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Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Bragança

Relações Lusófonas e Língua Portuguesa

O papel do Estado e a participação do público em


matéria de ambiente

Marta Rodrigues

Bragança, 2021
Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Bragança

Relações Lusófonas e Língua Portuguesa

O papel do Estado e a participação do público em


matéria de ambiente -
Estudo de caso dos Alunos de Relações Lusófonas e Língua Portuguesa da Escola
Superior de Educação de Bragança

Marta Rodrigues – A41635

ECOLOGIA E SOCIEDADE

Professora Maria Rodrigues

Bragança, 2021
ÍNDICE

• Contextualização ……………………………………………………………… 4
• O papel do Estado …………………………………………………………… 5-6
• Protocolo de Quioto (COP3, 1997); Acordo de Paris (COP21, 2015), COP6 .. 7-
11

• Participação do público em matéria de ambiente (Realização de questionário às


turmas de Relações Lusófonas e Língua Portuguesa) …………………… 12-15

• Ligação do tema às Relações Lusófonas ……………………………………. 16


• Considerações finais ………………………………………………………… 17
• Referências bibliográficas …………………………………………………… 18
CONTEXTUALIZAÇÃO

O presente trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular Ecologia e


Sociedade, incluída no plano de estudos da licenciatura em Relações Lusófonas e Língua
Portuguesa.

Ao longo deste trabalho pretende dar-se a conhecer qual é o papel do Estado em


matéria de ambiente, em Portugal, e que exemplo deve sobretudo transmitir à sociedade.
De seguida, é feita uma análise do Protocolo de Quioto (COP3 1997), Acordos de Paris
(COP21, 2015) e COP26, por considerar que estes são de grande destaque, focando
sempre o caso de Portugal. De modo a perceber a relevância e participação do público no
que toca ao ambiente, elaborei um questionário respondido pelos meus colegas de
licenciatura, permitindo-me analisar o seu nível de interesse e preocupação.

De forma a concluir este projeto, esclareço a importância que tem para mim
trabalhar este tema, relacionando-o à minha área de estudo, as Relações Lusófonas.

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O PAPEL DO ESTADO

Em Portugal, surgem com a Revolução de 25 de abril, os primeiros grandes


progressos nas políticas de ambiente – dá-se o aumento da participação social, mas de
acordo com Cruz (1995), relaciona-se mais com um processo transitório democrático do
que propriamente com questões mais direcionadas com mudança de valores, atitudes ou
comportamentos. Apesar desse avanço, só em abril de 1986 se pronunciou, pela primeira
vez, o termo Educação Ambiental, num Debate Parlamentar, na Assembleia da
República. Em 1997, a IV Revisão da Constituição da República Portuguesa torna-a mais
amiga do ambiente, ao se reforçarem incumbências do Estado, que vão da promoção «em
colaboração com as autarquias locais, da qualidade ambiental das povoações e da vida
urbana, designadamente no plano arquitetónico e da proteção das zonas históricas», da
«integração de objetivos ambientais nas várias políticas de âmbito setorial», da
«educação ambiental e o respeito pelos valores do ambiente» ou, mesmo, ao ponto de se
prever que o Estado deva «assegurar que a política fiscal compatibilize desenvolvimento
com proteção do ambiente e qualidade de vida» (Ramos Pinto, 2006). Com a nova
redação, o ambiente e a qualidade de vida são, acima de tudo e em primeiro lugar, uma
tarefa da sociedade, de cada um dos cidadãos, incumbindo ao Estado, em colaboração
com a sociedade e os cidadãos, a tarefa de assegurar o direito ao ambiente (Tavares,
2013). Até aos dias de hoje, Portugal tem seguido as políticas ambientais que se
sucederam na Europa e no mundo.

