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“
ofo cristão contemporâneo e o mais notável
porâneo, Alvin Plantinga e Daniel C. Dennett,
ajuda a pensar e responder criticamente:
Dada a proeminência de seus dois
São Compatíveis?
protagonistas, Ciência e Religião –
nte, tanto como porta de entrada para a filosofia São Compatíveis? se tornará uma
erminologia filosófica, como para o suposto espécie de clássico instantâneo,
o e evolução. O cristianismo é compatível com a ocupando lugar único e especial na
? A evolução é ateísta? literatura sobre o assunto. Será lido
por muito tempo e permanecerá útil
São Compatíveis? é o primeiro volume da série como um texto suplementar.
que reúne dez volumes de filosofia da religião – Gary Rosenkrantz, Universidade da
para tornar conhecidos livros, autores e algumas Carolina do Norte em Greensboro
s da fé cristã.
de probabilidade e design no
Alvin Plantinga Daniel Dennett diálogo ciência-religião. Um livro
apropriado para cursos de filosofia
da religião, religião e cultura, e ciência
Ciência e e religião.
– Michael L. Peterson, Asbury College
Religião
São Compatíveis?
GUIA DE ESTUDOS
Marcelo Cabral
1
Edição de texto: Davi Bastos
Revisão de Conteúdo: Davi Bastos
Diagramação e capa: Mariane Lin
3
Em segundo lugar, o livro é apresentado em forma de um
debate, e essa é uma de suas grandes virtudes. No capítulo 1,
Plantinga apresenta a defesa de sua posição, e, logo depois, há
uma resposta de Dennett seguida, finalmente, por uma trépli-
ca de Plantinga. De igual modo, no capítulo 4, Dennett fornece
uma versão mais robusta de sua tese, seguida por uma resposta
de Plantinga, e, finalmente, por uma tréplica de Dennett. Isso
garante aos leitores uma visão justa e equilibrada de ambas as
posições.
Em terceiro lugar, o livro não endossa nenhum dos lados
do debate. Fica a cargo do leitor pesar os vários argumentos,
analisar os princípios que guiam os raciocínios dos autores e,
finalmente, formar o seu próprio julgamento. Ao ler este livro
com atenção, você não apenas adquirirá conhecimento de di-
versas teses e ideias (como na leitura de um tratado filosófico),
mas também terá a oportunidade de desenvolver competências
intelectuais e refinar seu poder de análise.
É provável que você, assim como eu, já tenha uma posi-
ção definida sobre esse debate. Entretanto, para maior proveito
deste livro o leitor precisará exercer a virtude da caridade inte-
lectual: avalie com imparcialidade as ideias de ambos os auto-
res; procure entender o que querem dizer, e reconstrua seus ar-
gumentos do melhor modo possível, sem construir espantalhos
de suas posições. Isso não força ninguém a mudar de posição,
em vez disso, contribui para uma maior compreensão das ques-
tões pertinentes e para um aprofundamento em sua própria
posição, capacitando o leitor para contribuir no debate público.
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S O B R E O S AU TO R E S
O D E BAT E O R I G I N A L
https://www.youtube.com/watch?v=f06J2R4MwGA&pp=ugMICgJw-
dBABGAE%3D
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CA P Í T U LO 1
C I Ê N C I A E R E L I G I ÃO : O N D E D E FATO S E
E N C O N T R A O C O N F L I TO ?
Alvin Plantinga
Este é o maior capítulo do livro. Para o caso de um estudo em
grupo, pode ser interessante dividir esse capítulo em dois — ou
até três — estudos. Sugerimos um estudo sobre as seções I e II,
com especial atenção à seção II, e outro estudo sobre a seção
III, para avaliar e discutir com calma o argumento de Plantinga
contra o naturalismo.
5. Qual das quatro teses pode gerar conflito com a crença teísta,
segundo Plantinga?
