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O tipo de sinal empregado, o que desejamos que o dispositivo controlado faça, o número de
dispositivos controlados são alguns fatores que influem na escolha de um sistema de controle
remoto. O tipo mais simples de controle é o usado para ligar e desligar alguma coisa. É
justamente deste tipo de controle que falaremos neste artigo dando alguns circuitos práticos.
Existem quatro formas de se atuar sobre um circuito remoto para ligá-lo e desligá-lo.
A primeira consiste num sistema em que o dispositivo controlado se mantém acionado somente
enquanto estivermos atuando sobre o controle remoto. Quando tiramos o dedo do botão de
controle, o circuito controlado desliga imediatamente.
A segunda consiste num sistema com trava, onde ao apertarmos o botão do controle remoto, o
circuito controlado liga e assim permanece, mesmo depois que tiramos os dedos do botão de
controle.
Para desligar o circuito é preciso atuar sobre ele manualmente, desligando um interruptor que ele
possua ou ainda sua alimentação.
Decorrido o tempo pré-justado o circuito desliga automaticamente e fica pronto para receber um
novo comando.
Os quatro sistemas são representados na figura 1, onde temos os gráficos que mostram os modos
de atuação do transmissor e do receptor.
Os quatros sistemas
Observe que os quatro tipos podem usar diversos meios de se transferir os sinais do transmissor
para o receptor.
O modo como o sinal vai do transmissor ao receptor pode variar muito, conforme dissemos no
item anterior.
Podemos usar fios, raios de luz, radiação infravermelha, ondas de rádio, ultrassons e até mesmo
campos magnéticos.
A forma mais simples de se implementar estes quatro tipos de controle, usando-o para o
acionamento de brinquedos, robôs, automatismos diversos e alarmes é através de um raio de luz.
Nessa modalidade de controle, o transmissor se resume a uma simples lanterna de mão e no
receptor podemos usar sensores de baixo custo como por exemplo um LDR, conforme mostra a
figura 2.
Usando o LDR
Dotando o LDR de recursos ópticos apropriados, como por exemplo uma lente e um tubo opaco,
o alcance de um sistema de controle com lanterna pode alcançar várias dezenas de metros, desde
que não haja uma interferência muito grande da iluminação ambiente.
Na figura 3 mostramos como posicionar o LDR e a lente num tubinho de papelão para aumentar
a sensibilidade, diretividade e com isso o alcance de um sistema de controle remoto deste tipo.
Circuitos Práticos
Damos, a seguir, circuitos práticos das quatro modalidades de controla para o sistema por luz
usando uma lanterna.
Em outros artigos desta série, à medida que formos explicarmos outras tecnologias de controle
remoto, aplicaremos os mesmos princípios à controles remotos por rádio e usando outros
recursos mais complexos como por exemplo, o controle de diversos canais e o controle
proporcional.
Na figura 4 temos o nosso primeiro circuito prático de um controle remoto simples por feixe de
luz usando uma lanterna e que pode ser usado em qualquer das aplicações sugeridas no item
anterior.
Quando pressionamos o interruptor S1, o relé fecha seus contactos, ligando ou desligando uma
carga conectada aos seus terminais.
Para ligar uma carga usamos os terminais comum (C) e normalmente aberto (NA). Para desligar
uma carga usamos os terminais comum (C) e normalmente fechado (NF), conforme mostrado na
figura 5.
Utilizando um relé para ligar ou desligar o fornecimento de energia.
Será recomendado o uso de uma fonte de alimentação se ele tiver de ficar permanentemente
ligado, como por exemplo no controle de eletrodomésticos, automatismos ou aplicações fixas.
Na figura 6 damos um circuito de uma fonte que tanto pode fornecer 6 como 12 V dependendo
apenas do circuito integrado regulador de tensão usado.
Fonte de 6 a 12 V.
Esse circuito deverá ser dotado de um pequeno radiador de calor que nada mais é do que uma
chapinha de metal dobrada em "U" fixada no seu invólucro com um parafuso.
Fixe o sensor de modo que ele não receba iluminação direta que possa interferir no seu
funcionamento e ajuste P1 usando uma lanterna comum como transmissor.
O sensor pode ficar até uns 5 metros da placa de controle, não sendo necessário usar fio especial
para esta conexão.
A finalidade de C2 é evitar o disparo errático com flashes de luz muito rápidos, como, por
exemplo, os provocados por um relâmpago. Seu v alor deve ser obtido experimentalmente na
faixa de 100 nF a 10 µF.