A Agência Portuguesa do Ambiente é a entidade responsável pela implementação


das políticas de ambiente em Portugal. As áreas de intervenção da APA são o clima, a
água, o ar e ruído, os resíduos e cabe-lhes também a avaliação e gestão ambiental e a
prevenção e gestão de riscos. De administração direta do Estado, existe a Secretaria-Geral
do Ambiente que tem por missão garantir o apoio à formulação de políticas, ao
planeamento estratégico e operacional, à atuação do Governo da área do Ambiente e Ação
Climática no âmbito internacional, à aplicação do direito europeu e à elaboração do
orçamento, assegurar a gestão de programas de financiamento internacional e europeu a
cargo do Ambiente e Ação Climática, bem como assegurar o apoio técnico e
administrativo aos gabinetes dos membros do Governo integrados na área governativa
Ambiente e Ação Climática e aos demais órgãos e serviços nela integrados,

5
nos domínios da gestão de recursos internos, do apoio técnico-jurídico e contencioso, da
documentação e informação e da comunicação e relações-públicas. Mas qual é,
sobretudo, o papel do Estado? Se a economia está no topo a nível de importância, é
fundamental aliá-la a um desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável é
precisamente uma relação entre crescimento económico, bem-estar social e qualidade
ambiental. Está ancorado ao desenvolvimento económico, baseado na conservação dos
recursos naturais. Para um desenvolvimento sustentável, os recursos naturais devem ser
utilizados de forma racional. Fazer este trabalho de alterar consciências é o principal papel
do Estado – levar os cidadãos em geral rumo a um sistema de produção sustentável,
procurando o progresso económico sem comprometer o futuro da humanidade. Somos
dependentes de recursos naturais e se estes deixarem de existir, o crescimento económico
ficará para trás.

6
PROTOCOLO DE QUIOTO (COP3), ACORDO DE PARIS (COP21)
E COP26

Uma COP é a Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Alterações Climáticas e é o órgão supremo da tomada de decisões dessa Convenção
da ONU. Destaco agora a COP3, COP21 e a mais recente, a COP26.

O Protocolo de Quioto foi discutido e negociado a 11 de dezembro de 1997,


durante a III Conferência das Partes sobre a Convenção do Clima (COP3), realizada em
Quioto, no Japão. No entanto, só entrou em vigor a 16 de fevereiro de 2005. Este tratado
internacional tinha como finalidade a redução da emissão de gases com efeito de estufa
pelos países signatários, que se comprometeram a atingir metas específicas e individuais.
Este Protocolo não foi suficiente para conter o agravamento do efeito de estufa e do
aquecimento global. Tal insucesso ocorreu porque o tratado não visava a adesão de todos
os países do mundo, além de estipular responsabilidades diferentes para os países
desenvolvidos e em desenvolvimento. Outro fator agravante foi o abandono do acordo
por algumas nações altamente poluidoras, como fizeram os Estados Unidos em 2011. Os
americanos são responsáveis por grande parte das emissões de dióxido de carbono no
mundo. 1 Entre 2008 e 2012, estabeleceu-se uma meta de 8% de redução das emissões de
CO2 para a União Europeia, repartida entre os Estados-membro. Por Portugal ter uma
economia menos desenvolvida, foi permitido que aumentasse em 27% as suas emissões.
Em 2014, Portugal cumpriu o Protocolo de Quioto, aumento as emissões de CO2 apenas
em 19%. Em 2020, tal Protocolo foi substituído pelo Acordo de Paris.

A assinatura do Acordo de Paris, a 12 de dezembro de 2015, representou um


assinalável passo em frente na luta contra as alterações climáticas. Pela primeira vez, a
quase totalidade das nações do mundo assumiu a necessidade de proceder à
descarbonização das respetivas economias; e comprometeu-se a agir, imediata e
intensamente, para travar o aquecimento global. Com metas precisas, entre as quais esta,
fundamental: que o aumento da temperatura média global fosse bem inferior a 2.ºC, por
comparação com os níveis pré-industriais, e, mais precisamente, que fosse limitado a 1,5º
C, num esforço para reduzir significativamente os riscos e impactos das alterações

1
Adaptado de Gold Energy: https://goldenergy.pt/glossario/protocolo-quioto/
climáticas. 2 Em dezembro de 2016, deu-se a primeira sessão da Conferência das Partes.
Aí, Portugal anunciou que cumpriria o objetivo da neutralidade carbónica até 2050. Foi a
primeira nação do mundo a assumir este compromisso. É de realçar também o trabalho
de António Guterres, que iniciou funções em janeiro de 2017. O novo Secretário-Geral
da ONU tem feito, a justo título, da luta contra as alterações climáticas a causa principal
da sua ação. Tem alertado as nações, tem incentivado a sociedade civil e a opinião pública
mundial, tem advogado políticas públicas e tem colocado, incansavelmente, na ordem do
dia das organizações multilaterais, a questão da sobrevivência do Planeta. Como dizia, a
2 de dezembro de 2020, em entrevista ao jornal “El País”, a humanidade tem estado em
guerra com a natureza e é preciso fazer as pazes. A Terra é o nosso bem comum, o seu
futuro é o nosso futuro e é coletivo o encargo de assegurá-lo (Santos&Fernandes, 2020).

