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NAB2015, corrida
pela qualidade
de imagem
Cobertura RioContentMarket Desafios
do Congresso NAB mergulha nos conteúdos da reportagem externa
audiovisuais
Editorial
A
M
edição 2015 da NAB mostrou que o mer- Nesta edição da Revista da SET mostramos al-
cado audiovisual está em franca retomada gumas das principais novidades do mercado.
e que aos poucos a indústria começa a Trazemos um resumo completo do RioContent-
aquecer novamente. O número de participantes Market 2015, maior evento de conteúdos audio-
do evento o demonstra, mais de 100 mil vindos visuais de América Latina e a participação da
de 164 países para observar as principais tendên- SET. Ainda, reportagem sobre a Acade Mídia,
cias do mercado. Segundo informou a NAB, foi a uma nova forma de entender o áudio broadcast,
melhor feira desde 2008 e a segunda melhor da os desenvolvimentos de uma empresa brasileira
história deles. em termos de iluminação, e como o Congres-
so NAB mostrou que a TV Híbrida já se mostra
Este ano foi a confirmação definitiva do 4K com como grande tendência para a TV mundial.
equipamentos que iam desde a captação até a
edição, pós-produção e transmissão e chegando Ainda, um artigo com conceitos e fundamentos
à recepção. Todo o workflow com esta tecnolo- do HEVC/H.265; um protótipo de Segunda Tela
gia foi apresentado, com soluções de todo tipo para usuários de TV Digital Aberta no Padrão
e tamanho, dependendo do orçamento do visi- ISDB-Tb desenvolvido em Manaus; Os desafios
tante. da Reportagem Externa explicados por Tereza
Mondino, Camilla Cintra, Deisi Wosch e Adones
Entretanto, os principais fabricantes avançaram Guerra; e o Era Transmídia explica a fórmula cria-
com novos equipamentos e soluções que iam tiva da Netflix.
além do Ultra High Definition (UHD em 4K) che-
gando ao Super HI-Vision 8K, com a apresenta- Boa leitura!
ção de câmeras de estúdio, portáteis e sistemas
de captação e edição neste formato de vídeo. Olímpio José Franco
Revista da SET
SET
SOCIEDADE BRASILEIRA Sociedade Brasileira
DE ENGENHARIA DE TELEVISÃO de Engenharia de Televisão
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Abril/Maio 2015 | REVISTA DA SET 7
Notícias
Desligamento analógico
Governo começou a contagem
regressiva para o Switch-off
Começou no mês de abril a contagem decrescente para o apagão analógico.
A primeira cidade será Rio Verde, no Estado de Goiás
O
processo de desligamento além de cumprir a regra que foi es- visiva. É o que já ocorre desde o dia
do sinal analógico da TV vai tabelecida, o papel do Ministério das 8 de abril de 2015 no Distrito Federal
começar pelo município de Comunicações é buscar o objetivo ide- (DF) e na cidade goiana de Rio Verde.
Rio Verde, escolhido como al de 100%”, afirmou o ministro das A letra “A” aparece no alto da tela da
cidade-piloto para o início das trans- Comunicações, Ricardo Berzoini. Entre TV para indicar que o canal ainda é
missões exclusivamente digitais. as medidas adotadas para garantir analógico. Uma tarja com informações
O desligamento no município será no a recepção digital no maior número como a data do desligamento e as
dia 29 de novembro deste ano. possível de residências, está a distri- formas de tirar dúvidas sobre o fim
Em abril de 2016, o sinal analógico buição de conversores e antenas a be- das transmissões analógicas também
será substituído pelo digital nos te- neficiários do programa Bolsa Família. será veiculada.
levisores de Brasília e de outras onze As pessoas da região do DF que vi-
cidades de Goiás e Minas Gerais. Campanha de conscientização sualizarem o “A” e a tarja em suas
As cidades goianas que estão nes- O anúncio do início da campanha in- telas devem tomar providências para
sa lista são Abadiânia, Alexânia, formativa foi feito, em entrevista cole- continuar assistindo a TV aberta no
Águas Lindas, Cidade Ocidental, tiva à imprensa da qual participaram formato digital. Se a televisão é an-
Formosa, Luziânia, Novo Gama, o ministro das Comunicações, Ricardo tiga, daquelas grandes, de tubo, será
Planaltina, Santo Antônio do Desco- Berzoini, o presidente da Anatel, João preciso trocá-la por uma nova ou
berto e Valparaíso. O único município Rezende, e o presidente do Grupo de adquirir um conversor de TV Digital e,
mineiro a fazer parte do primeiro gru- Implantação do Processo de Redistri- possivelmente, uma antena apropria-
po a ter o desligamento analógico é buição e Digitalização de Canais de da, preferencialmente externa, até a
Cabeceira Grande. TV e RTV (Gired), Rodrigo Zerbone. data de desligamento do sinal ana-
Para que o desligamento ocorra, A população de cada localidade será lógico para garantir a recepção da TV
é preciso que o sinal digital possa informada do desligamento um ano Digital.
ser recebido por, no mínimo, 93% antes que ele ocorra a partir de in- Se a televisão nova contiver um con-
dos domicílios da região. “Mas, serções diárias na programação tele- versor de TV Digital integrado, poderá
ser preciso providenciar a antena ade-
quada para a recepção neste formato,
© Foto: Divulgação
Cronograma
O desligamento analógico deve
terminar apenas em 2018. O proces-
so todo será feito de forma escalo-
nada. Pelo cronograma previsto, no
ano que vem, também começam as
transmissões exclusivamente digitais
nas regiões metropolitanas de São
Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e Rio
de Janeiro.
ções sobre o assunto por meio do site ser adotadas para permitir que todos O processo de digitalização total
www.vocenatvdigital.com.br. possam continuar assistindo à TV da TV aberta brasileira com a sub-
A página e a central de atendimen- aberta em seu formato digital. sequente implantação do 4G LTE é
to são responsabilidade da Entidade Essa associação é formada por coordenado pelo Grupo de Implanta-
Administradora do Processo de Redis- empresas de telecomunicações que ção do Processo de Redistribuição e
tribuição e Digitalização de Canais de utilizarão a faixa de radiofrequência Digitalização de Canais de TV e RTV
TV e RTV (EAD), associação responsá- hoje ocupada pela TV analógica para (GIRED). O Grupo é presidido por um
vel por auxiliar os brasileiros a com- a prestação de serviços móveis de Conselheiro Diretor da Anatel e conta
preender as providências que devem quarta geração. com representantes do Ministério das
Comunicações, das empresas de tele-
© Foto: Divulgação
J
á esta em funções o novo secre- Emiliano, será acompanhar
tário de Comunicação Eletrônica o processo de desligamen-
do Ministério das Comunicações to do sinal analógico de TV
(SCE), Emiliano José, quem afir- e implantação da TV Digital
mou que “a nossa grande missão é no Brasil.
a de garantir o direito à comunicação Emiliano José é jornalista,
para o nosso povo. Esse é o traba- com mestrado e doutorado
lho-chave do Ministério das Comuni- pela Universidade Federal
cações”. da Bahia, foi eleito depu-
Para José as prioridades da sua ges- tado federal pelo PT por
tão à frente da Secretaria de Serviços três mandatos e também
de Comunicação Eletrônica passam já exerceu os cargos de de-
por abrir o debate para a sociedade putado estadual da Bahia
sobre o setor de comunicação no Bra- e vereador de Salvador. Ele
sil. Segundo ele, a Constituição já es- é professor aposentado da
tabelece regras claras, mas ainda não Universidade Federal da Bahia (UFBA) Pereira. Eles substituem João Paulo
regulamentadas para a área de comu- e possui nove livros publicados. Andrade e Denise de Oliveira, respec-
nicação. “Se olharmos cada um dos tivamente.
