2
15 cm
𝐵
Fig. 5.10. Um toroide com 500 espiras, 4A de corrente, e raio médio de 15cm.
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 243
I1 l1 l2 I2 l1 l2
I N
N1 l3 N2 lg l3
Exercício 5.12.
Encontre o campo magnético, fluxo e a intensidade de campo magnético para
o circuito magnético linear da figura 5.12b.
I1 l1 l2 I2 I1 l1 l2 I2
N1 N2
lg l3 N1 l3 N2
lg lg
(a) Com dois enrolamentos e um gap de ar. (b) Com dois enrolamentos e dois gaps de ar.
Exercício 5.13.
Ache o campo magnético B, ⃗ fluxo Φ e intensidade de campo magnético H ⃗
para o circuito magnético linear da figura 5.13. Considere a área seção reta
dos braços com enrolamento e do braço sem enrolamento sejam A 2A, res-
petivamente. ■
Vale ressaltar, mais uma vez, que a analogia utilizada é válida somente para
arranjos magnéticos onde existe um campo magnético homogênea invariante
ao longo de elos fechados. Além disto, temos que considerar um núcleo linear,
ou seja, B = µH. Se não tiver as condições mencionadas, devemos utilizar
as técnicas básicas de análise vistas no capítulo passado. Na seção a seguir,
o dispositivo possui um núcleo não linear. Apesar disso, o campo ainda é
considerado homogêneo, portanto a lei de Ampère é aplicável.
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 245
l2
N1 N2 l2 l1
B (T)
1.6
Aço
Aço Fundido
1.4
1.2
1.0
0.8
Ferro Fundido
0.6
0.4
0.2
0 H (At/m)
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
Fig. 5.14. Curva característica magnética de Ferro fundido, Aço fundido, Aço.
EXAMPLE 12–4 If B ⫽ 1.4 T for sheet steel, what is H?
Solution Enter Figure 12–19 on the axis at B ⫽ 1.4 T, continue across until
A solução you
paraencountermanter a steel,
the curve for sheet técnica útil é value
then read the corresponding
H as indicated in Figure 12–20: H ⫽ 1000 At/m.
começar
for pela lei de Ampère, com
a hipótese do campo homogêneo. B (T) Assim, a circulação do campo ao longo de
1.4 Sheet steel
H (At/m)
1000
I 500 espiras
6 cm2
15 cm
𝐵 2mm
Bnúcleo 2 × 10−3
2000 = Hnúcleo 0, 3π +
µ0
Basta traçar essa linha na figura 5.14 e encontrar a sua interseção com a curva
B − H do aço fundido. Este ponto é conhecido como o ponto de operação,
dado por: Hnúcleo ≈ 600 A/m e Bnúcleo ≈ 0, 92 Tesla. O fluxo magnético que
atravessa a área s = 6 cm2 será Φ = 552 µWb. ■
l
S.G.
Meio 1 𝐵𝑡1 𝐾
𝐵1 s
𝑛
𝐵𝑛1 𝐵𝑡2
𝐵2
Meio 2
𝐵𝑛2
−Bn1 ∆S + Bn2 ∆S = 0,
Logo, teremos:
Bn1 = Bn2 . (5.37)
Ou seja, o componente normal à interface do campo magnético é contínuo.
Se tiver meios lineares, podemos relacionar também os componentes normais
da intensidade do campo magnético por: Hn1 µ1 = Hn2 µ2 .
Para verificar a continuidade do componente tangencial, utilizamos a lei
de Ampère, dada pela equação (5.26), aplicada no elo conforme a figura5.16,
o que resulta em:
Meio 1 Meio 2
𝐵𝑧1 𝑦 𝐵𝑧2
y
y
x z
𝐾 =80𝑥
Elo
Fig. 5.17. Interface entre dois meios magnéticos, onde a corrente superficial
⃗
Kpercorre na direção x.
y 1 1 2 2
x P
-z H'
r H"
P
I
h H
r r I"
h
I I'
1 2 h h
I − I ′ = I ′′ ,
µ1 (I + I ′ ) = µ2 I ′′ .
d𝑙 ′1 d𝑙′2
c1 r12 r22 c2
r11 I2
I1
d𝑙2
d𝑙1
N2 Φ21
M21 = (5.42)
I1
Para a segunda espira, a passagem de uma corrente continua I2 , produzirá
o fluxo magnético Φ2 . Do fluxo Φ2 , somente uma fração Φ22 passa na segunda
espira. Sendo assim, a autoindutância será ϕ22 /I2 . Se o fluxo magnético
atravessa N2 vezes, a autoindutância da segunda espira será definida pela
seguinte fórmula:
N2 Φ22
L2 = . (5.43)
I2
Também, existe um fluxo magnético gerado pelo circuito 2 que passa par-
cialmente, N1 vezes pelo circuito 1, portanto, a indutância mútua M12 pode
ser definido por:
N1 Φ12
M12 = (5.44)
I2
Se o fluxo Φ21 representa as linhas parciais do campo que atravessa a se-
gunda espira, Portanto, a passagem da corrente na primeira espira produz o
fluxo magnético na segunda, Onde Φ22 é o fluxo gerado pelo circuito 2 que
passa N2 vezes em si mesmo. O Assim, a indutância mútua é definida da
seguinte forma:circuito 1 N2 o circuito 2. Onde Φ11 é o fluxo gerado pelo
circuito 1 que passa N1 vezes em si mesmo. Geralmente, autoindutância
é calculada a partir da fórmula (5.40). Entretanto, podemos desenvolver a
relação de autoindutância com campo vetoriais magnéticos. Primeiramente,
conforme , a passagem da corrente I1 no elo 1 gera o fluxo de campo mag-
nético Φ1 . O fluxo parcial Φ11 representa o fluxo magnético do circuito 1
por corrente aplicada I1 . Então, a autoindutância será : Podemos reformu-
lar a definição de autoindutância e indutância mútua em função do campo
magnético B ⃗ ou do potencial vetorial A.
⃗ Considere dois circuitos próximos
entre si conforme a figura 5.19. O fluxo magnético gerado pelo circuito 1 que
atravessa o mesmo circuito, dada pela equação (2.30) será:
Z
Φ11 = ⃗ 1 · d⃗s
B
c1
⃗ = ∇×A
Lembra-se a equação B ⃗ e o teorema de Stokes dado pela equação
(4.10): Z I
Φ11 = ∇ × A1 · d⃗s = A
⃗ ⃗ 1 · d⃗l1 (5.45)
c1
que após substituir o potencial vetorial pela equação (4.19) será da seguinte
forma:
I ⃗′
dl1 · d⃗l2
M21 = k (5.48)
r12
Basta repetir o mesmo procedimento em cima e encontrar a indutância mutua
M12 :
I ⃗′
dl2 · d⃗l1
M12 = k (5.49)
r21
Obviamente, as equações (5.48) e (5.49) são equivalentes, porque, dl1 e dl1′
representam o mesmo elemento diferencial do circuito 1. A mesma justifica-
tiva é válida para dl2 e dl2′ . Isso significa que o fluxo magnético, por unidade
de corrente, gerado no circuito 1 que atinge o circuito 2, é o mesmo produzido
pelo segundo circuito atingindo o circuito 1. Logo, a indutância mútua entre
dois circuitos torna-se única, representada somente por M . Esta propriedade
é chamada de reciprocidade da indutância mútua.
Vale ressaltar que as formulações obtidas para autoindutância e indutância
mútua (equações (5.41) e (5.48)) indicam que a indutância, em geral, depende
da geometria, do número de espiras, e do material magnético do núcleoa .
Apresentamos, no capítulo 3, a formulação da capacitância em função da
sua geometria e do material dielétrico utilizado, dada pela equação (3.39).