Este Acordo também foi marcado pelo abandono dos Estados Unidos, um dos
países mais poluentes do mundo, quando Donald Trump subiu ao poder. Felizmente, o
Presidente eleito, Joe Biden, comprometeu-se em regressar no primeiro dia do seu
mandato; o Presidente chinês, Xi Jinping, declarou, na Assembleia-Geral das Nações
Unidas de setembro de 2020, que a China se comprometia a atingir a neutralidade
carbónica até 2060; e o Parlamento Europeu aprovou a Lei Europeia do Clima, uma das
prioridades da Presidência Portuguesa da UE, que aumenta a meta de redução de emissões
para 2030 de 40% para pelo menos 55%, podendo ainda subir para 57%. Esta nova lei
transforma em obrigação vinculativa o compromisso político do Pacto Ecológico Europeu
de levar a UE à neutralidade climática até 2050, além de proporcionar aos cidadãos
europeus e às empresas a segurança jurídica e a previsibilidade de que necessitam para
planear esta transição. Após 2050, o objetivo da UE será alcançar emissões negativas.

Em 2015, quando o Acordo de Paris foi assinado, Portugal já tinha assumido


metas de redução de emissões enquadradas no pacote 2030 da União Europeia. Contudo,
o ambiente não se configurava como um tema de relevância política. Ainda neste ano,
Portugal contou com emissões de gases com efeito de estufa da ordem das 68 milhões de
toneladas, sendo a produção e transformação de energia e os transportes os principais
responsáveis pelas emissões a nível nacional. As renováveis contribuíram, então, para
53% da produção de eletricidade e Portugal revelou estar mais dependente das

2
Adaptado de: www.portugal.gov.pt
importações de energia do que a maioria dos países europeus (78%). Esse foi o sétimo
ano mais quente desde 1931 e o ano em que foi alcançado o limiar de aumento da
temperatura média global de um grau centígrado. Desde essa data, este recorde foi sendo
sempre ultrapassado. Os últimos quatro anos foram os mais quentes de que há memória
(2016-2020) e o mês de setembro de 2020 foi o de mais elevada temperatura de sempre
(Santos&Fernandes, 2020). Ainda nesta cimeira do clima de Paris, quando todos os países
concordaram em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, ficou estabelecido
que cada país apresentava as suas contribuições atualizadas de redução a cada cinco anos,
numa nova COP.

A COP26 é a primeira após o Acordo de Paris em que os países têm de atualizar


as contribuições para diminuição das emissões de gases com efeito de estufa, pelo que a
maioria dos especialistas considera a reunião na Escócia como fundamental e decisiva
para o futuro do planeta. Por isso um dos grandes objetivos da COP26 é o de assegurar
que os países do mundo apresentam metas ambiciosas de redução de gases com efeito de
estufa até 2030, para que a meio do século o planeta não produza, devido à atividade
humana, mais gases do que aqueles que consegue eliminar, alcançando a neutralidade
carbónica. Pretende-se que os países se comprometam a eliminar progressivamente a
energia produzida a partir de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo e a troquem
por energias renováveis, que invistam na mobilidade elétrica e que reduzam a
desflorestação. (Lusa, 2021). No momento em que escrevo, janeiro de 2022, esta COP já
aconteceu. Realizou-se de 31 de outubro a 12 de novembro de 2021, em Glasgow – duas
semanas em que os líderes mundiais puderam decidir o futuro do Planeta. Os
protagonistas da COP26 foram os grandes emissores de gases com efeito de estufa, como
a China, a Índia, a Rússia, a União Europeia e os Estados Unidos.

