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Prefeitura Municipal de Camaçari - Ano XX - Nº 2290 - 2º Caderno de 15 de dezembro de 2023 - Página 01 de 46

2º CADERNO

DIÁRIO Nº 2290/2023
DE 15 DE DEZEMBRO DE 2023

MUNICIPIO DE CAMACARI:14109763000180 Assinado de forma digital por MUNICIPIO DE CAMACARI:14109763000180


Dados: 2023.12.15 10:14:19 -03'00'
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15 de dezembro de 2023 - Ano XX
Nº 2290 - 2º Caderno - Página 02 de 46

LEI CAPÍTULO II
DOS CONCEITOS BÁSICOS

Art. 3º Sem prejuízo dos demais conceitos trazidos por


LEI COMPLEMENTAR Nº 1873/2023 esta Lei, bem como por outros diplomas municipais, o
DE 15 DE DEZEMBRO DE 2023 Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do
Município de Camaçari contém os seguintes conceitos
Institui o Plano Diretor de básicos:
Desenvolvimento Urbano Sustentável
(PDDU-S) do Município de Camaçari. I — Ações Prioritárias nos Sistemas Estruturantes do
Território são conjuntos de intervenções e investimentos
O PREFEITO MUNICIPAL DE CAMAÇARI, ESTADO DA que têm por finalidade melhorar, ajustar e complementar
BAHIA, no uso de suas atribuições faz saber que a os sistemas urbanos e ambientais;
Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:
II — Áreas de Intervenção Urbana são porções do
TÍTULO I território nas quais a Administração Municipal identifique
DA PARTE GERAL interesse para reestruturação, transformação, recuperação
e melhoria ambiental e urbana com efeitos positivos na
CAPÍTULO I qualidade de vida, no atendimento às necessidades
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS sociais, na efetivação de direitos sociais e no
desenvolvimento econômico do Município;
Art. 1º Esta Lei Complementar revisa o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município de III — Certidões de Transferência de Potencial
Camaçari, abrangendo todo o seu território e revoga, por Construtivo são documentos concedidos pelo Poder
sua vez, toda e qualquer norma contrária às suas Público Municipal, mediante regular processo
disposições, em especial, a Lei Complementar Municipal administrativo. As Certidões de Transferência de Potencial
n.º 866/2008. Construtivo é conceito gênero, cujas espécies (ou tipos de
certidões) serão reguladas por esta Lei e pelo Código
Parágrafo único. O Poder Executivo deverá rever e Urbanístico. Elas fixarão, conforme o caso, o potencial
atualizar a presente Lei, no prazo máximo de 10 (dez) construtivo equivalente, do imóvel cedente, passível de ser
anos da sua aprovação pela Câmara Municipal, devendo transferido para lotes, glebas ou imóveis receptores,
realizar o seu acompanhamento e monitoramento calculado conforme o disposto nesta Lei e no Código
contínuo, e podendo ser revista antes do prazo Urbanístico;
estabelecido neste parágrafo, caso haja relevante
interesse público e sempre garantida a ampla participação IV — Contrapartida Financeira é o valor em pecúnia,
popular. pago ao Poder Público, seja ao Erário Municipal, ou a
algum Fundo criado, ou regido por lei municipal específica,
Art. 2º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano correspondente à contrapartida paga pelo proprietário,
Sustentável do Município de Camaçari é o instrumento de construtor ou incorporador, tanto nas contrapartidas dos
política urbana cujo propósito é ordenar e planejar o Empreendimentos a serem executados, quanto na outorga
desenvolvimento da cidade, servindo de baliza normativa onerosa de potencial construtivo adicional, a ser pago ao
para a Administração Municipal criar e aplicar regramentos Poder Público Municipal pelo proprietário do imóvel, na
de ordem pública e interesse socioeconômico, com forma da lei municipal específica;
finalidade de auxiliar as ações de desenvolvimento
municipal, ponderando, sempre, os anseios da população, V — Empreendimento de Habitação de Interesse Social
da sustentabilidade, da livre iniciativa e da preservação - EHIS corresponde a uma edificação ou um conjunto de
ambiental. edificações, destinado total ou parcialmente à Habitação
§1º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Interesse Social e usos complementares, conforme
Sustentável do Município de Camaçari, dentre outras disposto na legislação específica;
aplicações, deve ser observado no que diz respeito às
políticas de desenvolvimento territorial do Município de VI — Equipamentos Urbanos, Sociais ou Comunitários
Camaçari, nas quais se incluem, dentre outras, a são imóveis destinados a serviços públicos de uso coletivo,
mobilidade, a habitação, o saneamento básico, o uso e a que integram as políticas públicas de diferentes setores
ocupação do solo, a cidade sustentável, além da proteção voltados à efetivação e universalização de direitos sociais,
e do uso ordenado dos recursos naturais. bem como à melhor fruição da cidade;
§2º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Sustentável do Município de Camaçari deve ser VII — Habitação de Interesse Social - HIS é aquela
interpretado à luz da legislação vigente no ordenamento destinada ao atendimento habitacional das famílias de
jurídico brasileiro, no âmbito nacional e estadual, nos baixa renda, podendo ser de promoção pública ou privada,
diversos níveis da sua amplitude, considerando os cujos parâmetros serão regulados por legislação
aspectos locais, metropolitanos e regionais, assim como à específica;
luz das discussões e diretrizes indicativas dos Organismos
e Acordos Internacionais dos quais o Estado Brasileiro seja VIII — Instrumentos urbanísticos são mecanismos de
membro ou signatário, em especial os Objetivos do ordenamento e transformação do território urbano,
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para estabelecidos pelo Plano Diretor e outros diplomas
o Desenvolvimento Sustentável e das Ações para o municipais, possibilitado a aplicação das diretrizes e
Enfrentamento das Mudanças Climáticas. políticas públicas definidas para o desenvolvimento do
território municipal;

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IX — Núcleo Urbano Informal corresponde a CAPÍTULO IV


agrupamento formado por ocupação irregular do solo DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA
urbano, que pode ser clandestino, irregular ou no qual não URBANA MUNICIPAL
foi possível realizar, por qualquer modo, a titulação de
seus ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à
época de sua implantação ou regularização; Art. 6º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Sustentável do Município de Camaçari deve ser analisado,
X — Projeto de Regularização Fundiária é aquele que interpretado e aplicado conforme as bases orientadoras
integra medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e que regem a Política Urbana de Desenvolvimento
sociais destinadas à regularização dos assentamentos Municipal descritas no Capítulo III deste título, em
precários e irregulares, titulação de seus ocupantes, consonância com a Constituição Federal, o Estatuto da
reassentamentos, adequação urbanística, ambiental e Cidade, e sendo regido pelos seguintes princípios:
administrativa, integrando-o à cidade formal, elaborado
pelo Município, ou por provocação de particulares ao I — Função Social da Cidade;
Poder Público Municipal, quando for o caso; II — Função Social da Propriedade Urbana e Rural;
III — Direito à Cidade Sustentável;
XI — Rede de Infraestrutura Urbana corresponde ao IV — Inclusão Social e Integração Territorial;
conjunto de elementos que estruturam e integram de forma V — Eficiência na Circulação Urbana e racionalização dos
estratégica o território urbano, tais como: Sistema de modais de transporte.
Saneamento Ambiental; drenagem; manejo de resíduos VI — Cooperação entre as diversas esferas de governo, a
sólidos; mobilidade urbana; equipamentos urbanos e iniciativa privada e os demais setores da sociedade no
sociais; eletrificação e telecomunicações. processo de urbanização, em atendimento ao interesse
social.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO VII — Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes
MUNICIPAL do processo de urbanização.

Art. 4º A Política de Desenvolvimento Urbano consiste na Art. 7º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
sistematização e execução de planos e ações que Sustentável do Município de Camaçari é pautado pelas
objetivam gerir, regulamentar e organizar o crescimento da seguintes diretrizes, oriundas das normas editadas por
cidade por meio de padrões factíveis de melhoria da Organismos Internacionais dos quais o Brasil é membro:
infraestrutura urbana e rural, dos padrões de
sustentabilidade, da aplicação prática de conceitos I — Proporcionar, nos limites da competência municipal,
atualmente estudados pelo Direito Urbano e pelo moradia digna, adequada, segura e acessível;
Planejamento Urbano, melhoria da qualidade de vida da
população e atração de investimentos, públicos e privados. II — Requalificar e ordenar as habitações irregulares, nos
termos da Lei;
Art. 5º A Política Urbana do Município de Camaçari rege-
se pelos seguintes pilares, extraídos das pautas das III — Garantir que a ampliação da infraestrutura urbana
Organizações Internacionais: básica seja pautada em bases sustentáveis;

I — Valorização do meio ambiente, incentivando a IV — Buscar a ampliação e requalificação do sistema de


ocupação ordenada e regular do solo urbano, nos termos e mobilidade local, integrando, se necessários, modalidades
limites da Lei, inclusive a partir de alternativas pautadas diversas de transporte, priorizando a mobilidade ativa, de
em estudos, técnicas e bases tecnológicas; modo que estes sejam inclusivos, seguros e
ambientalmente admitidos;
II — Integração dos Distritos e Zonas da cidade,
diminuindo as desigualdades entre eles; V — Criar e requalificar espaços urbanos verdes,
integrados, seguros, acessíveis e inclusivos;
III — Ampliação dos meios que garantam o direito à
mobilidade urbana eficaz; VI — Incentivar a noção de pertencimento do cidadão à
cidade, à cultura, às tradições e ao meio ambiente local,
IV — Fomento do desenvolvimento econômico, a partir de inclusive para valorização turística;
estratégias que gerem maior oferta de ensino, emprego,
cultura e acesso às melhores técnicas para a execução de VII — Incentivar a participação da iniciativa privada positiva
atividades urbanas e rurais; no desenvolvimento sustentável econômico, com
contrapartidas de fomento à cultura, ao desenvolvimento
V — Melhoria da qualidade de vida da população, inclusive urbano e preservação do meio ambiente;
com a ampliação de meios para a regularização fundiária,
nos termos da Lei, e naquilo que competir ao Município; VIII — Utilizar os recursos naturais de forma sustentável,
aliado a programas de compatibilização do seu uso,
VI — Ampliação do protagonismo do Município de planejamento e regularização de ocupações em áreas com
Camaçari no âmbito da Região Metropolitana da qual a proteção ambiental;
cidade faz parte. IX — Corrigir as distorções decorrentes da ocupação
desordenada na zona urbana, rural e em área de proteção
ambiental com a regularização fundiária e planejamento da
distribuição econômico socioespacial da população em
atendimento ao interesse social;

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Dados: 2023.12.15 10:15:04 -03'00'
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X — Coordenar, atualizar e simplificar a legislação e os XXIII — Definir objetivos e parâmetros estratégicos que
procedimentos administrativos de uso, ocupação e viabilizem a fiscalização, o controle e o monitoramento das
parcelamento do solo e normas correlatas como meio de políticas previstas no Plano Diretor;
incentivo à regularização e ao investimento privado para o
crescimento organizado e sustentável da cidade; XXIV — Ampliar as estratégias para evitar processos de
desindustrialização, conjugando, sempre que possível,
XI — Planejar os programas para redução de desastres projetos na área de educação e tecnologia, que sejam
decorrentes de habitação em áreas de risco; atrativos à indústria, em todos os níveis de ensino;

XII — Incentivar estratégias de proteção ambiental com XXV — Garantir a melhoria constante dos serviços
políticas de responsabilidade às indústrias e prestados nas áreas da saúde, educação, segurança
estabelecimentos comerciais da região, inclusive em pública, mobilidade, iluminação pública, manejo dos
relação às obrigações decorrentes da geração de resíduos sólidos, drenagem pluvial, abastecimento de
resíduos; água, esgotamento sanitário, bem como a articulação com
outras esferas governamentais, concessionárias e agentes
XIII — Estimular intervenções urbanísticas para públicos e privados, sempre no interesse da comunidade;
atendimento do interesse público, desenvolvimento da XXVI — Ampliar estratégias que facilitem a comunicação e
cidade com respeito às condições ambientais, locais e a racionalização dos procedimentos para as pessoas com
infraestruturas, sempre por meio de estratégias que interesse em investir no Município, independentemente do
conjuguem eficácia e custo reduzido; seu poderio econômico;
XXVII — Planejar e investir no turismo, como atividade
XIV — Promover as medidas capazes de conferir equidade prioritária na geração de empregos, no desenvolvimento
e oportunidade para gestão democrática, através da urbano ordenado e na dinamização econômica;
efetiva participação popular na formulação, monitoramento, XXVIII — Garantir que as obras de infraestrutura urbana
gestão e fiscalização; considerem aspectos estratégicos para ampliar o uso de
equipamentos e serviços urbanos existentes, mesmo nos
XV — Estimular a promoção da equidade das minorias casos em que a Lei dispense o Estudo de Impacto de
com a estruturação de espaços mais iluminados, seguros, Vizinhança e estudos ambientais;
acessíveis, munidos de mobilidade para a ser cidade XXIX — Proporcionar a inclusão socioeconômica e a
oportunizada para todas as pessoas, realçado o regularização ambiental de populações rurais em situação
sentimento de pertencimento à cidade; de vulnerabilidade;
XXX — Adequar o plano plurianual, a lei de diretrizes
XVI — Garantir, de forma regulamentada e ordenada, o orçamentárias e a lei orçamentária anual para incorporar
acesso às praias, aos rios, às lagoas, às reservas naturais as diretrizes e as prioridades contidas nesta Lei.
e às áreas verdes, dando visibilidade e integrando essas
áreas ao tecido urbano, com expressa obrigação de Art. 8º Quaisquer intervenções, obras, implementações ao
preservação pelos usuários, inclusive com fomento ao nível urbano ou rural na abrangência do Município de
turismo sustentável; Camaçari devem se submeter às regras contidas neste
Plano Diretor, alinhadas com os princípios norteadores, as
XVII — Incentivar e proporcionar programas de educação, políticas e as diretrizes.
conscientização e sensibilização ambiental à população e
aos investidores; Art. 9º As leis do sistema orçamentário do Município de
Camaçari devem prever e garantir os recursos
XVIII — Ampliar e conservar os espaços verdes da cidade, necessários, o propósito político, meios e instrumentos que
bem como, incentivar e exigir a implantação de ambientes assegurem a exequibilidade das diretrizes apontadas nesta
verdes nos empreendimentos, espaços públicos e Lei.
privados, sejam estes residenciais e/ou comerciais;
Art. 10. O Município de Camaçari, por meio de indicadores
XIX — Impulsionar, nos limites das atribuições e recursos de eficiência de gestão previstos em regulamento próprio a
municipais, projetos e programas relacionados à ser definido no Plano Plurianual e revisto, anualmente, na
preservação da fauna, flora e preservação dos Lei Orçamentária Anual, adotará método que permita o
ecossistemas, incentivando e proporcionando programas acompanhamento e controle da Política Urbana e das
de educação e conscientização ambiental à população e Diretrizes apontadas nesta Lei.
aos investidores;
§1º Como critério a ser adotado no regulamento próprio
XX — Orientar assistidamente à agricultura, a pecuária, a indicado no caput, o Município deverá apresentar escala
pesca e a maricultura locais, por meio de incentivos a de evolução percentual nos indicadores urbanos relativos
implementar atividades econômicas sustentáveis e aos Sistemas Estruturantes do Território.
ambientalmente responsáveis;
§2º Valendo-se de escala de evolução percentual, o
XXI — Combater a poluição dos recursos hídricos com regulamento deverá indicar a evolução alcançada pela
estudos e monitoramentos específicos e constantes, além Administração Municipal, contextualizando aspectos
da aplicação de políticas estimuladoras ao uso consciente positivos e negativos incidentes nas escalas local, regional,
da água e redução da poluição dos mananciais e oceano; nacional e internacional.
XXII — Assegurar a periódica adequação da legislação às §3º O Poder Executivo criará um modelo de
necessidades da população com a sua efetiva participação monitoramento, gestão e avaliação do Plano Diretor de
na elaboração do planejamento urbano, conforme Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município de
determina a Constituição Federal e o Estatuto da Cidade; Camaçari, que implemente as disposições deste artigo.

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Dados: 2023.12.15 10:15:29 -03'00'
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V — A Macrozona Industrial abarca a área atualmente


TÍTULO II delimitada pelo Polo Industrial do Município de Camaçari,
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL acrescida da área de apoio logístico e de tratamento e
emissão de efluentes, sendo uma área de interesse
CAPÍTULO I público, parcelada anteriormente a 19 de dezembro de
DOS LIMITES DO MUNICÍPIO 1979, implantada e integrada à cidade, poderá ter a sua
situação jurídica regularizada para fins de Regularização
Art. 11. Os limites do território do Município de Camaçari Fundiária Urbana (REURB), na sua modalidade inominada,
são estabelecidos através da compatibilização residual diretamente perante o Registro de Imóveis;
com o território dos municípios circunvizinhos, delineado VI — A Macrozona Rural agrega a maior parcela do
no Mapa 01. município onde há localidades e moradores rurais e áreas
livres e destinadas à atividade agropastoril ou extrativista
CAPÍTULO II no município.
DA DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
§3º Caberá ao Poder Público Municipal, para fins de
Art. 12. O território do Município de Camaçari é implementação de ações de política urbana, observar o
organizado administrativamente por meio dos Distritos: Sistema de Centralidades, previsto no MAPA 08, do Anexo
Sede, Abrantes e Monte Gordo, delineados no Mapa 02. II desta Lei.

CAPÍTULO III CAPÍTULO IV


DO MACROZONEAMENTO DAS MACROÁREAS

Art. 13. O Macrozoneamento consiste na organização Art. 14. As Macrozonas são identificadas em Macroáreas
territorial, determinando as formas de uso e ocupação do contidas no Mapa 04, conforme objetivos e políticas
solo com base nas orientações do Poder Público Municipal específicas, sendo definidas como:
para promoção das políticas de desenvolvimento urbano, I — Macroárea de Estruturação Metropolitana;
social, econômico e de proteção ambiental, previstas para II — Macroárea de Estruturação Urbana;
o tempo de eficácia do presente Plano Diretor, conforme o III — Macroáreas de Consolidação Urbana;
Mapa 03. IV — Macroáreas de Expansão Urbana;
§1º Com base no Macrozoneamento são determinadas as V — Macroáreas de Desenvolvimento Rural Sustentável;
macrozonas do território, sendo estas: VI — Macroáreas de Valor Ambiental e Cultural;
I — Macrozona Urbana; VII — Macroárea da Costa.
II — Macrozona Industrial;
III — Macrozona Rural. §1º A Macroárea de Estruturação Metropolitana inclui as
§2º O Macrozoneamento é o instrumento da política áreas de importância regional, como o sistema viário
urbana do território que traz as definições gerais para as estruturante que serve para a articulação regional com
estratégias a serem implementadas no decurso do Plano deslocamento de pessoas e mercadorias, a área do Polo
Diretor, compreendendo: Industrial, Polo Logístico, Poloplast, Parque e Polo
I — As definições de uso e ocupação do solo, permitindo Tecnológico e Polo de Apoio, cuja importância em termos
que ocorra o melhor aproveitamento da ordenação já de desenvolvimento extrapola notadamente os limites do
existente, bem como o desenvolvimento e estruturação Município, sendo suas diretrizes específicas:
das macrozonas que precisam de intervenção do Poder I — Estabelecer políticas de apoio e incentivo ao
Executivo Municipal; desenvolvimento dos polos especializados e atração de
II — Na definição da Macrozona Urbana está contida a empresas, centros de pesquisa, ensino, tecnologia,
formação urbana caracterizada pelos aspectos relativos ao indústria e logística de alcance metropolitano conforme a
crescimento urbano de áreas de ocupação já consolidadas vocação específica de cada território, otimizando os
por meio do crescimento ocorrido de forma espontânea à benefícios econômicos e sociais para o Município;
malha urbana, áreas em estruturação e áreas de II — Garantir a circulação de bens e serviços de maneira
expansão, sendo sua ocupação predominantemente eficiente, observando a necessidade de fluidez no
anterior a 2016 para efeitos da Regularização Fundiária deslocamento em casos de emergências;
Urbana (REURB), e implantada e integrada à cidade III — Apoiar e incentivar o desenvolvimento de empresas e
anteriormente a 1979 no que possui cadastro de instituições voltadas à prestação de serviços de ponta e
contribuinte imobiliário deste período, atestação esta que maior complexidade, em especial empresas emergentes
admite o seu processamento direto no Ofício de Registro de grande potencial e incubadoras, sobretudo nos ramos
de Imóveis, na forma da Lei, acompanhado do respectivo de pesquisa, informática, alta tecnologia, telemática,
cadastro; energia, reciclagem, indústrias limpas e de baixo impacto e
III — As áreas que se integraram consolidadamente ao de atividades associadas às principais bases industriais,
tecido urbano em decorrência de Planos Especiais e induzindo e intensificando a complementaridade entre
modificações pontuais da legislação foram parcialmente elas;
incorporadas, considerando a necessidade de serem IV — Garantir a utilização dos recursos naturais, mitigando
revisitados os seus limites, observados aspectos de oferta os impactos ambientais das atividades empreendidas,
de infraestrutura e impactos ou sobrecargas ambientais observando as políticas ambientais;
indesejáveis, nas definições dos limites da Macrozona V - Incrementar a eficácia da ação municipal, promovendo
Urbana; a integração e articulação regional e a cooperação com os
IV — A Macrozona Urbana considera o entorno das governos federal, estadual e outros municípios da Região
instalações do SENAI/CIMATEC, reconhecendo o projeto Metropolitana de Salvador, no processo de planejamento e
do Cimatec Park como importante indutor de gestão das questões de interesse comum.
desenvolvimento como Parque e Polo Tecnológico;

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Dados: 2023.12.15 10:15:45 -03'00'
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§2º A Macroárea de Estruturação Urbana inclui as áreas já III — Promover a regularização fundiária, de
ocupadas, que necessitam de investimentos públicos e assentamentos precários e irregulares, ocupados por
privados em infraestrutura, sistema viário, equipamentos e população de baixa renda, garantindo moradia digna à
instalações públicas, urbanas e sociais, sendo suas população fundiária, aproveitando a infraestrutura
diretrizes específicas: existente;
I — Implementar uma política de qualificação das áreas em IV — Eliminar as situações de risco, perigos e
processo de ocupação do solo, promovendo implantação vulnerabilidade que expõem diversos grupos sociais, em
de infraestrutura como saneamento, iluminação, além da especial especialmente os de baixa renda e população
estruturação de espaços públicos e comunitários, vulnerável;
garantindo a implementação das políticas públicas para os V — Estimular e ampliar a oferta de equipamentos públicos
sistemas estruturantes do território, em especial em ou não para atenção à saúde, educação, cultura e lazer de
relação ao sistema de área de valor ambiental, escala urbana local, promovendo a sua articulação
saneamento ambiental e mobilidade, com investimentos municipal;
em transporte público, vias de circulação, ciclovias, VI — Promover a requalificação urbana de forma coerente
ciclofaixas e calçadas acessíveis, visando melhorar a com a política de planejamento urbano e a função social
mobilidade e a acessibilidade para todos os cidadãos; da posse e da propriedade;
II — Estimular a oferta de equipamentos públicos e VII — Incentivar a implementação de atividades não
privados de atenção à saúde, educação, cultura, esporte e residenciais, capazes de gerar emprego e renda para a
lazer; mão de obra local;
III — Estruturar a criação e instalação de parques e áreas VIII — Fomentar a participação ativa da comunidade na
verdes públicas, bem como incentivar a criação de definição de projetos e ações para as áreas urbanas já
espaços privados de fruição pública, de forma integrada ocupadas, assegurando a participação popular nas
com os usos privados; definições de planejamento urbano local.
IV — Incentivar a implementação de atividades não §4º As Macroáreas de Expansão Urbana incluem as áreas
residenciais capazes de gerar emprego e renda; direcionadas ao desenvolvimento e o direcionamento da
V — Incentivar a ocupação e o parcelamento de espaços expansão urbana ambientalmente equilibrada e
ainda não urbanizados, de forma compatível com a distribuição socialmente justa dos benefícios e ônus
infraestrutura implantada, articulado com as diretrizes da decorrentes do processo de urbanização, protagonizando
política urbana e ambiental, além de adequada aos o processo de crescimento urbano, garantindo o
projetos de estruturação urbana e de qualificação do crescimento compatível com a infraestrutura existente e
território, garantindo a qualidade do ambiente urbano prevista, bem como com os limites da sustentabilidade e
construído e natural em parceria com outros agentes do equilíbrio ambiental. É orientadora dos vetores de
públicos e privados; expansão urbana mais adequados para evitar e aliviar as
VI — Promover a articulação e participação do setor pressões de crescimento sobre áreas de risco e áreas
privado, fomentando a parceria em investimentos e ações ambientalmente frágeis, sendo suas diretrizes específicas:
para implantação de infraestrutura adequada à ocupação I — Implementar uma política de estruturação,
urbana qualificada, com a utilização dos instrumentos e promovendo a implantação de infraestrutura básica e
ferramentas de política urbana; espaços públicos, comunitários e de lazer, garantindo a
VII — Promover a reestruturação e/ou ocupação de áreas implementação das políticas públicas para os sistemas
degradadas ou subutilizadas e a regularização fundiária, estruturantes do território, em especial em relação aos
garantindo a implementação da política habitacional em equipamentos públicos, saneamento ambiental, e
áreas já dotadas de alguma infraestrutura, visando mobilidade, com investimentos em transporte público, vias
proporcionar moradia digna e acessível para a população de circulação, ciclovias, ciclofaixas e calçadas acessíveis,
de baixa renda, evitando adensamentos excessivos que visando melhorar a mobilidade e a acessibilidade para
resultem no comprometimento da qualidade urbana e/ou todos os cidadãos;
ambiental; II — Promover a expansão do tecido urbano de forma
§3º As Macroáreas de Consolidação Urbana incluem as ordenada, qualificada e sustentável, respeitando o
áreas onde a ocupação urbana está em compasso com a regramento ambiental;
infraestrutura instalada, sendo suas diretrizes específicas: III — Estimular as parcerias público privadas na
I — Implementar uma política de requalificação das áreas estruturação do território e implantação de infraestrutura,
já ocupadas, promovendo a revitalização, readequação e por meio de investimentos e ações com a aplicação dos
implantação de espaços públicos, comunitários e de lazer, Instrumentos e ferramentas de Política Urbana.
iluminação, garantindo a implementação das políticas §5º As Macroáreas de Desenvolvimento Rural Sustentável
públicas para os sistemas estruturantes do território, em incluem as áreas nas quais são identificadas atividades de
especial em relação ao sistema de área de valor produção agropecuária, extrativista, florestal e pesqueira,
ambiental, saneamento ambiental, e mobilidade, com sendo suas diretrizes específicas:
investimentos em transporte público, vias de circulação, I — Garantir áreas destinadas à produção agrícola e de
ciclovias, ciclofaixas e calçadas acessíveis, visando criação de forma articulada com as cadeias produtivas e
melhorar a mobilidade e a acessibilidade para todos os com os circuitos regionais agroalimentares, considerando
cidadãos; as especificidades da produção de agricultura familiar local
II — Promover a manutenção da população moradora e a e visando garantir condições de abastecimento e a
urbanização e requalificação do território, com oferta segurança alimentar no Município;
adequada de serviços, equipamentos e infraestruturas II — Incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis
urbanas, com incentivo à participação do setor privado, como agricultura regenerativa e a restauração ecológica,
com dimensionamento adequado de espaços públicos e de incorporando zonas úmidas e de várzeas, para manter e
áreas destinadas às atividades comerciais e de serviço de expandir as reservas de água e de áreas verdes;
âmbito local, viabilizando as conexões e pertencimento à III — Compatibilizar o uso da terra e os meios necessários
estrutura urbana existente; para reproduzir os modos de vida dos grupos minoritários