artigos, percebemos o quanto há de Novos diretores A cerimônia de posse, que contou
avançado, basta que seja aplicado.” Durante a solenidade de posse com a participação de servidores do
O novo secretário apontou também também foi feita a apresentação ministério, foi comandada pelo se-
outros desafios da SCE. Um deles é dos novos diretores da Secretaria de cretário-executivo Luiz Antonio Alves
a ampliação do número de rádios co- Comunicação Eletrônica. O Departa- de Azevedo. Ele apresentou o novo
munitárias. Ele anunciou que vai atu- mento de Acompanhamento e Ava- secretário e diretores da SCE e refor-
ar para desburocratizar a análise dos liação de Serviços de Comunicação çou a importância da colaboração e
processos, com a formação de um Eletrônica (DEAA) será dirigido por participação de cada um dos servi-
grupo de trabalho para tornar esse Adolpho Loyola. Já o Departamento dores na concretização dos projetos
trabalho mais ágil. Outra atuação de Outorga de Serviços de Comunica- prioritários da secretaria. n
importante da secretaria, segundo ção (DEOC) terá como diretor Jovino • Com Minicom
© Foto: Divulgação
As primeiras impressões
de uma indústria que
cada dia procura maior
qualidade de imagem
A corrida pela qualidade de vídeo com soluções 4K e 8K, estruturas
IP, nuvem, virtualização, drones, plataformas de conteúdo,
soluções baseadas em software, o declínio do hardware e novas
formas de roteamento de sinal marcaram o show mais importante
do ano realizado em Las Vegas Por Fernando Moura e Francisco Machado Filho em Las Vegas
A
s mudanças na indústria con- que deixou esta edição é que a TV ras ou dos produtores de conteúdos
tinuam a passo firme e ace- mudou, e que nos próximos anos para multiplataformas, senão porque
lerado. Na edição 2015 da será definido o seu futuro e, com ele, cada vez mais estes produtores, nas
NABShow, realizada no Las o futuro da TV aberta no mundo. suas estruturas de engenharia inter-
Vegas Convention Center, na cidade As 103.042 pessoas que visitaram na, começam a trabalhar com solu-
de Las Vegas, Estados Unidos, ficou a NABShow entre os dias 13 e 16 de ções que contêm mais software e
ainda mais claro que a tendência é abril de 2015 perceberam rapidamen- menos hardware, a tal ponto que a
avançar cada dia mais com a quali- te que o rumo da indústria broadcast reportagem perguntou-se várias ve-
dade de captação de vídeo, aumen- caminha para novos horizontes, mui- zes nos corredores da feira se aquilo
tar os processos virtualizados através tas vezes, não tão broadcast como era ainda uma exposição broadcast.
de soluções na nuvem e percebeu-se sempre foi e sim mais broadband. Mesmo com este dilema por resolver,
ainda que as estruturas baseadas em Isso não só pela tendência cada vez a exposição mais importante do mun-
soluções via IP tendem a ser o futu- maior para apresentar soluções que do, que ano a ano é realizada pela
ro das emissoras. Outra das certezas permitam enviar o sinal das emisso- National Association of Broadcasters
Mark Hilton
Vice-Presidente, Broadcast Infrastructure
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NAB 2015
De fato, a SK-UHD8060, a segun- CA-UHF-8060S com um máximo de Pack que foram criados especialmen-
da geração de equipamentos SHV 100 metros e uma caixa de extensão te para a câmera 8K com 2TB de
da marca, já foi apresentada para (AC/DC) que se utiliza quando a câ- memória, o que permite gravar até
ser utilizada tanto em estúdio como mera funciona de forma portátil, ou 40 minutos de vídeo e áudio em 8K.
de forma portátil, e com seu sistema quando se utiliza a câmera portátil Tadaaki Yanagi, um dos desenvolve-
completo, incluindo sistema de gra- para gravação em externa”, explicou dores da SK-UHD8060, afirmou que
vação. Nas duas versões, a Hitachi Takitani. o CCU pode ser controlado de for-
colocou em exibição o 8K Super-Hi- O executivo da Hitachi, que está ra- ma remota mediante o RU-8000VR e,
gh Vision Camera System completo dicado no Brasil, afirmou que como com isso, a câmera está pronta para
que trabalha com 33 Megapixels de a câmera foi criada de forma modu- ser utilizada “tanto em estúdio como
resolução que são obtidos mediante lar, ela permite ser usada tanto em em caminhões de externa. Como nos
a utilização de três sensores CMOS estúdios como produções externas sistemas de CCU tradicional, o ope-
Super 35MM a 60p, o que permite ou ao vivo mediante a utilização do rador pode controlar até em que for-
que a câmera grave simultaneamente adaptador antes mencionado e ain- mato grava a câmera”.
vídeo em 8K, 4K e 2K, “além de um da colocar, se a pretensão é utiliza A saída 8K da câmera é realizada
sistema de CCU completo, o 8K Ca- -la para reportagem externa, o 8K através de dois sinais que podem
mera Control Unit CU-UHD8060 per- RAW SSD Recorder que acoplado ao ser comutados entre si, 1.5G-SDI
mite aceder desde três lugares me- CA-UHF8060S permite enviar ao CCU (1 sistema) e 2 sistemas 3G-SDI que
diante fibra óptica (SMPTE304/311). as imagens captadas em externa. podem realizar o output simultâneo
A conexão e controle podem ser Se a ideia é gravar para uma pos- em 8K, 4K, e HD (2K). O equipamen-
realizados desde o adaptador da terior edição, podem ser utilizados to utiliza lentes PL Mount mediante
própria câmera, desde o adaptador os cartões de memória 8K RAW SSD a utilização de um adaptador 4KVF.
© Foto: Fernando Moura
A SK-UHD8060 é a segunda geração de câmeras SHV da Ikegami apresentou a SHK-810, uma câmera portátil Super
Hitachi que foi desenvolvida em colaboração com os High Vision 8K com sensor CMOS 35mm, sistema de lentes PL
engenheiros da NHK STRL, o Laboratório de Desenvolvimento mount e sistema de fibra óptica de 40Gbits que permite saídas
da emissora pública japonesa (Science and Technology de vídeo em 8K, 4K e 2K
Research Laboratories)
4K
As soluções 4K apareceram em todos
A Sony apresentou a HDC-4300 uma câmera 4K de 2/3”, 9.8 megapixel, 3CMOS os cantos da NAB, mas algumas em-
que permite gravar em Super 2x, 3x Super Slow Motion Vídeo presas se destacaram. Uma delas foi
a Panasonic, que apresentou soluções
© Foto: Fernando Moura
WM -CaptionSR NOSSOS
WM - CaptionEX PRODUTOS
WM-CaptionSR e WM-CaptionEX formam
um Sistema de Geração de Legendagem WM - OneTV
automático, uma poderosa ferramenta, de
altíssimo desempenho e em tempo real, Sistema integrado para o ISDB-T internacional
tanto para sinais de áudio ao vivo como para
gravações.
WM - ProDigital
Combinando técnicas avançadas de Link de áudio para jornalismo e coordenação em
processamento de sinal, entradas de áudio filmagens externas. Com Audio XLR Balançeado.
balanceadas, técnicas de reconhecimento
de fala e um extenso vocabulário (+100.000
palavras) o WM-CaptionSR e o
WM- PlayTV
WM-CaptionEX são ideais para as Gerador das funcionalidades do ISDB-T internacional.
emissoras de TV, Canais Governamentais, Com suporte para EIA-708.
TVs Corporativas e EaD.
A câmera AK-UC3000 chega ao mer- Ainda foi incorporada a camcorder “O 4K não é só resolução” afirmou
cado com um sistema de montagem AG-DVX200 equipada com um sensor Alec Shapiro, presidente da Sony
B4 que permite que seus utilizado- 4/3 que permite gravar vídeo UHD Professional Solutions. “Esta tecno-
res incorporem lentes 2/3, reduzindo (até 3840×2160/60p), curva de gama logia é muito mais que uma reso-
custos. Ainda foram introduzidas al- logarítmica V-Log, até 12 stop de lati- lução de vídeo. É um conjunto de
gumas funções de ajuste de gama, tude, e zoom óptico de até 13 vezes. soluções de criação de conteúdos
correção de cor, um pedestal para A concorrente Sony, pioneira no audiovisuais”. Por isso, segundo o
redução de ruído digital e ganho na lançamento das tecnologias 4K, lan- executivo, a aposta no 4K não é a
hora da captação, explicou à Revista çou na sua coletiva de imprensa in- aposta em captação, “mas sim em
da SET Sérgio Constantino, gerente ternacional, realizada antes do início um conjunto de soluções que per-
de vendas para o mercado broadcast da NAB, a HDC-4300,a nova câmera mitem chegar a um workflow com-
da Panasonic. 4K para esportes. pleto”.
