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1a edição, 2014
Henry, Carl F. H.
1. Apologética 2. Filosofia 3.
Revelação 4. Teísmo
5. Teoria do Conhecimento
CDD 230
O RESGATE DA FÉ CRISTÃ
Carl F. H. Henry
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Billy Graham.
Após deixar a Christianity Today em 1968, Henry passou um
período sabático na Universidade de Cambridge,[9] e então
ensinou no Eastern Baptist Theological Seminary e no Trinity
Evangelical Divinity School de 1969 a 1974. Ele continuou ensinando
em tempo parcial no Trinity até 1997. De 1974 a 1986 Henry
proferiu palestras em nome da Visão Mundial e, durante a
“aposentadoria”, ensinou e discursou em diversas faculdades,
universidades e seminários.
Carl Henry foi eleito presidente da Evangelical Theological
Society [Sociedade Teológica Evangélica] e da American Theological
Society [Sociedade Teológica Americana]. Participou do Concílio
Internacional sobre Inerrância Bíblica e da conferência Evangelical
Affirmations [Declarações Evangélicas].[10]
Paul House resume bem o engajamento de Henry:
Ao longo de anos de serviço prestado, inúmeras milhas
percorridas, muitos livros escritos e diversas palestras
proferidas, Henry provou sua dedicação à vida e ao
pensamento evangélico.[11] Seu serviço merece ser
comparado favoravelmente ao de outros líderes
evangélicos americanos fundamentais, tais como Harold
Ockenga e Billy Graham, como bem a líderes evangélicos
britânicos como James I. Packer e John Stott.
Legado
Henry é mais bem conhecido pela obra magistral de seis
volumes God, Revelation, and Authority [Deus, revelação e autoridade],
publicada entre 1976 e 1983.[12] Ali, ele lida com os principais
desafios filosóficos e teológicos a respeito do teísmo cristão e do
cânon bíblico. Mas sua obra é extensa, e não poucos trabalhos
recebem elogios igualmente efusivos.
O seu primeiro livro, The Uneasy Conscience of Modern
Fundamentalism [A consciência inquieta do fundamentalismo
moderno], publicado em 1947, é considerado por alguns uma de
suas melhores obras. Na opinião de Russel Moore, talvez seja este
o livro evangélico mais importante do século XX: “É tão relevante
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hoje quanto o era em 1947, e deveria ser lido novamente por todos
os comprometidos seriamente com a aplicação da visão do reino a
todos os aspectos da vida”.[13]
Remaking the Modern Mind e The Protestant Dilemma, ambos
publicados em 1948 e The Drift of Western Thought [O desvio do
pensamento ocidental], publicado em 1951, também merecem
atenção. Essas obras desafiaram a erudição da época e
demonstraram o motivo de os primeiros neoevangélicos terem
recebido a atenção e o respeito da cultura mais ampla, bem como
da academia religiosa.
A despeito do debate acerca de sua principal obra,
permanece o fato de que nelas se encontra o cristianismo ortodoxo:
de modo consistente reiteram-se os temas do teísmo bíblico, a
revelação objetiva em forma proposicional, a autoridade e
inerrância da Escritura e a defesa apologética racional do
cristianismo.
Embora o legado mais duradouro de Henry consistas em
seus escritos — dezenas de livros, artigos, editorais e obras
editadas — esse legado vai além disso. Para os que desejam saber
mais acerca de sua visão e sabedoria, recomendo com entusiasmo o
e x c e l e n t e Recovering Classic Evangelicalism [Recuperação do
evangelicalismo clássico], de Gregory Thorbury.[14]
Sobre este livro
Gregory Thorbury, no livro já mencionado, após dizer que
God, Revelation and Authority é uma obra densa e às vezes
inacessível, contendo análises filosóficas e teológicas sobre o
conceito de epistemologia a partir do ponto de vista teístico, relata
o seguinte episódio:
Millard Erickson, sabendo que eu estava em contato com
Carl, certa vez me perguntou como ele estava. Após lhe
contar sobre as lutas de Carl com a estenose espinhal ao
longo dos meses anteriores, Millard pediu que
transmitisse suas saudações a Carl na próxima vez que
conversássemos. Então seus olhos brilharam, e ele
brincou: ‘Você sabe que amo a obra de Carl Henry. Ela é
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Prólogo
A Casa Rutherford é um centro de publicação e pesquisa
evangélica localizado em Edimburgo, Escócia. Todo ano
convidamos um líder evangélico ilustre de fora da Escócia para
passar uma semana conosco. As Conferências Rutherford
anteriores incluíram o professor James I. Packer, o professor
Edmund P. Clowney e o professor Donald A. Carson. Por vários
anos havíamos esperado que o doutor Carl F. H. Henry pudesse se
juntar a nós, e fiquei encantado quando ele aceitou nosso convite
em 1989 e viajou à Escócia para proferir as palestras constituintes
deste importante livro. De sua posição no centro do mundo
evangélico por mais de meio século, ele está mais apto que
qualquer outro a nos convocar, a fim de que, realizando o resgate da
fé cristã, possamos agir com igual paixão e intelecto, não reduzidos
pela passagem dos anos — e no mundo constantemente mutável,
em que o resgate, em vez da mera defesa, está em questão.
