Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
PARA MÍDIAS SOCIAIS
AULA 1
CONVERSA INICIAL
Os processos para a produção de um produto audiovisual normalmente passam por etapas
que são comuns à maioria das finalidades a que ele se destina, ou seja, independentemente de
onde ele será exibido e com que finalidade ou objetivo, deverá ser produzido cumprindo
determinadas etapas.
Estamos falando da televisão, internet e até mesmo do cinema. Embora cada um desses
segmentos tenha sua própria linguagem e particularidades, eles se assemelham em muitas partes
da produção, influenciados principalmente pelo “pai” de todos, o cinema.
É claro que existirão diferenças nesses processos, tanto no que se refere às etapas
propriamente ditas quanto à forma com que elas serão desenvolvidas. Também existirão diferenças
em relação aos equipamentos utilizados e à forma como tudo será montado.
Você pode perceber que, de uma forma geral, a produção audiovisual seguirá um caminho
principal, que norteará a produção, e de acordo com o segmento, as mudanças e as adequações
serão necessárias. Isso não é novidade para nenhum profissional de produção audiovisual.
Mas e a produção específica para a internet? Focando ainda mais, e a produção específica
para as mídias sociais?
Aqui entramos em um terreno novo, recente, se comparado às produções televisivas e
cinematográficas, e, obviamente, com a evolução da tecnologia e as mudanças dinâmicas e
constantes da linguagem da internet, entramos em um cenário bem específico.
É nesse terreno que vamos adentrar em nossas aulas. Ora passando por assuntos já
conhecidos e estabelecidos das produções televisivas e cinematográficas, com seus conceitos
precisos e bem definidos, ora desbravando novos terrenos, com regras e conceitos pouco
estabelecidos, que permitem o uso intenso da criatividade e o uso de novas tecnologias.
Tenho certeza de que você, que gosta do mundo dos audiovisuais, vai gostar desta viagem
pois vamos passar por diversos caminhos, alguns históricos e conhecidos e outros ainda pouco
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
conhecidos.
CONTEXTUALIZANDO
Vamos voltar um pouco no tempo para contextualizarmos uma situação.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, os anos 1950 se aproximam e os movimentos
cinematográficos começam a se movimentar, agora livres do terror da Guerra, que impôs uma série
de limitações e necessidades de adequações. A forma norte-americana de fazer cinema começa a
ganhar ainda mais força e a influenciar a arte e a cultura de um modo geral.
Aqui em nosso país, começa a surgir um movimento que mais tarde seria conhecido em todo o
mundo, o Cinema Novo. A vontade de mudar o jeito e a forma como o cinema estava sendo feito,
quebrando regras e mudando tradições pode ser considerada a linha mestra desse movimento.
Não vamos nos aprofundar nesse tema (os movimentos cinematográficos), embora seja um
assunto fascinante, mas esta introdução foi justamente para contextualizar um dos personagens
mais conhecimentos da história de nosso cinema, Glauber Rocha.
Com a obra-prima Deus e O Diabo na Terra do Sol (1964), dentre outros sucessos, Glauber
Rocha ganha ainda mais destaque nesse cenário. É claro que houve tantos outros importantes e
talentosos cineastas como Luiz Carlos Barreto, Cacá Diegues, Nelson Pereira dos Santos, Ruy
Guerra, dentre outros, mas o nome de Glauber Rocha surge no contexto de nossas aulas por uma
frase ou um pensamento que ganhou fama ao longo do tempo e ficou marcado em nossa história:
“uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.
Sim, entramos na história do cinema justamente para chegarmos a este exato ponto: será que
para produzirmos um audiovisual é necessário apenas uma câmera e uma ideia?
É claro que Glauber Rocha cunhou essa frase contextualizando a necessidade da arte sobre os
processos comerciais de produção, e ainda poderíamos ficar na dúvida sobre esse mito do
improviso que podemos extrair desse pensamento, mas mesmo ele sabia que, para a produção de
um filme, é necessário muito mais do que isso. O cineasta também era roteirista e é sabido o
cuidado com que ele preparou o roteiro e montou seus filmes, utilizando-se de cuidadosos
planejamentos.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
TEMA 1 – AUDIOVISUAL
Vamos começar esta aula com a definição de audiovisual.
Audiovisual pode ser definido como um material, como o próprio nome diz, que se utiliza de
áudio e imagens, sejam elas vídeos, desenhos ou fotos.
