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LÍNGUA X LINGUAGEM

Língua: sistema de signos convencionados por determinados


povos, em certas épocas, em determinados locais, sob
diferentes condições etc.

Ou seja, é um patrimônio cultural, um bem coletivo.

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Linguagem: um simples veículo de transmissão de


informações e mensagens entre um emissor e um receptor.
REVISÃO

TEXTO E TEXTUALIDADE

a) “(...) o que as pessoas têm a dizer umas às outras não são


palavras nem frases isoladas, são textos.” (COSTA VAL,
1991, p.3)

b) “Pode-se definir texto ou discurso como ocorrência


linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada
de unidade sócio-comunicativa, semântica e formal.”
(COSTA VAL, 1991, p.3)

COSTA VAL, Maria da Graça. Texto e textualidade. In: Redação e textualidade.


São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 3-16.
TEXTUALIDADE

“(...) conjunto de características que faz com que um


texto seja um texto, e não apenas uma sequência de
frases.” (COSTA VAL, 1999, p. 4)

Sete fatores responsáveis pela textualidade:


•a coerência e a coesão (...)
•a intencionalidade,
•a aceitabilidade,
•a situacionalidade,
•a informatividade e;
•a intertextualidade.”

(BEAUGRANDE & DRESSLER, 1983, apud COSTA VAL, 1999, p. 4)


COERÊNCIA

✓ A coerência está diretamente ligada à possibilidade de


se estabelecer um sentido para o texto. (...) Este
sentido deve ser do todo, pois a coerência é global.
(KOCK, 2001 p. 21)

✓ Manifesta-se, em grande parte, no nível


macroestrutural e está ligada aos processos cognitivos
operantes entre os usuários. (FÁVERO, 2006)
COESÃO

✓ A coesão é o critério mais importante da textualidade;


sabe-se que ela não é necessária nem suficiente, ou
seja, sua presença não garante a textualidade e sua
ausência não a impede.

✓ Refere-se aos nexos, aos elos de ligação entre as partes


do texto. Manifesta-se, então, em nível microestrutural.
CIRCUITO FECHADO

Chinelo, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água,
espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete,
água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoadura, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis,
documentos, caneta, chaves, lenço, relógio. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e
pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Mesa e
poltrona, cadeira, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de
notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas,
quadros, papéis, telefone. Bandeja, xícara pequena. Papéis, telefone,
relatórios, cartas, notas, vale, cheques, memorando, bilhetes, telefone, papéis.
Relógio, mesa, cavalete, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, bloco de papel,
caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro,
giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeira, copo, pratos,
talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e
poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, telefone interno, externo,
papéis, prova de anúncio, caneta e papel, telefone, papéis, prova de anúncio,
caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro.
Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesas, cadeiras, prato,
talheres,copos, guardanapos. Xícaras. Poltrona, livro. Televisor, poltrona.
Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso,
descarga , pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta,
cama, travesseiro.

(Ricardo Ramos)
CIRCUITO FECHADO
(1) Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma,
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água
quente, toalha. (2) Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça,
meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço,
relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. (3) Jornal, mesa, cadeiras, xícara e pires,
prato, bule, talheres, guardanapo. (4) Quadros. (5) Pasta, carro. (6) Cigarro, fósforo.
Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas,
bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas,
quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis,
telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone,
papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos,
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro,
fósforo, quadro-negro, giz, papel. (7) Mictório, pia, água. (8) Táxi. (9) Mesa, toalha,
cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa
de fósforos. (10) Escova de dentes, pasta, água. (11) Mesa e poltrona, papéis, telefone,
revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de
anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone,
caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta.
(12) Carro. (13) Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo,
revista. (14) Quadros. (15) Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos.
Xícaras. Cigarro e fósforo. (16) Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona.
Cigarro e fósforo. (17) Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,
chinelos. (18) Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. (19)
Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
Construção de coerência em
Circuito Fechado.
ALGUMAS PERGUNTAS:

✓ Quantos parágrafos há no texto?


