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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia – DEEL


Licenciatura em Engenharia Eletrónica
Cadeira: Propagacao de Ondas e Antenas

Parâmetros Fundamentais das


Antenas

Docente:
Mestre Adélio Francisco Tembe, Eng.
Retrovisão sobre Antena…
Antena é um dispositivo, geralmente metálico, que emite e/ou recebe ondas
eletromagnéticas.
Tem o objetivo de fazer a transição entre a propagação guiada (guia de onda ou
cabo coaxial, linha de transmissão) e a propagação no espaço livre.

TRANSMISOR

Antena cria ondas de rádio, que levam a informação de voz a dezenas


de quilómetros de distância

Mestre Adélio F. Tembe, Eng. 2


Como uma antena transmite ondas
de rádio?
Quando se movem cargas eléctricas negativas sobre as cargas positivas
(ou vice-versa), aparece um campo eléctrico que varía com tempo.
Imagina um electrão (carga eléctrica negativa) que se move para cima e para
baixo de um protão (carga eléctrica positiva) que está fixo.

O eletrão baixa, e
quando as cargas
estão muito perto a
linha de força do
campo elétrico é
fechada em si mesmo
e se move para fora.

Mestre Adélio F. Tembe, Eng. 3


Como uma antena transmite ondas
de rádio?
O electrão continua a cair, e uma nova linha de força do campo eléctrico
aparece entre as duas cargas (com força no sentido contrário que o anterior).
Quando electrão volta a subir e se aproxima do protão a nova linha de força
do campo eléctrico fecha-se sobre si mesma e move-se para fora,
empurrando a linha anterior que já estava fechada.

Mestre Adélio F. Tembe, Eng. 4


Como uma antena transmite ondas
de rádio?
Se nos fixarmos unicamente na direção perpendicular ao movimento do
electrão veremos que os vectores de campo elétrico tem uma disposição de
onda sinusoidal.

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Princípio da Propagação das Ondas
❑ Para se entender como as ondas se propagam vamos considerar o
caso de uma linha de transmissão.

❑ Nesta linha circulam as correntes de sentidos opostos que limentam


as cargas, sendo assim, o vetor campo magnético que produzem
em um ponto do espaço é praticamente nulo, devido ao
cancelamento dos efeitos motivados pela direção oposta das
correntes.
❑ Dobrando as extremidades da linha, note-se que a corrente
nas extremidades dobradas tem o mesmo sentido e desta
maneira o vetor campo magnético não mais se anulará dando
origem aos campos eletromagnéticos que se propagam.
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Princípio da Propagação das Ondas
❖ As figuras (1) seguintes mostram as linhas de força do campo
elétrico numa linha de transmissão e como elas se comportam
quando entortamos a linha dando origem a uma antena dipolo.
❖ Note que as linhas de campo se fecham no infinito quando a linha é
cortada.

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Princípio da Propagação das Ondas
As figuras (2) a seguir mostram as linhas de campo se formando e se
afastando da antena.
❑ Veja que num período T/2 (supondo linha de cima positiva e linha de baixo
negativa), os campos se formam e se afastam no espaço até λ/2.
❑ No próximo período T/2( a linha de cima fica negativa e a de baixo positiva), as
linhas se formam com sentido contrario e se afastam λ /2, as que já haviam se
formado se afastam mais outro λ/2, totalizando λ.

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Princípio da Propagação das Ondas
Para a formação de um novo período as linhas de força do período
anterior se fecham no “infinito” e temos assim a propagação das
mesmas o que pode ser visto na figura (3) seguinte:

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Princípio da Propagação das Ondas
❑ Em todas as figuras as linha de campo estando próximas indicam
valores de campo altos.
❑ As linhas estando mais afastadas indicam valores de campo baixos.

❑ Na figura 2 as linhas cheias indicam valores de campo crescentes e


as linhas tracejadas indicam valores de campo decrescentes.

❑ A figura 3 mostra como em um espaço λ/2 estas linhas se formam.


Num espaço temos a formação de dois conjuntos fechados onde
cada conjunto representa uma direção do campo.