Para justificar as suas palavras, o
© Foto: Francisco Machado Filho
virtuais de vídeo e o que elas signi- NAB 2015 por soluções para work- plataforma VOS em associação com
ficam para os consumidores, afirmou flows Ultra HD (UHD – 4K) baseadas a Intel para desenvolver arquiteturas
em Las Vegas Peter Alexander, CMO em arquiteturas de software pensa- de software como o “Spectrum X”
de Harmonic. das em soluções de “cloud”, tanto que trabalha tanto em SD, como HD
“Estamos em um momento em que públicas como privadas que sirvam e UHD com 3G SDI nativo e interfa-
a indústria caminha para funções in- para consumir diferentes conteúdos ce IP. “Esses sistemas permitem aos
tegradas de software com encoders em multiplataformas.” usuários ter agilidade no workflow e
que façam trabalhos integrados” Bart Spriester (VP de inovação da flexibilidade mediante a simplifica-
para gerar “virtualização”. Assim, as Harmonic) explicou à Revista da SET ção da migração, mediante uma so-
novidades da Harmonic passam na que a empresa desenvolveu a sua lução end-to-end em UHD”. n
Uma das notícias mais comentadas pelos exposito- Como parte da sua estratégia Avid Everywhere, a
res e visitantes da NAB 2015 foi o anúncio da compra empresa realizou pelo segundo ano consecutivo o
da ORAD Hi-Tec Systems Ltd pela Avid, o que mais Avid Connect 2015, um evento organizado pela Avid
uma vez confirma a tendência de que os grandes Customer Association para reunir aos seus parceiros de
players da indústria tendem a concentrar esforços em negócio. Nesta edição, Luois Hernandez, CEO da Avid,
mega-empresas que não só comercializaram produ- explicou a segunda fase da estratégia global da marca,
tos, senão forneceram soluções integradas ao merca- lançada no ano passado.
do. Hernandez disse que a ideia continua sendo a de
A empresa israelense teria sido comprada por aproxi- “criar um sistema participativo onde o workflow seja
madamente 60 milhões de dólares. O principal objeti- aberto e global”. Para isso, fez uma análise rápida so-
vo da aquisição é a entrada da Avid em um novo mer- bre a experiência de como o vídeo é distribuído hoje e
cado, o de cenários virtuais e grafismo, setores onde como os consumidores chegam a ele. Ainda explicou o
até agora não intervinha e se encaixam na estratégia fundamento do Avid Everywhere, pensado como uma
comercial da empresa, lançada em 2014. plataforma colaborativa onde os conteúdos podem ser
www.riedel.net
NAB 2015
© Foto: Fernando Moura
Veneu 6, novo switcher de áudio modular e escalável com conectividade total de Avid
Congresso NAB:
TV Híbrida também
no mercado norte-americano
De pequenas apresentações no congresso de 2014 para sessões
e testes em 2015, o sistema híbrido de televisão vem ganhando
destaque e já se mostra como grande tendência para a TV mundial
Por Francisco Machado Filho
D
urante o SET e trinta de americano, apresentava quais seriam sobre este formato de transmissão.
2014 a sessão “Desafios e as características do novo sistema. Várias sessões abordaram as ques-
oportunidades para a televi- Dentre eles, Chernok apontava para tões que envolvem a TV Híbrida, des-
são” coordenada por Liliana a possibilidade do novo padrão utili- de os aspectos técnicos, aos mode-
Nakonechnyj (SET), abordou temas zar o sistema broadcast e broadband los de negócio diretamente ligados
como a segunda tela e a evolução do em emissões integradas, ou seja, a a ela.
padrão ATSC 3.0. Naquela ocasião, TV híbrida. De poucas apresentações A própria NAB em seu stand tec-
Rich Chernok, engenheiro da Triveni como esta, o que se pode perceber nológico, NAB LABS, apresentou um
Digital e principal responsável pelos no congresso NAB 2015 foi um au- sistema híbrido que estará disponí-
grupos de estudo do novo padrão mento considerável nas discussões vel para o público em 2016 quando
Sistema Hybridcast: Sistema de distribuição simultânea Broadcast/Broadband com decoder MMT em sistemas Ultra HD
o ATSC 3.0 for implementado. Este sua região, alertas de catástrofes e (Nihon Hoso Kyokai) desde 2013 já
sistema integra a emissão tradicio- conteúdo interativo via segunda tela. oferece seu sistema híbrido no Japão
nal pelo ar com a conectividade via A FOX Sport preparou um conteúdo e vem aperfeiçoando o sistema para
rede, trazendo benefícios tanto para específico para esta apresentação ser utilizado com as futuras trans-
o emissor, quanto para o telespec- com aplicações interativas para se- missões em 4K e 8K, aproveitando-
tador, principalmente pela persona- gunda tela, inclusive com anúncios se do tamanho dos aparelhos, com
lização dos serviços oferecidos pela publicitários diferenciados entre a telas gigantes capazes de fornecer
transmissão. Ao iniciar o sistema programação broadcast e o conteú- várias informações ao mesmo tem-
híbrido o usuário é convidado a in- do via broadband. po e transmitindo simultaneamente
formar seu gênero, idade e o CEP Mas a TV norte-americana não é a imagens em Ultra Alta Definição e
de seu endereço. Desta forma ele primeira a apresentar sua solução imagens broadband Full HD. O siste-
recebe publicidade direcionada para híbrida para a radiodifusão. A NHK ma apresentado por Shinya Takeuchi,
engenheiro da NHK, utiliza a tecno-
logia de transmissão MMT – MPEG
© Foto: Francisco Machado Filho
imagem, via broadband, em resolu- do espaço limitado ofertado pelo es- Bob Harrison (Symphony Teleca)
ção menor do mesmo evento, mas pectro. E uma destes novos terrenos afirmou na sua alocução que a inte-
em ângulos ou pontos de interesses é a chamada Internet das Coisas. gração entre a televisão e a Internet
diferentes da transmissão principal. Na sessão “Broadband and the das Coisas agrega valor para o es-
Além disso, as grandes telas permi- Internet of Things: Realities and pectador, para o radiodifusor e para
tirão o uso de textos de fácil leitura Myths”, estes tópicos foram levan- o anunciante. Como? Para o espec-
e assimilação com estatísticas, salas tados e discutidos durante mais de tador, fazendo a transmissão pelo
de bate-papo, mensagens de presta- uma hora e meia de sessão. Um dos ar fornecer uma experiência mais
ção de serviços, alertas e close-cap- principais pontos em comum entre significativa do que a transmissão
tion e, evidentemente, interatividade os debatedores é que a Internet das pelo cabo, satélite ou IP, com con-
via conteúdo para segunda tela. Coisas é algo que irá fazer parte da teúdo interativo, personalizado e
Além de soluções técnicas mais vida das pessoas de uma maneira no momento desejado por ele e em
aprimoradas para o sistema híbrido simples e desapercebida. Ela estará qualquer lugar, sem a necessidade
de transmissão, o congresso este em nossos escritórios, casas, car- de aplicativos móveis e com a gra-
ano também apresentou alternati- ros e se a televisão não incorporar tuidade do sistema broadcast. Para
vas para implantação de modelos esta realidade ela perderá valor para o radiodifusor, a possibilidade de
de negócios associados à TV híbri- muitas pessoas. Principalmente a TV controle e acumulo de informação
da. Ao integrar o mundo broadcast broadcaster, pois diversos dispositi- de dados de uso dos espectadores
com o mundo IP, este novo canal vos conectados à internet hoje e no o que pode alavancar o valor dos
de distribuição não pode ser visto futuro, irão oferecer o conteúdo an- espaços comerciais com publicidade
apenas como uma nova plataforma tes transmitido apenas pela televisão dirigida para espectadores anôni-
de distribuição eficiente, de menor terrestre. Pesquisas apontam que até mos ou logados nos sistemas. Para
custo e de prestação de serviços. Ao 2020 a população mundial atinja a os anunciantes nacionais e locais,
utilizarem o mundo broadband para marca de 7.5 bilhões de pessoas e medição em tempo real das ações
alcançar as audiências a indústria de 85% delas (6.4 bilhões) serão afe- dos espectadores, ações crossmídia,
televisão irá se deparar em um ter- tadas diariamente pela Internet das mais pessoas frente à televisão com
reno novo, completamente diferente Coisas. experiências personalizadas. Princi-
Tecsys Tredess Fourth Series é uma família de transmissores de TV e Gap Fillers em UHF, totalmente
compativel com a linha TS8200 RMA e RMX gerando redes de MFN e SFN.
