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INDICE

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... i

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... ii

LISTA DE ANEXO ........................................................................................................ iii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................................................... iv

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1

1.1. Introdução....................................................................................................... 1

1.2. Objectivos do Estudo ............................................................................................. 1

1.2.1. Objectivo Geral................................................................................................... 1

1.2.2. Objectivos Específicos ....................................................................................... 1

1.3. Organização do Trabalho....................................................................................... 2

CAPÍTULO 2: REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 3

2.1. Introdução .............................................................................................................. 3

2.2. Revisão da Literatura Teórica................................................................................ 3

2.2.1. Conceitos de Crescimento Económico ............................................................... 3

2.2.2. A Mensuração do Crescimento Económico ....................................................... 4

2.2.3. Teorias do Desemprego ...................................................................................... 6

2.2.3.1. A Mensuração do Desemprego........................................................................ 7

2.2.4. A Relação Existente entre o Desemprego e o Crescimento Económico ............ 8

2.2.4.1. Histórico da Lei de Okun ................................................................................ 9

2.2.4.2. A Lei de Okun ................................................................................................. 9

2.2.4.3. O Modelo da Lei de Okun ............................................................................. 10

2.3. Revisão da Literatura Empírica ........................................................................... 12

2.4. Revisão da Literatura Focalizada ........................................................................ 13

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................... 15

3.1. Introdução ............................................................................................................ 15


3.2. Desenho da Pesquisa ........................................................................................... 15

3.3 Colecta de Dados .................................................................................................. 16

3.4 Descrição das Variáveis........................................................................................ 16

3.4.1. Produto Interno Bruto (PIB) ............................................................................. 16

3.4.2. Taxa de Desemprego (TD) ............................................................................... 16

3.5 Teste de Estacionaridade ...................................................................................... 17

3.5.1. Teste da análise visual ...................................................................................... 17

3.5.2. Teste de Phillips – Perron (PP) ......................................................................... 17

3.6. Especificação do modelo ..................................................................................... 18

3.6.1. A Especificação do Modelo Matemático.......................................................... 18

3.6.2. A Especificação do Modelo Econométrico ...................................................... 18

3.7. Teste de Cointegração ......................................................................................... 19

3.8. Mecanismo de Correcção de Erro ....................................................................... 19

3.9. Regras de Validação do Modelo .......................................................................... 20

3.9.1. Teste de Normalidade ....................................................................................... 20

3.9.2. Teste de Heterocedasticidade ........................................................................... 20

3.9.3. Teste de Autocorrelação ................................................................................... 21

CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .................................... 22

4.1 Introdução ............................................................................................................. 22

4.2. Teste de Estacionaridade ..................................................................................... 22

4.2.1. Teste de Exame Visual ..................................................................................... 22

4.2.2.Teste de Raiz Unitária ....................................................................................... 23

Tabela 4.2.2: Resumo do Teste de Phillips – Perron (PP ............................................... 23

4.2.3. Analise da Estacionaridade dos Resíduos ........................................................ 23

Tabela 4.2.3: Analise da Estacionaridade dos Resíduos ................................................ 24

4.3. Modelo de Cointegração ...................................................................................... 24

Tabela 4.3: Modelo de Cointegração .............................................................................. 24


4.4. Mecanismo de Correcção de Erro ....................................................................... 25

Tabela 4.3: Mecanismo de Correcção de Erro ............................................................... 25

4.5. Teste de Validação do Modelo ............................................................................ 25

4.5.1. Teste de Normalidade ....................................................................................... 25

4.5.2. Teste de Heterocedasticidade ........................................................................... 26

Tabela 4.4.2: Teste de Heterocedasticidade ................................................................... 26

4.4.3. Teste de Autocorrelação ................................................................................... 27

CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO ....................................................................................... 28

5.1. Conclusão ............................................................................................................ 28

Referência Bibliográfica ................................................................................................. 30

ANEXOS ........................................................................................................................ 31
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.2.2: Resumo do Teste de Phillips – Perron (PP ............................................... 23

Tabela 4.2.3: Analise da Estacionaridade dos Resíduos ................................................ 24

Tabela 4.3: Modelo de Cointegração .............................................................................. 24

Tabela 4.3: Mecanismo de Correcção de Erro ............................................................... 25

Tabela 4.4.2: Teste de Heterocedasticidade ................................................................... 26

i
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.2.2: Variação Percentual do PIB do Brasil, no período de 1960-2010 .............. 5

Figura 2.2.3: PIB do Brasil em trilhões de dólares, no período de 2011-2019 ................ 6

Figura 2.2.3.1: Índice de Percentagem da População Desempregada no Brasil .............. 8

Figura 2.2.4.2: Evolução Conjunta do Desemprego e do Produto ao longo do tempo .. 10

Figura 4.2.1: Resultados do Exame Visual .................................................................... 23

Figura 4.5.1: Teste de Normalidade ............................................................................... 26

ii
LISTA DE ANEXO
Anexo A: Base de Dados ................................................................................................ 31

iii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
PIB – Produto Interno Bruto

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

TD – Taxa de Desemprego

ADF – Dickey-Fuller Aumentado

PP – Teste de Phillips – Perron

MCE – Mecanismo de Corrcção de Erro

iv
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1.Introdução
A Lei de Okun é uma relação empírica entre a taxa de desemprego e o Produto Interno
Bruto (PIB) de um país. Esta lei foi desenvolvida pelo economista Arthur Okun e sugere
que, em geral, um aumento na taxa de desemprego está associado a uma diminuição no
PIB. A relação entre essas duas variáveis fornece insights sobre o funcionamento da
economia e as políticas públicas necessárias para mantê-la saudável.

No contexto do Brasil, a aplicabilidade da Lei de Okun é de grande importância devido


às flutuações económicas frequentes no país. O Brasil é conhecido por sua história de
instabilidade económica, com ciclos de crescimento e recessão. Nos últimos anos, o país
tem enfrentado desafios económicos significativos, como altas taxas de desemprego,
desigualdade de renda e um sistema de seguridade social em constante evolução.

Além disso, o Brasil também enfrenta questões estruturais, como infraestrutura


inadequada, corrupção, instabilidade política e desafios ambientais. Todos esses fatores
têm impacto directo na relação entre o desemprego e o PIB no país.

Portanto, um estudo sobre a aplicabilidade da Lei de Okun no Brasil se faz relevante


para entender como as oscilações económicas afectam o emprego e como as políticas
públicas podem ser projetadas para estabilizar a economia e melhorar a qualidade de
vida da população. Ela pode explorar questões como a eficácia das políticas de
emprego, o papel do governo na gestão económica e as implicações da desigualdade
económica nas taxas de desemprego.

1.2. Objectivos do Estudo

1.2.1. Objectivo Geral


 Verificar a aplicação da Lei de Okun ao contexto da economianbrasileira no
período de 2005 à Fevereiro de 2020.

1.2.2. Objectivos Específicos


 Analisar a relação entre a taxa de desemprego e o Crescimento do Produto
Interno Bruto;
 Estimar a contribuição do Produto Interno Bruto nas taxas de desemprego; e

1
 Descrever o comportamento do Produto Interno Bruto sobre os efeitos nas taxas
de desemprego.

1.3. Organização do Trabalho


O presente trabalho esta estruturado em cinco (5) capítulos. O primeiro capítulo é
introdutório e procura dar a introdução do tema, os objectivos quer geral assim como
específicos e a organização do trabalho.