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Parâmetros fundamentais – Diagrama
de Radiação

O diagrama de
radiação é definido
como a função
matemática ou a
representação gráfica
das propriedades
de radiação da antena
em função das
coordenadas
espaciais.

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Parâmetros fundamentais – Diagrama
de Radiação
O diagrama de
radiação nada mais é
do que o mapeamento
da distribuição de
energia radiada,
levando em conta o
campo tridimensional.
Este se faz de duas
maneiras, ou em
campo ou através de
simulações em
computadores.

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Parâmetros fundamentais – Diagrama
de Radiação
Uma ANTENA ISOTRÓPICA é uma antena sem perdas que radia
igualmente para todas as direções.

❖ Uma antena isotrópica é um caso ideal que não é fisicamente


realizável.
❖ No entanto, é tomado como referência para a expressão das
propriedades de diretividade das antenas.

Uma ANTENA DIRECCIONAL é uma antena que tem a propriedade de


radiar ou receber ondas electromagnéticas mais eficientemente em
algumas direcções.

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Parâmetros fundamentais – Diagrama
de Radiação
Na figura temos o diagrama de radiação de uma antena que é direccional num
plano perpendicular a xy e não direccional no plano xy.

Uma ANTENA
OMNIDIRECIONAL é uma
antena que tem um
diagrama de radiação
não direccional num
plano e um diagrama de
radiação direccional em
qualquer plano
perpendicular.

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Parâmetros fundamentais – Diagrama
de Radiação
LÓBULOS DO DIAGRAMA DE
RADIAÇÃO
❖ Um lóbulo de radiação é
uma parte do diagrama de
radiação delimitado por
regiões de relativa baixa
intensidade de radiação.
❖ Os lóbulos podem ser
classificados como maior ou
principal, laterais ou
traseiros.

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Diagrama de Radiação – Regiões de
Radiação

O espaço que rodeia uma


antena é normalmente
dividido em três regiões:
❖ Campo Próximo Reactivo
(reactive near-field);
❖ Campo Próximo Radiante
(radiating near-field);
❖ Campo Distante (far-field).

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Diagrama de Radiação – Regiões de
Radiação
O CAMPO PRÓXIMO REACTIVO (reactive near-field) é definido como a
parte do campo próximo onde o campo reactivo predomina.
Considera-se que esta zona existe a uma distância:

𝐷3
𝑅 < 0.62
𝜆

Onde R é a distância à superfície da antena, λ é o comprimento de


onda e D a maior dimensão da antena.

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Diagrama de Radiação – Regiões de
Radiação
O CAMPO PRÓXIMO RADIANTE (radiating near-field) é definida como a
região do campo de uma antena que fica entre a região reactiva e o
campo distante.
Nesta zona a distribuição angular do campo depende da distância à
antena.
Considera-se que esta zona existe dentro dos seguintes dois limites:

3 2
D D
0.62 R2
 
Se a antena tem uma dimensão máxima que não é grande quando
comparada com o comprimento de onda, esta zona pode não existir.
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Diagrama de Radiação – Regiões de
Radiação

O CAMPO DISTANTE (far-


field) é definido como a
região onde o campo
gerado pela antena tem
uma distribuição angular
que é essencialmente
independente da distância
à antena.

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Diagrama de Radiação – Radianos e
Esterradianos
❖ A medida de um ângulo plano
é o radiano que é definido
como o perímetro de um arco
de circunferência com raio
igual a 1.
❖ A medida de um ângulo sólido
é o esterradiano que é
definido como a área da
superfície de um cone de uma
esfera com raio igual a 1.
❖ Como a área de uma esfera é
4πr2, existem 4π esterradianos
(sr) numa esfera.
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Diagrama de Radiação – Radianos e
Esterradianos
O elemento infinitesimal de área dA da esfera de raio r é dado por:

dA = r sendd
2 2
(m )
O elemento de ângulo sólido dΩ de uma esfera pode ser escrito
como:

dA
d = 2 = sendd (sr)
r
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Parâmetros fundamentais – Densidade
de Potência de Radiação
As ondas electromagnéticas são usadas para transportar informação
através de um meio sem fios de um ponto para outro. É então natural
assumir que existe potência e energia associados aos campos
electromagnéticos.
A quantidade usada para descrever a potência associada a uma onda
electromagnética é o vector de Poynting definido por:

