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Processo de Catalogação

APRESENTAÇÃO

Bem vindo (a)!

Olá, Prezado (a) Acadêmico (a)!

Sou Mara Regina Colafatti, graduada em Biblioteconomia pela UEL, pós-


graduada em Gerência de Unidade de Informação pela UEL e Tecnologias
Aplicadas no Ensino a Distância pela UniFCV. Já atuei no setor público e em
outras Instituições privadas. Atuo em bibliotecas desde o ano de 1996.
Atualmente, atuo como Gerente de Biblioteca na UniFCV, onde sou responsável
pelo gerenciamento da biblioteca, catalogação e indexação de materiais
bibliográficos, no auxílio aos professores e coordenadores na atualização de
planos de cursos e Projetos Pedagógicos e das demais rotinas da biblioteca da
UniFCV.
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA

Seja bem-vindo (a) a disciplina Processos de Catalogação.


Essa disciplina tem o objetivo de apoiar a sua formação acadêmica,
profissional e pessoal, por meio da explanação de conceitos ligados à
Catalogação ou Representação Descritiva.
Neste material, começaremos a estudar sobre o tema Fundamentos da
Catalogação, por meio do qual você obterá as informações necessárias para o
embasamento teórico e prático do processo de catalogação, uma das áreas de
estudo mais relevantes da Biblioteconomia. Sabe-se que a Biblioteconomia se
expressa, de maneira singela, na organização e disseminação da informação.
No cenário atual, a informação não é mais compartilhada restritamente pela
oralidade ou por livros e/ou materiais impressos. Com o avanço das tecnologias
da informação e da comunicação (TIC’s) e com o advento da internet, a
informação está, hoje, nos mais diversos suportes e formatos. É possível se
informar ao assistir a um vídeo, ao ouvir uma música, ao analisar um mapa, ao
admirar uma escultura ou uma pintura, ao ler um livro – impresso ou digital –, ao
fazer uma pesquisa on-line sobre um tema, ao acessar um site, entre outros.
Com tantos caminhos que nos levam até a informação, organizá-la assumiu certa
indispensabilidade, já que, na mesma proporção da quantidade de conteúdo
disponível, a precisão de sua recuperação tornou-se mais complexa. Situação
que não exclui a catalogação do presente, mas sim a reinventa e a fortalece
constantemente. Nessa unidade trataremos da Catalogação no Brasil, da
Catalogação automatizada, do MARC e do Dublin Core.
Para tratar dos temas elencados, este material foi subdivido em 4
unidades, nos quais apresentarei perspectivas históricas sobre o assunto.
As 4 unidades são interdependentes, assim, as 4 unidades precisam ser
estudadas em sua totalidade para a compreensão do fenômeno abordado nesse
livro didático.
Na Unidade I, “CATALOGAÇÃO, CATÁLOGOS E CÓDIGOS” você
conhecerá um pouco da história do começo da catalogação, dos códigos que
existiam na época e como era feito o processo de catalogação.
Na Unidade II, trataremos dos “FUNDAMENTOS DA CATALOGAÇÃO”,
onde será abordado sobre o surgimento da catalogação no Brasil; falaremos
também sobre Catalogação Automatizada e vamos dar início aos padrões que
passaram a ser utilizados com o advento da automação falaremos sobre o
Formato MARC e o Dublin Core.
A Unidade III tratará da “CATALOGAÇÃO ATUAL” e apresentaremos a
vocês os destinos que a catalogação está tomando. Falaremos sobre o
Resources Description and Acess (RDA) e o Functional Requirements For
Bibliographic Record Frb, que são os modelos de catalogação que ainda estão
sendo estudados e pouco utilizados aqui no Brasil ainda.
Por fim na Unidade IV, a “CATALOGAÇÃO” propriamente dita, será
mostrada a vocês como acontece realmente o processo de catalogação, nessa
unidade falaremos como catalogamos as Monografias e Obras de Referências,
às Publicações Periódicas, as Catalogações de Analíticos e também a
Catalogação de Material Não-Livro.
A intenção é que você aproveite o potencial dessa disciplina e que ela
possa trazer grandes contribuições para a sua formação acadêmica, formação
profissional e para a sua vida pessoal.
Muito obrigada e bom estudo!
UNIDADE I

CATALOGAÇÃO, CATÁLOGOS E CÓDIGOS


Professora Especialista Mara Regina Colafatti

Figura - Bibliotheca Alexandrina (Alexandria, Egito)

Fonte: 20 bibliotecas mais impressionantes do mundo. Disponível em:


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/31/album/1533036263_013678.html#foto_gal_18. Acesso em
10 abril 2022.

Plano de Estudo:

● Catalogação e Catálogos;
● Trajetória da Catalogação;
● Códigos: Evolução e Histórico.

Objetivos de Aprendizagem:

● Compreender os fundamentos teóricos da catalogação;


● Compreender os princípios e objetivos dos catálogos;
● Conhecer os diferentes tipos de catálogos.
INTRODUÇÃO

Estimado (a) aluno (a),

Você já ouviu falar que a catalogação costuma ser um trabalho bem complexo
dentro de uma biblioteca, pois se deve seguir processos e metodologias para se
registrar uma obra. Mas para que isso aconteça é necessário que o bibliotecário saiba
que catalogar vai além de uma prática.
Para se entender melhor o processo de catalogação imagine que uma pessoa
vá até uma biblioteca procurar um determinado assunto e a única maneira de se
localizar esse assunto seria folhear vários livros ou outros tipos de materiais que a
biblioteca disponibiliza. Quanto tempo ele iria demorar para localizar o que ele está
procurando?
Mesmo que esses materiais estivessem corretamente arrumados, os
bibliotecários tivessem elaborado a representação desses registros de maneira a
simplificar a busca, seria quase impossível localizar com rapidez. Pensando nisso,
são elaborados conjuntos de informações que são codificadas que representam cada
um dos itens da biblioteca.
Essas representações são chamados de representações bibliográficas, e elas
nos remetem ao processo de catalogação.
A catalogação permite que o usuário consiga a informação que está buscando
seja por título, autor, assunto, ano etc., possibilitando que essas representações
bibliográficas se relacionem ou se agrupem por semelhanças, possibilitando assim a
ampliação do campo de pesquisa do usuário.
Pois catalogar ou o processo de catalogação não se limita à criação de uma
lista ou de um catálogo, ele nos permite recuperar os registros bibliográficos.

A primeira Unidade deste material foi dividida em três tópicos para facilitar a
assimilação desses conhecimentos: 1 Catalogação e Catálogos; 2 Trajetória da
Catalogação e 3 Códigos: Evolução e Histórico.
No primeiro momento, serão apresentadas definições, funções e a história dos
catálogos no mundo.
Prosseguindo na Unidade I falaremos um panorama histórico dos códigos de
catalogação.
E finalizamos a unidade falando sobre as mudanças apresentadas nos
Códigos.
Nossa intenção é que você aproveite o potencial dessa disciplina e que
ela possa trazer grandes contribuições para a sua formação acadêmica, formação
profissional e para sua vida pessoal

Bons estudos!
1 CATALOGAÇÃO E CATÁLOGOS

Fonte: Universidade Estadual do Centro-Oeste. Disponível em: https://www3.unicentro.br/bibliotecas/.


Acesso em: 03 fev. 2022.

Uma das preocupações que a Biblioteconomia tem é a de como oferecer aos


seus usuários o acesso à informação registrada em seus recursos informacionais
(documentos) que fazem parte do acervo de suas bibliotecas, e pensando nisso a
Biblioteconomia através das diversas atividades que visam garantir o acesso à
informação ocorra da melhor maneira possível.
E uma dessas atividades é a elaboração de catálogos, que mais tarde
passaram a ser chamados de Catalogação.
Os catálogos existem desde o surgimento da biblioteca, a preocupação com a
representação da informação não vem de agora, ela surgiu junto com o homem, com
a história da escrita e de todas as formas de registro do conhecimento humano.
As primeiras bibliotecas da história já se preocupavam com a organização do
seu acervo, mas elas não tinham preocupação quanto ao acesso a elas, pois elas
tinham como principal característica é que os seus acervos eram fechados para o
público.
Segundo o Ferreira (2009, p. 2019) - catálogo ”é uma relação ou lista metódica,
em geral alfabética, de pessoas ou coisas”.
Pelas definições acima, pode-se dizer que os catálogos são documentos e
listas que têm por finalidade organizar, de forma metódica e seguindo regras
preestabelecidas, os diversos itens.
Quando pensamos em catálogo, pensamos em guarda e preservação, e
pensamos também na guarda do conhecimento da memória. Já a catalogação tem a
ver com a atividade, normas, regras.

Catalogar consiste em descrever dados de um determinado item apoiado em


regras pré-estabelecidas pelos códigos internacionais de descrição bibliográfica, a fim
de representar um registro do conhecimento.
Cunha e Cavalcanti (2008, p.70) define como “processo técnico para registro e
descrição de itens tendo em vista a organização de catálogos” e também “em sentido
mais amplo, a catalogação abrange não somente a descrição bibliográfica, mas
também a análise temática com seus produtos, entre eles a identificação temática”
Pode-se dizer, então, que a diferença entre catálogo e catalogação é que um é
produto da atividade do outro. O catálogo não existe sem a catalogação e a
catalogação não faz sentido sem um catálogo como resultado de um produto final.
Os códigos de catalogação surgiram para definir as regras para a elaboração
do registro bibliográfico e buscam igualdade na representação das obras, o que torna
esses registros únicos, estes códigos servem tanto para uma única biblioteca ou uma
grande rede que compartilha os seus cadastros.
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 89) definem código de catalogação como um “[...]
conjunto de regras para a elaboração de registros bibliográficos, cuja finalidade é
assegurar a consistência na preparação desses registros.”.
A literatura indica que as bibliotecas na antiguidade reuniam milhares de tábuas
de argilas e mais tarde as coleções de papiros e pergaminhos.
O que começou como uma simples lista ou inventário sempre organizado em
ordem alfabética de autor, título, assunto, tamanho e outros, hoje tem a
responsabilidade de passar aos seus usuários os documentos que a biblioteca possui.

O estudo da história da catalogação bibliográfica começa quando se faz uma


análise etimológica da palavra CATÁLOGO, que vem do grego Katálogos é definida
como uma lista, relação, enumeração ordenada de coisas ou pessoas organizadas de
preferência em ordem alfabética como um catálogo de biblioteca, de plantas etc.
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivista, 2005, p. 45,
catálogo é definido como

[...]...um instrumento de pesquisa organizado segundo critérios temáticos,


cronológicos, onomásticos ou toponímicos, reunindo a descrição
individualizada de documentos pertencentes a um ou documentos mais
fundos, de fundos de forma sumária ou analítica.”

Os catálogos sempre serviram para transportar o usuário a encontrar um


documento pela descrição temática ou física, é uma ferramenta de uso para a
recuperação de informações.

Para Mey (1995, p. 9):

[...] catálogo é um canal de comunicação estruturado, que veicula mensagens


contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários acervos, apresentando-
as sob forma codificada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos
usuários desse (s) acervos (s).

Ao longo da história e com o aumento significativo de informação disponível,


surge a necessidade de se recuperar essas informações de uma maneira mais rápida
e precisa. E para que isso possa ocorrer os profissionais da informação vem ao longo
do tempo desenvolvendo técnicas que facilitem essa recuperação de documentos
dentro do seu acervo.
Para Lancaster (apud MARTINHO; FUJITA, 2010, p. 64) “o catálogo é a mais
importante chave para a coleção da biblioteca” e sua função maior é saber se a
biblioteca possui um item bibliográfico específico cujo autor e/ou título são conhecidos
[...] e se assim for, onde está localizado”.
Figura 1: Modelo de catálogo bibliográfico

Fonte: Eu Sou Bibliotecário. Disponível em: https://soybibliotecario.blogspot.com/2018/01/uso-del-


catalogo-en-la-biblioteca.html. Acesso em 05 Fev. 2022.

Esse desafio e a possibilidade da inovação na catalogação fez com que os


catalogadores evoluíssem do formato de fichas manuais para o formato on-line.
A representação da informação surge na necessidade de armazenar, registrar
e disseminar a informação e o conhecimento desenvolvido pelo homem.
As representações da informação, o homem sempre sentiu necessidade de se
comunicar, portanto sempre usou de representação daquilo que se queria transmitir.
E assim ao voltarmos à história lembramos das primeiras representações da
informação, sabemos que elas são passíveis de recuperação, e pode ser utilizada
para identificar obras sem a necessidade de se abri-las, e ela vem se aprimorando de
acordo com a necessidade.
O registro bibliográfico é um conjunto de dados que descrevem um item
bibliográfico, e um item bibliográfico é cada unidade que compõe as coleções das
bibliotecas: são os livros, periódicos, mapas, CDs, DVD 's, artigos, TCCs, teses,
dissertações. Ele é o produto da representação de um recurso informacional.

Pedrão (2019 apud LUBETZKY, 2001, p. 210) explica que “o catálogo é um


instrumento baseado em sistemas de regras que é essencial para representar os
serviços de uma biblioteca.”
Ele é também um instrumento que permite que o seu usuário localize um
documento pela descrição física ou descrição temática e também o leve para a
localização física do item nas estantes.
Para Ferraz (1991, p. 1) “o catálogo permite que o usuário possa encontrar
duas importantes peças de informação; se a biblioteca possui o que ele deseja e onde
ele está localizado dentro da coleção da biblioteca.”
Os catálogos têm como objetivo facilitar a localização de uma publicação dentro
da biblioteca e também relacionar e organizar as edições de uma obra que tem na
biblioteca e também todas as obras de um autor.
ODLIS define catálogo como uma lista completa de livros, periódicos, mapas e
outros materiais de uma coleção, dispostos em ordem alfabética por autor, título ou
assunto que facilite a sua recuperação.
As definições de catálogos passaram por várias mudanças causadas
principalmente pela automação das bibliotecas e também com o surgimento da
Internet.
Nesse momento, o catálogo deixa de ser um instrumento estático e se torna
bem mais dinâmico, mas sempre visando a recuperação da informação e também
como um canal de comunicação entre a biblioteca e o usuário.
Mey (1995) definiu catálogo como um canal estruturado que veicula
mensagens contidas nos itens, e sobre esses itens, de um ou mais acesso que é
apresentado ao usuário de forma codificada e organizada e geralmente agrupados
por semelhanças.
Sobre a sua funcionalidade pode-se afirmar que eles surgiram para armazenar
e registrar a informação sobre documentos que existem nos acervos.

O catálogo é até os dias de hoje uma importante ferramenta de busca e


recuperação da informação dentro das bibliotecas, e sempre as transformações
marcam e alteram a trajetória dos processos dentro do contexto de uma biblioteca, e
a partir disso vamos discorrer um pouco sobre a evolução dos catálogos.

Para que a representação descritiva alcance sua finalidade de normalização e


padronização de registros, a fim de um possível intercâmbio de dados, é necessário
que esse processo seja apoiado em regras e códigos, que estejam em consonância
com os objetivos e metas internacionais de catalogação. Apresentaremos um
panorama histórico dos códigos de catalogação.
Catálogos na antiguidade

Pensar em catálogos na antiguidade se tem a impressão de que eles não


existiam, pois ele não existia no formato que conhecemos hoje, eles tinham um
formato mais grosseiro, como listas, inventários ou simplesmente se registrava os
títulos que uma biblioteca possuía.

Nos períodos antigos da história, encontra-se alguns remanescentes de


listagens de livros.

Os primeiros registros remontam a 2000 a.C. e eram listas de obras gravadas


em tábuas sumérias. A maneira que essas listas foram feitas é desconhecido, mas
nota-se um esforço muito claro para organizar o conhecimento.

Com trabalhos feitos na Síria, na Biblioteca de Elba, cuja origem remonta há


cerca de 4600 anos. Na biblioteca de Elba a coleção encontrada era composta de 15
mil tábuas de argila dispostas em estantes e por tema, e também 15 pequenas tábuas
que representavam os resumos dos documentos.

Figura 2: Papiro

Fonte: WIKIPEDIA, 2022. Disponível: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Papyrus_van_Ipoewer_-


_Google_Art_Project.jpg. Acesso em: 08 Fev. 2022.
Em 1400 a.C., os registros foram feitos pelos egípcios que utilizavam tábuas
de barro, que eram provenientes da Armana1. Essas tábuas continham pequenas
plaquetas e continham o nome do rei e rainha junto às obras, e essas plaquetas
podiam ser consideradas como as primeiras etiquetas de identificação de propriedade.

Em torno de 700 a. C., é possível notar um maior desenvolvimento e também


o surgimento de bibliotecas, entre elas podemos destacar a de Nínive, que pode ser
considerada uma das maiores bibliotecas da Antiguidade. Ela pertencia aos arquivos
do rei Assurbanipal, na Assíria, seu acervo era organizado em tábuas e colophons2 e
suas etiquetas continham observações sobre as obras e em sua grande maioria se
transcrevia a primeira linha da obra, foi encontrado registro acerca de registros a
respeito de representação, a catalogação com a relação de obras da coleção.
Pouco se sabe sobre a história dos catálogos na época pré-grega, pois pouco
vestígios foram encontrados, não se explicando assim quais eram os objetivos para a
criação de listas, mas se acredita que a principal intenção delas era a organização
dos documentos.

Séculos adiante, por volta de 250 a. C., está um dos registros mais conhecidos
da história dos catálogos, que são os pinakes de Callimachus. Callimachus trabalhava
na Biblioteca de Alexandria, e foi responsável pela catalogação da Biblioteca e onde
ele compilou uma bibliografia detalhada de toda a literatura grega existente nas
prateleiras da biblioteca. Essa listagem foi considerada como um esboço de um
catálogo metódico (OLIVEIRA, 2014, p. 2). Na literatura há relatos de que essa lista
não sobreviveu ao tempo.

Figura 3: Biblioteca de Alexandria

1
Amarna é o nome árabe moderno para o local da antiga cidade egípcia de Akhetaton, capital do
país sob o reinado de Akhenaton (1353-1336 a.C). Wikipédia. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amarna. Acesso em: 05 Fev. 2022.
2
Dístico final, em manuscritos medievais, relativo ao autor ou escriba, ao lugar onde se escreveu a
obra e à data dela. Bibliatodo Dicionário. Disponível em: https://www.bibliatodo.com/pt/dicionario-
biblico/colophon. Acesso em: 05 Fev. 2022.
Fonte: Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/biblioteca-de-alexandria/.
Acesso em: 05 Fev. 2022.

Os pinakes também eram um tipo de etiqueta que trazia informações da obra,


e essas informações eram basicamente as primeiras palavras de seu autor.
Lembrando que as informações como nome do título não eram registradas.
Garrido Arilla (1996) conclui que não é clara a diferença entre arquivo e
biblioteca, e que essas não eram usadas exclusivamente com o caráter de
conservação e depósito. Ele afirma também que a ausência de códigos ou instruções,
os critérios pessoais eram comuns, que a catalogação foi confundida com a
classificação.
Os catálogos na antiguidade tinham como maior objetivo reunir e organizar os
trabalhos para que esses não se perdessem, mas sem a preocupação com regras ou
a criação de algo novo.

Catálogos Na Idade Média

Assim como na Antiguidade, a Idade Média também nos conta um pouco sobre
a história dos catálogos. Ela também não foi um período de grande desenvolvimento
em relação à organização do conhecimento.
Nessa época as bibliotecas eram quase que todas uma exclusividade dos
mosteiros e muito bem guardadas, deixando assim claro que o acesso era restrito e a
atenção com a organização dos acervos era praticamente inexistente. No século VI
os monges de Monte Cassino foram ensinados por São Bento a copiar os manuscritos
e por muitos séculos os mosteiros eram os únicos preservadores, copistas e
catalogadores de livros.

Figura 4: Copista

Fonte: WIKIPÉDIA, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Amanuense. Acesso em: 05


Fev. 2022.

No século VIII surgem as primeiras listas de obras de bibliotecas medievais,


representando pouco desenvolvimento para a área da catalogação, pois foram
tentativas isoladas de listas bem desorganizadas.
No século IX há um interesse pelos livros por influência de Carlos Magno e
seus sucessores, e onde surgem os catálogos mais dignos de notas.
Na Alemanha, duas bibliotecas são citadas por seus catálogos notáveis para a
época.
A biblioteca de Reichenau é a primeira a organizar diversos catálogos entre
822 e 842, eles registravam uma lista dos volumes da biblioteca e em cada um o
número de obras que estavam compiladas. E eles eram classificados em grandes
grupos como, por exemplo, ``Dicionários".
A outra biblioteca de St. Riquier, uma Beneditina, e o catálogo compilado em
831. Os Beneditinos incentivaram o estudo, e tinham uma regra que cada monastério
tinha que ter duas bibliotecas, uma delas permitia o empréstimo para os monges e a
outra para ser guardada. Nessas bibliotecas o catálogo usava o nome do autor como
entrada principal, mas não havia uma ordem específica entre as entradas, o que
deixava claro que o catálogo poderia ter sido um simples inventário das obras que
entravam para o acervo.
Nesse período também as bibliotecas tinham um acervo considerado pequeno,
em média 300 volumes, o que facilitava os registros sempre mais com a função de
inventário do que a de catálogo.
No séc. X, as bibliotecas cresceram de tamanho. O catálogo do Mosteiro de
Bobbio, na Itália registra quase 700 volumes, e o de Lorsch, na Alemanha, quase 600.
Mas, mesmo com o aumento dos volumes, não houve avanço na elaboração dos
catálogos.
No século XV as Bibliotecas monásticas recebem esse nome, pois eram as
bibliotecas dos mosteiros, começaram a se desenvolver e criar um método para a
organização das suas obras. Pode-se dizer que os Beneditinos foram os pioneiros no
processo. Mas, mesmo com essa iniciativa beneditina, o processo de organização das
bibliotecas continuava lento.
A Biblioteca de Glastonbury, ainda fazia a identificação de seus livros utilizando
descrições como “inútil”, “velho”, “bom”, entre outros, esse tipo de descrição era bom
até certo ponto, mas não auxiliava na recuperação de obras ou preservação dos
acervos.
A partir do séc. XIV começam a aparecer os primeiros catálogos que mereciam
ser notados. O grande passo desse projeto que tem origem desconhecida e que
consistiam em uma lista com todas as bibliotecas monásticas da Inglaterra, o projeto
foi chamado de Registrum librorum Angliae, e esse catálogo fornecia ainda código
numérico para cada biblioteca e para fins de registro, mas esse projeto nunca foi
terminado. Acredita-se que ele tenha sido desenvolvido pelos franciscanos e, pode
ser considerado também como o primeiro trabalho de cooperação catalográfica.

Outro catálogo que merece ser considerado é o do priorado de St Martin, em


1389, e a sua lista pode ser considerada como o primeiro catálogo de fato.

O séc. XV também trouxe poucas inovações, a principal prática feita na


catalogação da época foi o uso de referências cruzadas.
Catálogos Na Idade Moderna

No século XVI se começa a notar algumas práticas e iniciativas que marcaram


a nova era da catalogação. O nome que mais se destacou foi o de Conrad Gesner,
que era o responsável por uma publicação de uma bibliografia em 1545 e um índice
de assuntos em 1548. Mas ainda continuava a mesma maneira de utilizar o primeiro
nome do autor como registro, mas também percebeu que essa maneira apresentava
deficiências.
A grande novidade dessa lista foi a referência cruzada, pela primeira vez a lista
principal tinha os nomes em sua forma original e em outras formas em sua lista
principal junto com a informação, como exemplo: Thomas: vide Tomas.
Este trabalho também foi incluído em suas bibliografias informações sobre o
arranjo de bibliotecas e sugeriu também que as mesmas copiassem seu sistema e
colocassem seus próprios números de chamada ao lado das entradas que
representavam seus acervos. Surgia, então, com essa prática um catálogo de autor
e um outro de assunto.
Em 1595, o livreiro inglês Andrew Maunsell, criou um catálogo de livros
impressos, estabelecendo elementos básicos para a descrição bibliográfica. Como
inovação foi apresentado o uso do sobrenome no lugar do nome, o registro de obras
anônimas (que passaram a ser registradas pelo título), entradas para tradutores, para
imprensa, entre outras.
A partir desse avanço começou a se especificar cada vez mais as obras, bem
diferente de tudo que se tinha visto até então e era o início de uma catalogação.
Nos séculos XVI e XVII também esteve ligado ao universo dos livros, que
influenciaram muito essa evolução na maneira de tratar a informação. Mas antes no
séc. XV, Gutenberg, revolucionou tudo com a criação da imprensa, a partir daí não se
parou mais e as evoluções caminharam muito rápido.
No séc. XVII, Thomas Bodley, que era um diplomata inglês, se ofereceu para
reconstruir a biblioteca da Universidade de Oxford. A proposta foi aceita e ele chama
para o ajudar, Thomas James, que era um bibliotecário. Bodley se baseou no seu
próprio uso de catálogos para estabelecer a organização de um catálogo classificado
e um índice alfabético de autores, organizado por sobrenomes, contrariando o que
seu bibliotecário tinha sugerido, mas ele foi além e ainda incluiu entradas analíticas.
Ainda nesse século aparece na França um dos grandes nomes da
biblioteconomia, Gabriel Naudé, que traz a ideia dos catálogos como listas de busca,
e que as compilações fossem feitas em catálogos divididos entre índices de autores
e assuntos.
Na França ainda mais já no final do século, Federic Rostgaard em seu discurso
publica um nome método de catalogação. A catalogação por assunto, como havia nas
bibliotecas, mas levando-se em consideração a ordem cronológica e o tamanho dos
livros para a ordenação física, com esse formato todas as obras com o mesmo assunto
e edição seriam facilmente encontradas. Ele criou também diretrizes para um índice
alfabético de assunto e de autores para ser anexado ao fim do catálogo e com
entradas de autores já organizados pelo sobrenome. Estabelece também regras para
que obras, mesmo que publicadas em conjunto, tivessem entradas separadas,
preservando assim o formato dos títulos como eles eram registrados na folha de rosto
e que se as regras não fizessem sentido algum para a obra, o bibliotecário tivesse
espaço para agir de outra forma.
No século XVIII os catálogos já eram como uma ferramenta informacional
importante para a localização das bibliografias.
O marco mais importante para a catalogação foi a Revolução Francesa, pois o
governo francês em 1791, instruiu as bibliotecas para que elas catalogassem os seus
acervos, originando assim um código nacional.
Nesse período também tem início a catalogação em cartões, devido à guerra,
eles passaram a utilizar materiais que estavam disponíveis, e o material que estava
disponível eram as cartas de baralhos, que foram deixadas e eram abundantes na
época.

Essa catalogação também não foi muito sofisticada, mas mesmo sendo simples
muitos passos permanecem até hoje, e realmente foi um grande marco para a
catalogação moderna.
Catálogos no Século XIX

Grandes mudanças ocorreram neste século para a catalogação que tem


repercussão na sua prática moderna.
Anthony Panizzi, bibliotecário do Museu Britânico, responsável pela elaboração
de um abordados nas 91 regras são:

1. Um livro deve ser considerado e representado no catálogo, não como


uma entidade separada, mas como uma edição de determinada obra, de um
determinado autor;
2. Todas as obras de um autor, e suas edições, devem ser entradas sob
um nome definido, usualmente o nome original do autor, independentemente
dos diferente nomes que aparecem nas diferentes obras e edições;
3. Todas as edições e traduções de uma obra, independentemente de
seus título individuais, devem ter entradas sob seu título original, numa ordem
prescrita (edições cronologicamente traduções por língua, etc.) de maneira
que a pessoa em busca de um livro em particular, encontre-o junto com as
outras edições, dando ensejo a uma escolha da edição que melhor serviria a
seus objetivos;
4. Referências apropriadas devem ser feitas para auxiliar o usuário a
encontrar a obra que deseja (FIUZA, 1987, p. 47).

Melvin Dewey (1876), organizou algumas regras simples de catalogação, mas


seu nome é realmente mais lembrado pela classificação decimal que recebeu o seu
nome.
Charles Ami Cutter, foi bibliotecário do Boston Athenaeum, o seu conhecimento
científico e filosófico foi utilizado para estabelecer suas Regras para um Catálogo
Dicionário Impresso. Ele apresentou os objetos da catalogação e os meios pelos quais
os objetos podem ser atingidos.
Segundo Fiuza (1987, p. 48) o catálogo deve ser um instrumento hábil para:

1. Permitir que uma pessoa encontre um livro do qual conhece:


A - O Autor
B - O título
C - O assunto
2. Mostrar que a biblioteca tem:
D - de um determinado autor
E - de um determinado assunto
F - de uma determinada espécie de literatura
3. Ajudar na escolha de um livro
G - com respeito à sua edição
H - com respeito a seu caráter (literário ou tópico).

Cutter é famoso também por sua Tabela Cutter, que é organizada por
sobrenomes dos autores através da representação das iniciais de cada sobrenome
combinadas com um código numérico. Essa tabela ainda é muito utilizada até os dias
de hoje.
Em 1895, Paul Otlet e Henri La Fontaine (ambos belgas) criaram o Institut
International de Bibliographie (IIB), com o objetivo de fazer um levantamento de todas
as obras no mundo até então. A estimativa é que esse trabalho chegou a 16 milhões
de registros e foi criada uma nova catalogação baseada em Dewey, só que mais
especializada na Classificação Decimal Universal. A Primeira Guerra Mundial faz com
que esse trabalho seja interrompido, e retomado após a Segunda Guerra Mundial,
pela UNESCO.

Catalogação no Século XX

Os catálogos já eram bem difundidos e também já havia códigos nacionais de


catalogação por todo o mundo.
No início do século aconteceu uma das grandes inovações, a Library of
Congress inicia a impressão e a venda das suas fichas catalográficas e as outras
bibliotecas passaram a comprar essas fichas em vez de fazerem as sua própria
catalogação, era só colocar os cabeçalhos que também já vinham com a indicação.
Com essa prática começa a padronização, pois as fichas eram iguais em todas as
bibliotecas.
Com a comercialização das fichas, a American Library Association (ALA) sentiu
a necessidade de formar uma comissão para desenvolver um estudo sobre as regras
utilizadas nas fichas.
E como resultados desse estudo em 1908 a ALA publica a Cataloging Rules –
author end titles entries.
Em 1920 é editado o Código Vaticana, a sua criação se baseou na 1ª edição
do Código da ALA e tinha como objetivo reorganizar a Biblioteca Apostólica Vaticana.
O arranjo do código está distribuído em quatro partes: I – Cabeçalho da ficha
principal. II – Descrição do livro. III - Determinação dos cabeçalhos de
assunto. IV – Distribuição das fichas no catálogo alfabético geral. Ao final,
traz concluídos 5 apêndices: I – Glossário de termos bibliográficos constantes
das normas de catalogação. II – Abreviaturas (relação das abreviaturas
admitidas na composição das fichas). III – Índices 31 dos termos
bibliográficos traduzidos. IV - Transliteração. V – Modelos de fichas. (SOUZA,
1997, p.13).

Surge também Shiyali Ramamrita. Ranganathan, que publica um trabalho que


seria famoso e marcaria a história da Biblioteconomia, que seria conhecido como as
Cinco Leis da Biblioteconomia, que são pertinentes e usadas até hoje.

1- Os livros são para usar.


2- A cada leitor o seu livro;
3- A cada leitor o seu livro;
4- Poupe o tempo do leitor;
5- A Biblioteca é um organismo em crescimento. (FIGUEIREDO, 1992,
p. 186)

A Conferência de Paris em 1961 foi um grande marco, ela reuniu


representantes de 53 países e 12 organizações, e foi o resultado de um grupo de
trabalho que ficou encarregado de fazer um estudo sobre as regras de catalogação
internacional que resultou na Conferência Internacional sobre Princípios da
Catalogação.
Nesse período também teve início o uso de recursos informacionais com a
introdução do Machine Readable Cataloging (MARC) que é um padrão de entrada de
informações bibliográficas em um computador. Em 1967 houve outro grande marco
com a criação da Anglo American Cataloging Rules (AACR) que foi um trabalho
conjunto entre as Library Associations dos Estados Unidos, Inglaterra e Canadá, as
quais tinham grande proximidade com as 91 regras de Panizzi, as quais ele fez em
duas versões: a americana e a inglesa.

Não se pode esquecer de Seymour Lubetzky, que foi considerado o maior


teórico da catalogação neste século. A sua teoria foi base para as discussões da
Conferência Internacional sobre Princípios de Catalogação, realizada em Paris (1961)
que tinha o propósito de servir de base para uma normalização internacional de
catalogação.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura


(UNESCO) (ANDERSON, 1977), trouxe a ideia de disseminar o conhecimento
através da cooperação internacional, e junto com a Federação Internacional de
Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), criaram o Controle Bibliográfico
Universal. Esse programa criou um novo padrão, o International Standard
Bibliographic Description, O ISBN, que veio para padronizar as informações da
descrição bibliográfica.
Houve também nessa época a revisão da AACR e a publicação da segunda
edição, a AACR2 que trouxe a adequação das regras para a nova demanda do usuário
em um ambiente mais tecnológico.
Nos anos 90 da IFLA desenvolveu o Functional Requirements for Bibliographic
Records (FRBR), que foi diferente de tudo o que foi publicado até então, ele não é um
conjunto de regras ou um código, ele é um modelo conceitual.
Nota-se que a catalogação evoluiu muito nesse século facilitando tanto para o
leitor quanto para o profissional, e a ideia de padronização e cooperação começa a
ter um espaço maior e também uma maior importância para as bibliotecas.

Catalogação no Século XIX

A grande inovação e discussão deste século até agora é a substituição do


AACR2 pelo RDA (Resource Description and Access) que é um novo padrão de
catalogação criado pela ALA e lançado em 2010. A grande diferença na catalogação
até agora é que já está sendo incluído ferramentas com base em metadados.
É visível a rápida evolução que houve nesses dois últimos séculos, a
catalogação foi ganhando espaço e importância, e já existe uma padronização da
informação, quanto aos códigos, eles estão se adaptando cada vez mais com as
novas tecnologias e ferramentas, mas na sua essência ainda estão presentes as
ideias de Panizzi e sua 91 regras.
2 TRAJETÓRIA DA CATALOGAÇÃO

Fonte: Biblioteca Municipal de Atibaia. Disponível em:


https://www.atibaiasp.com.br/noticias/cultura/biblioteca-municipal-de-atibaia-recebe-205-novos-titulos.
Acesso em: 05 fev. 2022.

Com o decorrer da história percebe-se um aumento considerável da


informação e com isso vem a necessidade de se disponibilizar essa informação que
está nos acervos de forma mais precisa, e pensando nisso os profissionais
bibliotecários vem desenvolvendo técnicas que facilitem a sua localização no acervo.
E começou com as remissivas, que levam os usuários a outros registros dentro
do acervo da biblioteca
Todo profissional precisa saber diferenciar os tipos de suportes e de
documentos para executar bem o seu trabalho, e fazer uma boa descrição física do
documento.
Ribeiro (2006, 15) diz que "recurso bibliográfico é uma expressão ou
manifestação de uma obra ou de um item formado a base para a descrição''.
O registro bibliográfico consiste em: ponto de acesso, descrição bibliográfica e
localização do documento. Sendo assim: “o ponto de acesso encaminha o usuário
para o registro; a descrição permite-lhe decidir se o recurso descrito interessa ou não
e a localização conduz o usuário para o documento desejado”. Destacamos, então, a
importância do registro bibliográfico para a recuperação da informação.
A descrição bibliográfica é o “registro dos elementos, retirados do item em
processo de catalogação e fontes de referência, capazes de identificar este item por
suas características” (CUNHA, 2008, p. 119).
Os registros bibliográficos possuem diversos componentes: a descrição do
recurso informacional (também chamada de descrição bibliográfica), os pontos de
acesso de responsabilidade e de títulos, os pontos de acesso de assunto, os dados
de localização, os dados administrativos/técnicos etc.
Mey (1995, p. 98) define item documental como uma “entidade intelectual
autônoma e completa contida em qualquer suporte físico, passível de inclusão no
acervo de uma biblioteca e base para o estabelecimento de uma entrada primária"
De acordo com AACR2, 2ª edição (estaremos mais detalhadamente nos
próximos capítulos), são suportes de informação: livros, folhetos, folhas soltas, folha
impressa, materiais cartográficos, manuscritos etc.
Vamos descrever agora sobre alguns recursos bibliográficos:
Livros e folhetos são recursos bibliográficos em uma só parte. A diferença
entre eles é que o folheto tem menos de 50 páginas ou laudas, e o que estiver acima
dessa quantia é considerado livro.
Gravação de som é o registro das vibrações sonoras por meios eletrônicos ou
sonoros, que permite a reprodução do som, e pode ser armazenado em Compact Disc
(CD) ou fita cassete.
Gravações de vídeo é o registro de imagens virtuais, quase sempre em
movimento e acompanhado de som, apresentado através de um equipamento de som.
Antes de iniciar a catalogação de documentos, é preciso entender o fluxo ou a
cadeia documental das bibliotecas ou dos centros de informações.
O fluxo ou a cadeia documental são as operações que compreende desde o
momento que a obra é selecionada para fazer parte do acervo até o momento em que
é disponibilizada na estante, onde o usuário poderá utilizar a obra.

Ao se conhecer as etapas que o documento percorre até ir para a estante, fica


mais fácil saber a importância de uma decisão bem feita.
As etapas são: seleção e aquisição, tratamento técnico e difusão, e também o
feedback de todo o processo para se ter a certeza que não houve nenhum problema
em sua execução.
A catalogação faz parte do processo técnico e é o meio do caminho do fluxo
documental. A finalidade da catalogação é padronizar a forma de se apresentar os
detalhes físicos buscando facilitar o usuário na busca pela informação.
A catalogação também é a responsável pela formação e manutenção do
catálogo, seja ele manual ou eletrônico.
Apesar de todo o avanço e a tecnologia, a descrição bibliográfica ainda tem o
seu papel fundamental de tornar um item único entre todos os itens de uma biblioteca.
3 CÓDIGOS: EVOLUÇÃO E HISTÓRICO

Fonte: Minha Biblioteca: pasta do professor. Disponível em: http://blog.pastadoprofessor.com.br/5-


tendencias-nas-bibliotecas. Acesso em: 05 fev. 2022

Como foi visto no início, os catálogos serviam para armazenar e registar as


informações da época. É através dele que o usuário consegue se localizar e localizar
o que procura dentro de um acervo.

Com o avanço das tecnologias os catálogos também sofreram algumas


mudanças, hoje temos também os catálogos on-line e digitais que permitem que o
usuário tenha acesso ao acervo de uma biblioteca se precisar sair de casa. E de
acordo com Sousa e Fujita (2012, p 70) “a tendência dos catálogos é atuar como
bases de dados, inclusive no que concerne o acesso a textos completos”.
Figura 5: Catálogo automatizado

Fonte: Biblioteca UniFCV. Disponível em: https://unifcv.edu.br/acervo-online-unifcv/. Acesso em: 05


fev. 2022.