Desenvolvida pela Tredess e fabricada no Brasil por Tecsys, esta linha de transmissores está
disponível nas potências de 10 a 350 watts, com sistemas redundantes de 4+1 e 8+1.
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necessidades de customização dos radiodifusores.
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cidades e países, conseguindo alinhar sua tecnologia às necessidades de campo e
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Reportagem
O
RioContentMarket fechou ses, incluindo 6 delegações interna- A quinta edição do RioContent-
sua quinta edição com nú- cionais (Reino Unido, Canadá, Argenti- Market contou assim com executi-
meros de expressão que o na, África do Sul, França e Itália). vos de mídias digitais, broadcast e
colocam entre os principais Os participantes realizaram em mobile, programadores, publicitários,
eventos de seu tipo a nível mundial. um importante hotel da Barra da distribuidores, criadores, produtores,
Este ano, afirmam os organizadores, Tijuca, zona sul do Rio de Janeiro, compradores de conteúdo e diversos
“o evento mergulhou fundo no mer- 860 rodadas de negócios nos três profissionais da indústria audiovisu-
cado audiovisual e superou as expec- dias do evento, participaram de al, que apresentaram ideias, cases e
tativas”. 130 painéis realizados em 6 salas modelos de negócios relevantes para
Realizado pela Associação Brasi- simultâneas com 275 palestrantes. o desenvolvimento de parcerias e co-
leira de Produtoras Independen- Ao todo, estiveram presentes, na -produções. A SET, como em 2014, re-
tes de TV (ABPITV), o RioContent- capital fluminense, executivos de alizou uma sessão que é parte de um
Market reuniu este ano 3500 parti- 70 canais de televisão nacionais e acordo de cooperação assinado por
cipantes chegados desde 36 paí- internacionais. ambas associações no ano passado.
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permite estabilizar o vídeo e gravar por ter sido gravada em formato mond, Cristina Gomes, Bruno Passeri
formatos RAW donde através dos RAW, podíamos mexer nos metada- e pelo experiente Bosco Brasil, a sé-
metadados pelo que podemos fazer dos e com ele mexer na correção de rie tem direção de Rudi Lagemann e
diferentes processos que no forma- cor e dar maiores detalhes”. fotografia de Marcelo Guru Duarte e
to anterior era impossível de fazer “Conselho Tutelar” foi criada por foi um negócio concretizado no Rio-
dando ao produtor uma flexibilidade Marco Borges e Carlos de Andrade, ContentMarket.
nunca antes tida na produção”. roteirizada pelo próprio Marco Bor- Na minissérie em cinco episódios
Para Andrade, “o futuro é o 4K, esta ges em parceria com Mariana Viel- produzida pela carioca Visom Digital
tecnologia é de fato o limite que a em coprodução com a TV Record, ex-
gente tem, porque o 8K não é factí- plicou Andrade, “aumentamos a pro-
vel para ser utilizado em TVs porque fundidade dos pretos e avançamos
seria necessário ter uma TV de 300” “Na minissérie Conselho para outras coisas, como quando
e porque, afirma, seria “mudar a ma- Tutelar aumentamos a demos um “grão” na imagem que
neira de filmar, seria chegar a uma profundidade dos pretos suavizou os contornos dando uma
maneira absoluta”. suavizando a cor até o preto progressão que permitiu suavizar a
O produtor da série exibida pela TV cor indo na imagem até o preto e
e branco gerando contrastes,
Record em 2014, “Conselho Tutelar”, branco gerando contrastes, e assim,
afirmou que “esta foi a nossa primei-
e assim, avançando para uma avançando para uma nova concep-
ra série produzida em 4K. Nela mos- nova concepção de cor” ção de cor”.
tramos como funciona o 4K e como Carlos Andrade Tony Viegas, coordenador de Pós
Produção de TV e Multiplataformas
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ter em ProRes 4444 UHD sem ser en- por exemplo, “permitindo que se
trelaçado “uma amostra que estamos possa produzir até de forma remo-
evoluindo para formatos melhores”. ta desde um campo de futebol até
Finalmente Nelson Faria (SET/Pet- a emissora sem necessidade de ter
Channel) disse que não há volta atrás, unidades móveis no local”.
o futuro é hoje e “já é uma realidade. Numa indústria com muitíssima
A TV está mudando para workflow 4K mudanças acontecendo ao mesmo
e com eles, tudo precisa vir através tempo, Faria explicou como é possí-
de uma rede IP”. Para ele o sentido vel criar um canal, como o PetChan-
de produzir em 4K é pensando no IP nel, onde todo o conteúdo é 4K e a
como forma de distribuição dos con- forma de distribuição será realizada
teúdos, já que está claro que não ha- através da nuvem da Amazon envian-
Nelson Faria (SET/PetChannel) afirmou verá canalização para emitir 4K por ar, do conteúdos para canais de IPTV.
na sessão organizada pela SET que o 4K por isso devemos adotar o IP porque (ver “PetChannel, primeiro canal 4K
já é uma realidade na indústria já existem tecnologias que permitem da América Latina”).
Tel. 21 3344-5555
Reportagem
O primeiro canal 4K de América Latina é brasileiro e teve Os primeiros 20 programas do PetChannel foram
lançamento oficial no RioContentMarket 2015. O Pet- produzidos integralmente em 4K com 3 câmeras, uma
Channel, um canal 24 horas por internet, IPTV, Facebook, Canon C500, uma Panasonic DMC-GH4 4K e um smar-
Instagram, TVs conectadas – SmartTvs – e para redes pri- tphone Samsung Galaxy Note 4. “No início parecia uma
vadas de TV terá programação 24 horas por dia em 4K. loucura utilizar um celular para uma produção como
O canal foi idealizado por velhos conhecidos da SE- esta, mas depois com testes percebemos que a quali-
T(Nelson Faria, ex diretor de inovação da Rede Globo e dade de imagem era fantástica e seria muito útil como
atual Vice-presidente da direção internacional da SET e câmera complementar ou segunda câmera”.
Júlio Caruso, ex-diretor da seção de Close Caption da TV O canal 100% 4K chegará as emissoras ou programa-
Globo) para ser emitido em múltiplas plataformas via doras que contratem os seus conteúdos “através da
streaming através da nuvem da Amazon. Nuvem da Amazon. Para realizar o streaming de vídeo
Nelson Faria disse à Revista da SET que a plataforma a equipe de engenheiros da PetChannel desenvolveram
contava com mais de 40 canais transmitidos por IPTV um sistema adaptativo a banda larga do usuário que
interessados em reproduzir os seus conteúdos e já con- pode ir dos 4K até os 720p, mas sempre garantindo no
tava com propostas end-to-end uma qualidade UHD”.
© Foto: Fernando Moura
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Reportagem
veitar o evento para conhecer as ção de conteúdos, coproduções ou zada. “O player da Kaltura, além de
inovações e os últimos lançamentos para novos modelos de negócio, a garantir a conversão automática dos
em tecnologias. Sabemos que as tecnologia digital tornou-se indis- vídeos, se integra a qualquer websi-
novas mídias trazem novas possibi- pensável”. te, software ou plataforma de tercei-
lidades para produções audiovisu- No RioContentMarket, a Kaltura ros, permitindo diferentes modelos
ais e distribuição de formatos como participou junto a AD-digital com o de monetização e fornecendo relató-
o Vídeo sob Demanda (VoD), stre- objetivo de mostrar aos produtores rios detalhados do consumo do con-
aming e OTT. Seja para produções os serviços oferecidos pela platafor- teúdo”, explica Lars Janér, diretor de
locais, seja para a internacionaliza- ma, e como esta pode ser moneti- operações da Kaltura Brasil. n
A
empresa alemã Aspa Stage- principais necessidades do mercado Ele disse no Rio de Janeiro que a
tec iniciou no Rio de Janeiro brasileiro. As sessões serão abertas empresa trouxe ao Brasil “um mó-
uma serie de reuniões com aos profissionais de todo o Brasil”, dulo que atua como um facilitador,
profissionais do áudio. Um afirmou à Revista da SET, Augusto como uma plataforma para troca de
encontro único e pioneiro no país Oliveira, gerente Comercial da Aspa conhecimento que já teve sucesso na
que já é desenvolvido pela empresa Stagetec no Brasil. Malásia e na Rússia. Em países como
em vários países com destaque para
alguns da Asia e Este da Europa.