W = ExH
W = Vector de Poynting (W/m2)
E = Intensidade de campo eléctrico (V/m)
H = Intensidade de campo magnético (A/m)

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Parâmetros fundamentais – Densidade
de Potência de Radiação
Como o vector de Poynting é um densidade de potência, a potência
total através de uma superfície fechada é obtida através do integral
de superfície:

P = Wds
S
O valor instantâneo tem pouca utilidade sendo por isso normalmente
utilizado o seu valor médio:

 
E(x, y, z, t) = Re E(x, y, z)e jt
H (x, y, z, t) = ReH(x, y, z)e  jt

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Parâmetros fundamentais – Densidade
de Potência de Radiação
Utilizando as duas expressões dos campos elétrico e magnético e
sabendo que:

  12Ee +E e 
Re Ee jt = jt  jt

Obtemos:

W = EH =
1

Re E H 
+ 1

Re E He jt 
2 2
O primeiro termo não depende do tempo enquanto o segundo varia
no tempo com o dobro da frequência.

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Parâmetros fundamentais – Densidade
de Potência de Radiação
A média temporal do vector de Poynting (densidade de potência
média) pode ser escrita como:

Wm (x, y, z) = w(x, y, z)med


1
= Re E H 
2
  2
(W m )

A potência radiada por uma antena pode ser escrita como:

Prad = Pmed =  Wrad ds =  Re E H  ds


1
2
 
S S

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Parâmetros fundamentais – Intensidade
de Radiação
A intensidade de radiação numa dada direcção é definida como a
potência radiada por uma antena por unidade de ângulo sólido
nessa direcção.
A intensidade de radiação é um parâmetro do campo distante (far-
field) e pode ser obtido multiplicando a densidade de potência de
radiação pelo quadrado da distância.

U = r Wrad 2

U = intensidade de radiação (W/sr)


Wrad = densidade de radiação (W/m2)
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Parâmetros fundamentais – Intensidade
de Radiação
Para radiador isotrópico, a intensidade do campo eléctrico e a
densidade de potência radiada será dada por:

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Parâmetros fundamentais – Intensidade
de Radiação
A intensidade de radiação e também relacionada com o campo
elétrico de uma zona distante de uma antena através de:

E(r,θ,Φ) é a intensidade do campo elétrico de uma antena em zona de campo


distante.
Eθ,EΦ são as componentes do campo elétrico em zona de campo distante de uma
antena.
η é a impedância intrínseca do meio.

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais – Intensidade
de Radiação
A potência total é obtida através da integração da intensidade de
radiação sobre todo o ângulo sólido:
2 

Prad = Ud =  Usendd


 0 0
dΩ = elemento de ângulo sólido = senθdθdϕ Prad
U0 =
Para uma antena isotrópica temos: 4
U0 é intensidade
Prad =  U 0 d =U 0  d = 4U 0 de radiação de
  uma antena
isotropica
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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Diretividade

A diretividade de uma antena é a razão entre a intensidade de


radiação numa dada direção e a intensidade média.

Se a direção não for especificada fica implícita a direção de maior radiação.

A directividade de uma fonte não isotrópica é igual à razão da sua


intensidade de radiação numa dada direcção e a intensidade de
radiação de uma fonte isotrópica.

U 4U
D= =
U0 Prad
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Parâmetros fundamentais - Diretividade

Se a direcção não for especificada fica implícito a direcção do


máximo de intensidade de radiação (máxima diretividade):

U max 4Umax
Dmax = D0 = =
U0 Prad
A diretividade de um dipolo de meia-onda (l=λ/2) pode ser
aproximada por:

A máxima diretividade do dipolo

D = D0 sen  3 ocorre em θ=π/2 e é de 1,67 ou


2,23dB mais intenso do que um
radiador isotrópico.

