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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer a Deus por nos guiar ao longos destes 3 anos, possibilitando
para que hoje estejamos no 3°Ano adquirindo mais e mais conhecimentos nas diversas áreas.

Gratidão a nós como um grupo que trabalhamos juntos e com muita dedicação para que este
trabalho se materializa-se.

Gratificar ao docente da corrente cadeira pela oportunidade de nos proporcionar este trabalho,
onde pudemos adquirir muito conhecimento que nos possibilitara aplicar onde estivermos no
futuro.

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SUMÁRIO EXECUTIVO
Com a introdução da Bolsa de Valores em Moçambique (1999), o sistema financeiro nacional
conheceu uma nova dinâmica quanto aos mecanismos ou formas de obtenção de fundos, que,
no entanto, permitiu o aumento dos recursos para financiar a economia nacional.

O financiamento da economia, através do Mercado de Capitais, desempenha um importante


papel, constituindo um segmento indispensável para a materialização e concretização dos
projectos de investimento e meios suplementares de condução da política, nos domínios
económicos e social de qualquer país.

As Bolsas de Valores são entidades que oferecem condições e sistemas necessários para a
realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma
transparente, sendo a razão principal da sua existência expressa pelo termo liquidez.

O crescimento e desenvolvimento económico está associado ao incentivo a poupança,


tornando o mercado de capitais acessível para quem quer investir com vigor, flexibilidade e
transparência para financiar a economia.

Palavras-chave: Bolsa de Valores, Sistema de Negociação, Mercados e Valores Mobiliários.

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ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................ i
SUMÁRIO EXECUTIVO ...................................................................................................................... ii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................................ iii
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................... vi
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
CAPÍTULO II: DESENVOLVIMENTO................................................................................................ 2
2.1. A Bolsa de Valores .......................................................................................................................... 2
2.1.1. Características da Bolsa de Valores .............................................................................................. 3
2.1.2. A Negociação em Bolsa ................................................................................................................ 3
2.1.3. Admissão à Negociação na Bolsa de Valores ............................................................................... 3
2.1.3.1. Requisitos de Admissão à Cotação de Acções na BVM ............................................................ 4
2.1.3.2. Requisitos de Admissão à Cotação de Obrigações na BVM ..................................................... 4
2.1.4. Sessões da Bolsa de Valores ......................................................................................................... 5
2.1.5. Ordens de Bolsa ............................................................................................................................ 6
2.1.5.1. Modalidades das Ordens de Bolsa ............................................................................................. 7
I. Modalidades das Ordens Quanto ao Preço: ......................................................................................... 7
II. Modalidades das Ordens Quanto ao Prazo: ........................................................................................ 8
2.1.6. Intermediários Financeiros em Operações de Bolsa ..................................................................... 8
2.1.7. Sistemas de Negociação ................................................................................................................ 9
2.1.7.1. Sistema Automático ................................................................................................................... 9
2.1.7.2. Sistema de Negociação por Registo ........................................................................................ 10
2.1.7.3. Sistema de Negociação por Chamada ...................................................................................... 11
Bibliografia ........................................................................................................................................... 13
ANEXOS .............................................................................................................................................. 14
ANEXO A......................................................................................................................................... 14
ANEXO B ......................................................................................................................................... 16
ANEXO C ......................................................................................................................................... 17
ANEXO D......................................................................................................................................... 18
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BVM - Bolsa de Valores de Moçambique

NUIT – Numero Único de Identificação Tributaria

PIB – Produto Interno Bruto

SNC - Sistema de Negociação por Chamada

SNR – Sistema de Negociação por Registo

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LISTA DE ANEXOS
ANEXO A ............................................................................................................................ 14
ANEXO B ............................................................................................................................ 16
ANEXO C ............................................................................................................................ 17
ANEXO D ............................................................................................................................ 18

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GLOSSÁRIO
Acções: Títulos representativos do capital social de uma sociedade anónima.

Admissão a Cotação: Um título é admitido à cotação quando passa a ser transaccionado


numa Bolsa de Valores, em conformidade com as regras desta, onde lhe é atribuída uma
cotação de valor que varia em função da procura e da oferta de mercado.

Obrigações: Títulos transaccionáveis, representativos de dívida, de médio ou longo prazo


(mais de um ano), por empresas e/ou pelo Estado, denominando-se, no primeiro caso,
Obrigações Corporativas e, no segundo caso, Obrigações do Tesouro.

