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Marta Rodrigues
Bragança, 2021
Escola Superior de Educação – Instituto Politécnico de Bragança
ECOLOGIA E SOCIEDADE
Bragança, 2021
ÍNDICE
• Contextualização ……………………………………………………………… 4
• O papel do Estado …………………………………………………………… 5-6
• Protocolo de Quioto (COP3, 1997); Acordo de Paris (COP21, 2015), COP6 .. 7-
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De forma a concluir este projeto, esclareço a importância que tem para mim
trabalhar este tema, relacionando-o à minha área de estudo, as Relações Lusófonas.
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O PAPEL DO ESTADO
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nos domínios da gestão de recursos internos, do apoio técnico-jurídico e contencioso, da
documentação e informação e da comunicação e relações-públicas. Mas qual é,
sobretudo, o papel do Estado? Se a economia está no topo a nível de importância, é
fundamental aliá-la a um desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável é
precisamente uma relação entre crescimento económico, bem-estar social e qualidade
ambiental. Está ancorado ao desenvolvimento económico, baseado na conservação dos
recursos naturais. Para um desenvolvimento sustentável, os recursos naturais devem ser
utilizados de forma racional. Fazer este trabalho de alterar consciências é o principal papel
do Estado – levar os cidadãos em geral rumo a um sistema de produção sustentável,
procurando o progresso económico sem comprometer o futuro da humanidade. Somos
dependentes de recursos naturais e se estes deixarem de existir, o crescimento económico
ficará para trás.
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PROTOCOLO DE QUIOTO (COP3), ACORDO DE PARIS (COP21)
E COP26
Uma COP é a Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Alterações Climáticas e é o órgão supremo da tomada de decisões dessa Convenção
da ONU. Destaco agora a COP3, COP21 e a mais recente, a COP26.
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Adaptado de Gold Energy: https://goldenergy.pt/glossario/protocolo-quioto/
climáticas. 2 Em dezembro de 2016, deu-se a primeira sessão da Conferência das Partes.
Aí, Portugal anunciou que cumpriria o objetivo da neutralidade carbónica até 2050. Foi a
primeira nação do mundo a assumir este compromisso. É de realçar também o trabalho
de António Guterres, que iniciou funções em janeiro de 2017. O novo Secretário-Geral
da ONU tem feito, a justo título, da luta contra as alterações climáticas a causa principal
da sua ação. Tem alertado as nações, tem incentivado a sociedade civil e a opinião pública
mundial, tem advogado políticas públicas e tem colocado, incansavelmente, na ordem do
dia das organizações multilaterais, a questão da sobrevivência do Planeta. Como dizia, a
2 de dezembro de 2020, em entrevista ao jornal “El País”, a humanidade tem estado em
guerra com a natureza e é preciso fazer as pazes. A Terra é o nosso bem comum, o seu
futuro é o nosso futuro e é coletivo o encargo de assegurá-lo (Santos&Fernandes, 2020).
Este Acordo também foi marcado pelo abandono dos Estados Unidos, um dos
países mais poluentes do mundo, quando Donald Trump subiu ao poder. Felizmente, o
Presidente eleito, Joe Biden, comprometeu-se em regressar no primeiro dia do seu
mandato; o Presidente chinês, Xi Jinping, declarou, na Assembleia-Geral das Nações
Unidas de setembro de 2020, que a China se comprometia a atingir a neutralidade
carbónica até 2060; e o Parlamento Europeu aprovou a Lei Europeia do Clima, uma das
prioridades da Presidência Portuguesa da UE, que aumenta a meta de redução de emissões
para 2030 de 40% para pelo menos 55%, podendo ainda subir para 57%. Esta nova lei
transforma em obrigação vinculativa o compromisso político do Pacto Ecológico Europeu
de levar a UE à neutralidade climática até 2050, além de proporcionar aos cidadãos
europeus e às empresas a segurança jurídica e a previsibilidade de que necessitam para
planear esta transição. Após 2050, o objetivo da UE será alcançar emissões negativas.