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© 2014 Imagine Communications
Reportagem
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Energia lança
nova linha
de LED com
desenvolvimento
nacional
Empresa carioca inova com o lançamento de uma nova linha
de luminárias para externas e estúdios com tecnologia brasileira.
A Revista da SET esteve nas novas instalações da empresa
na capital fluminense e conta em primeira pessoa
as características destes novos equipamentos desenvolvidos
no país por engenheiros brasileiros Por Fernando Moura no Rio de Janeiro
N
a indústria broadcasting Luz” desenvolvido por Ricardo Kauf- Prolites estão mais potentes em lu-
muito se fala sobre as mar- fmann, diretor e fundador da Energia. minosidade e com uma qualidade de
cas internacionais, os seus “As câmeras de cinema e TV neces- branco infinitamente superior as de-
equipamentos e o difícil que sitam menos luz a cada dia, por isso mais no mercado”, afirmou à Revista
se torna, as vezes, ter serviços pós- a empresa se concentrou na qualida- da SET, Kauffmann nos escritórios da
venda rápidos e com manutenção. de dos LEDs. Mesmo não precisan- firma nas instalações da empresa no
Também se sabe que são poucas do de muita luminosidade, os novos Rio de Janeiro.
as empresas brasileiras que desen-
© Foto: Fernando Moura
volvem tecnologia no país para a
indústria, mas das poucas que exis-
tem, algumas, o fazem e muito bem.
A Energia é uma dessas empresas.
Com mais de duas décadas de exis-
tência, a companhia carioca continua
inovando e produzindo equipamen-
tos de alta qualidade para o mercado
brasileiro, tanto com baterias como
com luminárias.
No início de 2015, a Energia lançou
uma nova linha de painéis, fresnels e
COBs de LED inovadores com tecno-
logias como Full Spectrum com CRI
de 98%, single LED, no Fan, chip On
Board, controle remoto via DMX-512.
O projeto dessa nova linha foi ba-
seado no conceito de “Qualidade de Ricardo Kauffmann foi um dos fundadores da SET na década de 1980
Os desafios
da Reportagem Externa
O Setor de Radiodifusão aguarda a análise da Anatel relativa
aos pleitos que podem equacionar as dificuldades da Reportagem
Externa. Neste artigo apresentamos a visão da SET sobre a questão
e os principais tópicos apresentados a Anatel.
por Tereza Mondino, Camilla Cintra, Deisi Wosch e Adones Guerra*
A
Reportagem Externa enfren- sistemas de spread spectrum, o que estúdios e se transferindo para as
ta, hoje, um desafio diário inviabilizou seu uso pela radiodifu- ruas.
para ser realizada. O prin- são, em função das interferências, Além do Jornalismo diário, a situa-
cipal motivo é a redução demonstrando a necessidade de ex- ção também é crítica para a cobertu-
gradual do espectro que vem acon- clusividade em faixas de Reportagem ra de eventos, como, por exemplo,
tecendo para essa modalidade de Externa, e mais 200 MHz foram des- os Jogos Olímpicos Rio 2016. Evento
Serviço Auxiliar de Radiodifusão e tinados para MMDS (posteriormente único, histórico, que exigirá, por sua
Correlatos (SARC), fundamental para para outros serviços, agora incluindo relevância, uma cobertura jornalística
as transmissões de TV no Brasil. o 4G), resultando na disponibilidade impecável, com a melhor qualidade
Basta observar que, em 1978, quan- atual, de somente 100 MHz livres de possível de sons e imagens, o que
do as faixas do SARC foram canali- interferência. está diretamente ligado à disponibi-
zadas pela primeira vez, a faixa de Apesar da redução do espectro lidade de espectro, atualmente longe
2 GHz se estendia de 2300 a 2700 disponível para o serviço, as trans- de atender à demanda das emissoras.
MHz. Tínhamos, então, 400 MHz missões ao vivo aumentam cada vez
disponíveis. De lá para cá, 100 MHz mais, tendência geral do Jornalismo, A Difícil Realidade da Operação da
da faixa foram compartilhados com que vem gradativamente saindo dos Reportagem Externa das Emissoras
Nos grandes centros, a subfaixa de
2GHz destinada ao SARC não é ca-
paz de atender às necessidades das
emissoras para transmissões ao vivo
de telejornais e eventos, devido às
citadas interferências provenientes
dos sistemas de spread spectrum
operando em 2,4 GHz. Com isso, a
maior parte das transmissões, por
volta de 70%, acaba utilizando ou-
tras subfaixas da faixa de 2,0 GHz,
não destinadas ao SARC, ou ainda,
outras faixas de frequências, princi-
palmente a de 7 GHz.
Apesar de haver destinação ao
SARC em outras faixas de frequên-
cias, mais altas, a faixa de 2,0 GHz é
fundamental para o Serviço Auxiliar
de Reportagem Externa, pois somen-
te ela permite a agilidade necessária
na cobertura diária do Jornalismo e
Linha do tempo ilustrando a progressiva redução da faixa disponível para o SARC viabiliza a transmissão, em tempo
Bloco 1
Bloco 2
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Artigo
Conceitos e Fundamentos
do HEVC/H.265 por Tom Jones Moreira
N
esta segunda parte, finalizaremos a explicação codificação do segundo LCU na linha anterior estiverem
conceitual do codec e mostraremos o seu desem- disponíveis. A re-inicialização do codificador no início
penho e complexidade. de cada linha torna possível começar a decodificar uma
linha antes que o processamento da fila precedente te-
A importância do Processamento Paralelo nha sido concluído. Assim, como mostrado no exemplo
Como falado anteriormente para aproveitar ao máxi- da Figura 8, várias linhas podem ser decodificadas em
mo o uso cada vez mais generalizado de processadores paralelo com uma demora de dois LCUs entre as duas
multi-core, além do número cada vez maior de núcleos fileiras consecutivas.
utilizados nos processadores da classe de produtos de
consumo, por exemplo o presente em tablets e smart- 3.1 A Estrutura de Telhas
phones, uma grande atenção foi dada às característi- Outra ferramenta que ajuda no processamento para-
cas de paralelização da codificação e decodificação de lelo é a Tiles (telhas) que pode ser utilizada para a co-
vídeo ao se projetar o HEVC, tornando-o computacional- dificação e decodificação paralela, e funciona dividindo
mente mais complexo do que o seu antecessor. Porém, uma imagem em áreas retangulares (as telhas) – como
maximizar a paralelização tem sido um fator chave para mostrado na Figura 9 – onde cada peça é composta por
as soluções de codificação e uma eficiente solução para um número inteiro de LCUs.
decodificação em tempo real no HEVC.
Várias ferramentas no HEVC foram projetadas para tor-
nar a paralelização algo mais fácil do que realmente
é. Os filtros de desbloqueio podem ser aplicados aos
blocos de 8 x 8 pixels separadamente, e os coeficientes
de contextos podem ser processados em paralelo. Além
das estruturas conhecidas como WPP (Wavefront Pa-
rallel Processing) estão entre as várias ferramentas do
HEVC que podem proporcionar alto nível de paralelismo.
As Wavefronts processam linhas de LCU´s em paralelo,
preservando todas as dependências da codificação.
O conceito por trás da WPP é reinicializar o CABAC no
início de cada linha de LCUs. Para facilitar a adaptação
CABAC para o conteúdo do quadro de vídeo, o codifi-
cador é inicializado uma vez que as estatísticas da de- Figura 9:
A Estrutura de telhas em ação.
Fonte: Autor baseado em [2]
O espaçamento dos limites de linha e coluna das da complexidade computacional desse novo codec.