Ordem de Bolsa: Uma ordem é uma instrução para comprar ou vender um activo em um
mercado financeiro, como bolsas de valores.

Sistema de Negociação Por Chamada: Sistema com base no qual todas as ofertas de
compra e de venda, para cada valor mobiliário, são objecto de tratamento conjunto, num ou
mais momentos pré-determinados da sessão de bolsa, gerando em consequência a realização
de operações a uma única cotação em cada chamada.

Sistema de Negociação Por Registo: Sistema em que tem lugar operações que têm por
objecto uma quantidade significativa de valores mobiliários.

Valor Mobiliário: Descrever uma variedade de instrumentos de investimento


transaccionáveis, ou negociáveis, tais como acções, obrigações, títulos de participação,
warrants, unidades de participação em fundos de investimento, instrumentos derivados
(futuros, opções), e outros.

Bolsas de Valores: São instituições que têm por principal função e competência a gestão de
mercados organizados e regulamentados onde se transacionam valores mobiliários, com
recurso a plataformas electrónicas para a sua negociação.

Negociação: É um processo de interação social, que envolve duas ou mais pessoas, a respeito
de seus interesses, identidades e cognição, dedicados ao alcance de um acordo sobre a
substancia negociada através de ganhos mútuos.

Sessão de Bolsa: É o período diário de funcionamento da bolsa de valores durante o qual se


podem realizar operações sobre valores mobiliários.

Cotação: É o preço de um titulo no momento em que é transacionado.

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução

O mercado de capitais vem ganhando espaço quanto ao sistema financeiro como um mercado
capaz de dinamizar a economia no mundo. Assim sendo, Moçambique não poderia ficar de
fora nesta corrida de tornar este mercado mais dinâmico e, ajudar de forma significativa o
sistema financeiro de forma a contribuir no crescimento do PIB do país.

Portanto, em 1999 com a abertura de mercado de valores mobiliários, através da


institucionalização da Bolsa de Valores de Moçambique, o país deu um grande passo para o
desenvolvimento do sistema financeiro, criando alternativas de financiamento as empresas.

Com a BVM espera-se que se aumente o volume de recursos financiados a economia, através
da criação de oportunidades de poupança mais atrativas e financiamento as empresas.

O trabalho esta dividido em três capítulos, onde no capitulo I faz-se uma breve
contextualização do tema em estudo, posteriormente o capitulo II onde faremos a descrição
dos vários subtemas como o conceito de bolsa de valores, as suas características, as formas de
negociação, condições para admissão a bolsa de valores, entre outros que serão abordados no
trabalho. E, de forma a finalizar o estudo, o capitulo III onde será apresentada uma breve
conclusão em torno do tema discutido.

O trabalho foi elaborado numa perspectiva teórica, e resultou de pesquisas bibliográficas e


pesquisas na Internet de forma a materializa-la.

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CAPÍTULO II: DESENVOLVIMENTO

2.1. A Bolsa de Valores


Para Maleiane (2014), a Bolsa de Valores são locais ou espaço onde se transacionam activos
financeiros em regra títulos representativos de capital social de empresas e de dívidas
(pública e privada)"

Quanto a definiçao, sao utilizados varios conceitos para definir a bolsa de valores. Esta pode-
se definir, portanto, como mercados organizados, estruturados e dotados de instrumentos
jurídicos que permitem que as transacções sejam feitas com maior segurança e transparência
possíveis. Funcionam também como sinalizadoras da saúde financeira dos eminentes dos
títulos cotados.

A bolsa tem um papel de troca entre os agentes economicos que buscam aplicar as suas
poupanças, e as empresas ou o Estado que pretendem obter financimanto externo.

Segundo Nabais (1993), a bolsa é um mercado onde se trasaccionam os titulos em circulaçao


já emitidos.

Genericamente, utilizam-se as seguintes designaçoes sobre a bolsa:

 Bolsas Públicas: São instituições públicas em que os corretores monopolizam as


negociações, por exemplo: a bolsa da Belgica, França, Espanha e da Grecia;
 Bolsas Privadas: São as instituições onde não existe monopólio na negociação de
títulos, são casos da: Bolsa de Tóqui, Londres e Nova Iorque;
 Bolsa de Banqueiros: Instituições onde as operações são realizadas por bancos,
apesar de em muito dos casos, serem auxiliados pelos correctores. São exemplos:
Bolsa da Suecia, Alemanha e Austria;
 Bolsa de Mercadorias: é o local onde se fazem transacções de matérias-primas,
mercadorias, etc. Actualmente estas bolsas estão em decadência;
 Bolsa de Câmbio: onde se realizam operações sobre divisas e espécies metálicas; e
 Bolsa de Valores: onde se negoceiam valores mobiliários (acções, obrigações, títulos
de participação, etc.)