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e/ou excluídos, nos termos da Constituição Federal e da I — Promover de forma articulada com as demais esferas
legislação vigente, inclusive em áreas periurbanas, com do governo a integridade da qualidade das praias e dos
especial atenção às demandas das comunidades atributos naturais da faixa litorânea;
tradicionais, povos tradicionais e/ou nativos, II — Apoiar as atividades extrativistas de subsistência em
assentamentos rurais e da produção familiar; comunidades tradicionais dedicadas à pesca e
IV — Fomentar a adoção de tecnologias e métodos de mariscagem, promovendo ações de educação ambiental e
produção com baixas emissões, e contribuir assim para o de preservação da cultura local;
ganho de produtividade do extrativismo, agricultura e III — Estímulo à circulação de pedestres por meio do
agropecuária, incentivando a utilização de biodigestores, dimensionamento adequado dos espaços públicos
economia verde, agricultura regenerativa, restauração destinados mobilidade ativa, articulado com o sistema de
ecológica e a prestação de serviços ecossistêmicos e transporte de passageiros de média capacidade, e oferta e
outras ações que podem contribuir para controlar os disposição de equipamentos e mobiliário urbanos;
impactos das atividades rurais; IV — Valorizar e aproveitar o potencial turístico e de lazer
V — Incentivar, também, o uso dessas mesmas da área da Costa, estimulando a implantação de
tecnologias e inovações alternativas para dotar o território complexos ou empreendimentos de entretenimento e lazer,
de infraestrutura urbana; e atividades voltadas para a cultura, o esporte e o turismo,
VI — Apoiar as atividades extrativistas de subsistência em como hotéis, marinas, restaurantes, museus e teatros,
comunidades tradicionais, promovendo ações de educação resguardando as características da paisagem e as funções
ambiental e de preservação do modo de vida e urbanas predominantes em cada trecho;
subsistência; V — Valorizar e/ou requalificar espaços e equipamentos de
VII — Garantir a segurança hídrica municipal, fortalecendo uso público e recuperação urbano-ambiental, a
redes de preservação e integração das áreas verdes, que regularização ou, se for o caso, a relocação dos
protegem os cursos d'água e as nascentes com matas assentamentos localizados em áreas de risco para a
ciliares e promovem condições para a circulação ecológica ocupação humana, especialmente nas áreas de influência
(fauna, flora) no município; das marés, em áreas inundáveis e de preservação
VIII — Apoiar os assentamentos rurais existentes, permanente;
fomentando a integração da comunidade de forma VI — Promover e incentivar a qualificação do uso e
articulada com as cadeias produtivas e com os circuitos ocupação do solo, regulando o adensamento e
regionais agroalimentares, considerando as promovendo a estruturação de infraestrutura como
especificidades da produção local. saneamento, iluminação, com investimentos em transporte
§6º A Macroárea de Valor Ambiental e Cultural inclui as público, vias de circulação, ciclovias, ciclofaixas e calçadas
áreas onde estão identificados ecossistemas a serem acessíveis, visando melhorar a mobilidade e a
preservados e outras áreas de interesse ambiental e acessibilidade para todos os cidadãos, além da
cultural, especialmente comunidades tradicionais e áreas estruturação de espaços públicos e, de lazer controlando a
de mananciais hídricos, sendo suas diretrizes específicas: altura das edificações, visando ao controle do
I — Priorizar a conservação e a recuperação de sombreamento da praia no período das 9 (nove) horas até
ecossistemas naturais, como áreas de mananciais, as 15 (quinze) horas, resguardando o conforto ambiental
florestas, mangues e zonas costeiras, por meio de ações urbano;
de proteção, restauração e manejo sustentável, visando a VII — Proibição do fechamento de quaisquer dos acessos
preservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, em públicos à praia existentes quando da publicação desta
consonância com a política municipal de desenvolvimento Lei.
urbano e ambiental;
II — Promover e estimular a estruturação de ações,
programas e atividades de educação ambiental e cultural CAPÍTULO V
que envolvam a comunidade local, escolas e instituições DO SISTEMA DE ÁREAS DE VALOR AMBIENTAL
culturais, aumentando a conscientização da importância da (SAVAM)
preservação ambiental e da valorização da história e
cultura locais; Seção I
III — Controlar o uso do solo em áreas cultural e Da Estruturação do SAVAM
ambientalmente sensíveis, limitando o adensamento,
promovendo a gestão dos ecossistemas em equilíbrio Art. 15. O Sistema de Áreas de Valor Ambiental (SAVAM)
apropriado entre a conservação e a utilização sustentável é composto pelas áreas do Município de Camaçari que
da biodiversidade, em atividades ecossistêmicas e de desempenham papel significativo para a preservação e a
baixo impacto, como a agricultura familiar sustentável e a conservação dos recursos naturais, da biodiversidade e
preservação de espaços históricos; dos espaços integrados à natureza e à história, buscando
IV — Implementar um sistema de planejamento e gestão valorizar a cultura, a memória e a identidade locais, além
integrada que promova a coordenação entre áreas de promover o bem-estar, a educação e a sustentabilidade
protegidas e a melhoria da qualidade ambiental, incluindo ambiental, utilizando-se de sistema de planejamento e
a criação de parques contíguos, trilhas e espaços de lazer gestão que tem em vista integrar os espaços territoriais
que conectem a natureza à história e cultura locais, protegidos e a melhoria da qualidade ambiental.
conforme a política municipal de desenvolvimento urbano e Parágrafo Único. Integram o SAVAM as áreas indicadas
ambiental, garantindo o acesso público, o sentimento de nos Mapas 5.1 a 5.5 do Anexo I desta Lei, sem prejuízo da
pertencimento e de preservação. incorporação de novas áreas que eventualmente sejam
§7º A Macroárea da Costa consiste em porções do identificadas e oficializadas por lei específica.
território destinadas prioritariamente ao uso residencial e
turístico, admitindo-se outros usos, desde que conciliáveis Art. 16. Compõem o Sistema de Áreas de Valor Ambiental
com os usos residenciais, sendo suas diretrizes (SAVAM) os seguintes subsistemas:
específicas:

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I — Subsistema de Unidades de Conservação, constituído especial de administração, às quais se aplicam garantias


pelas Unidades de Conservação Federais, Estaduais ou adequadas de proteção, conforme disposto na Lei Federal
Municipais de uso sustentável, ou de proteção integral; n.º 9.985 de 18 de julho de 2000, e na Lei Estadual n.º
II — Subsistema de Áreas de Proteção de Recursos 10.431 de 20 de dezembro de 2006.
Hídricos (APRH), constituído por áreas que contribuem
para a manutenção da permeabilidade do solo, para a Art. 19. O Subsistema de Unidades de Conservação divide
preservação dos mananciais e dos recursos hídricos, para -se nos seguintes grupos:
assegurar a manutenção da vida e para o bem-estar da I — Unidades de Proteção Integral;
sociedade; II — Unidades de Uso Sustentável.
III — Subsistema de Áreas de Relevância Ambiental e
Cultural, constituído por áreas relevantes ao meio §1º O objetivo principal das Unidades de Proteção Integral
ambiente cultural, ao conforto ambiental e/ou é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso
remanescentes do bioma Mata Atlântica, que se indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos
caracteriza por formações florestais e ecossistemas casos previstos em Lei, sendo esse grupo de unidades
associados, como as restingas e os manguezais; composto pelas seguintes categorias:
IV — Subsistema de Áreas Especialmente Protegidas, I — Estação Ecológica;
constituído por áreas multifuncionais que oferecem II — Reserva Biológica;
benefícios ambientais, sociais, culturais e estéticos e III — Parque Nacional, Estadual ou Municipal;
contribuem para a conexão de áreas protegidas, IV — Monumento Natural;
fragmentadas por ação humana, como florestas, unidades V — Refúgio de Vida Silvestre.
de conservação ou habitats naturais, permitindo o §2º O objetivo principal das Unidades de Uso Sustentável
deslocamento de animais, a dispersão de sementes, o é compatibilizar a conservação da natureza com o uso
fluxo gênico e a manutenção da biodiversidade entre as sustentável de parcela dos seus recursos naturais, sendo
áreas conectadas; esse grupo de unidades composto pelas seguintes
V — Subsistema de Áreas de Risco, constituído por áreas categorias:
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande I — Área de Proteção Ambiental;
impacto, inundações bruscas ou processos geológicos, ou II — Área de Relevante Interesse Ecológico;
hidrológicos correlatos. III — Floresta Nacional, Estadual ou Municipal;
IV — Reserva Extrativista;
Art. 17. São diretrizes para o Sistema de Áreas de Valor V — Reserva de Fauna;
Ambiental (SAVAM): VI — Reserva de Desenvolvimento Sustentável;
I — Integrar as áreas de valor ambiental, para assegurar a VII — Reserva Particular do Patrimônio Natural.
qualidade dos recursos hídricos e da paisagem natural do
município de Camaçari; Art. 20. Ficam estabelecidas as seguintes diretrizes gerais
II — Instrumentalizar ações colaborativas entre os setores para o Subsistema de Unidades de Conservação:
públicos e a iniciativa privada, por meio de Políticas I — Articular com entidades do terceiro setor, iniciativa
Público-Privada (PPP), Acordos de Cooperação, privada e indivíduos para o desenvolvimento de estudos,
Convênios, Termos de Acordo e Compromisso, quando pesquisas científicas, práticas de educação ambiental,
possível, visando a requalificação ambiental, bem como a atividades de recreação e de turismo ecológico,
implantação de espaços sustentáveis voltados ao turismo monitoramento, conservação e outras atividades de gestão
ambiental e atividades de lazer; das Unidades de Conservação;
III — Estimular a execução de iniciativas educativas II — Estimular a participação e a gestão das comunidades
voltadas ao meio ambiente, visando a sensibilização da locais e das entidades privadas na criação e no
comunidade sobre os recursos naturais do Município e a funcionamento de Unidades de Conservação inseridas no
importância de sua conservação; território do Município;
IV — Estabelecer a elegibilidade de Áreas de Preservação III — Estabelecer uma rede de proteção ambiental
Permanente, Reserva Legal e zonas com restrições composta por Unidades de Conservação e por outras
administrativas conforme definido na legislação ambiental áreas do SAVAM que sejam próximas ou adjacentes umas
vigente para Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); às outras, e suas respectivas zonas de amortecimento e
V — Priorizar, para o recebimento de recursos públicos corredores ecológicos, estimulando ações de conservação
advindos de programas de PSA, as áreas próximas a da biodiversidade, uso sustentável dos recursos naturais, a
nascentes e as bacias hidrográficas críticas ao restauração e a recuperação dos ecossistemas;
fornecimento público de água, assim designadas por ato IV — Assegurar às comunidades tradicionais que
do Poder Executivo Municipal, ou espaços relevantes para dependam do uso de recursos naturais existentes nas
a preservação da biodiversidade e áreas prioritárias da áreas de conservação formas de sustento alternativas ou a
Mata Atlântica. devida compensação pela impossibilidade de uso dos
recursos em decorrência de restrições decorrentes do
Seção II regramento das unidades;
Do Subsistema de Unidades de Conservação V — Prever a utilização do instrumento da Quota
Subseção I Ambiental como parâmetro qualificador do uso e da
Das Disposições Gerais ocupação do solo.

Art. 18. O Subsistema de Unidades de Conservação Subseção II


compreende espaços territoriais e seus recursos Da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituídas Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Natural
pelo Poder Público Municipal, Estadual ou Federal, com (RPPN) é constituída por área privada, gravada com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime perpetuidade, para conservar a diversidade biológica.

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Art. 22. O Município de Camaçari, por meio do órgão especialmente quanto à sua restauração, exigindo a
executor da Política Ambiental, sempre que possível e reabilitação da área ao final da exploração, inclusive em
oportuno, prestará orientação técnica e científica aos relação à paisagem;
proprietários das Reservas Particulares do Patrimônio III — Ações de fiscalização sobre a expansão desordenada
Natural inseridas no seu território, para a elaboração de dos assentamentos próximos às áreas de contribuição da
um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da bacia hidráulica do Rio Joanes, especialmente nas suas
unidade. faixas marginais consideradas de preservação
permanente, nos termos da legislação ambiental vigente;
Subseção III IV — Monitoramento contínuo da operação e do impacto
Das Áreas de Proteção Ambiental (APA) do Cemitério Municipal Vila de Abrantes e Cemitério de
Parafuso sobre a qualidade das águas do manancial e
Art. 23. A APA é uma porção territorial, em geral extensa, usos das áreas adjacentes;
com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos V — Fiscalização contínua do Poder Público Municipal
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente sobre a expansão urbana desordenada e turismo
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das predatório nas áreas do estuário do Rio Joanes, dunas,
populações humanas, e tem como objetivos básicos lagoas, matas ciliares e manguezais;
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de VI — Implementação de um sistema de alerta de cheias
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos para áreas propensas a inundações, e de iniciativas de
recursos naturais. educação ambiental para a população ribeirinha.
§1º A APA é constituída por terras públicas ou privadas;
§2º As condições para a realização de pesquisa científica Art. 26. São diretrizes específicas para as áreas incluídas
e visitação pública nas áreas sob domínio público serão na APA Lagoas de Guarajuba:
estabelecidas pelo órgão gestor da unidade; I — Fiscalização contínua do Poder Público Municipal
§3º Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao sobre a expansão urbana desordenada e turismo
proprietário estabelecer as condições para pesquisa e predatório nas áreas úmidas, dunas, lagoas, matas
visitação pelo público, observadas as exigências e ciliares, manguezais e faixa de areia das praias e faixa
restrições legais. adjacente;
II — Garantia do livre acesso às praias, especialmente
Art. 24. Integram o subsistema de Unidades de através do controle da ocupação desordenada nas áreas
Conservação representadas no Mapa 5.1 do Anexo I desta próximas à faixa de areia;
Lei, as APAs instituídas pelo Governo do Estado da Bahia, III — Articulação junto ao órgão gestor da APA e Instituto
total ou parcialmente inseridas no território do Município de Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio
Camaçari, a seguir indicadas: no controle do turismo predatório em toda a extensão da
I — Área de Proteção Ambiental Joanes/Ipitanga, instituída APA, especialmente quanto ao controle do trânsito de
pelo Decreto Estadual n.º 7.596, de 05 de junho de 1999, veículos nas faixas de areia das praias, visando a
com Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pela preservação dos ovos e dos filhotes de tartarugas;
Resolução CEPRAM n.º 2.974, de 24 de maio de 2002, ou IV — Articulação junto ao órgão gestor da APA e demais
outro ato normativo que suceda; órgãos competentes, para a promoção de estratégias
II — Área de Proteção Ambiental Lagoas de Guarajuba, conjuntas que contemplem:
instituída pela Resolução CEPRAM n.º 387 de fevereiro de a)Integrar as ações de proteção ao meio ambiente às
1991, e com parâmetros urbanísticos (ambientais e práticas recreativas, turismo sustentável e atividades
paisagísticos) estabelecidos pela Resolução CEPRAM n.º culturais;
388 de fevereiro de 1991, ou outro ato normativo suceda; b)Promover a restauração e manutenção da vegetação de
III — Área de Proteção Ambiental Rio Capivara, instituída restinga, em especial, o maciço de dunas, manguezais e
pelo Decreto Estadual n.º 2.219 de 14 de junho de 1993, coqueirais;
com Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado pela c)Desenvolver ações conjuntas de fiscalização e combate
Resolução CEPRAM n.º 2.872 de 21 de setembro de 2001, à caça e pesca predatórias, bem como a extração não
ou outro ato normativo que suceda; autorizada de recursos minerais.
IV — Área de Proteção Ambiental da Plataforma
Continental do Litoral Norte, instituída pelo Decreto Art. 27. São diretrizes específicas para as áreas incluídas
Estadual n.º 8.553 de 5 de junho de 2003, ou outro ato na APA Rio Capivara:
normativo que suceda; I — Articulação junto ao órgão gestor da APA para a
Parágrafo Único. O Município promoverá as ações de promoção de estratégias conjuntas que contemplem:
articulação necessárias junto aos órgãos gestores das a)Controle rigoroso sobre a ocupação e ampliações de
APAs acima mencionadas para acompanhar a criação ou edificações em áreas de linha de costa, áreas de risco, em
revisão do Zoneamento e Plano de Manejo, de modo a especial, Sangradouro, entorno do Emissário Submarino
conciliar o uso e a ocupação do solo com o direito ao meio da Cetrel, Caraúna, Loteamento Fonte das Águas e Praça
ambiente ecologicamente equilibrado. Salustiano Santiago de Souza;
b)Elaboração de estudos específicos referentes às
Art. 25. São diretrizes específicas para as áreas do ocupações situadas em áreas de risco de inundações ou
Município incluídas na APA do Joanes/ Ipitanga: de preservação permanente, devendo ser avaliada a
I — Nas áreas localizadas na faixa de proteção da represa possibilidade e a necessidade de realocação;
Joanes II, nos limites com Simões Filho, Rio Joanes e c)Implementação de um sistema de alerta de cheias para
Represa Joanes I, e nos limites com Lauro de Freitas, áreas propensas a inundações, e de iniciativas de
estímulo a iniciativas de preservação ambiental e educação ambiental para a população ribeirinha;
recuperação de áreas degradadas; d)Elaboração de estudos específicos referentes ao risco de
II — Controle das atividades de mineração, garantindo o erosão costeira na localidade Praça Salustiano Santiago
seu equilíbrio com o ambiente em que estão inseridas, de Souza (Praça das Amendoeiras), Praia de Arembepe;

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e)Monitoramento contínuo da operação e do impacto do para a instituição de UCM nas áreas indicadas no Mapa
Cemitério de Arembepe sobre o meio ambiente, sobre 5.1 do Anexo I desta Lei, especialmente:
especialmente a qualidade das águas do manancial, bem I — As Áreas Prioritárias da Mata Atlântica;
como sobre os usos das áreas adjacentes; II — Área de Proteção Recursos Hídricos da Barragem de
II — Fiscalização contínua do Poder Público Municipal Santa Helena;
visando controlar a ocupação desordenada e o turismo III — Parque Urbano do Rio Camaçari;
predatório ao longo da faixa litorânea onde se destacam os IV — Corredores Ecológicos da Zona Costeira.
Rios Capivara Grande, Capivara Pequeno, bem como
brejos e manguezais associados às áreas estuarinas; Art. 31. O Parque Natural Municipal das Dunas de
III — Garantia do livre acesso às praias, especialmente Abrantes e Jauá, instituído por meio da Lei Municipal nº
através do controle da ocupação desordenada nas áreas 1.710, de 11 de janeiro de 2022, é definido como UCM de
próximas à faixa de areia; proteção integral, possui 344,00ha (trezentos e quarenta e
IV — Articulação junto ao órgão gestor da APA, Instituto quatro hectares), delimitados pela poligonal constante no
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio Anexo II da Lei Municipal nº 1.710, de 11 de janeiro de
e Marinha do Brasil, em toda a extensão da APA e em 2022, sendo os seus limites territoriais aqueles
especial, no Rio Jacuípe e na faixa de areia das praias e representados no Mapa 5.1 do Anexo I desta Lei.
faixa adjacente, para serem estabelecidas ações conjuntas §1º O Parque Natural Municipal das Dunas de Abrantes e
de fiscalização visando a preservação dos ovos e dos Jauá tem como objetivo básico a preservação de
filhotes de tartarugas; ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e
V — Controle das atividades de mineração, garantindo o beleza cênica;
seu equilíbrio com o ambiente em que estão inseridas, §2º O uso do Parque Natural Municipal das Dunas de
especialmente quanto à sua restauração, exigindo a Abrantes e Jauá é limitado à realização de pesquisas
reabilitação da área ao final da exploração, inclusive em científicas e o desenvolvimento de atividades de educação
relação à paisagem. e interpretação ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico;
Art. 28. São diretrizes para as áreas incluídas na APA §3º Nos termos do art. 28 desta Lei, deverão ser
Plataforma Continental do Litoral Norte: elaborados o plano de manejo e definidos programas de
I — Articulação junto ao Governo do Estado para gestão, visando a conservação ambiental da UCM.
zoneamento ambiental da APA e do Plano de Manejo, com
a participação do Município de Camaçari nos assuntos Art. 32. O Parque Municipal do Rio Joanes instituído por
pertinentes ao seu território; meio do Lei Municipal n.º 1.260 de 17 de dezembro de
II — Articulação junto ao órgão gestor da APA e ao 2012, é definido como UCM de proteção integral, sendo
Governo do Estado para o desenvolvimento de ações suas coordenadas descritas no Anexo VI da Lei
compartilhadas visando a promoção do turismo de Complementar n.º 1.312/2013 e seus limites territoriais
observação de baleias (whale watching); aqueles representados no Mapa 5.1 do Anexo I desta Lei.
III — Implementação de política de desenvolvimento §1º O Parque Municipal do Rio Joanes tem como objetivo
sustentável que concilie a conservação do ambiente básico a preservação de ecossistemas naturais de grande
natural com a proteção das características socioculturais relevância ecológica e beleza cênica;
das populações nativas, resguardando os sítios de desova §2º O uso do Parque Municipal do Rio Joanes é limitado a
e criação de larvas de peixes, preservando os núcleos de realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
pesca e veraneio, turismo e incentivando a produção atividades de educação e interpretação ambiental, de
econômica artesanal; recreação em contato com a natureza e de turismo
IV — Controle rigoroso do Poder Público Municipal sobre: ecológico;
a)A ocupação desordenada da faixa de areia das praias, §3º Nos termos do art. 28 desta Lei, deverão ser
especialmente por edificações ou outras obras de caráter elaborados o plano de manejo e definidos programas de
permanente; gestão, visando à conservação ambiental da UCM.
b)Pesca e turismo predatório;
c)Descarte e disposição inadequados de resíduos sólidos Subseção V
e lançamento de efluentes que impliquem na Das Áreas de Proteção de Recursos Hídricos (APRH)
contaminação das plataformas continentais marinhas;
d)Exploração inadequada dos recifes de corais. Art. 33. As Áreas de Proteção de Recursos Hídricos
(APRH) têm como objetivo principal conservar os
Subseção IV mananciais, sujeitando-se às restrições de uso e ocupação
Das Unidades de Conservação Municipais (UCM) do solo dispostas nesta Lei, para assegurar a preservação
dos recursos hídricos.
Art. 29. A criação e a regulamentação de Unidades de
Conservação no Município de Camaçari, bem como a Art. 34. As APRH são formadas pelos espaços
alteração dos limites daquelas já constituídas, atenderão compreendidos em faixa marginal de 300 m (trezentos
às disposições da Legislação que instituiu o Sistema metros) ao longo dos Rios Joanes, Jacuípe, Pojuca e as
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e o Bacias dos Rios Itaipu e Capivara Grande e da Barragem
Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC). de Santa Helena, estando delimitadas no Mapa 5.2 do
Parágrafo único. Denominam-se Unidades de Anexo I, integrante desta Lei, denominadas
Conservação Municipais (UCM) aquelas instituídas no especificamente:
território do Município de Camaçari por ato do Poder I — APRH do Rio Joanes;
Executivo Municipal. II — APRH da Bacia do Rio Itaipu;
III — APRH da Bacia do Rio Capivara Grande;
Art. 30. Em razão das suas características específicas, o IV — APRH do Rio Jacuípe;
Município de Camaçari poderá promover estudos técnicos V — APRH do Rio Pojuca;