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Parâmetros fundamentais - Diretividade
❖ Para antenas com componentes de
polarização ortogonais podem-se definir
diretividades parciais para cada polarização,
considerando a potência total radiada.
❖ Supondo o sistema de coordenadas
esféricas a diretividade máxima total é dada
pela soma das diretividades máximas
parciais em θ e φ.

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Parâmetros fundamentais - Ganho

O ganho absoluto de uma antena (numa dada direcção) é a razão


entre a intensidade, numa dada direcção, e a intensidade de
radiação que se obteria se a potência aceite pela antena fosse
radiada isotropicamente.

Intensidade de radiação U (,)


Ganho = = 4
Potência de entrada Pin
4

Mestre Adélio F. Tembe, Eng.


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Parâmetros fundamentais - Ganho

O ganho relativo é a razão entre o ganho de uma antena e o ganho


de uma antena tomada como referência. A potência de entrada
deverá ser a mesma para ambas as antenas. Na maior parte dos
casos a antena de referência é a Isotrópica.

4U(,)
Ganho =
Pin (antena isotrópica sem perdas)

Quando a direcção não é mencionada, é implicitamente referida a


direcção de máximo de radiação.

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Parâmetros fundamentais - Ganho

Podemos relacionar a potência total radiada (Prad)


com a potência fornecida à antena (Pin):
Prad = ecd  Pin

Onde ecd é a eficiência de radiação daantena.

4U(,)  U (,) 
G(,) = =e cd  4   G(, ) = ecd D(,)
Prad  Prad 
ecd
O valor máximo do ganho também está relacionado com o valor máximo da
diretividade:

G0 = G (,)max = ecd D (,)max = ecd D0


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Parâmetros fundamentais - Eficiência de
uma antena
A eficiência de uma antena fornece uma medida das perdas nos terminais e na
estrutura da antena. Estas perdas podem ser devidas a:
❖ Reflexões devido à desadaptação entre a linha de transmissão e a
antena;
❖ Perdas nos condutores e dielétrico.
A eficiência total pode ser escrita como:

e0 = ereced

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Eficiência de
uma antena
Os valores de ec e ed são difíceis de calcular sendo normalmente
medidos experimentalmente e mesmo assim o seu valor não pode
ser medido separadamente.

Mestre Adélio F. Tembe, Eng.


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Parâmetros fundamentais - Eficiência de
uma antena
LARGURA DO FEIXE A MEIA POTÊNCIA
❖ É o ângulo (num plano que contém a direcção do máximo de um
feixe) entre as duas direcções onde a intensidade de radiação é
metade do valor máximo do feixe.

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Parâmetros fundamentais – Largura de
Banda
LARGURA DE BANDA
A largura de banda pode ser considerada como o leque de frequências em
ambos os lados de uma frequência central (normalmente a frequência de
ressonância de um dipolo) onde as características de uma antena (como a
impedância de entrada, diagrama de radiação, largura de feixe, polarização,
nível de lóbulos laterais, ganho, diretividade, eficiência de radiação) estão
dentro de um valor aceitável em relação aos valores na frequência central.

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Polarização

A polarização de uma antena é a polarização da onda


eletromagnética emitida/recebida pela antena.
A polarização da energia radiada varia com a direcção ao centro da
antena, o que faz com que diferentes partes do diagrama de radiação
possam ter polarizações diferentes.
A polarização de
uma onda
eletromagnética
radiada é o modo
como oscila o campo
elétrico ao longo da
direção de
propagação.
Mestre Adélio F. Tembe, Eng. 40
Parâmetros fundamentais - Polarização
A polarização pode ser classificada em linear, circular
ou elíptica. Se o vector que descreve o campo
elétrico se encontra sobre uma linha, o campo tem
polarização linear.

Em geral, a figura que o campo elétrico traça é a de


uma elipse e neste caso diz-se que o campo tem uma
polarização elíptica.

As polarizações linear e circular são casos


particulares da polarização elíptica.
A figura pode ser traçada no sentido horário ou no
sentido anti-horário. A rotação no sentido horário é
chamada de polarização direita e a rotação no
sentido anti-horário é chamada de polarização
esquerda.
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Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada
Se a antena for ligada a um gerador com
impedância interna Zg.