Esta equação em geral é mais conveniente do que a equação (3.37) para
calcular a capacitância. Fizemos a tentativa para achar a fórmula da in-
dutância em função da sua geometria e material magnético utilizado, dada
a
Se tiver um núcleo magnético, basta trocar o coeficiente k por µ/4π.
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 255
N2 espiras
2b 2a
N1 espiras
l
Fig. 5.20. Acoplamento de dois solenoides concêntricos e longos percorridos por
duas correntes distintas I1 e I2 .
N22 µ0 πb2
L2 =
l
N2 Φ21
M=
I1
µ0
= N2 N1 πa2
l
a
√
O coeficiente de acoplagem é definido por k = M/ L1 L2 .
256 5.6. AUTOINDUTÂNCIA ...
N1 N2 µ0 /lπa2 a
k=q = .
N12 µ0 /(lπa2 )N22 µ0 /(lπb2 ) b
Exercício 5.14.
Ache a indutância mútua entre um toroide e um fio longe e reto, conforme a
figura 5.21.
I1
b
a
I2
Exercício 5.15.
Ache a indutância mútua entre um fio reto e um fio em formato de triangulo
na figure 5.22.
Exercício 5.16.
Repita o exercício anterior para o arranjo magnético da figura 5.23.
Exercício 5.17.
Repita o exercício anterior para o arranjo magnético da figura 5.24.
CAPÍTULO 5. MATERIAIS MAGNÉTICOS... 257
a
I2
I1 d
Fig. 5.22. Indutância mútua entre um fio longo e um fio em formato triangulo.
a I2
ds
I1 d
Fig. 5.23. Indutância mútua entre um fio longo e um fio em formato de triangulo.
I2 a
d
I1
Fig. 5.24. Indutância mútua entre um fio longo e um fio em formato de circulo.
I l
N Espiras
s
1Z ⃗ ⃗
W = H · Bdτ, (5.51)
2 ∀
■
Como o trabalho realizado pelo circuito magnético (F⃗ · ∆⃗l) leva a redução
da energia armazenada por −∆W , consideramos o sinal negativa na equação
(5.53).
I2 a
I1 r
Fig. 5.26. Força de atração entre um fio de corrente e uma espira quadrada de
corrente, nas proximidade.
Exercício 5.18.
a) Achar a força de atração magnética sobre a peça em uma distância ∆x a
um solenoide da figura 5.27.
b) Encontrar a autoindutância do circuito magnético.a ■
l2
l1
Fig. 5.28. Medidor de campo magnético a base de efeitos hall realizado por ...
a
Magnetic levitation.
262 5.8. PROJETOS
Fig. 5.29. Locomoção de um Trem em tubo de fio com base na força Lorentz,
realizado em 2018 por José G. Andrade Leal, Nícolas H. Gomes da Silva, Luiz E.
da Silva lemos, Victor Moura Almeda.
Parte IV
263
Capítulo
6
Campo Elétrico e Magnético de Va-
riação Lenta no Tempo
Além da carga elétrica, a taxa de variação do campo magnético é a fonte de campo elétrico. Analogamente, além da corrente elétrica, a taxa de
variação do campo elétrico é a fonte de campo magnético.
265
266 6.1. ANÁLISE DE CAMPO PELA LEI DE FARADAY...
I I
𝐵 𝐵 𝐵(𝑡)
𝑣
𝑣 𝑣 a
𝑣
e e
ee ee
x b
x
(a) (b) (c)
ϕind = Baẋ(t)
(6.2)
= Φ̇(t)
ϕind = Φ̇(t)
(6.3)
= abḂ(t)
fem = N Φ̇ (6.4)
Lembrando que a fem para um circuito com N espiras é dado por fem = N Φ̇,
então: I
⃗ · d⃗l = Φ̇
E
c
Cabe ressaltar que somente a formulação do tamanho da fem foi obtida,
contudo não foi esclarecida a polaridade da tensão induzida ou sentido e
direção do campo elétrico. Pela mesma razão, na formulação de tensão em
função do campo elétrico a sua polaridade não foi considerada. Na próxima
seção a parte pendente, ou seja, a polaridade da tensão induzida abordada
pela Lei de Lenz.
fem = −N Φ̇ (6.5)
O sinal negativo da taxa de fluxo magnético é uma justificativa da lei de
Lenz para encontrar a polaridade correta de força eletromotriz e o sentido da
corrente induzida no circuito elétrico. Foi descoberto que a corrente induzida
no circuito tem função de manter o fluxo magnético conservado. Se o fluxo
estiver reduzindo, a corrente induzida percorre no circuito de modo a gerar
270 6.1. ANÁLISE DE CAMPO PELA LEI DE FARADAY...
J⃗M = ∇ × M
⃗ =0
Assim, podemos modelar o ímã cilíndrico por um longo solenoide com cor-
rente superficial M φ̂, como foi discutido no exercício 5.2 e exemplo 5.4. En-
contramos o campo magnético por B ⃗ = µ0 M ẑ no interior do ímã. Com
a aproximação do ímã ao anel, o fluxo magnético aumenta gradualmente
até a entrada completa do no anel, onde o fluxo maximiza com tamanho
Φ = µ0 M πa2 . O tempo que o fluxo magnético permanece constante é de l/v
segundos. Logo, com a saída do ímã, o fluxo reduz gradualmente e chega
a zero. A curva de variação do fluxo no anel com o tempo é mostrada na
a
Veja figura 4.7 para lembrar de regra da mão direita.
CAPÍTULO 6. ELETRODINÂMICA 271
l
M0a2
Anel
ሬሬሬԦ
𝑀
1 𝑣
ሬԦ 𝑣
𝑣 a l/v t t
2
figura 6.2b. Pela lei de Faraday (equação (6.5)), a variação no tempo do fluxo
magnético representa a tensão gerada ϕ como apresentada na figura 6.2c.
Para encontrar a direção da corrente, inicialmente, percebe-se o aumento
gradual do fluxo magnético que atravessa o anel, conforme a figura 6.2b. Pela
lei de Lenz a corrente deve ser no sentido 1 da figura 6.2a i.e. no sentido
horário de modo a anular o aumento do fluxo. Com a saída do ímã, o fluxo
magnético começa a reduzir. Assim, a corrente induzida no anel será no
sentido 2 ou seja no sentido anti-horário, compensando a redução do fluxo.
■
Exercício 6.1.
Encontre o sentido da corrente no momento de ligar a fonte do circuito 1 e
também quando a chave seja aberta na figura 6.3.
Exercício 6.2.
Para um circuito magnético com dois enrolamentos da figura 5.13, encontre
a força eletromotriz (emf) no secundário com os seguintes dados: N1 =
200, N2 = 100, I1 = 3 sen120πt A, µr = 300, A = 1 cm2 , 2l1 = l2 = 2 cm.
■
V0
G
Logo teremos:
∇×E ⃗˙
⃗ = −B (6.7)
Que é conhecida como forma diferencial da lei de Faraday.b
Exercício 6.3.
Um disco circular metálico em rotação ω rad/s, emerso em um campo mag-
nético homogênea B, conforme a figura 6.4. Encontre a tensão medida pelo
voltímetro, sabendo do raio do disco representado por a.
Exercício 6.4.
A corrente que percorre em um fio reto e longo é A cos ωt. a) Encontre o
campo elétrico induzido ao redor do fio. b) Se tiver um pedaço de fio reto de
comprimento l, paralelo ao fio longo na distância a, calcule a tensão induzida
no extremidade do fio. ■
na região será: Z
Q= ρdτ,
Então, a corrente de difusão das cargas será:
d Z
I=− ρdτ
Z dt (6.8)
= −ρ̇dτ
b
𝑚
I
a
𝐵 𝑚
N t S
I
𝐵
(a) (b)
6.2.2 Transformadores
A estrutura geral de um transformador é ilustrada na figura 6.6. Os
elementos básicos do transformador são o núcleo, os enrolamentos primários
e os enrolamentos secundários. O núcleo é geralmente feito de um material
ferromagnético doce (como o ferro, ferrita, ligas amorfas etc).
