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CONTEXTUALIZANDO SABERES | MANUAL DO EDUCADOR | QUÍMICA | NOVO ENSINO MÉDIO | LIVRO 1

MANUAL DO EDUCADOR - FORMAÇÃO CONTINUADA

CONHEÇA OS OUTROS LIVROS DESTA ÁREA DO CONHECIMENTO:


CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS

QUÍMICA Ciele Lins

1
Novo
Ensino
Médio

LIVRO

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MANUAL DO EDUCADOR - FORMAÇÃO CONTINUADA

CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS

QUÍMICA Ciele Lins

1
Novo
Ensino
Médio

LIVRO

EM_ME_Quimica_1A_PARTE1.indd 1 27/02/2023 14:07


1
Livro

MANUAL DO
EDUCADOR
Formação Continuada

Novo Ensino Médio


QUÍMICA Ciele Lins
Manual do Educador Direção de arte
Química Elto Koltz
PARTE 1
Editor Projeto gráfico e capa
Lécio Cordeiro Hilka Fabielly e Elto Koltz

Revisão de texto Imagem da capa


Departamento editorial 89stocke | Shutterstock.com

Diagramação Direitos Reservados à Multi Marcas Editoriais Ltda.


Marcos Durant Rua Neto Campelo Júnior, 37 — Mustardinha — CEP: 50760-330, Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 — IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste
livro. A editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em
incluir quaisquer créditos faltantes.

ISBN Professor: 978-85-403-1860-1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e


Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil

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Apresentação
Professor(a), o presente manual do educador tem como objetivo auxiliar sua prática docente, tornando-a mais sólida para
lidar com as exigências do Novo Ensino Médio.
No início de cada capítulo, é possível encontrar quais habilidades da BNCC são trabalhadas e quais os objetivos pedagó-
gicos são elencados para determinados conteúdos. Na seção Diálogo com o professor, você encontrará diferentes sugestões de
como trabalhar os assuntos dentro e fora da sala de aula. Vale ainda ressaltar que as propostas didáticas apresentadas devem
ser adaptadas conforme à realidade de cada turma.
Atualmente, o ensino das Ciências da Natureza é constituído de diversos desafios, principalmente por integrar o conheci-
mento de três disciplinas: Biologia, Química e Física. Sendo assim, este material contém diversos pontos de apoio que podem ser
utilizados na sua prática docente, como leituras complementares, sugestões de abordagens e de vídeos.
Neste volume, vamos estudar os materiais e as substâncias, bem como suas propriedades, suas transformações e seus cons-
tituintes. Estudaremos ainda o que é Química, seus vários campos de atuação e suas relações com as demais ciências. À medida
que essas teorias forem desenvolvidas e o tema eleito para cada unidade for discutido, questões pertinentes ao co¬tidiano serão
levantadas.

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Sumário do Manual do Educador
Parte
1
A matéria do macro ao micro

Capítulo 1 Capítulo 8
Introdução à Química................................................. 10 Semelhanças atômicas............................................... 84
Um pouco da história da Química.........................................12 Isótopos...............................................................................................86
Conceitos básicos...........................................................................13 Isóbaros...............................................................................................89
Outras propriedades....................................................................14 Isótonos................................................................................................89
Isoeletrônicos....................................................................................89
Capítulo 2
As fases de agregação da matéria......................... 20
Estados físicos da matéria..........................................................22 Capítulo 9
As mudanças de estado.............................................................25 Um modelo atômico mais completo.................................92
Ponto de fusão e de ebulição..................................................27 O modelo atômico de Bohr......................................................94
Transformações químicas.............................................................27 Níveis e subníveis energéticos..................................................96
Números quânticos........................................................................97

Capítulo 3
Substância química..................................................... 32 Capítulo 10
O que são substâncias químicas?...........................................34 Distribuindo os elétrons................................................. 104
Como as substâncias químicas podem ser classificadas.....35 Distribuição eletrônica em subníveis de energia.............106

Capítulo 4
Mistura de substâncias.............................................. 40
wikipedia.org

Quando se pode dizer que existe uma mistura?............42


Componentes de uma mistura..................................................43
Fases de uma mistura...................................................................43
Mistura, como separar seus componentes?.......................44

Capítulo 5
Introdução à teoria atômica..................................... 54
Ideia inicial de Dalton sobre o átomo.................................56

Capítulo 6
O desenvolvimento do átomo................................... 62
A descoberta do elétron............................................................64
O modelo atômico de Thomson..............................................65
A descoberta da radioatividade............................................65
A experiência de Rutherford.....................................................68

Capítulo 7
Características atômicas........................................... 76
Número atômico..............................................................................78
Número de massa..........................................................................79
Representando o elemento químico......................................79
Número de elétrons......................................................................79

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Parte
2
Os elementos químicos: sua organização e a formação de moléculas

Capítulo 11 Capítulo 17
As primeiras tentativas de organizar os Ligações químicas interatômicas I............................ 176
elementos...................................................................... 118 Ligação iônica..................................................................................178
As tríades de Döbereiner..........................................................120 Representação de Lewis.............................................................180
O parafuso telúrico de Chancourtois...................................121 Exceções à regra do octeto......................................................181
As oitavas de Newlands.............................................................121
A lei periódica dos elementos de Mendeleev................123
Capítulo 18
A lei de Moseley...........................................................................125
Ligações químicas interatômicas II........................... 188
Ligação covalente.......................................................................... 190
Capítulo 12 Alotropia.............................................................................................193
A tabela periódica atual........................................... 128
Os períodos da tabela................................................................130
Capítulo 19
Os grupos, ou famílias, da tabela..........................................131
Ligações químicas interatômicas III............................. 202
Algumas famílias têm nomes específicos.............................132
Ligação metálica.............................................................................204
Mendeleev, o criador da primeira tabela periódica...137

Capítulo 20
Capítulo 13 Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional
Como localizar os elementos na tabela.................. 142
210
A configuração eletrônica dos elementos..........................144
A geometria das moléculas.......................................................212
O nome dos elementos químicos............................................145

Capítulo 21
Capítulo 14 A densidade de carga elétrica nas moléculas..... 220
Classificação em grupos para a tabela
Polaridade das ligações.............................................................222
periódica...................................................................... 150
Polaridade molecular....................................................................224
Elementos representativos..........................................................152
Elementos de transição interna e externa..........................153
Metais.................................................................................................. 154 Capítulo 22
Ametais, ou não metais................................................................155 Interações entre as moléculas de uma
Semimetais, ou metaloides..........................................................155 substância................................................................... 230
Quais elementos são encontrados no corpo humano?......156 Ligações intermoleculares...........................................................232
A relação das ligações intermoleculares com os
Capítulo 15 estados físicos................................................................................... 234
Propriedades periódicas dos elementos I.............. 160
Raio atômico.....................................................................................162
Eletronegatividade.........................................................................163
Afinidade eletrônica, ou eletroafinidade............................164

Capítulo 16
Propriedades periódicas dos elementos II............. 168
Energia de ionização...................................................................170
Densidade.........................................................................................171
Pontos de fusão e de ebulição................................................173

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Parte
3
As funções inorgânicas e sua participação nas reações

Capítulo 23 Capítulo 28
O número de oxidação.................................................. 246 Funções inorgânicas IV.................................................. 298
O conceito de número de oxidação (Nox)........................248 A definição de óxidos..................................................................300
Como determinar o Nox.............................................................248 Classificando os óxidos................................................................300
Dando nomes aos óxidos...........................................................301
Capítulo 24
Definições importantes para entender as funções Capítulo 29
inorgânicas...................................................................... 256 Introdução a reações químicas.................................... 308
Dissociação dos compostos.......................................................258 A definição de reação química...............................................310
Ionização das substâncias..........................................................260 O conceito de reagente.............................................................311
O conceito de produto................................................................311
Capítulo 25 Leis ponderais...................................................................................311
Funções inorgânicas I..................................................... 266
A definição de ácidos..................................................................268 Capítulo 30
Classificando os ácidos...............................................................268 Tipos de reação química............................................... 316
Dando nome aos ácidos.............................................................270 Reação de síntese, ou de adição...........................................318
Outros conceitos de ácidos.......................................................271 Reação de análise, ou de decomposição..........................318
Reação de simples troca, ou de deslocamento...............319
Capítulo 26 Reação de dupla troca, ou de duplo deslocamento....321
Funções inorgânicas II.................................................... 276
A definição de bases...................................................................278 Capítulo 31 Equações químicas............................. 326
Classificando as bases.................................................................278 O que é uma equação química?............................................328
Dando nomes às bases...............................................................278 Balanceando as equações........................................................328
Outros conceitos de bases........................................................280

Capítulo 27
Funções inorgânicas III.................................................. 288
A definição de sais........................................................................ 290
Classificando os sais.....................................................................290
Dando nomes aos sais.................................................................291
s
oto
tph
osi
ep D lI
pe
em
n_h w
sha

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Parte
4
Cálculo das proporções e estudo dos gases

Capítulo 32 Capítulo 37
Conceitos fundamentais para manter as proporções Quantificando a produção de uma reação.............. 386
em uma reação............................................................... 342 Reações que não produzem 100% de produto..............388
Unidade de massa atômica.......................................................344
Massa atômica................................................................................344 Capítulo 38
Massa molecular............................................................................ 346 Características gerais dos gases................................ 396
O volume dos gases.....................................................................398
Capítulo 33 Pressão dos gases.......................................................................... 400
Quantidade de matéria................................................ 350 Temperatura dos gases...............................................................401
O conceito de mol.........................................................................352
Relacionando o mol com a massa molar............................354 Capítulo 39
Transformações gasosas............................................... 406
Capítulo 34 Lei de Boyle......................................................................................408
Como representar as substâncias.............................. 358 Lei de Gay-Lussac.........................................................................411
Fórmula química centesimal.......................................................360 Lei de Charles e Gay-Lussac...................................................412
Fórmula química mínima...............................................................361
Fórmula química molecular.........................................................362 Capítulo 40
Relacionando quantitativamente as variáveis
Capítulo 35 de um gás......................................................................... 416
Relacionando as quantidades de reagentes e As condições normais de temperatura e pressão (CNTP)
produtos I......................................................................... 366 para os gases................................................................................... 418
Relações estequiométricas básicas........................................368 Equação de Clapeyron...............................................................419
Relações estequiométricas envolvendo volume...............370
Capítulo 41
Capítulo 36 Misturas gasosas........................................................... 424
Relacionando as quantidades de reagentes e Mistura de gases com pressão parcial...............................426
produtos II.................................................................... 376 Mistura de gases com volume parcial.................................428
Relacionando quando há um reagente limitante............378 Densidade absoluta de um gás..............................................428
Relacionando quando há reagentes impuros...................379 Densidade relativa dos gases.................................................429
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Parte
Parte
Capítulo 1 Introdução à Química.................................................................... 10
Um pouco da história da Química............................................................................. 12
1
Conceitos básicos............................................................................................................... 13

Capítulo 2 As fases de agregação da matéria.......................................................20


Estados físicos da matéria.............................................................................................. 22
As mudanças de estado................................................................................................. 25
Ponto de fusão e de ebulição...................................................................................... 27

Capítulo 3 Substância química........................................................................ 36


O que são substâncias químicas?.............................................................................. 38
Como as substâncias químicas podem ser classificadas................................ 39

Capítulo 4 Mistura de substância.................................................................. 46


Quando pode se dizer que existe uma mistura?............................................... 48
Componentes de uma mistura..................................................................................... 49
Fases de uma mistura....................................................................................................... 49
Mistura, como separar seus componentes?.......................................................... 49

Capítulo 5 Introdução à teoria atômica........................................................ 64


Ideia inicial sobre o átomo de Dalton..................................................................... 66

Capítulo 6 O desenvolvimneto do átomo...................................................... 74


A descoberta do elétron................................................................................................ 76
O modelo atômico de Thomson................................................................................. 77
A descoberta da radioatividade............................................................................... 77
A experiência de Rutherford........................................................................................ 80

Capítulo 7 A identidade do átomo................................................................. 92


Número atômico.................................................................................................................. 94
Número de massa.............................................................................................................. 95
Representando o elemento químico.......................................................................... 95
Número de elétrons.......................................................................................................... 95

Capítulo 8 Semelhanças atômicas.................................................................. 104


Isótopos.................................................................................................................................... 106
Isóbaros................................................................................................................................... 109 Folha de outono em mudança
Isótonos.................................................................................................................................... 109 de coloração — uma
Isoeletrônicos........................................................................................................................ 109 transformação química.
Capítulo 9 Um modelo atômico mais completo............................................. 116
O modelo atômico de Bohr.......................................................................................... 118
Níveis e subníveis energéticos..................................................................................... 121

Capítulo 10 Distribuindo os elétrons.............................................................. 132


Distribuição eletrônica em subníveis de energia................................................ 134

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A matéria do
macro ao micro
A Química é a ciência que estuda a matéria, sua composi-
ção e as transformações que ela pode sofrer.
Nesse sentido, podemos representar o conhecimento quí-
mico em dois níveis. O primeiro, o nível macroscópico, estuda
a matéria e suas transformações. Neste nível, a Química trata

A matéria do
da propriedade dos objetos maiores e visíveis, como uma fo-
lha mudando de cor no outono. Quanto ao segundo, o nível
microscópico, corresponde a um mundo que não podemos ver

macro ao micro
diretamente, em que a Química interpreta os fenômenos mais
de perto, como a dinâmica que ocasiona a mudança de cor
da folha.
Essas transformações também são estudadas em outras dis-
ciplinas. Explore mais esse tema nas aulas de Geografia sobre
espaço geográfico, que corresponde ao espaço construído e
alterado pelo ser humano, e nas aulas de Biologia, no estudo
A Química é a da composição
ciência dos aseres
que estuda vivos.sua composi-
matéria,
ção e as transformações que ela pode sofrer.
Podemos olhar a Química em dois níveis. O primeiro, o ní-
vel macroscópico, estuda a matéria e suas transformações. Trata
da propriedade dos objetos maiores e visíveis, como uma folha
mudando de cor no outono. O segundo, o nível microscópico,
estuda um mundo que não podemos ver diretamente, em que a
Química interpreta os fenômenos, como a mudança de cor da
folha, em termos de rearranjos de átomos.
Observamos que tanto o nível macro quanto o micro são
muito importantes, e entendê-los é o tema da Unidade 1.

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CAPÍTULO 1
A Química é muito mais que um simples trabalho em um
laboratório.
Tal ciência é organizada inicialmente em três ramos.

Química

Orgânica Geral Físico-química

A Química Geral, ou Inorgânica, que estuda todos os ele-


mentos e seus compostos; a Físico-química, que estuda os prin-
cípios da Química, relacionando-os com aspectos da Física e
inserindo-os nas transformações químicas; e a Química Orgâni-
ca, que estuda os compostos de carbono (compostos orgânicos).
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Introdução à Química

Trabalho em um laboratório químico.

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BNCC
Um pouco da história da Química
Habilidades trabalhadas no
A história da Química está atrelada ao desenvolvimento
capítulo Desenvolvida pelo químico alemão do ser humano. Com frequência, ela se relaciona com a história
Georg Ernst Stahl, a teoria do flo- dos pesquisadores que participaram da evolução dessa ciência.
EM13CNT101 gisto consistia na hipótese de que
A alquimia é considerada a precursora da Química. Ela é
materiais combustíveis, isto é, que
EM13CNT102 queimavam na presença de fogo, uma mistura de ciências, arte e magia e trouxe inúmeras contri-
apresentavam um princípio comum buições, como técnicas, utensílios e conhecimento da composição
EM13CNT205 inflamável, chamado de flogisto.
de materiais.
EM13CNT301 Considera-se que os princípios básicos da Química foram
registrados pela primeira vez pelo cientista britânico Robert Boyle,
EM13CNT303 no The Sceptical Chymist, livro de literatura científica publicado
em Londres no ano de 1661. Um século mais tarde, com base
nos trabalhos de Lavoisier e suas descobertas em relação ao
oxigênio, à Lei da Conversação das Massas e à contestação da
teoria do flogisto, a Química começou a ser explorada como
ciência.
Objetivos
pedagógicos A alquimia e a Química

ƒ Reconhecer a ciência e tecnologia quí- Na Pré-História, o ser humano, após uma


série de tentativas e erros, descobriu como las-
micas como criações humanas, portanto car a pedra, como construir armas e algo muito
inseridas na história e na sociedade em importante na história da matéria: o fogo, a partir
do atrito entre pedaços de madeira.
diferentes épocas. Para entendermos um pouco sobre alquimia,
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ƒ Compreender os conceitos introdutó- é preciso saber que o seu começo se deu com
rios e as unidades de medida de matéria, os povos do Oriente, mais especificamente egíp-
cios, gregos e, mais tarde, árabes. Os objetivos,
massa e volume. a princípio, eram de encontrar a pedra filosofal
para produzir ouro e o elixir para a imortalidade,
Homens pré-históricos utilizando o fogo.
ou para salvar almas. Tinha como base os pro-
Para eles, uma descoberta recente. cessos de transformações de substâncias quími-
Anotações cas em outras, podendo, então, ser considerada
como os primórdios da Química.
A influência da alquimia está presente em
livros, filmes, séries, mangás e animes, como o
livro Harry Potter e a pedra filosofal, de J.K.
Rowling; O Alquimista, de Paulo Coelho; O Có-
digo Da Vinci, de Dan Brown e Fullmetal Alchemist,
marzolino | Depositphotos

de Hiromu Arakawa.
VIDAL, Bernard. História da Química. Lisboa-Portugal: Edições 70, 1986.
Livro 1 | Parte 1

Adaptado.

O trabalho do alquimista.

122 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 122 16/01/2023 22:35:54 EM_

12 Capítulo 1 – Introdução à Química

EM_ME_Quimica_1A.indb 12 11/02/2023 10:25


Conceitos básicos Hora de pensar
Reflita e responda à seguin-
Vimos que a matéria e suas propriedades são os objetos te pergunta: em quais ativi-
de estudo da Química. Dessa forma, é de suma importância dades do meu dia a dia eu
compreender o conceito de matéria. vejo a Química?
Seria difícil defini-la de maneira aprofundada sem nos
apoiarmos em conceitos muito importantes da física das par-
tículas, porém uma definição mais simples e geral é a de que
matéria é tudo que tem massa e ocupa um lugar no espaço.
Portanto, água, ar, cadeira, mesa ou mesmo nós, seres huma-
nos, somos compostos de matéria. Entretanto, não se pode
dizer o mesmo da luz e do som, por exemplo.
Falamos que, para ser matéria, deve-se ter massa, mas
como podemos definir massa? destaque para o naturalista Alexandre
A massa é a magnitude física que permite exprimir a Rodrigues Ferreira e para Vicente Coelho
quantidade de matéria contida em um corpo. No Sistema In-
ternacional (SI), a sua unidade é o quilograma (kg). No entanto, de Seabra Silva Telles. Este último adap-
em algumas situações cotidianas, não usamos essa unidade, tou a nomenclatura química de origem

nndemidchick | Depositphotos
mas sim suas derivadas, como o miligrama (mg), o grama (g) ou
a tonelada (t).
latina, criada por Lavoisier, para a língua
portuguesa. Essa adaptação é usada até
1 g 1.000 mg hoje, com as devidas modificações trazi-
1 kg 1.000 g das pelo progresso da ciência.
1 t 1.000 kg A massa dos bebês é normalmente medida
em gramas.
José Bonifácio de Andrada e Silva,
1 t 1.000.000 g
aluno de Silva Telles, foi um dos perso-
Assim, quando você compra um pacote de feijão com 1 kg, nagens centrais do movimento da Inde-
você está comprando 1.000 g de feijão.
A outra condição para que algo seja classificado como ma-
pendência e um dos mais importantes
téria é ocupar lugar no espaço. Dessa forma, quando falamos em mineralogistas de sua época. Recebeu a
ocupar um lugar no espaço, estamos nos referindo ao volume de a alcunha de Patriarca dos Químicos Brasi-
um corpo.
O volume de um corpo é a medida que quantifica o es- leiros, pois, por volta de 1800, descobriu
paço por ele ocupado. O caso mais simples consiste num cubo
a dois minerais que, anos mais tarde, leva-
sólido, em que o seu volume é dadoa por a  a 3, sendo a o compri-
mento da aresta do cubo. a ram à descoberta do elemento lítio.
O conceito de volume se aplica somente a objetos com Cubo de arestas de valor a. Em 1808, a vinda da Família Real
três dimensões, não existindo volume para objetos de duas ou
uma dimensão. Por exemplo, não é possível medir o volume
para o Rio de Janeiro trouxe a necessi-
de uma face (duas dimensões) ou de uma aresta do cubo (uma dade de se estabelecer uma nova ca-
dimensão). pital para o Império, o que promoveu a
Uma substância no estado gasoso tem seu volume medido
pelo volume do recipiente que a contém. Por exemplo: em rela- criação da primeira instituição de ensino
Livro 1 | Parte 1

ção a um gás em uma garrafa de 2 L, pode-se dizer que existem de Química — a Real Academia Militar,
2 L de gás.
No Sistema Internacional (SI), a unidade-padrão de volume fundada em 1811 —, cujas aulas faziam
é o litro (L). No entanto, em algumas situações cotidianas, não parte de um curso para soldados e ofi-
usamos essa unidade, e sim derivados dela, como o mililitro (mL),
ciais. No ano seguinte, foi criado o La-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 123
boratório Químico-Prático, responsável
pelas primeiras operações de Química
:35:54 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 123 16/01/2023 22:35:54 Industrial no Brasil e por investigações da
composição de minerais e vegetais. Além
Leitura em outros pontos da Europa, a alquimia
disso, no ano de 1818, foi fundado, no
complementar não floresceu. A quantidade de ouro e
Rio de Janeiro, o Laboratório Químico do
de outros bens de valor que os navega-
Museu Nacional, onde se efetuaram as
Sobre a história da dores portugueses levaram para o Reino
primeiras perícias toxicológicas, análises
Química no Brasil foi suficiente para desestimular qualquer
de combustíveis nacionais e investigações
aventura alquimista. Apenas em 1772 foi
sobre a composição de amostras de pau-
O desenvolvimento tardio da Quí- criado, na Universidade de Coimbra, o
-brasil vindas de várias regiões do País.
mica no Brasil tem raízes históricas. Em primeiro curso superior de Química.
Portugal, no período dos descobrimentos, A partir de então, vários brasileiros Disponível em: http://coral.ufsm.br/daquil/pag-div-
-hisa.html. Acesso em: 19/05/2022. Adaptado.
ao contrário do que estava ocorrendo frequentaram o curso nessa época, com

Introdução à Química – Capítulo 1 13

EM_ME_Quimica_1A.indb 13 11/02/2023 10:25


Sugestão de
abordagem Tá na mídia o centímetro cúbico (cm3) ou mesmo o metro cúbico (m3). Portan-
to, é importante relembrar como essas unidades estão relaciona-
Você sabia que nem sempre existiu o
Para fixar o conceito de densidade, Sistema Internacional de unidades? das com o litro (L).
Antes de sua criação, cada local
sugerimos duas possibilidades de atividade. tinha uma forma de realizar suas 1 L 1.000 mL
equivalências, mas com o avanço 1 L 1 dm3
tecnológico e a quebra de barreiras 1 mL 1 cm3
Atividade 1 no transporte entre um local e outro,
surgiu a necessidade de padronizar 1 L 1.000 cm3
as unidades. 1 m3 1.000 L
Esta é uma atividade que necessita Que tal saber um pouco mais so- A relação entre essas duas grandezas é chamada de den-
bre isso acessando o QR Code a sidade e corresponde ao quociente entre a massa do corpo e
de uma sala de multimídia. Seria interes- seguir?
o seu volume.
sante se você pudesse colocar, no máximo, Super Explica: Unidades de Medi-
dois alunos por computador. Para esta di- da | Superinteressante
m
d=
nâmica, você contará com uma ferramenta V
muito interessante e que está disponível no
Desse modo, se tivermos dois objetos com o mesmo volume,
QR Code a seguir. Trata-se de uma pla- aquele que tiver maior massa também terá a maior densidade
taforma em que os alunos poderão criar entre eles. Por exemplo, levando-se em consideração dois cubos
de mesmo volume, equivalente a 10 cm3, sendo um dos cubos
um objeto personalizado para explorar os feito de ferro, cuja massa é de 60 g, e o outro feito de madeira,
efeitos de massa e volume sobre a densi- cuja massa é de 20 g, a densidade do cubo feito de ferro será
maior que a densidade do cubo feito de madeira, pois, com base
dade. Em seguida, terão que adivinhar se na relação entre essas duas grandezas, a densidade do cubo de
esses objetos flutuam ou não na água. ferro corresponde a 6 g/cm3, ao passo que a densidade do cubo
Tome Nota de madeira é equivalente a 2 g/cm3.

Outras propriedades
Um fenômeno que ocorre com frequência e pouco perce-
bemos é a dissolução: quando adicionamos um pouco de sal
em um copo com água e mexemos, ele “desaparece”, ou melhor,
ele é solubilizado. A solubilidade representa a quantidade de
soluto que pode ser dissolvido em uma determinada quantidade
de solvente a uma pressão e temperatura específica.
Viktor | StockAdobe.com

Atividade 2: Brincando
com densidades
Livro 1 | Parte 1

Materiais necessários:
ƒ Um béquer de 2 litros. Sal sendo adicionado em um copo com
ƒ Um pedaço de palha de aço. água, prestes a passar pelo processo de
solubilização.
ƒ Uma pequena placa de madeira.
ƒ Uma lata de refrigerante vazia. 124 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

ƒ Uma folha de papel-alumínio.


ƒ Giz. EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 124 16/01/2023 22:35:54 EM_

ƒ Borracha escolar. Procedimentos: quatro alunos e faça uma tabela no qua-


ƒ Uma pequena chapa metálica. Encha o béquer de água e leve-o dro com os números desses grupos (Gru-
ƒ Clips metálicos. para a sala de aula. Coloque-o em um po 1, Grupo 2...). Em seguida, pegue um
ƒ Algumas bolinhas de aço. lugar onde os alunos possam ver o seu dos materiais e pergunte a cada grupo se
ƒ Alguns pedaços de isopor. interior. Logo após, mostre e identifique o objeto afunda ou não na água, anotan-
ƒ Uma bola de tênis de mesa. todos os materiais. Comece explicando a do a resposta (“sim” ou “não”) dos grupos
ƒ Um pedaço de cartolina. dinâmica da atividade, na qual os alunos no quadro. Depois, mergulhe o material
ƒ Um pouco de óleo de cozinha (apro- devem indicar quais materiais, na percep- na água e, em conjunto, verifiquem como
ximadamente 100 mL). ção deles, afundam e quais flutuam na o objeto se comporta no meio aquoso.
ƒ Uma laranja. água. Para isso, reúna grupos de três ou Em seguida, marque o ponto das equi-

14 Capítulo 1 – Introdução à Química

EM_ME_Quimica_1A.indb 14 11/02/2023 10:25


Já quando colocamos uma panela sobre a chama de um

shootingtheworld | StockAdobe.com
fogão, percebemos que a parte metálica aquece muito rápido,
mas o cabo de plástico onde seguramos não está tão quente.
Isso ocorre porque o metal conduz melhor o calor do que o
plástico, ou seja, ele apresenta melhor condutividade térmica.
A condutividade elétrica também é uma propriedade da
matéria. Ela representa a medida de sua capacidade de con-
duzir corrente elétrica. Com o mesmo exemplo do metal e do
plástico, é possível perceber que os metais são bons condutores Maçãs em diferentes estágios de maturação
Anotações
de corrente elétrica, já o plástico é considerado um material apresentam cor, textura e cheiro diferentes.
isolante, devido à sua má condutibilidade elétrica.
Outras propriedades podem ser percebidos através dos
órgãos dos sentidos — são as propriedades organolépticas.
Com elas, percebemos algumas transformações da matéria,
como a mudança na coloração, textura e cheiro quando compa-
ramos uma fruta madura com uma estragada.

Laboratório

pat_hastings | StockAdobe.com

Objetos com diferentes densidades.

Colocando em prática o que estudamos, vamos determinar a densidade de alguns


objetos através de uma brincadeira bastante conhecida: afunda ou flutua?
Materiais:
Peça de plástico PVC.
Moeda.
Pedaço de madeira.
Rolha de cortiça.
Copos descartáveis transparentes com ¾ de água.
Procedimentos:
Mergulhe um objeto em cada copo com água e verifique o que ocorre.
Livro 1 | Parte 1

O objeto ( ) afunda ( ) flutua.


Resultados:
Analise, escreva seus resultados e justifique como a densidade de diferentes materiais
pode variar.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 125

:35:54 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 125 16/01/2023 22:35:55

pes que acertaram, se houver. Proceda


da mesma maneira com os demais ma-
teriais e, ao final, faça a contagem dos
pontos para saber o grupo vencedor. É
importante que, ao longo da atividade,
os conceitos de massa, volume e densi-
dade sejam discutidos.

Introdução à Química – Capítulo 1 15

EM_ME_Quimica_1A.indb 15 11/02/2023 10:25


Sugestão de
abordagem Agora é sua vez!

2. A matéria, sua compo-


sição e as transformações
que ela pode sofrer.
1. O que é matéria? industrial, foram usadas 6 embalagens. In-
Atividade 1: Torre de 1. Tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço.
dique quanto foi usado de detergente em
litros.
líquidos 2. O que a Química estuda?
6. 1,5 L
7. Um copo tem capacidade de 0,25 L. Quan-
3. Transforme as massas em grama (g):
A experiência da torre de líquidos a) 0,20 kg. b) 200 mg.
tos desses copos podemos encher com 5 L
de refrigerante?
mostra como é possível colocar vários lí- 3. a) x = 200 g b) 0,2 g 7. 20 copos
quidos um sobre o outro sem que eles se 4. Transforme os volumes em litro (L): 8. Uma piscina tem 10 m de comprimento, 7 m
misturem. Para isso, é necessário que os a) 1 cm3. a) 0,001 L de largura e 1,8 m de profundidade. Como
b) 100 mL. b) 0,1 L estava completamente cheia, dela foram reti-
líquidos tenham densidades diferentes e rados 4.830 L. Quantos litros ainda restaram?
c) 200 cm3. c) 0,2 L
não sejam solúveis entre si. O experimen- d) 3 m3. d) 3.000 L
8. 121.170 L
9. Quantos copos contendo 200 mL de água
to da torre de líquidos pode ser visuali-
5. Quantos sacos de cimento com 50 kg de devemos usar para encher um cubo de 20 cm
zado no QR Code a seguir. de aresta?
massa podem ser transportados por um ca-
minhão com capacidade máxima de carga 9. 40 copos
igual a 10 t? 10. É considerada matéria:
Dado: 1 t = 1.000 kg. a) o luar. d) o brilho do Sol.
5. 200 sacos b) a música. e) a sombra de uma pessoa.
6. Em uma embalagem cabem 250 mL de de- c) o ar.
tergente. Para a limpeza de uma cozinha 10. Alternativa "c".

De olho no vestibular/Enem

1. (UFMG) Em um frasco de vidro transparen- Considerando-se esse experimento, é corre-


te, um estudante colocou 500 mL de água to afirmar que:
e, sobre ela, escorreu vagarosamente, pelas a) a densidade do óleo é menor que a da
paredes internas do recipiente, 50 mL de água.
etanol. Em seguida, ele gotejou óleo vegetal b) a massa da água, no sistema, é 10 vezes
Atividade 2: O ludião sobre esse sistema. As gotículas formadas maior que a de etanol.
posicionaram-se na região interfacial, con- c) a densidade do etanol é maior que a do
forme mostrado nesta figura: óleo.
O ludião é um aparelho que, de-
Gotículas de óleo d) a densidade da água é menor que a do
pendendo das condições, pode afundar etanol.
ou flutuar. Com esse experimento, é pos- Região 1. Alternativa "a".
2. (Unifor) Dois líquidos, A e B, quimicamente
sível entender o funcionamento dos sub- interfacial
inertes, e não-miscíveis entre si, de densida-
Livro 1 | Parte 1

marinos, que não apenas afundam, como des dA= 2,80 g/cm3 e dB = 1,60 g/cm3, res-
também flutuam. O QR Code a seguir é pectivamente, são colocados em um mesmo
recipiente. Sabendo que o volume do líquido
ilustrativo e, com base nele, você pode A é o dobro do de B, a densidade da mis-
mostrar aos alunos como se faz e como tura, em g/cm3, vale:
funciona um ludião. 126 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 126 16/01/2023 22:35:55

Anotações

EM

16 Capítulo 1 – Introdução à Química

EM_ME_Quimica_1A.indb 16 11/02/2023 10:25


a) 2,40 5. (UFPA) Numa proveta graduada em cm3, con-
b) 2,30 tendo água até o nível de 1.300 cm3, colo-
c) 2,20 cou-se uma esfera de chumbo de 88 g. Com
d) 2,10 a introdução dessa esfera, o nível da água
subiu a 1.308 cm3. A densidade do chumbo
e) 2,00
em g/cm3 é:
2. Alternativa "a".
3. Uma empresa com carros-pipa de 8.000 L de a) 0,1 d) 14,8
capacidade foi chamada para encher um re- b) 8 e) 704
servatório subterrâneo de água de um edifício. c) 11
Esse reservatório, com forma de bloco retan- 5. Alternativa "c".
gular, tem dimensões 3 m, 5 m e 1 m. Para a 6. Uma coroa contém 579 g de ouro (d =
realização dessa tarefa, podemos concluir que: 19,3 g/cm3), 90 g de cobre (d = 9 g/cm3)
a) 1 carro-pipa de água tem capacidade e 105 g de prata (d = 10,5 g/cm3). Se o
maior do que a capacidade do reservatório. volume final dessa coroa corresponde à
b) 1 carro-pipa de água é suficiente para soma dos volumes de seus três componen-
encher totalmente o reservatório sem sobrar tes, a densidade da coroa em g/cm3 será
4. a) Tubo II; pois o benzeno possui densidade menor que a densidade da água, logo assume a fase

água. igual a:
c) 2 carros-pipa de água são insuficientes a) 11,5
para encher totalmente o reservatório. b) 12,9
d) 2 carros-pipa ultrapassam em 1.000 L a c) 15,5
capacidade do reservatório. d) 19,3
e) 2 carros-pipa ultrapassam em 3.000 L a e) 38,8
capacidade do reservatório.
6. Alternativa "c".
3. Alternativa "d". 7. Considere d1: densidade do balão 1; d2:
4. (UFV–Adaptada) Três tubos de ensaio con-
densidade do balão 2; e d(ar): densidade
têm, separadamente, amostras de 4 mL dos do ar.
líquidos clorofórmio, etanol e benzeno. A
cada um desses tubos, foi adicionado 1 mL
de água. As densidades desses líquidos es-
tão abaixo relacionadas:
d clorofórmio = 1,5 g/cm3
d etanol = 0,8 g/cm3
d benzeno = 0,87 g/cm3
m clorofórmio = 1,5 × 4 = 6 g
m total = 1 g + 6 g = 7 g
b) m água = 1 g
superior.

:35:55
Tubo I Tubo II Tubo III Marque a alternativa correta.
Sabendo-se que, dos três líquidos, apenas o a) d1 > d(ar) > d2.
Livro 1 | Parte 1

etanol é solúvel em água, responda: b) d1 = d(ar) < d2.


a) Qual tubo apresenta o benzeno? c) d1 < d(ar) < d2.
b) Qual a massa de líquido presente no tubo III? d) d1 = d(ar) = d2.
7. Alternativa "c".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 127

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 127 16/01/2023 22:35:55

Introdução à Química – Capítulo 1 17

EM_ME_Quimica_1A.indb 17 11/02/2023 10:25


Leitura
complementar 8. (Enem) O exame parasitológico de fezes é lote contendo 5 amostras de solda estanho-
utilizado para detectar ovos de parasitas. -chumbo foi analisado por um técnico, por
Embora o conceito de densidade Um dos métodos utilizados, denominado de meio da determinação de sua composição
percentual em massa, cujos resultados estão
seja relativamente simples, os estudantes centrífugo-flutuação, considera a densidade
mostrados no quadro a seguir.
dos ovos em relação a uma solução de den-
podem apresentar dificuldades na reso- sidade 1,15 g mL–1. Assim, ovos que flutuam Amostra Porcentagem Porcentagem
lução de situações-problema caso não na superfície dessa solução são detectados. de Sn (%) de Pb (%)
Os dados de densidade dos ovos de alguns
tenham consolidado certas habilidades parasitas estão apresentados na tabela. I 60 40
que são correlatas ao fenômeno. Esse Considerando-se a densidade dos ovos e II 62 38
fato pode comprometer outras situações da solução, ovos de quais parasitas podem III 65 35
ser detectados por esse método? IV 63 37
de aprendizagem na Química, já que o
Parasita Densidade (g mL-1) V 59 41
conceito de densidade é fundamental
Ancylostoma 1,06 Disponível em: http://www.eletrica.nftp.br
neste domínio dada a sua importância Ascaris lumbricoides 1,11 Com base no texto e na análise realizada
para a caracterização de substâncias Ascaris suum 1,13 pelo técnico, as amostras que atendem às
e materiais, para o preparo de soluções Schistosoma mansoni 1,18 normas internacionais são:
e mesmo como parâmetro para a com- Taenia saginata 1,30 a) I e II.
b) I e III.
preensão de fenômenos físico-químicos. ZERBINI, A. M. Identificação e análise de viabilidade de ovos
de helmintos em um sistema de tratamento de esgotos domés-
c) II e IV.
A elaboração e aplicação de co- ticos constituídos de reatores anaeróbios e rampas de escoa-
mento superficial. Belo Horizonte: Prosab, 2001. Adaptado. d) III e V.
nhecimentos por meio de experimentos a) A. lumbricoides, A. suum e S. mansoni. e) IV e V.
é uma alternativa viável para que os b) S. mansoni, T. saginata e Ancylostoma. 9. Alternativa "c".
c) Ancylostoma, A. lumbricoides e A. suum. 10. (Enem) O controle de qualidade é uma exi-
estudantes compreendam o conceito de gência da sociedade moderna, na qual os
d) T. saginata, S. mansoni e A. lumbricoides.
densidade de modo significativo, ao con- bens de consumo são produzidos em escala
e) A. lumbricoides, A. suum e T. saginata. industrial. Nesse controle de qualidade, são
trário da simples memorização. Desse 8. Alternativa "c". determinados parâmetros que permitem che-
modo, levando-se em conta que a densi- 9. (Enem) Certas ligas estanho-chumbo com car a qualidade de cada produto. O álcool
dade é um fenômeno presente em ativi- composição específica formam um eutético combustível é um produto de amplo consu-
simples, o que significa que uma liga com mo muito adulterado, pois recebe adição de
dades cotidianas, o trabalho pedagógico essas características se comporta como uma outros materiais para aumentar a margem
experimental pode levar os estudantes a substância pura, com um ponto de fusão de- de lucro de quem o comercializa. De acordo
finido, no caso 183 oC. Essa é uma tem- com a Agência Nacional de Petróleo (ANP),
aplicarem o conhecimento científico para peratura inferior mesmo ao ponto de fusão o álcool combustível deve ter densidade en-
a compreensão de aspectos do mundo a dos metais que compõem esta liga (o es- tre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3. Em algumas
tanho puro funde a 232 oC, e o chumbo bombas de combustível, a densidade do ál-
seu redor. puro a 320 oC), o que justifica sua ampla cool pode ser verificada por meio de um
utilização na soldagem de componentes ele- densímetro similar ao desenhado seguir, que
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
trônicos, em que o excesso de aquecimento consiste em duas bolas com valores de den-
qnesc37_2/08-RSA-55-13.pdf. Acesso em: deve sempre ser evitado. De acordo com as sidade diferentes e verifica quando o álcool
Livro 1 | Parte 1

19/05/2022. Adaptado. normas internacionais, os valores mínimo e está fora da faixa permitida. Na imagem,
máximo das densidades para essas ligas são são apresentadas situações distintas para
de 8,74 g/mL e 8,82 g/mL, respectivamente. três amostras de álcool combustível.
Anotações As densidades do estanho e do chumbo são
7,3 g/mL e 11,3 g/mL, respectivamente. Um
128 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 128 16/01/2023 22:35:55

EM

18 Capítulo 1 – Introdução à Química

EM_ME_Quimica_1A.indb 18 11/02/2023 10:25


12. (Enem) Pelas normas vigentes, o litro do álco-
ol hidratado que abastece os veículos deve
ser constituído de 96% de álcool puro e 4%
de água (em volume). As densidades desses
componentes são dadas na tabela.
Substância Densidade (g/L)
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Água 1.000
Álcool 800
A respeito das amostras ou do densímetro,
pode-se afirmar que: Um técnico de um órgão de defesa do con-
a) a densidade da bola escura deve ser sumidor inspecionou cinco postos suspeitos
igual a 0,811 g/cm3. de venderem álcool hidratado fora das nor-
b) a amostra 1 possui densidade menor do mas. Colheu uma amostra do produto em
que a permitida. cada posto, mediu a densidade de cada
c) a bola clara tem densidade igual à densi- uma, obtendo:
dade da bola escura.
d) a amostra que está dentro do padrão
estabelecido é a de número 2.
e) o sistema poderia ser feito com uma úni-
ca bola de densidade entre 0,805 g/cm3 e
0,811 g/cm3.
10. Alternativa "d".
11. (Enem) Densidade absoluta (d) é a razão en-
tong2530/Stock.adobe

tre a massa de um corpo e o volume por ele


ocupado. Um professor propôs à sua turma
que os alunos analisassem a densidade de
três corpos: dA, dB, dC. Os alunos verifica-
vam que o corpo A possuía 1,5 vez a massa
Densidade do
do corpo B e esse, por sua vez, tinha da
massa do corpo C. Observaram, ainda, que
¾ Posto
combustível (g/L)
o volume do corpo A era o mesmo do corpo I) 822
B e 20% maior do que o volume do corpo II) 820
C. III) 815
IV) 808
Após a análise, os alunos ordenaram cor- V) 805
retamente as densidades desses corpos da
seguinte maneira: A partir desses dados, o técnico pôde con-
a) dB < dA < dC. cluir que estavam com o combustível ade-
b) dB = dA < dC. quado somente os postos:
c) dC < dB = dA. a) I e II.
:35:55

d) dB < dC < dA. b) I e III.


e) dC < dB < dA. c) II e IV.
Livro 1 | Parte 1

11. Alternativa “a”. d) III e V.


e) IV e V.
12. Alternativa “e”.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 129

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 129 16/01/2023 22:35:55

Introdução à Química – Capítulo 1 19

EM_ME_Quimica_1A.indb 19 11/02/2023 10:25


CAPÍTULO 2
Olhando à nossa volta, podemos observar que
tudo é formado por materiais diferentes entre si. O
solo que pisamos, os tipos de vegetais, as diferentes
colorações da madeira — em suma, a diferença, real-
mente, existe em tudo.
Todos esses materiais podem ser classificados
como matéria. Por isso, a definição mais abrangente
de matéria é tudo que tem massa e ocupa lugar no
espaço, ou seja, tem volume.
Dessa forma, a compreensão das diversas formas
da matéria e de suas propriedades é o foco de estudo
deste capítulo. Nele, perceberemos que a composição
da matéria não mudará em alguns casos, como quan-
do colocamos água para aquecer ou quando obser-
vamos o cair das folhas no outono.
xtrekx | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 20 11/02/2023 10:25


As fases de agregação
da matéria

Na imagem, é possível observar os três estados básicos


de agregação da matéria.

EM_ME_Quimica_1A.indb 21 11/02/2023 10:25


BNCC
Habilidades trabalhadas no
Tá na mídia Estados físicos da matéria
Você sabia que o gás de cozinha
A mesma matéria pode ser encontrada na natureza de diver-
capítulo é comercializado no estado líquido?
No botijão de gás encontrado nas sas formas, denominadas estados físicos. São eles: sólido, líquido e
casas, o gás de cozinha é manti- gasoso.
EM13CNT101 do no estado líquido, pois está sob
O estado sólido existe quando as partículas constituintes
pressão no interior do recipiente de
EM13CNT102 aço. da matéria estão praticamente paradas, podendo concentrar
uma maior quantidade destas em um menor espaço físico. A sua
EM13CNT205 Quer saber mais sobre isso? Acesse forma e o seu volume são fixos. Um exemplo bem simples é o de
o QR Code a seguir.
EM13CNT301 um pedaço de madeira ou uma bola de isopor, que podem ser
O gás de cozinha na verdade é colocados em qualquer tipo de recipiente sem que haja altera-
EM13CNT303 líquido? | Só Química ção em seu volume e sua forma.

kaowenhua | Depositphotos
Objetivos
pedagógicos

Ale-ks | Depositphotos
ƒ Reconhecer e compreender os esta- Tome Nota
dos físicos em que se encontram os diver- Madeira e bolinhas de isopor, exemplos de matéria no estado sólido.
sos tipos de matéria, estabelecendo rela-
ções com situações do cotidiano. O estado líquido existe quando as partículas já estão um
pouco mais dispersas em relação à mesma matéria no estado
ƒ Entender os processos de mudança de sólido. Substâncias no estado líquido têm volume fixo, porém a
estado físico das substâncias. sua forma pode variar. Um exemplo é o leite: quando colocado
ƒ Compreender as definições dos pontos em um copo, toma a forma do copo; se estiver em um prato,
mantém-se na forma do prato, assumindo, assim, o formato do
de fusão e de ebulição. recipiente no qual seja inserido.
ƒ Distinguir transformações físicas e quí-
micas, de modo a reconhecer e a identi-
Gordo25 | Depositphotos

ficar quando ocorrem mudanças na com-


posição da matéria.
Livro 1 | Parte 1

Diálogo com
o professor
Leite, exemplo de matéria no estado líquido.

Leve, para sala de aula, os seguin-


132 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
tes objetos: uma garrafa vazia, um copo
com água e o seu apagador. Antes de
começar a explicar os conceitos propos- EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 132 16/01/2023 22:35:57 EM_

tos neste segundo capítulo, pergunte aos se encontra, é considerada matéria. De-
alunos se o apagador, o copo e a garra- pois, promova um debate no qual os alu- Anotações
fa podem ser classificados como matéria. nos possam destacar as diferenças entre
Em seguida, questione se o que há dentro cada uma das formas de matéria apre-
da garrafa, isto é, o ar, pode ser defi- sentadas e, desse modo, possam construir
nido como matéria. Na sequência, per- um conceito, mesmo que inicial, sobre a
gunte aos alunos se os nossos sentimentos matéria e seus estados físicos.
também se enquadram nesta denomina-
ção. Indique novamente o copo e, agora,
questione se a água, no estado em que

22 Capítulo 2 – As fases de agregação da matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 22 11/02/2023 10:25


O estado gasoso existe quando as partículas que formam
a matéria estão bastante afastadas, dispersas no espaço. Elas
podem ter a forma e o volume variáveis. Um exemplo é o ar at-
mosférico. O ar de uma sala inteira pode ser comprimido dentro
de um cilindro, tomando a forma do próprio cilindro.
Sugestão de
abordagem
mybaitshop | Depositphotos

Se for possível, leve seus alunos

Altsha | Depositphotos
para um ambiente de multimídia na es-
cola e, em seguida, distribua a turma em
A viscosidade é a resistência que
certo material líquido oferece ao grupos de duas pessoas por computador.
escoamento. Se a viscosidade do
material for grande, significa que
Assim, em duplas, eles poderão visualizar
este possui um escoamento muito
lento.
e manusear o simulador de estados da
O balão está cheio de ar. O ar, então, ocupa o volume do balão. Se transferi-
do, poderia ocupar um cilindro como o da imagem. matéria, disponível no QR Code a seguir.
Esse simulador, desenvolvido pela
O vidro é um material de constituição bas- Universidade do Colorado em 2011, é
tante interessante. Ele faz parte de uma classe capaz de elaborar diferentes tipos de
de materiais chamados sólidos amorfos, isto é,
as partículas que o compõem não estão comple- moléculas, formando um sólido, líquido ou
tamente unidas de modo a formar uma estrutura gás. Há, ainda, a possibilidade de os alu-
cristalina rígida. Dessa forma, ele não é classifi-
cado como puramente um sólido. Mas também nos interferirem no processo: adicionando
não é classificado como líquido. ou removendo calor; e alterando a tem-
Uma substância amorfa não possui ordena-
ção espacial, estando as partículas dispostas de peratura ou o volume do recipiente. Além
modo desordenado. O vidro é obtido pelo res- disso, o simulador possui um diagrama de
friamento instantâneo de líquidos superaquecidos
até o ponto em que estes alcançam a rigidez, pressão-temperatura atualizado em tem-
mas não há uma cristalização desses materiais. po real, sendo possível, ainda, relacionar
Alguns químicos levam em consideração esse
procedimento e o classificam como um líquido a energia de interação entre as moléculas.
com alto nível de viscosidade. No entanto, se
observarmos a produção de compostos amorfos
(materiais derretidos que passam por resfriamen-
Elnur_ | Depositphotos

to brusco), veremos que o vidro se classifica, na


verdade, como um sólido amorfo.
Para saber mais sobre o
processo de produção de obje-
Livro 1 | Parte 1

tos de vidro, acesse o QR Code


ao lado
Como o vidro é feito? | Manual
do Mundo

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 133

:35:57 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 133 16/01/2023 22:35:57

Anotações

As fases de agregação da matéria – Capítulo 2 23

EM_ME_Quimica_1A.indb 23 11/02/2023 10:25


Leitura
complementar Tome Nota O plasma pode ser definido, de maneira mais simples, como
um gás ionizado, porém com propriedades específicas. Ele possui
A nomenclatura plasma foi utiliza- similaridades com o estado gasoso, mas, diferentemente deste,
no plasma uma porção das partículas é ionizada, o que o torna
da pela primeira vez em 1926, pelos fí- eletricamente condutor e faz com que reaja fortemente a campos
sicos I. Langmuir e H. Mott-Smith. Deste eletromagnéticos. Se comparado aos gases, o plasma também
estado, é formada cerca de 99% de toda não possui forma nem volume definidos, a não ser quando contido
em um recipiente. Entretanto, quando um plasma sofre a ação de
a matéria visível do universo; os outros um campo eletromagnético, pode formar estruturas como filamen-
três constituem, portanto, o 1% restante. tos, raios e camadas duplas, o que não ocorre com os gases.
Os plasmas são os mais comuns estados da matéria no
Os plasmas normalmente são cria- Universo. Todas as estrelas são feitas de plasma, e até mesmo o
dos quando se aquece um gás a uma meio interestelar é preenchido por um plasma, embora bastante
esparso.
temperatura muito elevada, de modo que De maneira resumida, podemos falar de algumas curio-
alguns elétrons recebem energia suficien- sidades acerca dos estados físicos da matéria, apresentando,
te para se desligar dos átomos a que es- brevemente, o seu quinto estado, não presente na natureza: o
condensado de Bose-Einstein, descoberto por Albert Einsten
tavam presos, o que resulta em átomos em 1924 e comprovado em 1995. Veja a tabela abaixo.
com carga positiva (cátions) e elétrons li-
vres (aqueles que não estão mais ligados
De cima para baixo: 1. cobalt88, 2. kirill_grekov, 3. robertsrob, 4. suslik83 | Depositphotos

1. Estado de plasma
ao átomo). Vale destacar que um plasma Em temperatura altíssima, da ordem de 10.000 oC, os átomos pos-
suem carga elétrica. Movem-se caoticamente, espalhando-se para
tem a capacidade de conduzir facilmente todas as direções a cerca de 15.000 km/h. É o estado da matéria
corrente elétrica, além de absorver cer- das estrelas.

tos tipos de radiação que passariam sem 2. Estado gasoso


interagir em um gás formado de molécu- Abaixo de 1.000 oC, as partículas começam a frear e a neutralizar
sua carga elétrica. Em um gás à temperatura ambiente, os átomos
las neutras. viajam com velocidade média de 1.500 km/h, também em qualquer
Em nosso cotidiano, o plasma está direção.

presente em lâmpadas fluorescentes e 3. Estado líquido


À temperatura ambiente, os átomos da maior parte das substâncias
em letreiros de néon, por exemplo. As viajam desordenadamente. Percorrem todo o volume que lhes é
lâmpadas de vapor usadas em vias pú- dado, como o de um copo. A velocidade média das partículas é
bem menor: 90 km/h.
blicas também o utilizam para emitirem
luz. Além disso, o fenômeno chamado 4. Estado sólido
Quando a temperatura cai ainda mais, os átomos se unem firmemen-
de aurora boreal, quando ocorre em te. Mas ainda dançam. Na água, a 0 oC, os átomos andam com a
mesma velocidade de 90 km/h, mas já não caminham por todo o
regiões do hemisfério norte, ou aurora volume. Apenas vibram em torno de um ponto.
austral, quando acontece no hemisfério
Quinto estado
Livro 1 | Parte 1

sul, é constituído de plasmas brilhando na NÃO EXISTE No condensado Bose-Einstein, os átomos estão a uma temperatura
alta atmosfera. NA NATUREZA muito próxima do zero absoluto (-273 oC). As partículas vibram
como um corpo único, numa velocidade tão baixa que é impossível
Há, ainda, uma região atmosférica, medi-la em laboratório.
a cerca de 80 km de altitude, chamada
de ionosfera, que também é um plasma. 134 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Essa camada reflete ondas de rádio de
baixa frequência, como as de AM, ao
passo que deixa passar ondas de rádio EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 134 16/01/2023 22:35:57 EM_

pela geração de energia nas estrelas, DAMASIO, Felipe; CALLONI, Gilberto. Plasma:
de alta frequência, como as de FM e de dos antigos gregos à televisão que você quer ver.
em que o hidrogênio é transformado em
televisão. É por este motivo que é pos- Física na Escola, v. 9, n. 1, 2008. Disponível em:
hélio, resultando na liberação de ener- http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol9/Num1/plasma.
sível captar rádios AM de localidades
gia de acordo com a famosa equação pdf. Acesso em: 23/05/2022. Adaptado.
distantes — até de outros continentes —,
de Einstein: E = m.c². Muito esforço tem
mas não se consegue captar as rádios
sido feito para que tais reações sejam re-
FM e os canais de TV desses lugares.
produzidas de forma controlada aqui na
Uma maneira promissora de gerar
Terra, visando se tornar uma alternativa
energia utiliza plasma. Trata-se da fu-
viável para geração de energia.
são nuclear. Tal processo é responsável

24 Capítulo 2 – As fases de agregação da matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 24 11/02/2023 10:25


As mudanças de estado Tome Nota
As substâncias podem mudar de estado físico dependendo
das condições de pressão e temperatura a que estão expostas.
Existem nomes específicos para cada uma dessas mudan-
ças de fase (passagens entre estados físicos). São eles: fusão,
solidificação, vaporização (que pode ser de três formas: eva-
Sugestão de
poração, ebulição ou calefação), liquefação (ou condensação) abordagem
e sublimação.
Sublimação
aquece
É importante apresentar exemplos
Fusão Vaporização
aquece aquece simples de mudanças de estado da ma-
téria aos alunos. Um exemplo, além da
Sólido Líquido Gasoso água, é a parafina, presente nas velas.
No QR Code a seguir, você pode visua-
resfria resfria
lizar um experimento em que a parafina,
Solidificação resfria Liquefação
quando submetida a uma certa tempera-
Ressublimação tura, muda de estado físico.
Diagrama de mudanças de estado físico da matéria.

Fusão consiste na passagem do estado sólido para o líqui-


do, enquanto a solidificação é o inverso, passagem do estado Dink101 | Depositphotos

líquido para o sólido.


Vaporização é a transformação do estado líquido para o
gasoso. Pode ser classificada de três formas.
Se a vaporização for lenta, é chamada de evaporação;
por exemplo, quando as roupas secam expostas ao sol no
varal;
Se a vaporização for rápida, com agitação do líquido e
aparecimento de bolhas, passa a ser chamada de ebuli-
ção; por exemplo, a fervura da água ao cozinhar alimentos.
Por fim, se for uma vaporização muito rápida, com gotas
do líquido saltando quando em contato com uma superfície
extremamente quente, passa a ser chamada de calefação;
por exemplo, quando se coloca água em uma panela que
você acabou de retirar do contato com a chama do fogão.
Liquefação, ou condensação, consiste na passagem do
gás ou vapor para o estado líquido.
Por fim, temos a sublimação, que é a passagem do estado
sólido diretamente para o gasoso. Esse título também é usado
para a transformação inversa, passagem do estado gasoso dire-
tamente para o sólido; porém, para evitar confusões, é preferível átomos começam a se aglomerar. Com
chamá-la de ressublimação. As substâncias mais conhecidas que
podem sofrer sublimação são: iodo, naftalina, ácido benzoico, isso, não há mais milhares de átomos se-
cânfora e gelo seco. Processo de condensação do vapor de
água na superfície de um vidro. parados, apenas um “superátomo”.
Os BECs apresentam muitas das
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 135
propriedades de um superfluido — fluin-
do sem fricção —; por isso, esse quinto
:35:57 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 135 16/01/2023 22:35:57 estado da matéria também é conhecido
Leitura mente em 1924 pelos físicos Satyendra como luz líquida. Além disso, são usa-
Nath Bose e Albert Einstein. Usando dos para simular condições que podem
complementar uma combinação de lasers e ímãs, Eric se aplicar em buracos negros. Diante de
Cornell e Carl Weiman resfriaram uma suas contribuições, no futuro, o BEC pode
Condensado de Bose-
amostra de rubídio a temperaturas muito estabelecer as bases para se teletrans-
-Einstein
próximas do zero absoluto. Nesta tempe- portar objetos, segundo o cientista japo-
ratura extremamente baixa, o movimento nês Michio Kaku.
Em 1995, cientistas produziram ex-
molecular praticamente estagna. Como
perimentalmente um novo estado da ma- Disponível em: https://unifesp.medium.com/
quase não há energia cinética sendo cinco-estados-da-materia-4a820b5023e0. Aces-
téria, o condensado de Bose-Einstein so em: 23/05/2022. Adaptado.
transferida de um átomo para outro, os
(BEC), concebido e calculado teorica-

As fases de agregação da matéria – Capítulo 2 25

EM_ME_Quimica_1A.indb 25 11/02/2023 10:25


Leitura
complementar As mudanças de estado da água
A água como tema A água pode ser encontrada na natureza nos três estados físicos da matéria. Pode
mudar de estado físico, por exemplo, passando do estado sólido (gelo) para o líquido (água),
gerador do conhecimento quando deixamos o gelo fora da geladeira, derretendo.
químico

Basta observarmos uma representa-


ção de nosso planeta para percebermos
que, mesmo se chamando Terra, a água

Valentyn_Volkov | Depositphotos
ocupa a maior parte da sua superfície.
Sendo tão importante para a nossa vida

jopelka | Shutterstock
e estando tão abundante no nosso plane-
ta, a água se constitui como um assunto
que permite trazer certos conceitos quí- Gelo (água sólida) passando do
Nuvens (água no estado de vapor)
estado sólido para o líquido.
micos para o contexto da sala de aula, o condensando — a chuva.

que, por sua vez, pode levar à formação Ou mesmo durante o ciclo da água, no qual a água dos rios e mares evapora, forman-
do pensamento químico nos estudantes. do as nuvens (água no estado de vapor), que, quando muito densas, condensam, passando
do estado gasoso (nuvem) para o estado líquido em forma de chuva.
Normalmente, o ciclo da água é um
assunto considerado simples, e os alunos
não veem dificuldade em apresentá-
-lo para os demais colegas. Mas alguns
questionamentos devidamente conduzi-
dos podem levar a algumas dúvidas: por
ão

Su
que a água evapora? Por que ela não

bl
ific

im
evapora por completo, fazendo com que


lid

Re

ão
So

s
su
ão

bl
os lagos sequem? Que fatores regulam a
s
Fu

im

ão
evaporação? Até onde a água evapora? Evaporação
Que fator faz com que ela não se perca (vaporização)

no Universo? Por que ela volta? Quais


fatores fazem com que ela volte líquida? Condensação
(liquefação)
Por que, às vezes, chove granizo? Qual
Livro 1 | Parte 1

o estado físico da água nas nuvens? Por


que o gelo das chuvas de granizo não Diagrama de mudanças de estado físico da água.

funde?
Esses questionamentos levam os
136 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
estudantes a buscar por conceitos como
temperatura, ponto de fusão, ponto de
ebulição, pressão atmosférica, pressão EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 136 16/01/2023 22:35:58 EM_

de vapor e diagramas de fases. Dessa


forma, além de permitir um melhor enten-
Anotações
dimento do ciclo das águas, a compreen-
são desses conceitos pode levar ao de-
senvolvimento de outros conhecimentos
importantes para alunos e alunas.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
qnesc20/v20a05.pdf. Acesso em: 23/05/2022.
Adaptado.

26 Capítulo 2 – As fases de agregação da matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 26 11/02/2023 10:25


Ponto de fusão e de ebulição Hora de pensar
O conhecimento das carac-
Falamos que a matéria está presente na natureza principal- terísticas dos materiais resul-
mente em três estados específicos: sólido, líquido e gasoso. Nos tou no avanço de diversas
estados sólido e líquido, as partículas se encontram próximas umas técnicas e tecnologias. Junte-
das outras, estando muito mais próximas no estado sólido que no
líquido. No estado gasoso, essa proximidade não existe.
-se a um colega e escolham
uma consequência desse
avanço para discutir.
Sugestão de
Fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido,
e a ebulição (vaporização) é a passagem de uma substância do
abordagem
estado líquido para o gasoso. Durante os dois processos, ocorre
Pressão atmosférica normal
um afastamento das partículas.
Assim, o ponto de fusão (ou temperatura de fusão) é aque- Transformação física ou
le necessário para que aconteça esse afastamento suave, trans-
formando a matéria do estado sólido para o líquido. Gelo em
transformação química?
Ponto de ebulição, também chamado de temperatura de fusão 0 oC
ebulição, é a temperatura necessária para que aconteça esse Materiais necessários:

}
afastamento total das partículas do líquido, deixando-as comple-
tamente distantes umas das outras e, consequentemente, conver- 100 C o ƒ Açúcar.
tendo a matéria líquida em gás.
Dessa forma, se estivermos em uma cidade no nível do mar
100 partes ƒ Água.
e acompanharmos as mudanças do estado físico da água com
0 oC
ƒ Comprimidos efervescentes.
um termômetro, registraremos que o gelo puro derrete em 0 oC
(temperatura ou ponto de fusão), e a água pura ferve a 100 oC
Vapor de água
em ebulição
ƒ Copos plásticos transparentes.
(temperatura ou ponto de ebulição). ƒ Colheres de chá.
Cada substância tem seu valor para o ponto de fusão e de
ebulição, que foram experimentalmente medidos e catalogados.
Abaixo, estão dispostos alguns desses valores de PE e PF. Ponto de fusão e de ebulição Procedimento:
da água, 0 oC e 100 oC,
respectivamente. Inicie a aula solicitando que os alu-
Substância PF (oC) PE (oC)
nos se dividam em grupos compostos por,
Ácido acético (presente no vinagre) 16,6 118
no máximo, quatro estudantes. Em segui-
Amônia (presente nos produtos de limpeza) -78 -33
da, oriente os grupos para que, em um
dos copos distribuídos, adicionem água
Álcool etílico (tipo de álcool presente em bebidas alcoóli- -117 78,5
cas e combustíveis) e uma colher de açúcar; e em outro
Ouro (metal de joias) 1.064 3.080 copo, adicionem água e um comprimido
Cloreto de sódio (principal componente do sal de cozinha) 801 1.413 efervescente. Na sequência, peça para
que cada grupo relate no caderno as
Transformações químicas observações feitas, descrevendo os pro-
As mudanças nos estados físicos que ocorrem na matéria não alteram cedimentos e os resultados alcançados
Andreas Berheide | StockAdobe

sua composição, ou seja, a água sólida (gelo), a água líquida e o vapor de


água sempre serão água (fórmula química H2O). Essas transformações são
até que as duas soluções se tornem ho-
Livro 1 | Parte 1

chamadas de transformações físicas. mogêneas. Logo após, peça que os gru-


Há algumas situações em que a composição química da matéria é alte- pos socializem oralmente as hipóteses e
rada, o que chamamos de transformação química. É o caso de um prego
enferrujando, de uma fruta amadurecendo, da liberação do gás em um com- as explicações propostas nos relatórios.
primido efervescente e de algumas reações que nem conseguimos perceber. Com base nas interpretações dos estu-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 137 dantes, comente que os eventos obser-
vados são exemplos de transformação
da matéria e, então, retome a definição
:35:58 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 137 16/01/2023 22:35:59
de matéria construída no início das dis-
Anotações cussões deste capítulo. Esclareça, em se-
guida, que as transformações da matéria
podem ser classificadas como físicas ou
químicas. Apresente uma breve definição
de ambas transformações, de modo que
os alunos possam identificar em qual dos
copos aconteceu uma determinada trans-
formação e justifiquem o porquê.

As fases de agregação da matéria – Capítulo 2 27

EM_ME_Quimica_1A.indb 27 11/02/2023 10:25


Agora é sua vez!

1. Sabendo que a temperatura de fusão do 4. A l 2O3(s) é transferido para uma cuba


ferro a 1 atm é de 1.536 C e que ele é
o eletrolítica e fundido em alta temperatura
usado para produzir motores de automó- com auxílio de um fundente.
veis e grelhas de churrasqueira, a previ- 5. Através da passagem de corrente elé-
são correta sobre a temperatura de um trica entre os eletrodos da cuba eletrolítica,
motor em funcionamento e do carvão em obtém-se o alumínio reduzido no cátodo.
brasa na churrasqueira é: As etapas 1, 3 e 5 se referem, respectiva-
mente, a fenômenos:
a) maior que 1.536 oC.
a) químico, físico e físico.
b) menor que 1.536 oC.
b) físico, físico e químico.
c) igual a 1.536 oC.
c) físico, químico e físico.
d) nula.
d) químico, físico e químico.
e) inexistente. e) químico, químico e químico.
1. Alternativa "b". 3. Alternativa "e".
2. Observe os seguintes fatos. 4. (Enem) A soda cáustica pode ser usada no
I. Uma pedra de naftalina deixada no ar- desentupimento de encanamentos domésti-
mário. cos e tem, em sua composição, o hidróxido
II. Uma vasilha com água deixada no freezer. de sódio como principal componente, além
de algumas impurezas. A soda normalmente
III. Uma vasilha com água deixada no fogo. é comercializada na forma sólida, mas apre-
IV. O derretimento de um pedaço de chum- senta um aspecto “derretido” quando expos-
bo quando aquecido. ta ao ar por certo período.
Julgue os itens acima como certo ou errado. O fenômeno de “derretimento” decorre da:
a) absorção da umidade presente no ar at-
a) ( C ) Em I podemos observar uma subli- mosférico.
mação. b) fusão do hidróxido pela troca de calor
b) ( E ) Em II podemos observar uma eva- com o ambiente.
poração. c) reação das impurezas do produto com o
c) ( C ) Em IV observamos uma fusão. oxigênio do ar.
d) ( E ) Em III observamos uma solidificação. d) adsorção de gases atmosféricos na su-
perfície do sólido.
3. (Enem) A bauxita, composta por cerca de e) reação do hidróxido de sódio com o gás
nitrogênio presente no ar.
50% de A l 2O3, é o mais importante minério
de alumínio. As seguintes etapas são neces- 4. Alternativa "a".
sárias para a obtenção de alumínio metálico: 5. (Enem) O quadro apresenta alguns exemplos
1. A dissolução do A l 2O3(s) é realizada em de combustíveis empregados em residências,
solução de NaOH(aq) a 175 oC, levando à indústrias e meios de transporte.
formação da espécie solúvel NaA l (OH)4(aq). Temperatura Temperatura de
Combustível
2. Com o resfriamento da parte solúvel, de fusão (oC) ebulição (oC)
Livro 1 | Parte 1

ocorre a precipitação do A l (OH)3(s). Butano -135 -0,5


3. Quando o A l (OH)3(s) é aquecido a Etanol -112 78
1.050 oC, ele se decompõe em A l 2O3(s) Metano -183 -162
e H2O. Metanol -98 65
Octano -57 126

138 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 138 16/01/2023 22:35:59 EM

28 Capítulo 2 – As fases de agregação da matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 28 11/02/2023 10:25


7. (IFGO) Em relação aos três estados físicos
São combustíveis líquidos à temperatura am- de agregação da matéria: sólido, líquido e
biente de 25 oC: gasoso, é correto afirmar que:
a) butano, etanol e metano. a) todas as substâncias no estado sólido
possuem forma definida e volume constan-
b) etanol, metanol e octano. te, pois suas partículas estão dispostas em
c) metano, metanol e octano. arranjos bem organizados, obedecendo a
d) metanol e metano. uma estrutura cristalina.
e) octano e butano. b) o aumento da pressão não interfere na
densidade das substâncias quando no esta-
5. Alternativa "b". do gasoso, tendo maior influência quando
6. (PUC–MG–Adaptada) Observe com aten- no estado sólido ou líquido.
ção os recipientes abaixo. Os círculos repre- c) quando a substância se encontra no es-
sentam átomos. Átomos de diferentes elemen- tado líquido, suas partículas possuem maior
tos são representados por cores diferentes. liberdade para deslocamento, não existindo
interação entre elas.
I.
d) o aumento da temperatura pode promo-
ver dilatação da matéria quando no estado
sólido, variando seu volume. O mesmo não
ocorre quando no estado líquido, em que
o aumento da temperatura não influencia o
II. volume.
e) os gases, em geral, apresentam uma me-
nor densidade em relação aos sólidos e lí-
quidos devido à maior distância média entre
suas partículas.
7. Alternativa “e”.

8. (UFPR) A água pode ser encontrada na na-


III. tureza nos estados sólido, líquido ou gaso-
so. Conforme as condições, a água pode
passar de um estado para outro através de
processos que recebem nomes específicos.
Um desses casos é quando ela muda do es-
tado gasoso para o líquido. Assinale a alter-
nativa que apresenta o nome correto dessa
transformação.
É incorreto afirmar que: a) Sublimação.
a) os recipientes I e II contêm o mesmo com- b) Vaporização.
posto.
c) Solidificação.
b) a passagem de I para III representa uma
mudança de estado. d) Condensação.
c) os recipientes II e III contêm compostos e) Fusão.
8. Alternativa “d”.
Livro 1 | Parte 1

diferentes.
d) a passagem de I para II representa uma
transformação química.
e) nenhuma das alternativas está correta.
6. Alternativa "a".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 139

5:59 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 139 16/01/2023 22:35:59

As fases de agregação da matéria – Capítulo 2 29

EM_ME_Quimica_1A.indb 29 11/02/2023 10:25


Leitura
complementar De olho no vestibular/Enem
A naftalina faz mal?
1. (Univali) Resfriando-se, progressivamente, 3. (Mackenzie)
A naftalina é formada por dois anéis água destilada, quando começar a passa-
gem do estado líquido para o sólido, a tem-
benzênicos, o que a torna pertencen- peratura: Substância PF (oC) PE (oC)
te ao grupo dos compostos aromáticos. Etanol -117 78
Ela possui a propriedade de sublimação Éter etílico -116 34
(passagem do estado sólido para o ga-
soso de forma direta), e é justamente por Pela análise dos dados da tabela, medidos

z576 | Depositphotos
a 1 atm, podemos afirmar que, à temperatu-
isso que é eficiente no combate às traças. ra de 40 oC e 1 atm:
Mas, infelizmente, o vapor exalado é tó- a) o éter e o etanol se encontram na fase
xico não apenas para micro-organismos, gasosa.
mas para todos que o inalam. Por isso, b) o éter se encontra na fase gasosa; e o
a) permanecerá constante enquanto houver
etanol, na fase líquida.
seguem dicas de utilização da naftalina. líquido presente.
c) ambos se encontram na fase líquida.
ƒ Para que o uso da naftalina seja efi- b) permanecerá constante, sendo igual ao
ponto de condensação da substância. d) o éter se encontra na fase líquida; e o
ciente e ao mesmo tempo seguro, colo- etanol, na fase gasosa.
c) diminuirá gradativamente.
e) ambos se encontram na fase sólida.
que-a junto com as roupas em embala- d) permanecerá constante, mesmo depois
de todo o líquido desaparecer. 3. Alternativa "b".
gem lacrada. Os vapores tóxicos ficarão 4. (Fuvest–Adaptada) Considere a tabela abaixo:
e) aumentará gradativamente.
contidos, e apenas as traças serão afeta- 1. Alternativa "a".
das com a quantidade mínima do produto. 2. (Vunesp) O naftaleno, comercialmente co- Temperatu- Temperatura
ƒ Não vista imediatamente as roupas nhecido como naftalina, empregado para
Substância ra de fusão de ebulição
a 1 atm
evitar baratas em roupas, funde-se em tem-
após retirá-las do armário, deixe-as peraturas superiores a 80 oC. Sabe-se que Ácido acético 17 oC 118 oC
expostas em local arejado pelo período bolinhas de naftalina, à temperatura ambien- Bromo -7 C o
59 oC
te, têm sua massa constantemente diminuída,
de um dia.
terminando por desaparecer sem deixar re-
ƒ Não abra a embalagem, mas, se por síduo. Essa observação pode ser explicada Ácido acético e bromo, sob pressão de 1 atm,
um acaso ela se rasgar, descarte o pro- pelo fenômeno da: estão em recipientes imersos em banhos, como
a) fusão. mostrado a seguir:
duto.
b) sublimação.
A seguir, listamos alguns dos sinto- c) solidificação.
mas de intoxicação por naftalina. d) liquefação. CH3COOH Br2

ƒ Irritação nos olhos, na pele e no apa- e) ebulição.


Água líquida em
Livro 1 | Parte 1

relho respiratório. 2. Alternativa "b". Óleo a 150 oC. equilíbrio com o gelo.

ƒ Fortes dores de cabeça, confusão Nas condições indicadas acima, qual é o


mental e lesões no fígado e nos rins. estado físico preponderante de cada uma
ƒ A exposição prolongada ao produto dessas substâncias, respectivamente?

pode aumentar o risco de catarata. 140 Ciências da Natureza e suas Tecnologias


ƒ O perigo pode ser ainda maior se
porventura crianças confundirem as boli-
nhas brancas de naftalina com balas EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 140 16/01/2023 22:35:59

comestíveis. A ingestão pode provocar


vômitos, diarreia e convulsões.
Anotações
Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimi-
ca/naftalina-faz-mal.htm. Acesso em: 23/05/2022.
Adaptado.

EM

30 Capítulo 2 – As fases de agregação da matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 30 11/02/2023 10:25


a) Sólido Líquido 7. (Unifor) Considere a tabela de pontos de fu-
b) Líquido Gasoso são e de ebulição das substâncias a seguir,
c) Gasoso Sólido a 1 atm de pressão.
d) Sólido Gasoso Material PF (oC) PE (oC)
e) Gasoso Líquido Cloro -101,0 -34,6
4. Alternativa "e". Flúor -219,6 -188,1
5. (Ufes) Dada a tabela a seguir, em rela- Bromo -7,2 58,8
ção à fase de agregação das substâncias Mercúrio -38,8 356,6
(pressão = 1 atm), a alternativa correta é:
Iodo 113,5 184
Substância Fusão / oC Ebulição / oC
I -218 -183 A 50 oC, encontram-se no estado líquido:
a) Cloro e flúor.
II -63 61
b) Cloro e iodo.
III 41 182 c) Mercúrio e iodo.
IV 801 1.473 d) Flúor e bromo.
V 1.535 2.885 e) Bromo e mercúrio.
7. Alternativa “e”.
a) I é líquido a 30 oC.
b) II é gasoso a 25 oC. 8. (Cefet–MG) A água é encontrada na natu-
c) III é sólido a 25 oC. reza em vários estados físicos e a sequência
d) IV é líquido a 480 oC. de transformações sofridas pela mesma é
e) V é gasoso a 2.400 oC. denominada ciclo da água. A figura seguin-
5. Alternativa "c". te representa duas etapas desse ciclo.
6. (UFRN) Considere a seguinte tabela, cujos
dados foram obtidos à pressão de 1 atmos-
fera.