✓ Em que período de tempo se passa o texto?
✓ A personagem é homem ou mulher? Como se pode perceber isso?
✓ A personagem tem algum vício? O que você falaria a ela a respeito disso?
✓ Qual seria a atividade profissional da personagem? O que nos permite fazer
tal observação?
✓ O autor constrói um texto sintético, usando apenas substantivos. Que relação
pode haver entre essa escolha do autor e o tema da crônica?
✓ Qual é o substantivo que aparece no começo e no final do texto? Esse
substantivo é importante para marcar o texto? Por quê?
✓ Qual é a relação que existe entre o título e o mundo moderno?
Esse texto é da década de 1970 (Ricardo Ramos, Circuito fechado: contos,
1978). De que outros recursos esse profissional poderia dispor atualmente
para realizar seu trabalho? Será que a rotina dele seria a mesma?
Construção de coesão em
Circuito Fechado (2):

(1) Levantou-se pela manhã ao despertar do relógio, colocou os


chinelos que o esperavam ao pé da cama e se dirigiu ao
banheiro. Sentou no vaso e esperou o tempo necessário para
terminar suas necessidades fisiológicas e puxou a descarga.
(2) Foi em direção à pia e começou a esfregar o sabonete nas
mãos a fim de retirar qualquer cheiro. (3) Então, lentamente,
abriu a torneira e deixou a água cair. (4) Passou a mão na
escova, jogou um pouco de creme dental nas cerdas e se
escovou. Abriu a torneira novamente e deixou um pequeno fio
de água correndo, fez um pouco de espuma na mão com o
creme de barbear e passou o pincel até a espuma ficar mais
densa. Abriu a porta do armário, pegou uma gilete e a colocou
embaixo da água para ajudar no corte da barba. Levantou a
cortina do box, pegou o sabonete e no misturador deixou a
temperatura certa com água fria e água...
Então:

✓ A coesão do texto se realiza como forma de prover e


indicar a continuidade e a unidade semântica do
texto, pois é através da coesão, com ou sem os elos
coesivos, que se articulam as ideias.

✓ A articulação das ideias contribui para a coerência do


texto. .

✓ O texto dado conta com a previsibilidade do leitor,


com o tecer de hipóteses interpretativas que só
serão satisfatórias dependendo do modo como ele
organiza o percurso da leitura na sua mente.
FATORES DE COESÃO (FÁVERO, 2006)

REFERENCIAL RECORRENCIAL SEQUENCIAL

REITERAÇÃO

A casa pegara fogo. Da casa não


SUBSTITUIÇÃO
sobrara nada. (mesmo item lexical)
Os pais de Pedro morreram.
A criança caiu e chorou. Esse
Ele os amavam muito. (anáfora)
menino não fica quieto. (sinônimos)
Te digo isto: dirigir e beber não
Gosto muito de doce. Cocada,
é uma boa ideia. (catáfora)
então, adoro. (relação todo-parte)

Etc.
FATORES DE COESÃO (FÁVERO, 2006)

REFERENCIAL RECORRENCIAL SEQUENCIAL

RECORRÊNCIA DE TERMOS

“Pedro pedreiro, pedreiro esperando o trem


Que já vem, que já vem, que já vem, que já vem...” (Chico Buarque)

PARALELISMO

Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!


Eia telegrafia sem fios, simpatia metálica do Inconsciente! (uso de subst.)

PARÁFRASES
E
RECURSOS FONOLÓGICOS (ritmo, rima, eco, etc.)
FATORES DE COESÃO (FÁVERO, 2006)

REFERENCIAL RECORRENCIAL SEQUENCIAL

TEMPORAL: por meio da ordenação linear do tempo, partículas temporais,


correlação de tempos verbais.

Ex.: Levantou-se, escovou os dentes correndo e pulou no carro. Chegou atrasado.

POR CONEXÃO

Por meio do que Kock chama de operadores argumentativos:


então, no entanto, contudo, mas, porém, etc. (próximo capítulo ;P)
OPERADORES ARGUMENTATIVOS (KOCH, 1997)

São elementos da língua que indicam a força


argumentativa dos enunciados, ou seja, a direção do
sentido que queremos tomar ao dizer/escrever algo.
1) Assinalam o argumento mais forte de uma escala
orientada no sentido de determinada conclusão:
até / mesmo / até mesmo/ inclusive / etc.