O rigoroso programa do dr. Henry transportou-o para bem
fora da Escócia. Seu exigente itinerário levou-o primeiro ao
London Theological Seminary [Seminário Teológico de Londres] e
depois à Wales Evangelical School of Theology [Faculdade
Teológica Evangélica de Gales], em Cardiff. Após uma entrevista à
rádio BBC de Gales, ele proferiu a Conferência anual sobre
Cristianismo Contemporâneo patrocinada pelo Evangelical
Movement of Wales [Movimento Evangélico de Gales]. Em
seguida, em Edimburgo (Escócia), depois de pregar na Holyrood
Abbey Church [Igreja da Abadia de Holyrood], ele foi à
Faculdade Nova na Universidade de Edimburgo para ministrar um
seminário, e, na continuidade, à Casa Rutherford para as
Conferências Rutherford. Depois, o dr. Henry viajou a Glasgow,
onde dissertou ao grêmio estudantil do Bible Training Institute
[Instituto de Treinamento Bíblico] e à Faculdade de Teologia de
Glasgow, discursando mais tarde em um grande encontro na Igreja
St. George's-Tron. Em Abeerden seguiu-se uma mensagem na
Glicomston South Church [Igreja Glicomston Sul] e uma palestra
aos estudantes na Faculdade de Teologia King’s College, da
Universidade de Abeerden. A visita foi concluída com uma
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Introdução
Apresentar as Conferências Rutherford de 1989 na Escócia
foi um grande privilégio. O retorno a Edimburgo, uma cidade
querida, proporcionou horas memoráveis com docentes da New
College [Faculdade Nova] e da Free Church College [Faculdade da
Igreja Livre].
Neste livro eu me volto a questões controversas que
entendo serem muito importantes para o cristianismo evangélico a
partir da última década do século XX. Os inter-relacionamentos
conceituais são visíveis.
A primeira conferência observa que, a menos que o ponto
de vista cristão sobre o mundo e a vida seja promovido como uma
unidade completa, seu poder intelectual logo se perderá.
Continuamente, desde os tempos apostólicos, os postulados
cristãos têm sido repetidamente diluídos e diminuídos pelos
estudiosos que, sob a influência de teorias especulativas, tomam a
liberdade de preservar princípios cristãos apenas de forma
fragmentada. Tal processo levou ao gradual e contínuo sacrifício
das doutrinas cristãs básicas, até o neopaganismo deixar agora
muitas vezes sua marca sobre os centros de erudição ocidentais.
A segunda conferência diz respeito ao método teológico. Ela
preconiza a teologia dedutiva sobre a indutiva, indicando sua
especial importância para o século em que o empirismo e o
existencialismo penetraram com profundidade nas fileiras
evangélicas. Discute o inevitável papel dos pressupostos e encara o
problema de distinguir admissões de hipóteses válidas e inválidas.
Dá ênfase à consistência racional como teste da verdade, para que
a teologia pressuposicional não vire fideísmo. Além disso,
identifica o cânon bíblico como o princípio verificador cristão.
Enfatiza que, embora a crença não seja previamente necessária para
a compreensão das verdades cristãs, a apropriação pessoal dessas
verdades é indispensável para a participação nos benefícios da
redenção. Recusa-se a se decidir pela mera probabilidade. Não
obstante, em meio à busca por certeza, ela enfatiza que o Espírito
de Deus usa a verdade como meio de persuasão e confere a certeza
pessoal como dom divino.
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espiritual.