É no mercado secundário onde se encontra organizado a bolsa de valores, como também o


mercado de balcão.

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2.1.1. Características da Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores apresenta características como:

 Proporcionar um sistema central de negociação, assegurar o registo, compensação e


liquidação das operações, divulgação de informação sobre os produtos
transaccionados e legislação que governa a actividade;
 É um local onde se formam preços dos valores mobiliários, se canalizam poupanças
para o mercado primário, se faz a avaliação dos valores mobiliários, assegura e
proporciona liquidez dos títulos;
 É um mercado estruturado e doptado de instrumentos juridicos adequados que
permitem a realizaçao de operaçoes de compra e venda de titulos; e
 É um mercado organizado e se gere por regras e preceitos legais.

2.1.2. A Negociação em Bolsa


A Negociação dos títulos cotados na Bolsa de Valores de Moçambique ocorre num sistema
automático que se encontra segmentado em duas componentes, nomeadamente (BVM, 2018):

 Sistema de Negociação Por Chamada; e


 Sistema de Negociação Por Registo.

2.1.3. Admissão à Negociação na Bolsa de Valores


O Regulamento determina as normas a observar na instrução, tramitação e decisão dos
pedidos de admissão à cotação de valores mobiliários e, estabelece o conteúdo do prospecto a
publicar por ocasião da admissão à cotação.

Os pedidos de admissão à cotação serão apresentados à BVM através de um operador de


bolsa. Todas as comunicações a estabelecer entre a Bolsa de Valores de Moçambique e os
requerentes da admissão, incluindo a comunicação de quaisquer decisões, tanto
interlocutórias como finais, serão feitas entre a Bolsa de Valores de Moçambique e o
operador de bolsa que patrocina o pedido de admissão.

Os pedidos de admissão à cotação serão apresentados mediante requerimento dirigido ao


Conselho de Administração da Bolsa de Valores de Moçambique, subscrito pelo operador de
bolsa que patrocina o pedido, em representação da entidade emitente ou de portadores dos
valores a cotar que detenham, pelo menos, 10% desses valores.

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2.1.3.1. Requisitos de Admissão à Cotação de Acções na BVM
As acções são valores mobiliários que representam o capital social de uma sociedade.

A luz do artigo 3, nos seus números 2 e 4 do Decreto n° Decreto 48/98 de 22, a admissão a
cotação de acções dependem da verificação dos seguintes elementos:

a) Identificação da entidade emitente, com discriminação da denominação social, sede,


número de pessoa colectiva, número de registo na conservatória do registo comercial
e montante do capital social e NUIT;
b) Quantidade de acções objecto do pedido de admissão e seu valor nominal unitário;
c) Natureza das acções a admitir;
d) Descrição dos direitos e obrigações especiais das diferentes categorias de acções
representativas do capital social, se as houver;
e) Sendo o caso, identificação geral de outros valores mobiliários da sociedade emitente
admitidos à negociação em bolsas de valores estrangeiras;
f) Sendo o caso, indicação da legislação especial a que a entidade emitente se encontre
sujeita; e
g) Indicação sobre se o pedido de admissão é requerido pela própria entidade emitente
ou por portadores dos valores a cotar.

2.1.3.2. Requisitos de Admissão à Cotação de Obrigações na BVM


Obrigações são valores mobiliários que representam frações iguais de um empréstimo
contraído por uma entidade que pode ser, o Estado, uma empresa (pública ou privada). O
investidor ao adquirir uma obrigação torna-se credor, ou seja, este empresta dinheiro a uma
entidade.

A luz do artigo 3, nos seus números 2 e 4 do Decreto n° Decreto 48/98 de 22, a admissão a
cotação de obrigações dependem da verificação dos seguintes elementos:

a) As informações constantes anteriores, com as devidas adaptações;


b) Datas de início e de encerramento do período de subscrição do empréstimo
obrigacionista;
c) Modalidade da emissão, pública ou privada;
d) Sendo o caso, indicação das diferentes séries pelas quais se repartem as obrigações
emitidas; e
e) Data de entrega dos títulos definitivos.

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Os pedidos de admissão à cotação serão instruídos com os documentos indicados no Anexo
A, no caso de acções, e no Anexo C, caso o pedido de admissão respeite a obrigações.