Em um transformador ideal, o campo magnético é produzido pela passa-
gem de corrente no enrolamento primário e pode ser definido a partir de:
V1 = N1 Φ̇1
V2 = N2 Φ̇1 (6.13)
I2
I1
N2 V2
V1 N1
1
V1 N1
= (6.14)
V2 N2
ou seja,
V1 = L1 I˙1 + M I˙2 (6.17)
278 6.2. DISPOSITIVOS ELETRODINÂMICOS
Do mesmo jeito:
V2 = M I˙1 + L2 I˙2 (6.18)
Assim, não teremos a exatidão da relação de tensões com relação entre espiras
dada pela equação (6.14).
2 - O fluxo magnético gerado passa completamente pelo núcleo. Nor-
malmente, todas as linhas de campo magnético não passam pelo núcleo,
produzindo campo de franjas (do inglês, Friging Field), caracterizado pela
”fuga”das linhas de campo magnético. Para reduzir esse efeito, pode ser
utilizado um núcleo com relutância menor, bem como um enrolamento com
menor espaço entre as espiras. A relutância pode ser reduzida com aumento
da área de interseção, com redução do comprimento do núcleo, e trocar o
núcleo por um material magnético com a permeabilidade maior.
3 - Condução perfeita dos fios. Entretanto, sabemos que os fios possuem
uma certa resistência elétrica associada, havendo queda de tensão. Para
minimizar esse efeito, podemos aumentar a espessura dos fios ou trocá-los
por fios com maior condutividade. O consumo de energia pelo fio gera ca-
lor, aumentando a temperatura do transformador e, até então, aumento da
resistência dos fios.
4 - Desconsiderar a condução elétrica do núcleo. A maioria dos núcleos
utilizados são compostos de ligas de ferro que, além de possuir característica
magnética, também é condutor elétrico. Isso acarreta na passagem de um
fluxo magnético variável no tempo no núcleo i.e. Φ(t). Pela lei de Faraday,
a taxa de variação do fluxo magnético induz a tensão e então, produz uma
corrente elétrica no núcleo condutor. Essa corrente distribuída por todo o
núcleo não é desejada e, por isso, chamada de corrente parasita a . A resis-
tência local do núcleo, junto com a passagem de corrente parasita consome a
energia e produz calor. Então, além de reduzir a eficiência do transformador,
ou seja, invalidando a relação V1 I1 = V2 I2 , aqueça o transformador. A solu-
ção para reduzir a corrente parasita é utilizar um núcleo folheado esmaltado
conforme a figura 6.6.
Apesar de ser um problema para os transformadores, esse aquecimento
(denominado efeito Joule) pode ser aproveitado para a geração de calor nos
fornos chamados de fornos de indução. Embora a eficiência seja baixa, é
uma forma de energia limpa quando em comparação com o forno a gás, por
exemplo.
5 - Enrolamento nos braços separados do núcleo conforme a figura 6.6, o
que não é viável. Na prática é feito primeiro o enrolamento do primário e,
então, o do secundário acima do primário, em apenas um braço. Assim, na
a
Também conhecida por corrente de Foucault ou ainda corrente de fuga; e em inglês
por corrente Eddy.
CAPÍTULO 6. ELETRODINÂMICA 279
N2
I1 = I2 .
N1
em que N1 e N2 indicam o número de voltas para o enrolamento primário e
para o enrolamento secundário, respectivamente. A impedância de entrada,
então, será dada por:
V1 N2
Z01 = = 12 Z02 .
I1 N2
Temos, então, a seguinte relação:
s
N1 Z01
= . (6.19)
N2 Z02
Nessas aplicações, o núcleo utilizado geralmente é de ferrita, uma vez que
este possui uma melhor resposta em frequências maiores (ordem de kHz),
mais utilizadas em circuitos de baixa potência. A estrutura do ferrita utili-
zado é sólida.
Por outro lado, se o dispositivo for projetado para elevação ou redução
de tensão, é necessário caracterizar o formato do transformador, a bitola dos
fios, o material do núcleo e o número de espiras. O formato mais comum para
os núcleos dos transformadores nessas aplicações são os que têm formato de
E, em que o primário e secundário são enrolados no segundo braço do núcleo.
Nesse caso, a área de interseção do seu segundo braço é o dobro da área dos
280 6.2. DISPOSITIVOS ELETRODINÂMICOS
bitola dos fios é encontrada pela tabela padronizada ou AWGa que relaciona
a corrente permitida e a bitola do fio, dada na tabela D.6.
Exemplo 6.2. Projete um transformador com a entrada de 127 Vrms , a saída
de 12 Vrms , a corrente secundária de 2 A e a frequência de operação 60 Hz.
Resposta:
A potência nominal do transformador é 12×2 = 24 W. Então, a √ área do braço
central do núcleo é obtida pela equação (6.20), ou seja, A = 1, 2 24 ≈ 6 cm2 .
Na frequência de 60Hz da rede elétrica, o núcleo pode ser laminado de ferro
silício. Sabemos que a área dos braços laterais do núcleo é metade da área
do braço central, ou seja, 3 cm2 .
A bitola ou seção reta do secundário, onde passa uma corrente de 2 A,
deve ser de 0, 653 mm2 , obtida pela tabela D.6. Enquanto isso, a corrente
do primário é aproximadamente 200 mAb , logo, a bitola do primário deve
possuir seção reta de 0, 08 mm2 .c
O número de espiras do primário é obtido pela equação (6.21), ou seja:
√
127 2
N1 = ≈ 794.
2π × 60 × 6 × 10−4
Do mesmo jeito, o número de espiras do secundário é obtido pela equação
(6.22), ou seja:
√
12 2
N2 = ≈ 75. ■
2π × 60 × 6 × 10−4
Abertura
Fita Núcleo
magnética
Bobina
Anel
Fonte CA
∂M M L2 (Iω)2
−1 L2 ω
Fz = sen 2
ωt − tg
∂z |Z|2 R
! (6.25)
2
2M I ω
−1 L2 ω
+ sen ωt − tg cos ωt
|Z| R
Pêndula em Pêndula
movimento com cortes
Gerador de Campo
magnético Campo Magnético
Corrente
(2)
N
Foucault
(1)
Disco
Campo Corrente
Magnético S Metálico
Girante
Foucault
Induzido Campo Magnético
(a) (b)
Corrente
Parasita
Campo
Magnético
Solenoide Plana
de alta corrente
Oscilador de em Frequência
Alta Frequência alta
Regulador
Receptor
Controle
do TX
CC
Transmissor
A variação rápida no tempo dos campos elétricos e magnéticos é segredo da trafego da onda no ar ou no vacou. A razão pela qual, a teoria óptica
foi incorporada ao eletromagnetismo. Assim, a luz também é de natureza elétrica.