A COP26 enfatizou a urgência e as oportunidades para avançar em direção a uma


economia neutra em carbono e pediu transparência e rigor nos planos de ação climática,
tanto de governos quanto de empresas. Assim, surgiu o Pacto pelo Clima de Glasgow,
documento que contém as diretrizes de ação política acordadas por todos os países. O
pacto inclui os seguintes acordos: O cenário de 1,5 ºC é mantido vivo - com metas
quantitativas e referências explícitas à redução de carbono e subsídios fósseis - e a
necessidade de cumpri-lo é reconhecida para evitar efeitos devastadores. Para isso, é
imprescindível reduzir as emissões em 45% - em relação aos níveis de 2010 - em 2030 e

9
chegar a zero emissões líquidas em 2050. Nesse contexto, os países são instados a acelerar
sua ação climática e a revisar e aumentar suas metas até 2030, em linha com o Acordo de
Paris, antes do final de 2022; os países desenvolvidos devem trabalhar para cumprir a
meta de US $ 100 bilhões em financiamento climático com urgência e transparência, bem
como revisar essa meta para cima até 2025. Os bancos multilaterais e os países
desenvolvidos são instados a alinhar as suas atividades de financiamento com o Acordo
de Paris; um plano de dois anos é estabelecido para definir uma meta global de adaptação
às mudanças climáticas e os países desenvolvidos são solicitados a dobrar o seu apoio
financeiro para a adaptação até 2025 para os países em desenvolvimento; as empresas
poderão participar do Balanço Global 2030, um diagnóstico da situação a partir da qual
as decisões serão adotadas e as leis climáticas serão revisadas. Essa participação será
canalizada por meio dos climate champions; um mecanismo de apoio financeiro é
colocado em prática para os países em desenvolvimento para que eles possam lidar com
os impactos das mudanças climáticas. Além deste pacto, importantes compromissos e
alianças políticas foram anunciados na COP26, entre os quais se destacam: A Declaração
China - Estados Unidos para fortalecer conjuntamente a ação climática no cenário de 1,5
ºC. Esta colaboração articular-se-á em torno de cinco áreas de atuação: regulamentos e
normas para promover reduções intensas de emissões durante esta década, transição para
um modelo de energia limpa, eletrificação de utilizações finais, economia circular e
tecnologias de captação de CO2 da atmosfera; a Índia anunciou um forte crescimento das
energias renováveis até 2030 (500 GW de energia limpa naquele ano) e a sua meta de
neutralidade climática em 2070; um amplo grupo de países e líderes da sociedade civil e
empresas aderiram à Declaração Global de Transição do Carvão para Energia Limpa
(Global Coal to Clean Power Transition Statement), pela qual se comprometem a apoiar
a aceleração do desenvolvimento de energias limpas em paralelo com o fechamento do
carvão, dentro da estrutura da transição justa; mais de 30 países - incluindo Estados
Unidos, Canadá e Itália – comprometeram-se a encerrar o apoio público aos combustíveis
fósseis até o final de 2022; mais de 35 países - como a União Europeia e a Índia - vão
colaborar para promover o uso de energia limpa em todos os setores até o horizonte de
2030, na chamada Agenda de Progresso de Glasgow (Glaagow Breakthrough Agenda). 3

3
Adaptado de Iberdrola: https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/contra-mudancas-climaticas/cop26

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Em síntese, todos estes Acordos pretendiam o mesmo – travar a luta contra as
alterações climáticas, reduzindo a emissão de gases com efeito de estufa e atingindo a
neutralidade carbónica. A meu ver, os exemplos dados nestas conferências não sempre os
melhores – Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, realizou o discurso de
abertura oficial da COP26, afirmando que "Falta um minuto para a meia-noite e
precisamos de agir agora" e que "A humanidade atrasou há muito tempo o relógio em
relação às mudanças climáticas e se não tomarmos providências agora, será tarde demais".
Discurso controverso quando o mesmo se deslocou de jato privado, tendo um comboio
que faria a viagem em 4 horas e 32 minutos; Bolsonaro compromete-se a travar a
desflorestação, quando tem feito exatamente o contrário nos últimos anos, ao ponto de os
últimos relatórios concluírem que grandes florestas, como a Amazónia, já estão a expelir
mais dióxido de carbono do que aquele que conseguem absorver; e o Primeiro-ministro
de Portugal, António Costa, cancelou a sua presença.