2.1.4. Sessões da Bolsa de Valores


Sessão de Bolsa é o período diário de funcionamento da bolsa de valores durante o qual se
podem realizar operações sobre valores mobiliários. As sessões podem ser:

a) Sessões Normais; e
b) Sessões Especiais.

2.1.4.1. Sessões Normais: são aquelas que funcionam no quadro de regulamento pré-
estabelecido onde são transacionados valores mobiliários de cotação oficial. Neste mercado,
as entidades cotadas devem reunir um conjunto de requisitos mais exigentes do que nas
sessões especiais.

A negociação nas sessões normais de bolsa decorrerá através do sistema de chamada. O


número de sessões normais de bolsa e o horário da sua realização constam do Anexo D .

2.1.4.2. Sessões Especiais: A negociação nas sessões especiais de bolsa decorrerá através de
sistema automático apropriado ao registo das ofertas e ao fecho das correspondentes
operações.

A Bolsa de Valores de Moçambique poderá exigir aos operadores de bolsa e, sendo o caso,
aos demais intermediários financeiros, que lhe sejam comunicadas as ordens destinadas à
sessão especial previamente à realização desta, com vista à sua introdução no sistema,
conforme as regras que para o efeito sejam estabelecidas no anúncio.

O aviso conterá as seguintes informações:

a) Data e hora de realização da sessão;


b) Identificação geral, sintética, da operação;
c) Identificação dos valores mobiliários a transaccionar;
d) Preço mínimo ou fixo estabelecido;
e) Regras a observar na prioridade de satisfação das ofertas e no fecho de negócios, e
indicação de eventuais critérios de rateio a adoptar;
f) Indicação das entidades que poderão receber as ordens de compra ou venda e das
entidades que poderão transmiti-las à bolsa de valores;
g) Prazo e forma de entrega das ordens à bolsa de valores;

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h) Prazo e forma de comunicação dos resultados às entidades que hajam transmitido
ordens à bolsa;
i) Prazo e forma de liquidação física e financeira da operação;
j) Os locais e a forma por que foram publicados os documentos da oferta, quando a
sessão especial se destine à execução de oferta pública de venda ou de aquisição;
k) Identificação do tribunal, juízo e secção que ordenou a venda e do processo no âmbito
do qual esta é feita, quando a sessão especial se destine à execução de venda judicial
de valores; e
l) O número e a data do boletim da República, ou indicação de outra forma como possa
ser consultado o relatório e contas e o parecer do conselho fiscal respeitantes ao
último exercício publicado, no caso de a sessão especial se destinar à transacção de
valores mobiliários que não estejam admitidos à cotação, e não se destine à execução
de uma oferta pública de venda ou de aquisição.

2.1.5. Ordens de Bolsa


Segundo Cruz (1996) Ordens de Bolsa representam as ordens de compra ou de venda de
valores mobiliários consistem na definação das instruções necessárias à execução do negócio
pelo intermediário de acordo com a vontade do investidor.

As ordens relativas a operações de compra ou venda de títulos na Bolsa pode ser dada pelos
investidores directamente a um corretor que a deve executar, ou podem ser dadas a
intemediários financeiros que depois contactam os corretores.

Os aforradores que pretendem investir as suas poupanças em títulos nas bolsas de valores, ou
aos detentores de títulos que os querem vender, tem de realizar uma operação da bolsa e para
isso tem de se dirigir a uma instituição financeira ou aos correctores para darem uma ordem
de bolsa. Os correctores ou as sociedades financeiras de corretagem são entidades legalmente
autorizadas a afectuar a venda e a compra de títulos, satisfazendo assim as ordens da bolsa
que receberam directamente das pessoas ou através das instituições financeiras

Na BVM, as ordens de bolsa podem ser dadas aos operadores de bolsa verbalmente,
incluindo por via telefónica, ou por escrito, por telex, telefax, transmissão por via informática
ou outro meio apropriado, mediante o preenchimento do Impresso de Ordem de
Compra/Venda de Valores Mobiliários, que consta do Anexo B.