291
292 7.1. TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS ONDAS
∇·D
⃗ = ρ (Gauss) (7.1a)
∇·B
⃗ = 0 (Gauss) (7.1b)
∇×H⃗ = J⃗ + D⃗˙ (Ampère) (7.1c)
∇×E⃗ = −B ⃗˙ (Faraday) (7.1d)
Percebe-se que alvo da resolução das equações de Maxwell são as funções
D, B, E e H e J que são variáveis de tempo e de espaço. Como primeiro
objetivo, queremos reduzir número de funções ou separar as variáveis nas
equações diferenciais de Maxwell, Pois a solução geral não existe. Na pri-
meira etapa, podemos começar com um caso em que o meio de transmissão
é linear,homogêneo e isotrópico. Assim, a polarização do meio pode ser
simplesmente representada pela permissividade, i.e. D⃗ = ϵE.⃗ Também, a
magnetização do meio de transmissão é modelada por B ⃗ = µH.⃗ Conforme
⃗
a figura 7.1, para a densidade de corrente J em uma área infinitesimal ∆⃗s é
obtida através da equação:
∆I = J⃗ · ∆⃗s (7.2)
Em volume ∆τ = ∆s∆l, a carga total obtida por ρ∆τ = ρ∆s∆l. Então,
a corrente também pode ser calculada por ∆I = ρ∆s∆l/∆t. Entretanto,
∆l/∆t representa a velocidade ⃗v , logo:
∆I = ρ⃗v · ∆⃗s (7.3)
Comparando as equações (7.2) e (7.3), teremos a relação da densidade de
corrente elétrica com a densidade de cargas em movimento com a velocidade
⃗v :
J⃗ = ρ⃗v (7.4)
v l
J
s
J⃗ = ρµe E
⃗
(7.5)
⃗
= σE
Onde σ é condutividade do meio de transmissão, dada por σ = ρµe .
Até este momento, conseguimos reduzir número de funções envolvidas nas
equações de Maxwell para E e H:
⃗ =ρ
∇·E
ϵ
∇·H =0
⃗
∇×H
⃗ = σE ⃗˙
⃗ + ϵE
∇×E
⃗ = −µH⃗˙
∇·E
⃗ =0
∇·H
⃗ =0
∇×H
⃗ = (σ + jωϵ)E
⃗
∇×E⃗ = −jωµH.⃗
∇2 E
⃗ + k2E
⃗ =0 (7.8)
Ainda temos que resolver a equação diferencial para um campo vetorial no
espaço tridimensional, além de ter o laplaciano vetorial a . Para simplifi-
car ainda mais, o campo elétrico é considerado com um componente e uma
⃗ x (z)x̂.
variável, por exemplo, E
⃗x
∂ 2E ⃗ x = 0.
+ k2E
∂z 2
Que é uma equação diferencial de segunda ordem com coeficientes constantes,
cuja solução é:
⃗ x = Ae−jkz + Bejkz
E (7.9)
Vale lembrar que em geral o constante k é complexo. Em seguida, conside-
ramos dois casos típicos de meio de transmissão. Primeiro, vamos discutir
a presença da fonte do campo no meio não condutivo e em segundo lugar,
estudaremos o meio condutor.
⃗ = k Ae−jkz ŷ
H (7.12)
ωµ
Afinal, podemos encontrar o campo magnético correspondente com campo
elétrico da equação (7.11), propagante no sentido z, através da equação (7.6):
k
⃗
H(z, t) = A cos(ωt − kz)ŷ (7.13)
ωµ
A equação da onda magnética propagante no sentido −z pode ser obtida,
começando pela equação
⃗ x (z)x̂ = Bejkz x̂
E
e aplicando a lei de Faraday:
k
⃗
H(z, t) = − B cos(ωt + kz)ŷ (7.14)
ωµ
A partir de hoje, podemos chamar o conjunto do campo elétrico e magnético
propagante como onda eletromagnética. Como a amplitude dos senoidais
nas equações (7.11) e (7.13) é constante, a onda eletromagnética é conhecida
como onda plana , conforme a figura 7.2. Assim, no plano perpendicular a
direção de propagação, a amplitude do campo elétrico e magnético invariável.
a
Geralmente, para visualizar o movimento da onda, escolhe-se o pico da onda senoidal,
onde a fase é nula.
CAPÍTULO 7. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 297
x
𝑣 x
𝐸
Planos de
amplitude
constante do y
campo
elétrico z 𝐵
z
y (a) (b)
Fig. 7.2. Onda eletromagnética propagante no meio não condutivo com amplitude
invariável i.e. onda plana. Nos planos a amplitude do campo elétrico e magnético
não varia.
a
Skin Effect
CAPÍTULO 7. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 299
ou seja:
1
λ= √ (7.17)
f µϵ
A tabela D.7 mostra a relação de frequência e comprimento de onda eletro-
magnética no ar, junto com aplicação resumida de ondas eletromagnéticas
em cada faixa de espectro.
Exercício 7.1.
As informações preliminares indicam que o tamanho do vírus Corona é em
torno de 125 nanômetros. a) Considerando que o receptor deveria ter o
tamanho compatível com o comprimento de onda para receber o sinal ele-
tromagnético, encontre a faixa de comprimento da onda eletromagnética que
pode destruir as moléculas do vírus com base da informação na tabela D.7. b)
Percebe-se que implementar um emissor de onda eletromagnética nesta faixa
é improvável, para aplicação nos lugares públicos como hospitais. Então, a
segunda possibilidade pode ser a recepção de meio onda. Tente desenvolver
um circuito a base de lampadas de UVC disponíveis no mercado. Neste caso,
como justifica a eficácia do sistema? ■
ou seja:
1
vf = √ (7.18)
µϵ
que pode ser calculada também, por f λ. O cálculo da velocidade a base de
fase constante da onda é razão para nomear a velocidade como a velocidade de
fase vf . Se tiver vácuo ou ar como meio de propagação da onda, a velocidade
300 7.2. CARACTERÍSTICAS DA ONDA ELETROMAGNÉTICA
dω
vg = .
dk
√
onde n = ϵr é o índice de refração. Como o índice de refração é maior
que um, a impedância do material dielétrico será menor que a impedância
do ar, devido a polarização das moléculas do dielétrico. Enquanto isso, a
impedância de um material magnético não condutivo (ϵ = ϵ0 , µ = µr µ0 , σ =
0), será: s
µr µ0 √
η= = 377 µr Ω,
ϵ0
que pode ser bem maior que a impedância do ar, devido a magnetização das
moléculas do ferromagnético.
Percebemos que a impedância encontrada dos materiais não condutivos é
totalmente resistiva, entretanto, em um meio de transmissão com a conduti-
vidade (σ ≫ ωϵ), a realidade será diferente:
s
ωµ jωµ
η=√ =
−jωµσ σ (7.21)
1+j
= Ω,
σδ
que é uma impedância indutiva. É perceptível que com aumento da condução
do meio de transmissão teremos a redução da penetração da onda no meio
condutor, resultado da redução da impedância. Sendo assim, esperamos a
reflexão total da onda eletromagnética pela impedância nula de um condutor
ideal. Este Assunto será discutido em breve.
Exemplo 7.1. Para a onda Ey (x; t) = 104 cos(109 t − 50x), encontre o campo
magnético, sabendo que η = 200 Ω.
Resposta:
A onda eletromagnética é propagante na direção +x̂ e o campo elétrico so-
mente possui o componente y, Pela técnica oferecida, a direção e sentido do
campo magnético será +ẑ. Logo:
4
⃗ = 10 cos(109 t − 50x)ẑ.
H
200
■
Exercício 7.2.
Encontre o componente magnético da onda fasorial abaixo, sabendo que η =
200 Ω e a frequência é 100 MHz.
⃗ = 103 exp (−j20z)x̂ + 102 exp (−j20z)ŷ.
E
Dicas: Para cada componente de campo elétrico encontre o campo magnético
correspondente. ■
CAPÍTULO 7. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 303
⃗ = 0) = 3x̂ + 2ŷ
E(z
Ex = 3 cos ωt
Ey = 2 cos ωt
y y Ey E y E y E y
E
Ex Ey
x x Ex x x x
y x
Ei(0,t) Ei(0,t)
x y
z -z
(a) (b)
Fig. 7.4. Geração de uma onda com a polarização circular. a) Rotação sentido
direito, i.e. (RHCP). b) Rotação sentido esquerdo, i.e. (LHCP).
equações.