Na minha visita à Grã-Bretanha, onde as conferências foram
transmitidas em outubro de 1989 na Casa Rutherford em
Edimburgo, uma ou outra foi igualmente dada às faculdades de
teologia das universidades de Aberdeen e Glasgow, bem como na
Casa Tyndale, em Cambridge, Inglaterra, e a membros do
Evangelical Movement of Wales [Movimento Evangélico de Gales],
em Cardiff. Discursos adicionais foram feitos no London
Theological Seminary [Seminário Teológico de Londres], fundado
pelo dr. D. Martyn Lloyd-Jones, no Bible Training Institute of
Glasgow [Instituto de Treinamento Bíblico de Glasgow] e na
Evangelical Theological College of Wales [Faculdade Teológica
Evangélica de Gales]. A primeira e a terceira conferências foram
apresentadas extempore no Southeastern Baptist Theological
Seminary [Seminário Teológico Batista do Sudeste] em Wake
Forest, na Carolina do Norte; semelhantemente, a terceira foi dada
na Universidade de Virgínia sob os auspícios do Centro de
Estudos Cristãos.
Por esses e outros preparativos, bem como pela graciosa
hospitalidade, expresso meu apreço ao rev. dr. Nigel M. de S.
Cameron, custódio da Casa Rutherford.
Carl F. H. Henry
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autoridade final.
Paralelamente, até o humanismo secular foi incapaz de se
separar por completo da herança bíblica. Ele injetou em suas
crenças controladoras naturalísticas uma agenda de preocupações
sociais envolvendo a justiça universal, os direitos humanos, os
assuntos ecológicos e a compaixão aos pobres e fracos. Contudo,
preconizar dessa forma uma agenda de imperativos sociais
estabelecidos com clareza contradiz a suposição básica do
humanismo — os princípios morais são relativos à cultura e
inconstantes. Como assinalaram os críticos conservadores como
David Elton Trueblood, as preocupações sociais humanistas não se
originam da cosmovisão naturalista; foram antes tomadas de
empréstimo da herança judaico-cristã pela metafísica relutante em
reconhecer sua dívida. Ao mesmo tempo, os naturalistas mais
radicais admitiram que sua ênfase — a saber: de que a realidade se
reduz a elementos impessoais e elementos naturais e forças
inconstantes — não pode acomodar absolutos morais imutáveis.
Em uma ocasião, quando o presidente Frank Rhodes da
Universidade de Cornell disse a uma audiência de Harvard que os
campi precisavam assumir pelo menos alguma responsabilidade
pelo bem-estar moral e intelectual dos estudantes, foi confrontado
por ouvintes críticos querendo saber que tipo de moralidade seria,
ou deveria ser, ensinada.
O debate hoje focaliza a propriedade ou impropriedade do
papel da transcendência no universo concebido apenas em termos
de processos impessoais e eventos quânticos. O pretenso debate
cristão-marxista radicalmente secular, a cultura contemporânea da
droga e o surgimento da filosofia desconstrucionista refletem
todos, de três modos diferentes, a corrente luta contra os vestígios
desvanecidos do ensinamento bíblico.
No diálogo secular entre os supostos radicais cristãos e
marxistas, ambos os lados rejeitam o sobrenatural e aderem à
cosmovisão naturalista. O centro do debate é a tradicional
afirmação marxista do determinismo econômico e do inevitável
triunfo histórico do proletariado. O progressivo descumprimento
das promessas comunistas e das expectativas de utopia promoveu
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no coração do fiel.
Contudo, pode um apelo aos “dados” da natureza ou da
história, à parte de qualquer invocação de revelação divina,
fornecer uma demonstração lógica da existência do Deus cristão ou
da factualidade da ressurreição corporal de Jesus? O raciocínio
histórico pode concluir que Jesus de Nazaré se revelou
indubitavelmente vivo depois da crucificação. No entanto, sem o
apelo adicional a uma Escritura acreditada ou a Deus em sua
revelação, pode o raciocínio histórico demonstrar que a deidade
transcendente ressuscitara a Jesus da morte para nunca mais
morrer, e que, além disso, o ressuscitou como as primícias da
ressurreição geral no fim?
Montgomery sustenta que a ressurreição de Jesus valida a
predição de Jesus sobre o acontecimento e o acontecimento por si
próprio como provas da divindade de Jesus. Mas os cientistas
dedicados à observação não raro descobrem que a validação
empírica do vaticínio, de per si, não valida a interpretação
particular. Há, sem dúvida, uma conexão entre a divindade dele e
a sua ressurreição, porém, a conexão não é percebida da forma
apropriada pela teoria de que a ressurreição, como acontecimento
histórico isolado, comprova a divindade de Jesus.
A crítica empirista à abordagem pressuposicional perde
força uma vez que se torna patente que os empiristas estão
carregados de pressupostos. Os cientistas empíricos supõem, por
exemplo, a linearidade do tempo, que os sentidos proveem
informação fiável, que se deve confiar na lógica, que teorias
válidas não devem se contradizer, que as leis atuantes em um lugar
e tempo no universo aplicam-se em todos os lugares e sempre, e
que o comportamento do universo é previsível. Tais suposições
não são empiricamente demonstráveis; na verdade, algumas são
parasitárias da herança judaico-cristã.