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada
Sendo Vg a tensão de pico do gerador, a potência entregue à antena
para radiação é:
2
1 2 Vg Rr
Pr = I g Rr =
(Rr + Rg + RL)2+ (X g + X A)2
(W)
2 2
A potência dissipada em calor por efeito de Joule será:
V 2
1 2 = g RL
PL =
(Rr + Rg + RL)2+ (X + X A)
I g RL 2
(W)
2 2 g

A potência restante é dissipada na resistência interna do gerador:


V 2
1 2 = g Rg
= I g Rg
(R + R + RL)+ (X + XA)
Pdissipada no gerador 2 2
(W)
2 2 r g g
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Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada
É entregue o máximo de potência à antena quando:
Rr + RL = Rg X g = −X A
2
1 2 Vg Rr
Pr = I g Rr =
(Rr + Rg)2
(W)
2 2

A máxima potência
entregue antena.
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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada
Se tivermos uma adaptação conjugada, metade da potência
fornecida pelo gerador é dissipada na sua resistência interna (Rg) e
metade é entregue à antena.

Parte da potência entregue à antena é radiada e parte é dissipada em


calor o que vai ter influência na eficiência da antena.

Se a antena não tiver perdas (ecd=1), então metade da potência


fornecida pelo gerador é radiada e a outra metade é dissipada em
calor no gerador.

Mestre Adélio F. Tembe, Eng.


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Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada

No caso da antena estar a receber


energia, as ondas incidentes
induzem uma tensão Vt que é
análoga a Vg quando a antena
está a transmitir.

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Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada
Seguindo um processo similar e considerando uma adaptação
conjugada obtemos:

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Impedância
de entrada
A potência induzida é:

A potência Rr é a potência que é radiada novamente. Se não houver


perdas (RL=0) então metade da potência capturada é entregue à
carga.
A impedância de entrada de uma antena é geralmente uma função
da frequência. Isto quer dizer que a antena estará adaptada a uma
linha de transmissão só numa certa largura de banda.

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Eficiência de
radiação
A impedância de entrada de uma antena depende da sua geometria,
do método de excitação, da sua proximidade a objectos, entre outros
aspectos.

A eficiência de radiação ecd é a razão entre a potência radiada pela


antena (potência dissipada em Rr) e a potência entregue à antena
(potência dissipada em Rr+RL).

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49
Parâmetros fundamentais - Eficiência de
radiação
Uma barra de metal com comprimento l e secção A tem uma
resistência para corrente contínua dada por:

1 l
RL = Rcd = ()
A
Devido ao efeito pelicular a resistência de perdas aumenta com o aumento
da frequência. A altas frequências a resistência pode ser escrita da forma:

l 0
RL = Rcd = ()
P 
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Parâmetros fundamentais - Comprimento
efectivo
Uma antena no seu modo de recepção
(fio, corneta, abertura, agregado) é
utilizada para capturar ondas
electromagnéticas e para a extração de
potência a partir delas.

O comprimento efectivo de uma antena


(quer seja uma antena linear ou uma
abertura) é uma quantidade que é
usada para determinar a tensão
induzida nos terminais em circuito
aberto da antena quando uma onda
incide na antena.

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Parâmetros fundamentais - Comprimento
efectivo
O comprimento efectivo de uma antena representa a antena no seu
modo de recepção e de transmissão e particularmente útil para o
cálculo da tensão em circuito aberto VOC de uma antenareceptora.

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Parâmetros fundamentais - Área efectiva

A área efectiva ou abertura efectiva de uma antena é a relação entre


a potência entregue pela antena e a densidade de fluxo de potência
da onda incidente. Se a direcção não for especificada fica implícita a
direcção de maior radiação.

2
Aem = e0 D
4

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Parâmetros fundamentais - Área efectiva

A eficiência da abertura de uma antena é a relação entre a área


efectiva máxima e área física da antena.