2
Ey = Ex
3
Neste caso, a antena será inclinada com a inclinação de 33, 7°, conforme a
figura 7.3. ■
y x
Campo Elétrico
x y
Sentido da
z Propagação -z
(a) (b)
Fig. 7.5. Padronização do IEEE para a) Polarização à direita. b) Polarização à
esquerda.
Resposta:
O fasor do campo elétrico no início da propagação será:
⃗ = 0) = 10∠90°x̂ + 5ŷ
E(z
306 7.2. CARACTERÍSTICAS DA ONDA ELETROMAGNÉTICA
y
Ei(t=0)
Ei(t)
Fig. 7.6. Rotação à direita do campo elétrico ao redor de uma trajetória elíptica.
Ex = −10 senωt
Ey = 5 cos ωt
Ey2 E2
+ x = 1,
25 100
que é a equação de uma elipse. O sentido da rotação do campo elétrico é
obtido considerando a posição do campo no plano xy nos momentos t = 0,
⃗ = −10 senω∆tx̂ + 5 cos ω∆tŷ, conforme a figura
⃗ = 5ŷ e ∆t, i.e. E
ou seja, E
7.6. Portanto, a polarização é à direita. ■
Exercício 7.3.
Encontre a polarização e o sentido da rotação do campo elétrico (se for o
caso circular ou elíptica) para os seguintes fasores de onda eletromagnética:
⃗ = 3ejkz x̂ + 2jejkz ŷ
a) E
⃗ = 3je−jkz x̂ + 3e−jkz ŷ
b) E
⃗ = 10∠30°e−jkz x̂ + 5e−jkz ŷ
c) E
⃗ = 5∠40°e−jkz x̂ + 4e−jkz ŷ
d) H
⃗ = (1 − 2j)e−jkz x̂ + (2 + 6j)e−jkz ŷ
e) E
CAPÍTULO 7. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 307
a
Transverse Electric and Magnetic Field.
b
Em geral, a direção da propagação é determinada pela vetor de ⃗k = kx x̂ + ky ŷ + kz ẑ
c
Transverse Magnetic Field
d
Transverse Elétric Field
308 7.2. CARACTERÍSTICAS DA ONDA ELETROMAGNÉTICA
por:
I
P= ⃗ · d⃗s
S
I
= ⃗ ×H
E ⃗ · d⃗s
⃗ = µH,
Se a magnetização do meio de transmissão for linear i.e. B ⃗ o primeiro
termo da equação (7.23) será:
Z
˙ ∂ 1 Z 2
H · Bdτ =
⃗ ⃗ µ H dτ
∂t 2
= Ẇm (7.24)
⃗ = ϵE,
Se tiver a polarização linear, i.e. D ⃗
Z
˙ ∂ 1 Z 2
E · Ddτ =
⃗ ⃗ ϵ E dτ
∂t 2
= Ẇe (7.25)
1Z
⟨S⟩
⃗ = 15 cos (ωt + 30°) sen(ωt + 60°)dtẑ
T
Z
T
15 15
= sen(2ωt + 90°) + sen30° dtẑ
2T 2T
15
= ẑ W/m2
4
√
O campo elétrico fasorial será E ⃗ rms (z0 ) = 3/ 2∠30°x̂ e o campo magné-
√
⃗ rms (z0 ) = 5/ 2∠−30°ŷ. Então, pela fórmula (7.26), a
tico fasorial será H
densidade vetorial de potência será:
!
⃗ = Re 3∠30°
⟨S⟩ √ × √
5∠30°
ẑ,
2 2
Exercício 7.4.
Encontre a densidade média da potência das seguintes ondas eletromagnéti-
cas dada em um ponto no espaço.
Exercício 7.5.
Uma onda plana incide perpendicular a um condutor plana com a densidade
média da potência de 100 W/m2 . a) Encontre a amplitude do campo elétrico.
b) Ache a corrente induzida na superfície do condutor.
CAPÍTULO 7. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 311
−Bn1 ∆s + Bn2 ∆s = 0,
ou seja:
Bn1 = Bn2 . (7.27)
A lei de Gauss para um campo elétrico dada pela equação (3.18) em for-
mato integral será: I
⃗ · d⃗s = Ql .
D
ou seja:
Dn2 − Dn1 = ρs . (7.28)
Geralmente, não há acumulo de cargas livres na interface entre dois meios,
portanto ρs = 0 e a intensidade de campo elétrico perpendicular da superfície
será continua.
Dn2 = Dn1 .
Para estudar continuidade do campo magnético utilizamos a equação (5.26)
da lei de Ampère. Para o elo Amperiano, conforme a figura 7.7:
ou seja:
312 7.3. CONDIÇÕES DE CONTORNO
𝐵1𝑡 ou 𝐸1𝑡 l
S.G.
𝐾
𝐵1 𝑜𝑢 𝐸1 s
𝐵2𝑡 ou 𝐸2𝑡
𝑛
𝐵1𝑛 ou 𝐸1𝑛
Meio 1
𝐵2 𝑜𝑢 𝐸2
0 ,0
, 0
x
Ei Ae jk0 z xˆ ET Ce jkz xˆ
Hi HT
Er Be jk0 z xˆ z
Hr
campo refletido é −B/377 exp (jk0 z)ŷ e do campo magnético transmitido será
Cn/377 exp (−jkz)x̂. A falta da corrente superficial, garante a continuidade
do campo magnético dada pela equação (7.29). Logo, teremos a segunda
equação necessária para achar amplitude C e B:
A B nC
− =
377 377 377
A − B = nC.
Então, 2A = (1 + n)C ou seja:
2A
C= ,
1+n
e a amplitude do campo refletido será:
−A(n − 1)
B= .
n+1
Ou seja, a amplitude do campo elétrico refletido sofre uma reversal em relação
com o campo incidente.
Exercício 7.6.
Uma onda eletromagnética propagante no ar na direção +z incide em z = 0
em um dielétrico. O fasor do campo elétrico incidente é 10 exp (−j5z)x̂.
Considere que a permissividade do dielétrico seja 9ϵ0 .
a) Encontre o campo elétrico e magnético refletido.
b) Encontre o campo elétrico e magnético transmitida.
c) Ache a densidade média da potência incidente e da refletida e da transmi-
tida.
0 ,0
0 ,
x
jk0 z
Ei Ae xˆ ET Ce jkz xˆ
ET
Hi HT
Er Be jk0 z xˆ z
Er
Hr
O fasor do campo magnético incidente será A/377 exp (−jk0 z)ŷ, enquanto,
do campo refletido é −B/377 exp (jk0 z)ŷ e do campo magnético transmitido
√ √
será C/(377 µr ) exp (−jk0 µr z)x̂. A falta da corrente superficial, garante a
continuidade do campo magnético dada pela equação (7.29). Logo, teremos
a segunda equação necessária para achar amplitude C e B:
A B C
− = √
377 377 377 µr
C
A−B = √ .
µr
√
Então, 2A = (1 + 1/ µr )C, ou seja:
2A
C= ,
1 + √1µr
0 ,0 0 ,,
x ET Ce jkz xˆ
jk0 z
Ei Ae xˆ
HT
Hi
Er Be jk0 z xˆ z
Hr
√ √
equação (7.7) será k = −jωµσ = ωµσ∠−45°. A impedância da onda
no condutor será complexa dada pela equação (7.21). Portanto, o fasor do
campo elétrico transmitido é dado por:
⃗ T = Ce− zδ e−j zδ .
E
Onde δ é a profundidade de penetração da onda atenuante definida na equa-
ção (7.16). O fasor do campo elétrico refletido é considerado como B exp (jk0 z)x̂.