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6. De acordo com Plantinga, há dois sentidos distintos do ter-
mo “aleatoriedade”, e apenas um desses sentidos contradiz a
crença teísta. Quais são esses dois sentidos? E por que apenas
um deles não se encaixa com a visão teísta?
[Seção II do capítulo]
Esta seção é densa e argumentativa. Alguns pontos
ficarão mais claros ao longo da discussão nos capítulos
seguintes. Leia com atenção e calma.
7. Plantinga destaca três outras possíveis fontes de conflito en-
tre a teoria da evolução e a crença teísta: (i) a alegação de que a
evolução enfraquece o argumento do projeto/design, (ii) a su-
gestão de que o sofrimento causado pelos processos evolutivos
é incompatível com a visão cristã de Deus, e (iii) a ideia de que
a evolução não-guiada é uma hipótese superior à tese de que a
evolução é um processo guiado. Em grupo, discutam cada um
desses três pontos, e os argumentos que Plantinga utiliza para
responder a cada um.
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mais fundamentais e influentes de todo seu projeto filosófico.
O que significa “ter uma fonte básica de aval?” E por que isso se
segue se o teísmo for verdadeiro?
CITAÇÕES-CHAVE DO CAPÍTULO 1
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⋅ “O naturalismo implica, é claro, que nós seres humanos não
fomos projetados nem criados à imagem de Deus (porque ele
implica que não há Deus); mas a ciência evolutiva por si mesma
não tem essa implicação. O naturalismo e a teoria da evolução
juntos implicam a negação de um projeto (design) divino, mas a
teoria da evolução por si só não implica.” (p. 29)
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CA P Í T U LO 2
V E R DA D E S Q U E E R R A M O A LVO : O
N AT U R A L I S M O I L E S O
Daniel Dennett
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4. Após narrar o cenário fictício sobre a morte de Fred e a acu-
sação de Tom, Dennett diz que “o naturalismo é assumido taci-
tamente em todos os tribunais respeitáveis” (p. 59). O que ele
quer dizer com isso?
CITAÇÃO-CHAVE
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CA P Í T U LO 3
SUPER-HOMEM VERSUS DEUS?
Alvin Plantinga
CITAÇÃO-CHAVE
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5. Dennett lida, nesse capítulo, com o pressuposto central do
argumento evolutivo contra o naturalismo de Plantinga. Ele
diz que, ao contrário do que Plantinga afirma, a adaptativida-
de das nossas faculdades geradoras de crença está associada
com o fato dessas faculdades serem capazes de gerar uma alta
taxa de crenças verdadeiras. Agora, tendo já lido ambos os la-
dos do debate, procure (a) reconstruir o argumento de Plan-
tinga e (b) elencar todas as críticas que Dennett encontra no
argumento. Por fim, (c) apresente sua própria posição.
CITAÇÕES- CHAVE
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sem uma mãozinha de projetistas inteligentes. Mas se essa é
a visão dele, ela revela uma falha de imaginação, e não uma
intuição correta sobre necessidades. E, é claro, ela é circular
com relação a nossa própria evolução por seleção natural, pois
certamente nós rastreamos verdades. Para transformar seu
exemplo das calculadoras em um argumento, Plantinga teria
que demonstrar que elas não poderiam ser direcionadas para
rastrear verdades sem a ajuda de projetistas inteligentes, e
isso exige mais do que sua mera expressão pessoal de incredu-
lidade.” (p. 88-89)
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CA P Í T U LO 5
O NATURALISMO CONTRA A CIÊNCIA
Alvin Plantinga
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CITAÇÕES-CHAVE
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CA P Í T U LO 6
MILAGRES SÃO DESNECESSÁRIOS
D a n i e l C. D e n n e t t
CITAÇÃO-CHAVE
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G LO S SÁ R I O
Complexidade Irredutível
“Complexidade irredutível” é uma das teses centrais de Michael
Behe. Em termos gerais, é a ideia de que certos organismos e sis-
temas biológicos que são (i) compostos de várias partes e (ii) são
funcionais, também são tais que (iii) todas as partes precisam
estar simultaneamente presentes para que a funcionalidade
do sistema opere apropriadamente. Assim, Behe defende que
como todas as partes precisam estar operando conjuntamente,
não é possível que tal organismo ou sistema tenha evoluído por
pequenos incrementos; todas as partes precisam estar lá desde
o início para que ele seja funcional. A existência de tais siste-
mas, segundo Behe, corrobora a tese de que foram previamente
projetados.