O capítulo 2 dedica-se fundamentalmente a revisão bibliográfica, centrada em três


abordagens nomeadamente: abordagem teórica que trás consigo diferentes refinações
com realce para as variáveis do modelo. As teorias ligadas ao tema assim como as
literaturas focalizadas e empíricas nas suas diferentes abordagens, são igualmente
tratadas neste capítulo.

O terceiro capítulo realça a metodologia usada durante a pesquisa, onde encontramos


vários testes usados para alcançar os objectivos como o teste de estacionariedade que
esta dividido três: teste de exame visual e o teste de Philips Peron. Posteriormente,
encontramos o teste de cointegração. Igualmente, também na regra da validação do
modelo encontramos três testes distintos que são: o teste de normalidade dos resíduos, o
teste de autocorrelação e o teste de heterocedasticidade, faz-se também a especificação
do modelo empírico e por último encontramos a descrição e fonte das variáveis.

No capitulo 4, são apresentados a análise e interpretação dos resultados da pesquisa. O


quinto e último capítulo apresentam as principais constatações a respeito da pesquisa e
recomendações a luz dos resultados encontrados.

2
CAPÍTULO 2: REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Introdução
O capítulo em alusão visa duma forma geral enquadrar o leitor, sobre os modelos
usados na presente pesquisa e estudos relacionados ou assemelhados ao tema, já
realizados por outros pesquisadores. São igualmente apresentados neste capítulo,
conceitos, definições e outras informações relacionadas com o tema, recolhidas com
recurso a literaturas teóricas, empíricas e focalizadas. A revisão da literatura teórica, vai
analisar elementos de natureza teórica, relacionadas com a política monetária e taxa de
câmbio.

A revisão da literatura empírica, vai abordar certos estudos similares pesquisados em


outras nações, e procurar realçar as diferenças e pontos comuns entre eles. Por último, a
revisão da literatura focalizada, vai analisar estudos similares realizados internamente.

2.2. Revisão da Literatura Teórica

2.2.1. Conceitos de Crescimento Económico


Para Figueiredo, o crescimento económico de um país é um aumento a longo prazo da
sua capacidade de oferecer à população bens económicos cada vez mais diversificados,
baseando-se esta capacidade crescente numa tecnologia avançada e nos ajustamentos
institucionais e ideológicos que esta exige.

Para Samuelson & Kuznets (2005), o crescimento Económico representa a expansão do


PIB potencial, ou produto nacional de um país ou por outras é quando a fronteira das
possibilidades de produção (FPP) de um país se desloca para fora.

Para Kuznets, os seguintes aspectos que expressam o crescimento económico de um


país:

a) A dimensão temporal com o primado da dinâmica de longo prazo;


b) O nível dos resultados do processo: refere-se o aumento da oferta de bens em
termos quantitativos e qualitativos e;
c) As condições de viabilização do processo: referem-se o progresso tecnológico e
os correspondentes ajustamentos institucionais e ideológicos que condicionam o
aumento da capacidade produtiva da economia num determinado espaço
temporal.

3
Alguns economistas como Figueiredo, afirma que existe consenso sobre o carácter
diferenciado do período que Kuznets designa de período de crescimento económico
moderno, que data desde os fins do século XVIII e inicio do século XIX.

Para ele, o crescimento económico moderno de um país configura-se em novos aspectos


e aprofundam-se as tendências antigas que são:

a) Elevada taxa de crescimento do produto per capita e da população;


b) Elevada taxa de transformação estrutural;
c) Rápida transformação de estruturais sociais;
d) Expansão da economia - mundo e;
e) Potencial não generalizado da aplicação da tecnologia e emergência de fortes
disparidades internações na economia - mundo.

2.2.2. A Mensuração do Crescimento Económico


O crescimento econômico de uma nação é usualmente medido através do aumento do
PIB. A variação entre o dado mais antigo, e o dado mais recente é a percentagem que o
país cresceu naquele espaço de tempo.

No Brasil o PIB é calculado através da Contabilidade Nacional, sendo que o órgão


oficial responsável pelo cálculo é o IBGE. A análise macroeconômica trata da formação
e distribuição do produto e da renda gerados pela actividade económica a partir do fluxo
contínuo estabelecido entre os Agentes económicos (Famílias, Empresas, Governo e
Sector Externo).

De acordo com o site do IBGE (2020), o PIB mede apenas os bens e serviços finais para
evitar dupla contagem, sendo medidos no preço em que chegam ao consumidor,
levando em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.

O indicador ajuda a compreender as transações económicas dentro do país em


determinado período, mas não mede o nível de qualidade de vida nem de condições
financeiras de seus habitantes, pois não expressa factores importantes como a
distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde. Portanto, o PIB não tem o
objetivo de mostrar a qualidade de vida das pessoas e sim os valores gerados pelas
transações econômicas desse local. Assim, para analisar o crescimento económico do
país é essencial a verificação do PIB. Para tanto, os gráficos abaixo mostram a variação
desse PIB no Brasil no período compreendido entre a década de 1960 e a década de

4
2000, buscando enfatizar variação ocorrida nesse período, essencial para analisar o
crescimento económico ou não do país no período.

A Figura 2.2.2 apresenta a variação percentual do Produto Interno Bruto no Brasil


ocorrido no período de 1960 e a 2010. Pode-se observar que no ano de 1960
crescimento de 4%. A década 1970 o Produto apresenta-se destaque com crescimento
na ordem de 11,0%, A década de 1990 em comparação com a década de 1980, apresenta
tendência decrescente registrando em 1990 decréscimo de 4,0%. Porém a partir do ano
de 2000 a 2010 a uma retomada do crescimento, atingindo em 2010 o percentual de
7,0%.

Figura 2.2.2: Variação Percentual do PIB do Brasil, no período de 1960-2010

Fonte: IBGE/ Elaborado por Caique Carlos

A Figura 2.2.3 apresenta os valores totais do PIB em trilhões de dólares, no período


compreendido entre o ano de 2011 a 2019. O PIB brasileiro de 2011 a 2014 apresenta
uma variação relativamente estável com uma queda no ano de 2015, em 2017
apresentou alta de 1,30 pontos percentuais em relação ao ano de 2016, e decréscimos
nos anos de 2018 e 2019. Esse fenômeno acontece em razão da cotação do dólar no ano
em questão, em que houve a sua valorização em comparação ao real nesse período,
como exemplo, no ano de 2011 o valor do dólar era inferior a dois reais, já no ano de
2019 o valor do dólar superou os quatro reais.