Alcano Ponto de ebu-


Ponto de fusão
(normal) lição
Etano -171 oC -93 oC
Propano -190 oC -45 oC
Butano -135 oC 0,6 oC
Pentano -131 oC 36 oC

Quantos desses alcanos são líquidos a


:35:59 25 oC e à pressão de 1 atmosfera? As etapas do ciclo da água, representadas
a) Nenhum na figura pelas setas, são chamadas de:
Livro 1 | Parte 1

b) 1 a) calefação e liquefação.
c) 2 b) ebulição e ressublimação.
d) 3 c) vaporização e sublimação.
e) Todos d) evaporação e condensação.
6. Alternativa "b". 8. Alternativa “d”.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 141

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 141 16/01/2023 22:35:59

As fases de agregação da matéria – Capítulo 2 31

EM_ME_Quimica_1A.indb 31 11/02/2023 10:25


CAPÍTULO 3
O estudo das substâncias químicas é o tema
deste capítulo, e elas estão presentes por toda parte,
além de compor o corpo humano.
Tendo em vista que uma substância química é
qualquer tipo de matéria formada por uma composi-
ção constante de elementos químicos com proprieda-
des bem definidas, tudo ao alcance dos nossos olhos
é formado por substâncias. Por isso, é muito importante
conhecê-las e estudá-las!
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EM_ME_Quimica_1A.indb 32 11/02/2023 10:25


Substância química

Recipientes de laboratório contendo


diferentes substâncias químicas.

EM_ME_Quimica_1A.indb 33 11/02/2023 10:25


BNCC
O que são substâncias químicas?

uatp12 | Depositphotos
Habilidades trabalhadas no
As substâncias químicas podem ser entendidas, inicial-
capítulo mente, como um conjunto de átomos com uma proporção espe-
cífica de elementos que, quando unidos, formam cada espécie
EM13CNT101 de matéria que compõe o Universo.
EM13CNT102 As substâncias possuem uma representação gráfica chama-
da fórmula química. As letras simbolizam os átomos, e os nú-
EM13CNT205 meros subscritos mostram a quantidade de átomos de um mesmo
EM13CNT301 elemento presente na estrutura. Podemos citar, como exemplo,
a fórmula da água: H2O, a qual indica que sua composição é
EM13CNT303 dada por dois átomos do elemento hidrogênio e um átomo do
elemento oxigênio. Nesse caso, a fórmula química também pode
Clorofluorcarboneto (CFC), presente em al-
guns produtos comerciais, é uma substância ser chamada de fórmula molecular.
Objetivos química muito utilizada pelo ser humano e
traz sérios problemas à camada de ozônio.

pedagógicos
ƒ Compreender o conceito e a classifi- Tá na mídia
Hoje, é essencial que se tenha co-
cação das substâncias químicas. nhecimento sobre as características
ƒ Entender como as curvas de aqueci- das substâncias químicas devido à
grande quantidade de materiais que Metano
mento são plotadas e qual a sua finali- são produzidos e consumidos todos
os dias, pois, a depender do tipo do Ozônio
dade. resíduo, são selecionados os proces-
Água
ƒ Compreender o conceito e a aplica- sos adequados para tal, buscando
evitar maiores contaminações dos Exemplos de fórmulas químicas que representam moléculas
meios naturais.
ção das fórmulas químicas. de substâncias.

Quer saber mais sobre isso? Acesse


o QR Code a seguir. Uma ferramenta muito importante no estudo das substâncias
Diálogo com Descartes de Resíduos Químicos |
Unifal-MG
químicas é chamada de curva de aquecimento. Ela é construí-
da ao se submeter uma amostra de uma substância qualquer no
o professor estado sólido, com temperatura específica, a uma velocidade
de aquecimento constante. A amostra sólida, quando aquecida,
Faça uma introdução ao assunto a começa a fundir (passa de sólida para líquida). À medida que o
aquecimento continua, a amostra, agora líquida, vaporiza (passa
partir de uma comparação: da mesma de líquida para gasosa). Mesmo depois de gasosa, pode conti-
maneira que reconhecemos um amigo pe- nuar sendo aquecida. Se as temperaturas em que as mudanças
de estado físico acontecem forem anotadas, um gráfico pode ser
las suas características (o formato do na- traçado, levando em consideração o instante de tempo em que
riz, a textura dos cabelos, a altura, etc.), os cada mudança aconteceu.
químicos também identificam e diferenciam T
as porções de matéria, isto é, as substân-
Livro 1 | Parte 1

g
cias, pelas propriedades que apresentam. s = sólido TE l+g
I = líquido
Em seguida, comente com os alunos que g = gasoso
TF
s+l
l
TF = Temperatura de fusão Curva de aquecimento hipotética de
os aspectos abordados nesse capítulo são TE = Temperatura de ebulição s uma substância química qualquer.

de fundamental importância para os de- Tempo


144 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
mais assuntos que serão estudados.

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 144 16/01/2023 22:36:01 EM_

Anotações

34 Capítulo 3 – Substância química

EM_ME_Quimica_1A.indb 34 11/02/2023 10:25


A curva de aquecimento das substâncias é bastante útil no estudo da Química. Por meio
dela, sabemos a que temperatura uma substância sofre transformação em seu estado físico.
As curvas de aquecimento são construídas, em geral, tomando como base uma pressão
constante de 1 atm. A pressão exerce uma grande influência sobre as transformações dos esta- concebidas; reconhecer que elas não
dos da matéria, modificando as temperaturas de fusão e ebulição das substâncias, por exemplo.
Quanto maior for a pressão externa, maior será a temperatura de ebulição de uma substância;
representam, em sua totalidade, a rea-
e quanto menor for a pressão externa, menor será a temperatura de ebulição. Assim, em regiões lidade; aplicar recursos semióticos e fer-
como os Andes, é muito difícil cozinhar. Como nesse lugar a pressão possui valores menores ramentas matemáticas para direcionar a
que 1 atm, a água ferve em aproximadamente 87 oC, ou seja, ela se torna vapor antes de o
alimento ficar pronto. produção de sentidos; interagir com a
inscrição, de forma a manipulá-la men-
No gráfico anterior, percebe-se a presença de dois pata- Tome Nota
mares de temperatura: um corresponde ao ponto de fusão e o talmente e concretamente; extrapolar,
outro, ao ponto de ebulição. Um patamar acontece no intervalo prever e inferir relações entre os dados
de tempo em que a temperatura não mudou no decorrer da
transição de fase. Durante as mudanças de estado de uma subs- nela presentes; questionar e refletir sobre
tância pura, a temperatura permanece constante. a forma como tal representação foi cons-
Verifica-se também, de acordo com o gráfico, que nas
temperaturas menores que o ponto de fusão, a amostra é truída, entre outras.
sólida; em temperaturas entre o ponto de fusão e o de ebu- Acerca da habilidade e do pro-
lição, é líquida; e, em temperaturas maiores do que o ponto
de ebulição, a amostra é gasosa. É relevante ressaltar que, cesso de ler e interpretar inscrições,
exatamente durante o ponto de fusão, coexistem as fases observa-se que não são tão simples. O
sólida e líquida e, exatamente durante o ponto de ebulição,
coexistem as fases líquida e gasosa. processo de desconstrução da inscrição,
ou seja, o acesso à intenção do autor e à
Como as substâncias químicas po- recuperação da realidade transmitida na
dem ser classificadas inscrição é uma das maiores dificuldades
As substâncias químicas podem ser classificadas segundo a encontradas pelos estudantes durante a
sua composição.
Por exemplo, O2 é a fórmula da substância oxigênio, com-
leitura e a análise dos materiais.
posta por dois átomos, ambos do elemento oxigênio. Já CO2 é Por isso, é importante que, desde os
a fórmula da substância dióxido de carbono, composta por três primeiros contatos com o conhecimento
átomos, sendo dois do elemento oxigênio e um do elemento
carbono. C6H6 é a fórmula da substância benzeno, composta químico, os alunos entrem em contato
por doze átomos, sendo seis do elemento carbono e seis do com representações como ilustrações,
elemento hidrogênio.
Ao classificar uma substância, leva-se em consideração:
diagramas e gráficos, para que, aos pou-
o número de átomos que a constitui, independente-
cos, desenvolvam as habilidades espera-
mente do elemento que cada um representa. Por exem- das para cada etapa de ensino.
plo, Ar (gás argônio) é uma molécula monoatômica,
Livro 1 | Parte 1

pois é formada por um único átomo; O2 (oxigênio) e CO Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/onli-


(monóxido de carbono) são exemplos de moléculas dia- ne/qnesc41_3/12-CP-41-18.pdf. Acesso em:
tômicas, já que são formadas por dois átomos; CO2 (di- 23/05/2022. Adaptado.
óxido de carbono) e H2O (água) são classificadas como
moléculas triatômicas, pois apresentam três átomos em
sua composição.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 145
Anotações

:36:01 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 145 16/01/2023 22:36:01

Leitura balho com as inscrições, que abrange


representações materiais como gráficos,
complementar fotografias, mapas e tabelas, elaboradas
para retratar os objetos e fenômenos de
Letramento gráfico
estudo da ciência.
Algumas habilidades referentes ao
O conceito de letramento gráfico
desenvolvimento do letramento gráfico
(LG) se constitui como o conhecimento
são: ler, interpretar, produzir inscrições;
para lidar com os modos de comunicação
traduzi-las entre si; adequá-las a situa-
visual. No contexto do ensino de ciências,
ções diferentes daquelas em que foram
o LG está fortemente associado ao tra-

Substância química – Capítulo 3 35

EM_ME_Quimica_1A.indb 35 11/02/2023 10:25


Leitura
complementar o número de elementos que constitui a estrutura.
H2O
Retomando os exemplos anteriores: Ar (gás argônio) é
Na C (s) Na(aq) C (aq) formado por um único elemento, o argônio; O2 (gás oxi-
Dióxido de carbono — Gás Água
gênio) é composto por um único elemento, o oxigênio;
CO (monóxido de carbono) tem, em sua composição, dois
carbônico (CO2) elementos — carbono e oxigênio; CO2 (dióxido de car-
bono), assim como o monóxido de carbono, também é
formado dois elementos, o carbono e o oxigênio; NaCl
Descoberto pelo físico e químico (cloreto de sódio) apresenta, em sua composição, dois
escocês Joseph Black, o dióxido de car- C elementos — o sódio e o cloro; H2O (água) possui dois
elementos, o hidrogênio e o oxigênio.
bono, representado pela fórmula química
Se, por outro lado, a molécula de uma substância for forma-
CO2, é um composto inorgânico perten- Sal
Cl-
da por um único tipo de elemento, independentemente do núme-
Na+
cente à categoria dos óxidos; é gasoso ro de átomos que possui, ela será classificada como substância
No recipiente acima, estão presentes o sal simples. Se a fórmula da substância apresenta dois ou mais ele-
em temperatura ambiente, incolor, ino- e a água, portanto não podemos dizer que mentos químicos, ela é classificada como substância composta.
temos uma substância pura.
doro e solúvel em água. Essa substância Assim, por exemplo: O2 — substância simples; CO, CO2, NaCl,
também é conhecida como gás carbô- H2O — substâncias compostas.
A última das classificações para uma substância é a de
nico ou, ainda, anidrido carbônico. Essa substância pura. São assim classificadas quando, em uma amos-
é uma substância fundamental para os Hora de pensar tra, só encontramos partículas daquela substância, sem nenhuma
De acordo com o que foi outra misturada a ela.
seres vivos. Os vegetais a utilizam para a estudado, a água mineral é Por exemplo: na água destilada (água utilizada em laborató-
uma substância pura?
realização da fotossíntese, processo pelo rio e adicionada aos radiadores dos carros nas lojas de manuten-
ção de automóveis), encontramos única e exclusivamente molécu-
qual moléculas orgânicas são produzidas las da substância água (H2O). Mesmo a água sendo uma molécula
a partir da energia solar. Na respiração triatômica e composta (possui os elementos H e O), essa amostra
celular, o dióxido de carbono é produzi- é também classificada como uma substância pura.

do a partir da reação de oxigênio com a Ácido acético, uma substância química composta
glicose e liberado por meio da expiração
para a atmosfera. A degradação da ma- O ácido acético é um líquido incolor de
cheiro acre e penetrante e sabor azedo, sendo
téria orgânica realizada por micro-orga- sua molécula C2H4O2. É o principal constituinte
nismos decompositores também produz do vinagre, que é uma mistura do ácido com a
água. Foi obtido pela primeira vez por meio do
dióxido de carbono. Tais processos são vinho. Daí a origem do seu nome, vinagre, que,
partes fundamentais do ciclo do carbono. do latim, significa vinho azedo.
O uso desse composto é muito antigo. In-
O gás em questão é frequentemen- clusive, as legiões romanas, que conquistaram
belchonock | Depositphotos

te obtido como subproduto de diversas grande parte do mundo até o século III a.C., mar-
reações químicas industriais, como a fer- chavam longas distâncias e levavam consigo um
frasco contendo o vinagre misturado à água, pois
Livro 1 | Parte 1

mentação alcoólica na fabricação do essa mistura estimulava a salivação dos soldados


álcool comum e das bebidas alcoólicas. e diminuía a sensação de sede.
A produção de águas gaseificadas e re- Vinagre, mistura de substâncias químicas
compostas: ácido acético com água.
frigerantes utiliza o gás carbônico dissol-
vido (ácido carbônico), responsável pela 146 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
efervescência característica desses tipos
de bebida. Por não ser condutor de ener-
gia, o gás carbônico é muito empregado gasosa para a sólida. O gelo-seco é muito
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 146
da radiação infravermelha emitida pela su- 16/01/2023 22:36:02

em extintores de incêndio. Além disso, é utilizado em refrigeração (em carrinhos de perfície da Terra, evitando que ela escape
utilizado como anestésico em animais que sorvete) e também para produzir algo se- para o espaço, o que resulta em um aumen-
vão para o abate e como regulador do melhante à fumaça em shows e bailes. to significativo da temperatura. O dióxido
pH de água de aquário. Atualmente, muito se fala do dióxido de carbono está em excesso na atmosfera,
Em temperaturas inferiores a –78 °C, de carbono, uma vez que esse gás é um principalmente devido ao desmatamento e
o dióxido de carbono passa do estado ga- dos causadores do efeito estufa, processo à queima de combustíveis fósseis (petróleo,
soso para o sólido, transformando-se em que contribui para o aumento da tempera- carvão mineral e gás natural).
gelo-seco. Esse nome se deve ao fato de tura do planeta (aquecimento global). Isso
Disponível em: https://www.infoescola.com/quimi-
o gelo-seco não se tornar líquido, mas, sim, ocorre porque o dióxido de carbono (entre ca/dioxido-de-carbono/. Acesso em: 23/05/2022.
sublimar-se, passando diretamente da fase outros gases) é capaz de absorver parte Adaptado.
EM

36 Capítulo 3 – Substância química

EM_ME_Quimica_1A.indb 36 11/02/2023 10:26


Agora é sua vez!
1. Qual das alternativas a seguir contém ape- 5. (UFPB) Considerando os sistemas abaixo
nas substâncias compostas? relacionados, identifique aquele formado
a) N2, P4, S8 apenas por substâncias simples.
b) N2, O3, H2O a) Água, água do mar, ferro e alumínio.
c) CO, He, NH3 b) Gás carbônico, gás amoníaco, gás cianí-
d) H2O, I2, Cl2 drico e gás sulfídrico.
e) CO2, H2O, C6H12O6 c) Enxofre, ozônio, iodo e fósforo branco.
1. Alternativa "e". d) Ar atmosférico, água do mar, granito e
bauxita.
2. (UFF) Assinale a opção que apresenta ape-
nas substâncias simples. e) Latão, aço, bronze e ouro.
a) H2, Cl2, N2, CH4. 5. Alternativa "c".
6. Uma gota da substância pura de água pode
b) MgCl2, H2O, H2O2.
ser dividida, sem perder suas propriedades
c) Na2O, NaCl, H2, O2. específicas, até ficar reduzida a:
d) CCl4, H2O2, Cl2, HCl. a) duas substâncias simples.
e) H2, Cl2, O3, N2. b) uma molécula.
2. Alternativa "e". c) átomos.
3. (FOC) Uma substância pura:
d) prótons.
a) é necessariamente uma substância sim- e) elétrons.
ples.
6. Alternativa "b".
b) pode ser uma substância simples ou uma 7. A combustão do gás de cozinha (gás buta-
substância composta.
no) é representada pela equação química
c) é necessariamente uma substância com- abaixo.
posta.
13
d) é formada apenas por moléculas de áto- C4H10 + O2 → 4 CO2 + 5 H2O
2
mos iguais.
e) é formada apenas por moléculas de áto- O número de substâncias simples e o nú-
mos diferentes. mero de substâncias compostas presentes
nessa reação são, respectivamente:
3. Alternativa "b".
a) 1 e 1. d) 3 e 1.
4. (Osec) Em qual das sequências abaixo estão
representados um elemento, uma substância b) 1 e 2. e) 4 e 0.
simples e uma substância composta, respec- c) 1 e 3.
tivamente? 7. Alternativa "c".
a) H2, Cl2, O2 8. (Faee) A sequência na qual todas as subs-
b) N, H, He tâncias simples apresentam atomicidades
diferentes entre si é:
c) Cl2, N2, HI
:36:02

a) H2, H2O, H2O2, O2.


d) Ne, H2, H2O
Livro 1 | Parte 1

b) S8, Fe, O2, P4.


e) H2O, O2, H2
c) F2, Al, N2, O3.
4. Alternativa "d". d) CH4, CCl4, H2SO4, HClO4.
e) Na2O, NaCl, HCl, H2O.
8. Alternativa "b".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 147

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 147 16/01/2023 22:36:03

Substância química – Capítulo 3 37

EM_ME_Quimica_1A.indb 37 11/02/2023 10:26


Sugestão de
abordagem 9. (Ceesu) As substâncias podem ser formadas por átomos iguais ou diferentes. Identifique a subs-
tância simples.
a) Gás cloro.
Para responder à primeira questão b) Cloreto de sódio.
da seção “De olho no vestibular/Enem”, é c) Água.
importante que seja apresentado, ainda d) Óxido de cálcio.
e) Bicarbonato de sódio.
que de maneira breve, o conteúdo que
9. Alternativa "a".
será aprofundado no capítulo seguinte: 10. (Mackenzie–SP) O número de substâncias simples entre as substâncias de fórmula O , H O, Na,
3 2
mistura de substâncias. Com esse propó- P4, CH4, CO2 e CO é:
sito, sugerimos a atividade a seguir. Para a) 2.
realiza-la, providencie seis copos e, em b) 3.
c) 4.
cada um, disponha os materiais descritos
d) 5.
abaixo. e) 7.
Materiais: 10. Alternativa "b".
ƒ Água e sal, no primeiro copo.
ƒ Água e areia, no segundo.
ƒ Água e álcool, no terceiro. De olho no vestibular/Enem
ƒ Água e gelo, no quarto.
ƒ Água e óleo, no quinto. 1. (Udesc) Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação do gás carbônico, do grafite,

ƒ Areia, no sexto copo. do ar atmosférico, do ozônio e do butano, respectivamente.


a) Mistura, substância composta, mistura, substância simples e substância composta.
b) Substância composta, substância simples, mistura, substância simples e mistura.
Procedimento: c) Substância composta, substância simples, mistura, substância simples e substância composta.
Apresente os seis copos para toda d) Mistura, substância composta, mistura, substância simples e mistura.
a turma. Em seguida, peça aos alunos e) Substância simples, mistura, substância simples, substância composta e substância simples.
1. Alternativa "c".
que observem os copos, prestando aten- 2. (UFPA) Considerando-se a reação:
ção ao conteúdo de cada um deles. Na C + H2O → CO + H2
sequência, pergunte aos alunos o que Entre reagentes e produtos estão presentes:
percebem de diferente ou de semelhante a) 2 substâncias simples e 2 compostas.
entre os materiais apresentados. Espera- b) 1 substância simples e 3 compostas.
c) 3 substâncias simples e 1 composta.
-se que, a partir dos apontamentos feitos
d) 4 substâncias simples.
pelos estudantes, seja possível identificar e) 4 substâncias compostas.
Livro 1 | Parte 1

o copo que apresenta uma substância 2. Alternativa "a".


pura em mudança de estado físico (o
quarto copo), diferenciando-o dos de-
mais, que são exemplos de misturas, já
que apresentam mais de uma substância. 148 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/


fichaTecnicaAula.html?aula=56492#:~:text=O%20
que%20o%20aluno%20poder%C3%A1%20apren- EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 148 16/01/2023 22:36:03

der%20com%20esta%20aula&text=Diferenciar%20
mistura%20de%20subst%C3%A2ncia%20pura-
,fen%C3%B4menos%20resultantes%20de%20expe-
Anotações
rimentos%20realizados. Acesso em: 23/05/2022.
Adaptado.

EM

38 Capítulo 3 – Substância química

EM_ME_Quimica_1A.indb 38 11/02/2023 10:26


3. No sistema: [3O ; H O; O ; 2NH ], estão Analisando o gráfico anterior, referente ao
2 2 3 3
contidos, respectivamente, os seguintes nú- aquecimento de uma substância sólida, po-
meros de elementos químicos (I), átomos (II), demos afirmar que:
moléculas (III), substâncias (IV) e compostos a) quando t = 2 minutos, tem-se um sistema
químicos (V): monofásico.
I II III IV V b) quando t = 4 minutos, coexistem substân-
cia sólida e substância líquida.
a) 3 12 4 3 3
c) em t = 1 hora, inicia-se a liquefação da
b) 3 20 2 2 2
substância.
c) 3 20 7 4 2 d) a substância tem ponto de fusão igual a
d) 4 12 2 3 3 40 oC.
e) 4 20 7 4 2 e) no intervalo de 5 a 8 minutos, a substância
3. Alternativa "c". encontra-se totalmente na forma de vapor.
4. Afirma-se que o bicarbonato de sódio 6. Alternativa "d".
(NaHCO3) é uma: 7. (Enem–Adaptada) Para assegurar a boa
a) substância composta e tem quatro átomos qualidade de seu produto, uma indústria de
em sua molécula. vidro analisou um lote de óxido de silício
b) substância composta, sendo constituída (SiO2), principal componente do vidro. Para
por seis átomos. isso, submeteu uma amostra desse óxido ao
c) substância simples. aquecimento até sua completa fusão e ebu-
d) substância simples formada por quatro lição, obtendo ao final um gráfico de tem-
elementos químicos. peratura T (oC) versus tempo t (min). Após a
e) substância composta formada por três obtenção do gráfico, o analista concluiu que
substâncias. a amostra se encontrava pura.
4. Alternativa "b". (Dados do SiO2: Tfusão = 1.600 oC;
5. (Ufac) Uma substância X é decomposta em Tebulição = 2.230 oC).
duas substâncias W e Y; estas, por sua vez, Qual foi o gráfico obtido pelo analista?
não podem ser decompostas em outras
substâncias. Com relação a esse fenômeno, a) c)
podemos afirmar que: T (oC) T (oC)

a) X é uma substância simples. 2.230 2.230

b) W e Y são substâncias simples. 1.600


1.600
c) W é uma substância simples, e Y é uma
substância composta. t (min) t (min)

d) W e Y são substâncias compostas.


e) X, W e Y são substâncias compostas. b) d)
T (oC) T (oC)
5. Alternativa "b".
6. (Mackenzie) 2.230
2.230
:36:03 temperatura (oC) 1.600

60 1.600
Livro 1 | Parte 1

t (min) t (min)

40

20
7. Alternativa “d”.

1 2 3 4 5 6 7 8 tempo (min)

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 149

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 149 16/01/2023 22:36:03

Substância química – Capítulo 3 39

EM_ME_Quimica_1A.indb 39 11/02/2023 10:26


CAPÍTULO 4
Quando as substâncias químicas são misturadas, o conceito de
mistura é aplicado. As misturas se apresentam aos nossos olhos como
homogêneas ou heterogêneas, classificação da visão macroscópica
da matéria.
Neste capítulo, vamos estudar as misturas e suas classificações.
Além disso, conheceremos algumas técnicas que, dependendo da vi-
são macroscópica, podem ser empregadas para separar substâncias
que compõem uma mistura. Vale destacar que muitas dessas técnicas
estão presentes em nosso cotidiano — como no tratamento de água e
no processo para obtenção de sal marinho.
spacekris | Sotck.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 40 11/02/2023 10:26


Mistura
de substâncias

integração
de saberes
A separação de misturas é um processo que costuma estar
presente em ações cotidianas, como no preparo de café
em que se utiliza um coador. Além disso, é comum que cer-
tos processos de separação de misturas façam parte de
atividades mais complexas, como é o caso do tratamento
de água. Converse com seu professor de Geografia sobre
a importância do saneamento básico para o aumento da
qualidade de vida das pessoas. Discutam também sobre
a má distribuição de água no Planeta e como isso afeta o
desenvolvimento de um país.

EM_ME_Quimica_1A.indb 41 11/02/2023 10:26


BNCC
Tome Nota Quando se pode dizer que existe
Habilidades trabalhadas no
capítulo
uma mistura?
Uma mistura corresponde a um material formado por mais
EM13CNT101 de uma substância química.
São exemplos de misturas: um recipiente que contém água e
EM13CNT102 óleo, o ouro 18 quilates (formado pela mistura de ouro e prata ou
EM13CNT205 cobre) ou mesmo o ar atmosférico (mistura composta de vários
gases — nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, entre outros).
EM13CNT301
EM13CNT303

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Objetivos
pedagógicos Aliança feita de ouro 18 quilates, uma
mistura de ouro e prata ou cobre.
Achocolatado, uma mistura de
leite e chocolate em pó.

ƒ Compreender o conceito de mistura.


ƒ Identificar os componentes e as fases O ouro é considerado um metal nobre, pois, além de
ser raro na natureza, possui grande estabilidade química,
de uma mistura. não é atacado por ácidos ou sais e é extremamente dúctil.
ƒ Entender como é possível separar os

baburkina | Depositphotos.com
Entretanto, o ouro pode reagir com uma mistura de ácido
componentes de uma mistura. clorídrico e ácido nítrico denominada água régia. Geral-
mente é encontrado na natureza na forma de pepita, na
ƒ Compreender o funcionamento de cor amarela e comumente misturado a outros metais.
uma estação de tratamento de água e O ouro é o metal mais antigo trabalhado pelo ser
humano. Há hieróglifos (sinais da escrita de antigas civiliza-
seus processos de separação de mistura. ções) egípcios de 2600 a.C. feitos em ouro. Em seu estado
puro, é extremamente maleável para ser manipulado, por
isso são feitas ligas metálicas, para que seja possível o seu
Anotações uso em adornos, moedas, aplicações industriais, etc.
Nas aplicações da joalheria, o ouro é mais facilmente
encontrado nos tons amarelo e rosa, porém ainda existe
o ouro azulado, negro, vermelho, branco ou esverdeado.
O que determina a cor do ouro é a liga metálica que o
compõe, ou seja, a mistura com outros metais. Em qualquer Barras de ouro.
cor, o ouro ainda pode ser 18 K (75% de ouro puro).
O ouro misturado à prata e ao cobre pode ter tonalidades desde o amarelo até o
rosado, que dependem da porcentagem da prata e do cobre que compõem a liga. O ouro
Livro 1 | Parte 1

azulado, por exemplo, é formado por uma liga composta por ouro, prata e zinco. Já o co-
nhecido ouro branco é composto normalmente por uma liga de ouro, prata e/ou paládio.
Algumas ligas de ouro branco são banhadas com um metal chamado ródio. O ouro negro,
menos conhecido, é composto por uma liga de ouro, prata e ferro (ou aço).

152 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 152 16/01/2023 22:36:04 EM_

42 Capítulo 4 – Mistura de substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 42 11/02/2023 10:26


Componentes de uma mistura

k
oc
rst
tte
hu
As substâncias que formam as misturas recebem o nome de

|S
m
componente.

Sa
leg
O
Por exemplo, uma mistura formada por água e sal é com- alto, ou seja, precisa ser aquecida a altas
posta de dois componentes. Outra, formada por água, gelo,
açúcar e querosene, é composta por três componentes, visto que temperaturas para derreter, além de ser
o gelo também é composto por água. O granito é uma mistura heterogênea for-
muito viscosa e difícil de moldar. Por isso,
mada essencialmente por quartzo, mica e
feldspato.
não se fabrica comercialmente o vidro
Fases de uma mistura composto apenas por sílica — ele é usa-
As misturas podem ser classificadas como homogênea, se Tá na mídia do somente em produtos especiais, como
apresentarem uma única fase, como a mistura de água e álcool Que tal ver um exemplo prático de
ou álcool e acetona; ou como heterogênea, se apresentarem uma mistura de substâncias com dife- equipamentos de laboratório e janelas
pelo menos duas fases, como a mistura da água com o óleo ou renças de densidade? Acesse o QR
Code a seguir e assista ao vídeo.
de veículos espaciais. A adição do sódio
da areia com a água. diminui tanto o ponto de fusão quanto a
A fase, por sua vez, nada mais é do que a representação Concurso! – Torre de Líquidos |
de uma porção ou faixa com aspecto visual contínuo e uniforme. Manual do Mundo viscosidade da mistura. O cálcio, por sua
Veja os exemplos abaixo. vez, faz com que o vidro se torne inso-
lúvel, impedindo que ele se dissolva em
contato com a água.
Dois outros tipos importantes de vi-
Solução Mistura Mistura Mistura
dro, usados para finalidades especiais,
1 fase 2 fases 3 fases 4 fases são o cristal e o vidro de borossilicato.
Algumas misturas são consideradas especiais, como é o caso O primeiro foi inventado em 1674 pelo
das misturas eutética e azeotrópica, que podem se comportar inglês George Ravenscroft, que adicionou
como substâncias puras no processo de fusão ou de ebulição.
Uma mistura eutética apresenta ponto de fusão constante chumbo ao vidro durante sua fabricação.
e ponto de ebulição variável. É o que acontece com a solda, O resultado foi um vidro mais brilhante,
uma liga metálica formada por chumbo e estanho, que tem pon-
to de fusão de 183 oC. usado até hoje para fabricar copos finos
Já uma mistura azeotrópica apresenta ponto de fusão e ornamentos. Já o vidro de borossilica-
variável e ponto de ebulição constante, como o álcool 96% em
água, o qual possui ponto de ebulição de 78 oC.
to foi inventado pelo alemão Otto Schott
no final do século XIX. Esse tipo de vidro
Temperatura (oC) Temperatura (oC)
contém o elemento boro em sua composi-
vapor vapor
t
PF líquido e vapor
ção, substituindo o sódio ou potássio, e é
líquido e vapor mais conhecido como pirex, por causa da
líquido
líquido
marca de seu fabricante mais famoso. O
Livro 1 | Parte 1

PF
sólido e líquido t
sólido e líquido material possui alta resistência térmica, o
sólido sólido

t2
que lhe permite sofrer grandes variações
t1 t3 t4 Tempo
t1 t2 t3 t4
Gráfico de uma mistura eutética.
Tempo
Gráfico de uma mistura azeotrópica. de temperatura sem quebrar. Por isso, é
utilizado na fabricação de utensílios de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 153
cozinha, como travessas e assadeiras que
podem ir diretamente ao forno. Há tam-
bém os vidros temperados, usados para
:36:04 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 153
mente. Em geral, os vidros mais comuns 16/01/2023 22:36:04

Leitura fabricar cabines de banho e vidros de


são compostos por uma mistura de sílica
automóveis. Em sua fabricação, as lâmi-
complementar — o principal constituinte da areia da
nas de vidro são novamente aquecidas
praia —, carbonato de sódio, carbona-
e resfriadas rapidamente sob tensão. O
A química por trás do to de cálcio e diversos tipos de aditivos
resultado são vidros mais resistentes, que,
vidro usados em pequena quantidade para eli-
quando se quebram, se estilhaçam em de-
minar bolhas, aumentar o brilho e conferir
zenas de pequenos pedaços, sem formar
Muitos objetos que usamos no dia cor. É verdade que a sílica, sozinha, pode
pontas cortantes.
a dia são feitos de vidro. Para fabricar formar vidro. Entretanto, fabricar vidro
Disponível em: http://chc.org.br/coluna/fragil-e-
vidro, é preciso aquecer algumas subs- somente com essa substância é difícil por- -curioso/. Acesso em: 23/05/2022. Adaptado.
tâncias e, em seguida, resfriá-las rapida- que a sílica tem um ponto de fusão muito

Mistura de substância – Capítulo 4 43

EM_ME_Quimica_1A.indb 43 11/02/2023 10:26


Sugestão de
abordagem Mistura, como separar seus com-
ponentes?
Retome, mais uma vez, o experi- Existem diversas maneiras de separar os componentes de
mento realizado em sala, no qual foram uma mistura. Vamos estudar as principais.

aremafoto | Depositphotos.com
A catação é o primeiro processo. Como funciona? Antes
dispostos seis copos que apresentavam de cozinhar o feijão, por exemplo, costuma-se escolher os grãos,
composições diferentes entre si. Anote, separando pedrinhas e outros resíduos que possam estar mistura-
dos. Assim, esses elementos podem ser separados uns dos outros
na lousa, a(s) substância(s) presente(s) em manualmente. O processo de separação manual dos diferentes
cada copo, tal como disposto anterior- componentes (ou fases) que compõem uma mistura sólida é cha-
mente nesse manual. Em seguida, ques- mado de catação.
Catação, um processo de separação de mis-
tura muito utilizado no cotidiano. Quando uma mistura é formada por substâncias sólidas de
tione os alunos como eles realizariam a densidades diferentes, pode-se utilizar uma corrente de água
separação dos componentes de cada Hora de pensar para separá-las. É o caso do ouro, que normalmente é encon-
A levigação é um processo trado junto a uma porção de terra ou areia pelos mineradores.
copo — com exceção do único exemplo bastante utilizado no garim- Para separar essas substâncias, podemos triturar a mistura dentro
de substância pura. po, atividade na qual ocorre
a separação de ouro e me-
de um recipiente próprio e passar uma corrente de água por
ela. A parte menos densa (a areia ou a terra) é carregada pela
Com base nas respostas dos alu- tais preciosos. Antes, para
água, enquanto a mais densa (o ouro) fica depositada no fundo.
realizar a separação do
nos, apresente, um a um, os processos ouro, era utilizado o mercú- Esse processo de separar os elementos mais densos dos menos
rio, mas essa prática foi proi- densos utilizando água corrente é chamado de levigação.
de separação de misturas presentes no bida. Pesquise e explique os
motivos dessa proibição.
livro didático, de modo que os estudan-
tes possam associar o exemplo ilustrativo
realizado em sala ao conceito e, ainda,
Jarous | Shutterstock

ao novo exemplo apresentado pelo texto


do livro. Após realizar a leitura do mate-

Gilles_Paire | Depositphotos.com
rial e fazer os devidos apontamentos, sin-
tetize o conteúdo reproduzindo o vídeo
presente no QR Code a seguir.
Em seguida, solicite que os estudan-
tes, organizados em pequenos grupos, A levigação é um processo muito importante, por exemplo, para sepa-
construam um mapa mental (ou diagra- rar o ouro do barro.

ma) no qual sejam contemplados: o con- Você pode imaginar agora como separar uma mistura de
sólidos que contenha ferro? Para isso, é utilizado um ímã. Uma
ceito de mistura, os tipos de mistura e mistura de limalha de ferro com outra substância — pó de serra,
os processos de separação de misturas. Processo de imantação sendo utilizado para
por exemplo — pode ser separada com o emprego de um ímã,
Livro 1 | Parte 1

Incentive os alunos a complementarem separar ferros dos escombros de uma de- processo chamado de imantação ou separação magnética.
molição. Aproximando o ímã da mistura, a limalha de ferro se prende a
as informações com desenhos ilustrativos; ele, separando-se do pó de serra.
desse modo, esse rico material poderá
servir de base para estudos futuros.
154 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 154 16/01/2023 22:36:05 EM_

Anotações

44 Capítulo 4 – Mistura de substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 44 11/02/2023 10:26


A filtração é outro método utilizado para separar misturas

euthymia | Stock.adobe
heterogêneas, neste caso, entre sólidos e líquidos. Como o pró-
prio nome já diz, efetua-se o processo de filtração através de
um filtro, que retém a parte sólida e deixa passar a parte líquida.
O método de filtração para alguns casos de mistura pode
ser demorado devido ao tamanho das partículas do sólido dis- xo da linha do rótulo, encaixando-a sob a
perso no líquido. Por isso, foi criada uma maneira de acelerar a primeira garrafa. Na sequência, adicione
filtração, utilizando algo que retire o ar que oferece resistência
à passagem do líquido a ser filtrado. A retirada do ar pode ser o algodão, pressionando-o no fundo da
feita por um equipamento chamado bomba de vácuo ou sim- garrafa com furos. Depois de assentar
plesmente utilizando a força de uma corrente de água.
o algodão, coloque a areia e, pouco a
pouco, adicione as pedras, começando
Filtração. Esse processo pode ser emprega-
do na preparação do café.
por aquelas de menor tamanho, depois
as de tamanho médio Mistura
e, por último, as
Esquema de uma filtração a vácuo que utili-
za uma bomba de vácuo para a retirada do
maiores. Em um recipiente à parte, des-
ar de dentro do kitasato. peje a água limpa e misture nela um pou- Funil com filtro de pap
Resíduo
co de terra, papel picado e folhas secas.
Para realizar a filtração a vácuo, utiliza-se um frasco kitasato,
provido de um funil de Büchner, que, por sua vez, são conectados Desse modo, sua aparência será próxima
a uma trompa de água ou a uma bomba de vácuo, através da a de uma água “suja”, e assim será pos-
saída lateral do frasco. Corta-se um círculo de papel de filtro, cujo
diâmetro deve ser de 1 a 2 mm menor de que o diâmetro interno
sível ver a ação do filtro. Após misturá-la Filtrado

do funil. Coloca-se o papel no funil de modo a cobrir os seus ori- nos demais materiais e atingir uma colo-
fícios sem, entretanto, chegar até as paredes. Liga-se a trompa de ração mais escura, despeje a água no fil-
água ou a bomba de vácuo e efetua-se a filtração. A vantagem
desse tipo de filtração é a rapidez. tro. Após obter o resultado, pergunte aos
Filtração a vácuo alunos o que, na perspectiva deles, levou
Suporte universal
Funil de Büchner a água a apresentar uma aparência mais
clara. Esclareça, em seguida, que cada
Torneira
camada do filtro foi responsável por
reter as partículas que poluíam a água,
de modo que, quanto maior for os ele-
Garra mentos que compõem as camadas, mais
transparente será a água obtida na fil-
Argola
Mangueiras tragem. Por fim, reforce que, embora não
seja própria para o consumo, essa água
Livro 1 | Parte 1

pode ser utilizada para regar plantas ou


na limpeza de ambientes.
Esquema de uma filtração a vácuo que utiliza uma trompa de água
Para observar a realização do ex-
Kitasato Trompa de água
para a retirada do ar de dentro do kitasato. perimento, acesse o QR Code a seguir.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 155

:36:05 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 155


ƒ Pedras com tamanhos diferentes. 16/01/2023 22:36:05

Sugestão de ƒ Água misturada em terra, papel picado


abordagem e folhas secas.
ƒ Garfo.
Filtro de água com ƒ Faca ou estilete.
garrafa plástica
Procedimento:
Materiais necessários: Aqueça o garfo e faça furos no fun-
ƒ Duas garrafas plásticas de 2 litros. do de uma das garrafas. Em seguida, cor-
ƒ Algodão. te-a na região acima da linha do rótulo.
ƒ Areia limpa. Na segunda garrafa, faça um corte abai-

Mistura de substância – Capítulo 4 45

EM_ME_Quimica_1A.indb 45 11/02/2023 10:26


Leitura
complementar Emprega-se a decantação em misturas que, se deixadas por
um tempo em repouso, têm sua parte sólida depositada no fundo
do recipiente. Isso pode ser percebido em uma mistura de água
O que é o enriquecimento com areia ou barro, por exemplo. Depois que a parte sólida se
de urânio? deposita no fundo do recipiente, pode-se, com cuidado, despejar
a parte líquida, separando-a completamente da parte sólida.

Na natureza, o urânio encontrado Suporte


Bastão de vidro

possui uma mistura de três isótopos (áto- Funil de separação


(funil de bromo) ou funil
mos de um mesmo elemento químico cujos de decantação

núcleos têm peso diferente): U234, U235


Abandona-se o
e U238. O mais abundante é o U238 sistema em repouso

(99,3%); já o U235, um dos elementos


Mistura de água
mais utilizados para a fissão nuclear, é Béquer vazio
Líquido decantado com areia depositada

encontrado em quantidade muito peque-


na (0,71%).
Para se obter energia nuclear, é
A decantação pode ser usada na separação de dois líquidos Decantação de um sólido muito denso de sua mistura com
necessário enriquecer o urânio natural, imiscíveis, como a água e o óleo. Esse processo utiliza um equi- um líquido.
pamento indispensável: o funil de decantação.
aumentando-se a porcentagem de U235.
Isso pode ser feito por vários processos, A centrifugação é empregada quando é preciso separar
como a difusão gasosa, a ultracentrifu- rapidamente o sólido de um líquido. Em outras palavras, é uma
gação, o jato centrífugo e o processo aceleração do processo de decantação. Coloca-se a mistura
num aparelho chamado centrífuga, que gira em alta velocidade
a laser. Na fabricação de uma bomba e, através da força física, impulsiona as partículas sólidas para o
atômica, por exemplo, o nível do urânio fundo do recipiente que contém a mistura. As máquinas de lavar
roupas, por exemplo, possuem um dispositivo para centrifugar,
235 tem de ser elevado até 95%. Para que é acionado quando se quer secar a roupa. Girando em alta
acionar os reatores de um submarino nu- velocidade, as roupas são lançadas contra a parede, enquanto
boa parte da água é extraída delas.
clear, é preciso obter pelo menos 20% de
enriquecimento. Líquido

O método mais econômico para se


Líquido
enriquecer urânio é a ultracentrifugação:
as moléculas mais pesadas, que são as
de urânio 238, são jogadas para as bor- Tubo
Sólido
das da centrífuga, fazendo com que elas Motor Sólido
Livro 1 | Parte 1

Centrífuga

se separem das de urânio 235. Para se


chegar ao enriquecimento de cerca de
3% de urânio (o que significa obter 3% A centrifugação é um processo muito importante, pois se o tamanho do grão do sólido
for muito pequeno, como um pó, será difícil de ser decantado.
de urânio 235 e 97% de urânio 238), é
156 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
preciso repetir a ultracentrifugação por
1.400 vezes.
Disponível em: https://www.camara.leg.br/ EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 156 16/01/2023 22:36:07 EM_

noticias/22630-o-que-e-o-enriquecimento-de-ura-
nio/. Acesso em: 24/05/2022. Adaptado. Anotações

46 Capítulo 4 – Mistura de substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 46 11/02/2023 10:26


Estação de tratamento de água (ETA): um trabalho que utiliza processos de sepa-
ração de mistura
A água oferecida à população é submetida a uma série de tratamentos apropriados que
vão reduzir a concentração de poluentes até o ponto em que não apresentem riscos para a
saúde. Cada etapa do tratamento representa um obstáculo à transmissão de infecções. Sugestão de
A primeira dessas etapas é a coagulação, quando a água bruta recebe, logo ao en-
trar na estação de tratamento, uma dosagem de sulfato de alumínio. Esse elemento faz com
abordagem
que as partículas de sujeira iniciem um processo de união.
Segue-se a floculação, quando, em tanques de concreto, continua-se o processo de
aglutinação das impurezas na água em movimento. As partículas se transformam em flocos Uma visita interessante —
de sujeira.
A água entra em outros tanques, onde vai ocorrer a decantação. As impurezas, que
ETA
se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da gravidade, indo
para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes. Leve, se possível, seus alunos para
A próxima etapa é a filtração, quando a água passa por grandes filtros com camadas
de seixos (pedra de rio) e de areia, com granulações diversas, e carvão antracitoso (carvão visitar uma estação de tratamento de
mineral). Aí ficarão retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores. água (ETA). Com essa visita, você con-
A água nesse ponto já é potável, mas, para maior proteção contra o risco de infecções
de origem hídrica, é feito o processo de desinfecção. Também chamado de cloração, serve quistará a atenção dos estudantes. Lá,
para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a torneira do eles terão a oportunidade de conhecer,
consumidor. Nesse processo, pode ser usado o hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido
de cloro.
de maneira concreta, os processos de se-
O passo seguinte é a fluoretação, quando será adicionado fluossilicato de sódio ou paração de misturas aprendidos em sala
ácido fluorsilícico em dosagens adequadas. A função desse passo é prevenir e reduzir a
incidência de cárie dentária, especialmente nos consumidores de 0 a 14 anos de idade,
de aula.
período de formação dos dentes.
A última ação nesse processo de tratamento da água é a correção de pH, quando
é adicionada cal hidratada ou barrilha leve (carbonato de sódio) para uma neutralização Anotações
adequada à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários.

Represa
Rede de distribuição

Adutora de Re s e r va t ó r i o
captação elevado

Sulfato de alumínio, Cloro e flúor


cal e cloro Adutora
Filtração O esquema mostra, de
Carvão ativado maneira resumida, as
Areia etapas presentes em uma
Cascalho estação de tratamento
Livro 1 | Parte 1

de água (ETA). Entre a


Reservatório entrada da água bruta
Floculação de água
tratada na ETA e a saída, já po-
Decantação
tável, decorrem cerca de
30 minutos.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tratamento-de-agua-e-esgoto.htm. Acesso em:
21/03/2022. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 157

:36:07 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 157 16/01/2023 22:36:09

Mistura de substância – Capítulo 4 47

EM_ME_Quimica_1A.indb 47 11/02/2023 10:26


Leitura
complementar Tá na mídia A evaporação é um processo que já estudamos inicialmente.
Consiste em separar um sólido dissolvido em um líquido (como a
Você sabia que o sal que consumi-
água, por exemplo) submetendo a mistura ao aquecimento, em que,
O processo de destilação mos em nossa alimentação pode
ser retirado de jazidas e da água com o aumento da temperatura, a água evapora e o sólido perma-
e a obtenção de óleos do mar? No Brasil, o processo se
dá pela extração de sal da água
nece no recipiente. A evaporação também pode ocorrer quando a
mistura é exposta ao ar, pois a parte líquida evapora à temperatu-
essenciais marinha, o qual tem os métodos de
separação de misturas como funda-
ra ambiente, sobrando a parte sólida. Esse processo acontece, por
mentais para obter o produto. exemplo, nas salinas, locais onde se retira o sal da água do mar.
Grande parte dos óleos essenciais Para saber mais sobre isso, acesse o
QR Code a seguir.
é obtida via hidrodestilação, sendo a ex-
Obtenção do sal de cozinha |
tração realizada geralmente por destila- Mundo Educação

Worraket | Shutterstock
ção com água, em que o material vege-
tal é imerso em água líquida; destilação
com água e vapor, na qual o material
vegetal é colocado acima do nível da A evaporação é um dos processos utilizados em salinas para cristalização do sal. Na
imagem, salina em Samutsakorn, na Tailândia.
água líquida; e destilação direta com
vapor de água, cujo material vegetal é A destilação é outro processo pelo qual podemos separar
um líquido misturado a outro líquido ou a um sólido. É feito através
colocado em um recipiente onde é inje- da vaporização do líquido seguido pela sua condensação, num
tado somente vapor de água. aparelho chamado destilador. Imagine uma solução composta de
um líquido e um sólido. A solução é colocada em um balão de vidro
No processo de extração de óleos que recebe calor de uma fonte. Assim que a solução começa a
essenciais por destilação direta com va- ferver, o vapor sobe e passa para o condensador. O vapor então é
resfriado e volta ao estado líquido. A substância sólida permanece
por de água, a água líquida é adicio- no balão. O condensador é mantido frio através de um tubo que o
nada a um gerador de vapor e aqueci- abastece de água fria. O líquido destilado cai no outro balão em
forma de gotas, como pode se observar na figura abaixo.
da na presença de calor, até que entre Termômetro Saída de
em ebulição. Então, a partir da pressão Hora de pensar
água de
resfriamento
proporcionada ao sistema, a água em Depois de estudar sobre os
processos de separação de Condensador
condição de vapor percorre uma tubu- misturas, elenque os processos
de separação que são utiliza-
lação apropriada e passa a ser injetada dos no dia a dia em sua resi-
Balão de
destilação
Entrada de
água de
na coluna de destilação. A partir des- dência. resfriamento

se ponto, o vapor de água, saturado e Bico de


superaquecido, é condição necessária Entrada Bunsen Erlenmeyer
de gás
para romper os vasos do tecido vegetal Suporte universal

que armazenam os óleos essenciais, bem


Livro 1 | Parte 1

como para elevar a pressão de vapor Destilação simples, um processo empregado na dessalinização da água do mar.
da mistura óleo–água contida na coluna
de destilação a um valor superior ao da A destilação é uma técnica que não serve para ser aplicada
na separação dos componentes de uma mistura azeotrópica.
pressão atmosférica exercida sobre ela.
158 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Desse modo, destila-se os componentes
dos óleos essenciais em temperaturas um
pouco menores que 100 oC, mesmo que EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 158 16/01/2023 22:36:10 EM_

as substâncias orgânicas que compõem o rar como um processo simples e viável do


óleo essencial tenham valores de pressão ponto de vista econômico, além de não Anotações
de vapor baixos e pontos de ebulição su- utilizar solventes tóxicos durante o proce-
periores ao da água. dimento.
A extração por arraste a vapor de
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
água é uma técnica convencional muito qnesc40_4/10-EEQ-18-18.pdf. Acesso em:
utilizada em escala industrial e labora- 24/05/2022. Adaptado.
torial na obtenção de óleos essenciais
das folhas de plantas aromáticas. Isso se
deve ao fato de esse método se configu-

48 Capítulo 4 – Mistura de substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 48 11/02/2023 10:26


A destilação fracionada compreende o aquecimento de
uma mistura de mais de dois líquidos que possuem pontos de Tome Nota
ebulição próximos. A mistura é aquecida, e se separa, inicial-
mente, o líquido com o menor ponto de ebulição. Em seguida,
separa-se o líquido com ponto de ebulição acima do primei-
ro líquido separado e assim sucessivamente até a separação
do líquido com maior ponto de ebulição. Esse método é muito
utilizado nas indústrias petroquímicas para separar os diversos
Sugestão de
derivados do petróleo. abordagem
Termômetro
O QR Code a seguir ilustra como
Condensador
ocorre o processamento do petróleo a
partir da destilação fracionada. Esse ma-
terial pode servir como um importante
Saída
Coluna de
destilação de água recurso para que os alunos aprofundem
Entrada os conhecimentos construídos sobre um
de água
dos processos de separação de misturas
e, para além disso, compreendam como
Destilação fracionada, processo utilizado para separar
Balão
os componentes do petróleo. Sem seu emprego, não te- são obtidos os compostos derivados do
ríamos a gasolina, o GLP (gás de cozinha) e muitos outros
dos compostos provenientes do petróleo. petróleo.
Bico de
Bunsen

Petróleo Nº de carbonos
bruto Reformador
Gás
o
20 C Até 4

o
Nafta
40 C 8

o
Gasolina
70 C 8

o
Querosene
120 C 12
Gasóleo,
ou diesel
200 oC 16
Óleo lubrificante
36
Gasóleo pesado
300 oC

Resíduos
44
Anotações
80
Livro 1 | Parte 1

600 oC
Unidade de
Unidade de alquilação
craqueamento
Coluna de Processo de destilação fracio-
Caldeira Unidade de
(sistema superaquecido) destilação coqueamento nada no nível industrial.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 159

:36:10 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 159 16/01/2023 22:36:11

Mistura de substância – Capítulo 4 49

EM_ME_Quimica_1A.indb 49 11/02/2023 10:26


Tome Nota Para separar uma mistura heterogênea formada por sal e
areia, o que fazer? Existem métodos diferenciados para separar
os componentes dessa mistura. Um deles é chamado de dissolu-
ção fracionada e consiste em diluir a mistura e separar as subs-
tâncias solúveis das insolúveis em um determinado solvente, como
a água. A primeira observação a ser feita é que essa mistura é
formada por dois sólidos e que, se adicionarmos água nela, o sal
irá se dissolver na água, e a areia não. Assim, para realizar a
dissolução fracionada da mistura, adiciona-se água à mistura de
sal e areia. Com o auxílio de um filtro de papel, filtra-se o sistema
(a areia fica retida, separando-se da água salgada). Caso seja
necessário obter o sal puro, basta aquecer a água até que ela
se evapore e o sal se deposite no fundo do recipiente.

Areia
Adição
de água Filtração Vaporização

Sal

Sal + areia Areia Água + sal


Esquema de uma dissolução fracionada.

Laboratório
Mangueira plástica
Água gelada
Garrafa PET

Arame ou fio
de cobre Vidro de conserva com tampa
metálica

Permanganato de potássio
dissolvido em água
Garrafa PET
cortada Lata de achocolatado com
furos nas laterais

Vidro de conserva com pavio de


barbante de algodão mergulhado
em álcool
Livro 1 | Parte 1

Suporte de madeira

Com materiais comuns e de fácil acesso, vamos construir um equipamento para uma
destilação simples, de modo semelhante à figura acima.

160 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 160 16/01/2023 22:36:13 EM

50 Capítulo 4 – Mistura de substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 50 11/02/2023 10:26


Materiais: Corte a outra garrafa, transformando-a
Duas garrafas PET. em um copo e coloque embaixo da garrafa
Tesoura. que você prendeu no suporte.
Um suporte feito com dois pedaços de Esse modelo servirá como bico de Bunsen.
madeira com o formato da letra “L”. Faça um furo na tampa do vidro de con-
Dois vidros de conserva com tampa, um serva pequeno.
pequeno e um médio. Encha o vidro com álcool.
Mangueira plástica (entre 1,5 m e 2,0 m). Passe um barbante de algodão pelo furo
Lata de alumínio. da tampa e mergulhe no álcool.
Arame ou fio de cobre. A lata de alumínio será utilizada como
Resina epóxi. tripé. Faça uma abertura na lata e vários
Álcool. furos pequenos.
Água. Para servir de balão de destilação, pe-
Permanganato de potássio. gue o vidro de conserva maior e coloque
uma mistura de água e permanganato de
Procedimentos: potássio.
Siga os passos abaixo e use a figura como Faça um furo na tampa e passe o outro
referência para montagem do equipamento. lado da mangueira. Atenção: a mangueira
Faça um furo em umas das garrafas PET não deve tocar no líquido.
e na tampa. Em seguida, passe a mangueira Por fim, acenda o barbante e inicie o
por dentro da garrafa através do furo. Use a processo de destilação.
resina epóxi para vedar e evitar vazamentos.
Encha uma garrafa PET com água gelada Resultados:
e a tampe. Logo depois, coloque a resina Faça um relatório sobre os resultados ob-
epóxi em volta da tampa e prenda a gar- tidos e explique o processo da separação
rafa com o arame no suporte de madeira. de mistura utilizado no experimento.

Agora é sua vez!


1. (Ueba) Um sistema formado por água, açúcar dissolvido, álcool comum, limalha de ferro e carvão
apresenta:
a) 1 fase.
b) 3 fases.
c) 2 fases.
d) 4 fases.
e) 5 fases.
1. Alternativa "b".
2. (Univali) O granito, usado em pisos e revestimentos de edifícios, calçadas, etc. é um aglomerado de
cristais de quartzo, de feldspato e de mica, que podem ser distinguidos a olho nu. Em um sistema
constituído por granito, água e álcool, teremos quantas fases?
a) 1.
Livro 1 | Parte 1

b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
2. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 161

6:13 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 161 16/01/2023 22:36:14

Mistura de substância – Capítulo 4 51

EM_ME_Quimica_1A.indb 51 11/02/2023 10:26


Leitura
complementar 3. (Enem) As populares pilhas zinco-carbono O óleo de linhaça será obtido na seguinte
(alcalinas e de Leclanché) são compostas fração.
A centrífuga é amplamente utiliza- por um invólucro externo de aço (liga de a) Destilado 1.
da em laboratórios clínicos para a sepa- ferro-carbono), um ânodo (zinco metálico), b) Destilado 2.
um cátodo (grafita) e um eletrólito (MnO2 c) Resíduo 2.
ração de componentes. Em laboratórios mais NH4Cl ou KOH), contido em uma mas-
d) Resíduo 3.
que realizam análises bioquímicas em sa úmida com carbono chamada pasta ele-
trolítica. Os processos de reciclagem, geral- e) Resíduo 4.
fluidos corporais, é rotineiramente usada mente propostos para essas pilhas usadas, 4. Alternativa "e".
para separar células sanguíneas do plas- têm como ponto de partida a moagem (tri- 5. (Enem) As centrífugas são equipamentos uti-
ma, separar sedimentos da urina, medir turação). Na sequência, uma das etapas é lizados em laboratórios, clínicas e indústrias.
a separação do aço, presente no invólucro Seu funcionamento faz uso da aceleração
a fração volumétrica dos eritrócitos no externo, dos demais componentes. centrífuga obtida pela rotação de um reci-
sangue e até mesmo em processos de Que processo aplicado à pilha moída permi- piente e que serve para a separação de só-
te obter essa separação? lidos em suspensão em líquidos ou de líquidos
extração de DNA. misturados entre si.
a) Catação manual.
O equipamento usa a força centrí- b) Ação de um eletroímã. RODITI, I. Dicionário Houaiss de Física. Rio de Janeiro: Objetiva,

fuga para acelerar o processo de sedi- c) Calcinação em um forno.


2005. Adaptado.

mentação. Devido ao movimento de ro- d) Fracionamento por densidade.


Nesse aparelho, a separação das substân-
tação, as partículas de maior densidade e) Dissolução do eletrólito em água. cias ocorre em função:
migram para longe do eixo de rotação e 3. Alternativa "b". a) das diferentes densidades.
4. (Enem–Adaptada) A farinha de linhaça
são arremessadas para o fundo do tubo. b) dos diferentes raios de rotação.
dourada é um produto natural que oferece
c) das diferentes velocidades angulares.
Porém, nem todas as células sedimentam grandes benefícios para o nosso organismo.
A maior parte dos nutrientes da linhaça se d) das diferentes quantidades de cada subs-
na mesma proporção: as grandes sedi- encontra no óleo dessa semente, rico em tância.
mentam mais rápido que as pequenas. substâncias lipossolúveis com massas molecu- e) da diferente coesão molecular de cada
Assim, um tipo de célula pode ser sepa- lares elevadas. A farinha também apresenta substância.
altos teores de fibras proteicas insolúveis em 5. Alternativa "a".
rado do outro se houver uma diferença água, celulose, vitaminas lipossolúveis e sais 6. (UEPB) A glicerina é um dos subprodutos do
suficiente no tamanho e na taxa de se- minerais hidrossolúveis. processo de obtenção do biodiesel.
Farinha de linhaça
dimentação. Com base neste princípio, Adição de éter etílico, seguida de agitação Ela é um subproduto, pois não é um compos-
to de interesse para essa reação. Sabendo
as partículas são separadas dependendo Resíduo 1
Filtração
Extrato etéreo
Destilado 1
que a glicerina possui uma densidade bem
Destilação
de suas densidades, tamanho, força cen- (fase orgânica)
Resíduo 4 mais elevada que o biodiesel, qual o proces-
Adição de água, seguida de agitação
trífuga e tempo de separação. Filtração
so que pode ser conduzido para a separa-
Destilado 2
Resíduo 2
ção da mistura glicerina/biodiesel?
Extrato aquoso Destilação
Disponível em: https://kasvi.com.br/centrifugas- Resíduo 3 a) Destilação fracionada.
principios-basicos-da-tecnica-de- b) Decantação.
-centrifugacao/#:~:text=Em%20 c) Catação.
laborat%C3%B3rios%20que%20realizam%20 Considere o esquema, que resume um pro-
Livro 1 | Parte 1

d) Condensação.
an%C3%A1lises,processos%20de%20 cesso de separação dos componentes princi-
pais da farinha de linhaça dourada. e) Dissolução.
extra%C3%A7%C3%A3o%20de%20DNA. Acesso
em: 24/05/2022. Adaptado. 6. Alternativa “b”.

162 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anotações EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 162 16/01/2023 22:36:14

EM

52 Capítulo 4 – Mistura de substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 52 11/02/2023 10:26


De olho no vestibular/Enem
1. (FEI) A um tubo graduado A, adicionou-se 5. (PUC—SP) Considere o gráfico abaixo:
água, óleo de cozinha e álcool etílico, nessa
Temperatura
ordem. A outro tubo, B, adicionou-se álcool B’
etílico, água, óleo e gelo em cubos, nessa A’
ordem. O número de fases nos tubos A e B
são, respectivamente:
a) 3 e 3. B
b) 2 e 3. A
c) 2 e 4. Tempo
d) 3 e 2. As curvas AA’ e BB’ correspondem, respec-
e) 1 e 1. tivamente, ao comportamento de:
a) uma substância pura e uma solução.
1. Alternativa "a".
2. (Ufes) Qual a alternativa em que só apare- b) uma solução e uma substância pura.
cem misturas? c) uma mistura homogênea e uma mistura
heterogênea.
a) Grafite, leite, água oxigenada, fósforo
vermelho. d) duas soluções.
b) Ferro, enxofre, mercúrio, ácido muriático. e) duas substâncias puras.
c) Areia, açúcar, granito, metanol. 5. Alternativa "a".
6. (IFPR) O diagrama a seguir representa as
d) Vinagre, álcool absoluto, água do mar,
gás amoníaco. etapas de separação de uma mistura hete-
rogênea em seus componentes finais.
e) Ar, granito, vinagre, água sanitária.
Mistura heterogênea
2. Alternativa "e". Etapa 1
3. (Cesgranrio–Adaptado) Em uma das etapas
Fase líquida
do tratamento da água que abastece uma colorida
Fase sólida
cidade, a água é mantida durante um certo
tempo em tanques, para que os sólidos em Etapa 3 Etapa 2
suspensão se depositem no fundo. A essa
operação, denominamos:
Líquido Líquido Sólido 1 Sólido 2
a) filtração.
colorido colorido PE = 86 oC PE = 64 oC
b) sedimentação. 1 2 Solúvel Solúvel
c) sifonação. PE = 82 oC PE = 86 oC em água em água

d) centrifugação. PE = Ponto de Ebulição PF = Ponto de Fusão


e) cristalização. Com base nessas informações, é correto
3. Alternativa "b". afirmar que:
4. O funil de bromo, também chamado de funil a) a fase líquida colorida forma uma mistura
de decantação, é útil para separarmos uma azeotrópica.
:36:14 mistura de: b) a etapa 1 só pode ser realizada por
a) água e glicose dissolvida. meio de uma destilação simples.
Livro 1 | Parte 1

b) água e álcool. c) a etapa 2 pode ser realizada utilizando-


c) água e gasolina, dois líquidos imiscíveis. -se um funil de separação.
d) água e areia. d) o líquido 2 ferve antes do líquido 1.
e) a etapa 2 pode ser realizada por meio
e) areia e pó de ferro.
de uma cristalização fracionada.
4. Alternativa "c". 6. Alternativa "e".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 163

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 163 16/01/2023 22:36:14

Mistura de substância – Capítulo 4 53

EM_ME_Quimica_1A.indb 53 11/02/2023 10:26


CAPÍTULO 5
Tudo à nossa volta — uma cadeira, um colega, um livro, o
ar, entre milhares de outros exemplos — é formado de matéria,
definição que você já conhece. Mas qual a unidade mínima da
matéria?
O desenvolvimento lógico das teorias enunciadas sobre a
estrutura do átomo contribuiu de maneira determinante na defi-
nição das principais características da estrutura atômica.
Neste capítulo, vamos estudar a descoberta da natureza
da matéria, a partir das ideias de Dalton.
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EM_ME_Quimica_1A.indb 54 11/02/2023 10:26


Introdução à
teoria atômica

EM_ME_Quimica_1A.indb 55 11/02/2023 10:26


BNCC
Ideia inicial de Dalton sobre o
Habilidades trabalhadas no

Georgios Kollidas | Shutterstock


átomo
capítulo
EM13CNT101 O pioneirismo de Dalton
EM13CNT102 Desde a Antiguidade, o ser humano já se preocupa-
EM13CNT205 va em entender a matéria que formava os corpos.
Os gregos se perguntavam o que aconteceria se eles
EM13CNT301 dividissem a matéria em peças cada vez menores. Have-
EM13CNT303 ria um ponto no qual teriam que parar, porque os pedaços
não teriam mais as mesmas propriedades do conjunto, ou
eles poderiam continuar indefinidamente? Foram eles que
primeiro propuseram que a matéria era formada por par-
tículas indivisíveis, chamando-as de átomos.
No início do século XIX, questionamentos sobre o
Objetivos John Dalton (1776–1844), o professor inglês
comportamento da matéria ainda não encontravam res-
postas, como: por que há poucos elementos diferentes e
pedagógicos que usou medidas experimentais para susten-
tar que a matéria era formada por átomos. milhares de compostos? Por que um composto se decom-
Na imagem, representação da gravura de põe em substâncias mais simples, os elementos, e estes
John Dalton por William Henry Worthington.
ƒ Compreender a definição de átomo. não sofrem decomposição produzindo novas espécies
de matéria? Por que, em uma transformação química em
ƒ Conhecer as hipóteses que levaram ambiente fechado, não ocorre variação de massa? Por
que um composto apresenta sempre a mesma composi-
ao modelo atômico proposto por Dalton. ção independentemente de sua origem? A ciência ainda
Tome Nota
ƒ Entender o modelo da bola de bilhar não dispunha de uma análise microscópica que pudesse
estabelecido por Dalton. descrever o comportamento do átomo, sem poder vê-lo,
tocá-lo, e que pudesse justificar, nesse nível, o comporta-
mento macroscópico observado.
O primeiro argumento convincente em favor do áto-
Diálogo com mo foi apresentado em 1808, pelo professor e químico
inglês John Dalton.
o professor
Começamos agora, nesse capítulo, Baseado em dados experimentais, Dalton desenvolveu a primei-
a entrar no mundo microscópico. Nossa ra hipótese atômica, que ficou conhecida como a teoria atômi-
ca de Dalton. Suas hipóteses eram:
proposta é começar mostrando a história
que está relacionada à descoberta do Qualquer espécie de matéria é formada de átomos. Os
mundo microscópico. Construa o modelo átomos são partículas muito pequenas que não podem ser
divididas em outras partículas menores.
proposto por Dalton com seus alunos. Ini- Os átomos de um mesmo elemento são iguais em massa,
Livro 1 | Parte 1

cialmente, fale das hipóteses do químico em tamanho e em todas as suas propriedades, ou seja, pos-
suem a mesma identidade química.
inglês e instigue os alunos a falarem como
eles acham que o átomo deveria ser
para se encaixar nas hipóteses propostas.
166 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anotações EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 166 16/01/2023 22:36:15 EM_

56 Capítulo 5 – Introdução à teoria atômica

EM_ME_Quimica_1A.indb 56 11/02/2023 10:26


O elemento ferro, por exemplo, é formado
por átomos de ferro que possuem a mesma mas-
sa, o mesmo tamanho e as mesmas propriedades.
Átomos de elementos diferentes possuem

Andraž Cerar | Shutterstock


propriedades químicas e físicas diferentes.
A identidade química de um átomo de
ferro, por exemplo, é completamente di-
Sugestão de
ferente da de um átomo de magnésio — abordagem
massas e tamanhos diferentes.
Uma substância é formada pela união de Pegue três caixas e coloque em
átomos de dois ou mais elementos que se Metal sódio
combinam em várias proporções simples, cada uma delas, separadamente, uma
sendo guardadas as identidades químicas moeda, um dado e uma bola de gude.

papa1266 | Depositphotos
de cada elemento nessas combinações.
Feche-as e peça para que os alunos, di-
Na época de Dalton, eram conhecidos cer- vididos em pequenos grupos, tentem veri-
ca de 50 elementos químicos diferentes. Hoje, já ficar, sem abrir as caixas, qual se asseme-
são conhecidos 118, entre naturais e sintéticos
(produzidos em laboratório). lha ao Modelo de Dalton. Desse modo,
Para cada elemento, é atribuído um símbo- Metal chumbo os alunos podem, mesmo sem ver, imagi-
lo, uma representação gráfica que abrevia seu
nome em latim. Cada símbolo é composto por nar qual dos objetos presentes nas caixas
letras do nome do elemento na língua latina, se aplica melhor ao modelo proposto,

witoldkr1 | Depositphotos
sendo a primeira letra escrita em maiúsculo, e
a segunda, se existir, em minúsculo. Por exemplo:
apenas pela movimentação da moeda,
do dado e da bola dentro do recipiente.
Elemento Símbolo Esse experimento sensitivo também faz
Carbono grafite
Sódio (do latim Natrium) Na alusão ao fato de que não podemos ver,
Chumbo (do latim Plumbum) Pb macroscopicamente, a composição da
Carbono C matéria.
Lítio Li
Disponível em: http://research.ccead.puc-rio.br/
Madllen | Depositphotos

sites/reas/wp-content/uploads/sites/15/2017/10/
Os elementos não podem ser divididos,
guiaDidatico_modelodalton.pdf. Acesso em:
formando novas espécies de matéria. Cada
26/05/2022. Adaptado.
amostra de um dado elemento é constituída de
unidades idênticas que se repetem em toda a
sua extensão. Segundo a teoria de Dalton, essas Metal lítio
unidades são chamadas de átomos.
Em nível microscópico, de acordo com Dalton,
Anotações
a identidade química, em cada porção do compos- Hora de Pensar
to, é preservada pela repetição de unidades idên- Pesquise e responda: quais
Livro 1 | Parte 1

ticas. Admitindo que um composto seja constituído experimentos foram realiza-


dos por Dalton para chegar
por mais de um elemento, em cada unidade deve ao modelo proposto por
existir mais de um tipo de átomo. ele?

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 167

:36:15 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 167 16/01/2023 22:36:15

Introdução à teoria atômica – Capítulo 5 57

EM_ME_Quimica_1A.indb 57 11/02/2023 10:26


Leitura
complementar Dentro de seus estudos, Dalton lançou algumas hipóteses,
como a de que as substâncias deveriam ser classificadas como
simples, as quais seriam formadas por átomos simples, e as com-
Duzentos anos da teoria postas, formadas por átomos compostos, que possuíam a proprie-
atômica de Dalton dades de se decompor em átomos simples durante uma reação.
Hoje sabemos que Dalton tinha razão em alguns pontos

Spectral | Depositphotos
H propostos, por exemplo: a água é uma substância composta, e
A constituição da matéria sempre O não um átomo composto, que apresenta em sua composição dois
átomos do elemento hidrogênio ligados a um átomo do elemento
intrigou o ser humano. Ela está entre H2O oxigênio, sendo H2O sua fórmula molecular. Quando submeti-
H
as primeiras especulações filosóficas, e da a uma reação de decomposição, origina substâncias simples
nestas a ideia de átomos tem uma lon- como os gases oxigênio e hidrogênio.
Molécula de água. Assim, de maneira resumida, podemos imaginar o modelo
ga história. Várias concepções surgiram, do átomo de Dalton, segundo seus postulados, como uma estru-
tanto no Ocidente como no Oriente, em tura esférica, maciça, indivisível, indestrutível e homogênea, cuja
massa e cujo volume variam de um elemento para outro, ficando
circunstâncias, culturas e épocas distintas. conhecido também como modelo da bola de bilhar.
Diferentes hipóteses a respeito da cons- Hoje, sabemos que existem falhas nessa teoria, contudo ela
tem como marco principal o fato de ter estimulado a pesquisa
tituição da matéria a partir de partículas sistemática sobre a natureza do átomo.
discretas surgiram na Índia antiga, por
exemplo, e se especula se poderia ter

serkucher | StockAdobe
ocorrido alguma forma de intercâmbio
intelectual com os gregos nesse campo. O modelo de Dalton é
Tanto no bramanismo como no budismo e comparado à estrutura de
uma bola de bilhar.
no jainismo foram desenvolvidas concep-
ções de organização da matéria antes
da era cristã. John Dalton
A teoria atômica de Dalton, um dos Em 1794, John Dalton, químico e físico inglês, descobriu uma irregularidade ótica que
impedia certas pessoas de distinguirem algumas cores.
marcos da Química do século XIX, sur- Essa anomalia recebeu o nome de daltonismo em sua homenagem. O daltonismo,
giu e foi publicada ao longo da primei- também chamado de discromatopsia ou discromopsia, é uma alteração na percepção
ra década daquele século. Ela deu uma visual. Trata-se da incapacidade de diferenciar todas ou algumas cores, ou na dificuldade
em distinguir o verde do vermelho. Normalmente, essa perturbação tem origem genética,
forma operacional, capaz de ser usada mas pode também resultar de lesão nos órgãos responsáveis pela visão ou de lesão de
em determinações experimentais, a uma origem neurológica.
Pesquisas descobriram também que vários mamíferos, além do ser humano, sofrem des-
das mais antigas inquietações humanas, sa irregularidade. Os touros, por exemplo, apenas distinguem o branco e o preto. Ou seja,
que dizia respeito à constituição da ma- aquele pano vermelho que os toureiros usam para agitá-lo durante as touradas não é outra
coisa senão um artifício para distração do público.
téria. Com Dalton, cessa a especulação
Livro 1 | Parte 1

É possível ter acesso a alguns testes para confirmar o daltonismo, aces-


abstrata que cercava o tema desde a sando o QR Code a seguir.
Antiguidade Clássica. Em seu lugar, surge
Teste de daltonismo (infantil e para adultos): quais são e como são feitos |
uma teoria que une conceitos teóricos à Tua Saúde
possibilidade de sua aplicação prática.
168 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
qnesc20/v20a07.pdf. Acesso em: 26/05/2022.
Adaptado. EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 168 16/01/2023 22:36:16

Leitura do XIX na Inglaterra, e isso fê-lo aderir relativas — ponto central de sua teoria.
desde logo a uma concepção corpus- O estudo dos principais aspectos do pro-
complementar cular para a matéria. Sua procura por cesso de elaboração dessa teoria pode
O interesse inicial de Dalton estava explicações para as questões relaciona- ser muito útil para a compreensão de
relacionado à meteorologia, que o con- das à atmosfera e aos gases o levou a conceitos químicos fundamentais, bem
duziu às questões da composição da at- especular sobre possíveis diferenças de como para se compreender melhor como
mosfera e da solubilidade dos gases em massas entre os átomos constituintes das a ciência se desenvolve.
água. Dalton foi fortemente influenciado diferentes substâncias elementares.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/ca-
pelo pensamento newtoniano, bastante A partir daí, Dalton desenvolveu dernos/07/a03.pdf. Acesso em: 26/05/2022.
divulgado no final do século XVIII e início o pioneiro conceito de massas atômicas Adaptado.
EM

58 Capítulo 5 – Introdução à teoria atômica

EM_ME_Quimica_1A.indb 58 11/02/2023 10:26


Agora é sua vez!