Os catálogos manuais são mais difíceis de serem mantidos, pois deverá ter um
catálogo para cada entrada diferente e também várias fichas que possam representar
os itens importantes para serem recuperados, já ou digital ou automatizado, só
precisará de uma ficha, agilizando, assim, também a colocação do item na estante
para que o usuário possa utilizar.

Figura 6: Catálogo manual

Fonte: Biblioteca Catálogo. Disponível em: https://pixaba y.com/. Acesso em: 05 fev. 2022.
Existem também dois tipos de catálogo manual: o público que serve para que
os usuários da biblioteca façam uso. E os internos ou auxiliares que são utilizados
pelos profissionais da biblioteca.

Ainda hoje ainda tem bibliotecas que possuem os três tipos de catálogos
mencionados acima: o de nome de autor ou onomástico, o de títulos ou didascálico e
de assunto ou ideográfico.

Quanto ao arranjo, os catálogos podem ser organizados alfabeticamente, como


um todo autor, título e assuntos em um só que catálogo é chamado de catálogo
dicionário. Podem ser organizados em três catálogos um para cada tipo de entrada e
também pode ter a organização sistemática, onde as entradas são feitas pelo número
de classificação.

O catálogo dicionário é utilizado para facilitar o acesso às obras do acervo, pois


ele segue rigorosamente a ordem alfabética e funciona como um dicionário. O de
autor, como o próprio nome diz, é organizado pelos nomes dos autores e entidades,
e o catálogo de assuntos é organizado pelos assuntos dos livros.

Já o catálogo sistemático ou dos números de classificação é organizado pela


classificação que o documento recebe e de acordo com as regras que a biblioteca
adota.

O catálogo de séries e títulos uniformes é organizado pelos títulos dos livros. O


catálogo decisório é o que organiza as decisões que são tomadas pelos profissionais
da biblioteca ligados à catalogação. O catálogo topográfico é utilizado para fins de
inventário, pois ele é organizado pelo número de chamada dos livros.

O catálogo oficial é uma réplica dos catálogos externos, mas tem apenas o
ponto de acesso principal. O catálogo de registro é utilizado para fins de controlar o
patrimônio da biblioteca. Antigamente existia também o livro tombo que era feito para
controlar o patrimônio da biblioteca.

Atualmente com as inovações tecnologias, o livro tombo vem sendo substituído


aos poucos, pois quase todas as bibliotecas já possuem pelo menos um computador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade, buscamos mostrar um pouco sobre os catálogos, a catalogação
e os código através dos séculos, pois catalogar ou o processo de catalogação não se
limita à criação de uma lista ou de um catálogo, ele nos permite recuperar os registros
bibliográficos.

Vimos que a representação da informação surgiu da necessidade de se


guardar, preservar e disseminar a informação e o conhecimento.

E o que começou de uma forma bem simples hoje são consideradas como
cartão de visitas das bibliotecas.

Foi visto também que os catálogos sofreram várias mudanças com o passar do
tempo. Afirma-se que a catalogação é uma atividade essencial para o
desenvolvimento das bibliotecas, elas são um elo entre os usuários e o acervo,
também passa uma visão geral da biblioteca.

Foi constatado que na Antiguidade que o conhecimento era registrado em


forma de uma enciclopédia, em que o maior objetivo era reunir e organizar os
trabalhos das gerações passadas e que era feito sem muitas regras e de uma forma
bem simples.

Na Idade Média, observou-se que foi uma época de pouca evolução para as
bibliotecas e os catálogos. Os acervos eram pequenos e ainda não havia a
preocupação com a organização.

Na Idade Moderna, foi estabelecido algumas regras que se tornaram padrão


para a catalogação, mas não havia um consenso sobre a organização dos vários
acervos que já haviam.

O pensamento sobre a importância da catalogação já estava presente, mas o


catálogo ainda não era considerado como ferramenta essencial para a biblioteca. E
apesar dos avanços ainda não havia nenhuma biblioteca completamente catalogada.

Um grande avanço ocorreu no século XIX, de poucas regras que existiam,


passou a ter códigos, instruções e também classificação. O catálogo nesse período
teve a sua importância reconhecida. Houve também uma grande movimentação em
favor dos catálogos e da sua importância .

Com o passar do tempo percebe-se que os catálogos se modificaram e a


catalogação passa a ser vista como objeto de estudo, a fim de se encontrar uma
padronização universal para que todos os profissionais da informação a utilizem e haja
interação entre eles.

Foi visto também que uma das funções dos catálogos é permitir que o seu
usuário encontre um item específico dentro das bibliotecas.

Foi visto também sobre os tipos, sabe-se que temos o catálogo interno que
atende aos profissionais bibliotecários em seu serviço e o catálogo externo que atende
ao público em geral das bibliotecas.

Vimos também que eles podem ser de autor, de título e de assuntos que
auxiliam na busca e recuperação do item dentro da biblioteca.

Com o avanço da tecnologia hoje eles estão sendo substituídos por catálogos
automatizados.

SAIBA MAIS
Confira um vídeo sobre as 13 curiosidades da História da Biblioteca, está
disponível no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=kUIjFAUZ7cE.

#SAIBA MAIS#

REFLITA
Fonte: Biblioteca Pequeno Príncipe EMEF São Jacó – Novo Hamburgo/RS. Disponível em:
https://slideplayer.com.br/amp/40567/. Acesso em: 22 mar. 2022.

#REFLITA#

LEITURA COMPLEMENTAR
Prezado aluno, propomos algumas leituras sobre os assuntos estudados acima
para que você possa se aprofundar mais um pouco sobre os temas abordados, que
são de grande importância para o seu desenvolvimento profissional. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas procurando assimilar
o conteúdo estudado.

MACHADO, Elisa Campos; HELDE, Rosangela Rocha von; COUTO, Sabrina Dias do.
Ensino de catalogação: da teoria à prática. Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação. São Paulo, v.3, n.2, p.100-106, jul-dez. 2007. Disponível em:
https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/43/52. Acesso em: 05 fev. 2022.

MEY, E. S. A. Da espiral do conhecimento à catalogação. Revista de


Biblioteconomia de Brasília, v. 15, n. 2, 1987. Disponível em:
https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/77881. Acesso em: 05 fev. 2022.

SOUSA, Brisa Pozzi de; FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. Do catálogo impresso ao
on-line: algumas considerações e desafios para o bibliotecário. Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.17, n.1, p. 59-75, jan./jun., 2012.
Disponível em: https://revistaacb.emnuvens.com.br/racb/article/viewFile/822/pdf_71
Acesso em: 05 fev. 2022.

LIVRO
● Título. Catalogação: dos princípios e teorias ao RDA IFLA LRM
● Autor. MACHADO, Raildo de Souza; ZAFALON, Zaira Regina Zafalon.
● Editora. Editora UFPB.
● Ano. 2020.
● Sinopse. Uma abordagem teórica de importância prática para bibliotecários
catalogadores e estudantes de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Com
destaque ao Resource Description and Access (RDA), um padrão de
internacional de catalogação, a obra contempla ainda os teóricos e suas obras
que construíram e fundamentaram a história da catalogação descritiva
moderna, relacionando tais teorias ao RDA.

FILME/VÍDEO
• Título.O nome da Rosa

• Ano. 1986
• Sinopse. O filme nos leva a uma imersão na Idade Média, fazendo-nos transitar por
diversos temas e fases de um mundo em transformação; A atmosfera sombria, a
aparência doentia dos monges, a rejeição a conceitos tidos como avançados pelos
monges frequentadores do mosteiro e a abordagem à Santa Inquisição que passa a
ser feita a partir da segunda metade do filme nos permitem compreender um pouco
do que foi a Idade Média.
Willian de Baskerville é o representante da ciência, usa métodos de pesquisa
sofisticados para reunir as provas necessárias e chegar à verdade; busca pistas que
não são visíveis às demais pessoas; como as frases no pergaminho, apagadas com
suco de limão, que se revelam aos olhos do investigador sob a chama de uma vela.
É o Intelectual Renascentista, que com sua postura Humanista e Racional, consegue
desvendar a verdade por trás das mortes do Mosteiro.

REFERÊNCIA
ANDERSON, Dorothy. Controle bibliográfico universal. Revista de Biblioteconomia
de Brasília, v. 5, n. 1, 1977. Disponível em:
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/78293. Acesso em: 05 fev. 2022.

BRASIL. Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro:


Arquivo Nacional, 2005. Disponível em:
http://www.arquivonacional.gov.br/images/pdf/Dicion_Term_Arquiv.pdf. Acesso em:
05 fev. 2022.

CUNHA. M. B.; CAVALCANTI, C. R. O. Dicionário de Biblioteconomia e


Arquivologia. Brasília: Briquet de Lemos, 2008.

FERRAZ, I. M. C. Uso do catálogo de biblioteca: uma abordagem histórica.


Transinformação, Campinas, v. 3, n.1/2/3, p. 90-114, jan./dez. 1991. Disponível em:
https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/21377. Acesso em: 05 fev. 2022.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua


portuguesa. Curitiba: Positivo, 2009.

FIGUEIREDO, Nice. Menezes de. A modernidade das cinco leis de Ranganathan.


Ciência da Informação, v. 21, n. 3, 1992. Disponível em:
http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/430. Acesso em: 5 fev. 2022.

FIUZA, M.M. A catalogação bibliográfica até o advento das novas tecnologias. Rev.
Esc. De Biblioteconomia da UFMG, v.16, n.1, p.43-53, mar.1987. Disponível em:
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GARRIDO ARILLA, M. R. Teoria e historia de la catalocagión de documentos.


Madri : Síntesis. 1996.

MACHADO, Raildo de Souza; ZAFALON, Zaira Regina. Catalogação: dos princípios


e teorias ao RDA IFLA LRM. João Pessoa: Editora da UFPB, 2020. Disponível em:
http://www.editora.ufpb.br/sistema/press5/index.php/UFPB/catalog/book/336. Acesso
em: 05 fev. 2022.

MARTINHO, N. O.; FUJITA, M. S. L. La catalogación de matérias: apuntes históricos


sobre su normalización. Scire, Zaragoza, v. 16, p. 61-70, 2010. Disponível em:
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MEY, E; SILVEIRA, N. I Catalogação no plural. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.

MEY, Eliane Serrão Alves. Introdução à Catalogação. Brasília: Briquet de Lemos,


1995.

MODESTO, Fernando. O desenvolvimento das regras de catalogação, segundo


Lubetzky. Outubro/2014. In: Almeida Júnior, Oswaldo Francisco. Infohome
[Internet]. Londrina: OFAJ, 2014. Disponível
em:http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=867. Acesso em: 05 fev.
2022.

OLIVEIRA, Marcelo Augusto C. de. Breve panorâmico da catalogação: transição do


código AACR2 para o RDA. ENGI, 2014. Disponível em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/715/o/BREVE_PANORAMICO_DA_CATALOGA
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PEDRÃO, Gabriela Bazan. A construção do catálogo de Panizzi: uma análise


documental. Marília, 2019. Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/PosGraduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoe
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RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memória. Catalogação de recursos


bibliográficos: AACR2 em MARC 21. 3. ed. Brasília: Ed. do Autor, 2006.

SOUZA, Denise Helena Farias de. Códigos de catalogação: uma abordagem


histórica. Belém, PA: UFPA, 1997.
UNIDADE II
FUNDAMENTOS DA CATALOGAÇÃO
Professora Especialista Mara Regina Colafatti

Figura - Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

Fonte: Efemérides do Éfemello. 2015. Disponível em:


https://efemeridesdoefemello.com/2015/10/29/biblioteca-nacional-e-fundada-no-rio-de-janeiro/ .
Acesso em 24 mar. 2022.

Plano de Estudo:

● A Catalogação no Brasil;
● Catalogação Automatizada;
● Formato MARC;
● Dublin Core.

Objetivos de Aprendizagem:
● Conhecer a evolução dos códigos de catalogação no Brasil;
● Estabelecer a importância da catalogação automatizada;
● Conhecer as técnicas de recuperação da informação.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) Aluno(a),

Esta disciplina tem o objetivo de apoiar a sua formação acadêmica,


profissional e pessoal, por meio da explanação de conceitos ligados à Catalogação
ou Representação Descritiva.
Neste material, começaremos a estudar sobre o tema Fundamentos da
Catalogação, por meio do qual você obterá as informações necessárias para que
seja adquirido uma base sobre o processo de catalogação que é hoje uma das áreas
de estudo mais relevantes da Biblioteconomia.
Sabe-se que a Biblioteconomia se expressa, de maneira singela,nos formatos
para preparar e espalhar a informação para os seus usuários. Atualmente a
informação não é só compartilhada pelos livros, com o avanço da tecnologia temos
os mais variados tipos de suporte que nos permitem compartilhar a informação com
mais rapidez e precisão.
Como hoje tudo passou a ser informação, é possível se informar de várias
maneiras, e ao se fazer uma pesquisa on-line sobre um tema, você terá acesso a
várias documentos nos mais variados formatos e com isso a informação está
disponível e organizá-la tornou-se indispensável já que houve um aumento na
mesma proporção e isso torna a recuperação da informação mais completa também.
Fazendo com isso que o processo de catalogação seja reinventado, atualizado e
reinventado constantemente. Nessa unidade trataremos da Catalogação no Brasil,
da Catalogação automatizada, do MARC e do Dublin Core.
A intenção é que você aproveite o potencial desta disciplina e que ela possa
trazer grandes contribuições para a sua formação acadêmica, formação profissional
e para a sua vida pessoal.

Bons Estudos!

1 A CATALOGAÇÃO NO BRASIL
Figura - Biblioteca Nacional do Brasil

Fonte: Wikimedia Commons, 2019.1

Aqui no Brasil, segundo (CASTRO, 2000) as bibliotecas começaram não só


pelos jesuítas, mas outras ordens religiosas também fizeram parte desse processo,
como os franciscanos e os beneditinos também tinham bibliotecas. Mas o que
realmente deu início ao campo de ensino da biblioteconomia Brasil foi a Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro. Com a destruição da Biblioteca Real em Lisboa em 1755,
o seu acervo foi trazido para o Brasil e aqui foi dado o nome de Biblioteca Real da
Ajuda pelo então rei de Portugal Dom João I.
A Biblioteca Nacional serviu como base das principais articulações para se
implementar as técnicas e práticas da biblioteconomia no Brasil, a medida que as
experiências das instituições estrangeiras iam se consolidando elas iam sendo

1
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Biblioteca_Nacional_guarda_mais_de_200_anos_de_mem
%C3%B3ria_do_Brasil_(48718611971).jpg. Acesso em 05 Fev. 2021.
conhecidas e transmitidas aos intelectuais brasileiras da época que foram articulando
uma nova forma da prática bibliotecária aqui no Brasil.
Em 1911 inicia-se o curso de Biblioteconomia o primeiro curso foi criado nas
dependências da biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, conforme (FONSECA,
1979), o curso foi criado através do Decreto nº 8.835, de 11 de julho de 1911 e como
alicerce a orientação erudita e humanista da escola francesa École Nationale des
Charles2 e com a sua implantação na Biblioteca Nacional o diretor que estava a frente
era Manoel Cícero Peregrino da Silva, considerado como um dos precursores no
planejamento da documentação bibliográfica, através da visão de Paul Otlet e Henri
La Fontaine (FONSECA, 1957 apud OLIVEIRA, CARVALHO e SOUZA, 2009).
O curso tinha como “objetivo suprir as necessidades internas da Biblioteca
Nacional “(SOUZA, 1990 apud OLIVEIRA, CARVALHO e SOUZA, 2009, p. 14). Os
estudantes do curso eram, “na sua maioria, funcionários da Biblioteca Nacional, os
docentes e os diretores da instituição”. Em 1922 “o curso foi extinto por ter um número
baixo de inscritos e reaberto em 1931”. (OLIVEIRA; CARVALHO; SOUZA, 2009, p.
15).

Foi criado em São Paulo um outro curso de Biblioteconomia, que também teve
uma duração bem curta, ele começou 1929 e foi encerrado em 1935, com o nome
de Curso Elementar de Biblioteconomia que era então patrocinado pelo Instituto
Mackenzie, e influenciado Columbia University, considera-se esse o segundo curso
no país e diferente do outro, esse já tinha uma visão mais técnica da profissão.

Na época de sua criação a Instituto tinha uma bibliotecária americana, Dorothy


Muriel Guedes que tinha como missão introduzir novos processos na criação de
catálogos e de como localizar os livros nas estantes (OLIVEIRA, CARVALHO,
SOUZA, 2009). O curso surgiu da necessidade de se preparar uma bibliotecária que
pudesse substituir a atual que estava fazendo um curso de especialização da
Universidade de Columbia. (MUELLER, 1985 apud PINTO, 2015).

2
École Nationale des Chartes ( ENC ) é uma Grande École francesa fundada em 1821 e especializada
na formação em ciências auxiliares da história.
No Brasil a catalogação tem a sua primeira iniciativa em 1934 com a”Regras
Bibliográficas: ensaios de consolidação'', um trabalho desenvolvido por Jorge Duarte
Ribeiro. Nesse trabalho ele propõe a estabelecer normas de entradas de nomes
pessoais.
Em 1936 foi criado o primeiro curso regular de catalogação, que foi
coordenado por Rubens Barbosa Alves e Moura e Adelpha Silva Figueiredo.E foi
realizada a consolidação, a sistematização e a normalização das atividades
desenvolvidas desde 1929, na Biblioteca Municipal, pelo seu diretor. (CASTRO,
2000).
No Brasil a catalogação tem a sua primeira iniciativa em 1934 com as Regras
Bibliográficas: ensaios de consolidação'', um trabalho desenvolvido por Jorge Duarte
Ribeiro. Nesse trabalho ele tinha como principal meta criar normas para a entrada
dos nomes pessoais.
Em 1936 foi criado o primeiro curso regular de catalogação, que foi
coordenado por Rubens Barbosa Alves e Moura e Adelpha Silva Figueiredo, que
realizou a concretização, a sistematização e a normalização das atividades
desenvolvidas pela Biblioteca Municipal (CASTRO, 2000).
Nesse curso era ensinado as práticas da biblioteca baseado nos critérios
americanos, que possuía uma característica tecnicista e dava a educação um
aspecto mais acadêmico baseado nas teorias organizacionais (SOUZA; 1997).
É fundada também a Associação Paulista de Bibliotecários (APA), em 1938,
que tem um papel importante para a catalogação.
Infelizmente o ensino de Biblioteconomia aconteceu realmente na década de
1940, com a criação de vários cursos pelo Brasil. (ALMEIDA, 2012).
Em 1941 a APA persiste na busca de um código brasileiro e consegue publicar
as Regras gerais de catalogação e escrita de fichas. Também em 1941, o
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) cria uma comissão que tem
a responsabilidade de desenvolver o projeto e um código nacional e normas para
organização de um catálogo dicionário de livros e periódicos, mas, infelizmente, não
houve muita reciprocidade pelos bibliotecários que utilizavam e eram acostumados
com a ALA e o Código Vaticana.
Outro nome importante para a catalogação brasileira é o da Maria Luiza
Monteiro da Cunha, que era pos-graduada pela Universidade de Columbia e publica
“Normas brasileiras: um problema na catalogação"
Segundo Modesto (2007, p. 3), nesse trabalho ela aponta que o problema da
descrição bibliográfica resulta em 3 aspectos, que são: 1 - a inexistência de um
código nacional de catalogação; 2 - tratamento inadequado de assuntos nos códigos
existente;3 - imprecisões e contradições das fontes bibliográficas e ausência de
bibliografias correntes ao assunto.
A década também é marcada pela inovação nos processos técnicos pela Lydia
de Queiroz Sambaquy, baseada na experiência americana, o DASP cria o Serviço
da Intercambio de Catalogação (SIC), que tinha a finalidade de introduzir a
catalogação cooperativa, mas com a falta de padrões, bibliotecas carentes, falta de
pessoal capacitado e também a falta de normas oficialmente estabelecidas, o projeto
conseguiu ser concluído somente na década de 50, quando foi incorporado ao ISBD.
A partir daí os catálogos começam a ser moldados, o Brasil passa a fazer uso
da ficha padrão 7,5 X 12,5 cm que já era utilizada nos Estados Unidos desde o
começo do século XX.

Figura 1: Modelo de Ficha Catalográfica


Fonte: Vida de Escritor Independente, 2018. Disponível em:
http://escritosindependentes.blogspot.com/. Acesso em 15 mar 2022.

Com essas mudanças ocorridas, o curso que formava bibliotecários na


Biblioteca Nacional passou por mudança significativa, ele deixou de capacitar
pessoas para atender às suas próprias necessidades para capacitar pessoas para
todo o tipo de biblioteca. Enquanto isso as disciplinas técnicas que já aconteciam nos
Estados Unidos começam a ter uma maior aceitação aqui no Brasil. Recai também,
sobre a Lydia de Queiroz Sambaquy a introdução da Catalogação na fonte, mas na
época não havia a intenção de se comercializar as fichas catalográficas.
Na década de 50 houve a expansão dos cursos de Biblioteconomia e o
fortalecimento dos movimentos associativos, para que o curso fosse reconhecido em
nível superior. Buscou-se também padronizar as normas catalográficas e as entradas
de nomes brasileiros e portugueses.
Em 1951 houve a Conferência Sobre o Desenvolvimento dos Serviços e
Bibliotecas Públicas na América Latina promovida pela UNESCO e OEA, na cidade
de São Paulo. (OLIVEIRA e SILVA, 1952).
Em 1953 é realizado o “1º Congresso de Bibliotecas do Distrito Federal'', o
evento foi promovido pela Biblioteca Municipal do Rio de Janeiro. (CORREIO DA
MANHÃ, 1953, p. 6)
Em Recife, 1954, é realizado o 1º CBBD, que reuniu bibliotecários de todo o
país, no evento é apresentado o trabalho Normas Brasileiras de Catalogação entrada
de autores coletivos e normas brasileiras, por Edson Nery, que suscita o debate
sobre a entrada de nomes brasileiros.
No encerramento do Congresso,Modesto, (2007, p. 5,) apresenta as
recomendações:

Criação de um código de catalogação brasileiro;


Criação no INL (Instituto Nacional do Livro) de uma comissão de
especialistas em catalogação composta por professores e profissionais;
Escolha de entradas por nomes brasileiros e portugueses com base em
critérios universalmente aceitos a respeito da vontade do autor, o uso local
e a tradução literária. (MODESTO, 2007, p. 5,)
Em 1959 é criada a Federação Brasileira de Associação de Bibliotecarios,
Cientistas da Informação e Instituições, a FEBAB, principal órgão que buscou
transformar a biblioteconomia em profissão regulamentada é essencial para a
divulgação e inserção das atividades bibliotecárias.
A FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS,
2016, s.p.) como missão,busca:

defender e incentivar o desenvolvimento da profissão. Tem como objetivos


congregar as entidades para tornarem-se membros e instituições filiadas;
coordenar e desenvolver atividades que promovam as bibliotecas e seus
profissionais; apoiar as atividades de seus filiados e dos profissionais
associados; atuar como centro de documentação, memória e informação
das atividades de biblioteconomia, ciência da informação e áreas correlatas
brasileiras; interagir com as instituições internacionais da área de
informação; desenvolver e apoiar projetos na área, visando o
aprimoramento das bibliotecas e dos profissionais; contribuir para a criação
e desenvolvimento dos trabalhos das comissões e grupos de áreas
especializadas de biblioteconomia e ciência da informação (FEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS, 2016, s.p.).

A década de 60, foi marcada pelo reconhecimento da profissão bibliotecária


para ser reconhecida como nível superior, e com a criação de um currículo mínimo
para o Curso de Biblioteconomia. (Modesto, 2007, p. 6). E tem também grande
impacto na catalogação mundial.
Em 1960 é realizada a 23ª Conferência Geral da FID, no Rio de Janeiro, wm
que é criada a Comissão Brasileira de Catalogação (CBC), que reorganiza as
práticas que eram consideradas como obsoletas e que ainda eram utilizadas por
algumas bibliotecas brasileiras e também a de acertar as divergências existentes,
motivadas duplicidade de códigos (ALA e Vaticana). (MODESTO, 2007, p. 6).
Em 1961 é realizado o 3ºCBBD em Curitiba, e foi analisado dois trabalhos de
normalização em catalogação: O projeto de Regras de Catalogação para Nomes
Brasileiros e Portugueses, elaborado pela Comissão de Catalogação do Rio de
Janeiro; e a Catalogação de autores Brasileiros e Portugueses de autoria de Maria
Antonieta Requião Piedade. (MODESTO, 2007, p. 6).
Também nesse evento toma posse a primeira diretoria da FEBAB, a Laura
Garcia Moreno Russo e sob a sua liderança e persistência é promulgada a Lei
4.084/62, que regulamenta o exercício profissional e estabelece o currículo mínimo
para o Curso de Biblioteconomia, nível universitário, e isso impulsiona a profissão.

Com isso a ideia de um código nacional aos poucos foi deixado para depois e
acredita-se que isso tenha ocorrido pelo fato da publicação da ISBD de uma tradução
da Vaticana em 1962, e foi dado a ela ampla divulgação possibilitando assim o seu
uso por mais um tempo.
Em 1969 é realizada a tradução do AACR, e com isso começa a diminuir a
utilização do Código da Vaticana e se retorna a procura para a padronização dos
serviços técnicos.
A década de 70 foi marcada pela instabilidade da política nacional e também
pelo crescimento econômico, e para a área da biblioteconomia e trouxe grandes
mudanças.
Houve, então, um grande empenho por parte do grupo bibliotecário para a
área de processos técnicos, na busca da padronização nacional e nesse esforça se
destacam as Associações de Bibliotecários e seus grupos de trabalhos, e de
acadêmicos com a professora Cordélia Robalinho Cavalcanti, que edita o livro
Catalogação Simplificada (Brasília: Editora UnB, 1970), que vem corroborar com
essa padronização.
Nesse momento existe já um aumento dos projetos de automação e também
a divulgação do projeto MARC, o SIS automatiza as suas atividades e cria o Projeto
CALCO, baseado num projeto que a Library of Congress tinha desenvolvido.
Em 1973, temos a Rede Bibliodata/Calco que é a catalogação legível por
computador. Com a adesão da Biblioteca Nacional, o CALCO é utilizado como
formato nacional para o processamento e intercâmbio de registros bibliográficos,
mais isso exigiu que se fizesse a padronização das regras de catalogação na
definição de cabeçalho de assunto e uma adesão mais adequada do AACR.
Esses acontecimentos foram essenciais para a mudança no código de
catalogação que era dominante até então.
Em 1972, o ISBD cria um grupo responsável pela uniformização das normas
de catalogação produzidas pelo Instituto, a Biblioteca Nacional e INL, e também
movimenta junto com a Associação Brasileira de Escolas de Biblioteconomia e
Documentação (ABEED) a uniformização do ensino da catalogação nos cursos.

Em 1975, Brasília sedia o 8º CBBD, em que é aprovado a adoção da entrada


pela última parte do sobrenome do autor, essa decisão ocorreu depois de muito estudo
das regras da AACR. Outros fatos importantes também ajudaram no processo de
padronização da catalogação.
Conforme Modesto (2007, p. 8), vale ressaltar.

1- Os estudos comparativos entre as ISBDs e o AACR em 1967, se achou


que seria necessário que as regras descritivas pudessem ser mais fácil de
ser entendida, assimilada e aplicada pelos profissionais. Esse grupo
também foi responsável pela tradução e publicação dos principais
documentos das ISBDs no início dos anos 80.
2- Depois por iniciativa da Regina Carneiro junto aos editores e livreiros em
defesa da “catalogação na fonte”, esses esforços contribuíram para a
uniformidade da catalogação em âmbito nacional, a melhoria no intercâmbio
de informações bibliográficas, e o favorecimento dos serviços das
bibliotecas localizadas no interior o pais, que sempre foram carentes de
recursos materiais, financeiros e de pessoal especializado.
3- O IBBD, se transformou no IBICT, encerrando assim um ciclo no que diz
respeito a catalogação brasileira.(MODESTO,2007, p. 8)

Sambaquy (1978, p. 18-19) escreve:

[...] as tendências modernas dos trabalhos de catalogação, que deverão ser,


já agora, baseados em projetos de estreita participação interbibliotecário,
em forma automatizada, através de programas estabelecidos por redes ou
sistemas de bibliotecas. Somente assim será possível a soma das coleções
de documentos e de obras existentes no País, através dos catálogos dessas
bibliotecas, para levantamento do universo de livros e documentos
disponíveis, a fim de que, perfeitamente integrados, como um só catálogo
de uma só biblioteca, para servir toda população no Brasil, por intermédio
de redes de cooperação locais, estaduais, regionais e nacionais de
bibliotecas e de informação. (SAMBAQUY, 1978, p. 18-19).

Novos rumos da catalogação começam a surgir, em 1980, a FEBAB firma


acordo que a autoriza a publicar a AACR em língua portuguesa, essa tradução é
feita em dois volumes: o primeiro volume fica pronto em 1983 e o segundo em 1985.
Esse projeto teve também a participação do IBICT em sua edição.
Entre 1983 e 1984 é criado o "Escritório CALCO” que era um grupo formado
pelo IBICT e eles elaboraram ,manual Formato de intercâmbio CALCO (Catalogação
Legível por Computador), iniciando assim estudos de adaptação do formato às
propriedades do UNIMARC e CCF.
Em 1988 é publicada pela ABNT, a NBR 10523, para entradas de nomes da
língua portuguesa em registros bibliográficos, que veio colaborar com a
uniformização dessas entradas.
Essa década também foi marcada pelo crescimento das tecnologias da
informação, com a inserção dos microcomputadores, de softwares comerciais para
automação de bibliotecas e também com a distribuição do programa Microisis
(versão DOS).
Com a utilização das redes eletrônicas as bibliotecas passaram a ter uma
maior interação com as bibliotecas nacionais, regionais e internacionais, facilitando
assim a catalogação cooperativa.
O catálogo público de acesso on-line traz um forte impacto no processo de
catalogação junto aos usuários de bibliotecas, pois possibilitam fazer uma busca
rápida de informação e de uma forma remota.

Com essas mudanças no objeto da representação é feito uma mudança na


abordagem em relação à biblioteca, passando agora a priorizar o conteúdo, a história
das obras e suas relações e não mais no material bibliográfico para atender ao
usuário.
Nos anos de 1994 e 1996, são feitas mudanças na Rede Bibliodata/CALCO,
principalmente no formato dos registros bibliográficos que passam de CALCO para
UMARC. Com as mudanças ocorridas no Bibliodata houve novamente o fim de ciclo
e o começo de outro para a catalogação cooperativa..
No ano de 1996, as bibliotecas universitárias, se juntam à On-line Computer
Library Center (OCLC), que é o maior consórcio de bibliotecas do mundo, que tem
como finalidade a prestação de serviços computadorizados e de pesquisa se torna
um grande marco para o crescimento das bibliotecas universitárias.
As particularidades das informações se transformaram, assim como os
suportes , não havia mais só o papel, surgiram novas formas de acondicionar a
informação como o CD-ROM, disquetes e documentos eletrônicos, e novamente
percebe-se a necessidade de se continuar a discussão sobre os padrões de
descrição
E nesse período também é estabelecido também um novo padrão, o Dublin
Core (derivado do MARC) para a descrição dos recursos eletrônicos, recuperação e
acesso à informação na internet.
A partir daí a comunidade bibliotecária está mais atenta agora para os usos
dos formatos de intercâmbio, principalmente o MARC. Com o processo de
automatização crescendo entre as bibliotecas brasileiras, e a internet que veio para
facilitar os serviços, os catálogos que já estavam on-line.
Em 2000 a Rede Bibliodata dá início aos estudos no formato EAD com cursos
como padrões em biblioteconomia, automação de bibliotecas, AACR2 e pontos de
acesso a tudo tentando facilitar os profissionais a se atualizarem.
Vários esforços foram feitos para que os profissionais pudessem se atualizar
,e já no anos de 2000 a Rede Bibliodata dá início aos estudos no formato EAD, esses
cursos todos eram voltados para as necessidade que estavam surgindo entre esses
cursos pode-se destacar: os padrões em biblioteconomia, automação de bibliotecas,
AACR2 e pontos de acesso.
Existe também uma grande modernização dos serviços bibliotecários, com a
participação em redes nacionais e internacionais.
Em 2003 o contrato de renovação com os editores da AACR e FEBAB é
renovado e acontece a tradução da 2a edição da AACR2, o novo código agora tinha
as folhas soltas tornando-se mais fácil a sua atualização.
Agora um catálogo bibliográfico não era mais só a apresentação da descrição
dos documentos, agora eles são denominados de metadados que podem ser
descritos como marcos ou pontos de referência que permitem reescrever a
informação de várias maneiras.
A experiência brasileira até essa época com metadados era a BDTD, que era
gerenciada pelo IBICT, e tinha como missão criar uma consórcio de publicações
eletrônicas que facilitasse a disponibilização da pesquisa científica brasileira.
Ultimamente os instrumentos de catalogação têm passado por processos de
revisão e atualização constante, em função do atual cenário informacional em que
estamos vivendo, novas tecnologias surgem a todo momento para integrar os
catálogos. E também existe a necessidade de se pensar em novos códigos para se
poder fazer a descrição desses novos recursos.

2 CATALOGAÇÃO AUTOMATIZADA

Fonte: Biblioteca UniFCV, 2022. Disponível em: https://unifcv.edu.br/acervo-online-unifcv/. Acesso


em: 24 mar. 2022.

Nos dias de hoje a informática domina todas as áreas do conhecimento


humano. E as bibliotecas não podiam ficar para trás e com isso cada vez mais
serviços e produtos da biblioteca estão se modernizando e isso vem para facilitar o
trabalho do bibliotecário catalogador.
Hoje não se faz mais presente nas bibliotecas aqueles arquivos enormes que
continham as fichas dos materiais que fazem parte do acervo da biblioteca, até pouco
tempo atrás fazer uma pesquisa no acervo da biblioteca era muito cansativo e
demorado, os arquivos eram repletos de fichas que tinham entradas por autor, título
da obra. Assunto, e não era muito completo, pois as vezes as fichas desapareciam
do catálogo.
A automação das bibliotecas auxilia e muito nos processos informacionais.
CORTÊ et al. (1999, p. 242), enfatiza que:

A modernização das bibliotecas está diretamente ligada à automação das


rotinas e serviços com o intuito de implantar uma infraestrutura de
comunicação para agilizar o acesso à informação pelo usuário tornando-se
necessário haver uma ampla visão da tecnologia da informação e sua
aplicação nas organizações. (CORTÊ et al, 1999, p. 242)

O maior benefício com a automação das bibliotecas é a melhoria de suas


atividades, não só em relação ao usuário, mas também em relação a controle e
formação do acervo, a catalogação e todos os seus serviços de um modo geral.
Com a automação o profissional da informação pode perceber a facilidade que
é trabalhar com a catalogação automatizada, antes da automação o bibliotecário
catalogador tinha muitos problemas para executar o seu trabalho. Era utilizado na
biblioteca um grande fichário utilizado para arquivar e as fichas eram utilizadas para
se catalogar as entradas relacionadas ao autor, título do obra, assunto e tudo isso
era feito à mão, o número mínimo de fichas que era feita para um livro era três, e
essas fichas tinham que ser arquivadas, era gasto um tempo muito grande para a
conclusão do processo.
Agora as fichas não existem mais no formato papel, de uma certa maneira
elas foram transportadas para o computador, onde o bibliotecário digita no
computador aos dados referentes ao material que está inserindo do seus sistema de
biblioteca e assim que ele termina e atualiza o sistemas, esses dados aparecem para
o usuário automaticamente através do catálogo, mais para que essa mágica
aconteça, temos os softwares específicos para isso.
Se esses softwares forem compatíveis com os padrões de catalogação
cooperativa, é mais simples ainda, pois não há a necessidade de se catalogar o livro
novamente, é só importar os dados para a sua base e fazer as adequações
necessárias para o seu acervo.
Quando as bibliotecas começaram a migrar o seu acervo manual para o
automatizado, foi feito o processo de conversão retrospectiva.

Martinelli (1988, p. 34) diz que:

[...] consiste na transformação de fichas do catálogo em registros legíveis


por máquina. O princípio do RECON é o aproveitamento de registros
existentes em outras bases, na formação da base de dados local, diminuindo
o esforço de catalogar em máquina o material da biblioteca.
(MARTINELLI,1988, p. 34)

Conforme Santos e Ribeiro (2003 apud SANTOS; GALO, 2012)

catalogação original de materiais de biblioteca, particularmente materiais


antigos, não catalogados no passado. Processo de entrada de dados a partir
de fichas catalográficas (catalogação retrospectiva). Enquanto a
catalogação retrospectiva enfatiza a qualidade dos registros, a conversão
retrospectiva busca a incorporação da totalidade dos acervos da biblioteca
aos catálogos on-line. (SANTOS e RIBEIRO, 2003 apud SANTOS, GALO,
2012).

De um modo bem simples, automatizar significa a utilização de máquinas na


execução de tarefas que antes eram executadas pelo homem.
Barsotti (1990, p. 65) comenta:

Ao dizer automação de biblioteca, queremos dizer automação dos


processos técnicos dessa biblioteca. Basicamente, aquisição, emissão de
catálogos e/ou índices e circulação. Frequentemente está automação é
confundida com criação e exploração de bases de dados contendo o acervo
da biblioteca. Trata-se de coisas distintas, com enfoques e resultados
distintos, envolvendo softwares diferentes. (BARSOTTI, 1990, p. 65).