É possível também definir um material audiovisual como aquele que estimula os sentidos da
visão e audição. Para Bettetini (1996), audiovisual é um produto, objeto ou processo que, ao
trabalhar com estímulos sensoriais da audição e da visão, objetiva uma troca comunicacional.
Mas é preciso levar este conceito a um patamar além das definições acadêmicas, o audiovisual
pode ser muito mais do que isso. É possível perceber uma forte ligação de nossos hábitos atuais
com os audiovisuais ou a cultura dos audiovisuais, sejam eles na televisão, no cinema e na própria
vida cotidiana.
A documentação de nossas atividades corriqueiras, festas, viagens e eventos há muito tem se
tornado alvo de nossas câmeras, sejam amadoras, profissionais ou presentes nos smartphones.
Atualmente, como já dissemos, captar todo tipo de imagem tem influenciado o comportamento das
pessoas e levando esse hábito, em algumas situações, a esferas um tanto quanto exageradas.
Nossa relação com o audiovisual que já era comum quando pensamos na televisão e no
cinema, agora nos integra com a internet e ao mundo virtual, levando as propriedades, formas e
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
Saiba mais
KANTAR IBOPE MEDIA. Inside TV. Disponível em: <https://www.kantaribopemedia.com/wp
-content/uploads/2020/03/Kantar-IBOPE-Media_Inside-TV_2020-1.pdf>. Acesso em: 5 out.
2021.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
O audiovisual também pode ser visto como uma indústria que movimenta números
expressivos, gera empregos e renda para muitos. Enfim, podemos ter a certeza de sua importância,
seja em nossas vidas particulares, seja na vida profissional.
Sim, era o início de tudo e quando surgiu um pequeno disco com capacidade para armazenar
incríveis 650MB (muito espaço para a época), todos ficaram surpreendidos. A sua utilização foi
explorada ao máximo, pois logo vieram as mais diferentes utilizações. De músicas a conteúdos
educacionais. enciclopédias, escolas e cursos à distância passaram a disponibilizar seus
conteúdos em coleções de CDs e essa finalidade se mostrou bastante eficiente para a época,
tornando-se sucesso imediato.
Mas é importante lembrar que o CD-Rom nunca permitiu qualquer tipo interatividade, a não ser
o de disponibilizar um link para que o usuário pudesse ser direcionado para algum site.
Seguindo a evolução, o sucessor natural do CD-Rom foi o DVD, um disco semelhante na
aparência, mas com a capacidade de armazenamento quase que 7 vezes maior. Com 4,3 GB o DVD
também alcançou sucesso rapidamente no final dos anos 1990 e aposentou sem demoras o CD-
Rom.
Esta mídia também acumulou a funcionalidade da navegação por meio de menus, mas também
com quase nenhuma interatividade.
DVD Roms foram lançados, mas não repetiram o sucesso dos CDs, pois a internet já se
desenvolvia com conexões um pouco mais rápidas e capacidade de armazenamentos e
transmissões maiores e mais eficientes.
A sucessão do DVD foram os discos de Blu-ray com capacidade de armazenamento de
aproximadamente 54 GB, mas neste momento a internet já estava apta a disponibilizar vídeos com
mais qualidade, o que fez com que essa mídia fosse condenada em pouco tempo.
Na primeira década dos anos 2000 já tínhamos o desenvolvimento dos dispositivos móveis e,
mesmo com capacidade de processamento e armazenamento longe do ideal, as mudanças
começaram a ser mais radicais pois a internet já caminhava a passos largos.
Pudemos então iniciar uma nova etapa em que os discos deram lugar ao armazenamento
virtual, e, sem dúvida alguma, a internet, por meio do YouTube, é o local de maior penetração
atualmente.
2.1 YOUTUBE
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
O YouTube se tornou ferramenta de acesso a conteúdo e integração entre várias partes, vários
públicos com diferentes objetivos e finalidades, oferecendo interatividade de acordo com a
maneira em que a ferramenta é gerenciada e utilizada.
Até mesmo a área da educação utiliza o YouTube como ambiente para difundir o
conhecimento. Mattar (2009) descreve que o YouTube permite ao usuário construir um ambiente
particular de aprendizagem, fazendo com que um grupo de pessoas compartilhe conteúdos e
possam trocar entre si materiais e opiniões sobre esse conteúdo.
