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Instrução Continuada
PGE 2024:
Boletim de Ocorrência Unificado
PREENCHIMENTO DO BOU:
ASPECTOS ESSENCIAIS E ERROS
IDENTIFICADOS
Do Boletim de Ocorrência de
Violência Doméstica e Familiar
FICHA TÉCNICA:
Modalidade: Instrução Continuada (EaD sem tutoria - autoinstrucional)
Carga horária: 05 h/a
OGC: PM/3
Os Boletins de Ocorrência que
registram episódios de violência
doméstica e familiar são bastante
complexos e devem ser preenchidos de
forma criteriosa, com o máximo de
informações que for possível coletar.
Via de regra, todas as ocorrências que
caracterizam violência doméstica e familiar são
relevantes e merecem análise adequada. Por
este motivo, o descritivo deve ser MUITO BEM
DETALHADO, de forma a subsidiar as ações das
equipes da Patrulha Maria da Penha e permitir
análise de risco assertiva, observando o que
preconiza a Diretriz nº 12/2022.
1) Atentar-se para a Além dos demais tipos penais,
tipificação correta dos deve-se destacar a necessidade
fatos narrados em Boletim de selecionar “lesão corporal –
de Ocorrência Unificado violência doméstica” e não
(BOU); somente “lesão corporal”.
11) Descrever
detalhadamente a dinâmica
dos fatos e a participação 12) Descrever os materiais
de cada um dos envolvidos, apreendidos no local e que
ressaltando os tipos de tenham relação com o fato;
violência praticados e o
estado da vítima;
13) Relacionar os Boletins de
Ocorrência envolvendo o casal
registrados anteriormente.
Caso não seja possível a 14) Citar a existência ou não de
consulta no momento, ao medidas protetivas;
menos mencionar se já foram
registrados e em qual
instituição;
15) Em caso de
16) Orientar a vítima sobre os
encaminhamento médico,
seus direitos, bem como
inserir a identificação da
constar isso no BOU.
unidade de saúde; e
Veja um exemplo péssimo de descritivo de Boletim de Ocorrência, de uma
situação real atendida que resultou na prisão em flagrante do agressor:
Equipe policial patrulhava pela Rua das Flores quando foi abordada por uma menina, bastante nervosa, pedindo ajuda, pois o pai
estaria agredindo a sua mãe. No local, logo após ver os policiais, o sujeito investiu contra a equipe, xingando os policiais de “filhos
da puta” e obrigando a utilização de força física para contê-lo e algemá-lo com bastante dificuldade, pois o cidadão tentou golpear
o Sd. XXXX e morder a mão do Sd. YYYY. Na sequência, foi acionado apoio de outra equipe para auxiliar na condução. Quando
chegaram, colocaram o sujeito, agora identificado como ZZZZ no compartimento para presos da viatura policial, onde continuou
gritando e chutando a porta. Em conversa rápida com a vítima, Sra. Janaína, ela informou que seu marido chegou bêbado da rua
e ligou o som muito alto. Como o filho menor do casal, de dois anos, chamado Cauã, estava dormindo, a vítima pediu que
abaixasse o som. O marido ficou nervoso e deu-lhe um tapa na cara, puxando seus cabelos até derrubá-la no chão, chutando
suas costas em seguida. Então, a filha mais velha do casal, Marília, de 11 anos, saiu correndo para pedir ajuda e voltou com os
policiais. A vítima diz que episódios como esse são comuns em seus 15 anos de casamento, mas que nunca tinha feito um
Boletim de Ocorrência e que na verdade gostaria de “deixar para lá, pois logo ele se acalma”. Em conversa com o vizinho, ele
disse que prefere não se meter em briga de casal, comentando somente sobre o fato de que o agressor bebe com frequência. Na
casa, não havia sinal de desordem ou objetos quebrados. Diante do relato da vítima, confirmado pela filha maior, das escoriações
no joelho e cotovelo, de vermelhidão nas costas e no rosto, foi dado voz de prisão ao Sr. ZZZZ pelo crime de lesão corporal,
sendo-lhe informado sobre seus direitos constitucionais [...], permanecendo algemado para resguardar a integridade de todos.
Destaca-se que em nenhum momento a equipe conseguiu conversar com o agressor, pois estava muito nervoso e com odor
etílico. Diante da vulnerabilidade das duas crianças, foi acionado o Conselho Tutelar para acompanhar o caso, que orientou que
ambas foram levadas à DP junto com a mãe, em viatura diversa da que conduziu o agressor, onde a Conselheira Tânia Silva, RG
1111-1, encontrou a equipe e deu os encaminhamentos necessários à mãe e aos filhos, após as providências policiais.
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
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