1. (PUC–MG–Adaptada) Em qual das alterna- 3. Diferentes elementos químicos têm dife-


tivas a teoria atômica de Dalton não está rentes tipos de átomo; em particular, seus
claramente expressa? átomos têm diferentes massas.
a) A formação dos materiais se dá atra- 4. Os átomos são indestrutíveis e, nas rea-
vés de diferentes associações entre átomos ções químicas, mantêm suas identidades.
iguais ou não. 5. Átomos de elementos combinam com áto-
b) O átomo possui um núcleo positivo envol- mos de outros elementos em proporções de
to por órbitas eletrônicas. números inteiros pequenos para formar com-
postos.
c) O número de átomos diferentes existente
na natureza é pequeno. Após o modelo de Dalton, outros modelos
baseados em outros dados experimentais
d) Os átomos são partículas que não se po-
evidenciaram, entre outras coisas, a nature-
dem dividir.
za elétrica da matéria, a composição e or-
e) Toda matéria é formada por partículas ganização do átomo e a quantização da
extremamente pequenas. energia no modelo atômico.
1. Alternativa "b". OXTOBY, D. W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern
2. De acordo com a teoria atômica proposta Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012. Adaptado.
por Dalton, assinale a alternativa incorreta.
a) A matéria é constituída de pequenas par- Com base no modelo atual que descreve o
tículas esféricas maciças e indivisíveis. átomo, qual dos postulados de Dalton ainda
b) Um conjunto de átomos com as mesmas é considerado correto?
massas e tamanhos apresentam proprieda- a) 1
des químicas diferentes. b) 2
c) Átomos de elementos diferentes possuem c) 3
propriedades químicas e físicas diferentes.
d) 4
d) A combinação de átomos de elementos
e) 5
diferentes dá origem a novas substâncias di-
ferentes. 3. Alternativa "e".
4. (PUC–MG) Assinale a afirmativa a seguir
e) Modelo conhecido como bola de bilhar.
que não é uma ideia que provém do modelo
2. Alternativa "b".
atômico de Dalton.
3. (Enem–Adaptada) Em 1808, Dalton publicou
a) Átomos de um elemento podem ser trans-
o seu famoso livro intitulado Um novo siste-
formados em átomos de outros elementos
ma de filosofia química (do original A New
por reações químicas.
System of Chemical Philosophy), no qual con-
tinha os cinco postulados que serviam como b) Todos os átomos de um dado elemento
alicerce da primeira teoria atômica da maté- têm propriedades idênticas, as quais diferem
ria fundamentada no método científico. Esses das propriedades dos átomos de outros ele-
mentos.
:36:16

postulados são numerados a seguir:


1. A matéria é constituída de átomos indi- c) Um elemento é composto de partículas
Livro 1 | Parte 1

visíveis. indivisíveis e diminutas chamadas átomos.


2. Todos os átomos de um dado elemento d) Compostos são formados quando átomos
químico são idênticos em massa e em todas de diferentes elementos se combinam em ra-
as outras propriedades. zões bem determinadas.
4. Alternativa "a".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 169

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 169 16/01/2023 22:36:16

Introdução à teoria atômica – Capítulo 5 59

EM_ME_Quimica_1A.indb 59 11/02/2023 10:26


Leitura
complementar De olho no vestibular/Enem
A origem do nome dos 1. (Vunesp) Os nomes latinos dos elementos II. Os átomos caracterizam os elementos
elementos químicos chumbo, prata e antimônio dão origem aos químicos, e somente os átomos de um mes-
símbolos químicos desses elementos. Esses mo elemento são idênticos em todos os as-
símbolos são, respectivamente: pectos.
O nome dos elementos químicos tem a) P, Ar, Sr. d) Pu, Hg, Si. III. As transformações químicas consistem de
diversas origens. Podem fazer referência a b) Pm, At, Sn. e) Po, S, Bi. combinação, separação e/ou rearranjo de
c) Pb, Ag, Sb. átomos.
corpos celestes, a seres mitológicos, a no-
1. Alternativa "c". IV. Compostos químicos são formados de
mes de minerais, à cor que apresentam, ao 2. (Unifor) Os átomos: átomos de dois ou mais elementos unidos em
lugar geográfico onde foram encontrados I. Diferem de elemento para elemento.
uma razão fixa.
Qual das opções a seguir se refere a todas
ou até mesmo podem ser nomeados em II. São as unidades envolvidas nas transfor-
as afirmações corretas?
mações químicas.
homenagem a certos cientistas. III. São indivisíveis. a) I e IV. d) II, III e IV.
Até a Idade Média, apenas nove ele- IV. Consistem de unidades com um núcleo e b) II e III. e) I, II, III e IV.
mentos eram conhecidos: ouro, prata, esta- uma eletrosfera, onde se localizam os elétrons. c) II e IV.
Dessas afirmações, estão incluídas, na teoria 4. Alternativa "b".
nho, mercúrio, cobre, chumbo, ferro, enxofre atômica de Dalton (1808), somente: 5. (Unesp) A Lei da Conservação das Massas,
e carbono. Os símbolos desses elementos a) I. d) I, II e III. enunciada por Lavoisier em 1774, é uma
são derivados dos seus nomes em latim: b) II, III e IV. e) III e IV. das leis mais importantes das transformações
c) I e II. químicas. Ela estabelece que, durante uma
aurum “amarelo”, argentum “brilhante”, car- transformação química, a soma das massas
2. Alternativa "d".
bon “carvão”, stanum “fácil de fundir”, etc. 3. (UFPI) Durante a formação de pepitas de dos reagentes é igual à soma das massas
O elemento mercúrio e o planeta homôni- ouro, a elas se incorporam vários elemen- dos produtos. Essa teoria pôde ser explica-
tos, como cádmio, chumbo, telúrio e zinco. As da, alguns anos mais tarde, pelo modelo atô-
mo receberam o nome do deus mitológico quantidades e os tipos de impureza desses mico de Dalton. Entre as ideias de Dalton, a
Mercúrio, cujas qualidades eram a rapidez, elementos, na amostra de ouro, variam de que oferece a explicação mais apropriada
acordo com a localização de onde o ouro para a Lei da Conservação das Massas, de
a astúcia e os exercícios ginásticos. foi extraído. Essas informações podem ser Lavoisier, é a de que:
Em 1787, o famoso químico francês utilizadas para investigar roubo ou falsifica- a) os átomos não são criados, destruídos ou
ção de objetos de ouro apresentados como convertidos em outros átomos durante uma
Lavoisier sugeriu que os novos elementos antiguidade. Indique a opção que apresenta
transformação química.
a serem descobertos deveriam receber corretamente o símbolo dos elementos aci-
ma citados. b) os átomos são constituídos por três partí-
nomes associados às suas propriedades. a) Ca, Cm, Te e Zn. d) Cm, Pb, Tl e Zn. culas fundamentais: prótons, nêutrons e elé-
Assim, nos 125 anos que se seguiram, mui- b) Cd, Pb, Te e Zn. e) Cd, Pb, Te e Sn. trons.
c) todos os átomos de um mesmo elemento
tos nomes de elementos foram atribuídos c) Cm, Sb, Tl e Sn.
são idênticos em todos os aspectos de ca-
3. Alternativa "b".
segundo essa recomendação. Alguns no- racterização.
4. (ITA) Em 1808, John Dalton propôs um mo-
mes vêm do grego: hidrogênio (hydros-gen, d) um elétron em um átomo pode ter so-
Livro 1 | Parte 1

delo de teoria atômica. Considere que, so- mente certas quantidades específicas de
“gerador de água”), oxigênio (oksysgen, bre a base conceitual desse modelo, sejam energia.
feitas as seguintes afirmações:
“gerador de ácidos”), nitrogênio (nitron-gen, e) toda a matéria é composta por átomos.
I. O átomo apresenta a configuração de
“gerador de salitre”), bromo (bromos, “mau uma esfera rígida. 5. Alternativa "a".
cheiro”) e argônio (a-ergon, “não reage”).
170 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Disponível em: http://www.culturamix.com/ cultura/
ciencia/origem-dos-nomes-dos-elementos-quimi-
cos. Acesso em: 26/05/2022. Adaptado. EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 170 16/01/2023 22:36:16

Anotações

EM

60 Capítulo 5 – Introdução à teoria atômica

EM_ME_Quimica_1A.indb 60 11/02/2023 10:26


6. (UFSC) Analise as afirmativas a seguir e mar- c) Os átomos são esferas maciças e indivi-
que a falsa. síveis, possuindo uma massa específica para
cada elemento químico.
a) O primeiro modelo atômico baseado em
resultados experimentais, ou seja, com base d) Os átomos são esferas maciças, formados
científica, foi proposto por Dalton. por prótons e elétrons, com uma densida-
de específica para cada elemento químico
b) Segundo Dalton, a matéria é formada de
e átomos de um mesmo elemento, podendo
partículas indivisíveis chamadas átomos.
diferir em relação a sua massa.
c) Dalton foi o primeiro a provar que o áto-
e) Os átomos são formados por duas re-
mo não era indivisível.
giões: um pequeno núcleo, onde estão os
d) O modelo atômico proposto por Dalton prótons e os nêutrons; e uma eletrosfera, que
foi o da bola de bilhar. comporta os elétrons em diferentes níveis de
e) O modelo atômico de Dalton teve como energia.
suporte experimental para a sua criação a 8. Alternativa “c”.
interpretação das leis das reações químicas. 9. (Enem) Antes da geração do céu, teremos
6 . Alternativa "c". que rever a natureza do fogo, do ar, da
7. (UFSC) Assinale a alternativa correta. água e da terra. Primeiro, em relação àqui-
a) Os átomos são partículas fundamentais lo a que chamamos água, quando congela,
da matéria. parece-nos estar a olhar para algo que se
b) Para Dalton, os átomos não são quimica- tornou pedra ou terra, mas quando derre-
mente diferentes. te e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o
ar, quando é queimado, torna-se fogo; e, in-
c) Dalton estudou os elétrons, partículas de versamente, o fogo, quando se contrai e se
carga elétrica positiva. extingue, regressa à forma do ar; o ar, nova-
d) Dalton estudou os prótons e os elétrons. mente concentrado e contraído, torna-se nu-
e) Dalton percebeu que os átomos apresen- vem e nevoeiro, mas, a partir destes estados,
tam nêutrons. se for ainda mais comprimido, torna-se água
7. Alternativa "a". corrente, e de água torna-se novamente ter-
8. (UPE) Em 1803, o inglês John Dalton publicou ra e pedras; e deste modo, como nos parece,
dão geração uns aos outros de forma cíclica.
um trabalho intitulado Absorption of gases
PLATÃO. Timeu (c. 360 a.C.).
by water and other liquids (Absorção de
gases por água e outros líquidos), no qual Buscando compreender a diversidade de
traçou alguns princípios que culminariam na formas e substâncias que vemos no mundo,
proposição, em 1808, da ideia científica de diversas culturas da Antiguidade elaboraram
átomo. Embora existam modelos mais desen- a noção de “quatro elementos” fundamen-
volvidos para alguns campos de estudo, o tais, que seriam terra, água, ar e fogo. Essa
modelo atômico proposto por Dalton ainda visão de mundo prevaleceu até o início da
é muito usual, como no estudo das colisões Era Moderna, quando foi suplantada diante
entre espécies em uma reação química. das descobertas da química e da física.
Assinale a alternativa que representa o mo- PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECh, 2011.
delo atômico de Dalton. Do ponto de vista da ciência moderna, a
a) Os átomos são esferas maciças e indivi- descrição dos “quatro elementos” feita por
síveis, com uma densidade específica para Platão corresponde ao conceito de:
cada elemento químico, com átomos de um
:36:16

a) partícula elementar.
mesmo elemento, podendo diferir em rela-
b) força fundamental.
Livro 1 | Parte 1

ção a sua massa (isotopia).


c) elemento químico.
b) Os átomos são esferas maciças e forma-
dos por prótons e elétrons, possuindo uma d) fase da matéria.
massa específica, associada ao número de e) lei da natureza.
prótons. 9. Alternativa “d”.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 171

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 171 16/01/2023 22:36:16

Introdução à teoria atômica – Capítulo 5 61

EM_ME_Quimica_1A.indb 61 11/02/2023 10:26


CAPÍTULO 6
No capítulo anterior, vimos que a matéria ao nosso redor é
composta de partículas que, até então, acreditamos serem indi-
visíveis, segundo as ideias de Dalton, baseadas em seus experi-
mentos.
Neste capítulo, vamos observar que sempre existe a contí-
nua busca pelo aprimoramento das ideias inicialmente propostas.
Cientistas como Joseph John Thomson e Ernest Rutherford, em
suas pesquisas, perceberam que existem outras partículas menores,
além dos átomos. Os estudos desses cientistas e as suas contri-
buições para o modelo atômico são o nosso foco neste capítulo.
Siarhei | Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 62 11/02/2023 10:28


O desenvolvimento
do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 63 11/02/2023 10:28


BNCC
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT101
SUGESTÃO DE IMAGEM
EM13CNT103
EM13CNT201
EM13CNT205
EM13CNT301
EM13CNT303
EM13CNT306
EM13CNT309
EM13CNT310
Zoooom | Depostphotos

A descoberta do elétron
Objetivos Desde muito tempo, antes de 1897, vários estudos já exis-

Nicku | Shutterstock
tiam sobre o comportamento dos raios catódicos (feixe de par-
pedagógicos tículas carregadas de carga elétrica negativa) na presença de
forças elétricas e magnéticas.
O experimento consistia em colocar fora da trajetória
ƒ Entender como se deu a descoberta normal um feixe delgado de raios catódicos que não recebia
do elétron. nenhuma carga de eletricidade, passando a receber quando
era desviado por um ímã para dentro de um cilindro conhecido
ƒ Compreender o modelo atômico pro- Michael Faraday (1791—1867) foi um cien-
tista inglês. Seus estudos, experimentos e como cilindro de Faraday (dois cilindros vazios, cada cilindro
posto por Thomson. descobertas influenciaram grandemente a constituído por espirais de cobre enroladas separadas entre si
Química e a Física. Entre as suas muitas con-
ƒ Conhecer a história da descoberta da tribuições para as ciências e para a vida
moderna, está a descoberta da indução
por um isolador elétrico; cada cilindro possui dois terminais para
fazer ligação a um aparelho gerador de corrente), deixando em
radioatividade. eletromagnética, que levou ao desenvolvi- evidência que os raios carregavam eletricidade negativa.
ƒ Compreender o modelo de átomo mento do motor elétrico e do dínamo e à
geração de energia.
Os raios catódicos, então, eram desviados pelo campo
magnético (gerado pelo ímã) como se fossem partículas eletriza-
segundo a experiência de Rutherford. das negativamente. Quando utilizados em outros experimentos,
ƒ Compreender a evolução histórica dos esses raios não eram desviados pelo campo elétrico, levando
outros cientistas a concluir que não eram partículas carregadas.
diferentes modelos atômicos. Thomson, em 1897, foi o primeiro a observar que também
German Vizulis | Shutterstock

existia essa atração pelo campo elétrico. Ele sugeriu o que outros
colegas não observavam, por estarem utilizando em suas expe-
Livro 1 | Parte 1

Anotações riências um vácuo no interior do tubo de baixa qualidade. Como


os raios catódicos produzem várias partículas carregadas no
estado gasoso, estas acabavam impedindo que o campo atraísse
as partículas menores que o átomo de hidrogênio e carregadas
Joseph John Thomson (1856–1940). negativamente.
174 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 174 16/01/2023 22:36:18 EM_

64 Capítulo 6 – O desenvolvimento do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 64 11/02/2023 10:28


Em seu experimento, Thomson usou um dispositivo chamado Hora de Pensar
ampola de Crookes, ou tubo de raios catódicos, que foi cria-
A descoberta dos elétrons
do pelo físico inglês Willian Crookes (1832–1919). Ele também trouxe uma nova série de
percebeu que, colocando uma ventoinha entre os dois eletrodos, questões a serem explora-
quando os raios catódicos passavam, eles a movimentavam. das, incluindo a eletricidade.
Qual é a correlação entre
elétron e eletricidade?
Sugestão de
Campo elétrico
abordagem
-+ - Tá na mídia
+ A descoberta e o avanço de estu-
dos da radioatividade permitiram
O vídeo que sugerimos para você
que ocorressem diversas alterações
em questões de tratamento e diag-
começar sua aula neste capítulo perten-
Raios catódicos sendo desviados devido à atração pelo polo
positivo
nóstico de doenças, como o raio X e ce ao e-Química e mostra a descober-
a radioterapia.
ta do raio catódico, feita por Crookes,
Para entender melhor como funcio-
O modelo atômico de Thomson na, acesse o QR Code a seguir. e a descoberta do elétron, feita por J.J.
Só em 1897, com a descoberta da primeira partícula su- Radioatividade tem papel impor- Thomson. Para visualizá-lo, acesse o QR
batômica — o elétron —, alcançou-se evidência experimental tante na evolução da medicina |
G1
Code a seguir.
da estrutura interna do átomo. Thomson concluiu que essa par-
tícula era parte constitutiva de todos os átomos e passou a
representá-la por e–.
Vinte anos mais tarde, o físico Robert Andrews Millikan
mediu a carga do elétron, permitindo, assim, a determinação
de sua massa, sendo os valores de carga -1,602 ⋅ 10-19 e de
massa 9,1 ⋅ 10-31 kg.
Embora os elétrons tenham carga negativa, os átomos
como um todo têm carga zero. Portanto, os cientistas do co-
meço do século XX sabiam que cada átomo deveria conter um
número suficiente de cargas positivas para cancelar a carga
negativa dos elétrons.
Kanyaporn | Stock.adobe

Thomson sugeriu um modelo de átomo como uma bola de


material gelatinoso com carga positiva e elétrons suspensos
nela, como passas dispersas em um pudim (modelo conhecido
como pudim de passas).

A descoberta da radioatividade Sugestão de


A descoberta dos raios X, em 1895, despertou grande in-
teresse entre os investigadores, que ficaram curiosos quanto à
abordagem
possível existência de outras radiações. Levado por essa curio-
sidade, em 1896 o físico francês Henri Becquerel descobriu a Outro vídeo interessante que su-
radioatividade.
Livro 1 | Parte 1

Sabia-se naquela época que certas substâncias, quando gerimos pertence a uma série didática
expostas à luz do Sol, tornavam-se fosforescentes e emitiam luz. produzida em 1985 para a TV educativa
wikipedia.org

Na imagem, representação de uma fotografia de pública da província de Ontário, no Ca-


Henri Becquerel (1905), por Paul Nadar.
nadá. O material trata da descoberta da
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 175 radioatividade. Para assisti-lo, acesse o
QR Code a seguir.

:36:18 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 175 16/01/2023 22:36:18

Anotações

O desenvolvimento do átomo – Capítulo 6 65

EM_ME_Quimica_1A.indb 65 11/02/2023 10:28


Leitura
complementar Tá na mídia

Quem foi Becquerel? Os elementos radioativos são de


alta periculosidade. Quando des-
cartados de maneira inadequada
podem, contaminar pessoas, animais
Antoine Henri Becquerel foi um físi- e ambientes.

co francês que nasceu em Paris em 15 de Um exemplo foi o acidente radioati-


vo que aconteceu em Goiânia com
dezembro do ano de 1852, tendo faleci- o desmonte de uma máquina de ra-
dioterapia roubada, que contaminou
do em Le Croisic no dia 25 de agosto de e até matou pessoas.
1908. Estudou na Escola Politécnica e era Para saber um pouco mais sobre
esse fato, acesse o QR Code a se-
considerado um “engenheiro de pontes e guir.
calçadas”. Ensinou Física na Escola Politéc- Como o Brasil sofreu o pior acidente
nica e no Museu Nacional de História Na- radioativo ocorrido fora de uma ins-
Adesivos que brilham no escuro, exemplo de fosforescência.
talação nuclear no mundo | G1
tural. Também foi membro da Academia
das Ciências Francesa. Seu pai, Alexandre Mas o que é a fosforescência?
Becquerel, estudou a luz e a fosforescên- Há substâncias que normalmente não emitem luz, mas que,
cia, inventando a fosforoscopia. O seu se forem iluminadas, passam a emitir uma luminosidade diferente
daquela que recebem. O fenômeno é chamado luminescência.
avô, Antoine César Becquerel, também Há dois casos de luminescência.
se destacou no estudo das ciências e foi
um dos fundadores da eletroquímica. Além A substância somente emite luz enquanto está recebendo
luminosidade de alguma outra fonte. Este caso é chamado
disso, realizou pesquisas sobre a fosfores- fluorescência;
cência, espectroscopia e absorção da luz. Tá na mídia A substância continua a emitir luz durante algum tempo,
Devido ao uso em diferentes proces- depois de deixar de ser iluminada. É chamado fosforescên-
Becquerel continuou os trabalhos do sos na saúde e na indústria, existe cia. Este era o caso das substâncias que Becquerel estava
uma preocupação com o descarte
seu pai e do seu avô, descobrindo, em do chamado lixo radioativo, os examinando.
resíduos provenientes de atividades
1896, a radioatividade dos sais de urâ- nucleares. Becquerel pensou que, juntamente com a luz emitida pelas
nio. Essa importante descoberta valeu-lhe Para entender como ocorre o des-
substâncias fosforescentes, talvez pudesse existir outro tipo de
a atribuição do Prêmio Nobel da Física carte adequado desse tipo de lixo, radiação, invisível, como os raios X. Um teste que talvez revelas-
acesse o QR Code a seguir. se alguma coisa seria o de verificar se uma chapa fotográfica,
em 1903, juntamente com o casal Pierre embrulhada em papel preto, era impressionada pela radiação
Lixo radioativo: o que é e como é fei-
Curie e Marie Curie. Ao colocar sais de to o seu descarte? | Site sustentável
da substância fosforescente. Nesse caso, deveria existir outra
radiação, além de luz, porque esta não atravessa papel preto.
urânio sobre uma placa fotográfica colo- Becquerel expôs várias substâncias à luz do Sol, até que se
cada em um local escuro, verificou que a tornassem brilhantes, e depois as colocou sobre chapas fotográ-
ficas. De todas as substâncias experimentadas, somente uma, um
placa enegrecia. Os sais de urânio emi- sal do metal urânio, deu resultado positivo. A primeira hipótese
Livro 1 | Parte 1

tiam uma radiação capaz de atravessar que Becquerel fez foi a seguinte: um sal de urânio, exposto à luz
papéis negros e outras substâncias opacas do Sol, torna-se fosforescente e, além de luz, emite uma radiação
invisível capaz de atravessar o papel e impressionar a chapa
à luz. Esses raios foram inicialmente deno- fotográfica.
minados de raios B em sua homenagem.
176 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Disponível em: http://www.explicatorium.com/
Antoine-Becquerel.php. Acesso em: 26/05/2022.
Adaptado.
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 176 16/01/2023 22:36:19 EM_

Anotações

66 Capítulo 6 – O desenvolvimento do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 66 11/02/2023 10:28


Em um dia no qual a luz do Sol estava encoberta por nu-
vens, e, portanto, o sal de urânio não podia ser muito iluminado,
Becquerel guardou em uma gaveta uma chapa fotográfica, re-
vestida de papel preto, com o sal de urânio sobre ela. Depois
de alguns dias, ao revelar a chapa, surpreendeu-se ao verificar
que apresentava manchas escuras em diversos pontos. Poste-
riormente, verificou que sais de urânio que tinham permanecido
Sugestão de
meses em completa escuridão causavam manchas escuras em leitura
chapas fotográficas tão intensamente quanto os sais que eram
expostos à luz solar. Concluiu, então, que a sua primeira hipótese No ano de 2011, a União Inter-
estava errada: a radiação emitida pelo sal de urânio não era
devido a um fenômeno de fosforescência. Fez, assim, uma segun- nacional de Química Pura e Aplica-
da hipótese: a radiação invisível emitida pelo sal de urânio era da (Iupac), em parceria com a Unesco,

wikipedia.org
devido ao próprio sal. Isto é, o sal de urânio tinha uma atividade
própria para emitir raios invisíveis, era radioativa.
realizou uma série de atividades em
Dois anos mais tarde, em 1898, Marie Curie, na França, e comemoração ao Ano Internacional da
G. C. Schmidt, na Alemanha, descobriram separadamente que Na imagem, representação de uma fotografia Química. Sob o tema “Química — nos-
compostos de tório também emitiam radiações análogas. de Marie Curie (1920), por Henri Manuel.
Curie fez um estudo cuidadoso a respeito da radioativi- sa vida, nosso futuro”, a proposta buscou
dade de vários compostos de urânio e de tório e concluiu que incentivar o grande público a apreciar e
as intensidades das radiações emitidas eram proporcionais às Saiba mais
quantidades de urânio e de tório existentes nos compostos, não Os elementos radioativos a compreender esse campo da ciência,
são identificados por um círculo
interessando a natureza destes. Logo, ela chegou a uma con- central com três pás, que indi-
além de sensibilizá-lo quanto às contri-
clusão fundamental: a radioatividade não era propriedade dos
compostos daqueles dois metais, mas era própria do urânio e do
cam as radiações alfa, beta e
gama.
buições da disciplina para o desenvolvi-
tório, isto é, era um fenômeno atômico, característico dos átomos mento sustentável. Tal ano também cele-
desses metais. Essa descoberta veio refutar aquela segunda hi- bra o centésimo aniversário da conquista
pótese de Becquerel.
do Prêmio Nobel de Química por Marie
valterz | StockAdobe
Posteriormente, Marie Curie notou que um minério de urâ-
nio, chamado pechblenda, era muito mais radioativo que com- Curie, que foi homenageada em diver-
postos puros de urânio. Esse fato era uma surpresa, pois, se ela
já tinha mostrado que a radioatividade era propriedade do sas das atividades desenvolvidas.
urânio, como justificar que um minério desse metal, que o contém No QR Code a seguir, você pode
em pequeníssima quantidade, seja mais ativo que um composto
puro, que contém urânio em maior quantidade? Ela e seu mari-
acessar o livro em que estão compila-
do, Pierre Curie, realizaram, então, um maravilhoso trabalho de dos os trabalhos e os desenhos feitos por
análise da pechblenda, em uma tentativa de extrair dela alguma alunos do ensino médio de todo o Brasil
coisa responsável pela sua intensa radioatividade.
A continuação dos es- para o concurso realizado pelas entida-
tudos do casal acerca des- des responsáveis pelo projeto.
se material rendeu diversos
resultados que expandiram
consideravelmente os hori-
zontes da Química e da Fí-
Livro 1 | Parte 1

Minério pechblenda, ou uraninita, minério dió-


sica, estabelecendo a base xido de urânio (UO2). É frágil e fortemente ra-
para as pesquisas e hipóteses dioativo, sendo o mineral mais importante para
dos últimos cinquenta anos. obtenção de rádio e urânio.
Zbynek Burival | Shutterstock

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 177

:36:19 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 177 16/01/2023 22:36:19

Anotações

O desenvolvimento do átomo – Capítulo 6 67

EM_ME_Quimica_1A.indb 67 11/02/2023 10:28


Leitura
complementar Sulfeto de zinco
Quem foi Rutherford?

Ernest Rutherford nasceu em Nelson,


uma cidade portuária ao sul da Nova
Zelândia, em 30 de agosto de 1871. Era
o quarto filho de uma família de doze fi-
lhos, sendo seis irmãos e cinco irmãs. Seu
pai era um mecânico escocês, e sua mãe
era professora de inglês. Molécula de sulfeto de zinco
Rutherford estudou em escolas pú-
Se você já parou para observar a cor tâncias que o tornam mais estável e versátil
blicas e, em 1893, graduou-se em Ma- de objetos fosforescentes, como certos adesi- para utilização em tintas, plásticos e outros
temática e Ciências Físicas pela Univer- vos e brinquedos, deve ter reparado que, na aplicativos.
maioria dos casos, eles possuem coloração O sulfeto de zinco não é tóxico, é re-
sidade da Nova Zelândia. Estudou no verde. lativamente barato de produzir (tornando-o
laboratório de Cavendish, no Trinitty Embora outras cores possam ser usadas perfeito para brinquedos de baixo custo) e,
na produção desses objetos, a coloração ao brilhar, exibe naturalmente a característi-
College, localizado em Cambridge, na esverdeada é, de longe, a mais destacada. ca cor verde. Os fabricantes de brinquedos
Inglaterra, então coordenado por Joseph Uma das maiores razões para esse fato é que poderiam adicionar (e às vezes efetivamente
John Thomson. Recebeu o Prêmio Nobel os itens fosforescentes, que absorvem energia o fazem) outras cores à base de sulfeto de
(nesse caso, a luz) e lentamente a reemitem, zinco fosforescente. No entanto, o resultado
de Química em 1908 por seus trabalhos têm como base a mesma substância química: é, muitas vezes, menos brilhante e menos du-
sobre radioatividade e teoria nuclear. o sulfeto de zinco, ZnS. Esse produto quími- rável que o original esverdeado.
co é geralmente misturado com outras subs-
Em 1919, introduziu a ideia de nú-
cleo atômico. Percebeu que o átomo wikipedia.org
possuía um núcleo muito denso, pequeno A experiência de Rutherford
e com cargas positivas. O átomo, então, O modelo de Thomson foi aceito durante algum tempo.
era formado por um núcleo com elétrons Entretanto, em 1911, foi derrubado por outra observação expe-
rimental.
girando ao seu redor em órbitas elípticas. Ernest Rutherford sabia que alguns elementos, incluindo o
Suas ideias atomísticas impulsionaram um radônio, emitiam feixes de partículas com carga positiva, que ele
novo cientista, que deu continuação ao chamou de partículas a (partículas alfa).
Ele pediu a dois de seus estudantes, Hans Geiger e Ernest
seu trabalho, Niels Bohr. Marsden, para atirarem partículas a contra um pedaço de folha
Também foi presidente da Royal Ernest Rutherford (1871—1937) foi um físico de ouro com alguns poucos átomos de espessura.
Livro 1 | Parte 1

e químico neozelandês e o primeiro estu- Se os átomos fossem de fato esféricos, maciços e com car-
Society de 1925 a 1930, tendo dirigido dioso a defender a concepção de que os
ga positiva, todas as partículas deveriam “bater” na folha e vol-
átomos têm sua carga positiva concentrada
o laboratório de Cavendish até o fim de em um pequeno núcleo. Ele também foi o tar, sem sofrer eventualmente nenhuma deflexão.
pioneiro a propor que era possível usar a O que Geiger e Marsden observaram foi diferente do que
sua vida. Além disso, recebeu o Order radioatividade para obter a datação de
se esperava: quase todas as partículas atravessaram e poucas
rochas e outros materiais, no ano de 1905.
of Merit em 1925. Faleceu em 1937.
178 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Disponível em: http://www.soq.com.br/biografias/
rutherford/. Acesso em: 26/05/2022. Adaptado.
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 178 16/01/2023 22:36:19

Anotações

EM

68 Capítulo 6 – O desenvolvimento do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 68 11/02/2023 10:28


sofreram deflexão, cerca de 1 em cada 20.000 sofria uma de- Tá na mídia
flexão superior a 90o, e algumas poucas partículas retornavam O modelo atômico de Rutherford
à direção de partida. surge de uma inquietação com a
teoria atômica vigente, de Thomson.
Os resultados surpreendentes de
seus experimentos levaram a uma
Folha de nova perspectiva sobre a estrutura
Fonte de partículas alfa ouro
do átomo.
Feixe de partículas
alfa
Para saber mais sobre o experimen-
to de Rutherford e suas implicações,
acesse o QR Code a seguir.
Blindagem de chumbo O Modelo Atômico de Rutherford |
Tela fluorescente Ciência Todo Dia

Núcleo
Partículas alfa

Átomos da folha de ouro


Esquema que mostra como foi realizada a experiência proposta por Rutherford.

Os resultados sugeriram um modelo de átomo no qual exis-


tisse uma densa e pequena carga positiva central, circundada
por um grande volume de espaço quase vazio.
Rutherford chamou essa região de carga positiva de nú-
cleo atômico. Seu raciocínio era de que, quando uma partícula
a de carga positiva atingisse diretamente o núcleo pesado do
ouro, ela era fortemente repelida pela carga positiva do núcleo,
sofrendo deflexão de um ângulo grande, como quando uma
bola de tênis atinge uma bala de canhão parada.
Assim, se o núcleo de um átomo fosse comparado a uma
bola no centro de um campo de futebol, então o espaço ocu-
pado pelos elétrons deveria ser aproximadamente do tamanho
das arquibancadas do campo inteiro.
Elétron
Vector Tradition | StockAdobe

Núcleo
:36:19
Livro 1 | Parte 1

Imagine que o centro do campo cor-


responde à dimensão do núcleo e as
arquibancadas correspondem à dimensão
do caminho descrito pelos elétrons ao
redor do núcleo.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 179

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 179 16/01/2023 22:36:40

O desenvolvimento do átomo – Capítulo 6 69

EM_ME_Quimica_1A.indb 69 11/02/2023 10:29


A carga positiva do núcleo cancela exatamente a carga
negativa dos elétrons circundantes. Por isso, para cada elétron,
deve existir uma partícula de carga positiva dentro do núcleo.
Essa carga positiva é aproximadamente 1.836 vezes mais pe-
sada do que um elétron com massa de 1,673 × 10—27 kg e tem
carga 1,602 × 10—19 C. Essa partícula foi descoberta por Eugen
Goldstein em 1886 e, posteriormente, em 1904, Rutherford a ba-
tizou de próton.
Rutherford descobriu que o número de prótons no núcleo não
é o suficiente para justificar a carga e a massa dele, por isso suge-
riu que existissem outras partículas sem carga no núcleo. Atribuiu a
James Chadwick, seu aluno, a tarefa de descobrir essa partícula.
Em 1932, 13 anos após a descoberta do próton, Chadwick
conseguiu perceber experimentalmente o nêutron, partícula existente
no núcleo junto ao próton, que não possui carga e tem massa igual
à do próton.
Modelo atômico sugerido por Rutherford
para um átomo com 3 elétrons (esferas Assim, podemos resumir as informações acerca das partículas
cinzas), 3 prótons (esferas vermelhas) e subatômicas na tabela abaixo.
4 nêutrons (esferas azuis). Modelo que
ficou conhecido como modelo planetá-
rio do átomo. Partícula Massa (kg) Carga (C)

Próton 1,67 × 10—27 1,60 × 10—19


Núcleo
Nêutron 1,67 × 10—27 0

Elétron 9,1 × 10—31 –1,60 × 10—19

Agora é sua vez!

1. (IME) Os trabalhos de Joseph John Thomson e Ernest Rutherford resultaram em importantes con-
tribuições na história da evolução dos modelos atômicos e no estudo de fenômenos relacionados
à matéria. Das alternativas abaixo, aquela que apresenta corretamente o autor e uma de suas
contribuições é:
a) Thomson – Concluiu que o átomo e suas partículas formam um modelo semelhante ao Sistema
Solar.
b) Thomson – Constatou a indivisibilidade do átomo.
c) Rutherford – Pela primeira vez, constatou a natureza elétrica da matéria.
d) Thomson – A partir de experimentos com raios catódicos, comprovou a existência de partículas EM_

subatômicas.
Livro 1 | Parte 1

e) Rutherford – Reconheceu a existência das partículas nucleares sem carga elétrica, denominadas
nêutrons.
1. Alternativa "d".

180 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 180 16/01/2023 22:36:41

70 Capítulo 6 – O desenvolvimento do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 70 11/02/2023 10:29


2. (UFMG) No fim do século XIX, Thomson re- 3. Segundo Rutherford, a eletrosfera, local
alizou experimentos em tubos de vidro que onde se encontram os elétrons, possui um
continham gases a baixas pressões em que diâmetro menor que o núcleo atômico.
aplicava uma grande diferença de potencial. 4. Na proposição do seu modelo atômico,
Isso provocava a emissão de raios catódicos. Rutherford se baseou em um experimento
Esses raios, produzidos em um cátodo metá- em que uma lâmina de ouro foi bombardea-
da por partículas alfa.
Leitura
lico, deslocavam-se em direção à extremida-
de do tubo (E). (Na figura, essa trajetória é Assinale a alternativa correta. complementar
representada pela linha tracejada x). a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
A denominação raios catódicos
b) Somente as afirmativas 3 e 4 são verda-
deiras. foi introduzida pelo físico alemão Eu-
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são ver- gen Goldstein (1850—1931) em 1876,
dadeiras.
ocasião em que ele apresentou a in-
x E d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são ver-
dadeiras. terpretação de que esses raios seriam
y
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. ondas no éter. Pouco tempo depois, em
3. Alternativa "d". 1879, o químico e físico Willian Crookes
Nesses experimentos, Thomson observou que: 4. (Ufes) Segundo o modelo de Thomson, o átomo:
(1832—1919) produziu, por intermédio
I. A razão entre a carga e a massa dos a) poderia ser caracterizado por uma es-
raios catódicos era independente da natu- fera gelatinosa com carga positiva, na qual de uma bomba de vácuo, um tubo, ou
reza do metal constituinte do cátodo ou do estariam incrustados os elétrons, neutralizan- ampola, com pressões muito menores que
gás existente no tubo. do a carga positiva.
as já obtidas naquela época. Essa nova
II. Os raios catódicos, ao passarem entre b) não é maciço, mas é formado por um
duas placas carregadas, com cargas de si- núcleo com carga positiva, no qual se con- condição experimental proporcionou a
nal contrário, desviavam-se na direção da centra praticamente toda a sua massa e ao Crookes meios de afirmar que o raio é
placa positiva. (Na figura, esse desvio é re- redor do qual ficam os elétrons, neutralizan-
presentado pela linha tracejada y.) do a carga positiva. um elemento de natureza particulada.
Considerando-se essas observações, é c) é formado por elétrons que giram ao re- Crookes concluiu que os raios catódicos
correto afirmar que os raios catódicos são dor do núcleo em determinadas órbitas. eram entidades carregadas pelo quarto
constituídos de: d) é neutro, cercado de elétrons que esta-
a) elétrons. riam dispostos ao redor do núcleo, como os
estado da matéria — atualmente, usamos
b) ânions. planetas ao redor do Sol. esse termo quando nos referimos ao plas-
c) prótons. e) é formado por um pequeno núcleo ma- ma, obtido ao se produzir uma descarga
d) cátions. ciço e positivo, e os elétrons movimentam-se
em órbitas estacionárias, sendo que nesse elétrica em um gás rarefeito.
e) átions.
movimento não emitem energia. O estudo de Crookes foi mui-
2. Alternativa "a".
4. Alternativa "a". to importante para o desenvolvimento
3. (UFPR) Considere as seguintes afirmativas so-
5. (Enem—Adaptada) No final do século XIX,
bre o modelo atômico de Rutherford:
muitos cientistas estavam interessados nos
das pesquisas de Joseph John Thomson
1. O modelo atômico de Rutherford é tam- intrigantes fenômenos observados nas am- (1856–1940), que, por volta de 1897,
bém conhecido como modelo planetário do
Livro 1 | Parte 1

polas de raios catódicos, que são tubos sob descobriu que a partícula descrita por
átomo. vácuo nos quais se ligam duas placas a uma
2. No modelo atômico, considera-se que elé- fonte de alta tensão. Os raios catódicos pas- Crookes era, na verdade, o elétron.
trons de cargas negativas circundam em órbi- sam através de um orifício no ânodo e con- Thomson conseguiu medir, com boa pre-
tas ao redor de um núcleo de carga positiva. tinuam o percurso até a outra extremidade
cisão, a razão entre a carga e a massa
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 181 destas partículas, encontrando um valor
muito maior do que para íons em eletró-
lises, indicando que a ordem de grande-
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 181 16/01/2023 22:36:41
za da massa dessas partículas era muito
pequena.
Anotações
Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/
hcensino/article/view/37674/25537. Acesso em:
26/05/2022. Adaptado.

6:41

O desenvolvimento do átomo – Capítulo 6 71

EM_ME_Quimica_1A.indb 71 11/02/2023 10:29


do tubo, onde são detectados pela fluores- 7. (UPE) Analise a seguinte charge.
cência produzida ao chocarem-se com um
revestimento especial, como pode ser obser-
vado na figura. Medições da razão entre a
carga e a massa dos constituintes dos raios Então o átomo é
catódicos mostram que a sua identidade in- um pudim!

depende do material do cátodo ou do gás


dentro das ampolas.

Placa
Alta tensão Ânodo – negativa
+
Não,
Eugénia, é uma
Cátodo – Tubo de raios + Placa cebola
catódicos positiva Raios
catódicos

Esqueçam o que eu disse!


CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. Porto Alegre: Bookman, Vamos pensar em energia.

2013. Adaptado.

Essa radiação invisível detectada nas ampo-


las é constituída por:
a) ânions.
b) cátions.
c) prótons.
d) elétrons.
e) partículas alfa.
5. Alternativa "d".
Haaa... então é
6. (ESPM—Adaptada) O átomo de Rutherford só ligar os dois na
(1911) foi comparado ao sistema planetário: tomada.

o núcleo atômico representa o Sol, enquanto


a eletrosfera representa os planetas.
Em relação à eletrosfera, é correto afirmar
que corresponde à região do átomo que:
a) contém as partículas de carga elétrica
negativa.
b) contém as partículas de carga elétrica
positiva.
c) contém nêutrons. As estudantes Eugênia e Lolita estão falan-
do, respectivamente, sobre os modelos atô-
d) concentra praticamente toda a massa do micos de:
átomo.
a) Dalton e Thomson.
e) contém prótons e nêutrons.
b) Dalton e Rutherford-Bohr.
Livro 1 | Parte 1

6. Alternativa "a".
c) Thomson e Rutherford-Bohr.
d) Modelo Quântico e Thomson.
e) Rutherford-Bohr e Modelo Quântico.
Alternativa: C.
182 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 182 16/01/2023 22:36:42 EM

72 Capítulo 6 – O desenvolvimento do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 72 11/02/2023 10:29


De olho no vestibular/Enem
1. (UFMG) Observações experimentais podem O tubo nas figuras (a) e (b) contém um gás sub-
contribuir para a formulação ou adoção de metido à alta-tensão. Figura (a): antes de ser
um modelo teórico, se este as prevê ou as evacuado. Figura (b): submetido a baixas pres-
explica. Por outro lado, observações expe- sões. Quando se reduz a pressão, há surgimen-
rimentais imprevistas ou inexplicáveis por um to de uma incandescência, cuja cor depende
modelo teórico podem contribuir para sua do gás no tubo. A figura (c) apresenta a defle-
rejeição. xão dos raios catódicos em um campo elétrico.
Em todas as alternativas, a associação ob- Em relação aos experimentos e às teorias
servação-modelo atômico está correta, ex- atômicas, analise as seguintes afirmações:
ceto em: I. Na figura (b), fica evidenciado que os raios
catódicos se movimentam em uma trajetória
Observação Implicação em termos linear.
experimental de modelo atômico II. Na figura (c), verifica-se que os raios ca-
tódicos apresentam carga elétrica negativa.
a) Conservação da massa em reações quí- III. Os raios catódicos são constituídos por
micas — Adoção do modelo de Dalton.
partículas alfa.
b) Proporções entre as massas de reagentes
IV. Esses experimentos são aqueles desen-
e produtos — Adoção do modelo de Dalton.
volvidos por Rutherford para propor a sua
c) Espectros atômicos descontínuos — Ado- teoria atômica, conhecida como modelo de
ção do modelo de Rutherford. Rutherford.
d) Trajetória de partículas alfa que colidem As afirmativas corretas são aquelas conti-
com uma lâmina metálica — Adoção do mo-
das apenas em:
delo de Rutherford.
a) I, II e III. c) I e II. e) IV.
e) Emissão de elétrons em tubos de raios
catódicos — Rejeição do modelo de Dalton. b) II, III e IV. d) II e IV.
1. Alternativa "c". 2. Alternativa "c".
2. (FGV) As figuras representam alguns expe- 3. (Unifor) Considerando os resultados da ex-
rimentos de raios catódicos realizados no periência de Rutherford, que investigou a
início do século passado, no estudo da es- deflexão de partículas alfa em lâminas me-
trutura atômica. tálicas muito finas, pode-se afirmar que:
Alta-tensão
I. Eles seriam os mesmos se tivessem sido
utilizadas lâminas metálicas espessas.
Cátodo Ânodo
II. A eletrosfera praticamente não impõe re-
sistência ao movimento das partículas alfa.
III. O fato de apenas uma pequena porção
(a) das partículas alfa ter sofrido grandes des-
Para vácuo
Sombra vios indica que o núcleo é maciço e constitui
a menor parte do átomo.
É correto o que se afirma somente em:
Amostra de sulfeto
a) I.
Livro 1 | Parte 1

(b)
de zinco b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
(c) 3. Alternativa "e".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 183

6:42 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 183 16/01/2023 22:36:42

O desenvolvimento do átomo – Capítulo 6 73

EM_ME_Quimica_1A.indb 73 11/02/2023 10:29


4. (ITA) Em 1803, John Dalton propôs um mo- incidir sobre uma fina lâmina de ouro. Com
delo de teoria atômica. Considere que, so- esse experimento, observou que a maior
bre a base conceitual desse modelo, sejam parte dessas partículas atravessava a lâmi-
feitas as seguintes afirmações. na sem sofrer qualquer desvio. Diante dessa
evidência experimental, é correto afirmar
I. O átomo apresenta a configuração de que:
uma esfera rígida.
a) o átomo não é maciço, mas contém muitos
II. Os átomos caracterizam os elementos espaços vazios.
químicos, e somente os átomos de um mes- b) o átomo é maciço e indivisível.
mo elemento são idênticos em todos os as-
pectos. c) os elétrons são partículas de carga nega-
tiva e se localizam no núcleo do átomo.
III. As transformações químicas consistem da
d) o núcleo do átomo é constituído de car-
combinação, separação e/ou rearranjos de
gas positivas e negativas.
átomos.
e) o átomo é formado por uma “massa” de
IV. Compostos químicos são formados de carga positiva “recheada” de partículas de
átomos de dois ou mais elementos unidos em carga negativa: os elétrons.
razão fixa.
6. Alternativa "a".
Qual das opções abaixo se refere a todas 7. (UEPB—Adaptada) A Organização das Na-
as afirmações corretas?
ções Unidas (ONU) instituiu 2011 como o
a) I e lV. Ano Internacional da Química para cons-
b) II e III. cientizar o público sobre as contribuições
c) lI e lV. dessa ciência ao bem-estar da humanidade,
d) II, lll e lV. coincidindo com o centenário do recebimen-
to do Prêmio Nobel de Química por Marie
e) I, II, III e IV.
Curie.
4. Alternativa "e".
O prêmio recebido pela pesquisadora pola-
5. (Ufla) O elétron foi descoberto por Thomson
ca teve como finalidade homenageá-la pela
no fim do século XIX, o que lhe rendeu o
descoberta dos elementos químicos polônio
Prêmio Nobel. Uma característica do mode-
(Po) e rádio (Ra). Na verdade, esse foi o
lo atômico proposto por ele é:
segundo Prêmio Nobel recebido, sendo o
a) o átomo é indivisível. primeiro em Física, em 1903, pelas desco-
b) os elétrons ocupam orbitais com energias bertas no campo da radioatividade. Marie
bem definidas. Curie, assim, tornou-se a primeira pessoa a
c) o átomo sofre decaimento radioativo na- receber dois prêmios Nobel.
turalmente. Como outra homenagem, dessa vez post
d) o átomo é maciço e poderia ser associa- mortem, os restos mortais de Marie Curie
do a um pudim de passas. foram transladados, em 1995, para o Pan-
e) o átomo não é maciço e não poderia ser teão de Paris, local onde estão as maiores
associado a um pudim de passas. personalidades da França, em todos os
5. Alternativa "d". tempos. Além disso, o elemento de número
6. (CFTSC) Toda matéria é constituída de áto- atômico 96 recebeu o nome cúrio (Cm) em
mos. Atualmente, essa afirmação suporta todo homenagem ao casal Curie, Marie e seu
Livro 1 | Parte 1

o desenvolvimento da Química. Ao longo dos marido, Pierre.


anos, foram propostos vários modelos para O modelo atômico de Thomson afirma que
descrever o átomo. Em 1911, Rutherford re- o átomo é uma esfera de carga elétrica po-
alizou um experimento com o qual fazia um sitiva, não maciça, incrustada de elétrons, de
feixe de partículas alfa, de carga positiva, forma que a carga elétrica líquida é nula,

184 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 184 16/01/2023 22:36:42 EM

74 Capítulo 6 – O desenvolvimento do átomo

EM_ME_Quimica_1A.indb 74 11/02/2023 10:29


apontando para o átomo não mais como a 9. (Uerj) Em 1911, o cientista Ernest Rutherford
menor partícula de matéria. Para corroborar realizou um experimento que consistiu em
com as ideias de Thomson, seu aluno, Ernest bombardear uma finíssima lâmina de ouro
Rutherford, propôs um experimento que con- com partículas a, emitidas por um elemento
seguiria provar a veracidade das conclusões radioativo, e observou que:
de seu orientador. — A grande maioria das partículas a atra-
A atividade se baseava em passar a radia- vessava a lâmina de ouro sem sofrer desvios
ção proveniente de polônio radioativo por ou sofrendo desvios muito pequenos.
um conjunto de lâminas de chumbo com um — Uma em cada 10 mil partículas a eram
orifício central e atingir uma lâmina de ouro desviadas para um ângulo maior do que 90°.
extremamente fina, anterior a um anteparo Com base nas observações acima, Rutherford
móvel recoberto com sulfeto de zinco. Entre- pôde chegar à seguinte conclusão quanto à
tanto, seus resultados não foram os espera- estrutura do átomo:
dos por Rutherford. a) O átomo é maciço e eletricamente neutro.
Qual das alternativas a seguir apresenta b) A carga elétrica do elétron é negativa e
uma observação que não pode ser conclu- puntiforme.
ída a partir dos resultados do experimento? c) O ouro é radioativo e um bom condutor
a) O átomo contém imensos espaços vazios. de corrente elétrica.
b) A maioria das partículas alfa, provenientes da d) O núcleo do átomo é pequeno e contém
a maior parte da massa.
amostra de polônio, atravessou a placa de ouro
sem sofrer desvio considerável em sua trajetória. 9. Alternativa "d".
10. Considerando que o modelo de Thomson
c) O núcleo do átomo tem carga positiva.
tratou de novos conhecimentos sobre o
d) No centro do átomo, existe um núcleo átomo, que até então não haviam sido pro-
muito pequeno e denso. postos por falta de embasamento científico,
e) O átomo é composto de um núcleo e de quais dos itens a seguir estão de acordo
elétrons em seu redor, que giram em órbitas com esse modelo atômico?
elípticas. I — Natureza elétrica da matéria
7. Alternativa "a". II — Indivisibilidade do átomo
8. O modelo atômico proposto por Thomson III — Presença de partículas pequenas e
auxiliou a ciência no entendimento de al- com carga no átomo
guns acontecimentos naturais e outros cria- a) I.
dos pelo ser humano. Usando o modelo de b) II.
Thomson, podemos entender os seguintes c) III.
acontecimentos, exceto: d) I e II.
a) o funcionamento de um ebulidor elétrico e) I e III.
(corrente elétrica). 10. Alternativa: "e".
b) a formação de raios catódicos no tubo
de televisão.
c) a atração entre pedaços de papel após
serem atritados.
d) a emissão de luz de uma lâmpada fluo-
Livro 1 | Parte 1

rescente.
8. Alternativa "d".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 185

6:42 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 185 16/01/2023 22:36:42

O desenvolvimento do átomo – Capítulo 6 75

EM_ME_Quimica_1A.indb 75 11/02/2023 10:29


CAPÍTULO 7
As pessoas possuem número de identidade, número
de Cadastro de Pessoa Física (CPF), número de título de
eleitor; as ruas têm número de Código de Endereçamen-
to Postal (CEP); e os carros, sua placa e chassi. De modo
semelhante, os átomos dos elementos químicos também
recebem números específicos para sua identificação.
Neste capítulo, estudaremos esses números, seus sig-
nificados e como alguns deles podem ser determinados.
Adisa | Shutterstock

EM_ME_Quimica_1A.indb 76 11/02/2023 10:29


Características
atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 77 11/02/2023 10:29


BNCC
Número atômico
Habilidades trabalhadas no
O número atômico de um elemento químico indica o número
capítulo de prótons existentes dentro do núcleo, permitindo diferenciar um
elemento químico do outro. Dessa forma, não existem dois átomos
EM13CNT101 diferentes com o mesmo número atômico. Para facilitar seu estudo,
EM13CNT103 Nêutron Próton esse número é representado pela letra Z.
Por exemplo, para o sódio (Na), Z(Na) = 11; ou, para o cloro (Cl),
EM13CNT201 Z(Cl) = 17.
Elétron
EM13CNT205 De maneira resumida, pode-se escrever que Z = número de
prótons no núcleo, que são simplesmente representados por p.
EM13CNT301 Z=p
Para o átomo representado na figura ao lado, com 3 prótons
(esferas vermelhas), Z = 3.
EM13CNT303
O número atômico é representado em índice inferior antes do
EM13CNT306 símbolo do átomo. Por exemplo, para o carbono, representado pela
letra C, com 6 prótons, 6C.
EM13CNT309
EM13CNT310 Microscópio de força atômica distingue átomos de diferentes elementos

organizam, mas não eram capazes de dis-


tinguir entre átomos de diferentes elementos
químicos.
Há pouco mais de dez anos, uma equipe
Objetivos da Universidade de Osaka, Japão, descobriu
Georgy Shafeev/Shutterstock.com

uma forma de utilizar o microscópio de força


pedagógicos atômica para produzir imagens que revelam
a identidade química de átomos individuais
sobre uma superfície.
ƒ Compreender a definição de número Esses átomos atraem ou repelem a finís-
sima ponta em forma de pirâmide do micros-
atômico. cópio de força atômica à medida que ela se
ƒ Compreender como funciona um
Imagem de microestrutura de silício gerada com Microscó-
pio de Força Atômica (AFM).
move acima deles, revelando sua presença.
A intensidade dessa força depende da dis-
microscópio de força atômica. tância entre a ponta e o átomo.
ƒ Entender a definição de número de A identidade química de átomos indivi-
duais depositados sobre uma superfície pode
A relação entre força e distância é ligei-
ramente diferente para átomos de diferentes
massa. ser determinada graças a um microscópio de elementos, representando uma espécie de
ƒ Reconhecer um elemento químico atra- força atômica incrivelmente poderoso. Isso sig-
nifica que os cientistas podem olhar para um
impressão digital para cada tipo de átomo.
Os pesquisadores se aproveitaram desse fe-
vés de sua representação. material misto e capturar átomos individuais nômeno para distinguir átomos de chumbo,
estanho e silício.
ƒ Compreender a definição de número de diferentes elementos sobre sua superfície,
como o estanho e o silício. Esse avanço permi- Microscópios de tunelamento são capa-
de elétrons de um elemento químico. te que os pesquisadores entendam a estrutura- zes de fazer tais distinções, mas eles somente
ção de materiais complexos e projetem novos funcionam com materiais condutores ou se-
materiais com propriedades diversas. micondutores, uma limitação que os micros-
cópios de força atômica não possuem. Essa
Livro 1 | Parte 1

Microscópios de força atômica já são


Anotações rotineiramente utilizados para visualizar áto- realização fornece uma ferramenta universal
mos sobre superfícies e revelar como eles se para esse tipo de identificação química.
Disponível em: https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010165070305&id=010165070305#.
YjjUhOrMKUl. Acesso em 21/03/2022. Adaptado.

188 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 188 16/01/2023 22:36:43 EM_

78 Capítulo 7 – Características atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 78 11/02/2023 10:29


Número de massa Tome Nota
O número de massa corresponde à soma das partículas
presentes no núcleo dos átomos, isto é, a soma do número de
prótons (p) com o número de nêutrons (n). O número de massa
de um átomo é representado pela letra A. Assim, matematica- Leitura
mente, podemos escrever que: complementar
A=p+n
Microscopia de força
Considere, por exemplo, um átomo de carbono, que pos-
sui seis prótons (p = 6). Imaginando que ele tenha seis nêutrons atômica
(n = 6), tal átomo terá massa igual a doze, já que A = p + n
→ A = 6 + 6 → A = 12.
Esse número de massa é representado em índice superior, an-
A microscopia de força atômica,
tes do símbolo do átomo. Por exemplo, com o carbono, representa- também conhecida como AFM, é uma
do pela letra C, teríamos 126 C, em que doze corresponde à massa microscopia sem lentes: ela envolve, na
e seis se refere ao número de prótons.
verdade, diferentes modos de operação
Representando o elemento químico para obtenção de imagens e tem se mos-
Um elemento químico corresponde a um conjunto de áto-
trado de grande importância na carac-
mos que possuem mesmo número de prótons em seu núcleo, ou terização de superfícies. Essa técnica é
seja, o mesmo número atômico (Z).
Como exemplo, temos o oxigênio, elemento químico cons-
muito usada para caracterizar morfolo-
tituído por todos os átomos que possuem número atômico igual gicamente materiais, com precisão em
a 8, o que corresponde a 8 prótons. Outro exemplo é o cálcio,
elemento químico constituído por todos os átomos que possuem escala micro, nano ou subnano.
número atômico 20, ou seja, com 20 prótons. “Trata-se da técnica de maior preci-
Segundo a União Internacional de Química Pura e Aplica-
da (IUPAC), um elemento químico deve ser representado indican- são em termos de caracterização de es-
do-se, junto ao seu símbolo, o número atômico e o número de truturas verticais, possibilitando, inclusive, a
massa, segundo o esquema abaixo:
realização de medidas em ar e em meio
A

Z X líquido, e a obtenção de imagens com re-


solução superior à das imagens obtidas
com técnicas mais conhecidas, como a mi-
Número de elétrons croscopia eletrônica de varredura”, expli-
Para átomos eletricamente neutros, o número de prótons ca a professora Maria Cecília Salvadori,
é igual ao de elétrons. Por exemplo, cloro (Cl) possui Z = 17,
prótons = 17, portanto elétrons = 17; ou, no caso do sódio (Na), do Instituto de Física (IF) da USP.
Z = 11, prótons = 11 e, assim, elétrons = 11.
No entanto, os átomos têm a capacidade de ganhar ou Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/mi-
Livro 1 | Parte 1

perder elétrons, formando novas espécies carregadas eletrica- croscopia-de-forca-atomica-e-tecnica-poderosa-


mente, denominadas íons. Os átomos, quando perdem elétrons, -para-analisar-materiais/. Acesso em: 27/05/2022.
originam o íon positivo, que recebe o nome de cátion, e quando Adaptado.
ganham elétrons formam o íon negativo, que recebe o nome de
ânion.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 189
Anotações

:36:43 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 189 16/01/2023 22:36:43

Características atômicas – Capítulo 7 79

EM_ME_Quimica_1A.indb 79 11/02/2023 10:29


Tome Nota Por exemplo, quando um átomo neutro de cloro — que tem
17 prótons, 18 nêutrons e 17 elétrons — ganha 1 elétron, ele
transforma-se no ânion cloreto (Cl1-), que terá 17 prótons, 18
nêutrons e 18 elétrons.
Ganha 1 e–

Átomo de cloro, com 17 elétrons, ganha 1 elétron, ficando com 18 elétrons e tornando-
-se um ânion.

No entanto, quando o átomo de sódio (Na) — que tem 11


prótons, 12 nêutrons e 11 elétrons — perde 1 elétron, ele se torna
um cátion sódio (Na1+), pois, como perdeu 1 elétron, que tem car-
ga negativa, a sua representação, enquanto cátion, é positiva.
É importante, ainda, ressaltar o aspecto do tamanho dos
átomos referente à perda ou ao ganho de elétrons. Observe nas
imagens que, ao ganhar elétrons, o átomo tem seu tamanho au-
mentado e, ao perder elétrons (caso do sódio), tem seu tamanho
diminuído.

Perde 1 e–

Átomo de sódio (com 11 elétrons), quando perde 1 elétron, torna-se um cátion de sódio
com apenas 10 elétrons.

O número de elétrons na última camada de um elemento


químico e o tamanho de seu átomo influenciam na sua capaci-
Livro 1 | Parte 1

dade de ganhar ou perder elétrons. Quanto menor é o átomo,


maior é a atração que seu núcleo exerce sobre elétrons peri-
féricos; e, portanto, também possuirá maior avidez por elétrons.
Átomos pequenos atraem elétrons mais eficazmente do que áto-
mos grandes.
190 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 190 16/01/2023 22:36:44 EM

80 Capítulo 7 – Características atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 80 11/02/2023 10:29


Agora é sua vez!

1. O íon 39
K possui:
19
Coloração Agente de Estado
de Número
a) 19 prótons. cor atômico
oxidação
b) 19 nêutrons.
c) 39 elétrons. Verde Cr (crômio) Cr3+ 24
d) Número de massa igual a 20. Amarelo Cr (crômio) Cr6+ 24
e) Número atômico igual a 39. Marrom-
Fe (ferro) Fe3+ 26
1. Alternativa "a". -amarelado
2. Os números atômicos e de massa dos áto- Verde-
mos A e B são dados em função de x. Fe (ferro) Fe2+ 26
-azulado
8x
A
5 x + 12
B Azul-claro Cu (cobre) Cu2+ 29
3x + 4 4 x -1

Sabendo-se que o número de massa de A a) o número de prótons do cátion Fe2+ é


é igual ao número de massa de B, pode-se igual a 24.
concluir que: b) o número de elétrons do cátion Cu2+ é 29.
a) A e B pertencem ao mesmo elemento c) Fe2+ e Fe3+ não se referem ao mesmo ele-
químico. mento químico.
d) o cátion Cr3+ possui 21 elétrons.
b) B possui 16 nêutrons.
e) no cátion Cr6+, o número de elétrons é
c) o número atômico de A é 15.
igual ao número de prótons.
d) o número de nêutrons é igual ao número
4. Alternativa "d".
de prótons para o átomo A. 5. (UFPE) Isótopos radiativos são empregados
e) o número de massa de B é 33. no diagnóstico e tratamento de inúmeras
2. Alternativa "d". doenças. Qual é a principal propriedade
3. (PUC–RS) A espécie química que apresenta que caracteriza um elemento químico?
52 prótons, 75 nêutrons e 54 elétrons é: a) Número de massa.
a) 52Cr2+ b) Número de prótons.
b) 112Cd2+ c) Número de nêutrons.
c) 186Re2- d) Energia de ionização.
d) 131Xe e) Diferença entre o número de prótons e
de nêutrons.
e) 127Te2-
5. Alternativa "b".
3. Alternativa "e". 6. (Fuvest) O átomo constituído de 17 prótons,
4. Os "agentes de cor", como o próprio nome su-
18 nêutrons e 17 elétrons possui número
gere, são utilizados na indústria para a produ- atômico e número de massa, respectivamen-
ção de cerâmicas e vidros coloridos. Tratam-se, te, igual a:
em geral, de compostos de metais de transição, a) 17 e 17.
e a cor final depende, entre outros fatores, do b) 17 e 18.
Livro 1 | Parte 1

estado de oxidação do metal, conforme mos-


c) 18 e 17.
tram os exemplos na tabela a seguir.
d) 17 e 35.
Com base nas informações fornecidas na
tabela, é correto afirmar que: e) 35 e 17.
6. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 191

6:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 191 16/01/2023 22:36:44

Características atômicas – Capítulo 7 81

EM_ME_Quimica_1A.indb 81 11/02/2023 10:29


De olho no vestibular/Enem

1. (Mackenzie–Adaptada) O número de pró- 5. (UFG) O número de prótons, nêutrons e elé-


2+
tons, de elétrons e de nêutrons do átomo trons representados por 138
56 Ba são, respec-
35
17 Cl
é, respectivamente: tivamente:
a) 17, 17 e 20. a) 56, 82 e 56.
b) 35, 17 e 20. b) 56, 82 e 54.
c) 17, 18 e 20. c) 56, 82 e 58.
d) 17, 35 e 35. d) 82, 138 e 56.
e) 54, 35 e 17. e) 82, 194 e 56.
1. Alternativa "a". 5. Alternativa "b".
2. (UEL) Considere os íons representados a seguir: 6. (Mackenzie) O íon X3– tem 36 elétrons e 42
127 1- 48 4+ nêutrons. O átomo neutro X apresenta nú-
53 A 22 C mero atômico e número de massa, respecti-
vamente:
É correto afirmar que o: a) 42 e 78.
a) ânion A possui 74 nêutrons. b) 36 e 78.
b) ânion A possui número de massa igual a c) 30 e 72.
126. d) 33 e 75.
c) cátion C possui 22 elétrons. e) 36 e 75.
d) cátion C possui 48 prótons. 6. Alternativa "d".
e) cátion C possui 30 nêutrons. 7. (UFPE) Isótopos radioativos de iodo são utili-
2. Alternativa "a". zados no diagnóstico e tratamento de pro-
3. (UFMA) Em um átomo com 22 elétrons e 26 blemas da tireoide e são, em geral, ministra-
nêutrons, seu número atômico e número de dos na forma de sais de iodeto. O número
massa são, respectivamente: de prótons, nêutrons e elétrons no isótopo
1-
a) 22 e 26. 131 do iodeto 13153 I são, respectivamente:
b) 26 e 48. a) 53, 78 e 52.
c) 26 e 22. b) 53, 78 e 54.
d) 48 e 22. c) 53, 131 e 53.
e) 22 e 48. d) 131, 53 e 131.
3. Alternativa "e". e) 52, 78 e 53.
4. (UFPA) Os isótopos do hidrogênio receberam 7. Alternativa "b".
os nomes de prótio ( 11H ), deutério ( 21H ) e trítio 8. O átomo constituído de 11 prótons, 12 nêu-
( 31H ). Nesses átomos os números de nêutrons trons e 11 elétrons apresenta, respectivamente,
são, respectivamente, iguais a: número atômico e número de massa iguais a:
EM_
a) 0, 1 e 2. a) 11 e 11.
b) 1, 1 e 1. b) 12 e 11.
Livro 1 | Parte 1

c) 1, 1 e 2. c) 23 e 11.
d) 1, 2 e 3. d) 11 e 12.
e) 2, 3 e 4. e) 11 e 23.
4. Alternativa "a". 8. Alternativa "e".

192 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 192 16/01/2023 22:36:44

82 Capítulo 7 – Características atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 82 11/02/2023 10:29


9. O átomo 35 Cl tem igual número de nêutrons 13. Um elemento químico A tem as seguintes ca-
17
que o átomo 20x Ca . O número de massa x racterísticas: número de massa = 39; número
do átomo de Ca é igual a: atômico = 19. Podemos concluir que:
a) 10 a) o átomo tem 39 elétrons.
b) 17 b) o núcleo contém 20 nêutrons. Leitura
c) 20 c) o número de prótons é igual a 20.
d) 37 d) o número atômico é igual ao número de
complementar
e) 40 nêutrons.
9. Alternativa "e". e) a soma dos números de prótons e elétrons Iodo Radioativo
10. (Fuvest) O número de elétrons do cátion X2+ é igual a 39.
de um elemento X é igual ao número de 13. Alternativa "b".
elétrons do átomo neutro de um gás nobre. 14. Qual dos conceitos abaixo expressa corre- O iodo é um halogênio encontrado
Este átomo de gás nobre apresenta número tamente a noção de elemento químico? para consumo humano, principalmente,
atômico 10 e número de massa 20. O nú- a) O conjunto de átomos que têm o mesmo
mero atômico do elemento X é: número de massa.
sob forma KI (iodeto de potássio) como
a) 8 b) A menor porção de uma substância que um dos componentes do sal de cozinha.
b) 10 conserva as propriedades da mesma. Seu uso é indicado em pequenas quan-
c) 12 c) Uma porção de átomos de um mesmo
peso atômico.
tidades e apenas para melhor funciona-
d) 18
e) 20 d) O conjunto de átomos que têm o mesmo mento da tireoide, pois os hormônios pro-
10. Alternativa "c". número atômico. duzidos por esta glândula são também
11. e) A menor porção material que participa
O número atômico (Z) e o número de massa (A)
de uma transformação química. constituídos por iodo.
de um íon monoatômico com carga 3+ que
contém 10 elétrons e 14 nêutrons são, res- 14. Alternativa "d". Dentre os isótopos já conhecidos
pectivamente: 15. Um determinado elemento químico originou do iodo, o I-131, classificado como um
a) 13 e 27. um cátion metálico bivalente, que apresenta-
va 36 elétrons e 58 nêutrons. A partir des- iodo radioativo, é utilizado na medicina
b) 24 e 21.
c) 14 e 24.
sas informações, marque a alternativa que de diagnóstico para o tratamento de tu-
apresenta o número atômico e número de
d) 13 e 24. massa, respectivamente, desse elemento.
mores na tireoide. Isso se deve ao fato
e) 14 e 27. a) 38 e 96. de que esse isótopo libera radiação com
11. Alternativa "a". b) 36 e 94. características semelhantes às dos raios
12. O número de massa de um dos isótopos do c) 38 e 94.
urânio é igual a 233. Sendo esse elemento X e da radiação beta, sendo esta última
d) 32 e 96.
o de número atômico mais elevado entre os
e) 34 e 92.
capaz de destruir as células carcinogêni-
elementos naturais, podemos afirmar que:
15. Alternativa: "a". cas em questão. A radiação gama, tam-
a) possui 141 elétrons e 141 prótons.
b) seu número de massa é menor que seu bém emitida por núcleos de iodo 131, é
número atômico. empregada em serviços de diagnóstico
c) possui 141 nêutrons. como a cintilografia.
d) apresenta isótopos de número de massa
Livro 1 | Parte 1

inferior a 233. Vale ressaltar que o isótopo I-13


e) possui um raio atômico 233 vezes maior possui meia-vida de aproximadamente
que o raio atômico do hidrogênio. oito dias. Por isso, durante algum tempo, o
12. Alternativa "c".
paciente submetido a qualquer tratamen-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 193 to que utilize tal substância deve se man-
ter afastado de outras pessoas, pois, com
a ingestão, a radiação emitida pelo iodo
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 193 16/01/2023 22:36:45
consegue ultrapassar as barreiras muscu-
lares e ósseas. Desse modo, qualquer um
Anotações que esteja por perto ou em contato pro-
longado estará exposto aos efeitos dessa
substância.
Disponível em: https://www.infoescola.com/ele-
mentos-quimicos/iodo-radioativo/. Acesso em:
27/05/2022. Adaptado.

6:44

Características atômicas – Capítulo 7 83

EM_ME_Quimica_1A.indb 83 11/02/2023 10:29


CAPÍTULO 8
Quais seriam as semelhanças dos átomos? As semelhan-
ças atômicas podem ser referentes ao número de elétrons,
nêutrons, massa e número atômico particular de cada átomo.
Quando pares apresentam um desses números iguais, os áto-
mos recebem nomes particulares: isótopos, isóbaros, isótonos
e isoeletrônicos. Essa classificação é o foco do nosso estudo
neste capítulo.
alenkasm | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 84 11/02/2023 10:29


Semelhanças
atômicas

integração
de saberes
Na natureza, encontramos diversos tipos de matéria
que se assemelham. Por exemplo, existem várias espé-
cies de plantas estruturalmente semelhantes. Além de-
las, há também animais e, ainda, seres humanos, como
os gêmeos. Aproveite a aula de Biologia e faça compa-
rações entre as características semelhantes que podem
ser percebidas nos alunos de sua escola — conversem
sobre o motivo de termos tantas características seme-
lhantes.

EM_ME_Quimica_1A.indb 85 11/02/2023 10:29


BNCC
Tá na mídia Isótopos
Habilidades trabalhadas no Alguns elementos químicos possuem
isótopos, como acontece com o car-
capítulo bono. Além das estruturas comumen-
Os átomos que apresentam o mesmo número atômico, mas
diferentes números de massa são classificados como isótopos.
te conhecidas, como o carbono gra-
EM13CNT101 fite e o carbono diamante, também Pode-se dizer que os isótopos são átomos do mesmo elemento
existe o grafeno, que é um material químico que possuem diferentes números de nêutrons e, por isso,
EM13CNT103 promissor a ser utilizado em diversas
possuem números de massa distintos.
áreas, favorecendo o desenvolvi-
EM13CNT201 mento da sociedade. Cada isótopo é também chamado de nuclídeo. A isotopia
é um fenômeno muito comum na natureza. Quase todos os ele-
EM13CNT205 Quer saber mais sobre o grafeno mentos químicos naturais são formados por mistura de isótopos
e sua descoberta? Acesse o QR
e têm propriedades químicas iguais, pois dependem da estrutura
EM13CNT301 Code a seguir:
da eletrosfera, de propriedades físicas diferentes e da massa do
EM13CNT303 Grafeno no Brasil: uma promessa átomo, que também é diferente. Por exemplo, o prótio (H) e o
com potencial, mas que ainda não deutério (D) são gasosos, porém a densidade — uma proprieda-
EM13CNT306 decolou | Canal Tech
de física — do deutério é o dobro da do hidrogênio.
EM13CNT309
EM13CNT310

Objetivos
pedagógicos Hidrogênios pesados
Hidrogênio leve

ƒ Compreender a definição de isótopos, Prótio Deutério Trítio

isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. 1


H
1

ƒ Reconhecer a importância dos isóto- 1


1H
2
1 H
pos para a sociedade. 1
H
1
2
1 H
3
1 H
2
H 3
H
1
1 próton 1 1 próton 1 próton
3

Anotações 1 H
1 elétron
1 nêutron
1 elétron
2 nêutrons
1 elétron
Isótopos do hidrogênio.
Livro 1 | Parte 1

Carbono-12 Carbono-13 Carbono-14


Próton Nêutron Elétron
Formas isotópicas do carbono 12, 13 e 14; observa-se que há um aumento do
número de nêutrons da forma de massa 12 para a de massa 14.