Tiles não precisa ser uniforme, o que oferece maior Porém isso não chega a ser exatamente uma má notí-
flexibilidade e pode ser útil para corrigir erros de resi- cia, pois é exatamente esse aumento de complexidade
liência. Além disso, a o suporte a slices (fatias) seme- computacional que permite o HEVC tratar taxas de bit
lhante ao H264, porém para suportar o processamento rate antes abusivas e proibitivas para o H264. E ainda
paralelo, cada slice no HEVC pode ser subdividido em temos a lei de Moore a nosso favor, e em algum tempo
pequenas fatias chamadas de Entropy Slices (ES). Cada essa demanda computacional de maior complexidade,
ES pode ser independentemente decodificada sem re- deve deixar de ser um problema.
ferência a outra ES. Portanto em tese cada núcleo de Uma última coisa que deve ficar clara é que os avan-
um processador/CPU poderia lidar com um processo ços trazidos pelo HEVC, praticamente extinguem a ne-
de decodificação de entropia em paralelo sem afetar cessidade de vídeo entrelaçado. A codificação de vídeo
os demais processos. Por isso, o padrão HEVC permite entrelaçado nos lembra de um tempo em que tanto
tanto a paralelização de nível alto e baixo, o que pode a eletrônica quanto o hardware não tinham capacida-
proporcionar benefícios significativos para a codifica- de para processar a largura de banda exigida para os
ção multisegmentada (a chamada multi-thread) e na padrões da época. Dessa forma a varredura entrelaça-
decodificação de vídeos, como 4K e 8K que tem uma da surgiu como forma de reduzir a largura de banda
resolução maior do que o HD. necessária para se transmitir 60 fps (quadros por se-
gundo) com a metade da resolução vertical (enviando
4. Conclusão: Desempenho e complexidade linhas impares e em seguida linhas pares). Hoje não
Para os que não estão familiarizados com a deno- precisamos mais fazer isso, temos poder computacio-
minação: “Ultra High Definition Television” (UHDTV), nal suficiente para processar 50, 120 ou até 150 fps
ele é composto por dois formatos de vídeo, 4k e 8k. (isso claramente se refere a taxa de quadros padrão
O 4k ao contrário do que se possa pensar, não é 4 para a televisão 4 e 8 K). Dessa forma o entrelaçamen-
vezes melhor que o HDTV (embora tenha 4 vezes mais to se torna uma grande “distorção” na medida que
pixels). O 4K possui 3840 pixels na horizontal, o que pode adicionar ruído e reduzir a qualidade, uma vez
corresponde a duas vezes o número de pixels do HDTV que os modernos algoritmos têm que fazer malabaris-
(1920) e tem 2160 pixels na vertical, o que novamente mos e converter internamente a varredura progressiva
corresponde a duas vezes o número de pixels do HDTV em entrelaçada, como se a imagem fosse ser exibida
(1080). Então o 4K tem duas vezes mais definição que em monitores CRTs, que são um legado de dias pas-
o HDTV (também chamado de 2K. A mesma lógica se sados, e que estão a cada ano sendo substituídos por
aplica ao 8K em relação ao 4k, e a tabela abaixo, ilus- LCD´s, OLED e até mesmo TV´s de Plasma.
tra a relação de pixels entre todos os formatos. Mas é importante ter em mente também, que a cur-
va de adoção do novo padrão (H265/HEVC), não esta
diretamente ligada ao sucesso do 4K, tecnicamente fa-
lando existem ainda alguns impeditivos para que o 4k
aconteça em larga escala:
Comparação de desempenho
de vídeo [52]
4K
480p 720p 1080p UHD
Tabela 3
Desempenho de redução de taxa de bits do HEVC. [4]
Porém a verdadeira massa de monitores com suporte zida pela BBC e a Universidade do Oeste da Escócia.
a HDMI 2.0 foi anunciada apenas na CES em janeiro de As sequências de vídeo foram codificadas usando o
2014, de modo que provavelmente a maioria dos tele- encoder HM-12.1 HEVC e o encoder JM-18.5 H.264 /
visores 4K vendidos hoje nas prateleiras dos mercados MPEG-4 AVC.
estão dotados de HDMI1.4. A tabela acima imprime os valores de redução da
Assim, todas as iniciativas de incluir UHD/4K na sala média das taxa de bits imposta pelo HEVC, que foi de:
dos usuários, provavelmente vão levar pelo menos 52% para 480p, 56% para 720p, 62% para 1080p, e
mais um ano antes de demonstrarem qualquer possibi- 64% para 4K UHD, quando comparado com o mesmo
lidade de ser implantadas. Mesmo assim, este tipo de perfil do H264/AVC, conforme tabela 3. n
solução estaria longe de atingir um mercado de massa
e só seria relevante para um punhado de felizardos,
que podem pagar cerca de US$20.000 dólares por uma Referências:
tela de 80” UHD, pois os preços só devem cair para o [1] Gary J. Sullivan, Jens-Rainer Ohm, Woo-Jin Han, e Tho-
mercado de massa em 2015, no mínimo. mas Wiegand — Overview of the High Efficiency Video
O grande mercado que eu realmente acredito que Coding (HEVC) Standard, Dez 2012
deve usufruir dos benefícios do HEVC é o de IPTV e [2] JCT-VC, “Encoder-side description of test model un-
OTT SD/HD. der consideration”, in Proc. JCT-VC Meeting, Geneva,
Primeiramente pela capacidade demonstrada aqui Switzerland, Julho 2010.
que esse novo codec tem de permitir que se transmita [3] Mahsa T. Pourazad, Colin Doutre — HEVC: The New
o mesmo conteúdo em menor largura de banda, ou Gold Standard for Video Compression, IEEE CONSUMER
ainda, melhorar o conteúdo (resolução) usando a mes- ELECTRONICS MAGAZINE. Julho 2012, Pág. 36 a 47
ma largura de banda. [4] TK Tan; Marta Mrak; Vittorio Baroncini; Naeem Ram-
Se levarmos em conta que a média da largura de zan (2014-05-18). “Report on HEVC compression perfor-
banda dos usuários aumenta de forma consistente em mance verification testing”. JCT-VC. Maio 2014.
todo o mundo, o impulso que o HEVC pode dar (em
qualidade de imagem, ou em redução de banda con-
tratada) aos provedores de TV OTT/IPTV é substancial.
Tom Jones Moreira. Especialista
HEVC não é apenas um alavancador para o UHD/4K
em Sistemas digitais, experiên-
(que como já falei deve demorar para chegar ao merca-
cia de mais de 12 anos no mer-
do de massa), é um alavancador para toda a indústria,
cado de Telecom. Supervisor
pelos reais benefícios que pode trazer de redução do
de Eng. de Aplicação na Tecsys
uso de largura de banda necessária na rede.
do Brasil, membro do Fórum
Em uma comparação subjetiva de desempenho de
SBTVD, e membro da direto-
vídeo o JCT-VC comparou o perfil HEVC principal contra
ria de Ensino da SET. Contato:
o perfil H.264 / MPEG-4 AVC. [4] A comparação utilizou
tom@tecsysbrasil.com.br
valores médios de pontuação de opinião e foi condu-
Protótipo de Segunda
Tela para usuários
de TV Digital Aberta
no Padrão ISDB-Tb
O presente artigo descreve uma proposta de uma solução para o uso
da tecnologia de Second Screen (Segunda Tela) para disposição
de conteúdos interativos para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital
– SBTVD na qual os usuários possam, de forma síncrona
com o conteúdo exibido na programação da TV digital, acessar
informações auxiliares e interagir com conteúdos relacionados
à programação por meio da internet. por Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues*
A
arquitetura fez uso de um formato específico de Dentre algumas vantagens proporcionadas pela segun-
protocolo de Broadcast Transport Stream – BTS da tela, existe a possibilidade do telespectador interagir
que contem as informações necessárias para com o conteúdo sem perturbar a privacidade dos de-
permitir que o receptor de sinal de TV digital mais. Permitindo a interação de um ou mais telespec-
possa sinalizar sobre a disponibilidade de segunda tela tadores simultaneamente ao mesmo conteúdo exibido,
para múltiplos dispositivos como, por exemplo, smar- através de diferentes dispositivos móveis, aptos para
tphones, tablets e PDA’s - Personal Digital Assistant. efetuar o acesso, oferecendo novas possibilidades de
A motivação deste trabalho é disponibilizar os recursos interação, melhorando a experiência do usuário.