A automação precisa ser pensada de uma forma ampla, pois usar a tecnologia
para que máquinas e programas de computador possam realizar tarefas que seriam
nossas.
Segundo o Merriam-Webster Dictionary (AUTOMATION, 2012), “operação
controlada automaticamente de um aparelho, processo ou sistema por meio de
dispositivos mecânicos ou eletrônicos que tomam o lugar do trabalho humano”, e é
isso que se deve ser feito, usar a tecnologia em nosso favor para realizar os serviços
básicos de uma biblioteca como a catalogação, busca e recuperação no catálogo,
aquisição e circulação, e focar a atenção para os serviços em que a máquina não
pode fazer como os serviços de atendimento ao usuários, para recuperação de
informações armazenadas localmente e em provedores remotos e para os processos
internos.
Segundo Ohira (1992, p. 234) “a partir de 1980, a automação começou a sair
do nível embrionário e experimental para aproximar-se do operacional”.
Nas décadas de 1960 e 1980 começou a se pensar nos projetos para
automação, em âmbito nacional, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), mas a Biblioteca Nacional, só começou esse estudo em 1973, por Manoel
Adolpho Wanderley que realizou um levantamento preliminar e geral das
probabilidades de se ter uma automação parcial ou total dos serviços da Biblioteca
Nacional, em que se mostram também as vantagens e desvantagens de cada caso.
(WANDERLEY, 1973).
Em 1981, Jaime Robredo realizou uma importante pesquisa, e o seu resultado
foi apresentado no “Simpósio Sobre Automação de Serviços Bibliotecários”,
realizado em Brasília. A pesquisa desenvolvida por ele se intitulava “Panorama dos
planos e projetos de automação das bibliotecas universitárias brasileiras” , em foi
destacado que existia moderada utilização de terminais nos sistemas e projetos
analisados, e a disposição majoritária em desenvolver o próprio software em vez se
utilizar os já existentes. (ROBREDO, 1981).
Robredo, 1981 apud Viana,(2016, p. 49 ), após avaliar os resultados da sua
pesquisa, conclui que:
a) o panorama da automação das bibliotecas acadêmicas no Brasil era
muito pouco encorajador, quando comparada com a situação da maioria dos
países industrializados;
b) apesar de a maioria das universidades possuírem computadores, a
automação de suas bibliotecas não parecia ser a prioridade na aplicação
das técnicas de processamento eletrônico de dados;
c) a baixa automação das bibliotecas era explicada pela baixa
representatividade na quantidade de projetos submetidos para as
autoridades;
d) poderia haver um maior número de sistemas em operação naquele
tempo. Apenas não existia porque não havia projetos suficientes que
mereciam ser aprovados. (ROBREDO, 1981 apud VIANA, 2016, p. 49 ).

O desenvolvimento da automação de bibliotecas no Brasil foi um processo


muito difícil em seu início, pois a experiência com a informática era muito pequena
entre os bibliotecários e também havia outras barreiras que precisam ser quebradas,
principalmente a reserva de mercado de computadores e de softwares que restringiu
a importação de tecnologias entre os anos de 1976 e 1992. Nessa época o governo
teve a intenção de fomentar a indústria de hardware e software, mas seu
desenvolvimento não aconteceu conforme era esperado, e acabou atrasando a
adoção da automação nas bibliotecas acadêmicas no país.

Depois de 1993, Côrte e outros (2002) relatam que:

[...] com as mudanças na política de Informática, que proporcionaram o


acesso a equipamentos e softwares cada vez mais avançados, começaram
a serem desenvolvidos os sistemas de informatização nacionais e, nos dias
de hoje, a grande maioria das bibliotecas - de todos os tipos e tamanhos -
contam com sistemas informatizados de gerenciamento de seus serviços.
(CORTÊ et al., 2002, p. 244)

Uma importante inspiração para o uso de computadores nas bibliotecas


brasileiras veio da bibliotecária Lydia de Queiroz Sambaquy, que em seu artigo
relatou que gostaria de ter uma “máquina do tempo” para visitar uma biblioteca do
ano 2000 e idealizou como elas seriam, e pode-se dizer que o que ela imaginou
acontece hoje com as bibliotecas.
Com a publicação do livro “A informática na biblioteconomia e documentação”
por Roberto Barsotti, em 1990, em que ele relatava um pouco do que tinha sido a
automação das bibliotecas sobre a visão da experiência italiana, e foi um dos
primeiros livros publicados em nossa língua que falava sobre o uso de computadores
pelas bibliotecas e as suas aplicações na prática, o que foi muito utilizado pelas
escolas de biblioteconomia no Brasil.

Em 1994, outro importante livro foi traduzido e editado no Brasil pelo


bibliotecário e editor Antônio Agenor Briquet de Lemos, livro este escrito por Jeniffer
Rowley, “Informática para bibliotecas”, originalmente “Computer for Libraries”, 3rd
edition (London: Library Association Publishing, 1993), que foi e continua sendo um
dos livros mais utilizados nas escolas de biblioteconomia e um dos mais citados em
publicações sobre automação de bibliotecas no Brasil..

Outra colaboração importante para a difusão da cultura da automação de


bibliotecas foi a criação e publicação, em 1994, da Biblioinfo (Base De Dados Sobre
Automação em Bibliotecas (Informática Documentária), que disponibilizava aos
pesquisadores, estudantes e demais usuários, os trabalhos que foram publicados no
Brasil no período de 1986 a 1994 e para o cadastramento dos dados foi criada uma
base de dados desenvolvida em MicroISIS, a qual permitia a recuperação das
referências por autores, títulos e assuntos, além da impressão de relatórios de
pesquisa, ela foi planejada para ser também uma ferramenta didática no ensino de
biblioteconomia nas instituições de ensino brasileiras. (OHIRA, 1994, p. 369).

As bibliotecas das instituições de ensino superior brasileiras, de forma geral,


permaneceram com a estrutura clássica de armazenamento de acervos impressos,
catálogos e controle de empréstimo em fichas até o final da década de 1990. Foi
somente com a expansão do ensino superior no início da década de 1990 e a
consequente necessidade de melhoria na qualidade da gestão dos serviços e do
atendimento à comunidade acadêmica, que as bibliotecas começaram a se
modernizar.

Em 1996 o Decreto Federal 2.026/96 estabelece medidas adicionais para a


avaliação da educação superior. Em 2001, o Governo brasileiro lançou o Plano
Nacional de Educação (PNE), editado por meio da Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de
2001, o qual definiu um total de vinte e três objetivos e metas para a educação
superior no Brasil.
Para as bibliotecas acadêmicas, o PNE foi um grande incentivador da sua
melhoria, que pela primeira vez passou a exigir alguns padrões mínimos fixados pelo
Poder Público, o Governo passou a exigir melhoria na infraestrutura de laboratórios,
equipamentos e bibliotecas, condicionando essas melhorias ao recredenciamento
das instituições de educação superior e renovação do reconhecimento de cursos.
(BRASIL, 2009, p. 32)

Os instrumentos usados pelo Governo Brasileiro para avaliar as bibliotecas


acadêmicas são:

a) instrumento de avaliação para credenciamento de Instituição de


Educação Superior (BRASIL, 2010);
b) instrumento de avaliação institucional externa (BRASIL, 2010);
c) instrumento de avaliação de cursos de graduação presencial e a distância
(BRASIL, 2012).

Em 2012, é publicado pelo MEC um novo instrumento de avaliação de cursos


superiores e nesse instrumento ele passa a considerar em seus critérios de
disponibilidade pela Biblioteca de coleções de livros e de periódicos eletrônicos,
utilizando para isso a expressão “virtual”, porque até então as publicações assinadas
ou adquiridas em suportes eletrônicos não podiam ser consideradas como
bibliografia básica dos cursos, somente como bibliografia adicional.
Entre 1960 e 1970, todos os computadores usados no Brasil eram importados.
Foi somente em 1974 que começaram a ser comercializados os primeiros
computadores produzidos no país, pela empresa Cobra.
Viana, 2016 (p. 61-62), destaca que entre os anos 1980 e 1999, seis fatores
foram muito importantes para que as instituições acadêmicas brasileiras iniciaram
um amplo movimento rumo à automação de suas bibliotecas:
a) o conhecimento em informática adquirido pelos bibliotecários recém-
graduados que se especializaram em informática e passaram a atuar como
professores de Biblioteconomia nas faculdades brasileiras, a publicar obras
e a realizar relatos em eventos nacionais, como Murilo Bastos da Cunha,
José Fernando Modesto, Ligia Maria Arruda Café, Cristina Dotta Ortega,
Maria Lourdes Blatt Ohira, Elisabeth Márcia Martucci, Janise Silva Borges
da Costa, Gercina Ângela Borém de Oliveira Lima, entre outros;
b) a abertura do mercado de hardware e software em 1992, que além de
permitir a aquisição de equipamentos e sistemas mais modernos também
ofereceu a oportunidade para o surgimento de empresas nacionais de
softwares para bibliotecas para competir com as estrangeiras;
c) o aumento da quantidade de literatura em língua portuguesa produzida
no Brasil ou traduzida de publicações estrangeiras, relacionados a
computadores para bibliotecas e também automação para bibliotecas;
d) os eventos realizados durante os anos de 1984 e 1997, com foco
específico em automação de bibliotecas, nos quais muitas experiências
foram compartilhadas;
e) a disponibilização do software CDS/ISIS em 1985, pela Unesco, gratuito
e capaz de rodar em microcomputadores, muito difundido e utilizado no país;
f) o Ministério da Educação brasileiro, com a publicação das diretrizes e
bases da educação nacional (Lei nº 9.394/1996), começou a avaliar as
Instituições de Ensino Superior no Brasil desde 1996, estabelecendo
critérios e padrões para o funcionamento delas, incluindo a informatização
das suas bibliotecas.(VIANA, 2016, p. 61-62).

Modesto (2006, s.p.) sintetiza a importância que o ISIS teve no Brasil:

A história dos sistemas para automação de bibliotecas não pode ser contada
sem abrir um amplo espaço ao CDS/ISIS (Computarized Documentation
System / Integrated Set for Information System), popularmente conhecido
como MicroISIS (versões MS/DOS) e Winisis (versões MS/Windows). O
sistema promovido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura) para apoiar projetos de informatização de
bibliotecas nos países em desenvolvimento tem, certamente, impactos
significativos nestes sistemas de informação. (MODESTO, 2006, s.p.)

O ISIS, foi lançado pela UNESCO em 1985, inicialmente para mainframes IBM
360-30, e teve uma versão para redes locais (LAN) e outra para Linux (ambas
lançadas em 1993) e também uma versão para MS-Windows (1997/1998), capaz de
rodar em um computador ou mesmo em uma rede local (MODESTO, 2006).

O ISIS de acordo com Modesto, (2006) representou um grande avanço desde


que começou a ser distribuído no Brasil. Sendo considerado até hoje, um sistema de
gerenciamento bibliográfico muito eficiente, pois possui, desde a sua criação,
características e funcionalidades que o distingue de muitos outros. Na recuperação
de registros permite usar formulários simples e formulários com múltiplos campos,
lógica booleana, trucagem e verificação de presença/ausência de campos.

A Biblioteca Regional de Medicina (BIREME)3 foi desde sempre um grande


incentivador do ISIS no Brasil e merece esse reconhecimento.
No final da década de 1980, a abertura do mercado de informática no país
possibilitou a importação e aquisição tanto de equipamentos quanto de sistemas de
automação estrangeiros, permitindo um significativo avanço às bibliotecas
acadêmicas, posição concretizada nos anos 90, justamente na época em que
proliferaram as empresas e softwares para automação de bibliotecas no Brasil,
criados como alternativa ao mercado para os sistemas estrangeiros, que era mais
caros.
Os primeiros sistemas baseados em software livre também surgiram nessa
mesma época. Côrte e outros (2002), em seu livro "Avaliação de softwares para
bibliotecas e arquivos" fez um exaustivo levantamento de softwares para bibliotecas
em 2002 e já havia 60 diferentes softwares disponíveis no mercado brasileiro (alguns
deles não eram sistemas integrados de automação), tanto de empresas nacionais
como estrangeiras. Alguns aspectos acerca da evolução dos sistemas para
bibliotecas apontados por Côrte e outros (2002):

a) a maioria dos sistemas de quarta de geração prevê a customização do


mesmo e a expansão ou inclusão de novos módulos;
b) nos anos 1980, houve o desenvolvimento de aplicativos para o seu
gerenciamento, garantindo ao bibliotecário maior agilidade no tratamento e
recuperação da informação e domínio da tecnologia, tornando-se mais
amigável, inclusive, para o usuário;

3
Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido pelo
seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), é um centro especializado da
Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), orientado à
cooperação técnica em informação científica em saúde. Disponível em:
saúdehttps://www.paho.org/pt/bireme#:~:text=O%20Centro%20Latino%2DAmericano%20e,coopera
%C3%A7%C3%A3o%20t%C3%A9cnica%20em%20informa%C3%A7%C3%A3o%20cient%C3%ADf
ica. Acesso em: 24 de mar. 2022.
c) a década de 1990 caracteriza-se como o período em que mais surgiram
empresas na área, e novas versões com atualizações e melhorias são
disponibilizadas com determinada frequência. (CORTE et al., 2002, p. 245).

Nessa década de 1990, algumas bibliotecas acadêmicas brasileiras


começaram a criar sistemas de automação em casa, e outras começaram a adquirir
sistemas estrangeiros.
O Aleph™foi um dos primeiros sistemas de automação estrangeiros a serem
adotados, em sua versão 300 (baseada em Cobol, em plataforma Terminal Server).
A primeira instituição a adotá-lo no Brasil foi a Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS), de Porto Alegre-RS e a escolha foi feita por conta de uma
visita à Biblioteca Vaticana em 1992. O Aleph™ é usado na PUCRS desde 1993.
O outro sistema estrangeiro utilizado no país foi o Virtua™, da Virginia Tech
Library System (VTLS), dos Estados Unidos. Em 1996 a Universidade Federal de
Minas Gerais foi a primeira instituição brasileira a começar a utilizá-lo.
Entre os softwares comerciais brasileiros, destacam-se os que foram ou ainda
são utilizados por bibliotecas acadêmicas no país: Ortodocs™ (1986), Pergamum™
(1988), SAB-II™ - Sistema de Automação de Bibliotecas II (1989), Sysbibli™ (1990),
Gestor de Bibliotecas™ (1990), GVDASA Biblioteca™ (1992), Sagres Acervo™
(1993), Multiacervo™ (1993), Arches Lib™ (1995), Thesaurus™ (1995), CARIBE
Biblioteca™ (1995), RM Biblios™ (1996), Informa™ (1997), Biblioteca Argonauta™
(1997), SophiA Biblioteca™ (1997), Alexandria™ (1999), Librarium™ (1999), DINS™
(1999), PHL™ (2001), SIAB™ (2004), Bibliosys™ (2008).
O Pergamum pode ser considerado um caso de sucesso no Brasil, ele que
começou a ser comercializado a partir de 1996 e é atualmente o sistema de
automação de bibliotecas mais utilizado nas bibliotecas brasileiras .
Nos anos 2000 surgem os primeiros softwares livres no Brasil: o Gnuteca™ ,
o Biblivre™ (www.biblivre.org.br), criado em 2005 através do projeto chamado
“Biblioteca Livre” esse projeto foi patrocinado inicialmente pela IBM-Brasil e desde
2007 tem como patrocinador exclusivo o Instituto Itaú Cultural. O Biblivre já está em
sua versão 4.
O início dos anos 2000 segundo Vianna (2016) também foi um período no
qual algumas universidades começaram a adotar sistemas de autoatendimento para
empréstimos e devoluções e equipar as suas bibliotecas com tecnologia de
identificação por radiofrequência (RFID), e hoje em dia muitas bibliotecas já utilizam
essa tecnologia e equipamentos de autoatendimento, mas é um mercado que ainda
precisa ser mais explorado pelas empresas fornecedoras.
Em 2010 ferramenta “DESCOBERTA” entra no mercado e tem a finalidade
de ajudar os usuários a descobrir o conteúdo disponibilizado através da biblioteca
em todos os formatos, independentemente se ele reside dentro da biblioteca física
ou entre as suas coleções de conteúdo eletrônico, abrangendo ambos os materiais
de propriedade local e aqueles acessados remotamente por meio de assinaturas. O
conceito de “DESCOBERTA” (BREEDING, 2014), começou a ser adotado no Brasil
em 2011, e traz diversos benefícios como: integração entre diferentes catálogos e
fontes de informação, criação de um único ponto de busca e acesso para os usuários,
rapidez na obtenção dos textos, ordenação de resultados por relevância, filtragem de
resultados, entre outros.
Os quatro principais sistemas de descoberta comerciais para bibliotecas
disponíveis para o mercado brasileiro são o WorldCat Discovery Services™ (OCLC),
EBSCO Discovery Service™ (EBSCO), Primo™ (Ex Libris) e Summon™ (ProQuest).
Cabe mencionar também o sistema de descoberta em software livre VuFind™,
desenvolvido e mantido pela Villanova University's Falvey Memorial Library (Estados
Unidos).

De uma maneira geral, os quatro principais sistemas de “DESCOBERTA”


comerciais são similares em sua função principal de juntar metadados e realizar
busca integrada. O que basicamente varia é a quantidade de registros que possuem
em seu índice central, conforme as negociações que cada empresa realiza com os
editores e provedores de bases de dados:

Segue as principais características e informações sobre esses sistemas de


“DESCOBERTA”, de acordo com BREEDING, 2014 (apud VIANA, 2016, p. 71):
WorldCat Discovery Services™ (OCLC): Em 2013 a OCLC possuía 1.717
bibliotecas com acesso ao seu índice central WorldCat Local. Entretanto,
uma quantidade menor dentre essas o utiliza como sua interface primária
de descoberta. Em 2015 a OCLC anunciou um novo produto, o WorldCat
Discovery Services, como o sucessor do WorldCat Local, com base em uma
nova plataforma de tecnologia e novo design de interface adaptável em
qualquer dispositivo (computadores, notebooks, tablets e smartphones). O
índice central da OCLC contém 1,8 bilhões de documentos indexados.
EBSCO Discovery Service™ (EBSCO): A EBSCO é a empresa líder, com
5.612 bibliotecas assinantes do Ebsco Discovery Service. Em 2013 foi
incorporada a indexação de assuntos de mais de 10.000 revistas de acesso
aberto. Seu algoritmo de ordenação de resultados por relevância é
configurável e permite o controle sobre a prioridade de links apresentados
aos usuários. Dentre os 420 engenheiros de software da empresa, mais de
330 estão envolvidos com o desenvolvimento contínuo do produto.
Primo™ (Ex Libris): Em 2013 a Ex Libris licenciou o Primo para mais 1.407
bibliotecas. A versão 4.5 do Primo possui novos recursos, como a estante
virtual que mostra obras do acervo localizadas próximas na estante com
base no seu número da chamada, melhorias na pesquisa por data de
publicação e melhor desempenho na recuperação de resultados da
pesquisa. Também trouxe melhorias na integração com a página do usuário
(OPAC via Primo), que mostra detalhes do cadastro na biblioteca e
transações de circulação. O índice central do Primo contém centenas de
milhões de acadêmicos e-recursos de importância global e regional.
Summon™ (ProQuest): A ProQuest reportou que 673 bibliotecas usavam
o Summon. A nova interface (2.0) lançada em 2013 pela ProQuest
acrescenta uma terceira coluna dedicada a ferramentas e recursos
adicionais relevantes para a busca efetuada, tais como perfis de
pesquisadores, explorador de assuntos, documentos em destaque e
recomendações de bases de dados. Esta versão também expande
automaticamente as consultas ao incluir termos relacionados derivados de
vocabulários controlados relacionados à disciplina relevante. O índice
central do Summon possui 1 bilhão de registros. (BREEDING, 2014 apud
VIANA, 2016, p. 71).

Hoje já está disponível tecnologias que permitem o reconhecimento da fala e


do gestos acabando de certa maneira com o uso dos teclados independentemente
de serem computador, tablet e smartfone, para que os usuários façam as suas
pesquisas através de formulação de perguntas, esses sistemas devem apresentar
fontes de informação que atendam ao desejo e à necessidade de informação ou,
mesmo que sejam utilizados para solicitarem orientações sobre o uso dos serviços
de uma biblioteca.
Com todo o avanço em tecnologia as bibliotecas ainda não conseguem fazer
o seu atendimento por um sistemas de automação e muito trabalho manual ainda é
realizado e essa falta de automação gera um serviço lento e difícil de ser medido,
controlado e gerenciado.

As bibliotecas precisam sempre caminhar nas duas linhas de processo: a da


automatização e a manual e também utilizar de várias tecnologias para tentar atender
demandas pessoais dos usuários de bibliotecas.
São apresentadas abaixo, sete características essenciais de um projeto para
iniciar a automação de uma biblioteca, segundo McCarty (1988, p. 28):

1. Deve oferecer experiência relevante na automação de serviços


bibliotecários;
2. Ser adequado aos recursos financeiros e humanos da biblioteca;
3. Oferecer um produto visível, inclusive ao público;
4. Oferecer resultados em curto ou em médio prazo;
5. Não depender para seu funcionamento da digitação de grande quantidade
de dados;
6. Permitir à biblioteca um controle adequado sobre suas fases principais;
7. Permitir automação conforme um cronograma flexível, dependendo de
conveniência de biblioteca.(MCCARTY, 1988, p. 28).

A escolha de um software para automação de acervos não é uma tarefa fácil.


É necessário ter um planejamento prévio que leve em consideração alguns fatores
essenciais como: a que público é destinado, qual tipo de biblioteca, que nível de
processamento técnico se deseja alcançar, qual a política da instituição que a
biblioteca está vinculada, qual abrangência temática, tipo de acervo existente, dentre
outros.
3 FORMATO MArc

Figura - Formato MARC 21

Fonte: Bibliotecas do Maranhão. Disponível em:https://bibliotecasma.org/tag/marc-21/. Acesso em:


03 mar.2022.

Como já foi visto, a informação é o objeto de estudo e de trabalho do


bibliotecário. Pensando nisso, o profissional bibliotecário é responsável pelo
aperfeiçoamento e desenvolvimentos de técnicas para que a informação seja
recuperada, usada e reutilizada. E uma dessas técnicas é o processo de
catalogação, que conforme Mey (1995) é a preparação e organização de mensagens
codificadas baseada em itens existentes e prontos para a inclusão em um ou mais
acervos, permitindo o cruzamento entre as mensagens dos itens e a procura do
usuário.
Batista (2006) conclui que a história da catalogação contém uma série de fatos
e acontecimentos que provam que a descrição física surgiu antes do profissional
bibliotecário.
Desde o seu surgimento foi necessário buscar, criar e aperfeiçoar as técnicas
de organização dos documentos para que a sua recuperação ficasse cada vez mais
fácil.
E nesse processo de busca surgiu o formato de intercâmbio MARC, surgiu
nos Estados Unidos na década de 1960 e foi denominado Machine Readable
Cataloguing, sendo ele uma maneira de codificar um registro bibliográfico de forma
que um computador possa interpretá-lo. O MARC ajustou os recursos tecnológicos
da época à catalogação tradicional.
O MARC, a Machine-Readable Cataloging, que numa tradução livre significa
registro de catalogação legível por computador.
Segundo, Pereira, Camargo e Zafalon (2020, p. 465), o Formato Marc 21:

[...] tem por objetivo facilitar a troca de registros bibliográficos e


relacionados entre diversos sistemas; servir como formato padrão para o
intercâmbio de registros bibliográficos; e, servir de base para a definição
de formatos de entrada de dados entre as instituições que o utilizam.
(PEREIRA, CAMARGO e ZAFALON 2020, p. 465)

Ao se falar em MARC21 Bibliográfico, que abrange aspectos de leitura e de


interpretação de dados disponíveis em registros bibliográficos, por meio
computacional, Zafalon, 2008, p. 14, diz que:

A informação de um catálogo bibliográfico não pode ser simplesmente


digitada em um computador para produção de um catálogo automatizado.
O computador necessita de um meio para interpretar a informação contida
em um registro bibliográfico. O registro MARC contém um guia para a
interpretação destes dados antes de cada peça da informação bibliográfica.
(ZAFALON, 2008, p. 14).

Já Moreno; Brascher, 2007, p. 15, diz que:

O MARC 21 tem como base o MARC II, formatos com características


semelhantes surgiram em múltiplos locais, como o CAN/MARC (Canadá), o
MONOCLE (França), o FINMARC (Finlândia), o IBERMARC (Espanha), o
ANNAMARC (Itália) e o MARCAL (América Latina), além do UNIMARC,
desenvolvido e mantido pela International Federation of Library Associations
and Institutions (IFLA).

Um registro MARC é composto por três elementos: estrutura, indicação do


conteúdo e conteúdo propriamente dito. A estrutura do registro é uma implementação
dos padrões internacionais ANSI Z39.2 e ISO 2709. As recomendações de conteúdo
são códigos e combinações colocados para identificar e distinguir os dados dentro
do registro e permitir sua manipulação. Os conteúdos dos dados que compõem um
registro MARC geralmente são definidos por padrões externos ao formato, como:
International Standard Bibliographic Description (ISBD), AngloAmerican Cataloguing
Rules (AACR2), Library of Congress Subject Headings (LCSH) ou outros códigos
usados pela instituição criadora do registro.

De acordo com Ferreira, 2013 apud Dunner (2015, p. 29), os formatos MARC
21 se constituem hoje numa família de cinco formatos coordenados, sendo:

• MARC 21 para Dados Bibliográficos;


• MARC 21 para Dados de Autoridade;
• MARC 21 para Dados de Coleção;
• MARC 21 para Dados de Classificação;
e • MARC 21 para Informação Comunitária. (FERREIRA, 2013 apud
DUNNER, 2015, p. 29)

O formato MARC 21 para Dados Bibliográficos é muito divulgado e utilizado,


atualmente, por bibliotecas na realização da representação descritiva dos recursos
informacionais.
Conforme ressaltado por Ferreira (2013, p. 18),

O Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos é destinado a ser


o veículo para informação bibliográfica, referente a livros, materiais de
arquivo e manuscritos, arquivos de computador, mapas, músicas
materiais visuais e periódicos. (FERREIRA, 2013, p. 18),

Ferreira (2013, p. 21) diz que um registro bibliográfico em formato MARC é


composto de três elementos principais: o líder, o diretório e os campos variáveis:

Líder: possui números ou códigos com informações para o processamento


do registro. Neste componente é definido, por exemplo, entre outros
elementos, o tipo de registro que está sendo catalogado (material textual,
gravação sonora etc.) e a convenção ou código de catalogação que está
sendo utilizado, tal como o AACR2.
•Diretório: é um índice gerado por computador e compreende uma série de
entradas que contêm a localização e o tamanho de cada campo dentro do
registro.
•Campos variáveis: são indicados por uma etiqueta de três caracteres
numéricos. Cada campo possui tamanho variável e é designado para uma
categoria específica de dados. Existem dois tipos: a)campos de controle
variável, que são os campos 00X (chamados de campos fixos), por exemplo,
o campo 005-Data e hora da última atualização do registro, e também os
campos 0XX (chamados de campos de controle variável propriamente dito),
por exemplo, o campo 020- ISBN; e b)campos de dados variáveis, que são
agrupados em bloco de acordo com o primeiro caractere da etiqueta, por
exemplo, o campo 2XX-Título, edição, imprenta. Os campos de dados
variáveis possuem ainda posição para indicadores e subcampos
(FERREIRA, 2013, p. 21).

O padrão MARC 21 é consolidado e alicerçado com base em normatizações


reconhecidas internacionalmente.
Além da norma ISO 2709, o formato MARC 21 observa muitas outras normas
(LIBRARY OF CONGRESS, 2006), dentre as quais se destacam, por exemplo:
• ANSI/NISO Z39.2 (Bibliographic Information Interchange - Padrão para Intercâmbio
de Informações Bibliográficas); • ISO 3166-2 (Code for the Representation of Names
of Countries and their Subdivisions: Part 2, Country subdivision code - Código para a
Representação de Nomes de Países e suas Subdivisões: Parte 2, Código de
subdivisão do país);
• ISO 8601 (Representations of Dates and Times – Representações de datas e
horas). Essa divisão básica abarca os conjuntos de campos para a descrição
bibliográfica de diferentes tipos de recursos informacionais, tais como: livro impresso,
gravação de vídeo ou som, publicações periódicas, recurso eletrônico e outros.
Os grupos existentes no formato MARC, de acordo com ASSUMPÇÃO, (2020,
p. 81):

00X – Campos de controle


02X-09X – Campos de números e códigos
1XX – Campos do ponto de acesso principal
20X-24X – Campos de título e relacionados ao título
25X-28X – Campos de edição, impressão, etc.
3XX – Campos de descrição física, etc.
4XX – Campos de séries
5XX – Campos de notas
6XX – Campos de pontos de acesso de assunto
70X-75X – Campos de pontos de acesso secundários
76X-78X – Campos de relacionamentos
80X-840 – Campos de ponto de acesso secundários de série
841-88X – Campos de itens, localização, grafias alternativas, etc.
9XX – Campos de uso local. (ASSUMPÇÃO, 2020, p. 81)

Cada bloco representa um conjunto de campos, sendo cada campo


identificado por três caracteres numéricos. O bloco 1XX, por exemplo, engloba o
grupo das Entradas Principais e abrange os seguintes campos: 100 para Nome
Pessoal, 110 para Nome Corporativo, 111 para Nome de Evento e 130 para entrada
de Título Uniforme, quando o título uniforme é utilizado como entrada principal em
uma obra sem autoria definida. Ao fazer a representação descritiva de um material,
o catalogador deverá selecionar o campo correspondente para as entradas, de
acordo com os atributos do item que está registrando.

Quadro 1: Divisão básica dos Campos do MARC 21 para Livros Impressos


Campos Conteúdo dos campos

008 Campos fixos

020 ISBN

040 Instituição catalogadora

080 Número da CDU (Classificação Decimal Universal)

090 Número de chamada

100 Autor principal - nome pessoal

245 Título principal e indicação de responsabilidade

250 Indicação da edição

260 Local, editora e ano de publicação


300 Descrição física, detalhes físicos e dimensões do documento

490 Indicação da série

500 Notas gerais

650 Assuntos controlados

700 Entrada Secundária – nome pessoal

830 Entrada Secundária de Série - título uniforme

Fonte: elaboração própria, com base em Ferreira (2013).

No Quadro 1, o campo 080 é indicado para a informação do número da


Classificação Decimal Universal (CDU), porém, caso a instituição catalogadora adote
a Classificação Decimal de Dewey (CDD), a informação de classificação entrará no
campo 082 – Classificação Decimal de Dewey. Isso reforça a ideia de que os campos
variam de acordo com as características dos dados que precisarão ser inseridos.
Dentro de cada campo existem os indicadores e também um conjunto de subcampos
para a descrição dos conteúdos (FERREIRA, 2013).
Dentro de cada campo existem os indicadores e também um conjunto de
subcampos para a descrição dos conteúdos (FERREIRA, 2013).

• indicadores são as duas primeiras posições no início de cada campo,


podem ser letras ou números que complementam os dados contidos no
campo. Os indicadores também poderão conter o símbolo #, informando que
se trata de um indicador indefinido.
• subcampos são posicionados depois dos indicadores. Os subcampos são
designados por letras minúsculas ou números, precedidos por um
delimitador de subcampo que pode ser uma barra vertical (|), um cifrão ($),
ou até mesmo outro delimitador, dependendo do sistema. Cada subcampo
contém uma informação específica dentro do campo.(FERREIRA, 2013, p.
23).
No Quadro 2 pode-se observar o preenchimento do campo 245, no MARC
21. Esse campo destina-se às informações de título e indicação de responsabilidade
do material que está sendo catalogado.

Quadro 2 – Exemplo de preenchimento do campo 245 no MARC 21

Campo Primeiro Segundo Subcampo $a Subcampo $c


Indicador indicador

245 1 0 $a Metadados $c Rachel Cristina Vesu


no domínio Alves, Plácida Leopoldina
bibliográfico Ventura Amorim da Costa
Santos

Fonte: elaboração própria, com base em Ferreira (2013).

No Quadro 2, o campo 245 requer o preenchimento de indicadores e


subcampos. No primeiro indicador desse campo, o catalogador informará se o
sistema deve ou não gerar uma entrada secundária para o título, e poderá ser
preenchido com as seguintes opções:

0 – não gerar entrada secundária de título, ou

1 – gerar entrada secundária de título.

Já o segundo indicador, no campo 245, serve para informar ao sistema a


quantidade de caracteres a desprezar na alfabetação. No exemplo acima, observa-
se que o segundo indicador foi preenchido com o número 0 não há quantidades de
caracteres a desprezar. Quando existir caracteres a desprezar, o segundo indicador
no campo 245 deverá ser preenchido com número de caracteres a ser desprezados,
esse número poderá ser 1, 2 ou mais caracteres.

Considerando ainda o exemplo do Quadro 2, nota-se que, além dos


indicadores, foram preenchidos também os subcampos $a e $c conforme as
informações contidas no material.

O campo 245 possui diversos subcampos, cada um com uma função


específica. No caso dos registros de livros impressos, os subcampos mais utilizados
no campo 245 são: $a para o título, $b para complemento do título (incluindo o
subtítulo, quando houver), e $c para Indicação de responsabilidade.
O registro de uma edição do livro A pena e a lei pode ser observado na Figura
2, a seguir, que mostra a representação descritiva do título mencionado, segundo as
regras do AACR2 e em formato MARC 21, feita pelo Sistema Pergamum.

Figura 2: Representação Descritiva do livro Metadados no domínio bibliográfico em formato


MARC 21.

Fonte: Catálogo on-line do Sistema Pergamum. Disponível


em:https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/cadastro.php . Acesso em: 24 mar. 2022.

Nota-se na Figura 2 que o campo 082, por exemplo, contém exclusivamente


informações acerca da Classificação Decimal Dewey, e observa-se que em suas
primeiras posições, aparecem os dois indicadores contendo, respectivamente, os
números 0 e 4.

O primeiro indicador, neste campo 082, tem a função de informar o tipo de


edição da CDD que está sendo usada, podendo ser preenchido com os seguintes
caracteres:

0 para edição completa,


1 para edição abreviada ou
7 para outra edição.
Já o segundo indicador no campo 082, tem a função de informar se a fonte do
número de classificação pertence à LC ou outra instituição, podendo ser preenchido
com os seguintes caracteres:

# para nenhuma informação fornecida,


0 para atribuído pela LC, ou
4 para atribuído por outra instituição diferente da LC.

Depois desses dois indicadores, o campo 082 trouxe os subcampos |a, cuja
função é informar o número de classificação do livro, seguido do subcampo |2, cuja
função é apontar a edição da CDD da qual a classificação foi retirada. Sendo assim,
observa-se que o campo 082 (Figura 2) aparece com os seguintes dados: 082 04 |a
025.3 |2 23.
Com isso, este campo pode ser interpretado da seguinte forma pelo
catalogador: campo da Classificação Decimal Dewey, cuja edição é a completa,
atribuído por Instituição diferente da LC, em que a notação escolhida para classificar
o assunto foi 025.3, e essa notação foi retirada da 23ª edição da CDD. Ainda
analisando a Figura 2, é possível observar que o campo 100, designado para a
descrição da entrada principal de nome pessoal contém em suas primeiras posições,
apenas o primeiro indicador preenchido com o número 1. Preencher este indicador
com ‘1’ significa apontar que a entrada principal ali descrita será feita primeiro pelo
sobrenome do autor, seguido do prenome. Nesse campo 100 o segundo indicador
fica em branco (em alguns sistemas pode conter #) por se tratar de indicador
indefinido. Depois dos indicadores, o campo 100, no exemplo da Figura 2, foi
cadastrado com os seguintes subcampos: |a para o nome do autor, e |d para datas
associadas ao nome, ou seja, as datas que compreendem os anos de nascimento-
morte do referido autor. Para a descrição do conteúdo e da ordem de cada campo e
subcampo dos registros no formato MARC 21, observam-se os padrões como a
International Standard Bibliographic Description (ISBD ou Descrição Bibliográfica
Internacional Normalizada), o Anglo-American Cataloguing Rules – (AACR2 ou
Código de Catalogação Anglo-Americano) ou outras, sendo que é a biblioteca
catalogadora ou a organização responsável pelos registros quem define o código de
catalogação a ser adotado (FERREIRA, 2013; MOURA; COSTA, 2016).
Com esses exemplos se procurou demonstrar que, no formato MARC 21, cada
campo, subcampo ou indicador possui uma função específica na confecção dos
registros bibliográficos. É possível realizar uma representação descritiva bastante
detalhada, tendo em vista a diversidade dos campos e subcampos disponíveis. Isso
não significa que o catalogador precisará decorar toda a estrutura do MARC ou
mesmo utilizar todos os campos disponíveis para fazer um registro.
Com o intuito de facilitar a inserção dos dados, os softwares gerenciadores de
bibliotecas que adotam o padrão MARC 21 costumam disponibilizar planilhas para
cadastro de materiais onde o bibliotecário, ao fazer a representação descritiva de um
item, pode visualizar o número dos campos com a respectiva informação do conteúdo
de cada campo, incluindo explicações sobre os indicadores e os subcampos. Dessa
forma, o catalogador preencherá apenas os campos e subcampos necessários de
acordo com o material informacional que está registrando no momento.

4 FORMATO DUBLIN CORE

Fonte: Metadados do Dublin Core em Mediawiki, 2020.Disponível em:


https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dublin_Core_metadata_in_Mediawiki.png. Acesso em: 20
mar. 2022.

Os metadados constituem-se importantes ferramentas para a descrição do


conteúdo de um determinado conjunto de dados de um item informacional, em rede
eletrônica. A padronização possibilita o acesso e a recuperação da informação de
uma maneira mais simples e também os usuários podem mover com facilidade os
dados entre os diferentes sistemas e plataformas informáticas.

Para Alvarenga (2003, p. 19),


[…] o conceito de metadado, etimologicamente, quer dizer 'dado sobre dado'
; dado que descreve, a essência, atributos e contexto de emergência de um
recurso (documento, fonte, etc.) e caracteriza suas relações, visando-se ao
acesso e ao uso potencial. O prefixo grego meta significa mudança,
posterioridade, além, transcendência [...].(ALVARENGA, 2003, p.19)

Os metadados incluem elementos de descrição do conteúdo dos dados e


qualquer informação relevante para a recuperação informacional dos mesmos. Os
metadados tem como vantagens, segundo Souza, 1997 apud Pereira; Ribeiro Júnior
e Neves (2005, p. 12):

a) possibilitar a interoperabilidade entre as diversas fontes de dados;


b) definir a linguagem de consulta;
c) permitir a agilidade e o acesso com qualidade na recuperação da
informação;
d) e, propiciar o intercâmbio informacional. (SOUZA, 1997 apud PEREIRA,
RIBEIRO JÚNIOR E NEVES, 2005, p. 12):

De acordo com Pereira, 2001 apud Pereira; Ribeiro Júnior e Neves ( 2005, p.
12), entre o uso dos metadados, podemos distinguir os mais significativos:

a) manter o investimento na organização interna dos dados geoespaciais;


b) providenciar informação sobre dados existentes sobre determinada área
de interesse, localização desses dados, grau de atualização dos dados,
formato e obstáculos à sua utilização;
c) e, providenciar informação necessária para processar e interpretar dados
recebidos de uma fonte exterior. (PEREIRA, 2001 apud PEREIRA, RIBEIRO
JÚNIOR E NEVES, 2005, p. 12)

Ainda, segundo Pereira, 2001 apud Pereira, Ribeiro Júnior e Neves ( 2005, p.
12), os metadados desempenham quatro funções:

a) acessibilidade – dados necessários para determinar os conjuntos de


dados existentes para uma determinada localização geográfica;
b) compatibilidade de uso – dados necessários para determinar se um
conjunto de dados se enquadra em determinado fim;
c) acesso – dados necessários para que se adquira um conjunto de dados
identificados;
d) transferência – dados necessários para processar e usar um conjunto de
dados.