196 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 196 16/01/2023 22:36:46 EM_

86 Capítulo 8 – Semelhanças atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 86 11/02/2023 10:29


Estrutura Libby (1908—1980), o que lhe valeu o
atômica
do Mg
Prêmio Nobel de Química de 1960.
A maior parte do carbono presente
na Terra é composta de uma mistura de
Isótopos
de Mg dois isótopos estáveis: 98,9% de carbono
12 e 1,1% de carbono 13. Contudo, amos-
tras naturais de carbono sempre contêm
traços de um terceiro isótopo, o carbono
14, radioativo, o qual emite radiação β e
24
12 Mg 25
12 Mg 26
12 Mg
Barra do metal magnésio que apresenta possui um tempo de meia-vida de 5.730
78,9% 10% 11,1%
em sua composição magnésio 24, 25 e 26,
estando em maior proporção o 24, com anos. O carbono 14 está presente na
78,9% da massa total.
Terra em uma proporção de 1 para cada
1.012 átomos, sendo que 1 g de carbono
Os isótopos apresentam diversas aplicações em várias Tome Nota apresenta aproximadamente 14 dpm (de-
áreas da ciência. Os isótopos radioativos (radioisótopos), por
exemplo, podem ser utilizados como marcadores para estudar
sintegrações por minuto), uma quantidade
os processos químicos e biológicos em organismos ou na esteri- ínfima de radiação, que, contudo, pode
lização de alimentos, destruindo germes e bactérias através da ser facilmente detectada utilizando-se téc-
irradiação por raios gama. Na área da medicina, os radioisó-
topos são empregados comumente em técnicas complementares nicas modernas.
de diagnóstico, permitindo imagens com mais detalhes dos ór- Libby desenvolveu a técnica de da-
gãos internos do que as obtidas convencionalmente através de
raios X. tação através do carbono 14, utilizando
Outra aplicação importante dos radioisótopos é na ar- contadores Geiger muito sensíveis que
queologia, na datação de fósseis através de carbono-14. O
C-14 é formado continuamente na atmosfera e entra no pro-
ele mesmo desenvolveu, nos quais se
cesso de fotossíntese. Por isso, todos os seres vivos possuem, em media a radiação emitida pela amostra,
sua composição geral, certa porcentagem de C-14. Quando os requerendo-se quantidades relativamente
seres vivos morrem, inicia-se uma diminuição da quantidade de
carbono-14 em razão da sua desintegração radioativa. Sabe- grandes dela. Contudo, na versão moder-
-se que a meia-vida do C-14 é de 5.740 anos. Esse é o tempo na da técnica, utiliza-se um espectrômetro
que o C-14 leva para transformar metade dos seus átomos em
C-12. A idade do fóssil é descoberta se baseando no cálculo de massas como equipamento, no qual os
comparativo entre a quantidade habitual encontrada na matéria átomos de carbono são convertidos em
Livro 1 | Parte 1

viva e aquela que foi descoberta no fóssil.


íons C-, mediante bombardeio da amostra
com átomos de césio. Os números de áto-
mos de carbono com as diversas massas
são assim determinados, obtendo-se a re-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 197
lação 14C/12C, que diminui com o tempo.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
:36:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 197 16/01/2023 22:36:47 qnesc16/v16_A03. Acesso em: 27/05/2022.
Leitura aplicação desse tipo de fenômeno é a Adaptado.
datação de materiais através da medida
complementar do decaimento do carbono 14. A técnica
A química do tempo: o do radiocarbono é hoje largamente utili-
carbono 14 zada pela Arqueologia e Antropologia
para a determinação da idade aproxi-
Em certos casos, a idade de um mada dos mais diversos artefatos. A téc-
dado material pode ser determinada nica de datação através da medida do
com base na taxa de decaimento de um decaimento radioativo do carbono 14 foi
isótopo radioativo. O melhor exemplo da desenvolvida, em 1946, por Willard Frank

Semelhanças atômicas – Capítulo 8 87

EM_ME_Quimica_1A.indb 87 11/02/2023 10:29


Sugestão de
abordagem Isótopo radioativo do rádio é promissor em trata-
mento contra câncer de próstata hormônio-refratário
O vídeo disponível no QR Code
a seguir trata da datação por carbono,
apresentando elementos visuais e infor-
mações que aprofundam o assunto tra-
balhado nesse capítulo.

amoklv | Depositphotos

A utilização do isótopo radioativo 223 em um estudo para comprovar sua eficácia


no tratamento de pacientes com câncer de próstata refratário à hormonioterapia revelou
resultados promissores, segundo um artigo publicado na edição on-line da revista britânica
The Lancet.
O câncer de próstata hormônio-refratário (CPHR) é, segundo os médicos, o tumor que
apresentou progressão, apesar da remoção dos hormônios androgênicos testiculares por
Sugestão de castração ou bloqueio androgênico máximo.
abordagem Os pacientes que sofrem desse tipo de câncer possuem sintomas como dor nos ossos,
compressão da medula espinhal e fraturas patológicas, acrescenta o relatório. Segundo o
estudo, os tratamentos empregados para curar os problemas nos ossos, como o uso dos isó-
topos radioativos que emitem partículas beta com estrôncio 89, reduzem a dor do paciente.
A utilização de um simulador esti- Um grupo de cientistas do Instituto para a Pesquisa do Câncer e do Hospital Royal
Marsden de Sutton (Reino Unido), liderado pelo doutor Christopher Parker, acompanhou 64
mulará o conhecimento dos alunos em re- pacientes que sofriam dessa doença. Parker e seus colegas avaliam que esse tipo de trata-
lação a isótopos e massa atômica. Com mento teria um efeito maior no combate dos tumores.
base nele, os alunos poderão responder Inicialmente, os pacientes foram divididos em dois grupos de forma aleatória. Os es-
pecialistas submeteram, então, o primeiro grupo, de 33 pessoas, à radioterapia com feixes
a perguntas como: Será que todos os externos e a quatro injeções de rádio-223. O outro grupo recebeu as mesmas doses de
átomos de um determinado elemento são radioterapia, além de um placebo.
Nos pacientes que receberam o rádio-223, foi detectada uma diminuição de 66% em
iguais? Como é possível distinguir um isó- seus níveis de fosfatase alcalina óssea, considerada um sinal desse tipo de câncer. Além
Livro 1 | Parte 1

topo de outro? disso, o período de sobrevivência observado nos pacientes tratados com rádio-223 foi 41%
superior ao das pessoas do grupo que receberam apenas o placebo.
O simulador está disponível no QR
Code a seguir. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/efe/2007/06/02/isotopo-radioativo-223-e-promissor-em-tratamento-contra-cancer-
de-prostata-hormonio-refratario.htm. Acesso em: 5/10/2021. Adaptado.

198 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 198 16/01/2023 22:36:47 EM_

Anotações

88 Capítulo 8 – Semelhanças atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 88 11/02/2023 10:29


Isóbaros Tome Nota
Os átomos de elementos diferentes que possuem o mesmo
número de massa (A), mas diferem no número atômico (Z), são
chamados de isóbaros. Por exemplo, os elementos cálcio (Ca) e
argônio (Ar). Observe. Sugestão de
40
Ca 40
Ar
abordagem
20 18

Isoquímico é um jogo de cartas


Como os isóbaros não são do mesmo elemento químico,
suas propriedades químicas são diferentes. no qual os jogadores devem identificar
elementos isótopos, isóbaros, isótonos e
Isótonos espécies isoeletrônicas, formando pares.
Os átomos com mesmo número de nêutrons (N) e diferente Seu objetivo é, principalmente, educativo
número atômico (Z) e de massa (A) são chamados de isótonos. e conta com 76 cartas no total. Acesse
Como os isótonos pertencem a diferentes elementos quími-
cos, possuem diferentes propriedades químicas e físicas. o manual de regras e os materiais (cartas
e o encarte de consulta) no QR Code a
Por exemplo:
seguir.
10
B Be
11
5 4
N=A-Z N=A-Z
N = 11 - 5 N = 10 - 4
N =6 N =6
Ambos possuem 6 nêutrons, isso significa que são isótonos.

Outro exemplo de isótonos: cálcio (Ca) e cloro (Cl).

Isoeletrônicos
Os elementos químicos (átomos e íons) que apresentam a
mesma quantidade de elétrons são denominados isoeletrônicos,
como as espécies 12Mg2+, 9F1-e 7N3-. Observe.

Para o magnésio →12Mg2+ = 10 elétrons


Para o flúor→ 9F1- = 10 elétrons
Anotações
Para o nitrogênio→ 7N3- = 10 elétrons
Livro 1 | Parte 1

O mesmo pode ser falado para o 15P3- e o 20Ca2+. Observe.


Para o fósforo → 15P3- = 18 elétrons
Para o cálcio → 20Ca2+ = 18 elétrons

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 199

:36:47 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 199 16/01/2023 22:36:47

Semelhanças atômicas – Capítulo 8 89

EM_ME_Quimica_1A.indb 89 11/02/2023 10:29


Agora é sua vez!

1. São dadas as seguintes afirmações relativas 5. São definidas quatro espécies de átomos
aos átomos X, Y e Z: neutros em termos de partículas nucleares:
I. X é isóbaro de Y e isótono de Z. Átomo I – possui 18 prótons e 21 nêutrons.
II. Y tem número atômico 56, número de Átomo II – possui 19 prótons e 20 nêutrons.
massa 137 e é isótopo de Z. Átomo III – possui 20 prótons e 19 nêutrons.
III. O número de massa de Z é 138. Átomo IV – possui 20 prótons e 20 nêutrons.
O número atômico de X é: Pode-se concluir que:
a) 53. d) 56.
a) os átomos III e IV são isóbaros.
b) 54. e) 57.
b) os átomos II e III são isoeletrônicos.
c) 55.
c) os átomos II e IV são isótopos.
1. Alternativa "c".
d) os átomos I e II são isótopos.
2. Os íons 10 F1— e 23
11Na
1+
possuem o mesmo
número:
9
e) os átomos II e III possuem o mesmo núme-
ro de massa.
a) atômico.
5. Alternativa "e".
b) de elétrons.
6. Dois átomos, A e B, são isóbaros. O átomo
c) de massa.
A tem número de massa 4x + 5 e número
d) de nêutrons. atômico 2x + 2; e B tem número de massa
e) de prótons. 5x - 1. O número atômico, número de massa,
2. Alternativa "b". número de nêutrons e número de elétrons do
3. Se o isótopo do chumbo que apresenta nú- átomo A correspondem, respectivamente, a:
mero de massa 210 forma íons Pb2+ e Pb4+, a) 10, 29, 14 e 15.
que possuem, respectivamente, 80 e 78
b) 29, 15, 14 e 15.
elétrons, então o número de nêutrons desse
átomo neutro é: c) 29, 15, 15 e 14.
a) 138. d) 14, 29, 15 e 14.
b) 130. e) 29, 14, 15 e 15.
c) 132. 6. Alternativa "d".
d) 128. 7. Um átomo X tem 56 prótons e 81 nêutrons.
e) 158. Um átomo Y tem número de massa 138 e é
3. Alternativa "d". isótono de X; logo, podemos afirmar que o
4. O íon de carga 3 - tem o mesmo número de número atômico do átomo Y é igual a:
elétrons de certo átomo, cujo número atômi- a) 56.
co é 14. Sabendo-se que o íon possui 20 b) 57.
nêutrons, o número atômico e o número de
massa do átomo que dá origem a esse íon c) 81.
são, respectivamente: d) 82.
a) 11 e 31. e) 138.
Livro 1 | Parte 1

b) 14 e 34. 7. Alternativa "b".


c) 17 e 37.
d) 37 e 17.
e) 34 e 14.
4. Alternativa "a".
200 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 200 16/01/2023 22:36:47 EM

90 Capítulo 8 – Semelhanças atômicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 90 11/02/2023 10:29


De olho no vestibular/Enem
1. (Fuvest) As espécies Fe2+e Fe3+, provenientes 3. (Enem) Os núcleos dos átomos são constituídos
de isótopos distintos do ferro, diferem entre de prótons e nêutrons, sendo ambos os prin-
si quanto ao número: cipais responsáveis pela sua massa. Nota-se
a) atômico e ao número de oxidação. que, na maioria dos núcleos, essas partículas
não estão presentes na mesma proporção. O
b) atômico e ao raio iônico. gráfico mostra a quantidade de nêutrons (N)
c) de prótons e ao número de elétrons. em função da quantidade de prótons (Z) para
d) de elétrons e ao número de nêutrons. os núcleos estáveis conhecidos.
160
e) de prótons e ao número de nêutrons.
150
1. Alternativa "d". Núcleos estáveis
2. (UFF) Alguns estudantes de Química, avalian- 140
do seus conhecimentos relativos a conceitos 130
básicos para o estudo do átomo, analisam
120
as seguintes afirmativas:
I. Átomos isótopos são aqueles que possuem 110
mesmo número atômico e números de massa 100
diferentes.
Número de nêutrons (N)

80
II. O número atômico de um elemento cor-
responde à soma do número de prótons 70
com o de nêutrons. 60
III. O número de massa de um átomo, em 50 Z = N para os núcleos sobre
particular, é a soma do número de prótons a linha
com o de elétrons. 40
IV. Átomos isóbaros são aqueles que pos- 30
suem números atômicos diferentes e mesmo
20
número de massa.
V. Átomos isótonos são aqueles que apre- 10
sentam números atômicos diferentes, núme- 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
ros de massa diferentes e mesmo número de Número de prótons (Z)
nêutrons. O antimônio é um elemento químico que
Esses estudantes concluem, corretamente, possui 50 prótons e vários isótopos — áto-
que as afirmativas verdadeiras são as indi- mos que só se diferem pelo número de nêu-
cadas apenas por: trons. De acordo com o gráfico, os isótopos
a) I, III e V. estáveis do antimônio possuem:
b) I, IV e V. a) entre 12 e 24 nêutrons a menos que o
número de prótons.
c) II e III.
b) exatamente o mesmo número de prótons
d) II, III e V. e nêutrons.
e) II e V. c) entre 0 e 12 nêutrons a mais que o núme-
ro de prótons.
Livro 1 | Parte 1

2. Alternativa "b".
d) entre 12 e 24 nêutrons a mais que o nú-
mero de prótons.
e) entre 0 e 12 nêutrons a menos que o
número de prótons.
3. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 201

6:47 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 201 16/01/2023 22:36:47

Semelhanças atômicas – Capítulo 8 91

EM_ME_Quimica_1A.indb 91 11/02/2023 10:29


CAPÍTULO 9
O modelo do átomo de Rutherford trazia para a comunida-
de científica alguns problemas, porém, em 1912, Bohr, um jovem
físico dinamarquês, determinou algumas leis, com base experimen-
tal, para explicar o modelo pelo qual os elétrons giravam em
órbitas ao redor de um núcleo atômico.
Ele não tentou justificar suas ideias ou encontrar razões para
elas. Inicialmente, suas leis faziam pouco sentido quando com-
paradas às teorias já bem estabelecidas da Física, e, por isso,
Bohr afirmava: "Aqui estão algumas leis que parecem impossíveis,
porém elas realmente correspondem ao modo como os sistemas
atômicos parecem funcionar, de forma que vamos usá-las”.
Neste capítulo, iremos estudar o átomo segundo as ideias
propostas por Bohr.

EM_ME_Quimica_1A.indb 92 11/02/2023 10:29


Um modelo atômico
mais completo

EM_ME_Quimica_1A.indb 93 11/02/2023 10:29


BNCC
O modelo atômico de Bohr
Habilidades trabalhadas no
No final do século XIX, foram realizados os primeiros expe-
capítulo rimentos envolvendo o espectro de radiação atômica, emitido
quando descargas elétricas atravessavam gases compostos pelo
EM13CNT101 elemento hidrogênio. Por meio dos testes, buscava-se entender
qual seria a estrutura de um átomo.
EM13CNT103
EM13CNT201 Camada L Elétrons Nêutron
(8 elétrons) Núcleo
EM13CNT205
EM13CNT301
EM13CNT303
EM13CNT306
Próton
EM13CNT309
EM13CNT310

Objetivos
pedagógicos Camada K
(2 elétrons)
ƒ Compreender o modelo atômico de Tá na mídia
A fim de responder a esse questionamento, os cientistas
analisaram a natureza da luz que os átomos emitem.
Bohr. O modelo atômico de Bohr tem O hidrogênio, o átomo mais simples da natureza, é consti-
ƒ Identificar, conceituar e classificar
uma íntima relação com a ilumina-
ção fluorescente. Acesse o vídeo a
tuído por um elétron e um próton. Bohr, baseado no modelo de
Rutherford e em outros dados experimentais realizados na época,
seguir, por meio do QR Code, para
os níveis e subníveis energéticos de um entender como ocorre esse processo avançou com alguns postulados que lhe valeram o Prêmio Nobel
da Física, em 1922, por ter explicado o átomo de hidrogênio.
átomo. e como ocorrem outros processos lu-
minescentes, como a fosforescência, Para explicar melhor o modelo proposto por Bohr, devemos
luminescência e incandescência. entender que ele é um complemento ao modelo de Rutherford.
Bohr partiu da ideia de que o átomo tinha um núcleo e uma ele-
Qual a diferença entre fluorescên-
cia, fosforescência, luminescência,
trosfera, com elétrons girando em alta velocidade e em órbitas
Anotações incandescência...? | Universidade
da Química
circulares ao redor do núcleo, sendo atraídos por este por meio
da atração mútua das partículas positivas do núcleo em relação
às negativas (os elétrons).
Assim, ele propôs um modelo no qual a eletrosfera era re-
presentada em camadas energéticas. Entretanto, a Física Clássica
não era capaz de explicar corretamente o átomo, por isso ele
utilizou a ideia de quantização de energia, de Max Plank, e foi o
Livro 1 | Parte 1

primeiro modelo atômico a introduzir conceitos de Física Quântica.


Assim, os postulados enunciados por Bohr foram:
1. Os elétrons se movem em torno do núcleo, descreven-
do órbitas circulares estacionárias, ou seja, que não variam
com o tempo.

204 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 204 16/01/2023 22:36:49 EM_

94 Capítulo 9 – Um modelo atômico mais completo

EM_ME_Quimica_1A.indb 94 11/02/2023 10:29


2. A energia dos elétrons numa dada órbita permanece Tome Nota
constante, ou seja, os elétrons movem-se numa dada órbita
sem liberar ou absorver energia espontaneamente.
3. Fornecendo-se energia a um elétron, ele poderá “saltar”
para uma órbita mais externa e, portanto, de maior energia.
A energia recebida é a diferença entre a energia inicial e Sugestão de
a energia final.
4. Os elétrons podem “saltar” de uma órbita para outra de abordagem
menor energia, sendo a diferença de energias liberada sob
a forma de luz.
Assim, os dois últimos postulados podem ser representados por: A animação Do átomo grego ao
átomo de Bohr — evolução dos concei-
n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, ... °
tos da Física, disponível no QR Code a
Fóton incidente, que n=3
Ordem de aumento da seguir, é um excelente material para reto-
faz com que um elétron
passe para um nível n=2 energia dos níveis mar assuntos anteriormente trabalhados
com mais energia e, ainda, introduzir o modelo atômico de
n =1
Bohr.

Tá na mídia
Uma reação química que está inti-
mamente ligada ao modelo atômico
de Bohr é a queima de fogos de
Quando um elétron passa para um orbital de artifício, comumente vista nas mais
diversas comemorações. A princi-
menor energia, um fóton é emitido com energia. pal característica desses fogos é a
demonstração luminosa e colorida,
E = Energia produzida a partir da reação que
E = hf h = constante de Planck ocorre com a pólvora e as diferen-
tes substâncias que são introduzidas
f = frequência para causar a diferença de cores.

Representação da emissão e da absorção de energia pelo elétron, Para ver mais sobre como acontece
segundo os postulados 3 e 4 de Bohr. esse processo, acesse o QR Code
a seguir.

Resumindo, a emissão de energia pelos átomos ocorre


quando passam de estados excitados para estados de menor
#curiosidades / A química nos fo-
gos de artifício | Conselho Federal
Anotações
de Química
energia.
É importante ressaltar que a teoria de Bohr explica com
sucesso o espectro do átomo de hidrogênio e de átomos que te-
nham apenas 1 elétron. O modelo de Bohr não consegue expli-
car os dados experimentais quando aplicado a átomos com mais
Livro 1 | Parte 1

do que 1 elétron. O que não significa que as ideias expostas


devem ser desprezadas, pois se trata de um passo fundamental
no desenvolvimento da teoria moderna quântica.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 205

:36:49 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 205 16/01/2023 22:36:49

Diálogo com em contato com o sal de cozinha? Por


que você acha que ocorre tal cor?
o professor ƒ Você já observou as diferentes cores
nos fogos de artifícios? Por que as cores
Para criar uma atmosfera atrativa
são diferentes?
para a reflexão dos assuntos abordados,
você pode lançar alguns questionamentos
ƒ Por que algumas lâmpadas continuam
emitindo luz quando são apagadas?
iniciais aos alunos, despertando o interesse
As respostas a esses questionamen-
e a curiosidade deles. Algumas delas são:
tos estão disponíveis no QR Code ao
ƒ Você já observou a coloração da lado.
chama da boca do fogão quando entra

Um modelo atômico mais completo – Capítulo 9 95

EM_ME_Quimica_1A.indb 95 11/02/2023 10:29


Sugestão de
abordagem Níveis e subníveis energéticos
As orbitais descritas por Bohr foram denominadas níveis de
energia. Hoje, são conhecidos sete níveis de energia, ou cama-
Sobre o teste de chama das, que são representados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q.

O teste de chama, ou prova da


chama, é um procedimento utilizado em
Q
Química para detectar a presença de P
alguns íons metálicos, baseado no espec- O
tro de emissão característico para cada N K L M N O P Q
2 8 18 32 32 18 8
elemento. Esse experimento é baseado M
L
no fato de que quando uma certa quan- K
tidade de energia é fornecida a um de-
terminado elemento químico (no caso da
chama, energia em forma de calor), alguns
elétrons da última camada de valência Representação das órbitas estacionárias do mode- Número máximo de elétrons
lo atômico de Bohr. comportados por nível.
absorvem esta energia passando para um
nível de energia mais elevado, produzin-
Saiba mais
do o que chamamos de estado excitado. Em 1923, Louis de Broglie, um
Vários cientistas ficaram interessados pelos trabalhos de Bohr
Quando um desses elétrons excita- físico francês, conseguiu de-
monstrar matematicamente que e nos estudos desenvolvidos por ele. Entre eles, Sommerfield, o
dos retorna ao estado fundamental, ele toda partícula em movimento qual, em 1916, observou que o que Bohr havia obtido em seus
está associada a uma onda cujo experimentos era, na verdade, um conjunto de raias mais finas e
libera a energia recebida anteriormente comprimento é dado pela ex-
supôs, então, que os níveis de energia estariam divididos em outras
pressão , ou seja, a luz
em forma de radiação. Cada elemento (considerada onda) apresenta sub-regiões menores, chamadas por ele de subníveis de energia.
libera a radiação em um comprimento de propriedades corpusculares, a O número de cada nível refere-se à quantidade de sub-
dualidade da partícula-onda. níveis que existem nele; por exemplo, o nível 1, ou K, apresenta
onda característico, pois a quantidade E, em 1927, Werner Heisenberg
complementou que é impossível apenas um subnível, o nível 2, ou L, apresenta dois subníveis e
de energia necessária para excitar um determinar, simultaneamente e assim sucessivamente. Esses subníveis são representados pelas
com exatidão, a posição e a letras s, p, d, f.
elétron é única para cada elemento. A velocidade do elétron, que fi-
Foram realizados estudos específicos para determinar a
cou conhecido como Princípio
radiação liberada por alguns elementos da incerteza de Heisenberg. energia dos subníveis, e estes mostraram que:
esses subníveis existem em ordem crescente de energia,
possui comprimento de onda na faixa do Acesse para saber mais: sendo: s < p < d < f;
O que é um elétron? Uma
espectro visível, ou seja, o olho humano é onda ou uma partícula? | Ep. em um mesmo subnível, os elétrons contêm a mesma ener-
capaz de enxergá-las através de cores. 85 | Ponto em comum gia;
os elétrons são distribuídos pela eletrosfera, ocupando o
Livro 1 | Parte 1

Assim, é possível identificar a presença subnível de menor energia que estiver disponível.
de certos elementos devido à cor carac-
terística que eles emitem quando aqueci-
dos em uma chama.
A temperatura da chama do bico 206 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
de Bunsen é suficiente para excitar uma
quantidade de elétrons de certos ele-
mentos que emitem luz ao retornarem ao EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 206 16/01/2023 22:36:49 EM_

culdade em detectar concentrações bai-


estado fundamental de cor e intensidade,
xas de alguns elementos, enquanto que
que podem ser detectados com conside-
outros elementos produzem cores muito
rável certeza e sensibilidade através da
fortes que tendem a mascarar sinais mais
observação visual da chama.
fracos. Caso não seja possível realiza-lo
O teste de chama é rápido e fá-
no ambiente escolar, você pode repro-
cil de ser feito, e não requer nenhum
duzir o vídeo disponível no QR Code a
equipamento que não seja encontrado
seguir e, com base nele, explicar os con-
normalmente em um laboratório de quí-
ceitos que estão envolvidos no fenômeno
mica. Porém, a quantidade de elementos
observado.
detectáveis é pequena e existe uma difi-

96 Capítulo 9 – Um modelo atômico mais completo

EM_ME_Quimica_1A.indb 96 11/02/2023 10:29


Números quânticos
Com os avanços na explicação do átomo, por meio da
Física Quântica, tornou-se possível a determinação dos números
quânticos. Estes representam um conjunto de informações que
possibilitam compreender a localização mais provável de cada
Anotações
elétron no átomo. A região de probabilidade de se encontrar o
elétron é chamada de orbital.
O primeiro número quântico indica o nível (camada) de
K n=1
energia do elétron, é chamado de número quântico principal (n). L n=2
Para os elementos químicos conhecidos até o momento, temos sete M n=3
n=4
níveis, sendo representados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q ou N
n=5
O
pelos números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, indo da camada mais próxima P
n=6
ao núcleo para a mais distante. Q
n=7
O segundo número quântico é o secundário ou azimutal
(l), que representa os subníveis (ou subcamadas) de energia do
elétron que, para os elementos conhecidos até então, são identifi-
cados pelas letras s, p, d, f, os quais aumentam de energia nessa
ordem e assumem valores 0, 1, 2, 3, ..., (n-1) respectivamente.

Subnível de energia Número quântico secundário


s l=0
p l =1
d l=2
f l=3

O terceiro está associado à orientação do orbital no


espaço, quando sujeito a um campo magnético, é o número
quântico magnético (m ou ml). O orbital é representado por um
quadrado e apresenta valores que variam de -l a +l, onde l é
o número quântico secundário.

Subnível Valores de l Valores de m Representação do orbital


0
s 0 0
-1 0 +1
p 1 -1, 0, +1
-2 -1 0 +1 +3
d 2 -2, -1, 0, +1, +2
-3 -2 -1 0 +1 +2 +3
f 3 -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3

O quarto número quântico que estudaremos é o spin


(ms), ele está associado à rotação do elétron em seu próprio
eixo. Segundo o princípio de exclusão de Pauli, cada orbital
possui no máximo dois elétrons com spins opostos, que são sim- 1
2
bolizados convencionalmente por setas. E segundo a regra de
Livro 1 | Parte 1

Hund, o preenchimento dos orbitais de um subnível deve ser


feito de uma forma que contenha o maior número possível de
1
elétrons desemparelhados (isolados). 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 207

:36:49 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 207 16/01/2023 22:36:49

Experimento envolvendo o teste Cuidados: dores. Acenda o bico de Bunsen e, com


de chama e a luminescência ƒ Use um jaleco. cuidado, borrife as soluções em direção
Materiais necessários:
ƒ Estique bem os braços no momento em ao fogo para observar a cor da chama.
que for borrifar as soluções no fogo. Quando for mudar de solução, é impor-
ƒ Três béqueres.
ƒ Mantenha os cabelos presos. tante limpar o bico de Bunsen para não
ƒ Três borrifadores.
ƒ Não borrife a solução contra o vento. restar nenhum resíduo da última solução.
ƒ Solução de cobre.
ƒ Solução de estrôncio.
Procedimento:
Disponível em: http://projetoseeduc.cecierj.edu.br/
ƒ Solução de cálcio.
Misture as soluções com álcool nos
eja/recurso-multimidia-professor/quimica/novaeja/
m1u13/Teste%20da%20Chama%20-%20ponto-
ƒ Álcool.
béqueres e depois despeje nos borrifa-
ciencia.pdf. Acesso em: 27/05/2022. Adaptado.
ƒ Bico de Bunsen.

Um modelo atômico mais completo – Capítulo 9 97

EM_ME_Quimica_1A.indb 97 11/02/2023 10:29


Sugestão de
abordagem Laboratório
O fenômeno da luminescência tam-

Souvik | StockAdobe
bém está presente nos seriados de TV. Procedimentos:
Com o almofariz e pistilo, triture as folhas.
Por isso, a fim de despertar a curiosidade Em um béquer, adicione o removedor de
dos estudantes, faça o seguinte questio- esmalte, as folhas trituradas e agite, depois
deixe descansar por alguns minutos.
namento: Com o filtro de papel, peneire a mistura.
ƒ Em seriados criminalísticos, como é Vamos compreender o modelo de Bohr
através do fenômeno da fluorescência, prin-
Apague a luz da sala, ilumine o filtrado
com a luz negra e observe a fluorescência.
feita a identificação de resíduos sanguí- cipalmente no que diz respeito à eletrosfera. Em outro béquer, acrescente a água tôni-
neos em um ambiente? ca.
Materiais: Apague a luz da sala, ilumine o líquido
Uma maneira de refletir sobre o fe- Removedor de esmalte à base de acetato com a luz negra e observe a fluorescência.
de etila.
nômeno é a partir da observação de um Folhas de vegetais verdes. Resultados:
experimento que utiliza o luminol, como é Água tônica. Descreva e explique a fluorescência per-
Filtro de papel. cebida nos béqueres e a justifique, utilizan-
possível de ser visualizado no QR Code Béqueres, ou copos, de 250 ml. do o modelo atômico proposto por Bohr.
a seguir. Como o vídeo está em inglês, é Almofariz e pistilo ou objetos que possam
fazer a mesma função. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/19-a12.pdf.
interessante que seja indicado os procedi- Lâmpada de luz negra (28 W). Acesso em: 18/11/2021.

mentos utilizados, como destacado a seguir.


No vídeo, duas soluções, A e B, são Agora é sua vez!
feitas. A solução A contém luminol em um
ambiente alcalino, enquanto a solução B 1. (UFRS) Em fogos de artifício, as diferentes colo- 2. (Furg) Na formação dos compostos químicos,
contém ferrocianeto de potássio em uma rações são obtidas quando se adicionam sais percebe-se que um número relativamente
de diferentes metais às misturas explosivas. As- pequeno de elementos se unem para formar
solução de 0,03% de peróxido de hidro- sim, para que se obtenha a cor verde é utili- mais de um milhão de substâncias catalo-
gênio. O luminol (C8H7O3N3), produto zado o cobre, enquanto para a cor vermelha gadas. Nessa união, formando agregados
utiliza-se o estrôncio. A emissão de luz com cor iônicos ou moléculas, a estrutura eletrônica
químico utilizado em cenas de crime para característica para cada elemento deve-se: do átomo é o fator determinante no tipo
se descobrir traços de sangue, é oxidado a) aos elétrons desses íons metálicos, que ab- de substância formada. Um dos modelos
sorvem energia e saltam para níveis mais ex- atômicos ainda muito útil nesse estudo é o
e produz luz, em um processo semelhante ternos e, ao retornarem para os níveis internos, chamado modelo de Rutherford-Bohr, que
ao usado nas pulseirinhas que brilham no emitem radiações com coloração característica. apresenta como característica marcante:
b) as propriedades radioativas desses áto- a) a existência de um núcleo central rodeado
escuro ou em bastões de emergência. por elétrons em movimento.
mos metálicos.
c) aos átomos desses metais, que são capa- b) a concepção de um átomo maciço e in-
zes de decompor a luz natural em um espec- divisível.
tro contínuo de luz visível. c) a descontinuidade da energia no núcleo.
Livro 1 | Parte 1

d) a baixa eletronegatividade dos átomos d) uma estrutura positiva maciça, incrustada


metálicos. de elétrons.
e) aos elevados valores de energia de ioni- e) a existência de orbitais, regiões prováveis
zação dos átomos metálicos. de encontrar elétrons.
1. Alternativa "a". 2. Alternativa "a".
208 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 208 16/01/2023 22:36:50

Anotações

EM

98 Capítulo 9 – Um modelo atômico mais completo

EM_ME_Quimica_1A.indb 98 11/02/2023 10:29


3. (Udesc) Há 130 anos, nascia, em Copenha- 5. O modelo que elucida o átomo em alusão
gue, o cientista dinamarquês Niels Henrick ao nosso Sistema Solar (Sol = núcleo; plane-
Davis Bohr, cujos trabalhos contribuíram de- tas = elétrons) foi proposto por:
cisivamente para a compreensão da estrutura a) Thomson.
atômica e da Física Quântica. A respeito do
modelo atômico de Bohr, assinale a alternati- b) Dalton.
va correta. c) Bohr.
a) Os átomos são, na verdade, grandes es- d) Lavoisier.
paços vazios constituídos por duas regiões e) Rutherford.
distintas: uma com núcleo pequeno, positivo e 5. Alternativa "e".
denso e outra com elétrons se movimentando 6. (Enem) Um fato corriqueiro ao se cozinhar
ao redor do núcleo.
arroz é o derramamento de parte da água
b) Os elétrons que circundam o núcleo atô- de cozimento sobre a chama azul do fogo,
mico possuem energia quantizada, podendo mudando-a para uma chama amarela. Essa
assumir quaisquer valores. mudança de cor pode suscitar interpreta-
c) É considerado o modelo atômico vigente e ções diversas, relacionadas às substâncias
o mais aceito pela comunidade científica. presentes na água de cozimento. Além do
d) Os saltos quânticos decorrentes da intera- sal de cozinha (NaCl), nela se encontram
ção fóton-núcleo são previstos nessa teoria, carboidratos, proteínas e sais minerais.
explicando a emissão de cores quando certos Cientificamente, sabe-se que essa mudança
íons metálicos são postos em uma chama (ex- de cor da chama ocorre pela:
citação térmica). a) reação do gás de cozinha com o sal,
e) Os átomos são estruturas compostas por volatilizando gás cloro.
um núcleo pequeno e carregado positiva- b) emissão de fótons pelo sódio, excitado
mente, cercado por elétrons girando em ór- por causa da chama.
bitas circulares. c) produção de derivado amarelo, pela rea-
3. Alternativa "e". ção com o carboidrato.
4. (Enem) Um teste de laboratório permite identifi- d) reação do gás de cozinha com a água,
car alguns cátions metálicos ao introduzir uma formando gás hidrogênio.
pequena quantidade do material de interesse e) excitação das moléculas de proteínas,
em uma chama de bico de Bunsen para, em com formação de luz amarela.
seguida, observar a cor da luz emitida. 6. Alternativa "b".
A cor observada é proveniente da emissão 7. (ITA) Historicamente, a teoria atômica rece-
de radiação eletromagnética ao ocorrer a: beu várias contribuições de cientistas. Assi-
a) mudança da fase sólida para a fase líqui- nale a opção que apresenta, na ordem cro-
da do elemento metálico. nológica correta, o nome de cientistas que
b) combustão dos cátions metálicos provoca- são apontados como autores de modelos
da pelas moléculas de oxigênio da atmosfera. atômicos.
c) diminuição da energia cinética dos elé- a) Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr.
trons em uma mesma órbita na eletrosfera b) Thomson, Millikan, Dalton e Rutherford.
:36:50
atômica. c) Avogadro, Thomson, Bohr e Rutherford.
d) transição eletrônica de um nível mais ex- d) Lavoisier, Proust, Gay-Lussac e Thomson.
terno para outro mais interno na eletrosfera e) Rutherford, Dalton, Bohr e Avogadro.
Livro 1 | Parte 1

atômica.
7. Alternativa “a”.
e) promoção dos elétrons que se encontram
no estado fundamental de energia para ní-
veis mais energéticos.
4. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 209

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 209 16/01/2023 22:36:50

Um modelo atômico mais completo – Capítulo 9 99

EM_ME_Quimica_1A.indb 99 11/02/2023 10:29


De olho no vestibular/Enem

1. (UCPEL) A atual concepção de átomo foi 3. (Unesp) Considere as seguintes afirmações


sendo aprimorada na medida em que a sobre átomos e moléculas.
instrumentação foi sendo desenvolvida para I. No modelo proposto por Rutherford, o áto-
comprovar as novas teorias. Com relação à mo tem praticamente toda a sua massa con-
atual concepção de átomo, podemos afir- centrada num núcleo pequeno, e os elétrons
mar que: estão a uma grande distância do núcleo.
a) o átomo é neutro, pois possui igual núme- II. No modelo proposto por Bohr para o
ro de prótons, elétrons e nêutrons átomo de hidrogênio, os elétrons se movem
b) os elétrons estão em órbitas específicas em órbitas circulares, cujas energias podem
chamadas de estados estacionários e para assumir quaisquer valores.
passarem de uma para outra devem absor- III. Molécula é a menor porção de uma subs-
ver ou emitir energia. tância covalente que mantém sua composi-
c) átomos de elementos químicos diferentes ção.
possuem necessariamente massas diferentes. Está(ão) correta(s):
d) os átomos são a menor porção da maté- a) apenas I.
ria que mantém as suas características e, por b) apenas II.
isso, são indivisíveis.
c) apenas III.
e) os elétrons são partículas com carga ne-
gativa e massa maior do que a dos prótons. d) apenas I e II.
1. Alternativa "b". e) apenas I e III.
2. (UFRGS) Uma moda atual entre as crianças é 3. Alternativa "e".
colecionar figurinhas que brilham no escuro. 4. (Ufal) De acordo com o modelo atômico de
Essas figuras apresentam em sua constituição Bohr, elétrons giram ao redor do núcleo em
a substância sulfeto de zinco. O fenômeno órbitas específicas, tais como os planetas
ocorre porque alguns elétrons que compõem giram em órbitas específicas ao redor do
Sol. Diferentemente dos planetas, os elétrons
os átomos dessa substância absorvem ener-
saltam de uma órbita específica para outra,
gia luminosa e saltam para níveis de energia ganhando ou perdendo energia. Qual das
mais externos. No escuro, esses elétrons re- afirmações abaixo está em discordância
tornam aos seus níveis de origem, liberando com o modelo proposto por Bohr?
energia luminosa e fazendo a figurinha bri- a) Ao saltar de uma órbita mais próxima do
lhar. Essa caraterística pode ser explicada núcleo para outra mais afastada, o elétron
considerando o modelo atômico proposto absorve energia.
por: b) Ao saltar de uma órbita mais afastada do
a) Dalton. núcleo para outra mais próxima, o elétron
b) Thomson. emite energia.
c) Lavoisier. c) Dentro de uma mesma órbita, o elétron se
movimenta sem ganho ou perda de energia.
d) Rutherford. EM_

d) O processo no qual o elétron absorve


e) Bohr. energia suficiente para escapar completa-
Livro 1 | Parte 1

2. Alternativa "e". mente do átomo é chamado ionização.


e) O modelo proposto é aplicado com êxito
somente ao átomo de hidrogênio.
4. Alternativa "e".

210 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 210 16/01/2023 22:36:50

100 Capítulo 9 – Um modelo atômico mais completo

EM_ME_Quimica_1A.indb 100 11/02/2023 10:29


5. (UFG) Os modelos atômicos são elabora- O fenômeno da emissão de luz como conse-
dos no intuito de explicar a constituição da quência de uma reação química, a quimilumi-
matéria e têm evoluído ao longo do desen- nescência, pode ser explicado pela(o):
volvimento da ciência, desde o modelo filo- a) redução dos raios atômicos e perda de
sófico dos gregos, passando pelos modelos elétrons da camada de valência. gregos os responsáveis por dar o nome
de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr, até b) absorção da energia acumulada pelos de vaga-lume aos insetos que aparen-
o modelo atual. O modelo mais recente ca- prótons e liberação da mesma pelo oxalato
racteriza-se pela: de fenila. tavam ser faíscas perambulando noite
a) quantização dos níveis de energia dos c) excitação dos elétrons para camadas mais adentro.
elétrons. energéticas e volta dos mesmos à posição Mesmo sabendo que observações
b) indivisibilidade do átomo em partículas original.
menores. d) aumento da energia dos prótons presen-
da emissão de luz a partir de reações
c) forma esférica de tamanho microscópico. tes no cyalume e interação com os nêutrons e seres vivos são tão antigas, não há
d) distribuição dos elétrons em órbitas circu- do peróxido de hidrogênio. informações acerca de quem descobriu
lares em torno do núcleo. 7. Alternativa "c".
8. (UFF) Em 1913, o físico dinamarquês Niels tais eventos, ou mesmo onde. Sabe-se,
e) distribuição dos elétrons de maneira uni-
forme na superfície do átomo. Bohr mostrou que as leis da Física Clássica entretanto, que Wiedemann foi o primei-
5. Alternativa "a". não eram válidas para sistemas microscó- ro a reportar de maneira documentada
6. (UFPR) Segundo o modelo atômico de Niels picos, tais como o átomo e suas partículas
constituintes. Bohr criou um novo modelo uma definição para quimiluminescência.
Bohr, proposto em 1913, é correto afirmar:
a) No átomo, somente é permitido ao elé-
atômico, fundamentado na teoria dos quan- Wiedemann propôs tal classificação uti-
ta, de Max Planck, estabelecendo alguns
tron estar em certos estados estacionários, e postulados. Assinale a opção que apresenta lizando como base o trabalho realizado
cada um desses estados possui uma energia corretamente um dos postulados de Bohr. por Radziszewski, mais de uma década
fixa e definida.
a) O elétron pode se mover em determina- antes, que observou uma intensa emissão
b) Quando um elétron passa de um esta- das órbitas sem irradiar. Essas órbitas está-
do estacionário de baixa energia para um veis são denominadas estados estacionários. de luz proveniente da autoxidação da
de alta energia, há a emissão de radiação lofina (2,4,5-trifenilimidazol), sendo que
b) É impossível determinar com precisão a
(energia).
posição e a velocidade instantâneas de uma tal transformação não ocorria quando o
c) O elétron pode assumir qualquer estado partícula.
estacionário permitido sem absorver ou emi-
c) Um mesmo orbital não pode ter mais do aquecimento era realizado na ausência
tir radiação.
que dois elétrons. Em um orbital com dois de oxigênio.
d) No átomo, a separação energética en- elétrons, um deles tem spin +1/2; e o outro,
tre dois estados estacionários consecutivos é -1/2.
Importante notar que é na publica-
sempre a mesma.
d) O elétron, ao saltar de um nível de ener- ção de Wiedemann que se propõe uma
e) No átomo, o elétron pode assumir qual- gia interno (E1) para outro mais externo (E2), diferenciação entre a quimiluminescência
quer valor de energia. emite um quantum de energia.
6. Alternativa "a". e o fenômeno de emissão de luz devido
e) Em um átomo, não existem dois elétrons
7. (IFMG) As pulseiras de neon, ou lightsticks, com os quatro números quânticos iguais. a um aumento de temperatura, a incan-
são bastões de plástico preenchidos com um 8. Alternativa "a". descência — um processo físico, não quí-
corante e um derivado do oxalato de fenila
(cyalume) em uma ampola de vidro, conten- mico, decorrente da emissão de radiação
Livro 1 | Parte 1

do água oxigenada. Quando a pulseira é por um corpo negro.


dobrada, quebra-se a ampola, liberando
H2O2, que reage com o cyalume e emite luz Como se sabe, Planck estudou o
visível. fenômeno de incandescência de forma
mais aprofundada em 1900, sendo que
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 211
Einstein, em 1904, formulou a equação
que descrevia tal fenômeno em seus es-
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 211 16/01/2023 22:36:50 tudos relacionados ao efeito fotoelétrico,
Leitura tornando-o o laureado do Prêmio Nobel
Como uma reação química é capaz de
de Física no ano de 1921.
complementar “acender”, uma vez que certos reagentes
foram misturados? Disponível em: http://qnint.sbq.org.br/novo/index.
A quimiluminescência ou, em ou- php?hash=conceito.49. Acesso em: 27/05/2022.
Tal tipo de reação ainda pode ocor- Adaptado.
tras palavras, o processo de emissão de
rer em organismos vivos, sendo atribuído
luz como produto ou um dos produtos de
o nome de bioluminescência, fenômeno
uma reação química, é um dos fenômenos
esse que foi capaz de atrair a atenção
mais exuberantes da Química, ao mesmo
do próprio Aristóteles, que descreveu a
tempo em que é um dos mais incom-
observação de uma “luz fria” emitida por
preendidos do ponto de vista do “como”.
6:50
vaga-lumes. Inclusive, foram os próprios

Um modelo atômico mais completo – Capítulo 9 101

EM_ME_Quimica_1A.indb 101 11/02/2023 10:29


9. Durante o réveillon, é comum as pessoas fi- Entre as afirmativas anteriores, correspon-
carem maravilhadas com os efeitos pirotéc- dem ao modelo atômico de Bohr:
nicos realizados em várias cidades, princi- a) 1 e 2 apenas.
palmente quanto à coloração dos fogos, que b) 2 e 3 apenas.
encantam pela sua diversidade de cores. Em c) 2, 3 e 4 apenas.
relação à explicação da técnica pirotécnica
d) 1 e 4 apenas.
usada para colorir os fogos de artifício, é
correto afirmar que: e) 1, 3 e 4 apenas.
a) a coloração vem de pigmentos colocados 10. Alternativa "d".
no interior da pólvora. Durante a explosão, 11. (Enem) Um teste de laboratório permite iden-
eles são pulverizados no ar dando o aspec- tificar alguns cátions metálicos ao introduzir
to colorido. uma pequena quantidade do material de
b) durante a explosão, alguns elementos pre- interesse em uma chama de bico de Bunsen
sentes nos sais colocados na pólvora absor- para, em seguida, observar a cor da luz
vem energia e emitem luz visível em determi- emitida. A cor observada é proveniente da
nados comprimentos de onda. emissão de radiação eletromagnética ao
ocorrer a:
c) a coloração depende do tipo de pólvora
usada na confecção dos fogos, já que a sua a) mudança da fase sólida para a fase líqui-
composição corresponde a enxofre, salitre da do elemento metálico.
do Chile e carvão. b) combustão dos cátions metálicos provo-
d) durante a explosão, o processo libera cada pelas moléculas de oxigênio da atmos-
energia que queima os pigmentos presentes fera.
na pólvora e, devido à sua queima, há libe- c) diminuição da energia cinética dos elé-
ração de determinadas cores. trons em uma mesma órbita na eletrosfera
9. Alternativa "b". atômica.
10. (UFPR) As teorias atômicas vêm se desenvol- d) transição eletrônica de um nível mais ex-
vendo ao longo da história. Até o início do terno para outro mais interno na eletrosfera
século XIX, não se tinha um modelo claro da atômica.
constituição da matéria. De lá até a atuali- e) promoção dos elétrons que se encontram
dade, a ideia de como a matéria é consti- no estado fundamental de energia para ní-
tuída sofreu diversas modificações, como se veis mais energéticos.
pode observar no modelo atômico de Bohr, 11. Alternativa “d”.
que manteve paradigmas conceituais sobre 12. (Enem—Adaptada) Em 1808, Dalton publi-
a constituição da matéria, mas também in- cou o seu famoso livro intitulado Um novo
seriu novos conceitos surgidos no início do sistema de filosofia química (do original A
século XX. New System of Chemical Philosophy), no
No modelo atômico de Bohr: qual continha os cinco postulados que ser-
1. O elétron circula em órbita com raio de- viam como alicerce da primeira teoria atô-
finido. mica da matéria fundamentada no método
2. O elétron é descrito por uma função de científico. Esses postulados são numerados a
onda. seguir.
1. A matéria é constituída de átomos indi-
Livro 1 | Parte 1

3. Para descrever o elétron em um orbital


são necessários 4 números quânticos. visíveis.
4. Toda a massa do átomo está concentra- 2. Todos os átomos de um dado elemento
da no núcleo, que ocupa uma porção ínfima químico são idênticos em massa e em todas
do espaço. as outras propriedades.

212 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 212 16/01/2023 22:36:50 EM

102 Capítulo 9 – Um modelo atômico mais completo

EM_ME_Quimica_1A.indb 102 11/02/2023 10:29


3. Diferentes elementos químicos têm dife- camadas mais externas para mais internas,
rentes tipos de átomos; em particular, seus seguindo um conjunto de regras postuladas
átomos têm diferentes massas. ao final de 1913.
MELZER et al. Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em
4. Os átomos são indestrutíveis e nas rea-
Ciências, 2009. Adaptado.
ções químicas mantêm suas identidades.
5. Átomos de elementos combinam com áto-
De que modelo atômico o texto trata?
mos de outros elementos em proporções de
números inteiros pequenos para formar com- a) Dalton
postos. b) Thomson
c) Rutherford
Após o modelo de Dalton, outros modelos d) Demócrito
baseados em outros dados experimentais e) Rutherford-Bohr
evidenciaram, entre outras coisas, a nature- 13. Alternativa “e”.
za elétrica da matéria, a composição e or- 14. (UPE) Observe a tirinha a seguir para res-
ganização do átomo e a quantização da
ponder à questão.
energia no modelo atômico.
OXTOBY, D. W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern Qual modelo atômico é mais adequado
Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012. Adaptado. para explicar o fenômeno ilustrado pela re-
presentação animista da tirinha?
natros | Stock.adobe

+ +
- + - - -
-
-
+ -
- + SE QUISER
- - - -
- + - + +
-
MUDAR DE -NÍVEL,
+ + -
-
- -
EI, ELÉTRON!
+++ +
+++ ++ VAI TER QUE +EMITIR
n=1
- + - + -
- + +
+
VOCÊ ESTÁ
- PENSANDO UM FÓTON! n=2
- - -
- +
- + - - QUE VAI PASSAR n=3
4
+ -
ESCONDIDO? 6
5

Modelo proposto por Dalton.


Thomson Lenard Rutherford Bohr Sommerfeld Schrödinger
Com base no modelo atual que descreve o
átomo, qual dos postulados de Dalton ainda
é considerado correto?
a) 1 Disponível em: http://www.cbpf.br/~eduhq. Adaptado.

b) 2
a) Dalton
c) 3
b) Thomson
d) 4
c) Rutherford
e) 5
d) Rutherford-Bohr
12. Alternativa “e”.
13. (UPE) Os átomos possuem um núcleo denso
e) Modelo Atômico Atual
e positivo, que representa a maior parte da 14. Alternativa “d”.
massa do sistema e que, à sua volta, existem
elétrons que descrevem órbitas circulares de
acordo com o cálculo da constante de Planck
(h). Vale lembrar que esses dados são postu-
lados, pois, naquele momento, a física ainda
estava no paradigma clássico, necessitando
de uma mudança para um novo paradigma,
Livro 1 | Parte 1

o quântico. Com base nessa estrutura, pôde


se estabelecer que as emissões em séries
de espectros seriam em decorrência da
mudança e dos movimentos de elétrons de

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 213

6:50 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 213 16/01/2023 22:36:51

Um modelo atômico mais completo – Capítulo 9 103

EM_ME_Quimica_1A.indb 103 11/02/2023 10:29


CAPÍTULO 10
No capítulo anterior, vimos que os elétrons se distribuem ao redor
do núcleo em camadas que correspondem a níveis crescentes de ener-
gia. E que, através de métodos experimentais, os químicos sugeriram o
número máximo de elétrons que cabe em cada camada, ou nível, de
energia. Vimos, ainda, que, em cada camada, os elétrons se distribuem
em subníveis, representados pelas letras s, p, d e f.
Esses subníveis foram organizados em ordem de energia por um
cientista, Linus Pauling. Sua forma de organizar ficou conhecida como
Diagrama de Linus Pauling, e é esse diagrama o foco de nosso estudo
neste capítulo.

EM_ME_Quimica_1A.indb 104 11/02/2023 10:29


Distribuindo
os elétrons

EM_ME_Quimica_1A.indb 105 11/02/2023 10:29


BNCC
Tome Nota Distribuição eletrônica em
Habilidades trabalhadas no
subníveis de energia
capítulo
No capítulo anterior, vimos que as órbitas descritas por Bohr
EM13CNT101 foram denominadas níveis de energia, sendo conhecidos hoje
sete níveis de energia, ou camadas, representados pelas letras
EM13CNT103 K, L, M, N, O, P e Q.
EM13CNT201 Com o trabalho de vários cientistas, descobriu-se que esses
níveis de energia são divididos em regiões menores, denomina-
EM13CNT205 dos subníveis de energia, que são identificados pelas letras (s,
EM13CNT301 p, d, f), dispostos em ordem crescente de energia da seguinte
forma: s < p < d < f.
EM13CNT303 O número de cada nível corresponde à quantidade de sub-
EM13CNT306 níveis existentes nele. Assim, temos, no nível 1, ou K, um subnível;
no nível 2, ou L, dois subníveis, no nível 3, ou M, três subníveis, e
EM13CNT309 assim sucessivamente.
Os elétrons são distribuídos na eletrosfera sempre ocu-
EM13CNT310 pando primeiramente os subníveis com energia mais baixa que
estejam disponíveis. Assim, os elétrons que estão dispostos em um
mesmo subnível apresentam o mesmo valor de energia.

Objetivos
pedagógicos
ƒ Compreender os aspectos conceituais
do Diagrama de Linus Pauling.
ƒ Entender e realizar a distribuição ele- K L M N O P Q
2 8 18 32 32 18 8
trônica em subníveis de energia. Número máximo de elétrons
comportados por nível

Anotações

Representação dos níveis de energia do


modelo atômico de Bohr.
Livro 1 | Parte 1

216 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 216 16/01/2023 22:36:53 EM_

106 Capítulo 10 – Distribuindo os elétrons

EM_ME_Quimica_1A.indb 106 11/02/2023 10:29


A ordem de energia para os subníveis é melhor visualizada
através de uma representação gráfica intitulada Diagrama de

wikipedia.org
Linus Pauling.
O Diagrama de Pauling consiste em um método para dis-
tribuir os elétrons na eletrosfera dos átomos e dos íons e foi De início, é sorteada uma carta
desenvolvido pelo químico norte-americano Linus Pauling. Em
seus experimentos, ele provou que os elétrons são dispostos nos contendo um elemento da tabela perió-
átomos em ordem crescente de energia, já que, todas as vezes dica cujo número de elétrons deverá ser
que o elétron recebe energia, ele salta para uma camada mais
externa em relação à que ele se encontra e que, quando volta
alcançado. Em seguida, os alunos devem
para sua camada de origem, ele libera a mesma energia absor- se dividir em grupos, e um integrante de
vida anteriormente. cada grupo deve jogar dois dados; a
Pauling elaborou, então, uma sequência prática para colo-
car todos os subníveis de energia conhecidos em ordem cres- maior numeração indicada por um dos
cente de energia, representada a seguir. dados será a quantidade de elétrons a
A ordem crescente de energia dos subníveis é a ordem na
sequência das diagonais. ser distribuída no tabuleiro.
Feita a distribuição, cada grupo, em
Linus Pauling (1901–1994), ganhador de dois seu turno, deverá retirar a carta pergun-
K 1s2 Prêmios Nobel.
ta (CP). As CPs contêm duas perguntas,
L 2s2 2p6 sendo a primeira comum a todas as CPs:
Tome Nota
em qual subcamada e camada seu gru-
M 3s2 3p6 3d10
po está? A segunda pergunta se refere
N 4s2 4p6 4d10 4f14 a aspectos e conceitos teóricos sobre o
Diagrama e a distribuição eletrônica.
O 5s2 5p6 5d10 5f14
Caso erre a primeira pergunta, o
P 6s2 6p6 6d10 grupo perderá os elétrons conquistados
Q 7s2 7p6
na rodada e dará a vez a outro grupo.
Se acertar, o grupo ganhará os elétrons
Diagrama de Linus Pauling, que representa referentes ao dado de maior numeração.
a ordem de energia dos subníveis
eletrônicos. Para garantir os elétrons equivalentes ao
dado de menor numeração, é necessário
O preenchimento da eletrosfera pelos elétrons nos subníveis que o grupo acerte a segunda pergunta
segue a ordem crescente de energia mostrada no Diagrama de da CP, pois, se errar, perderá os elétrons
Pauling, que, quando seguida, corresponde a:
do dado de menor numeração. Vence o
1s2 < 2s2 < 2p6 < 3s2 < 3p6 < 4s2 < 3d10 < 4p6 < 5s2 < 4d10 < jogo quem atingir a configuração eletrô-
Livro 1 | Parte 1

5p6 < 6s2 < 4f14 < 5d10 < 6p6 < 7s2 < 5f14 < 6d10 < 7p6 nica do elemento sorteado.
Disponível em: https://uerr.edu.br/eepe/ieepe/gt6/
gt69.pdf. Acesso em: 27/05/2022. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 217

Anotações
:36:53 EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 217 16/01/2023 22:36:53

Sugestão de cada elemento químico. O objetivo é al-


cançar uma determinada configuração
abordagem eletrônica.
Para a confecção do tabuleiro,
Jogo: Tabuleiro de Linus podem ser utilizados copos de plástico
Pauling como os de requeijão, tampados com
isopor previamente medido e recortado
O jogo possui um tabuleiro com o com estilete no formato circular. No iso-
formato do diagrama de Linus Pauling e por, escreve-se o subnível com seu res-
cartas com as informações principais de pectivo nível de energia.

Distribuindo os elétrons – Capítulo 10 107

EM_ME_Quimica_1A.indb 107 11/02/2023 10:29


Tá na mídia Cada um desses subníveis pode acomodar um número máximo
Você já ouviu falar em stop motion?
de elétrons, sendo essas quantidades descritas na tabela abaixo:
É uma técnica audiovisual em que
fotografias de algum objeto são
feitas em diversas posições — os
Subnível s p d f
chamados quadros —, nas quais o Número máximo de elétrons 2 6 10 14
objeto é movido de forma mínima.
Ao colocar essas imagens em se-
quência, forma-se um vídeo. O indi- Por exemplo, como distribuir os elétrons do átomo de manga-
cado é que sejam feitos pelo menos nês (Z = 25) no estado fundamental, em ordem crescente de energia
13 quadros por segundo.
e em camada?
No QR Code a seguir, você pode- Se Z = 25 — como o número atômico (Z) é igual ao número
rá assistir ao vídeo recordista do de prótons (P) de um átomo no seu estado fundamental, que, por
Guinness World Records de menor sua vez, é igual ao número de elétrons —, pode-se dizer que,
filme stop motion. Tal vídeo foi feito
utilizando um microscópio de varre- no átomo de manganês, há 25 elétrons.
dura, o qual fez com que milhares de Segundo o Diagrama de Pauling, para 25 elétrons teremos:
moléculas de monóxido de carbono
(CO) fossem empilhados para resul-
tar nesse filme. K – 1s2
A boy and his atom: the world’s
L – 2s2 2p6
smallest movie | IBM M – 3s2 3p6 3d10
N – 4s2 4p6 4d10 4f14
O – 5s2 5p6 5d10 5f14
P – 6s2 6p6 6d10
Q – 7s2 7p6

E, portanto, sua distribuição em camadas será K = 2; L = 8;


M = 13; N = 2; e, em subníveis de energia, 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
4s2 3d5.
Outro exemplo pode ser o de como distribuir os elétrons do
átomo fundamental de xenônio (Z = 54) em ordem energética de
subníveis e camadas:
Tome Nota

K – 1s2
L – 2s2 2p6
M– 3s2 3p6 3d10
N – 4s2 4p6 4d10 4f14
O– 5s2 5p6 5d10 5f14
P – 6s2 6p6 6d10
Q– 7s2 7p6

E, portanto, sua distribuição em camadas será K = 2; L = 8; EM_

M = 18; N = 18; O = 8; e, em subníveis de energia, 1s2 2s2 2p6


3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6.
Livro 1 | Parte 1

Agora, falaremos de casos em que o átomo não se encon-


tra no seu estado fundamental, mas na forma de um íon positivo
(cátion) ou negativo (ânion).
Para o 30Zn2+ , distribuímos os elétrons considerando o átomo
neutro e, em seguida, retiramos 2 elétrons de sua última camada.
218 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 218 16/01/2023 22:36:53

108 Capítulo 10 – Distribuindo os elétrons

EM_ME_Quimica_1A.indb 108 11/02/2023 10:29


Assim, segundo o diagrama, teremos, em subníveis: 1s2 2s2 2p6 Tome Nota
3s2 3p6 4s2 3d10; e, em camadas, K = 2, L = 8, M = 18, N = 2, nas
quais, retirando desse átomo os 2 últimos elétrons, teremos, em
camadas, K = 2, L = 8, M = 18; e, em subníveis, 1s2 2s2 2p6 3s2
3p6 3d10. de superfícies com resolução atômica foi
Para o íon negativo (ânion) 15P3-, somaremos ao número de
elétrons do átomo no seu estado fundamental os elétrons cor- o microscópio de tunelamento por var-
respondentes à carga negativa para proceder à distribuição. redura, ou simplesmente microscópio de
Assim, distribuiremos 15 + 3 = 18 elétrons. Então, a distribuição
em subníveis e em camadas, respectivamente, será 1s2 2s2 2p6
tunelamento (STM, sigla em inglês para
3s2 3p6 e K = 2, L = 8, M = 8. Scanning Tunneling Microscope). Com
ele, é possível resolver as superfícies em
A possibilidade de ver um átomo uma escala atômica e visualizar as ima-
gens reais dos átomos e moléculas na su-
Hoje em dia, há microscópios que permitem observar átomos. A primeira “foto” de um perfície de um sólido.
átomo foi obtida em 1955. O microscópio de tunelamento foi
“Vemos” átomos a todo instante, pois tudo é feito de átomos. Mas será que podemos
ver um átomo individual? A resposta é sim, mesmo sem um instrumento. Em 1990, o físico criado em 1981 pelos cientistas Gerd
Hans Dehmelt estudava um dispositivo chamado armadilha magnética e conseguiu isolar Binning e Heinrich Rohrer, da IBM de
um único íon de bário nessa armadilha (um íon é um átomo que tem elétrons a mais ou
a menos, de forma que tem uma carga elétrica, o que é necessário para permanecer na Zurich, que acabaram recebendo o
armadilha). Ele até deu um nome ao íon, Astrid, e tirou uma foto! Para fazer isso, iluminou Prêmio Nobel de Física em 1986 por
Astrid com uma luz azul, enquanto ela absorvia e emitia a luz rapidamente, de forma que
se via um pontinho azul no meio da aparelhagem.
essa descoberta. Seu princípio de fun-
Mas será que podemos observar um átomo mais de perto, ver o ambiente nanoscópico cionamento se baseia no princípio da
que o cerca? Hoje em dia, há dezenas de tipos diferentes de microscópio que são sensíveis Mecânica Quântica do comportamen-
a detalhes atômicos. Vejamos uma imagem obtida por um deles, na International Business
Machines (IBM) — que significa Negócios Internacionais de Máquinas —, disponibilizada to dual do elétron, de que ele pode se
pela Almaden Research Center, Califórnia. comportar ora como partícula, ora como
onda. Isso significa que, como onda, ele
pode penetrar em locais onde, antes, se-
gundo a Mecânica Clássica, seria impos-
sível e, além disso, pode tunelar através
de uma barreira de potencial que separa
duas regiões classicamente permitidas.
Assim, só com a formulação da
Mecânica Quântica é que esses avan-
ços foram possíveis. De tal modo, essa
Livro 1 | Parte 1

probabilidade não impede que a onda


possa atravessar uma barreira — é um
fenômeno conhecido por efeito túnel, ou
tunelamento. Aplica-se uma tensão elé-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 219
trica entre uma agulha de tungstênio, com
a ponta extremamente fina, e a amostra
EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 219 16/01/2023 22:36:53 a ser analisada. Essa tensão serve para
Leitura isoladamente. Na realidade, porém, nem aumentar a probabilidade de transferên-
os mais avançados microscópios são ca- cia de elétrons, pois o que ocorre é que,
complementar pazes de nos permitir ver um átomo iso- ao se aproximar a agulha da amostra, os
lado. No entanto, com o desenvolvimento elétrons da agulha são tunelados para
Microscópio de
da tecnologia, criaram-se máquinas que a amostra. Essa agulha se move sobre a
tunelamento por
nos permitem visualizar manchas colori- superfície do material fazendo uma var-
varredura (STM)
das que nos dão a localização desses redura sobre ele, e os elétrons tunelados
átomos no material estudado. geram uma pequena corrente elétrica,
Quando se estudam os modelos
O primeiro equipamento que per- que é captada pelo circuito da máquina,
atômicos de Dalton, Thomson, Rutherford
mitiu que fossem geradas imagens reais enviando essas informações para o com-
6:53
e Böhr, nota-se que os átomos são vistos

Distribuindo os elétrons – Capítulo 10 109

EM_ME_Quimica_1A.indb 109 11/02/2023 10:29


putador, que levanta a topografia dos
átomos na superfície da amostra, ou seja,
registra o seu relevo (potencial). O círculo é formado por 48 átomos de ferro adsorvidos em uma superfície de cobre.
A intensidade da corrente depen- Cada átomo de ferro aparece de forma pontiaguda, um efeito de como a ponta do micros-
cópio interage com os átomos. As cores são fictícias. Dentro do círculo, vemos ondas formadas
de da distância; e a constância dela de- pelos elétrons da superfície do cobre, exibindo, de maneira notável, o caráter ondulatório dos
pende da variação da distância entre a elétrons. Tal imagem foi fabricada por meio de técnicas da nanotecnologia (o estudo da mani-
ponta da agulha e a amostra. Utilizando pulação da matéria em uma escala atômica e molecular). Notamos na imagem duas “ilhotas”
fora do círculo, que são defeitos da superfície do cobre.
essa técnica, várias imagens atômicas de
superfícies de semicondutores já foram
registradas, assim como de moléculas
adsorvidas quimicamente. As amostras
analisadas devem ser condutoras e, para
um melhor resultado, devem ser feitas
no vácuo. Elas também podem ser feitas
na atmosfera, porém o ar pode tornar a
amostra impura e comprometer a imagem
obtida.
Graças à invenção do STM, passou
a ser possível não só visualizar os átomos
e as moléculas, mas também medi-los e
manipula-los. E isso desencadeou o de-
senvolvimento de uma grande variedade
de microscópios de varredura por sonda
(SPM).
Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimi-
ca/microscopio-tunelamento-com-varredura-stm.
htm. Acesso em: 27/05/2022. Adaptado.

Anotações A pontinha minúscula é sensível à presença de átomos individuais. A detecção pode


ocorrer devido à passagem de elétrons para a ponta (microscópio de tunelamento) ou devido
a um deslocamento da ponta por causa da atração entre a ponta e um átomo (microscópio
de força atômica).
Assim, pode-se dizer que é possível “observar” átomos, com a mediação de instrumentos
Livro 1 | Parte 1

e incorporando suposições teóricas no tratamento dos dados.

Disponível em: https://opessoa.fflch.usp.br/sites/opessoa.fflch.usp.br/files/Vya-Quantica-Tudo.pdf. Acesso em: 11/10/2021. Adaptado.

220 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 220 16/01/2023 22:36:53

EM

110 Capítulo 10 – Distribuindo os elétrons

EM_ME_Quimica_1A.indb 110 11/02/2023 10:29


Agora é sua vez!

1. Alguns elementos apresentam, no seu estado d) 35 partículas nucleares.


fundamental e no seu nível mais energético, e) 45 partículas nucleares.
a distribuição eletrônica npx. Entre os ele- 4. Alternativa "c".
mentos abaixo, o que apresenta o maior va- 5.
lor de x é: O cloreto de sódio (NaC l) representa um
papel importante na fisiologia do ser huma-
a) 13A l . c) 34Se. e) 35Br.
no, pois atua como gerador do ácido clo-
b) 14Si. d) 15P. rídrico no estômago. Com relação ao ele-
1. Alternativa "e". mento químico cloro (Z = 17), o número de
2. Um elemento cujo átomo possui 20 nêutrons elétrons no subnível p é:
e apresenta distribuição eletrônica no esta- a) 8. c) 11. e) 6.
do fundamental 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 tem:
b) 12. d) 10.
a) número atômico 20 e número de massa 39.
5. Alternativa "c".
b) número atômico 39 e número de massa 20.
6. O fenômeno da supercondução de eletri-
c) número atômico 19 e número de massa 20.
cidade, descoberto em 1911, voltou a ser
d) número atômico 19 e número de massa 39. objeto da atenção do mundo científico com
e) número atômico 39 e número de massa 19. a constatação de Bednorz e Muller de que
2. Alternativa "d". materiais cerâmicos podem exibir esse tipo
3. (Unirio) “Os implantes dentários estão mais de comportamento, valendo o Prêmio No-
seguros no Brasil e já atendem às normas bel a esses físicos em 1987. Um dos elemen-
internacionais de qualidade. O grande sal- tos químicos mais importantes na formulação
to de qualidade aconteceu no processo de da cerâmica supercondutora é o ítrio:
confecção dos parafusos e pinos de titânio, 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1
que compõem as próteses. Feitas com ligas
de titânio, essas próteses são usadas para fi- O número de camadas do ítrio é:
xar coroas dentárias, aparelhos ortodônticos a) 4. c) 2. e) 1.
e dentaduras, nos ossos da mandíbula e do b) 5. d) 3.
maxilar.”
Jornal do Brasil, outubro 1996.
6. Alternativa "b".
7. O titânio (Z = 22) é um metal usado na fabri-
Considerando que o número atômico do ti- cação de motores de avião e de pinos para
tânio é 22, sua configuração eletrônica será: próteses. Quantos elétrons há no último nível
a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3. da configuração eletrônica desse metal?
b) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. a) 6. c) 4. e) 2.
c) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2. b) 5 d) 3.
d) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d2. 7. Alternativa "e".
e) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6. 8. O íon 22Ti2+ apresenta a seguinte distribuição
3. Alternativa "d". eletrônica:
4. O bromo, único halogênio que, na condição a) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2.
:36:53

ambiente, encontra-se no estado líquido, for- b) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d2.
Livro 1 | Parte 1

80
mado por átomos representados por 35 Br,
c) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d3.
apresenta:
a) 25 elétrons na camada de valência. d) 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6.
b) 2 elétrons na camada de valência. 8. Alternativa "b".
c) 7 elétrons na camada de valência.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 221

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 221 16/01/2023 22:36:54

Distribuindo os elétrons – Capítulo 10 111

EM_ME_Quimica_1A.indb 111 11/02/2023 10:29


De olho no vestibular/Enem
1. (UEL) Considere as afirmações abaixo: 5. A espécie 56
26 Fe3+ possui:
I. O elemento químico de número atômico a) 26 prótons, 25 nêutrons e 25 elétrons.
30 tem 3 elétrons de valência. b) 27 prótons, 27 nêutrons e 25 elétrons.
II. Na configuração eletrônica do elemento c) 26 prótons, 30 nêutrons e 23 elétrons.
químico com Z igual a 26, há 6 elétrons no
subnível d. d) 25 prótons, 30 nêutrons e 23 elétrons.
III. 3s2 3p3 corresponde à configuração ele- 5. Alternativa "c".
trônica dos elétrons de valência do elemen- 6. (Uerj) A figura a seguir foi proposta por um
to químico de número atômico 35. ilustrador para representar um átomo de lítio
IV. Na configuração eletrônica do elemento 7
3 Li no estado fundamental, segundo o mo-
químico de número atômico igual a 21, há 4 delo de Bohr.
níveis de energia.
Estão corretas somente as afirmações:
a) I e II. d) II e IV.
b) I e III. e) III e IV.
c) II e III.
1. Alternativa "d". Elétron.
2. O vanádio (Z = 23), elemento de transição, Próton.
constitui componente importante do aço Nêutron.
para produzir um tipo de liga que melhora
consideravelmente a tenacidade, as resistên- Constatamos que a figura está incorreta em
cias mecânicas e a corrosão do ferro. relação ao número de:
Quantos elétrons há no subnível 3d da con- a) nêutrons no núcleo.
figuração eletrônica do vanádio?
b) partículas no núcleo.
a) 1. d) 4.
b) 2. e) 5. c) elétrons por camada.
c) 3. d) partículas na eletrosfera.
2. Alternativa "c". e) não está incorreta.
3. (UEL) Em quais níveis de energia o césio (Z = 55), 6. Alternativa "c".
no estado fundamental, apresenta 18 elétrons? 7. (PUC) O número normal de subníveis existen-
a) 2 e 3. d) 3 e 4. tes no quarto nível energético dos átomos é
b) 2 e 4. e) 3 e 5. igual a:
c) 2 e 5. a) 1. d) 4.
3. Alternativa "d". b) 2. e) 5.
4. (Cescem) Qual dos valores abaixo pode re- c) 3.
presentar o número atômico de um átomo 7. Alternativa "d".
que, no estado fundamental, apresenta ape-
8. Qual o número atômico do elemento que
nas dois elétrons na última camada, também
chamada de camada de valência? apresenta o subnível mais energético 5d4?
Livro 1 | Parte 1

a) 16. d) 19. a) 74. d) 81.


b) 17. e) 20. b) 78. e) 83.
c) 18. c) 80.
4. Alternativa "e". 8. Alternativa "a".

222 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P1.indb 222 16/01/2023 22:36:54

112 Capítulo 10 – Distribuindo os elétrons

EM_ME_Quimica_1A.indb 112 11/02/2023 10:29


MANUAL DO EDUCADOR - FORMAÇÃO CONTINUADA

CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS

QUÍMICA Ciele Lins

1
Novo
Ensino
Médio

LIVRO

EM_ME_Quimica_1A_PARTE2A.indd 113 27/02/2023 14:07


1
Livro

MANUAL DO
EDUCADOR
Formação Continuada

Novo Ensino Médio


QUÍMICA Ciele Lins
Manual do Educador Direção de arte
Química Elto Koltz
PARTE 2
Editor Projeto gráfico e capa
Lécio Cordeiro Hilka Fabielly e Elto Koltz

Revisão de texto Imagem da capa


Departamento editorial 89stocke | Shutterstock.com

Diagramação Direitos Reservados à Multi Marcas Editoriais Ltda.


Marcos Durant Rua Neto Campelo Júnior, 37 — Mustardinha — CEP: 50760-330, Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 — IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste
livro. A editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em
incluir quaisquer créditos faltantes.

ISBN Professor: 978-85-403-1860-1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e


Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil

EM_ME_Quimica_1A_PARTE2A.indd 114 27/02/2023 14:07


Apresentação
Professor(a), o presente manual do educador tem como objetivo auxiliar sua prática docente, tornando-a mais sólida para
lidar com as exigências do Novo Ensino Médio.
No início de cada capítulo, é possível encontrar quais habilidades da BNCC são trabalhadas e quais os objetivos pedagó-
gicos são elencados para determinados conteúdos. Na seção Diálogo com o professor, você encontrará diferentes sugestões de
como trabalhar os assuntos dentro e fora da sala de aula. Vale ainda ressaltar que as propostas didáticas apresentadas devem
ser adaptadas conforme à realidade de cada turma.
Atualmente, o ensino das Ciências da Natureza é constituído de diversos desafios, principalmente por integrar o conheci-
mento de três disciplinas: Biologia, Química e Física. Sendo assim, este material contém diversos pontos de apoio que podem ser
utilizados na sua prática docente, como leituras complementares, sugestões de abordagens e de vídeos.
Neste volume, vamos estudar os materiais e as substâncias, bem como suas propriedades, suas transformações e seus cons-
tituintes. Estudaremos ainda o que é Química, seus vários campos de atuação e suas relações com as demais ciências. À medida
que essas teorias forem desenvolvidas e o tema eleito para cada unidade for discutido, questões pertinentes ao co¬tidiano serão
levantadas.
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EM_ME_Quimica_1A_PARTE2A.indd 115 16/02/2023 17:30:08


Parte
2
Tom Wang I Shutterstock

EM_ME_Quimica_1A.indb 116 11/02/2023 10:30


Os elementos
químicos: sua
organização e
a formação de
moléculas
A tabela periódica surgiu após algumas tentativas de organi-
zação dos elementos químicos. Os estudiosos envolvidos sentiram a
necessidade de dispor os elementos com base em propriedades que
aparecem de forma regular e periódica — por isso recebe tal nome.
Atualmente, ela serve como um dos princípios básicos de or-
ganização e de compreensão dos elementos químicos, os quais são
classificados e agrupados a partir de certas propriedades. Com o
objetivo de facilitar a comunicação entre os profissionais da área, a
União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) auxilia na
padronização das informações apresentadas na tabela periódica.
Além de ser um importante material para os estudiosos da Quí-
mica, a tabela periódica é utilizada como ferramenta para induzir os
alunos nesse campo de estudo.