A diretora está muito empenhada em viabilizar a


verba para a celebração dos trabalhadores.
Inclusive, ela nos informou no último e-mail que
conversou com possíveis patrocinadores.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

A festa foi um sucesso. Compareceram todos os


funcionários do setor, quase que a totalidade
dos convidados e _______________ o
presidente da empresa.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

A festa foi um sucesso. Compareceram todos os


funcionários do setor, quase que a totalidade
dos convidados, até mesmo / inclusive/
sobretudo, o presidente da empresa.
2) Somam argumentos a favor de uma mesma
conclusão: e / também / ainda / nem / não só... mas
também/ tanto... como / além de... / além disso... / a
par de… / etc.

João é o melhor candidato: tem boa formação em


Economia, tem experiência no cargo e não se
envolve em negociatas.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

João é muito trabalhador ______ estuda à noite.


COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

João é muito trabalhador e ainda estuda à noite.


COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

João não só é muito trabalhador, como ainda estuda à noite.


3) Introduzem uma conclusão relativa a argumentos
apresentados em enunciados anteriores: portanto /
logo / por conseguinte / pois / em decorrência /
Consequentemente / etc.

O custo de vida continua subindo vertiginosamente;


as condições de saúde do povo brasileiro são
péssimas e a educação vai de mal a pior. Portanto,
não se pode dizer que o Brasil esteja prestes a se
integrar no primeiro mundo.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

O ano tem sido produtivo. ____________, devemos


fechar o ano com algum lucro.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

O ano tem sido produtivo. Portanto / Assim / Dessa forma,


devemos fechar o ano com algum lucro.
4) Introduzem argumentos alternativos que levam a
conclusões diferentes ou opostas: ou / ou então /
quer... quer / seja... seja / ora... ora / etc.

Vamos juntos participar da passeata. Ou


você prefere se omitir e ficar aguardando os
acontecimentos?
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Não sabe o que quer: ___ decide sair, ___ decide ficar.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Não sabe o que quer: ora decide sair, ora decide ficar.
5) Estabelecem relações de comparação entre
elementos, com vistas a uma dada conclusão:
mais...que / menos...que / tão...quanto.

A Márcia é tão competente quanto a Lúcia


COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Não adianta insistir, pois elas não são iguais. A primeira


máquina é ___________ produtiva ___ a segunda.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Não adianta insistir, pois elas não são iguais. A primeira


máquina é mais / menos produtiva que a segunda.
6) Introduzem uma justificativa ou explicação
relativa ao enunciado anterior: porque / já que /
pois.

Não fui para a aula ontem porque estava com


uma gripe fortíssima.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Não espere muito das pessoas, _________ você não tem


contribuído muito.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Não espere muito das pessoas, pois / já que você não


tem contribuído muito.
7) Introduzem pressupostos no enunciado:
já / ainda / agora.

Paulo ainda mora no Rio.

Agora estou cansado.


COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Joana____ espera por notícias do pai desaparecido.


COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Joana ainda espera por notícias do pai desaparecido.


8) Distribuídos em escalas opostas: afirmação
[quase] total ou negação [quase] total: ‘um pouco’ e
‘pouco’, ‘quase’ e ‘apenas’, ‘só’, ‘somente'.

A maioria dos cidadãos já vota conscientemente:


quase 80%.

São poucos, mesmo agora, os que votam


conscientemente: apenas 30%.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

_____ 80% da população apoia leis contra fake news,


como a regulação de mídias, sobretudo as redes sociais.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Quase 80% da população apoia leis contra fake news,


como a regulação de mídias, sobretudo as redes sociais.
9) Contrapõem argumentos orientados para
conclusões contrárias: mas / porém / contudo / todavia
/ no entanto embora / ainda que / apesar de (que).

A equipe da casa não jogou mal, mas o adversário foi


melhor e mereceu ganhar o jogo.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Os gaúchos continuam esbeltos, ____________ de


comerem muita gordura.
COMPLETE O ESPAÇO EM BRANCO

Os gaúchos continuam esbeltos, apesar de comerem


muita gordura.
COERÊNCIA

ANIVERSÁRIO DE SÃO PAULO

FONTE: <http://noticias.uol.com.br/humor/1001_album.jhtm#fotoNav=2>
COERÊNCIA (KOCH & TRAVAGLIA, 2003)

A coerência é algo que se estabelece na interlocução, na interação


entre dois usuários numa dada situação comunicativa. Considera-
se, pois, a coerência como principio de interpretabilidade,
depende da capacidade dos usuários de recuperar os sentido do
texto pelo qual interagem, capacidade essa que pode ter limite
variáveis para o mesmo usuário depende da situação e para
usuários diversos depende de vários fatores.

