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RESENHA DO FILME “MATRIX” (1999)

Discente: Rodrigo Mendonça Alves

Dirigido e roteirizado pelas irmãs Wachowski (Lana e Lilly), The Matrix (1999) foi
lançado nos cinemas estadunidenses em 31 de março 1999, chegando aos cinemas
brasileiros em 21 de maio de 1999, sendo o primeiro filme de uma franquia com o
mesmo título. Possuindo 2h15min de duração, o longa é considerado um dos filmes
mais icônicos da ficção distópica científica no cinema. O filme se tornou premiado,
recebendo os Oscar de Melhor Montagem, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de
Som e Melhores Efeitos Visuais, além de outras premiações e indicações. The Matrix
(1999) acumulou US$ 463.517.383 de bilheteria, se tornando, em 1999, a quarta maior
bilheteria mundial. O longa foi distribuído pela Warner Bros. O longa se consagrou ao
utilizar efeitos visuais como “bullet time”, em que é utilizado o efeito de câmera lenta
com intuito de mostrar detalhadamente o movimento dos personagens.
A trama se passa em um futuro distópico e pós-apocalíptico e é protagonizada por
Thomas Anderson (Keanu Reeves), um programador de uma empresa software famosa
e que, também, assume uma vida dupla sendo hacker, assumindo apelido de Neo. Ao
viver a sua vida dupla, Neo vive com uma pergunta que paira a sua cabeça sobre o que é
a Matrix e nessa busca de resposta, o hacker acaba encontrando o misterioso Morpheus
(Laurence Fisburne), que oferece a grande verdade para a questão que Neo tanto
procura e que o assombra em pesadelos. Nesse primeiro encontro, Morpheus oferece
duas pílulas para o Neo, uma na cor azul, que irá permitir que o programador permaneça
na ignorância, e a outra na cor vermelha, que irá lhe mostrar a verdade.
Neo acaba por escolher a pílula vermelha, e a partir disso o mundo que ele conhecia
como real se apresenta como um sonho em que ele passou o tempo todo vivenciando.
Ao tomar a pílula, ele acorda em uma cápsula pelado, sem pelos, coberto por cabos que
se conectam em seu corpo e na sua cabeça, e percebe que não é o único que esteve preso
nesta cápsula e se depara com vários humanos na mesma situação. O programador
acaba sendo resgatado por Morpheus e a sua tripulação em sua nave Nabucodonosor,
onde vai passar por um período de recuperação. Após despertar, Morpheus explica para
Neo a verdade do porquê de estar ali e não mais no mundo em que cresceu.
Neo descobre por Morpheus que o mundo em que ele vivia não se passa, na verdade, de
uma simulação, de mundo inventando por máquinas, conhecido como Matrix. Após
uma batalha entre homens e máquinas após o século XXI, os humanos são escravizados
por essas máquinas e transformados em fontes de energia. E para o controle desses
humanos, a Matrix é criada para que a humanidade permaneça adormecida e vivendo
uma vida não-real. Morpheus revela para o programador o porquê de ter o resgatado,
que o primeiro homem nascido na Matrix, que permitiu o despertar de outras humanos
como o próprio Morpheus, renasceu em Neo, tornando-o o Escolhido, que irá destruir a
Matrix.
A partir disso a trama se desenrola em cenas de ação extremamente eletrizantes na luta
de Neo e o movimento de resistência liderado por Morpheus contra os agentes da
Matrix, dentre eles o agente Smith. O longa apresenta diversas referências filosóficas,
religiosas e da literatura, como Platão, Alice no País das Maravilhas e entre outros. Há
certas análises realizadas sobre o filme que o encaram como uma forma de crítica ao
mundo capitalista, em que a Matrix é uma representação desse sistema. A própria
criadora Lilly Wachowski revelou para Rolling Stones (2020), como o roteiro original a
partir de um sentimento de raiva do sistema capitalista e das opressões vividas nele,
principalmente na época em que ela se sentia extremamente oprimida, sem poder
assumir a sua transexualidade.
Ao assistirmos e analisarmos The Matrix diversas vezes, duas definições são marcantes
na obra: icônico e impactante. O longa se torna uma grande referência da cultura pop, e
não é atoa que se torna um dos filmes mais populares dos séculos XX e XXI. Ao retratar
uma realidade distópica em que humanos são escravizados por máquinas e a partir disso
fazer uma análise sobre a tecnologia e também como são utilizadas ferramentas de
opressão e dominação, o filme rompe com o sentido literal da trama e abrange uma
visão filosófica e social da vida humana, e de como são as Matrix do sistema capitalista.
Em uma análise mais técnica, o filme surpreende em seus efeitos visuais e técnicas
fotografia e filmagem para a época, e a sua estética ciberpunk distópica se torna uma
identidade do filme, sendo referenciada até os dias de hoje. Os visuais, a trilha sonora e
os efeitos sonoros, tornam a experiência de assistir Matrix algo a ser apreciável e
admirado até os dias de hoje, em que o cinema se modernizou nos efeitos visuais e
técnicas.
O longa é uma coletânea de cenas icônicas e memoráveis, seja pelas técnicas de “bullet
time” composta pela sua coloração esverdeada, seja pelas cenas de lutas frenéticas que
fazem quem estar assistindo não desgrudar o olho da tela, mesmo que tenha visto aquela
cena diversas vezes. Pois a construção de cada cena de ação é feita de forma muito
detalhada e interessante de se admirar. A cena em que o Neo e a Trinity (Carrie-Anne
Moss) vão resgatar o Morpheus se torna o ponto alto do filme, em que a câmera lenta
para mostrar cada detalhe de movimento do corpo dos personagens e dos objetos se
movimento torna a experiência de assistir The Matrix única.
Destacar que o longa é uma grande obra cinematográfica é algo que precisar ser feito,
pois o que transforma um filme em icônico é a originalidade, mas também, o cuidado e
a ousadia de explorar. E o filme se torna ainda mais gigante nos tempos de hoje, em que
segundo as criadoras, representa uma resposta a um sistema opressor e LGBTfóbico.

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