EM_ME_Quimica_1A.indb 117 11/02/2023 10:30


CAPÍTULO 11
No mundo, vários dados são organizados em sequências,
tabelas e gráficos, já que essas formas de apresentação ex-
põem os dados de modo fácil e deixam a leitura mais rápida.
A tabela periódica é um instrumento de grande utilidade
nas diversas ciências, principalmente na Química. Ela nos apre-
senta um mundo de informações que permite organizar ideias
com relação às tendências de algumas propriedades.
Por ser grande a quantidade de elementos que existe na
natureza, sem contar o grande número que, atualmente, vem sen-
do sintetizado em laboratório, vários cientistas tentaram, com o
passar dos anos utilizar critérios para organizá-los, até chegarem
à tabela que conhecemos hoje: a tabela periódica.
OlivierL I Depositphotos

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As primeiras tentativas
de organizar os
elementos

EM_ME_Quimica_1A.indb 119 11/02/2023 10:30


BNCC
Tome Nota As tríades de Döbereiner
Habilidades trabalhadas no
Esta é considerada a primeira tentativa de organizar os
capítulo elementos químicos e recebe esse nome porque foi realizada
pelo alemão Johann Wolfgang Döbereiner.
EM13CNT201 Ele percebeu uma relação simples entre as massas atômi-
EM13CNT209 cas de três elementos: cálcio (Ca), estrôncio (Sr) e bário (Ba). A
massa do átomo de estrôncio apresenta um valor bem próximo
EM13CNT303 da média aritmética das massas atômicas do cálcio e do bário.
Porém, essa observação, para a época, não impressionou muito
e terminou sendo desconsiderada.
Entretanto, mesmo a ideia de Döbereiner não tendo sido
levada em consideração, o cientista é sempre lembrado por ter
Objetivos identificado essa relação entre os elementos.

pedagógicos Um exemplo de tríade sugerida


por Döbereiner: o cloro (gás
amarelo-esverdeado), o bromo
(líquido marrom-avermelhado
ƒ Compreender os princípios a partir que, na imagem, apresenta-se na
forma de vapor) e o iodo (sólido
dos quais está estruturada a organização de cor roxo-escura que, pelo fe-
nômeno da sublimação, pode ser
da atual tabela de classificação periódi- visualizado na forma de vapor).

ca dos elementos químicos.


ƒ Entender os aspectos históricos rela-
cionados ao desenvolvimento da tabela
periódica atual, reconhecendo a impor-
tância dos cientistas envolvidos no pro-
cesso.

wikipedia.org
Sugestão de
abordagem
O vídeo Tudo se transforma — ta-
bela periódica é uma produção audiovi-
sual da PUC-Rio, realizada em parceria
com o Ministério da Educação, com o
Livro 1 | Parte 2

Ministério da Ciência e Tecnologia e


Johann Wolfgang Döbereiner (1780 –1849) foi um químico ale-
com o Fundo Nacional de Desenvolvi- mão, precursor da lei periódica para os elementos químicos, in-
ventor do primeiro isqueiro, que ficou conhecido como a lâm-
mento da Educação. A partir dele, os pada do Döbereiner. Foi professor de Química e Farmácia na
Alemanha.
estudantes podem aprofundar os conhe-
cimentos, construídos em sala de aula, 110 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
sobre a história da tabela periódica.

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 110 18/01/2023 11:20:13

Anotações

EM

120 Capítulo 11 – As primeiras tentativas de organizar os elementos

EM_ME_Quimica_1A.indb 120 11/02/2023 10:30


O parafuso telúrico de
Chancourtois
A segunda tentativa de organizar os elementos partiu do
cientista francês Alexandre de Chancourtois, que classificou os
elementos então conhecidos em uma ordem hierárquica cres-
cente de peso atômico.
Ele se baseou em um cilindro e traçou uma curva helicoidal,
dividindo-o em dezesseis partes, e, sobre estas, dispôs os ele-
mentos e provou que aqueles com propriedades semelhantes se
situavam nas verticais traçadas; por isso, seu feito ficou conheci-

wikipedia.org
do como parafuso telúrico.

Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois


(1820 –1886) foi um geólogo francês. Seu
grande legado foi ser um dos primeiros a
Li classificar os elementos, observando a sua
periodicidade e, assim, formar uma tabela
Be periódica.
B
Na
Mg Tome Nota
Al
K
Ca

Representação do parafuso telúrico de Chancourtois.

As oitavas de Newlands
Outra tentativa de organizar os elementos foi feita por
Alexander Reina Newlands, que usou uma ordem crescente de
pesos atômicos, organizando grupos de sete elementos, em que
as propriedades eram repetidas no oitavo elemento, como na
escala musical. Por isso ficou conhecida como Lei das Oitavas.

Dó 1 Hidrogênio Dó 8 Flúor
Ré 2 Lítio Ré 9 Sódio
Mi 3 Berílio Mi 10 Magnésio
:20:13

Fá 4 Boro Fá 11 Alumínio
Livro 1 | Parte 2

Sol 5 Carbono Sol 12 Silício


Lá 6 Nitrogênio Lá 13 Fósforo
Si 7 Oxigênio Si 14 Enxofre

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 111

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 111 18/01/2023 11:20:14

As primeiras tentativas de organizar os elementos – Capítulo 11 121

EM_ME_Quimica_1A.indb 121 11/02/2023 10:30


Tome Nota A classificação das oitavas era cientificamente correta até
o elemento cálcio.
Entretanto, para alguns estudiosos, apresentava erros em
razão de utilizar valores equivocados de massas atômicas, o que
classificava erroneamente muitos elementos.
Ao apresentar sua classificação aos membros da entidade
responsável pela Química da época, Newlands foi questionado
por gozação e chegaram até a sugerir, então, que ele tivesse
organizado os elementos na ordem alfabética.
No entanto, duas décadas mais tarde, seu trabalho foi reco-
nhecido e utilizado por Mendeleev, por ter introduzido a noção
de periodicidade das propriedades dos elementos em função da
massa dos átomos.

John Newlands

Químico inglês, nasceu em 26 de novem-


wikipedia.org

bro de 1837, em Southwark, Londres, e faleceu


em 29 de julho de 1898. John Alexander Reina
Newlands estudou no Royal College of Chemistry
e precedeu Dmitri Mendeleev na formulação do
conceito de periodicidade das propriedades dos
elementos químicos.
Apesar de ter falhado na tentativa de agru-
par os elementos em grupos de 7, o seu trabalho
constituiu um grande avanço na direção certa
para a classificação dos elementos, e, anos mais
tarde, a ideia básica de Newlands foi retomada
por Mendeleev e Lothar Meyer.
Em 1887, foi condecorado pela Royal
Society of London pela sua contribuição.

Disponível em: http://www.infopedia.pt/$john-newlands.


Acesso em: 29/12/2022. Adaptado.

EM_

112

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 112 18/01/2023 11:20:14

122 Capítulo 11 – As primeiras tentativas de organizar os elementos

EM_ME_Quimica_1A.indb 122 11/02/2023 10:30


A lei periódica dos elementos de
Mendeleev
O químico russo Dmitri Mendeleev (1834–1907) iniciou

Reprodução
sua pesquisa sobre a periodicidade dos elementos ao se tornar
professor na Universidade de São Petersburgo. Leitura
Ele sentia necessidade de organizar seus dados, por isso
começou a colecionar todas as informações sobre os elementos
complementar
descobertos até meados de 1860 (até então, 63), e os organi-
zou em ordem crescente de peso atômico, anotando os dados
em cartões que eram fixados nas paredes de seu laboratório; Elemento atômico Md
conforme observava alguma semelhança entre os cartões, mu-
dava-os de posição. Versão da tabela periódica proposta inicial-
Assim, teve origem a primeira tabela periódica, na qual os mente por Mendeleev. Elemento químico artificial, sólido e
elementos foram dispostos em filas horizontais, de acordo com a radioativo identificado em 1955 por Albert
massa atômica crescente, e colunas verticais, com elementos de
propriedades semelhantes.
Ghiorso, Bernard G. Harvey, Gregory R.
Ele apresentou à comunidade científica a sua lei periódica Choppin, Stanley G. Thompson e Glenn T.
dos elementos, muito seguro da validade de sua classificação, Seaborg na Universidade de Berkeley, na
pois, inclusive, deixara posições vazias dedicadas aos que ainda
não eram conhecidos. De maneira surpreendente, ele antecipou, Califórnia. Seu primeiro isótopo descoberto
com precisão, as propriedades desses elementos quando viessem tem peso atômico de 256. De símbolo Md
a ser conhecidos, tendo como base as propriedades dos elemen-
tos próximos. e número atômico 101, é o décimo segundo
elemento da série dos actinídeos. Foi no-
meado em homenagem ao químico russo
Dimitri Mendeleiev, que desenvolveu a ta-
bela periódica e formulou a lei periódica.
O mendelévio não se encontra na nature-
za e se prepara por transmutação nuclear
artificial de um elemento mais ligeiro.
Disponível em: http://tabela.oxigenio.com/actini-
dios/elemen¬to_quimico_mendelevio.htm. Acesso
em: 27/05/2022.

Anotações

113

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 113 18/01/2023 11:20:15

20:14

As primeiras tentativas de organizar os elementos – Capítulo 11 123

EM_ME_Quimica_1A.indb 123 11/02/2023 10:30


Tome Nota

wikipedia.org
Dmitri Mendeleev, criador da tabela periódica que
mais se assemelha à atual.

Seu mérito foi fazer uma extensiva organização dos ele-


mentos com base em suas propriedades, realizando ajustes ne-
cessários. Mendeleev é conhecido, então, como o pai da tabela
periódica.
Segundo a tabela periódica disponibilizada pela Iupac, ór-
gão que regula os padrões e nomenclaturas adotados por quí-
micos do mundo inteiro, 38 diferentes tipos de elementos haviam
sido descobertos até o ano de 1800, entre eles o hidrogênio, o
ferro, o alumínio, o flúor e o cálcio.
No período entre 1800 e 1849, 22 elementos foram desco-
bertos, entre eles o potássio, o sódio, o iodo, o selênio e o bromo.
Entre 1850 e 1899, outros 23 elementos, como o hélio, o césio,
o neônio e o gálio, passaram a fazer parte da tabela periódi-
ca. De 1900 a 1949, treze novos elementos foram descobertos,
incluindo frâncio, radônio e astato. Nos últimos cinquenta anos
do século passado, foram descobertos quinze elementos, como o
rutherfódio, o berquélio e o califórnio, totalizando 111 na tabela
periódica. Oficialmente, em janeiro de 2016, foram colocados
quatro novos elementos: 113, 115, 117 e 118, os quais foram
batizados de nihônio, moscóvio, tenessino e oganessônio, res-
pectivamente.
Ao criar a tabela, Mendeleev deixou algumas lacunas em
aberto justamente para que os novos elementos a serem des-
cobertos pudessem ser encaixados nela. Foi tudo baseado na
periodicidade, indicando que haveria novos elementos que pre-
encheriam essas lacunas. Entretanto, existiram outros fatores que
EM_

Mendeleev não previu e cuja existência não considerava, como


Livro 1 | Parte 2

os gases nobres. Nesse caso, era muito difícil identificá-los, pois


eles não reagem com nada. A maior parte dos gases nobres foi
identificada no começo do século XX.
E se um novo elemento for descoberto nos dias de hoje?
Como ele passará a ser inserido na tabela periódica? De acor-

114 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 114 18/01/2023 11:20:15

124 Capítulo 11 – As primeiras tentativas de organizar os elementos

EM_ME_Quimica_1A.indb 124 11/02/2023 10:30


do com estudiosos, esse seria um tipo de situação bem rara
atualmente, pois é pouco provável que existam elementos natu-
rais com números atômicos mais altos que os já registrados, e os
que vierem a ser sintetizados em laboratórios podem ser muito
instáveis. É importante deixar claro que isso não acontece com hoje Clarendon Laboratory, estudou
tanta frequência. O trabalho necessário para caracterizar um
novo elemento sintético, com o seu posterior reconhecimento, a emissão de radiação X por átomos
é muito complicado e pode demorar para que os dados sejam que haviam sido bombardeados por um
oficialmente aceitos pela Iupac, já que deve haver concordância
entre os cientistas.
feixe de elétrons, concluindo que essa
emissão estava ligada a um valor inteiro
Tempo das descobertas Antes de 1800 1800—1849 1850—1899 1900—1949 1950—1999 2000—2016
de cargas positivas no núcleo atômico
1 18
(1913—1914). Verificou, então, que áto-
2 13 14 15 16 17 mos de elementos químicos diferentes
possuíam diferentes números de carga
positiva no núcleo, valor de carga que
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
ficou conhecido como número atômico,
característica de cada elemento quími-
co e uma importante descoberta para
a classificação periódica dos elementos.
Superando a classificação feita pela
massa atômica e, então, a relação real de
periodicidade das propriedades dos ele-
mentos, foi colocada em função do número
atômico, definindo a tabela periódica de
Dmitri Mendeleev, com a aparência co-
Tabela periódica mostra os elementos descobertos ao lon-
nhecida atualmente. Determinou os com-
go dos séculos. (Reprodução: Iupac)
primentos de onda das radiações K-alfa
e L-alfa de vários elementos e obteve
A lei de Moseley uma relação entre os comprimentos de
Henry Gwin-Jeffreys Moseley, estudando a emissão de onda das radiações consideradas e os
aip.org

raios X, verificou que havia uma relação linear entre o número


de ordem de cada elemento na tabela periódica e o número números atômicos dos elementos que as
atômico, que correspondia à quantidade de prótons no núcleo emitem. Mostrou também a existência de
de cada átomo e é também o valor que caracteriza, sem equí-
lacunas a preencher na tabela periódica
Livro 1 | Parte 2

voco, cada átomo como de um dado elemento.


Seus estudos fizeram com que o número atômico passasse como, para Z = 43, 61, 72 e 75, elemen-
Moseley, cientista responsável pela classifi-
a ser a variável independentemente da lei periódica. cação periódica baseada nos números atô- tos que vieram a ser descobertos poste-
micos, trabalhando em seu laboratório.
riormente. Alistou-se no Royal Engineers
(1914) e, em combate, em Gallipoli, Es-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 115
treito de Dardanelos, na Turquia, durante
a Primeira Guerra Mundial, faleceu, com
apenas 27 anos de idade.
EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 115
elemento, o número de Moseley (1913). 18/01/2023 11:20:15

Leitura Moseley estudou Física e formou-se no Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biogra-


complementar Trinity College, Oxford (1910), sendo fias/HenryGwy.html. Acesso em: 15/01/2016.
indicado Lecturer and Demonstrator
Henry Gwyn Jeffreys de Física, e foi colaborador de Ernest
Moseley (1887–1915) Rutherford no laboratório de Física da
Manchester University (1910—1913).
Físico britânico nascido em Weymouth, Realizou estudos sistemáticos importantes
Dorset, Inglaterra, que determinou que o em espectroscopia de raio X, utilizando
número atômico de um elemento pode um espectrômetro. De volta a Oxford
20:15
ser deduzido do raio X do espectro do para trabalhar no Electrical Laboratory,

As primeiras tentativas de organizar os elementos – Capítulo 11 125

EM_ME_Quimica_1A.indb 125 11/02/2023 10:30


Agora é sua vez!

1. Mendeleev foi o primeiro a sugerir maneiras 5. Podemos considerar a tabela periódica


de organizar os elementos químicos segundo como uma das maiores descobertas da Ci-
suas propriedades? ência? Em sua opinião, o que a torna tão
importante?
1. Não. Chancourtois também organizou segundo
as propriedades, porém utilizou uma forma exótica 5. Sugestão: Uma das principais qualidades da ta-
de dispor esses elementos, no formato de um parafu- bela periódica é o fato de prever a propriedade dos
so. elementos químicos e dos compostos que vão se for-
mar por suas combinações. Tal previsibilidade é refle-
xo de os elementos estarem agrupados na tabela não
2. Mendeleev deixou alguns espaços entre só pela ordem crescente de seus números atômicos.
elementos vazios em sua tabela. Comente o
porquê e a que se destinavam tais espaços.
6. Alguns cientistas, como Döbereiner e
2. As posições vazias deixadas por Mendeleev
Newlands, tentaram por muito tempo com-
eram dedicadas a elementos que ainda não eram
preender as diversas relações existentes
conhecidos. De maneira surpreendente, ele anteci-
entre os elementos químicos, entretanto, ne-
pou, com precisão, as propriedades desses elemen-
nhum com a mesma precisão de Mendeleev.
tos quando viessem a ser conhecidos, levando como
Em sua opinião, qual foi a grande ideia que
base as propriedades dos elementos próximos.
permitiu ao cientista russo obter uma classi-
ficação tão perfeita?
3. Mendeleev organizou os elementos químicos 6. Sugestão: Mendeleev preparou um conjunto de
em ordem crescente de massa atômica. Na cartões nos quais as propriedades dos elementos,
tabela periódica atual, eles ainda são orga- um para cada cartão, foram tabuladas. Arranjando
nizados desse modo? e rearranjando os cartões, ele percebeu que muitas
propriedades se reproduziam periodicamente com
3. Não. Com base nos estudos de Moseley e na
o aumento do peso atômico dos elementos. O uso
descoberta do número atômico, a tabela periódica
de cartões permitiu ao cientista russo deixar lacunas
atual é organizada em ordem crescente de número
para elementos até então desconhecidos.
atômico.

7. Depois de Mendeleev, a tabela foi reajus-


4. Dos outros cientistas que contribuíram na or- tada de acordo com novas descobertas. De
ganização da tabela periódica, qual acres- maneira geral, quais foram as principais mu-
centou informações para a organização de danças?
Mendeleev? 7. Moseley formulou uma lei que provava a exis-
tência de um número inteiro que hoje chamamos de
4. Cada um teve sua contribuição particular, po-
número atômico (Z) dos elementos. Por meio dessa
rém nenhum teve contribuição direta no trabalho de
lei, foi possível perceber que o elemento natural de
Mendeleev.
maior número atômico era o urânio (Z = 92). Com
Livro 1 | Parte 2

isso, evidenciou-se a existência de lacunas na tabela,


pois, na época, eram conhecidos 88 elementos.

116 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 116 18/01/2023 11:20:16 EM

126 Capítulo 11 – As primeiras tentativas de organizar os elementos

EM_ME_Quimica_1A.indb 126 11/02/2023 10:30


De olho no vestibular/Enem

1. (ITA) Na elaboração das primeiras classifica- xou alguns espaços vagos, dizendo que ne-
ções periódicas, um dos critérios mais impor- nhum elemento se encaixava ali porque eles
tantes para agrupar elementos numa mesma ainda não haviam sido descobertos, mas que
coluna foi observar: ainda seriam. Além disso, ele especificou até
mesmo quais seriam as propriedades desses
a) o último subnível eletrônico ser igualmente elementos químicos ainda não descobertos.
ocupado. E, impressionantemente, foi o que realmente
b) mesma(s) valência(s) na combinação com aconteceu. Após a publicação de sua tabe-
elementos de referência. la, os elementos germânio, gálio e escândio
c) mesma estrutura cristalina dos próprios foram descobertos e possuíam as proprieda-
elementos. des descritas por ele.
d) número atômico crescente. Atualmente, a Tabela Periódica dos Elemen-
e) número de massa crescente. tos Químicos está organizada em ordem
crescente de número atômico (Z), porque, na
1. Alternativa “a”.
realidade, não são as massas atômicas que
2. (Etec) Leia o texto para responder à questão.
definem as propriedades de cada elemento,
A Organização das Nações Unidas (ONU) mas sim o número atômico.
declarou 2019 como sendo o Ano Interna- Apesar de terem sofrido vários ajustes ao
cional da Tabela Periódica dos Elementos longo dos anos, as Tabelas Periódicas mo-
Químicos (IYPT 2019, em inglês). Um dos dernas continuam baseadas sobre a estrutu-
principais motivos para a comemoração é ra essencial criada por Mendeleev.
que em 2019 completamos 150 anos desde
No ano de 1955, um novo elemento quí-
a primeira tabela de Dmitri Mendeleev. Ele,
mico foi descoberto, tendo número atômico
na tentativa de organizar os elementos quí-
101, sendo instável e sujeito a sofrer fissão
micos conhecidos na época, inspirou-se em
nuclear espontânea. Ele recebeu o nome de
cartas do baralho que usava para jogar pa-
mendelévio, em homenagem a esse grande
ciência e fez algo parecido com os elemen-
cientista.
tos. Pegou fichas brancas e nelas escreveu o
símbolo dos elementos químicos conhecidos Mendeleev deixou, em sua Tabela, espaços
e uma curta lista de suas propriedades quí- vazios,
micas. Passou então a se concentrar sobre a) pois havia sonhado com novos elementos
aquelas fichas e num dado momento, foi químicos e passou a pesquisá-los.
vencido pela exaustão e adormeceu, tendo b) porque previa a descoberta de novos
um sonho em que via uma tabela na qual os elementos químicos, o que realmente ocorreu
elementos se encaixavam exatamente como posteriormente.
pretendia. Ao despertar do sono, escreveu c) que foram preenchidos por novos elemen-
imediatamente essa tabela. Ele compreen- tos, com características diferentes das previs-
deu que, quando os elementos eram escritos tas por ele.
numa ordem crescente de massa atômica,
d) porque não existiam elementos que apre-
várias propriedades químicas se repetiam
sentassem as massas atômicas que deveriam
em intervalos regulares (periódicos). Por isso,
Livro 1 | Parte 2

ocupá-los.
a sua descoberta recebeu o nome de Tabe-
la Periódica dos Elementos. e) para serem preenchidos por elementos
químicos que havia descoberto, pouco antes
O mais impressionante dessa descoberta e
de sonhar com a tabela.
que fez com que ele fosse levado a sério
pela comunidade científica foi que ele dei- 2. Alternativa “b”.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 117

0:16 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 117 18/01/2023 11:20:16

As primeiras tentativas de organizar os elementos – Capítulo 11 127

EM_ME_Quimica_1A.indb 127 11/02/2023 10:30


CAPÍTULO 12
A tabela periódica atual muito se parece com aquela proposta
por Mendeleev, porém não é uma cópia fiel dela, pois foi complemen-
tada. Seu complemento não se deve ao fato de terem sido descober-
tos os elementos que, hoje, ocupam os espaços vazios deixados por
Mendeleev, e sim devido ao conceito de número atômico, definido
por Henry Moseley. Ele determinou que o que representa um elemento
não está diretamente relacionado à massa, mas, sim, à carga do núcleo
do átomo.
Moseley, apesar de ter mantido a essência do modelo anterior,
modificou a tabela periódica inicialmente proposta por Mendeleev,
colocando-a em ordem crescente de número atômico, e não de massa,
como Mendeleev havia construído. A estrutura da tabela periódica
atual é, portanto, o foco de estudo deste capítulo.
pol_1978 I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 128 11/02/2023 10:30


A tabela
periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 129 11/02/2023 10:30


BNCC
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT201
EM13CNT209
EM13CNT303

Objetivos
pedagógicos
isak55 | Shutterstock

Tome Nota
ƒ Compreender a organização da Os períodos da tabela
tabela periódica atual. Para compreender como a tabela periódica funciona, é re-
ƒ Localizar os períodos e as famílias na levante saber que cada quadradinho — os cartões inicialmente
afixados na parede do laboratório de Mendeleev — contém
tabela periódica. informações referentes ao elemento químico: símbolo, massa atô-
ƒ Reconhecer o legado deixado por mica, número atômico e nome, além de outras informações que
também podem ser inseridas, como a distribuição dos elétrons.
Mendeleev para a história das ciências.

Número
Diálogo com atômico 26 2
8
Distribuição eletrônica

o professor Fe
14
2
Ferro Nome
Símbolo 55,847 Massa atômica
Este capítulo trata, sobretudo, da
configuração da tabela periódica. Dada O nome tabela periódica se deve ao fenômeno conheci-
a sua complexidade, sugerimos que os do por periodicidade, isto é, a repetição de propriedades, em
conteúdos sejam trabalhados com o au- intervalos. Um exemplo prático de periodicidade são as fases da
lua, que mudam durante o mês e se repetem mês após mês.
xílio de atividades lúdicas. Esses recursos Moseley percebeu que as propriedades dos elementos va-
pedagógicos podem atuar como uma riam periodicamente com os números atômicos. A tabela perió-
dica atual apresenta 118 elementos oficialmente reconhecidos,
Livro 1 | Parte 2

estratégia que não só desperta o interes- distribuídos em sete linhas horizontais, sendo essas linhas chama-
se dos alunos, mas também proporciona das de períodos. Assim, a tabela periódica é formada por sete
períodos, que corresponde à quantidade de camadas, ou níveis
uma atmosfera de estudo mais dinâmica de energia, que o elemento químico possui.
e atrativa.
120 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anotações EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 120 18/01/2023 11:20:16 EM_

130 Capítulo 12 – A tabela periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 130 11/02/2023 10:30


Tome Nota
Grupo

1
1
2 13 141516 17
18
Sugestão de
2 abordagem
3 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Período 4
5 Jogo da tabela periódica
6
7 O objetivo desse jogo é construir
Lantanídeos
uma tabela periódica com base nas se-
Actinídeos
melhanças entre as propriedades dos
Na ilustração, é possível observar os sete períodos — linhas ho-
rizontais que compõem a tabela periódica. elementos químicos. Sugerimos que a tur-
ma seja dividida em grupos com 2 ou
À medida que percorremos os períodos da tabela perió- 3 alunos por equipe. O jogo da tabela
dica atual, observamos que eles são formados por quantidades periódica é composto por 21 fichas, con-
distintas de elementos químicos. O primeiro período é composto
por apenas dois elementos: hidrogênio (H) e hélio (He); os segun- tendo, de um lado, o nome e símbolo dos
do e terceiro períodos contêm uma quantidade bem maior de elementos químicos com o seu respectivo
elementos, totalizando oito em cada período; os quarto e quinto
períodos comportam dezoito elementos cada um; no sexto perí-
número atômico e massa molar e, do ou-
odo, chegam a existir trinta e dois elementos. tro lado das fichas, as propriedades de
Elementos que fazem parte de um mesmo período da tabe- cada um dos elementos. Desse modo, ao
la possuem números iguais de camadas eletrônicas (K, L, M, etc.).
final da atividade, cada grupo terá uma
Os grupos, ou famílias, da tabela tabela periódica formada.
As regras para esse jogo são sim-
Na tabela periódica atual, cada elemento tem uma posição
no período em relação a uma coluna, e essa coluna recebe o ples: vire todas as cartas de modo que as
nome de grupo, ou família, para os mais tradicionais. Nesses propriedades fiquem viradas para cima.
grupos, os elementos possuem propriedades muito semelhantes.
Ao todo, na tabela periódica, podem ser vistas dezoito colunas. Organize as cartas de modo a formar
Segundo o critério de família, a classificação é dada da grupos com elementos que tenham pro-
seguinte forma: IA, IIA, IIIB, IVB, VB, VIB, VIIB, VIIIB, IB, IIB, IIIA,
IVA, VA, VIA, VIIA e VIIIA ou 0. priedades semelhantes. Organize, tam-
Quando adotada a nomeação mais atual (grupo), as colu- bém, os diferentes grupos dos elementos
nas são apenas numeradas em algarismos de 1 a 18.
em colunas paralelas, colocando o ele-
Livro 1 | Parte 2

mento mais leve em cima de cada grupo.


Disponha os diferentes grupos de modo
que os elementos de maior caráter metá-
lico fiquem do lado esquerdo. Agora, sem
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 121 alterar a sua ordem, vire as cartas. Dis-
tribua uma tabela periódica para cada
grupo e compare a disposição com a do
:20:16 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 121 18/01/2023 11:20:16
quadro periódico. Faça uma análise ge-
ral de cada elemento ao final do jogo.
Anotações Discuta com os alunos o formato atual da
tabela periódica em relação às primeiras
tentativas de estruturação, apontando
suas semelhanças e diferenças.
Disponível em: http://www.proenc.iq.unesp.br/in-
dex. php/centro-de-ciencias/361-jogtab Acesso
em: 25/05/2022. Adaptado.

A tabela periódica atual – Capítulo 12 131

EM_ME_Quimica_1A.indb 131 11/02/2023 10:30


Leitura
complementar Tome Nota Algumas famílias têm nomes espe-
Onde são encontrados os cíficos
metais alcalinos? As famílias classificadas como A recebem nomes específi-
cos. A família 1 é chamada de metais alcalinos; a família 2 de
metais alcalinos terrosos; a família 3 é conhecida como família
O sódio está presente na forma de do boro; a família 4 é admitida como família do carbono; a
família 5 é a família do nitrogênio; a família 6 são os calco-
cloreto de sódio (NaCl), que é o sal de gênios; a família 7 é chamada de halogênios; e a família 8, ou
cozinha. Tem uma grande importância família 0, são os gases nobres.
biológica, pois tem que estar presente nos

0 ou VIIIA
fluidos extracelulares, controlando as trocas
de várias substâncias entre as células do

VIIA
VIA
IVA
IIIA

VA
Família IIA
Família IA
organismo e o sangue. Famílias B

Família
Família
Família
Família
Família
Família
O cátion potássio (K+) também é um
íon importante e está presente em alimentos Lantanídeos
como a banana e a água de coco e nos Actinídeos

fluidos intracelulares. Ele e o Na+ ajudam De todas as oito famílias, quatro (metais alcalinos, metais
muito na transmissão de impulsos nervosos e alcalinos terrosos, calcogênios e halogênios) recebem destaque
por terem nomes específicos. Vamos estudar um pouco mais esses
no controle dos batimentos cardíacos. Os óxidos são compostos forma- elementos.
Já o cátion lítio (Li+) é usado no tra- dos por dois elementos, sendo o
oxigênio o de maior tendência
O grupo dos metais alcalinos é representado pelo lítio (Li),
sódio (Na), potássio (K), rubídio (Rb), césio (Cs) e frâncio (Fr). São
tamento de depressão, principalmente da de receber elétrons. Ex.: Na2O,
metais muito parecidos quanto às suas propriedades físicas e
Li2O. Já os sais são compostos
psicose maníaco-depressiva. iônicos, isto é, são formados por químicas. No entanto, não são encontrados juntos, por formarem
cátions e ânions. Na presença diversos compostos, como os óxidos, que são encontrados em
O rubídio é usado na produção de de água, produzem, pelo me-
nos, um cátion diferente de H+ e regiões rochosas, ou os sais, em regiões salinas.
cristais especiais para sistemas de teleco- um ânion diferente de OH-. Ex.: O nome alcalino vem de álcali, que significa cinza das
NaCl, NaHCO3.
municação de fibra óptica, de semicon- plantas. Podem ser encontrados, nesse grupo, com facilidade, o
sódio e o potássio, elementos muito utilizados na fabricação de
dutores e células fotoelétricas. sabão e de muitos produtos de limpeza.
O isótopo radioativo do césio mais
popular é o césio 137, que ficou muito co-
nhecido em razão do acidente radioativo
que ocorreu em Goiânia, em 1987. Outro

maxxyustas | Depositphotos
isótopo importante é o Cs—133, que é
utilizado na construção de relógios atô-
Livro 1 | Parte 2

micos. Isótopos radioativos de césio são


usados no campo médico para tratar cer-
tos tipos de câncer.
Alguns produtos de limpeza possuem, em sua composição, elementos do grupo 1.
O frâncio é um elemento radioativo
122 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
muito raro, que não apresenta nenhuma
aplicação prática. Seu período de meia-
-vida é de 22 minutos apenas, por isso EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 122 18/01/2023 11:20:17 EM_

é muito difícil de ser conseguido, ainda Anotações


mais em quantidades apreciáveis.
Disponível em: http://www.mundoeducacao.
com/quimica/metais-alcalinos.htm. Acesso em:
30/05/2022. Adaptado.

132 Capítulo 12 – A tabela periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 132 11/02/2023 10:30


Esses metais reagem de forma violenta e até explosiva com
Tome Nota
a água. Na combustão, a chama produz colorações característi-
cas. São bons condutores de calor e de corrente elétrica e bons
formadores de fios (dúcteis), além de serem maleáveis.
Dos metais alcalinos, o sódio é encontrado na natureza sob
a forma de compostos, como cloreto de sódio (NaCl) — também reatividade aumenta à medida que os
conhecido como sal comum — e como nitrato de sódio (NaNO3), períodos dos metais alcalinos aumentam,
também chamado salitre. O sódio puro é um metal branco-prate-
ado e muito macio, que pode ser cortado facilmente. ou seja, cresce no sentido: Li < Na < K <
Rb < Cs.
O lítio reage mais lentamente com a
Andraž Cerar | Shutterstock

água do que os demais metais alcalinos.


A reação do potássio (K) com a água já
é suficientemente forte para acender o
hidrogênio (pegar fogo), mesmo com pe-
quenas quantidades de reagente. Com o
rubídio e o césio, essa reação em peque-
na escala já é perigosamente explosiva,
e, por esses metais serem mais densos
Metade de um bloco de
sódio puro.
que a água, a reação ocorre abaixo da
superfície dela.
Albert Russ | Shutterstock

Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimi-


ca/reati¬vidade-dos-metais-com-agua-bases.htm.
Acesso em: 30/05/2022. Adaptado.

Sugestão de
abordagem
Para que os alunos possam visuali-
Os elementos denominados
de metais alcalinos reagem
zar essa reatividade, sugerimos que o ví-
com a água originando uma
solução alcalina e liberando
deo disponível no QR Code a seguir seja
gás hidrogênio. Na imagem,
verificamos a reação do sódio
exibido em aula. Além disso, ao longo da
com a água. A reação é tão reprodução, é interessante que sejam
Livro 1 | Parte 2

violenta que a energia libera-


da na forma de calor funde o
metal e inflama o hidrogênio
feitas algumas considerações a respeito
produzido. do fenômeno ilustrado, as quais podem
tomar como base os apontamentos pre-
sentes na seção Leitura complementar,
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 123
localizada nesta página do manual.

:20:17 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 123


e a água produz o hidróxido de sódio 18/01/2023 11:20:17

Leitura e o gás hidrogênio, como mostrado na


complementar equação abaixo:
2 Na(s) + 2 H2O(l) → 2 NaOH(aq) + H2(g)
Reação dos metais Quando colocamos o sódio em contato
alcalinos com a água com a água, ocorre uma reação violenta.
Além disso, quanto maior a quantidade
Em contato com a água, todos os de sódio colocado, maior é a reação vi-
metais alcalinos e alcalinoterrosos for- sualizada, porque o hidrogênio liberado
mam como um dos produtos gás hidrogê- entra em combustão ao entrar em con-
nio. Por exemplo, a reação entre o sódio tato com o oxigênio presente no ar. Essa

A tabela periódica atual – Capítulo 12 133

EM_ME_Quimica_1A.indb 133 11/02/2023 10:30


O potássio, assim como o sódio, é encontrado na natureza
na forma de cloreto. É utilizado, tal como o césio, em equipa-
mentos do cinema e da televisão, transformando a luz em cor-

Jenkins | Depositphotos
rente elétrica. O lítio é o menos denso dos elementos sólidos e
é utilizado com preferência na construção de pilhas e baterias.
O césio é o metal mais brando que existe, possui elevada
massa e muita facilidade de ionização — conversão em íons
por transferência de elétrons. O rubídio, quando excitado, pro-
Algumas pilhas e baterias utilizam o duz uma luz vermelha, sendo utilizado em lasers, além de ser
íon lítio (Li+) .
combustível para viagens espaciais. Já o frâncio, o mais denso
dos alcalinos, é altamente radioativo, por isso nunca é isolado do
Tome Nota material em que é encontrado.
Os metais alcalinos terrosos representam a família IIA da ta-
bela periódica, formado pelo berílio (Be), magnésio (Mg), cálcio
(Ca), estrôncio (Sr), bário (Ba) e rádio (Ra).
A denominação terrosos vem da época da Alquimia. As
substâncias que não se fundiam e não sofriam transformações
com o calor, com os meios de aquecimento da época, eram cha-
madas de terrosas pelos alquimistas. Esses elementos são metais
e apresentam uma alta reatividade, por isso não ocorrem livres
na natureza. Com exceção do berílio, os elementos desse grupo
são bons condutores de calor e eletricidade, porém são mais
duros, mais densos e se fundem a temperaturas mais altas que
os metais alcalinos. O berílio é relativamente escasso, algumas
vezes encontrado nas esmeraldas. O magnésio e o cálcio são os
mais abundantes. Existem montanhas inteiras constituídas de cal-
cário, CaCO3, e dolomita, CaMg(CO3)2. O magnésio também é
encontrado nos oceanos.
O estrôncio e o bário são raros. E o rádio é raríssimo, sendo
encontrado em minerais de urânio, como na pechblenda.
Livro 1 | Parte 2

Kletr | Shutterstock

Minério de urânio.

124 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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134 Capítulo 12 – A tabela periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 134 11/02/2023 10:30


1. Mironov56 | Shutterstock, 2. vvoennyy | Depositphotos, 3. michal812 | Depositphotos, 4. zelenka68 |
1. 2. 3.

Depositphotos, 5. lad74 | Depositphotos, 6. michal812 | Depositphotos.


4.
5. 6.

Algumas fotos de minerais que apresentam os elementos berílio, magnésio, cálcio, estrôncio, bário e rádio.

Resumindo: Tome Nota


• Família 1A (Grupo 1): metais alcalinos.
• Família 2A (Grupo 2): metais alcalino terrosos.
• Família B (Grupo 3 à 12): metais de transição.
• Família 3A (Grupo 13): família do boro.
• Família 4A (Grupo 14): família do carbono.
• Família 5A (Grupo 15): família do nitrogênio.
• Família 6A (Grupo 16): calcogênios.
• Família 7A (Grupo 17): halogênios.
• Família 0 ou 8A (Grupo 18): gases nobres.

Calcogênio é qualquer elemento químico pertencente ao


grupo 16, ou família VIA, da tabela periódica. Esse grupo é for-
mado pelos seguintes elementos: oxigênio (O), enxofre (S), selênio
(Se), telúrio (Te), polônio (Po) e livermório (Lv). O nome calcogê-
nio vem do grego khalkos, que significa cobre; e genos, que
quer dizer origem nobre. A junção dos nomes, então, significa
aquele que é originário do cobre. Nenhum elemento dessa
família é metal, e o polônio é radioativo.
Os halogênios (do grego hal, que significa sal), ou família
VIIA da tabela periódica, correspondem aos elementos químicos
não metálicos: flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e astato
(At) e tenessino (Ts). Esses elementos têm comportamentos quí-
Livro 1 | Parte 2

micos muito parecidos e formam compostos com propriedades


semelhantes. Aparecem na forma de sais, dissolvidos na água
do mar ou em grandes salinas. Uma exceção é o astato, que é
radioativo. Em condições ambientais normais, o flúor e o cloro
são gasosos; o iodo e o astato são sólidos; e o bromo é líquido.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 125

0:17 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 125 18/01/2023 11:20:17

A tabela periódica atual – Capítulo 12 135

EM_ME_Quimica_1A.indb 135 11/02/2023 10:30


Sugestão de
abordagem Períodos

Famílias
7

6
Explorando os elementos
da tabela periódica

Para essa atividade, cada aluno


terá que procurar, na tabela periódi-
ca, elementos que, juntos, formam seus
próprios nomes. Primeiramente, o aluno
procurará um elemento com a primeira
letra do seu nome; caso não encontre, irá
procurar um elemento que tenha como
símbolo a primeira e a segunda letra do
seu nome, até concluir o nome completo.
Além disso, os estudantes podem cons-
truir outras palavras ou frases, compondo
o nome de sua série favorita ou de um
personagem de que gosta muito. A pro-
posta é promover um contato inicial com
a tabela periódica que seja atrativo e
dinâmico. Como objetivo, essa atividade
busca levar os alunos a observar e me-
morizar a disposição de certos elementos
presentes na tabela.

Anotações
Nome do elemento

Número atômico

Símbolo
Livro 1 | Parte 2

Massa atômica

126 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 126 18/01/2023 11:20:19 EM_

136 Capítulo 12 – A tabela periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 136 11/02/2023 10:30


Mendeleev, o criador da primeira
tabela periódica
Dmitri Mendeleev nasceu em 8 de fevereiro de 1834, em
Tobolsk, na Sibéria, Rússia, e faleceu em 2 de fevereiro de 1907, Sugestão de
em São Petersburgo. Era filho caçula de uma família com cator-
ze filhos. Seu pai era professor de uma escola, e sua mãe foi de
abordagem
grande influência em sua educação.
Mendeleev desde cedo se destacou na escola nas áreas
de Ciências, História, Matemática (suas áreas de interesse) e O documentário disponível no QR
tinha aversão por línguas antigas e Teologia. Trabalhou em uma Code a seguir, a partir do minuto 55:34,
fábrica de vidro, o que fez com que ele aprendesse a gostar de
temas relacionados à indústria. popovaphoto | Depositphotos
trata das contribuições de Mendeleev
Ingressou na universidade aos dezesseis anos, no Instituto na composição da atual tabela periódi-
Pedagógico Central, em São Petersburgo, e em 1855 concluiu
o ensino superior, sendo considerado o melhor do curso. Nes- Tome Nota
ca. Uma sugestão é reproduzi-lo em sala
sa universidade, teve contato com professores que despertaram de aula, para que os estudantes possam
seu interesse por experiências, classificações de animais, análises aprofundar os conhecimentos construídos.
químicas e educação. Escreveu seu primeiro artigo científico aos
vinte anos de idade e, no ano seguinte, recebeu o prêmio Estu-
dante do ano.
Em 1857, graduou-se em Química, o que o possibilitou dar
aulas dessa disciplina. Em 1859, ganhou uma bolsa do governo
russo para estudar na França, na Universidade de Heidelberg,
onde fez estudos sobre gases. Publicou seu primeiro livro em
1861, sobre espectroscopia.
Tornou-se professor em um colégio na Crimeia, mas perdeu
seu emprego devido ao seu forte temperamento, fazendo com
que se desentendesse com um funcionário da secretaria de edu-
cação. Sem conseguir um novo trabalho, mudou-se para Odessa
e passou a dar aulas em um liceu. Nessa mesma época, estudou
as relações das formas dos cristais e a composição química das
substâncias. Em 1865, defendeu seu trabalho de mestrado na
Universidade Estatal de São Petersburgo, no qual tratava das
propriedades químicas e cristalográficas das substâncias e a re-
lação com seus volumes específicos.
Em 1867, foi nomeado para a cátedra de Química da
Universidade Estatal de São Petersburgo. Decidiu escrever seu
Anotações
próprio livro, por não considerar nenhum texto existente plausível
para recomendar a seus alunos. Daí, então, começa a tentar
organizar os elementos químicos de acordo com suas proprie-
dades químicas, tornando-se o criador da primeira versão da
tabela periódica.
Livro 1 | Parte 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 127

:20:19 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 127 18/01/2023 11:20:19

A tabela periódica atual – Capítulo 12 137

EM_ME_Quimica_1A.indb 137 11/02/2023 10:30


Atividade

Abaixo, há uma carta de amor um pouco diferente das que estamos acostumados a
escrever ou ler. Sendo assim, temos algumas missões.
1. Marque no texto todas as palavras relacionadas à Química.
2. Identifique e escreva os símbolos dos elementos químicos encontrados na carta.
3. Pesquise o significado de cada termo químico encontrado.
4. Imaginando ser a Valência, responda a carta para o Leantânio utilizando estratégias
de escrita semelhantes às de Leantânio.
Mãos à obra e bom exercício.

Carta de Amor de um Químico


Berílio Horizonte, zinco de benzeno de 2000.
Querida Valência,
Não estou sendo precipitado e nem desejo catalisar nenhuma reação
irresversível entre nós dois, mas sinto que estrôncio perdidamente apaixonado
por você. Sabismuto bem que a amo. De antimônio, posso lhe assegurar
que não sou nenhum érbio e que trabário muito para levar uma vida
estável.
Lembro-me de que tudo começou nurânio passado, com um arsênio
de mão, quando atravessávamos uma ponte de hidrogênio. Você estava em
um carro prata, com rodas de magnésio. Houve uma atração forte entre
nós dois, acertamos os nossos coeficientes, compartilhamos nossos elétrons,
e a ligação foi inevitável. Inclusive, depois, quando lhe telefonei, mesmo
tomada de enxofre, você respondeu carinhosamente:
" Proton, com quem tenho o praseodímio de falar?" Nosso namoro é
cério, estava índio muito bem, como se morássemos em um palácio de ouro,
e nunca causou nehum escândio. Eu brometo que nunca haverá gálio
entre nós e até já disse quimicasaria com você.
Espero que você não esteja saturada, pois devemos buscar uma rea-
ção de adição, e não de substituição. Soube que a Inês lhe contou que
Livro 1 | Parte 2

eu a embromo: manganês cuidar do seu cobre e acredite níquel que digo,


pois saiba que eu nunca agi de modo estanho. Caso algum dia apronte
alguma, eu sugiro que procure um avogrado e que me metais na cadeia.
128 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 128 18/01/2023 11:20:19 EM

138 Capítulo 12 – A tabela periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 138 11/02/2023 10:30


Sinceramente, não sei por que você está à procura de um processo
de separação, como se fóssemos misturas, e não substâncias puras! Mesmo
sendo um pouco volátil, nosso relacionamento não pode dar errádio. Se
isso acontecesse, irídio emboro urânio de raiva.
Espero que você não tenha tido mais contato com o Hélio (que
é um nobre!), nem com o Túlio e nem com os estrangeiros (Germânio,
Polônio e Frâncio). Esses casos devem sofrer uma neutralização ou, pelo
menos, uma grande diluição. Antes de deitar-me, ainda com o abajur
acesio, descácio meus sapatos e mercúrio no silício da noite, pensando no
nosso amor que está acarbono, e sinto-me sódio. Gostaria de deslocar este
equilíbrio e fazer com que tudo voltasse à normalidade inicial. Sem você,
minha vida teria uma densidade desprezível, seria praticamente um vácuo
perfeito. Você é a luz que me alumínio e estou triste porque atualmente
nosso relacionamento possui pH maior que 7, isto é, está naquela base.
Aproveito para lembrar-lhe de devolver o meu disco da KCl.
Saiba, Valência, que não sais do meu pensamento, em todas as
suas camadas.
Abrácidos do Leantânio. Alternativa

Disponível em: http://tecciencia.ufba.br/tabela-periodica/curiosidades. Acesso em: 29/11/2022.

Símbolos dos elementos químicos encontrados:


Sr, Sb, Bi, Er, Ba, U, As, H, Ag, Mg, S, Nd, Cs, In, Sc, Ga, Br, Mn, Cu, Ni, Sn, Ra, Ir, He, Tm,
Ge, Po, Fr, Hg, Ca, Si, C, Na, Al, K, C l .
Livro 1 | Parte 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 129

0:19 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 129 18/01/2023 11:20:19

A tabela periódica atual – Capítulo 12 139

EM_ME_Quimica_1A.indb 139 11/02/2023 10:30


Agora é sua vez!

1. Na tabela periódica, os elementos estão or- 5. Alternativa "d".


ganizados em ordem crescente de: 6. (Uerj) Um dos elementos químicos que têm
a) número de massa. se mostrado muito eficiente no combate ao
b) massa atômica. câncer de próstata é o selênio (Se). Com
c) número atômico. base na tabela de classificação periódica
dos elementos, os símbolos dos elementos
d) raio atômico.
com propriedades químicas semelhantes ao
e) eletroafinidade. selênio são:
1. Alternativa "c". a) C l, Br, I.
2. (Efei) As propriedades dos elementos são
b) Te, S, Po.
funções periódicas:
a) da massa atômica. c) P, As, Sb.
b) do diâmetro atômico. d) As, Br, Kr.
c) dos raios atômico e iônico. e) Li, Na, K.
d) do número atômico. 6. Alternativa "b".
7. (Enem) Na mitologia grega, Nióbia era a
e) do número de oxidação.
2. Alternativa "d". filha de Tântalo, dois personagens conheci-
dos pelo sofrimento. O elemento químico de
3. Assinale a alternativa que apresenta a cor-
número atômico (Z) igual a 41 tem proprie-
respondência correta entre os elementos e dades químicas e físicas tão parecidas com
suas respectivas famílias. as do elemento de número atômico 73 que
chegaram a ser confundidos.
Metal
Gás Metal de Metal Halo-
nobre transição alcalino gênio
alcalino Por isso, em homenagem a esses dois per-
terroso
sonagens da mitologia grega, foram conferi-
a) Cl Cu Li N Mg dos a esses elementos os nomes de nióbio (Z
b) He Zn Hg Cl Ca = 41) e tântalo (Z = 73). Esses dois elemen-
c) Kr Cr K I Sr tos químicos adquiriram grande importância
econômica na metalurgia, na produção de
d) F Ag Rb Br Ba
supercondutores e em outras aplicações na
e) Na Cd Cs O Ra indústria de ponta, exatamente pelas pro-
priedades químicas e físicas comuns aos dois.
3. Alternativa "c". KEAN, S. A colher que desaparece: e outras histórias reais de
4. O grupo do iodo (I) é chamado: loucura, amor e morte a partir dos elementos químicos. Rio de
Janeiro: Zahar, 2011. Adaptado.
a) calcogênio.
b) carbono. A importância econômica e tecnológica
c) boro. desses elementos, pela similaridade de suas
d) nitrogênio. propriedades químicas e físicas, deve-se a:
e) halogênio. a) terem elétrons no subnível f.
4. Alternativa "e". b) serem elementos de transição interna.
5. O alumínio (Al ) pertence ao grupo: c) pertencerem ao mesmo grupo na tabela
periódica.
Livro 1 | Parte 2

a) dos metais alcalinos.


b) dos calcogênios. d) terem seus elétrons mais externos nos ní-
c) dos halogênios. veis 4 e 5, respectivamente.
d) do boro. e) estarem localizados na família dos alcali-
nos terrosos e alcalinos, respectivamente.
e) do carbono.
7. Alternativa "c".
130 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 130 18/01/2023 11:20:19 EM

140 Capítulo 12 – A tabela periódica atual

EM_ME_Quimica_1A.indb 140 11/02/2023 10:30


De olho no vestibular/Enem

1. (Univale) O bromato de potássio, produto de 5. (Cesgranrio – Adaptada) Fazendo-se a asso-


aplicação controvertida na fabricação de ciação entre as colunas a seguir, que corres-
pães, tem como fórmula KBrO3. Os elemen- pondem às famílias de elementos segundo a
tos que o constituem, na ordem indicada na tabela periódica, a sequência numérica será:
fórmula, são das famílias dos:
1 Gases nobres ( ) Grupo 1A ou 1
a) alcalinos, halogênios e calcogênios.
2 Metais alcalinos ( ) Grupo 2A ou 2
b) halogênios, calcogênios e alcalinos.
3 Metais alcalinos terrosos ( ) Grupo 6A ou 16
c) calcogênios, halogênios e alcalinos.
4 Calcogêneos ( ) Grupo 7A ou 17
d) alcalino terrosos, calcogênios e halogênios.
5 Halogêneos ( ) Grupo 8A ou 18
e) alcalino terrosos, halogênios e calcogênios.
1. Alternativa "a". a) 1, 2, 3, 4, 5 d) 3, 2, 4, 5, 1
2. (Ufam) Na classificação periódica, os ele- b) 2, 3, 4, 5, 1 e) 5, 2, 4, 3, 1
mentos Ba (grupo 2), Se (grupo 16) e C l c) 3, 2, 5, 4, 1
(grupo 17) são conhecidos, respectivamente,
5. Alternativa "b".
como:
6. Assinale a alternativa que apresenta apenas
a) alcalino, halogênio e calcogênio.
compostos constituídos por elementos calco-
b) alcalino terroso, halogênio e calcogênio. gênios e alcalinos terrosos.
c) alcalino terroso, calcogênio e halogênio. a) CaO, BeO, NaC l, H2O.
d) alcalino, halogênio e gás nobre. b) Ba2O, Na2SO4, NaC l, CaO.
e) alcalino terroso, calcogênio e gás nobre. c) MgSO4, H2O, A l2O3, MgO.
2. Alternativa "c". d) CaO, KC l, H2S, SO2.
3. (Mackenzie) Pertence aos metais alcalinos o e) CaSO4, MgO, MgSO4, CaO.
elemento: 6. Alternativa "e".
a) ferro. 7. (UFPA) Um átomo, cujo número atômico é 18,
b) cobre. está classificado na Tabela Periódica como:
c) potássio. a) metal alcalino.
d) oxigênio. b) metal alcalinoterroso.
e) magnésio. c) metal terroso.
3. Alternativa "c". d) ametal.
4. O césio-137, causa da tragédia em Goiânia em e) gás nobre.
1987, é isótopo do 13355 Cs. Em relação à tabela 7. Alternativa: "e".
periódica, o césio pertence à família dos:
a) alcalinos.
b) alcalinos terrosos.
c) calcogênios.
Livro 1 | Parte 2

d) gases nobres.
e) halogênios.
4. Alternativa "a".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 131

0:19 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 131 18/01/2023 11:20:19

A tabela periódica atual – Capítulo 12 141

EM_ME_Quimica_1A.indb 141 11/02/2023 10:30


CAPÍTULO 13
Muitas vezes pode parecer difícil localizar objetos de uso pessoal
quando eles não estão no lugar onde você costuma colocá-los. Você,
então, determina um local e as características que o objeto deve possuir
para ali permanecer. E, sempre que precisar, você o buscará naquele
lugar determinado.
De modo semelhante, podemos encontrar um determinado elemen-
to na tabela periódica a partir da identificação e localização de um
grupo específico com quem compartilha certas características. Entre as
principais maneiras de encontrá-lo, podemos partir da distribuição de
seus elétrons — e é essa aplicação que será o foco de nosso estudo
neste capítulo.
Oko.Laa I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 142 11/02/2023 10:30


Como localizar os
elementos na tabela

EM_ME_Quimica_1A.indb 143 11/02/2023 10:30


BNCC
Tome Nota A configuração eletrônica dos ele-
Habilidades trabalhadas no
mentos
capítulo
Os elementos pertencentes ao mesmo período na tabela
EM13CNT201 periódica possuem o mesmo número de camadas eletrônicas (K,
L, M...).
EM13CNT209 Por exemplo:
EM13CNT303
Lítio: 3Li → K2 L1
Carbono: 6C → K2 L4
Neônio: 10Ne → K2 L8

Objetivos Observe que, nos exemplos acima citados, vemos que os


elementos químicos lítio, carbono e neônio possuem duas cama-
pedagógicos das eletrônicas (K e L), o que, segundo a regra de localização,
indica-nos que os três são do segundo período, por possuírem
duas camadas.
Outra forma de localizar um elemento é conhecer a sua
ƒ Entender a configuração eletrônica camada de valência, última camada eletrônica. Os elementos
dos elementos químicos. que apresentam a mesma configuração eletrônica e, assim, mes-
ƒ Familiarizar-se com o nome dos ele- ma quantidade de elétrons na camada de valência, fazem parte
da mesma família.
mentos químicos. Veja o exemplo abaixo.

Berílio: 4Be → 1s2 2s2


August Kekulé observou Cálcio: 20Ca → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
que o carbono pode
fazer quatro ligações,
Anotações por exemplo: o metano,
CH4, no qual o átomo de
Como se observa, berílio e cálcio apresentam a mesma
quantidade de elétrons na camada de valência, última camada.
carbono se liga a quatro Para o berílio, a camada 2; para o cálcio, a camada 4; e, para
átomos de hidrogênio.
Esse conceito ficou co- os dois, a mesma configuração na última camada (ns2). Por isso,
nhecido como valência. ambos pertencem à mesma família.
Outra regra referente à localização dos elementos está
baseada na distribuição dos elétrons e diz que, se o elemento
compuser a família A ou os grupos 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17 e 18,
o número de elétrons na camada de valência corresponde ao
número da família.
Veja o exemplo: P (Z =15) → K = 2 ; L = 8 ; M = 5, camada
de valência, camada M, com 5 elétrons, portanto o fósforo está
na família 15.
Se o elemento compuser a família B, a soma do número
de elétrons dos subníveis s e d mais externos corresponderá ao
número da família.
Livro 1 | Parte 2

Veja o exemplo: V (Z = 23) → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3,
soma s + d (externo) = 2 + 3 = 5, portanto o vanádio está loca-
lizado na família 5.

134 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 134 18/01/2023 11:20:20

EM

144 Capítulo 13 – Como localizar os elementos na tabela

EM_ME_Quimica_1A.indb 144 11/02/2023 10:30


O nome dos elementos químicos Tome Nota
Até a Idade Média, apenas nove elementos químicos eram
conhecidos: ouro, prata, estanho, mercúrio, cobre, chumbo, ferro,
enxofre e carbono.
À medida que mais elementos químicos eram descobertos,
sentia-se a necessidade de criar símbolos que representassem
os elementos a fim de facilitar sua escrita. Os símbolos desses
elementos, hoje, são derivados dos seus nomes em latim: aurun
(amarelo), argentum (brilhante), carbon (carvão), stanum (fácil de
fundir), entre muitos outros.
O elemento e o planeta Mercúrio receberam o mesmo nome
em homenagem ao deus mitológico, isso porque os alquimistas an-
tigos associavam os elementos químicos aos planetas e aos deuses.
Em 1787, o famoso químico francês Lavoisier sugeriu que os
novos elementos a serem descobertos recebessem nomes que
fossem associados às suas propriedades. Nos 125 anos que se
seguiram, muitos nomes de elementos foram criados segundo essa
recomendação. Alguns nomes vindos do grego, por exemplo, hi-
drogênio (hydros-gen, gerador de água), oxigênio (oksysgen, ge-
rador de ácidos), nitrogênio (nitron-gen, gerador de salitre), bromo
(bromos, mau cheiro) e argônio (a-ergon, não reage).
Disponível em: www.quimica.net/emiliano/artigos/2008jan_nomedoselementos.pdf. Acesso
em: 29/12/2022. Adaptado.

Em 1789, o químico Antoine Laurent


Lavoisier publicou um trabalho denomi-
nado Tratado Elementar, no qual estava
descrita a base da nomenclatura quími-
ca moderna, que ele criara em 1787 em
colaboração com os químicos Claude
Berthollet (1748–1822), Louis-Bernard
Guyton de Morveau (1737–1816) e
Antoine de Fourcroy (1755–1809). Nes-
se trabalho, Lavoisier sugeriu que os
novos elementos e compostos a serem
descobertos tivessem seus nomes as-
sociados às suas propriedades, o que
não ocorria até então. Por exemplo, o
:20:20
que era conhecido antes como sabão
de vidraceiro, por exemplo, foi chama-
Nicku I Depositphotos

do de óxido de manganês, indicando


Livro 1 | Parte 2

logo tratar-se de um composto dos ele-


mentos manganês e oxigênio, evitando
confusões e generalizações que eram
feitas.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 135

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 135 18/01/2023 11:20:20

Como localizar os elementos na tabela – Capítulo 13 145

EM_ME_Quimica_1A.indb 145 11/02/2023 10:30


Leitura
complementar Tome Nota Outros nomes foram dados em referência à cor das subs-
tâncias formadas pelo elemento. Por exemplo, o cloro, do grego
khloros (amarelo-esverdeado); o iodo, do grego iodes (violeta); o
A origem dos quatro irídio, de Íris (a deusa grega mensageira que vinha à Terra pelo
novos elementos da arco-íris); o ródio, do grego rhodon (rosa); e o cromo, do grego
khroma (cor, em alusão às muitas cores dos compostos do metal).
tabela periódica Entretanto, não aceitando a sugestão de Lavoisier, outros ele-
mentos tiveram seus nomes associados a planetas, figuras mitoló-
gicas, superstições ou lugares. Por exemplo, o hélio (Sol); telúrio
No ano de 2016, a tabela perió- (Terra); selênio (Lua); urânio (planeta Urano, descoberto poucos
dica aumentou sua família de elementos anos antes do elemento); netúnio e plutônio, em alusão aos pla-
com quatro nomes adicionais. Sua sétima netas Netuno e Plutão; e o elemento cério, por causa de Ceres,
deusa romana do milho e da colheita, e por causa também do
fila contém oficialmente quatro novos in- primeiro asteroide descoberto 2 anos antes do descobrimento do
quilinos: os elementos 113, 115, 117 e elemento.
118, batizados como nihônio, moscóvio,

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tennessino e oganessono, respectivamen-
te. O primeiro deles foi descoberto por
cientistas do Instituto Riken, no Japão; os
outros, por equipes de cientistas da Rús- ILUSTRAÇÃO
sia e dos Estados Unidos.
De acordo com as normas da Iupac,
órgão encarregado por estabelecer as
regras de escrita dos compostos químicos,
os nomes devem ser relacionados com um
lugar, uma região geográfica ou um cien-
tista. Assim, o nihônio vem da palavra Outros nomes provenientes de entidades mitológicas são
promécio (de Prometeu, personagem da mitologia grega), vaná-
nihon, de origem japonesa, que significa dio (de Variadis, deusa escandinava da beleza), titânio (de Titãs,
Japão, país onde o elemento foi des- os primeiros filhos da Terra), nióbio e tântalo (Níobe era filha de
Tântalo, na mitologia grega — visto que o nióbio foi encontrado
coberto; o moscóvio é uma referência a na mesma rocha que o tântalo e se parece muito com ele) e tório
Moscou, capital da Rússia; tennessino vem (de Thor, o deus escandinavo da guerra).
O nome cobalto vem de Kobold, espírito demoníaco ger-
do Estado do Tennessee (EUA), pioneiro na mânico que diziam estar presente quando a mineração do cobre
pesquisa sobre o mundo da química e que tinha baixos rendimentos. E níquel, que deriva de nickel, palavra
se transforma no segundo Estado a figurar alemã para diabo.
Há, ainda, nomes de elementos químicos dados em home-
na tabela periódica, depois da Califórnia nagem a lugares, podendo ser citado o amerício (América), o
Livro 1 | Parte 2

(correspondente ao elemento 98). Por últi- califórnio (Califórnia) e o germânio (Alemanha), entre outros.
Em homenagem a pessoas importantes, também alguns ele-
mo, o oganessono foi nomeado em home- mentos químicos foram batizados, por exemplo, einstênio (Albert
nagem ao físico russo Yuri Oganessian, de Einstein), mendelévio (Dmitri Mendeleev) e outros.
83 anos. Pela segunda vez na história, um
136 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
cientista vivo tem a honra de ver seu nome
escrito em um elemento.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/bra- EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 136 18/01/2023 11:20:20

sil/2016/12/01/ciencia/1480597013_139617.html.
Acesso em: 30/05/2022. Adaptado. Anotações

EM

146 Capítulo 13 – Como localizar os elementos na tabela

EM_ME_Quimica_1A.indb 146 11/02/2023 10:30


Agora é sua vez!

1. (Unifor) Considere os elementos químicos e que se encontra esse elemento no sistema


as configurações eletrônicas de seus dois ní- periódico?
veis mais energéticos: a) Halogênios, 3º.
I. 2s2 2p6 3s2 3p5 b) Calcogênios, 3º.
II. 3s2 3p6 3d5 4s1 c) Halogênios, 4º.
III. 3s2 3p6 3d10 4s1 d) Calcogênios, 4º.
IV. 4s2 4p6 5s2 e) Gases nobres, 4º.
Quais apresentam número atômico ímpar? 4. Alternativa "c".
a) III e IV. 5. (UFPB) O feldspato é representado pela fór-
b) II e III. mula geral AB4O8, em que A pode ser os
elementos Ca, Na ou K, e B pode ser Al ou
c) I e III.
Si. Em relação aos símbolos Ca, Na, K, Al,
d) I e IV. Si, é correto afirmar que eles representam,
e) II e IV respectivamente:
1. Alternativa "c". a) cálcio, nitrogênio, criptônio, alumínio, silício.
2. (Osec) Um dos isótopos do elemento químico b) cálcio, sódio, potássio, alumínio, selênio.
A, localizado na coluna 2A do 4º período da c) cálcio, sódio, potássio, alumínio, silício.
classificação periódica, tem igual quantidade
d) cádmio, sódio, criptônio, prata, silício.
de prótons e nêutrons. Qual o seu número de
massa? e) cádmio, sódio, potássio, alumínio, silício.
a) 20. 5. Alternativa "c".
6. Três átomos cujos números atômicos são 8,
b) 24.
11 e 17 estão classificados na tabela perió-
c) 40. dica, respectivamente, como:
d) 36. a) um gás nobre, um metal alcalino e um
e) 112. metal alcalino terroso.
2. Alternativa "c". b) um halogênio, um não metal e um metal
3. O íon do átomo de um determinado ele- alcalino terroso.
mento é bivalente positivo e tem 18 elétrons. c) um metal alcalino, um halogênio e um cal-
A que família e período da classificação pe- cogênio.
riódica pertence esse elemento? d) um calcogênio, um metal alcalino e um
a) 3º período, gás nobre. halogênio.
e) um gás nobre, um metal alcalino e um
b) 3º período, halogênio.
halogênio.
c) 4º período, metais alcalinos.
6. Alternativa "d".
d) 4º período, metais alcalinoterrosos. 7. A seguir, são mostradas quatro configura-
:20:20
e) 3º período, calcogênios. ções eletrônicas:
3. Alternativa "d". I. 1s2, 2s2, 2p5.
Livro 1 | Parte 2

4. (Ueba) Um átomo apresenta, normalmente, 2 II. 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6.
elétrons na primeira camada, 8 elétrons na III. 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d5.
segunda, 18 elétrons na terceira camada e IV. 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s1.
7 na quarta. Qual a família e o período em

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 137

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 137 18/01/2023 11:20:20

Como localizar os elementos na tabela – Capítulo 13 147

EM_ME_Quimica_1A.indb 147 11/02/2023 10:30


Essas configurações correspondem, respectivamente, a um:
a) halogênio, gás nobre, metal de transição interna e metal alcalinoterroso.
b) elemento do grupo 15, gás nobre, halogênio e metal alcalino.
c) halogênio, calcogênio, metal de transição e metal alcalino.
d) elemento do grupo 15, gás nobre, metal alcalino e metal de transição.
e) halogênio, gás nobre, metal de transição e metal alcalino.
7. Alternativa "e".
8. O subnível de maior energia do átomo de certo elemento químico é 4d7. Esse elemento é:
a) do 4º período da tabela periódica.
b) do 5º período da tabela periódica.
c) do 6º período da tabela periódica.
d) do 3º período da tabela periódica.
e) do 7º período da tabela periódica.
8. Alternativa "b".

De olho no vestibular/Enem

1. (Imes) Onde está localizado, na tabela peri- na última camada, a configuração ns2.
ódica, o elemento de número atômico 31? III. Quando o subnível mais energético é
a) Família do carbono. tipo s ou p, o elemento é de transição.
b) Coluna 5A. IV. Em um mesmo grupo, os elementos apre-
sentam o mesmo número de camadas.
c) 3º período.
d) Grupo 13.
Quantas afirmativas estão corretas?
e) Família dos calcogênios.
a) Nenhuma.
1. Alternativa "d".
2. (Unimep) Um determinado elemento químico b) 1.
está situado no quarto período da tabela c) 2.
periódica e pertence à família dos calcogê- d) 3.
nios. Qual o seu número atômico? e) 4.
a) 16. 3. Alternativa "c".
b) 17. 4. (EEM) O átomo do elemento químico X, lo-
c) 33. calizado na família dos calcogênios e no 4º
d) 34. período do sistema periódico, tem 45 nêu-
trons. Assinale o número de massa de X.
e) 53.
a) 34.
2. Alternativa "d".
3. (PUC–SP) Resolva a questão com base na b) 45.
Livro 1 | Parte 2

análise das afirmativas a seguir. c) 79.


I. Em um mesmo período, os elementos apre- d) 80.
sentam o mesmo número de níveis. e) 81.
II. Os elementos da coluna 2A apresentam, 4. Alternativa "c".

138 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 138 18/01/2023 11:20:20 EM

148 Capítulo 13 – Como localizar os elementos na tabela

EM_ME_Quimica_1A.indb 148 11/02/2023 10:30


5. (EEM) Certo átomo X é isóbaro do Ca40 e 9. (Ueba) Um átomo apresenta, normalmente,
20
isótono do 19K41. Qual o grupo ao qual esse dois elétrons na primeira camada, oito elé-
elemento pertence na tabela periódica? trons na segunda, dezoito elétrons na ter-
a) 15. ceira camada e sete na quarta camada. A
b) 2. família e o período em que se encontra esse
elemento são, respectivamente:
c) 16.
a) família dos halogênios, 7º período.
d) 1.
b) família do carbono, 4º período.
e) 18.
c) família dos halogênios, 4º período.
5. Alternativa "e".
d) família dos calcogênios, 4º período.
6. (Faap) Das alternativas indicadas abaixo,
qual é constituída por elementos da tabela e) família dos calcogênios, 7º período.
periódica com características químicas dis- 9. Alternativa "c".
tintas? 10. (Unitau) Um elemento químico X apresenta

a) He, Ne, Ar. configuração eletrônica 1s2 2s2 2p4. Pode-


mos afirmar que, na tabela periódica, esse
b) Mg, Ca, Sr. elemento químico está localizado no:
c) Li, Be, B. a) 2º período, família 6A.
d) F, C l , Br. b) 3º período, família 6A.
e) Li, Na, K. c) 2º período, família 7A.
6. Alternativa "c". d) 3º período, família 7A.
7. (EEM) Certo átomo do elemento E, genéri-
e) 4º período, família 5A.
co, apresenta o elétron mais energético no
subnível 4p5. Qual o número atômico dos 10. Alternativa “a”.
elementos que antecedem e sucedem o ele- 11. (Ufal) Para um elemento químico representa-
mento E na mesma família do sistema perió- tivo (grupos 1, 2, 13, 14, 15, 16, 17, 18), o
dico? número de elétrons na camada de valência
a) 16 e 52. é o número do grupo. O número de cama-
das eletrônicas é o número do período. O
b) 34 e 36. elemento químico com configuração eletrô-
c) 17 e 53. nica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p3 está
d) 15 e 51. situado na tabela periódica no grupo:
e) 52 e 54. a) 3A e período 4.
7. Alternativa "c". b) 3B e período 3.
8. (UFPA) O termo halogênio significa forma- c) 5A e período 4.
dor de sal. A configuração eletrônica da d) 5B e período 5.
camada de valência desses elementos pode e) 4A e período 4.
ser representada por nsX, npY. Os valores
corretos de X e Y são: 11. Alternativa “c”.
a) 2 e 5.
b) 2 e 6.
c) 2 e 4.
Livro 1 | Parte 2

d) 1 e 7.
e) 2 e 7.
8. Alternativa "a".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 139

0:20 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 139 18/01/2023 11:20:20

Como localizar os elementos na tabela – Capítulo 13 149

EM_ME_Quimica_1A.indb 149 11/02/2023 10:30


CAPÍTULO 14
No capítulo anterior, vimos que, a fim de facilitar a localização
dos elementos químicos, os cientistas os agruparam em conjuntos que
contêm elementos com propriedades semelhantes. Outra maneira de
classificar os elementos é agrupá-los segundo suas propriedades físi-
cas e químicas mais abrangentes, sendo esta o foco de estudo neste
capítulo.
concept w | Shutterstock

EM_ME_Quimica_1A.indb 150 11/02/2023 10:30


Classificação em
grupos para a tabela
periódica

EM_ME_Quimica_1A.indb 151 11/02/2023 10:30


BNCC
Tome Nota Elementos representativos
Habilidades trabalhadas no
São chamados de elementos representativos aqueles situ-
capítulo ados nas famílias A da tabela periódica.
O subnível mais energético desses elementos é s ou p da úl-
EM13CNT201 tima camada. O número de elétrons da última camada é igual ao
EM13CNT209 próprio número da família. Podem apresentar subnível d ou f em
sua configuração eletrônica, porém eles devem estar completos,
EM13CNT303 isto é, com 10 e 14 elétrons, respectivamente. O último nível dos
elementos representativos pode ser resumido na tabela abaixo.

Objetivos Família Elétrons de valência Nível de valência

pedagógicos 1 1 ns1
2 2 ns2

ƒ Identificar os elementos representati- 13 3 ns np1


2

vos. 14 4 ns2 np2

ƒ Reconhecer se um elemento faz parte 15 5 ns2 np3

do grupo dos elementos de transição 16 6 ns2 np4


interna ou externa. 17 7 ns2 np5
ƒ Compreender a definição de metais, 18 8 ns2 np6
ametais e semimetais.

Diálogo com
o professor
A busca por metodologias e estra-
tégias de ensino que sejam acessíveis,
modernas e de baixo custo é sempre um
desafio para os professores. Nesse sen-
maxxyustas | Depositphotos

tido, os jogos didáticos se apresentam


como uma alternativa viável, pois, além
de englobar os aspectos anteriormente
citados, também incentivam o trabalho
Livro 1 | Parte 2

em equipe e a interação aluno-professor.