Pela continuidade do campo tangencial dada pela equação (7.30), teremos:
A+B =C
O fasor do campo magnético incidente será A/377 exp (−jk0 z)ŷ, enquanto,
do campo refletido é −B/377 exp (jk0 z)ŷ e do campo magnético transmitido
será C/η exp (−z/δ) exp (−jz/δ)x̂. Se não tiver corrente na superfície do
condutor, ainda podemos utilizar a continuidade do campo magnético dada
pela equação (7.29). Logo, teremos a segunda equação necessária para achar
amplitude C e B:
A B C
− =
η0 η0 η
Cη0
A−B =
η
Então, 2A = (1 + η0 /η)C) ou seja:
2A
C=
1 + η0 /η
E a amplitude do campo refletido será:
A(η − η0 )
. B=
η + η0
Se tiver um condutor ideal, ou seja σ −→ ∞, a amplitude do campo
elétrico transmitido é aproxima a nula, ou seja a onda eletromagnética não vai
penetrar no metal e toda potência da onda será refletida.
CAPÍTULO 7. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 317
Exercício 7.7.
Uma onda eletromagnética incide perpendicularmente sobre a superfície do
mar. Água do mar possui a condutividade 5 (Ω-m)−1 e a permissividade é
80ϵ0 . O fasor do campo elétrico incidente é 10 exp (−j5z)x̂.
a) Encontre os campos elétricos e magnéticos incidente, refletido e transmi-
tido.
b) Qual será a profundidade de penetração.
c) A porcentagem de potencia que reflete no ar. ■
Todos ocasiões estudados até agora foram de uma onda incidente com
a polarização linear. Se tiver uma onda com polarização circular ou elíp-
tica as soluções obtidas em cima são validas para cada componente da onda
incidente. Ou seja, basta conferir a continuidade do campo transmitido e
refletido para cada componente, individualmente.
Exemplo 7.5. Uma onda eletromagnética propagante no ar incide sobre
um condutor ideal. A polarização da onda incidente é circular à direita. a)
Encontre a onda refletida e a transmitida. b) Encontre a polarização da onda
refletida.
Resposta:
Começamos com o fasor do campo elétrico da seguinte forma:
⃗ i = A exp (−jk0 z)x̂ − jA exp (−jk0 z)ŷ
E
−Aejk0 z x̂ + jAejk0 z ŷ
Outros casos que também pode ser estudados são quando a onda eletro-
magnética incide obliquamente a superfície do segundo meio de transmissão.
Neste caso, temos que acrescentar a lei de reflexão ou seja que o ângulo em
que a onda é incidente sobre a superfície é igual ao ângulo a que é refletida,
conforme a figura 7.12. Para estudar a onda transmitida também precisamos
318 7.3. CONDIÇÕES DE CONTORNO
y x
Ei(t)
x y
Ei(t=0)
Ei(t)
Ei(t=0)
z -z
(a) (b)
Bi
Ei Bi
321
Apêndice
A
Derivativas de Vetores
Laplaciano de um escalar:
∂ 2ϕ ∂ 2ϕ ∂ 2ϕ
∇2 ϕ = + + 2. (A.4)
∂x2 ∂y 2 ∂z
Laplaciano de um vetor:
∂ 2 Ax ∂ 2 Ax ∂ 2 Ax
∇2 A
⃗=( + + )x̂
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
∂ 2 Ay ∂ 2 Ay ∂ 2 Ay
+( + + )ŷ (A.5)
∂y 2 ∂y 2 ∂z 2
∂ 2 Az ∂ 2 Az ∂ 2 Az
+( 2 + + )ẑ.
∂y ∂y 2 ∂z 2
323
324
Coordenadas Cilíndricas:
Gradiente:
∂ϕ 1 ∂ϕ ∂ϕ
∇ϕ = r̂ + φ̂ + ẑ (A.6)
∂r r ∂φ ∂z
Divergência:
∇·E⃗ = 1 ∂(rEr ) + 1 ∂Eφ + ∂Ez . (A.7)
r ∂r r ∂φ ∂z
Rotacional:
⃗ = ( 1 ∂Ez − ∂Eφ )r̂ + ( ∂Er − ∂Ez )φ̂ + 1 ( ∂(rEφ ) − ∂Er )ẑ. (A.8)
∇×E
r ∂φ ∂z ∂z ∂r r ∂r ∂φ
Laplaciano de um escalar:
1 ∂ r∂ϕ 1 ∂ 2ϕ ∂ 2ϕ
∇2 ϕ = + 2 2+ 2 (A.9)
r ∂r ∂r r ∂φ ∂z
Laplaciano de um vetor:
∇2⃗v = ∇(∇ · ⃗v ) − ∇ × (∇ × ⃗v ),
∂ 2 vr 1 ∂ 2 vr ∂ 2 vr 1 ∂vr 2 ∂vφ vr
=[ 2 + 2 2
+ 2
+ − 2 − 2 ]r̂
∂r r ∂φ ∂z r ∂r r ∂φ r
2
∂ vφ 2 2
1 ∂ vφ ∂ vφ 1 ∂vφ 2 ∂vr vφ (A.10)
+[ 2 + 2 2
+ 2
+ + 2 − 2 ]φ̂
∂r r ∂φ ∂z r ∂r r ∂φ r
2 2 2
∂ vz 1 ∂ vz ∂ vz 1 ∂vz
+[ 2 + 2 + + ]ẑ.
∂r r ∂φ2 ∂z 2 r ∂r
Coordenadas Esféricas:
Gradiente:
∂ϕ 1 ∂ϕ 1 ∂ϕ
∇ϕ = r̂ + θ̂ + φ̂ (A.11)
∂r r ∂θ r senθ ∂φ
Divergência:
2
⃗ = 1 ∂(r Er ) + 1 ∂( senθEθ ) + 1 ∂Eφ
∇·E (A.12)
r2 ∂r r senθ ∂θ r senθ ∂φ
Rotacional:
1 h ∂( senθEφ ) ∂Eθ i
∇×E
⃗ = − r̂
r senθ ∂θ ∂φ
1 1 ∂Er ∂(rEφ )
+ ( − )θ̂ (A.13)
r senθ ∂φ ∂r
1 ∂(rEθ ) ∂Er
+ ( − )φ̂
r ∂r ∂θ
APÊNDICE A. DERIVATIVAS DE VETORES 325
Laplaciano de um escalar:
1 ∂ r2 ∂ϕ 1 ∂ ∂ϕ 1 ∂ 2ϕ
∇2 ϕ = ( ) + ( senθ ) + (A.14)
r2 ∂r ∂r r2 senθ ∂θ ∂θ r2 sen2 θ ∂φ2
Laplaciano de um vetor:
∇2⃗v = ∇(∇ · ⃗v ) − ∇ × (∇ × ⃗v ),
1 ∂ 2 rvr 1 ∂ 2 vr 1 ∂ 2 vr cot θ ∂vr
=[ + + + 2
r ∂r2 r2 ∂θ2 r2 sen2 θ ∂φ2 r ∂θ
2 ∂vθ 2 ∂vφ 2 2 cot θ
− 2 − 2 − 2 vr − vθ ]r̂
r ∂θ r senθ ∂φ r r2
1 ∂ 2 rvθ 1 ∂ 2 vθ 1 ∂ 2 vθ cot θ ∂vθ
+[ + + + 2 (A.15)
r ∂r2 r2 ∂θ2 r2 sen2 θ ∂φ2 r ∂θ
2 cot θ ∂vφ 2 ∂vr vθ
− 2 + 2 − 2 ]θ̂
r senθ ∂φ r ∂θ r sen2 θ
1 ∂ 2 rvφ 1 ∂ 2 vφ 1 ∂ 2 vφ cot θ ∂vφ
+[ + + + 2
r ∂r2 r2 ∂θ2 r2 sen2 θ ∂φ2 r ∂θ
2 ∂vr 2 cot θ ∂vθ vφ
+ 2 + 2 − 2 ]φ̂
r senθ ∂φ r senθ ∂φ r sen2 θ
326
Apêndice
B
Regras de Multiplicação
Regras de Multiplicação:
∇ · (f A)
⃗ = f∇ · A ⃗ · ∇f.