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Adaptado de: www.portugal.gov.pt
importações de energia do que a maioria dos países europeus (78%). Esse foi o sétimo
ano mais quente desde 1931 e o ano em que foi alcançado o limiar de aumento da
temperatura média global de um grau centígrado. Desde essa data, este recorde foi sendo
sempre ultrapassado. Os últimos quatro anos foram os mais quentes de que há memória
(2016-2020) e o mês de setembro de 2020 foi o de mais elevada temperatura de sempre
(Santos&Fernandes, 2020). Ainda nesta cimeira do clima de Paris, quando todos os países
concordaram em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, ficou estabelecido
que cada país apresentava as suas contribuições atualizadas de redução a cada cinco anos,
numa nova COP.
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chegar a zero emissões líquidas em 2050. Nesse contexto, os países são instados a acelerar
sua ação climática e a revisar e aumentar suas metas até 2030, em linha com o Acordo de
Paris, antes do final de 2022; os países desenvolvidos devem trabalhar para cumprir a
meta de US $ 100 bilhões em financiamento climático com urgência e transparência, bem
como revisar essa meta para cima até 2025. Os bancos multilaterais e os países
desenvolvidos são instados a alinhar as suas atividades de financiamento com o Acordo
de Paris; um plano de dois anos é estabelecido para definir uma meta global de adaptação
às mudanças climáticas e os países desenvolvidos são solicitados a dobrar o seu apoio
financeiro para a adaptação até 2025 para os países em desenvolvimento; as empresas
poderão participar do Balanço Global 2030, um diagnóstico da situação a partir da qual
as decisões serão adotadas e as leis climáticas serão revisadas. Essa participação será
canalizada por meio dos climate champions; um mecanismo de apoio financeiro é
colocado em prática para os países em desenvolvimento para que eles possam lidar com
os impactos das mudanças climáticas. Além deste pacto, importantes compromissos e
alianças políticas foram anunciados na COP26, entre os quais se destacam: A Declaração
China - Estados Unidos para fortalecer conjuntamente a ação climática no cenário de 1,5
ºC. Esta colaboração articular-se-á em torno de cinco áreas de atuação: regulamentos e
normas para promover reduções intensas de emissões durante esta década, transição para
um modelo de energia limpa, eletrificação de utilizações finais, economia circular e
tecnologias de captação de CO2 da atmosfera; a Índia anunciou um forte crescimento das
energias renováveis até 2030 (500 GW de energia limpa naquele ano) e a sua meta de
neutralidade climática em 2070; um amplo grupo de países e líderes da sociedade civil e
empresas aderiram à Declaração Global de Transição do Carvão para Energia Limpa
(Global Coal to Clean Power Transition Statement), pela qual se comprometem a apoiar
a aceleração do desenvolvimento de energias limpas em paralelo com o fechamento do
carvão, dentro da estrutura da transição justa; mais de 30 países - incluindo Estados
Unidos, Canadá e Itália – comprometeram-se a encerrar o apoio público aos combustíveis
fósseis até o final de 2022; mais de 35 países - como a União Europeia e a Índia - vão
colaborar para promover o uso de energia limpa em todos os setores até o horizonte de
2030, na chamada Agenda de Progresso de Glasgow (Glaagow Breakthrough Agenda). 3
3
Adaptado de Iberdrola: https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/contra-mudancas-climaticas/cop26
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Em síntese, todos estes Acordos pretendiam o mesmo – travar a luta contra as
alterações climáticas, reduzindo a emissão de gases com efeito de estufa e atingindo a
neutralidade carbónica. A meu ver, os exemplos dados nestas conferências não sempre os
melhores – Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, realizou o discurso de
abertura oficial da COP26, afirmando que "Falta um minuto para a meia-noite e
precisamos de agir agora" e que "A humanidade atrasou há muito tempo o relógio em
relação às mudanças climáticas e se não tomarmos providências agora, será tarde demais".
Discurso controverso quando o mesmo se deslocou de jato privado, tendo um comboio
que faria a viagem em 4 horas e 32 minutos; Bolsonaro compromete-se a travar a
desflorestação, quando tem feito exatamente o contrário nos últimos anos, ao ponto de os
últimos relatórios concluírem que grandes florestas, como a Amazónia, já estão a expelir
mais dióxido de carbono do que aquele que conseguem absorver; e o Primeiro-ministro
de Portugal, António Costa, cancelou a sua presença.