O YouTube foi criado em 2005. Sim, parece que foi há bem mais tempo, mas seu sucesso é
tamanho que quase não conseguimos lembrar o nosso cotidiano sem a utilização dessa
ferramenta.
Ele está localizado em dezenas de países e em mais de 50 idiomas. Os números que envolvem
sua utilização são surpreendentes e onde está o seu segredo? Na sua simplicidade. A sua
manipulação, de subir e descer vídeos é feita com poucos comandos, facilitando sua operação,
com isso tornando-o acessível a praticamente todos que tenham smartphones e tablets.
Muita gente quer postar seus vídeos nele e fenômenos de exibição com milhões de acessos já
são frequentes. É comum abrirmos o YouTube para assistirmos a filmes, vídeos, para nos
entretermos ou mesmo para aprendermos sobre alguma coisa. É comum alunos realizarem
pesquisas sobre os mais diferentes assuntos no YouTube e até mesmo desenvolverem seus
próprios conteúdos.
Ao alcance de cliques, vídeos são adicionados, legendas, comentários, anotações, links, tudo
pode ser incluído criando dinamicidade para que posta e para quem use. Se criarmos uma conta no
YouTube, será possível enviar mensagens para uma lista de contatos e, com isso, criar uma
dinâmica onde é possível compartilhar vídeo de forma privada, por exemplo, e assistir a eles em
grupo, obtendo interação entre todos, isso sem falarmos do YouTube ao vivo, onde é possível fazer
uma transmissão ao vivo de qualquer conteúdo e em qualquer lugar onde exista conexão com a
internet.
Futilidades à parte, as redes sociais popularizaram ainda mais o vídeo, aliadas às facilidades
tecnológicas dos smartphones e de todas as possibilidades de comercialização existentes.
O Facebook, WhatsApp, Twitter, Instagran, Tik tok, e muitos outros aplicativos e ferramentas
que existem e outras que certamente aparecerão, são os ambientes perfeitos que contribuíram
para a explosão dos vídeos.
Patricio ([S.d.]) define o Facebook da seguinte forma:
O Facebook é uma das redes sociais mais utilizadas em todo o mundo como espaço de
encontro, partilha, interacção e discussão de ideias e temas de interesse comum. Foi criada a
4 de Fevereiro de 2004 por Mark Zuckerberg e alguns colegas, estudantes da Universidade de
Harvard, que criaram um site para que pudessem comunicar entre si, partilhar informação
académica, enviar mensagens e publicar fotografias.
Neste momento, você deve estar em seu computador, tablet ou smartphone lendo este texto e
em breve irá assistir a uma aula em vídeo (se ainda não assistiu) por meio de um desses
dispositivos, mas, além disso, você deve estar se conectando com a sua comunidade por meio de
umas dessas redes sociais.
Já falamos do YouTube, mas é importante ressaltarmos que inevitavelmente, quando
pensamos em vídeo na internet, pensamos no YouTube, seja para o entretenimento, seja para o
trabalho e nas mais diferentes áreas.
O YouTube se tornou ferramenta de acesso a conteúdo e integração entre todos com
interatividade avançada de acordo com a maneira em que a ferramenta é gerenciada e utilizada.
O Vimeo, uma espécie de concorrente do YouTube, também funciona nos mesmos moldes
com possibilidades de “subir e descer” vídeos, criação de canais etc., mas com menor
popularidade, o que faz com que ele acabe sendo utilizado por um público mais restrito embora
seus resultados sejam muito bons. Também tem sido muito utilizado no ensino a distância como
armazenamento e compartilhamento de videoaulas.
Como vimos, a internet se torna hoje a principal mídia digital e parceiro inseparável das
produções audiovisuais.
TEMA 4 – LINGUAGEM
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
Estes desenhos foram criados para representar as expressões humanas, com um padrão que
pudesse ser compreendido em qualquer lugar do mundo (ou praticamente).
Veja alguns exemplos de Emoticons:
=s =* =) =] =P ;P 8-) @.@ =[ =( *-* >< \O/ Oo
Dessa forma, os emoticons começaram a preencher, mesmo que precariamente, essa lacuna
visual, perdida pela falta do contato visual e presencial nos diálogos na internet.