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Figura 2.2.3: PIB do Brasil em trilhões de dólares, no período de 2011-2019

Fonte: IBGE/ Elaborado por Caique Carlos

2.2.3. Teorias do Desemprego


Ao observar a partir de uma perspectiva histórica, o desemprego tem sido um problema
económico recorrente em todo o mundo, com implicações distintas ao longo do tempo.
Tal fenômeno social e económico apesar de ser antigo se evidenciou com a I Revolução
Industrial, que ocorreu na Inglaterra no período entre a segunda metade do século XVIII
e início do século XIX e, foi um processo de transformação, com o surgimento de
máquinas a vapor, que vieram para substituir a manufatura pela maquinofatura,
implicando a substituição de parte dos trabalhadores pelas máquinas, o que causou o
desempregado e aquelas vagas de trabalho que restaram exigiam um nível de
conhecimento maior para operar as máquinas, que parte dos trabalhadores não tinha.

Por esses motivos a primeira revolução industrial é o marco da modificação das relações
de trabalho, sendo ela a precursora do surgimento dos Direitos Trabalhistas, a partir da
necessidade de mudanças e adequação à nova realidade de trabalho, com a necessidade
de aperfeiçoamento dos empregados e o vislumbre da necessidade da proteção para os
desempregados, que veio a acorrer mais tarde.

Para Mankiw (2014), uma pessoa é considerada desempregada se estiver demitida


temporariamente, se estiver à procura de emprego ou se estiver aguardando para iniciar
um novo trabalho dentro de 30 dias. Uma pessoa que não se enquadra nestas condições
como estudantes em tempo integral, donas-de-casa ou aposentadas, esta fora de força de
trabalho.

6
A divergência na maneira de olhar o problema implica em diferenças marcantes na
explicação causal do desemprego e na indicação das políticas governamentais no
combate a tal situação. A Organização Internacional do Trabalho (1984) define o
desemprego como: “Uma situação em que o indivíduo não está economicamente
ocupado, está disponível para trabalhar e tomou alguma providência para procurar um
trabalho remunerado”.

Empiricamente, pode-se dizer que as oscilações na taxa de desemprego acompanham as


flutuações da atividade econômica. Todavia, a causa do problema pode variar de acordo
com o perfil dos desempregados, sendo necessário verificar se a privação do trabalho é
generalizada ou atinge apenas grupos mais vulneráveis.

O certo é que o desemprego é um problema social antigo e grave, que aflige todo o
mundo, especialmente, após a globalização e no Brasil não é diferente, é um fator social
que é constantemente enfrentado e debatido, além de exercer papel essencial para
aplicação da lei de Okun.

2.2.3.1. A Mensuração do Desemprego


O desemprego apesar de afetar o mundo como um todo tem números maiores nos países
considerados em desenvolvimento, subdesenvolvidos e com índices de desigualdade
social acentuados. A mensuração desse índice de desemprego é feita através de órgãos
especializados em estatísticas em cada país, sendo realizado no Brasil pelo IBGE.

Segundo IBGE (2020) “o desemprego se refere às pessoas com idade para trabalhar
(acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar
trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um
emprego”.

Portanto, de acordo com as directrizes dessa pesquisa existem algumas pessoas que não
se enquadram como desempregados, entre eles “os universitários, a dona de casa que
não trabalha fora e um empreendedor que possui seu próprio negócio” (IBGE, 2020)

A Figura 2.2.3.1 apresenta o índice de desemprego no Brasil no período de 2010 a 2019.


Pode-se observar que no ano de 2011 o índice de desemprego foi o menor, ou seja, 4,7
pontos percentuais. O maior índice de desemprego ocorreu no ano de 2017, que
registrou o percentual de 12,7, nos anos seguintes verifica-se decréscimos de 0,4%
respectivamente.

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Figura 2.2.3.1: Índice de Percentagem da População Desempregada no Brasil
(2010-2019)

Fonte: IBGE/ Elaborado por Caique Carlos

Segundo o IBGE, em 2020, o país atingiu 11,8% de taxa de desocupação no segundo


semestre, já os números da Agência Brasil (2020) indicam que a taxa de desocupação
atingiu 14,3% no final do mês de agosto.

Assim, segundo os dados do IBGE, o Brasil tem no segundo semestre de 2020 12,8
milhões de desempregados, correspondendo a 11,8% da população disponível para
trabalhar, o que implica dizer que o país tem aproximadamente 108,5 milhões de
pessoas disponíveis para trabalhar, de acordo com as diretrizes da pesquisa do IBGE.

2.2.4. A Relação Existente entre o Desemprego e o Crescimento Económico


De acordo com Samuelson & Nordhaus (1999), o desemprego evolui geralmente em
sintonia com o PIB ao longo do ciclo económico.

Entretanto, o singular movimento conjunto do produto e do emprego, juntamente com a


relação numérica entre eles, foi identificado pela primeira vez por Arthur Okun sendo
conhecido por Lei Okun. A lei de Okun proporciona a ligação vital entre o mercado do
produto e o mercado do trabalho, ou seja, descreve a associação entre os movimentos no
curto prazo de PIB real e as variações do desemprego.

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De acordo com a Lei Okun, quando há quebra do produto, as empresas necessitam de
uma menor quantidade do factor do trabalho, de modo que não são contratados novos
trabalhadores e os actuais são dispensados.

2.2.4.1. Histórico da Lei de Okun


A existência de uma relação empírica negativa entre mudanças nas taxas de desemprego
e na produção foi proposta por Arthur Okun, em 1962. Okun (1962) identificou a
relação entre o comportamento do PIB e desemprego, no período em que foi economista
sênior do CEA (Council of Economic Advisers), no governo do presidente Kennedy
(1961-1963).

Okun (1962) sugeriu que variações do produto causariam alterações na taxa de


desemprego, contrariando o sentido da causalidade, no qual se acreditava até então. Ou
seja, o crescimento do produto determinaria aumentos nos níveis de emprego, uma vez
que as empresas deveriam contratar mais trabalhadores para aumentos na produção.

A lei de Okun apoia-se basicamente nos pressupostos de que para cada economia em
particular há uma taxa normal de crescimento. Existe uma relação indireta entre PIB e
desemprego, já que um aumento no PIB acima de sua taxa normal de crescimento
causaria uma redução no desemprego. Essa relação varia em função de cada economia
em particular. É uma relação empírica entre as variações no produto agregado (em
relação à sua tendência potencial) e variações na taxa de desemprego (em relação à taxa
natural).

2.2.4.2. A Lei de Okun


Para Samuelson (1999) A consequência mais evidente de uma recessão é o aumento do
desemprego. Quando o produto diminui, as empresas necessitam de menos quantidade
do factor trabalho, de modo que não são contratados novos trabalhadores e os actuais
são dispensados. Verifica-se que a taxa de desemprego varia inversamente ao produto
ao longo do ciclo económico. Este movimento conjunto é conhecido por Lei de Okun.

Segundo a Lei de Okun, por cada 2% da diminuição do PIB relativamente ao PIB


potencial, a taxa de desemprego aumenta cerca de 1 ponto percentual. Isto significa que
se o PIB começa a 100% do seu potencial e diminui para 98% do potencial, a taxa de
desemprego aumenta 1 ponto percentual, por exemplo, de 6 para 7%.

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A figura 2.2.4.2 abaixo mostra que sempre que o produto aumenta 2% mais rápido que
o PIB potencial, a taxa de desemprego diminui 1 ponto percentual. Este gráfico mostra
que se pode fazer uma boa previsão da taxa de desemprego com a taxa de crescimento
do PIB.