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A luz do artigo 7 do circular número n.º 4/GPCABVM/2014, as ordens de bolsa conterão
obrigatoriamente as seguintes indicações:

 Identificação do ordenante;
 Natureza da operação;
 Identificação dos valores mobiliários a transaccionar;
 Quantidade a transaccionar;
 Preço;
 Prazo de validade;
 Indicação do intermediário financeiro e número de conta em que os valores se
encontram depositados ou registados, no caso de ordens de venda dadas directamente
a um operador de bolsa, tendo por objecto valores depositados ou registados junto de
outro intermediário;
 Indicação do intermediário financeiro e número de conta em que o ordenante pretende
que os valores a adquirir venham a ser depositados ou registados, tratando-se de
ordem de compra dada directamente a um operador de bolsa, salvo se o ordenante
pretender que os valores comprados fiquem depositados ou registados junto do
próprio operador de bolsa;
 Data e hora em que a ordem é dada; e
 Data e hora em que a ordem é recebida, se diferente.

2.1.5.1. Modalidades das Ordens de Bolsa


I. Modalidades das Ordens Quanto ao Preço: quanto ao preço, as ordens de bolsa podem
ser:

a) Ao melhor: quando não indiquem qualquer limite para o preço de compra ou de


venda. Nestas condições, ao receber uma ordem de compra ao melhor preço o correto
deve satisfazer a ordem ao preço mais baixo possível, enquanto que se a ordem for de
venda deve satisfazê-la ao preço possível. Em inglês este tipo de ordens designam-se
por market orders.
b) Com limite de preço: quando estipulem o preço máximo a que o comprador está
disposto a comprar ou o preço mínimo a que o vendedor aceita vender. Ou seja, Nas
ordens com limite de preço (limit orders), se a ordem for de compra o investidor fixa

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o preço máximo a que está disposto a comprar, e se a ordem for de venda fixa o preço
mínimo a que está disposto a vender.

II. Modalidades das Ordens Quanto ao Prazo: quanto ao prazo, as ordens de bolsa podem
ser válidas:

a) Para uma só sessão de bolsa;


b) Para as sessões de bolsa que decorram até uma determinada data, que não poderá
exceder trinta dias.

2.1.6. Intermediários Financeiros em Operações de Bolsa


O modelo de organização de bolsas de valores alicerça-se na figura de um intermediário, o
corrector, a quem incube a recepção de ordens dos investidores, tanto para a compra assim
como para a venda de valores mobiliários, e a sua execução.

No âmbito das funções dos correctores, ou seja, as sociedades de corretagem e sociedades


financeiras de corretagem, cabe não só a execução de ordens como igualmente o
aconselhamento dos clientes, o registo e controlo dos valores de clientes e a cobrança dos
respectivos rendimentos, os juros e dividendos.

Desta forma, as sociedades correctoras e sociedades financeiras de corretagem exercem o


papel de unificadoras do mercado, dando segurança ao sistema e liquidez aos títulos
transaccionados. As actividades principais são as seguintes:

 Operar com exclusividade na bolsa de valores da qual é membro, com títulos e


valores mobiliários de negociação autorizada;
 Comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários, por conta de terceiros,
efectuar lançamentos públicos e acções, operar com a conta margem;
 Administrar carteiras de títulos e controlar títulos e valores mobiliários, instituir,
organizar e administrar fundos e clubes de investimentos, prestar serviços como
encarregar-se da subscrição de títulos e valores mobiliários, etc...; e
 Operar no mercado aberto.

Em Moçambique, os principais intermediários financeiros intervenientes no mercado bolsista


são:

 Sociedades corretoras;

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 Sociedades financeiras de corretagem, e;
 Bancos comerciais e de investimento.

Actualmente existem catorze (14) operadores de Bolsa a operar no mercado, dos quais treze
(13) são bancos comerciais e uma (1) sociedade financeira de corretagem.

2.1.7. Sistemas de Negociação


As negociações nas sessões nominais de bolsa decorrerão através do sistema de chamada
definido como o sistema com base no qual todas as ofertas de compra e de venda para cada
valor mobiliário, são objecto de tratamento conjunto, num ou mais momentos pré-
determinados da sessão da bolsa, gerando em consequência a realização de operações a uma
única cotação, em cada chamada.

Ofertas referem-se as instruções introduzidas no sistema pelos operadores de bolsa, na


sequência das ordens de bolsa por si recebidas de clientes, ou, sendo o caso, actuando por sua
própria conta. O numero de chamadas em cada sessão normal de bolsa, e o respectivo
horário, constam do Anexo D.

Na BVM, funcionam os seguintes sistema de negociação:

2.1.7.1. Sistema Automático


A luz do artigo 5 do circular número n.º 4/GPCABVM/2014, o sistema automático é um
conjunto de equipamentos informáticos e instruções lógicas que suporta a negociação, a
formação das cotações e o fecho das operações, bem como a rede de comunicações que
integra aqueles equipamentos, ligando entre si os intervenientes no mercado.