Por isso, sugerimos que o tema do capítu-
lo seja abordado com o auxílio de jogos
didáticos, os quais promovem o desenvol-
vimento do raciocínio e de habilidades e, 144 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
ainda, facilitam a aprendizagem de con-
ceitos próprios da área.
EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 144 18/01/2023 11:20:22 EM_

Anotações

152 Capítulo 14 – Classificação em grupos para a tabela periódica

EM_ME_Quimica_1A.indb 152 11/02/2023 10:30


Elementos de transição interna e
externa
Os elementos de transição são assim denominados pois
apresentam propriedades intermediárias entre os metais alca-
cada uma. Vale ressaltar que cada equi-
linos e alcalinos terrosos, que são os elementos que ficam à pe deverá receber uma tampinha para
esquerda da tabela, e os elementos não metálicos, à direita representá-la no tabuleiro, por isso é im-
da tabela periódica. Os elementos de transição também são
conhecidos como metais de transição. portante que as tampinhas tenham cores
Os elementos assim classificados são divididos em dois gru- diferentes. Também é interessante que as
pos: os elementos de transição interna e os elementos de tran-
sição externa. equipes recebam uma tabela periódica
igual à utilizada no jogo como tabuleiro;
assim, podem fazer consultas durante o
jogo e articular estratégias para que en-
contrem o elemento sorteado.
Providencie envelopes que conte-
nham, em cada um, uma ficha a respeito
de um elemento químico da tabela pe-
riódica, apresentando algumas de suas
características e propriedades. Enfatize
que as equipes deverão descobrir o ele-
mento químico de sua ficha e não pode-
rão contar com a ajuda das outras equi-
pes, pois ganhará o jogo quem descobrir
o elemento químico descrito na ficha e
Said | StockAdobe

chegar primeiro até ele na corrida pelo


tabuleiro.
Depois que as equipes preenche-
Os metais de transição correspondem aos elementos per- rem o campo elemento da ficha, o pro-
tencentes aos grupos de 3 a 12, localizados no centro da tabela fessor deverá recolher e guardá-las. Em
acima nas cores marrom e azul.
Os elementos de transição externa possuem os subníveis seguida, deverá eleger um elemento
mais energéticos (3d, 4d e 5d) e se apresentam em três níveis. químico da tabela periódica para ser o
A primeira série de transição corresponde ao titânio, vanádio,
ponto de partida do jogo, no qual todas
Livro 1 | Parte 2

crômio, manganês, ferro, cobalto, níquel e cobre. A segunda sé-


rie de transição contempla zircônio, nióbio, molibdênio, tecnécio, as tampinhas deverão estar. Sugerimos
rutênio, ródio, paládio e prata. E a terceira série de transição que seja um elemento químico distante
apresenta háfnio, tântalo, tungstênio, rênio, ósmio, irídio, platina
e ouro. daqueles presentes nas fichas. Para dar
início à partida, as equipes deverão uti-
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 145
lizar o dado para ver quem começa o
jogo, iniciando pelo grupo que tirar o
:20:22 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 145 18/01/2023 11:20:22 maior número.
Sugestão de ƒ Envelopes. A fim de dinamizar ainda mais a
ƒ Dados. atividade, o professor deve providen-
abordagem ƒ Caixa. ciar perguntas, castigos e benefícios,
escrevendo-os em papéis e colocando-
Jogando com a tabela Procedimentos: -os em uma caixinha. A cada turno, as
periódica Professor, construa ou reproduza equipes deverão jogar o dado, pegar um
uma tabela periódica em um tamanho papel na caixinha e cumprir com o que
Materiais necessários: maior para que sirva de tabuleiro durante é solicitado. Caso a equipe acerte, deve
ƒ Tampinhas coloridas. o jogo. Em seguida, organize as equipes, movimentar sua tampinha de acordo com
ƒ Tabela periódica ampliada. que deverão ser formadas por seis alunos o número obtido no dado, escolhendo se

Classificação em grupos para a tabela periódica – Capítulo 14 153

EM_ME_Quimica_1A.indb 153 11/02/2023 10:30


“anda” as casas do período (na horizon-
tal) ou da família (na vertical). Vence o
jogo a equipe que chegar primeiro ao Tome Nota Os elementos de transição interna se subdividem em dois
elemento químico preenchido na ficha, grandes grupos, que recebem nomes específicos: os lantaníde-
os, elementos que vão desde o número atômico 57 até o 71, e
tendo a vitória concretizada apenas se o os actinídeos, elementos que vão desde o número atômico 89
professor confirmar que o preenchimento até o 103. Os lantanídeos e os actinídeos possuem como subní-
veis energéticos o 4f e 5f.
do elemento químico na ficha está cor- Os elementos de transição, tanto interna quanto externa,
reto. são metais e possuem alta condutividade térmica e elétrica.
Importante enfatizar que, para
cada tarefa, é importante que se expli- Metais
que as propriedades dos elementos. Por Observando a tabela abaixo, podemos perceber clara-
mente uma subdivisão em três grandes classes, que agrupam
exemplo, se a tarefa sorteada foi “passe elementos com as mesmas propriedades próximos uns dos outros.
pelos metais alcalinos”, é interessante que
você, professor, retome a explicação rela-
cionada à separação e classificação dos
elementos nas diferentes famílias.

Anotações

Said | StockAdobe
A ilustração mostra, através das cores, os três grandes grupos classificatórios: em
verde, os metais; em azul, os ametais; e em laranja, os semimetais.

Os metais compreendem o maior grupo dos três, apresen-


tando 87 elementos, a maioria no estado sólido, com exceção
do mercúrio (Hg), único metal líquido. Os metais geralmente são
Livro 1 | Parte 2

brilhantes, bons condutores de calor e eletricidade, maleáveis e


dúcteis, ou seja, são facilmente moldados em fios.

146 Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Leitura
complementar EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 146 18/01/2023 11:20:23

Recebem o nome de lantanídeos, nio, sendo que o termo terra-rara foi usa- cional, ao lado dos actinídeos, formando
ou ainda terras-raras, o conjunto ou sé- do, inicialmente, para descrever qualquer uma tabela mais bem distribuída. Algu-
rie de elementos localizados no período óxido de ocorrência pouco conhecida. mas tabelas situam esse conjunto entre
6 da tabela periódica com números atô- Com um total de quinze componentes, os elementos bário (Ba) e háfnio (Hf),
micos que vão do lantânio (La, Z = 57) os elementos desse grupo possuem pro- tornando a tabela muito mais longa. Os
ao lutécio (Lu, Z = 71). Juntamente com priedades físicas e químicas semelhantes lantanídeos, quando puros, são brilhan-
os actinídeos, esse conjunto constitui os às do lantânio, justificando assim o nome tes e de coloração prateada. Em alguns
elementos de transição interna. com que são designados. casos, o contato com o oxigênio do ar
O nome é derivado do elemento Na tabela periódica, os lantanídeos faz com que sejam reduzidos a pó em
químico que inicia a sequência, o lantâ- estão situados abaixo da lista conven- poucos dias.
EM

154 Capítulo 14 – Classificação em grupos para a tabela periódica

EM_ME_Quimica_1A.indb 154 11/02/2023 10:30


Ametais, ou não metais Tome Nota
Os ametais, como visto na ilustração anterior, são um gru-
po menor, que podem se apresentar na forma líquida, gaso-
sa ou sólida. Os ametais não são bons condutores de calor e
eletricidade e não podem ser moldados, pois, quando sólidos,
fragmentam-se, não sendo possível transformá-los em objetos.
Vale ainda salientar que a última coluna, correspondente
à família VIIIA, não é classificada como não metal, pois os seus
participantes apresentam características específicas dos com-
ponentes dessa coluna, sendo simplesmente conhecidos como
gases nobres, por isso são marcados com coloração diferente.

Semimetais, ou metaloides
São considerados semimetais, ou metaloides, os elemen-
tos químicos que possuem tanto propriedades físicas e/ou quími-
cas de metais quanto de não metais.
Os semimetais compreendem o boro, do grupo 13, ou IIIA;
o silício e germânio, do grupo 14, ou IVA; o arsênio e antimônio,
do grupo 15, ou VA; e o telúrio e o polônio, do grupo 16, ou VIA.
Os semimetais são semicondutores elétricos e térmicos. Na
tabela periódica, os semimetais aparecem quase numa linha dia-
gonal, que vai do boro ao polônio.
Essa classificação vem caindo em desuso, visto que os semi-
metais nunca foram claramente definidos ou indicados oficialmente
pela União Internacional da Química Pura e Aplicada (Iupac).

Descoberto um novo elemento químico supercondutor


Seu nome é európio, seu número atômico é 63 e ele é um dos mais reativos elementos do
grupo conhecido como terras raras. Agora, ele é também o 53º dos 92 elementos de ocor-
rência natural da tabela periódica capazes de se tornar supercondutores — estado no qual a
energia flui através do material sem resistência.
Mathew Debessai e James Schilling, da Universidade de Washington, descobriram que o eu-
rópio se torna supercondutor a 1,8 K (– 271°C), sob uma pressão de 790 mil atmosferas.
Apesar de ser uma pressão descomunal, entre os 53 supercondutores conhecidos, o európio
ocupa a posição de número 23 nesse quesito. O primeiro supercondutor elementar foi desco-
berto há apenas 10 anos.
O európio foi importante industrialmente durante vários anos porque ele entrava na com-
:20:23 posição utilizada na fabricação das TVs CRT, de tubos de raios catódicos, que estão sendo
rapidamente substituídas pelas TVs LCD.
Até hoje, não se conhece materiais que sejam supercondutores à temperatura ambiente, o
Livro 1 | Parte 2

que poderia revolucionar a transmissão de energia, os transportes e a indústria.


Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=europio-descoberto-novo-elemento-quimico-supercondutor
&id=010160090521. Acesso em: 29/12/2022. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 147

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 147 18/01/2023 11:20:23

Classificação em grupos para a tabela periódica – Capítulo 14 155

EM_ME_Quimica_1A.indb 155 11/02/2023 10:30


Quais elementos são encontrados
no corpo humano?
Existem 92 elementos que ocorrem naturalmente na Terra.
Qualquer elemento pre-
sente em quantidade Nos seres vivos, 11 desses elementos são encontrados em quan-
igual ou menor a 0,01% é tidades maiores do que apenas traços.
considerado um elemen- Nos vertebrados, como os seres humanos, existem dois ele-
to traço.
mentos adicionais que ocorrem em quantidades maiores do que
traço, são eles o iodo e o ferro.

Elementos encontrados no corpo humano

**

**

Elementos comuns Elementos traço Elementos restantes

Os quatro principais elementos encon-


trados no corpo humano
De todos os elementos encontrados no corpo humano, qua-
tro deles formam o maior percentual do nosso peso corporal
Livro 1 | Parte 2

(96,2%): o oxigênio, o hidrogênio, o carbono e o nitrogênio.


Lembre-se de que mais da metade do corpo humano (entre
50% a 70%) é constituído por água, e o oxigênio é parte impor-
tante dessa substância, como indica sua fórmula: H2O.

148 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 148 18/01/2023 11:20:23 EM

156 Capítulo 14 – Classificação em grupos para a tabela periódica

EM_ME_Quimica_1A.indb 156 11/02/2023 10:30


Na imagem a seguir, estão presentes os 11 elementos co-
mumente encontrados no corpo humano e a sua porcentagem
em relação ao peso total do corpo. Os outros elementos traço,
ou seja, aqueles que apresentam quantidade menor a 0,01%,
são: boro (B), crômio (Cr), cobalto (Co), cobre (Cu), flúor (F), iodo
(I), ferro (Fe), manganês (Mn), selênio (Se), silício (Si), estanho (Sn),
vanádio (V) e zinco (Zn).
ELEMENTO % DO PESO CORPORAL TOTAL

Oxigênio 65,0
Carbono 18,5 Estes quatro elementos
Hidrogênio 9,5 compõem 96,2% do seu
Nitrogênio 3,2 peso corporal.
Cálcio 1,5
Fósforo 1,0
Potássio 0,4
Sódio 0,2
Cloro 0,2
Magnésio 0,1
Enxofre 0,1

Disponível em: https://askabiologist.asu.edu/%C3%A1tomos-e-vida. Acesso em: 1o/10/2021. Adaptado.

Agora é sua vez!

1. Coloque V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas:


a) ( F ) Os elementos do grupo 6A têm seis níveis.
b) ( F ) Todos os gases nobres têm terminações np6.
c) ( F ) Qualquer elemento com terminação ns2 é metal alcalino terroso.
d) ( V ) Os lantanídeos são em número de quinze.
e) ( F ) Ce, U, Sm são actinídeos.

2. (Suam) Qual das opções abaixo relacionadas apresenta um semimetal, um ametal e um metal,
respectivamente?
a) K, Si, F.
b) Br, Po, Fe.
c) Te, C, Ca.
d) I, Si, K.
Livro 1 | Parte 2

e) B, Zn, Mn.
2. Alternativa "c".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 149

0:23 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 149 18/01/2023 11:20:23

Classificação em grupos para a tabela periódica – Capítulo 14 157

EM_ME_Quimica_1A.indb 157 11/02/2023 10:30


3. Um elemento químico tem apenas catorze 6. (Udesc) Os três elementos X, Y e Z têm as
elétrons em seu terceiro nível de energia (ca- seguintes estruturas eletrônicas no estado
mada M). Esse elemento é: fundamental:
a) representativo, da família 3A. X: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5.
b) representativo, da família 8B. Y: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6.
c) transição, da família 3A. Z: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p4.
d) transição, da família 8B. Respectivamente, esses elementos são:
e) transição, da família 2B. a) elemento de transição, gás nobre, ele-
3. Alternativa "d". mento representativo.
4. (Unama) Elementos químicos situados na últi- b) elemento de transição, elemento repre-
ma coluna da tabela periódica (figura abai- sentativo, gás nobre.
xo), caracterizados pela presença de dois c) elemento representativo, gás nobre, ele-
ou oito elétrons na última camada de suas mento de transição.
eletrosferas e pela grande estabilidade quí- d) elemento representativo, elemento de
mica, são conhecidos como: transição, gás nobre.
e) gás nobre, elemento de transição, ele-
mento representativo.
6. Alternativa "a".
7. O elemento químico que apresenta configu-
ração eletrônica K = 2, L = 8, M = 2 é um:
a) actinídeo.
a) alcalinos. b) lantanídeo.
b) alcalinos terrosos. c) metal alcalino terroso.
c) calcogênios. d) elemento de transição.
d) halogênios. e) elemento transurânico.
e) gases nobres. 7. Alternativa "c".
4. Alternativa "e". 8. (Osec) Um átomo tem A = 81 e 46 nêutrons,
5. (PUC–PR) Para melhorar a tenacidade, a re- apresenta X elétrons no nível mais externo
sistência, a corrosão e também a resistência e está localizado no grupo Y da tabela pe-
mecânica, costuma-se colocar vanádio como riódica. Qual o valor de X e Y, respectiva-
constituinte do aço. O vanádio (Z = 23) é um mente?
metal de transição, pois: a) 6, 16. d) 6, 17.
a) é gasoso à temperatura e pressão am- b) 7, 17. e) 7, 16.
bientes. c) 5, 15.
b) sua camada de valência pode ser repre- 8. Alternativa "b".
sentada por ns2 np3. 9. (Mackenzie) Considere um elemento R, cujo
c) apresenta o elétron mais energético no subnível mais energético é o 4p3. Em qual
subnível d. período e coluna da tabela periódica esse
d) apresenta grande afinidade eletrônica. elemento está localizado?
Livro 1 | Parte 2

e) na classificação periódica, situa-se no 3º a) 4º, coluna 3A. d) 5º, coluna 6A.


período. b) 4º, coluna 4A. e) 5º, coluna 5A.
5. Alternativa "c". c) 4º, coluna 5A.
9. Alternativa "c".
150 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 150 18/01/2023 11:20:23 EM

158 Capítulo 14 – Classificação em grupos para a tabela periódica

EM_ME_Quimica_1A.indb 158 11/02/2023 10:30


De olho no vestibular/Enem

1. (PUC–Campinas) O subnível de maior ener- físicas do ouro e do mercúrio, que possuem,


gia do átomo de certo elemento químico é respectivamente, os seguintes subníveis como
4d5. Esse elemento é um metal: os de maiores energia: 5d9 e 5d10, pode-se
afirmar que:
a) representativo do 4º período da tabela
periódica. a) o mercúrio é elemento representativo; e o
ouro, de transição.
b) representativo do 5º período da tabela
periódica. b) estão em uma mesma família da classifi-
cação periódica.
c) de transição do 5º período da tabela pe-
riódica. c) localizam-se, respectivamente, nas famílias
1A e 2A.
d) de transição do 4º período da tabela
periódica. d) são elementos de transição externa.
e) de transição do grupo 5B da tabela pe- e) ambos são elementos representativos.
riódica. 4. Alternativa "d".
1. Alternativa "c". 5. (Uece) Dados os elementos:
2. (Uesc) Considere o elemento X. De acordo G: 1s2.
25
com a estrutura eletrônica, como ele pode J: 1s2 2s1.
ser classificado? L: 1s2 2s2.
a) Não metal. M: 1s2 2s2 2p6 3s2.
b) Metal alcalino.
c) Metal de transição interna. Apresentam propriedades semelhantes:
d) Metal de transição externa. a) G e L, pois são gases nobres.
e) Ametal. b) G e M, pois têm dois elétrons no subnível
mais energético.
2. Alternativa "d".
3. (Unimep–Adaptada) Nos metais de transição c) J e G, pois são metais alcalinos.
interna, o elétron (o mais energético) se loca- d) L e M, pois são metais alcalinoterrosos.
liza no: e) J e L, pois são metais de transição.
a) subnível s, da última camada. 5. Alternativa "d".
b) subnível p, da penúltima camada. 6. (PUC–SP) Na classificação periódica, conside-
c) subnível f, da antepenúltima camada. rando-se uma sequência de elementos de tran-
sição dispostos em ordem crescente de núme-
d) subnível d, da antepenúltima camada.
ros atômicos, pode-se concluir que os elétrons
e) subnível g, da penúltima camada. vão sendo acrescentados sucessivamente na:
3. Alternativa "c". a) última camada eletrônica.
4. Os garimpeiros separam o ouro da areia e
b) penúltima camada eletrônica.
do cascalho fazendo amálgama com mercú-
c) antepenúltima camada eletrônica.
rio. Eles recuperam o ouro usando um maça-
rico para volatilizar o mercúrio, o que con- d) última ou penúltima camada eletrônica.
Livro 1 | Parte 2

tamina o meio ambiente. A revista Ciência e) penúltima ou antepenúltima camada ele-


Hoje, de abril de 1990, divulgou a invenção trônica.
de um “aparelho simples e barato que pode 6. Alternativa "b".
reduzir a poluição por mercúrio” nos garim-
pos. Levando-se em conta as propriedades

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 151

0:23 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 151 18/01/2023 11:20:23

Classificação em grupos para a tabela periódica – Capítulo 14 159

EM_ME_Quimica_1A.indb 159 11/02/2023 10:30


CAPÍTULO 15
Vimos que, inicialmente, a tabela periódica foi pensada a fim de
organizar os elementos que tivessem propriedades químicas e físicas se-
melhantes. Os metais, semimetais, não metais e gases nobres, por exemplo,
formam grupos subdivididos que facilitam a localização dos elementos.
Como utilidade inicial dos elementos na tabela periódica, tinha-se
as informações fundamentais de cada elemento. Sabe-se, por exemplo,
sobre a massa atômica, o número atômico e a distribuição eletrônica dos
átomos. No entanto, com a organização dos elementos na tabela, outras
características foram observadas.
As propriedades periódicas são tendências ou características que
alguns elementos químicos seguem dependendo da sua localização na
tabela periódica. Os elementos químicos são organizados de acordo com
suas propriedades periódicas, e essas propriedades variam segundo o
número atômico de cada elemento.
Aleksandar Mijatovic | Shutterstock

EM_ME_Quimica_1A.indb 160 11/02/2023 10:30


Propriedades
periódicas dos
elementos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 161 11/02/2023 10:30


BNCC
Tome Nota Raio atômico
Habilidades trabalhadas no
O raio atômico nada mais é que o tamanho do átomo. Ele
capítulo corresponde à distância entre o núcleo de um átomo e a sua
eletrosfera na camada mais externa. Como os átomos não são
EM13CNT201 estruturas rígidas, mede-se o raio atômico médio, ou seja, a
EM13CNT209 metade da distância entre os centros dos núcleos de dois átomos
de mesmo elemento numa ligação química em estado sólido.
EM13CNT303

Raio atômico

Objetivos d
r
r=
d
2
pedagógicos
Na tabela periódica, o raio atômico cresce de cima para
baixo na família (coluna) devido ao aumento do número de ca-
ƒ Compreender a definição de raio atô- madas dos átomos de cada elemento; e da direita para a es-
mico. querda nos períodos (linhas horizontais).
ƒ Identificar a eletronegatividade dos Metal
elementos. Semimetal
ƒ Entender o conceito de afinidade ele-
VectorMine | Stock.adobe

Raio atômico Não metais


trônica dos átomos de cada elemento quí-
mico.

Anotações
Raio atômico
Sentido do crescimento do raio atômico na tabela periódica.

Em geral, observamos que o raio apresenta o seguinte com-


portamento:

Variação do raio atômico


na tabela periódica.
Raio atômico

Vale destacar, então, que quanto maior o número de níveis,


maior será o tamanho do átomo. Se o número de prótons for
Livro 1 | Parte 2

maior que o de elétrons, maior será a atração sobre esses elé-


trons e, portanto, o tamanho do átomo diminuirá. Quanto maior
o número atômico de um elemento no período, maiores são as
forças exercidas entre o núcleo e a eletrosfera, o que resulta em
um menor raio atômico.
154 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 154 18/01/2023 11:20:24

EM

162 Capítulo 15 – Propriedades periódicas dos elementos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 162 11/02/2023 10:30


Eletronegatividade As ligações químicas
correspondem às inte-
A eletronegatividade corresponde à força de atração rações que acontecem
exercida sobre os elétrons quando eles fazem parte de uma entre os átomos para
ligação química. Essa propriedade está relacionada à ten- que estes formem as mo-
dência que um átomo tem de receber elétrons em uma ligação léculas que compõem as
substâncias comuns do
covalente, e por isso não se pode calcular a eletronegatividade dia a dia. Esse conceito
de um único átomo isolado. Além disso, a eletronegatividade será mais bem definido
não é definida para os gases nobres, porque esses elementos no Capítulo 17.
apresentam estabilidade eletrônica e não precisam comparti-
lhar elétrons.
Na tabela periódica, a eletronegatividade aumenta de
baixo para cima (nos grupos) e da esquerda para a direita (nos
períodos).
Essa propriedade está diretamente relacionada com o raio
atômico: quanto menor o átomo, maior a força de atração sobre
os elétrons.

2.1

1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0

0.9 1.2 1.5 1.8 2.1 2.5 3.0

0.8 1.0 1.3 1.5 1.6 1.6 1.5 1.8 1.8 1.8 1.9 1.6 1.6 1.8 2.0 2.4 2.8

0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 1.9 2.2 2.2 2.2 1.9 1.7 1.7 1.8 1.9 2.1 2.5

0.7 0.9 1.1 1.3 1.5 1.7 1.9 2.2 2.2 2.2 2.4 1.9 1.8 1.8 1.9 2.0 2.2

<1.0 1.5 - 1.9 2.5 - 2.9


1.0 - 1.4 2.0 - 2.4 3.0 - 4.0
Valores de eletronegatividade dos elementos na tabela periódica.

Em geral, temos:

:20:24
Livro 1 | Parte 2

Eletronegatividade

Periodicidade da eletronegatividade na tabela periódica. Os gases nobres,


destacados em verde, apresentam eletronegatividade zero.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 155

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 155 18/01/2023 11:20:24

Propriedades periódicas dos elementos I – Capítulo 15 163

EM_ME_Quimica_1A.indb 163 11/02/2023 10:30


Tome Nota Afinidade eletrônica, ou
eletroafinidade
A afinidade eletrônica corresponde à energia liberada
quando um átomo no estado gasoso captura um elétron. Assim,
quanto menor o raio do átomo, maior a sua afinidade eletrônica
em uma família ou um período. A equação genérica que repre-
senta a afinidade eletrônica é:
1
x (g) + 1e– → x –1(g) + energia.
n
Essa propriedade mede a energia liberada quando um áto-
mo em estado fundamental e no estado gasoso recebe um elé-
tron. Dessa forma, trata-se a afinidade eletrônica como a ener-
gia mínima necessária para retirar um elétron de um átomo. Por
isso, nos gases nobres a afinidade eletrônica não é considerada,
sendo praticamente igual a zero.
A afinidade eletrônica tem comportamento parecido com o
da eletronegatividade: na tabela periódica, ela cresce de baixo
para cima (nos grupos); e da esquerda para a direita (nos períodos).

Eletronegatividade

Metal
Semimetal

Eletronegatividade
Raio atômico
Eletroafinidade

Não metais
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Raio atômico

Eletroafinidade
Comportamento da eletroafinidade e da eletronegatividade na tabela periódica.

Em geral, temos:

Eletroafinidade
Livro 1 | Parte 2

Periodicidade da eletroafinidade na tabela periódica.


Sendo assim, conclui-se que, de todos os elementos já co-
nhecidos da tabela periódica, o elemento químico que possui a
maior afinidade eletrônica é o flúor.
156 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 156 18/01/2023 11:20:25 EM

164 Capítulo 15 – Propriedades periódicas dos elementos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 164 11/02/2023 10:30


Agora é sua vez!

1. Analise as afirmações e assinale a alternati- 4. (UFF–Adaptada) Dois ou mais íons ou, en-
va correta. tão, um átomo e um íon que apresentam o
a) Entre os metais alcalinos, o raio atômico mesmo número de elétrons são denominados
aumenta de cima para baixo. espécies isoeletrônicas. Comparando-se as
espécies isoeletrônicas F—, Na+, Mg2+, e Al3+,
b) Em geral, os calcogênios formam íons com conclui-se que:
três cargas negativas. a) a espécie Mg2+ apresenta o menor raio
c) Metais alcalinos e halogênios combinam- iônico.
-se por covalência normal. b) a espécie Na+ apresenta o menor raio
d) Ametais são elementos de baixa eletrone- iônico.
gatividade. c) a espécie F— apresenta o maior raio iônico.
e) Polônio, flúor e hélio são todos gases nobres. d) a espécie Al3+ apresenta o maior raio iônico.
1. Alternativa "a". e) a espécie Na+ apresenta o maior raio
2. Um determinado elemento químico está situ- iônico.
ado no quarto período da tabela periódica 4. Alternativa "c".
e pertence à família 6A. Sobre esse elemen- 5. X, Y e Z representam três elementos da tabe-
to, afirma-se que: la periódica que têm raios, em nanômetros:
a) tem sete elétrons em sua última camada. X: 0,0080 nm; Y: 0,123 nm; Z: 0,157 nm.
b) apresenta duas camadas eletrônicas. Esses elementos podem ser, respectivamente:
c) é um halogênio. a) Li, Be e Na. d) Na, Li e Be.
b) Li, Na e Be. e) Be, Li e Na.
d) possui alta eletronegatividade.
c) Na, Be e Li.
e) pertence à mesma família do lítio.
5. Alternativa "e".
2. Alternativa "d". 6. Para os elementos de um mesmo período, no
3. A chuva corresponde a uma mudança de es-
sentido da esquerda para a direita, e para
tado físico da matéria e, em regiões poluídas, elementos de um mesmo grupo, no sentido
torna-se ácida. Essa chuva ácida causa um de cima para baixo, na tabela periódica, a
grande impacto no meio ambiente ao cair energia de ionização, respectivamente:
em áreas naturais que não suportam uma
a) aumenta e diminui.
acidez elevada. Os efeitos dessas chuvas
podem ser verificados em riachos e lagos, b) aumenta e aumenta.
onde ocorre grande mortandade de peixes; c) diminui e aumenta.
e em florestas, onde suas árvores sofrem d) diminui e diminui.
corrosão tanto nas folhas como nos galhos. e) aumenta e não varia.
A molécula de água pura é constituída por
átomos de hidrogênio (Z = 1) e oxigênio (Z = 6. Alternativa "a".
8). Sobre esses elementos, afirma-se que: 7. (Enem–Adaptado) No ar que respiramos,
a) o hidrogênio é mais eletronegativo que o existem os chamados “gases inertes”. Trazem
oxigênio. curiosos nomes gregos, que significam “o
Novo”, “o Oculto” e “o Inativo”. E de fato são
b) o raio atômico do oxigênio é menor que de tal modo inertes, tão satisfeitos em sua
Livro 1 | Parte 2

o do hidrogênio. condição, que não interferem em nenhuma


c) o oxigênio e o hidrogênio são semimetais. reação química, não se combinam com ne-
d) o hidrogênio é um metal alcalino. nhum outro elemento e justamente por esse
e) o oxigênio é um calcogênio. motivo ficaram sem ser observados duran-
te séculos: só em 1962, um químico, depois
3. Alternativa "e".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 157

0:25 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 157 18/01/2023 11:20:25

Propriedades periódicas dos elementos I – Capítulo 15 165

EM_ME_Quimica_1A.indb 165 11/02/2023 10:30


de longos e engenhosos esforços, conseguiu c) possuir raio e carga relativamente pró-
forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a se combi- ximos aos de íons metálicos que atuam nos
nar fugazmente com o flúor ávido e vivaz, a processos biológicos, causando interferência
façanha pareceu tão extraordinária que lhe nesses processos.
foi conferido o Prêmio Nobel. d) apresentar raio iônico grande, permitindo
LEVI, P. A tabela periódica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. que ele cause interferência nos processos
Adaptado. biológicos em que, normalmente, íons meno-
Qual propriedade do flúor justifica sua es- res participam.
colha como reagente para o processo men- e) apresentar carga +2, o que permite que
cionado? ele cause interferência nos processos bioló-
a) Densidade. gicos em que, normalmente, íons com cargas
b) Condutância. menores participam.
c) Eletronegatividade. 8. Alternativa "c".
9. Assinale a alternativa que indica correta-
d) Estabilidade nuclear.
mente a ordem crescente dos raios atômicos.
e) Temperatura de ebulição.
a) Cs < Rb < K < Na < Li.
7. Alternativa "c".
b) Cs < Li < Rb < Na < K.
8. (Enem) O cádmio, presente nas baterias,
c) K < Rb < Na < Cs < Li.
pode chegar ao solo quando esses mate-
riais são descartados de maneira irregular d) Li < Cs < Na < Rb < K.
Já sabemos que as propriedades dos elementos sãoe)funções
no meio ambiente ou quando são incinera- Li < Na periódi-
< K < Rb < Cs.
cas de seus números atômicos e que um grande
dos. Diferentemente da forma metálica, os 9. Alternativa número de propriedades
"e".
físicas e químicas
íons Cd2+varia, periodicamente,
são extremamente com para
perigosos este número. Algumas
10. (UFV) dessasfalsa, referente à eletro-
A afirmativa
o organismo, pois eles podem substituir
propriedades2+ variam com a configuração eletrônica dosnegatividade, íons átomos; outras,é:
Ca , ocasionando uma doença degenera-
são relacionadas com o comportamento
tiva nos ossos, tornando-os muito porosos e
geral dos elementos.
a) A diferença entre as eletronegatividades
Nestecausando
capítulo,dores continuaremos estudando
intensas nas articulações. as propriedades periódi-determina a predominân-
de dois elementos
cas, sendoPodem nosso ainda energia
foco ainibir enzimas de ativadas
ionização, cia doecaráter
peloa densidade os pontos iônico ou de covalência das
ligações entre seus átomos.
de fusão cátion Zn , que dos são átomos.
extremamente impor-
2+
e de ebulição
tantes para o funcionamento dos rins. A fi- b) A eletronegatividade dos elementos de
gura mostra a variação do raio de alguns um mesmo grupo de classificação periódica
metais e seus respectivos cátions. varia diretamente em seus raios atômicos.
c) A eletronegatividade dos elementos de
Ca Na Cd Al Zn um mesmo período da classificação perió-
dica varia diretamente com carga nuclear.
197 pm 191 pm 152 pm 143 pm 137 pm d) O flúor é o elemento mais eletronegativo
dos halogênios.
Ca2+ Na1+ Cd2+ Al3+ Zn2+
e) Os elementos de menor eletronegativida-
100 pm 102 pm 103 pm 53 pm 83 pm de são os metais alcalinos.
FIGURA 1: Raios atômicos e iônicos de alguns metais. 10. Alternativa "b".
ATKINS, P: JONES, L. Princípios de química: Questionando a vida mo-
derna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001. Adaptado. 11. (Catanduva) Qual das partículas abaixo
possui maior raio?
Com base no texto, a toxicidade do cádmio
Números atômicos: C l (17); K (19); Ca (20);
em sua forma iônica é consequência de esse
elemento: S (16), Ar (18).
a) C l d) S2—
Livro 1 | Parte 2

a) apresentar baixa energia de ionização,


o que favorece a formação do íon e facilita b) K+ e) Ar
sua ligação a outros compostos.
c) Ca2+
b) possuir tendência de atuar em processos
biológicos mediados por cátions metálicos 11. Alternativa "d".
com cargas que variam de +1 a +3.
158 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 158 18/01/2023 11:20:25 EM

166 Capítulo 15 – Propriedades periódicas dos elementos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 166 11/02/2023 10:30


De olho no vestibular/Enem
Propriedades periódicas
ódicas, indique a alternativa correta.
dos elementos II
1. (UFSM) Considerando as propriedades peri- 4. (Unesp) A energia liberada quando um elé-
tron é adicionado a um átomo neutro gasoso
a) Para elementos de um mesmo período, é chamada de:
a primeira energia de ionização é sempre a) entalpia de formação.
maior que a segunda. b) afinidade eletrônica.
b) Com o aumento do número de camadas, c) eletronegatividade.
o raio atômico, em um mesmo grupo, diminui. d) energia de ionização.
c) Para íons de elementos representativos, o e) energia de ligação.
número do grupo coincide com o número de 4. Alternativa "b".
elétrons que o átomo possui no último nível. 5. (PUC–RS) Considere as afirmações abaixo.
d) Os elementos com caráter metálico acen-
tuado possuem grande afinidade eletrônica. I. Um átomo A e seu cátion A+ possuem o
e) Para elementos de um mesmo grupo, o mesmo raio.
volume atômico aumenta com o aumento do II. Um átomo X possui raio maior que seu
número. ânion X—.
1. Alternativa "e". III. O átomo de oxigênio (Z = 8) possui raio
2. As configurações eletrônicas no estado fun- menor que o átomo de enxofre (Z = 16).
damental dos átomos dos elementos E1, E2 IV. O íon 3Li+ apresenta raio menor que o
e E3 são:
íon 8O2– .
E1: 1s2 2s2 2p6 3s1
E2: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Estão corretas apenas as afirmações:
E3: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
a) I e II.
Com base nessas informações, assinale a al-
ternativa correta. b) I e III.
a) O elemento E2 tem maior raio atômico c) II e III.
que o elemento E1. d) II e IV.
b) O elemento E1 tem maior potencial de e) III e IV.
ionização que o elemento E3. 5. Alternativa "e".
c) O elemento E3 tem maior afinidade ele- 6. Examine a configuração eletrônica dos ele-
trônica que o elemento E2. mentos A, B e C.
d) Os elementos E1 e E2 são metais, e o
A – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2
elemento E3 é ametal.
e) O elemento E3 é um gás nobre. B – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
2. Alternativa "b". C – 1s2 2s2 2p6 3s1
3. (PUC–RS) A alternativa que apresenta os Assinale a alternativa em que esses elementos
elementos em ordem crescente de seus po- estão em ordem crescente de raio atômico.
tenciais de ionização é: a) A > B > C.
a) hélio, carbono, berílio, sódio. b) A < B < C.
b) neônio, flúor, oxigênio, lítio. c) A > C > B.
Livro 1 | Parte 2

c) sódio, neônio, carbono, lítio. d) C > B > A.


d) flúor, potássio, carbono, berílio. e) B < C < A.
e) potássio, sódio, nitrogênio, neônio. 6. Alternativa "e".
3. Alternativa "e".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 159

0:25 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 159 18/01/2023 11:20:25

Propriedades periódicas dos elementos I – Capítulo 15 167

EM_ME_Quimica_1A.indb 167 11/02/2023 10:30


CAPÍTULO 16
Já sabemos que as propriedades dos elementos são funções periódi-
cas de seus números atômicos e que um grande número de propriedades
físicas e químicas varia, periodicamente, com este número. Algumas dessas
propriedades variam com a configuração eletrônica dos átomos; outras,
são relacionadas com o comportamento geral dos elementos.
Neste capítulo, continuaremos estudando as propriedades periódi-
cas, sendo nosso foco a energia de ionização, a densidade e os pontos
de fusão e de ebulição dos átomos.
Andrey Burmakin | Shutterstock

EM_ME_Quimica_1A.indb 168 11/02/2023 10:31


Propriedades periódicas
dos elementos II

EM_ME_Quimica_1A.indb 169 11/02/2023 10:31


BNCC
Tome Nota Energia de ionização
Habilidades trabalhadas no
Corresponde à energia necessária para se retirar um elé-
capítulo tron de um átomo isolado no estado gasoso. Assim, a equação
representativa desse processo é:
EM13CNT201 A(g) + energia → A + (g) + 1e −
EM13CNT209 Também pode ser chamada de potencial de ionização,
EM13CNT303 ressaltando que, para se retirar um elétron pela primeira vez,
utiliza-se uma quantidade de energia menor que na segunda
retirada, e assim sucessivamente.
1ª E.I < 2ª E.I. < 3ª E.I. < 4ª E.I. (...)
Podemos observar, no exemplo abaixo, o aumento da ener-
gia de ionização para remoção de elétrons do elemento químico
Objetivos alumínio.
pedagógicos Primeira energia de ionização: 13Al + 577,4 kJ/mol → 13Al1+ + e—
Segunda energia de ionização: 13Al1+ + 1816,6 kJ/mol → 13Al2+ + e—
Terceira energia de ionização: 13Al2+ + 2744,6 kJ/mol → 13Al3+ + e—
ƒ Compreender a definição de energia Quarta energia de ionização: 13Al3+ + 11575,0 kJ/mol → 13Al4+ + e—
de ionização.
Na tabela periódica, a energia de ionização se comporta
ƒ Reconhecer a importância da densida- igualmente à afinidade eletrônica e à eletronegatividade, e, à me-
de dos átomos. dida que aumenta o tamanho do átomo, aumenta a facilidade para
a remoção de um elétron da camada de valência. Dessa forma,
ƒ Entender os conceitos de ponto de quanto maior o tamanho do átomo, menor o potencial de ionização.
fusão e de ebulição, além de reconhecer
Energia de ionização
sua aplicação.
Eletronegatividade

Metal
Semimetal

Energia de ionização
Eletronegatividade
Anotações
VectorMine | Stock.adobe

Raio atômico

Não metais
Eletroafinidade

Raio atômico

Eletroafinidade
Comportamento da energia de ionização na tabela periódica.

Podemos resumir em:


Livro 1 | Parte 2

Energia de ionização

Periodicidade da energia de ionização na tabela periódica.

162 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 162 18/01/2023 11:20:26 EM_

170 Capítulo 16 – Propriedades periódicas dos elementos II

EM_ME_Quimica_1A.indb 170 11/02/2023 10:31


Densidade
A densidade atômica também pode ser chamada de den-
sidade absoluta (d), sendo o quociente entre a massa da amos-
tra (m) e seu volume (V). Portanto:
m
Diálogo com
d=
V o professor
Em uma família, na tabela periódica, a densidade absoluta
Ensinar as propriedades dos ele-
dos átomos varia no mesmo sentido que o seu tamanho. Em um
período, a densidade absoluta varia no sentido oposto ao ta- mentos químicos é uma tarefa um pouco
manho dos átomos, visto que, quanto menor o volume do átomo, complicada, pois a aplicação dessas pro-
maior será
Tempo sua densidade.
das descobertas Antes de 1800 1800—1849 1850—1899 1900—1949 1950—1999 2000—2016
priedades ainda não é conhecida pelos
1 18
alunos. Por isso, este capítulo foi escrito a
2 13 14 15 16 17
fim de tornar esse estudo mais objetivo. É
importante que esse assunto fique claro,
pois para que essas propriedades serão
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
muito relevantes nos próximos capítulos:
para entender ligações intra e intermo-
leculares.

Anotações

Densidade
Livro 1 | Parte 2

Periodicidade da densidade na tabela periódica.

Assim, de todos os elementos da tabela periódica, o ósmio


é o que possui a maior densidade.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 163

:20:26 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 163 18/01/2023 11:20:26

Propriedades periódicas dos elementos II – Capítulo 16 171

EM_ME_Quimica_1A.indb 171 11/02/2023 10:31


Sugestão de
abordagem Densidade e doenças do coração
O vídeo intitulado Conversa pe-
A densidade, como sabemos, pode ser
riódica — Propriedades químicas, po- definida como a relação entre a massa de
tencial ou energia de ionização é uma uma substância e o volume por ela ocupado.
Esse conceito pode ser expresso pela equa-
produção audiovisual produzida pela ção a seguir:
PUC-Rio em parceria com o Ministério massa
d=
da Educação, Ministério da Ciência e volume
A densidade permite separar e identifi-
Tecnologia e o Fundo Nacional de De- car as substâncias. Um exemplo são as lipo-
senvolvimento da Educação. Integra uma proteínas presentes no organismo humano, as
série de seis programas (120 episódios) quais são divididas em lipoproteínas de baixa
ou de alta densidade. Essas substâncias são
dedicados ao apoio do ensino de Quí- responsáveis pelo transporte de colesterol no
mica no Ensino Médio. Encontra-se dis- sangue, e identificá-las é muito importante
para a saúde, já que existe um grande proble-
ponível em:

blueringmedia | Depositphotos
ma com lipoproteínas de baixa densidade,
também conhecidas como colesterol ruim.
Elas se depositam nas paredes das artérias,
o que, com o tempo, as torna mais estreitas,
dificultando a passagem do sangue, podendo
levar a uma obstrução total.
Já as lipoproteínas de alta densidade
são conhecidas como colesterol bom, por-
que são transportadas para o fígado, de
onde são excretadas, reduzindo a quantida-
de presente nas artérias. Essas lipoproteínas
recebem abreviaturas originadas do inglês: li-
poproteínas de baixa densidade (Low-Density
Lipoproteins — LDL) e lipoproteínas de alta
densidade (High-Density Lipoproteins — HDL).
Observe a diferença de densidade dos dois
tipos de colesterol:
Densidade (g/cm3) LDL: 1,04
Densidade (g/cm3) HDL: 1,13
Anotações Com a chegada do inverno, as pessoas que possuem colesterol alto precisam ficar
atentas: nos dias frios, a probabilidade de infarto do miocárdio é maior, já que o sangue
fica mais viscoso e pode entupir um vaso que já esteja estreitado. O infarto do miocárdio é
popularmente conhecido como ataque cardíaco e pode ser identificado por uma forte dor
no peito, dormência no braço esquerdo e falta de ar.
Uma forma de melhorar os índices de HDL e diminuir os níveis de LDL no sangue é a
prática regular de exercícios físicos associada a uma dieta com baixo teor de gordura.
Livro 1 | Parte 2

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/densidade-doencas-coracao.htm. Acesso em 21/03/2022. Adaptado.

164 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 164 18/01/2023 11:20:27

EM

172 Capítulo 16 – Propriedades periódicas dos elementos II

EM_ME_Quimica_1A.indb 172 11/02/2023 10:31


Pontos de fusão e de ebulição Tá na mídia
Para explorar mais o assunto estu-
Como já sabemos, o ponto de fusão (PF) é a temperatura dado, acesse o QR Code a seguir
e encontre uma tabela periódica
em que uma substância passa do estado sólido para o estado interativa.
líquido, e o ponto de ebulição (PE) é a temperatura em que uma
substância passa do estado líquido para o estado gasoso. Tabela periódica interativa | Canva
As temperaturas em que os elementos entram em fusão ou em
ebulição também são funções periódicas de seus números atômicos.
Em uma família, na tabela, com exceção dos metais alcalinos
e alcalinos terrosos, os pontos de fusão e de ebulição aumentam
de cima para baixo e, num dado período, das extremidades para o
centro.
Vale salientar que, quanto mais densos e compactos estão
os átomos, mais difícil será “separá-los” durante o processo de
fusão ou de ebulição e, portanto, maiores serão os valores de PF
e PE, com exceção do carbono, com ponto de fusão de cerca
de 3.700 °C e ponto de ebulição de cerca de 4.800 °C.
Ao contrário, os elementos de menores pontos de fusão e
de ebulição são aqueles que podem se apresentar no estado
líquido ou até mesmo gasoso em temperatura ambiente, com
exceção do hidrogênio.

Ponto de fusão

Periodicidade dos pontos de


fusão e ebulição na tabela
periódica.

:20:27
Piotr Debowski I Shutterstock.com

165

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 165 18/01/2023 11:20:27

Propriedades periódicas dos elementos II – Capítulo 16 173

EM_ME_Quimica_1A.indb 173 11/02/2023 10:31


Agora é sua vez!

1. "Em uma família ou período, quanto menor o 5. A primeira energia de ionização é a ener-
átomo, mais será a retirada do elé- gia necessária para retirar um elétron do
tron. Logo, devemos esperar um valor nível mais externo de um átomo isolado e
para a energia de ionização." no estado gasoso, transformando-o em íon
O texto será corretamente preenchido por monovalente positivo. Dentre os elementos
qual alternativa? seguintes, aquele que necessita de menor
a) Fácil; maior. energia para retirar um elétron de seu áto-
mo neutro é:
b) Fácil; menor.
a) Li.
c) Difícil; maior.
b) Na.
d) Difícil; menor.
c) K.
e) Rápida; baixo.
d) Rb.
1. Alternativa "c".
e) Cs.
2. O elemento químico flúor, de número atômi-
co 9, possui: 5. Alternativa "e".
6. (UFJF) Na mesma família da tabela periódica
a) alta eletronegatividade.
dos elementos químicos, em geral:
b) baixo potencial de ionização.
a) a eletronegatividade cresce de cima
c) ponto de fusão grande. para baixo.
d) características metálicas. b) a energia de ionização diminui de cima
e) grande facilidade de conduzir a corrente para baixo.
elétrica. c) o tamanho dos átomos diminui de cima
2. Alternativa "a". para baixo.
3. Entre os átomos de F, Li, He, Ne e Cs, os que d) a afinidade eletrônica cresce de cima
apresentam, respectivamente, maior e menor para baixo.
potencial de ionização são: 6. Alternativa "b".
a) He e Ne. 7. (Cesgranrio) Uma das utilizações da classi-
b) Ne e F. ficação periódica dos elementos é o estu-
c) He e Cs. do comparativo de suas propriedades. Dos
d) Li e Cs. elementos a seguir, aquele que, ao mesmo
e) Cs e F. tempo, é mais denso do que o bromo e
tem maior potencial de ionização do que o
3. Alternativa "c". chumbo é o:
4. Dados os átomos A, B, C e D, pergun-
31 14 19 9 a) N.
ta-se: qual a ordem crescente dos potenciais
de ionização? b) O.
a) B, A, C, D. c) Ge.
b) C, A, B, D. d) Fe.
Livro 1 | Parte 2

c) C, A, D, B. e) Kr.
d) A, B, D, C. 7. Alternativa "c".
e) A, B, C, D.
4. Alternativa "b".

166 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 166 18/01/2023 11:20:27 EM

174 Capítulo 16 – Propriedades periódicas dos elementos II

EM_ME_Quimica_1A.indb 174 11/02/2023 10:31


De olho no vestibular/Enem

1. (UEL–Adaptada) Considere as afirmações de energia de ionização da tabela perió-


abaixo acerca da tabela periódica. dica.
I. Na família 6A, a eletronegatividade au- e) a formação de cátions de metais alcalinos
menta de cima para baixo. é um processo que absorve energia.
II. Os números atômicos dos elementos quí- 2. Alternativa "e".
micos aumentam da esquerda para a direita 3. (Uece) Dados os elementos B, Co, Ga e
5 27 31
nos períodos. 34
Se, em função da posição na tabela pe-
III. Na família 1A, a energia de ionização riódica e da distribuição eletrônica em sub-
aumenta de baixo para cima. níveis, qual deles apresenta o maior volume
atômico?
IV. Na família 7A, a temperatura de ebuli-
ção aumenta de cima para baixo. a) Ga.
Quantas afirmações estão corretas? b) B.
a) I e II. c) Se.
b) II, III e IV. d) Co.
c) IV. 3. Alternativa "c".
4. (ITA) Qual dos gráficos representa melhor a
d) III e IV.
variação da energia de ionização (EI) dos
1. Alternativa "b".
átomos em função do número atômico?
2. (UFPE) O gráfico a seguir representa a pri-
meira energia de ionização (em unidade de a) d)
EI EI
elétron-volt, eV) dos elementos químicos da
tabela periódica em função do número atô- He Ne Ar He
Ne
mico. Ar

Energias de ionização Li
Li
elétron-volt Na K Na K
átomo
W
He
25 Ne b) e)
EI EI
20 Ar
15 Kr He K
Xe Rn Ne Na
10 Ar Li

5 Li Na K Cs Ar
Rb
K Ne
10 20 30 40 50 60 70 80 90 z Na He
Li

Analisando o gráfico, é certo afirmar que:


c)
a) os metais alcalinos têm grande tendência EI
em reter elétrons. He Ne Ar
Livro 1 | Parte 2

b) a formação de cátions de metais alcalino-


terrosos é um processo que libera energia.
c) a energia de ionização varia uniforme- K
mente em um período da tabela periódica. Li Na

d) os gases nobres têm os menores valores 4. Alternativa "a".


Ciências da Natureza e suas Tecnologias 167

0:27 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 167 18/01/2023 11:20:27

Propriedades periódicas dos elementos II – Capítulo 16 175

EM_ME_Quimica_1A.indb 175 11/02/2023 10:31


CAPÍTULO 17
A existência de compostos é o ponto central de estudo da Quí-
mica, e, por isso, este assunto é de fundamental importância. Ver como
as ligações se formam nos permite entender como os químicos desen-
volvem novos materiais. Sangue artificial, novos fármacos, produtos
químicos para a agricultura, polímeros usados para fazer CDs, tele-
fones celulares e fibras sintéticas se tornaram possíveis através dos
estudos sobre a ligação dos átomos para formarem as moléculas das
substâncias.
A ligação química pode ser entendida, de forma simples, como
a junção de dois átomos. Forma-se uma ligação química entre dois
átomos se o arranjo resultante dos dois núcleos e seus elétrons tiver
menor energia do que a energia total dos átomos separados.
digiart I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 176 11/02/2023 10:31


Ligações químicas
interatômicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 177 11/02/2023 10:31


BNCC
Tome Nota Ligação iônica
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT101
EM13CNT104
EM13CNT201
EM13CNT301

Objetivos

akiyoko74 I Depositphotos
pedagógicos

ƒ Compreender a definição de ligação Placa de metal enferrujada devido à oxidação.

iônica.
ƒ Reconhecer a importância do estudo Uma ligação química entre dois átomos só é possível se o
arranjo resultante dos dois núcleos e seus elétrons tiver menor
da ligação iônica. energia do que a energia total dos átomos separados. Se a dimi-
ƒ Identificar compostos que têm seus nuição de energia puder ser obtida pela transferência completa
de um ou mais elétrons de um átomo para o outro, formam-se
átomos unidos por ligação iônica. íons, e o composto se mantém pela atração eletrostática entre
os íons. Esse tipo de arranjo é chamado de ligação iônica.

Diálogo com
A magnetita, ou ferrita de ferro (FeO.Fe2O3), é um
o professor

Кристина Шоба I Stock.adobe


óxido formado por íons de ferro de valências diferentes. É
encontrada em rochas ígneas e metamórficas e em certos
tipos de bactérias, como a Aquaspirillum magnetotacticum.
Neste capítulo, começamos a estu- Também são encontradas em grande quantidade na areia
dar como acontece a união dos átomos de praia conhecidas como areia preta, ferrosa ou mi-
para formar tudo o que existe a nossa neral. A magnetita atua como um imã natural e possui a
capacidade de remover íons metálicos do meio aquoso por
volta e a nós mesmos. Assim, introduza o fenômenos de adsorção.
assunto com um discurso que desperte a
Livro 1 | Parte 2

LEAL, Roberto. Estudo da magnetita como material adsorvedor de íons uranilo. 2006.
curiosidade dos alunos. Destaque a im- Dissertação (Mestrado em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear – Materiais) – Uni- Na praia conhecida como Ureki beach, loca-
versidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/ lizada próximo ao vilarejo de Ureki, na costa
portância de todas as substân¬cias que disponiveis/85/85134/tde-15052012-132433/publico/2006LealEstudo.pdf. Acesso em: oeste da Georgia, a areia contém magnetita,
11/05/2022. Adaptado. por isso possui uma coloração mais escura.
formam o mundo.

170 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anotações
EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 170 18/01/2023 11:20:29

EM

178 Capítulo 17 – Ligações químicas interatômicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 178 11/02/2023 10:31


O sódio e o cloro, por exemplo, ligam-se porque os íons Tome Nota
Na+ e Cl— que se formam têm, quando juntos, energia menor do
que a dos átomos separados de sódio e cloro.
As mudanças de energia que respondem pela formação de
ligações ocorrem quando elétrons da camada de valência dos áto-
mos, isto é, elétrons da camada mais externa, mudam de posição.
Esses elétrons mudam de posição para que o átomo do elemento
adquira uma configuração estável, que é a configuração eletrônica
de um gás nobre, visto que os gases nobres são as únicas substâncias
formadas por átomos isolados, portanto os únicos átomos estáveis.
Com exceção do hélio, os gases nobres (grupo 18 da tabe-
la periódica) apresentam oito elétrons na camada de valência.
Observe.

K L M N O P Q
He (Z = 2) 2
Ne (Z = 10) 2 8
Ar (Z = 18) 2 8 8
Kr (Z = 36) 2 8 18 8
Xe (Z = 54) 2 8 18 18 8
Rn (Z = 86) 2 8 18 32 18 8
Com base nessa informação, surgiu uma teoria chamada de
teoria do octeto, que associa a estabilidade dos gases nobres
com o fato de possuírem oito elétrons na última camada.
nito I Stock.adobes

O gás hélio é muito utilizado para encher balões, principal-


mente por empresas que trabalham com decoração de festas.
Esse gás também possui um efeito diferente quando sugado, pois
causa alteração na voz, a deixando mais aguda. Isso se dá pelo
fato de a velocidade de propagação desse gás é maior que a
velocidade de propagação do gás atmosférico.
:20:29

Para atingir uma situação estável, os átomos tendem a bus-


Livro 1 | Parte 2

car uma estrutura eletrônica cuja camada de valência contenha


oito elétrons, igual ao gás nobre que tenha o número atômico
mais próximo. Os átomos menores em número de elétrons ten-
dem a alcançar o dueto, ou seja, procuram conseguir apenas
dois elétrons na camada K, como o hélio (Z = 2), logo 1s2. É o
caso do hidrogênio e do lítio também.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 171

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 171 18/01/2023 11:20:29

Ligações químicas interatômicas I – Capítulo 17 179

EM_ME_Quimica_1A.indb 179 11/02/2023 10:31


Tome Nota Por ser a última camada, quando dois átomos se encontram
e um “encosta” na camada de valência do outro, a observação
dos átomos permite estabelecer algumas regras para que uma
ligação química aconteça. São elas:
1º. Quando um átomo tiver oito elétrons na camada de
valência, ele se encontrará “estável” e não se ligará a outros
átomos.
2º. Quando um átomo possuir menos de oito elétrons na
camada de valência, ele tenderá a “unir-se” a outros átomos
para completar ou eliminar a camada incompleta.
3º. Com um, dois ou três elétrons na última camada, o
átomo procurará eliminar estes, ficando com os oito elétrons da
camada anterior.
4º. Com cinco, seis ou sete elétrons na camada de valên-
cia, a tendência do átomo será de completar os oito elétrons;
5º. Se o átomo tiver quatro elétrons na última camada, ele
tanto poderá eliminar quanto completar; a escolha será feita
dependendo do elemento químico que irá se ligar a ele.
As nossas teorias da ligação química tiveram origem no
trabalho de G. N. Lewis, um dos maiores químicos de todos os
tempos. O mais impressionante é que sua contribuição data dos
primeiros anos do século XX, quando a estrutura eletrônica dos
átomos ainda não era entendida.

Representação de Lewis

H He

Li Be B C N O F Ne

Na Mg Al Si P S Cl Ar

K Ca Ga Ge As Se Br Kr

Rb Sr In Sn Sb Te I Xe

Cs Ba Tl Pb Bi Po At Rn

Fr Ra
Livro 1 | Parte 2

Os pontos em volta do símbolo de cada elemento representam a quantidade


de elétrons na camada de valência.

172 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 172 18/01/2023 11:20:29 EM

180 Capítulo 17 – Ligações químicas interatômicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 180 11/02/2023 10:31


Exceções à regra do octeto Tome Nota

Como já foi estudado, um átomo precisa buscar a configu-


ração eletrônica cuja camada de valência seja igual a de um
gás nobre para ser estável, porém essa regra não é aplicada
para todos os elementos químicos. Existem situações em que a
estabilidade ocorre com uma quantidade menor ou maior que
oito elétrons na camada de valência, e até os gases nobres,
em condições adequadas, podem formar ligações químicas com
outros elementos.
O trifluoreto de boro (BF3) é um exemplo de exceção à
regra do octeto. Utilizado em detectores sensíveis de nêutrons
em câmaras de ionização e aparelhos para monitorar níveis
de radiação na atmosfera terrestre, o trifluoreto de boro é uma
molécula estável, pois o elemento boro alcança estabilidade
necessária com seis elétrons, conforme ilustra a imagem a seguir:

F
F B F B F3
B
F F F

Utilizado para melhorar a imagem por ultrassons da ecoge-


nicidade do sangue, resultando em uma melhoria da proporção
sinal-ruído, o hexafluoreto de enxofre é uma molécula na qual o
enxofre se estabiliza com doze elétrons na camada de valência.

F F
F F F F
S S SF6
F F F
F
F F

Uma ligação iônica é consequência da atração eletrostáti-


ca entre íons com cargas opostas.
A ligação iônica é um modelo que tenta explicar as liga-
Livro 1 | Parte 2

ções entre elementos muito eletronegativos, geralmente ametais


ou hidrogênio, e elementos pouco eletronegativos, geralmente
os metais. Nesse modelo, os metais perdem elétrons, tornando-
-se íons positivos, ou cátions; e os ametais e/ou o hidrogênio
ganham elétrons, tornando-se íons negativos — ânions.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 173

0:29 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 173 18/01/2023 11:20:29

Ligações químicas interatômicas I – Capítulo 17 181

EM_ME_Quimica_1A.indb 181 11/02/2023 10:31


Tome Nota Em outras palavras, os metais são aqueles elementos que
possuem um, dois ou três elétrons na camada de valência. A ten-
dência dos metais é perder os elétrons da camada de valência,
ou seja, a última camada. Assim, por exemplo, temos:

a) 19K → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1


19
K+ → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

b) 20Ca → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2


20
Ca2+ → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

Também especificando os ametais, que são aqueles elemen-


tos que possuem quatro, cinco, seis ou sete elétrons na camada
de valência, temos:

a) 16S → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4


16
S2– → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

b) 9F → 1s2 2s2 2p5


9
F– → 1s2 2s2 2p6

Em geral, a tendência dos ametais é receber elétrons.


Falamos ainda do hidrogênio, que não é um metal, ape-
sar de estar disposto acima da família 1A na tabela periódica,
pois não possui tendência para perder o seu único elétron. Sua
tendência é receber um elétron para ficar com configuração
eletrônica igual a do gás nobre hélio.
Os compostos que são formados segundo esse modelo de
ligação são denominados compostos iônicos. Assim, podemos
citar, como exemplos de substâncias iônicas, o cloreto de sódio
(NaCl), o sulfeto de cálcio (CaS), o óxido de potássio (K2O), o
hidreto de lítio (LiH) e, ainda, o carbonato de cálcio (CaCO3).
No sal de cozinha (NaCl), a ligação entre o sódio (11Na)
e o cloro (17Cl) é um exemplo característico de ligação iônica.
Observe a distribuição dos elétrons para esses dois elementos:

11
Na → 1s2 2s2 2p6 3s1
17
Cl → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

O cloro precisa de um elétron na sua última camada, a


fim de completar oito elétrons. O sódio precisa perder o único
elétron da sua 3ª camada; assim, a anterior passará a ser a
Livro 1 | Parte 2

última, já com os oito elétrons, quantidade necessária para a


estabilidade.

174 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 174 18/01/2023 11:20:29 EM

182 Capítulo 17 – Ligações químicas interatômicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 182 11/02/2023 10:31


Na representação da ligação, são utilizados apenas os Tome Nota
elétrons da última camada de cada átomo. A seta indica quem
doa e quem recebe o elétron. Cada elétron doado deve ser
simbolizado por uma seta. Essa representação é conhecida por
fórmula eletrônica, ou de Lewis.

Na → Cl
O sódio possuía, inicialmente, onze prótons e onze elétrons.
Após a ligação, a quantidade de prótons não se altera, e a
de elétrons passa a ser dez. O cloro, que, inicialmente, possuía
dezessete prótons e dezessete elétrons, tem sua quantidade de
elétrons aumentada em uma unidade após a ligação. Com isso, o
sódio se torna um íon de carga 1+; e o cloro, um íon de carga 1—.
A força que mantém os dois átomos unidos em uma ligação
iônica é de atração elétrica — interação que acontece no
espaço entre duas cargas de sinais opostos —, ou seja, torna-se
uma ligação muito forte. Como foram utilizados um átomo de
cada tipo, a fórmula do composto será NaCl.
De maneira análoga, podemos observar a ligação entre o
flúor (9F) e o alumínio (13Al). O alumínio perde os três elétrons
de sua última camada, pois a penúltima já possui os oito elétrons
necessários. Como o átomo de flúor possui sete elétrons em
sua última camada, ele precisará de apenas um elétron para
alcançar a estabilidade. Assim, são necessários três átomos de
flúor para acomodar os três elétrons doados por um átomo de
alumínio.

Al F

F
Livro 1 | Parte 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 175

0:29 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 175 18/01/2023 11:20:29

Ligações químicas interatômicas I – Capítulo 17 183

EM_ME_Quimica_1A.indb 183 11/02/2023 10:31


Tome Nota O fluoreto e o combate às cáries

Alliance I Stock.adobe
O fluoreto ajuda a proteger os dentes ao endu-
recer a superfície dental e, por essa razão, ajuda a
prevenir as cáries. O fluoreto se encontra na água
potável, nos cremes dentais e em certos tipos de enxa-
guantes bucais.
Disponível em: http://www.oralb.com/brazil/topics/Fluoretosuaprotecaocontraascaries.
aspx. Acesso em: 24/11/2021.

Semelhantemente ao exemplo anterior, existe a formação


de íons positivos e negativos, devido à variação das quantida-
des de prótons e elétrons nos átomos. O alumínio será um íon
de carga 3+, e o flúor, um íon de carga 1—, sendo a fórmula do
composto AlF3.

Todas as substâncias iônicas apresentam proprieda-


des específicas devido ao tipo de ligação em comum:
Altos pontos de fusão e ebulição;
Quando fundidos ou dissolvidos em água condu-
zem corrente elétrica;
Livro 1 | Parte 2

A maioria é solúvel em água;


Apresentam aspecto cristalino;
A maioria é sólida e possui brilho cristalino.

176 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 176 18/01/2023 11:20:30 EM

184 Capítulo 17 – Ligações químicas interatômicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 184 11/02/2023 10:31


Agora é sua vez!

1. (UFSE) Todos os átomos estão com eletros- 5. (UCS) Os compostos com elevados pontos
feras iguais a de gases nobres na molécula de fusão, via de regra, são:
representada por: a) iônicos.
a) CF. b) coloridos.
b) CF2. c) formados de carbono e hidrogênio.
c) CF3. d) pouco reativos.
d) CF4. e) incolores.
e) CF5. 5. Alternativa "a".
1. Alternativa "d". 6. (UCSal) Qual das fórmulas abaixo represen-
2. (Ucsal) Dentre os compostos abaixo, o que ta um composto iônico em que o ânion tem
apresenta elementos com maior diferença número de carga —3?
de eletronegatividade é: a) Fe2(SO4)3.
a) OF2. b) Mg3(PO4)2.
b) BrC l. c) A l(OH)3.
c) CC l4. d) NH4C l.
d) NaF. e) Li2CO3.
e) AlC l3. 6. Alternativa "b".
2. Alternativa "d". 7. (UCSal) No composto iônico de fórmula XY,
3. (UFU) Na reação de um metal alcalino A com o íon X é bivalente positivo. Nesse caso, Y
um elemento B, obteve-se uma substância de poderia estar indicando o íon:
fórmula A2B. O elemento B provavelmente é a) hidrogênio.
um: b) oxigênio.
a) halogênio. c) potássio.
b) metal de transição. d) magnésio.
c) metal nobre. e) flúor.
d) gás raro. 7. Alternativa "b".
e) calcogênio. 8. (UCSal) Um átomo que adquire eletrosfera
3. Alternativa "e". de gás nobre pode, ao perder dois elétrons,
4. (Unifor) O elemento químico metálico A com- possuir número atômico:
bina-se com o oxigênio formando o compos- a) 3.
to A2O3. O número atômico do metal pode b) 7.
ser:
c) 12.
a) 12.
d) 14.
b) 20.
e) 17.
c) 30.
8. Alternativa "c".
Livro 1 | Parte 2

d) 31.
e) 37.
4. Alternativa "d".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 177

0:30 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 177 18/01/2023 11:20:30

Ligações químicas interatômicas I – Capítulo 17 185

EM_ME_Quimica_1A.indb 185 11/02/2023 10:31


De olho no vestibular/Enem

1. Um elemento químico A combina-se com O deslocamento observado na distância


o cloro, formando uma substância molecu- média revela o fenômeno da:
lar de fórmula AC l 3. Na tabela periódica, a) ionização.
pode-se localizar A no subgrupo: b) dilatação.
a) 3A. c) dissociação.
b) 4A. d) quebra de ligações covalentes.
c) 4B. e) formação de ligações metálicas
d) 2A. 2. Alternativa "b".
e) 2B. 3. (Enem) Por terem camada de valência com-
1. Alternativa "a". pleta, alta energia de ionização e afinidade
2. (Enem) Alguns materiais sólidos são compos- eletrônica praticamente nula, considerou-se
tos por átomos que interagem entre si for- por muito tempo que os gases nobres não
mando ligações que podem ser covalentes, formariam compostos químicos. Porém, em
iônicas ou metálicas. A figura apresenta a 1962, foi realizada com sucesso a reação en-
energia potencial de ligação em função da tre o xenônio (camada de valência 5s² 5p6)
distância interatômica em um sólido cristali- e o hexafluoreto de platina, e, desde então,
no. Analisando essa figura, observa-se que, mais compostos novos de gases nobres vêm
na temperatura de zero Kelvin, a distância sendo sintetizados.
de equilíbrio da ligação entre os átomos (R0) Tais compostos demonstram que não se pode
corresponde ao valor mínimo de energia aceitar acriticamente a regra do octeto, na
potencial. Acima dessa temperatura, a ener- qual se considera que, em uma ligação quí-
gia térmica fornecida aos átomos aumenta mica, os átomos tendem a adquirir estabili-
sua energia cinética e faz com que eles os- dade assumindo a configuração eletrônica
cilem em torno de uma posição de equilíbrio de gás nobre. Dentre os compostos conhe-
média (círculos cheios), que é diferente para cidos, um dos mais estáveis é o difluoreto de
cada temperatura. A distância de ligação xenônio, no qual dois átomos do halogênio
pode variar sobre toda a extensão das li- flúor (camada de valência 2s² 2p5) se ligam
nhas horizontais, identificadas com o valor covalentemente ao átomo de gás nobre
da temperatura, de T1 a T4 (temperaturas para ficarem com oito elétrons de valência.
crescentes). Ao se escrever a fórmula de Lewis do com-
posto de xenônio citado, quantos elétrons na
camada de valência haverá no átomo do
gás nobre?
Energia de ligação

a) 6.
R0 Distância interatômica
0 b) 8.
c) 10.
T4
T3 d) 12.
e) 2.
Livro 1 | Parte 2

T2
T1 3. Alternativa "c".
T=0K

178 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 178 18/01/2023 11:20:30 EM

186 Capítulo 17 – Ligações químicas interatômicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 186 11/02/2023 10:31


4. (Acafe) O grupo de átomos que é encon- 8. (PUC–Campinas) Os átomos de certo ele-
trado na forma monoatômica pelo fato de mento químico metálico possuem, cada um,
serem estáveis é: três prótons, quatro nêutrons e três elétrons.
a) halogênios. A energia de ionização desse elemento está
b) calcogênios. entre as mais baixas dos elementos da tabe-
la periódica. Ao interagir com um halogênio,
c) metais alcalinoterrosos. esses átomos têm alterado o seu número de:
d) metais alcalinos. a) prótons, transformando-se em cátions.
e) gases nobres. b) elétrons, transformando-se em ânions.
4. Alternativa "e". c) nêutrons, mantendo-se eletricamente neutros.
5. (UFF) Para que um átomo neutro de cálcio se
+ d) prótons, transformando-se em ânions.
transforme em Ca2 , ele deve:
e) elétrons, transformando-se em cátions.
a) receber dois elétrons.
8. Alternativa "e".
b) receber dois prótons.
9. (Mackenzie) Para que átomos de enxofre e
c) perder dois elétrons. potássio adquiram configuração eletrônica
d) perder dois prótons. igual à de um gás nobre, é necessário que:
e) perder um próton. Dados: S (Z = 16); K (Z = 19).
5. Alternativa "c". a) o enxofre receba 2 elétrons e que o po-
6. Um elemento químico de configuração ele- tássio receba 7 elétrons.
trônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 possui forte ten- b) o enxofre ceda 6 elétrons e que o potás-
dência para: sio receba 7 elétrons.
a) perder cinco elétrons. c) o enxofre ceda 2 elétrons e que o potás-
b) perder um elétron. sio ceda 1 elétron.
c) perder dois elétrons. d) o enxofre receba 6 elétrons e que o po-
d) ganhar dois elétrons. tássio ceda 1 elétron.
e) ganhar um elétron. e) o enxofre receba 2 elétrons e que o po-
6. Alternativa "e". tássio ceda 1 elétron.
7. (UFRGS) Ao compararmos os íons K+ e Br– 9. Alternativa "e".
com os respectivos átomos neutros de que 10. (UCS–RS) Em um determinado tipo de ligação
se originaram, podemos verificar que: química, ocorre a formação de íons devido à
a) houve manutenção da carga nuclear de perda ou ao ganho de elétrons pelos átomos.
ambos os íons. Supondo-se uma ligação que dê origem aos
íons Na1+ e F—, é correto afirmar que:
b) o número de elétrons permanece inalte-
rado. (Dados: 11Na23 e 9F19)
c) o número de prótons sofreu alteração em a) o íon F— tem massa maior que o íon Na+.
sua quantidade. b) os íons têm distribuição eletrônica igual.
d) ambos os íons são provenientes de áto- c) os íons têm números atômicos iguais.
mos que perderam elétrons. d) os íons têm massa atômica igual.
e) o cátion originou-se do átomo neutro a e) os íons são isótopos.
Livro 1 | Parte 2

partir do recebimento de elétrons. 10. Alternativa "b".


7. Alternativa "a".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 179

0:30 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 179 18/01/2023 11:20:30

Ligações químicas interatômicas I – Capítulo 17 187

EM_ME_Quimica_1A.indb 187 11/02/2023 10:31


CAPÍTULO 18
Vimos, no capítulo anterior, que na natureza vários elementos se unem
para formar uma nova substância. Uma ligação química é a união de dois
átomos de um mesmo elemento ou de elementos diferentes, formando, assim,
novas substâncias. Esses átomos irão se combinar se o resultado dessa união
obtiver menos energia do que os átomos separados.
Neste capítulo, continuaremos estudando as ligações químicas, mas dare-
mos atenção a mais um tipo de ligação: a ligação covalente.
merklicht.de | Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 188 11/02/2023 10:31


Ligações químicas
interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 189 11/02/2023 10:31


BNCC
Ligação covalente
Habilidades trabalhadas no
Uma ligação covalente é formada se a diminuição de ener-
capítulo gia for atingida pelo compartilhamento de elétrons. Sendo assim,
os átomos se unem para formar moléculas discretas. Átomos de
EM13CNT101 hidrogênio e oxigênio se ligam para formar a água (H2O), por-
EM13CNT104 que um líquido formado por moléculas de H2O tem energia mais
baixa que um gás formado pelo mesmo número de átomos de
EM13CNT201 hidrogênio e oxigênio, muito afastados.
EM13CNT301 O modelo da ligação covalente tenta explicar a atração
existente entre dois elementos eletronegativos, átomos que tendem
EM13CNT307 a atrair elétrons e que acabam compartilhando-os. As substâncias
formadas por ligações covalentes são chamadas de substâncias
moleculares. São exemplos de substâncias moleculares.

Ácido clorídrico – HCl


Dióxido de enxofre – SO2
Objetivos Sacarose – C12H22O11
Naftaleno – C10H8
pedagógicos Andreus I Depositphotos
Álcool – C2H6O
Água – H2O
ƒ Compreender a definição de ligação As ligações covalentes podem ter seu compartilhamento
covalente e saber em que moléculas ela Tome Nota de elétrons feito de duas maneiras, e, de acordo com a forma
deve acontecer. com que esses elétrons são compartilhados, a ligação recebe um
ƒ Apreender a definição de alotropia. nome específico: ligação covalente normal ou ligação covalente
coordenada, ou dativa (termo que caiu em desuso por recomen-
ƒ Reconhecer os grupos de átomos que dação da Iupac).
A ligação covalente normal é o tipo de ligação que ocor-
possuem alótropos. re quando os dois átomos precisam receber elétrons em suas
ƒ Identificar a tecnologia que está rela- últimas camadas. Somente o compartilhamento é que pode as-
cionada com os alótropos do carbono. segurar que esses átomos alcancem a quantidade de elétrons
necessária.
Na ligação covalente normal, cada um dos átomos envol-
vidos entra com um elétron para a formação de um par de
elétrons a ser compartilhado entre eles. A estrutura formada, ele-
Diálogo com tricamente neutra, recebe o nome de molécula. Assim, também
o professor podemos chamar a ligação de molecular. Essa ligação ocorre
entre não metais e não metais, entre não metais e hidrogênio ou,
ainda, entre hidrogênio e hidrogênio.
Como o assunto ligações químicas Visto que o hidrogênio possui somente uma camada con-
exige um pouco de abstração dos alu- tendo um único elétron, ao compartilhá-lo, atinge a quantidade
necessária para a camada K, que apresenta dois elétrons. Os
nos, sugerimos, neste material de apoio, elétrons compartilhados passam a ser considerados para as ele-
Livro 1 | Parte 2

leituras agradáveis e que com certeza trosferas dos dois átomos participantes da ligação.
acrescentarão conhecimentos, além de
materiais que podem ser utilizados para H H
trazer esse conteúdo para mais perto da
182 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
realidade da turma.

Sugestão de EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 182 18/01/2023 11:20:31 EM_

abordagem Anotações
Ligação covalente em 3-D
Nossa sugestão é iniciar sua aula
com uma animação, na sala de aula mes-
mo. A animação Ligação covalente em
3-D está disponível no QR Code a se-
guir. Após passar o vídeo, promova uma
discussão sobre o conteúdo abordado e
pergunte aos alunos o que eles acharam.

190 Capítulo 18 – Ligações químicas interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 190 11/02/2023 10:31


Outro exemplo é a molécula de nitrogênio, na qual ocor- Tome Nota
rem três ligações covalentes entre os dois átomos de nitrogênio.
Observe.
7
N → 1s2 2s2 2p3

Sugestão de
N N abordagem
Essas três ligações garantem que os dois átomos de nitrogê-
nio atinjam a quantidade de oito elétrons na sua última camada. Uma breve história da
Outro exemplo é a molécula de CO2, que é formada por ligação química
dois átomos de oxigênio e um de carbono, os três unidos através
de ligações covalentes. Veja:

C→ 1s2 2s2 2p2 O→ 1s2 2s2 2p4


No vídeo Uma breve história da
6 8
ligação química, disponível no QR Code
O átomo de carbono compartilha quatro elétrons, e cada a seguir, veremos os principais eventos
átomo de oxigênio compartilha dois, garantindo, assim, que ambos
atinjam os oito elétrons na última camada. Observe abaixo sua que levaram à descoberta da estrutura
fórmula eletrônica: do átomo. O conhecimento da estrutura
do átomo é fundamental para entender
O C O a ligação química dos metais, das molé-
Além da fórmula eletrônica, os compostos covalentes po-
culas e dos compostos iônicos.
dem ser representados pela fórmula estrutural, em que cada
par compartilhado é representado por um traço. Por exemplo,
para o H2: H H e para o CO2: O C O.
Quando se tem apenas uma ligação covalente unindo dois
átomos, ela é denominada simples. O conjunto de duas ligações
unindo dois átomos é chamado de dupla ligação. E o conjunto
de três ligações unindo dois átomos é chamado tripla ligação.
A ligação covalente dativa, ou coordenada, acontece
devido à existência de algumas moléculas, que não pode ser
explicada simplesmente através da ligação covalente simples.
Para esses casos, foi formulada a teoria da ligação covalente
coordenada.
Na ligação coordenada, um dos átomos que já esteja com
a última camada completa entra com os dois elétrons do par
compartilhado. Esse par de elétrons apresenta as mesmas ca-
racterísticas do par de elétrons da ligação covalente simples,
sendo a única diferença a origem dos elétrons, que é de somen-
te um dos átomos participantes da ligação. Os elétrons do par Anotações
passam a ser compartilhados por ambos os átomos.
Livro 1 | Parte 2

A ligação covalente coordenada pode ser representada


por uma seta que se origina no átomo doador e termina no
átomo receptor.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 183

:20:31 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 183 18/01/2023 11:20:31

Ligações químicas interatômicas II – Capítulo 18 191

EM_ME_Quimica_1A.indb 191 11/02/2023 10:31


Tome Nota Observe as distribuições eletrônicas para os átomos de S16
e O8:

S→ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 O→1s2 2s2 2p4

Compartilhando dois elétrons através de ligações covalentes


simples, ambos os átomos atingem os oito elétrons na última ca-
mada, segundo a fórmula molecular eletrônica mostrada a seguir.