Manda-se fogo de artificio cheio de esperança, mas a temperatura continua a


aumentar, o mar a subir, a terra a seca, as cheias a inundar, e as indústrias mais poluentes,
como a agropecuária ou fast Fashion continuam a fazer o que sempre fizeram, só que a
fingir que se preocupam com a reciclagem (Faro, 2021). Continua a ser urgente intervir e
sobretudo, ver real preocupação com os líderes mundiais. Não fossem eles o nosso ponto
de referência.

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PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO EM MATÉRIA DE AMBIENTE
(Realização de questionário às turmas de Relações Lusófonas e Língua
Portuguesa)

Para abordar este tópico, achei interesse questionar todos os alunos de Relações
Lusófonas e Língua Portuguesa, independentemente do ano. Este inquérito serve,
sobretudo, para entender o interesse dos alunos e se a sua participação é ativa.

O formulário é composto por onze perguntas, as quais apresento de seguida, junto


com os gráficos correspondentes: A nacionalidade, cujas respostas foram cinco em
branco, seis portugueses, cinco chineses, seis santomenses, quatro cabo-verdianos, três
guineenses, um angolano e um brasileiro;

A segunda pergunta, Classifique o seu nível de preocupação em relação às questões


ambientais?, com dez respostas em Muita preocupação, nove em Preocupação moderada,
seis em Preocupação extrema, uma em Pouca preocupação e zero em Não tenho;

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De seguida, Na sua opinião, devem as leis do Governo quanto ao ambiente ser mais
rigorosas, menos rigorosas ou tão rigorosas como são agora? Como classifica as
leis/políticas ambientais?, dezoito respostas em Muito mais rigorosas, seis em Pouco mais
rigorosas, cinco em Tão rigorosas como são agora e duas em Pouco menos rigorosas;

A quarta pergunta trata-se da frequência com que se atualizam sobre as notícias


ambientais no mundo, dezasseis respostas em Às vezes, sete em Quase sempre, seis em
Raramente e duas em Sempre;

12
Seguiu-se uma pergunta idêntica mas em relação ao seu país, dezassete respostas em Às
vezes, cinco em Quase sempre, Cinco em Sempre, quatro em Raramente;

A sexta questão Considero fundamental ter noção dos acontecimentos atuais quanto ao
ambiente, contou com dezanove respostas em Concordo plenamente, onze em Concordo
e uma em Não concordo nem discordo, não existindo qualquer resposta em Discordo e
Discordo plenamente;

Posteriormente, Quando as pessoas se envolvem na tentativa de resolver os problemas


ambientas conseguem melhorar algo?, com dezoito respostas em Poucas vezes, oito Na
maioria das vezes, cinco em Sempre e nenhuma em Nunca;

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A nível da sustentabilidade, questionei os alunos se consideram o seu estilo de vida
consciente e sustentável. Dezasseis respostas em Na maioria das vezes, doze em Poucas
vezes e três em Sempre;

Ainda sobre o estilo de vida - Estaria disposto a mudar o seu estilo de vida de modo a
reduzir danos no meio ambiente?, Com dezanove respostas em Muito disponível, nove
em Moderadamente disponível, três em Pouco disponível e zero respostas em Nada
disponível;

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Para finalizar - Participa ou colabora com alguma instituição ambiental?, com vinte e
sete respostas negativas e quatro positivas. Mas das positivas, apenas uma refere
algumas ações nas quais participou: Coordenador do Grupo de Estudos de Meio
Ambiente e Relações Internacionais, Participante da Semana do Clima da América
Latina e Caribe das Nações Unidas, Voluntário no Dia Mundial da Limpeza para recolha
de lixo na praia e Voluntário na plantação de árvores.