⃗+A (B.2)
∇(A
⃗ · B) ⃗ × (∇ × B)
⃗ =A ⃗ × (∇ × A)
⃗ +B ⃗ · ∇)B
⃗ + (A ⃗ · ∇)A
⃗ + (B ⃗ (B.3)
∇·A
⃗×B ⃗ ·∇×A
⃗ =B ⃗−A
⃗·∇×B
⃗ (B.4)
∇ × fA
⃗ = f∇ × A
⃗−A
⃗ × ∇f (B.5)
∇ × (A
⃗ × B) ⃗ · ∇)A
⃗ = (B ⃗ − (A
⃗ · ∇)B ⃗ · B)
⃗ + A(∇ ⃗ − B(∇
⃗ · A)
⃗ (B.6)
⃗ · ∇)A
onde (B ⃗ é definido nas coordenadas cartesianas da seguinte forma:
⃗ = x̂ Ax ∂Bx + Ay ∂Bx + Az ∂Bx
⃗ · ∇)B
(A
∂x ∂y ∂z
∂By ∂By ∂By
+ ŷ Ax + Ay + Az
∂x ∂y ∂z
∂Bz ∂Bz ∂Bz
+ ẑ Ax + Ay + Az .
∂x ∂y ∂z
327
328
∇ · (∇ × A)
⃗ =0 (B.7)
∇ × (∇ × A)
⃗ = ∇(∇ · A)
⃗ − ∇2 A.
⃗ (B.8)
∇ × (∇ϕ) = 0 (B.9)
⃗ × (B
A ⃗ × C)
⃗ = B(
⃗ A ⃗ − C(
⃗ · C)) ⃗ A ⃗
⃗ · B) (B.10)
Técnica de separação de Variáveis
Apêndice
C
Teoremas
Teorema Stokes:
I Z
⃗ · d⃗l =
A ∇×A
⃗ · d⃗s (C.1)
β(β − 1) 2
(1 + α)β = 1 + βα + α + ... (C.3)
2!
Que para |α| << 1 pode ser aproximada por:
(1 + α)β ≈ 1 + βα (C.4)
Teorema de Helmholtz:
O teorema de Helmholtz é um teorema fundamental de calculo vetorial,
afirma que se o divergente ∇ · E
⃗ e o rotacional ∇ × E
⃗ de um campo vetorial
sejam conhecidos, então esse campo vetorial existe e é único, contanto que
tanto o campo quanto seu divergente e rotacional caiam a zero suficiente-
mente rápido no infinito.
329
330
331
332
Material Susceptibilidade χ
Bismuto (Diamagnético) −1, 66 × 10−4
Carbono (Diamagnético) −2, 1 × 10−5
Mércurio (Diamagnético) −3, 35 × 10−5
Ouro (Diamagnético) −3, 4 × 10−5
Prata (Diamagnético) −2, 31 × 10−5
Zinco (Diamagnético) −1, 58 × 10−5
Chumbo (Diamagnético) −2, 31 × 10−5
Cobre (Diamagnético) −9, 7 × 10−6
Água (Diamagnético) −9 × 10−9
Nitrogênio (Diamagnético) −5, 06 × 10−7
Oxigênio (Paramagnético) 1, 9 × 10−6
Oxigênio liquido em 200o C (Paramagnético) 3, 9 × 10−3
Alumínio (Paramagnético) 2, 1 × 10−5
Tungstênio (Paramagnético) 7, 8 × 10−5
Sódio (Paramagnético) 8, 5 × 10−6
334
339
340
a integral será:
π h Z z ′2 ′
4r dr
z2 0
Z a
z 2 − r′2 ′ ′ i
+ z + r′ − (z − r′ ) − (r′ − z − r dr
z r′ − z
π Z z ′2 ′
= 2 4r dr (E.3)
z 0
4π 3
z
= 32
z
4π
= z.
3
Afinal, podemos resumir a reposta da seguinte maneira:
4π
Z 2π Z π Z a
(z − z ′ )r′2 dr′ senθ′ dθ′ dφ′ 3z2a , para z ≥ a
3
= 4π
0 0 0 r3 z, para z < a.
3
APÊNDICE E. TABELA DE INTEGRAIS E FÓRMULAS 341
Integral trigonométrica:
Z π
cos θ senθdθ
√
0 + a2 − 2za cos θ
z2
com uma troca de variável de cos θ = u teremos:
Z 1 2a , para z ≥ a
udu
√ = 3z 2
(E.4)
−1 z + a − 2zau
2 2 2z
, para z < a
3a2
Integral trigonométrica:
Z π
sen3 θdθ
0 (z 2 + a2 − 2za cos θ)1,5
com uma troca de variável de cos θ = u e sen2 θ = 1 − u2 teremos:
Z 1 4 , para z ≥ a
(1 − u2 )du 3|z|3
=
(E.5)
−1 (z + a − 2zau)
2 2 1,5 4
3a3
, para z < a
Equação geral de um superfície plana:
Ax + By + Cz + D = 0 (E.6)
Equação de um plano que passa em 3 pontos (x1 , y1 , z1 ) e (x2 , y2 , z2 ) e
(x3 , y3 , z3 ):
x − x1 y − y1 z − z1
x2 − x1 y2 − y1 z2 − z1 = 0 (E.7)
x3 − x1 y3 − y1 z3 − z1
Distância do ponto (x0 , y0 , z0 ) ao plano Ax + By + Cz + D = 0:
Ax0 + By0 + Cz0 + D
√ (E.8)
A2 + B 2 + C 2
Equação de Linha entre pontos (x1 , y1 , z1 ) e (x2 , y2 , z2 ):
x − x1 y − y1 z − z1
= = (E.9)
x 2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
Cosseno direcional da linha entre pontos (x1 , y1 , z1 ) e (x2 , y2 , z2 ):
x2 − x1 y2 − y1 z2 − z1
cos α = , cos β = cos γ = , (E.10)
d d d
onde ”d”é distância entre dois pontos. Equação de Linha que passa por
(x0 , y0 , z0 ) e é perpendicular ao plano: Ax + By + Cz = D:
x − x0 y − y0 z − z0
= = (E.11)
A B C
342
α+β α−β
senα + senβ = 2 sen cos
2 2
α+β α−β
senα − senβ = 2 cos sen
2 2
α+β α−β
cos α + cos β = 2 cos cos
2 2
α+β α−β
cos α − cos β = −2 sen sen
2 2
cos (α ± β) = cos α cos β ∓ senα senβ
c2 = a2 + b2 − 2ab cos α
APÊNDICE E. TABELA DE INTEGRAIS E FÓRMULAS 343
Representação cartesiana: z = x + jy
z1 z2 = (x1 x2 − y1 y2 ) + j(x1 y2 + x2 y1 )
Z
1
senaxdx = − cos ax
a
Z
1
cos axdx = senax
a
Z
u sen2u
sen2 udu = −
2 4
Z
u sen2u
cos2 udu = +
2 4
Z
cos 3au 3 cos au
sen3 audu = −
12a 4a
Z
sen3au 3 senau
cos3 audu = +
12a 4a
Z
cosn+1 au
senau cosn audu = −
(n + 1)a
Z
n senn+1 au
sen au cos audu =
(n + 1)a
Z
senau u cos au
u senaudu = −
a2 a
Z
cos au u senau
u cos audu = +
a2 a
Z
2u senau 2 u2
u2 senaudu = + ( − ) cos au
a2 a3 a
Z
2u cos au u2 2
u2 cos audu = 2
+ ( − 3 ) senau
a a a
Z
u3 u2 1 u
u2 sen2 audu = − ( − 3 ) sen2au − 2 cos 2au
6 4a 8a 4a
Z
u3 u2 1 u
u2 cos2 audu = + ( − 3 ) sen2au + 2 cos 2au
6 4a 8a 4a
Z
1 1 1
sec audu = ln | sec au + tgau| = ln tg(au/2 + π/4) = tg−1 senau
a a a
APÊNDICE E. TABELA DE INTEGRAIS E FÓRMULAS 345
Z
ln (csc au − cot au) 1 1 1 − cos au