O Padrão Dublin Core

O padrão de metadados Dublin Core (DC) é considerado como uma tentativa


de criação de um vocabulário controlado para ser usado na WEB, partindo do
princípio que a busca por recursos informacionais não deve estar ligada ao meio em
que ela é armazenada.

No contexto atual de produção, organização e recuperação da informação em


ambiente Web, as metas de trabalho não podem se restringir à criação de
representações simbólicas dos itens bibliográficos em suportes físicos, constantes
de um determinado acervo, mas compreendem estabelecimento dos denominados
metadados, muitos do quais podem ser retirados diretamente dos próprios objetos,
estabelecer os mesmos como chaves de acesso a serviço de todo e qualquer usuário
da informação no espaço cibernético. Com esse propósito, foi realizado na cidade de
Ohio, USA, em 1995, o Iº Dublin Metadata Workshop.

O resultado deste Workshop representa um recurso simples de descrição de


arquivo, com potencial para aperfeiçoar a forma de acesso à informação pela
Internet. A principal finalidade dos metadados é documentar e organizar de forma
estruturada os dados nas Unidades de Informação (UI), com o objetivo de minimizar
a duplicação de esforços e promover a sustentação dos dados. A técnica de
metadados está surgindo para suprir as necessidades das UIs de conhecer melhor
os dados que mantêm e conhecer com mais detalhes os dados de outras UIs. Os
dados precisam conter informações que ajudem os usuários a tomar decisões sobre
a sua aplicação. A catalogação com essa base permitirá o maior uso desses dados
por usuários com interesses variados.

O Dublin Core Metadata Initiative (DCMI) é um projeto destinado a organizar


as informações nas páginas da WEB, com o objetivo de estabelecer padrões de
catalogação e classificação das informações no meio eletrônico. O Dublin Core (DC)
tem suas origens em Chicago, na 2a. Conferência Internacional sobre a WWW em
outubro de 1994, quando Yuri Rubinsky, Stuart Weibel e Eric Miller integrantes da
OCLC On-line Computer Library Center e Joe Hardin da NCSA National Center for
Supercomputing Applications, iniciaram uma discussão em semântica e WEB. Essa
inEssa iniciativa levou a NCSA e a OCLC a organizarem em 1995 um evento
denominado de OCLC/NCSA Metadata Workshop, onde os participantes discutiram
um conjunto semântico para recursos baseados na WEB, com o propósito de agilizar
a pesquisa e recuperação de recursos informacionais na WEB.

Souza, Vendrusculo, Melo, (2000) explicam que a conjunto de elementos do


DC, foram introduzidos três novos elementos: Categoria, Acesso e Contato:

Elemento Categoria – Embora exista elemento equivalente no DC para


Categoria, que é o Subject and Keywords, optou-se pelo desmembramento
deste, por considerar que ambos, isoladamente, possuem conceito e
descrições diferenciados, apesar de estarem relacionado ao conteúdo
Elemento Acesso – Este elemento tem a descrição equivalente à prevista
no elemento Identificador de Recurso do DC; porém, apesar de mantido
nessa adaptação, deve ser descrito como uma string ou número usado para
identificar um recurso dentro da base de dados. Dessa forma, restou a
necessidade de um elemento identificador do recurso, externamente, no
qual podem ser incluídos URL, URN, ISBN e outros identificadores.
Elemento Contato – Elemento identificador da pessoa e/ou instituição
diretamente relacionada com o recurso descrito, com os quais se pode
estabelecer contato para obter informações adicionais, aspectos estes que
determinaram a sua inclusão como elemento de descrição de recurso de
informação. (SOUZA, VENDRUSCULO, MELO, 2000, p. 94)

Como pode ser visto na apresentação dos elementos, segue a ordem inicial
de como ele foi desenvolvido, apesar de existir a possibilidade de que eles sejam
agrupados e exibidos de acordo com o conteúdo, a propriedade intelectual e a
instanciação.
Tabela 1: Conteúdo, propriedade intelectual e instanciação:

Conteúdo Propriedade Instanciação


intelectual

Título Criador Data

Palavra-chave Publicador/editor Formato


/tamanho

Categoria Colaborador Identificador

Descrição Direitos autorais Acesso

Tipo
Fonte Idioma
Contato Relação
Cobertura

Fonte: elaboração própria, com base em Ferreira (2013).

O Dublin Core fornece dois níveis de descrição: simplificado e qualificado. O


nível simplificado possui um conjunto de 15 elementos descritores planejados para
facilitar a descrição de uma grande parte dos recursos eletrônicos, de forma a facilitar
a pesquisa, compartilhamento e gerenciamento das informações.
Esses elementos podem ser implementados adequando-os às necessidades
particulares de cada usuário, sendo todos de uso recomendado, e nenhum
obrigatório, são eles:
1.Contributor (Colaborador): é a entidade responsável pela criação de
contribuições ao conteúdo do recurso. O nome de uma pessoa, organização ou
serviço, geralmente, deve ser utilizado para indicar a entidade.
2. Coverage (Cobertura): corresponde ao escopo espacial ou temporal,
aplicabilidade espacial ou a abrangência do recurso. O nome de lugar, localização
especificada por coordenadas geográficas, é um exemplo de escopo espacial. O
período, data e intervalo de datas são exemplos de escopo temporal. Já a
abrangência do recurso pode ser o nome de uma entidade administrativa ou uma
localidade geográfica, onde o recurso é aplicado.
3. Creator (Criador): corresponde à entidade responsável pela criação do
recurso. As pessoas, organizações e serviços são alguns exemplos. Normalmente,
o nome do criador é utilizado para indicar uma entidade.
4. Date (Data): corresponde a um ponto ou período de tempo, associado com
o ciclo de vida do recurso. Poderá ser utilizada para representar informação temporal.
5. Description (Descrição): corresponde à descrição sobre o conteúdo do
recurso. Pode incluir, mas não está limitada a resumo, índice, representação gráfica,
ou texto livre considerando os recursos.
6. Format (Formato): corresponde à manifestação física ou digital, ou
dimensões do recurso. Pode incluir tamanho e duração.
7. Identifier (Identificador): corresponde a uma identificação, não ambígua ao
recurso, em um determinado contexto. É recomendado, como boa prática, identificar
o recurso por meio de uma string em conformidade com algum sistema de
identificação formal.
8. Language (Linguagem): corresponde à linguagem do recurso. O idioma do
conteúdo intelectual do recurso.
9. Publisher (Publicador): corresponde à entidade responsável pela
disponibilização do recurso. Poderão ser pessoas, organizações ou serviços que
normalmente serão utilizados para indicar a entidade.
10. Relation (Relação): corresponde a um relacionamento entre recursos,
objetos ou informações. Uma referência a um recurso relacionado.
11. Rights (Direitos): corresponde às informações a respeito do recurso e da
sua utilização. Normalmente, incluem informações sobre direitos de propriedade,
associadas ao recurso.
12. Source (Origem): corresponde à referência ao recurso do qual o objeto é
derivado. O recurso descrito pode ser derivado todo ou em parte.
13. Subject (Assunto): corresponde ao tema referente ao conteúdo do
recurso. Será representado utilizando palavras-chaves, frases-chaves ou códigos de
classificação, relacionados ao recurso.
14. Title (Title): corresponde ao nome dado ao recurso. O título será o nome,
pelo qual o recurso é formalmente conhecido.
15. Type (Tipo): corresponde à natureza ou gênero do recurso. Pode ser texto,
áudio, vídeo, etc (SOUZA, VENDRUSCULO, MELO, 2000) .

Figura 3: Conjunto de elementos de metadados Dublin Core

[{
Dublin Core Metadata Element Set===
The original DCMES Version 1.1 consists of 15 metadata elements, defined
this way in the original specification:<ref
name="DCMES"/><ref>[http://www.dublincore.org/specifications/dublin-
core/dcmi-terms/#section-3 Section 3: Properties] of DCMI Metadata Terms
at dublincore.org</ref>
# Contributor – "An entity responsible for making contributions to the
resource".
# Coverage – "The spatial or temporal topic of the resource, the spatial
applicability of the resource, or the jurisdiction under which the
resource is relevant".
# Creator – "An entity primarily responsible for making the resource".
# Date – "A point or period of time associated with an event in the
lifecycle of the resource".
# Description – "An account of the resource".
# Format – "The file format, physical medium, or dimensions of the
resource".
# Identifier – "An unambiguous reference to the resource within a given
context".
# Language – "A language of the resource".
# Publisher – "An entity responsible for making the resource available".
# Relation – "A related resource".
# Rights – "Information about rights held in and over the resource".
# Source – "A related resource from which the described resource is
derived".
# Subject – "The topic of the resource".
# Title – "A name given to the resource".
# Type – "The nature or genre of the resource".
Each Dublin Core element is optional and may be repeated. The DCMI has
established standard ways to refine elements and encourage the use of
encoding and vocabulary schemes. There is no prescribed order in Dublin
Core for presenting or using the elements. The Dublin Core became a NISO
standards, Z39.85, and IETF RFC 5013 in 2007, ISO 15836 standard in 2009
and is used as a base-level data element set for the description of
learning resources in the [[ISO/IEC 19788]]-2 Metadata for learning
resources (MLR) – Part 2: Dublin Core elements, prepared by the [[ISO/IEC
JTC1/SC36|ISO/IEC JTC1 SC36]].
Full information on element definitions and term relationships can be
found in the Dublin Core Metadata Registry.<ref name="registry">{{Cite
web |url=http://dcmi.kc.tsukuba.ac.jp/dcregistry/ |title=Dublin Core
Metadata Registry |access-date=18 March 2008 |archive-
url=https://web.archive.org/web/20170507045948/http://dcmi.kc.tsukuba.a
c.jp/dcregistry/ |archive-date=7 May 2017 |url-status=dead }}</ref>
====Encoding examples====
: {{code|2=html5|1=<meta name="DC.Format" content="video/mpeg; 10
minutes" />}}
: {{code|2=html5|1=<meta name="DC.Language" content="en" />}}
: {{code|2=html5|1=<meta name="DC.Publisher" content="publisher-name"
/>}}
: {{code|2=html5|1=<meta name="DC.Title" content="HYP" />}}
====Example of use [and mention] by WebCite====
On the "archive form" web page for [[WebCite]] it says,<ref name="WebCite
form">{{cite web |url=http://webcitation.org/archive |title= WebCite
archive form |website=[[WebCite]] |quote=These are Dublin Core elements.
Entering these will help you to correctly cite the URL.
[...]}}{{cbignore}}</ref> in part: "Metadata (optional): These are
Dublin Core elements. [...]".

Fonte: Dublin Core Metadata Element Set. Disponível em:


https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Dublin_Core&action=edit&section=3. Acesso em 08 Fev.
2022.

No domínio das bibliotecas tradicionais, temos a ISO 2709 que assume, como
forma, o intercâmbio universal para registros bibliográficos.

No contexto das bibliotecas digitais surge o Dublin Core Metadata Initiative,


com o propósito de discutir e propor padrões de descrição de recursos
informacionais.

Segundo Souza, Vendrusculo e Melo (2000, p. 93), o Dublin Core:

pode ser definido como sendo o conjunto de elementos de metadados


planejado para facilitar a descrição de recursos eletrônicos. A expectativa é
de que os autores e Websites, que não possuam conhecimentos em
catalogação, possuam capacidade de usar o Dublin Core para descrição de
recursos eletrônicos, tornando suas produções mais visíveis aos
mecanismos de busca e sistemas de recuperação.

Já para Baptista e Machado (2001, p. 78)

[…]o Dublin Core é um conjunto de metadados cujo objetivo é facilitar a


descoberta de recursos eletrônicos, e suas características são:
“simplicidade, interoperabilidade semântica, consenso internacional,
extensibilidade e modularidade de metadados na Web. (BAPTISTA e
MACHADO, 2001, p. 78).

Com a padronização de elementos mínimos para descrição de recursos on-


line e sua ampla implementação nos sítios da Internet certamente as buscas
retornaram resultados com baixa renovação e alta relevância.
Enquanto a interoperabilidade semântica permite a comunicação com
diferentes padrões, o consenso internacional é um indicativo da ampla utilização do
padrão DC pela comunidade científica, que por ser flexível, permite a extensibilidade
e modularidade dos metadados.

O conjunto de descritores do DC pode estar intrínseco no próprio documento


descrito – por meio da linguagem HTM (Hiper Text Markup Language), XML e outras,
ou, de acordo com o recurso necessário, a meta-informação pode estar separada do
recurso utilizado para a catalogação. Duval et al. (2002, p. 9, tradução nossa)
esclarece as diferenças entre essas duas formas de descrição dos recursos, o
embedded metadata (metadado intrínseco no recurso) e o associated metadata
(metadado extrínseco ao recurso):

a) embedded metadata pode ser garimpado (ou seja, pode ser rastreado na
internet por um motor de busca), o que aumenta sua visibilidade e pode
incentivar os criadores a implementar metadados em seu recurso;
b) associated metadata é mantido em arquivos associados ao recurso que
descrevem, eles podem ou não serem garimpados, a principal vantagem
desse tipo de metadado é que ele facilita o controle sem alterar o conteúdo
do recurso, mas esse benefício é pago ao custo da simplicidade, exigindo
co-gerenciamento dos arquivos de recursos e dos arquivos de metadados.
c) Nesta categoria, existe ainda o third-part metadata que é mantido em um
repositório separado do recurso, por uma organização que pode ou não ter
controle direto ou acesso ao conteúdo dos recursos, geralmente esse tipo
de metadado é mantido em um banco de dados inacessível aos motores de
busca. (DUVAL et al., 2002, p. 9, tradução nossa)

O conjunto de descritores do Dublin Core, podem estar intrínsecos no próprio


documento descrito por meio da linguagem HTML, XML e outras, ou, de acordo com
o recurso necessário, a meta-informação pode estar separada do recurso utilizado
para a catalogação. (DUVAL, 2002).
A flexibilidade e interoperabilidade inerentes à linguagem XML colocam-na em
uma posição estratégica no contexto da recuperação da informação, já que é
possível utilizá-la em conjunto com normas e protocolos específicos, como o Z39.50,
é um padrão internacional (ISO 23950) que define um protocolo de comunicação de
um computador para outro que permite recuperar informações entre sistemas
heterogêneos.
Esse padrão torna possível que um usuário efetue uma busca e recupere
informações de outro computador (que tenha o Z39.50 implementado) sem conhecer
a sintaxe específica de outros sistemas. (Library of Congress, 2004)
Os quinze elementos Dublin Core ™ foram adicionados como atributos de
uso ao conjunto de atributos Bib-1.

Quadro 3: Os quinze elementos Dublin Core™

Elemento Dublin Core ™ Z39.50 Use Attribute

Nome Valor

Título DC-Title 1097

Autor DC-Contribuidor 1098

Sujeito DC-Assunto 1099

Descrição DC-Description 1100

Editor DC-Publisher 1101

Encontro: Data DC-Date 1102

Tipo de recurso DC-ResourceType 1103

Identificador de Recurso DC-ResourceIdentifire 1104

Língua DC-Language 1105


Outro Contribuidor DC-OtherContributor 1106

Formato Formato DC 1107

Fonte DC-SourceIdentifier 1108

Relação DC-Relation 1109

Cobertura Cobertura DC 1110

Gestão de Direitos DC-RightsManagement 1111

Fonte: Os quinze elementos Dublin Core™, 1998. Disponível em:


https://www.dublincore.org/specifications/dublin-core/dc-z3950/. Acesso em 20 mar. 2022

O formato Dublin Core, apesar de ser simples, ele se mostra relevante nos
aspectos apontados anteriormente. Por isso, ele vem sendo bastante utilizado. Ainda
assim, o padrão Dublin Core está sendo muito discutido por especialistas de diversas
áreas, de modo que muitas alterações, com vistas a estabelecer a sua aceitação,
possam ocorrer. O Dublin Core pode ser utilizado em conjunto com outros padrões
de metadados, com semântica diferenciada, e pode ser usado como ponto de partida
para padrões de descrição mais complexa e personalizada, de acordo com a
necessidade. O Padrão Dublin Core não tem como objetivo a substituição de nenhum
padrão de metadados, e sim coexistir com outros padrões na descrição dos recursos.
Ele fornece a opção de outros padrões serem mapeados para o Dublin Core, para
que possam ser realizadas operações, como pesquisa entre sistemas diferentes.
SAIBA MAIS

Prezado aluno, propomos algumas leituras sobre os assuntos estudados


acima para que você possa se aprofundar mais um pouco sobre os temas abordados,
que são de grande importância para o seu desenvolvimento profissional. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando
assimilar o conteúdo estudado.

• ALVES, R. C. V. Metadados para representação e recuperação da informação


em ambiente web (vídeo).Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zw0KC29lk0. Acesso em: 20 mar. 2022.

• ALVES, M. D. R.; SOUZA, M. I. F. Estudo de correspondência de elementos


metadados: Dublin Core e MARC21. Revista Digital de Biblioteconomia &
Ciência da Informação, v. 4, n. 2, p. 20-38, 2007. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/2019. Acesso em:
08 Fev. 2022.

• MARCONDES, C. H. Interoperabilidade entre acervos digitais de arquivos,


bibliotecas e museus: potencialidades das tecnologias de dados abertos
interligados. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 21, n. 2, p. 61-83,
abr./jun. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pci/a/8svGtzqw5HZCrfrPJbRypsb/abstract/?lang=pt#. Acesso
em: 08 Fev. 2022.

• SOUZA, R. R.; ALVARENGA, L. A Web Semântica e suas contribuições para a


ciência da informação. Revista Ciência da Informação, v. 33, n. 1, 2004.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ci/a/sp3XpmZhXw384H5Fw9H89YL/abstract/?lang=pt.
Acesso em: 08 Fev. 2022.

• SIQUEIRA, Marcos Antonio. Extensible Markup Language – XML. In: ______.


XML na Ciência da Informação: uma análise do MARC 21. Dissertação (Mestrado
em Ciência da Informação) - Universidade Estadual Paulista. Marília: UNESP,
2003. p. 69-81. Disponível em:https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/siqueira_ma_me_mar.pdf. Acesso
em: 08 Fev. 2022.

• SIQUEIRA, Marcos Antonio. MARC 21 em XML. In: ______. XML na Ciência da


Informação: uma análise do MARC 21. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) - Universidade Estadual Paulista. Marília: UNESP, 2003. p. 82-92.
Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/siqueira_ma_me_mar.pdf. Acesso
em: 08 Fev. 2022.

#SAIBA MAIS#

REFLITA

Bi.bli.o.te.cá.ri.o
(s.m.) Pessoa encarregada da conservação, classificação e distribuição dos livros
numa biblioteca. Catalogador, classificador, gestor, indexador. Trabalha com web
semânticas, ontologias, vocabulários controlados, bibliotecas e arquivos digitais,
curadoria, dados abertos, bases de dados, dados conectados. Pode atuar onde
houver a necessidade, qualquer que seja, de organização, disseminação,
tratamento, reprodução ou mediação da informação.

Fonte: Camiseta bibliotecário definição. Disponível em: https://www.elo7.com.br/camiseta-


bibliotecario-definicao/dp/B5F618. Acesso em: 20 mar. 2022.

#REFLITA#

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado (a) Acadêmico (a)!


Chegamos ao encerramento do material da disciplina Fundamentos de
Catalogação. Essa disciplina tem a finalidade de apoiar com a sua formação
acadêmica, profissional e pessoal, por meio da explanação de conceitos aos temas
abordados.
No Tópico I, foi falado sobre a Catalogação no Brasil, e você pode
acompanhar a trajetória dos profissionais bibliotecários que apesar de todos os
problemas não desistiram e nos fizeram avançar ao ponto em que estamos hoje.
No Tópico II, foi visto os catálogos automatizados e as linguagens de máquina
que são utilizadas na conversão para que seja visto no computador como se
estivesse na biblioteca.
Nos Tópicos III e IV, foram vistos o Marc e o Dublin Core, em que foi aprendido
que o processo de catalogação é feito de maneira estruturada e segue normas,
padrões e formatos, como o MARC21, o Dublin Core, a ISO 2709 e a XML.
Como esta unidade toda trata de um estudo amplo, veja os materiais indicados
no Saiba Mais que acrescentarão ainda mais conhecimento à sua formação
profissional.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo esta disciplina e que os
conceitos aprendidos neste material contribuam para a sua formação enquanto futuro
profissional da informação.

Bons Estudos!

LEITURA COMPLEMENTAR

Prezado (a) aluno (a), propomos algumas leituras sobre os assuntos


estudados acima para que você possa se aprofundar mais um pouco sobre os temas
abordados, estes são de grande importância para o seu desenvolvimento
profissional. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas
procurando assimilar o conteúdo estudado.

ASSUMPÇÃO, Fabrício Silva; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da


Costa. Representação no domínio bibliográfico: um olhar sobre os Formatos MARC
21. Perspectivas em Ciência da Informação [on-line]. 2015, v. 20, n. 1, p. 54-74.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5344/2054. Acesso em: 20 Mar 2022

ALVES, M. D. R.; SOUZA, M. I. F. Estudo de correspondência de elementos


metadados: Dublin Core e MARC 21. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência
da Informação, Campinas, v. 5, n. 1, p. 20-38, jan./jun. 2007. Disponível em:
.https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/2019 Acesso em:
08 Fev. 2022.

ASSUMPÇÃO, F. S. Conversão de registros em XML para MARC 21: um modelo


baseado em folhas de estilo XSLT. 2013. 135 f. Dissertação (mestrado em Ciência
da Informação) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade
de Filosofia e Ciências de Marília, 2013. Disponível
em:https://repositorio.unesp.br/handle/11449/93658 Acesso em: 08 Fev. 2022.

ASSUMPÇÃO, F. S. Pontos de acesso: controlados, não controlados, autorizados


e formas variantes. 2012. Disponível em:
https://fabricioassumpcao.com/2012/01/pontos-de-acesso-controlados-nao.html.
Acesso em: 08 Fev. 2022.

ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. L. V. A. C. Representação no domínio


bibliográfico: um olhar sobre o MARC21. Perspectivas em Ciência da Informação,
v. 20, n.1, 2015. Disponível em:
http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/2054. Acesso em: 08
Fev. 2022.

ISO 2709:2008. Information and Documentation – Format for information exchange.


Disponível em: Acesso em: 08 Fev. 2022.

lSTROUT, R. F. The development of catalog and cataloguing codes. Library


Quaterly, v. 26, n. 4, p. 254-275, Oct. 1956. Disponível em: https://bsf.org.br/wp-
content/uploads/2017/05/STROUT-THE-DEVELOPMENT-OF-CATALOG-AND-
THE-CATALOGUING-CODES.pdf. Acesso em: 08 Fev. 2022.
MORENO, F. P. BRASCHER, M. MARC, MARXML e FRBR: relações encontradas
na literatura. Inf. & Soc.: Est., João Pessoa, v.17, n.3, p.13-25, set./dez. 2007.
Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/834. Acesso
em: 08 Fev. 2022.

O tema do próximo link é um assunto bastante extenso e que requer muita


leitura. A Divisão de Bibliotecas e Documentação da Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro desenvolveu um site onde explica o MARC21 de uma maneira bem
didática. Aproveite para aumentar o seu conhecimento e acesse:
https://www.dbd.puc-rio.br/MARC21/index.html

LIVRO
.

● Título. MARC21 e outros formatos de intercâmbio bibliográfico


● Autor. ALBUQUERQUE, Maria Elizabeth Baltar Carneiro de; DUMER,
Luciana;
● Editora. Editora UFPB.

● Sinopse: Este livro é fruto de uma pesquisa de mestrado realizada no


Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UFPB. Destina-se
a profissionais, pesquisadores e estudantes de Biblioteconomia, Ciência da
Informação e áreas afins. Destaca o surgimento e a trajetória de formatos de
descrição bibliográfica que possibilitaram a automatização de catálogos de
bibliotecas entre as décadas de 1960 e 1990.Apresenta, ao leitor, o resultado
de um cotejamento de registros bibliográficos em formatos de intercâmbio de
dados usados na época – CALCO, UNIMARC, CCF, LILACS, CEPAL, IBICT
e Dublin Core – com o padrão MARC 21 Para Dados Bibliográficos. Aponta
quais desses formatos avançaram para o século XXI.

FILME/VÍDEO
● Título. No despertar da tormenta
● Ano. 1956.
● Sinopse. A bibliotecária Alicia Hull (Bette Davis) é demitida quando se recusa
a retirar do acervo da biblioteca o livro “O Sonho Comunista”. Após isso é
acusada de subversão, mas o juiz Robert Ellerbe pensa diferente. Acha que
ela foi injustiçada e convoca os moradores locais para uma reunião. Um
advogado ambicioso começa a pregar que ela na verdade é uma comunista,
e os moradores são influenciados por ele. A biblioteca logo é incendiada.
● Link do vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=NxlS-rTChrY
WEB

MARC 21: Conceitos iniciais (parte 1)


https://www.youtube.com/watch?v=nX3sKCgRGSY

MARC 21: Conceitos iniciais (parte 2) – Componentes de um registro


https://www.youtube.com/watch?v=dNjTzRKdeAI

MARC 21: Indicadores


https://www.youtube.com/watch?v=7BNXbFy_X0E
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, N. B. F. de. Biblioteconomia no Brasil: análise dos fatos históricos da


criação e do desenvolvimento do ensino. 160 f. Brasília, DF, 2012. Dissertação
(Mestrado) - Universidade de Brasília; Faculdade de Ciência da Informação (FCI),
2012. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/11170. Acesso em: 08
Fev. 2022.

ALVARENGA, Lídia. Representação do conhecimento na perspectiva da ciência da


informação em tempo e espaço digitais.Encontros Bibli: revista eletrônica de
biblioteconomia e ciência da informação. [S. l.], v. 8, n. 15, p. 18-40, 2003. DOI:
10.5007/1518-2924.2003v8n15p18. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2003v8n15p18.
Acesso em: 08 Fev. 2022.

ANZOLIN, Heloisa Helena. Rede Pergamum: história, evolução e perspectivas.


Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 493-
512, 2009. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/640. Acesso
em: 08 Fev. 2022.

ASSUMPÇÃO, Fabrício Silva. AACR2, MARC 21 e controle de autoridade: um


guia de estudo. 2020. Disponível em: https://fabricioassumpcao.com/blog/wp-
content/uploads/2020/04/2-1-conceitos-iniciais.pdf. Acesso em: 05 Fev. 2022.

AUTOMATION. In: MERRIAM-Webster: Dictionary and Thesaurus. Springfield:


Merriam-Webster, 2012. Disponível em: https://www.merriam-
webster.com/thesaurus. Acesso em: 08 Fev. 2022.

BAPTISTA, Ana Alice.; MACHADO, Altamiro Barbosa. Um gato preto num quarto
escuro: falando sobre metadados. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 25,
n. 1, 2001. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/77994. Acesso
em: 20 mar. 2022.

BAPTISTA, Dulce Maria. A catalogação como atividade profissional especializada e


objeto de ensino universitário. Informação & Informação, [S.l.], v. 11, n. 1, p. 63-
74, fev. 2006. ISSN 1981-8920. Disponível em:
https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1700. Acesso em:
20 mar. 2022.

BARSOTTI, Roberto. A informática na biblioteconomia e na documentação.


São Paulo: Polis; APB, 1990.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto nº 8.835, de 11 de Julho de 1911.


Aprova o regulamento da Biblioteca Nacional. 1911. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8835-11-julho-1911-
502890-republicacao-102224-pe.html . Acesso em: 08 Fev. 2022.

BRASIL. Decreto n. 2.026, de 10 de outubro de 1996. Estabelece procedimentos


para o processo de avaliação dos cursos e instituições de ensino superior.
Diário Oficial, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 out. 1996. Seção I. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1996/decreto-2026-10-outubro-1996-
435829-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 19 mar. 2022.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto nº 20.673, de 17 de Novembro de 1931.


Restabelece, na Biblioteca Nacional, o curso de biblioteconomia e dá outras
providências. 1931. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-20673-17-
novembro-1931-517368-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 08 Fev. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Instrumento de avaliação institucional


externa. Brasília, DF: MEC, 2010. 22 p. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/download/superior/institucional/2010/instrumento_avali
acao_institucional_externa_recredenciamento.pdf. Acesso em: 19 mar. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Instrumento de avaliação para


credenciamento de Instituição de Educação Superior (Faculdade). Brasília, DF:
MEC, 2010. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/download/superior/institucional/2010/instrumento_avali
acao_para_credenciamento_IES.pdf. Acesso em: 19 mar. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Instrumento de Avaliação de Cursos de


Graduação presencial e a distância. Brasília, DF: MEC, 2012. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instru
mentos/2012/instrumento_com_alteracoes_maio_12.pdf Acesso em: 19 mar. 2022.

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em: 08 Fev. 2022.
UNIDADE 3
CATALOGAÇÃO ATUAL
Professora Especialista Mara Regina Colafatti

Figura - Biblioteca Pública de Stuttgart (Alemanha)

Fonte: 20 bibliotecas mais impressionantes do mundo. Disponível em:


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/31/album/1533036263_013678.html#foto_gal_1. Acesso em 10
de abril 2022.

Plano de Estudo:
● Resources Description and Acess (RDA);
● Functional Requirements For Bibliographic Record (Frbr.)

Objetivos de Aprendizagem:

● Conceituar e contextualizar os novos códigos para catalogação;

● Estabelecer a importância dos novos Códigos para a catalogação.


INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a)!

Esta disciplina tem o objetivo de apoiar a sua formação acadêmica, profissional


e pessoal, por meio da explanação de conceitos ligados à Catalogação ou
Representação Descritiva.
Neste material, começaremos a estudar sobre o tema Fundamentos da
Catalogação, por meio do qual você obterá as informações necessárias para que seja
adquirido uma base sobre o processo de catalogação que é hoje uma das áreas de
estudo mais relevantes da Biblioteconomia.
Sabe-se que a Biblioteconomia se expressa, de maneira singela,nos formatos
para preparar e espalhar a informação para os seus usuários. Atualmente a
informação não é só compartilhada pelos livros, com o avanço da tecnologia temos os
mais variados tipos de suporte que nos permitem compartilhar a informação com mais
rapidez e precisão.
Como hoje tudo passou a ser informação, é possível se informar de várias
maneiras, e ao se fazer uma pesquisa on-line sobre um tema, você terá acesso a
várias documentos nos mais variados formatos e com isso a informação está
disponível e organizá-la tornou-se indispensável, já que houve um aumento na
mesma proporção e isso torna a recuperação da informação mais completa também.
Fazendo com isso que o processo de catalogação seja reinventado, atualizado e
reinventado constantemente.
A intenção é que você aproveite o potencial dessa disciplina e que ela possa
trazer grandes contribuições para a sua formação acadêmica, formação profissional
e para a sua vida pessoal.
A terceira Unidade deste material foi dividida em dois tópicos para facilitar a
assimilação desses conhecimentos: 1 Resources Description and Acess (RDA); 2
Functional Requirements For Bibliographic Record Frbr.

No primeiro momento, serão apresentadas definições, funções do novo código


de catalogação que está sendo estudado, o RDA
Prosseguindo na Unidade III será abordado o FrBr, que é um modelo
conceitual desenvolvido pela Federação Internacional de Associações e Instituições
Bibliotecárias (IFLA).
A intenção é que você aproveite o potencial dessa disciplina e que ela possa
trazer grandes contribuições para a sua formação acadêmica, formação profissional
e para a sua vida pessoal.

Bons estudos!
1 RESOURCES DESCRIPTION AND ACCESS - RDA

Figura - Pesquisa de Descrição e Acesso

Fonte: Mundo Bibliotecário, 2017. Disponível em :


https://mundobibliotecario.com.br/index.php/2018/05/28/resource-description-and-access-rda-
bibliografia-brasileira/. Acesso em 21 de mar. 2022.

Com o aparecimento de novas tecnologias e recursos da informação, a AACR2


passou por algumas atualizações mas infelizmente não foi o suficiente para
acompanhar as novas tecnologias que surgiram. Assumpção e Santos (2009) afirmam
que "como consequência dos avanços tecnológicos nasceram novos ambientes
informacionais, novos recursos, suportes de conteúdo, maneiras de acesso e usuários
cada vez mais exigentes”. E diante desse cenário cada vez mais tecnológico a
Biblioteconomia é obrigada a rever os seus métodos e técnicas sobre a catalogação,
revendo assim o seu papel.

Surgiu então a necessidade de se rever o Código Internacional de Catalogação


e atualizar as novas formas de representar a informação para que ela passe a atender
melhor às necessidades dos seus usuários que estão sempre se atualizando e se
tornando cada vez mais exigentes.

Pensando nisso, Lourenço (2005, p. 21) destaca que:

A visão do código de catalogação, como fonte de consulta para a resolução


de processos de representação, ressalta o papel deste instrumento como
manancial de experiência prévia acumulada, preservando-se tipos e
características do incontável número de itens que serviu para proporcionar
paulatinamente a criação das regras hoje sistematizadas. Ressalta-se,
entretanto, que o conhecimento não é estático e novas necessidades sempre
surgem impulsionando a atualização dos referidos instrumentos.
(LOURENÇO, 2005, p. 21).

Levando-se em conta que os usuários de unidades de informação são cada vez


mais independentes no mundo digital, diante da facilidade e rapidez na busca de
informações na internet, em relação a sua recuperação da informação através dos
sistemas automatizados, a biblioteca tem com uma responsabilidade quase que
urgente de se modificarem, pois não conseguem se atualizarem com a mesma rapidez
que a informação é criada não oferecendo ao seu usuário uma navegabilidade
adequada e um bom acesso aos recursos bibliográficos.Com a necessidade de se
rever as normas do Código de Catalogação Anglo Americana surgiram várias ações,
uma delas foi a International Conference on the Principles and Future Development of
AACR (Conferência Internacional sobre o Futuro e os Princípios do Desenvolvimento
do AACR), que aconteceu em Toronto/Canadá, em 1997 e foi formada pelo Comitê of
Principals (CoP) (Comitê dos Diretores) que tinha como objetivo revisar e discutir as
regras que estavam desatualizadas no código.

A partir daí começou-se a pensar em uma nova edição para o AACR2, essa
atualização começou em 2004 e visando regras mais simples e que conseguisse
atingir os novos formatos que estavam surgindo no mercado. Esse esboço foi
chamado de AACR3 que foi enviado para avaliação e nessa avaliação ficou evidente
que a Parte I do Código precisava ser ajustada. Em 2005 é criado um novo título para
o projeto, se preocupando mais com o ambiente digital, já se adequando mais aos
novos formatos e nos diversos modos de acesso.
Então, o Joint Steering Committee (JSC) cria o Resource Description and
Access (RDA para substituir o AACR3.
Esses encontros foram chamados de International Meetings of Experts for
International Cataloguing Code (IMEICC) (Encontro de Especialistas para um Código
de Catalogação Internacional). Entre 2003 e 2007, aconteceram 5 encontros. E
desses encontros o resultado obtido foi que a formação dos elaboradores
permaneceria o mesmo com o RDA.
Segundo Silva et al. (2012, p. 117), o grupo é constituído da seguinte forma:

a) Committee of Principals (COP): com a função de supervisionar todos os


trabalhos;
b) Joint Steering Committee (JSC): que desenvolve o conteúdo da RDA e
mantém as revisões e mudanças quando necessário;
c) Co-Publishers: que publicam a obra desenvolvida pelo JSC;
d) Trustees ou Fund Committee: com a função de gerenciar a parte financeira.
(SILVA et al.,2012, p. 117).

Em conjunto com a International Federation of Library Associations (IFLA) e o


JSC, responsáveis pelo Functional Requirementd for Bibliographic Records (FRBR) e
o Functional Requirements for Authority Data (FRAD), o desenvolvimento do RDA foi
realizado em parceria com outros grupos colaborativos, dentro e fora da comunidade
bibliotecária, tais como:

a) Dublin Core e outras comunidades da Web Semântica, visando comparar


os modelos conceituais e padrões usados por cada uma delas.
b) O Library of Congress Network Development Office e o MARC Standards
Office, para garantir a compatibilidade do RDA com o MARC 21.
c) O IFLA Meetingof Experts on an International Cataloguing Code, (IME ICC),
responsável por revisar e atualizar os ''Princípios de Paris”, tornando-os
princípios para o século 21.
d) A comunidade produtora de publicações, que desenvolveu uma lista
terminológica, baseada no padrão ONIX, para uso por comunidades das
áreas bibliográficas e de publicação (JOINT STEERING COMMITTEE FOR
A REVISION OF ANGLO AMERICAN CATALOGUING RULES, 2007).

Segundo Tillett (2007, p. 91),

…o termo resource (recurso) foi adotado para nomear o novo código por
expressar melhor os materiais presentes em coleções de bibliotecas ou “as
coisas que venham a ser parte do grande universo bibliográfico”. Afirma ainda
que “outra recomendação foi usar somente os termos dos FRBR quando eles
refletissem corretamente a intenção da regra”. (TILLETT, 2007, p. 91).
Dessa forma, o RDA recebeu esse nome por ser mais abrangente do que os
outros códigos de catalogação existentes e por propor um padrão inovador para
descrever recursos e por ser projetado para acesso e uso em ambientes digitais.

JOINT (2006) diz que o RDA “ é considerado como um novo padrão de


descrição e acesso de recursos, projetado para o mundo digital. Construído nas bases
estabelecidas pelo Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2)”, o RDA
passará a fornecer um amplo conjunto de orientações e instruções para a descrição
e o acesso de recursos englobando todos os tipos de conteúdo e suporte e assim o
RDA (Resource Description and Access) se torna um padrão de uso internacional.

O RDA foi projetado com base no modelo conceitual dos FRBR para a
descrição de recursos no ambiente digital, cujo objetivo principal é a satisfação do
usuário.

O RDA disponibiliza também aos usuários de catálogos de bibliotecas e outras


unidades de informação localizem, identifiquem, escolham e consigam recursos
apropriados para a informação que necessitam.

No final de 2005, a Parte I do RDA é conduzida para uma nova revisão, ficando
pronto gradativamente, com a apresentação de alguns capítulos em 2006 e 2007.

Em outubro de 2007 o JSC implanta a nova estrutura para o RDA quebrando


assim as barreiras com o AACR2: o modelo Functional Requirements for Bibliographic
Data (FRBR) e Functional Requirements for Authority Data (FRAD).