No entanto, essa molécula ainda pode adicionar um ou


dois átomos de oxigênio, visto que o enxofre ainda pode utilizar
um ou dois pares de elétrons não envolvidos em ligações para
formar um ou dois pares dativos com o oxigênio, como podemos
observar abaixo.

Outra molécula que não pode ser explicada somente com


a ligação covalente simples é a de CO. Nessa molécula, a li-
gação covalente dativa ocorre do átomo mais eletronegativo, o
oxigênio (O), para o menos eletronegativo, o carbono (C). Veja:

Existem substâncias denominadas covalentes, cujos elemen-


tos compartilham elétrons. No entanto, essas ligações se esten-
dem indefinidamente, não havendo a constituição de uma mo-
lécula definida. Suas propriedades físicas são muito diferentes
das da maioria das substâncias moleculares: apresentam PF e PE
mais elevados, são insolúveis em qualquer tipo de solvente e pos-
suem elevada dureza. São exemplos de substâncias covalentes,
com essas características, o diamante e a sílica.
Livro 1 | Parte 2

As propriedades físicas dos compostos moleculares devem-


-se não só à ligação covalente entre os átomos, mas também
ao tipo de interação entre suas moléculas. São propriedades
observadas nas substâncias moleculares:

184 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 184 18/01/2023 11:20:31 EM

192 Capítulo 18 – Ligações químicas interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 192 11/02/2023 10:31


Existem nos estados gasoso, líquido e sólido; Tome Nota
Quando no estado sólido, geralmente possuem pontos
de fusão e ebulição mais baixos, se comparados com os
das substâncias iônicas ou metálicas;
Algumas são solúveis em água, outras são solúveis em
solventes apolares, e outros, ainda, são solúveis em ambos;
Na maioria dos casos, não são condutoras de eletri-
cidade nem puras, mesmo quando dissolvidas em água,
com exceção de compostos — formados por hidrogênio
com calcogênio ou halogênio — que, quando em solução,
conduzem corrente elétrica.

Alotropia
A palavra alotropia vem do grego e significa forma dife-
rente. Esse termo foi criado por Jacob Berzelius e, na Química,
essa palavra é empregada para indicar a capacidade de um
elemento químico de organizar seus átomos de maneira diferen-
te, gerando substâncias simples distintas.
Um exemplo é o elemento químico oxigênio, que pode
organizar-se de formas diferentes: uma delas é o O2 (o gás
oxigênio), que os animais utilizam na respiração celular e que
também é utilizado na combustão, e outra é o O3 (o gás ozô-
nio), que protege a terra dos raios ultravioleta provenientes da
radiação solar.

O2 O3
Alótropos do oxigênio.
O elemento fósforo também possui diversas variedades
alotrópicas, sendo as principais o fósforo branco (P4) e o fósfo-
ro vermelho (Pn).

e
dob
Stock.a
P P
po ng |
ake

P P P P
Livro 1 | Parte 2

P P

Fósforo Estrutura dos alótropos do fósforo — fósforo branco e fósforo vermelho.


branco — P4

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 185

0:31 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 185 18/01/2023 11:20:32

Ligações químicas interatômicas II – Capítulo 18 193

EM_ME_Quimica_1A.indb 193 11/02/2023 10:31


Leitura
complementar Figura 1 Outro exemplo é o do carbono (C). Seus átomos podem
se encontrar em diversos arranjos, originando várias substâncias
simples diferentes. As principais formas alotrópicas do carbono
Os fulerenos e sua são o diamante e o grafite, substâncias simples naturais for-
espantosa geometria madas apenas por carbono. A grande diferença entre eles é a
maneira como os átomos ficam organizados nas moléculas, como
molecular podemos observar na Figura 1. O grafite representa a forma
mais estável do carbono; o diamante só é conseguido através
de pressões e temperaturas altíssimas, por isso é bem mais raro,
O Prêmio Nobel de Química de Grafite
o que torna sua comercialização vantajosa.
1996 foi outorgado aos três químicos que Você pode então estar se perguntando: será que é possível
descobriram os fulerenos: o inglês Harold W. transformar grafite em diamante no laboratório? A resposta é
sim, porém o custo seria muito maior que os lucros obtidos com
Kroto (Universidade de Sussex, em Brighton, Diamante
o diamante produzido.
Inglaterra) e os americanos Robert F. Curl
e Richard E. Smalley (Universidade Rice,
em Houston, Texas, EUA). Em 1985, eles re- Fulereno
lataram a descoberta de mais uma forma
alotrópica de carbono, sendo a primeira Grafeno
molecular: o buckminsterfulereno (C60), ou O grafeno é uma das formas alotrópicas do carbono, assim como o diamante, o carvão e
apenas fulereno. O anúncio da descoberta o grafite, do qual é oriundo, caracterizando-se pela organização hexagonal dos átomos. Foi
isolado pela primeira vez em 2004, na Inglaterra, pelos cientistas Andre K. Geim e Konstantin
dessa molécula em forma de bola de fute- S. Novoselov, em uma pesquisa que ganhou o Prêmio Nobel de Física.
bol foi recebido com um misto de ceticismo Caracteriza-se por ser um material de elevada transparência, leve, maleável, resistente
e euforia pela comunidade científica inter- ao impacto e à flexão, ótimo condutor de calor e de eletricidade, entre outras propriedades.
O grafeno é o material mais leve e resistente do mundo, superando até mesmo o diamante.
nacional. Mas, a partir de 1990, uma vez Para se ter uma ideia, uma folha de grafeno de um metro quadrado pesa 0,0077 gramas e
encontradas maneiras de preparar fulere- é capaz de suportar o peso de até quatro quilogramas.
Também é o material mais fino que existe (da espessura de um átomo, ou um milhão de
nos em quantidades macroscópicas, eles se vezes mais fino que um fio de cabelo).
tornaram objeto de uma área de pesquisa É, ainda, um material com elevada condutividade elétrica. Isso porque os elétrons se mo-
vem através do grafeno praticamente sem nenhuma resistência e aparentemente sem massa,
muito ativa. o que faz com que ele transporte eletricidade de forma muito rápida, eficiente e precisa.
Até 1985, eram conhecidas seis Por ser uma tecnologia disruptiva, o grafeno tende a competir com tecnologias existen-
formas cristalinas do elemento carbo- tes e substituir materiais que já têm décadas de uso. Seu uso permitirá desenvolver novos
materiais, com elevadíssima resistência mecânica, capacidade de transmissão de dados e
no, ou seja, dois tipos de grafite, dois economia de energia.
tipos de diamante, a caoita e o carbo- Como material de alta engenharia, suas aplicações se voltam para a nanotecnologia, na
produção de telas e displays LCD e touchscreen de televisores, computadores e celulares,
no, estas últimas descobertas em 1968 mais resistentes e flexíveis, componentes eletrônicos com altíssima capacidade de armaze-
e 1972, respectivamente. Os fulerenos namento e processamento de dados, baterias de recarga instantânea, entre outros, além
Livro 1 | Parte 2

de desenvolvimento de polímeros, tintas e solventes mais resistentes, tecidos inteligentes e


são formados quando o carbono vapo- equipamentos de segurança.
rizado se condensa em uma atmosfera
Disponível em: https://www.ucs.br/noticias/pesquisadores-da-ucs-desenvolvem-metodo-para-producao-de-grafeno/. Acesso em: 22/3/2021.
de gás inerte (hélio); a vaporização do Adaptado.

carbono pode ser feita, por exemplo,


186 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
com lasers ou com arcos voltaicos,
usando eletrodos de grafite. Os átomos
de carbono vaporizados são mistura- EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 186 18/01/2023 11:20:32 EM_

dos ao hélio e se combinam para for-


pequenas de fulerenos, o que não per- em Heidelberg, na Alemanha, e Donald
mar agregados moleculares que podem
mitia seu isolamento. Nos poucos anos R. Huffman, da Universidade do Arizona,
reunir alguns poucos átomos ou até
desde a proposição do C60, muitas foram em Tucson, nos EUA, e seus respectivos
centenas deles. [...]
as tentativas de se obter um método de alunos estudavam o pó interestelar, que
Ao final da década de 1980, as
síntese dessa molécula em quantidades supunham ser formado basicamente por
evidências eram bastante fortes quan-
isoláveis. Por fim, a descoberta acabou partículas de carbono. Consequentemen-
to à existência do C60 e outros fulere-
sendo feita não por químicos, mas por te, procuravam modelá-lo no laboratório
nos. Entretanto, a técnica de vaporiza-
físicos alemães e americanos. Há muitos por meio da vaporização de carbono e
ção com um laser em um jato pulsado
anos os físicos Wolfgang Krätschmer, do sua condensação no maior número de
de hélio produzia quantidades muito
Instituto Max Planck de Física Nuclear, modos possíveis, sempre fazendo medi-

194 Capítulo 18 – Ligações químicas interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 194 11/02/2023 10:31


Então dizemos que o grafite e o diamante são formas alotró-
picas naturais do mesmo elemento químico (carbono). Porém exis-

g0b I Stock.adobe
tem outros alótropos que foram sintetizados em laboratório para o
elemento carbono e que hoje têm grande aplicação na indústria
e na tecnologia, são eles: o fulereno — cuja disposição dos átomos zeram com que a questão fosse deixada de
de carbono tem o formato de uma bola de futebol — e os nano-
tubos de carbono, que você conhecerá melhor no boxe a seguir. lado por algum tempo. Todavia, em 1989,
Huffman e Krätschmer convenceram-se a
Na molécula de fulereno, 60 átomos de carbono formam
12 pentágonos e 20 hexágonos. examinar a hipótese do C60 como sendo
a amostra camelo. Logo conseguiram re-
produzir os resultados de 1983, mas dessa
Os alótropos de carbono e a tecnologia — pesquisadora vez mediram a absorção pela amostra de
da USP estuda novos compostos de carbono que podem ser
radiação infravermelha (os comprimentos
aplicados em vários setores tecnológicos
de onda que interagem com o movimento
Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) estão anali-
sando uma nova classe de compostos de carbono, os nanotubos, que podem ser usados em vibracional das moléculas).
diversas áreas, desde como ponta de prova (parte do microscópio que entra em contato com Cálculos teóricos disponíveis pre-
a superfície a ser analisada) em microscópios de força atômica até como condutores em micro-
circuitos. Visíveis somente com microscópios eletrônicos — seu comprimento é da ordem de mi-
viam que, dos 174 modos de vibração
crômetros; e seu diâmetro, de nanômetros, medidas próximas das de um átomo —, os nanotubos do C60, somente 46 seriam distintos e
são obtidos pela vaporização do grafite. quatro deles apareceriam na região do
"Existem duas maneiras de sintetizar os nanotubos. Uma é vaporizando o grafite com pulsos
de laser de alta energia usando átomos de níquel ou cobalto como catalisadores. Outra, mais infravermelho. Surpreendentemente, a
econômica, é vaporizar o grafite através de uma corrente elétrica usando ferro ou níquel como amostra camelo exibia quatro picos de
catalisadores", diz Paola Corio, coordenadora da pesquisa. Após ser vaporizado, o composto
de carbono se condensa, fazendo com que surja uma grande quantidade de nanotubos. "Em absorção bem definidos no infraverme-
termos físicos, seu formato é de um cilindro muito longo, formado por uma folha de grafite en- lho, sendo que esses picos não ocorriam
rolada, e sua cor é preta", explica Corio.
com outras amostras; isso indicava que
C60 era abundante na amostra came-
lo. Após repetir os experimentos com o
grafite formado somente por carbono 13,
quando verificaram o deslocamento nas
Diamante Buckminsterfulereno
Quatro formas cristalinas
quatro bandas no infravermelho causado
do carbono: diaman-
te, grafite, C60 e uma
pela massa extra, perceberam que a me-
pequena porção de um
nanotubo de carbono
lhor saída era seguir um ditado básico da
(10,10).
Química Orgânica: semelhante dissolve
semelhante. Se a amostra se dissolvesse
Livro 1 | Parte 2

(10,10) Tubo em benzeno, isso apoiaria a previsão de


Grafite aromaticidade para o C60.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/
qnesc04/atual.pdf Acesso em: 27/05/2022.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 187 Adaptado.

:20:32 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 187 18/01/2023 11:20:32


Anotações
das espectroscópicas (afinal, quase tudo gerando um espectro peculiar, com duas
o que se conhece sobre pó interestelar corcovas. Eles apelidaram-na de amostra
decorreu de observações sobre como camelo e se perguntaram o que significava.
ele absorve e espalha a luz das estrelas). Ao final de 1985, ao ler na Nature o artigo
Em 1983, evaporaram grafite pelo relatando a descoberta do C60, Huffman
aquecimento resistivo em uma atmosfera de se perguntou se a bola de futebol oca não
hélio; notaram que, a uma dada pressão poderia ser a causa da corcova dupla.
de hélio (aproximadamente 1/7 de atmosfe- Essa hipótese, contudo, parecia boa demais
ra), o pó absorvia fortemente comprimentos para ser verdadeira; essa sensação e as
de onda na região do ultravioleta distante, dificuldades para repetir o experimento fi-

Ligações químicas interatômicas II – Capítulo 18 195

EM_ME_Quimica_1A.indb 195 11/02/2023 10:31


Outra característica interessante dos nanotubos é que eles podem ser semicondutores ou me-
tálicos. "O comportamento metálico significa que as propriedades de condução de eletricidade
do nanotubo se comparam às dos metais. Já nos semicondutores, as condições para o transporte
de energia dependem de alguns parâmetros, que podem ser controlados", conta Corio. Esses
fatores estão ligados à relação comprimento-diâmetro dos nanotubos. Por terem um comprimento
muito maior que o seu diâmetro, sua condução elétrica acontece ao longo de seu eixo principal.
Os nanotubos que têm diâmetro menor apresentam características semicondutoras, e os que apre-
sentam maior diâmetro, metálicas. "Não é necessário que haja diferença nas ligações químicas
entre os átomos de carbono nos diferentes nanotubos, é só uma questão de simetria. Especula-se
a possibilidade de definir uma característica desejada para o nanotubo usando apenas átomos
de carbono com estruturas geométricas definidas", revela a pesquisadora.

Modelos esquemáticos para nanotubos


de carbono de parede única. A figura
mostra também os fulerenos que dão
origem aos nanotubos — formam as suas
extremidades. É interessante observar
que existem nanotubos de diferentes
diâmetros e helicidades.

Segundo Corio, os nanotubos podem ser aplicados em diversas áreas de nanotecnologia.


"Já estão sendo empregados materiais à base de nanotubos de carbono como pontas de prova
em microscópios de força atômica, obtendo imagens de sistemas biológicos com alta resolução",
diz. Foram sugeridos também outros usos, como condutores em microcircuitos, fibras para usos
diversos — eles têm uma estrutura mais leve e mais resistente do que as fibras de carbono tradi-
cionais — e na fabricação de materiais para absorção de gases, pois eles conseguem absorver
uma grande quantidade de hidrogênio. "A princípio, podemos sintetizar um nanotubo com pro-
priedades metálicas ou semicondutoras para cada tipo de aplicação."
As pesquisas com o material começaram em 1991, quando se observou que o mesmo
processo que formava os fulerenos fazia com que surgissem pequenos tubos de carbono. Os
fulerenos são a terceira forma pura de carbono descoberta, depois do diamante e do grafite,
composta por 60 átomos de carbono. Seu formato se assemelha ao de uma bola de futebol,
Livro 1 | Parte 2

em que os vértices dos pentágonos e hexágonos são os átomos de carbono. Os estudos com
nanotubos vêm sendo feitos no Instituto de Química da USP desde meados do ano passado.

Disponível em: http://www.ced.ufsc.br/men5185/trabalhos/51_Novos%20Materiais/index_arquivos/Page979.htm. Acesso em: 25/11/2021.

188 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 188 18/01/2023 11:20:32 EM

196 Capítulo 18 – Ligações químicas interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 196 11/02/2023 10:31


As diferenças entre os alótropos de um elemento são mui- Tome Nota
tas. Podemos citar algumas delas.
Quantidade de átomos que uma molécula de um ele-
mento contém; por exemplo, oxigênio e ozônio, que são
compostos de moléculas cuja atomicidade é de 2 (O2) e
3 (O3), e acontece também entre o fósforo branco (P4) e
fósforo vermelho (Pn).
Estrutura cristalina: ocorre com o diamante e com o
grafite. Os átomos do grafite se ligam a três átomos, e,
no diamante, cada átomo se liga a quatro átomos, o que
faz com que as camadas fiquem empilhadas. As formas
alotrópicas do enxofre têm suas moléculas organizadas
de formas diferentes.
Nas propriedades físicas, existem alguns dados que
diferem nos alótropos dos elementos. Por exemplo, o gás
oxigênio é incolor, insípido e inodoro, diferente do gás
ozônio, que é azul pálido e de odor irritante.
Nas propriedades químicas, por exemplo, os dois tipos
de fósforo — tanto o vermelho quanto o branco — rea-
gem com oxigênio. Entretanto, o branco reage mais ra-
pidamente que o vermelho. No caso do diamante e do
grafite, ambos também reagem com o oxigênio, provo-
cando a formação de gás carbônico; porém, o aqueci-
mento do diamante libera mais energia que o do grafite.
Quanto à estabilidade dos alótropos, o grafite é mais
estável que o diamante, e o gás oxigênio é mais estável
que o ozônio. Isso é explicado pela existência dos for-
matos mais estáveis, com maior abundância na natureza.

189

0:32 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 189 18/01/2023 11:20:33

Ligações químicas interatômicas II – Capítulo 18 197

EM_ME_Quimica_1A.indb 197 11/02/2023 10:31


Agora é sua vez!

1. (FCC) Considerando suas posições na ta- 5. (UPE–SSA) Em um importante processo para


bela periódica, hidrogênio e enxofre devem a obtenção de uma matéria-prima para a
formar o composto de fórmula: indústria automotiva, o enxofre foi adiciona-
a) HS. do a um material, sob aquecimento. Houve
b) HS2. reações químicas que resultaram na modi-
ficação de propriedades do material, que
c) H2S.
ficou mais resistente. Ocorreu a formação
d) H2S3. de ligações entre os átomos de carbono
e) H3S2. do material com os átomos de enxofre e,
1. Alternativa "c". também, entre os átomos de enxofre. Essas
2. (Osec) "A ligação covalente estabelecida en- ligações formadas são:
tre dois elementos químicos será tanto mais a) metálicas.
polar quanto maior for a diferença entre as b) iônicas.
X desses elementos." Completa-se correta- c) de hidrogênio.
mente esta afirmação substituindo X por:
d) covalentes apolares.
a) massas atômicas.
e) de Van der Waals.
b) eletronegatividades.
5. Alternativa "d".
c) temperaturas de fusão. 6. (Enem) A grafita é uma variedade alotrópi-
d) densidades. ca do carbono. Trata-se de um sólido preto,
e) cargas nucleares. macio e escorregadio, que apresenta brilho
2. Alternativa "b". característico e boa condutibilidade elétrica.
3. (UFPA) A água (H O), o sal de cozinha Considerando essas propriedades, a grafita
2
(NaC l ) e o principal componente do gás tem potência de aplicabilidade em:
de cozinha (C4H10), substâncias químicas que a) lubrificantes, condutores de eletricidade e
utilizamos diariamente para o preparo de cátodos de baterias alcalinas.
alimentos, têm suas estruturas constituídas, b) ferramentas para riscar ou cortar materiais,
respectivamente, por ligações: lubrificantes e condutores de eletricidade.
a) iônicas, iônicas e covalentes. c) ferramentas para amolar ou polir mate-
b) covalentes, iônicas e covalentes. riais, brocas odontológicas e condutores de
c) covalentes, covalentes e covalentes. eletricidade.
d) iônicas, iônicas e iônicas. d) lubrificantes, brocas odontológicas, con-
dutores de eletricidade, captadores de radi-
e) covalentes, covalentes e iônicas.
cais livres e cátodo de baterias alcalinas.
3. Alternativa "b".
e) ferramentas para riscar ou cortar mate-
4. (FFCL) Examinando-se a fórmula eletrônica
riais, nanoestruturas capazes de transportar
do ácido fosfórico (H3PO4), encontra(m)-se: drogas com efeito radioterápico.
a) 4 ligações iônicas. 6. Alternativa "a".
b) 3 ligações covalentes.
Livro 1 | Parte 2

c) 1 ligação dativa.
d) 2 ligações dativas.
e) elétrons desemparelhados.
4. Alternativa "c".
190 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 190 18/01/2023 11:20:33 EM

198 Capítulo 18 – Ligações químicas interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 198 11/02/2023 10:31


7. Ao formar ligações covalentes com o hidro- 9. (UEG) As ligações químicas explicam o elo
gênio, a eletrosfera do carbono adquire con- de estabilidade entre átomos para a for-
figuração eletrônica de gás nobre. Com isso, mação de sistemas moleculares. De forma
é de se esperar a formação da molécula: sintética, elas podem ser classificadas como
a) CH. iônicas, covalentes e metálicas. Com base
b) CH2. nos conceitos de ligações químicas, dentre
c) CH3. os compostos a seguir, aquelas que podem
d) CH4. ser classificadas como majoritariamente es-
e) CH5. tabilizadas por ligações covalentes são:
7. Alternativa "d". a) NaCl e AlH4+.
8. (UPE–SSA) O cloreto de alumínio (A lC l ) é b) HCl e diamante.
3
um composto preparado pela adição de áci- c) MgCl2 e grafite.
do clorídrico ao alumínio metálico, liberando d) KI e NH3.
hidrogênio gasoso. Reage com a água vio- e) barra de ferro e H2O.
lentamente, sendo bastante utilizado como 9. Alternativa “b”.
catalisador, principalmente no craqueamento 10. (IFSP) O ácido oxálico está presente em pro-
do petróleo. Normalmente se apresenta na dutos utilizados para remover manchas de
natureza na forma de dímeros (A l 2C l 6). ferrugem em tecidos. A fórmula estrutural
desse ácido é:
O

HO C
Basstock I Stock.adobe

ALUMÍNIO CLORO

C OH
Sobre o cloreto de alumínio, é correto afir- O
mar que: O exame dessa fórmula mostra que, na mo-
a) é um composto iônico, pois a reação vio- lécula de ácido oxálico, existem entre os áto-
lenta com a água é característica desses mos ligações:
compostos. a) iônicas.
b) é um composto covalente, pois a reação b) dativas.
violenta com a água é característica desses c) de hidrogênio.
compostos. d) covalentes.
c) é um composto iônico, já que é formado e) metálicas.
pela ligação de um metal (alumínio) com um 10. Alternativa “d”.
ametal (cloro).
d) é um composto covalente, de geometria
trigonal plana, pois halogêneos tendem a
formar ligações covalentes com o alumínio.
e) é um composto covalente, de geometria
piramidal, pois halogêneos tendem a formar
Livro 1 | Parte 2

ligações covalentes com o alumínio.


8. Alternativa "d".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 191

0:33 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 191 18/01/2023 11:20:33

Ligações químicas interatômicas II – Capítulo 18 199

EM_ME_Quimica_1A.indb 199 11/02/2023 10:31


De olho no vestibular/Enem

1. (UCS) A fórmula do carbonato de cálcio é a) Ozônio.


CaCO3. Nessa substância, há átomos unidos b) Nitrogênio.
por ligações: c) Hidrogênio.
a) iônicas, apenas. d) Argônio.
b) covalentes, apenas. e) Oxigênio.
c) metálicas, apenas. 4. Alternativa "d".
d) covalentes e metálicas. 5. (UEMS–Adaptada) Analise as seguintes afir-
e) iônicas e covalentes. mações.
1. Alternativa "e". I. Os ânions formados por elementos dos
2. (UCS) Considere-se o quadro abaixo. metais alcalinos e alcalinos terrosos apre-
sentam oito elétrons na camada de valência.
Configuração Afinidade II. Os cátions de calcogênios e halogênios
Elemento da camada de eletrônica apresentam configuração eletrônica estável.
valência (Kcal/mol) III. Na formação da ligação covalente,
X ns1 12,5 quando um átomo recebe elétrons, transfor-
ma-se em um ânion.
Y ns2 np4 34
IV. Na formação da ligação iônica, quando
Z ns2 np5 85,7
um átomo da família dos halogênios cede
As ligações entre os átomos X e Y; X e Z; e elétrons, transforma-se em um ânion com
Z e Z são, respectivamente: configuração eletrônica semelhante à de um
a) iônica, iônica, covalente. gás nobre.
b) iônica, covalente, iônica. Com relação às afirmativas, está(ão)
correta(s):
c) iônica, iônica, iônica.
a) I, II e III.
d) covalente, covalente, covalente.
b) I e III.
e) covalente, iônica, covalente.
c) II, III e IV.
2. Alternativa "a".
3. (Mackenzie–Adaptada) A molécula abaixo d) III e IV.
que apresenta somente uma ligação cova- e) Nenhuma das afirmativas.
lente normal é: 5. Alternativa "e".
Dados: O (Z = 8); C (Z = 6); F (Z = 9); H 6. (UFPE) Nos compostos covalentes, os átomos
(Z = 1). dos elementos se ligam através de ligações
a) F2. simples, duplas ou triplas, dependendo de
suas configurações eletrônicas. Assim, é cor-
b) O2.
reto afirmar que as fórmulas estruturais das
c) CO. moléculas H2, N2, CO2 e F2 são:
d) O3. a) H H, N N, O C O, F F.
e) H2O.
Livro 1 | Parte 2

b) H H, N N, O C O, F F.
3. Alternativa "a". c) H H, N N, O C O, F F.
4. (Ucsal) Qual dos seguintes gases, em tempe-
d) H H, N N, O C O, F F.
ratura e pressão ambientes, é formado por
e) H H, N N, O C O, F F.
moléculas monoatômicas?
6. Alternativa "c".
192 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 192 18/01/2023 11:20:33 EM

200 Capítulo 18 – Ligações químicas interatômicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 200 11/02/2023 10:31


7. (Ucsal–Adaptada) O modelo a seguir serve 10. (Enem) Por terem camada de valência com-
para representar as ligações covalentes na pleta, alta energia de ionização e afinidade
molécula de: eletrônica praticamente nula, considerou-se
Dados: H (Z = 1); N (Z = 7); O (Z = 8); F (Z = 9). por muito tempo que os gases nobres não
formariam compostos químicos. Porém, em
1962, foi realizada com sucesso a reação
entre o xenônio (camada de valência 5s25p6)
e o hexafluoreto de platina e, desde então,
mais compostos novos de gases nobres vêm
sendo sintetizados. Tais compostos demons-
tram que não se pode aceitar acriticamente
a regra do octeto, na qual se considera que,
numa ligação química, os átomos tendem a
adquirir estabilidade assumindo a configu-
a) HF. ração eletrônica de gás nobre. Dentre os
b) N2. compostos conhecidos, um dos mais estáveis
c) O2. é o difluoreto de xenônio, no qual dois áto-
d) F2. mos do halogênio flúor (camada de valência
2s22p5) se ligam covalentemente ao átomo
e) H2.
de gás nobre para ficarem com oito elétrons
7. Alternativa "a". de valência.
8. As ligações químicas predominantes entre os
átomos dos compostos H2S, PH3 e AgBr são,
respectivamente:
ollaweila I Stock.adobe

a) iônica, covalente e iônica.


b) covalente, iônica e iônica.
c) iônica, covalente e covalente.
d) covalente, covalente e iônica.
e) iônica, iônica e covalente.
Ao se escrever a fórmula de Lewis do com-
8. Alternativa "d". posto de xenônio citado, quantos elétrons na
9. O gás carbônico (CO ) é o principal respon- camada de valência haverá no átomo do
2
sável pelo efeito estufa, enquanto o dióxido gás nobre?
de enxofre (SO2) é um dos principais po- a) 8
luentes atmosféricos. Se considerarmos uma
b) 12
molécula do CO2 e uma molécula do SO2,
podemos afirmar que o número total de elé- c) 10
trons compartilhados em cada molécula é, d) 14
respectivamente, igual a: e) 6
Dados: C (Z = 6); O (Z = 8); S (Z = 16). 10. Alternativa “c”.
a) 4 e 3.
b) 2 e 4.
Livro 1 | Parte 2

c) 4 e 4.
d) 8 e 4.
e) 8 e 6.
9. Alternativa "e".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 193

0:33 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 193 18/01/2023 11:20:33

Ligações químicas interatômicas II – Capítulo 18 201

EM_ME_Quimica_1A.indb 201 11/02/2023 10:31


CAPÍTULO 19
Nos dois capítulos anteriores, estudamos que a ligação química,
inicialmente, pode ser compreendida como a união entre dois átomos.
Vimos também que uma ligação química é formada entre dois átomos se
o arranjo resultante deles e de seus elétrons tiver menor energia do que
a energia total dos átomos quando separados.
Neste capítulo, continuaremos estudando as ligações químicas, mas
daremos ênfase a mais um tipo de ligação, a ligação metálica.
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EM_ME_Quimica_1A.indb 202 11/02/2023 10:31


Ligações químicas
interatômicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 203 11/02/2023 10:31


BNCC
Habilidades trabalhadas no
Tome Nota Ligação metálica
Já sabemos que os metais são elementos químicos com uma
capítulo classificação específica na tabela periódica. Isso porque eles
apresentam propriedades únicas que se diferem dos outros ele-
EM13CNT101 mentos, como os ametais ou gases nobres.
EM13CNT104 Estudos teóricos mostram que a estrutura de um metal é
formada de retículos cristalinos. Mas, no caso de um metal, o
EM13CNT201 que são retículos cristalinos? São estruturas de íons de carga
EM13CNT301 positiva — cátions — envolvidos por uma espessa camada de
elétrons, espécie de carga negativa.
EM13CNT307 Os metais não exercem uma atração muito forte sobre os
elétrons da última camada e por isso possuem tendência a per-
der elétrons. Assim, um metal sólido é formado por átomos metá-
licos em posições ordenadas com seus elétrons de valência, livres
para se movimentar por todo o metal.

Objetivos Íons Ag+ fixos


pedagógicos
ƒ Compreender como ocorre uma liga-
ção metálica.
ƒ Entender a definição de ligas metá-
licas.
ƒ Identificar a aplicação das ligas metá- Elétrons
licas. Estrutura da prata (Ag): átomos maiores com elétrons soltos em movimento.

A estrutura dos metais pode ser explicada como um amon-


toado organizado de íons metálicos positivos mergulhados em
Anotações um mar de elétrons livres. Sendo a ligação metálica, então, ex-
plicada pelo modelo chamado de modelo de mar de elétrons.

+ +
Livro 1 | Parte 2

Estrutura metálica: átomos (em vermelho) rodeados por elétrons (azuis) em movimento.

196 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 196 18/01/2023 11:20:34

EM

204 Capítulo 19 – Ligações químicas interatômicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 204 11/02/2023 10:31


A presença desse mar de elétrons mantém os átomos me-
tálicos unidos. Vale a pena ressaltar que a regra do octeto não
explica a ligação metálica, sendo o retículo cristalino metálico
um agrupamento de átomos de metal.
Por causa dessa característica atômica na estrutura dos
metais, eles apresentam propriedades específicas, como a ca-
pacidade de serem ótimos condutores de eletricidade estando
no estado sólido ou quando fundidos. Essa propriedade é válida
para todos os metais, inclusive para o mercúrio, Hg, que na na-
tureza já é encontrado no estado líquido.
Os metais exibem uma série de propriedades em comum:
São sólidos em condições ambiente (com exceção do
Hg);
Têm brilho metálico;
Possuem maleabilidade;
Apresentam ductilidade;
Têm boa condutividade térmica e elétrica.

Ligas metálicas
As ligas metálicas são materiais com propriedades me-
tálicas que contêm dois ou mais elementos, sendo pelo menos
um deles um metal.
Procure na tabela periódica o bronze. Encontrou? Isso
provavelmente não vai ocorrer; mas por que, se o bronze tem
praticamente todas as características dos elementos do grupo
dos metais? O que ocorre; é que o bronze não é um metal,
muito menos um elemento químico. Na realidade, ele é uma
M Selcuk Oner | Shutterstock
liga metálica em que se misturaram os metais cobre (Cu – 90%)
e estanho (Sn – 10%). A produção dessa e de outras ligas
metálicas se dá normalmente pelo aquecimento conjunto dos
metais até que eles se fundam e se misturem completamente,
seguido pelo seu esfriamento e pela sua solidificação.
No nosso cotidiano, é muito comum a presença dessas Na produção de ligas metálicas, os
ligas, pois elas podem ter suas propriedades amplamente al- metais e outros elementos passam por
teradas por meio do processo utilizado na sua preparação tratamentos térmicos que alteram suas
propriedades.
e também pela proporção em que esses elementos são mis-
turados. Em razão desse fator, as ligas muitas vezes acabam
sendo mais eficazes que os metais puros e são preparadas
:20:34
com vários usos e finalidades. Por exemplo, o ferro puro oxida
facilmente com o ar; o magnésio é muito reativo e inflamável;
o ouro e a prata são moles, etc. Assim, ao misturar esses metais
Livro 1 | Parte 2

com outros metais ou com outros elementos é possível conse-


guir materiais com as propriedades desejadas, como maior
dureza, menos reatividade e assim por diante.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 197

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 197 18/01/2023 11:20:34

Ligações químicas interatômicas III – Capítulo 19 205

EM_ME_Quimica_1A.indb 205 11/02/2023 10:31


Leitura
complementar Vejamos alguns exemplos abaixo.
Aço
Pesquisadores Composição: Fe (98,5%), C (0,5 a 1,7%) e traços de Si, S e P.
Propriedade principal: tem mais resistência à tração do
desenvolvem novas ligas que o ferro puro.
metálicas Aplicação: em peças metálicas que sofrem tração eleva-
da, principalmente em estrutura metálica.
Aço inoxidável
Uma liga de magnésio com estrutu- Composição: Aço (74%), Cr (18%) e Ni (8%).
ra em escala nanométrica (da bilionési- Propriedade principal: não enferruja.
ma parte do metro) capaz de absorver Aplicação: em equipamentos para indústria, construção
civil, talheres, utensílios domésticos, peças de carro, etc.
e aprisionar hidrogênio de forma segura,
Amálgama odontológica
liberando-o somente quando aquecida. E Composição: Hg (43,1%), Ag (29,9%), Sn (7,33%), Cu (4,55%)
uma liga metálica que possui maior resis- e Zn (0,39%).
Propriedade principal: baixo coeficiente de dilatação, re-
tência à corrosão e ao desgaste do que
sistência à oxidação e alta maleabilidade.
os metais convencionais. Exemplos de Aplicação: em obturações.
novos materiais como esses, com aplica- Latão
ções em áreas tão diversas como petró- Composição: Cu (67%) e Zn (33%).
Propriedade principal: fácil de moldar, flexibilidade e boa
leo, energia e biomedicina, estão sendo aparência.
desenvolvidos e caracterizados por pes- Aplicação: em produção de tubos, armas, torneiras e ins-
trumentos musicais.
quisadores da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar). Ao serem resfria- Ouro 18 quilates
Composição: Au (75%), Ag (13%) e Cu (12%).
das rapidamente em sua fase líquida, na Propriedade principal: dureza, inércia química, aparência
faixa de 1 milhão de graus por segundo, e brilho excelente.
Fotos: prajit48, gbproject, furtseff, thitinonjong, Jasen Wright, kasarp studio | Shutterstock

os átomos que compõem a estrutura des- Aplicação: em manufatura de joias e peças ornamentais.

sas ligas não têm tempo de se rearranjar Níquel-cromo


de maneira ordenada e formar uma es- Composição: Ni (60%) e Cr (40%).
trutura cristalina de pequenos aglomera- Propriedade principal: condutividade elétrica baixa e ele-
vada dureza.
dos de átomos, como a dos metais con- Aplicação: na resistência de ferros elétricos, de chuveiros
vencionais. Em função disso, em estado elétricos, etc.
sólido essas novas ligas retêm a mesma Liga de metal fusível
Composição: Bi, Pb, Sn e Cd.
estrutura desordenada dos átomos em Propriedade principal: apresenta baixo ponto de fusão em
estado líquido (amorfo). relação aos metais puros.
Livro 1 | Parte 2

Aplicação: em fusíveis elétricos. Quando a intensidade da


Por terem sido resfriad as rapidamen- corrente elétrica é muito alta, a liga se funde e quebra, inter-
te, as ligas metálicas amorfas também per- rompendo a passagem da corrente e a queima do aparelho.
manecem em uma condição de metaesta- Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimica/ligas-metalicas.htm. Acesso em: 23/02/2022. Adaptado.

bilidade — em que não estão na condição


198 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
energética mais estável para elas.
Dessa forma, além de apresentar
uma série de propriedades diferencia- EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 198 18/01/2023 11:20:35 EM_

das dos materiais convencionais, como trolíferas, que costumam apresentar pro- “Desenvolvemos ligas metálicas amorfas
maior resistência, quando voltam à sua blemas de corrosão e se degradam com que apresentam maior resistência à cor-
condição de equilíbrio também podem o tempo. “Na tentativa de solucionar o rosão e ao desgaste e agora estamos
resultar em novas microestruturas, for- problema, vários tipos de recobrimentos aplicando-as em superfícies de metais
mando, por exemplo, grãos cristalinos têm sido utilizados. Somente nos últimos tipicamente utilizados em tubulações”,
na escala nanométrica. Outra aplicação anos, porém, as ligas de metais amorfas, acrescentou ele.
das ligas metálicas desenvolvidas e ca- que apresentam excelentes propriedades O grupo também estuda a utiliza-
racterizadas pelos pesquisadores está no de resistência à corrosão e ao desgaste, ção de ligas metálicas para o desenvol-
recobrimento de tubos para extração de têm sido avaliadas para essa finalidade”, vimento de implantes biomédicos bio-
óleo e gás utilizados pelas indústrias pe- disse Botta Filho, pesquisador da UFSCar. degradáveis. Feitas de elementos como

206 Capítulo 19 – Ligações químicas interatômicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 206 11/02/2023 10:31


Agora é sua vez!

1. (UFPE) Cite três propriedades referentes aos Essa substância simples deve apresentar, nas
metais. Dê cinco exemplos de metais.
1. São bons condutores de calor e de eletrici-
condições ambientes, a seguinte propriedade:
a) Encontra-se no estado gasoso.
Anotações
dade; apresentam maleabilidade e ductibili- b) Tem predomínio de ligações covalentes
dade. Exemplos: Fe, Cu, Al, Au e Ag. entre seus átomos.
2. (UFCE) O aço comum é uma liga de: c) É boa condutora de eletricidade.
a) C + Zn. d) Reage vigorosamente com água e com
b) Cu + Zn. sódio metálico.
c) Fe + Al. e) Tende a formar ânions quando reage
d) Fe + C. com metais.
e) Fe + Cu. 5. Alternativa "c".
6. (UFC–Adaptada) As propriedades físicas e
2. Alternativa "d".
3. (UFRS) O metal presente nas ligas de latão e químicas do ouro justificam a importância co-
bronze é o: mercial histórica desse mineral. Dentre essas
propriedades, relacionam-se as seguintes.
a) ferro.
I. Sua coloração e reluzente beleza, que o
b) zinco.
qualificam como um metal precioso.
c) estanho.
II. É relativamente fácil de ser modelado me-
d) cobre. canicamente para compor objetos artísticos.
e) alumínio. III. Não é oxidado ao ar e não é facilmente
3. Alternativa "d". solúvel em solventes comuns.
4. (PUC–SP) O ouro utilizado na fabricação de IV. É cineticamente inerte em soluções alca-
joias pode apresentar diferentes tonalidades linas e em quase todas as soluções ácidas.
de cor vermelha. Essa coloração é em virtude Dentre as características do ouro acima re-
de maior ou menor porcentagem de: lacionadas, são propriedades físicas e quími-
a) A l . cas, respectivamente:
b) Ag. a) (I, III) e (II, IV).
c) Cu. b) (II, III) e (I, IV).
d) Pb. c) (I, II) e (III, IV).
e) Hg. d) (III, IV) e (I, II).
4. Alternativa "c". e) (II, IV) e (I, III).
5. (Fatec) Considere uma substância simples 6. Alternativa "c".
constituída por um dos elementos químicos 7. (UFCE–Adaptado) Nenhuma teoria con-
situados na região indicada da tabela peri- vencional de ligação química é capaz de
ódica: justificar as propriedades dos compostos
metálicos. Investigações indicam que os sóli-
dos metálicos são compostos de um arranjo
Livro 1 | Parte 2

regular de íons positivos, no qual os elétrons


das ligações estão apenas parcialmente lo-
calizados. Isso significa dizer que se tem um
arranjo de íons metálicos distribuídos em um
"mar" de elétrons móveis. Com base nessas
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 199

:20:35 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 199 18/01/2023 11:20:35

cálcio, magnésio e zinco, as ligas metá- senvolvidas pelos pesquisadores pode-


licas podem ser utilizadas na fabricação rão ser utilizadas em pinos de implantes
de parafusos para ossos, por exemplo, dentários. Feitas de titânio nanoestrutu-
que após um determinado tempo são ab- rado, as novas ligas permitem diminuir
sorvidos pelo organismo. “Ligas metálicas muito a espessura dos pinos convencio-
para essa finalidade estão sendo testa- nais, mantendo a mesma resistência me-
das em animais por cientistas na Suíça, e cânica. Por conta disso, invadem menos
o desempenho tem sido muito bom”, disse o organismo do paciente.
o pesquisador.
Outras ligas metálicas também de- Disponível em: http://agencia.fapesp.br/15559.
Acesso em: 27/05/2022. Adaptado.

Ligações químicas interatômicas III – Capítulo 19 207

EM_ME_Quimica_1A.indb 207 11/02/2023 10:31


informações, é correto afirmar que os me- a) I b; II c; III a; IV d.
tais, geralmente: b) I c; II b; III d; IV a.
a) têm elevada condutividade elétrica e bai- c) I a; II b; III c; IV d.
xa condutividade térmica. d) I c; Il d; lll b; IV a.
b) são solúveis em solventes apolares e pos- e) I d; II a; IIl c; IV b.
suem baixas condutividades térmica e elétrica.
9. Alternativa "d".
c) são insolúveis em água e possuem baixa 10. (Cefet–PR) “Nas indústrias de fabricação de
condutividade elétrica.
alumínio, mais de 70% dos recursos empre-
d) conduzem com facilidade a corrente elé- gados é energia elétrica, um recurso que
trica e são solúveis em água. apesar de escasso ainda é muito barato no
e) possuem elevadas condutividades elétrica Brasil. Este custo é ainda inferior para em-
e térmica. presas que possuem subsídio e pagam até
7. Alternativa "e". um terço do preço pago pelos consumidores
8. (Ufla) O alumínio e o cobre são largamente residenciais. Grande parte dos lingotes pro-
empregados na produção de fios e cabos duzidos aqui é exportada e, lá fora, eles são
elétricos. A condutividade elétrica é uma transformados em componentes automotivos
propriedade comum dos metais. Esse fenô- e equipamentos que o Brasil precisa com-
meno se deve: prar por um preço muito mais alto.”
Revista Veja, ed. Abril, ano 34, nº 21, 2001.
a) à presença de impurezas de ametais que
fazem a transferência de elétrons.
b) ao fato de os elétrons nos metais estarem
fracamente atraídos pelo núcleo.
c) à alta afinidade eletrônica desses elementos.

Bildwerk | Stock.adobe
d) à alta energia de ionização dos metais.
e) ao tamanho reduzido dos núcleos dos
metais.
8. Alternativa "b".
9. (UFRRJ) As ligas metálicas são formadas pela
união de dois ou mais metais ou ainda por
As ligações químicas entre os átomos de alu-
uma união entre metais, ametais e semime-
mínio presentes nos lingotes produzidos são
tais. Relacionando, no quadro a seguir, cada
do tipo:
tipo de liga com as composições dadas,
pode-se afirmar que a única correlação a) iônica.
correta entre liga e composição encontra- b) dipolo-dipolo.
-se na opção: c) metálica.
d) covalente.
Liga Composição e) cristalina.
(I) Aço (a) Cu 67%; Zn 33% 10. Alternativa “c”.
(II) Ouro 18 quilates (b) Cu 90%; Sn 10%
Livro 1 | Parte 2

(c) Fe 98,5%; C 0,5% a


(III) Bronze
1,5%; traços Si, S e P
(IV) Latão d) Au 75%; Cu 12,5%; Ag
12,5%

200 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 200 18/01/2023 11:20:36 EM

208 Capítulo 19 – Ligações químicas interatômicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 208 11/02/2023 10:31


De olho no vestibular/Enem

1. (Fuvest) Ferro (Fe), óxido de ferro (FeO) e po- 4. (UFV) Os compostos formados pelos pares
lietileno (C2H4)n apresentam, respectivamen- Mg e Cl; Ca e O; Li e O; K e Br possuem
te, ligações: fórmulas cujas proporções entre os cátions e
a) covalente, iônica e metálica. os ânions são, respectivamente:
b) covalente, metálica e iônica. (Dados: 3Li; 8O; 12Mg; 17Cl; 19K; 20Ca; 35Br)
c) iônica, covalente e metálica.
d) metálica, covalente e iônica. a) 1:1 2:2 1:1 1:2.
e) metálica, iônica e covalente. b) 1:2 1:2 1:1 1:1.
1. Alternativa "e". c) 1:1 1:2 2:1 2:1.
2. (Fuvest) As figuras a seguir representam,
d) 1:2 1:1 2:1 1:1.
esquematicamente, estruturas de diferentes
substâncias à temperatura ambiente. e) 1:3 1:2 2:1 1:1.
4. Alternativa "d".
5. (Ucsal–Adaptada) Determinada substância
apresenta as seguintes características.
1. Conduz eletricidade.
I II 2. É formada por átomos de um só elemento
químico.
Essa substância pode ser:
a) aço.
III
Sendo assim, as figuras I, II e III podem re- b) bronze.
presentar, respectivamente: c) latão.
a) cloreto de sódio, dióxido de carbono e ferro. d) amônia.
b) cloreto de sódio, ferro e dióxido de car- e) ferro.
bono. 5. Alternativa "e".
c) dióxido de carbono, ferro e cloreto de 6. (UFRN) Na ligação metálica, os átomos dos
sódio.
metais estão ligados devido à:
d) ferro, cloreto de sódio e dióxido de car-
bono. a) fraca força de atração entre os elementos.
e) ferro, dióxido de carbono e cloreto de b) formação de pares de elétrons.
sódio. c) atração elétrica entre cátions e ânions.
2. Alternativa "d". d) formação de cátions e ânions.
3. (PUC–RS) Na tentativa de se explicar a inte- e) atração elétrica entre cátions e elétrons.
ração entre átomos de cobre e estanho no 6. Alternativa "e".
bronze, emprega-se o modelo de ligação:
a) de Van der Waals.
b) covalente polar.
Livro 1 | Parte 2

c) iônica.
d) metálica.
e) covalente apolar.
3. Alternativa "d".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 201

0:36 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 201 18/01/2023 11:20:36

Ligações químicas interatômicas III – Capítulo 19 209

EM_ME_Quimica_1A.indb 209 11/02/2023 10:31


CAPÍTULO 20
Vimos, nos capítulos referentes às ligações químicas, que a des-
coberta de como os átomos estão ligados em uma molécula foi um
feito muito importante para o desenvolvimento da Química. No en-
tanto, as teorias referentes às ligações químicas não explicavam como
os átomos estavam organizados dentro da molécula.
Hoje sabemos que as moléculas bem simples, como H2, O2, HCl,
são moléculas de arrumação plana. Por outro lado, moléculas mais
complexas, em sua maioria, são quase sempre tridimensionais, ou seja,
têm seus átomos arrumados de forma espacial. Relembre com seu
professor de Matemática as formas geométricas planas e espaciais
para a melhor compreensão da disposição dos átomos na molécula,
pois este será o nosso foco de estudo neste capítulo.
dfet I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 210 11/02/2023 10:31


Como os átomos estão
arranjados no espaço
tridimensional

EM_ME_Quimica_1A.indb 211 11/02/2023 10:31


BNCC
Tome Nota A geometria das moléculas
Habilidades trabalhadas no
A arrumação dos átomos nas moléculas é chamada de ge-
capítulo ometria molecular. A teoria mais aceita e usada para prever a
geometria de cada molécula é o modelo da repulsão de pares
EM13CNT101 de elétrons na camada de valência (RPECV), ou VSEPR (do inglês,
EM13CNT301 valence shell electron repulsion). Esse modelo foi desenvolvido
pelo cientista inglês Ronald James Gillespie, partindo do modelo
de ligação covalente.
Segundo Gillespie, os pares de elétrons da camada de va-
lência de um átomo devem se distanciar o máximo possível uns
dos outros, visto que há uma força de repulsão entre eles.
Objetivos Cada par eletrônico costuma ser representado por uma
pedagógicos nuvem eletrônica, que fica ao redor do átomo central, conforme
as figuras a seguir. Essa nuvem pode corresponder também a um
ƒ Compreender como os átomos estão par de elétrons não ligantes, a uma ligação covalente simples ou
a uma ligação covalente dupla ou tripla.
arranjados no espaço tridimensional.
ƒ Entender a geometria dos compostos

djem | Shutterstock
orgânicos.

Leitura
complementar
Por que as lagartixas não
caem ao andar pelas Nuvem eletrônica.

paredes?
Tensão superficial
Por muito tempo se acreditou que
Todos os líquidos possuem uma propriedade chamada tensão superficial, que representa
essa incrível habilidade estivesse ligada a resistência oferecida pela sua superfície a ser deformada ou perfurada. Essa propriedade
à existência de microventosas na pata da é intimamente ligada à estrutura espacial das moléculas que compõem o líquido e também à
lagartixa. Essa hipótese foi descartada atração que estas exercem umas sobre as outras.
Quando inserimos uma substância dentro de um líquido e esta altera o modo como as
porque se percebeu que elas também moléculas do líquido interagem entre si, modificando a sua tensão superficial, diz-se que essa
eram capazes da mesma proeza em su- substância é tensoativa. Quando adicionamos sabão à água durante a lavagem de roupas,
por exemplo, estamos modificando o modo como a água interage entre suas próprias molécu-
Livro 1 | Parte 2

perfícies muito lisas e molhadas, onde, su- las e com as moléculas dos objetos que estamos lavando. A diminuição da tensão superficial
postamente, as microventosas não teriam da água favorece a limpeza dos objetos, pois permite que a água se espalhe melhor e tenha
um maior contato com a sujeira presente na superfície, por exemplo.
aderência. O mistério começou a ser
desvendado em 1960, quando o cientis-
ta alemão Uwe Hiller sugeriu a existência 204 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
de um tipo de força atrativa entre as mo-
léculas da parede e as da pata da lagar-
tixa. Tal força é conhecida na física como os pelos microscópicos das patas, chama-
EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 204 18/01/2023 11:20:37 EM_

força intermolecular de Van der Waals, dos de setae, aderissem simultaneamente Anotações
em homenagem ao físico que a desco- e em sua força máxima à parede, duas
briu, o alemão Joahannes Diederik van patas de uma lagartixa poderiam produ-
der Waals. No final do século 20, uma zir uma força capaz de suspender até
equipe de cientistas, liderada pelo biólo- uma criança de 20 quilos”.
go americano Kellar Autumn, provou que
a aderência da lagartixa à parede era Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/
materia/por-que-a-lagartixa-nao-cai-quando-an-
mesmo resultado das forças intermolecu- da-pelas-paredes. Acesso em: 23/05/2022.Adap-
lares. A pesquisa saiu na revista científica tado.
Nature, onde Autumn escreveu: “Se todos

212 Capítulo 20 – Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional

EM_ME_Quimica_1A.indb 212 11/02/2023 10:31


A maneira como essas nuvens ficam distantes umas das ou- Tome Nota
tras, organizando-se no espaço, pode ser entendida se fizermos
uma analogia com balões. Observe.

Diálogo com
o professor
1ª situação 2ª situação 3ª situação
Ensinar Geometria Molecular pode
Na 1ª situação, tem-se o máximo de distância entre as nu-
vens; na 2ª, as nuvens estão dispostas como um triângulo; na 3ª, ser um pouco difícil para a turma, pois re-
a estrutura é semelhante a um tetraedro. Baseadas nessa teoria, monta a estudos de Geometria Matemá-
temos várias regras para determinar as seguintes geometrias
moleculares possíveis.
tica, e, como sabemos da dificuldade de
A primeira regra trata de moléculas formadas por muitos alunos com a Matemática, uma bar-
apenas dois átomos e diz que, para esses casos, a geo- reira acaba sendo construída no que se re-
metria será sempre linear, independentemente dos áto-
mos envolvidos. São exemplos o H2, F2, HCl, O2, N2. fere ao estudo da Geometria das molécu-
las. Então, sugerimos algumas ferramentas
A segunda regra trata de moléculas formadas por três
átomos, caso em que a geometria pode se dar de duas que podem tornar a disposição espacial
formas: dos átomos mais perceptível aos alunos,
1. Se o átomo central não possuir pares de elétrons empa-
desde experimentos até simuladores.
relhados disponíveis (nuvens eletrônicas), a geometria será
linear. São exemplos o CO2, CS2, N2O, HCN. Observe
sua disposição espacial mostrada na imagem abaixo.
Anotações
180°
H Be H

2. No entanto, se o átomo central possuir pares de elétrons


emparelhados disponíveis (nuvens eletrônicas), a geometria
será angular. São exemplos a água (H2O), o ácido sulfídri-
co (H2S), o dióxido de enxofre (SO2) e o cloreto de nitrosila
(NOCl). Veja sua disposição espacial mostrada na imagem
abaixo.

O
Livro 1 | Parte 2

H 104,5° H

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 205

:20:37 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 205 18/01/2023 11:20:37

Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional – Capítulo 20 213

EM_ME_Quimica_1A.indb 213 11/02/2023 10:31


Leitura
complementar Tome Nota Quando há moléculas formadas por quatro átomos, sen-
do um dos quatro central, a disposição dos átomos poderá
acontecer também de duas maneiras:
Estrutura molecular: o 1. Se o átomo central não possuir par de elétrons empa-
conceito fundamental da relhados disponíveis (nuvens eletrônicas), a geometria será
trigonal plana, ou simplesmente triangular. São exemplos
química o SO3, CH2O, COCl2. Sua disposição espacial está mos-
trada na imagem abaixo.
A ciência química, ao menos nos H
100 últimos anos, desenvolveu-se em tor- 120°
no de um grande e fundamental conceito B
unificador: a estrutura molecular. O quí- H H
mico vem, nesse mesmo período, identi- 2. No entanto, se o átomo central possuir par de elétrons
ficando química com estrutura molecular. emparelhados disponíveis (nuvens eletrônicas), a geometria
será denominada piramidal, ou ainda pirâmide trigonal.
O químico é como que um profissional
Um exemplo é o NH3, cuja disposição espacial está ilustrada
das moléculas, e, quando ‘pensa’ nelas, abaixo.
ele tem como objeto um arranjo tridimen-
N
sional muito bem definido dos átomos que
constituem cada molécula em particular H H
107°
no espaço. Exemplo: o arranjo planar e
angular de dois hidrogênios e um oxigê- H
nio na água: e o arranjo tetraédrico dos
Já em moléculas formadas por cinco átomos, em que um
quatro hidrogênios em torno do carbono dos cinco é o átomo central, temos duas possibilidades.
no metano; etc. Não é difícil entendermos
1. Quando esse átomo central for pequeno quando compa-
o porquê desse caráter fundamental do rado com seus ligantes (átomos que o rodeiam), a geometria
conceito de estrutura molecular para o será sempre intitulada tetraédrica, sendo o ângulo entre
químico. Tomemos inicialmente os átomos. as ligações em uma molécula de geometria tetraédrica de
aproximadamente 109°28’. Por exemplo, CH4, CHCl3, que
Eles são em um número um pouco supe- estão dispostos sob essa geometria. A disposição espacial
rior a cem (ver a tabela periódica). Ape- do CH4 é mostrada na imagem abaixo.

nas pouco mais de cem. E o número de H 109° 28"


moléculas conhecidas hoje? Cerca de 10
milhões. Não seria possível uma mesma H
Livro 1 | Parte 2

ciência, um mesmo tratamento científico C


desses 10 milhões de unidades, sem um H
conceito ou modelo unificador de suas
estruturas e propriedades físicas. Esse H
conceito reside justamente em descrever 206 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
cada molécula como um arranjo tridi-
mensional específico a partir de cerca
de apenas cem tipos de ‘blocos básicos’: EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 206 18/01/2023 11:20:37 EM_

os átomos. Evidentemente os químicos qualquer outro arranjo espacial de seus essencialmente, manter o modelo tradicio-
precisavam, antes de tudo, entender bem átomos constituintes? A partir dessa res- nal da estrutura molecular como arranjo
a estrutura e as propriedades de cada posta, os químicos concluíram que, nes- tridimensional dos átomos constituintes. É
um desses cerca de cem tipos de tijolos se arranjo ou geometria privilegiada de importante acrescentar que essa mesma
atômicos. Depois, precisaram responder cada molécula, os átomos constituintes geometria privilegiada permanece prati-
a uma questão fundamental — e é dela permanecem praticamente sem deforma- camente inalterável mesmo quando, em
que trata o presente texto — sobre cada ções em relação a sua estrutura original fase condensada (fases líquida ou sólida),
arquitetura molecular: por que uma dada quando ainda não ligados. Apesar de as moléculas se aproximam e interagem
molécula (como a da água) tem exata- todos os avanços da Química Teórica, é entre si de modo mais apreciável. Ou
mente uma geometria específica e não exatamente isso que permite ao químico, seja, o mesmo modelo de estrutura mole-

214 Capítulo 20 – Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional

EM_ME_Quimica_1A.indb 214 11/02/2023 10:31


2. No entanto, quando o átomo central é maior que os seus Tome Nota
ligantes, a geometria associada às moléculas desse tipo é
o quadrado planar. Caso mais raro, tendo como exemplo
o XeF4, tem sua disposição no espaço mostrada a seguir.

90°
Anotações

Se a molécula tratada for formada por seis átomos, sen-


do um desses átomos central, a geometria será denomi-
nada bipirâmide triangular, ou simplesmente bipirâmide
trigonal. Essa geometria acontece, por exemplo, em molé-
culas cujo átomo central é um elemento do grupo 15, ou
família 5A. Caso comum do PCl5, que tem sua disposição
espacial mostrada a seguir.

90°

120°

Há ainda moléculas formadas por sete átomos, em que


um desses átomos é central. Nesse casos, a geometria será
chamada de octaédrica, caso que ocorre, por exemplo,
em moléculas cujo átomo central é um elemento do grupo
16, ou da família 6A. Um exemplo é a molécula SF6, e sua
disposição espacial pode ser desenhada da seguinte forma.
Livro 1 | Parte 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 207

:20:37 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 207 18/01/2023 11:20:38

cular é válido nos três estados da maté-


ria. Essa notável ‘resistência’ da estrutura
molecular, quando em fase condensada,
não será abordada no presente texto.
Para ler o artigo na íntegra, acesse
o QR Code ao lado:

Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional – Capítulo 20 215

EM_ME_Quimica_1A.indb 215 11/02/2023 10:31


Sugestão de
abordagem
A geometria das moléculas orgânicas (moléculas presentes nos seres vivos ou libe-
Montando a geometria radas por eles)
das moléculas A Química Orgânica estabelece algumas regras para seus compostos. Todo átomo de
carbono que estabelecer quatro ligações simples fica sendo classificado como tetraédrico. O
ângulo entre as ligações é 109°28’.
Nossa proposta tem como objetivo
H H Cl
abordar, por meio da prática lúdica, o 109°,28'
conteúdo de geometria molecular, atra- C C C
H H Cl Cl Cl
vés de materiais presentes no cotidiano H
Cl
H H
dos alunos. A sala deve ser dividida em Metano Clorometano
Tetracloreto
de carbono
grupos, com o intuito dos próprios alu-
nos construírem moléculas usando bexi- O etano, C2H6, gás sem cor e sem cheiro, produzido a partir do gás natural e do refino do
gas coloridas e piloto. Pode-se inserir a petróleo, é considerado uma molécula espacial, ou seja, dois tetraedros unidos por um vértice.
essa prática uma atividade que aborde H H
a construção da estrutura de Lewis, de
modo que os alunos desenhem e identifi- H C C H

quem a geometria molecular de compos- H H


tos como SO2, SO3, H2O e CH4 e citem
No eteno, ou etileno, gás incolor de odor etéreo, levemente adocicado, responsável pelo
os pares de elétrons desemparelhados amadurecimento das frutas, todos os átomos de carbono estabelecem uma dupla-ligação e
e emparelhados do átomo central dos duas ligações simples, classificando-se como plano triangular. O ângulo entre as ligações é de
120°, classificando sua molécula como plana.
compostos BF3; CO2; NH3.
H H
C C 120°
Anotações H H

No etino, ou acetileno, gás incolor de odor desagradável, usado em larga escala em sol-
das, no corte de metais por maçarico e na fabricação de objetos de vidro, todos os átomos de
carbono estabelecem uma tripla-ligação e uma ligação simples, classificando-se como linear,
sendo o ângulo entre as ligações de180°.

H C C H

180°
Livro 1 | Parte 2

Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/fundamentos-da-quimica-organica/geometria-das-moleculas-organicas.html. Acesso em:


6/10/2021.

208 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 208 18/01/2023 11:20:38

EM

216 Capítulo 20 – Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional

EM_ME_Quimica_1A.indb 216 11/02/2023 10:31


Agora é sua vez!

1. Levando em consideração a teoria da repul- 3. (Fafeod) Considere as fórmulas e os ângulos


são dos pares de elétrons da camada de va- de ligações dos dados a seguir.
lência, dê a geometria molecular da espécie
abaixo. Fórmula H2O NH3 CH4 BeH2
Ângulo 105° 107° 109°28' 180°
As formas geométricas dessas moléculas
são, respectivamente:
N F a) tetraédrica, tetraédrica, tetraédrica, an-
gular.
H b) angular, piramidal, tetraédrica, angular.
c) angular, piramidal, tetraédrica, linear.
N
H d) angular, angular, piramidal, trigonal.
H e) trigonal, trigonal, piramidal, angular.
F
H 3. Alternativa "c".
4. (UFRN) As geometrias das moléculas NH
a) Linear. 3,
BF3, CO2 e SF6 são, respectivamente:
b) Angular. a) trigonal plana, trigonal plana, linear, octa-
c) Piramidal. édrica.
d) Trigonal. b) trigonal piramidal, trigonal plana, angular,
tetraédrica.
e) Octaédrica.
c) trigonal plana, trigonal plana, angular, oc-
1. Alternativa "c". taédrica.
2. (CFTCE) Ao aproximar-se do Sol, um cometa d) trigonal piramidal, trigonal plana, linear,
é aquecido, liberando água, íons e outras octaédrica.
moléculas. Uma reação que pode ser utiliza- e) trigonal piramidal, trigonal piramidal, line-
da para explicar o aparecimento de grande ar, octaédrica.
quantidade de H3O+, durante esse fenôme- 4. Alternativa "d".
no, é (H2O)2  luz
→ H3O+ + OH− + e − . 5. (Uniderp) Para responder a esta questão,
considere alguns aspectos, como geometria
molecular, polaridade, forças intermolecula-
Com base nessas informações e nos concei- res e as séries:
tos relacionados às ligações químicas, pode-
I. CH4, C2H6, C3H8, C4H10
mos afirmar corretamente que a geometria
prevista para o cátion da reação acima é: II. HF, HC l, HBr, HI
III. NH3, PH3, AsH3, SbH3
(Dados: 1H1; 8O16)
IV. H2O, H2S, H2Se, H2Te
a) trigonal plana.
V. F, C l 2, Br2, I2
b) tetraédrica. A série de moléculas que apresenta geome-
:20:38
c) linear. tria molecular do tipo angular é:
d) piramidal. a) I.
Livro 1 | Parte 2

e) bipirâmide trigonal. b) II.


2. Alternativa "d". c) III.
d) IV.
e) V.
5. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 209

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 209 18/01/2023 11:20:38

Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional – Capítulo 20 217

EM_ME_Quimica_1A.indb 217 11/02/2023 10:31


6. Com relação à geometria das espécies: 10. (UFPR) Assinale a alternativa que associa
corretamente a coluna de compostos quími-
H O
2- H
cos com a coluna de estruturas geométricas.
H C H O C O H N H I. NH3 A. Linear
II. HF B. Angular
Cl
III. SO2 C. Piramidal
I II III IV. CH4 D. Tetraédrica
Assinale a alternativa correta.
a) As espécies I e III são piramidais. a) I – A, II – B, III – C, IV – D.
b) Apenas a espécie II é planar. b) I – A, III – B, IV – C, II – D.
c) As espécies I e II são planares. c) II – A, III – B, I – C, IV – D.
d) Todas as espécies são piramidais. d) II – A, IV – B, III – C, I – D.
e) Todas as espécies são planares. 10. Alternativa "c".
11. (Enem) O grafeno é uma forma alotrópica
6. Alternativa "b".
7. Determine a geometria molecular dos com- do carbono constituído por uma folha planar
(arranjo bidimensional) de átomos de carbo-
postos abaixo.
no compactados e com a espessura de ape-
a) CO a) Linear. nas um átomo. Sua estrutura é hexagonal,
b) O2 b) Linear. conforme a figura.
c) HBr c) Linear.
d) BeC l 2 d) Linear.
e) SO2 e) Angular.

8. (PUC–MG) Um elemento X (Z = 1) combina


com Y (Z = 7). O composto formado tem,
respectivamente, fórmula molecular e forma
geométrica:
Nesse arranjo, os átomos de carbono pos-
a) XY3; trigonal. suem hibridação:
b) X3Y; angular. a) sp de geometria linear.
c) YX3; piramidal. b) sp2 de geometria trigonal planar.
d) YX; linear. c) sp3 alternados com carbonos com hibrida-
8. Alternativa "c". ção sp de geometria linear.
9. Uma molécula do tipo 90° tem d) sp3d de geometria planar.
geometria: e) sp3d2 com geometria hexagonal planar.
a) linear. 11. Alternativa “b”.
b) angular.
c) piramidal.
d) trigonal.
e) octaédrica.
Livro 1 | Parte 2

9. Alternativa "b".

210 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 210 18/01/2023 11:20:38 EM

218 Capítulo 20 – Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional

EM_ME_Quimica_1A.indb 218 11/02/2023 10:32


De olho no vestibular/Enem

1. (ITA) Assinale a opção que contém a geo- Coluna I – Geometria molecular


metria molecular correta das espécies OF2, 1 – Linear
SF2, BF3, NF3, CF4 e XeO4, todas no estado 2 – Quadrada
gasoso. 3 – Trigonal plana
a) Angular, linear, piramidal, piramidal, tetra-
4 – Angular
édrica e quadrado planar.
5 – Pirâmide trigonal
b) Linear, linear, trigonal plana, piramidal,
quadrado planar e quadrado planar. 6 – Bipirâmide trigonal
c) Angular, angular, trigonal plana, piramidal,
tetraédrica e tetraédrica. Coluna II – Moléculas
d) Linear, angular, piramidal, trigonal plana, ( ) SO3
angular e tetraédrica. ( ) NH3
e) Trigonal plana, linear, tetraédrica, pirami- ( ) CO2
dal, tetraédrica e quadrado planar.
( ) SO2
1. Alternativa "c".
2. (PUC–MG) Os compostos BF , SO , PH ,
3 2 3
CO2 são moléculas de configuração espa- A relação numérica, de cima para baixo, da
cial, respectivamente: coluna II, que estabelece a sequência de as-
sociações correta é:
a) trigonal, angular, trigonal, linear.
b) piramidal, angular, piramidal, angular. a) 5 – 3 – 1 – 4.
c) trigonal, angular, piramidal, linear. b) 3 – 5 – 4 – 6.
d) trigonal, linear, piramidal, linear. c) 3 – 5 – 1 – 4.
e) piramidal, angular, piramidal, linear. d) 5 – 3 – 2 – 1.
2. Alternativa "a". e) 2 – 3 – 1 – 6.
3. Desenhe esquematicamente a molécula 4. Alternativa "c".
NH2F e marque a alternativa corresponden- 5. (PUC–MG) Com relação à geometria das
te à sua forma geométrica. moléculas, a opção correta a seguir é:
(Dados: números atômicos: N = 7; H = 1; F = 9) a) NO – linear, CO2 – linear, NF3 – pirami-
a) linear. dal, H2O – angular, BF3 – trigonal plana.
b) angular. b) NO – linear, CO2 – angular, NF3 – pira-
c) piramidal. midal, H2O – angular, BF3 – trigonal plana.
d) trigonal. N c) NO – linear, CO2 – trigonal, NF3 – trigo-
nal, H2O – linear, BF3 – piramidal.
e) octaédrica.
d) NO – angular, CO2 – linear, NF3 – pira-
3. Alternativa "c". H H F
midal, H2O – angular, BF3 – trigonal.
4. (UFRGS) O modelo de repulsão dos pares de
elétrons da camada de valência estabelece e) NO – angular, CO2 – trigonal, NF3 – tri-
que a configuração eletrônica dos elementos gonal, H2O – linear, BF3 – piramidal.
Livro 1 | Parte 2

constitutivos de uma molécula é responsável 5. Alternativa "a".


pela sua geometria molecular. Relacione as
moléculas com as respectivas geometrias.
Dados: números atômicos: H (Z = 1), C (Z = 6),
N (Z = 7), O (Z = 8), S (Z = 16).
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 211

0:38 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 211 18/01/2023 11:20:38

Como os átomos estão arranjados no espaço tridimensional – Capítulo 20 219

EM_ME_Quimica_1A.indb 219 11/02/2023 10:32


CAPÍTULO 21
A densidade de carga elétrica depositada em uma espécie re-
cebe o título de polaridade, que possibilita às espécies a capaci-
dade de atrair cargas elétricas. A região onde ocorre esse acúmulo
de carga é intitulada polo, podendo ser um acúmulo positivo ou
negativo, dependendo das espécies envolvidas.
O estudo das possibilidades de densidade de carga nas espé-
cies e nas ligações que estão envolvidas nas suas estruturas será o
foco do nosso estudo neste capítulo.

EM_ME_Quimica_1A.indb 220 11/02/2023 10:32


A densidade de carga
elétrica nas moléculas

H
integração
de saberes
Você já ouviu a expressão “Os opostos se atraem”? Ela está
presente em diversas situações, mas, de modo geral, re-
presenta a atração entre elementos diferentes entre si. Na

H O
Química, as substâncias se comportam de maneira seme-
lhante, por isso usamos esse conceito para compreender-
mos, por exemplo, como a água é capaz de solubilizar o
sal, mas não o óleo. Com base nesse conceito, observamos
que a água apresenta polos, assim como o sal, de forma
que os seus polos opostos se atraem e a solubilidade acon-
tece. Por outro lado, o óleo não possui polos, logo não irá
interagir com a água.
Mas e em relação aos polos de um imã, como seria a
explicação? Para compreender melhor, converse com seu
professor de Física.

EM_ME_Quimica_1A.indb 221 11/02/2023 10:32


BNCC
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT101
EM13CNT301

Spectral I Depositphotos
Objetivos
pedagógicos
ƒ Compreender a definição de polari- Tome Nota Polaridade das ligações
dade.
ƒ Identificar a polaridade de qualquer A fim de direcionar nossa compreensão acerca do assunto,
vamos separar este estudo pelos tipos de ligação que apren-
ligação e molécula. demos.
ƒ Entender a aplicação da polaridade A ligação iônica acontece com a transferência de elé-
trons de forma definitiva, sendo formada de cargas positivas e
na ação dos detergentes. negativas, gerando polos positivo e negativo. Com base nessa
definição, então, podemos dizer que toda ligação iônica é uma
ligação polar.
No entanto, a ligação covalente acontece com comparti-
Sugestão de lhamento de elétrons, portanto os polos nessas estruturas esta-
rão associados à eletronegatividade das espécies envolvidas na
abordagem substância.
Vimos, no estudo das propriedades periódicas dos elemen-
tos, que a eletronegatividade corresponde à capacidade que
Experimento: Lâmpada de um átomo tem de atrair para si o par eletrônico que ele compar-
lava tilha com outro átomo em uma ligação covalente.
Assim, baseado em medidas experimentais, o cientista Linus
Quando as lâmpadas de lava Pauling criou uma escala de eletronegatividade, que, quando
apareceram pela primeira vez, nos pensada na tabela periódica, pode ser representada como a
imagem abaixo.
anos 1960, elas estavam presentes em
dormitórios de colégios e em quartos
de adolescentes ao redor do mundo.
Nos Estados Unidos e em muitos outros
Livro 1 | Parte 2

países, essas lâmpadas se tornaram


um ícone da cultura pop.
O objetivo desse experimento é Cresce de baixo para cima na mesma família e da es-
querda para direita no mesmo período.
produzir um sistema que simule a lâmpa-
da de lava. 216 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Material necessário:
ƒ 1 l de óleo.
ƒ 300 ml de água. EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 216 18/01/2023 11:20:44

ƒ Recipiente transparente e alongado os dois comprimidos efervescentes no in- Anotações


(pote de vidro, garrafa de plástico, etc.), terior do recipiente transparente. Aguar-
algum componente para dar cor à água de a reação e observe.
(corante, café, etc.).
ƒ 2 comprimidos efervescentes, 1 funil. Disponível em: http://pontociencia.org.br/gerar-
pdf/index.php?experiencia=1004. Acesso em;
Procedimento: 27/05/2022. Adaptado.
Adicione o corante à água; utilizan-
do o funil, adicione a água colorida e o
óleo ao recipiente; em seguida, deposite
EM

222 Capítulo 21 – A densidade de carga elétrica nas moléculas

EM_ME_Quimica_1A.indb 222 11/02/2023 10:32


A fim de facilitar o seu estudo, Pauling criou uma escala sim- Tome Nota
plificada de eletronegatividade, resumindo todos os elementos
da tabela periódica em:
F O N Cl Br I S C P H

Observe que a eletronegatividade cresce no sentido da seta.