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VI — APRH da Barragem de Santa Helena. Art. 38. O Município deverá, dentro de suas atribuições
legais, instituir o Sistema de Gerenciamento de Recursos
Art. 35. São diretrizes para as APRH: Hídricos, a fim de que possam ser aplicados instrumentos
I — Implementação de programas de recuperação preventivos e corretivos capazes de equacionar e
ambiental, compreendendo a urbanização dos compatibilizar as demandas de diversos usuários de água,
assentamentos precários urbanizáveis e o reassentamento assegurando a sustentabilidade do uso dos recursos
das áreas não urbanizáveis, a critério do Poder Executivo hídricos, como condição essencial para a cidadania plena,
Municipal; qualidade de vida, a redução da pobreza e do racismo
II — Desenvolvimento de ações para recuperação ambiental.
ambiental dos rios, manguezais e estuários de modo a
assegurar a recarga dos aquíferos e a manutenção da sua Subseção VI
qualidade hídrica; Do Subsistema de Áreas de Relevância Ambiental e
III — Realização de estudos ambientais para a criação de Cultural
Unidade(s) de Conservação, voltada(s) para a proteção de
mangues e de floresta densa associadas ao domínio de Art. 39. As Áreas de Relevância Ambiental e Cultural são
Mata Atlântica integrantes da APRH, atendidos os critérios áreas relevantes ao meio ambiente cultural, ao conforto
da legislação pertinente; ambiental e/ou remanescentes do bioma Mata Atlântica,
que se caracterizam por formações florestais e
IV — Compatibilização dos usos industriais com a ecossistemas associados, como as restingas e os
conservação ambiental, devendo ser realizado o manguezais.
monitoramento contínuo de suas atividades e
incorporação, à base de dados do município, das Art. 40. O subsistema de Áreas de Relevância Ambiental e
informações sobre a qualidade das águas superficiais e/ou Cultural subdivide-se em:
subterrâneas; I — Áreas de Relevância Ambiental (ARA);
V — Implementação de iniciativas de conscientização e II — Áreas de Relevância Cultural (ARC).
educação ambiental visando informar e sensibilizar a
população sobre a importância e os métodos de Art. 41. As Áreas de Relevância Ambiental (ARA)
conservação dos recursos hídricos; compreendem os espaços que apresentam ocupação do
VI — Incentivo ao turismo sustentável na APRH, solo de baixa densidade, com a presença de
garantindo que as atividades turísticas não prejudiquem os remanescentes de vegetação representativa do bioma
recursos naturais e culturais das áreas e proporcionem Mata Atlântica, que se caracterizam por formações
benefícios socioeconômicos para as comunidades locais; florestais e ecossistemas associados, como as restingas e
VII — Estabelecimento de parcerias com organizações do os manguezais.
terceiro setor, instituições acadêmicas e iniciativa privada §1º Classificam-se como ARA aquelas áreas
para a realização de pesquisas, projetos e programas que representadas no Mapa 5.3 do Anexo I desta Lei;
possam contribuir para a proteção e gestão sustentável §2º Aplicam-se às ARAs, quando couber, as disposições
das APRH; da Lei Federal n.º 11.428/2006 e da Lei Complementar n.º
VIII — Criação de incentivos à bioeconomia para produção 140/2011, ou aquelas que a substituam, devendo ser
sustentável de alimentos, a produção de energia renovável objeto de parecer técnico do órgão ambiental municipal a
e a utilização de recursos naturais renováveis para a avaliação para confirmação da incidência, no local, de
atividade industrial; vegetação do bioma Mata Atlântica e de seu estágio
IX — Estabelecimento de índices específicos de sucessional;
permeabilidade que possibilitem benefícios à qualidade §3º Nos licenciamentos referentes às áreas
ambiental, à retenção e infiltração de água nos terrenos e compreendidas pela ARA, será exigido modelo urbanístico
o aumento da cobertura vegetal; que viabilize maior preservação de áreas verdes e maior
X — Utilização do instrumento da Quota Ambiental como conforto bioclimático, considerando os microclimas locais
parâmetro qualificador do uso e da ocupação do solo. como direcionadores de soluções de projetos sustentáveis.

Art. 36. Para o licenciamento de edificações novas ou de Art. 42. São diretrizes para as Áreas de Relevância
reformas que impliquem em aumento de área construída Ambiental (ARA):
em imóveis que estejam localizados, ainda que I — Assegurar a proteção das paisagens naturais e de
parcialmente, nas APRH, poderá ser exigido pelo órgão notável beleza cênica;
licenciador o atendimento a uma pontuação mínima de II — Contribuir para a manutenção da diversidade biológica
Quota Ambiental, conforme critérios a serem definidos em e dos recursos genéticos no território municipal;
ato normativo municipal. III — Buscar o apoio e a cooperação de instituições do
§1º Ficam dispensados da exigência do caput os pedidos terceiro setor, da iniciativa privada, bem como de pessoas
de licença apresentados ao órgão responsável pelo físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas
licenciamento urbanístico no Município que atendam a um científicas, práticas de educação ambiental, atividades de
índice de permeabilidade (IP) igual ou superior a 0,7; lazer e de turismo ecológico, monitoramento e manutenção
§2º Até a publicação do ato normativo a que se refere o das áreas de relevante interesse ambiental;
caput, serão aplicados os parâmetros referentes à zona de IV — Estimular a criação de unidades de conservação da
uso onde o imóvel esteja localizado. natureza.
Art. 37. Nos pedidos de licença para construção de Art. 43. As Áreas de Relevância Cultural são áreas
empreendimentos, será exigido o projeto de drenagem de dotadas de elementos que compõem o patrimônio histórico
águas pluviais, contemplando dispositivos de drenagem e cultural do Município, incluindo aspectos históricos,
sustentável que permitam a recarga das águas culturais, espaciais e estéticos do Município de Camaçari e
subterrâneas. de seus habitantes, valorizando sua diversidade e
singularidade.

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VI — Preservar o patrimônio arqueológico por meio da


Art. 44. São enquadradas como de Relevância Cultural as identificação de áreas potencialmente afetadas e
áreas abaixo relacionadas, delimitadas no Mapa 5.3 do estabelecimento de exigências específicas para
Anexo I que integra esta Lei: intervenções em tais áreas;
I — A Igreja do Divino Espírito Santo, em Vila de Abrantes; VII — Observar os regramentos estabelecidos pela
II — A Igreja de São Bento, em Monte Gordo; legislação municipal referente ao tombamento e registro
III - A Capela de Barra do Jacuípe; para proteção ao patrimônio histórico e cultural do
IV - A Aldeia Hippie, em Arembepe; Município;
V - A Comunidade Senhora Santana de Cordoaria, em VIII — Implantar novos acessos públicos às praias, bem
Abrantes; como promover, nos existentes, melhorias estruturais e de
VI — Os portos pesqueiros tradicionais de Busca Vida, sinalização viária ou turística mediante estudos técnicos a
Jauá, Arembepe, Barra do Jacuípe, Guarajuba, Itacimirim; serem desenvolvidos.
VII — O Horto Florestal Linaldo da Silva;
VIII — O Morro da Manteiga, em uma das nascentes do Subseção VII
Rio Camaçari; Do Subsistema de Áreas Especialmente Protegidas
IX — A Prainha de Parafuso, em Parafuso;
X — A Cidade do Saber; Art. 47. As áreas especialmente protegidas são
XI — A Fonte do Buraquinho, em Abrantes; constituídas por áreas multifuncionais que oferecem
XII — A Lagoa da Paz, em Cachoeirinha – Barra de benefícios ambientais, sociais, culturais e estéticos e
Pojuca; contribuem para a conexão de áreas protegidas,
XIII — O Cacimbão, em Arembepe; fragmentadas por ação humana, como florestas, unidades
XIV — As Piscinas do Parque Verde, no Rio da Prata; de conservação ou habitats naturais, permitindo o
XV — O Chafariz, no Camaçari de Dentro; deslocamento de animais, a dispersão de sementes, o
XVI — Morro do Cruzeiro de Abrantes, no Parque Natural fluxo gênico e a manutenção da biodiversidade entre as
Municipal das Dunas de Abrantes e Jauá; áreas conectadas.
XVII — As praias e seus respectivos acessos públicos
conforme mapeamento apresentado; Art. 48. As Áreas Especialmente Protegidas podem ser
XVIII – Museu de Camassary; classificadas nas seguintes categorias:
XIX – Arquivo Público Municipal; I — Parques Urbanos;
XX – Terreiro Manso Kilembekweta Lemba Furaman, em II — Parques Lineares;
Abrantes; III — Corredores Ecológicos;
XI – Terreiro de Lembá, na Sede. IV — Anel Florestal (Faixa Florestal);
V — Parque Ecológico Aldeia Hippie, em Arembepe.
Art. 45. São locais prioritários para a realização de estudos
para definição de Áreas de Relevância Cultural: Art. 49. Os parques urbanos poderão incluir na sua
I — O Centro Histórico do Município de Camaçari, concepção trechos urbanizados, incluindo áreas
compreendendo: o Museu de Camassary, Arquivo destinadas ao parcelamento do solo, dimensionados
Histórico de Camaçari, a Biblioteca Pública Municipal conforme a extensão territorial e as características
Jorge Amado, Praça Desembargador Montenegro, ambientais, e funcionais de cada área, e serão dotados de
Catedral São Thomaz de Cantuária e Praça Abrantes; mobiliário e equipamentos de apoio aos usuários que
II — A Praça da Matriz de Vila de Abrantes; favoreçam a visitação, o desenvolvimento de atividades
III — O trajeto do fogo simbólico da Independência do culturais e uso pleno do espaço público.
Brasil na Bahia em Camaçari.
Art. 50. Os Parques Urbanos estão definidos no Mapa 5.4
Parágrafo único. Considera-se patrimônio cultural os bens do Anexo I, que integra esta Lei, denominados:
de natureza material e imaterial, portadores de referência à I — Parque Urbano do Rio Camaçari;
identidade e à memória dos diferentes grupos formadores II — Parque Urbano do Emissário de Arembepe;
da sociedade. III — Parque Urbano de Abrantes;
IV — Parque Urbano de Barra de Pojuca.
Art. 46. São diretrizes gerais para as Áreas de Relevância
Cultural: §1º Os critérios de uso e ocupação do solo nas áreas
I — Preservar o patrimônio cultural, incluindo monumentos, compreendidas pelos Parques Urbanos poderão ser objeto
artefatos, documentos históricos, práticas culturais de Lei Municipal específica;
tradicionais e seus espaços de ocorrência; §2º Nas áreas inseridas na poligonal de Parques Urbanos,
II — Garantir e estimular o acesso da população a essas conforme Mapa 5.4 desta Lei, o Município poderá exigir,
áreas por meio de iniciativas públicas ou privadas, para fins de aprovação do parcelamento do solo, a
especialmente aquelas voltadas para populações de baixa apresentação, pelo empreendedor, de projeto que
renda; contemple, na área do parcelamento, as intervenções
III — Promover o uso promocional dos espaços para o urbanas necessárias à implantação do respectivo Parque
exercício de atividades artísticas, criativas, educacionais e Urbano;
de lazer compatíveis com a preservação das áreas; §3º O Município poderá, por meio de lei específica, instituir
IV — Realizar estudos para a delimitação de áreas novos Parques Urbanos que ficarão sujeitos ao
prioritárias e identificação de novas áreas e posterior regramento disposto nesta Lei.
regulamentação;
V — Estabelecer as parcerias com instituições públicas e Art. 51. Os Parques Lineares poderão prever implantação
iniciativa privada para o atendimento das diretrizes de barreiras físicas (ciclovia, pista para pedestres ou via,
previstas nesta Lei; no limite das Áreas de Preservação Permanente (APPs) ou
áreas de vegetação, na sua divisão com a área do

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empreendimento, como mecanismo para desestimular proteção das características socioculturais das populações
invasões e ocupações indevidas por meio de ações nativas, resguardando os sítios de desova e criação de
estruturadoras do território, buscando conciliar tanto larvas de peixes, preservando os núcleos de pesca e
aspectos urbanos e ambientais como as exigências da veraneio, turismo e incentivando a produção econômica
legislação e a realidade existente. artesanal;
§1º Os critérios de uso e ocupação do solo nas áreas II — Promover ações de articulação do Município junto ao
compreendidas pelos Parques Lineares poderão ser objeto ICMBio e ao órgão gestor das APAs Joanes-Ipitanga,
de Lei Municipal específica; Lagoas de Guarajuba, Plataforma Litoral Norte e Rio
§2º Nas áreas inseridas na poligonal de Parques Lineares, Capivara no controle da circulação de quadriciclos e do
conforme Mapa 5.4 desta Lei, o Município poderá exigir, turismo predatório e da circulação de veículos nas faixas
para fins de aprovação do parcelamento do solo, a de areia das praias em toda a extensão da zona de costa
apresentação, pelo empreendedor, de projeto que visando a preservação do habitat e ciclo de vida das
contemple, na área do parcelamento, as intervenções tartarugas marinhas;
urbanísticas necessárias à implantação do respectivo III — Promover ações de articulação junto às organizações
Parque Linear. do terceiro setor e órgãos estaduais e federais para o
desenvolvimento de ações compartilhadas visando a
Art. 52. Os Parques Lineares estão definidos no Mapa 5.4 promoção do turismo de Observação de Baleias (whale
do Anexo I, que integra esta Lei, denominados: watching);
I — Parque Linear do Eixo Urbano Central; IV — Controlar as ações antrópicas visando a proteção da
II — Parque Linear do Jorrinho; biodiversidade marinha.
III — Parque Linear Rio Pernanduba;
IV — Parque Linear Vale Landirana; Art. 57. Especificamente para as áreas inseridas no
V — Parque Linear Parafuso; Corredor Ecológico da Zona da Costa, definido no Mapa
VI — Parque Linear Nascente do Rio Capivara; 5.4 do Anexo I, desta Lei, somente serão admitidas
VII — Parque Linear Lagoas de Guarajuba; intervenções de interesse social, utilidade pública ou baixo
VIII — Parque Linear Jardim Limoeiro; impacto ambiental, conforme definido no Código Florestal.
IX — Parque Linear Itacimirim;
X — Parque Linear Barra de Pojuca; Art. 58. São diretrizes específicas para o Corredor
XI — Parque Linear Abrantes; Ecológico da Bacia Parnamirim:
XII — Parque Linear Várzea da Meira; I — Promover ações para a proteção de remanescentes
XIII — Parque Linear de Santo Antônio. florestais do Bioma Mata Atlântica, para o aumento da
representatividade da vegetação em todos os estratos
Art. 53. As áreas verdes identificadas nos parcelamentos (arbóreo, arbustivo, herbáceo e lianas) característicos da
do solo aprovados e as reservas legais em áreas urbanas floresta ombrófila densa;
serão considerados, para o efeito desta Lei, áreas II — Monitorar e controlar preventivamente o uso e
preferenciais para implantação de novos Parques Lineares ocupação do solo na localidade, para garantia da
ou Urbanos. manutenção da função ambiental das áreas de
preservação permanente dos cursos d’águas, nascentes,
Art. 54. Os Corredores Ecológicos estão definidos no lagoas, área úmidas;
Mapa 5.4 do Anexo I, que integra esta Lei, denominados: III — Promover a recomposição dos ecossistemas no
I — Corredor Ecológico da Orla Marítima; entorno dos afluentes do rio Parnamirim, para
II — Corredor Ecológico da Zona da Costa; restabelecimento de corredor que permita o deslocamento
III — Corredor Ecológico da Bacia Parnamirim. da fauna;
IV — Promover da recuperação de passivos ambientais de
Art. 55. São diretrizes gerais para as áreas inseridas nos empreendimentos e atividades que abrangem a área da
Corredores Ecológicos definidos no art. 54: sub-bacia do Rio Parnamirim.
I — Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
II — Proporcionar meios e incentivos para atividades de Art. 59. São diretrizes específicas para as áreas que
pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; integram o Anel Florestal:
III — Favorecer condições e promover a educação e I — Fomentar a participação da população na fiscalização
interpretação ambiental, a recreação em contato com a da extração indevida de madeira, ocupações irregulares e
natureza e o turismo ecológico; incêndios, valorização, preservação, conservação e
IV — Proteger os recursos naturais necessários à proteção da paisagem urbana do Anel Florestal, por meio
subsistência de populações tradicionais, respeitando e de ações de educação ambiental e projetos sustentáveis;
valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo II — Incentivar a manutenção da área arborizada de
-as social e economicamente; segurança entre as indústrias e as áreas residências
V — Garantir a manutenção da função ambiental das vizinhas por meio de ações de conscientização,
áreas protegidas; sensibilização e educação ambiental;
VI — Integrar os ecossistemas costeiros com a função de III — Desenvolver, articular e implementar instrumentos
conectar unidades de conservação municipais e estaduais, técnicos, institucionais e legais para recuperação e
permitindo o fluxo genético entre estas unidades e expansão das áreas arborizadas, por meio de plantio,
ampliando as áreas de território de fauna. prioritariamente, de espécies nativas do bioma Mata
Atlântica com maior potencial de sequestrar carbono.
Art. 56. São diretrizes específicas para os Corredores
Ecológico da Orla Marítima e da Zona de Desenvolvimento Art. 60. As áreas que integram o Parque Ecológico da
da Costa: Aldeia Hippie, em Arembepe, ficam sujeitas aos critérios
I — Implementar a política de desenvolvimento sustentável de uso e ocupação do solo a serem definidos por ato do
que concilie a conservação do ambiente natural com a Poder Executivo Municipal.

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§1º Os produtos e serviços produzidos pelos moradores da implementação, ou alteração, será feita por atos
área serão comercializados em suas próprias residências normativos específicos, baseados em estudos e critérios
ou nas edificações de uso comum para tal destinadas, técnicos, que poderão, inclusive, indicar outros
mediante a obtenção de autorização específica para tal fim componentes para o Sistema de Mobilidade Ativa:
nos moldes definidos por ato do Poder Executivo a) Piloto - Cruzamento com redutor de velocidade;
Municipal; b) Bicicletários - instalações e melhorias;
§2º A regulamentação de que trata o §1º poderá dispor c) Passarelas existentes;
acerca das atividades permitidas nas áreas inseridas no d) Semáforos existentes;
Parque Ecológico da Aldeia Hippie. e) Semáforos propostos;
Subseção VIII f) Ciclovias novas;
Das Áreas de Risco g) Ciclovias existentes;
h) Propostas de estacionamentos públicos;
Art. 61. As Áreas de Risco são aquelas suscetíveis à i) Perímetro pedonal.
ocorrência de deslizamentos de grande impacto,
inundações ou processos geológicos ou hidrológicos III — Sistema Viário geral e Sistema de Transporte Público
correlatos, além daquelas relacionadas às áreas industriais Coletivo, que contempla projetos, ações e equipamentos
e faixas de servidão das linhas de transmissão de energia existentes, bem como projetos, ações e equipamentos que
e dutovias. devem funcionar como elementos a serem considerados
em futuras ações do Poder Público. Sua efetiva
Art. 62. São diretrizes para as áreas de riscos: implementação, ou alteração, será feita por atos
I — Realocar a população residente em áreas normativos específicos, baseados em estudos e critérios
consideradas pelo Poder Executivo Municipal como de técnicos, que poderão, inclusive, indicar outros
risco à vida humana ou ambiental; componentes para o Sistema de Transporte Público
II – Promover a cooperação entre as diferentes esferas de Coletivo:
governo, a iniciativa privada e os demais setores da a)Paradas de ônibus em rodovias estaduais;
sociedade no atendimento das diretrizes das áreas de b)Terminais de integração Sede e Orla;
risco; c)Terminais municipais e intermunicipais;
III — Assegurar proteção e segurança à população d)Propostas de Expansão Viária;
localizada em áreas impróprias à ocupação humana, como e)Estação Metroviária;
aquelas em situação de risco de deslizamento e inundação f)Terminal hidroviário – Prainha de Parafuso;
nas margens de rios, ou contaminadas, promovendo a g)Metrô Existente;
relocação para locais seguros e adequados; h)Metrô em Implantação;
IV — Abordagem sistêmica das ações de prevenção, i)Metrô Proposição;
mitigação, preparação, resposta e recuperação; j)Linhas - Itinerário dos ônibus;
V — Adoção da bacia hidrográfica como unidade de k)BRT proposto;
análise das ações de prevenção de desastres relacionados l)VLT Metropolitano proposto;
a corpos d’água; m)Vias Estruturais Metropolitanas;
VI — Participação da sociedade civil. n)Vias Estruturantes Municipais;
o)Estações de ônibus propostas;
Art. 63. Nas áreas alagadiças e sujeitas a inundações, não p)Área de interesse para projetos de mobilidade urbana.
será autorizado o parcelamento do solo sem que sejam
executadas e devidamente comprovadas com estudo Art. 65. Sem prejuízo da imediata utilização pela
técnico todas as providências necessárias para assegurar Administração Municipal, as propostas que versam sobre
o escoamento das águas. Hierarquização Viária, Mobilidade Ativa e Sistema de
Transporte Coletivo, entre outras, podem ser objeto de
CAPÍTULO VI revisão e complementação no âmbito da elaboração do
DO SISTEMA DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA E Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PLAMOB) ou em
MOBILIDADE URBANA outro ato normativo cabível, a ser elaborado conforme
estabelece a Lei da Política Nacional de Mobilidade
Art. 64. São identificados no território do Município de Urbana.
Camaçari, contidos nos Mapas 6.1, 6.2 e 6.3, os elementos
e informações referentes ao Sistema de Infraestrutura CAPÍTULO VII
Viária e Mobilidade Urbana, a seguir relacionados: ZONA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL (ZEIS)
I — Sistema Viário geral e Hierarquização básica:
a) Vias Estruturantes Metropolitanas; Art. 66. As Zona de Especial Interesse Social (ZEIS), com
b) Vias Estruturantes Municipais; demarcação territorial no Mapa 07 desta Lei, sendo
c) Vias Arteriais; classificadas segundo as suas diferentes categorias,
d) Vias Coletoras; prevendo no Código Urbanístico a sua regulamentação
e) Vias Locais; básica e estruturação de unidades de gestão, conforme as
f) Estradas e vias rurais; seguintes categorias:
g) Linha Férrea; I — ZEIS – 1: áreas ocupadas por assentamentos e
h) Passagens de Nível sobre a linha férrea; edificações precários;
i) Praças de Pedágio. II — ZEIS – 2: núcleos, loteamentos e conjuntos
II — O Sistema Viário geral e de Mobilidade Ativa/não habitacionais clandestinos, irregulares ou que por algum
motorizada contempla projetos, ações e equipamentos motivo seus ocupantes não foram titulados, habitados ou
existentes, bem como projetos, ações e equipamentos que não por famílias de baixa renda e de conjuntos
devem funcionar como elementos a serem considerados habitacionais produzidos pelo Poder Público Municipal;
em futuras ações do Poder Público. Sua efetiva