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PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO EM MATÉRIA DE AMBIENTE
(Realização de questionário às turmas de Relações Lusófonas e Língua
Portuguesa)
Para abordar este tópico, achei interesse questionar todos os alunos de Relações
Lusófonas e Língua Portuguesa, independentemente do ano. Este inquérito serve,
sobretudo, para entender o interesse dos alunos e se a sua participação é ativa.
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De seguida, Na sua opinião, devem as leis do Governo quanto ao ambiente ser mais
rigorosas, menos rigorosas ou tão rigorosas como são agora? Como classifica as
leis/políticas ambientais?, dezoito respostas em Muito mais rigorosas, seis em Pouco mais
rigorosas, cinco em Tão rigorosas como são agora e duas em Pouco menos rigorosas;
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Seguiu-se uma pergunta idêntica mas em relação ao seu país, dezassete respostas em Às
vezes, cinco em Quase sempre, Cinco em Sempre, quatro em Raramente;
A sexta questão Considero fundamental ter noção dos acontecimentos atuais quanto ao
ambiente, contou com dezanove respostas em Concordo plenamente, onze em Concordo
e uma em Não concordo nem discordo, não existindo qualquer resposta em Discordo e
Discordo plenamente;
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A nível da sustentabilidade, questionei os alunos se consideram o seu estilo de vida
consciente e sustentável. Dezasseis respostas em Na maioria das vezes, doze em Poucas
vezes e três em Sempre;
Ainda sobre o estilo de vida - Estaria disposto a mudar o seu estilo de vida de modo a
reduzir danos no meio ambiente?, Com dezanove respostas em Muito disponível, nove
em Moderadamente disponível, três em Pouco disponível e zero respostas em Nada
disponível;
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Para finalizar - Participa ou colabora com alguma instituição ambiental?, com vinte e
sete respostas negativas e quatro positivas. Mas das positivas, apenas uma refere
algumas ações nas quais participou: Coordenador do Grupo de Estudos de Meio
Ambiente e Relações Internacionais, Participante da Semana do Clima da América
Latina e Caribe das Nações Unidas, Voluntário no Dia Mundial da Limpeza para recolha
de lixo na praia e Voluntário na plantação de árvores.
De acordo com as respostas dadas, observámos que a maior parte dos alunos
revela grande preocupação em relação às questões ambientais e que consideram que as
medidas ambientais deviam ser mais rigorosas. No entanto, não demonstram grande
interesse em acompanhar as notícias no mundo nem no próprio país, apresentando um
contrassenso porque 90% dos alunos diz considerar fundamental a atualização quanto aos
acontecimentos atuais. Poderá dizer-se que, geralmente, os alunos de Relações Lusófonas
têm noção da importância mas pouco agem? As respostas à pergunta seguinte podem
levar-nos a essa mesma conclusão – quase 60% dos alunos apresentam uma descrença
quanto à possibilidade de puderem melhorar algo. Contudo, mostram-se empenhados
num estilo de vida consciente e sustentável, uma vez que todos os alunos exibem respostas
positivas. E apenas três pessoas não se mostram disponíveis a mudar o seu estilo de vida
de modo a reduzir danos no meio ambiente. Dos trinta e um inquiridos, vinte e sete não
colaboram com qualquer instituição ambiental. Acredito ser necessária cada vez mais a
sensibilização e educação ambiental, bem como a apresentação, a promoção de
instituições e de atividades onde os alunos possam colaborar.
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LIGAÇÃO DO TEMA ÀS RELAÇÕES LUSÓFONAS
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo este trabalho alertou-me para problemas a que, por vezes, não prestava a
devida atenção. A partir de agora, com a pesquisa realizada para a realização deste
trabalho, sinto-me uma pessoa muito mais informada e lúcida de que há realmente muita
coisa que precisa de ser mudada. Chega de tratar a natureza como toaletes (Guterres,
2021).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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