Figura 2.2.4.2: Evolução Conjunta do Desemprego e do Produto ao longo do tempo

Fonte: Samuelson

Uma consequência importante da Lei de Okun é que o PIB efectivo tem de crescer
rapidamente quanto o PIB Potencial para que a taxa de desemprego não aumente. Mas,
se quiser baixar a taxa de desemprego, o PIB efectivo tem de crescer mais rapidamente
do que o PIB potencial. A Lei de Okun proporciona uma ligação entre o mercado do
produto e o mercado de trabalho.

2.2.4.3. O Modelo da Lei de Okun


A Lei de Okun permite avaliar a perda do PIB quando a taxa de desemprego está acima
da taxa natural. Assim, ela pode ser entendida como um guia para a política monetária,
ao sugerir uma forma de se aumentar o produto reduzindo o desemprego.

A pesquisa na qual se concentrou era quanto deveria crescer a economia para que a taxa
de desemprego caísse em um ponto percentual. Okun reporta uma evidência empírica,
recorrendo a dados do período pós-guerra para os Estados Unidos, em que cada ponto
percentual extra na taxa de desemprego, acima de 4% , estava associada a cerca de 3%
de decréscimo no PIB real.

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Neste sentido, a lei de Okun demonstra que alterações na procura agregada têm um
efeito directo sobre os níveis do produto que afecta a decisão das empresas para
contratar ou despedir, ou seja, os níveis de emprego. Consequentemente, as alterações
nos níveis de emprego variam num sentido oposto à taxa de desemprego. Esta lógica é
então traduzida pelo coeficiente β na regressão, que assume um valor negativo
exprimindo a relação inversa entre as variáveis.

O valor do coeficiente expressa que, um coeficiente elevado significa que a taxa de


desemprego é muito influenciada pelo nível do PIB e, por isso, o desemprego, a ser
elevado, tem origem em factores cíclicos e é mais suscetível a choques externos. Por
outro lado, um coeficiente menor indica que as variações do nível do produto não
afectam grandemente a taxa de desemprego, o que significa que as causas do
desemprego são devido a factores estruturais.

Assim, a lei de Okun pode ser expressa através da relação positiva entre as variações no
produto e as variações no emprego:

onde:

 = taxa de desemprego no período t;


 = taxa de variação do PIB real;
 = taxa normal de crescimento (soma da taxa de crescimento da força trabalho
com a taxa de crescimento da produtividade do factor trabalho);
 parcela de variação do desemprego não influenciada pelo desvio de PIB (se
o PIB variar a uma taxa igual a taxa natural de crescimento, o desemprego será
igual a ); e
 = relação das variações do PIB a variações no desemprego (representa a
variação da taxa de desemprego, em resposta a variações no produto).

Portanto, a Lei de Okun utiliza uma equação de variações, ou seja, estima a variação do
desemprego face à variação do PIB, indicando qual a magnitude da variação do
desemprego (coeficiente β) quando a variação do PIB é 1 ponto percentual.

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2.3. Revisão da Literatura Empírica
Em relação ao desemprego e o crescimento econômico foram feitos vários estudos
empíricos em alguns países como o Portugal e Brasil, com o objectivo fundamental de
identificar sobretudo as variáveis utilizadas nos diferentes trabalhos, bem como os seus
principais resultados.

(Andrade, 2021) analisou a Lei de Okun numa abordagem ao contexto Português e


analisou no seu estudo duas vertentes: a Lei de Okun agregada e a lei de Okun por nível
de educação. Na primeira e numa perspectiva mais generalizada, o autor analisou a
robustez e estabilidade da Lei de Okun, ao longo de 40 anos, e a sua estabilidade ao
longo do ciclo económico. Para proceder a analise generalizada dos dados, o autor fez
uso do software stata procurando replicar as regressões desenvolvidas por Ball (2017)
e, verificar se a relação estabelecida pela lei de Okun é uma relação estável.

O segundo, o autor pretendia avaliar e quantificar com estimativas do coeficiente de


Okun, a relação entre o PIB e a taxa de desemprego por níveis de educação da força de
trabalho da economia Portuguesa. Neste segundo estudo, o autor fez uso de dados
estatísticos nacionais de 1998-2019, utilizando as mesmas especificações econométricas
para averiguar a estabilidade da relação da Lei de Okun quer ao longo do tempo, quar
ao longo do ciclo económico, mas selecionado a taxa de desemprego por níveis de
educação.

(Melo, 2019) conduziu um estudo sobre as flutuações cíclicas e desemprego dos jovens
no Brasil nos anos de 2012-2018, cujo objectivo foi verificar se os jovens brasileiros são
mais sensíveis as flutuações cíclicas quando comparados aos adultos. Como resultado, a
autora constatou que os ciclos económicos afectam mais os jovens brasileiros, pois, de
acordo com a primeira analise de regressão, o resultado mostrou que há uma mudança
em 3,13% na taxa de desemprego dos jovens entre 14-24 anos quando há um aumento
de 1% na taxa de desemprego dos adultos com 25 anos ou mais de idade. Na segunda
analise, utilizando dados de crescimento do PIB e taxa de desemprego por faixas de
idade, a autora verificou que para a primeira faixa etária estimada (14-17 anos), teve
maior coeficiente , ou seja, os jovens são mais sensiveis as mudanças na economia do
pais.

12
2.4. Revisão da Literatura Focalizada
Nuvunga (2015) analisou a aplicação da Lei de Okun em Moçambique entre 1980-2012.
O autor iniciou sua pesquisa apresentando as principais visões teóricas sobre a Lei de
Okun. Uma das visões considera a existência de um trade-off entre a taxa de
desemprego e a produção económica, com uma relação negativa entre estas variáveis.

Ele utilizou dados sobre a taxa de desemprego e o PIB do país entre 1980 e 2012, e
realizou uma análise de regressão para verificar a relação entre as duas variáveis. Os
resultados obtidos mostraram que a relação entre a taxa de desemprego e o PIB em
Moçambique é negativa e significativa, o que confirma a validade da Lei de Okun no
país.

Entretanto, o autor evidenciou que a inclinação da relação é mais suave do que o


esperado, o que pode ser explicado por factores como a informalidade do mercado de
trabalho e as diferenças regionais no país. Além disso, também analisou o impacto de
outras variáveis sobre a relação entre a taxa de desemprego e o PIB em Moçambique,
como a inflação e a taxa de juros.

Os resultados mostraram que estas variáveis possuem uma relação positiva com o
desemprego e negativa com o PIB, o que indica a importância da análise de factores
macroeconômicos no estudo da Lei de Okun. Portanto, a pesquisa de Nuvunga (2015)
indica que a Lei de Okun pode ser aplicada em Moçambique, mas que as
particularidades económicas do país devem ser consideradas para uma interpretação
mais precisa dos resultados.

Alves (2012) realizou um estudo sobre a aplicação da Lei de Okun a economias em


desenvolvimento, especificamente Moçambique, o autor conclui que a Lei de Okun não
se aplica no país. O estudo utilizou dados da relação entre o PIB e o desemprego no
período entre 2000 e 2010.