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III — ZEIS – 3: assentamentos ocupados por população de f) Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV);
baixa renda em edificações precárias e irregulares, em g) Parâmetros de Ocupação e Uso do Solo;
áreas com restrições ambientais que admitem h) Zoneamento Urbanístico.
aproveitamentos de baixa densidade, prevendo o III — Dos Instrumentos de reestruturação urbana:
reassentamento de famílias alocadas em áreas de a) Concessão Urbanística;
proteção ambiental e/ou áreas de risco, para áreas vazias b) Transformação Urbana Localizada (TUL);
em seu entorno; c) Projeto de Reordenamento do Solo Urbano;
IV — ZEIS – 4: áreas não edificadas ou edificações vazias d) Plano Urbanístico Específico (PUE);
ou subutilizadas, com destinação predominante para a e) Operações Urbanas Consorciadas (OUC);
produção de Habitação de Interesse Social, prevendo sua f) Urbanismo Tático;
regulamentação básica e estruturação de sua gestão, g) Regularização Fundiária Urbana (REURB).
ainda que as áreas de vazios sejam ou não IV — Das Ferramentas Complementares:
predominantes; a) Órgãos Colegiados de Política Urbana;
V — ZEIS – 5: assentamentos ocupados por comunidades b) Órgão de Julgamento de Infrações Ambientais e
quilombolas e comunidades tradicionais, especialmente Urbanísticas;
aquelas vinculadas à pesca, mariscagem e outras c) Assistência Técnica de Habitação de Interesse
atividades congêneres. Social (ATHIS);
d) Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM);
TÍTULO III e) Consórcio Público Intermunicipal;
DAS POLÍTICAS URBANA E DE GESTÃO AMBIENTAL f) Pagamento por Serviços Ambientais (PSA);
g) Termo de Acordo Compromisso (TAC);
h) Tombamento e Registro Municipal;
CAPÍTULO I i) Parcerias Público Privadas (PPP);
DISPOSIÇÕES GERAIS, INSTRUMENTOS E j) Planos e Programas:
FERRAMENTAS COMPLEMENTARES 1. Planos de Urbanização Intermunicipal;
2. Plano de Manejo de Unidades de Conservação;
Seção I 3. Plano Municipal de Arborização Urbana;
Das Disposições Gerais 4. Plano Municipal de Iluminação Pública;
5. Plano Municipal de Saneamento Ambiental;
Art. 67. Para fins de implantação da Política Urbana e de 6. Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PLAMOB);
Gestão Ambiental do Município de Camaçari, em acordo 7. Plano Municipal de Resiliência e Redução de
com o Estatuto da Cidade e outros diplomas legais Riscos;
aplicáveis, serão utilizados os Instrumentos de Política 8. Plano Municipal de Turismo;
Urbana e de Gestão Ambiental disciplinados e 9. Plano de Bairro;
regulamentados neste diploma legal, sem prejuízo da 10. Planos Setoriais.
utilização de outros instrumentos previstos em legislação
complementar. Seção II
Parágrafo único. O Código Urbanístico estabelecerá o Dos Instrumentos Indutores da Função Social
Sistema de Planejamento e Gestão do Desenvolvimento da Propriedade
Urbano e da Qualidade Ambiental, que terá funcionamento
integrado ao Sistema Municipal de Informações Ambientais Art. 69. São Instrumentos Indutores da Função Social da
a ser definido pelo Código Ambiental. Propriedade no território do Município de Camaçari:
I — Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios;
Art. 68. Os Instrumentos para fins de implantação da II — IPTU Progressivo no Tempo;
Política Urbana e Gestão Ambiental do Município de III — Desapropriação Mediante pagamento em Título da
Camaçari incluem: Dívida Pública;
I — Dos Instrumentos Indutores da Função Social da IV — Listagem de Imóveis que não cumprem a Função
Propriedade: Social da Propriedade;
a) Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios; V — Consórcio Imobiliário;
b) IPTU Progressivo no Tempo; VI — Arrecadação de Bens Abandonados;
c) Desapropriação Mediante Pagamento em Título da VII — Direito de Preferência Administrativa;
Dívida Pública; VIII — Direito de Superfície;
d) Listagem de Imóveis que não cumprem a Função IX — Usucapião Especial de Imóvel Urbano,
Social da Propriedade; regulamentada de acordo com Legislação Federal
e) Consórcio Imobiliário; específica.
f) Arrecadação de Bens Abandonados;
g) Direito de Preferência Administrativa; Subseção I
h) Direito de Superfície; Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórias,
i) Usucapião Especial de Imóvel Urbano, IPTU Progressivo no Tempo e Desapropriação
regulamentada de acordo com Legislação Federal Mediante Pagamento em Título da Dívida Pública
específica.
II — Dos Instrumentos Relacionados ao Direito de Art. 70. Os Instrumentos do Parcelamento, Edificação e
Construir: Utilização Compulsórias; IPTU Progressivo no Tempo e
a) Outorga Onerosa do Direito de Construir; Desapropriação mediante pagamento em Título da Dívida
b) Transferência do Direito de Construir; Pública poderão ser aplicados nos imóveis não edificados,
c) Outorga Onerosa do Direito de Uso; subutilizados ou não utilizados localizados nas seguintes
d) Cota de Solidariedade; partes do território:
e) Avaliação de Impacto Ambiental (AIA); I — Macroárea de Estruturação Urbana;

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II — Macroárea de Consolidação Urbana; II — Abriguem atividades que não necessitem de


III — Macroárea de Expansão Urbana; edificações para sua finalidade e cumprimento da função
IV — Macroárea da Costa. social da propriedade;
III — Se encontrem em situação de irregularidade jurídica
Art. 71. Para os fins de aplicação desta Lei, serão que impeça sua utilização, desde que sua regularização
considerados como não edificado, subutilizado e não não dependa exclusivamente de ação do proprietário;
utilizado os imóveis enquadrados nos seguintes IV – Sejam tombados ou estejam em processo de
parâmetros: tombamento;
I — Não edificados: o coeficiente de aproveitamento V — Sejam áreas, lotes ou reservas técnicas situados na
utilizado seja igual a zero; Macrozona Industrial, ou sejam áreas de apoio logístico e
II — Subutilizado: o coeficiente de aproveitamento utilizado industrial, uma vez que visam fomentar o desenvolvimento
seja inferior ao coeficiente de aproveitamento mínimo da atividade econômica do Município.
(CAMIN) aplicável à zona, na forma definida em Lei
específica; Subseção II
III — Não utilizado: coeficiente de aproveitamento utilizado IPTU Progressivo no Tempo
igual ou superior ao coeficiente de aproveitamento mínimo
(CAMIN) aplicável à zona, desocupados há mais de 01 Art. 73. Em caso de não cumprimento da obrigação de
(um) ano. parcelamento, edificação ou utilização compulsórias, na
§1º A desocupação do imóvel, para fins de verificação do forma desta Lei, poderá ser aplicado o instrumento do
seu enquadramento na classificação de não utilizado, IPTU Progressivo no Tempo, mediante aplicação de
poderá ser comprovada pela ausência de fornecimento de alíquotas progressivas para o cálculo do IPTU do imóvel,
serviços essenciais, como abastecimento de água e majoradas anualmente pelo prazo de 05 (cinco) anos
fornecimento de energia elétrica, dentre outros meios de consecutivos até atingir a alíquota máxima admitida em lei,
prova admitidos em direito; respeitadas as disposições da legislação tributária do
§2º O Município de Camaçari, por meio de órgão município.
competente para tal, notificará o proprietário do imóvel §1º A alíquota a ser aplicada a cada ano será igual ao
classificado como não edificado, subutilizado ou não dobro do valor da alíquota do ano anterior, até o prazo
utilizado para que, no prazo de 01 (um) ano a contar do limite estabelecido no caput;
recebimento da notificação, protocole junto ao órgão §2º Será mantida a cobrança do imposto pela alíquota
competente pedido de aprovação de projeto de majorada até que se cumpra a obrigação de parcelar,
parcelamento ou edificação do referido imóvel, nos casos edificar, utilizar o imóvel, ou que ocorra a sua
de imóveis não edificados ou subutilizados, ou ocupe o desapropriação;
imóvel, em caso de imóveis não utilizados; §3º É vedada a concessão de isenções, anistias,
§3º A execução do projeto aprovado deverá ser iniciada no incentivos ou benefícios fiscais relativos ao IPTU
prazo máximo de 02 (dois) anos a contar da expedição do Progressivo de que trata esta Lei;
alvará correspondente, sendo obrigatória a comunicação §4º Quaisquer benefícios eventualmente concedidos a
do início da execução à administração pública por parte determinado imóvel, a exemplo de isenções do IPTU,
dos proprietários; serão suspensos quando o proprietário for notificado para
§4º A identificação dos imóveis classificados como não o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
edificados, subutilizados ou não utilizados deverá ser feita §5º Observadas as alíquotas previstas neste artigo, se
por levantamento do Poder Executivo Municipal, que aplica ao IPTU Progressivo a legislação tributária vigente
poderá analisar o enquadramento de imóveis indicados por no Município de Camaçari;
pessoas físicas ou jurídicas por meio de canal de §6º Será suspensa a aplicação do IPTU progressivo no
comunicação já existente ou criado especificamente para exercício subsequente àquele no qual for comprovado o
este fim; cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar o
§5º Em caso de alegação, por parte do proprietário, de imóvel.
impossibilidade jurídica ou de segurança da edificação
para ocupação de imóvel não utilizado, poderá ser Subseção III
concedido prazo de 01 (um) ano, a partir do recebimento Desapropriação mediante pagamento em Título da
da notificação, no qual o proprietário deverá promover a Dívida Pública
regularização da edificação, sua reforma ou demolição,
mediante obtenção da licença devida; Art. 74. Decorrido o prazo de 05 (cinco) anos de cobrança
§6º As obrigações de parcelamento, edificação ou do IPTU Progressivo sem que os proprietários dos imóveis
utilização compulsórias do imóvel serão transferidas para tenham cumprido a obrigação de parcelar, edificar ou
os sucessores do proprietário notificado em caso de utilizar o imóvel, o Município poderá proceder à
transmissão do imóvel, por ato “intervivos” ou “causa desapropriação desses imóveis com pagamento em
mortis”, posterior à data de recebimento da notificação, Títulos da Dívida Pública, na forma do artigo 8º da Lei
sem interrupção de quaisquer prazos Federal n.º 10.257 de 2001 - Estatuto da Cidade.
§7º A realização da notificação será averbada na matrícula §1º Os Títulos da Dívida Pública terão prévia aprovação do
do imóvel junto ao Ofício de Registro de Imóveis Senado Federal e serão resgatados no prazo de até 10
competente. (dez) anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais,
Art. 72. Não serão considerados, para fins de aplicação conforme a previsão do §1º do art. 8º da Lei Federal nº
dos instrumentos previstos nesta Subseção, os imóveis 10.257, de 2001;
que: §2º Após o prazo indicado no caput, o Poder Executivo
I — Não possuam acesso à infraestrutura básica, assim Municipal precisará publicar o correspondente decreto de
definida pela legislação federal de parcelamento do solo desapropriação do imóvel no prazo máximo de 01 (um)
urbano; ano, resguardada a falta de interesse público na

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desapropriação, que terá de ser adequadamente exploração das atividades daqueles não utilizados para
fundamentada; adoção da Função Social da Propriedade;
§3º O valor real da indenização: §4º No caso da utilização do imóvel para fins de REURB, o
a)refletirá o valor da base de cálculo do IPTU; proprietário poderá anuir com a titulação dos beneficiários,
b)não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e as unidades desocupadas e não comercializadas,
e juros compensatórios. alcançadas pela REURB, terão as suas matrículas abertas
§4º Os títulos de que trata este artigo não terão poder em nome do titular originário de domínio da área, podendo
liberatório para pagamento de tributos; o Poder Executivo Municipal promover programas de
§5º O Município procederá ao adequado aproveitamento mediação entre os ocupantes e os proprietários.
do imóvel no prazo máximo de 05 (cinco) anos, contado a
partir da sua incorporação ao patrimônio público; Art. 78. O proprietário do imóvel objeto do Consórcio
§6º O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado Imobiliário receberá em pagamento unidades imobiliárias
diretamente pelo Poder Público Municipal ou por meio de após a conclusão do projeto de valor equivalente ao valor
alienação, ou concessão a terceiros, observando-se, do imóvel antes do parcelamento, edificação ou utilização.
nesses casos, o devido procedimento licitatório; Parágrafo Único. O valor de avaliação para fins de
§7º Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos apuração das unidades a serem recebidas não
termos do §6º as mesmas obrigações de parcelamento, contemplará lucros cessantes, expectativa de valorização
edificação ou utilização. ou juros compensatórios e eventuais custos
correspondentes a débitos de IPTU, foro, laudêmio,
Subseção IV débitos frente às concessionárias de serviços públicos, ou
Listagem de imóveis que não cumprem a Função passivos ambientais que recaiam sobre o imóvel.
Social da Propriedade
Art. 79. Não serão interrompidos ou suspensos os prazos
Art. 75. O Poder Executivo Municipal deverá manter indicados para aplicação dos instrumentos listados na
listagem dos imóveis cujos proprietários tenham sido Subseção anterior em caso de proposta de Consórcio
notificados em razão do descumprimento da função social Imobiliário.
da propriedade.
§1º A lista deverá ser disponibilizada no portal eletrônico Art. 80. O Poder Executivo Municipal regulamentará por
do Município; Decreto os procedimentos indicados nesta Subseção,
§2º O imóvel permanecerá na lista até que tenha cumprido como couber.
com a obrigação imputada de parcelamento, edificação ou
utilização, conforme o caso;
§3º O Poder Executivo Municipal regulamentará por Subseção VI
decreto os procedimentos indicados nesta Subseção como Da Arrecadação de Bens Abandonados
couber.
Art. 81. O imóvel que o proprietário abandonar, com a
Subseção V intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e
Consórcio Imobiliário que não se encontrar na posse de outrem, poderá ser
Art. 76. O Consórcio Imobiliário é a forma de viabilização arrecadado, como bem vago, e passar, 03 (três) anos
de planos de urbanização, de regularização fundiária ou de depois, à propriedade do Município de Camaçari.
reforma, conservação ou construção de edificação por §1º A Arrecadação de Bens Abandonados poderá ser
meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público aplicada aos imóveis localizados em todo o território do
Municipal seu imóvel e, após a realização das obras, Município;
recebe, como pagamento, unidades imobiliárias §2º A intenção referida no caput deste artigo será
devidamente urbanizadas ou edificadas, ficando as demais presumida quando o proprietário, cessados os atos de
unidades incorporadas ao patrimônio público. posse sobre o imóvel, não adimplir os ônus fiscais
instituídos sobre a propriedade predial e territorial urbana,
Art. 77. Havendo interesse público, o Poder Público por 05 (cinco) anos;
Municipal poderá facultar ao proprietário do imóvel não §3º O procedimento de arrecadação de imóveis urbanos
edificado, subutilizado ou não utilizado o desenvolvimento abandonados obedecerá ao disposto em ato do Poder
do parcelamento, edificação ou utilização, conforme o Executivo Municipal e observará, no mínimo:
caso, por meio de Consórcio Imobiliário, ou ainda objeto de I — Abertura de processo administrativo para tratar da
Regularização Fundiária Urbana (REURB) para fins de arrecadação;
regularização fundiária. II — Comprovação do tempo de abandono e de
§1º O aproveitamento do imóvel pelo Poder Público inadimplência fiscal;
Municipal poderá ser feito por qualquer meio admitido em III — Notificação ao titular do domínio para, querendo,
Lei, a exemplo de parcerias público privadas, concessão apresentar impugnação no prazo de 30 (trinta) dias,
urbanística, incorporação imobiliária, dentre outros; contados da data de recebimento da notificação.
§2º Não incidirá imposto de transmissão sobre a §4º A ausência de manifestação do titular do domínio será
transferência do imóvel objeto do Consórcio Imobiliário interpretada como concordância com a arrecadação;
para o Poder Público Municipal ou sobre a transferência §5º Respeitado o procedimento de arrecadação, o
das unidades dadas em pagamento ao proprietário, desde Município poderá realizar, diretamente ou por meio de
que transferidas diretamente para este; terceiros, os investimentos necessários para que o imóvel
§3º O Poder Executivo Municipal poderá adotar a figura de urbano arrecadado atinja prontamente os objetivos sociais
moderador por meio do desenvolvimento de programas a que se destina;
que aproximem os proprietários notificados e os agentes §6º Na hipótese de o proprietário reivindicar a posse do
econômicos interessados no desenvolvimento imobiliário imóvel declarado abandonado, no transcorrer do triênio a
de imóveis subutilizados, não edificados ou ainda na que alude o artigo 1.276 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro

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de 2002 (Código Civil), fica assegurado ao Poder VII — Criação de unidades de conservação ou proteção de
Executivo Municipal o direito ao ressarcimento prévio, e outras áreas de interesse ambiental;
em valor atualizado, de todas as despesas em que VIII — Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
eventualmente houver incorrido, inclusive tributárias, em paisagístico.
razão do exercício da posse provisória.
Art. 88. O proprietário de imóvel localizado na área
Art. 82. Os imóveis arrecadados pelo Município poderão delimitada pela Lei Municipal de que trata o §1º do art. 82
ser destinados aos programas habitacionais, à prestação deste Plano Diretor, deverá notificar sua intenção de
de serviços públicos, ao fomento da REURB-S ou serão alienar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo
objeto de concessão de direito real de uso a entidades de 30 (trinta) dias, manifeste por escrito seu interesse em
civis que comprovadamente tenham fins filantrópicos, comprá-lo.
assistenciais, educativos, esportivos ou outros, no §1º À notificação mencionada no caput será anexada
interesse do Município de Camaçari. proposta de compra assinada por terceiro interessado na
aquisição do imóvel, da qual constarão o preço, as
Art. 83. O Poder Executivo Municipal poderá desenvolver condições de pagamento e o prazo de validade;
programas que buscam a anuência dos proprietários de §2º O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo
imóveis abandonados e a sua destinação e Função Social menos um jornal local ou regional de grande circulação,
da Propriedade, podendo se valer concomitantemente de edital de aviso da notificação recebida nos termos do caput
outros instrumentos previstos neste Plano Diretor. e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da
proposta apresentada;
Art. 84. O Poder Executivo Municipal poderá elaborar §3º Transcorrido o prazo mencionado no caput sem
plano de incentivo à requalificação de imóveis sem uso ou manifestação, fica o proprietário autorizado a realizar a
degredados, garantindo sua função social, a melhoria no alienação para terceiros, nas condições da proposta
entorno pelo aumento da atividade humana, apresentada;
desenvolvimento e bem-estar comunidade em geral. §4º Não será emitida guia para pagamento dos tributos
§1º O Poder Executivo Municipal poderá definir no plano municipais de transmissão de propriedade para os imóveis
critérios específicos para sua implementação, como áreas localizados em áreas delimitadas por Lei Municipal de que
ou zonas prioritárias que deverão sofrer reforma, trata o §1º do art. 82, sem que sejam observados os
ampliação, restauração, recuperação ou construção de trâmites do caput deste artigo;
nova edificação, possíveis benefícios fiscais para estimular §5º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica
as requalificações, avaliar a definição de critérios obrigado a apresentar ao Município, no prazo de 30 (trinta)
específicos para sua regularização (Retrofit); dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel;
§2º Na hipótese de o plano de incentivo prever benefícios §6º A alienação processada em condições diversas da
fiscais, estes serão instituídos por Lei Específica. proposta apresentada é nula de pleno direito;
§7º Ocorrida a hipótese prevista no §6º, o Município
Art. 85. O Poder Executivo Municipal regulamentará por poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do
Decreto os procedimentos indicados nesta Subseção como IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se
couber. este for inferior àquele;
§8º Poderá o Município fazer constar no cadastro de
Subseção VII contribuinte imobiliário a observação sobre o Direito de
Direito de Preferência Administrativa Preferência Administrativa nos imóveis que incidirem o
interesse público nos moldes deste artigo.
Art. 86. O Município poderá exercer o Direito de
Preferência Administrativa, Direito de Preempção previsto Subseção VIII
no Estatuto da Cidade, para adquirir imóvel objeto de Direito de Superfície
alienação onerosa entre particulares quando houver
interesse público no imóvel para realização de obras e Art. 89. O Município, na forma dos artigos 21 a 24 do
intervenções que visem o cumprimento dos objetivos deste Estatuto da Cidade, poderá receber em concessão o
Plano Diretor. direito de superfície sobre imóveis privados quando houver
§1º O Direito de Preferência Administrativa poderá ser interesse público no imóvel para realização de obras e
utilizado em qualquer área do território municipal, desde intervenções que visem o cumprimento dos objetivos deste
que delimitada por Lei Municipal específica, que também Plano Diretor, inclusive do espaço aéreo ou subterrâneo.
fixará prazo de vigência, não superior a 05 (cinco) anos, §1º O Município poderá receber o direito de superfície, na
renovável a partir de 01 (um) ano após o decurso do prazo forma da Lei, diretamente ou por meio de suas autarquias,
inicial de vigência. empresas ou órgãos, para as diretrizes estabelecidas
neste Plano Diretor;
Art. 87. A Lei Municipal que delimitar a área de incidência §2º O Município também poderá recorrer ao instrumento
do Direito de Preferência Administrativa deverá especificar em imóveis de sua titularidade, concedendo o direito de
o objetivo pretendido, que deverá envolver um ou mais superfície a particulares, mediante contrapartida, ou a
itens listados a seguir: órgãos, autarquias ou empresas públicas, para
I — Regularização Fundiária Urbana - REURB; implementação de projetos que visem o cumprimento dos
II — Execução de programas e projetos habitacionais de objetivos deste Plano Diretor, incluindo instalação de
interesse social; galerias compartilhadas de serviços públicos e para a
III — Constituição de reserva fundiária; produção de utilidades energéticas;
IV — Ordenamento e direcionamento da expansão urbana; §3º O direito de superfície poderá ser utilizado em
V — Implantação de equipamentos urbanos e associação a qualquer outro instrumento previsto para o
comunitários; Município de Camaçari, especialmente os de
VI — Criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

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reestruturação urbana, devendo ser regulado na legislação Subseção I


específica de cada projeto. Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 90. A concessão e a permissão do direito de superfície Art. 93. Nas áreas em que for estabelecido Coeficiente de
ficam autorizados ao Poder Executivo Municipal para o fim Aproveitamento Básico (CAB) e máximo (CAM), na forma
específico de ativação de calçadas para implantação de a ser definida em Lei específica, o Município poderá
bancas, quiosques, hortos, quiosques de produtos da outorgar o direito de construir acima do coeficiente de
agricultura familiar, mesas, cadeiras, entre outros aproveitamento básico, limitado ao máximo, mediante
equipamentos, desde que não interrompam o trânsito de contrapartida financeira paga pelo beneficiário, nos termos
pedestres, assim como nas áreas de estacionamento para desta Lei.
implantação de parklets e afins. Parágrafo Único. É entendido como Coeficiente de
§1º Será precedida de licitação a contratação de direito de Aproveitamento Adicional (CAA) a diferença entre o
superfície ou concessão para ativação de calçada de Coeficiente de Aproveitamento Básico e o Coeficiente
equipamentos autônomos, dispensando-se do Efetivamente Utilizado.
procedimento licitatório quando o uso se destinar às
entidades educativas, culturais e assistenciais, ou quando Art. 94. A Outorga Onerosa do Direito de Construir será
houver relevante interesse público; concedida após análise dos potenciais impactos no
§2º Quando se tratar de equipamentos vinculados e patrimônio cultural, na paisagem, no meio ambiente e na
imediatamente contíguos a imóveis térreos com saída para mobilidade da área, se forem respeitados os gabaritos de
calçada, será dispensado procedimento licitatório, atendida altura das edificações, os índices de ocupação, a
a regulamentação no que concerne a preços públicos e/ou permeabilidade, os recuos e afastamentos aplicáveis, na
isenções; forma da Lei.
§3º O Poder Executivo Municipal regulamentará por
Decreto os procedimentos, formas de concessão, Art. 95. Nos casos em que o potencial construtivo objeto
permissão e de cobrança de preços públicos indicados da outorga onerosa corresponda a mais de 50% (cinquenta
nesta Subseção como couber. por cento) do CAB da zona onde o terreno receptor se
encontra, o impacto urbanístico decorrente da implantação
Subseção IX do empreendimento será avaliado pelo órgão de
Usucapião especial de imóvel urbano, planejamento do Município, considerando:
regulamentada de acordo com legislação federal I — A saturação da capacidade viária, por meio de um
específica Relatório de Impacto no Trânsito (RIT);
II — O meio ambiente e o patrimônio cultural, quando
Art. 91. Aquele que possuir como sua área ou edificação aplicável, por meio da apresentação de um Relatório de
urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por Impacto de Vizinhança (RIVI).
cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a Parágrafo único. A monitorização da utilização da
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o Outorga Onerosa do Direito de Construir será realizada
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel pelo órgão de planejamento do Município, que deverá
urbano ou rural, regulamentada de acordo com legislação manter um registro de todas as operações em um arquivo
federal específica. específico e elaborar um balanço anual dos impactos
§1º Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição resultantes da utilização desse instrumento nas áreas
há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo receptoras, divulgando publicamente os resultados, com
número de possuidores seja inferior a duzentos e destaque para as áreas críticas próximas da saturação;
cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis
de serem usucapidos coletivamente, desde que os Art. 96. Os recursos provenientes da Outorga Onerosa do
possuidores não sejam proprietários de outro imóvel Direito de Construir serão destinados ao Fundo Municipal
urbano ou rural, regulamentada de acordo com legislação de Desenvolvimento Urbano, instituído por este Plano
federal específica; Diretor, a ser regulamentado por ato do Poder Executivo
§2º A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser Municipal, e que poderão ser aplicados conforme o artigo
utilizada em conjunto com outros instrumentos, 31 do Estatuto da Cidade, para as seguintes finalidades:
notadamente a Regularização Fundiária Urbana (REURB). I — Regularização Fundiária Urbana - REURB;
II — Execução de programas e projetos habitacionais de
Seção III interesse social;
Dos Instrumentos Relacionados ao Direito de III — Constituição de reserva fundiária;
Construir IV — Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V — Implantação de equipamentos urbanos e
Art. 92. São instrumentos relacionados ao direito e comunitários;
construir no território do Município de Camaçari: VI — Criação de espaços urbanos e comunitários;
I — Outorga Onerosa do Direito de Construir; VII — Criação de unidades de conservação ou proteção de
II — Transferência do Direito de Construir; outras áreas de interesse público;
III — Outorga Onerosa do Direito de Uso; VIII — Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
IV — Cota de Solidariedade; paisagístico.
V — Avaliação de Impacto Ambiental (AIA); §1º O Município poderá estabelecer que o pagamento do
VI — Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV); valor apurado como contrapartida pelo uso da Outorga
VII — Parâmetros de Ocupação e Uso do Solo; Onerosa do Direito de Construir seja efetuado em parcelas
VIII — Zoneamento Urbanístico. mensais, por até 12 (doze) meses, não excedendo o prazo
estipulado para a conclusão da obra, acrescido de juros de
1% (um por cento) ao mês, e sujeito a correção monetária,