O dinamismo da internet logo fez com que os Emoticons se tornassem limitados para ilustrar
tudo o que era preciso nas trocas de mensagens e diálogos digitais e eles foram aprimorados e
foram criadas ilustrações (desenhos pré-definidos) que poderiam ser usados a qualquer momento,
com muito mais praticidade e clareza nos resultados, ou seja, os desenhos deram mais vida à
forma de expressão na internet.
Com o crescimento mundial da forma de comunicação por mensagens de texto, os emoticons
foram sendo aprimorados e lentamente se transformaram em algo diferente, mais complexo. Para
Moro (2016), a denominação já não era mais correta, sendo emojis o nome mais apropriado:
Inicialmente, os Emoticons possuíam apenas a representação do próprio texto, mas, com o
tempo, os caracteres foram incorporando imagens gráficas em sua representação e se
diversificando de várias maneiras. Essas figuras são chamadas de Emojis. A palavra surgiu
derivada da junção de dois termos em japonês: “e” (que significa “imagem”) + “moji” (que
significa “letra”). O nome foi dado pelo seu criador, Shigetaka Kurita, que, em 1995, decidiu
incluí-los em pagers da companhia que trabalhava, a NTT DoComo, para atrair o público
adolescente. O significado em português de Emoji, não por coincidência, é pictograma. (Moro,
2016, p. 60)
Figura 2 – Emojis
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
Para Erick Qualman (2011, p. 26), a resposta é não, e ele afirma justamente o contrário:
“investindo tempo em mídias sociais você se torna na verdade mais produtivo”. O argumento do
autor se baseia em alguns exemplos: quando estamos em um supermercado e precisamos comprar
ingredientes para uma receita, basta acessar as redes e já teremos informações para poder adquirir
tudo o que for preciso. Outra situação colocada por ele: quando queremos obter informações
sobre familiares ou amigos na qual não temos contato mais frequente. E situações e exemplos não
faltam: você mesmo, profissional ou futuro profissional da comunicação, pode utilizar as redes
sociais como fomento de informação e inspiração para novas ideias, criar pautas, marcar reuniões
etc.
Bem, não precisamos de muitos exemplos mais para demonstrarmos a importância das redes
sociais atualmente e termos a certeza de que nossas vidas e nossos relacionamentos estão ligados
por meio dessas redes.
TROCANDO IDEIAS
Como atividade deste tópico, crie um fórum e nele apresente os argumentos sobre os
conceitos e definições apresentados nesta aula.
A internet nos levou a uma mudança de comportamento social. Onde as mídias sociais estão
inseridas neste contexto? Por que as pessoas têm cada vez mais necessidades de acessar e
participar das mídias sociais?
Quais as características da linguagem da internet que mais atraem as pessoas? Traga para a
discussão argumentos construídos com base nos conteúdos da aula e de suas próprias vivências
cotidianas.
NA PRÁTICA
Levando em consideração as questões que nortearam as discussões desta aula, escolha
algumas pessoas ou empresas e observe suas atuações nas redes sociais.
Ao observar o desempenho das pessoas escolhidas nas redes, elenque alguns tópicos a serem
levantados e analisados:
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
FINALIZANDO
Finalizamos esta aula chegando ao ponto principal e envolvendo os vários dos assuntos que
tratamos até aqui: o audiovisual, as mídias digitais, a internet, as mídias sociais e a linguagem.
Todos esses assuntos estão correlacionados e são peças imprescindíveis de nosso assunto
principal, a produção audiovisual para as mídias sociais.
Para que possamos produzir um produto audiovisual eficiente, é preciso compreender e
conhecer o público, sua forma de expressão, linguagem e principalmente o meio onde ele vive e
onde o audiovisual será veiculado.
Não despreze a internet pelo simples fato de ser um local aberto e de fácil acesso a muitas
pessoas. Assim como outros meios, como a televisão ou o rádio, ela também possui suas
peculiaridades e características que precisam ser bem conhecidas e entendidas para que sua
mensagem chegue corretamente ao destinatário final.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, S. Redes sociais e tecnologias digitais de informação e comunicação: relatório
final de pesquisa. Rio de Janeiro: Nupef, 2006.
ALMEIDA, M. J. Imagens e sons: a nova cultura oral. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção
Questões da Nossa Época, v. 32)
BANDEIRA, D. Material didático: conceito, classificação geral e aspectos da elaboração.
Curitiba: IESDE, 2009.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/20
14/12/2022 15:23 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/20