Oliver (2011, p. 1) explica que:

Como as AACR, a RDA consiste num conjunto de instruções práticas, que,


no entanto, baseia-se numa estrutura teórica que define a forma, a estrutura
e o conteúdo desta nova norma. A chave para se compreender a RDA está
em sua harmonização com dois modelos conceituais, a saber, o Functional
Requirements for Bibliographic Records (FRBR) [Requisitos Funcionais para
Registros Bibliográficos] e o Functiona lRequirements for Authority Data
(FRAD) [Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade]. O modelo FRAD
é uma extensão do modelo FRBR, e ambos constituem uma forma de
compreender o universo bibliográfico. (OLIVER, 2011, p.1).
Compreende-se, assim, que os modelos conceituais apontam para contribuir
com o agrupamento de registros bibliográficos, tendo como objetivo apresentar as
relações entre obras e seus autores de forma diferente e inovadora, deixando mais
claro para os usuários das diferenças de obras com edições formatos físicas e
tradução das obras e Oliver (2011, p.2) completa dizendo que o RDA adota:

...como ponto de partida a estrutura teórica que se acha expressa nos


modelos FRBR e FRAD. Esse arcabouço teórico constitui uma nova forma de
pensar a respeito de dados bibliográficos e de autoridade. Essa mudança de
metodologia está presente em toda a norma, na organização e estrutura das
instruções e no seu conteúdo. (OLIVER, 2011, p. 2).

O RDA, entretanto, é um esquema que prioriza o registro de dados, deixando


a forma de apresentação destes dados para o FRBR, não necessitando de regras
para a sua apresentação, ou seja, é independente do uso de ISBDs e pontuações
gráficas, conforme o AACR2.

Joint 2007 apud Jhatsek; Hillesheim ( [2019], p. 8), aponta como vantagens do
RDA:

a) enfoca a informação necessária para descrever um recurso;


b) os usuários são capazes de usar o conteúdo do RDA com esquemas
codificados, como: Dublin Core, MARC 21, Metadata Object Descripiton
Standart (MODS), entre outros;
c) a estrutura está construída a partir dos modelos conceituais dos FRBR e
FRAD, ajudando os usuários do catálogo a encontrar com mais facilidade a
informação que necessitam;
d) provê uma estrutura flexível para a descrição de conteúdo de recursos
digitais, atendendo as necessidades das bibliotecas na organização de
recursos tradicionais;
e) provê uma adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes,
tornando as instruções mais eficientes no levantamento, armazenagem e
recuperação de dados;
f) trabalha sobre os pontos fortes do AACR2, ou seja, os registros criados,
usando o RDA, serão compatíveis com os registros AACR2, sendo assim os
catalogadores não precisam catalogar novamente os registros antigos. As
instruções do RDA para escolha e forma de entrada determinam as
instruções constantes do AACR2. Enquanto a forma de alguns cabeçalhos
mudou com o RDA, a implementação de mudanças é facilitada por sistemas
on-line cada vez mais sofisticados. (JOINT 2007 apud JHATSEK;
HILLESHEIM ( [2019], p. 8).

Percebe-se que o modelo conceitual dos requisitos funcionais para os registros


bibliográficos e é elemento essencial na estrutura do RDA, e que, segundo a literatura
se baseia em um conjunto de instruções práticas baseada em instruções em um
conceito teórico que define a forma, a estrutura e o conteúdo da nova padronização.
Considera que os princípios conceituais estão pautados no FRBR e o FRAD, sendo o
FRAD uma extensão do padrão FRBR para dados de autoridade.
Oliver (2011, apud Silva et al., 2012, p. 114) afirma que “ambos os modelos
identificam e coletam os dados utilizados pelo usuário no processo de pesquisa que
formarão uma massa de informação essencial para a otimização dos recursos de todo
o processo''.

O RDA suporta em sua estrutura propriedades que permitem abranger todas


as bases de informação de maneira mais estruturada do que o AACR2.

Castro, (2008, p. 87) esclarece que:

Ao ser comparado com o código em exercício - AACR2 pode-se verificar


notórias diferenças com relação à estrutura do RDA. O AACR2 contempla
atualmente duas partes: Description (descrição) e Access (acesso). No RDA
percebemos a inserção de alguns elementos, como por exemplo, na parte A
(Descrição) onde estão agregados os Relationship (Relacionamentos) dados
pelo modelo de relacionamento FRBR, ou seja, a parte A é agora descrição
e relacionamento e abarca o conteúdo dos registros bibliográficos. Já a parte
B Access Point Control (Controle de Pontos de Acesso) abarca o conteúdo
de autoridade dos registros bibliográficos. (CASTRO, 2008, p. 87).

Mey e Silveira (2009, p. 126), afirma que “o RDA não apresenta as pontuações
estabelecidas como precedentes e sucedentes a cada área da descrição bibliográfica,
como prescritas na ISBD”.

Já Silva et al. (2012, p. 115) acrescentam que o RDA:


...é uma norma de conteúdo e sua função é criar um grupo robusto de
informações que alimentam as bases de dados atuais, além de criar estrutura
para os novos desafios de coleta e consulta de informação no futuro. Esta
norma oferece uma série de instruções; instrui quais dados armazenar e
como o fazer. Estes dados são analisados e distribuídos de maneira a serem
utilizados de modo pertinente. Uma informação encontra-se com outra e
muitas vezes de forma desarmônica e do cruzamento de dados surgem
resultados inesperados, novas derivações, são os chamados metadados, que
poderíamos resumir em: dados sobre outros dados. São como uma trama de
informações que funcionam relacionando elementos de uma maneira
inteligente em um ambiente de rede. (SILVA et al., 2012, p. 115).

Buscando atender à nova demanda da catalogação, o RDA foi estruturado em


duas seções principais, divididas entre a parte A: Recording Attributes (Registro de
Atributos) e parte B: Recording Relationships (Registro de Relações), somando o total
de dez seções, como pode ser observado a seguir:

Registro de atributos
Seção 1 – Registro de Atributos para manifestação e item – Cap.1-4
Seção 2 – Registro de atributos para obra e expressão – Cap. 5-7
Seção 3 – Registro de atributos para pessoas e entidades – Cap. 8-11
Seção 4 – Registro de atributos para conceito, objeto, evento e lugar – Cap.
12-16
Registro de relações
Seção 5 – Registro básico para relações entre obra, expressão, manifestação
e item – Cap. 17
Seção 6 – Registro das relações para pessoas e entidades – Cap. 18-22 10
Seção 7 - Registro das relações para conceitos, objetos, eventos e lugares
associados com a obra – Cap. 23
Seção 8 – Registro das relações entre obras, expressões, manifestações e
itens – Cap. 24-28
Seção 9 - Registro das relações entre pessoas e entidades – Cap. 29-32
Seção
10 – Registro das relações entre conceitos, objetos, eventos e lugares – Cap.
33-37.
Apêndices
A - Uso de maiúsculas
B – Abreviaturas
C – Artigos iniciais
D – Sintaxe do registro para descrição do dado
E – Sintaxe do registro para controle do ponto de acesso
F – Cabeçalhos para pessoas
G – Títulos de nobreza, termos de classificação, etc.
H – Datas do calendário cristão
I-L – Designadores de relacionamentos
- Glossário
- Índice (MODESTO, 2014, s,p.)

O RDA é composto por 38 capítulos (o primeiro capítulo é o zero e o 37 o


último), sempre o primeiro capítulo de cada parte é destinado para orientações gerais.
A primeira parte corresponde aos “Atributos”, definidos no FRBR e FRAD, e a segunda
parte corresponde aos “Relacionamentos” definidos no FRBR e FRAD.
Silva et al. (2012) afirma que nem todos os seus capítulos estão desenvolvidos
O RDA foi lançado em 2009, e esta versão serviu de referência para o
aprimoramento e conclusão dos capítulos em desenvolvimento.

Assim, por meio da estrutura do novo código de catalogação, observa-se que


as mudanças ocorridas acompanham o desenvolvimento dos suportes tecnológicos.
A reestruturação dos conceitos e práticas da descrição bibliográfica otimizam a
recuperação de informações no contexto da era tecnológica.

É na composição do RDA que se nota a primeira diferença com o AACR2, por


ela ser uma ferramenta com acesso via Web, possibilita a cada catalogador suporte
constante, além de disponibilizar atualizações e treinamentos, permitindo também que
cada catalogador explore o sistema, aprofundando seus conhecimentos. Outra
diferença entre eles, incide na organização dos capítulos, que não são mais
separados pelo tipo de material, e passam a ser categorizados pelos objetivos das
tarefas, permitindo aos usuários identificar e relacionar as informações pesquisadas
(TILLETT, 2004).

O RDA foi projetado para o ambiente digital, que está de acordo com os
princípios internacionais de catalogação e, diferentemente do AACR2, ele é um código
de estrutura consistente e flexível, aplicável a qualquer tipo de conteúdo e suporte,
além também de se ajustar, para recursos analógicos ou digitais, quanto se adapta às
tecnologias de informação. O RDA se diferencia do AACR2, uma vez que incluiu
novos elementos.

Quadro 1 - Diferenciações na estrutura do AACR2 e do RDA


AACR2 RDA

26 CAPÍTULOS 37 CAPÍTULOS

PARTE 1: 13 CAPÍTULOS PARTE 1: 16 CAPÍTULOS

PARTE 2: 6 CAPÍTULOS PARTE 2: 10 CAPÍTULOS

APÊNDICES DE A-F APÊNDICES DE A -L

Fonte: Adaptado de Modesto (2010).

O vocabulário utilizado no RDA também reflete conceitos e terminologias


apresentados nos modelos FRBR e FRAB, enquanto que as instruções sobre
“descrição física” do AACR2, no RDA ela é representada como “descrição de suporte”.

Olivier (2011, p. 42) diz que “ao efetuarmos um registro de ISSN ou ISBN, está
se registrando um identificador para manifestação”. Ele salienta também que, ao
contrário de títulos uniformes, o RDA faz a diferença entre um ponto de acesso
autorizado que representa uma expressão”. O RDA abandonou também o termo
“cabeçalho” para adotar o termo ponto de acesso.

Quadro 2 - Diferenciações na terminologia

TERMOS DO AACR2 TERMOS DO RDA

Cabeçalho (Heading) Ponto de acesso (Access point)

Cabeçalho Autorizado (Authorized heading) Ponto de acesso preferido (Preferred


access point)

Entrada Principal (Main entry) Ponto de acesso primário (Primary access


point)

Entrada Secundária/adicional (Added entry) Ponto de acesso secundário (Secundary


access point)
Controle de autoridade (Authority control) Ponto de acesso controlado (Access point
control)

Título uniforme (Uniformtitle) Título preferido (Preferredtitle)

Fonte: Traduzido e adaptado de Tillett (2007c, p. 45).

O RDA também é voltado para os usuários e suas necessidades, pois propõe


o uso de elementos fundamentais nos registros bibliográficos, o que possibilita a
realização de suas tarefas básicas. Essa é uma diferença, que quebra barreiras com
o AACR2, porque apresenta o registro bibliográfico de forma simples. Assim, no RDA
o uso de abreviaturas é rejeitado.

Quadro 3 - Abreviaturas AACR2 X RDA


AACR2 RDA

Abreviaturas Não abrevia

Adiciona informações entre colchetes. Transcreve como parece, não acrescenta


informações

Regras complexas para vários lugares e Registra nomes na ordem encontrada na


editores fonte.

Usar abreviaturas s.l. quando o lugar ou s.n. Usa frases para indicar uma informação
quando o editor são desconhecidos desconhecida: [Lugar de publicação não
identificado]; [Editor não identificado

Fonte: Adaptado de Modesto (2010).

Verifica-se que são adotadas todas as informações por extenso, tornando as


informações contidas nos recursos bibliográficos mais claras para o usuário final da
informação.
O RDA não acrescenta informações extras na descrição, que são transcritas
da forma que são apresentadas no item. Não permite abreviações em elementos
transcritos apenas se os dados aparecem em uma forma abreviada na fonte.

O RDA permite abreviações em elementos transcritos apenas se os dados


aparecerem em forma abreviada na fonte.

Quadro 4 - Exemplos de abreviações AACR2 X RDA

AACR2 RDA

xvi, 323 p. xvi, 323 páginas

[93] p 93 páginas não numeradas

ca. 500 p. cerca de 500 páginas

3 v. (1457 p.) 3 volumes (1457 páginas

45, [40] f. 45 folhas, 40 folhas não numeradas

257 [i.e. 257] p. 257, ou seja, 257 páginas

180 p., 30 v. folhas de lâminas [série 180 páginas, 30 volumes de folhas 3


incompleta] volumes (1457 páginas de lâminas [série
incompleta].
Fonte: Modesto (2010).

Já em relação às designações gerais dos materiais ocorreram algumas


alterações na nomenclatura dos tipos de mídia, tipos de suporte e tipos de conteúdo.

Quadro 5 - Designações gerais dos materiais

AACR2 RDA

TIPOS DE MÍDIAS
Recurso eletrônico Computador

Microforma Microforma

Gravação de som Áudio

TIPOS DE SUPORTE

Tira de filme Tira de filme

Filme cinematográfico Rolo do filme

Slide Slide

Transparência Transparência

TIPO DE CONTEÚDO

Material Cartográfico Cartográfico

Música Música adotada

Texto Texto
Fonte: Traduzido e adaptado de Delsey (1997).

O RDA apresenta elementos que não existem no AACR2, dentre eles


destacam-se: características do arquivo, formato de vídeo, informações sobre
custódia (recursos arquivísticos), características de braile, URLs, identificadores de
entidades (pessoas, entidades corporativas, obras) e idioma das pessoas, entre
outros.
No AACR2, quando existem obras com mais de três autores, representados no
mesmo nível de responsabilidade, a regra diz que se deve omitir todos os nomes,
exceto o do primeiro autor. Essa regra, conhecida como regra dos três, não é aplicada
ao RDA.
Se determinado registro bibliográfico possuir cinco autores, os cinco autores
estarão discriminados na indicação de responsabilidade, ou seja, o RDA transcreve
determinada indicação de responsabilidade de acordo com o que consta na fonte de
informação.

Quadro 6 - Representação de diferentes tipos de autoria

AUTORIA AACR2 RDA

Todos os trabalhos são É utilizado o pseudônimo O pseudônimo é usado


exibidos em um pseudônimo como título (com referência como o nome preferido (use
de ver nome real se o nome real, como nome
conhecido) variante se conhecido

Diferentes nomes usados Nome do uso associado a Nome do uso associado a


para diferentes tipos de cada tipo de trabalho como cada identidade como
obras para obras desse tipo (ver preferido nome para que a
também com referências identidade (usar relações de
entre cabeçalhos) identidades link)

Autores contemporâneos Nome do uso associado a Nome do uso associado a


cada trabalho como título cada identidade como
preferido nome para que a
identidade (usar relações de
identidades link)

Outras pessoas com mais Usar o nome pelo qual a Nome do uso associado a
do que uma identidade pessoa passou a ser cada identidade como
identificada em edições preferido nome para que a
posteriores, obras críticas, identidade (usar relações de
ou outra referência (ver com identidades link)
referências de outros
nomes)

Fonte: Adaptado e traduzido de Delsey (1997).

Em relação às modificações realizadas no formato MARC 21, para que o


padrão de metadados fique de acordo com as características do RDA, Silva et al.
(2012) explicam que as alterações estão sob a responsabilidade da Machine
Readable Bibliographic Information Committee (MARBI) (Comitê de Informação
Bibliográfica Legível por Máquina).

Este comitê é composto por membros (com e sem direito a voto) de unidades
ligadas ou não à ALA, mas que têm interesse comum nas questões relativas a padrões
de automação de bibliotecas. Em relação a essa questão, sobre as diferenças
ocorridas nos registros do formato MARC 21 em relação ao RDA, especificamente
para os campos 245 (título) e 260 (local de publicação).

Quadro 7 – Exemplo de registro bibliográfico no MARC 21

AACR2 RDA

Títlulo 245 10 $a Tagarelices 245 10 $a Tagarelices


tecarias sobre tags tecarias sobre tags MARC21
MARC21 atualizadas $h atualizadas / $c Fernando
[recurso eletrônico] / $c Modesto.
Fernando Modesto. 300 $a 1 recurso online
300 $a 1 recurso online 336 $a texto $2 marccontent
337 $a computador $2
marcmedia
338 $a recurso online $2
marccarrier

Local de publicação 260 $a Princeton, N.J. : $ 260 $a Princeton, New


Princeton University Press, Jersey : $b Princeton
$c c 1999. University Press, $c
copyright 1999.

Sem local de publicação 260 $a [s.l. : $b s.n.], $c 260 $a [Lugar de publicação


1909 não identificado] : $b [Editor
não identificado], $c 1909

Fonte: Adaptado de Modesto (2010).

Apesar de muitas inovações, Oliver (2011) destaca que várias instruções


presentes no RDA são basicamente as mesmas encontradas no AACR2. O autor
explica que o resultado final das normas são as mesmas, porém, foi alterada a
descrição das instruções, com o objetivo de expressar a terminologia e os conceitos
dos modelos FRBR e FRAD.

Quadro 8 - Exemplo de regra que permaneceu igual

AACR2 RDA

25.8A - Use o título coletivo Obras para um 6.2.2.10.1 - Registre o título coletivo
item que consiste das obras completas de convencional Obras como o título preferido
uma pessoa, ou que é apresentado como para uma coletânea de obras que consista
tal, incluindo obras completas na época da ou pretenda ser as obras completas de uma
publicação. pessoa física, família, ou pessoa jurídica,
inclusive as que sejam completas no
momento da publicação

Fonte: Oliver (2011, p. 42).

De tal modo, fica visível que, com a implementação dos modelos conceituais
FRBR e FRAD, houve a abrangência de novas regras e a reconstrução de outras,
buscando uma terminologia que se caracteriza pelo novo código. Ou seja, o RDA
utiliza muitos elementos reestruturados do AACR2, porém, de forma mais organizada,
melhor fundamentada e adaptadas para serem aplicadas no ambiente digital.
2 FUNCTIONAL REQUIREMENTS FOR BIBLIOGRAPHIC RECORD - FRBR

Fonte: Infontecários, 2012. Disponível em: https://www.infotecarios.com/frbr-,Acesso em: 21 mar. 2022

Em 1990 foi realizada uma conferência em que se determinou a criação dos


requisitos mínimos para se fazer os registros bibliográficos independente do mídia e
do suporte em que está acondicionado, essa Conferência aconteceu em Estocolmo
na Suécia, e foi patrocinada por grande instituição que atua no campo da
Biblioteconomia, entre elas a IFLA (International Federation of Library Associations
and Institutions) (MADISON, 2005).
Em 1998 é publicado um relatório, expondo os requisitos que foram analisados
pela IFLA entre 1992 e 1995, denominado, como Functional Requirements for
Bibliographic Records (em português, Requisitos Funcionais para Registros
Bibliográficos).
Os FRBR, como são conhecidos, foram criados para definir conceitos para a
área da catalogação descritiva, sendo definidos como um modelo conceitual para o
universo bibliográfico. (TILLETT, 2004).
Tillett (2007, p. 87) afirma que estamos num momento da história em que se
existe uma tendência que indicam em de ideias de otimismo e as melhorias possam
ser realizadas principalmente na descrição e organização desses recursos e em como
são disponibilizados para os usuários. As tecnologias de informação e comunicação
(TIC) se modificam, modernizam e aparecem novos formatos de materiais nas
bibliotecas. Hoje não se tem só matérias em papel como, livros, periódicos, mapas e
manuscritos, atualmente as bibliotecas trabalham também com outros tipos de acervo
como o de fotografias, gravações sonoras, transparências (slides), mídias digitais,
materiais digitais remotos, e se prestarmos atenção produtos novos são lançados e
apresentados todos os dias. E para tratar todos esses materiais que estão surgindo
foi criado os FRBR, para fornecer um novo formato para se tratar esses materiais
informacionais dentro do ambiente de pesquisa do usuário da biblioteca, ou seja o
catálogo.
Os FRBR foram criados para serem livres de implementações, eles são vistos
de uma forma positiva pela comunidade científica, mais são poucas as bibliotecas e
unidades de informação que utilizam os seus conceitos na prática, mesmo depois de
terem se passado um bom tempo desde a sua primeira publicação, contudo ainda são
poucas as Instituições que colocaram os seus conceitos em uso principalmente em
seus catálogos. mesmo depois de sua primeira publicação.
Os conceitos do FRBR não são necessariamente novos para a biblioteconomia,
eles nos dão uma nova visão da catalogação tradicional. Os FRBR nos proporcionam,
“uma nova maneira de olhar o universo bibliográfico, um novo vocabulário que
esperamos que os designers de sistemas e as futuras gerações de bibliotecários
entenderão”. (TILLETT, 2007)
Os FRBR foram elaborados como sendo um modelo conceitual do tipo
entidade-relacionamento, o modelo foi desenvolvido por Peter Chen, na década de
70, e deriva de conceitos acerca da modelagem de banco de dados.

Apesar dos conceitos do FRBR não serem novidade para a biblioteconomia,


eles de certa maneira trazem uma nova forma de se visualizar a catalogação
tradicional. Eles proporcionam uma nova maneira de se ver o mundo bibliográfico, de
um novo vocabulário em que se espera que os que os designers de sistemas e as
futuras gerações de bibliotecários entenderão. (TILLETT, 2007)

Eles foram criados como modelagem conceitual do tipo entidade-


relacionamento, modelagem essa desenvolvida por Peter Chen da década de 70.

Chen (1990, p. 2), caracteriza como:

…os registros em um banco de dados são interligados, de forma que itens de


dados relevantes em registros diferentes possam ser recuperados sem
dificuldade”. Dessa maneira, modelos conceituais do tipo entidade-
relacionamento (ou E-R) foram criados para aperfeiçoar o design das bases
de dados e para torná-las úteis e mais produtivas em suas buscas. (CHEN,
1990, p. 2).

Para Madison (2005, p. 29):

…a modelagem entidade-relacionamento é uma abordagem mais popular em


design de bases de dados. Os FRBR, diferem de outras abordagens por
começarem por esquemas conceituais e abstratos de um universo
caracterizado por entidades e relacionamentos existentes entre elas.
(MADISON, 2005, p. 29),

Silberschatz; Korth; Sudarschan ( 2006) falam que:

A técnica de modelagem conceitual E-R foi desenvolvida para facilitar o


projeto de banco de dados, permitindo especificação de um esquema de
empresa que representa a estrutura lógica geral de um banco de dados.
O Modelo Conceitual E-R, é baseado em uma percepção de um mundo real
que consiste em uma coleção de objetos básicos, chamados entidades, e de
relações sobre esses objetos. (SILBERSCHATZ; KORTH; SUDARSCHAN,
2006).

O FRBR é composto por 10 entidades, divididas em três grupos, que podem


tornar a sua compreensão complexa por possuírem entidades que podem ser
consideradas concretas e outras, nem tão concretas assim. Segundo a IFLA STUDY
GROUP (2009):

O primeiro grupo compreende esforços intelectuais ou artísticos descritos nos


registros bibliográficos: obra, expressão, manifestação e item. O segundo
grupo compreende as entidades responsáveis pelo conteúdo intelectual ou
artístico contidas nas entidades do primeiro grupo: pessoa física e entidade
coletiva. O terceiro grupo compreende um conjunto adicional de entidades
que servem como assuntos para os esforços intelectuais ou artísticos:
conceito, objeto, evento e lugar. (IFLA STUDY GROUP, 2009, p. 13, tradução
nossa).

IFLA STUDY GROUP (2009), caracteriza cada uma delas:

Entidades do Grupo 1
● Obra: entidade abstrata que se refere a uma criação intelectual ou
artística distinta. Ex.: Texto e ilustrações; composição de uma música.
● Expressão: entidade abstrata que se refere à realização intelectual ou
artística que uma obra assume ao ser elaborada. Qualquer mudança no
conteúdo intelectual da obra será uma nova expressão. Ex.: Idioma do texto
original; traduções para outras línguas; versões (para materiais não-livros).
● Manifestação: entidade concreta que se refere à representação física
da expressão de uma obra. Ex.: monografias, periódicos, vídeos, gravações
sonoras.
● Item: entidade concreta que se refere a um único objeto físico ou
exemplar de uma manifestação (exceções em casos de documentos com
mais de um volume, por exemplo, uma monografia em um ou mais volumes).
Ex.: único exemplar autografado. Documentos digitais também são
representados nesta entidade. Ex.: artigo em formato .pdf recuperado na
Web.
Entidades do Grupo 2
● Pessoa: indivíduo responsável pela criação ou realização de uma
obra, ou ele mesmo é assunto de uma obra. Ex.: autores, músicos,
intérpretes, artistas, editores.
● Entidade coletiva: grupo de indivíduos (inclusive grupos temporários).
Ex.: encontros, conferências, autoridades territoriais.
Entidades do Grupo 3
● Conceito: noção abstrata ou ideia que pode ser o assunto de uma
obra, como áreas do conhecimento, teorias, disciplinas, práticas, processos,
técnicas. Ex.: Economia; Teoria da Relatividade; hidroponia.
● Objeto: coisas materiais que podem ser o assunto de uma obra,
podendo ser animadas ou inanimadas, fixas ou móveis, e objetos feitos pelo
homem. Ex.: Cometa Halley; Torre Eiffel; Muralhas da China.
● Evento: ações e ocorrências que podem ser o assunto de uma obra,
como épocas, períodos do tempo, eventos históricos etc. Ex.: Século XIX; Era
Cenozoica; II Guerra Mundial; Idade da Pedra.
● Lugar: esta entidade refere-se a localizações, terrestres ou
extraterrestres, características geográficas, jurisdições políticas, etc. Ex.:
Canadá; Madrid; Ilha de Creta; Saturno; Triângulo Mineiro.(IFLA STUDY
GROUP, 2009, p. 43)

Moreno, Arellano (2005, p. 27-28), apresenta as entidades da seguinte


maneira:

As primeiras quatro entidades pertencem ao primeiro grupo, que compreende


as entidades que são produto de trabalho intelectual ou artístico: obra,
expressão, manifestação e item .Obra é uma entidade abstrata, uma
criação intelectual ou artística distinta. A entidade Expressão de uma obra é
a realização intelectual ou artística específica que assume uma obra ao ser
realizada, excluindo-se aí aspectos da alteração da forma física. Uma
Manifestação é a materialização de uma expressão de uma obra, ou seja,
seu suporte físico, que podem ser livros, periódicos, kits multimídia, filmes,
etc, que é representada pelo Item, um único exemplar de uma manifestação.
As duas últimas entidades refletem a forma física, são entidades concretas,
enquanto as duas primeiras refletem o conteúdo intelectual ou artístico. O
segundo grupo apresenta mais duas entidades, aquelas responsáveis pelo
conteúdo intelectual ou artístico, pela produção física e disseminação, ou pela
guarda das entidades do primeiro grupo: pessoa ou entidade coletiva. As
quatro últimas entidades são elencadas no terceiro grupo, um conjunto
adicional de entidades que servem como assuntos de obras: conceito,
objeto, evento e lugar. (MORENO, ARELLANO, 2005, p. 27-28, grifo nosso).
.

Moreno, Arellano (2005, p. 33) define atributos como:

Atributos ou metadados são como os elementos de descrição bibliográfica


propriamente ditos. Nos FRBR, são categorizados de acordo com as
entidades, incluindo os mais diferentes tipos de materiais e suas
características. Abrange desde registros sonoros tendo como atributos
modalidade de captação, meio físico, extensão do suporte, velocidade de
execução (no caso de uma manifestação), até objetos cartográficos, por
exemplo, que possuem, na expressão, como atributos: escala, projeção,
técnica de apresentação, entre outros. Um recurso eletrônico de acesso
remoto, por exemplo, apresenta como atributos as características do arquivo,
forma de acesso, endereço de acesso, e assim por diante. O usuário formula
suas buscas através dos atributos: autor de determinada obra, título desta,
editora e assim sucessivamente. (MORENO, ARELLANO, 2005, p. 33).

Exemplos de atributos – Grupo 1


● Obra: título da obra, gênero ou forma, coordenadas (mapas). (ex.: “O Hobbit”)
● Expressão: título da expressão, linguagem da expressão. (ex.: Português)
● Manifestação: título da manifestação, editor, data de publicação, dimensões,
ISBN. (ex.: “O Hobbit”; editora Martins Fontes; 21 cm; 297 p.)
● Item: número de chamada, proveniência, condição. (“823 T649h 4.321”;
compra)

Exemplos de atributos – Grupo 2


● Pessoa: nomes, datas, títulos. (ex.: Tolkien, J. R. R., 1982-1973)
● Entidade coletiva: nomes, números, lugares. (ex.: Governo do Estado de São
Paulo).

Exemplos de atributos – Grupo 3


● Conceito: gastronomia, catalogação, música etc.
● Objeto: carros, edifícios, livros etc.
● Evento: Guerra Fria, Olimpíadas de Londres, Rock in Rio, etc.
● Lugar: Lisboa, Finlândia, Av. Paulista, Vênus, etc.

Moreno, Arellano (2005, p. 33) define atributos como:

Relacionamento é o foco nas tarefas do usuário. Os relacionamentos


todo/parte e parte-para-parte também estão nos FRBR. Descrevê-los seria
inviável, pela sua complexidade e inclusive por haver questões interessantes
quanto à sua origem e desdobramentos, que sugerem a realização de um
trabalho enfocando apenas esse assunto. Sumarizando os relacionamentos,
temos: relacionamentos entre obra, expressão, manifestação e item,
relacionamentos entre pessoas e entidades coletivas, relacionamentos de
assunto, acima apresentados. Temos ainda, relacionamentos associados às
quatro primeiras entidades (obra, expressão, manifestação e item) que
operam mais especificamente entre instâncias designadas de entidade.
(MORENO, ARELLANO, 2005, p. 31).

Para Silveira (2007, p. 64)

…o usuário formula uma pergunta utilizando um ou mais atributos de uma


entidade a qual busca e, através dele ou deles, encontra a entidade. As
relações inscritas no registro bibliográfico fornecerão informações adicionais
ao usuário, ajudando-o a estabelecer ligações entre a entidade encontrada e
outras que se relacionam à sua pesquisa. (SILVEIRA, 2007, p. 64).

A) Relações do Grupo 1

Sobre a utilização dos FRBR para a descrição de documentos, Carlyle (2007,


p. 16) exemplifica: “[...] quando vejo um item numa tela ou o seguro, eu também estou
vendo e segurando uma manifestação em particular, de uma expressão em particular,
de uma obra em particular”.

Essas relações do Grupo 1 podem ser observadas no esquema abaixo:

Figura 1: Relações primárias do Grupo 1


Fonte: Adaptado de IFLA STUDY GROUP... (2009, p. 14)

Pode-se ver que no Relacionamento do Grupo 1, que uma obra pode ser
realizada por uma ou mais expressões, uma expressão também se materializa em
várias manifestações e uma manifestação também pode ser exemplificada através de
vários itens.

b) Relações entre os Grupo 1 e 2

As entidades do Grupo 2 se relacionam ao Grupo 1 através da chamada


relação de responsabilidade, que pode ser uma pessoa física ou uma entidade
coletiva e através dela pode ser criada uma obra.

Tillett (2004, p. 3) afirma:


Esses relacionamentos refletem o papel da pessoa física ou organização no
que diz respeito à obra, à expressão, à manifestação ou ao item. As setas
duplas nas duas pontas indicam que as entidades do Grupo 2 podem criar,
perceber, produzir e possuir as entidades do Grupo 1 e também,
inversamente, as do Grupo 1 podem ser criadas, percebidas, produzidas e
possuídas pelas entidades do Grupo 2. (TILLETT ,2004, p. 3).

Figura 2: Relações de responsabilidade entre as entidades dos Grupos 1 e 2

Fonte:ASSUMPÇÃO, 2012. Disponível em: https://fabricioassumpcao.com/2012/07/o-que-e-frbr.html.


Acesso em: 21 mar.2022.

Nos relacionamentos e Grupos 1 e 2, uma obra é criada, é realizada, e


produzido e é guardada por por uma pessoa ou entidade coletiva

c) Relações entre os grupos 1, 2 e 3

As relações de assunto exemplificam os relacionamentos existentes entre uma


obra e as entidades do Grupo 1 e do Grupo 2. Uma obra pode ter como assunto
qualquer uma das entidades do Grupo 1, 2 ou 3.

Figura 3: Relações de assunto entre uma obra e as entidades dos Grupos 1, 2 e 3


Fonte:ASSUMPÇÃO, 2012. Disponível em: https://fabricioassumpcao.com/2012/07/o-que-e-frbr.html.
Acesso em: 21 mar.2022.

Nos Grupos 1,2 e 3 temos um relacionamento de assunto, onde uma obra


pode ter assunto uma outra obra, uma expressão, uma manifestação, um item, uma
pessoa, uma entidade coletiva, um conceito, um objeto, um evento ou um lugar.

A modelagem de dados é o processo que descreve o desenvolvimento de um


sistema de informação. De acordo com Fusco (2010, p. 89)

[...] é o processo de criação de uma estrutura de dados eletrônica (banco de


dados) que contém as informações representadas do recurso a ser
modelado. Esta estrutura permite ao usuário recuperar dados de forma rápida
e eficiente.(FUSCO, 2010, p. 89)

Sendo os bancos de dados conjuntos de dados e informações, a modelagem


tem por finalidade definir a maneira como esses dados serão persistidos, estruturados,
armazenados, implementados, apresentados e, em alguns casos, interoperáveis. A
manipulação desses dados se dará por meio de um sistema de gerenciamento de
banco de dados, também chamados de SGBD.
Um modelo de dados é composto basicamente de três níveis: conceitual, lógico
e físico.

O modelo conceitual é o que concretiza o design do sistema, ele é pautado na


propriedade para o qual o mesmo está sendo desenvolvido, descrevendo assim os
os informações que deverão ser modelados e antecipar como eles se relacionam uns
com os outros.

O modelo lógico envolve esforços técnicos que precedem a etapa da


implementação, como a definição da modelagem que será desenvolvida e os recursos
tecnológicos necessários à implementação.

O modelo físico, como o próprio nome sugere, diz respeito à estrutura física e
real do banco de dados, como as condições de hardware, a capacidade de memória
necessária, dentre outros.

No campo da catalogação, o modelo FRBR foi a primeira iniciativa para a


padronização da maneira de realizar a modelagem conceitual de catálogos
bibliográficos, permitindo assim que não se perdesse mais tempo tentando fazer uma
modelagem mais inconsistente e individual.

Os FRBR foram inspirados na modelagem entidade-relacionamento, cuja


implementação se dá na camada de persistência da modelagem, ou seja, no plano
conceitual. Tal modelagem, como já comentado, descreve que o um domínio é
mesclado por coisas, representadas pelas entidades que possuem características a
serem descritas, chamadas de atributos; e pelos relacionamentos existentes entre as
entidades.

Os FRBR foram inspirados na modelagem entidade-relacionamento, cuja


implementação se dá na camada de persistência da modelagem, ou seja, no plano
conceitual. Tal modelagem, como já comentado, descreve que o um domínio é
composto por coisas, representadas pelas entidades; tais entidades possuem
características a serem descritas, chamadas de atributos; e pelos relacionamentos
existentes entre as entidades.
Os atributos ovais são conectados somente a retângulos de entidades ou a
losangos de relacionamento isolados. Atributos não conectam entidades e
relacionamentos uns aos outros.

Contudo, o padrão foi desenvolvido para o universo bibliográfico e para a


compreensão de profissionais da área da Biblioteconomia e da Ciência da Informação,
o que levou seus desenvolvedores a realizarem algumas alterações na sua maneira
de apresentar os conceitos que fazem parte da construção de um modelo conceitual.

Tal apresentação é motivo de discussões até os dias de hoje e é a principal


causa da não implementação do modelo, pois a forma de apresentação de seu
relatório final é puramente conceitual, não seguindo as estruturas criadas para a
implementação de modelos conceituais do tipo entidade-relacionamento.

Alguns aspectos inconsistentes podem ser apontados em relação à


conceitualização clara das delimitações entre suas entidades (TAYLOR, 2007, p. 10):

● Revisões, atualizações, sinopses, ampliações, traduções, arranjos


musicais, e versões dubladas e legendadas de um filme são consideradas
Expressões de uma mesma Obra; Paráfrases, reescritos, adaptações de
uma forma literária ou artística para outra, resumos, resenhas e sumários
são considerados novas Obras;
● Uma nova Expressão exclui aspectos da forma física que não mudem a
realização intelectual ou artística da Obra (ex.: tamanho e fonte das letras);
● A mudança na forma ou na abordagem intelectual resulta numa nova
Expressão (ex.: mudança de palavras escritas para palavras pronunciadas
ou adição de conteúdo artístico; ou tradução de um idioma para outro ou
uma edição revisada);
● Mudanças na produção, assim como a mudança de editora, resultam em
uma nova Manifestação. (TAYLOR, 2007, p. 10)

Muitos dos limites entre entidades são complicados de serem estipulados e


muito se fala nos problemas existentes entre as entidades Obra e Expressão. Os
FRBR definem explicitamente os limites da entidade Expressão, excluindo aspectos
da forma física, como desenho (layout), tipo de letra e coisas do tipo.

O relatório final dos FRBR (IFLA STUDY GROUP, 1998, p. 19), descreve que
“qualquer mudança na Obra, mesmo que mínima, cria uma nova Expressão''.
Na versão retificada consta que:
Se um texto for revisado ou modificado, a expressão resultante é considerada
uma nova expressão. Pequenas mudanças, como correções de ortografia e
pontuação, etc., podem ser consideradas como variações de uma mesma
expressão. (IFLA STUDY GROUP, 2009, p. 20, tradução nossa).

Essa mudança é sensível, já que na versão original a interpretação que se


podia dar sugeria aos catalogadores a comparar versões, a fim de poderem detectar
diferenças, “mesmo que mínimas”, o que é algo que não funcionaria na prática.

Moreno (2009, p. 48) também comenta essa retificação:

As inclusões mais significativas desta versão revisada não alteram os limites,


mas esclarecem que pequenas alterações no conteúdo intelectual da
expressão são consideradas variações da mesma expressão, enquanto que
no original de 1998, qualquer mudança por menor que pudesse parecer, seria
considerada uma nova expressão – na versão atual do modelo este trecho foi
suprimido. (MORENO, 2009, p. 48).

Neste contexto, a entidade Expressão é a mais auto evidente das entidades do


modelo, sendo a que mais se aproxima, em palavras, de algo real.

Os FRBR modelam o que nós fazemos, não o que deveríamos fazer. Se somos
contraditórios e incoerentes em nossa prática, a imagem espelhada de nossa prática
não pode ser consistente e lógica.

Desta forma, pode-se dizer que ainda existem muitas discussões acerca do
assunto e, sobretudo, pontos de vista a serem tratados para que um consenso seja
atingido.

Riva (2007, p. 9), afirma que desde que os FRBR foram publicados, em 1998,
vem sendo feita uma crescente reflexão na comunidade bibliográfica acerca das ideias
que o modelo apresenta. Desde então diversas pesquisas têm sido desenvolvidas a
respeito dos FRBR em diversos âmbitos: estudos sobre seus componentes (incluindo
estudos dedicados às suas entidades, relacionamentos e tarefas do usuário);
pesquisas voltadas a sua implementação, com base nos diversos tipos de materiais
que compõem o universo bibliográfico; estudos de especificação técnica, como estudo
de interfaces para usuários finais; design de sistemas; interoperabilidade, dentre
muitas outras. As pesquisas que estudam a aplicação dos FRBR em recursos
sonoros, imagéticos (tanto imagens estáticas como em movimento), documentos
digitais, materiais cartográficos, periódicos etc., bem como pesquisas sobre os outros
modelos conceituais FRAD e FRSAD, FRBRo.o (Object-Oriented) e conceitos FRBR
aplicados a metadados e Web Semântica.