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conforme a legislação federal aplicável a créditos dessa Art. 100. O valor da contrapartida será calculado conforme
natureza; fórmula descrita a seguir:
§2º Na hipótese de pagamento parcelado, a emissão do C= [AT X (CAE - CAB) ÷ CAB] X VUPT X FIS X FS X FP
alvará de habite-se do empreendimento ficará Em que:
condicionada à comprovação da quitação do valor apurado C = Contrapartida financeira a ser paga ao Município por
como contrapartida pelo uso da Outorga Onerosa do uso de potencial construtivo adicional;
Direito de Construir. AT = Área de terreno em m²;
VUPT = Valor Unitário Padrão Territorial - Valor por m² do
Art. 97. O valor da contrapartida da Outorga Onerosa do terreno constante do cadastro de valor de terreno para fins
Direito de Construir, estabelecido conforme esta Lei, de Outorga Onerosa do Direito de Construir;
poderá ser reduzido em até 30% (trinta por cento), CAE = Coeficiente de aproveitamento do empreendimento;
conforme Fator de Sustentabilidade, segundo os critérios CAB = Coeficiente de aproveitamento básico;
de edificações sustentáveis estabelecidos nos itens FIS = Fator de interesse social;
abaixo: FS = Fator de sustentabilidade;
I — Eficiência Energética: A edificação deve atender ou FP = Fator de planejamento.
superar os requisitos mínimos de eficiência energética Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal poderá
estabelecidos pelas normas técnicas aplicáveis, estabelecer que o pagamento do valor apurado como
comprovados por meio de certificação energética emitida contrapartida pelo uso da Outorga Onerosa do Direito de
por órgão competente; Construir seja realizado em parcelas mensais, acrescido
II — Uso de Energias Renováveis: A edificação deve de juros de 1% (um por cento) ao mês e mediante
incorporar o uso de fontes de energia renovável, como correção monetária, por prazo não superior a dezoito
energia solar ou eólica, para atender parte significativa de meses, condicionada a emissão do alvará de habite-se à
suas necessidades energéticas; comprovação da quitação total do saldo a pagar.
III — Gestão de Resíduos: A edificação deve implementar
um sistema eficiente de gestão de resíduos sólidos, Subseção II
incluindo a coleta seletiva, reciclagem e destinação Transferência do Direito de Construir
adequada de resíduos, comprovado por relatório de gestão
de resíduos; Art. 101. Transferência do Direito de Construir é o
IV — Conservação da Água: A edificação deve adotar instrumento por meio do qual o Poder Público Municipal
medidas de conservação da água, como captação de água poderá permitir ao proprietário de imóvel urbano exercer
da chuva, reuso de águas cinzas e adoção de dispositivos seu direito de construir até o coeficiente de aproveitamento
economizadores de água, comprovados por laudo técnico; básico em outra localização ou alienar esse direito por
V — Uso de Materiais Sustentáveis: A edificação deve meio de escritura pública. Essa ação será permitida
utilizar materiais de construção sustentáveis e de baixo conforme previsto neste Plano Diretor ou na legislação
impacto ambiental, comprovados por meio de certificação urbanística dele derivada, quando o imóvel de propriedade
ou laudo técnico. for considerado necessário para as seguintes finalidades:
I — Implantação de equipamentos urbanos e comunitários
§1º A comprovação do atendimento aos critérios públicos;
estabelecidos nos parágrafos anteriores será realizada por II — Implementação de programas de regularização
meio de documentação técnica emitida por profissional fundiária, que envolvam a regularização urbanística,
habilitado e reconhecido por órgão competente do jurídica e a qualificação ambiental em áreas ocupadas por
Município; população de baixa renda ou para a produção de
§2º O órgão responsável pelo licenciamento urbanístico do habitação de interesse social;
Município estabelecerá procedimentos e requisitos III — Preservação do patrimônio ambiental e paisagístico,
adicionais necessários para a concessão dos descontos associada à criação de parques de uso público;
mencionados neste artigo, bem como o percentual de IV — Preservação de valor histórico ou cultural, associada
redução aplicável ao empreendimento em específico; à obrigação de conservação do patrimônio histórico
§3º Os descontos previstos neste artigo poderão ser relacionado.
cumulados com outros incentivos ou benefícios fiscais
relacionados à edificação sustentável, conforme previsto §1º No caso do inciso I, os imóveis serão doados ao
em legislação específica, desde que não ultrapassem o Município, garantindo ao proprietário o direito a 100% (cem
percentual de redução previsto no caput. por cento) do Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB)
previsto para a zona em que se localize;
Art. 98. O valor da contrapartida da Outorga Onerosa do §2º No caso do inciso II, os imóveis serão doados ao
Direito de Construir, estabelecido conforme esta Lei, Município, garantindo ao proprietário o direito ao
conforme o Fator de Interesse Social, poderá ser reduzido Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM);
em até 50% (cinquenta por cento), no caso de destinação §3º No caso do inciso III, quando os imóveis forem doados
para habitação de interesse social ou de retrofit de ao Município, o proprietário terá direito a 100% (cem por
interesse social, aplicado na forma do art. 100. cento) do Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM), e
quando o imóvel permanecer em seu domínio, terá direito
Art. 99. O valor da contrapartida da Outorga Onerosa do a 50% (cinquenta por cento) do Coeficiente de
Direito de Construir, estabelecido conforme esta Lei, Aproveitamento Máximo (CAM);
conforme o Fator de Planejamento, poderá ser reduzido §4º No caso do inciso IV, quando os imóveis forem doados
em até 30% (trinta por cento), a depender do planejamento ao Município, o proprietário terá direito a 100% (cem por
da zona onde será desenvolvido o empreendimento, cento) do Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM) e,
aplicado na forma do art. 100. quando o imóvel permanecer em seu domínio, desde que
tombado, terá direito a 30% (trinta por cento) do
Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM);

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Dados: 2023.12.15 10:20:29 -03'00'
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§5º O Poder Público Municipal deverá realizar o CO = Coeficiente de aproveitamento (máximo ou básico,
cadastramento dos imóveis de interesse para a aplicação conforme o caso);
deste instrumento; FP = Fator de planejamento.
§6º Nos casos em que não houver doação do imóvel
cedente, ficará condicionado às disposições previstas em Art. 107. O cálculo para apuração do aproveitamento do
Lei, em especial ao atendimento das providências relativas potencial construtivo transferido no imóvel receptor será
à conservação do imóvel cedente, e caso estas feito segundo o critério de proporcionalidade entre os
providências não sejam tomadas, o proprietário do imóvel valores imobiliários da área de origem e do imóvel
estará sujeito às sanções cabíveis; receptor, estabelecidos com base Coeficiente de
§7º O Poder Executivo Municipal regulamentará por Aproveitamento Básico (CAB) no Valor Unitário Padrão
decreto os procedimentos indicados nesta Subseção como Territorial (Vupt), definido pelo Município para fins de
couber. cálculo do IPTU dos respectivos imóveis, conforme fórmula
a seguir:
Art. 102. O controle da transferência de potencial PCT = [AC - (AR X CAB)] ÷ (VUPTO ÷ VUPTR), onde:
construtivo será de competência do Órgão responsável PCT = Potencial construtivo a ser transferido;
pelo desenvolvimento urbano, que emitirá, mediante AC = Área construída para efeito do cálculo do coeficiente
requerimento, Declaração de Potencial Construtivo de aproveitamento que se planeja atingir no
Passível de Transferência e Certidão de Transferência de empreendimento;
Potencial Construtivo. AR = Área do imóvel receptor;
§1º Os documentos indicados no caput deste artigo CAB = Coeficiente de aproveitamento básico do imóvel
conterão, pelo menos: receptor;
I — Identificação do imóvel cedente, incluindo a VUPTO = Valor Unitário Padrão Territorial da área de
qualificação completa do(s) proprietário(s), a denominação origem;
e o código do logradouro de acesso, o número do imóvel, VUPTR = Valor Unitário Padrão Territorial do imóvel
número de matrícula e cartório no qual está registrado, receptor.
número de inscrição no censo imobiliário municipal e a
área do lote ou terreno, especificada em metros Subseção III
quadrados; Outorga Onerosa do Direito de Uso
II — Potencial construtivo da área de origem, e/ou seu
remanescente, correspondente ao direito de construir que Art. 108. Por meio da Outorga Onerosa do Direito de Uso,
será exercido em outro local, especificado em metros poderá ser autorizado usos diversos daqueles previstos no
quadrados, bem como valor unitário padrão, data da zoneamento ou parâmetros urbanísticos mais permissivos,
cessão, assim como saldo do Potencial Construtivo mediante contrapartida financeira e/ou obras e serviços de
remanescente. infraestrutura e equipamentos comunitários a serem
§2º Na Certidão de Transferência de Potencial Construtivo executados pelo beneficiário.
deverá constar, além dos dados do imóvel cedente, a
identificação do imóvel receptor, incluindo a qualificação Art. 109. A Outorga Onerosa do Direito de Uso poderá ser
completa do(s) proprietário(s), a denominação e o código concedida após análise dos potenciais impactos no
do logradouro de acesso, o número do imóvel, número de patrimônio cultural, na paisagem, no meio ambiente e na
matrícula e cartório no qual está registrado, número de mobilidade da área, podendo ser flexibilizados os usos,
inscrição no censo imobiliário municipal e a área do lote ou gabarito, índices de ocupação, a permeabilidade, os
terreno, especificada em metros quadrados. recuos e afastamentos.

Art. 103. O imóvel receptor da Transferência do Direito de Art. 110. O impacto urbanístico decorrente da implantação
Construir são aqueles para os quais foi estabelecido do empreendimento será sempre avaliado pelo órgão de
coeficiente de aproveitamento máximo. planejamento do Município, considerando:
I — A saturação da capacidade viária, por meio de um
Art. 104. Os processos de emissão da Declaração de Relatório de Impacto no Trânsito (RIT);
Potencial Construtivo Passível de Transferência devem II — O meio ambiente e o patrimônio cultural, quando
incluir obrigatoriamente os planos ou projetos que aplicável, por meio da apresentação de Relatório de
detalham a forma de utilização da área de origem para a Impacto de Vizinhança (RIV);
Transferência do Direito de Construir. III — Localização em áreas ambientalmente sensíveis e
necessárias à reposição dos estoques hídricos.
Art. 105. Uma vez aprovada a transferência de potencial §1º A monitorização da utilização da Outorga Onerosa do
construtivo pelo órgão municipal competente, o ato deverá Direito de Uso será realizada pelo órgão de planejamento
ser registrado no(s) Ofício(s) de Registro de Imóveis do Município, que deverá manter um registro de todas as
competente(s) por meio de averbação, notificando a operações em arquivo específico e elaborar balanço anual
transferência ocorrida, tanto na matrícula da área de dos impactos resultantes da utilização desse instrumento
origem quanto no imóvel receptor, o que será requisito nas áreas receptoras, divulgando publicamente os
para emissão do Alvará de Habite-se. resultados, com destaque para as áreas críticas próximas
da saturação da capacidade conversão do uso
Art. 106. O cálculo para apuração do potencial construtivo estabelecida para a região.
a ser transferido no imóvel cedente será feito conforme
fórmula a seguir: Art. 111. Os recursos provenientes da Outorga Onerosa
PCT = AO X CO X FP, onde: do Direito de Uso serão destinados ao Fundo Municipal de
PCT = Potencial construtivo a ser transferido; Desenvolvimento Urbano e poderão ser aplicados
AO = Área de origem; conforme o artigo 31 da Lei n.º 10.257/2001, Estatuto da
Cidade, para as seguintes finalidades:

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Dados: 2023.12.15 10:20:44 -03'00'
Sexta-feira
15 de dezembro de 2023 - Ano XX
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I — Regularização Fundiária Urbana - REURB; Subseção IV


II — Execução de programas e projetos Cota de Solidariedade
habitacionais de interesse social;
III — Constituição de reserva fundiária; Art. 113. O Poder Executivo Municipal deverá exigir em
IV — Ordenamento e direcionamento da empreendimentos imobiliários de grande porte, assim
expansão urbana; considerados os empreendimentos com área construída
V — Implantação de equipamentos urbanos e superior a 25.000 m² (vinte e cinco mil metros quadrados),
comunitários; independente de sua natureza ou formatação, a
VI — Criação de espaços urbanos e comunitários; contribuição para a produção de habitação de interesse
VII — Criação de Unidades de Conservação ou proteção social, que se dará por meio de:
de outras áreas de interesse público; I — Destinação de parte das unidades do próprio
VIII — Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou empreendimento a habitações de interesse social;
paisagístico. II — Produção de habitações de interesse social ou
§1º O Município poderá estabelecer que o pagamento do equipamentos públicos pelo próprio empreendedor em
valor apurado como contrapartida pelo uso da Outorga imóvel indicado pelo Município;
Onerosa do Direito de Uso seja efetuado em parcelas III — Doação de terreno ao Município para produção de
mensais, por até 12 (doze) meses, desde que não exceda habitação de interesse social, condicionado ao aceite por
o prazo estipulado para a conclusão da obra, acrescido de parte do Município, que deverá observar conveniência e
juros de 1% (um por cento) ao mês, e sujeito a correção interesse público sobre o imóvel indicado;
monetária, conforme a legislação federal aplicável a IV — Doação de recursos financeiros ao município para
créditos dessa natureza; produção de habitação de interesse social, a ser destinado
§2º Na hipótese de pagamento parcelado, a emissão do ao Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social.
alvará de habite-se do empreendimento ficará
condicionada à comprovação da quitação do valor total Art. 114. Os empreendimentos de grande porte ficam
apurado como contrapartida pelo uso da Outorga Onerosa obrigados a destinar 3% (três por cento) da área
do Direito de Uso. construída computável para habitação de interesse social,
para atender população com renda familiar de até 02 (dois)
Art. 112. O valor da contrapartida da Outorga Onerosa do salários-mínimos.
Direito de Uso, estabelecido nos termos desta lei, §1º A aprovação do projeto e licenciamento do
conforme Fator de Sustentabilidade, poderá ser reduzido empreendimento fica condicionado ao atendimento da
em até 30% (trinta por cento), segundo os critérios de Cota de Solidariedade, devendo integrar o processo de
edificações sustentáveis estabelecidos nos itens abaixo: licenciamento relatório indicando a forma de cumprimento,
I — Eficiência Energética: A edificação deve atender ou especificando as unidades HIS se for o caso, bem como
superar os requisitos mínimos de eficiência energética demonstração de atendimento dos critérios desta Lei;
estabelecidos pelas normas técnicas aplicáveis, §2º As doações relacionadas à cota de solidariedade não
comprovados por meio de certificação energética emitida se confundem com as doações decorrentes do
por órgão competente; parcelamento do solo, aplicadas de forma independente;
II — Uso de Energias Renováveis: A edificação deve §3º Em caso de cumprimento da cota de solidariedade na
incorporar o uso de fontes de energia renovável, como forma do Art. 113, incisos II, III e IV, as habitações
energia solar ou eólica, para atender parte significativa de produzidas, terreno ou recurso financeiro doado deverão
suas necessidades energéticas; ter valor correspondente às unidades HIS do próprio
III — Gestão de Resíduos: A edificação deve implementar empreendimento caso o cumprimento da cota de
um sistema eficiente de gestão de resíduos sólidos, solidariedade se desse na forma no inciso I;
incluindo a coleta seletiva, reciclagem e destinação §4º Área destinada a habitação de interesse social na
adequada de resíduos, comprovado por relatório de gestão forma do Art. 113, inciso I não será computada para fins de
de resíduos; apuração do potencial construtivo utilizado.
IV — Conservação da Água: A edificação deve adotar
medidas de conservação da água, como captação de água Art. 115. O Poder Executivo Municipal deverá fiscalizar a
da chuva, reuso de águas cinzas e adoção de dispositivos correta destinação das unidades HIS para população que
economizadores de água, comprovados por laudo técnico; atenda os critérios desta lei, mesmo após a aprovação do
V — Uso de Materiais Sustentáveis: A edificação deve empreendimento.
utilizar materiais de construção sustentáveis e de baixo
impacto ambiental, comprovados por meio de certificação Subseção V
ou laudo técnico. Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
§1º A comprovação do atendimento aos critérios
estabelecidos nos incisos anteriores será realizada por Art. 116. Os empreendimentos e atividades utilizadores do
meio de documentação técnica emitida por profissional solo urbano municipal estarão sujeitos à Avaliação de
habilitado e reconhecido por órgão competente do Impactos Ambientais, que poderá incluir, entre outras
Município; atividades:
§2º O Órgão responsável pelo licenciamento urbanístico I — Elaboração de estudos técnicos de complexidade
do Município estabelecerá procedimentos e requisitos proporcional ao potencial de impacto do empreendimento
adicionais necessários para a concessão dos descontos ou atividade, inclusive EIA/RIMA na forma da legislação
mencionados neste artigo; ambiental aplicável;
§3º Os descontos previstos neste artigo serão aplicados de II — Monitoramento da qualidade ambiental na zona de
forma não cumulativa com outros incentivos ou benefícios influência do empreendimento ou atividade;
fiscais relacionados à edificação sustentável, conforme III — Identificação de medidas mitigadoras e
previsto em legislação específica. compensatórias dos impactos causados;

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IV — Avaliação dos impactos sinérgicos, tanto no meio para consulta e manifestação, por quaisquer interessados,
biótico quanto no meio socioeconômico. no órgão municipal competente, sem prejuízo de outras
formas de publicidade;
Parágrafo único. O Código Ambiental regulamentará o §3º Para instalação de empreendimentos que dependem
enquadramento dos tipos de empreendimentos e de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), a população
atividades sujeitas ao estudo previsto neste artigo. em geral, e os moradores da área de vizinhança em
especial, deverão ser informados sobre o
Subseção VII empreendimento, por meio de publicação no portal do
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) Município na internet e mediante placa indicativa instalada
no local, para, caso queira apresentar oposição
Art. 117. O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) é o fundamentada, a ser apreciada pelo órgão competente da
instrumento que apresenta o conjunto de estudos e municipalidade;
informações técnicas relativas à identificação, avaliação e §4º O órgão responsável pela análise do EIV poderá
definição de medidas de adequação dos impactos utilizar como um dos mecanismos de controle social a
urbanísticos de significativo impacto ou interferência na audiência pública para conhecimento e considerações da
vizinhança, com função de subsidiar o procedimento de população sobre o empreendimento.
licenciamento à obtenção de licença ou autorização da
construção, ampliação ou funcionamento de Art. 120. O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) deverá
empreendimento de impacto, para possibilitar sua ser regulamentado no Código Urbanístico.
convivência harmônica no meio ambiente urbano,
promovendo a preservação dos interesses da coletividade, Art. 121. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e
com o intuito de distribuir, de forma mais equitativa, os a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA),
ônus e bônus do processo de construção e requeridas nos termos da legislação ambiental.
desenvolvimento da cidade.
Subseção VIII
Art. 118. São considerados empreendimentos de impacto, Parâmetros de Ocupação e Uso do Solo
independentemente de sua natureza pública ou privada,
aqueles que podem causar impacto no ambiente natural ou Art. 122. O Código Urbanístico definirá, como parâmetros
construído, sobrecarga na capacidade de atendimento da de uso e ocupação do solo, estabelecidos com base na
infraestrutura urbana, na mobilidade e tráfego urbanos ou natureza do uso, e nas zonas de localização do Município,
ter repercussão ambiental significativa. o rol abaixo descrito:
§1º Os empreendimentos que dependem de Estudo de I — Área e testada - mínimas do lote;
Impacto de Vizinhança - EIV para seu licenciamento II — Área e testada - máximas do lote;
urbanístico e ambiental serão definidos por níveis de III — Área e comprimento máximo de quadra;
impacto segundo seu porte; IV — Taxa de ocupação máxima;
§2º Os empreendimentos que não estiverem definidos na V — Coeficiente básico, mínimo e máximo;
legislação específica, mas que por sua natureza ou VI — Taxa de permeabilidade mínima;
condições, devidamente justificadas por análise técnica VII — Limite de altura;
fundamentada do Poder Público, requeiram análise ou VIII — Recuo frontal, lateral e de fundo;
tratamento específico, poderão ser considerados como IX — Aplicação de largura mínima prevista para
empreendimento de impacto, para efeitos de elaboração logradouros, canteiro central, passeios, via de pedestres,
de EIV, desde que especificados por ato do Poder Público ciclovia, ciclofaixas, e demais instrumentos do sistema
Municipal, conforme dispuser o Código Urbanístico. viário do Município;
X — Requisitos e prerrogativas especiais, quando forem
Art. 119. O Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) deve aplicáveis.
analisar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida Art. 123. O Código Urbanístico definirá, como parâmetros
da população residente no entorno, incluindo, conforme o qualificadores para a ocupação do solo, buscando a
nível de impacto, a análise das seguintes questões: conexão do uso entre os espaços públicos e os espaços
I — Meio ambiente urbano; privados:
II — Mobilidade, incluindo-se, aqui, questões de transporte I — Fruição pública;
e tráfego; II — Fachada ativa;
III — Infraestrutura de saneamento básico; III — Limite de vedação do terreno;
IV — Dinâmica socioeconômica; IV — Arte urbana;
V — Uso e ocupação do solo; V — Utilização de tecnologias sustentáveis;
VI — Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural; VI — Gentilezas urbanísticas;
VII — Adensamento populacional; VII — Via parque.
VIII — Equipamentos urbanos e comunitários; §1º Caberá ao Código Urbanístico a previsão de incentivos
IX — Valorização imobiliária; aos parâmetros qualificadores e a sua utilização
X — Ventilação e iluminação. obrigatória, considerando área de terreno, área construída,
§1º O Poder Executivo Municipal, tendo como base o área permeável, testada, entre outras características
Estudo de Impacto de Vizinhança, poderá condicionar a urbanísticas;
aprovação do empreendimento à execução de medidas ou §2º Os fatores de interesse social, sustentabilidade e
adequações ao projeto arquitetônico, às expensas do planejamento, assim como os coeficientes de
empreendedor, para eliminar ou minimizar impactos aproveitamento mínimo (CAMIN), básico (CAB) e máximo
negativos porventura gerados pelo empreendimento; (CAM) por zona serão previstos no Código Urbanístico,
§2º Os documentos integrantes do EIV serão de amplo observado os limites máximos de CAMIN: 0,05; CAB: 3,0;
conhecimento e acesso ao público, e ficarão disponíveis e CAM: 4,5 definidos neste Plano Diretor.