csc audu = = ln tg(au/2) = ln
a a 2a 1 + cos au
Z
1
sec2 audu = tgau
a
Z
1
csc2 audu = − cot au
a
Z
1 1
sec3 au du = sec au tgau + ln | sec au + tgau|
2a 2a
Z
1 1
csc3 audu = − cot au csc au + ln | csc au − cot au|
2a 2a
Z
1
du = ln |u|
u
Z
du 1
= ln |au + b|
au + b a
Z
1
(au + b)r du = (au + b)r+1
(r + 1)a
Z
1
un du = un+1
n+1
Z
du 1
2
=−
(u + a) u+a
Z
du 1 u
= tg−1
u2 +a 2 a a
Z
udu 1
= ln |a2 + u2 |
u2 +a 2 2
Z
u2 du u
2 2
= u − a tg−1
u +a a
Z
u3 1 1
2 2
du = u2 − a2 ln |a2 + u2 |
u +a 2 2
346
Z
1 2 −1 2au + b
du = √ tg √
au2 + bu + c 4ac − b2 4ac − b2
Z
du 1 a+u
= ln , a ̸= b
(u + a)(u + b) b−a b+u
Z
(u + a)n+1
(u + a)n du = , n ̸= −1
n+1
Z
du 1
2
=−
(u + a) u+a
Z 1 ln u−a , para u2 > a2
du 2a u+a
=
u2 − a2 2a
1 a−u
ln a+u , para u2 < a2
Z
1
eau du = eau
a
Z
eau
ueau du = (au − 1)
a2
Z
eau 2 2
u2 eau du = (a u − 2au + 2)
a3
Z
ln audu = u ln au − u
Z √
du
√ = ln(u + u 2 − a2 )
u2 − a2
Z √
udu
√ = u2 − a2
u2 − a2
Z √
u2 du u u2 − a2 a2 √
√ = + ln(u + u 2 − a2 )
u2 − a2 2 2
Z
du 1 u
√ = sec−1 | |
u u −a
2 2 a a
Z √
1 √ 1 √
u2 ± a2 du = u u2 ± a2 ± a2 ln u + u2 ± a2
2 2
APÊNDICE E. TABELA DE INTEGRAIS E FÓRMULAS 347
Z √ 1 2 3/2
u u2 ± a2 du = u ± a2
3
Z √
1 √ 1 u
a2 − u2 du = u a2 − u2 + a2 tg−1 √ 2
2 2 a − u2
Z
du u
√ = sen−1
−u
a22 a
Z √
du u
√ = ln(u + u2 + a2 ) = senh−1
2
u +a 2 a
Z √
udu
√ = u 2 + a2
u2 + a2
Z √
du −tanh−1 ( a2 + r2 /a)
√ =
u u2 + a2 a
Z
udu 0, 5 1
=
(u2 +a )2 r 1 − r (u + a2 )r−1
2
Z
du u
= 2√ 2 a ̸= 0
(u2 2
+a ) 3/2
a u + a2
Z
udu 1
= −√ 2
(u2 2
+a ) 3/2
u + a2
Z
u2 du u u
2 2 3/2
= senh−1 − √ 2
(u + a ) a u + a2
Z
u3 du 2a2 + u2
= √
(u2 + a2 )3/2 u 2 + a2 √
u
Z
u4 du 3a2 u − 3a2 u2 + a2 senh−1 + u3
= √ a
(u2 + a2 )3/2 2
2 u +a 2
Z √
2
u du u u 2 + a2 a2 √
√ = − ln(u + u 2 + a2 )
u2 + a2 2 2
Z √
1 √ 3 3 √ 3 √
( u2 + a2 )3 du = u u2 + a2 + a2 u u2 + a2 + a4 ln(u + u2 + a2 )
4 8 8
Z √ 2
u − a du = (u − a)3/2
3
Z √
du
√ =2 u±a
u±a
348
Z √
du
√ = −2 a − u
a−u
2a
(u − a)3/2 + 25 (u − a)5/2 , ou
3
Z
√
u u − a du = 2 u(u − a)3/2 − 4
(u − a)5/2 , ou
3 15
15 (2a + 3u)(u − a)
2 3/2
Z !
√ 2b 2u √
au + b du = + au + b
3a 3
Índice Remissivo
A Induzida 117
Alto Faltante Eletrodinâmico 282 Indução 111
Anel Voador 282 Livre 144
Análise Fasorial 294, 297 Polarização 129, 131, 133, 143
Autoindutância 252 Real 111, 116, 118
AWG dos Fios 334 carga
Polarização 122
B Carga de Polarização 130, 131
Bitola dos Fios 280, 334 Carga Imagem 115
Carga Real 115
C Cerâmica 236
Cabeçote Magnético 281
Ciclo de Histerese 238
Campo
Circuito
Coercitivo 237
Acoplado 260
Desmagnetizador 237
Circuito Magnético 206
Escalar 30
Linear 241
Vetorial 30, 40
Não linear 245
Campo Conservativo 231
Campo Magnético Circulação 180
Solenoidal 202 Campo Elétrico 143, 271, 312
Capacitor 156 Campo Magnético 188, 189,
Coaxial 159, 161 224, 228, 241, 242, 245,
Cones Concêntricos 160, 162 258
Esférico 160 Coeficiente
Placas paralelas 159 Acoplagem 255, 256
Placas radiais 161 Comprimento de onda 298
Capacitância veja também Condições de Contorno
Capacitor Elétrico 143
Cabo Coaxial 159, 161 Magnético 247
Esfera 160 Ondas 311
Placas Paralelas 158 Condutividade 242, 278, 294, 315,
Carga 317
Imagem 111, 115, 116, 118 Condutividade Elétrica 333
349
350 ÍNDICE REMISSIVO
M N
Magnetização 212, 214, 215, 217, Número da onda 295
224, 246
Anisotrópico 236 O
Histerese 237 Onda Eletromagnética 296
Linear 232, 293, 308 Plana 296
Não linear 236 Variação Rápida no Tempo 292
Saturação 238 Onda Polarizada Circularmente
saturação 237 à Direita-RHCP 304
Magnetização de materiais 300 à Esquerda-LHCP 304
Magnetostática 197 Onda TE 307
Material Onda TEM 307
Condutor 107–111, 113, 118 Onda TM 307
Diamagnético 212 Operador Nabla 66
Dielétrico 125, 126, 131, 135, Ortogonalidade 94, 95
137, 138, 144, 145, 154
Ferroelétrico 131 P
Ferromagnético 214 Permeabilidade Magnética 232,
Magnético Linear 232 300
Paramagnético 214 Permissividade Elétrica 137, 300
Meio Permissividade Relativa 145
Condutivo 297 Polarizabilidade
Não condutivo 295 Atômica 124
Mobilidade dos Elétrons 294 Polarização
Modelo Carga Superficial 130, 131
Atômico 206 Circular da Onda 304, 317
Bohr 123, 215 Direita da Onda 304–306, 317,
Linear 137 318
Semi Clássico 206 Elíptica da Onda 304, 317
Simplificado 137 Esquerda da Onda 304, 305,
Modo 317, 318
TE 307 Horizontal da Onda 303, 304
TEM 307, 312 Induzida nos Materiais 135
TM 307 Linear da Onda 303, 304, 317
Método Material Anisotrópico 142
Diferenças Finitas 105 Vertical da Onda 303, 304, 313
354 ÍNDICE REMISSIVO
357