Robert C. Sproul, John H. Gerstner e Arthur Lindsley
criticam de maneira aberta o pressuposicionalismo e o retratam
como necessariamente fideístico — isto é, ele apela para a
confiança antes da evidência, e de modo independente dela. Eles
não distinguem tipos de evidência nem fazem justiça aos
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[1] Bob E. Patterson, Carl F.H. Henry (Peabody, MA: Hendrickson, 1983).
[2] Admiring the Sistine Chapel: Reflections on Carl F.H. Henry's God,
Revelation and Authority. Themelios 25.2 (2000): 48-58.
[3] Na excelente autobiografia, Henry diz o seguinte: “Não havia orações com
a família, nenhum agradecimento à mesa e nenhuma Bíblia em nossa casa”. V.
Carl F. H. Henry, Confessions of a Theologian: An Autobiography (Waco: Word
books, 1986), p. 17-8.
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[4] A família Henry havia se mudado para Long Island em 1920, adquirindo
uma pequena fazenda ali.
[5] Timothy George e David S. Dockery (eds.), Theologians of the Baptist
Tradition. Nashville: B&H Publishing, 2001, p. 280.
[6] Confessions of a Theologian, p. 66.
[7] Timothy George e David S. Dockery (eds.), Theologians of the Baptist
Tradition. Nashville: B&H Publishing, 2001, p. 280-1.
[8] Southern Baptist Journal of Theology 8, no. 4 (2004).
[9] Henry foi para Universidade de Cambridge em setembro de 1968,
dedicando meio ano de pesquisa ao livro sobre epistemologia que escreveria e
outra metade do ano ao livro sobre ontologia.
[10] As diversas palestras, proferidas em 1989, foram publicadas com o
formato de livro pela Zondervan em 1990 intitulado: Evangelical Affirmations. A
palestra de Henry foi publicada com o título “Who are the Evangelicals?”.
Entre outros autores, destacam-se James I. Packer, David F. Wells, Donald A.
Carson e Os Guinness.
[11] House, Remaking the Modern Mind.
[12] A obra apareceu em três séries de 2 volumes entre 1976 e 1983. Em 1999 a
Crossway Books reimprimiu os volumes e esses foram pela primeira vez
vendidos como coleção.
[13] “Happy 100th Birthday Carl F.H. Henry”, publicado em 20/1/2013, no
site http://www.russellmoore.com/.
[14] Recovering Classic Evangelicalism: Applying the Wisdom and Vision of Carl F. H.
Henry (Wheaton, IL: Crossway Books, 2013).
[15] Recovering Classic Evangelicalism, p. 24.
[16] Wissenschaft é uma palavra alemã que designa o estudo ou a ciência que
envolve a pesquisa e o estudo sistemáticos, incorporando ciência, aprendizado,
conhecimento e erudição. [N. do R.]
[17] De acordo com Thornbury, Toward a Recovery of Christian Belief se encontra
entre as obras menos conhecidas de Henry (p. 41).
[18] Carl Henry dedicou o livro Remaking the Modern Mind ao que chamou “Os
três homens de Atenas”: Gordon Haddon Clark, Cornelius Van Til e William
Harry Jellema. V. Carl F. H. Henry, Confessions of a Theologian, p. 111.
[19] God, Revelation and Authority, Volume 1. Wheaton, IL: Crossway Books,
1999, p. 10.
[20] Problemas nas teologias sistemáticas surgidas após a publicação dos seis
volumes, como concessão de essenciais evangélicos mediante o recurso à
teologia narrativa e ao pós-modernismo.
[21] Ibid., p. 8.
[22] The Closing of the American Mind: How Higher Education Has Failed Democracy
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and Impoverished the Souls of Today's Students (New York: Simon and Schuster,
1987).
[23] Israel and Revelation, Volume 1 de Order and History. Baton Rouge, LA:
Louisiana State University Press, 1956, p. 316.
[24] Jesus and the Kingdom of God (Grand Rapids: Eerdmans/Paternoster), 1986.
[25] “Psychodelia and American Religion”, The World & I, August 1988, p. 588.
[26] Cf. Paul Van Buren, The Edges of Language: An Essay in the Logic of a Religion
(New York: Macmillan, 1972).