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rodovias estaduais que possuem acessos por elas


Subseção IX definidos e que perpassam o tecido urbano da Sede e da
Zoneamento urbanístico Costa de Camaçari, bem como novas vias que objetivem
ampliar a conexão interna entre regiões urbanas e rurais
Art. 124. O Código Urbanístico adotará o zoneamento do Município, para melhor aproveitar as potencialidades
urbanístico previsto no Mapa 09 na definição dos locacionais e econômicas desses eixos estruturantes.
parâmetros de uso e ocupação do solo e dos parâmetros Parágrafo único. As Zonas de Usos Especiais
qualificadores de cada zona, a seguir: compreendem partes do território que necessitam de
I — ZOUC – Zona Urbana Consolidada: compreende a tratamento especial, diante das suas particularidades
região central da cidade de Camaçari, bem como outros urbanísticas, ambientais e culturais.
bairros e localidades consolidadas no que diz respeito ao
tempo de ocupação e às infraestruturas e serviços urbanos Seção IV
disponíveis, sendo áreas passíveis de maior adensamento Dos Instrumentos de Reestruturação Urbana
e (re) qualificações urbanas;
II — ZE – Zona de Expansão: compreende áreas sob Art. 125. São instrumentos de reestruturação urbana no
influência de processo de urbanização, mas pouco território do Município de Camaçari:
adensadas, bem como áreas ainda vazias ou com I — Concessão Urbanística;
ocupações rarefeitas próximas às áreas mais urbanizadas, II — Transformação Urbana Localizada;
nas quais deve ser estimulada a ocupação; III — Projeto de Reordenamento do Solo Urbano;
III — ZDC – Zona de Desenvolvimento da Costa: IV — Plano Urbanístico Específico (PUE);
compreende bairros e localidades da Costa de Camaçari V — Operações Urbanas Consorciadas (OUC);
consolidados ou em consolidação no que diz respeito ao VI — Urbanismo Tático;
tempo de ocupação e às infraestruturas e serviços urbanos VII — Regularização Fundiária Urbana (REURB).
disponíveis, passíveis de maior adensamento e
estruturação urbana; Subseção I
Concessão Urbanística
IV — ZOC – Zona de Ocupação: compreende bairros e
localidades da Costa de Camaçari em processo de Art. 126. A Concessão Urbanística representa um
crescimento urbano, passíveis de estruturação urbana, mecanismo de intervenção urbana voltado para a
assim como áreas de ocupação de baixa densidade sob realização de urbanização ou reurbanização de uma
influência de processo de urbanização nas quais a porção do território municipal, ou implantação de
ocupação deve se dar ambientalmente controlada para equipamentos públicos, visando o cumprimento das
não comprometer a qualidade ambiental das áreas diretrizes deste Plano Diretor.
periurbanas;
Art. 127. A Concessão Urbanística é formalizada por meio
V — ZAICS – Zona de Apoio à Indústria, Comércio e de um contrato administrativo, mediante um processo
Serviços: compreende as áreas consolidadas do Polo de licitatório na modalidade concorrência, por meio do qual o
Apoio, Polo Logístico Via Parafuso, SENAI CIMATEC Município delega a uma pessoa jurídica ou a um consórcio
PARK e Poloplast, bem como novas áreas destinadas de empresas a execução de obras urbanísticas de
prioritariamente à instalação de indústrias de interesse público, conforme projeto urbanístico específico
transformação, comércio e serviços, podendo comportar que observe as diretrizes deste Plano Diretor.
usos incômodos ou de impacto local reduzido; §1º A empresa concessionária assumirá os riscos e custos
do empreendimento, sendo que o seu investimento será
VI — ZUE – Zonas de Usos Especiais: compreende áreas remunerado e amortizado por meio da exploração dos
distribuídas ao longo do tecido urbano, da Sede ou da imóveis resultantes;
Costa, que necessitam de tratamento ambiental e §2º Os imóveis resultantes poderão ser destinados a usos
urbanístico diferenciados de acordo com suas públicos ou privados estipulados no contrato de
características fisiográficas, subtipos e potencialidades de concessão, podendo a empresa concessionária receber,
usos do solo; em pagamento, unidades ou parte do imóvel.

VII — ZEIS – Zona Especial de Interesse Social: Art. 128. A concessão urbanística segue o regime jurídico
compreendem as áreas urbanas predominantemente das concessões comuns, regulamentada pela Lei Federal
ocupadas por população de baixa renda destinadas à n.º 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e pela Lei Federal
produção e manutenção de habitação de interesse social, n.º 11.079, de 30 de dezembro de 2004, sem prejuízo da
visando integrar à cidade legal espaços como aplicação de normas correlatas e compatíveis com as Leis
assentamentos precários ou em áreas de risco, Federais n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, e de n.º
loteamentos irregulares ou clandestinos e outras formas de 10.257, de 10 de julho de 2001.
moradia precária;
Art. 129. Qualquer concessão urbanística deve ser
VIII — ZPIC – Zona Polo Industrial de Camaçari: autorizada por uma lei específica, que poderá estabelecer
compreende área consolidada destinada exclusivamente à parâmetros urbanísticos especiais para o projeto.
instalação de indústrias de transformação, comércio e
serviços, de diferentes tipos e segmentos, em sintonia com Subseção II
o perfil definido pelo Governo do Estado da Bahia para o Transformação Urbana Localizada
Polo Industrial de Camaçari - PIC;
Art. 130. Poderá o Poder Executivo Municipal recorrer ao
IX — CeLin – Centralidade Linear: compreende faixas instrumento urbanístico da Transformação Urbana
contínuas de terrenos, de larguras variáveis, lindeiros às Localizada, consistente no conjunto de medidas e

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intervenções urbanísticas locais para fins específicos de IV — Previsão de contrapartida a ser exigida
urbanização, reurbanização e requalificação para as equitativamente aos aderentes;
diretrizes estabelecidas neste Plano Diretor, quando for V — Previsão de mecanismos de participação,
reconhecido o interesse público por meio de estudos monitoramento e controle;
técnicos, inclusive estudo de sombreamento nas áreas VI — Solução habitacional para a população de baixa
inseridas na Macroárea da Costa. renda eventualmente contida no perímetro do plano de
reordenamento do solo urbano.
Art. 131. A Transformação Urbana Localizada poderá, por
meio de Lei específica, determinar regras urbanísticas Subseção IV
diferenciadas e contrapartida a ser exigida aos requerentes Plano Urbanístico Específico
beneficiários, devendo, para tanto, conter no mínimo:
I — Delimitação do perímetro da área a Art. 135. A Macrozona de Ocupação Industrial conta com
ser abrangida; Plano Urbanístico Específico, podendo o Poder Executivo,
II — Finalidade da transformação urbana por meio de lei específica, recorrer a outros Planos
localizada; Urbanísticos Específicos, considerando sempre as formas
III — Plano urbanístico com as regras de governança democrática da cidade, o interesse público
urbanísticas aprovadas; e estudos técnicos que embasem a necessidade de um
IV — Contrapartida exigida. tratamento diferenciado.
Art. 136. No âmbito deste instrumento urbanístico,
Art. 132. No âmbito deste instrumento urbanístico, poderão ser utilizados para garantir a gestão democrática
poderão ser utilizados para garantir a gestão democrática da cidade, entre outros, os seguintes instrumentos para a
da cidade, entre outros, os seguintes instrumentos para a sua aprovação:
sua aprovação: I — Órgãos colegiados de política urbana;
I — Órgãos colegiados de política urbana; II — Debates, audiências e consultas públicas.
II — Debates, audiências e consultas públicas.
Subseção V
Art. 133. As Transformações Urbanas Localizadas que Operações Urbanas Consorciadas
tiverem como objetivo a implantação de empreendimentos
hoteleiros ou de convenções e conferências para o Art. 137. As Operações Urbanas Consorciadas são um
desenvolvimento turístico do Município poderão, por Lei conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo
específica, observados estudos técnicos, inclusive estudo Município, com a participação dos proprietários,
de sombreamento nas áreas inseridas na Macroárea da moradores, usuários permanentes e investidores privados,
Costa, rever regras específicas diferenciadas, a exemplo para alcançar em uma área transformações urbanísticas
de: estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.
I — Área e testada - mínimas do lote; §1º Poderão ser previstas nas operações urbanas
II — Área e testada - máximas do lote; consorciadas, entre outras medidas:
III — Área e comprimento máximo de quadra; I — A modificação de índices e características de
IV — Taxa de ocupação máxima; parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem
V — Coeficiente de aproveitamento; como alterações das normas edilícias, considerado o
VI — Taxa de permeabilidade mínima; impacto ambiental delas decorrente;
VII — Limite de altura; II — A regularização de construções, reformas ou
VIII — Recuo frontal, lateral e de fundo; ampliações executadas em desacordo com a legislação
IX — Aplicação de largura mínima prevista para vigente;
logradouro, canteiro central, passeio, via de pedestres, III — A concessão de incentivos a operações urbanas que
ciclovia, ciclofaixas e demais instrumentos do sistema utilizam tecnologias visando a redução de impactos
viário do Município; ambientais, e que comprovem a utilização, nas
X — Requisitos e prerrogativas especiais, quando forem construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias
aplicáveis. que reduzam os impactos ambientais e economizem
Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal recursos naturais, especificadas as modalidades de design
regulamentará por decreto os procedimentos indicados e de obras a serem contempladas.
nesta Subseção, inclusive quanto à provocação do
particular à Municipalidade quanto a utilização deste Art. 138. A Lei específica que aprovar a operação urbana
instrumento. consorciada deverá conter plano de operação urbana
consorciada, com o seguinte conteúdo mínimo:
Subseção III I — Definição da área a ser atingida;
Projeto de Reordenamento do Solo Urbano II — Programa básico de ocupação da área;
III — Programa de atendimento econômico e social para a
Art. 134. Poderá o Poder Executivo, a pedido dos população diretamente afetada pela operação;
proprietários, ou por iniciativa própria, utilizar-se do IV — Finalidades da operação;
reordenamento do solo urbano, identificado o interesse V — Estudo prévio de impacto de vizinhança;
público, em que os imóveis poderão ser unificados e VI — Contrapartida a ser exigida dos proprietários,
reparcelados com sua realocação espacial, a ser usuários permanentes e investidores privados em função
regulamentado por Lei específica, devendo conter no da utilização dos seus benefícios;
mínimo: VII — Forma de controle da operação, obrigatoriamente
I — Definição do percentual mínimo de adesão; compartilhado com representação da sociedade civil;
II — Definição do conteúdo mínimo do plano de VIII — Natureza dos incentivos a serem concedidos aos
reordenamento do solo urbano; proprietários, usuários permanentes e investidores
III — Mecanismos de execução e formas de financiamento; privados.

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Dados: 2023.12.15 10:21:54 -03'00'
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§1º Os recursos obtidos pelo Município na forma do inciso II — Acidentes viários;


VI deste artigo serão aplicados exclusivamente na própria III — Fluxo dos automóveis com desfavorecimento do
operação urbana consorciada; espaço para circulação de pedestres;
§2º A partir da aprovação da lei específica de que trata o IV — Espaços subutilizados;
caput, são nulas as licenças e autorizações expedidas em V — Escassez de áreas verdes.
desacordo com o plano de operação urbana consorciada.
Art. 144. Poderá o Poder Executivo Municipal converter o
Art. 139. A Lei específica que aprovar a operação urbana pagamento de serviços públicos em execução de
consorciada poderá prever a emissão pelo Município de intervenções urbanas e projetos urbanos de interesse
quantidade determinada de Certificados de Potencial público, a exemplo de:
Adicional de Construção (CEPAC), que serão alienados I — Demarcação de piso;
em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das II — Mobiliário urbano;
obras necessárias à própria operação. III — Implantação de delimitadores urbanos;
§1º Os CEPAC serão livremente negociados, mas IV — Plantio de hortas e/ou vegetação;
conversíveis em direito de construir unicamente na área V — Requalificação e/ou revitalização de espaços de
objeto da operação; relevância ambiental;
§2º Apresentado pedido de licença para construir, o VI — Implantação de ciclofaixas;
CEPAC será utilizado no pagamento da área de VII — Sinalização;
construção que supere os padrões estabelecidos pela VIII — Arte pública.
legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado
pela lei específica que aprovar a operação urbana Subseção VII
consorciada. Regularização Fundiária Urbana (REURB)

Art. 140. As Operações Urbanas Consorciadas poderão Art. 145. Ficam instituídas no território municipal a
ser aplicadas nas seguintes partes do território: aplicação das normas gerais e procedimentos aplicáveis à
I — Macroáreas de Estruturação Metropolitana (áreas de Regularização Fundiária Urbana (REURB) na forma da Lei
importância regional: sistema viário estruturante, Polo Federal, a qual abrange medidas jurídicas, urbanísticas,
industrial, Polo logístico, Poloplast e outros de uso ambientais e sociais destinadas à incorporação dos
congêneres); núcleos urbanos informais ao ordenamento territorial
II — Macroárea de Estruturação Urbana. urbano e à titulação de seus ocupantes.
§1º Constituem objetivos gerais da REURB:
Subseção VI I — Identificar os núcleos urbanos informais que devam ser
Urbanismo Tático regularizados, organizá-los e assegurar a prestação de
Art. 141. O instrumento do Urbanismo Tático é uma serviços públicos aos seus ocupantes, de modo a melhorar
ferramenta metodológica de intervenções urbanas ou as condições urbanísticas e ambientais em relação à
implantação de projetos urbanos de iniciativa pública, situação de ocupação informal anterior;
associações, empreendedores e/ou popular através da II — Criar unidades imobiliárias compatíveis com o
qual são utilizados elementos e materiais de sinalização ordenamento territorial urbano e constituir sobre elas,
urbana para a implementação gradativa e participativa dos direitos reais em favor dos seus ocupantes;
usuários por meio de uma fase preparatória efêmera, III — Ampliar o acesso à terra urbanizada pela população
temporária até uma fase permanente, tendo como objetivo: de baixa renda, de modo a priorizar a permanência dos
I — Segurança viária e mobilidade urbana em escala ocupantes nos próprios núcleos urbanos informais
humana e sustentável; regularizados;
II — Reorganização do tráfego; IV — Promover a integração social e a geração de
III — Produção de cidade com olhar sensível às mulheres, emprego e renda;
PCD’s, terceira idade e primeira infância; V — Estimular a resolução extrajudicial de conflitos, em
IV — Melhorias de espaços públicos e/ou de fruição reforço à consensualidade e à cooperação entre Estado e
pública; sociedade;
V — Ativação de calçadas, praças ou parques públicos; e/ VI — Garantir o direito social à moradia digna e às
ou condições de vida adequadas;
VI — Melhoria da qualidade do ar. VII — Garantir a efetivação da função social da
propriedade;
Art. 142. As implantações de projetos e intervenções VIII — Ordenar o pleno desenvolvimento das funções
urbanas poderão se valer dos instrumentos de gestão sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
democrática das cidades e poderão envolver: habitantes;
I — O fechamento de rua para carros; IX — Concretizar o princípio constitucional da eficiência na
II — Criação de praças; ocupação e no uso do solo;
III — Redesenho viário; X — Prevenir e desestimular a formação de novos núcleos
IV — Instalação de parklets; urbanos informais;
V — Plantio de hortas; XI — Conceder direitos reais, preferencialmente em nome
VI — Criação de ciclofaixas; da mulher;
VII – Arte urbana, como a pintura de painéis e murais; XII — Franquear participação dos interessados nas etapas
VIII — Criação de áreas de jardim, lazer, descanso e do processo de regularização fundiária;
contemplação. XIII — Promover a regularização fundiária das terras dos
povos e comunidades de Terreiros, Quilombolas,
Art. 143. As implantações de projetos e intervenções entidades religiosas de qualquer culto, para celebrações
urbanas poderão buscar a solução de: I — Problemas de públicas ou entidades de assistência social.
tráfego;

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Dados: 2023.12.15 10:22:14 -03'00'
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§2º Poderá o Município estabelecer normas e fiscalização do Município e garante o cumprimento da


procedimentos locais de aplicação da REURB, em legislação urbana e ambiental, representado através da
especial: Junta de Julgamento, instituída e regulada por ato do
I — Competências para processamento da REURB; Chefe do Poder Executivo.
II — Instituição de comissão técnica como órgão revisor;
III — Possibilidade e critérios de faseamento; Subseção III
IV — Dispensas e simplificação de processamento aos Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social
núcleos urbanos com infraestrutura e integrados à cidade; (ATHIS)
V — Possibilidade de conversão de títulos já outorgados;
VI — Possibilidade de regularização autônoma das Art. 149. A Assistência Técnica de Habitação de Interesse
edificações ou do terreno; Social (ATHIS) é uma ferramenta de transformação social
VII — Outras políticas de suas competências conforme os através da qual o Poder Executivo Municipal poderá
princípios de sustentabilidade econômica, social e desenvolver programas de assistência a elaboração
ambiental e ordenação territorial, buscando a ocupação do técnica voltada a Habitação de Interesse Social (HIS) que
solo de maneira eficiente, combinando seu uso poderá ser articulada com a Regularização Fundiária
funcionalmente. Urbana (REURB) e as Zonas Especiais de Interesse Social
§3º Fica reconhecido e atestado que a Macrozona de (ZEIS).
Ocupação Industrial é um parcelamento industrial
implantado antes de 19 de dezembro de 1979 e que está Parágrafo único. A legislação específica que regulamenta
integrado à cidade para fins da REURB Inominada, assim a Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social
como está implantada e integrada à cidade as áreas (ATHIS) poderá ser revista para atender as diretrizes e
inseridas na Macrozona de Ocupação Urbana com instrumentos previstos neste Plano Diretor.
indicação de povoamento antes de 19 de dezembro de
1979, em especial aquelas que possuírem cadastro de Subseção IV
contribuinte imobiliário deste período, atestação esta que Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM)
admite o seu processamento direto no Ofício de Registro
de Imóveis, na forma da Lei, acompanhado do respectivo Art. 150. O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) é
cadastro, nos moldes do art.69, § 1º, III da Lei Federal nº uma ferramenta de inteligência territorial que pode articular
13.465/2017. -se com diferentes finalidades e servir de ferramenta
complementar à aplicação dos instrumentos previstos
Seção V neste Plano Diretor. O CTM, dentre outras finalidades que
Das Ferramentas Complementares atendam ao interesse público, poderá ser utilizado pelo
Poder Executivo Municipal com os instrumentos de
Art. 146. São Ferramentas Complementares aos parcelamento, edificação, utilização compulsórias e
instrumentos previstos neste Plano Diretor: listagem de imóveis que não cumprem a função social da
I — Órgãos Colegiados de Política Urbana; propriedade.
II — Órgão de Julgamento de Infrações Ambientais e
Urbanísticas; §1º O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) deverá
III — Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social coletar, armazenar e gerenciar informações sobre
(ATHIS); propriedades imóveis, e incluindo informações, como
IV — Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM); limites, atividades, infraestrutura, informações fiscais,
V — Consórcio Público Intermunicipal; físicas, grau de risco, situação jurídica, que podem ser
VI — Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); usadas para finalidades que atendem o interesse público,
VII — Termo de Acordo Compromisso (TAC); tanto fiscais quanto de gestão, direcionando investimentos
VIII — Tombamento e Registro Municipal; sociais e em infraestrutura;
IX — Parcerias Público Privadas (PPP);
X — Planos e Programas. §2º O CTM poderá ser utilizado como ferramenta para
coleta, armazenamento, análise e visualização de dados
Subseção I georreferenciados relacionados ao meio ambiente,
Órgãos colegiados de política urbana composto por um conjunto de tecnologias, como sistemas
de informação geográfica (SIG), sensores remotos, banco
Art. 147. Os Órgãos Colegiados de Política Urbana são de dados, inclusive com a criação de modelos
instâncias para a gestão urbana e garantidores da gestão matemáticos, que possam servir para a tomada de
democrática da cidade, incluídos o Conselho Municipal de decisões do Poder Público e para a criação de Políticas
Meio Ambiente (COMAM) e o Conselho Municipal da Públicas relativas a qualquer distrito ou macrorregião da
Cidade (CONCIDADE). cidade;
Parágrafo único. O Código Urbanístico e o Código
Ambiental garantirão a gestão democrática da cidade por §3º O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) será
meio do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) regulado por Decreto específico do Chefe do Poder
e do Conselho Municipal da Cidade (CONCIDADE). Público Municipal, e deverá seguir todas as diretrizes e
normas de segurança de dados prevista na Lei Geral de
Subseção II Proteção de Dados Pessoais (LGPD), bem como das
Órgão de Julgamento de Infrações Ambientais e autoridades públicas crias com o intuito de fiscalizar a
Urbanísticas aplicação da LGPD;

Art. 148. O Órgão de Julgamento de Infrações Ambientais §4º O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) deverá
e Urbanísticas é uma importante ferramenta complementar integrar o Sistema de Informações Territoriais a ser
do gestor do planejamento urbano que permite a gestão da regulamentado por legislação específica.

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Art. 157. Sem prejuízo da legislação municipal específica,


Subseção V o Poder Executivo Municipal poderá se valer dos
Consórcio Público Intermunicipal instrumentos previstos neste Plano Diretor para viabilizar
os processos de tombamento e registro municipais, em
Art. 151. O Consórcio Público Intermunicipal é uma especial o instrumento da Transferência do Direito de
ferramenta de cooperação entre municípios que Construir.
complementa a gestão e o planejamento urbano municipal, Parágrafo único. A legislação específica que regulamenta
sobretudo no caso de interesses regionais e o Tombamento e o Registro Municipal poderá ser revista
intermunicipais. para atender as diretrizes e instrumentos previstos neste
Parágrafo Único. O Poder Executivo Municipal poderá se Plano Diretor.
valer do consórcio público intermunicipal.
Subseção IX
Subseção VI Parcerias Público Privadas (PPP)
Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)
Art. 158. As Parcerias Público-Privadas (PPP) são
Art. 152. O Pagamento por Serviços Ambientais é a praticadas através de contrato de concessão, na
transação de natureza voluntária, mediante a qual um modalidade patrocinada ou administrativa, firmado entre o
pagador de serviços ambientais transfere a um provedor Poder Público e a esfera privada, objetivando estabelecer
desses serviços recursos financeiros ou outra forma de as condições necessárias para construção, gestão,
remuneração, nas condições acertadas, respeitadas as renovação ou realização para a prestação de serviço
disposições legais e regulamentares pertinentes. público.