Moreno (2009, p. 64) define muito bem a importância de se pensar na


necessidade de avanços para os catálogos bibliográficos:

Em uma época em que o usuário de serviços de informação dispõe de tantas opções


e possibilidades de busca – que incluem a visualização da capa e conteúdo básico
do livro através de lojas virtuais, podendo folheá-lo como se caminhasse entre
estantes – faz-se necessário repensar o papel dos catálogos nos dias atuais.
(MORENO, 2009, p. 64).

Faz-se, então, necessário repensar a catalogação a partir de entidades,


atributos e relacionamentos, como propõe FRBR, para só então se pensar em
construir uma teoria da catalogação, essa é uma discussão que não se pode mais
adiar pois estamos falando de discutir pressupostos teóricos que historicamente
levaram à formulação desse modelo.

Compreender em profundidade os próprios pressupostos do modelo FRBR,


cujo compromisso já está previamente arquitetado dada à dualidade de sua natureza,
também é desafiador, visto que temos a falta de publicações principalmente sobre os
debates teóricos que resultaram desse estudo.

O relatório final apresentado não traz do modelo os alicerces que o amparam


mas também não cabe objetar a validade do FRBR para o crescimento da
Biblioteconomia. Em resumo o conhecimento científico, aliado à experiência trazida e
escorada no modelo, acende aspectos da catalogação, possibilitando alterar
indiscutivelmente os modos de ensinar a catalogação
Em 1999 a IFLA indica um grupo para estudar o Functional Requirements and
Numbering of Authority Records (FRANAR ) que tinha como objetivos definir os
requisitos funcionais para registros de autoridade, estudar a viabilidade de um número
internacional para os registros de autoridade.

O FRBR surgiu para alterar o modo de se pensar os dados bibliográficos, já o


FRAD surgiu para que se tenha um entendimento sobre os dados de autoridade e o
relacionamento sobre ele em relação às obras, contribuindo no aprimoramento da
semântica do FRBR para que ele se torne um modelo particular para ser utilizado para
descrever os recursos, não só em catálogo, mas em todo o ambiente digital disponível.

De acordo com a IFLA ( 2010, p. 6) o principal objetivo do FRAD:

[...] é prover um quadro analítico para a identificação dos requisitos funcionais


para cada tipo de dado de autoridade, de modo a garantir o controle
terminológico dos nomes e o compartilhamento internacional dessas
informações. (IFLA, 2010, p. 6).

O FRAD define várias entidades, tais como: Nome, Identificador, Regras,


Agência, Ponto de acesso controlado etc.

O FRAD define os requisitos funcionais a serem incluídos nos registros de


autoridade que facilitem seu intercâmbio. A base fundamental para o modelo pode ser
descrito como: Entidades do universo bibliográfico (como aqueles identificados no
FRBR) são conhecidos por nomes e / ou identificadores.

A entidade nome inclui os nomes de pessoas, de entidades coletivas, de


família, nomes comerciais, e os títulos de obras e de suas manifestações.

A entidade identificador compreende um código ou outra designação que


indica o tipo de identificador. Inclui uma cadeia alfanumérica ou numérica que designa
o sistema aplicado (ISBN, ISSN, ISRC etc.). No processo de catalogação (se ocorre
em bibliotecas, museus ou arquivos), os nomes e os identificadores são usados
como base para a construção de pontos de acesso controlado.

Para Modesto, 2014, às 4 (quatros) tarefas definidas são:


Encontrar – o mesmo que FRBR – uma entidade ou conjunto de entidades
que correspondam a critérios indicados.
Identificar – o mesmo que FRBR – uma entidade ou validar a forma do nome
adotada como ponto de acesso.
Contextualizar – colocar em contexto, clarificar as relações entre pessoa,
instituição, obra, etc.
Justificar – documentar a razão de escolha do nome adotado como um ponto
de acesso. (MODESTO, 2014, s.p.).

Quadro 9: Ações dos usuários

Fonte: IFLA (2010, p. 35).

O modelo FRAD surgiu da necessidade de se ampliar o modelo FRBR, pois o


usuário faz a sua pesquisa, o sistema deve encontrar o título pesquisado e também
os títulos relacionados para que o usuário possa ter uma visão mais ampla do que a
biblioteca possui. Como já foi visto, os nomes e os identificadores são chamados de
ponto de acesso controlado, dentro do processo de catalogação.

Em relação às entidades, o modelo conceitual FRAD adiciona o modelo FRBR,


já que inclui todas as suas entidades além da inclusão de entidades específicas do
controle de autoridade, as quais se citam nome, identificador, ponto de acesso
controlado, regras e agência.

Além disso, os FRAD também ampliam os FRBR, pois adiciona a entidade


família no grupo 2, dando uma maior especificidade a esse grupo identificam-se as 16
entidades do modelo FRAD.
Na parte superior da figura abaixo se apresentam as dez entidades dos FRBR
(pessoa, entidade coletiva, obra, expressão, manifestação, item, conceito, objeto,
evento e lugar) acrescidas da entidade família do FRAD. Na parte inferior da figura se
apresentam a entidade nome e identificador, às quais as entidades bibliográficas são
conhecidas, e os pontos de acesso, aos quais os nomes e identificadores são base,
além das entidades regras e agência, que são fundamentais para determinar o
conteúdo e a forma dos pontos de acesso. A figura 5, representa as relações entre
todas as entidades do FRDA.

O modelo conceitual FRSAD (Functional Requirements for Subject Authority


Data) possui dois modelos antecedentes, os FRBR e os FRAD e nesse momento tem
se apresentado como uma tendência no que diz respeito à descrição de assuntos.

O FRSAD foi desenvolvido diante do seguinte contexto (IFLA, 2010, p. 16):

O modelo FRBR não contemplava em profundidade os dados de autoridade,


assim sendo o grupo FRANAR recomendou que fosse desenvolvido um
modelo conceitual para as entidades descritas nos registros de autoridade,
então foi criado o modelo FRSAD com o propósito de ser um marco para a
análise dos requisitos funcionais para todos os tipos de dados de autoridade.
Embora o grupo FRANAR tenha incluído alguns aspectos dos dados de
autoridade de assunto no modelo, não assumiu por completo as entidades e
relações pertinentes para as autoridades de assunto, para esse propósito foi
criado o FRSAD pelo grupo de trabalho FRSAR. (IFLA, 2010, p. 16)

Segundo Fonseca e Bräscher (2014, p. 102), o foco do modelo FRSAD é:

[...] a modelagem das entidades que representam tematicamente uma obra


sob o ponto de vista dos usuários, de forma independente de qualquer
domínio do conhecimento, sistema de organização do conhecimento ou
aplicação em contexto específico, a fim de promover o uso e o
compartilhamento internacional dos dados de autoridade assunto.
(FONSECA e BRÄSCHER, 2014, p. 102).

O FRSDA introduziu ao conjunto de representação da informação mais duas


identidades exclusivas para os dados de autoridade de assunto a thema e o nomem.

Identidade thema é definida pela IFLA (2010, p. 17) como:


Qualquer entidade utilizada como assunto de uma obra. É considerada uma
superclasse dentre todas as entidades presentes no modelo FRBR, pois inclui
todas as demais entidades dos grupos 1, 2 e 3 (IFLA, 2010, p. 17).

E a identidade nomem IFLA ( 2010, p. 18) como:

Qualquer sinal ou sequência de sinais (caracteres alfanuméricos, símbolos,


som etc.) mediante os quais um thema é conhecido, referido ou chamado. A
entidade nomen é uma superclasse das entidades presentes no modelo
conceitual FRAD: nome, identificador e ponto de acesso controlado (IFLA,
2010, 18).

O FRSAD apresenta características da modelagem entidade-relacionamento e


orientado a objetos, apresentando como entidades: thema uma superclasse de todas
as entidades FRBR, ou seja, uma super-entidade, e permite a modelagem de
relacionamentos e atributos em um nível mais geral e abstrato; e nomen: é definido
como qualquer sinal ou sequência de sinais (caracteres alfanuméricos, símbolos, som
etc.).

Sobre os três modelos pode-se dizer que o modelo FRAD é mais palpável, já
que possui entidades, como, por exemplo, as “regras” que são normas
regulamentadoras dos pontos de acesso controlado e a entidade “agência” que é a
organização responsável pela aplicação dessas normas. Além disso, as entidades
ponto de acesso controlado, nome e identificador também tornam palpáveis em
relação às 11 entidades dos FRBR (entidades bibliográficas mais família), que por sua
vez, são a entidade thema nos FRSAD, já que nomeiam essas entidades, assim sendo
torna-se interessante utilizar-se indicações do modelo FRAD na geração de bases de
dados de autoridade, mesmo que sejam focadas em assunto.

Para um melhor entendimento é bom relembrar as entidades separadas por


modelo:

FRBR: Obra, Expressão, Manifestação, Item, pessoa, entidade coletiva,


família (antes do FRAD), conceito, objeto, evento e lugar.
FRAD: Todas as entidades dos FRBR mais as entidades Nome, Identificador,
Ponto de acesso controlado, Regra e Agência.

FRSAD: Thema e Nomen.

Segundo Oliver (2011, p. 17) destaca que “estes modelos moldaram a estrutura
da RDA e influenciaram a linguagem empregada nas instruções”.

Deste modo, conclui-se que os modelos não são perfeitos e estão em constante
aprimoramento, podendo inclusive, de acordo com o relatório da IFLA (2010, p. 20),
“serem unificados, e a partir criando assim uma ampliação na criação e
desenvolvimento de um novo modelo”

Diante disso, para que o RDA seja utilizado faz-se necessário que os
bibliotecários tenham um conhecimento prévio dos conceitos como o FRBR e suas
extensões FRAD e FRSAD.
Criando assim um ambiente que permita a reestruturação dos registros e a
reorganização dos elementos através de uma análise mais profunda sobre as
entidades, os atributos e os relacionamentos, e com isso deixando o usuário mais
próximo dos documentos produzidos pelas bibliotecas.
REFLITA

Evolução do bibliotecário

Para terminar com um pouco de humor, deixamos aqui a evolução do bibliotecário


desde tempos imemoriais (por algo que dizem que é uma das primeiras profissões
que existiram).

Fonte: Curiosidades sobre bibliotecas: tipos de bibliotecários. Disponível em:


https://bibletrasufrj.wordpress.com/2011/09/01/curiosidades-sobre-bibliotecas-tipos-de-bibliotecarios/.
Acesso em: 22 mar. 2022.

#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como foi visto neste capítulo, novos códigos estão aparecendo e a catalogação
descritiva atravessa um período de transformações, de adaptações que exigem ainda
da classe bibliotecária muito estudo e esforço para que esta atividade primordial
continue exercendo seu imprescindível papel dentro da biblioteconomia.

A necessidade de explicação dos FRBR se justifica uma vez que cada seção e
cada capítulo do RDA tem uma ligação visível e essencial dos requisitos funcionais,
como fica evidente nos enunciados de cada seção do código. O que se procurou
demonstrar é o FRBR é requisito para se entender a importância do RDA e é
importante também ressaltar que frequentemente é que capítulos do RDA fazem
lembrar que a finalidade de suas códigos é fazer com que o usuário final confirme que
um determinado recurso corresponde ao que foi pesquisado, ou faça distinção entre
dois ou mais recursos recuperados aquele que mais lhe serve, deixando claro assim
que o novo código, assim como os FRBR, buscam facilitar a recuperação e acesso
das obras presentes nas bibliotecas e fora delas também.

O RDA apesar de pouco divulgado ainda já está sendo utilizado por algumas
bibliotecas, por exemplo, a Library of Congress (LC), vale a pena destacar que as
partes relacionadas sobre os conceitos, eventos, lugares e relacionamentos de
assuntos ainda estão em desenvolvimento. E mesmo ele não estando completo, pois
as seções relacionadas aos conceitos, objetos, eventos, lugares e relacionamentos
de assuntos ainda estão em desenvolvimento no RDA. Chegou o momento em que a
comunidade catalogadora brasileira, precisa começar a tomar medidas consistentes
para o estudo e aplicação deste importante código que é o RDA.

É preciso lembrar também que as tarefas dos usuários propostas no modelo


FRBR são tarefas genéricas, isto é, independente da organização da informação em
que se baseia um catálogo, acredita-se que estas tarefas básicas podem ou devem
ser desempenhadas pelo usuário na descoberta de recursos de informação. Dessa
forma, os sistemas de informação (um catálogo, uma biblioteca digital, as bibliografias
nacionais etc.) devem permitir ao usuário a descoberta de informação ao encontrar e
identificar um recurso, proporcionar a chance de escolher se o recurso lhe é
apropriado ou não e, finalmente, que informe como ele pode obter o que está
procurando, independente do formato,que pode ser pelo número de chamada ou de
um link com o acesso ao texto completo.

A busca e a recuperação de informações podem ser aperfeiçoadas pelo modelo


conceitual FRBR e pelas orientações RDA, pois, além de prover uma estrutura
organizada dos atributos das entidades, o uso do conceito de entidade-
relacionamento ajuda a relacioná-las de maneira ampla e precisa. Dessa forma,
usuários podem realizar buscas eficientemente, encontrando objetos relacionados
com maior facilidade.

A finalidade da criação de um novo código, o RDA, faz com que a busca e


recuperação da informação seja aperfeiçoada, pois junto com o código surge também
o modelo conceitual FRBR que juntos vão organizar de uma maneira melhor o uso do
conceito de entidade-relacionamento que ajuda a relacioná-las de maneira ampla e
precisa. Dessa forma, usuários podem realizar buscas eficientemente, encontrando
objetos relacionados com maior facilidade.

A aplicação do modelo conceitual FRBR e das orientações RDA ampliam a


capacidade semântica dos sistemas de busca e aproximam-nos das necessidades
informacionais contemporâneas dos usuários no contexto tecnológico, contribuindo
para uma melhor representação e para uma futura recuperação da informação.
LEITURA COMPLEMENTAR

Prezado aluno, propomos algumas leituras sobre os assuntos estudados acima


para que você possa se aprofundar mais um pouco sobre os temas abordados, que
são de grande importância para o seu desenvolvimento profissional. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas procurando assimilar
o conteúdo estudado.

LOURENÇO, Cíntia Azevedo. FRBR: elucidações pertinentes. Inf. & Soc.:Est., João
Pessoa, v.29, n.3, p. 41-58, jul./set. 2019. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/download/33271/27365/120359.
Acesso em: 05 fev. 2022

SILVA, Luciana Candida da; SANTAREM SEGUNDO, José Eduardo; ZAFALON,


Zaira Regina; Santos, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. O código RDA
e a iniciativa BIBFRAME: tendências de representação da informação no domínio
bibliográfico. Em Questão, Porto Alegre, v. 23, n. 3, p. 130-156, set./dez. 2017 doi:
http://dx.doi.org/10.19132/1808-5245233.130-156. Acesso em: 05 fev. 2022

MODESTO, Fernando. Minicurso RDA. XIX Seminário Nacional de Bibliotecas


Universitária, Manaus, 2016. Disponível em:
https://www.slideshare.net/Modesto/minicurso-catalogao-em-rda. Acesso em 15 fev.
2022.
LIVRO

.
• Título.RDA: perspectivas teóricas e práticas no Brasil
• Autor. ASSUMPÇÃO, Fabrício Silva; TEIXEIRA, Ana Maria Pereira Marcelo Votto.
• Editora. Editora Udesc, 2020
• Sinopse. Recentemente, foi publicado pela Editora da UDESC o e-book RDA:
Perspectivas teóricas e práticas no Brasil, que reúne textos dos palestrantes do I
Encontro de RDA no Brasil, realizado em Florianópolis, de 16 a 18 de abril de 2019
FILME/VÍDEO

● Título.Biblioteca de Alexandria (História)


● Ano. 2020
● Sinopse. O vídeo é parte dos episódios da Série Cosmos de Carl Sagan. Neste
vídeo podemos analisar o quão grande foi a perda da maior biblioteca física
que já existiu. Carl nos mostra um pouco do conhecimento do que restou e do
que foi destruído junto com a biblioteca. E ainda fala sobre Hipátia, a última
diretora que foi morta e teve suas carnes arrancadas.
● Link do vídeo:
MACEDO, Rael. Biblioteca de Alexandria (História). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TjnE1gV42Jw
WEB

Minicurso ministrado no XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias - SNBU,


ocorrido em Manaus - Am, 2016.
Conteúdo: Introdução à RDA; Objetivos, características e desenvolvimento; Novos
Princípios da Catalogação Modelos Conceituais; Estrutura da RDA.
• Link do site. https://www.slideshare.net/Modesto/minicurso-catalogao-em-rda
REFERÊNCIAS

ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. L. V. A. C. RDA - Resource Description and


Access: objetivos, características e desenvolvimento do novo padrão para descrição
de recursos e acesso. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFSCAR,
17., 2009, São Carlos. Anais... São Carlos: Universidade Federal de São Carlos,
2009. Disponível em: http://www.jornada2009.nit.ufscar.br/cic/uploads/C03/C03-
005.pdf. Acesso em: 05 Fev. 2022

CARLYLE, A. Understanding FRBR as a conceptual model: FRBR and the


bibliographic universe. Bulletin of the ASIST – American Society of Information
Science and Tecnology, p. 12-16, aug./sept. 2007. Disponível em:
https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/bult.2007.1720330605.
Acesso em 22 mar. 2022

CASTRO, F. F. de. Padrões de representação e descrição de recursos


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Acesso em: 05 Fev. 2022

CHEN, P. O método entidade-relacionamento para projeto lógico de banco de


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DELSEY, Tom. Modelando a lógica do AACR. In: Conferência Internacional sobre


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FONSECA Melo, Maria Antônia, BRÄSCHER, Marisa. Requisitos Funcionais para


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de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 3, n. 1, p. 20-38,
jul./dez. 2005. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/2052/2182. Acesso
em: 05 Fev. 2022.

MORENO, Fernanda Passin. O modelo conceitual FRBR: discussões recentes e um


olhar sobre as tarefas do usuário. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 14, n. 27, p. 47-68, 2009.
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-
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OLIVER, Chris. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de


Lemos/Livros, 2011. 153 p.

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22 mar. 2022.

SILVA, Eliana Barboza de Oliveira et al. Conceituação e aplicação do novo padrão


para descrição bibliográfica Resource Description and Access (RDA).CRB-8 Digital,
São Paulo, v. 5, n. 1, p. 113-123, jan. 2012. Disponível
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SILBERSCHATZ, A.; KORTH, H. F.; SUDARSHAN, S. Sistema de banco de


dados. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2006.

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para Registros Bibliográficos (FRBR) nos pontos de acesso de
responsabilidade pessoal. 2007. 110 p. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação). Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2007.
Disponível em : http://tede.bibliotecadigital.puc-
campinas.edu.br:8080/jspui/handle/tede/806. Acesso em: 21 mar. 2022.

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TILLETT, B. B. What is FRBR?: A Conceptual Model for the Bibliographic Universe.


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https://www.loc.gov/cds/downloads/FRBR.PDF Acesso em: 05 Fev. 2022.

TILLETT, Barbara. O admirável mundo novo do FRBR (versão 5). In: Reunião da
Ifla de Especialistas para um Código de Catalogação Internacional, Petrória,
2007.
UNIDADE IV
CATALOGAÇÃO
Professora Especialista Mara Regina Colafatti

Figura - Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Washington)

Fonte: As 20 Bibliotecas mais impressionantes do mundo. Disponível em:


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/31/album/1533036263_013678.html#foto_gal_9. Acesso em 10
de abril de 2022.

Plano de Estudo:
● Monografias e Obras de Referência;
● Publicações Periódicas;
● Catalogações de Analíticos;
● Catalogação de Material Não-Livro.

Objetivos de Aprendizagem:
● Conhecer a evolução e as teorias que apoiam a representação descritiva e
seus reflexos no atual ambiente bibliotecário;
● Compreender a forma de descrição de recursos de informação e os cabeçalhos,
fundamentados no Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR), na
Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada (ISBD), e com formato de
intercâmbio bibliográfico MARC (MAchine-Readable Cataloging Record);
● Aplicar os conhecimentos adquiridos, aumentando o senso crítico e a
competência de julgamento da aplicação das regras e normas de catalogação.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) Aluno(a),

Essa disciplina tem o objetivo de apoiar a sua formação acadêmica, profissional


e pessoal, por meio da explanação de conceitos ligados à Catalogação ou
Representação Descritiva.
Neste material, começaremos a estudar sobre o tema Fundamentos da
Catalogação, por meio do qual você obterá as informações necessárias para que seja
adquirido uma base sobre o processo de catalogação que é hoje uma das áreas de
estudo mais relevantes da Biblioteconomia.

Sabe-se que a Biblioteconomia se expressa, de maneira singela,nos formatos


para preparar e espalhar a informação para os seus usuários. Atualmente a
informação não é só compartilhada pelos livros, com o avanço da tecnologia temos os
mais variados tipos de suporte que nos permitem compartilhar a informação com mais
rapidez e precisão

Como hoje tudo passou a ser informação, é possível se informar de várias


maneiras, e ao se fazer uma pesquisa on-line sobre um tema, você terá acesso a
várias documentos nos mais variados formatos e com isso a informação está
disponível e organizá-la tornou-se indispensável, já que houve um aumento na mesma
proporção e isso torna a recuperação da informação mais completa também. Fazendo
com isso que o processo de catalogação seja reinventado, atualizado e reinventado
constantemente.

Na quarta unidade que está dividida em 4 tópicos para a melhor assimilação do


conteúdo no 1º trataremos da catalogação de Monografias e obras de Referência, no
2º da Catalogação de Publicações Periódicas, no 3º da Catalogação de Analíticas e
no 4º da Catalogação de Material não livro.

A intenção é que você aproveite o potencial dessa disciplina e que ela possa
trazer grandes contribuições para a sua formação acadêmica, formação profissional e
para a sua vida pessoal.
1 MONOGRAFIAS E OBRAS DE REFERÊNCIAS

Fonte: Acervo Paulo Amorim Cardoso, 2018. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/ufc-


informa/44056742855. Acesso em 23 mar. 2022.

A representação descritiva é o termo hoje utilizado quando se fala sobre a


catalogação classificação como representação descritiva que se baseia no estudo dos
materiais disponíveis hoje nas bibliotecas, a sua preparação e arranjo das
representações de mensagens, em que descreve o tema, o assunto, ou seja, aquilo
de que trata a obra

O processamento técnico compreende um conjunto de atividades voltadas para


análise dos livros que compõem o acervo. Essas atividades permitem a descrição dos
livros a partir do ponto de vista - autor, título, edição, páginas etc.-, como do seu
conteúdo. Com essas descrições cria-se maneiras de se recuperar essas
informações. E quando tratamos dessas informações, esse conjunto é constituído por
todas as etapas do processo técnico como a seleção do material, o seu registro no
seu sistema, classificação e a catalogação adotada na biblioteca, a sua alfabetação,
a sua ordenação nas estantes e preparo técnico do livro.

O processamento técnico, é fundamental na organização da biblioteca, revela-


se importante no momento da procura, da localização de uma obra. O processamento
técnico para realizar o serviço de catalogação e classificação do material, ele sempre
parte de uma leitura técnica do material, entende-se por uma leitura técnica, retirar
todas as informações importantes que possam auxiliar o catalogador a compreender
inclusive o texto do material e o que ele abrange.

. Porém, antes de descrevermos as etapas do processamento técnico, é


importante que se conheça as partes que compõem um livro.

Figura 1: As partes que compõem um livro:


Fonte: Como produzir um livro?. Max Editora, 2020. Disponível em:
https://maxeditora.com.br/blog/como-produzir-um-livro. Acesso em: 22 mar. 2022.

O conteúdo do livro pode variar de acordo com cada autor, mas quando ele vai
para a edição, o projeto gráfico segue uma sequência que precisa seguir uma
sequência aplicada. E o modo que a publicação se organiza em elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais.

Figura 2: Estrutura do livro para publicação:

Fonte: Letra Capital Editora. Estrutura do livro: como a publicação deve ser organizada. 2018.
Disponível em:https://www.letracapital.com.br/estrutura-do-livro-como-a-publicacao-Deve-ser-
organizada/ . Acesso em: 22 mar. 2022.

Zucco (2020), define as partes externas de um livro:

Capa: a capa pode ser de diversos materiais, contém na parte central o nome
do autor, o título e o subtítulo.
Sobrecapa: normalmente encontrada em edições especiais, contém as
mesmas informações que a capa e serve como proteção.
Contracapa: é a capa de trás.
Orelhas: muitas pessoas usam as orelhas do livro como marcador de página,
mas para alguns leitores isso é a morte. Nas orelhas contêm informações
como dados biográficos do autor ou comentários sobre a obra.
Lombada ou dorso: é a parte que liga todas as folhas do livro. (ZUCCO, 2020,
s.p.).

Figura 3: Partes externas de um livro

Fonte: Quais são as partes de um livro impresso? Paco Editorial, 2018. Disponível em:
https://editorialpaco.com.br/quais-sao-as-partes-de-um-livro-impresso/. Acesso em: 22 mar.2022.

A parte interna, ou o miolo, é o total de folhas que formam o livro, onde se


encontra o conteúdo. Constitui-se de elementos pré-textual, textual e pós-textual.

Os elementos Pré-textuais é representado pelo conjunto de folhas colocadas


antes das folhas em que se discute o conteúdo da obra e é composto por:

1. Folhas de guarda – páginas em branco, encontradas no início e no final da


obra. Por motivo de economia, algumas editoras suprem essas páginas.

2. Falsa folha de rosto - página que precede a folha de rosto. É opcional e,


geralmente, contém apenas o título da obra.

3. Folha de rosto – página que contém os dados essenciais na identificação


da obra: autor, título, edição, tradução, adaptação ou coordenação, notas tipográficas,
ou seja, local (cidade da publicação do livro, editora e data de publicação). Há alguns
livros que não apresentam todos esses itens.

4. Verso da folha de rosto – parte de trás da folha de rosto. Contém dados


importantes de uma obra, tais como data de copyright, ISBN (International Standard
Book Number), título original (quando há tradução), tiragem, ficha catalográfica,
endereço da editora etc.
5. Dedicatória – folha opcional em que o autor presta homenagem ou dedica o
livro a alguém.

6. Agradecimentos - folha opcional em que o autor indica o eventual apoio


recebido na elaboração do livro.

7. Epígrafe – folha opcional em que o autor apresenta uma citação, seguida de


indicação da autoria, relacionada com a matéria abordada no corpo textual do livro.

8. Sumário – parte da obra onde é feita a indicação dos assuntos abordados


no livro e a forma como estes aparecem na publicação. Geralmente fica localizado no
início do livro, após a folha de rosto, mas podem aparecer também no final da obra.

9. Lista de abreviaturas – relação em ordem alfabética das abreviaturas, siglas


e símbolos utilizados no texto. Deve ser escrita por extenso.

10. Prefácio – comentário ou apresentação da obra. É escrito pelo autor ou


outra pessoa. Descreve o tema da obra e escritos anteriores do autor.

11. Copyright – registro dos direitos autorais ou editoriais. Textual ou miolo do


livro Conjunto de folhas reunidas em caderno. (ZUCCO, 2020).

Os elementos que compõem a parte pós-textual são os que o autor acrescenta


à obra, ou seja, algum detalhe complementar, ao trabalho que devem estar como o
próprio nome diz, após o texto.

São elementos pós-textuais:

1. Posfácio - apresenta a matéria informativa ou explicativa posterior à


elaboração do texto

2. Apêndice – uma extensão da obra feita pelo próprio autor, apresentado,


geralmente, no final do livro.

3. Anexo – acréscimo de um ou vários elementos que servem de complemento,


comprovação, ilustração e fundamento do assunto tratado.

4. Glossário – lista de termos em ordem alfabética, ou expressões técnicas de


uso específico, seguido de suas definições.
5. Índice – aparece no final da obra, ordenado alfabeticamente, remete para o
número da página em que o termo é encontrado. Pode ser de nomes próprios,
cronológico ou de assuntos.

6. Colofão1 – conjunto de informações, referentes ao título, autor, editor,


impressor, local de impressão, data de impressão, além de outras características
tipográficas. Encontra-se no final ou no início dos livros.

7. Suplemento – capítulo ou volume que é acrescentado a uma obra, com o


objetivo de atualizá-la ou esclarecê-la. (ZUCCO, 2020, s.p.).

Antes dos catálogos automatizados todos os materiais eram catalogados em


fichas catalográficas de preferência branca, e tinha como padrão as dimensões 7,5 cm
X 12,5cm, perfurado no centro da margem inferior, mas sabe-se que elas ainda se
fazem presentes em bibliotecas com poucos recursos informacionais, ela é composta
por várias partes: o número de chamada, a entrada, o corpo da ficha, notas, pistas.

Para o preenchimento das fichas catalográficas eram adotados os seguintes


procedimentos:

margem inicial - 3 espaços verticais, contando-se do alto para baixo da ficha;

primeira margem - 9 espaços laterais, a partir da margem esquerda da ficha,


iniciando a escrita da ficha no 9° espaço;

segunda margem - 12 espaços laterais, a partir da margem esquerda da ficha,


iniciando a escrita no 12º espaço.

Figura 1: Modelo de ficha catalográfica:

1
Colofão – Conjunto de dados sobre o impressor, o local e a data de impressão, e, eventualmente,
outras características tipográficas, que se encontram no final do livro.
Fonte: BIBLIOTECA UFPR LITORAL. Ainda sobre ficha catalográfica. 2018. Disponível em:
https://sibiufprcomunica.wordpress.com/2018/03/27/processamento-tecnico-parte-ii//. Acesso em 22
mar. 2022.

A entrada é o principal acesso para se recuperar uma unidade documentária,


podendo ser um autor pessoal, uma entidade, um evento ou o título do documento.

O corpo da ficha é a parte que traz os principais dados da publicação: área de


título, de responsabilidade, de edição, local de publicação, editora e data - também
conhecida como imprenta -, área de descrição física e série.

Notas – o campo de notas era utilizado para se colocar toda a informação sobre
o material que está sendo catalogado e que não tem um campo específico para ser
colocado, mas essa informação inserida no campo de notas facilita e ajuda a
esclarecer muito para o usuário.

Na Pista é que estão relacionadas às entradas secundárias, em que os


assuntos devem ser numerados com números arábicos e as demais entradas
secundárias sempre devem ser colocadas em número romano.
Toda ficha catalográfica é considerada uma maneira de acesso, pois contém
informações sobre a unidade documentária representada. Sabe-se que a sua função
é informar e também passar ao leitor uma ideia geral sobre o material que está
descrito, deixando muito especificado o seu tipo e a onde ele está dentro do catálogo;
o que possibilita o leitor a localizar a obra com maior facilidade.

Existem vários tipos de ficha que são denominadas de catalográfica principal,


catalográfica secundária, remissiva e remissiva explicativa.

A ficha principal, também denominada ficha matriz, pois reúne um conjunto de


informações indispensáveis à identificação da obra: número de chamada, cabeçalho
da ficha (autoria e título), corpo da ficha (do título à área da publicação), descrição
física, área de serie, área das notas, ISBN e pista.

Exemplo: Ficha catalográfica principal ou de autor:

Fonte: Exemplo de Ficha Catalográfica, 2014. Disponível em:


https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Exemplo_de_Ficha_Catalogr%C3%A1fica.png. Acesso em 22
mar. 2022.
As fichas secundárias reproduzem, total ou parcialmente, as informações da
ficha principal ou matriz. Sua finalidade é particularizar, por meio de cabeçalhos
apropriados, outros elementos identificadores da unidade documentária. Elas podem
ser por assunto, autor, colaboradores, tradutores, ilustradores, título e série.
Exemplo: Ficha catalográfica secundária com entrada por assunto

Antropologia cultural

027 Manguel, Alberto


S579l A biblioteca à noite / Alberto Manguel ; tradução
Samuel Titan Jr. – São Paulo : Companhia das Letras, 2006.
301 p.

Título original: The library at night


ISBN 85-359-0981

1 1. Antropologia cultural 2. Bibliotecas - Aspectos sociais 3.


Civilização – História 4. Livros e leitura 5. Memórias autobiográficas I. Título

Fonte: Rocha (2010, p. 28). Disponível em:


http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/14catalogacao_classificacao.p
df. Acesso em:22 mar. 2022.

Fichas remissivas são as que apresentam um cabeçalho de remissão. As


remissivas podem ser consideradas como pontos de acesso que nos remetem a outros
pontos de acesso, abrindo assim muitas possibilidades para o usuário fazer as suas
buscas.

Dois tipos de remissivas são originárias dos catálogos manuais a ver e a ver
também.

A remissiva do tipo ver nos levam a um cabeçalho não autorizado no sistema


para um autorizado.

Modelo de ficha remissiva com VER [ v ]


KANT, I.

V.

KANT, Immanuel

Fonte: Fonte: Rocha (2010, p. 28). Disponível em:


http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/14catalogacao_classificacao.p
df. Acesso em:22 mar. 2022.

As remissivas Ver Também, nos levam de um cabeçalho autorizado para


outros cabeçalhos autorizados, indicando que se pode procurar o material de outra
forma, com outro título.

Modelo de ficha remissiva com ver também [ v. t. ]

BRASIL. Imperador, 1822-1831 (Pedro I)

v. t.

PEDRO I, Imperador do Brasil, 1798-1834

Fonte: Rocha (2010, p. 28). Disponível em:


http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/14catalogacao_classificacao.p
df. Acesso em:22 mar. 2022

As fichas remissivas servem também para facilitar as entradas de cabeçalho


referente ao assunto e para as entradas principais de autores pessoais e entidades
coletivas, nomes geográficos e títulos.

Depois da automatização dos acervos, essas fichas não são mais tão usadas,
mas foi através delas que os catálogos automatizados foram criados, hoje não se tem
mais o desdobramento das fichas facilitando e muito, as funções dos bibliotecários
catalogadores, principalmente em relação ao tempo que se “gasta”para fazer uma
catalogação.

O Catálogo on-line de acesso público, também denominado de OPAC (On-line


Public Access Catalog), pode ser considerado atualmente a forma mais comum
adotada pelas bibliotecas que possuem softwares gerenciadores de dados e serviços
que permitem o acesso via Web.

Dentre as suas principais vantagens, podemos citar o acesso remoto em rede


e a interface gráfica, o que possibilita maior interação entre os usuários e o sistema.
Esses softwares que gerenciam os catálogos on-line vão além da pesquisa básica que
se faz nas bibliotecas, ou seja, (autor, título, assunto etc.), mas eles permitem hoje
que se tenha acesso ao texto na íntegra, à imagem ou ao som da unidade
documentária descrita.

Permite também que os seus usuários solicitem serviços que vão além da
pesquisa como, a reserva para empréstimo domiciliar, ou entre bibliotecas, e cópias
de artigos. Em outras palavras, os catálogos on-line ampliaram as suas funções de
descrição dos materiais da biblioteca, hoje eles integram os dados bibliográficos da
biblioteca com serviços de atendimento ao público usuários da biblioteca.

Com o surgimento da internet, pode-se considerar que houve uma grande


mudança nos serviços de informação prestados pela biblioteca. Com certeza tem outra
vantagem que pode ser considerada como fundamental, que é a possibilidade de
mostrar os registros de várias maneiras e formatos. Trouxe também como vantagem
de se poder importar e exportar registros o que facilitou ainda mais para que fosse
possível a catalogação cooperativa em rede, permitindo às bibliotecas fazer download
ou upload de registros pronto.
Exemplo de um registro bibliográfico do Catálogo On-line Biblioteca da UFU.

Fonte: Universidade Federal de Uberlândia: Biblioteca UFU. 2018. Disponível em:


https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=155642 . Acesso em: 24 mar. 2022.

Exemplo de um Modelo de registro bibliográfico da Biblioteca Nacional de Portugal:

Fonte: Catálogo da Biblioteca Nacional de Portugal. 2022. Disponível em:


https://catalogo.bnportugal.gov.pt/ipac20/ipac.jsp?session=16Q81516J06I3.222791&profile=bn&sourc
e=~!bnp&view=subscriptionsummary&uri=full=3100024~!120650~!10&ri=1&aspect=subtab11&menu=
search&ipp=20&spp=20&staffonly=&term=biblioteconomia&index=.GW&uindex=&aspect=subtab11&
menu=search&ri=1. Acesso em: 24 mar. 2022.

Exemplo de um Modelo de codificação MARC 21 do registro bibliográfico

Fonte: Fonte: Universidade Federal de Uberlândia: Biblioteca UFU. 2018. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=155642 . Acesso em: 24 mar. 2022.

A catalogação descritiva trata da descrição dos recursos e da determinação de


pontos de acesso (por exemplo, nomes de pessoas ou entidades coletivas
consideradas responsáveis por ou associado a um recurso). A descrição bibliográfica
de um recurso (por exemplo, livro, mapa, periódico, recurso eletrônico etc.) é a
descrição detalhada de uma cópia específica de uma edição específica de uma obra.

A intenção desta tarefa é identificar o trabalho e distingui-lo de outras obras do


mesmo autor ou do mesmo título ou no mesmo tema. Os elementos do item (por
exemplo, título, pessoas associadas ao trabalho, edição, dados do editor, dados da
série, ISBN ou ISSN etc.) são então representados no catálogo usando alguma
codificação padronizada, por exemplo, AACR2 ou o RDA mais recente (Recurso
Descrição e acesso.

Ferreira (2017, s.p.), afirma que:


A catalogação é representação descritiva de uma obra tanto em aspectos
físicos como temáticos, ou seja, deve ser a cópia fiel da página de rosto E
que, de acordo com as regras, a página de rosto é o principal elemento na
elaboração de uma ficha. Por isso é importante que esse espaço não sofra
alterações depois que a ficha catalográfica for emitida. (FERREIRA, 2017,
s.p.).

O Cabeçalho - nome, palavra ou expressão que introduz uma entrada


bibliográfica para arrumação no catálogo.

O Corpo da Entrada - conjunto de elementos descritivos e informativos da


obra, distribuídos por zonas.

Cada zona, onde se vão inscrever os elementos da descrição, tem uma fonte
determinada:

-fonte principal de informação. Qualquer elemento retirado de outra fonte, que


não a principal, deve ser referenciado entre parênteses retos [ ] , ou dado como nota.

Ao se analisar um documento, os seus elementos são disponibilizados numa


sequência lógica dividida em duas partes:

A primeira parte é o Cabeçalho – onde contém o nome, palavra ou expressão


que produz uma entrada bibliográfica para um arranjo no catálogo.