Semicondutores:
Resistores:
P1 - 1 M? - potenciômetro ou trimpot
Capacitores:
C1 - 100 µF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
Placa de circuito impresso, caixa para montagem, fonte de alimentação, lente convergente,
tubinho de papelão ou plástico, botão para o potenciômetro, fios, solda, etc.
Para o segundo tipo de controle remoto por raio de luz, temos o circuito da figura 8.
Controle remoto por raio de luz.
Um pulso de luz aplicado ao sensor faz com que o SCR dispare energizando o relé.
O dispositivo ligado ao relé pode então ser ligado ou desligado, conforme os contactos usados
(NA ou NF), da mesma forma que no controle anterior.
Este circuito tem uma trava, o que quer dizer que uma vez que ele dispare com um pulso de curta
duração, o relé permanece energizado mesmo depois que a luz seja retirada do sensor.
Para desligar será preciso desligar a alimentação do circuito por um instante atuando-se sobre S1.
Veja que novos pulsos de luz sobre o sensor não fazem efeito algum sobre o circuito pois ele se
encontra travado.
O SCR pode tanto controlar uma carga de até 3 A diretamente com a alimentação contínua ou
um relé, caso o leitor deseje ligar um eletrodoméstico ou outro equipamento alimentado pela
rede de energia.
Veja também que a alimentação do circuito é feita com uma tensão aproximadamente 2 V maior
do que a tensão do relé.
Isso é necessário para compensar a queda de tensão que ocorre no SCR quando ele conduz.
Na figura 9 temos uma sugestão de placa de circuito impresso para a montagem deste controle.
Placa de circuito impresso para o controle remoto.
A carga máxima controlada depende exclusivamente dos contactos dos relés e se for direta será
da ordem de 3 A para o SCR indicado.
Se uma carga de mais de 500 mA for controlada pelo SCR ele deve ser dotado de um radiador de
calor.
Para o caso de relés sensíveis, o circuito pode ser alimentado por 6 pilhas comuns (versão com
relé de 6 V).
Semicondutores:
SCR - TIC106 ou MCR106 (qualquer sufixo) - diodo controlado de silício
Resistores:
P1 - 100 k? - potenciômetro
Capacitores:
C1 - 10 µF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
O segundo circuito que apresentamos aciona uma carga por um tempo que depende
exclusivamente do capacitor C3.
O tempo máximo, em função do valor máximo que o potenciômetro P2 pode atingir será dado
pela fórmula:
t = 1,1 x P2 x C3
Onde:
t é o tempo em segundos
Na figura 10 mostramos o controle remoto temporizado que também pode ser chamado de
"monoestável".
Uma placa de circuito impresso para este controle é mostrada na figura 11.
Placa de circuito impresso do controle remoto temporizado.
Semicondutores:
P1, P2 - 1 M? - potenciômetros
Capacitores:
C1 - 100 µF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
Placa de circuito impresso, fonte de alimentação de 6 ou 12 V conforme o relé, fios, solda, etc.
Um pulso de luz faz com que o relé feche seus contactos e assim permanece até que um novo
pulso de luz seja captado pelo sensor.
O circuito da figura 12 funciona desta forma e pode ser usado numa das aplicações sugeridas na
introdução.
Controle remoto biestável.
Neste circuito o monoestável 555 garante que independentemente da duração do pulso de luz do
transmissor seja sempre produzido um pulso de duração constante e único para o biestável.
Este pulso faz com que o 4013 tenha um de seus flip-flops ligando e desligando o relé.
A rede C4/R4 garante que ao ser estabelecida a alimentação o circuito ressete e com isso o relé
esteja inicialmente desenergizado.
Uma sugestão de placa de circuito impresso para a montagem deste controle é dada na figura 13.
Placa de circuito impresso do controle remoto biestável.
Se houver uma tendência ao disparo errático sugerimos alterar o valor do capacitor C3.
Semicondutores:
Resistores:
P1 - 1 M? - potenciômetro
Capacitores:
C1 - 100 µF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
Conclusão
O que vimos são apenas alguns exemplos de circuitos simples de controles remotos por feixe de
luz usando uma lanterna como transmissor.
Em outros artigos vamos avançar com o sistema utilizando transmissores mais complexos e
também outras modalidades que possibilitam o controle de mais de um canal.
O entendimento de como funcionam os circuitos básicos é importante para que o leitor no futuro
projete seus próprios circuitos.