Ou seja, quando as cotações se formam por via do sistema informático, as várias ofertas são
introduzidas num sistema informático que assegura a difusão das ofertas, o fecho e registo
das transacções, dando assim conhecimento ao mercado por via informática da pretensão do
operador.

Compete aos operadores de bolsa a introdução das ofertas de compra e de venda no sistema e,
sendo caso disso, o seu cancelamento. A determinação das cotações e o fecho de operações
ocorrem automaticamente, através do sistema, nos termos estabelecidos nos artigos 13 e 14
do regulamento, respectivamente:

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a) Na hora designada para o término da chamada, o sistema encerrará o período de
introdução de ofertas e procederá de imediato à determinação da cotação para cada
valor mobiliário, nos termos estabelecidos.
Para a determinação da cotação de cada valor mobiliário o sistema apenas
considerará as ofertas correspondentes ao respectivo lote mínimo, e bem assim as
quantidades múltiplas do lote mínimo contidas nas ofertas superiores ao lote mínimo.
b) Para a determinação da cotação concorrem todos os preços possíveis, baseada na
variação mínima de cotações definida, entre os limites da oferta a menor preço e da
oferta a maior preço que, para um dado valor mobiliário, participem na chamada.
A cotação será fixada no preço que assegure a transacção da maior quantidade
possível do valor mobiliário em causa.
c) O sistema procederá ao fecho das operações logo que a cotação haja sido
determinada. Têm prioridade no fecho as ofertas ao melhor, seguindo-se as que
tenham prioridade em termos de preço.

Os lotes mínimos para a formação da cotação dos diversos valores mobiliários são os
indicados no Anexo D.

2.1.7.2. Sistema de Negociação por Registo


A luz do artigo 17 do circular número n.º 4/GPCABVM/2014, o SNR pode ser objecto de
negociação mediante sistema de registo quaisquer valores representativos de dívida
transacionáveis em sessão normal de bolsa, desde que a operação em causa configure grande
lote.

A negociação mediante sistema de registo providencia o registo, no sistema, de operações


previamente contratadas entre os operadores de bolsa, vendedor e comprador, mediante
negociação bilateral. Apenas poderão ser objecto de registo, operações sobre lotes de valores
mobiliários que representem, por cada ordem de bolsa e assim relativamente a cada
comitente, a quantidade mínima definida no Anexo D.

O registo das operações na negociação mediante sistema de registo obedecerá às seguintes


regras:

a) O operador de bolsa vendedor procederá ao registo da operação, em módulo


apropriado do sistema, com identificação do valor mobiliário, quantidade
transaccionada, preço unitário e operador de bolsa comprador;

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b) Até ao final do horário da negociação por sistema de registo, o operador de bolsa
comprador deverá proceder, no sistema, à confirmação da operação, sob pena de
cancelamento do registo efectuado pelo operador de bolsa vendedor;
c) As operações só se consideram executadas após a confirmação exigida pela alínea
anterior;
d) O operador de bolsa vendedor e comprador poderá ser um mesmo, sem prejuízo dos
procedimentos estabelecidos nas alíneas precedentes; e
e) O sistema atribuirá uma hora à operação no momento em que aquela for confirmada.

2.1.7.3. Sistema de Negociação por Chamada


O título em causa é chamada uma ou várias vezes ao longo da sessão e, confrontam-se as
ordens de compra com ordens de venda para se determinar o preço de equilíbrio. Ou seja, se a
formação de cotação se processar pelo SNC, as ofertas são apresentadas oralmente pelos
operadores presentes no recinto físico onde as sessões da bolsa se realizem.

Na Bolsa de Valores de Moçambique, a negociação nas sessões normais decorrerá através do


sistema de chamada e, também a negociação de valores mobiliários na BVM poderá
igualmente decorrer através do sistema de registo.

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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

3.1. Conclusão

O presente capítulo, apresenta as conclusões referentes aos resultados obtidos, após as


pesquisas bibliográficas. Este estudo revela que a Bolsa de Valores de Moçambique tem dado
passos significativos quanto ao propósito da sua criação.

Segundo Valá (2019), seria normal que estando a economia moçambicana a desacelerar
desde 2016, a situação do mercado bolsista moçambicano estivesse em tendência negativa,
mas não foi o observado no ano de 2019. Pelo contrario, foi contra todas as previsões no
domínio económico e do sistema financeiro, se mostrando assim um ano positivo para a
BVM.

