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Sara Carolyne Gomes Ramos

Fichamento dos textos preparatórios para a realização do


TCC, Texto “Justiça climática e as estratégias de adaptação às
mudanças climáticas em Brasil e em Portugal”, TORRES, et.al
(2021)

RONDONÓPOLIS MT
2024
O artigo trata da questão da justiça climática, analisando como o Brasil e Portugal lidam
com as mudanças climáticas e as estratégias de adaptação. A justiça climática e a equidade
(Segundo o Dicionário Online de Português no Google, equidade seria derivado do latim
"equitas,atis", que significa julgamento justo e tem a ver com senso de justiça, ou seja,
correção e honestidade no modo de se comportar, de opinar. Imparcialidade é um sinônimo
para equidade) são princípios fundamentais do Acordo de Paris, mas sua aplicação pode variar
de acordo com as realidades de cada região.
Para compreender como esses países lidam com a justiça climática, os autores fizeram
uma revisão sistemática da literatura sobre o tema, usando ferramentas como Google Scholar
e Web of Science. Procuraram por textos que abordassem a responsabilidade ambiental em
países como o Brasil e Portugal. Foi examinado o Plano Nacional de Adaptação (PNA) e outras
fontes relacionadas à adaptação climática no Brasil. Portugal concentrou-se na Estratégia
Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (Enaac) e em relatórios setoriais. Porém como
o meu orientador falou na nossa reunião na última quarta, 24/01/24, nosso foco é o Brasil.
Os critérios de inclusão consideraram artigos científicos publicados em revistas
nacionais e internacionais, enquanto a exclusão foi feita a documentos como apresentações em
congressos e livros. A análise da literatura revelou que o debate sobre a responsabilidade
ambiental começou a ser abordado nos anos 2010. Então, os escritores buscaram compreender
como as noções de justiça, vulnerabilidade e disparidade são abordadas nos instrumentos de
política ambiental de cada país. O propósito era contribuir para uma discussão mais ampla
sobre justiça ambiental e adaptação às mudanças climáticas.
O texto, artigo aborda diversas visões e pesquisas sobre a responsabilidade ambiental
no contexto do Brasil. Conversa Teórica e Ética: Escritores como Zagonari e Rammê discutem
a justiça ambiental, abordando questões éticas e sociais relacionadas à distribuição dos perigos
climáticos globais.É importante ver as necessidades básicas das comunidades afetadas pelas
mudanças climáticas, como discutido por Zagonari. Tem também os estudos de Caso e Efeitos
Local; diversos estudos de caso, como os de Milanez e Fonseca, Ioris et al., Dalla-Nora e Sato,
e Henrique e Tschakert, analisam os efeitos das mudanças climáticas em comunidades
específicas no Brasil. Esses estudos tratam da escassez de água, dos impactos na agricultura e
das respostas a eventos climáticos extremos. Tem a questão também do conflito social e
ambiental que é abordado no artigo, alguns autores, como Verdan, Oliveira, Branco e Armada,
e Patrick Bond, relacionam a justiça climática a questões socioeconômicas e ambientais, como
desigualdades sociais, desenvolvimento sustentável e responsabilidade global. Eles defendem
que a justiça climática é indispensável para lidar com as injustiças ambientais e sociais que
surgem das mudanças climáticas.
Escritores como Miranda e Firpo Porto examinam eventos como a Rio+20 e a Cúpula dos
Povos, destacando as diversas abordagens para lidar com questões ambientais e climáticas.
Há uma crítica à predominância de interesses comerciais em algumas abordagens,
enquanto outras incentivam a solidariedade e a justiça ambiental.
A igualdade e a responsabilidade na abordagem das mudanças climáticas tem sido um
tema recorrente tanto no Brasil quanto em Portugal, refletindo em uma variedade de
perspectivas e áreas de estudo. Diversos autores e pesquisadores têm estudado diversos
aspectos da justiça climática, desde a gestão de recursos até as relações internacionais e os
movimentos sociais.
No Brasil, o PNA tem sido um elemento crucial na abordagem das mudanças
climáticas. O PNA foi criado por um Grupo de Trabalho Interministerial, o qual recebeu
contribuições da sociedade civil por meio de consultas públicas e chamadas para contribuições.
Apesar de alguns princípios de justiça e equidade terem sido mencionados no PNA, a questão
da justiça ambiental ainda não foi contemplada na agenda pública do Brasil. No entanto, em
Portugal, a discussão sobre mudanças energéticas, políticas institucionais, percepções sociais
e educação tem sido intensa. Os escritores têm examinado questões éticas, jurídicas e políticas
relacionadas à justiça ambiental, reconhecendo a conexão entre mudanças climáticas e
desigualdades sociais. No entanto, apesar dos esforços iniciais, a justiça climática ainda não é
o foco das agendas públicas desses países. Os documentos oficiais ausentes e a ausência de
uma abordagem integrada nas políticas climáticas indicam uma lacuna significativa na
consideração das desigualdades e direitos relacionados às mudanças climáticas.
É crucial que os planos de clima futuros no Brasil e em Portugal incluam uma visão
mais ampla da justiça climática. Isso significa não somente reconhecer as diferenças
socioeconômicas e ambientais, mas também tomar medidas concretas para minimizar essas
diferenças. A incorporação de princípios de equidade, participação da sociedade civil e
considerações sobre os direitos humanos são passos cruciais para assegurar que as políticas
climáticas sejam de fato equitativas e inclusivas.
As disparidades persistem no Brasil, em Portugal e em diversas partes do mundo, o que
leva a um chamado urgente para agir em relação às mudanças climáticas, especialmente quando
consideradas como desigualdades ambientais. A ligação entre adaptação e justiça é crucial no
planejamento, nas políticas e na mobilização social, para que não se tornem meros conceitos
vazios ou reproduzam as diferenças existentes. A pesquisa empírica na revisão da literatura
mostra que o conceito de justiça climática é mais utilizado nas negociações internacionais do
que nas estratégias de políticas públicas nacionais. Em Portugal, a questão da justiça é
apresentada inicialmente como uma bandeira dos movimentos sociais, mas somente
recentemente foi incorporada aos planos de ação ambiental. No Brasil, a expressão "justiça
climática" ainda não foi incorporada à agenda política e de pesquisa de forma significativa,
apesar de observarmos as influências de movimentos internacionais e organizações não
governamentais.
A ausência de uma única definição de justiça climática, e, ainda mais, sua tradução
para a agenda governamental ou movimentos, é evidente. Isso reforça a relevância de
compreender as discrepâncias entre os "Movimentos de Ação Climática" e os "Movimentos de
Justiça Climática". A distinção apresentada por Kashwan (2021) é crucial para uma análise
crítica da trajetória dessas noções e suas possibilidades como práticas verdadeiramente
transformadoras diante dos desafios contemporâneos do planeta.
A pesquisa destaca a importância de investigar o motivo pelo qual movimentos de base,
partidos e organizações sociais brasileiras não se engajaram de forma mais significativa na
agenda da Justiça Climática, tendo em vista que essa agenda poderia abranger questões
relacionadas aos impactos das mudanças climáticas e à diminuição das desigualdades no país.

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