Os resultados encontrados pelo autor indicaram que a taxa de desemprego e o PIB


apresentaram uma relação positiva em Moçambique. Isso significa que, enquanto a
economia crescia, a taxa de desemprego também aumentava. Essa conclusão diverge da
teoria proposta por Okun, que estabelece que uma economia deve ter um nível de
desemprego maior do que o natural para crescer.

13
Uma possível explicação para a falta de aplicação da Lei de Okun em Moçambique é a
ineficiência do mercado de trabalho do país. O mercado de trabalho moçambicano
apresenta uma estrutura dual, com trabalhadores informais e trabalhadores com
empregos formais. Além disso, existe uma grande diferença entre as regiões urbanas e
rurais. Dessa forma, a taxa de desemprego não é um indicador preciso da oferta de
trabalho na economia.

Outra possível explicação é a falta de investimentos em setores que gerem empregos de


qualidade e produtividade. O crescente setor de serviços não está conseguindo absorver
a força de trabalho, resultando em um aumento na taxa de desemprego.

Chilonda (2017) no seu estudo sobre a aplicação da Lei de Okun em Moçambique


utilizando dados trimestrais entre 1991 e 2015, baseado em modelos de vetor
autorregressivo com correção de erros e a metodologia de Johansen cointegration. Os
resultados indicaram que existe uma relação negativa entre o crescimento do PIB e a
taxa de desemprego em Moçambique, o que sugere a aplicação da Lei de Okun. Essa
relação se verificou em todos os três períodos investigados: 1991-2000, 2001-2010 e
2011-2015.

O estudo também identificou que a taxa de inflação, a taxa de juros reais e a taxa de
câmbio real influenciaram significativamente o comportamento do desemprego no curto
prazo. Por outro lado, o crescimento da população teve um impacto negativo
significativo sobre a taxa de desemprego no longo prazo, o que sugere a necessidade de
políticas públicas específicas no sector demográfico para reduzir o desemprego.

Os resultados do seu estudo concluíram a existência da Lei de Okun em Moçambique e


identificou outros factores económicos que afectam a relação entre o crescimento
económico e a taxa de desemprego no país.

14
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. Introdução
A metodologia é a parte da pesquisa mais importante, uma vez que indica com detalhe,
os caminhos seguidos para o alcance dos objectivos da pesquisa.

Este trabalho analisa a aplicação da Lei de Okun na economia Brasileira no período de


Janeiro de 2005 a Fevereiro de 2020, através do modelo econométrico, que defende que
os países com taxas de crescimento na economia registam uma redução significativa na
taxa de desemprego.

Este trabalho buscou interpretar uma possível inter-relação entre as variáveis produto e
desemprego utilizando-se dados trimestrais para o período de 2005-2020.

3.2. Desenho da Pesquisa


O desenho de pesquisa é o processo de planejar e organizar os métodos e procedimentos
que serão utilizados para coletar dados e informações em uma pesquisa. Isso inclui a
definição do objetivo da pesquisa, a seleção da amostra, a escolha das técnicas de coleta
de dados e a elaboração do questionário ou roteiro de entrevista.

Para este estudo, o seu objectivo geral é Verificar a aplicação da Lei de Okun ao
contexto da economia economia brasileira no período de 2005 à Fevereiro de 2020. Para
se alcançar os objectivos pretendidos, foram tidos em conta diferentes testes
econométricos com recurso ao software E-views para correr o modelo do estudo.

Para a seleção de dados deste trabalho foram tidos em conta dados de séries temporais
por serem estes os mais optados para demais estudos de natureza econométrica. Na
nossa analise buscamos interpretar uma possível inter-relação entre as variáveis produto
e desemprego utilizando-se dados trimestrais para o período de 2005-2020.

A pesquisa sobre a Lei de Okun, se baseia nas análises sobre a existência de uma
relação entre a taxa de desemprego e o crescimento económico, será tida em
consideração o teste de normalidade, de hetorocedasticidade, da autocorrelação, da
multicolinearidade e estacionaridade das variáveis, e entre outros testes. Por último, será
feito uma avaliação dos resultados do modelo econométrico, com vista a validar ou
invalidar o modelo estimado.

15
3.3 Colecta de Dados
Uma coleta de dados é o processo de reunir informações relevantes para uma pesquisa
ou estudo, geralmente por meio de questionários, observação, entrevistas, análise de
documentos, formulários, sociometria, histórias da vida, testes, escalas sociais, e
amostragem. Para a presente pesquisa foram tidos em conta estudos econométricos, que
pela sua natureza usa variáveis macroeconómicas para o uso de dados.

Nesta ordem, são usadas dados de séries temporais, que de acordo com Gujarati (2011),
são conjuntos de observações de valores que uma variável assume em diferentes
momentos.

3.4 Descrição das Variáveis


Para estimação do modelo econométrico para a presente pesquisa foram necessárias
uma variável independente e uma variável dependente. Entretanto, as variáveis que
procuram responder a aplicação da Lei de Okun na economia Brasileira são:

3.4.1. Produto Interno Bruto (PIB)


O PIB é um indicador económico que mede o valor total de todos os bens e serviços
finais produzidos em uma economia durante um determinado período de tempo,
geralmente um ano. Ele é usado para medir o tamanho e a actividade económica de um
país.

Neste estudo foi usado o PIB do Brasil. A razão da escolha é pelo facto de haver um
fácil acesso a esses dados. Os dados do PIB foram extraídos dos Relatórios do Banco,
em séries trimestrais.

3.4.2. Taxa de Desemprego (TD)


A taxa de desemprego é um indicador que mede a proporção da população
economicamente activa que está desempregada e busca activamente por trabalho. É
calculada dividindo o número de pessoas desempregadas pela soma das pessoas
empregadas e desempregadas, multiplicado por 100 para obter a percentagem. A taxa de
desemprego é um importante indicador do mercado de trabalho e do estado da economia
de um país.

Neste estudo foi usada a taxa de desemprego do Brasil. A razão da escolha é pelo facto
de haver um fácil acesso a esses dados. Os dados da taxa de desemprego foram
extraídos dos Relatórios do Banco, em séries trimestrais.

16
3.5 Teste de Estacionaridade
A estacionaridade, refere-se à propriedade de uma série temporal em que as
características estatísticas, como média e variância, permanecem constantes ao longo do
tempo. Isso é importante para análise e previsão de dados temporais. Uma vez perante
séries temporais, foi testada a estacionaridade das séries através do teste de raiz unitária.
De acordo com Gujarati (2011), um processo estocástico pode ser considerado
estacionário, desde que a sua média e sua variância revelem ser constantes ao longo do
tempo.

Deste modo, a verificação das variáveis só é possível mediante a utilização do método


de Dickey-Fuller Aumentado (ADF), porem neste estudo foi feito o uso do teste de
Phillips -Perron que para permitir a verificação da estacionaridade foi considerado o
valor crítico de 5%, com auxílio do Eviews 12. Para resolver o problema de não
estacionaridade, a série temporal é diferenciada.

De acordo com Gujarati (2011), existem vários métodos frequentemente usados na


análise econométrica para testar a estacionaridade de dados de séries temporais, iremos
usar dois métodos que são:

3.5.1. Teste da análise visual


O teste de análise visual é um método utilizado para avaliar e interpretar informações
visuais, como, gráficos. Ele envolve a observação e interpretação dos padrões, presentes
na imagem para obter insights ou tomar decisões com base nessas informações visuais.