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Mestre Adélio F. Tembe, Eng.
Parâmetros fundamentais - Força Cimomotriz

O campo, embora produzido pela antena, não pode ser


considerado uma característica da antena porque ele
varia com a distância.
Se E varia com a distância, porque varia com 1/r, então o
produto E.r não varia com a distância. A este produto
chama-se força cimomotriz, e representa-se por Fc.

𝐹𝑐 = 𝐸. 𝑟 (𝑒𝑚 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠)
Mestre Adélio Tembe, Eng. 55
Parâmetros fundamentais - Força Cimomotriz

Poderíamos definir a Força cimomotriz como o campo eléctrico a


um metro de distância da antena, mas isto não faria muito
sentido, pois sabemos que o campo eléctrico só varia com o
factor 1/r no campo distante, e a um metro da antena podemos não
estar de forma nenhuma na zona distante, pois depende do
tamanho da antena.

A força cimomotriz é portanto uma constante que só depende do


tipo de antena de emissão utilizada e da corrente que alimenta a
antena, ou seja da potência que alimenta antena.
A força cimomotriz ainda não é uma característica da antena
porque depende da potência de alimentação da antena. Embora
seja uma constante em função da distância, ela é uma variável em
função da potência de alimentação.
Mestre Adélio Tembe, Eng. 56
Parâmetros fundamentais - Força Cimomotriz

Se admitirmos que a potência de alimentação da antena é


1 KW, então a força cimomotriz, na direcção de radiação
máxima, é chamada Força Cimomotriz Específica.
A Força Cimomotriz Específica de uma antena é, portanto,
a força cimomotriz na direcção de radiação máxima
quando a antena é alimentada por uma potência de 1KW.
A força cimomotriz específica é uma constante que só
depende do tipo de antena.

Mestre Adélio Tembe, Eng. 57


Parâmetros fundamentais - Força Cimomotriz

Se admitirmos que a potência de alimentação da antena é


1 KW, então a força cimomotriz, na direcção de radiação
máxima, é chamada Força Cimomotriz Específica.

60𝐺𝑡 . 𝑃𝑡
𝐸0 =
𝑟

𝑃𝑟
𝐼0 =
𝑅𝑟

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Análise Através da Força Cimomotriz

❑ Determinar a expressão da força cimomotriz do dipolo de


Hertz, na direcção de radiação máxima.

Solução
A intensidade do campo eléctrico radiado pelo dipolo de
Hertz e a força cimomotriz são dadas pelas expressões:
30𝐼 × 𝑙 × 𝛽
𝐸𝜃 = cos 𝜃
𝑟
𝐹𝐶 = 30𝐼 × 𝑙 × 𝛽 cos 𝜃
Mestre Adélio Tembe, Eng. 59
Análise Através da Força Cimomotriz
Solução
A direcção de radiação máxima verifica-se portanto para
θ=0º:

30𝐼 × 𝑙 × 𝛽
𝐸𝜃𝑚𝑎𝑥 =
𝑟
❑ A força cimomotriz será:
𝐹𝐶 = 30𝐼 × 𝑙 × 𝛽
Feito o estudo teórico, sabendo que l=λ/4 chegar-se-ia à
conclusão que a força cimomotriz específica do dipolo de
Hertz é 212,1 V.
Mestre Adélio Tembe, Eng. 60
Análise Através da Força Cimomotriz -
Potência Isotrópica Radiada Equivalente
Por definição, a P.I.R.E. de uma estação emissora, numa
determinada direcção, é a potência que seria necessário
aplicar a uma antena isotrópica, para conseguir a mesma
intensidade de radiação da antena da estação nessa
direcção.
Normalmente, a P.I.R.E. é definida para a direcção de
radiação máxima da antena.
𝑃. 𝐼. 𝑅. 𝐸 = 𝑃𝑎 𝐺𝑖𝑠𝑜

𝑃𝑎 → 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑛𝑎


𝐺𝑖𝑠𝑜 → 𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑡𝑟ó𝑝𝑖𝑐𝑜
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Análise Através da Força Cimomotriz -
Potência Aparente Radiada
Por definição, a P.A.R de uma estação emissora, numa
determinada direcção, é a potência que seria necessário
aplicar a um dipolo de meia onda, suposto isolado no
espaço, para que este tenha a mesma intensidade de
radiação, no seu plano mediador, que a antena da estação
na direcção considerada.

