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A cidade industrial de Tony Garner

• Origem da Proposta:

Durante o surgimento do urbanismo moderno, a cidade de Lyon, a terceira da França em


tamanho, sofria as consequências do crescimento de uma cidade grande. Um centro
mundial da indústria da seda, mas também com grandes fábricas de maquinaria e de
produtos químicos.
Passou por consideráveis transformações na segunda metade do século XIX. Já nos anos
1860 foi objeto de trabalhos de saneamento urbano tendo Paris como modelo.
Em 1880 realizaram-se vários projetos de renovação urbana com um enfoque nitidamente
sanitarista, e em 1900 foram implantadas instituições de educação e outros serviços
dignos de uma metrópole regional.
Esse contexto teve importância para o jovem arquiteto Tony Garnier, que nasceu em 1869
e cresceu num dos melhores bairros operários de Lyon. Estudou arquitetura na Academia
de Belas-Artes daquela cidade entre 1886 e 1889. Em 1889, foi contemplado pela
Academia de Lyon com uma bolsa para formação continuada em Paris. Ali chegou,
portanto no ano da grande exposição internacional a exposição a qual foi marcada pelo
inauguração da torre Eiffel.

(Arquiteto Tony Garner) (Inauguração da Torre Eiffel em 1889)

(Linha do Tempo, processo construtivo da Torre Eifell)


• A Proposta de Uma Cidade Industrial:

A cidade industrial de Tony Garnier foi criada em 1901 e exposta em 1904, esse projeto
de planejamento urbano era a planificação do que deveria ser uma cidade moderna.
Projetada para 35000 habitantes, a cidade industrial antecipava alguns princípios da Carta
de Atenas do CIAM de 1933.

(Livro, a carta de Atenas) (Primeira Idealização do Projeto no ano de 1901)

A proposta era, sobretudo de uma cidade socialista sem muros ou propriedade privada,
onde todas as áreas não construídas eram parques públicos. O plano linear de Garnier
separava as zonas: existiria o agrupamento racional da indústria, da administração e das
residências, além da exclusão dos pátios internos e estreitos, criando uma quantidade
suficiente de espaços verdes na cidade. Além dessas características no planejamento
urbano, havia também o uso do novo material, o concreto armado, que era a
potencialidade estética do século XX.

(Plano Urbano para Cidade Industrial)


O plano da Cidade Industrial foi feito em um terreno que ao mesmo tempo era na zona
montanhosa e uma planície, região localizada o sudoeste da França, tendo por perto uma
represa que foi fundamental para a implantação da cidade. Feita principalmente com
concreto armado, mas com presença ativa do ferro e do vidro.
A principal fábrica da cidade fica localizada na planície, sua principal atividade era a
metalurgia, produzindo canos de ferro, chapas de ferro, rodas, montagem de vigamentos
metálicos, material para estrada de ferro, entre outros. A força para a fábrica vinha da
torrente e era abastecida pelas minas que havia próximo.ada habitação podia ocupar quantos lotes
Cada habitação podia ocupar quantos lotes fossem necessários, desde que a superfície
construída não ultrapassasse a metade da superfície total. Com a sobra dos terrenos era
feito um jardim publico utilizado pelos pedestres, na cidade não havia muros definindo os
espaços.
O centro da cidade foi dividido por Garnier em três grupos de serviços:
• o primeiro grupo localizado ao sul , limitado por um terreno ajardinado, para
serviços administrativos, sala de conferencias e reuniões de sindicatos;
• o segundo grupo localizado em um parque limitado ao norte da rua principal,
corresponde às coleções históricas, arqueológicas, artísticas e industriais;
• o terceiro grupo na mesma localização do grupo 2, com uma sala de espetáculo,
apresentações ao ar livre, ginásios, casas de banho, quadras e pistas.

• Normas gerais aplicadas ao projeto:


1 - Na habitação os dormitórios devem ter pelo menos uma janela orientada para o sul,
bastante grande para que haja luz no cômodo todo;
2 - Os espaços maiores ou menores fechados por paredes, que servem para iluminar ou
para arejar, estão proibidos. Qualquer espaço deve ser iluminado e ventilado pelo exterior;
3 - Dentro das habitações, as paredes, o chão, etc., são de materiais lisos, com os
ângulos arredondados.
4 - Lotes definidos em 15 x 15m, sempre com um dos lados dando pra rua.
5 - A superfície construída deve ser sempre inferior à metade da superfície total.
6 - Não deve haver muros separando os lotes.
7 - O solo da cidade é visto em conjunto, como um grande parque.
8 - O espaço entre duas habitações é pelo menos igual à altura da construção situada ao
sul.
7 - No centro da aglomeração há um vasto espaço destinado aos estabelecimentos
públicos.
9 - Implantação de escolas primárias para as crianças.
10 - Estabelecimentos sanitários estabelecidos ao norte do centro da cidade, protegidos
dos ventos frios. Compoe-se de hospital, setor dos inválidos, doenças contagiosas.
11 - Ruas ortogonais, sentido norte-sul e leste-oeste. Há hierarquia entre as vias.

• Ambientação: Zonas e Edificações.

(Escola Profissional) (Zona Residencial)

(Zona Residencial) (Casa da Cultura)


(Estação Central) (Zona Industrial)

Com vinte anos de antecedência, Garnier definiu o que chamará de "estilo internacional".
As formas que dadas aos seus edifícios eram uma premonição surpreendente aos tempos
modernos, pois ele planejava também o plano de vidro como as janelas de largura, o
terraço dos telhados, as pilhas, os saliências e as inovações técnicas como a
aquecedores de água, aquecimento elétrico coletivo e controle térmico.
• Referencias Bibliográficas:

https://dialogoentrearquiteturas.wordpress.com/2016/07/07/tony-garnier-e-a-cidade-
industrial/

https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/403441/mod_resource/content/1/aula
%209_URBANISTA%20NA%20VIRADA.pdf

http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17497/material/
aula06-Cidade%20industrial%20e%20cidade%20jardim.pdf

https://pt.slideshare.net/MarciaEmah/tony-garnier-e-a-cidade-industria

file:///C:/Users/55119/Downloads/docsity-cidade-industrial-tony-garnier.pdf

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