Esse teste permite a análise das séries através de gráfico, avalia-se o comportamento do
valor médio e variância. Em casos em que os dados têm uma tendência ascendente ou
decrescente significa isso que a média não é constante e então a série é não estacionária.

3.5.2. Teste de Phillips – Perron (PP)


O teste de Phillips – Perron (PP) é uma alternativa ao teste de Teste de Dickey - Fuller
Aumentado (ADF). Phillips e Perron (1988) propuseram um méctodo não paramétrico
de controle da correlação serial em teste de raiz unitária que corrige a presença da
heterocedasticidade e/ou da autocorrelação dos resíduos, partindo da equação do teste
Dickey-Fuller promovendo modificações de forma que a correlação serial não
influencie a distribuição assintótica do teste estatístico.

17
A regra de decisão da variável é comparado entre o valor do coeficiente do teste de PP
que deve ser maior que o valor crítico á um nível de significância de 5%, porque só
assim pode-se observar a estacionariedade da variável.

3.6. Especificação do modelo


Para a presente pesquisa, são tidas em conta nesta secção duas especificações do
modelo, a saber: a especificação matemática e a especificação econométrica.

3.6.1. A Especificação do Modelo Matemático


A relação negativa entre taxa de desemprego e de crescimento do produto foi primeiro
analisada por Arthur Okun. O autor responde ao seguinte questão: na existência de um
aumento de 1% real efetivo acima do valor potencial do produto, qual a taxa
percentual da queda do desemprego?

Para responder a esta questão, Okun (1962) utiliza dados trimestrais do período 1953-
1960 dos Estados Unidos. O modelo apresentado por Okun pode ser visto da seguinte
forma:

Onde:

 D = é a variação da taxa de desemprego;


 PIB é variação do PIB real;
 é chamado de coeficiente de Okun (sendo esperado um sinal negativo, pois
a relação entre taxa de desemprego e taxa de crescimento do PIB é negativa); e
 representa a constante.

3.6.2. A Especificação do Modelo Econométrico


De forma a incluir no modelo os factores anónimos mas que exercem uma influencia no
comportamento da variável independente viu-se a necessidade de agregar ao modelo
matemático outro termo que representa outros factores que afectam o comportamento da
variável dependente. Sendo assim, o modelo econométrico tido em conta na modelação
da aplicação da Lei de Okun na economia Brasileira é:

18
Onde:

 D = é a variação da taxa de desemprego;


 é variação do PIB real;
 é chamado de coeficiente de Okun (sendo esperado um sinal negativo, pois
a relação entre taxa de desemprego e taxa de crescimento do PIB é negativa);
 representa a constante; e
 termo perturbação ou resíduo, que representa todos os outros factores que
tem certa influência no comportamento da variável dependente.

3.7. Teste de Cointegração


O teste de cointegração permite determinar o número máximo de vetores de
cointegração presentes nas séries temporais analisadas, o que indica a existência de
relações estáveis de longo prazo entre elas. Além disso, o teste também fornece
informações sobre a direção e a força dessas relações.

Segundo Gujarati (2011), duas ou mais variáveis estão ligadas ou cointegradas entre si
quando formulam uma relação de equilíbrio de longo prazo. Portanto, pode-se afirmar
que o teste de cointegração pressupõe que os resíduos devem ser estacionários no nível
para evitar que as regressões espúrias possam ocorrer.

Concluída a verificação da estacionaridade das séries temporais, analisa-se à existência


ou não de cointegração entre elas. De forma a constatar a existência do relacionamento
de longo prazo entre as variáveis no presente estudo optou-se pelo método de
cointegração. Na análise da cointegração procurou-se verificar se no longo prazo existe
uma combinação linear entre as variáveis que sejam estacionárias.

3.8. Mecanismo de Correcção de Erro


O mecanismo de correção de erro (Error Correction Mechanism, ECM) é um conceito
utilizado em modelos econométricos de séries temporais para capturar a relação de curto
prazo e de longo prazo entre as variáveis.

Em um modelo ECM, assume-se que as variáveis estão cointegradas, ou seja, possuem


uma relação de equilíbrio de longo prazo. No entanto, no curto prazo, as variáveis
podem se desviar desse equilíbrio. O mecanismo de correção de erro permite que o
modelo capture essas divergências e retorne ao equilíbrio de longo prazo ao longo do
tempo.
19
O mecanismo de correção de erro é geralmente aplicado em modelos de séries
temporais que envolvem variáveis endógenas e exógenas. Ele utiliza o termo de
correção de erro (error correction term) para modelar o ajuste das variáveis em direção
ao equilíbrio de longo prazo.

3.9. Regras de Validação do Modelo


Para a validação do modelo, é pertinente um estudo global das variáveis com a
finalidade, de aprofundar se os resultados fornecidos pelos testes são confiáveis e não
espúrios, para tal buscam-se as teorias econométricas de validação do modelo de modo
a testar os seguintes pressupostos clássico de regressão linear a saber: Normalidade,
Autocorrelação, Heteroscedasticidade e Multicolinearidade.

3.9.1. Teste de Normalidade


O teste de normalidade é um procedimento estatístico usado para observar se os
resíduos encontram-se normalmente distribuídos. Se uma determinada variável
apresenta o plot em forma de sino no histograma “bell shaped” e com o p-value de
Jarque-Bera maior que o valor crítico de 5%, conclui-se que os resíduos estão
normalmente distribuídos, pois a hipótese nula de que a distribuição dos resíduos é
normal não é rejeitada (Gujarati, 2011).

3.9.2. Teste de Heterocedasticidade


A heterocedasticidade é uma propriedade estatística que se refere à presença de
variância não constante em uma série de dados. Em outras palavras, ocorre quando a
dispersão dos valores da variável dependente varia de maneira sistemática em relação à
variável independente. Isso pode ser problemático na análise estatística, pois viola a
suposição de homocedasticidade, que pressupõe que a variância dos erros seja constante
em todos os níveis da variável independente

Na presença de heteroscedasticidade, os coeficientes continuam não visados e


consistentes, porém não ineficientes, pois não têm a variância mínima. Como forma de
detectar se a variância é constante ou não, usa-se o método de gráfico e o teste de
White. Segundo a regra de decisão, rejeita-se a hipótese nula de que a variância seja
constante se a probabilidade (p-value) do F estatístico é menor que o nível de
significância de 5%, concluindo assim que a suposição da homoscedasticidade foi
violada.

20
3.9.3. Teste de Autocorrelação
A autocorrelação refere-se à correlação entre os valores de uma série temporal com seus
próprios valores defasados no tempo. A presença de autocorrelação indica que os
valores da série temporal estão correlacionados entre si ao longo do tempo. A
autocorrelação pode ser positiva, indicando uma relação crescente ou decrescente entre
os valores adjacentes, ou negativa, indicando uma relação inversa. A análise da
autocorrelação é importante para identificar padrões temporais, ajustar modelos
adequados e realizar previsões precisas em séries temporais.