da tecnologia de segunda tela aos usuários de TV digi- Este trabalho propõe isto para os provedores de con-
tal aberta. Estes usuários, de posse de um dispositivo teúdo em broadcast, em um cenário adequado para uso
móvel que contenha o nosso aplicativo de segunda tela, no SBTVD, também conhecido como ISDB-Tb (Integra-
serão capazes de acessar informações complementares ted Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazil) [2].
sincronizadas com a programação transmitida ao vivo. Para isto, serão necessárias alterações no sinal gerado
pelos provedores de conteúdo para inclusão da opção
Introdução de segunda tela (BTS) e a criação de um cenário que
O Second Screen ou segunda tela é uma tecnologia possibilite a detecção, sincronização e utilização desta
criada para oferecer ao telespectador a possibilidade tecnologia pelo usuário final. Este mecanismo deve ser
de interagir com o conteúdo apresentado na tela da TV, automático para o cliente, o telespectador em sua re-
utilizando aplicativos criados para este fim [1]. Com a sidência.
evolução dos dispositivos móveis e a mudança da TV
analógica para digital surgiram, além da interatividade, Segunda Tela
outros desafios que refletem diretamente na disponibi- Com o intuito de validar a proposta, e avaliar os re-
lização do conteúdo e na percepção do que é televisão sultados do sistema de segunda tela entre dispositivos
por parte do telespectador. móveis e receptores de sinal digital padrão ISDB-Tb, foi
desenvolvido um protótipo funcional do sistema pro- Para realização desta proposta é necessário a confi-
posto. O protótipo é composto de duas partes. guração desde a geração do conteúdo até a recepção
A simulação de uma TV com receptor digital embarca- mostrada na Figura 1.
do na forma de uma aplicação para computador, que re- Os componentes principais envolvidos no sistema
cebe, decodifica e exibe o conteúdo que é gerado pelas são: um ou múltiplos provedores de conteúdo de se-
emissoras, contendo a informação da disponibilidade e gunda tela, representados através de receptores de
identificação de conteúdo para segunda tela. sinal digital de televisão (player), um ou múltiplos
Uma aplicação para dispositivos móveis, desenvolvi- consumidores de conteúdo de segunda tela, represen-
da tanto para smartphones quanto para tablets, capaz tados através de aplicações em dispositivos móveis e
de identificar a disponibilidade de segunda tela, os uma rede local sem fio que interconecte esses disposi-
receptores conectados e dispor o conteúdo interativo tivos com suporte ao uso do protocolo TCP/IP (Trans-
em sincronia com o conteúdo exibido na primeira tela. mission Control Protocol/ Internet Protocol).
A solução proposta garante a interação com conte- No lado da geração do sinal de conteúdo, o Encoder
údo televisivo digital através das suas três principais irá encapsular os dados de áudio e vídeo em pacotes
categorias [3]: Interatividade Local (o recebimento e de TS (Transport Stream) que serão multiplexados pelo
consumo de informações na segunda tela); Interati- Mux ISDB-Tb. Os cabeçalhos destes pacotes de TS con-
vidade com canal de retorno não dedicado (interação tém informações para a decodificação, identificação -
com as informações dispostas na segunda tela através PID (Packet ID - IDentificador de Pacote) e sincronismo
de conexão com a internet) e Interatividade com canal de transmissão, padronizadas pela iniciativa ISO/IEC
de retorno dedicado (utilização da segunda tela como [5]. Existem também informações que são exclusivas
uma extensão de funcionalidades de conteúdo de tele- em cada país ou até mesmo para cada geradora de
visão digital já presentes no dispositivo alvo). conteúdo, estas informações são transmitidas em ta-
Através da interconexão de múltiplos dispositivos belas e estruturadas conforme a Figura 2, que por sua
diferentes em uma rede local, torna-se possível agre- vez também são transportadas como payload do pa-
gar funcionalidades adicionais ao aparelho receptor de cote de TS.
sinal digital. Por exemplo, a capacidade de adquirir No sistema de transmissão proposto de segunda
características de computação ubíqua e pervasiva [4], tela é necessário a inclusão de informações sobre o
através de informações específicas adquiridas pelo dis- provedor de conteúdo na tabela AIT. A sua identifi-
positivo móvel que abriga a segunda tela. Noções de cação no TS, o PID, é informada indiretamente pela
sensibilidade ao contexto, sem necessitar uma inter- tabela PMT (Program Map Table), ou seja, definida
venção do usuário ou uma adição de novos compo- pela emissora no campo table_id. Os demais cam-
nentes no aparelho. pos devem ser configurados com valores fixados pela
Figura 2.
Estrutura
de Tabelas
Referências
[1] Cesar, Pablo, Dick CA Bulterman, and A. J. Jansen. “Usages of the
Figura 3. Sintaxe de Formação Indicada secondary screen in an interactive television environment: Control,
pelas Recomendações ITU-T J.205 e ITU-T J206 enrich, share, and transfer television content”. Changing television
environments. Springer Berlin Heidelberg, 2008. 168-177.
[2] Costa, Laisa Caroline de Paula, et al. “A technical analysis of
digital television broadcasting in brazil.” Broadband Multimedia
Code é o código binário para executar o descritor. Re- Systems and Broadcasting (BMSB), 2013 IEEE International Sym-
sources é o campo de informações relativo à aplicação, posium on. IEEE, 2013.
em conformidade com a Norma ISO/IEC 8859-15. O cam- [3] NBR 15607-1, ABNT: “Norma para Televisão Digital Terrestre-
Canal de Interatividade-Parte 1: Protocolos.” Interfaces Físicas e
po Meta-data é composto por informações associadas Interfaces de Software”. Avaiable in: http://www. forumsbtvd. org.
à aplicação. Control é um campo utilizado para prover br/materias. asp.
os controles da aplicação disponibilizada. E por final, o [4] Edwards, W. Keith. “Discovery systems in ubiquitous compu-
ting.” Pervasive Computing, IEEE 5.2 (2006): 70-77.
campo User settings são alguns outros parâmetros de [5] Rec, I. T. U. T. “H. 222.0| ISO/IEC 13818-1.” Information Tech-
configuração que a emissora pode disponibilizar. nology—Generic Coding of Moving Pictures and Associated Audio
O receptor de sinal digital será o responsável pela Information: Systems, ITU-T/ISO/IEC (2007).
[6] NBR 15603-1, ABNT. “ABNT NBR 15603-1, Multiplexação e ser-
decodificação do sinal recebido através do BTS e por viços de informação (SI) Parte 1: SI do sistema de radiodifusão.”
sinalizar na rede a existência de conteúdo interativo ABNT, 1. ed. (2007).
disponível de modo passivo. O receptor ISDB-Tb possui [7] Tuler, Diego. “Lua Socket”. Available in: http://luasocket.
luaforge.net.
bibliotecas de extensão com funcionalidades de comu-
nicação em rede, através das camadas de rede TCP e
UDP e da capacidade de conexão do hardware do re- Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues, professor da
ceptor de sinal digital. A biblioteca LuaSocket [7] é utili- Faculdade FUCAPI, Manaus.
zada para implementação da interface de comunicação Contato: claudio.albuquerque@fucapi.br
e pode ser facilmente incluída e adaptada no player.
Como a interface de comunicação faz parte da propos- Eliel de Lima Reis da Faculdade FUCAPI, Manaus.
ta do sistema de segunda tela, através de uma aplica- Contato: eliel.lima@fucapi.br
ção no receptor de sinal digital, os dispositivos móveis Vicente Ferreira de Lucena Jr., do PPGEE - Programa de
estarão aptos a receber e utilizar os devidos avisos da Pós Graduação Engenharia Elétrica, da UFAM - Universi-
emissora. Um endereço específico de rede disponibiliza- dade Federal do Amazonas, Manaus.
rá as informações em formato organizado, para serem Contato: vicente@ufam.edu.br
disponibilizadas nos dispositivos.
audiovisual
por Daiana Sigiliano
A
produção de narrativas ficcionais seriadas es- Por envolver âmbitos distintos Marshall Kirkpatric
tadunidenses vive na contemporaneidade sua afirma que o impacto da Netflix na indústria do entre-
terceira Era de Ouro. As tramas exigem não só tenimento é amplamente discutido. De acordo com o
maior demanda cognitiva do público, como jornalista, a plataforma modificou não só a forma de
também são fundamentadas em um novo ambiente de distribuição dos grandes canais estadunidenses, como
conectividade em que as barreiras entre produtores e CBS, ABC e HBO, mas introduziu uma nova relação entre
espectadores, antes tão nítidas, se desvanecem entre o público e o conteúdo audiovisual. Já que cada intera-
as potencialidades do ecossistema da cultura da conver- ção do usuário com o serviço de streaming é registrada
gência. Este contexto marca a gênese do participante, e analisada. Os dados coletados revelam desde infor-
o termo, cunhado por Rose (2010), se refere aos novos mações sobre o dispositivo que o serviço está sendo
hábitos de consumo do sujeito midiático. Aquele que acessado até detalhes sobre hábitos de consumo do as-
tem a necessidade de compartilhar, remixar e colaborar sinante. Posteriormente, a partir desses dados a Netflix
com os produtos. Segundo Jenkins (2008) o participante consegue direcionar o conteúdo de acordo com o perfil
se distancia cada vez mais do appointment television de cada um dos usuários.