A segunda é o Corpo da Entrada – que são considerados os elementos


descritivos e informativos da obra, e são distribuídos por zonas. E são nessas zonas
que são inseridos os elementos da descrição. Uma fonte é determinada como a
principal de informação. Tudo o que se retirar da uma obra e não estiver nessa fonte
principal deve ser colocado entre parênteses ou descrito como nota.

Segundo Manata (2006, s.p) essas são as zonas de entrada:

1.1. O Corpo da Entrada

O Corpo da Entrada é constituído por sete zonas que se inscrevem numa área
demarcada da ficha :

1.1.1. Zona do Título e Menção de Responsabilidade


Responsável de uma publicação entende-se a pessoa ou pessoas singulares
e/ou coletivas, que tenham contribuído para a realização de uma obra, quer
intelectual quer artisticamente, na qualidade de autor do texto da obra, de
ilustrador, de comentador, anotador, revisor, editor literário, etc. (REGRAS
PORTUGUESES DE CATALOGAÇÃO, 2010, p. 126).

1.1.2. Zona da Edição

Faz a indicação da edição da obra e respectiva menção de responsabilidade.

1.1.3. Zona do Pé de Imprensa:

Lugar da edição, nome do editor ou distribuidor e data da edição ou distribuição.

1.1.4. Zona da Colação

Número de páginas ou volumes, se é ilustrado, formato (em cm), menção de


material acompanhante.

1.1.5. Zona da Coleção

Título da coleção, série, número dentro da coleção

1.1.6. Zona de Notas

Todos os dados que não têm cabimento nas outras zonas da descrição

1.1.7. Zona do ISBN (International Standard Book Number) -

Número internacional normalizado dos livros que identifica a edição de uma


obra publicada por um editor.

Quadro 1: Fontes Principais de Informação para cada Zona

Zona Fonte Principal de Informação

1 - Título e Menção de Responsabilidade Página de rosto ou Página de rosto substituta

2 - Edição Página de rosto ou Página de rosto substituta ou Colofão


ou Páginas preliminares

3 - Pé de Imprensa Página de rosto ou Página de rosto substituta ou Colofão


ou Páginas preliminares

4 - Colação Qualquer parte da publicação

5 - Colecção Qualquer parte da publicação


6 - Notas Qualquer parte da publicação

7 - ISBN Qualquer parte da publicação


Fonte: MANATA, (2006). Disponível em:
https://paginas.fe.up.pt/~contqf/testes/SDI/Biblioteca/ProcessoGerirDocumento/processarDoc/Descrev
er_Documento_PublicacoesPeriodicas.html. Acesso em: 05 abri. 2022.

1.1.8. Outros elementos do Corpo da Entrada

Para além dos elementos das sete zonas do corpo da entrada, existem outros
que se inscrevem fora da área demarcada (MANATA, 2006, s.p.)

- As Pistas: referenciam as entradas secundárias dum mesmo documento;

- A Cota: Indicação para localização do documento na estante;

- A Classificação: classificação do assunto de que trata o documento de acordo com


um sistema predefinido. (Ex. CDU ou CDD);

- O Número de Registro: de entrada da obra ;

- A Sigla : da Instituição;

1.2. Descrição das Zonas do Corpo da Entrada(MANATA, 2006, s.p.)

Os elementos do Corpo da Entrada são separados por uma pontuação própria.


As diferentes zonas, à exceção da primeira, são separadas entre si por : ponto,
espaço, traço, espaço (. _)

1.2.1. Zona do Título e da Menção de Responsabilidade


O Título próprio da obra é o primeiro elemento desta zona O(s) complemento(s)
de título ou subtítulo(s) é (são) o(s) título(s) adicional (ais) ao título próprio. - separa-
se do título próprio, e entre si, por : dois pontos ( : )

A Menção de Responsabilidade de uma publicação é o autor ou autores, mas


também o tradutor, o ilustrado, o revisor, o editor literário, o compilador, o coordenador
etc., sendo que destes a menção de responsabilidade é secundária.

Se a obra é de um, dois, três ou quatro autores (coautor), todos os seus nomes
são referenciados no corpo da entrada, separados por vírgula ( , ) .

A menção de responsabilidade secundária é separada da menção de


responsabilidade principal por ponto e vírgula ( ; ).

A Menção de Responsabilidade é separada do título por : espaço, barra oblíqua,


espaço ( / ):

Esquema 1: Título : complemento de título / Menção de


Responsabilidade, outra menção de responsabilidade

Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro


/ Lília da Fonseca ; il. Manuela Raimundo

1.2.2. Zona da Edição e da Menção de Responsabilidade relativa à edição


(MANATA, 2006, s.p.)

Esta zona é precedida de ponto, espaço, traço, espaço ( . _ ).

O número da edição é indicado em algarismos árabes e seguido de " ed.". Só


se coloca edição a partir da 2ª edição, pois não havendo referência está implícito ser
a 1ª edição.

A Menção de Responsabilidade relativa à edição é seguida de espaço, barra


oblíqua, espaço ( / ). Só se menciona quando se refere a pessoas que tenham
contribuído para o prestígio da obra.
Esquema 2 Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade, outra menção de
responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - ed. / responsável pela edição (O
sublinhado tem apenas a função de realçar a zona que se está a tratar).

Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro / Lília da Fonseca ; il.
Manuela Raimundo. - 3ª ed

1.2.3. Zona do Pé de Imprensa (MANATA, 2006, s.p.)

Esta zona é precedida de ponto, espaço, traço, espaço ( . _ )

Local da edição e/ou da distribuição é o nome da localidade onde a obra foi


editada e/ou distribuída.

Se não vier expresso na fonte principal da recolha de informação para esta zona
, coloca-se entre parênteses retos [ ].

Se o local oferece dúvidas deve se registar com um ? dentro dos parênteses


[Lisboa?]

Se não se souber o local regista-se entre parênteses retos e a abreviatura de "


sine loco" [S.l.]

O Nome do Editor e/ou Distribuidor, precedido de dois pontos ( : ).

Usualmente é o nome da editora.

Ex.: Atlas ( e não Editora Atlas)

Saraiva ( e não Saraiva Editora)

Nota: Uma das raras exceções é, por exemplo, obras editadas pelas Edições 70, que
se colocam exatamente desta forma para evitar enganos.

Se não figurar o nome do editor e/ou dos distribuidores, regista-se entre parênteses
retos a abreviatura de "sine nomine" [s.n.] Data da Publicação precedida de vírgula ( ,
)
Se não houver data da publicação, esta pode ser substituída pela :

- do copyright

- da impressão

- do prefácio

- do depósito legal

Caso não exista qualquer data, deve-se registar entre parênteses retos a abreviatura
"sine data" [s.d.]

Esquema 3 : Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade, outra menção de


responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - 2ª ed. / responsável pela edição.
- Local da edição : Nome do Editor e/ou distribuidor , data da edição

Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro / Lília da Fonseca ; il.
Manuela Raimundo. - 3ª ed. - Lisboa : Horizonte, 1984

1.2.4. Zona da Colação (MANATA, 2006, s.p.)

Esta zona é precedida de ponto, espaço, traço, espaço ( . _ )

Paginação e/ou número de volumes :

Obras num só volume - Se a numeração é contínua por ambas as faces da


folha se coloca o número impresso da última página - Ex. : . _ 101 p.

- Se a numeração abrange as duas faces, regista-se por folhas - Ex. : 52 f.

- Se as primeiras páginas são numeradas em algarismos romanos seguidas de


numeração árabe (I a XII seguidas de 13 a 50), e se faz a referência do total de páginas
Ex. : . _ 50 p.

- Se as primeiras páginas são números em romano e continuam com


numeração árabe independentemente da primeira numeração ( I a XII e 1 a 50),
referenciam-se as duas numerações separadas por vírgula - Ex. : . - XII, 50 p.
- Se um número significativo de páginas ( mais de 10) não forem numeradas
no final da obra, registam-se entre parênteses [ ]. Ex. : 50, [15] p.

- Se a obra não for paginada, contam-se o número de páginas ou folhas e


registam-se entre parênteses. Ex. : [120] p.

Obras em mais de um volume (MANATA, 2006, s.p.)

Se a obra tem várias unidades físicas, regista-se o número de unidades


seguidas de v. Isto só é válido se a obra estiver completa, caso contrário pode fazer-
se a catalogação volume a volume ou catalogação em segundo nível.

No primeiro caso regista-se - Vol. I ( nº de páginas)

No segundo caso, na zona da colação regista-se apenas a abreviatura "v" ou


"vols" e na zona de notas, a 2º nível descrevem-se os volumes e respectivo número
de páginas de cada um.

A Menção de Ilustração é precedida de dois pontos ( : ) e designada pela


abreviatura da palavra ilustração, "il."

É um elemento que nem sempre é registável, pois a obra pode não ser ilustrada.

O Formato geralmente corresponde à altura da capa medida pela lombada. É


precedido de ponto e vírgula ( ; ) e registrado em centímetros.

O material que acompanha o livro é aquele que vem em separado da obra, mas
faz parte integrante dela. É precedido do sinal mais (+) e deve ser indicada a sua
natureza. Ex. : + 1 DVD

Esquema 4 : Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade, outra menção de


responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - 2ª ed. / responsável pela edição.
- Local da edição : Nome do Editor e/ou distribuidor , data da edição. - Número de páginas :
ilustração ; formato + material acompanhante

Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro / Lília da Fonseca ; il.
Manuela Raimundo. - 3ª ed. - Lisboa : Horizonte, 1984. - 63 p. : il ; 19 cm

1.2.5. Zona da Coleção (MANATA, 2006, s.p.)


Esta zona é precedida de ponto, espaço, traço, espaço ( . - )

Regista-se entre parênteses ( ) :

O título completo da coleção

O número de ordem dentro da coleção precedido de ponto e vírgula ( ; )

Esquema 5 : Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade, outra menção de


responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - 2ª ed. / responsável pela edição.
- Local da edição : Nome do Editor e/ou distribuidor , data da edição. _ Número de páginas :
ilustração ; formato + material acompanhante. - ( Título da coleção ; número dentro da coleção
)

Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro / Lília da Fonseca ; il.
Manuela Raimundo. - 3ª ed. - Lisboa : Horizonte, 1984. - 63 p. : il ; 19 cm. - (Horizonte juvenil
; 7)

1.2.6. Zona de Notas (MANATA, 2006, s.p.)

Esta zona é precedida de parágrafo. Cada nota é separada entre si por ponto,
espaço, traço, espaço ( . _ )

Nesta zona inscrevem-se os dados que pareçam relevantes e não tenham


cabimento em qualquer das outras zonas. A redação das notas fica a critério de quem
está a catalogar. O registo de notas é facultativo.

Esquema 6 : Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade, outra menção de


responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - 2ª ed. / responsável pela edição.
- Local da edição : Nome do Editor e/ou distribuidor , data da edição. _ Número de páginas :
ilustração ; formato + material acompanhante. - ( Título da colecção ; número dentro da
colecção ) Nota . - Nota . – Nota
Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro / Lília da Fonseca ; il.
Manuela Raimundo. - 3ª ed. - Lisboa : Horizonte, 1984. - 63 p. : il ; 19 cm. - (Horizonte juvenil
; 7 ) * *Neste caso não há notas a registar

1.2.7. Zona do ISBN (número internacional normalizado dos livros


(MANATA, 2006, s.p.)

Esta zona é precedida de parágrafo. Nem sempre é conhecido o ISBN, mas


quando registrado na obra deve ser sempre mencionado que o número do ISBN
regista-se precedido da sigla e exatamente como está inscrito na obra. A Modalidade
de aquisição é precedida de dois pontos ( : )

Esquema 7 : Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade, outra menção de


responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - 2ª ed. / responsável pela edição.
- Local da edição : Nome do Editor e/ou distribuidor , data da edição. _ Número de páginas :
ilustração ; formato + material acompanhante. - ( Título da coleção ; número dentro da coleção
) Nota . - Nota . – Nota ISBN : compra ou oferta ou permuta

Exemplo : O malmequer das cem folhas : as aventuras de um pássaro / Lília da Fonseca ; il.
Manuela Raimundo. - 3ª ed. - Lisboa : Horizonte, 1984. - 63 p. : il ; 19 cm. - (Horizonte juvenil
; 7) *Compra *Esta obra não tem ISBN, por isso inicia-se a zona com o modo de aquisição
sem os dois pontos ( :)

1.2.8. Outros elementos do Corpo da Entrada (MANATA, 2006, s.p.)


As Pistas -. É nesta zona que se registam os cabeçalhos das fichas
secundárias que vão alimentar os vários catálogos definidos pelo catalogador, com a
finalidade de uma mais fácil recuperação da informação.

Indica-se:

- Com algarismos romanos os coautores e outros responsáveis (tradutores,


ilustradores, etc.) e os títulos.

- Com algarismos árabes o assunto ou assuntos de que trata a obra.

A Cota - É o código que permite a localização de uma espécie no meio das


outras. A sua construção foi explicada no tema anterior. Pode ser colocada no canto
inferior direito da ficha.

A Classificação - explicação dada no tema anterior. Deve ser inscrita logo a


seguir às pistas.

O Número de Registo - É o número de entrada no CDI . Deve ser colocado no


canto superior direito da ficha.

A Sigla da Instituição a que pertence a obra deve ser colocada no canto


inferior esquerdo da ficha.

Esquema 8 : Nº registo Título : complemento de título / Menção de Responsabilidade,


outra menção de responsabilidade; menção de responsabilidade secundária. - 2ª ed.
/ responsável pela edição. - Local da edição : Nome do Editor e/ou distribuidor , data
da edição. _ Número de páginas : ilustração ; formato + material acompanhante. -
(Título da coleção ; número dentro da coleção) Nota . - Nota . - Nota ISBN número :
modo de aquisição
Pistas
Sig

Modelo de uma ficha bibliográfica completa


Fonte: Universidade Federal de Uberlândia: Biblioteca UFU. 2018. Disponível em:
https://bibliotecas.ufu.br/tags/ficha-catalografica. Acesso: 23 mar. 2022.

Modelo de uma ficha bibliográfica completa com a numeração correspondente aos campos do
MARC 21 utilizados para se dar entrada no material

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em: 05 Fev. 202

Modelo como o aluno busca um livro


Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=103959. Acesso em: 23 mar. 2022

Modelo de livro com descrição padrão MARC21

Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020. Disponível em:


https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=103959. Acesso em: 23 mar. 2022.

Modelo de livro com descrição padrão Dublin Core


Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=103959. Acesso em: 23 mar. 2022.
2 CATALOGAÇÃO DE PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Fonte: Portal da Capes. Brasília, 2020. Disponível em: https://www-periodicos-capes-gov-


br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php?. Acesso em: 23 mar. 2022.

Menezes (2001) define periódicos como:

Publicação de caráter científico ou didático, constituída de fascículos,


números ou partes, editados a intervalos prefixados, por tempo
indeterminado, com a colaboração de diversas pessoas, sob a direção de uma
ou várias pessoas, tratando de assuntos diversos de uma determinada área
do conhecimento. (MENEZES, 2001, s.p.).

São as seguintes características de uma publicação seriada:

Continuidade - pelo menos na intenção, quando se cria um periódico, tem que


se pensar em sua duração ilimitada, enquanto que uma obra, mesmo em muitos
volumes, mesmo publicada em partes, chega à sua conclusão uma vez esgotada a
matéria.

Publicação em partes - fascículos, ou números, cadernos, volumes de


anuários, atas de sociedades, etc.

Periodicidade - intervalo de tempo entre a publicação de uma parte é a


seguinte; pode ser regular (diária, semanal, quinzenal ou bimensal, mensal, bimestral,
trimestral, quadrimestral, semestral, anual) ou irregular - não obedecendo a intervalos
certos pré-estabelecidos.

Colaboração - conjunto de artigos, por vários autores, sob uma direção, que
pode ser uma pessoa ou um corpo diretivo maior ou menor.
Variedade de conteúdo - uma publicação periódica pode ser geral, isto é, tratar
de uma variedade de assuntos (Veja, Superinteressante etc.) ou especializada,
dedicando-se a um só assunto (Revista de Medicina).

A norma NBR 6023/2018, da ABNT – Associação Brasileira de Normas


Técnicas, define um periódico “uma publicação em qualquer tipo de suporte, editada
em unidades físicas sucessivas, com designações numéricas e/ou cronológicas e
destinada a ser continuada indefinidamente”. (NBR 6023/2018)

Os periódicos por serem considerados publicações seriadas que são formados


por jornais e revistas, nacionais e internacionais, nos formatos impresso e eletrônico.
São materiais que possuem muitas variações, e, por isso, causam muita divergência
no momento de sua descrição.

O periódico, também é publicação editada em números, ou fascículos, com


periodicidade pré definida, que mantém um título comum e permanente, e que,
geralmente, é objeto do Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas
(ISSN). Nesse tipo de produto, estão incluídos:

• Jornal – contém matérias relacionadas ao cenário político e econômico


nacional e internacional, ou a qualquer ramo do conhecimento, que segue uma linha
editorial, preferencialmente com periodicidade diária.

• Boletim – publicação periódica com breve texto informativo, de entidade


pública ou privada, destinado à divulgação interna ou externa.

• Informativo – documento destinado a divulgar notícias sucintas.

• Caderno Seriado – publicação editada em série, de modo continuado, sem


periodicidade preestabelecida, normalmente temática ou setorial.

Revista – destinada à divulgação de assuntos de interesse geral ou relacionada


a um ramo específico do conhecimento, que segue determinada linha editorial.

As publicações periódicas eram registradas em uma planilha chamada Kardex,


e preenchida manualmente. e não era necessário fazer uso da descrição catalográfica.
Mas já a catalogação das publicações periódicas aí sim se faz necessário recorrer
ISBD(S) - Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada das Publicações em
Série. (Regras Portuguesas de Catalogação, tomo II).

Em relação às fichas bibliográficas as regras são as mesmas utilizadas para se


fazer as fichas das monografias e obras de referência, sendo a terminologia também
igual e a descrição bibliográfica é feita também por zonas e também obedece ao
mesmo tipo de pontuação. Em resumo não existe diferença entre fichas bibliográficas
utilizadas para as monografias e as dos periódicos.

A descrição física dos periódicos considera campos relevantes de todas as


zonas da norma ISBD(S) (Normas Internacionais para Descrição Bibliográfica
Publicações em Série), especificamente:

- Título e menção de responsabilidade


- Edição;
- Numeração;
- Publicação e distribuição;
- Descrição física;
- Coleção;
- ISSN;
- Notas; (MANATA, 2006, s.p.)

2. Os elementos da descrição bibliográfica dos periódicos são retirados do


próprio documento, principalmente da capa, editorial, ficha técnica e/ou sumário, e só
quando forem insuficientes é que devem ser retirados de outra fonte de informação;

3. O corpo da entrada das publicações periódicas compõe-se das seguintes


zonas:

Zona do Título e da Menção de Responsabilidade (campo 200 do UNIMARC)

Indica-se o título próprio, o título paralelo e informação de outro título (se tiver)
seguido da menção de responsabilidade, ou seja, o responsável que participaram
intelectual ou artisticamente na produção da publicação como: diretor, redator, editor,
ilustrador, proprietário… (MANATA, 2006, s.p.).
Zona da Edição

Indica-se a edição e respectiva menção de responsabilidade.

Existindo edições em diferentes línguas deve-se indicar em que língua é que se


está descrevendo. Ex.: 2ª edição em inglês. (MANATA, 2006, s.p.)

Zona da Numeração

Registra o primeiro número da publicação e respectivas datas, só se registra o


último número quando a publicação termina.

Esta zona deve ser sempre preenchida, mesmo que não conste da publicação
data ou numeração, devemos indicar data possível de publicação ou impressão ou
pesquisar essa informação na página do editor em linha. (MANATA, 2006, s.p.).

Zona do Pé de Imprensa

Registra o lugar da edição, o nome do editor ou distribuidor e a data de edição.


Esse elemento data corresponde ao da zona da numeração. Se a publicação continua
em curso dá-se a data do primeiro número seguido de hífen. Ex.: 1990-

As datas de edição, quando desconhecidas, podem ser substituídas pelas de


impressão ou copyright, precedidas respectivamente da abreviatura imp. ou cop.
(MANATA, 2006, s.p.)

Zona da Colação
É constituída pelo conjunto de números ou volumes e menção de ilustração.
Esses dois elementos são facultativos.

Nesta zona regista-se o formato em cm, medida da lombada, seguido do sinal


mais ( + ) se houver material acompanhante.(MANATA, 2006, s.p.).

Zona da Colecção

Registra-se o título próprio da colecção, seguido da numeração dentro da


colecção dada em algarismos.(MANATA, 2006, s.p.)

Zona das Notas

Um dos registros obrigatórios é citar o exemplar em que foi baseada a


descrição, desde que não seja o primeiro número editado. Essa informação é descrita
no campo 303 (notas relativas à informação descritiva).

No campo 326 regista-se a nota de periodicidade. (MANATA, 2006, s.p.)

Zona do ISSN (Número Internacional Normalizado das Publicações em Série)

Compõe-se de dois grupos de quatro algarismos ligados por hífen. Ex.: 1570-
8667. (MANATA, 2006, s.p.)

Outros elementos do Corpo da Entrada

Assim como já foi falado, utiliza-se outros elementos além das zonas do corpo
de entrada, para o processo de catalogação de monografias e obras de referência,
também para as publicações periódicas.

As fichas eram arquivadas em um catálogo horizontal, chamado de "Kardex",


que era fundamental dentro da seção de periódicos, e considerado como a chave
mestra, pois através dele que se baseava todo os outros serviços referentes às
publicações seriadas.

As fichas eram arrumadas em ordem alfabética de títulos e continham tudo


sobre uma coleção periódica dentro de uma biblioteca como: título, entidade editora,
lugar de publicação e endereço, periodicidade, datas de início e encerramento da
assinatura, classificação, etc, além da relação com outros títulos: continuações,
substituições, fusões, subdivisões etc.

Modelo de ficha Kardex

Fonte: Ficha Kardex, 2013. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/160550437/Ficha-Kardex. Acesso


em 23 mar. 2022.

Finalmente especificava minuciosamente as datas, volumes e números da


referida publicação existente na coleção da biblioteca.
Atualmente com a automatização dos catálogos esses fichários também estão
desaparecendo das bibliotecas. E com os softwares de gerenciamento de biblioteca
também está mais fácil desenvolver o processo de catalogação.
Agora o registro dos periódicos se faz de forma mais rápida e eficiente, os
softwares são parametrizados para que tipo de material tenha em suas regras as
informações necessárias para se catalogar, o AACR2, o MARC21 que antes eram
feitos em planilhas hoje estão disponíveis nesses sistemas de uma maneiras mais
intuitiva, o catalogar precisa ainda saber quais são os campos que é necessário para
que a catalogação seja bem executada.
Segue vários modelos de fichas em catálogos automatizados de várias
bibliotecas.

Modelo de registro de ficha bibliográfica

Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020. Disponível em:


https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=73170. Acesso em:23 mar. 2022.

Modelo de periódico no formato registro MARC21


Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=73170. Acesso em:23 mar. 2022.

Modelo de periódico no formato registro Dublin Core

Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020.. Disponível em:


https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=73170. Acesso em:23 mar. 2022.

Modelo de uma ficha Kardex de uma biblioteca


Fonte: Universidade Federal de Uberlândia. Biblioteca UFU. 2020. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=73170. Acesso em:23 mar. 2022.

Modelo de periódico no formato registro feito pela Library of Congress

Fonte: Library of Congress. Disponível em:


https://catalog.loc.gov/vwebv/holdingsInfo?searchId=9996&recCount=25&recPointer=101&bibId=1237
5331. Acesso em: 23 mar. 2022.

Modelo de periódico no formato registro MARC21 feito pela Library of Congress


Fonte: Library of Congress. Disponível em:
https://catalog.loc.gov/vwebv/staffView?searchId=9996&recPointer=101&recCount=25&bibId=123753
31. Acesso em 05 Fev. 2022

Modelo de cadastro de um periódico da Rede Pergamum

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022

Modelo de periódico no formato registro MARC21 feito pela Rede Pergamum


Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:
https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.

Modelo de Ficha Kardex atualmente

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022

Modelo de cadastro de um periódico em uma biblioteca


Fonte: Biblioteca da Pucrs. Disponível em: https://www.pucrs.br/. Acesso em 23 mar. 2022.

Modelo de uma ficha Kardex atual

Fonte: Biblioteca da Pucrs. Disponível em: https://www.pucrs.br/. Acesso em 23 mar. 2022.

Modelo de registro no formato MARC Biblioteca Nacional

000 nas a22 4a 4500


001 001038062
003 BR-RjBN
005 20160824095711.0
007 cm bg auuuu
008 151217c19969999bl tr p s 0 b0mul
016 7_ |a 0000677124 |2 BR-RjBN
022 __ |a 1414-2139 |l 1981-8920 (online)
040 __ |a BR-RjBN |b por |c BR-RjBN
041 __ |a por |b por |a eng |b eng |a spa |b spa
044 __ |a bl
210 1_ |a Inf. inf. |b (Cd-rom)
210 1_ |a I&amp;I |b (Cd-rom)
245 00 |a Informação &amp; informação |h recurso eletrônico/ |c
Universidade Estadual de Londrina, Centro de Educação, Comunicação
e Artes, Departamento de Ciência da Informação
246 3_ |a Informação e informação
260 __ |a Londrina, PR: |b Universidade Estadual de Londrina, |c 1996-.
290 __ |a Brasil |b PR |c Londrina
291 __ |a 1996
300 __ |a disco a laser para computador : |c 4 3/4 pol.
310 __ |a Quadrimestral |b 2011-
321 __ |a Semestral |b 1996-2010
362 0_ |a Vol 1,n.1(jan./jun.1996)-.
500 __ |a Conteúdo da versão on-line gravado em CD-ROM e enviado
pela própria instituição responsável pela publicação
500 __ |a Título retirado da homepage (acessado em 17 fev. 2015)
510 0_ |a LATINDEX |x 2310-2799
510 0_ |a LISA
510 0_ |a DOAJ
510 0_ |a Ulrich's
510 0_ |a INFOBILA
510 0_ |a CLASE
510 0_ |a PKP
520 1_ |a Publica contribuições inéditas em Ciência da Informação,
Arquivologia, Biblioteconomia e áreas de interface, buscando
incentivar o debate interdisciplinar dos fenômenos concernentes à
informação.
|u
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/about/editorialPolic
ies#focusAndScope
530 __ |a Também disponível online, através do site da publicação |u
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/issue/archive
538 __ |a Requisitos de sistema: Unidade leitora de CD-ROM; Software
leitor de arquivos PDF
541 1_ |c Depósito legal |5 BR-RjBN
546 __ |a Texto em português, inglês e espanhol com resumos em
português, inglês ou espanhol
555 __ |a Não publica
596 __ |a Periódico |b Periódico técnico científico
650 04 |a Ciência da informação
650 04 |a Biblioteconomia
650 04 |a Arquivologia
710 1_ |a Universidade Estadual de Londrina |b Centro de Educacao,
Comunicacao e Artes
852 __ |a Periódicos
856 4_ |u
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/issue/archive
990 __ |a Periódico
Fonte: Biblioteca Nacional. Disponível em: http://acervo.bn.gov.br/sophia_web/acervo. Acesso
em: 23 mar. 2022.

Modelo de ficha Kardex Biblioteca Nacional

Fonte: Biblioteca Nacional. Disponível em: http://acervo.bn.gov.br/sophia_web/acervo. Acesso em 23


mar.2022.
3 CATALOGAÇÕES DE ANALÍTICAS

Fonte: Fotos: livros revistas. Disponível em: https://pxhere.com/es/photo/719171. Acesso em:23 mar.
2022.

Como foi visto até agora, temos dois momentos na catalogação, o primeiro que
tudo era manual e o trabalho muito mais difícil de se realizar e o que estamos vivendo
agora com os catálogos automatizados.

Infelizmente a catalogação de artigos de publicações periódicas não é


referenciada nas Regras Portuguesas de Catalogação, mas é utilizada uma adaptação
de proposta de Luís Filipe Abreu Nunes, feita da Norma Portuguesa 586.

As analíticas podem ser elaboradas a partes de partes de um livro com capítulos


de autores diferentes, um disco com várias músicas, um volume de periódico com seus
vários artigos etc. Nesse contexto se pode descrever as partes desses ricos
individualmente de forma que possam ser encontrados nos catálogos.

Essas eram as estradas para que fosse feito o registro dos recursos
bibliográficos.
Conforme se pode verificar, as fichas eram elaboradas a partir de elementos
predefinidos Com o desenvolvimento dos recursos informacionais as analíticas hoje
são mais fáceis e rápidas de serem produzidas, facilitando assim o trabalho do
bibliotecário e a sua busca no catálogo.

As analíticas resultam em registros bibliográficos claros e concisos; o acréscimo


de trabalho para o catalogador é compensado por suas vantagens. Caso não faça
sentido na representação do todo, a nota In compreenderá os elementos do todo
necessários à sua identificação - uso muito adequado a fascículos de periódicos.
As AACR indicam o seu uso no capítulo 13, embora não especifiquem minúcias.
A princípio que aborda a catalogação das analíticas, de maneira internacional,
corresponde a uma ISBO das analíticas, que se chama: Guidelines for the application
of the ISBDs to the description of component parts (London: IFLA, 1988).

Existe uma divergência bem pequena entre a AACR e ISBO, quando a grafia
da palavra IN, as Guidelines indicam o uso de In: (assim, seguido de dois pontos e
espaço, sem itálico), já o AACR empregam In, em itálico, seguido de espaço, sem os
dois pontos. Aqui no Brasil a opção é pela utilização da AACR, mas nada impede o
uso da outra norma.

O capítulo 13 das AACR2, tradução brasileira, indica o início da nota por Em,
em vez de In. No entanto, a norma internacional, deixa em aberto o uso da língua, em
todos os exemplos emprega In, com forma latina. O código português indica In; as
normas brasileiras para referências bibliográficas usam In como forma aplicada.
Assim, para evitar confusões, seguindo as indicações da norma, é proposto o uso da
forma latina In, ressalvando-se que não há erro no uso de Em (até que a discrepância
seja corrigida em futura edição brasileira).

As Guidelines identificam quatro segmentos no registro bibliográfico da parte:

a) Descrição bibliográfica da parte;

b) Elemento de ligação;

c) Identificação do todo (‘item hospedeiro’); e.

d) Informações sobre a localização da parte no todo.

Para o AACR2:

a) indicação das partes do recurso em nota de conteúdo (AACR2r 13.4)

b) criação de pontos de acesso secundários (entradas secundárias) para as


entradas do recurso (AACR2r 13.2) como, por exemplo: para os títulos e ou autores
dos capítulos do livro ou artigos da revista.
c) a descrição de cada parte seguida de uma breve descrição do recurso como
um todo .(AACR2r 13.5) nesse formato cada parte (capítulo, musica, artigo etc) que
for descrito individualmente terá seu próprio registro bibliográfico.

Atualmente com os sistemas de gerenciamento de bibliotecas e catalogação


apresenta para o seu usuário um formato mais integrado e intuitivo se consultar um
catálogo que a tempos atrás. Hoje as analiticas estão disponíveis assim nos catálogos:

Modelo de ficha catalográfica para artigo de periódicos

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.

Cadastro no formato MARC


Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:
https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para artigo de periódicos

Fonte: Biblioteca da Pucrs. Disponível em: http://www.pucrs.br. Acesso em 24 mar. 2022.

Cadastro Kardex
Fonte: Biblioteca da Pucrs. Disponível em: http://www.pucrs.br. Acesso em 24 mar. 2022.

Cadastro no formato MARC

Fonte: Biblioteca da Pucrs. Disponível em: http://www.pucrs.br. Acesso em 24 mar. 2022.

Cadastro no formato Kardex


Fonte: Biblioteca da Pucrs. Disponível em: http://www.pucrs.br. Acesso em 24 mar. 2022.
4 CATALOGAÇÃO DE MATERIAL NÃO-LIVRO

Fonte: Mania de catalogar, 2013. Disponível em: http://www.correiodolago.com.br/coluna/mania-de-


catalogar/1968/. Acesso em: 25 mar. 2022.

A quantidade de material existente uma biblioteca que não seja livro, é bem
grande e em consequência disso cada um dos tipos de materiais agrega problemas
diferentes e que podem ser resolvidos através de uma definição prévia dos elementos
que se escolhe para a catalogação, via de regra os sistemas existentes hoje já trazem
isso, cabendo a cada biblioteca definir os seus padrões.

Acredita-se que multimeios ou material audiovisual seja o termo mais adequado


para abranger todos os materiais diferentes dos livros, revistas e monografias, ou seja,
qualquer documento que não seja textual.

Os Multimeios são formas múltiplas de expressão, que simulam o emprego dos


mais variados canais para se transmitir uma mensagem, é a probabilidade de
combinação de diferentes tipos de linguagens na comunicação.

Verifica-se que as diversas categorias de material não livro agrupadas em


designações genéricas têm em comum características como formato físico ou
conteúdo Intelectual.

As AACR2 englobam, por isso, os vários tipos de material não livro nos
seguintes capítulos:
Materiais cartográficos - cap. 3
Música - cap. 5
Registos sonoros - cap. 6
Filmes e Registos vídeo - cap. 7
Materiais gráficos - cap. 8
Produtos de computador - cap. 9
Artefactos a três dimensões - cap. 10
Microformas - cap. 11 (AACR2, 2004).

A International Standard Bibliographic Description for Non-Book Materials (ISBD


(NBM) considera como designações genéricas de material as seguintes:

Filme
Holograma
Material gráfico
Microforma
Multimedia
Objecto Projecção visual
Registo sonoro
Registo vídeo

Materiais cartográficos, Música e Produtos de computador possuem descrições


bibliográficas internacionais normalizadas, respectivamente ISBD (CM), ISBD (PM) e
ISBD (CF).

Em relação aos restantes tipos de material constata-se a existência de um certo


desajustamento na terminologia utilizada nas designações genéricas e específicas
pelas AACR2 e ISBD(NBM).

Infelizmente a AACR2 não contempla Holograma e Projecção Visual nas


denominações gerais de material. As designações específicas do último tipo de
documentos encontram-se nas AAC2 no Cap. de Materiais gráficos.
Os documentos tridimensionais classificados na ISBD(NBM) como designação
genérica Objeto, são definidos como Artefactos a três dimensões e "Realia" nas
AACR2. Esta categoria tem aqui um âmbito mais abrangente, visto englobar obras de
arte. A ISBD(NBM) não analisa o original de arte(S), As AACR2 Inserem-no na
designação genérica Materiais gráficos se for bidimensional, ou Artefactos a três
dimensões e "Realia" caso seja tridimensional.

Os Filmes, os Registros Vídeo, Isto é, os itens que registram imagens visuais


em movimento, são classificados pelas AACR2 numa única designação genérica
enquanto a ISBD(NBM) os trata como designações genéricas independentes.

As fotografias, gravuras, selos, desenhos e produções artísticas, negativos e


slides etc., segundo o AACR2 são considerados como materiais iconográfico.

Designação Geral do Material [DGM] é o termo que indica a classe geral do


material a que pertence, um item, como gravação de som, gravação de vídeo, etc. e
ela deve ser inserida sempre após o título principal.

Materiais Cartográficos - Capítulo 3

Segundo o AACR2, (2004) as regras para a descrição de materiais


cartográficos de todos os tipos: mapas bidimensionais e tridimensionais, plantas, atlas,
globos, fotografias aéreas com finalidades cartográficas, vistas panorâmicas, etc.
(AACR2 r 3.0A1)

Já para atlas impressos devem ser utilizadas como fontes de informação as


mesmas fontes indicadas no Capítulo 2 do AACR2r. Para os demais materiais
cartográficos, a fonte principal de informação é, preferencialmente, o próprio recurso
cartográfico ou o contêiner, a caixa, o pedestal e o suporte de um globo etc. (AACR2r
3.0B2).

A descrição de materiais cartográficos, diferentemente da descrição de livros,


folhetos e folhas soltas, faz uso da área 3, apresentada no Capítulo 3 com o nome de
área dos dados matemáticos e outros detalhes específicos do material. (AACR2,
2004).

Modelo 1 – Materiais especiais - Mapa

000 nam 22 a 4500


001 001691975
005 20181121164521.0
008 181121s2015 bl b a 0 por
040 __ |a BR-RJBN |b por
041 __ |a por
043 __ |a s-bl-am
092 __ |a ARC.037,07,051
245 00 |a Amazônia 2015: |b áreas protegidas, territórios indígenas :
(desmatamento 2000-2013)/ |c Instituto Socio Ambiental [ISA], Rede
Amazônica de Informação Socioambiental [RAISG]. -
255 __ |a Escala 1: 5.000.000. -
260 __ |a [São Paulo]: |b [ISA], |c 2015.
300 __ |a 1 mapa: |b col.; |c 70 x 84 cm. -
505 0_ |a Amazônia 2015: áreas naturais protegidas e territórios indígenas
[texto] -- Desmatamento 200-2013 [texto] -- Causas do desmatamento recorte
[textos e tabelas] -- Mudanças na informação sobre TI e ANP na Amazônia:
2012 a 2015 [texto].
530 __ |a Mapa georreferenciado mostra áreas desmatadas e territorios: |u
https://www3.socioambiental.org/geo/RAISGMapaOnline/
650 04 |a Desmatamento |z Amazônia |x Mapas
650 04 |a Aldeias indígenas |x Mapas |z Amazônia
651 _4 |a Amazônia |x Mapas
710 2_ |a Instituto Socioambiental (Brasil)
710 2_ |a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada
852 __ |a Cartografia
949 __ |a 1.561.763 D 14/11/2018
990 __ |a Mapa

Fonte: Biblioteca Nacional. Disponível em:


http://acervo.bn.gov.br/sophia_web/acervo/detalh/1691975?guid=4fb5b9fb3fdccf11eb09&returnUrl=%
2fsophia_web%2fresultado%2flistar%3fguid%3d4fb5b9fb3fdccf11eb09%26quantidadePaginas%3d1%
26codigoRegistro%3d1691975%231691975&i=6. Acesso em: 02 Fev. 2022.