[27] O impacto desconstrucionista está agora evidente também na esfera da
literatura. A seita francesa da crítica literária, regulada por Roland Barthes,
promove de maneira enérgica a ideia de que o autor de um poema ou romance
é apenas o instante iniciador a ser movido pela postura criativa do leitor (S/Z,
Paris, 1970). Tal desenvolvimento, como observa David L. Jeffrey, envolve a
“destruição” do autor, a obliteração do texto real e por fim a liquidação da
literatura (“Caveat lector: Structuralism, Deconstructionism, and Ideology”,
Christian Scholar's Review, XVII:4 [June 1988], p. 436-48, p. 437). A linguagem
desarticula-se do sentido, com sua redução a um “livre jogo de explicadores”,
tornando-se o embasamento para, nas palavras de Jeffrey, “um movimento-
c r í t i c o inerentemente comprometido com a destruição da valoração
transcendente ou referencial na literatura — e, desse modo, com eficácia,
erradicar a iniciativa acumulada de 2000 anos de investigação na hermenêutica
ocidental” (ibid., p. 443). A retórica e ideologia monológicas substituem o
discurso inteligível e a verdade compartilhável. Assim, Jacques Derrida
tornou-se o controverso precursor de um grupo de críticos literários, incluindo
Jonathan Culler, Paul deMan, Michael Riffaterre e Barbara Johnson.
Um movimento afim, conhecido como desconstrutivismo, surgiu entre
arquitetos que rejeitam a forma e a simetria clássicas. Herbert I. London nota
que eles deliberadamente desenham prédios “que parecem fragmentados e
acidentais” — paredes inclinadas, chãos em declive e mesmo paredes e soalhos
que não se tocam. “O edifício justifica a meta do criador quando parece estar à
beira do colapso”. (“Architectural Anarchy”, American Arts Quarterly, verão de
1988, p. 16s.).
[28] O “Cão do Céu” (Hound of Heaven) é um poema religioso de 182 linhas
escrito pelo poeta inglês Francis Thompson. De início, choca o título — Cão do
Céu — dado ao Onipotente, pois o autor associa a perseguição incessante de
um cão de caça à presa com a busca sem cessar empreendida pelo Deus
gracioso atrás da alma perdida. [N. do T.]
[29] “Fideism”, em The Encyclopedia of Philosophy, Paul Edwards (ed.). New
York: Macmillan, 1967, vol. 3, p. 201.
[30] The Heretical Imperative: Contemporary Possibilities of Religious Affirmation
(Garden City, NY: Doubleday/Anchor Press, 1979).
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[54] The Return to Cosmology: Postmodern Science and the Theology of Nature.
Berkeley, CA: University of California Press, 1982, p. 25ss.
[55] Dismantling the Universe. New York: Simon and Schuster, 1983, p. 203.
[56] Atomic Theory and the Description of Nature. New York: Macmillan, 1934.
[57] The Return to Cosmology, p. 132. Cf. Arthur Koestler, The Sleepwalkers (New
York: Macmillan, 1959).
[58] Dismantling the Universe, p. 206.
[59] Ibid., p. 207.
[60] Philosophy of Religion (New York: Harper and Brothers, 1957), p. 74ss.
[61] An Introduction to Christian Apologetics (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1956),
p. 89ss.
[62] Epistemology: The Justification of Belief (Downers Grove, IL: InterVarsity
Press, 1982), p. 35ss.
[63] Conjectures and Refutations: The Growth of Scientific Knowledge (New York:
Harper & Row, 1968), p. 33ss.
[64] Logic and the Nature of God (Grand Rapids, MI: Eerdmans), 1983.
[65] Where is History Going? A Christian Answer to Secular Philosophies of History.
Grand Rapids, MI: Zondervan, 1969, p. 177.
[66] Epistemology, p. 68.
[67] Classical Apologetics: A Rational Defense of the Christian Faith and a Critique of
Pressupositional Apologetics. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1984, p. 72ss.
[68] Citado em Daniel J. Boorstin, The Discoverers (New York: Random House,
1983), p. 471ss.
[69] “Let There Be Light: Modern Cosmogony and Biblical Creation”, em Is
God a Creationist? The Religious Case Against Creation Science, ed. R. M. Frye. New
York: Scribner, 1983, p. 133.
[70] “The Universe: Past and Present Reflections”, Engineering Science,
novembro de 1981, p. 8-12.
[71] “Let There Be Light”, p. 132, 135.
[72] Ibid., p. 136.
[73] Epistemology, p. 57.
[74] Ibid., p.15.
[75] Religion and the One: Philosophers East and West. New York: Crossroad, 1982,
p. 38.
[76] São Paulo: Cultura Cristã, 2012.
[77] Brasília: Editora Monergismo, 2013.
[78] Dorothy Emmet, The Nature of Metaphysical Reality (New York: Macmillan,
1967).
[79] Epistemology, p. 53ss.
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