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Estrutura noética
A estrutura noética é a estrutura de crenças que um agente
possui. Embora existam diversas teorias de como, exatamente,
nossas crenças são estruturadas, a vasta maioria dos filósofos
e psicólogos concordam que nossas crenças são acumuladas
não individualmente, mas de modos conectados, estruturados.
Assim, quando queremos nos referir às crenças de uma pessoa,
podemos nos referir à sua estrutura noética. O termo ‘noética’,
que pode soar estranho, é derivado da palavra grega nous, que
significa ‘ideia’, ‘pensamento’ ou ‘inteligência’.
Implicação
Em filosofia e lógica, uma implicação é uma conclusão que
decorre por consequência lógica de certas premissas. Assim,
“implicar” no livro é um termo técnico: ser consequência ló-
gica das premissas assumidas. Veja esta passagem: “o natura-
lismo e a teoria da evolução juntos implicam a negação de um
projeto (design) divino, mas a teoria da evolução por si só não
implica” (p. 29). O que está sendo dito é que a negação do pro-
jeto divino (uma conclusão, “Deus não projetou a realidade”) é
consequência lógica do naturalismo (que é aqui um conjunto
de premissas), e não da teoria da evolução (um outro conjunto
de premissas).
Naturalismo
Esse é um dos termos mais discutidos no debate entre
Plantinga e Dennett, e é um termo que pode significar coisas di-
ferentes dependendo do contexto em que é utilizado. De acordo
com o próprio Plantinga: “O naturalismo possui mais de uma
variante. Aqui, como já disse, tomo-o como sendo a posição de
que o Deus da religião teísta não existe, nem nada parecido com
Deus. Entendido dessa forma, o naturalismo não é uma religião”
(p. 41). Mas Plantinga assume também que o naturalismo inclui
o materialismo. Assim, naturalismo nesse sentido é a tese de
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que a realidade é composta apenas de entes naturais e materiais
e de que, portanto, a totalidade dos eventos da realidade é pas-
sível de ser explicada por um apelo aos objetivos empíricos e
às leis naturais. Milagres, seres espirituais, uma realidade que
transcenda o mundo natural — tudo isso é descartado por esse
tipo de naturalismo.
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Teísmo
‘Teísmo’ normalmente se refere à crença em um Deus criador e
sustentador do cosmos. Assim, enquanto o ‘deísmo’ é a crença
em um Deus que, após criar o mundo, não mais interfere em seu
funcionamento, o ‘teísmo’, por contraste, captura a visão de um
Deus sempre presente, que não apenas criou o mundo a partir
do nada (ex nihilo), mas que continuamente sustenta o funcio-
namento do mundo. O teísmo também pode ser distinguido
do panteísmo: enquanto o panteísmo se refere a crença de que
Deus e o mundo são parte da mesma realidade e indistinguí-
veis um do outro, o teísmo defende que Deus e sua criação são
realidades distintas, e que Deus, embora criador e sustentador,
não pode ser confundido com sua criação – Deus é um ser ne-
cessário e independe da criação para existir, enquanto a cria-
ção é contingente e dependente de Deus para existir. O teísmo
frequentemente é associado às grandes religiões monoteístas,
como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
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L E I T U R AS C O M P L E M E N TA R E S
E M P O RT U G U Ê S
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Confira também os livros da ABC²
das séries “Ciência e Fé Cristã” e
“Coleção Fé, Ciência e Cultura”.
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