Segundo Gujarati (2011), para efectuar esta análise será usado o teste de Durbin-Watson
(DW). Se o DW estatístico for maior que DW crítico (dL) não se rejeita a hipótese nula
da não existência de autocorrelação entre os resíduos, caso contrário a hipótese será
rejeitada a favor da alternativa, Gujarati (2011).

21
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1 Introdução
Consubstanciado ao teorema das técnicas e abordagens metodológicas, este capítulo faz
uma analise as distintas ferramentas econométricas que abordam sobre a aplicação da lei
de Okun no período de 2005 - 2020.

Os dados usados para a presente pesquisa, são duma estatística de base anual. O seu
detalhamento para análise e interpretação, foi feito com recurso ao pacote Eviews 12
que orientou a busca dos resultados. Seguidamente, foram trazidos os resultados dos
testes de estacionaridade, recorrendo para o efeito ao teste de raiz unitária.

Seguisse com o teste de cointegração de Johansen para verificar se existe ou não uma
relação de longo prazo entre as variáveis, assim como dos mecanismos de Correção de
erro. O presente capítulo terminou com os testes de validação do modelo
nomeadamente, testes de Normalidade, Autocorrelação, Heteroscedasticidade e
Multicolinearidade.

4.2. Teste de Estacionaridade


Para além de testar a estacionaridade das variáveis através do teste de exame visual,
também pode-se testar a estacionaridade das séries através do teste de ADF e teste de
Phillips Perron (PP) que é um teste alternativo ao de ADF. Portanto, para este modelo
foi testada a estacionaridade das variáveis mediante o teste de Phillips. A regra de
decisão da variável é comparado entre o valor do coeficiente do teste de PP que deve ser
maior que o valor crítico á um nível de significância de 5%, porque só assim pode-se
observar a estacionariedade da variável.

4.2.1. Teste de Exame Visual


Pretende-se com o teste de exame visual, verificar a estacionaridade das variáveis em
estudo. Nesta ordem e olhando para o gráfico a baixo, é possível constatar que a média e
a variância não são constantes. Assim sendo, concluí-se que não são estacionária em
seus níveis, o que torna necessário verificar em que nível as variáveis encontrariam a
estacionaridade, recorrendo para o efeito ao teste de raiz unitária PP.

22
Figura 4.2.1: Resultados do Exame Visual

Fonte: O autor 2023

4.2.2.Teste de Raiz Unitária


Os resultados do teste PP ilustrados na tabela 4.2.2 abaixo, mostram que ao nível de
significância de 5% das variáveis TD e PIB não foram estacionárias no seu nível, o que
significa que as variáveis todas não ilustram qualquer relação de longo prazo entre elas.

Porém, depois da primeira diferença, as variáveis TD e PIB tornaram-se estacionárias,


isto é, esta integradas na ordem I(1).

Tabela 4.2.2: Resumo do Teste de Phillips – Perron (PP)

Variáveis Ordem de Nível de t-statistic Phillips-Perron Observação


Integração Significancia test statistic
TD I(0) 5% -2,910019 -0,906995 Não
Estacionaria
I(1) 5% -2,910860 -8,352566 Estacionaria
PIB I(0) 5% -2,910019 -1,554071 Não
Estacionaria
I(1) 5% -2,910860 -3,982547 Estacionaria
Fonte: O autor 2023

4.2.3. Analise da Estacionaridade dos Resíduos


Quanto aos resíduos, verificou-se que estes são estacionários no seu nível. O que
satisfaz a condição para que ocorra o equilíbrio de longo prazo entre as variáveis
segundo Gujarati (2011).

23
Tabela 4.2.3: Analise da Estacionaridade dos Resíduos
Variável Ordem de Nível de t-statistic Phillips-Perron Observação
Integração Significância test statistic
Resíduos I(0) 5% -2,911730 -5,658831 Estacionaria
(u)
Fonte: O autor 2023

4.3. Modelo de Cointegração


Este modelo tem como uma das suas principais funções, ilustrar através de números, a
sensibilidade da variável dependente TD, face a alterações na variável independente ou
explicativa, PIB. Ela, mostra na tabela 4.3 a baixo, que uma variação percentual no
Produto Interno Bruto, faz com que a taxa de desemprego diminua em 0,232675.

O sinal do PIB vai de acordo com a teoria económica, está afirma que um aumento no
PIB acima de sua taxa normal de crescimento causaria uma redução no desemprego. A
teoria da lei de Okun prevê uma relação negativa entre a taxa de crescimento do PIB e o
desemprego.

Tabela 4.3: Modelo de Cointegração


Dependent Variable: TD
Method: Least Squares
Date: 11/01/23 Time: 15:01
Sample: 1 62
Included observations: 62

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 9.606224 0.304262 31.57226 0.0000


PIB -0.232675 0.073544 -3.163761 0.0024

R-squared 0.142972 Mean dependent var 9.164516


Adjusted R-squared 0.128688 S.D. dependent var 2.280430
S.E. of regression 2.128646 Akaike info criterion 4.380576
Sum squared resid 271.8681 Schwarz criterion 4.449193
Log likelihood -133.7978 Hannan-Quinn criter. 4.407517
F-statistic 10.00938 Durbin-Watson stat 0.180528
Prob(F-statistic) 0.002445

Fonte: O autor 2023

24
4.4. Mecanismo de Correcção de Erro
A estimação do modelo analisa simultaneamente os coeficientes de longo e curto prazo
das variáveis independentes e a relação dinâmica de curto prazo.

Quanto ao equilíbrio de curto, podemos analisar o mecanismo de correção de erro na


tabela 4.3. o valor do coeficiente do termo de erro é negativo validando assim a hipótese
de equilíbrio de longo prazo.

Tabela 4.3: Mecanismo de Correcção de Erro


Dependent Variable: D(TD)
Method: Least Squares
Date: 11/01/23 Time: 14:56
Sample (adjusted): 4 62
Included observations: 59 after adjustments

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 0.061682 0.108927 0.566273 0.5735


D(PIB) -0.048661 0.050129 -0.970709 0.3359
U(-1) -0.039031 0.065401 -0.596797 0.5530

R-squared 0.031712 Mean dependent var 0.066102


Adjusted R-squared -0.002870 S.D. dependent var 0.823493
S.E. of regression 0.824674 Akaike info criterion 2.501853
Sum squared resid 38.08491 Schwarz criterion 2.607490
Log likelihood -70.80465 Hannan-Quinn criter. 2.543089
F-statistic 0.917013 Durbin-Watson stat 2.289954
Prob(F-statistic) 0.405629

Fonte: O autor 2023

4.5. Teste de Validação do Modelo


Pretende-se aqui verificar até que ponto os modelos do ponto de vista de normalidade,
Heterocedasticidade e autocorrelação são validos.

4.5.1. Teste de Normalidade


O teste de normalidade serve para verificar se os resíduos encontram-se normalmente
distribuídos. Para tal, deve-se comparar o p-value de Jarque-Bera com o valor de 5% do
nível de significância.

Normalidade dos Resíduos

Não Normalidade dos Resíduos

25
O resultado comprovou que rejeitamos a hipótese nula de que os resíduos encontram-se
normalmente distribuídos, pois o valor da probabilidade de Jacque-Bera esta muito
abaixo 5%, logo os resíduos não estão normalmente distribuído.