Art. 153. As iniciativas de pagamento ou incentivo Art. 159. O Poder Executivo Municipal poderá utilizar-se
condicionado por serviços ambientais, sejam de natureza das PPP para promover intervenções urbanísticas
pública ou privada, que envolvam, em especial, Povos e estratégicas, como a implementação do Plano Municipal
Comunidades Tradicionais ou agricultores familiares e de Arborização Urbana, de forma complementar aos
empreendedores familiares rurais devem observar: instrumentos deste Plano Diretor, incluindo a concessão
I — O respeito aos direitos de propriedade, posse e uso da urbanística.
terra, dos territórios e dos recursos naturais reconhecidos
na Constituição Federal e demais instrumentos legais, Subseção X
além das suas práticas costumeiras e do seu direito à Planos e Programas
autodeterminação;
II — O controle social, através da efetiva participação Art. 160. O Poder Executivo Municipal poderá se valer de
social na formulação, gestão, monitoramento, avaliação e plano e programas como ferramentas complementares ao
revisão das iniciativas de incentivo ou pagamento por alcance das diretrizes deste Plano Diretor, a saber:
serviços ambientais, garantindo o seu acesso aos
processos de tomada de decisão, relacionados à definição, I — Planos de Urbanização Intermunicipal:
negociação e à distribuição dos benefícios obtidos.
Parágrafo único. A Política Municipal de Pagamento por §1º Os Planos de Urbanização Intermunicipal possuem
Serviços Ambientais, compreendendo as suas respectivas como objetivo o desenvolvimento e a materialização do
diretrizes, programas e conceitos serão objeto de Plano Diretor em áreas de interesse comum entre dois ou
regulamentação por meio de lei específica. mais Municípios, estabelecendo os locais para instalação
das infraestruturas coletivas, como logradouros, quadras,
Subseção VII áreas institucionais, bem como especificando as políticas
Termo de Acordo e Compromisso (TAC) públicas que serão desenvolvidas em cada zona do
perímetro urbano;
Art. 154. O Termo de Acordo e Compromisso (TAC) é §2º Os Planos de Urbanização Intermunicipal podem
uma ferramenta complementar relevante no determinar o local para estabelecimento de parques
estabelecimento de obrigações com o Poder Executivo industriais, bem como empreendimentos turísticos e
Municipal e poderá ser utilizada na aprovação de projetos infraestruturas relacionada à atividade.
de parcelamento e urbanização.
II — Plano de Manejo de Unidades de Conservação:
Art. 155. O Termo de Acordo e Compromisso (TAC)
deverá conter as responsabilidades do empreendedor, as §1º O uso e ocupação de áreas situadas no interior de
obrigações, os prazos, restrições administrativas e as Unidades de Conservação Municipais, Estaduais ou
penalidades cabíveis no caso de descumprimento dos Federais deverá observar os parâmetros estabelecidos
compromissos assumidos. nesta Lei, levando-se ainda em consideração as
disposições específicas dos atos de criação e planos de
Subseção VIII manejo dessas áreas;
Do Tombamento e do Registro Municipal §2º Sempre que possível, o poder público deverá buscar a
compatibilização dos parâmetros previstos nesta lei com
Art. 156. O Tombamento e o Registro Municipal são as normas estabelecidas para o interior de Unidades de
importantes ferramentas de salvaguarda dos valores Conservação.
culturais materiais e imateriais, que podem trazer
restrições administrativas para a preservação e o III — Plano Municipal de Arborização Urbana:
reconhecimento histórico.
§1º O Plano Municipal de Arborização Urbana é um
instrumento legal que busca estabelecer orientações e

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ações para o planejamento, instalação, substituição, §3º Deverão constar e ser detalhados, em eventual
ampliação, gestão e conservação da vegetação e espaços alteração do Plano Municipal de Saneamento de
verdes urbanos, prevendo-se a participação efetiva da Camaçari, incluindo Plano de Manejo de Águas Pluviais
população, visando à proteção, à manutenção e ao (Plano de Drenagem) e Plano Municipal de Gestão de
aumento da vegetação; Resíduos Sólidos:

§2º Como incentivo a ampliação do programa Reflora I — Integração com o Planejamento Urbano;
Camaçari, que tem como objetivo desenvolver projetos de
revitalização ambiental junto à comunidade, gerando II — Expansão da Rede de Esgotamento Sanitário e
pertencimento e oportunidades de espaços verdes para as Construção e modernização de Estações de Tratamento
novas gerações, o Plano Municipal de Arborização deverá de Esgoto;
prever sua instituição, podendo ser estabelecidas
Parcerias Público-Privadas (PPPs) e aplicação de III — Incentivo de instalação de fossas ecológicas em
instrumentos ambientais, buscando sua implementação; áreas rurais;

§3º O uso do Plano Municipal de Arborização pelo Poder IV — Expansão da infraestrutura de abastecimento de
Executivo Municipal traz diversos benefícios para o clima, água para atender a áreas carentes e garantir o
o ambiente, a qualidade do ar e a saúde das pessoas, fornecimento de água potável de qualidade;
além de contribuir para a redução da poluição sonora e
visual e para a preservação do equilíbrio ecológico; V — Programas de Redução de Perdas de Água;

§4º O Plano poderá orientar a seleção e o plantio das VI — Programas de coleta seletiva e reciclagem de
espécies arbóreas no espaço urbano, evitando assim, resíduos sólidos, incluindo a instalação de centros de
problemas e danos relacionados à rede elétrica, rede de triagem e a promoção da separação de resíduos na fonte,
água e rede de esgoto, as calçadas e os obstáculos de de acordo com a Lei nº 1.498, de 26 de setembro de 2017;
circulação, inclusive na aplicação dos instrumentos
previstos neste Plano Diretor. VII — Construção de aterros sanitários modernos e
instalações de tratamento de resíduos sólidos;
IV — Plano Municipal de Iluminação Pública:
VIII — Programas de Educação Ambiental;
§1º O Plano Municipal de Iluminação Pública tem como
escopo definir a estruturação da iluminação pública, IX — Realização de Estudo de Viabilidade Técnica,
indicando a sua organização, execução e manutenção no Econômica e Socioambiental (EVTEA) e Estudo de
Município, visando aperfeiçoar a iluminação existente nas Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) para avaliar o
áreas urbanas e rurais, considerando as necessidades dos impacto ambiental e social de projetos de saneamento e
cidadãos, as peculiaridades da região e o equilíbrio garantir a conformidade com regulamentos ambientais;
estético e ambiental;
X — Implantação de Sistemas de Drenagem Urbana
§2º Elaborar Plano Municipal de Iluminação Pública com o Sustentável;
objetivo de definir diretrizes para implantação, gestão e
melhoria do sistema de iluminação das áreas públicas, XI — Ampliação dos projetos para a recuperação de rios,
com o estabelecimento de metas claras, como por lagos e corpos d'água poluídos, com a implantação de
exemplo, a adoção de cabeamento subterrânea, redução técnicas de infraestrutura verde;
do consumo de energia (pela substituição de lâmpadas
antigas por tecnologias mais eficientes, como lâmpadas XII — Monitoramento da qualidade e quantidade de água
LED), melhoria da visibilidade noturna, redução da dos mananciais superficiais e subterrâneos; das florestas
poluição luminosa (direcionamento das luminárias para ciliares; dos poços de captação de água; e de indicadores
baixo, uso de luminárias com menos emissões de luz relacionados à gestão do serviço de abastecimento de
indesejada e regulamentações para iluminação de água;
publicidade), aumento da segurança, fomentando a
utilização dos espaços públicos de convivência. XIII — Prever o monitoramento e controle da rede do
emissário;
V — Plano Municipal de Saneamento Ambiental: XIV — Adoção de tecnologias avançadas para
monitoramento em tempo real, controle de sistemas e
§1º O Saneamento Básico compreende o conjunto de automação de processos de saneamento;
serviços, infraestruturas e instalações operacionais de
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, XV — Prevê a exploração de parcerias público-privadas
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, limpeza para financiar, construir e operar infraestruturas de
urbana e manejo de resíduos sólidos, conforme saneamento, compartilhando riscos e recursos;
estabelecido pela Lei Federal n.º 11.445/07;
XVI — Implementação de sistemas de monitoramento para
§2º O Plano Municipal de Saneamento Ambiental, em suas rastrear o desempenho dos projetos ao longo do tempo.
eventuais alterações, deverá contemplar as novas
atribuições municipais e o princípio colaborativo, inerente VI — Plano de Mobilidade Urbana:
ao sistema de saneamento em relação a implementação,
planejamento e gestão, conforme a Lei Federal n.º §1º O Plano de Mobilidade Urbana é o instrumento de
14.026/2020; efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana e

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deverá contemplar os princípios, os objetivos e as esforços de preparação e respostas de forma mais


diretrizes deste Plano Diretor, bem como: eficazes;
IV — Incorporar considerações relacionadas às mudanças
I — Eficiência nos serviços de transporte público coletivo climáticas, como o aumento do nível do mar, temperaturas
de tipos variados; extremas e eventos climáticos mais intensos;
V — A participação comunitária;
II — A circulação viária; VI — A sistemática de monitoramento, avaliação, revisão e
atualização periódicas para garantir que esteja alinhado
III — As infraestruturas do sistema de mobilidade urbana, com as mudanças nas condições de risco, de
contemplando as novas vias estruturantes, estações de vulnerabilidade, nas necessidades da comunidade e com
transbordo, paradas e corredores exclusivos; as melhores práticas;
VII — Estratégias para redução de Riscos, podendo
IV — A Mobilidade Alternativa, incluindo a adequação de abranger o reforço de infraestrutura crítica, a criação de
calçadas, ampliação e adequação as ciclovias e ciclofaixas zonas de evacuação, a melhoria dos sistemas de alerta
seguras e acessíveis, além de campanhas educativas e precoce, entre outras medidas;
programas de conscientização sobre o uso responsável e VIII — Planos de resposta a emergências com
sustentável do transporte e incentivo ao uso do transporte detalhamento de procedimentos a serem adotados nestas
público e modos de transporte ativo; situações, como responder a desastres quando eles
ocorrerem. Isso pode envolver a coordenação de recursos,
V — A acessibilidade universal para pessoas com evacuações, abrigos de emergência e comunicação com o
deficiência e restrição de mobilidade, inclusive com público.
construção e manutenção de infraestrutura acessível para §3º O Plano também deve criar toda a estrutura
pessoas com mobilidade reduzida e implantação de institucional para gerir as ações de prevenção e de
comunicação de informações em formatos acessíveis; atuação concreta em situações contingentes. Essa
VI — A integração multimodal do transporte público e estrutura institucional é composta pelo estabelecimento
destes com os privados e os não motorizados; concreto das competências municipais, para planejar, gerir
VII — A operação e o disciplinamento do transporte de e operar a as ações articuladas entre os Poderes Públicos
carga na infraestrutura viária; e órgãos privados que compõem Sistema Nacional de
VIII — Os polos geradores de tráfego; Proteção e Defesa Civil (SINPDEC);
IX — As áreas de estacionamentos públicos e privados, §4º Com a identificação dos riscos e vulnerabilidades, o
gratuitos ou onerosos; Plano Municipal de Resiliência e Redução de Riscos deve
X — As áreas e horários de acesso e circulação restrita ou traçar objetivos e estratégias para aumentar a resiliência
controlada; da comunidade, com ações preventivas e mitigadoras para
XI — Os mecanismos e instrumentos de financiamento do proteger a comunidade e o ecossistema de eventos
transporte público coletivo e da infraestrutura de adversos com a melhoria dos sistemas de alerta precoce,
mobilidade urbana; a educação e treinamento da comunidade sobre como se
XII — O Sistema de Transporte Inteligente (STI); preparar e conviver com eventos adversos.
XIII — A redução de Emissões e Poluição com VIII — Plano Municipal de Turismo;
implementação de políticas de restrição de emissões e
restrições de tráfego em áreas congestionadas; §1º O Plano de Turismo de Camaçari, que poderá vir a ser
XIV — A participação comunitária; chancelado por ato do Executivo Municipal, é uma
XV — A segurança viária; ferramenta complementar que busca orientar as políticas
XVI — A sistemática de avaliação, revisão e atualização voltadas à vocação turística do Município;
periódica do Plano de Mobilidade Urbana em prazo não §2º Havendo provocação da Secretaria ou órgão correlato
superior a 10 (dez) anos. da Administração Municipal, o Plano de Turismo de
VII — Plano Municipal de Resiliência e Redução de Camaçari poderá ser alterado ou revisado em conjunto
Riscos; com as diretrizes e instrumentos previstos neste Plano
§1º O Plano Municipal de Resiliência e Redução de Diretor.
Riscos, que deverá estar em consonância com Política IX — Plano de Bairro;
Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), tem como
objetivo abordar e mitigar os riscos associados a desastres §1º O Plano de Bairro é ferramenta complementar que leva
naturais, mudanças climáticas e outros eventos que em conta as particularidades e característica de um
possam afetar a segurança e a qualidade de vida dos determinado bairro para o seu planejamento, com o
munícipes de Camaçari; diagnóstico de seus usos, ocupações e infraestrutura
§2º O Plano Municipal de Resiliência e Redução de Riscos urbana, além das vocações para o seu desenvolvimento e
deverá: manutenção, capaz de orientar políticas públicas e
intervenções urbanas;
I — Identificar os de risco por ameaças naturais como
enchentes, incêndios florestais, terremotos, tempestades, §2º O Poder Executivo Municipal poderá se utilizar do
aumento do nível do mar, secas prolongadas e outros Plano de Bairro para reconhecer espaços e dinâmicas
eventos naturais; sociais urbanas consolidadas, definindo estratégias de
II — Identificar os riscos decorrentes da ação humana, tais melhorias à qualidade do meio urbano, tais como
como rompimento de barragens, desastres decorrentes de implantação de infraestruturas e equipamentos urbanos
construções irregulares e desastres industriais; básicos, admitido a participação e iniciativa popular na sua
III — Avaliar a vulnerabilidade das áreas, e grupos elaboração.
populacionais, incluindo identificar áreas de risco,
infraestrutura crítica, populações vulneráveis e recursos X — Planos Setoriais;
essenciais que podem ser afetados de forma a direcionar

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§1º Os Planos Setoriais são uma ferramenta de Urbanística e Ambiental - CONLUA poderá compatibilizar
planejamento municipal que tem como objetivo detalhar as os usos, ocupações do solo e licenciamentos admitidos no
diretrizes deste Plano Diretor, articulando e desenvolvendo Código Urbanístico e Código de Obras vigentes, inclusive
políticas setoriais ao território, como Educação, Saúde, podendo ser prorrogadas o prazo de vigência das análises
Assistência Social, Habitação de Interesse Social, entre de orientação prévia e expedientes até a referida revisão,
outros. desde que esta prorrogação não ultrapasse 120 (cento e
vinte) dias da publicação desta lei, assim como a utilização
TÍTULO IV dos parâmetros incidentes sobre as zonas contíguas de
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS predominância no Código Urbanístico anterior a revisão
em todas as macroáreas estipuladas por este Plano Diretor
CAPÍTULO I que não tiverem zoneamento definido;
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS §2º O Poder Executivo Municipal regulamentará no prazo
de 30 (trinta) dias a composição e funcionamento da
Art. 161. Os procedimentos e expedientes administrativos Comissão Normativa de Legislação Urbanística e
protocolados anteriormente à data de entrada em vigor Ambiental (CONLUA).
desta Lei, referentes a solicitações de licenças para
empreendimentos e atividades, assim como as análises de CAPÍTULO II
orientação prévia vigentes e a solicitação de utilização dos DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
instrumentos serão analisados segundo as leis vigentes à
época do seu ingresso. Art. 164. Integram a presente Lei os seguintes anexos:

Parágrafo Único. A pedido do interessado, os I — ANEXO I - MAPAS


procedimentos e expedientes podem ser analisados
conforme as disposições deste Plano Diretor. a)MAPA 01 - LIMITES DO MUNICÍPIO;
b)MAPA 02 - DIVISÃO POLÍTICO- ADMINISTRATIVA;
Art. 162. Fica constituída a Comissão Normativa de c)MAPA 03 - MACROZONEAMENTO;
Legislação Urbanística e Ambiental - CONLUA de d)MAPA 04 - MACROÁREAS;
composição técnica e responsável por analisar casos e)MAPA 05 - SISTEMA DE ÁREAS DE VALOR
transitórios, não previstos e dirimir dúvidas na aplicação do AMBIENTAL;
Plano Diretor, Código Urbanístico, Código Ambiental e
Código de Obras enquanto estiver configurado o período 1.MAPA 5.1 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO;
transitório. 2.MAPA 5.2 - ÁREAS DE PROTEÇÃO DE RECURSOS
HÍDRICOS (APRH);
§1º Compete à CONLUA: 3.MAPA 5.3 - ÁREAS DE RELEVÂNCIA AMBIENTAL E
I — Acompanhar a aplicação do Plano Diretor; CULTURAL;
II — Analisar propostas da utilização de instrumentos 4.MAPA 5.4 - ÁREAS ESPECIALMENTE PROTEGIDAS;
urbanísticos que dependam de lei específica; 5.MAPA 5.5 - ÁREAS DE RISCO.
III — Responder consulta e emitir parecer da legislação
urbanística. f) MAPA 06 - MAPA DO SISTEMA DE
INFRAESTRUTURAS;
§2º Compete à CONLUA emitir parecer técnico sobre:
1.MAPA 6.1 - HIERARQUIA VIÁRIA;
I — Casos transitórios até a revisão do Código Urbanístico, 2.MAPA 6.2 - MOBILIDADE ATIVA;
Código Ambiental e Código de Obras, balizando decisão 3.MAPA 6.3 - SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO.
do Poder Público sobre casos transitórios;
g) MAPA 07 - ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE
II — A intepretação de casos não previstos e dirimir SOCIAL;
dúvidas na aplicação do Plano Diretor, Código Urbanístico, h) MAPA 08 - CENTRALIDADES;
Código Ambiental e Código de Obras; i) MAPA 09 – ZONEAMENTO URBANÍSTICO.

III — Propostas de alteração do Plano Diretor, Código II — ANEXO II - GLOSSÁRIO.


Urbanístico, Código Ambiental e Código de Obras;
Art. 165. Esta Lei entrará em vigor na data de sua
IV — Projetos de lei de aplicação de instrumentos deste publicação, revogadas as disposições em contrário,
Plano Diretor. especialmente a Lei Complementar Municipal nº 866/2008.

§3º As análises e deliberações da CONLUA se darão sem


prejuízo das competências atribuídas por Lei ao órgão GABINETE DO PREFEITO DO MUNICÍPIO DE
executor da Política Ambiental e seu respectivo órgão CAMAÇARI, ESTADO DA BAHIA, EM 15 DE
julgador. DEZEMBRO DE 2023.

Art. 163. O Poder Executivo Municipal deverá encaminhar,


em até 30 (trinta) dias, para apreciação e deliberação da ANTÔNIO ELINALDO ARAÚJO DA SILVA
Câmara Municipal, projeto de lei com a revisão do Código PREFEITO
Urbanístico, Código Ambiental e Código de Obras.

§1º Até a revisão do Código Urbanístico, Código Ambiental


e Código de Obras, a Comissão Normativa de Legislação

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ANEXO I – MAPAS
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ANEXO II – GLOSSÁRIO Área de Encosta – Área de terreno em cujo perímetro se


observam declividades iguais ou superiores a 45 %
Acessibilidade – Possibilidade e condição de alcance para (quarenta e cinco por cento).
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobi-
liários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, Área de Preservação Permanente (APP) – Áreas públicas
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tec- ou privadas que por suas condições fisiográficas, geológi-
nologias, bem como de outros serviços e instalações aber- cas, hidrológicas, biológicas e climatológicas formem um
tos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, ecossistema de importância relevante para o ambiente
tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com defi- natural e cujas características ambientais devem ser pre-
ciência ou com mobilidade reduzida. servadas conforme definição legal.

Acessível – Edificação, espaço, mobiliário e equipamento Área de Proteção Ambiental (APA) – Categoria de área
que possa ser utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conserva-
inclusive aquela com deficiência ou mobilidade reduzida, ção (SNUC), geralmente extensa, com um certo grau de
conforme os parâmetros definidos em norma técnica perti- ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
nente. estéticos ou culturais especialmente importantes para o
desenvolvimento sustentável e o bem-estar das popula-
Adaptação – Conjunto de iniciativas e medidas para redu- ções humanas, e que tem como objetivos básicos proteger
zir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e sociais huma- diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e
nos, frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
clima.
Área de Proteção dos Recursos Naturais (APRN) – São
Adensamento – Intensificação populacional e/ou de ocupa- áreas destinadas à conservação de elementos naturais
ção do solo numa determinada unidade de território. significativos para o equilíbrio e o conforto ambiental urba-
no.
Ameaça – É o fator externo do risco, representado pela
possibilidade de que ocorra um fenômeno ou um evento Área de vazios urbanos ou Área livre – Áreas públicas ou
adverso que possa gerar danos às pessoas ou em seu privadas sem qualquer tipo de edificação ou utilização.
entorno.
Área Verde – Área livre pública ou privada, com vegetação
Antropização – Relativo às modificações provocadas pelo natural ou resultante de plantio, destinada a recreação e
homem no meio ambiente. lazer e/ou proteção ambiental.

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acesso, com visibilidade e sinalização, com gestão pública


Áreas de Relevância Ambiental e Cultural – Áreas públi- ou privada, preferencialmente coberto, vigiados e dotado
cas ou privadas, dotados de atributos materiais e/ou sim- de equipamentos como bombas de ar comprimido, telefo-
bólicos relevantes do ponto de vista ambiental e/ou cultu- ne público, e eventualmente sanitários.
ral, significativos para o equilíbrio e o conforto ambiental,
para a conservação da memória local, das manifestações Biodiversidade – Variabilidade de organismos vivos de
culturais e também para a sociabilidade no ambiente urba- todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecos-
no. sistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aqu-
áticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, al-
Assoreamento – Processos de acumulação de sedimenta- cançando ainda, a diversidade dentro, entre espécies e
ção sobre o substrato de um corpo d’água, causando obs- ecossistemas.
trução ou dificultando seu fluxo.
Calçada – Parte da via normalmente segregada e em ní-
Aterros de resíduos – Áreas de grande porte destinadas à vel diferente, não destinada à circulação de veículos, re-
disposição final de resíduos de diversas origens. Os ater- servada ao trânsito de pedestre e, quando possível, à im-
ros sanitários são instalações destinadas exclusivamente plantação de mobiliário urbano, sinalização e arborização.
à disposição de rejeitos no solo que, sem causar danos à
saúde pública e à segurança, minimizam os impactos am- Canteiro Central – Espaço compreendido entre os bordos
bientais, utilizando princípios de engenharia para confinar internos das pistas de rolamento, com tráfego em sentidos
os rejeitos à menor área possível e reduzi-los ao menor opostos.
volume permissível, devendo atender às especificações
da ABNT. Características Geomorfológicas – Características físicas
naturais do terreno, abrangendo a topografia e o tipo de
Atividade – Considera-se atividade, para os efeitos desta solo.
Lei, toda a ação ou manifestação humana, da iniciativa de
agentes públicos ou particulares, que estejam voltadas Centro Gastronômico – Conjunto de restaurantes, em ge-
para a residência, a produção de bens e mercadorias, a ral com lojas de vendas de ingredientes utilizados no pre-
comercialização, a prestação de serviços, a modificação paro de alimentos, podendo também conter salas para
do meio ambiente, a difusão e a consolidação de ideias, aulas de culinária e gastronomia.
princípios e culturas, a saúde e o aperfeiçoamento físico-
orgânico e que envolvam a destinação, permanente ou Ciclofaixa – Parte da pista de rolamento, calçada ou can-
temporária, de áreas de território do Município e das edifi- teiro destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada
cações, bem como a associação de imagens e apropria- por sinalização específica.
ção dessas áreas, de maneira relacionada com aquelas
ações ou manifestações. Ciclovia – Via destinada, única e exclusivamente, à circu-
lação de biciclos e/ou de veículos não motorizados equi-
Atividades Comerciais – Atividades econômicas que têm valentes.
como função específica a troca de bens de qualquer natu-
reza. Complexo Industrial – Edificação ou conjunto de edifica-
ções e/ou instalações diversificadas, em área restrita, nas
Atividades de Infraestrutura – Aquelas relativas aos servi- quais se desenvolvem predominantemente atividades in-
ços urbanos de interesse público, tais como, saneamento dustriais, tendo como centro de interesse uma indústria de
básico, mobilidade urbana, energia e comunicação. base.

Atividades de Serviços – Atividades econômicas que têm Condomínio de Lotes (CL) – Empreendimento aprovado
como função específica a prestação de serviços de qual- pelo Município, resultante de parcelamento prévio, forma-
quer natureza. do por partes designadas de lotes, unidades autônomas
imobiliárias, que são de propriedade exclusiva, e por par-
Atividades Industriais – Atividades voltadas para a extra- tes que são propriedade comum dos condôminos, com
ção ou a transformação de substâncias ou produtos em suas respectivas frações ideais, áreas comuns e vias de
novos bens ou produtos, por meio de métodos mecânicos circulação interna.
ou químicos.
Conservação ambiental – É a prática por meio da qual se
Atividades Residenciais – Aquelas correspondentes às protege o meio ambiente, sem negar a possibilidade da
formas de morar, em caráter permanente, de pessoas ou sua utilização em função de um interesse humano.
de grupo de pessoas.
Conservação dos recursos naturais – Conservação dos
Bacia hidrográfica – Unidade geográfica compreendida recursos naturais: manejo dos recursos naturais, compre-
entre divisores de águas, que contém um conjunto de ter- endendo a preservação, a manutenção, a utilização sus-
ras drenadas por um rio principal, seus afluentes e suba- tentável, a restauração e a recuperação do ambiente natu-
fluentes. ral. Busca- se. otimizar os benefícios, em bases sustentá-
veis às atuais gerações, mantendo seu potencial de satis-
Beleza cênica – Valor estético, ambiental e cultural de de- fazer as necessidades e aspirações das gerações futuras,
terminada paisagem visual. garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral.

Bicicletário – Estacionamento de bicicleta de média ou Contenções – São obras civis construídas com a finalida-
longa duração, com grande número de vagas, controle de de de prover estabilidade contra a ruptura de maciços e

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que evitam o escorregamento causado pelo seu peso pró- separação, delimitação e aproveitamento de qualquer par-
prio ou por carregamentos externos. te do território municipal.

Contraprestação Financeira – Valor em espécie a ser pa- Equidade – Respeito à igualdade de direito de cada um,
go pelo beneficiário pela utilização mais permissiva do que independe da lei positiva, mas de um sentimento do
solo, nos termos do Plano Diretor que integra o Fundo que se considera justo, tendo em vista as causas e as in-
Municipal. tenções.