É a coerência que dá textura ou textualidade à sequência


linguística, entendendo-se por textura ou textualidade aquilo que
converte uma sequência linguística em texto.
ESTES TEXTOS SÃO COERENTES?

✓Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou tudo o que


estava gravado?

✓Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com o dedo.

✓João é tão esperto que travou o carro com a chave dentro.


E ESTE?

Moça linda bem tratada,


três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor!

(Mário de Andrade)
FATORES DE COERÊNCIA

(KOCH & TRAVAGLIA, 2003)

Elementos linguísticos;
Conhecimento de mundo;
Conhecimento compartilhado;
Inferências;
Fatores de contextualização;
Situacionalidade;
Informatividade;
Intertextualidade;
Intencionalidade e aceitabilidade;
Consistência e relevância.
FATORES DE COERÊNCIA

Quem (locutor)?
(KOCH & TRAVAGLIA, 2003) Pra quem (alocutário)?
Quando?
Elementos linguísticos; Como?
Conhecimento de mundo; Em que circunstâncias?
Conhecimento compartilhado; Com quais objetivos?
Inferências; …..
Fatores de contextualização;
Situacionalidade;
Informatividade; Isso tudo dialoga entre si?
Intertextualidade; Há convergência entre os
Intencionalidade e aceitabilidade; elementos?
Consistência e relevância. Ou os elementos se chocam
de alguma forma?
ANALISE OS FATORES QUE TRANSFORMAM O TEXTO A SEGUIR
EM TEXTO COERENTE OU INCOERENTE.

Veja, maio de 1979.


POSSÍVEL ANÁLISE

O pai tem um conhecimento de mundo que lhe permite


supor que Mauro teve um filho, já que a mocinha
dissera: “Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem ou
mulher?” Esse tipo de fala é comumente usado para
casos de nascimentos de crianças, o que justifica a
pergunta posta. Entretanto, há uma quebra da
expectativa do pai quando a mocinha respondeu que
Mauro havia se casado. Essa quebra de expectativa
confirma-se na Moral: “Já não se entendem os diálogos
como antigamente.”
Qual é a primeira coisa que você faz quando entra na Internet? Checa seu e-mail, dá uma
olhadinha no Twitter, confere as atualizações dos seus contatos no Facebook? Há diversos
estudos comprovando que interagir com outras pessoas, principalmente com amigos, é o que
mais fazemos na Internet. Só o Facebook já tem mais de 500 milhões de usuários, que, juntos,
passam 700 bilhões de minutos por mês conectados ao site — que chegou a superar o Google
em número de acessos diários. (...) e está transformando nossas relações: tornou muito mais
fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova. Mas será que as amizades online
não fazem com que as pessoas acabem se isolando e tenham menos amigos offline, “de
verdade”? Essa tese, geralmente citada nos debates sobre o assunto, foi criada em 1995 pelo
sociólogo americano Robert Putnam. É provavelmente está errada. Uma pesquisa feita pela
Universidade de Toronto constatou que a Internet faz você ter mais amigos — dentro e fora da
rede. Durante a década passada, período de surgimento e ascensão dos sites de rede social, o
número médio de amizades das pessoas cresceu. E os chamados heavy users, que passam
mais tempo na Internet, foram os que ganharam mais amigos no mundo real — 38% mais. Já
quem não usava a Internet ampliou suas amizades em apenas 4,6%. Como a Internet está
mudando a amizade.

No texto, o trecho entre parênteses foi suprimido. Assinale a opção que contém uma
frase que completa coerentemente o período em que o trecho omitido estava inserido.