Verificou-se também que durante o ano de 2022, o desempenho do mercado bolsista foi
positivo, avaliado segundo os principais indicadores do mercado, designadamente, a
capitalização bolsista e o índice "BVM Global". Estes registaram um crescimento quando
comparado com o período homologo de 2021.

A capitalização bolsista dos títulos admitidos a negociação registou uma subida em 30,3%
para 164.288 milhões de Meticais, em Dezembro de 2022, representando cerca de 24$ do PIB
(BVM, 2019).

A BVM é viável quanto ao propósito da sua criação, pois, tem contribuído de forma
significativa na articulação do sistema financeiro nacional, mas também, a BVM desde a sua
criação tem servido bastante ao Estado como fonte de financiamento do Défice Publico, uma
vez que o Estado tem vindo a colocar na BVM as Obrigações de Tesouro.

O sector privado que também não fica de fora quando a sua participação na BVM. O
desempenho dos mercados bolsistas ao nível de vários regiões do mundo e também,
Moçambique aumentou devido a necessidade crescente de obter financiamento por parte das
empresas.

A BVM tem estado a disseminar varias informações sobre as noções básicas do mercado de
capitais e a Bolsa de Valores, sobretudo quanto a sua essência, natureza, conceitos,
objectivos, produtos, serviços, entre outros.

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Bibliografia
Combo, S. M. (Julho de 2002). Obtido em 21 de Setembro de 2023, de
http://monografias.uem.mz/handle/123456789/875
Maleiane, A. (2014). Banca & Finanças: O Essencial Sobre O Sistema Financeiro. Maputo,
Moçambique: Indico.
Moçambique, B. d. (2020). Relatorio Anual de Actividades da Bolsa de Valores de
Moçambique. Maputo: Gráfica- IRI.
Pires, C. (2013). Mercados e Investimentos Financeiros (3 Edição ed.). Lisboa, Portugal:
Escolar Editora.
Sitoe, V. M. (Setembro de 2007). Obtido em 24 de Setembro de 2023, de
http://monografias.uem.mz/handle/123456789/875

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Bolsa de Valores de Moçambique

ANEXOS

ANEXO A
INSTRUÇÃO DOCUMENTAL DOS PROCESSOS DE ADMISSÃO À COTAÇÃO DE
ACÇÕES

1. Cópia das actas, deliberações ou resoluções dos órgãos sociais da entidade emitente,
ou, quando for o caso, dos diplomas ou actos administrativos que, nos termos das
disposições legais e estatuárias aplicáveis, aprovaram a emissão.
2. Exemplar actualizado dos estatutos da entidade emitente.
3. Certidão do registo comercial ou, tratando-se de entidade não sujeita a registo
comercial, documento de igual força emanado por quem tenha poderes para o efeito,
comprovativa da existência e data de constituição da entidade emitente, do montante
do seu capital social e da identificação de todos os membros dos seus órgãos de
administração e fiscalização.
4. Relatórios de gestão, contas e pareceres do órgão de fiscalização da entidade emitente
relativos aos dois últimos exercícios, ou apenas aos exercícios decorridos, se tiver
sido constituída há menos de dois anos.
5. Relatório de auditoria da entidade emitente realizado por auditor independente
autorizado pelo Ministério do Plano e Finanças, caso os documentos a que se refere o
ponto anterior não tenham já sido objecto de certificação por um auditor que preencha
tais requisitos.
6. Indicação das datas de publicação no boletim oficial de bolsa das contas dos dois
últimos exercícios anuais encerrados.
7. Certificado emitido pela entidade emitente ou intermediário financeiro onde a conta
tenha sido aberta comprovando a existência da conta de registo da emissão, para o
caso de valores escriturais, ou, espécime original de cada um dos títulos
representativos das acções a admitir previstos nos estatutos, para o caso de valores
titulados; Se estiverem previstos espécimes de títulos ainda não emitidos, deverá a
entidade emitente comprometer-se a enviar à Bolsa de Valores de Moçambique
exemplares originais desses espécimes logo que proceda à sua emissão.
8. Indicação dos detentores do capital social da sociedade, sob a forma de listagem, com
discriminação das respectivas participações sociais, devendo ser fornecidas fotocópias
das folhas do livro de presenças na mais recente Assembléia Geral efectuada, sem