Modelo 2 – Materiais especiais - Globo

Mapa textual, código e no Líder/06 e especificamente como um globo pelo


código d no campo 007/00. Este registro destaca o uso de vários campos
relacionados ao material cartográfico: 034, 255 e 052.
LÍDER *****nem##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 9920506101053.0
007 dc#cen
008 850203c19841980dk#g######d#####1###eng#d - Mapa (MP)
034 1# $a a $b 41849600 $d W1800000 $e E1800000 $f N0900000 $g
S0900000
040 ##; $a<código da instituição> $c <código da instituição>
052 ## $a 3170
100 1# $aHarig, Karl-F.
245 10 $a Reader's Digest world antique spot globe $h [globo] / $c
cartography by Karl-F. Harig.
246 14 $a Reader's Digest world antique spot globe : encyclopedic handbook.
255 ## $a Escala 1:41,849,600 $c (W 180°--E 180°/N 90°--S 90°).
260 ## $a [Copenhagen] Denmark : $b Scan-Globe, $c c1984, c1980.
300 ## $a 1 globo : $b color., plástico, montado em base de plástico ; $c 31
cm. de diâm.
500 ## $a Mostra de relevo por altitude local.
500 ## $a Título da capa acompanha o texto: Reader's Digest world antique
spot globe : encyclopedic handbook.
500 ## $a O globo ilumina por dentro através de corda elétrica destacável e
lâmpada incandescente interior.
500 ## $a Quando o globo é iluminado, qualquer lugar na Terra pode ser
definido se a latitude e longitude são
conhecidas. Quando se dá estes dois fatos, é possível ajustar as duas escalas
para fornecer as figuras dadas de
latitude e longitude.
500 ## $a Acompanhado de texto e índice: Spot globe 2000 edited by Steen
B. Bocher and Henrik B.
Hoffmeyer. 17th ed., 1983. 168 p. : il., mapas; 15 x 21 cm
650 04 $a Globos.
700 1# $a Bocher, Steen Bugge, $d 1906-
700 1# $a Hoffmeyer, Henrik B.
710 2# $a Reader's Digest Association.
710 2# $a Scan-Globe A/S.

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022

Música - Capítulo 5

Segundo o AACR2, (2004), existem regras específicas para músicas publicadas


e para gravações de músicas, conforme dispõe sobre as regras para a descrição de
músicas publicadas. Para gravação de som, utilize o Capítulo 6 (AACR2r 5.0A1).

Se a página de rosto incluir uma lista de títulos e nela consta o título do recurso
a ser catalogado, utilize como fonte principal de informação a página de rosto, a capa
ou o título de partida (dependendo de qual prover informações mais completas).

Em outros, utilize a página de rosto (AACR2r 5.0B1). Na descrição de músicas,


a área 3 é opcional e recebe o nome de área de indicação da apresentação musical.
Já as demais áreas, possuem elementos específicos para músicas e elementos gerais
aplicáveis na descrição de diversos tipos de recursos. (AACR2, 2004).
Modelo 3 – Materiais especiais - Música

LÍDER *****ccm##22*****7a#4500 MÚSICA


001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920521106200.5
008 870305s1984####enkpva### ######n########d
028 32 $a ED 12215$bSchott
040 ## $a <código da instituição> $c <código da instituição>
100 1# $a Fauré, Gabriel, $d 1845-1924.
240 10 $a Pavan, $m orquestra, $n op. 50, $r F# minor; $o arr.
245 00 $a Pavane / $c Gabriel Fauré ; arranged for flute and guitar by Stefan
Nesyba.
260 ## $a London ; $a New York : $b Schott, $c 1984.
300 ## $a 1 partitura (7 p.) + 1 parte (4 p.) ; $c 30 cm
650 04 $a Flute and guitar music, Arranged $v Scores and parts. O criador
do registro resolveu acrescentar o assunto.

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em: https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/.


Acesso em 05 Fev. 2022.

Gravações de som - Capítulo 6

Segundo o AACR2 (2004) dispõe de regras para a descrição de gravações de


som em discos, fitas etc. (AACR2r 6.0A1). A fonte principal de informação para a
descrição de uma gravação de som varia de acordo com o tipo de suporte em que a
gravação está armazenada. Se o suporte for um disco, por exemplo, a fonte principal
de informação é o disco e sua etiqueta (rótulo fixado ao disco) (AACR2r 6.0B1).

As áreas para a descrição de gravações de som apresentam elementos e


regras muitas vezes comuns a diversos tipos de recursos.

Assim, para o registro de muitos dos elementos do Capítulo 6, são utilizadas as


regras gerais do Capítulo 1. A área da descrição física, no entanto, traz, além da
extensão e das dimensões, elementos específicos para as gravações de som e para
os suportes em que elas estão armazenadas:

Modelo 4 – Materiais especiais - Gravação de som


Registro de som musical, código j no Líder/06. Mostra o uso de vários campos
relacionados ao material: campo 028 (Número do editor para música), 047
(Forma de composição musical) e campo 048 (Código do número de
instrumentos musicais ou vozes); como também alguns campos geralmente
utilizados: campo 045 (Código do período cronológico), campo 505 (Nota de
conteúdo) e campo 511 (Nota do participante ou do executor).

LÍDER *****cjm##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920705103300.0
007 sd#bsmennmplud
008 870703s1985####enkmun##################d - Música (MU)
028 02 $a DCA 535 $b ASV
028 00 $a ZC DCA 535 $b ASV
040 ## $a <código da instituição> $c <código da instituição>
043 ## $a e-uk-en
045 1# $b d1910 $b 1976 $b 1756 $b 1940 $b 1926
047 ## $a sn $a su
048 ## $b wd01 $a ka01
100 1# $a Smith, Daniel. $4prf
245 10 $a English music for bassoon and piano $h [gravação de som].
260 ## $a London : $b ASV ; $a Mitcham, Surrey : $b Distributed by P.R.T.
Records, $c p1985.
300 ## $a 1 disco sonoro :$b analógico, 33 1/3 rpm, estéreo. ; $c12 pol.
500 ## $a Acomp. da segunda obra originalmente para orquestra; quarta obra
originalmente para cravo; sexta
obra originalmente para violoncelo e piano; sétima originalmente para violino
e baixo contínuo.
500 ## $a Registro digital.
500 ## $a Também publicado como cassete: ZC DCA 535.
505 0# $a Sonata in F Hurlstone -- Romance, op. 62 Elgar -- Four sketches
Gordon Jacob -- Sonata no. 5
Arne ; arr. & ed. Craxton & Mather -- Lyric suite Dunhill -- Six studies in English
folk song Vaughan Williams --
Sonata in F Avison ; arr. Atkinson.
511 0# $a Daniel Smith, fagote ; Roger Vignoles, piano.
650 04 $a Fagote e piano $x Música.
650 04 $a Fagote e piano $x Música instrumental.
650 04 $a Música $z Inglaterra.
700 10 $a Vignoles, Roger. $4 prf
700 12 $a Hurlestone, William Yeates, $d 1876-1906. $t Sonatas, $m
bassoon, piano, $r F major. $f 1985.
700 12 $a Elgar, Edward, $d 1857-1934. $t Romances, $m bassoon,
orchestra, $n op. 62; $o arr. $f 1985.
700 12 $a Jacob, Gordon, $d 1985- $t Sketches. $f 1985.
700 12 $a Arne, Thomas Augustine, $d 1710-1778. $t Sonatas, $m
harpischord. $n No. 5; $o arr.$f 1985.
700 12 $a Dunhill, Thomas F. $q (Thomas Frederick), $d 1877-1946. $t Lyric
suite. $f 1985.
700 22 $a Vaughan Williams, Ralph, $d 1872-1958. $t Studies in English folk
song; $o arr. $f 1985.
700 12 $a Avison, Charles, $d 1710-1770. $t Sonata in F.$f 1985.

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em: https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/.


Acesso em 05 Fev. 2022.
Filmes cinematográficos e gravações de vídeo - Capítulo 7

É o AACR2, (2004) que disponibiliza também as regras para a descrição de


filmes cinematográficos e de gravações de vídeo, tais como: filmes completos,
programas, compilações, trailers, noticiários televisivos, cenas de arquivo e material
não editado (AACR2r 7.0A1).

Como fonte principal de informação para a descrição desses recursos, utilize o


próprio recurso (preferencialmente) ou seu contêiner (AACR2r 7.0B1). Grande parte
dos elementos de descrição contemplados no Capítulo 7 é registrada de acordo com
as regras gerais dadas no Capítulo 1.

Alguns elementos específicos para as gravações de som e os filmes


cinematográficos estão inseridos na área da descrição física. (AACR2, 2004)

Modelo 5 – Materiais especiais - Gravação de Vídeo

Material gráfico projetável, código g no Líder/06 e mais particularmente como


uma fita de vídeo pelo código v no campo 007/00. Este registro ilustra o uso
dos seguintes campos: campo 033 (Data/hora e local de um acontecimento),
campo 508 (Nota dos créditos de criação/produção), campo 518 (Nota de
data/hora e local de um acontecimento) e campo 521 (Nota de público alvo).

LÍDER *****ngm##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920626085055.4
007 vd#cgaizm
008 860626c19861978dcu---#e#####f####vleng#d - Material Visual (VM)
033 20 $a 1978----$a 1982----
040 ## $a <código da instituição> $c <código da instituição>
043 ## $a n-us-nv
082 04 $a 979.3 $2 11
245 04 $a The Ninety-Six, a cattle ranch in northern Nevada $h [gravação de
vídeo] / $c produced by the
American Folklife Center, Library of Congress ; producer, Carl Fleischhauer.
246 1# $a 96, a cattle ranch in northern Nevada
260 ## $a Washington, DC : $b The Center, $c 1986.
300 ## $a 1 videodisco (ótico laser) : $b son., color. ; $c 12 pol. + $e 1 folheto
explicativo (67 p.)
440 #0 $a Visual media from the American Folklife Center ; $v no. 1
500 ## $a Título da folha de dados.
500 ## $a Um lado CAV, um lado CLV.
508 ## $a Fotógrafos, Carl Fleischhauer, William H. Smock; editores do
filme, William H. Smock, Jonathan Davis.
518 ## $a Criado durante um projeto de pesquisa de 1978 até 1982.
520 ## $a Includes eighty minutes of motion picture highlights and 2,400 still
images which focus on the work
done by Leslie J. Stewart and his men on the Ninety-six Ranch, a cattle ranch
in Nevada.
521 ## $a Para universitários e adultos.
651 #4 $a Nevada $x Vida e costumes sociais.
700 1# $a Stewart, Leslie J.
710 2# $a American Folklife Center.

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em: https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/.


Acesso em 05 Fev. 2022.

Modelo 6 – Materiais especiais - Filme cinematográfico

Material projetável, código g no Líder/06 e particularmente filme


cinematográfico pelo código m no campo 007/00. Este registro destaca o uso
dos seguintes campos para filmes incluindo vários campos 007, 300 e 541
para diversas versões do filme que está sendo descrito. Inclui outros dados
no campo 510 (Nota de citação/referência), 508 (nota dos créditos de
criação/produção) e 511 (Nota do participante ou do executor).

LDR *****cgm##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920513133548.3
007 mr#bf##dnnartnnac198607
007 mr#bf##dnnbdtnnac198607
007 mr#bf##dnnaetnnac198607
008 870505s1918####xxu055############ml####d
040 ## $a <código da instituição> $c <código da instituição> $eamim
245 00 $a =M'liss $h [filme cinematográfico] / $c Pickford Film Corp. ;
supervised and directed by Marshall A. Neilan ; photoplay by Frances Marion.
257 ## $a U.S.
260 ## $a United States :$b Artcraft Pictures Corporation, $c 1918.
300 ## $a 5 bobinas de 5 em 2 (1988 ft.) :$b mudo, p&b ; $c 16 mm $3 imp.
ref.
300 ## $a 5 bobinas de 5 em 2 (1988 ft.) :$b mudo, p&b ; $c 16 mm $3 dupe
neg.
300 ## $a 5 bobinas de 5 em 2 (1988 ft.) :$b mudo, p&b ; $c 16 mm $3 arch
pos.
500 ## $a Copyright: Famous Players-Lasky Corp.; 18Apr18; LP12321.
500 ## $a Publicado originalmente em 35 mm
500 ## $a Baseado na estória de Bret Harte.
508 ## $a Fotografado por Walter Stradling ; diretor de arte, Wilfred Buckland.
510 4# $a New York times film reviews, $c 5-6-18.
510 4# $a Variety film reviews, $c 5-10-18.
510 4# $a Moving picture world, $c v. 36.l, p. 894, 897, 1043.
511 1# $a Mary Pickford (M'liss), Theodore Roberts (Bummer Smith), Thomas
Meighan (Charles Gray), Charles Ogle (Yuba Bill), Tully Marshall (Judge
Joshua McSnaggley), Monty Blue (Mexican Joe), Val Paul (Jim Peterson),
Winnifred Greenwood (Clara Peterson).
520 ## $a A western comedy-melodrama set in the mining town, Red Gulch,
Calif. about the untamed daughter (Mary Pickford) of the town drunk
(Theodore Roberts) who falls in love with the new schoolteacher (Thomas
Meighan) who is accused of murdering her father and the situations that occur
during his murder trial.
541 ## $3 ref print $d Recebido: 8-20-80 da LC film lab; $c doação; $a Pickford
(Mary) Collection.
541 ## $3 dupe neg $d Recebido: 11-20-79 da LC film lab; $c doação; $a
Pickford (Mary) Collection.
541 ## $3 arch pos $d Received: ca. 1958 from USDA film lab; $c doação, 35
mm de nitrato copiado à prestação; $a Pickford (Mary) Collection.
700 1# $a Neilan, Marshall A., $d 1891-1958, $e diretor.
700 1# $a Marion, Frances, $d 1888-1973, $e escritor.
700 1# $a Pickford, Mary, $d 1893- $e elenco.
700 1# $a Roberts, Theodore, $d 1861-1928, $e elenco.
700 1# $a Marshall, Tully, $d 1864-1943, $e elenco.
700 1# $a Meighan, Thomas, $d 1879-1936, $e elenco.
710 2# $a Artcraft Pictures Corporation.
710 2# $a Pickford Film Corp.
710 2# $a Famous Players-Lasky Corporation.
245 00 $a Chicago $h [filme cinematográfico] / $c Miramax Films ; directed by
Rob Marshall ; produced by Martin Richards ; screenplay, Bill Condon ; edition,
Martin Walsh.
260 ## $a [estados Unidos] : $b Miramax International, $p2002.
300 ## $a 7 bobinas cinematogr. (110 min) : $b son, color. : $c 35 mm.
500 ## $a Baseado no musical "Chicago", da peça de Maurine Dallas
Waltkins.
508 ## $a Trilha sonora original, Danny Elfman; coreografia, Rob Marshall;
direção de arte, John Myhre.
511 1# $a Catherine Zeta-Jones, Renée Zellweger, Richard Gere.
546 ## $a Legendado em português.
700 1# $a Waltkins, Maurine Dallas.
700 1# $a Marshall, Rob.
700 1# $a Richards, Martin.
700 1# $a Condon, Bill.
700 1# $a Walsh, Martin
700 1# $a Elfman, Danny.
710 2# $a Miramax International

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em: https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/.


Acesso em 05 Fev. 2022.
Materiais gráficos - Capítulo 8

Segundo o AACR2, (2004), disponibiliza também as regras para a descrição


de materiais gráficos como: originais e reproduções de arte bidimensionais,
fotografias, quadros, desenhos técnicos, diafilmes, slides (diapositivos) etc. (AACR2r
8.0A1).
Como fonte principal de informação, utilize o próprio recurso e quaisquer
etiquetas fixadas permanentemente nele ou em seu contêiner (caixa etc.) (AACR2r
8.0B1). A descrição de materiais gráficos compreende muitos dos elementos dados
no Capítulo 1 do AACR2r. Para o registro desses elementos são utilizadas as regras
gerais, também dadas no Capítulo 1, e as orientações providas ao longo do Capítulo
8. (AACR2, 2004)

Recursos eletrônicos - Capítulo 9

Segundo o AACR2, (2004), disponibiliza também as regras para a descrição de


recursos digitais como dados que representam números, textos, imagens, vídeos,
mapas, sons etc., e programas de computador (AACR2r 9.0A1). Em muitos casos, os
recursos digitais compartilham características com recursos de outros tipos.

Um e-book, por exemplo, é tanto um recurso digital quanto um livro. Para as


situações em que isso ocorre, devem ser consultados, além do Capítulo 9, os demais
capítulos que provêm regras para a descrição aplicáveis ao recurso descrito (AACR2r
9.0A1).

No contexto do Capítulo 9, os recursos digitais podem ser abordados de duas


maneiras em relação ao acesso: a) recursos de acesso direto ou local: armazenados
em um suporte disponível localmente, por exemplo, um CD que faz parte do acervo
da biblioteca; ou b) recursos de acesso remoto: acessível por meio de uma conexão,
ou seja, um recurso on-line (AACR2r 9.0A1).

Modelo 7 - Material Gráfico Bidimensional Não Projetável

O exemplo pode ser identificado como um registro de Gráfico bi-dimensional


não projetável pelo código k no Líder/06, e ilustra o tipo de registro usado para
um documento original ou histórico. Inclui no campo 100, o subcampo $e
(Termo de relação); campo 245, subcampo $h (DGM); campo 541 (Nota da
Fonte Imediata de Aquisição); campo 655 (Termo Indexado Gênero/Forma);
e segundo valor do indicador 7 nos Campos 650 e 655 costuma citar a fonte
do termo.

LDR *****ckm##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920513143848.3
007 kh|bo|
008 870504 s1917#### xxunnn ####### #####kn eng#d
040 ## $a <código da instituição> $c <código da instituição> $e gihc
100 1# $a Gilpin, Laura, $e fotógrafo.
245 15 $a [The prelude] $h [gráfico].
260 ## $c c1917.
300 ## $a 1 fotograv. :$b platina ;$c 15 x 20 cm.
500 ## $a Informação no verso sobre o título de copirraite.
500 ## $a Montado em papelão.
520 0# $a Edith Rubel Trio (Edith Rubel, Brenda Putnam, and Maria Roemaet
Rosanoff) performing.
541 ## $c Depósito de copyright; $a Gilpin; $d 1917.
610 20 $a Edith Rubel Trio.

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em: https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/.


Acesso em 05 Fev. 2022

Artefatos tridimensionais e realia - Capítulo 10

O AACR2 (2004) disponibiliza as regras para a descrição de recursos


tridimensionais não contemplados nos capítulos anteriores: modelos, dioramas, jogos,
quebra-cabeças, esculturas e demais obras de arte tridimensionais, objetos de
exposição, máquinas e vestuário, objetos que aparecem ao natural etc. (AACR2r
10.0A1).

A fonte principal de informação para a descrição desses recursos é o próprio


objeto com qualquer material textual ou contêiner (caixa, embalagem etc.) publicado
pelo editor ou fabricante (AACR2r 10.0B1).

Modelo 8 – Materiais especiais - Artefatos Tridimensionais e Objetos Da Natureza

O exemplo identifica um registro para um artefato tridimensional ou realia,


pelo código r em Leader/06.
Campos fornecidos pelo catalogador: campo 245 (Título Principal) e campo
260 (Área da Publicação, Distribuição), justificados pela nota no campo 500 e
nota de resumo no campo 520.

LDR *****crm##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920902031155.0
008 870119 q18601869 xxunnn ####### #####rn ####d
040 ## $a <código da instituição> $c <código da instituição>
043 ## $a n-us---
045 ## $a w6w6
245 00 $a [Cannon ball] $h [realia].
260 ## $c [186-] $e (United States : $f [s.n.])
300 ## $a 1 bala de canhão : $b chumbo, cinza ; $c 10 cm de diâm.
500 ## $a Título fornecido pelo catalogador.
520 ## $a "12-pounder" cannon ball used in the Civil War.
650 04 $a Artilharia.
651 #4 $a Estados Unidos $x História $y Guerra Civil, 1861-1865.

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022

Microformas - Capítulo 11

O AACR2 (2004) disponibiliza regras para a descrição de microformas:


microfilmes, microfichas, micro opacos e cartões-janela. As microformas descritas no
Capítulo 11 podem ser tanto recursos originalmente publicados como microformas ou
reproduções em microformas de recursos textuais ou gráficos (AACR2r 11.01). Assim
como os recursos digitais, as microformas podem possuir características de outros
tipos de recursos.

Nos casos em que isso ocorre (microformas de materiais cartográficos, de


músicas e de publicações seriadas), a descrição contém, na área 3, dados registrados
de acordo com outros capítulos. Para o registro das demais áreas, são utilizadas as
regras gerais do Capítulo 1 e as regras específicas dadas no Capítulo 11.

Recursos contínuos - Capítulo 12

O AACR2 (2004) disponibiliza regras para a descrição de recursos contínuos:


periódicos, atualização de websites, folhas soltas de atualização, recursos com
características de publicações seriadas, reimpressões de publicações seriadas,
recursos integrados finitos etc. (AACR2r 12.0A1).
As regras deste capítulo buscam indicar a natureza contínua dos recursos e são
aplicadas junto das regras gerais dadas no Capítulo 1 e as regras específicas para
cada tipo de recurso, dadas nos demais capítulos.
No Capítulo 12, a área 3 recebe o nome de área da numeração e inclui os
dados sobre as designações numéricas, alfabéticas e/ou cronológicas de uma
publicação seriada, tais como volume, número, mês e ano.

Modelo 9 – Materiais especiais - Recursos contínuos

LÍDER *****nas##22*****#a#4500
001 <número de controle>
003 <identificador do número de controle>
005 19920716101553.0
008 981214c19989999spbwr#p#######0###a1eng#d - Recurso Contínuo
(CR)
040 ## $a BlCuPUC $c BlCuPUC
245 00 $a Época
260 ## $a São Paulo : $b Globo
300 ## $a v. : $b il. ; $c 27 cm
310 ## $a Semanal
362 0# $a Vol. 1 (1998)-
590 ## $a Material disponível na Biblioteca Central.
590 ## $a Data de início da coleção na Biblioteca: 1998-
590 ## $a Assinatura
650 04 $a Generalidades
Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em: https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/.
Acesso em 05 Fev. 2022.

Exemplos de catalogação de materiais não livros

Modelo de ficha catalográfica para Filmes


Fonte :Biblioteca UFU. Universidade Federal de Uberlândia, 2020. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=104033. Acesso em: 24 mar. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para Filmes no Formato MARC

Fonte:Biblioteca UFU. Universidade Federal de Uberlândia, 2020. Disponível em:


https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=104033. Acesso em: 24 mar. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para Filmes no Formato Dublin Core


Fonte: Biblioteca UFU. Universidade Federal de Uberlândia, 2020. Disponível em:
https://acervo.bibliotecas.ufu.br/index.php?codigo_sophia=104033. Acesso em: 24 mar. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para material cartográfico

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para material cartográfico no Formato MARC


Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:
https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para Artefatos

Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:


https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.

Modelo de ficha catalográfica para Artefatos no Formato MARC


Fonte: Catálogo da Rede Pergamum. Disponível em:
https://www.pergamum.pucpr.br/redepergamum/. Acesso em 05 Fev. 2022.
REFLITA

Qual a maior biblioteca do mundo?

A campeã é a biblioteca do Congresso, que fica em Washington D.C., nos EUA.


Seu acervo tem mais de 155 milhões de itens, entre livros, manuscritos, jornais,
revistas, mapas, vídeos e gravações de áudio (mas, curiosamente, não tem uma cópia
de todos os livros publicados no país). Ela é a biblioteca oficial de pesquisa do
Congresso norte-americano e foi criada em 1800, quando a sede federal foi transferida
de Filadélfia para Washington. Seu prédio , chamado Thomas Jefferson Building, foi
aberto ao público em 1897.

Mais que só livros

Números impressionantes da Biblioteca do Congresso.


Fonte: Blog CRB6. Disponível em: http://blog.crb6.org.br/artigos-materias-e-entrevistas/curiosidade-
qual-a-maior-biblioteca-do-mundo/. Acesso em: 10 abr. 2022.

#REFLITA#
SAIBA MAIS

Fonte: Notícia falsa. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Not%C3%ADcia_falsa.


Acesso em: 24 mar. 2022.

#SAIBA MAIS#
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como foi visto, ao longo da história, a catalogação passou por muito progresso,
as mudanças ocorridas em suas teorias e práticas foram realizadas pelo
desenvolvimento tecnologias de informação e foram impulsionadas pela necessidade
de representar os diversos suportes de informação, cada vez mais recorrentes no
mundo informacional em que estamos inseridos. As modificações advindas no cenário
da catalogação ocorreram em virtude do trabalho intenso que a IFLA está realizando
por meio de seus encontros (meetings).

E assim se percebeu a necessidade de redefinir as funções do catálogo, dando


a ele mais foco no usuário, permitindo com que as tarefas de encontrar, identificar,
selecionar e obter sejam alcançadas. Isso significa que a história da catalogação criou
as diretrizes traçadas hoje, através de processos catalográficos que visavam à eficácia
das operações da biblioteca.

Ressaltamos que os Princípios Internacionais de Catalogação foram


indispensáveis para a normalização internacional dos códigos de catalogação
existentes e para a evolução da catalogação, porque trouxe uma nova visão sobre o
tratamento de recursos bibliográficos. Nesse novo cenário, fez-se necessária a revisão
de normas e nos códigos que são utilizados para se fazer a descrição dos materiais,
por isso uma revisão das regras existentes é necessário, pois as regras estabelecidas
no AACR2, não são nada flexíveis principalmente para abranger as novos tipos de
matérias e as inovações decorrentes da evolução tecnológica.

O desenvolvimento das tecnologias de informação comunicação trouxeram


novas diretrizes para a prática do tratamento da informação, assim como o surgimento
de padrões de representação bibliográfica como o MARC 21 e o Dublin Core que
auxiliam diretamente na recuperação da informação digital. Essa evolução gerou ainda
mais impactos com o surgimento da internet, que acarretou no crescimento em larga
escala de documentos eletrônicos e suportes variados de informações. Portanto, os
encontros realizados pelas autoridades em catalogação exerceram grande
importância para a evolução da catalogação, que estava estagnada nos recursos
informacionais analógicos.

Com os catálogos automatizados pode-se modernizar o “Processo Técnico”


com uma maior facilidade dos seus serviços como o excesso de tarefa, pois cada
documento é catalogado apenas uma vez, eliminando o desdobramento de fichas
catalográficas. A correção dos erros e alteração dos registros também ficou mais fácil.

Com a uniformização da catalogação segundo o formato MARC permite a


exportação/importação de registros entre os vários catálogos, libertando os técnicos
da biblioteca para outras tarefas, nomeadamente a prestação de um serviço de
referência de qualidade; possibilidade de pesquisar em texto livre e pesquisa booleana
e a criação de inúmeros pontos de acesso para a pesquisa. A disponibilização dos
catálogos na Internet, independente da hora e do local, permite também o acesso a
documentos existentes em outras bibliotecas e a documentos digitais.

O estabelecimento do RDA mudou a forma de se pensar da catalogação,


trazendo enfoque maior na concepção conceitual das regras. Dessa forma, o RDA
representa a mudança na prática catalográfica. Os seus princípios, objetivos e
modelos conceituais oferecem um maior entendimento e coerência lógica na
catalogação. A capacidade de atender as necessidades dos usuários de forma
otimizada quebrou barreiras com o AACR2R.

RDA apresenta uma estrutura extensível para descrever todos os tipos de


recursos, dando uma nova abordagem à descrição dos aspectos dos registros
bibliográficos, tomando como ponto de partida os modelos FRBR. A base do RDA é
fundamentada por elementos já existentes do AACR2, porém, o RDA apresenta um
maior detalhamento na representação dos dados. Esse detalhamento evidencia-se na
maior exatidão de pontos de acesso autorizados e na clara identificação das relações
de seus atributos.

O RDA garante uma melhor navegação no catálogo e melhor visualização dos


registros bibliográficos, define os elementos dos dados com precisão, mantém diálogo
com outras comunidades de metadados e elimina práticas confusas de descrição
bibliográfica. Por ser uma norma de conteúdo de dados, o RDA é aplicável para
diversos recursos de informação, como documentos bibliográficos, em formato físico
ou eletrônico, e traz maior coerência na realização de busca de informação.

Quanto ao catalogador, esse deverá ser consciente na realização de seu


trabalho, que terá que ser realizado com qualidade, porque o seu papel é de servir as
necessidades dos usuários. Ou seja, é necessário que o processo de catalogação seja
caracterizado pela integralidade, clareza, precisão, lógica e consistência dos dados,
visando sempre a qualidade da catalogação.

Os dados inseridos pelos catalogadores nos sistemas das bibliotecas devem


ser ainda mais coerentes e estar de acordo com os padrões de catalogação
estabelecidos internacionalmente, pois os registros terão utilização no presente e
futuro, cada vez mais difundidos, abrangentes e acessíveis em decorrência da era
digital.

Nesse sentido, a utilização do RDA se torna viável e com grande possibilidade


de se obter um maior sucesso na resolução dos problemas que surgirem devido à
padronização dos dados bibliográficos disponíveis nas bases de dados que são
utilizadas no momento. Essas mudanças precisam ser assimiladas pelos profissionais
da informação e paulatinamente sendo praticadas. Atualmente no Brasil, observa-se
que existem estudos sobre a evolução histórica da catalogação, mas ainda são poucas
as publicações sobre os novos padrões da catalogação.

Essas mudanças também trouxeram melhorias no processo de catalogação dos


livros, periódicos, e nos novos formatos e suportes de material que apareceram e que
ainda vão aparecer para compor o acervo de uma unidade de informação.
LEITURA COMPLEMENTAR

Prezado aluno, propomos algumas leituras sobre os assuntos estudados acima


para que você possa se aprofundar mais um pouco sobre os temas abordados, estes
são de grande importância para o seu desenvolvimento profissional. Antes de
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas procurando assimilar
o conteúdo estudado.

CERRAO, Natalia Gallo; CASTRO, Fabiano Ferreira de. Aplicações de metadados


baseadas em FRBR e RDA em repositórios institucionais digitais: uma revisão
sistemática da literatura. Transinformação [online]. 2020, v. 32. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/tinf/a/jwdGWMncgQLpJFXWLMg485g/?lang=pt#. Acesso em:
05 Fev. 2022.

GUILHERME, Roger C. Introdução ao ABCD: automação de bibliotecas e centros


de documentação. Rio Grande: [s. n.], 2009. Disponível em:Microsoft Word - Apostila
ABCD.doc (wordpress.com). Acesso em: 05 Fev. 2022.

OLIVEIRA, Zita Prates de et al. O uso do campo MARC 9XX para controle
bibliográfico institucional. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 179-186,
maio/ago. 2004. Disponível em: 2-2004.pmd (scielo.br)2-2004.pmd (scielo.br).
Acesso em: 05 Fev. 2022.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO. Divisão de


Bibliotecas e Documentação. Marc 21: formato bibliográfico. Rio de Janeiro, 2010.
Disponível em: MARC21 (puc-rio.br). Acesso em: 05 Fev. 2022.
LIVRO

• Título.Código de Catalogação Anglo-americano


• Autor.FEBAB.
• Editora. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
• Sinopse: O crescimento vertiginoso das informações e a variação incessante de
seus suportes estão transformando as bibliotecas contemporâneas. Os acervos já não
se restringem a livros, revistas e jornais, mapas e outros documentos impressos em
papel. Incluem, cada vez mais, filmes, fitas de vídeo, discos, disquetes e demais
recursos. E as bibliotecas valem-se dos avanços na informática e nas
telecomunicações para facilitar o acesso a suas coleções. Com a multiplicação e a
diversificação das fontes, a pluralidade dos meios utilizados e mais a intensificação do
intercâmbio, as tarefas dos bibliotecários tornaram-se mais complexas na hora de
organizar os acervos, incluir novos suportes e atender à demanda dos usuários,
requerendo o desenvolvimento das formas de armazenar, recuperar e difundir as
informações. Nesse contexto, a existência de um sistema classificatório atualizado e
amplamente aceito tornou-se ainda mais vital, aumentando a importância do Código
de Catalogação, conhecido como AACR2, norma internacional que subsidia o
tratamento da informação e é adotada pelas grandes bibliotecas de todos os países.
(...) A Imprensa Oficial do Estado associou-se à FEBAB para garantir a publicação
desta valiosa ferramenta cultural, consciente de sua importância para a modernização
de nossas bibliotecas e para a democratização das informações nelas preservadas.

•. Link:
https://biblioteconomiasemcensura.files.wordpress.com/2013/05/aacr2_completo1.pd
FILME/VÍDEO

.
• Título. A sociedade literária e a torta da casca de batata
• Ano. 2018
• Sinopse. Inspirado no romance escrito por Annie Barrows e Mary Ann Shaffer (esta
última, falecida em 2008), o filme “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata”
(original The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society), um nome longo e
carregado de certa dose de humor, A história é simples: em meio a uma crise criativa,
a escritora Juliet Ashton (Lily James) recebe uma inesperada carta do fazendeiro
Dawsey (Michiel Huisman), relatando como um livro o ajudou a passar pelos tortuosos
dias de guerra. Intrigada com a missiva e com a existência de uma sociedade literária
que carrega o nome de um alimento, Juliet conta com a colaboração de seu editor
Sidney (vivido pelo excelente ator Matthew Goode, mas que ficou completamente
obliterado no longa) e do noivo diplomata Mark (Glen Powell) e parte para Guernsey,
uma das Ilhas do Canal tomada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial (Mara
Vanessa, Biblioo).
WEB

TERRA, Guilhermina de Mello. Catalogação: aspectos históricos. Biblio Responde.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1v4EhgJdXRc. Acesso em: 24 .ar.
2022.

ASSUMPÇÃO, Fabrício. MARC 21: conceitos iniciais (parte 1). 2015. Disponível em :
https://www.youtube.com/watch?v=nX3sKCgRGSY. Acesso em: 24 .ar. 2022.

ASSUMPÇÃO, Fabrício. MARC 21: conceitos iniciais (parte 2). 2015. Disponível em :
https://www.youtube.com/watch?v=dNjTzRKdeAI. Acesso em: 24 .ar. 2022.
REFERÊNCIAS

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fotográficos: uma aproximação comparativa dos códigos AACR2 e ISAD (G).
Marília, 2006. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-
Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/albuquerque_ac_me_mar.pdf. Acesso
em: 05 Fev. 2022.

BAPTISTA, D. M. Catalogação: uma revolução em curso. ENCONTRO NACIONAL


DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 9. 2008, São Paulo. Disponível
http://repositorios.questoesemrede.uff.br/repositorios/bitstream/handle/123456789/78
9/7.pdf?sequence=1. Acesso em: 05 Fev. 2022.

CÓDIGO de catalogação anglo-americano (AACR2). 2. ed. rev. 2002. São Paulo:


FEBAB: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. Disponível em:
https://biblioteconomiasemcensura.files.wordpress.com/2013/05/aacr2_completo1.pd
f. Acesso em: 05 Fev. 2022.

GUSMÃO, Armando Nobre de; CAMPOS, Fernanda Maria Guedes ;


SOTTOMAYOR, José Carlos Garcia (Coord.). Regras portuguesas de
catalogação. 4ª reimp. Lisboa : Biblioteca Nacional, 2010.

FERREIRA, Maria Alice. Você sabe o que é catalogação? Câmara brasileira do


livro, 2021. Disponível em: https://www.cblservicos.org.br/catalogacao/voce-sabe-o-
que-e-catalogacao/. Acesso em: 05 Fev. 2022.

JOINT STEERING COMMITTEE FOR A REVISION OF ANGLO AMERICAN


CATALOGUING RULES. A new organization for RDA. 2007.Disponível em:
http://www.collectionscanada.gc.ca/jsc/rda-new-org.html. Acesso em: 05 Fev. 2022.

JOINT STEERING COMMITTEE FOR A REVISION OF ANGLO AMERICAN


CATALOGUING RULES. A brief history of AACR. 2006. Disponível em:
http://www.collectionscanada.ca/jsc/history.htm. Acesso em: 05 Fev. 2022.

MANATA, Alexandra. Instrução de trabalho: descrever documento: publicações


periódicas. Universidade do Porto, 2006. Disponível em:
https://paginas.fe.up.pt/~contqf/testes/SDI/Biblioteca/ProcessoGerirDocumento/proce
ssarDoc/Descrever_Documento_PublicacoesPeriodicas.html. Acesso em: 05 Fev.
2022.

MARCOS, Isabel Vaz. Análise e linguagens documentais II. Universidade Aberta,


2014. Disponível em:
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MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete publicação periódica. Dicionário
Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001.
Disponível em https://www.educabrasil.com.br/publicacao-periodica. Acesso em: 05
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MEY, Eliane S. A.; SILVEIRA, Naira C. Catalogação no plural. Brasília: Briquet de


Lemos, 2009.

ROCHA, Sueli Nemen. Catalogação, Classificação de Materiais Bibliográficos e


Documentais. Curitiba-PR: UTFPR, 2010. Disponível em:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/14catalogaca
o_classificacao.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022.

SILVA, Eliana Barboza de Oliveira et al. Conceituação e aplicação do novo padrão


para descrição bibliográfica Resource Description and Access (RDA).CRB-8 Digital,
São Paulo, v. 5, n. 1, p. 113-123, jan. 2012. Disponível
em:http://revista.crb8.org.br/index.php/crb8digital/article/viewFile/74/76. Acesso em:
24 mar. 2022.

SOTTOMAYOR, José Carlos. Regras de catalogação: descrição e acesso de


recursos bibliográficos nas bibliotecas de língua portuguesa. Lisboa: BAD
Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 2008.

TILLETT, Barbara. O admirável mundo novo do FRBR (versão 5). In: Reunião Da
IFLA2de Especialistas para um Código de Catalogação Internacional, Pretoria,
2007.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Manual de Processamento Técnico do


Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Fluminense. 2020. Disponível
em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13051. Acesso em: 05 Fev. 2022.

ZUCCO, Letícia. As partes que compõem um livro. Disponível em:


https://editoravisao.com.br/literatura/as-partes-que-compoem-um-livro/. Acesso em:
05 Fev. 2022.

2
Federação Internacional das Associações de Bibliotecários e Instituições(IFLA)
CONCLUSÃO GERAL

Prezado(a) aluno(a),
Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo por escolher essa profissão
que trata basicamente, talvez, do bem mais precioso da atualidade: "a
informação". E vocês como futuros profissionais da informação, vocês precisam
de algumas competências profissionais para realizar esse trabalho.
Neste material trouxe para você os principais conceitos sobre os
Processos de catalogação, que aparentemente pode parecer um tema
complicado, mas seu aprendizado é essencial para o seu desenvolvimento
profissional.
Como foi dito e você pode verificar ao longo dos estudos, as
particularidades que acompanham o processo de elaboração de registros
bibliográficos são temas de constante discussão entre os profissionais para que
cada vez se procure adaptar os assuntos e situações distintas.
Abordamos nesse material o processo de catalogação desde o seu
surgimento, ou seja, do ponto de vista da história, até os dias atuais, procurando
sempre identificar os principais padrões, ferramentas, formatos e modelos, que
somados formam as colunas que sustentam e dão suporte ao processo de
catalogação na atualidade.
Gostaria de deixar claro que não houve a intenção de esgotar o assunto,
mas sim dar a base necessária para que você aprofunde seu conhecimento
sobre o tema.
Resta, finalmente, desejar que você, aluno(a) e também um (a) futuro(a)
bibliotecário(a), aproveitem as reflexões aqui deixadas e tenha sucesso como
profissional.
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

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