De acordo com as respostas dadas, observámos que a maior parte dos alunos
revela grande preocupação em relação às questões ambientais e que consideram que as
medidas ambientais deviam ser mais rigorosas. No entanto, não demonstram grande
interesse em acompanhar as notícias no mundo nem no próprio país, apresentando um
contrassenso porque 90% dos alunos diz considerar fundamental a atualização quanto aos
acontecimentos atuais. Poderá dizer-se que, geralmente, os alunos de Relações Lusófonas
têm noção da importância mas pouco agem? As respostas à pergunta seguinte podem
levar-nos a essa mesma conclusão – quase 60% dos alunos apresentam uma descrença
quanto à possibilidade de puderem melhorar algo. Contudo, mostram-se empenhados
num estilo de vida consciente e sustentável, uma vez que todos os alunos exibem respostas
positivas. E apenas três pessoas não se mostram disponíveis a mudar o seu estilo de vida
de modo a reduzir danos no meio ambiente. Dos trinta e um inquiridos, vinte e sete não
colaboram com qualquer instituição ambiental. Acredito ser necessária cada vez mais a
sensibilização e educação ambiental, bem como a apresentação, a promoção de
instituições e de atividades onde os alunos possam colaborar.

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LIGAÇÃO DO TEMA ÀS RELAÇÕES LUSÓFONAS

Primeiramente, acredito que qualquer tema relacionado com o meio-ambiente seja


interessante debater em qualquer que seja a área – o Planeta Terra é a nossa casa, cuidar
dela é imprescindível a qualquer um.

Um Técnico Superior de Relações Lusófonas e Língua Portuguesa estará apto para


exercer atividade profissional sobretudo em Organizações nacionais e internacionais de
promoção e difusão da língua e das culturas lusófonas; Organizações da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP); Centros Culturais; Exercício de profissões liberais
nos países da CPLP. Todos estes cargos, especialmente nas Organizações, são cargos
burocráticos, cabe-lhes estabelecer regras, metas e dar exemplos, que podem ser a nível
ambiental. Alguém com um cargo alto, tem de ter especial atenção a estas questões e tem
quase a obrigação de procurar um modo de vida e de trabalho consciente e sustentável,
de forma a dar o exemplo ao público. Para solidificar as Relações Lusófonas, pensar no
crescimento económico ancorado a um desenvolvimento sustentável, tem de fazer parte
dos planos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a Revolução de 25 de abril de 1974, surgiram os primeiros passos em


relação ao ambiente em Portugal. Mas só em 1997, com a IV Revisão da Constituição
da República Portuguesa, esta se tornou realmente amiga do ambiente - passou a ser
tarefa do Estado, da sociedade e dos cidadãos, assegurar o direito ao ambiente. Para o
Estado, a Economia está no topo a nível de importância. É necessário ancorá-la a um
desenvolvimento sustentável e consciencializar a população - este é o papel
fundamental. De seguida, sintetizou-se três das mais importantes COP’s: o Protocolo de
Quito, o Acordo de Paris e a COP26 - sempre com o grande objetivo de travar a luta
contra as alterações climáticas, unindo todos os países do mundo. No tópico referente à
Participação do público, conclui que embora os alunos de Relações Lusófonas
demonstrem ser conscientes, é necessário mostrar-lhes de que é possível mudar mesmo
com pequenas ações - "Pensar global, agir local".

Todo este trabalho alertou-me para problemas a que, por vezes, não prestava a
devida atenção. A partir de agora, com a pesquisa realizada para a realização deste
trabalho, sinto-me uma pessoa muito mais informada e lúcida de que há realmente muita
coisa que precisa de ser mudada. Chega de tratar a natureza como toaletes (Guterres,
2021).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Tavares, Bruno. (2013). O AMBIENTE E AS POLÍTICAS AMBIENTAIS EM


PORTUGAL: CONTRIBUTOS PARA UMA ABORDAGEM HISTÓRICA.
Repositório aberto. Consultado a 18 de janeiro de 2022.
https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/2757
• Silva, A.S. & Fernandes, J.P. (2020). Acordo de Paris. Gov.pt. Consultado a 18
de janeiro de 2022.
https://www.dgeg.gov.pt/media/trmlmz2b/acordo_paris_05_final_a-a4.pdf
• Agência Portuguesa do Ambiente. Consultado a 18 de janeiro de 2022.
https://apambiente.pt/
• Lusa. (2021). COP26: O que é, como funciona e para que serve uma cimeira do
clima. Renascença. Consultado a 18 de janeiro de 2022.
https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2021/10/29/cop26-o-que-e-como-funciona-e-
para-que-serve-uma-cimeira-do-clima/258719/
• Energy Gold. Protocolo de Quioto. Energy Gold. Consultado a 18 de janeiro de
2028. https://goldenergy.pt/glossario/protocolo-quioto/

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