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Bolsa de Valores de Moçambique
prejuízo da apresentação, caso exista, de documento mais recente demonstrativo da
informação em causa.
9. Projecto de prospecto de admissão à cotação.
10. Declaração, devidamente avalizada pelos responsáveis da sociedade, de que entre, por
um lado, as datas a que se reportam as contas apresentadas nos termos do ponto 4, o
relatório de auditoria referido no ponto 5 e o prospecto de admissão exigido no ponto
anterior e, por outro lado, a data da apresentação do pedido de admissão, não
ocorreram quaisquer factos ou circunstâncias susceptíveis de afectar ou de alterar de
modo relevante as informações que constam desses documentos.
11. No caso de admissão à cotação de acções resultantes de aumento do capital social de
sociedades com acções de mesma categoria já cotadas, deverão ainda ser apresentados
os seguintes documentos:
a) Folha branca onde se encontre aposto o carimbo utilizado na actualização dos
títulos antigos, sendo o caso;
b) Cópia da notificação do Banco de Moçambique concedendo o registo da emissão,
quando aplicável;
c) Indicação da data da publicação no boletim oficial de bolsa dos seguintes factos:
i. Exercício de direitos de incorporação ou subscrição;
ii. Emissão de novas acções;
iii. Resultado do rateio, sendo o caso;
iv. Troca dos boletins de subscrição ou dos títulos provisórios por títulos
definitivos, sendo o caso;
v. Actualização dos títulos antigos, sendo o caso.

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ANEXO B

IMPRESSO DE COMPRA/VENDA DE VALORES MOBILIÁRIOS

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ANEXO C
INSTRUÇÃO DOCUMENTAL DOS PROCESSOS DE ADMISSÃO À COTAÇÃO DE
OBRIGAÇÕES

1. Documentos mencionados nos números 1 a 7, 9 e 10 do Anexo A, com as necessárias


adaptações.

2. Certidão do registo comercial comprovativa da emissão do empréstimo obrigacionista,


quando aplicável.

3. Cópia da notificação do Banco de Moçambique concedendo o registo da emissão, quando


aplicável.

4. Indicação da data da publicação no boletim oficial de bolsa dos seguintes factos:

a) “Ficha técnica” do empréstimo com as condições de emissão;


b) Troca dos boletins de subscrição ou dos títulos provisórios por títulos definitivos,
sendo o caso;
c) Pagamento dos juros correspondentes aos cupões já vencidos.

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ANEXO D
1. Nos termos do artigo 2, número 1:

a) As sessões normais de bolsa, quer no sistema de negociação por chamada e de registo,


realizar-se-ão em todos os dias úteis da semana, no período compreendido entre as
08:00 horas e 12:00 horas;
b) Não se realizarão sessões de bolsa nos dias que constituem feriado nacional, nos
feriados municipais das cidades da sede e delegações da Bolsa de Valores de
Moçambique.

2. Nos termos do artigo 3, número 4:

a) O número de chamadas em cada sessão normal de bolsa, no sistema de negociação


por chamada, é estabelecido em 1 (uma) chamada;
b) As chamadas iniciam-se às 08:00 horas e terminam às 12:00.

3. Nos termos do artigo 11, número 1:

a) A variação mínima da cotação admissível, e escalão mínimo de oscilação, para


quaisquer valores mobiliários, é de 0,01 MT (um centavo do Metical);
b) A variação máxima da cotação admissível é de 15%, tratando-se de acções e outros
valores mobiliários representativos de participação social, e de
c) 5%, tratando-se de quaisquer valores mobiliários representativos de dívida.

4. Nos termos do artigo 12, número 2, qualquer oferta introduzida no sistema pode ser
cancelada, pelo operador de bolsa que a introduziu, até 5 (cinco) minutos antes do
encerramento da chamada.

5. Nos termos do artigo 13, número 3, o lote mínimo para a formação da cotação é de 1
unidade, para todos os valores mobiliários.

6. Nos termos do artigo 15, número 2, constitui grande lote:

a) Relativamente a acções, uma quantidade que represente uma percentagem da


quantidade admitida à negociação superior a 5%;
b) Relativamente a quaisquer valores mobiliários representativos de dívida, a quantidade
de 25.000 (vinte e cinco mil) unidades.

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7. Nos termos do artigo 17, número 2, a quantidade mínima de valores mobiliários integrante
de cada registo em sistema é de 25.000 (vinte e cinco mil) unidades.

8. Nos termos do artigo 17, número 5:

a) A variação mínima de preços a registar, e escalão mínimo de oscilação, é de 0,01MT


(um centavo);
b) A variação máxima dos preços a registar é de 5%.

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