𝑃. 𝐴. 𝑅 = 𝑃𝑎 𝐺𝜆ൗ
2
𝑃𝑎 → 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑛𝑎
𝐺𝜆ൗ2 → Ganho do dipolo de meio comprimento de onda
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Análise Através da Força Cimomotriz –
Densidade de potência radiada
❑ A densidade de potência radiada pode ser determinada
conhecendo o tipo de polarização da antena.
Para a polarização vertical teremos:

𝑑𝑃𝑟 𝐸𝜃2
𝑊𝑟𝑎𝑑 = =
𝑑𝑆 𝜂
Para a polarização horizontal teremos:
𝑑𝑃𝑟 𝐸𝜙2
𝑊𝑟𝑎𝑑 = =
𝑑𝑆 𝜂

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Análise Através da Força Cimomotriz –
Densidade de potência radiada

❑ A densidade de potência radiada pode ser determinada


conhecendo o tipo de polarização da antena.
Para a polarização mista teremos:

𝑑𝑃𝑟 𝐸𝜃2 + 𝐸𝜙2


𝑊𝑟𝑎𝑑 = =
𝑑𝑆 𝜂
Os valores dos campos são eficazes, dai que a potência
radiada pode ser calculada como:
𝐸𝜃2 + 𝐸𝜙2
𝑃𝑟 = ර 𝑑𝑆
𝜂
Mestre Adélio Tembe, Eng. 64
Análise Através da Força Cimomotriz –
Intensidade de Radiação
❑ A intensidade de radiação para a polarização mista pode
ser determinada como:

𝐸𝜃2 +𝐸𝜙
2 2
𝐹𝑐𝜃 2
+𝐹𝑐𝜙
𝑈 = 𝑊𝑟𝑎𝑑 × 𝑟 2 = × 𝑟2=
𝜂 𝜂

Ou seja, pode ser comprovado que conhecendo a força


cimomotriz da direção de máxima radiação, pode se
determinar a intesidade de radiação nessa direção.

Mestre Adélio Tembe, Eng. 65


Análise Através da Força Cimomotriz –
Potência Total Radiada
❑ A Potência total radiada para a polarização mista pode
ser determinada como:

2 2
2𝜋 𝜋 2𝜋 𝜋 𝐹𝑐𝜃 +𝐹𝑐𝜙
𝑃𝑟 = ‫׬‬0 ‫׬‬0 Usin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙 = ‫׬‬0 ‫׬‬0 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙
𝜂

Mestre Adélio Tembe, Eng. 66


Análise Através da Força Cimomotriz

Os limites do ângulo de abertura são os pontos onde a


intensidade de radiação é metade do seu valor máximo, e
por isso conhecidos como pontos de meia potência ou por
pontos de -3 dB, dado que:

𝑈
𝑈𝑑𝐵 = 10 log = −3𝑑𝐵
𝑈𝑚𝑎𝑥

Mestre Adélio Tembe, Eng. 67


Análise Através da Força Cimomotriz
Normalmente, os diagramas de radiação são traçados em
função da força cimomotriz específica, e não em função da
intensidade de radiação específica e, portanto, o valor da
força cimomotriz nos pontos limite (pontos de meia
potência ou pontos de -3dB) será:

𝐹𝑐𝑒
𝐹𝑐𝑒𝑑𝐵 = 20 log = −3𝑑𝐵
𝐹𝑐𝑒𝑚𝑎𝑥

𝐹𝑐𝑒 = 0,707𝐹𝑐𝑒𝑚𝑎𝑥

Mestre Adélio Tembe, Eng. 68


Análise Através da Força Cimomotriz
Exemplo:
Determinar a Força Cimomotriz específica para uma antena
Isotrópica.
Solução
A força cimomotriz é o produto entre o campo elétrico e a
distância, dai que, para uma antena isotrópica teremos:
𝐹𝑐 = 𝐸 × 𝑟 = 30 × 𝑃𝑟
A Força Cimomotriz específica é determinada para uma
potência radiada de 1Kw, assim teremos:
𝐹𝑐 = 30 × 1000 = 173𝑉
Mestre Adélio Tembe, Eng. 69
Cálculo da Força Cimomotriz Específica de
uma Antena
Quando fazemos o cálculo da radiação de uma antena,
determinamos as componentes da f.c.m. de polarização
horizontal e vertical, em função do valor máximo (I) da
onda estacionária de corrente desenvolvida na antena,
através de expressões:
𝐹𝑐𝜙 = 𝑘. 𝐼. 𝑔(𝜃, 𝜙)
𝐹𝑐𝜃 = 𝑘. 𝐼. ℎ(𝜃, 𝜙)
2 2
2𝜋 𝜋 𝐹𝑐𝜃 +𝐹𝑐𝜙 𝑘𝐼 2 2𝜋 𝜋
𝑃𝑟 = ‫׬‬0 ‫׬‬0 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙 = ‫׬‬0 ‫׬‬0 𝑔2 + ℎ2 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙
𝜂 𝜂

Mestre Adélio Tembe, Eng. 70


Cálculo da Força Cimomotriz Específica de
uma Antena
Para o cálculo da força cimomotriz específica Pr=1KW e
sabendo que η=120π, temos:
𝑘𝐼 2 2𝜋 𝜋
1000= ‫׬ ׬‬0 𝑔2 + ℎ2 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙
120𝜋 0

2
120𝜋 × 1000
𝑘𝐼 = 2𝜋 𝜋
‫׬‬0 ‫׬‬0 𝑔2 + ℎ2 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙

200 3𝜋
𝑘𝐼 =
2𝜋 𝜋
‫׬‬0 ‫׬‬0 𝑔2 + ℎ2 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙

Mestre Adélio Tembe, Eng. 71


Cálculo da Força Cimomotriz Específica de
uma Antena
Para o cálculo da força cimomotriz específica para cada tipo
de polarização será dada como:

200 3𝜋
𝐹𝑐𝑒𝜙 = 𝑔(𝜃, 𝜙)
2𝜋 𝜋
‫׬‬0 ‫׬‬0 𝑔2 + ℎ2 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙

200 3𝜋
𝐹𝑐𝑒𝜃 = ℎ(𝜃, 𝜙)
2𝜋 𝜋
‫׬‬0 ‫׬‬0 𝑔2 + ℎ2 sin 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙

Mestre Adélio Tembe, Eng. 72


Cálculo da Força Cimomotriz Específica de
uma Antena - Exemplo
Calcular a força cimomotriz específica do dipolo infinitesimal
vertical.
Solução
Um dipolo vertical, qualquer que seja, cria um campo eléctrico
cujo vector se encontra no plano vertical. O vector campo
eléctrico não tem, portanto, a componente Ej e o mesmo
acontece com a força cimomotriz.

200 3𝜋
𝐹𝑐𝑒𝜃 = ℎ(𝜃, 𝜙)
2𝜋 𝜋 2
‫׬‬0 ‫׬‬0 ℎ cos 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙

Mestre Adélio Tembe, Eng. 73


Cálculo da Força Cimomotriz Específica de
uma Antena - Exemplo
Solução
Para o dipolo infinitesimal, pode se assumir que h(θ,ϕ)=h=cosθ

200 3𝜋
𝐹𝑐𝑒𝜃 = 𝑐𝑜𝑠𝜃
2𝜋 𝜋
‫׬‬0 ‫׬‬0 cos2 𝜃cos 𝜃𝑑𝜃𝑑𝜙

200 3𝜋 200 3𝜋
𝐹𝑐𝑒𝜃 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑐𝑜𝑠𝜃
2𝜋 𝜋 8𝜋
‫׬‬0 ‫׬‬0 cos3 𝜃 𝑑𝜃𝑑𝜙
3
𝐹𝑐𝑒𝜃 = 212,1𝑐𝑜𝑠𝜃
𝐹𝑐𝑒𝜃𝑚𝑎𝑥 = 212,1
Mestre Adélio Tembe, Eng. 74

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