Figura 4.5.1: Teste de Normalidade


14
Series: Residuals
12 Sample 4 62
Observations 59
10
Mean 1.32e-17
8 Median -0.219672
Maximum 2.585350
6 Minimum -1.259776
Std. Dev. 0.810331
4 Skewness 0.955045
Kurtosis 3.659815
2
Jarque-Bera 10.03933
0 Probability 0.006607
-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

Fonte: O autor 2023

4.5.2. Teste de Heterocedasticidade


O teste de heterocedasticidade permite verificar se a variância do termo erro é constante
ou não. Para detectar se a variância é constante usa-se o teste white. Rejeita a hipótese
nula quando o p-value for menor que 5% de nível de significância.

Homocedasticidade

Heterocedasticidade

Concluindo através do teste de heterocedasticidade de White, verificamos que não


rejeitamos a hipótese nula porque o valor da probabilidade qui-quadrado esta muito
acima dos 5%.

Tabela 4.4.2: Teste de Heterocedasticidade


Heteroskedasticity Test: White
Null hypothesis: Homoskedasticity

F-statistic 0.296970 Prob. F(5,53) 0.9125


Obs*R-squared 1.607898 Prob. Chi-Square(5) 0.9003
Scaled explained SS 1.926424 Prob. Chi-Square(5) 0.8592

Fonte: O autor 2023

26
4.4.3. Teste de Autocorrelação
Para verificar a autocorreção faz-se o teste de Durbin Watson com a hipótese nula de
ausência de autocorreção entre os resíduos.

Ausência de Autocorrelação

Presença de Autocorrelação

De acordo com os resultados obtidos, não rejeitamos a hipótese, de que não existe
autocorrelação entre os resíduos no período em análise, ou seja, não há evidencias de
Autocorrelação. Pois, o valor de Durbin Watson 2,0289954 é maior que o valor de
e 1,514.

27
CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO

5.1. Conclusão
Este trabalho de pesquisa teve como objectivo verificar empiricamente a Lei de Okun,
que postula a relação negativa entre as variáveis de produto e desemprego, para a
Economia Brasileira do período de 2005 ao segundo trimestre de 2020.

De acordo com os resultados sobre a economia brasileira, pode-se concluir a verificação


da Lei de Okun, evidenciando a relação negativa entre a taxa de desemprego e o
Produto Interno Bruto, comprovando que existe sim uma relação inversa entre eles. Em
relação ao maior período de crescimento no PIB, ele foi registrado no primeiro trimestre
de 2010, com um acréscimo de 9,2%, em contrapartida, a menor taxa de desemprego
ocorreu no quarto trimestre de 2011, quando o índice chegou a 5,2%, verificando certa
relação entre esses dados, quanto a Lei de Okun.

Quanto as variáveis do modelo, estas responderam as dinâmicas e, são estacionárias na


primeira diferença. O teste de cointegração comprovou a existência de equilíbrio de
longo prazo entre as variáveis.

A equação de longo prazo mostrou que uma variação percentual no Produto Interno
Bruto, faz com que a taxa de desemprego diminua em 0,232675. Para a variável PIB o
sinal vai ao encontro da teoria económica e o parâmetro é estatisticamente significativo.

De acordo com os resultados, pode-se concluir que o sinal esperado do coeficiente do


produto interno bruto vai de acordo com a teoria afirmada por Okun.

Os modelos empíricos apresentadas no capitulo 2 também mostram a mesma tendência.


No estudo realizado por Chilonda (2017), esta verificou que existe uma relação negativa
entre o crescimento do PIB e a taxa de desemprego em Moçambique, que sugere a
aplicação da Lei de Okun . o sinal esperado do coeficiente, também vai de acordo com a
teoria e com o modelo por nós proposto.

Porém, num estudo realizado por Alves (2012), este concluiu que a Lei de Okun não se
aplica no país. Pois, o coeficiente do Produto Interno Bruto tem uma relação negativa o
que, representa o inverso postulado por Okun.

Quanto ao modelo empirico apresentado neste trabalho, constatou-se que o é


relativamente baixo, sendo que a variável Produto Interno Bruto explica 14,29% a taxa
28
de desemprego, em termos estatístico é muito baixo. O PIB se apresentou
estatisticamente insignificante, ou seja em termos individuais esta variável não exerce
influencia para o modelo, no caso da economia brasileira.

O resultado do modelo de correcção de erro mostrou que, o termo de erro é


estatisticamente insignificante e negativo, significando isso a existência no curto prazo
de desequilíbrio entre as variáveis.

29
Referência Bibliográfica
Gujarati, D. N., & Porter, D. C. (2011). Econometria Básica (5 ed.). São Paulo, Brasil:
AMGH Editora, Ltda.

Mankiw, N. G. (2014). Macroeconomia (7 ed ed.). New York: Worth Publishers.

Rodrigues, R. D. (Outubro de 2016). Ensaio Sobre o Desemprego Jovem no Contexto


Europeu: O Caso Portugues. Obtido em 29 de Outubro de 2023

Samuelson, P. A. (1999). Economia (19 ed.). Lisboa, Portugal: MC GrawHill.

30
ANEXOS

Anexo A: Base de Dados


Tempo TD PIB
2005.1 10,3 4,2
2005.2 10,1 4,5
2005.3 9,4 2,1
2005.4 9,1 2,2
2006.1 9,9 4,3
2006.2 10,3 2,3
2006.3 10,4 4,5
2006.4 9,2 4,8
2007.1 9,7 5,2
2007.2 9,9 6,5
2007.3 9,3 5,9
2007.4 8,1 6,6
2008.1 8,4 6,2
2008.2 8,0 6,3
2008.3 7,7 7,0
2008.4 7,3 1,0
2009.1 8,5 -2,4
2009.2 8,6 -2,2
2009.3 7,9 -1,2
2009.4 7,2 5,3
2010.1 7,4 9,2
2010.2 7,3 8,5
2010.3 6,6 6,9
2010.4 5,7 5,7
2011.1 6,3 5,2
2011.2 6,3 4,7
2011.3 6,0 3,5
2011.4 5,2 2,6
2011.1 7,9 1,7
2012.2 7,5 1,0
2012.3 7,1 2,5
2012.4 6,9 2,5
2013.1 8,0 2,7
2013.2 7,4 4,0
2013.3 6,9 2,8
2013.4 6,2 2,5
2014.1 7,2 3,5
2014.2 6,8 -0,4
2014.3 6,8 -0,6
2014.4 6,5 -0,2

31
2015.1 7,9 -1,6
2015.2 8,3 -2,7
2015.3 8,9 -4,3
2015.4 8,9 -5,5
2016.1 10,9 -5,2
2016.2 11,3 -3,2
2016.3 11,8 -2,5
2016.4 12,0 -2,2
2017.1 13,7 0,4
2017.2 13,0 0,9
2017.3 12,4 1,6
2017.4 11,8 2,4
2018.1 13,1 1,5
2018.2 12,4 1,1
2018.3 11,9 1,5
2018.4 11,6 1,2
2019.1 12,7 0,6
2019.2 12,0 1,1
2019.3 11,8 1,2
2019.4 11,0 1,7
2020.1 12,2 -0,3
2020.2 13,3 -11,4

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