– a chamada TV com hora marcada - e opta por plata- Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, comen-
formas de TV Everywhere que lhe oferecem autonomia ta que atualmente grande parte das decisões tomadas
na hora de decidir quando, como e o que irá assistir. pela empresa são pautadas nos dados. Segundo ele
Fundada em 1997 por Marc Randolph a Netflix começou esta é uma das vantagens que a plataforma tem sob
a investir em conteúdos via streaming em 2007. Con- seus concorrentes. Ao processar esses dados o público
siderado um dos grandes expoentes da TV Everywhere, ganha não só uma identidade, como também fica mais
a plataforma oferece aos assinantes um catálogo com vulnerável a influência, uma vez que vários títulos são
filmes, documentários, séries, shows, entrevistas e pro- sugeridos a ele. “Você passa a produzir para um pú-
duções originais que podem ser acessados de forma blico endereçável. Os dados nos mostram quem são,
ilimitada. Segundo dados divulgados pela empresa, no realmente, os nossos assinantes, o que eles assistem e
segundo trimestre de 2014 o serviço teve US$ 1,34 bi- como assistem. Sabemos exatamente quem eles são”,
lhão de renda. Atualmente a Netflix atua em 40 países pontua (SALON, 2013). Atualmente cerca de 75% dos
atendendo mais de 50 milhões de assinantes que po- assinantes são influenciados pelo sistema de recomen-
dem assistir os conteúdos através do computador, TV, dação de títulos. Conforme destaca o diretor de comuni-
smatphones e tablets. cação da plataforma, Jonathan Friedland, “Nós sabemos
do Kevin Spacey ou de drama político e lhe dizer: ‘Você sual. House Of Cards é, em parte, a materialização das
irá se interessar por essa série’” (SALON, 2013). A nova preferências do público da Netflix. Os dados coletados
lógica de produção da Netflix tem dado certo, ao cruzar pela empresa fazem com que os assinantes se tornem,
os dados o serviço conseguiu atender prontamente as de certa forma, coautores das obras. Essa forma de
expectativas do público. A primeira temporada de House criação baseada em algoritmos abre um espectro de
of Cards bateu recorde de visualização atingindo o pos- caminhos neste novo ecossistema de conectividade.
to de programa mais assistido na plataforma e arrancou Entretanto, cabe a cada empresa determinar até que
elogios da critica especializada. O thriller político ganhou ponto os dados irão determinar qual será a próxima
o Globo de Ouro de melhor atriz (Robin Wright) em 2014, história a ser contada. n
em 2015 conquistou o de melhor ator, dado a Kevin Spa-
cey, que interpreta o vingativo Frank Underwood. Para saber mais:
ROSE, Frank. The Art of Immersion: How the Digital Generation
Is Remaking Hollywood, Madison Avenue, and the Way We Tell
Remédio ou Veneno? Stories. New York: W W Norton & Company, 2011.
Mesmo sendo um fenômeno recente e estando em ple- JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph,
na rota de colisão, é importante lembrar que uso de 2008.
KIRKPATRICK, Marshall. Netflix’s Big Data Plans to Take Over the
algoritmos no desenvolvimento de narrativas deve ser World. Disponível em: http://readwrite.com/2011/07/26/netflixs_
aplicado com cautela, caso contrário poderá impactar big_data_plans_to_take_over_the_world#awesm=~oHM9BIIyV4T-
seriamente o processo criativo das produções. Vc5
LIEBERMAN,DAVID. Netflix Unfazed By Growing Competition From
A partir do momento em que os dados moldam, ce- Amazon, Exec Says. In: Deadline, 2012. Disponível em: http://www.
gamente, as séries, os roteiristas se tornam reféns dos deadline.com/2012/09/netflix-competition-amazon-ted-sarandos/
hábitos dos assinantes e deixam de criar para transcrever BALDWIN, Roberto. Netflix Gambles on Big Data to Become the
HBO of Streaming. Disponível em: http://www.wired.com/2012/11/
os dados em imagens. É como se as produções fossem netflix-data-gamble/
apenas um reflexo fiel do gosto do público e os showrun- LAWLER, Ryan. How Netflix Will Use Big Data to Push House of
ners realizassem apenas a função mecânica de colocar o Cards. Disponível em: <http://gigaom.com/2011/03/18/netflix-big-
data/>
produto no ar. Se antes as ideias passavam por julga- LEONARD, Andrew. How Netflix is turning viewers into puppets.
mentos subjetivos, os algoritmos se tornam grandes e Disponível em: http://www.salon.com/2013/02/01/how_netflix_is_
implacáveis juízes que se baseiam pragmaticamente em turning_viewers_into_puppets/
‘House of Cards’ is Netflix’s most-watched program’. In: Inside TV,
dados. Outra questão que deve ser considerada neste 2013. Disponível em: http://insidetv.ew.com/2013/02/13/house-of-
novo ecossistema é até que ponto a segmentação mate- cards-is-netflixs-most-watched-program/ Acesso em 20 jun 2014.
rializada pelos algoritmos é benéfica ao usuário. Ao colo- WOLTON, Dominique. Elogio do grande público - Uma teoria crítica
da televisão. São Paulo: Ed. Ática, 1996.
car no ar exatamente o que o público quer, a plataforma
anula toda a diversidade da programação. Como defende
Daiana Sigiliano é jornalista, es-
Wolton (1996) o espectador não fica exposto ao novo, e
pecialista em Jornalismo Multi-
acaba consumindo o mais do mesmo, reprimindo qual-
plataforma (UFJF), mestranda em
quer oportunidade de assistir programas diferentes.
Comunicação na Universidade Fe-
Não há como negar o impacto da Netflix no cenário
deral de Juiz de Fora e pesquisa-
do entretenimento mundial. Enquanto muitos canais re-
dora do EraTransmídia.
lutam em disponibilizar suas séries online, o serviço de
Contato:
conteúdo on demand mostra que o ambiente digital
daianasigiliano@gmail.com
pode oferece novas possibilidades a produção audiovi-
PRESIDÊNCIA
Presidente: Olímpio José Franco
Vice-Presidente: Fernando Bittencourt
Assessoria Institucional: André Barbosa Filho
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor Executivo: José Munhoz
CONSELHO DE EX-PRESIDENTES
Conselheiro: Adilson Pontes Malta
Conselheiro: Carlos Eduardo de Oliveira Capellão
Conselheiro: Fernando Bittencourt
Conselheiro: José Munhoz
Conselheiro: Liliana Nakonechnyj
Conselheiro: Olímpio Franco
Conselheiro: Roberto Dias Lima Franco
CONSELHO FISCAL
Conselho Fiscal: Antonio C. de Assis Brasil
Conselho Fiscal: João Braz Borges
Conselho Fiscal: Maria Eloisa F. dos Santos
Conselho Fiscal: Moris Arditti
Conselho Fiscal: Ricardo F. de Kauffmann
REVISTA DA SET
A SET - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE TELEVISÃO, é uma associação sem fins lucrativos, de âmbito nacional, que tem por finalidade
a difusão, a expansão e o aperfeiçoamento dos conhecimentos técnicos, operacionais e científicos relativos à engenharia de televisão e telecomu-
nicações. Para isso, promove seminários, congressos, cursos, teleconferências e feiras internacionais de equipamentos, além de editar publicações
técnicas visando o intercâmbio e a divulgação de novas tecnologias.