A) A Internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à amizade (…)
B) A Internet garante que as diferenças de caráter ou as dificuldades interpessoais sejam
“obscurecidas” pelo anonimato e pela cumplicidade recíproca (...)
C) A Internet faz com que você “consiga desacelerar o processo, mas não salva as relações”,
acredita o antropólogo Robin Dunbar (…)
D) A Internet raramente cria amizades do zero — na maior parte dos casos, ela funciona como
potencializadora de relações que já haviam se insinuado na vida real (…)
Qual é a primeira coisa que você faz quando entra na Internet? Checa seu e-mail, dá uma
olhadinha no Twitter, confere as atualizações dos seus contatos no Facebook? Há diversos
estudos comprovando que interagir com outras pessoas, principalmente com amigos, é o que
mais fazemos na Internet. Só o Facebook já tem mais de 500 milhões de usuários, que, juntos,
passam 700 bilhões de minutos por mês conectados ao site — que chegou a superar o Google
em número de acessos diários. (...); com isso está transformando nossas relações: tornou
muito mais fácil manter contato com os amigos e conhecer gente nova. Mas será que as
amizades online não fazem com que as pessoas acabem se isolando e tenham menos amigos
offline, “de verdade”? Essa tese, geralmente citada nos debates sobre o assunto, foi criada em
1995 pelo sociólogo americano Robert Putnam. E provavelmente está errada. Uma pesquisa
feita pela Universidade de Toronto constatou que a Internet faz você ter mais amigos — dentro
e fora da rede. Durante a década passada, período de surgimento e ascensão dos sites de
rede social, o número médio de amizades das pessoas cresceu. E os chamados heavy users,
que passam mais tempo na Internet, foram os que ganharam mais amigos no mundo real —
38% mais. Já quem não usava a Internet ampliou suas amizades em apenas 4,6%. Como a
Internet está mudando a amizade!

No texto, o trecho entre parênteses foi suprimido. Assinale a opção que contém uma
frase que completa coerentemente o período em que o trecho omitido estava inserido.

A) A Internet é a ferramenta mais poderosa já inventada no que diz respeito à amizade (…)
B) A Internet garante que as diferenças de caráter ou as dificuldades interpessoais sejam
“obscurecidas” pelo anonimato e pela cumplicidade recíproca (...)
C) A Internet faz com que você “consiga desacelerar o processo, mas não salva as relações”,
acredita o antropólogo Robin Dunbar (…)
D) A Internet raramente cria amizades do zero — na maior parte dos casos, ela funciona como
potencializadora de relações que já haviam se insinuado na vida real (…)
O emprego do elemento sublinhado compromete a coerência da frase:

a) Cada época tem os adolescentes que merece, pois são influenciados


pelos valores socialmente dominantes.

b) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conseguinte


alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno.

c) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente, bem como
alimentar a confiança em sua própria capacidade criativa.

d) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gerações


seguintes serão tão conformistas quanto a atual.

e) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto parece


faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.
O emprego do elemento sublinhado compromete a coerência da frase:

a) Cada época tem os adolescentes que merece, pois são influenciados


pelos valores socialmente dominantes.

b) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conseguinte


alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno.

c) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescente, bem como
alimentar a confiança em sua própria capacidade criativa.

d) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as gerações


seguintes serão tão conformistas quanto a atual.

e) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, porquanto parece


faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.
Identifique as incoerências nos textos a seguir:

a) Lá dentro havia uma fumaça espessa que não deixava que


víssemos ninguém. Meu colega foi à cozinha, deixando-me sozinho.
Fiquei encostado na parede da sala, observando as pessoas que lá
estavam. Na festa, havia pessoas de todos os tipos: ruivas, brancas,
pretas amarelas, altas, baixas etc.

b) (...) Mas foi a Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra


Mundial, que realizou as experiências mais aterradoras. Só que as
cobaias eram seres humanos. Prisioneiros de guerra, principalmente
judeus, foram submetidos a todos os tipos de crueldades .

c) Damos cem por cento na primeira parte do jogo e, se isso não for
suficiente, na segunda parte damos o resto.

d) Embaixo do único lustre, colocado no meio do texto, um grupo de


pessoas conversava animadamente. Quando ela entrou, todos pararam de
falar e olharam para ela. Ela não se importou e foi postar-se embaixo do
lustre num dos cantos da sala.
REFERÊNCIAS

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 11


ed.São Paulo:Ática, 2006.

KOCH, Ingedore. Operadores Argumentativos. In: Inter-ação


pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.

KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual.


15. ed. São Paulo: Contexto, 2003.

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