Corredores Ecológicos – Porções de ecossistemas natu- Equipamentos comunitários – Instalações públicas desti-
rais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, nadas a atender às necessidades do modo de viva de
que possibilitam entre elas o fluxo de genes e uma determinada comunidade.

o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies Equipamentos culturais – Edificações e espaços, públicos
e a recolonização de áreas degradadas, bem como a ma- ou privados, destinados, ou frequentemente utilizados,
nutenção de populações que demandam para sua sobre- para a realização de atividades relacionadas à cultura.
vivência áreas com extensão maior do que aquela das
unidades individuais. Equipamentos sociais – Instalações públicas ou privadas
destinadas à prestação de serviços voltados ao atendi-
Dano – Intensidade das perdas humanas, materiais ou mento das necessidades básicas da população em saúde,
ambientais decorrentes de um desastre ou acidente. educação, cultura, esportes, lazer e recreação, abasteci-
mento e segurança.
Debate público – Discussão de opiniões aberta à partici-
pação social de modo geral. Equipamentos Urbanos – Elementos físicos ou instalações
públicas ou privadas dos serviços de abastecimento de
Delimitação – Processo através do qual se estabelece o água, de esgotos, energia elétrica, iluminação pública,
perímetro de áreas do território para fins de tributação, comunicação, circulação, transporte, gás canalizado, lim-
planejamento ou imposição de normas. peza urbana e outras de apoio às necessidades da comu-
nidade atendida.
Densidade construtiva ou edificada – É o quociente entre
a área edificada total de um determinado território e a sua Espaços Abertos para Lazer Público – Áreas livres de uso
superfície. público utilizadas para o convívio social, o lazer, a prática
de esportes e a recreação da população. Espaços subutili-
Desmatamento – Remoção total ou parcial da vegetação zados =São imóveis subutilizados ou não edificados cujo
existente numa área. aproveitamento é inferior ao coeficiente de aproveitamento
mínimo, estabelecido no PDDU para a zona de uso que
Diretrizes temáticas – Temas específicos a serem defini- estiverem inseridos.
dos e validados a partir dos resultados do Diagnóstico e
dos Cenários de desenvolvimento em consonância com Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambi-
eixos estruturadores pilares do Desenvolvimento Susten- ental (EIA/RIMA) –
tável, previstos na Agenda 2030/ONU. Instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente exigi-
do para o licenciamento de determinadas atividades consi-
Ecossistemas – Comunidade de seres vivos e ambiente deradas efetiva ou potencialmente causadoras de signifi-
onde estes se encontram, ambos tratados como um siste- cativa degradação do meio ambiente. Conforme preconiza
ma funcional de relações interativas, com transferência e o Estatuto das Cidades (Lei Federal 10.257/2001).
circulação de energia e matéria.
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) – Estudo prévio do
Edificação – Qualquer estrutura física construída pelo ho- qual dependerão alguns empreendimentos e atividades
mem implantada em uma unidade territorial. para obter as licenças ou autorizações do Poder Público
Municipal para a construção, ampliação ou funcionamen-
Efluentes líquidos – Efluentes líquidos são compostos to, onde serão avaliadas as alterações positivas ou negati-
quase que em sua totalidade, cerca de 99%, por água, vas, nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, aná-
mas para serem lançados ou disposto devem passar pelo lise quanto à capacidade de atendimento dos sistemas de
adequado tratamento para que assim os impactos sobre o saneamento ambiental, infraestrutura e mobilidade na
meio ambiente sejam evitados ou minimizados. área de influência do empreendimento. Conforme preconi-
za o Estatuto das Cidades (Lei Federal 10.257/2001).
Eixo da Via – Linha equidistante dos bordos externos da
via, com orientação de sentido e definição de início e fim. Fachada Ativa – É a fachada da edificação ocupada por
uso não residencial, localizada no nível do logradouro pú-
Eixos estruturadores – Eixos temáticos que organizam o blico, com acesso direto e abertura para o logradouro, a
conjunto de proposições, baseados nos pilares de susten- fim de evitar a formação de planos fechados, sem perme-
tabilidade e com enfoque setorial, embasados no conheci- abilidade visual na interface entre as construções e o lo-
mento da situação atual. O desenvolvimento dos trabalhos gradouro, de modo a dinamizar o passeio público.
permitirá identificar formas de aumentar a sinergia entre
as ações propostas em cada um. Faixa de Domínio de Vias – Faixa compreendida entre os
limites definidos para a implantação de uma via e de seus
Empreendimento – Toda e qualquer ação, pública ou pri- componentes, tendo como referência o seu eixo- diretriz.
vada, que importe ou tenha importado em modificação,

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Faixa de Orla Marítima – Área coberta e descoberta perio- plementação da sua política de desenvolvimento urbano,
dicamente pelas águas, acrescida da faixa subsequente conforme previstos no Estatuto da Cidade.
de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e
pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natu- Logradouro Público – Espaço livre, de uso público, reco-
ral, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossis- nhecido pela municipalidade, destinado ao trânsito, tráfe-
tema. go, comunicação ou lazer.

Faixa Lateral de Domínio de Vias – Área definida a partir Macroárea – Porção territorial definida no PDDU, na qual
do bordo externo da via, destinada à implantação de Via incidem os objetivos, diretrizes e estratégias de desenvol-
Marginal (VM) e outros componentes. vimento urbano e socioeconômico estabelecida para o
período de vigência do plano, sendo a base espacial para
Fruição Pública – Corresponde à área livre externa ou in- os objetivos e instrumentos da política urbana.
terna às edificações, localizada no pavimento térreo ou
nos demais pavimentos de acesso direto ao logradouro Macrozona – Unidade espacial de estruturação do territó-
público, com conexão em nível ao logradouro e demais rio definida no PDDU para fins de planejamento urbano.
espaços públicos sempre que o lote tiver frente para mais
de um logradouro público, destinada à circulação de pes- Macrozoneamento municipal e zoneamento urbano – Fer-
soas, não sendo exclusiva de moradores ou usuários. ramentas que buscam territorializar as diretrizes com a
visão de sustentabilidade do Município, a partir do reco-
Gabarito – Parâmetro que limita ou determina a largura de nhecimento do território e suas diferenças internas. Deve-
logradouros ou a altura das edificações. rão se desdobrar em propostas programáticas, de inter-
venção e de critérios de aproveitamento do solo, abran-
Geoprocessamento – Conjunto de técnicas de processa- gendo todo o território municipal e delimitando as áreas
mento digital de dados geográficos ou espaciais, ou seja, aptas à urbanização, ou seja, aquelas que integrarão o
dados que possuem uma localização espacial. Das dife- perímetro urbano. A concepção da proposta do zonea-
rentes técnicas de geoprocessamento destaca-se o sen- mento urbano inclui a elaboração de estudos que orienta-
soriamento remoto, cartografia automatizada, Sistema de rão os critérios para definição de coeficientes e demais
Posicionamento Global (GPS), Sistema de Informação parâmetros urbanísticos.
Geográfica (SIG).
Manancial – Local onde há descarga e concentração natu-
Habitação de Interesse Social (HIS) – Aquela destinada ral de água doce originada de lençóis subterrâneos e de
ao atendimento habitacional das famílias de baixa renda águas superficiais.
mensal de acordo com parâmetros definidos pelo Governo
Federal, promovida pelo Poder Público ou com ele conve- Manejo – todo e qualquer procedimento que vise assegu-
niada, tendo no máximo um sanitário e uma vaga de gara- rar a conservação da diversidade biológica e dos ecossis-
gem, conforme definição e índice de correção de valores temas.
previstos no PDDU.
Manejo florestal sustentável – Administração da floresta
Hierarquização do sistema viário – Enquadramento das para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e am-
vias que integram a rede viária municipal em categorias bientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação
definidas a partir de critérios funcionais e geométricos, de do ecossistema objeto do manejo e a conservação da bio-
forma hierarquizada. diversidade, e considerando-se, cumulativamente ou alter-
nativamente, a utilização de múltiplas espécies e de pro-
Impacto – Os efeitos da mudança do clima nos sistemas dutos e subprodutos madeireiros e não-madeireiros, bem
humanos e naturais. como a utilização de bens e serviços de natureza florestal.

Impacto ambiental – Efeito, positivo ou negativo, resultan- Mitigação dos desastres e emergências – Conjunto de
te de uma ação ou conjunto de ações sobre o ambiente. ações destinadas a reduzir os efeitos gerados pela apre-
sentação de um evento adverso.
Impacto de vizinhança – Efeito, positivo ou negativo, resul-
tante de uma ação ou conjunto de ações numa dada vizi- Mobilidade Ativa – Forma de transporte não motorizada.
nhança.
Mobilidade urbana – Capacidade de locomoção de pesso-
Inadequação habitacional – Corresponde à quantidade de as ou mercadorias no espaço da cidade, utilizando um ou
habitações existentes, porém carentes de regularização mais modos de deslocamento em função de um ou mais
fundiária, ou seja, urbanística e jurídico-legal. motivos de viagem.

Índices Urbanísticos – Expressões matemáticas pelas Modelo de gestão – Sistema proposto para monitoramento
quais se definem e regulam as condições de implantação e avaliação das regras legais estabelecidas, com adapta-
das edificações no solo urbano. ção de indicadores, devendo ser realizado através do
acompanhamento das estratégias e projetos, com apura-
Instrumentos de Política Urbana – Institutos jurídico- ção anual, incorporando contribuições para serem utiliza-
urbanísticos passíveis de serem utilizados para implemen- das na política urbana em relação às metas de curto, mé-
tação da Política Urbana de acordo com o Plano Diretor. dio e longo prazo, garantindo o desenvolvimento urbano,
econômico e social, com transparência e agilidade nas
Instrumentos urbanísticos – Instrumentos legais que po- informações e nas respostas necessárias ao atendimento
dem ser utilizados pelo Município para elaboração e im- das demandas municipais.

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Participação e controle social – Princípio assegurado pela


Ocupação do Solo – Toda e qualquer ação de apropriação Constituição Federal em todas as etapas dos processos
do espaço urbano. de elaboração de políticas públicas setoriais como sanea-
mento básico, habitação, recursos hídricos, resíduos sóli-
dos e desenvolvimento urbano. Cabe ao ente federativo,
Ocupação Espontânea – Construção realizada em um no caso o município de Camaçari, promover as estraté-
terreno, sem o conhecimento e sem a licença do poder gias e mecanismos para a participação, representativida-
público municipal, por iniciativa da comunidade. de e inserção dos diferentes setores da sociedade civil
organizada. No caso da revisão do PLANO DIRETOR DE
Ocupação Irregular – Construção realizada em um terre- DESENVOLVIMENTO URBANO DE CAMAÇARI -
no, sem a licença do poder público municipal ou aquela PDDUC, o Plano de Mobilização e Participação Social e o
que, mesmo tendo obtido a licença, foi executada em de- Plano de Comunicação Social e Institucional são os instru-
sacordo com esta e com a legislação urbanística ou ambi- mentos que detalham a metodologia em cada etapa de
ental vigentes. trabalho, composta por ciclos de oficinas, fóruns temáticos
e audiências públicas.
Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo – Interven-
ção do Poder Público visando orientar e disciplinar a im- Passeio ou faixa livre – Parte do logradouro público desti-
plantação de atividades e empreendimentos no território nado exclusivamente ao trânsito de pedestres.
do Município.
Patrimônio cultural imaterial – Patrimônio constituído pelos
Órgãos colegiados de política urbana – Órgãos garantido- saberes, vivências, formas de expressão, manifestações e
res da gestão democrática da cidade, aí incluídos o Con- práticas culturais, de natureza intangível, e os instrumen-
selho Municipal de Meio Ambiente, o Conselho das Cida- tos, objetos, artefatos e lugares associados às práticas
des e o órgão julgador do órgão executor da Política Am- culturais de uma comunidade.
biental.
Pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida –
Padrões de Qualidade Ambiental – Valores de concentra- Pessoa que, temporária ou permanentemente, tem limita-
ções máximas toleráveis no ambiente para cada poluente, da sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utili-
de modo a resguardar a saúde humana, a fauna, a flora, zá-lo.
as atividades econômicas e o meio ambiente em geral.
Polo Gerador de Tráfego (PGT) – Empreendimento ou
Parâmetros Urbanísticos – Parâmetros quantitativos para atividade que pela sua capacidade de atração de viagens
a organização e controle do uso e ocupação do solo, defi- e seu nível de abrangência gera interferências no tráfego
nidos como limite para a implantação de edificação, parce- do entorno, demandando projetos de inserção urbana dife-
lamento ou condomínio, dos quais resultam uma dada renciados para sua implantação.
configuração urbanística.
Praia – Bem público de uso comum do povo, sendo asse-
Parque Linear – Espaços multifuncionais que oferecem gurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar,
benefícios ambientais, sociais, culturais e estéticos. De coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acres-
natureza pública ou privada, geralmente com comprimento cida da faixa subsequente de material detrítico, tal como
maior que a largura e construído paralelamente a cursos areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite onde
d’água, respeitando seus trajetos. Concebidos como ele- se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde
mentos de qualificação da paisagem urbana e de sua re- comece um outro ecossistema.
cuperação ambiental, devem contribuir com a drenagem
urbana, preferenciar a conexão de áreas verdes e favore- Preservação ambiental –Conjunto de métodos, procedi-
cer a práticas de lazer, esporte e cultura, além de contri- mentos e políticas que visem a proteção, no longo prazo,
buir com alternativas não motorizadas de mobilidade urba- das espécies, habitats e ecossistemas, além da manuten-
na. ção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação
dos sistemas naturais.
Parque Natural Municipal – Unidade de Conservação e
Ocupação racional do solo, que tem como objetivo básico Preamar máxima – É a máxima altura alcançada por uma
a preservação de ecossistemas naturais de grande rele- maré de enchente.
vância ecológica e beleza cênica, permitida a realização Prevenção dos riscos = compreende as ações destinadas
de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades a eliminar ou reduzir o risco, evitando a apresentação do
de educação e interpretação ambiental, de recreação em evento ou impedindo os danos, por exemplo, ao evitar ou
contato com a natureza, de turismo ecológico, bem como limitar a exposição do sujeito à ameaça.
de ocupação racional, cuja obrigação de preservação e
ocupação, pode ser delegada a particulares, mediante Projetos catalisadores – Programas transversais, aos ei-
contrapartida. xos estruturadores, que conduzirão o desenvolvimento
urbano buscando alcançar a visão estratégica.
Parque urbano – Área pública ou privada, dotada de atri-
butos naturais parcialmente preservados, antropizados ou Projetos de infraestrutura – Indicação de obras e interven-
descaracterizados em relação às suas condições origi- ções no espaço físico, necessárias para promover as con-
nais, parcial ou completamente urbanizada, destinada ao dições para o desenvolvimento futuro da cidade. Os proje-
lazer ativo e contemplativo, à prática de esportes e ativida- tos de infraestrutura sustentam estratégias de desenvolvi-
des recreativas e culturais da população. mento urbano permitindo a melhoria das condições atuais
de funcionamento das atividades urbanas e o surgimento

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e desenvolvimento de novos núcleos sendo caracteriza- Serviços culturais – Benefícios provindo do ecossistema
dos no âmbito deste trabalho apenas em nível conceitual. para o bem-estar do ser humano, como o ecoturismo, os
aspectos religiosos e espirituais, serviço educacional/
Projetos urbanos – Iniciativas associadas aos projetos de intelectual.
infraestrutura e aos projetos catalisadores de alcance res-
trito a determinadas áreas ou regiões, também apresenta- Serviços de provisão – Serviços que fornecem os recursos
dos no âmbito deste trabalho em nível conceitual. Consti- para uso humano, a exemplo da água, madeira e alimento
tuem elos da cadeia de projetos que contribuem para am- (abastecimento).
pliar o alcance dos efeitos da implantação de infraestrutu-
ras e de ações de desenvolvimento. Serviços de regulação – Serviços obtidos por meio da re-
gulação do ambiente, servindo para a manutenção dos
Regularização Fundiária Urbana (REURB) – Programa de processos ecossistêmicos, como regulação climática, do-
Regularização Fundiária Urbana – instituída pela Lei Fe- enças biológicas.
deral 13.465 de 11 de julho de 2017 e regulamentado pelo
Decreto 9.310/2018 de 15 de março de 2018. Serviços de suporte – Serviços que contribuem para a
produção do serviço ecossistêmico, como exemplo, a dis-
Regularização Fundiária Urbana Especial persão de semente, reciclagem de nutrientes.
(REURB-E) – Destinada à regularização fundi-
ária dos núcleos urbanos informais ocupados por popula- Serviços ecossistêmicos – Benefícios obtidos do ambiente
ção não qualificada na REURB-S. em equilíbrio (como o ar que respiramos, a beleza de uma
paisagem, o controle de doenças infecciosas, o controle
Regularização Fundiária Urbana Inominada de inundações) ou como resultado de uma coprodução
(REURB-I) – Destinada à regularização fun- humana (como a agricultura, a pecuária, os parques urba-
diária das glebas parceladas para fins urbanos anterior- nos). Eles são divididos em quatro serviços, que são: Pro-
mente a 19 de dezembro de 1979, que não possuírem visão, Regulação, Culturais e de Suporte.
registro, podendo ter a sua situação jurídica regularizada
mediante o registro do parcelamento, desde que esteja Sistema de áreas verdes – Sistema de enquadramento e
implantado e integrado à cidade. regulamentação em categorias, que compreende as áreas
que contribuem de forma determinante para a qualidade
Regularização Fundiária Urbana Social (REURB-S) - ambiental urbana. Compreende o conjunto de espaços
Destinada à regularização fundiária dos núcleos públicos ou privados destinados ao cultivo, preservação e
urbanos informais ocupados predominantemente por manejo de vegetação em áreas urbanas ou rurais. As
população de baixa renda, cuja renda familiar mensal seja áreas verdes têm um papel fundamental para o meio am-
igual ou inferior ao valor correspondente a cinco salários- biente e a qualidade de vida das pessoas, uma vez que
mínimos vigentes. oferecem diversos benefícios, como a melhoria do ar, a
absorção de água de chuva, a redução da temperatura e a
Relatório de Impacto no Trânsito (RIT) – Estudo específico promoção da biodiversidade. A gestão desses espaços
exigido pelo Poder Público para empreendimentos consi- pode envolver o plantio e a manutenção de árvores, ar-
derados Polos Geradores de Tráfego, com o objetivo de bustos e outras plantas, a limpeza e a conservação da
conhecer, avaliar, quantificar e delimitar o alcance dos área, a instalação de equipamentos e mobiliário urbano,
impactos da implantação do empreendimento no sistema além de programas de educação ambiental e de lazer pa-
viário, especialmente no que diz respeito ao trânsito de ra a população.
veículos e pedestres, e determinar as medidas mitigado-
ras necessárias para garantir a qualidade da circulação Sistema de centralidades – Organização espacial das ci-
urbana no local. dades em torno de centros urbanos como bairros, distri-
tos, áreas comerciais ou outros tipos de espaços públicos
Requalificação urbana – Ação ou conjunto de ações visan- ou privados que desempenhem uma função central na
do conduzir um determinado espaço a um novo padrão de vida da cidade uma vez que concentram atividades econô-
qualidade urbana. micas, culturais, administrativas e sociais, facilitando o
acesso e o deslocamento das pessoas. O planejamento
Restrições de Uso e Ocupação do Solo – Limitações da implantação desse sistema requer que leve em conta
quantitativas ou qualitativas impostas à realização dos as características e as demandas da população local, bem
empreendimentos ou ao exercício das atividades que con- como a infraestrutura e a disponibilidade de recursos pú-
figuram o uso e a ocupação do solo. blicos e privados. É importante que haja um equilíbrio en-
tre as diferentes centralidades da cidade, de forma a ga-
Risco – Probabilidade de que se produzam consequências rantir a acessibilidade e a equidade no acesso aos servi-
prejudiciais, eventuais perdas de vidas, feridos, destruição ços e atividades oferecidos e que as mesmas centralida-
de propriedades e meios de vida, transtornos da atividade des sejam projetadas de forma a favorecer a convivência
econômica ou danos ao meio ambiente, como resultado e a interação social, promovendo a diversidade e a inclu-
da interação entre as ameaças de um evento adverso que são.
pode ser natural ou provocado pelo homem (atividades
humanas) e as condições de vulnerabilidade. Sistema de equipamentos públicos ou privados de utilida-
de pública – Conjunto de espaços e infraestruturas desti-
Saneamento básico – Compreende o abastecimento de nados a prestar serviços públicos para a população em
água, esgotamento sanitário, drenagem/manejo de águas uma determinada região ou cidade. Esses equipamentos
pluviais, e a limpeza urbana/manejo de resíduos sólidos. incluem desde escolas, postos de saúde, praças e par-
ques até equipamentos culturais, como teatros, museus e

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bibliotecas, e equipamentos esportivos, como quadras e


campos. Uso Não Residencial – Qualquer uso não destinado à mo-
radia, tal como, atividades comerciais, de serviços, indus-
Sistema de mobilidade urbana – Conjunto de meios de triais, institucionais ou de infraestrutura.
transporte e infraestruturas que permitem a movimentação
de pessoas e bens dentro de uma cidade. Esse sistema Uso Residencial – Aquele destinado à moradia de um indi-
pode incluir diversos meios de transporte, como carros, víduo ou grupo de indivíduos.

ônibus, metrô, bicicletas, táxis, entre outros, bem como Uso sustentável – Manejo do ambiente de maneira a ga-
infraestruturas como ruas, estradas, ciclovias, estaciona- rantir a perenidade dos recursos naturais renováveis, dos
mentos, bicicletários, etc. processos e demais atributos ecológicos, de forma social-
mente justa e economicamente viável.
Sistema de saneamento ambiental – Conjunto de medidas
e infraestruturas destinadas a garantir o abastecimento de Galeria técnica multiuso – Modelo de rede de infraestrutu-
água potável (captação, tratamento e distribuição da água ra urbana compartilhada, que engloba todos os dutos e
para o consumo humano), o tratamento de esgotos e a cabos em uma galeria única subterrânea, utilizando con-
gestão adequada dos resíduos sólidos (coleta, tratamento ceitos relacionados a ordenamento, cadastro urbano, sus-
e destinação final). Além disso, o sistema de saneamento tentabilidade e segurança, substituindo a implantação indi-
ambiental inclui também medidas de prevenção de en- vidualizada de redes de abastecimento de água, energia
chentes e alagamentos, drenagem urbana, entre outras. elétrica, telecomunicações, rede de dados, fibra ótica e
Ele é essencial para a preservação da saúde pública, do gás natural, entre outras.
meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável.
Volumetria – Conjunto de dimensões que determinam o
Sistema Viário – Conjunto das vias de uma determinada volume de uma edificação ou de um grupo de edificações.
área ou município, destinado ao fluxo de veículos e/ou
pedestres. Vulnerabilidade – Grau de suscetibilidade e incapacidade
de um sistema, em função de sua sensibilidade, capacida-
Sistema Viário Complementar – Aquele composto pelas de de adaptação, e do caráter, magnitude e taxa de mu-
vias coletoras I e II, e vias locais, com a função a ligação dança e variação do clima a que está exposto, de lidar
entre o sistema viário estrutural e as demais vias do Muni- com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os
cípio. quais a variabilidade climática e os eventos extremos.

Sistema Viário Estrutural – Aquele composto pelas vias Vulnerabilidade – Fator interno do risco, que corresponde
expressas e arteriais I e II, e vias marginais, que proporci- à suscetibilidade ou predisposição intrínseca de um ele-
onam os deslocamentos de médio e longo percurso, inter mento ou de um sistema de ser afetado gravemente.
e intraurbanos.
Zona de Uso – Porção do território nas quais incidem pa-
Solo Natural – Solo não construído e sem revestimentos, râmetros e critérios diferenciados de parcelamento, uso e
ou apenas com revestimento vegetal, que possibilita a ocupação do solo, visando o ordenamento geral da cida-
infiltração natural das águas. de.

Toponímia – Nomes de lugares, revelando a origem, signi- Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) – Instituto de
ficado ou evolução linguística dos termos geográficos. política urbana previsto no Estatuto da Cidade que têm
como objetivo principal regularizar áreas ocupadas por
Unidade de Conservação Ambiental – Espaço territorial e populações de baixa renda em situações irregulares e de
seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicio- vulnerabilidade habitacional e a produção de moradia, pro-
nais, com características naturais relevantes, legalmente movendo o acesso à terra urbanizada, à habitação ade-
instituído pelo Poder Público com objetivos de conserva- quada e aos serviços urbanos essenciais. Essas áreas
ção e limites definidos, sob regime especial de administra- devem atender à função social da moradia para fins de
ção, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção, habitação de interesse social.
conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conserva-
ção da Natureza (SNUC), criado pela Lei Federal nº Zoneamento – Instrumento de planejamento urbano utili-
9.985, de 18 de julho de 2000. zado para delimitar territórios com o objetivo de caracteri-
zá-los, definir estratégias e diretrizes de desenvolvimento
Unidades de Conservação – Definidas pela Lei Federal nº urbano e ambiental ou ainda incidir regras diferenciadas
9.985 de 2000, são espaços territoriais com característi- para parcelamento, uso e ocupação do solo.
cas naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos,
sob regime especial de administração, aos quais se apli-
cam garantias adequadas de proteção.

Uso do Solo – Toda ação humana que implique em domi-


nação, apropriação ou utilização de um espaço ou terreno.

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