Algumas dicas existem para facilitar a memorização. Para
memorizar esta escala, você pode pensar numa frase como:

Fui Ontem No Clube, Briguei I Saí Correndo Pro o Hospital.

As letras em destaque na frase acima representam os ele-


mentos em escala decrescente de eletronegatividade. Deve-
mos lembrar que, para dicas como essas, não consideramos a
norma-padrão da língua portuguesa.
A partir desses dados, foi possível determinar o caráter
da densidade de carga das ligações covalentes de várias
substâncias, sendo a caracterização dada pela diferença de
eletronegatividade entre os átomos ligantes. Com isso, o que
determina o tipo de ligação que será estabelecida entre dois ou
mais átomos é a diferença de eletronegatividade que há entre
eles. Quanto maior a diferença de eletronegatividade, maior
será a polaridade da ligação.
Assim, podemos pensar o seguinte: se a ligação covalente for
entre átomos de mesma eletronegatividade, a ligação será apo-
lar, porque não ocorre formação de polos. Por exemplo: Br — Br.
No entanto, se a ligação covalente for entre átomos com
eletronegatividades diferentes, a ligação será polar. Visto que
a diferença leva ao acúmulo de carga negativa ao redor do
elemento com maior eletronegatividade, gera-se, assim, polos
na molécula. Um exemplo é a molécula de água, composta por
hidrogênio (H) e oxigênio (O). Note que, de acordo com a escala
de eletronegatividade, o O se encontra em uma extremidade e
o H na outra, ou seja, ambos têm eletronegatividades bem dis-
tantes. Assim, as ligações que formam as moléculas de H2O são
consideradas polares, pois os elementos envolvidos na ligação
possuem eletronegatividades distintas.
Quando comparamos a polaridade entre os tipos de liga-
ção, percebemos que a ligação iônica apresenta polarização
máxima, ou seja, nenhuma outra ligação é mais polarizada que
a ligação de um composto iônico.
:20:44 Porém, existem casos em que o valor da diferença de ele-
tronegatividade será fornecido. Portanto, existem valores que
funcionam como divisores. Logo, se a diferença de eletronega-
Livro 1 | Parte 2

tividade entre dois átomos for menor ou igual a 1,6, a ligação


entre eles será acentuadamente covalente. Se a diferença for
maior ou igual a que 1,7, a ligação será acentuadamente iônica.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 217

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 217 18/01/2023 11:20:44

A densidade de carga elétrica nas moléculas – Capítulo 21 223

EM_ME_Quimica_1A.indb 223 11/02/2023 10:32


Leitura
complementar Tome Nota Polaridade molecular
Como podemos medir A existência de polaridade em uma molécula depende da
a polaridade de uma polarização das ligações entre os átomos que a formam e da
formação de uma grandeza denominada momento de dipolo,
molécula? representada pela letra m.
O momento dipolar (m) é atribuído a um vetor ( ), chamado
vetor momento dipolar, que possui um módulo, uma direção e
Ao colocar uma amostra de uma um sentido, sendo convencionado que o vetor ( ) deve apontar
substância polar entre as placas de um sempre para o centro do átomo mais eletronegativo.
Portanto, a existência de polaridade em uma molécula de-
capacitor (carga elétrica armazenada), pende de sua geometria para que seja determinado, de forma
os dipolos das moléculas da substância correta, o somatório de todos os vetores ( ) das ligações polares
dessa molécula, originando um único vetor, o momento dipolar
irão se orientar conforme as cargas das resultante ( ).
placas, polos — em direção à placa + e Assim, se for igual a zero, a molécula será classificada
vice-versa. Isso diminui a intensidade do como apolar (mesmo tendo ligações polares). E, se r for diferen-
te de zero, a molécula será polar. Para melhorar a compreensão,
campo elétrico entre as placas, e a me- observe os exemplos:
dida dessa diminuição possibilita a quan-
tificação da polaridade.
A quantidade de polaridade é o
que chamamos de momento dipolar,
sendo sua unidade o debye (D). Quanto
H Cl
maior o valor do momento dipolar, maior
é a polaridade. Moléculas com momen-
to dipolar nulo são apolares. Exemplo de
medida de momento dipolar: uma molé-
cula que apresente um polo positivo e H Cl
outro negativo, separados pela distância δ+ δ-
de 1 A (angstrom), terá momento dipolar H Cl
de 4,8 D.
= ≠0
Veja algumas moléculas e seus mo-
mentos dipolares (D):
HF: 1,91; H2O: 1,85; CO: 0,11; HCl: Em virtude da diferença de eletronegatividade, é formado o momento dipolar , que
é o único, e, por isso, corresponde ao momento dipolar resultante, , que é diferente
1,03; H2S: 0,97; CO2: 0; HBr: 0,78; NH3: de zero. Por isso, a molécula é polar.
Livro 1 | Parte 2

1,49; CH4: 0; HI: 0,38; SO2: 1,61; PCl: 0h.

Disponível em: http://www.iq.ufrgs.br/aeq/html/pu-


blicacoes/matdid/livros/pdf/ligacoes.pdf. Acesso em
28/05/2022. Adaptado.
218 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anotações EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 218 18/01/2023 11:20:44 EM_

224 Capítulo 21 – A densidade de carga elétrica nas moléculas

EM_ME_Quimica_1A.indb 224 11/02/2023 10:32


Ação detergente e polaridade
Como os detergentes agem na hora de
limpar? Como eles atuam para promover
a limpeza de superfícies gordurosas? Você
já deve ter percebido como o detergente
Leitura
é eficiente para limpar recipientes de fritu-
ras, mas o mais curioso é que o segredo
complementar
para essa ação está nas moléculas de água,
sabão e gorduras.
Os detergentes são compostos orgâni-
O sabão: substância polar
cos sintéticos que possuem longas cadeias e apolar
de carbono e hidrogênio. A parte ativa
da molécula de detergente é a catiônica
(NH4+); esse cátion é denominado de sal de Gorduras e lipídios não interagem
amônio quaternário. com água. Dessa forma, quando estes

belchonock I Depositphotos
O nome detergente não podia ser mais
apropriado: proveniente do grego detergere, constituem sujeiras ou é desejável remo-
significa limpar, que é o objetivo dessa subs- vê-los de algum recipiente, torna-se ne-
tância.
A estrutura do sabão possui uma parte cessária a presença de algum composto
polar e outra apolar. Veja. que tenha caráter “híbrido”, polar e apo-
lar ao mesmo tempo (caráter anfifílico),
CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 C O para que este possa interagir com ambos,
água e óleo (ou gordura), e seja capaz
ONa
de promover a retirada do composto que
Extremidade apolar capaz de Extremidade polar capaz de não se deseja. Essas substâncias são os
interagir com óleo. interagir com água.
sabões ou os detergentes. Vejamos suas
A extremidade apolar é hidrofóbica, e a polar é hidrofílica, ou seja, a cadeia de hi- estruturas para entender melhor como
drocarbonetos não tem afinidade pela água, mas o grupo polar sim, considerando que a agem na limpeza de objetos.
água também é polar.
Até aqui, temos uma explicação da atração do detergente pela água, mas o que isso A molécula superior é um exemplo
tem a ver com limpeza? A parte apolar do sabão interage com a gordura (sujeira) ao mes- de detergente. Repare que a molécula
mo tempo que a parte polar interage com a água. Nesse momento, são formadas partículas
(micelas) de detergente que ficam espalhadas na água, facilitando o processo de limpeza. contém uma parte apolar (toda a cadeia
com exceção do grupo SO3Na) e uma
parte fortemente polar (SO−3Na+). Po-
demos notar assim que a cadeia possui
caráter anfifílico, significando que a parte
Livro 1 | Parte 2

Microgotícula Parte apolar Cauda do Parte polar Molécula polar é capaz de interagir com a água e
de gordura do detergente detergente do detergente de água
a parte apolar, com o óleo. O composto
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/acao-detergente-polaridade.htm. Acesso em: 25/11/2021. Adaptado.
debaixo é um sabão, que também contém
uma longa cadeia apolar e uma parte
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 219
polar (CO−2Na+). As partes apolar e
polar de um sabão ou detergente podem
:20:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 219 18/01/2023 11:20:44 ser chamadas, respectivamente, de cau-
da hidrofóbica e cabeça hidrofílica.

SO3-Na+ SO3-Na+

CO2-Na+

A densidade de carga elétrica nas moléculas – Capítulo 21 225

EM_ME_Quimica_1A.indb 225 11/02/2023 10:32


Laboratório

Leite psicodélico
Materiais:
Um prato.
Leite.
Corantes alimentícios.

Procedimentos:
Coloque o leite no prato e adicione go-
tas dos corantes alimentícios de diferentes
cores.
Pingue uma gota de detergente líquido no
meio do leite e observe o efeito resultante.
Continue pingando o detergente em dife-
rentes partes do leite.
Para compreender melhor a polarida-
de, a solubilidade e como os detergentes
Resultados:
agem para remover a gordura, existe um
Descreva o que ocorre após a adição
experimento simples chamado leite psicodé-
das gotas de detergente e explique o fenô-
lico.
meno percebido.

Agora é sua vez!

1. (Cesgranrio) Quando o elemento X (Z = 19) d) metálica, covalente apolar, iônica, cova-


se combina com o elemento Y (Z = 17), ob- lente polar.
tém-se um composto cuja fórmula molecular e) covalente apolar, covalente polar, iônica,
duskbabe I Depositphotos

e cujo tipo de ligação são, respectivamente: metálica.


a) XY e ligação covalente apolar. 2. Alternativa "a".
b) X2Y e ligação covalente fortemente polar. 3. (PRU) As moléculas de CC l , H O, SO e
4 2 2

c) XY e ligação covalente coordenada. CO2 são, respectivamente:


d) XY2 e ligação iônica. (Dados: 1H, 8O, 17C l, 6C, 16S)
e) XY e ligação iônica. a) polar, apolar, apolar e polar.
1. Alternativa "e". b) apolar, polar, apolar e apolar.
c) polar, apolar, polar e polar.
2. (UFPE) As ligações químicas nas substâncias d) apolar, polar, polar e apolar.
K(s), HC l(g), KC l(s) e C l2(g) são, respectiva- e) apolar, polar, polar e polar.
mente: 3. Alternativa "d".
a) metálica, covalente polar, iônica, covalen- 4. (UFRS) O momento dipolar é a medida
te apolar. quantitativa da polaridade de uma ligação.
Livro 1 | Parte 2

b) iônica, covalente polar, metálica, covalen- Em moléculas apolares, a resultante dos mo-
te apolar. mentos dipolares referentes a todas as liga-
c) covalente apolar, covalente polar, metáli- ções apresenta valor igual a zero. Entre as
ca, covalente apolar. substâncias covalentes a seguir:

220 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 220 18/01/2023 11:20:44 EM

226 Capítulo 21 – A densidade de carga elétrica nas moléculas

EM_ME_Quimica_1A.indb 226 11/02/2023 10:32


I. CH4 7. (UFG) O conhecimento das estruturas das
II. CS2 moléculas é um assunto bastante relevante,
III. HBr já que as formas das moléculas determinam
propriedades das substâncias, como odor,
IV. N2 sabor, coloração e solubilidade.
Quais as que apresentam a resultante do As figuras apresentam as estruturas das mo-
momento dipolar igual a zero? léculas CO2, H2O, NH3, CH4, H2S e PH3.
a) Apenas I e II.
O N
b) Apenas II e III. O C O
H
H
H H
c) Apenas I, II e III. H
H
d) Apenas I, II e IV.
C S P
e) I, II, III, IV. H H
H

H H H
4. Alternativa "d". H
H

5. (PUC–RS) A molécula de NF é polar e a de


3 Quanto à polaridade das moléculas consi-
BCl3 é apolar, apesar de ambas apresen-
deradas, as moléculas apolares são:
tarem moléculas formadas pela combinação
de quatro átomos: três ligantes iguais e um a) H2O e CH4. d) NH3 e CO2.
átomo central. A explicação para isso está b) CH4 e CO2. e) H2S e NH3.
associada ao fato de que: c) H2S e PH3.
a) a molécula de NF3 apresenta ligações 7. Alternativa "b".
polarizadas, enquanto na molécula de BCl3 8. (FMU) Considerando-se os compostos:
as ligações são apolares.
1. SiH4 3. CC l 4 5. H2O
b) a diferença de eletronegatividade entre
os átomos que formam a molécula de NF3 2. CO2 4. HC l
é maior do que a existente entre os átomos Quais moléculas são polares?
que formam a molécula de BCl3. a) 3 e 5.
c) ambas têm a mesma geometria molecular, b) 4 e 5.
mas, na molécula de NF3, existe um par iso- c) 2 e 3.
lado de elétrons.
d) 1 e 5.
d) a molécula de NF3 apresenta simetria
e) 3 e 4.
molecular, enquanto a molécula de BCl3 é
assimétrica. 8. Alternativa "b".
9. (CFTCE) Os elementos genéricos A, B, C e
e) a molécula de NF3 apresenta geometria
piramidal trigonal, enquanto a molécula de D, de números atômicos 1, 9, 11 e 17, res-
BCl3 é trigonal plana. pectivamente, combinam-se entre si, forman-
do os compostos AD, CB, CA e DD. Os tipos
5. Alternativa "e". de ligação formados são, nessa ordem:
6. (UFPE) Considerando os seguintes haletos de hi-
a) covalente polar, iônica, covalente polar,
drogênio: HF, HCl e HBr, pode-se afirmar que: iônica.
a) a molécula mais polar é HF. b) covalente apolar, covalente polar, iônica,
b) a molécula mais polar é HC l . metálica.
c) todos os três são compostos iônicos. c) iônica, covalente apolar, covalente polar,
d) somente HF é iônico, pois o flúor é muito covalente apolar.
Livro 1 | Parte 2

eletronegativo. d) covalente polar, iônica, iônica, covalente


e) somente HBr é covalente, pois o bromo apolar.
é um átomo muito grande para formar liga- e) iônica, covalente polar, iônica, covalente
ções iônicas. polar.
6. Alternativa "a". 9. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 221

0:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 221 18/01/2023 11:20:44

A densidade de carga elétrica nas moléculas – Capítulo 21 227

EM_ME_Quimica_1A.indb 227 11/02/2023 10:32


De olho no vestibular/Enem

1. (UFTM) Os veículos automotivos que usam 4. (UPE–SSA) Quando uma pessoa não tem
combustíveis fósseis são um dos principais costume de comer preparos bem apimenta-
responsáveis pela má qualidade do ar das dos, a sensação é quase sempre a descrita
grandes cidades e também contribuem para na tirinha a seguir. A tentativa de solução
o aquecimento global. Além do gás carbô- quase imediata é beber água, o que não
nico (CO2) produzido na combustão, são é muito efetivo em razão das característi-
formados os óxidos nitrosos, que participam cas da substância, que provoca a ardência,
de reações secundárias com o ar, formando chamada capsaicina. Essa substância não é
ozônio (O3), que causa irritação no sistema solúvel em água, mas apresenta boa solubi-
respiratório, podendo levar a sérios proble- lidade em gorduras, por isso, para diminuir
mas de redução da capacidade pulmonar. a sensação de ardor na boca, é mais eficaz
A forma geométrica da molécula de gás tomar um copo de leite integral.
carbônico e a polaridade da molécula de
ozônio são, respectivamente:
a) angular e polar.
b) angular e apolar.
c) linear e polar.
d) linear e apolar.
e) trigonal planar e apolar.
1. Alternativa "c".
2. (Mackenzie) O aumento de diferença de ele-
tronegatividade entre os elementos ocasiona Disponível em: https://www.viciadoempimentas.com.br/curiosida-
a seguinte ordem no caráter das ligações: des Acesso em: 01/02/2023.

a) covalente polar, covalente apolar, iônica. O que pode ser considerado para explicar
b) iônica, covalente polar, covalente apolar. essa situação?
c) covalente apolar, iônica, covalente polar. a) A polaridade, pois a molécula de capsai-
d) covalente apolar, covalente polar, iônica. cina é apolar, por isso se dissolve bem em
e) iônica, covalente apolar, covalente polar. gorduras, e não na água.
2. Alternativa "d". b) A polaridade, pois a molécula de cap-
3. (FGV) O uso dos combustíveis fósseis gaso- saicina provavelmente é polar, por isso se
dissolve bem em gorduras, e não na água.
lina e diesel, para fins veiculares, resulta em
emissão de gases para a atmosfera, que ge- c) A acidez, pois a molécula de capsaicina
ram os seguintes prejuízos ambientais: aque- é provavelmente ácida, por isso o leite in-
cimento global e chuva ácida. Como resul- tegral, básico, é eficiente na neutralização,
tado da combustão, detecta-se na atmosfera enquanto a água apenas causará diluição.
aumento da concentração dos gases CO2, d) A basicidade, pois a molécula de capsai-
NO2 e SO2. Sobre as moléculas desses ga- cina provavelmente é básica, por isso o leite
ses, é correto afirmar que: integral, ácido, é eficiente na neutralização,
a) CO2 é apolar e NO2 e SO2 são polares. enquanto a água apenas causará diluição.
b) CO2 é polar e NO2 e SO2 são apolares. e) A densidade, uma vez que o leite inte-
Livro 1 | Parte 2

gral, por ser mais denso que a água, possui


c) CO2 e NO2 são apolares e SO2 é polar. maior potencial para remover as moléculas
d) CO2 e SO2 são polares e NO2 é apolar. de capsaicina da boca, o que ajuda a me-
e) CO2 e SO2 são apolares e NO2 é polar. lhorar a sensação de ardor.
3. Alternativa "a". 4. Alternativa "a".

222 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 222 18/01/2023 11:20:45 EM

228 Capítulo 21 – A densidade de carga elétrica nas moléculas

EM_ME_Quimica_1A.indb 228 11/02/2023 10:32


5. (UEL) O cloro é mais eletronegativo do que 8. (Enem) Quando colocados em água, os fos-
o bromo. Sendo assim, moléculas desses ele- folipídios tendem a formar lipossomos, es-
mentos podem ser representadas por: truturas formadas por uma bicamada lipídi-
a) Cl Br, que é polar. ca, conforme mostrado na figura. Quando
b) Cl Br, que é apolar. rompida, essa estrutura tende a se reorgani-
zar em um novo lipossomo.
c) Cl Br Cl, que é apolar.
d) Cl Cl, que é polar.
e) Br Br, que é polar.
Fosfolipídios
5. Alternativa "a".
6. Com relação à molécula do amoníaco (NH )
3
e do tetracloreto de carbono (CC l4), pode- Meio
mos afirmar que: Aquoso
a) são moléculas polares, pois possuem liga-
ções polares.
b) são moléculas apolares, embora as liga- Meio
ções entre os átomos sejam polares. Aquoso

c) a molécula do tetracloreto de carbono


tem forma tetraédrica e possui quatro liga- Esse arranjo característico se deve ao fato
ções polares. de os fosfolipídios apresentarem uma natu-
d) a molécula do amoníaco é apolar, pois reza:
tem a forma de uma pirâmide. a) polar, ou seja, serem inteiramente solúveis
e) a molécula do tetracloreto de carbono é em água.
polar, pois a eletronegatividade do C é 2,5 b) apolar, ou seja, não serem solúveis em
e do Cl é 3,5. solução aquosa.
6. Alternativa "c". c) anfotérica, ou seja, podem comportar-se
7. (Enem) Pesticidas são substâncias utilizadas como ácidos e bases.
para promover o controle de pragas. No d) insaturada, ou seja, possuírem duplas liga-
entanto, após sua aplicação em ambientes ções em sua estrutura.
abertos, alguns pesticidas organoclorados e) anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hi-
são arrastados pela água até lagos e rios e, drofílica e outra hidrofóbica.
ao passar pelas guelras dos peixes, podem
difundir-se para seus tecidos lipídicos e lá se 8. Alternativa “e”.
acumularem.
A característica desses compostos, respon-
sável pelo processo descrito no texto, é o(a):
a) baixa polaridade.
b) baixa massa molecular.
c) ocorrência de halogênios.
d) tamanho pequeno das moléculas.
e) presença de hidroxilas nas cadeias.
7. Alternativa “a”.
Livro 1 | Parte 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 223

0:45 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 223 18/01/2023 11:20:45

A densidade de carga elétrica nas moléculas – Capítulo 21 229

EM_ME_Quimica_1A.indb 229 11/02/2023 10:32


CAPÍTULO 22
Com base nos estudos anteriores, sabemos que as moléculas e os
átomos possuem um campo magnético que faz com que exista alguma
influência quando uma molécula se aproxima de outras.
Esta é a proposta de discussão deste capítulo: as forças que
mantêm as moléculas unidas umas com as outras, chamadas de for-
ças intermoleculares.
denissmagilov I Stock,adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 230 11/02/2023 10:32


Interações entre as
moléculas de uma
substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 231 11/02/2023 10:32


BNCC
Tome Nota Ligações intermoleculares
Habilidades trabalhadas no
As moléculas apresentam campos magnéticos. Dessa forma,
capítulo quando outras moléculas se aproximam, seus campos magnéticos
EM13CNT101 interagem, e essa interação gera uma força entre essas molécu-
las. Assim, as ligações intermoleculares podem ser vistas como
EM13CNT201 forças de coesão de natureza eletrostática que existem em todas
as substâncias formadas por moléculas polares ou apolares. Essa
EM13CNT301
força é denominada força intermolecular — pois se dá entre
EM13CNT303 moléculas —, variando de intensidade a depender do tipo da
molécula (se polar ou apolar), sendo, nas polares, da intensidade
da polaridade.
Nos gases, a distância entre as moléculas é tão grande que
a força de atração é praticamente inexistente ou muito fraca en-
tre elas. Por outro lado, nos estados líquido e sólido, as moléculas
Objetivos estão muito próximas, e a força de atração pode ser observada
facilmente.
pedagógicos Essas ligações entre as moléculas são muito mais fracas
quando comparadas com as ligações intramoleculares, ligações
estabelecidas entre os átomos no interior das moléculas.
ƒ Compreender a definição de ligações As ligações intermoleculares podem ser divididas, atualmen-
te, em três grupos: forças de Van der Waals, dipolo-permanente
intermoleculares. e ligação de hidrogênio.
ƒ Relacionar as ligações intermoleculares As forças de Van der Waals são forças de atração ou
repulsão entre grupos dentro da mesma molécula; diferentes da-
com os estados físicos da matéria. quelas que acontecem devido à formação de ligação.
Entre os vários tipos de força de Van der Waals, temos as
forças de London, ou forças de dispersão, que surgem quan-
do as moléculas não contêm elétrons em constante movimento,
Diálogo com pode-se pensar que, num determinado momento, a distribuição
dos elétrons na molécula pode não ser perfeitamente simétrica,
o professor aparecendo, assim, pequenos dipolos instantâneos. Esses dipolos
desaparecem em pouco tempo, podendo gerar uma molécula
neutra ou outros dipolos, inclusive de direção contrária; mas, num
Falar de interações intermolecula- curto espaço de tempo em que eles existem, podem induzir à for-
res requer de nós professores um pouco mação de dipolos contrários em outra molécula vizinha, levando
as duas a se atraírem mutuamente. Observe a ilustração abaixo.
mais de cuidado, pois nos utilizamos de
explicações físicas para que nossos alu-
nos compreendam como as moléculas Força dipolo-induzido Ilustração da
formação de
das substâncias interagem entre si. Simu- um dipolo-
-induzido na
Molécula apolar isolada (estado gasoso)
ladores e vídeos auxiliarão a demonstrar molécula de
Livro 1 | Parte 2

I2, molécula
essas questões de maneira mais objetiva. apolar.

Anotações 228 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 228 18/01/2023 11:20:46 EM_

232 Capítulo 22 – Interações entre as moléculas de uma substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 232 11/02/2023 10:32


A força de dipolo-permanente existe entre moléculas polares Tome Nota
(µTotal ≠ 0). Se a molécula da substância contém um dipolo-perma-
nente, devido à polaridade de uma ou mais de suas ligações cova-
lentes, suas moléculas atraem umas às outras, com o lado positivo
do dipolo de uma molécula atraindo o lado negativo do dipolo da
outra molécula. Veja a imagem. Sugestão de
abordagem
O vídeo O que mantém os áto-
mos em uma molécula? adota caracte-
C rísticas de um programa de perguntas e
respostas, que propõe desafios na forma
C de enigmas, proporcionando, com isso,
Ilustração da atração de dipolo-permanente entre as moléculas
um clima lúdico. Para um melhor aprovei-
de H Cl H Cl.
tamento do material, é interessante que
Por ser muito pequeno, sem elétrons no interior, estando dentro os alunos façam anotações que possam
da camada de valência apenas o núcleo do átomo com um próton,
o átomo de hidrogênio apresenta propriedades muito específicas. nortear o debate após a apresentação,
Uma das propriedades que só o átomo de hidrogênio tem é dando uma maior dinâmica às discussões.
a capacidade de exercer uma força de atração intermolecular,
chamada ligação de hidrogênio. A ligação de hidrogênio só
O vídeo está disponível no QR Code a
existe quando o hidrogênio está ligado a um átomo pequeno e seguir.
muito eletronegativo, como F, O ou N. Isso porque a densidade Ele é uma produção da PUC–Rio em
eletrônica em torno do hidrogênio fica bem baixa, o que faz
com que essa parte da molécula seja fortemente atraída pelos parceria com o Ministério da Educação,
pares de elétrons do átomo eletronegativo de outra molécula, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o
estabelecendo a ligação de hidrogênio. Veja o exemplo abaixo.
H
Fundo Nacional de Desenvolvimento da
H
O H O Educação. Integra uma série de 6 pro-
H H
gramas (120 episódios) dedicados ao
O
H H H Interação entre as moléculas
apoio do ensino de Química no Ensino
O
O
de água, interações de hidrogênio. Médio.
H
H

As ligações de hidrogênio têm papel importante nas proprie- Disponível em:: http://web.ccead.pucrio.br/condi-
dades da água e em moléculas de importância para os seres vivos, gital/video/e%20tempo%20de%20quimica/intera-
isso porque elas determinam a forma das proteínas e constituem a coesIntermoleculares/atomosMolecula/guiaDidati-
força que une as hélices do ácido desoxirribonucleico (DNA). co.pdf. Acesso em: 28/05/2022. Adaptado.
Se estabelecermos uma ordem crescente de força entre
Livro 1 | Parte 2

as interações intermoleculares, a sequência poderia ser escrita


como se segue abaixo, na qual a seta indica a ordem crescente
da intensidade de interação.

Dipolo–induzido < dipolo–permanente < ligação de hidrogênio


Ciências da Natureza e suas Tecnologias 229

:20:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 229 18/01/2023 11:20:46

Anotações

Interações entre as moléculas de uma substância – Capítulo 22 233

EM_ME_Quimica_1A.indb 233 11/02/2023 10:32


Laboratório

Gasolina adulterada
Tampe a proveta e misture a gasolina e a
solução, invertendo a proveta (virando para
cima e para baixo sem agitar bruscamente)
por dez vezes sucessivas.
Gasolina
Deixe em repouso por 15 minutos.

Gasolina Água + sal Resultados:


+ álcool Anote suas observações visuais com re-
lação ao experimento antes e após os 15
minutos, explique, por meio do conceito de
polaridade e densidade, o resultado obtido.
Materiais: Pesquise a quantidade de etanol na ga-
Uma proveta de 100 mL, limpa, seca, de- solina segundo os parâmetros estabelecidos
sengordurada e com tampa. por lei (atualmente, é permitido 25%), ve-
50 mL da gasolina que se deseja analisar. rifique o quanto de álcool foi retirado da
50 mL de solução de cloreto de sódio amostra analisada através dos volumes ob-
(NaCl) na concentração de 10%, ou seja, tidos de solução e de gasolina.
5 g de NaCl em 50 ml de solução. Justifique seus resultados e se a gasolina
estava realmente adulterada.
Procedimentos:
Coloque 50 mL de gasolina na proveta e, Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/deter-
minacao-teor-alcool-na-gasolina.htm. Acesso em: 21/07/2021.
em seguida, adicione 50 mL da solução de
cloreto de sódio.

A relação das ligações intermole-


culares com os
zmkstudio I Depositphotos

estados físicos
As ligações intermoleculares são as principais responsáveis
pelas propriedades físicas das substâncias. Os estados físicos
A temperatura de fusão dos materiais está
também relacionada ao tipo de interação da matéria traduzem o balanço entre a intensidade das forças
entre suas partículas. intermoleculares e a liberdade de movimento das moléculas.
As mudanças de estado físico que ocorrem por aumento
da temperatura são explicadas pelo aumento da energia, que
provoca uma maior agitação das moléculas, vencendo, assim, as
forças intermoleculares.
A intensidade das forças de London cresce com o aumen-
EM_
to do número de elétrons e com o tamanho dos átomos e das
moléculas.
Livro 1 | Parte 2

No iodo (I2), por exemplo, as ligações intermoleculares são


suficientemente fortes para permitir a sua existência no estado
sólido à temperatura ambiente, ao contrário do que acontece
com as outras moléculas formadas por halogênios com menor
número atômico, como F2, Cl2, Br2.

230 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 230 18/01/2023 11:20:46

234 Capítulo 22 – Interações entre as moléculas de uma substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 234 11/02/2023 10:32


Os pontos de fusão e ebulição são característicos das subs-
tâncias, estando, assim, relacionados com a intensidade das for-
ças intermoleculares. Quanto maior a intensidade, maiores serão
os pontos de fusão e ebulição. Observe a tabela a seguir.
prenda-o no copo com o elástico. Vire o
Tipo de substância Metálica Iônica Covalente polar Covalente apolar
copo para baixo e introduza os palitos de
Partícula Átomos e cátions Íons Moléculas Moléculas
dente dentro dele. Para isso, fure o papel
Atração entre as Atração Pontes de hidrogênio
Por “elétrons livres” Van der Waals com o palito e dê um pequeno empurrão
partículas eletrostática ou dipolo-dipolo

Estado físico Sólido (exceto Hg) Sólido


Sólido, líquido ou Sólido, líquido ou nele; ele atravessará o papel e subirá
gasoso gasoso dentro da água até chegar à superfície
PF e PE Alto Alto Baixo Muito baixo
sem que a água vaze.
Alta (sólidos e Apresenta
Condutividade Praticamente nula Cada molécula de água pode fa-
líquidos), sem atração (fundidos ou em Nula
elétrica quando pura*
da substância solução) zer até quatro ligações de hidrogênio
Solubilidade em Solúvel em Solúvel em solvente Solúvel em com moléculas vizinhas. E essas ligações,
Insolúvel
solventes comuns solvente polar polar solvente apolar
Dura, mas maleável Dura, porém
de tão fortes que são, chegam a ter um
Dureza – –
e dúctil quebradiça caráter covalente, conferindo à água uma
*Em alguns casos, o contato com a água produz
soluções condutoras.
Propriedades físicas dependendo dos tipos de ligação das moléculas.
atração muito intensa entre suas molécu-
las. Sendo assim, quando se faz um pe-
Quanto à solubilidade de uma molécula em outra, geralmente, usa-se a regra que diz: semelhan- queno furo na superfície do papel, a força
tes em polaridade dissolvem semelhantes em polaridade. Ou seja, solvente polar dissolve substân-
cia polar, e solvente apolar dissolve substância apolar. de atração das moléculas é maior do que
a força que puxa a água para baixo, por
Lagartixa de Van der Waals isso a água não desce. Essa força, quan-
Uma dúvida cruel tem atormentado muitos cientistas: como, de do se encontra na interface da água com
fato, a lagartixa consegue caminhar pelas paredes, mesmo no teto?
Alguns sugeriram que suas patas possuíssem microventosas. o ar, é chamada de tensão superficial.
Entretanto, todas as tentativas de se provar a existência de tais Quando o furo é ampliado, ou seja, quan-
ventosas falharam: as lagartixas possuem tal comportamento
mesmo sob vácuo ou sobre uma superfície muito lisa e molhada. do a película de papel é rompida, a água
Em 1960, o alemão Uwe Hiller sugeriu que um tipo de força desce. Já o palito flutua pelo fato de ser
atrativa, entre as moléculas da parede e as moléculas da pata
da lagartixa, fosse a responsável. Hiller sugeriu que essas forças menos denso que a água. O vídeo da
fossem as forças intermoleculares de Van der Waals. Tudo bem realização desse experimento encontra-se
que elas mantenham moléculas unidas, mas... uma lagartixa? Pou-
cos deram crédito à sugestão de Hiller. Até que, em um exemplar disponível no QR Code a seguir.
Matee Nuserm I shutterstock

da revista Nature, Autumn escreveu o artigo Full, Adhesive force


of a single gecko foot-hair, trazendo evidências de que, de fato,
são forças intermoleculares as responsáveis pela adesão da pata
Livro 1 | Parte 2

da lagartixa à parede; mais precisamente entre a superfície e as


moléculas dos "setae", pelos microscópicos que cobrem as patas
das lagartixas.
Disponível em: https://agracadaquimica.com.br/lagartixa-de-van-der-waals/. Acesso em: 06/10/2021.
Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 231

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 231 18/01/2023 11:20:46

Sugestão de Material necessário:


ƒ Palitos de dente.
abordagem ƒ Elástico.
ƒ Copo transparente alto.
Experimento: Superpapel ƒ Água e papel higiênico.
No experimento a seguir, demons- Procedimento:
traremos a resistência que o papel pos- Coloque aproximadamente 3/4 de
sui na presença de água. água no copo, sem enchê-lo totalmente.
Em seguida, dobre o papel em dois e
0:46

Interações entre as moléculas de uma substância – Capítulo 22 235

EM_ME_Quimica_1A.indb 235 11/02/2023 10:32


Agora é sua vez!

1. Quando a substância hidrogênio passa do A retenção de água na superfície da pele


estado líquido para o estado gasoso, são promovida pelos hidratantes é consequência
rompidas: da interação dos grupos hidroxila dos agen-
tes umectantes com a umidade contida no
a) forças de Van der Waals.
ambiente por meio de:
b) pontes de hidrogênio.
a) ligações iônicas.
c) ligações covalentes e pontes de hidrogênio.
b) forças de London.
d) ligações covalentes apolares.
c) ligações covalentes.
e) ligações covalentes polares.
d) forças dipolo-dipolo.
1. Alternativa "a".
e) ligações de hidrogênio.
2. Entre as moléculas abaixo, a que forma pon-
4. Alternativa "e".
tes de hidrogênio intramoleculares é:
5. (Enem) Um princípio importante na dissolu-
a) CH4.
ção de solutos é que semelhante dissolve
b) CH3 — CH2 — OH. semelhante. Isso explica, por exemplo, o açú-
c) CH3 — O — CH3. car se dissolver em grandes quantidades na
d) C2H6. água, ao passo que o óleo não se dissolve.
e) N(CH3)3. O

2. Alternativa "b". H H
3. Identifique a substância que deve possuir
Água
maior ponto de ebulição entre as apresen-
tadas abaixo. OH

a) Cl2. HO
O OH

b) C2H6. HO O

c) H3C — CH2 — CH2 — COOH. OH


HO

O OH
d) H2C CH — CH3.
HO
e) H3C — CH2 — CH2 — CH3.
Açúcar
3. Alternativa "c".
4. (Enem) A pele humana, quando está bem hi-
A dissolução em água, do soluto apresenta-
dratada, adquire boa elasticidade e aspec- do, ocorre predominantemente por meio da
to macio e suave. Em contrapartida, quando formação de:
está ressecada, perde sua elasticidade e se
a) ligações iônicas.
apresenta opaca e áspera. Para evitar o
ressecamento da pele, é necessário, sempre b) ligações covalentes.
que possível, utilizar hidratantes umectantes, c) interações íon-dipolo.
feitos geralmente à base de glicerina e po- d) ligações de hidrogênio.
lietilenoglicol: e) interações hidrofóbicas.
HO OH OH
5. Alternativa "d".
Livro 1 | Parte 2

H2C – CH – CH2 6. (PUC–RS) Um dos testes realizados para a


Glicerina determinação da quantidade de álcool na
HO – CH2 – CH2 – O – CH2 – CH2 – O – CH2 – CH2 – OH gasolina é aquele em que se lhe adiciona
água, ocasionando a extração do álcool
Polietilenoglicol pela água.
232 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 232 18/01/2023 11:20:46 EM

236 Capítulo 22 – Interações entre as moléculas de uma substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 236 11/02/2023 10:32


Isso pode ser explicado pelo fato de o álco- a) pontes de hidrogênio.
ol e de a água possuírem: b) forças de Van der Waals.
a) ligações covalentes simples e dativas. c) ligações covalentes.
b) forças de atração por ligações de hidro- d) ligações iônicas.
gênio.
e) ligações metálicas.
c) forças de atração por forças de Van der
Waals. 8. Alternativa "b".
d) o grupo OH— carboxila. 9. (UFSM) Analise as seguintes afirmativas em
e) moléculas apolares. relação à molécula de iodo (I2) e à sua dis-
solução direta em água.
6. Alternativa "b".
7. (UFMG) Considere, separadamente, as subs- I. A molécula de iodo é facilmente dissolvi-
da em água.
tâncias líquidas tetracloreto de carbono,
água, n-hexano e acetona, listadas na tabela II. O momento dipolar da molécula de iodo
de interações intermoleculares, nessa ordem: é nulo.
III. São estabelecidas ligações de hidrogê-
CCl4 H2O CH3(CH2)4CH3 CH3COCH3 nio entre o I2 e a água.
Dipolo- Ligação de Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
I. Dipolo-dipolo Van der Waals
-dipolo hidrogênio
Van der Dipolo- Ligação de a) I apenas. d) I e II apenas.
II. Dipolo-dipolo
Waals -dipolo hidrogênio
b) II apenas. e) II e III apenas.
Van der Ligação de
III. Van der Waals Dipolo-dipolo c) III apenas.
Waals hidrogênio
Dipolo- 9. Alternativa "b".
IV. Íon-íon Van der Waals Van der Waals
-dipolo
Dipolo- Ligação de 10. (Enem) Partículas microscópicas existentes
V. Van der Waals Dipolo-dipolo
-dipolo hidrogênio na atmosfera funcionam como núcleos de
As interações mais fortes entre as espécies condensação de vapor de água que, sob
constituintes estão indicadas corretamente em: condições adequadas de temperatura e
a) I. pressão, propiciam a formação das nuvens
e consequentemente das chuvas. No ar at-
b) II.
mosférico, tais partículas são formadas pela
c) III. reação de ácidos (HX) com a base NH3, de
d) IV. forma natural ou antropogênica, dando ori-
e) V. gem a sais de amônio (NH4X), de acordo
7. Alternativa "c". com a equação química genérica:
8. No gelo seco, as moléculas do dióxido de HX (g) + NH3 (g) → NH4X (s)
carbono estão unidas por:
FELIX, E. P.; CARDOSO, A. A. Fatores ambientais que afetam a
precipitação úmida. Química Nova na Escola, n. 21, maio 2005.
Adaptado.
A fixação de moléculas de vapor de água
pelos núcleos de condensação ocorre por:
a) ligações iônicas.
b) interações dipolo-dipolo.
Andrii | Stock.adobe

Livro 1 | Parte 2

c) interações dipolo-dipolo induzido.


d) interações íon-dipolo.
e) ligações covalentes.
10. Alternativa “d”.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 233

0:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 233 18/01/2023 11:20:47

Interações entre as moléculas de uma substância – Capítulo 22 237

EM_ME_Quimica_1A.indb 237 11/02/2023 10:32


De olho no vestibular/Enem

1. (Enem) As fraldas descartáveis que contêm b) Covalente apolar – atração dipolo-dipolo.


o polímero poliacrilato de sódio (1) são mais c) Covalente polar – ligações de hidrogênio.
eficientes na retenção de água que as fral- d) Covalente polar – forças de Van der
das de pano convencionais, constituídas de Waals.
fibras de celulose (2). e) Covalente polar – atração dipolo-dipolo.
2. Alternativa "d".
3. (UFPE) Associe o tipo de ligação ou inte-
ração (coluna da direita) que possibilita a
existência das substâncias listadas (coluna da
esquerda) no estado sólido.
(1) Gelo ( ) Iônica
A maior eficiência dessas fraldas descartá-
veis, em relação às de pano, deve-se às: (2) Parafina ( ) Covalente
a) interações dipolo–dipolo mais fortes en- (3) Ferro ( ) Metálica
tre o poliacrilato e a água, em relação às (4) Carbonato de Cálcio ( ) Ponte de hidrogênio
ligações de hidrogênio entre a celulose e as (5) Diamante ( ) Van der Waals
moléculas de água.
b) interações íon–íon mais fortes entre o po- Os números na segunda coluna, lidos de
liacrilato e as moléculas de água, em rela- cima para baixo, são:
ção às ligações de hidrogênio entre a celu-
a) 1, 2, 3, 4, 5.
lose e as moléculas de água.
b) 4, 2, 3, 1, 5.
c) ligações de hidrogênio mais fortes entre
o poliacrilato e a água, em relação às in- c) 4, 5, 3, 1, 2.
terações íon–dipolo entre a celulose e as d) 4, 5, 3, 2, 1.
moléculas de água. e) 1, 2, 5, 3, 4.
d) ligações de hidrogênio mais fortes entre o 3. Alternativa "c".
poliacrilato e as moléculas de água, em re- 4. (Ceeteps) Para os compostos HF e HC l , as
lação às interações dipolo-induzido–dipolo- forças de atração entre as moléculas ocor-
-induzido entre a celulose e as moléculas de rem por:
água.
a) ligações de hidrogênio para ambos.
e) interações íon–dipolo mais fortes entre
b) dipolo-dipolo para ambos.
o poliacrilato e as moléculas de água, em
relação às ligações de hidrogênio entre a c) ligações de Van der walls para o HF e
celulose e as moléculas de água. ligações de hidrogênios para HC l .
1. Alternativa "e". d) ligações de hidrogênio para o HF e dipo-
2. (PUC-PR) O dióxido de carbono, presente na lo-dipolo para o HC l .
atmosfera e nos extintores de incêndio, apre- e) ligação eletrostática para HF e dipolo-
senta ligação entre os seus átomos do tipo -induzido para HC l .
Livro 1 | Parte 2

......., e suas moléculas estão unidas por ....... . 4. Alternativa "d".


Os espaços acima são corretamente pre- 5. (UFSM) A mioglobina presente nos músculos
enchidos pela alternativa. apresenta estrutura altamente organizada e
a) Covalente apolar – forças de Van der dinâmica, responsável pela função biológi-
Waals. ca dessa proteína. Associe as ligações da

234 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 234 18/01/2023 11:20:47 EM

238 Capítulo 22 – Interações entre as moléculas de uma substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 238 11/02/2023 10:32


mioglobina apresentadas em A com as es- 7. (UFU—Adaptada) Relacione as duas colunas
truturas responsáveis pela sua estabilização para caracterizar a interação que existe no
apresentadas em B.
estado sólido.
A
I. Ligação iônica.
1. Interação eletrostática (iônica).
II. Ligação de hidrogênio.
2. Ligações covalentes.
III. Forças de Van der Waals.
3. Ligações de hidrogênio.
4. Forças de Van der Waals. IV. Ligação metálica.
V. Ligação covalente.
B ( ) Ligação entre as moléculas de NH3.
a b c d e ( ) Ligação entre as moléculas de CH4.
+
S NH3 CH C ( ) Ligação entre os átomos de Mg.
O-
=
S H3C CH3 ( ) Ligação entre as moléculas de CO2.
O
...

O=C ( ) Ligação entre os íons de Ca2+ e C l -.


...........

( ) Ligação entre as moléculas de HC l .


CH2 CH3 H
( ) Ligação entre as moléculas de H2.
N ( ) Ligação entre os átomos de C no grafite.
A alternativa que apresenta somente asso- a) II – III – IV – III – I – III – III – V
ciações corretas é:
b) II – IV – V – III – IV – I – III – II
a) 1a – 2c – 3e – 4d.
c) V – V – IV – IV – I – III – III – II
b) 1b – 2a – 3e – 4c.
d) V – II – I – II – I – III – III – III
c) 1b – 2d – 3e – 4c.
e) III – III – IV – III – I – V – III – II
d) 1e – 2c – 3b – 4a.
7. Alternativa "a".
e) 1d – 2a – 3b – 4c. 8. (Unioeste) Dentre as interações intermole-
5. Alternativa "b". culares, uma das mais intensas é a ligação
6. (UFSE) Na seguinte estrutura, estão repre- de hidrogênio. Esta interação está presente
sentadas moléculas de água unidas entre si em nosso cotidiano, por exemplo, na intera-
por ligações: ção entre as cadeias poliméricas de amido
H e celulose, sendo responsáveis por diversas
O propriedades destes materiais, como rigidez,
cristalinidade e elasticidade. Com base na
H
H possibilidade de ter este tipo de interação
.... ....

O.... intermolecular, assinale a fórmula molecular


H H capaz de realizar ligação de hidrogênio en-
H
H O tre si.
....

H O a) NH3
O H
H b) H3COCH3
a) covalentes. c) C2H6
b) iônicas. d) H2
Livro 1 | Parte 2

c) de hidrogênio. e) CO2
d) de oxigênio. 8. Alternativa “a”.
e) peptídicas.
6. Alternativa "c".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 235

0:47 EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 235 18/01/2023 11:20:47

Interações entre as moléculas de uma substância – Capítulo 22 239

EM_ME_Quimica_1A.indb 239 11/02/2023 10:32


9. (FMP) O ácido clorídrico ou cloreto de hi- b) Ambas as afirmativas são falsas.
drogênio (HC l ) é um importante reagente c) Ambas as afirmativas são verdadeiras,
químico industrial utilizado na produção de mas a segunda não justifica adequadamen-
plásticos e no processamento de couro. Na te a primeira.
indústria alimentar, o ácido clorídrico é em- d) Apenas a segunda afirmativa é verda-
pregado como aditivo alimentar e na produ- deira.
ção de gelatina. e) Ambas as afirmativas são verdadeiras e
A menos que seja pressurizado ou resfriado, a segunda justifica adequadamente a pri-
o ácido clorídrico se transformará em gás se meira.
houver cerca de 60% ou menos de água. 10. Alternativa “e”.
A solubilidade desse ácido em 80% de água 11. (PUC—Campinas)
se origina da formação de interações mole-
culares do tipo: Um fertilizante poderoso
a) dipolo-dipolo. d) covalente. Plantas e grãos encontrados nos registros ar-
b) iônica. e) dipolo-induzido. queológicos sugerem que a agricultura prati-
c) ligação de hidrogênio. cada na região norte do Chile sustentou por
9. Alternativa “a”. séculos grandes assentamentos humanos, an-
10. (Unifor) Certa vez o famoso astrofísico norte tes mesmo do Império Inca. Estranhamente,
americano Carl Sagan disse que “a bele- essa região é dominada pelo deserto do
za de uma coisa viva não são os átomos Atacama. Porém, a resposta está na análise
de que ela é feita, mas o modo como es- química da composição de amostras de 12
ses átomos estão unidos”. A fala filosófica alimentos com idade entre 3 mil e 550 mil
do cientista é uma reflexão sobre como um anos em sítios arqueológicos da região de
conjunto de matéria inanimada pode resul- Tarapacá, que mostrou um aumento na con-
tar nas características orgânicas vivas. Para centração de nitrogênio a partir do ano 900.
além desta reflexão, os átomos unem-se uns Essa mudança na composição dos alimentos
aos outros através de ligações químicas, for- é atribuída à adubação das plantações com
mando moléculas, e estas, por sua vez, ficam guano, excremento das aves marinhas, um dos
sujeitas aos campos eletromagnéticos uma fertilizantes naturais mais ricos em nitrogênio.
das outras, atraindo-se ou repelindo-se, de- A hipótese é de que o guano seria retirado
pendendo das características de cada uma. de depósitos no litoral do Chile e do Peru e
O modo como os átomos se unem e como transportado em caravanas de lhamas por
as moléculas interagem entre si, são tão im- dezenas de quilômetros.
portantes que definem muitas das caracte- Revista Pesquisa Fapesp, abril de 2021, p. 15. Adaptado.
rísticas físico-químicas das substâncias, como: O nitrogênio no guano se encontra na for-
pontos de fusão e ebulição, dureza etc. ma de amônia, NH3, e ureia, (NH2)2CO. Es-
Sobre as ligações químicas e as interações in- ses compostos são I em água, H2O, porque
termoleculares, analise as afirmações a seguir. entre soluto e solvente ocorrem interações
I. Moléculas simples de átomos não metáli- intermoleculares do tipo II.
cos, como o ozônio (O3), são apolares e ge- As lacunas I e II são preenchidas, correta e
ralmente apresentam-se no estado gasoso, respectivamente, por:
em condições de T e P ambiente.
PORQUE a) insolúveis — ligação de hidrogênio
II. As forças de Van der Waals, de cará- b) solúveis — íon-dipolo
Livro 1 | Parte 2

ter fraco, estão presentes quando moléculas c) insolúveis — dipolo induzido-dipolo indu-
apolares interagem entre si. zido
É correto o que se afirma em: d) solúveis — dipolo induzido-dipolo induzido
a) Apenas a primeira afirmativa é verda- e) solúveis — ligação de hidrogênio
deira. 11. Alternativa “e”.
236 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P2.indb 236 18/01/2023 11:20:47

240 Capítulo 22 – Interações entre as moléculas de uma substância

EM_ME_Quimica_1A.indb 240 11/02/2023 10:32


MANUAL DO EDUCADOR - FORMAÇÃO CONTINUADA

CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS

QUÍMICA Ciele Lins

1
Novo
Ensino
Médio

LIVRO

EM_ME_Quimica_1A_PARTE3.indd 241 27/02/2023 14:08


1
Livro

MANUAL DO
EDUCADOR
Formação Continuada
Novo Ensino Médio
QUÍMICA Ciele Lins
Manual do Educador Direção de arte
Química Elto Koltz
PARTE 3
Editor Projeto gráfico e capa
Lécio Cordeiro Hilka Fabielly e Elto Koltz

Revisão de texto Imagem da capa


Departamento editorial 89stocke | Shutterstock.com

Diagramação Direitos Reservados à Multi Marcas Editoriais Ltda.


Marcos Durant Rua Neto Campelo Júnior, 37 — Mustardinha — CEP: 50760-330, Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 — IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste
livro. A editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em
incluir quaisquer créditos faltantes.

ISBN Professor: 978-85-403-1860-1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e


Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil

EM_ME_Quimica_1A_PARTE3.indd 242 27/02/2023 14:08


Apresentação
Professor(a), o presente manual do educador tem como objetivo auxiliar sua prática docente, tornando-a mais sólida para
lidar com as exigências do Novo Ensino Médio.
No início de cada capítulo, é possível encontrar quais habilidades da BNCC são trabalhadas e quais os objetivos peda-
gógicos são elencados para determinados conteúdos. Na seção Diálogo com o professor, você encontrará diferentes sugestões
de como trabalhar os assuntos dentro e fora da sala de aula. Vale ainda ressaltar que as propostas didáticas apresentadas
devem ser adaptadas conforme à realidade de cada turma.
Atualmente, o ensino das Ciências da Natureza é constituído de diversos desafios, principalmente por integrar o conhe-
cimento de três disciplinas: Biologia, Química e Física. Sendo assim, este material contém diversos pontos de apoio que podem
ser utilizados na sua prática docente, como leituras complementares, sugestões de abordagens e de vídeos.
Neste volume, vamos estudar os materiais e as substâncias, bem como suas propriedades, suas transformações e seus cons-
tituintes. Estudaremos ainda o que é Química, seus vários campos de atuação e suas relações com as demais ciências. À medida
que essas teorias forem desenvolvidas e o tema eleito para cada unidade for discutido, questões pertinentes ao co¬tidiano
serão levantadas.

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EM_ME_Quimica_1A_PARTE3.indd 243 16/02/2023 17:30:33


Parte
3

EM_ME_Quimica_1A.indb 244 11/02/2023 10:32


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As funções
inorgânicas e sua
participação nas
reações
Imagine-se chegando a um supermercado e todos os itens das
prateleiras estivessem sem nenhuma organização: massas misturadas
com bebidas, produtos de limpeza e higiene, carnes, verduras e as-
sim por diante. Com certeza, você demoraria horas para encontrar
o produto desejado.
Na Química, com o passar do tempo e com a descoberta de
milhares de substâncias inorgânicas, os cientistas começaram a ob-
servar que alguns desses compostos podiam ser agrupados em famí-
lias com propriedades semelhantes. Esses grupos são chamados de
funções. Na Química Inorgânica, as quatro funções principais são:
ácidos, bases, sais e óxidos. É o estudo sobre essas funções, suas
propriedades e características, além das reações de que elas parti-
cipam, que nós vamos discutir nesta unidade.

EM_ME_Quimica_1A.indb 245 11/02/2023 10:32


CAPÍTULO 23
O número de oxidação, ou Nox, de um elemento químico corres-
ponde à carga que ele adquire em uma reação química.
Por exemplo, no H2SO4, cada átomo de hidrogênio (H) ficará com
carga +1, cada átomo de enxofre (S) ficará com +6, e cada átomo de
oxigênio (O) ficará com carga -2. Existem algumas regras para deter-
minar os valores das cargas de cada átomo, e as conheceremos ao
longo deste capítulo.
troninphoto I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 246 11/02/2023 10:32


O número de
oxidação

EM_ME_Quimica_1A.indb 247 11/02/2023 10:32


BNCC
Tá na mídia O conceito de número de oxidação
Habilidades trabalhadas no Um exemplo do processo de oxi-
dação é a ferrugem. Nessa reação (Nox)
capítulo química, o ferro sofre oxidação,
gerando o hidróxido de ferro, que O número de oxidação de um dado átomo corresponde
EM13CNT101 é responsável pela coloração da ao número de cargas que esse átomo teria se fosse considerado
ferrugem. Um exemplo do que esse
que os elétrons não se encontram compartilhados, mas, sim, lo-
EM13CNT104 tipo de reação pode causar pode
calizados apenas no átomo.
ser visto no QR Code a seguir.
EM13CNT107 Por exemplo, na molécula de água, existe uma ligação entre
Urina de cães corrói pilares e põe cada um dos átomos de hidrogênio e o átomo de oxigênio. Es-
EM13CNT201 risco à estrutura de viaduto no
ses elétrons são compartilhados entre o átomo de oxigênio e os
Promorar | CidadeVerde.com
EM13CNT301 átomos de hidrogênio, como se segue:
H2O
O
H H
Se for considerado que os elétrons são atribuídos unicamen-
Objetivos te a um dos átomos, como o oxigênio é mais eletronegativo do
pedagógicos que o hidrogênio, a representação da molécula passaria a ser:
2

ƒ Compreender o conceito de número O


δ+ δ+
de oxidação.
H H
ƒ Determinar o número de oxidação dos Tome Nota
mais variados elementos nos mais varia- Ou seja, o número de oxidação de cada átomo de hidrogê-
nio será +1, enquanto o número de oxidação do oxigênio será -2.
dos compostos. Porém existem algumas regras, as quais podemos seguir, que
ƒ Entender o processo de transferência facilitarão a determinação desses Nox.
de carga durante uma reação química.
Como determinar o Nox
Para determinar o Nox de um átomo que faz parte de uma
molécula, devemos observar as regras que seguem.
1. Todos os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs, Fr) terão
Anotações Nox = +1.
2. Todos os metais alcalinos terrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba,
Ra) terão Nox = +2.
3. O átomo de hidrogênio, na maioria dos compostos,
terá Nox = +1, com exceção de quando estiver ligado
aos metais, quando terá Nox = -1.
4. O oxigênio terá Nox = -2, com exceção de quando
fizer parte dos peróxidos e superóxidos, quando terá
Nox = -1 e -1/2, respectivamente, e quando for um
Livro 1 | Parte 3

difluoreto ou um monofluoreto que apresentam Nox +2


e +1 na sequência.
5. Todos os calcogênios (O, S, Se, Te, Po, Lv), quando
aparecerem na extremidade direita da fórmula da subs-
tância, terão Nox = -2.
126 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 126 18/01/2023 11:24:44 EM_

248 Capítulo 23 – O número de oxidação

EM_ME_Quimica_1A.indb 248 11/02/2023 10:32


6. Todos os halogênios (F, Cl, Br, I, At, Ts), quando apa- Tome Nota
recerem na extremidade direita da fórmula da substância,
terão Nox = -1.
7. Íons compostos, como PO4-3, terão Nox igual à carga
do íon, ou seja, para o caso do PO4-3, Nox = -3.
8. A soma de todos os Nox dos átomos constituintes de teoria do fluido elétrico, há excesso de
uma molécula sempre será igual a zero. fluido no cobre e falta de fluido no zinco.
9. A soma de todos os Nox dos elementos participantes
de um íon composto será a carga do íon. Esse desequilíbrio é chamado de tensão
10. Elementos isolados e substâncias simples terão sem- elétrica. O cobre e o zinco correspon-
pre Nox = 0 (zero).
dem, respectivamente, ao polo positivo
Veja os exemplos a seguir.
e ao polo negativo da pilha. Unindo-se
Exemplo 1 os metais por meio de um fio condutor,
HCl estabelece-se uma corrente elétrica. Se-
H (regra 3) → Nox = +1 gundo a teoria do fluido elétrico, o fluido
Cl (regra 6) → Nox = -1
Para ter certeza de que está correto, aplica-se a regra escoa pelo fio, do polo positivo para o
8: 1 + (-1) = 0. negativo.
Exemplo 2 Com um limão e dois pedaços de
HClO cobre e de zinco, é possível fazer uma
H → Nox = +1 pequena bateria de quase 1 volt. Qui-
Cl → Não há regra que se aplique, pois está no meio.
O (regra 5) → Nox = -2 micamente, o que ocorre é a transferên-
Aplica-se a regra 8, que diz que o somatório deve ser igual cia de elétrons do zinco para o cobre,
a zero:
Nox H + Nox Cl + Nox O = 0, logo 1 + x + (-2) = 0, por- usando o ácido do limão como caminho.
tanto o Nox do cloro será +1. Assim, o zinco se transforma no polo ne-
IMPORTANTE: gativo da bateria, enquanto o cobre é o
Observe que, nessa situação, o átomo de cloro não lado positivo.
se encaixava em nenhuma regra, e, por isso, ele não tem o
mesmo Nox em todas as moléculas. Note que, no HCl, ele
Para ligar as baterias em série, au-
tem Nox = −1 e, no HClO, tem Nox = +1. mentando os volts, se faz como se fosse
uma sequência de pilhas: o polo negativo
Exemplo 3 é sempre ligado com o positivo. Também
CaCO3 é possível fazer a experiência usando
Neste caso, precisamos multiplicar o Nox, das regras, pelo alumínio no lugar do zinco. O fio de co-
número de átomos do elemento na substância.
bre pode ser substituído por uma moeda
O → Nox = -2 ⋅ 3 (pois temos 3 átomos de oxigênio)
Ca (regra 2) → Nox = +2 de R$ 0,05, que é de cobre. Um vídeo
Livro 1 | Parte 3

Aplica-se a regra 8 para descobrir o Nox do C: (-2 ⋅ 3) + que mostra essa experiência pode ser as-
2 + x = 0 → -6 + 2 + x = 0
Logo, C → Nox = +4 sistido no QR Code a seguir.
A fim de simplificar, agrupamos as regras para determina-
ção do Nox na tabela que se segue. Observe.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 127

:24:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 127 18/01/2023 11:24:44

Leitura de converter energia química em elétrica,


ou seja, podem gerar energia elétrica. É o
complementar caso, por exemplo, das pilhas que utilizamos
Número de oxidação e sua corriqueiramente. Na realidade, dentro de
aplicação no dia a dia uma pilha ocorre uma reação de oxirredu-
ção, capaz de gerar energia elétrica.
Na Química, há reações chamadas Devido às reações químicas entre
reações de oxirredução, que são de extre- os metais e o líquido, o cobre fica com
ma importância no nosso dia a dia. Essas carga positiva e o zinco fica com car-
reações podem apresentar a propriedade ga negativa. De acordo com a antiga

O número de oxidação – Capítulo 23 249

EM_ME_Quimica_1A.indb 249 11/02/2023 10:32


Espécie
Situação Nox Exemplos
química
Substâncias Qualquer
Zero H2, O2, N2, F2, Cl2, Br2, I2, P4, S8, Cu, Al, Au, etc.
simples caso
Qualquer A carga Na+→Nox = +1; Al3+→Nox = +3; F-→Nox = -1
Íon
caso do íon Ca2+→Nox = +2; S2-→Nox = -2; N3-→Nox = -3
NaCl, KOH, LiNO3, Ag2SO4, NaBr
Metais Em todos os
+1
alcalinos e Ag compostos +1 +1 +1 1 +1

CaCl2, MgO, BaSO4, Zn2Cl4, ZnSO4


Metais alcalino Em todos os
terrosos e zinco compostos +2 +2 +2 +2 +2 +2

Al2O3, AlCl3, Al(OH)3


Em todos os
Alumínio +3
compostos
+3 +3 +3

HF, CF4, NF3, OF2


Em todos os
Flúor -1
compostos -1 -1 -1 -1

HCl, H2S, CH4, NH3, H2SO4, H2CO3


Ligado a
+1
ametais
+1 +1 +1 +1 +1 +1
Hidrogênio
NaH, LiH, CaH2, BaH2
Ligado a
-1
IA e IIA -1 -1 -1 -1

Na maio- H2O, H2SO4, CaCO3, SO2, NO, CO2


ria de seus -2
compostos -2 -2 -2 -2 -2 -2

H2O2, Na2O2, CaO2, MgO2


-1
Peróxidos -1 -1 -1 -1

Oxigênio K2O4, Na2O4,


Superóxidos -1/2 -1/2 -1/2

OF2
Com flúor +2
+2
Livro 1 | Parte 3

Um A soma algébrica dos Nox de todos os elementos participantes


Qualquer
composto de um composto é igual a zero.
A soma algébrica dos Nox de todos os elementos de um íon é
Um íon Qualquer
igual à carga do íon.

128 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 128 18/01/2023 11:24:44 EM

250 Capítulo 23 – O número de oxidação

EM_ME_Quimica_1A.indb 250 11/02/2023 10:32


O Nox e a transferência de carga
A oxirredução corresponde a reações que ocorrem com transferência de elétrons entre
as substâncias, fazendo com que o número de oxidação (Nox) de uma substância aumente,
enquanto o Nox de outra substância diminui.
Esse processo não deve ser confundido com as ligações iônicas que doam elétrons de
uma substância a outra, mas visto como um processo de oxidação de uma substância e de
redução de outra.
Então, podemos dizer que, em uma reação, a substância que perde elétrons e sofre
oxidação é o agente redutor, enquanto a substância que ganha elétrons e sofre redução
é o agente oxidante.
Esse fenômeno da oxirredução está presente no processo de fotossíntese e de meta-
bolização dos alimentos. Como se vê, é uma reação tão importante que está presente nos
processos de manutenção da vida. Veja as equações de representação.

Fotossíntese: 6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2


Metabolização do açúcar: C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O

Na oxirredução, ocorre a transferência de elétrons. Na reação de oxidação, ocorre a


perda de elétrons, enquanto a reação de redução consiste em ganhar elétrons.
Em razão dessa transferência de elétrons, ocorre uma mudança na carga elétrica das
espécies químicas envolvidas. As cargas obtidas recebem o nome de Nox (número de oxida-
ção). O Nox é essencial no processo acima descrito, pois, através dele, podemos entender
a distribuição dos elétrons entre os átomos que estão contidos em uma substância.

EQUAÇÃO DA FOTOSSÍNTESE

Luz
Ali DM I Shutterstock

Clorofila

Luz

Clorofila
Dióxido de Carbono Água Glicose Oxigênio
Livro 1 | Parte 3

Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/oxidoreducao.htm. Acesso em: 15/11/2021. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 129

4:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 129 18/01/2023 11:24:44

O número de oxidação – Capítulo 23 251

EM_ME_Quimica_1A.indb 251 11/02/2023 10:32


Agora é sua vez!

1. (UFRGS) No ânion tetraborato, B O 2-, o nú- 4. (UFPB) As espécies químicas amônia (NH ),
4 7 3
mero de oxidação do boro é igual a: nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-) são parâme-
a) 2. tros de qualidade de água. Assim sendo, é
b) 3. correto afirmar que os números de oxida-
ção do nitrogênio na amônia, no nitrito e no
c) 4.
nitrato são, respectivamente:
d) 5.
a) +3, +4 e +5.
e) 7.
b) -3, +3 e +5.
1. Alternativa "b".
2. (UFSM) Quando uma área com floresta pre-
c) -3, -4 e -5.
cisa ser encoberta para a formação do lago d) -3, +4 e +6.
artificial de uma hidroelétrica, toda a madeira e) +3, + 3 e +5.
deve ser retirada. Se isso não ocorrer, esse 4. Alternativa "b".
material entra em decomposição, podendo 5. (PUC–Campinas) Descobertas recentes da
provocar danos nas turbinas, além de cresci- medicina indicam a eficiência do óxido nítri-
mento descontrolado da população de algas co (NO) no tratamento de determinado tipo
azuis (cianobactérias) e verdes (clorófita) e de de pneumonia. Sendo facilmente oxidado
algumas plantas flutuantes, como Eichornia
pelo oxigênio e NO2, quando preparado
crassipes, o aguapé (angiosperma), e Alvinia
em laboratório o ácido nítrico deve ser re-
sp. (pteridófita).
colhido em meio que não contenha O2. Os
O caldo formado pela matéria orgânica en- números de oxidação do nitrogênio no NO
coberta pela água das barragens é altamente e NO2 são, respectivamente:
corrosivo. A decomposição da matéria orgâni-
ca em ambiente eutrofizado ocorre de modo a) +3 e +6.
anaeróbio e envolve muitas reações químicas. b) +2 e +4.
Uma delas é a fermentação da celulose que c) +2 e +2.
gera grande quantidade de metano e gás d) Zero e +4.
carbônico, cujos átomos de carbono possuem,
respectivamente, os números de oxidação: e) Zero e +2.
a) 0 e -4. 5. Alternativa "b".
6. (Unesp) O nitrogênio pode existir na natureza
b) -4 e +4.
em vários estados de oxidação. Em sistemas
c) +4 e 0.
aquáticos, os compostos que predominam e
d) +4 e -4. que são importantes para a qualidade da
e) -2 e +2. água apresentam o nitrogênio com números
2. Alternativa "b". de oxidação -3, 0, +3 ou +5. Assinale a
3. (UFV) Os números de oxidação do boro, alternativa que apresenta as espécies con-
iodo e enxofre nas espécies químicas tendo nitrogênio com os respectivos números
são, respectivamente: de oxidação, na ordem descrita no texto.
a) +4, +8, +7. a) NH3, N2, NO2-, NO3-.
b) NO2-, NO3-, NH3, N2.
Livro 1 | Parte 3

b) +3, +7, +8.


c) +3, +7, +6. c) NO3-, NH3, N2, NO2-.
d) +4, +5, +6. d) NO2-, NH3, N2, NO3-.
e) +2, +6, +5. e) NH3, N2, NO3-, NO2-.
3. Alternativa "c". 6. Alternativa "a".
130 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 130 18/01/2023 11:24:44 EM

252 Capítulo 23 – O número de oxidação

EM_ME_Quimica_1A.indb 252 11/02/2023 10:32


7. (Mackenzie) Sabendo que o cloro perten- 12. (Fuvest) No fragmento a seguir, o autor ex-
ce à família dos halogênios, a substância na plora conceitos químicos na forma de poe-
qual o cloro apresenta número de oxidação sia.
máximo é: Químico apaixonado
a) C l 2O5. d) HC lO4. 1 Sua presença é “C 2 H 5 OH(l) + 3 O2 (g) →
b) HC l . e) C l 2. 2 CO2 (g) + 3 H 2 O” de sentimento
c) C l 2O. 2 É explosão de “C 6 H12 O 6 (aq) + 6 O2 (g) →
7. Alternativa "d". 6 CO2 (g) + 6 H 2 O + ATP”
8. Considere os compostos de fórmulas: 3É .. de pensamento
0 0
NaNO2; H2PO3; Ba2As2O7 . 0 0 0 0

Os Nox dos elementos que pertencem ao 4 Sinergia


grupo 15, presentes nesses compostos, são, 5 Sua ausência, meu desalento
respectivamente: 6 “4 Fe(s) + 3 O2(g) → 2 Fe2O3(s)” o meu ser
a) +1, +1 e +2. d) +3, +1 e +3. 7 Um modelo incompleto, e- - V

b) +2, -4 e -5. e) +3, +4 e +5.


c) +3, -2 e -5.
8. Alternativa "e". +
9. Os números de oxidação do enxofre nas es- 8 Impede-me de viver
pécies SO2 e SO42− são, respectivamente: 9 Morte em pleno deserto.
a) 0 e +4. d) +4 e +6. JÚNIOR, Wilmo Ernerto Francisco. Ciência em prosa e verso –
b) +1 e -4. e) -4 e -8. Acepipes para quem ousa gostar (ou ensinar), 2018. In: LOPES,
M. Dissertação de Mestrado, 2019. Disponível em http://www.
c) +2 e +8.
repositorio.ufal.br/. Adaptado.
9. Alternativa "d".
10. Sobre os conceitos mencionados, foram fei-
(UFPB) Nos feldspatos alcalinos, os átomos de
tas as seguintes afirmações.
oxigênio possuem estado de oxidação -2.
Assim, é correto afirmar que, no feldspato de I. A equação química mostrada na linha 2
fórmula KA lSi3O8, os elementos K, A l e Si pode ser associada à liberação de energia,
possuem, respectivamente, os seguintes esta- pois corresponde à reação de fotossíntese
dos de oxidação: com consumo de gás carbônico.
a) +1, +3, +4. d) +1, -3, +4. II. A equação química apresentada na linha
6 representa uma reação na qual o número
b) +2, +3, -3. e) +1, +3, +2.
de oxidação das espécies é alterado, sendo
c) -2, +2, +3. associada à corrosão.
10. Alternativa "a". III. O modelo incompleto referido na linha
11. Determine os números de oxidação para 7 refere-se ao proposto por Thomson, que
cada elemento das espécies químicas a se- identificava a presença de partículas com
guir. carga negativa dentro de uma esfera.
a) HBr. a) HBr → H = +1; Br = -1 Está correto o que se afirma no(s) item(ns):
Livro 1 | Parte 3

b) C lO4 -. b) ClO4- → Cl = +7; O = -2 a) I, apenas. d) II e III, apenas.


c) H2O2. c) H2O2 → H = +1; O = -1 b) II, apenas. e) I, II e III.
d) NaC l . d) NaCl → Na = +1; Cl = -1 c) I e III, apenas.
e) MnBr2. e) MnBr2 → Mn = +2; Br = -1 12. Alternativa “b”.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 131

4:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 131 18/01/2023 11:24:44

O número de oxidação – Capítulo 23 253

EM_ME_Quimica_1A.indb 253 11/02/2023 10:32


De olho no vestibular/Enem

1. (FGV) O titânio e seus compostos são am- 4. (PUC–RJ) Indique o número de oxidação de
plamente empregados tanto na área meta- cada elemento nos respectivos compostos,
lúrgica como na produção de cosméticos e relacionando as colunas:
fármacos. No Brasil, são extraídos os miné- I. Ca em CaCO3.
rios na forma de óxidos, rutilo (TiO2) e ilme- II. C l em HC l .
nita (FeTiO3). O titânio apresenta o mesmo
estado de oxidação nesses dois minérios. O III. Na em Na2SO4.
número de oxidação do titânio e a confi- IV. N em HNO3.
guração eletrônica da camada de valência V. O em O2.
do ferro no estado de oxidação em que se ( ) -1
encontra na ilmenita são, respectivamente: ( )0
(Dado: 26Fe) ( ) +1
a) +2 e 3d6 4s2. ( ) +2
b) +2 e 3d4 4s2. ( ) +5
c) +3 e 3d5. Marque a opção que corresponde à sequên-
d) +4 e 3d6. cia correta de cima para baixo.
e) +4 e 3d4. a) II, V, III, I, IV.
1. Alternativa "d". b) II, V, III, IV, I.
2. (PUC–PR) A água sanitária, água de cân- c) III, IV, II, I, V.
dida, ou água de lavadeira, é uma solução d) V, II, I, III, IV.
aquosa de hipoclorito de sódio, utilizada
como alvejante. O sal presente nessa solu- e) V, III, II, I, IV.
ção apresenta, na sua estrutura, o átomo de 4. Alternativa "a".
cloro com Nox igual a: 5. (PUC–MG) O número de oxidação (Nox) de
a) 0. um elemento quantifica seu estado de oxida-
-
b) 1+. ção. Qual é o Nox de Cr no ânion Cr2O72 ?
c) 1-. a) +3.
d) 2+. b) +5.
e) 2−. c) +6.
2. Alternativa "b". d) +7.
3. (UFRRJ) Nas substâncias CO , KMnO , H SO , 5. Alternativa "c".
2 4 2 4
os números de oxidação do carbono, manga- 6. (PUC–RS) O número de oxidação do átomo
nês e enxofre são, respectivamente: de carbono nas estruturas CH4, HCHO e
a) +4, +7, +6. CO32- é, respectivamente:
b) +3, +7, +6. a) +4, 0 e -4.
c) +4, +6, +6. b) -4, 0 e +4.
d) +3, +7, +4. c) 0, +4 e -4.
Livro 1 | Parte 3

e) +4, +7, +5. d) -4, -4 e 0.


3. Alternativa "a". e) +4, +4 e -4.
6. Alternativa "b".

132 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 132 18/01/2023 11:24:44 EM

254 Capítulo 23 – O número de oxidação

EM_ME_Quimica_1A.indb 254 11/02/2023 10:32


7. (Uerj) O nitrogênio atmosférico, para ser uti- 10. (UFPR) O nitrogênio (N) é capaz de formar
lizado pelas plantas na síntese de substân- compostos com estados de oxidação que va-
cias orgânicas nitrogenadas, é inicialmente riam de -3 a +5. Cinco exemplos das inú-
transformado em compostos inorgânicos, por meras moléculas que o N pode formar são
ação de bactérias existentes no solo. apresentados a seguir. Dados os números
No composto inorgânico oxigenado, princi- atômicos do N = 7, do H = 1 e do O = 8,
palmente absorvido pelas raízes das plan- numere a coluna II de acordo com a coluna I.
tas, o número de oxidação do nitrogênio Coluna I Coluna II
corresponde a: 1. NO ( ) -2
a) 0. 2. N2O ( ) -3
b) +1. 3. NH3 ( ) +4
c) +2. 4. N2H4 ( ) +2
d) +5. 5. NO2 ( ) +1
7. Alternativa "d".
8. (UFF) Uma das principais impurezas que exis-
Assinale a alternativa que apresenta a nu-
tem nos derivados de petróleo e no carvão meração correta da coluna II, de cima para
mineral é o enxofre. Quando esses combustí-
baixo.
veis são utilizados, a queima do enxofre pro-
duz SO2, de cheiro irritável; e este, por sua a) 1 - 4 - 2 - 5 - 3.
vez, na atmosfera, reage com o oxigênio e se b) 4 - 3 - 5 - 1 - 2.
transforma lentamente no SO3. Essa reação c) 1 - 2 - 4 - 3 - 5.
é acelerada pela presença de poeira na at- d) 2 - 4 - 3 - 1 - 5.
mosfera. O SO3 reage com a água da chuva,
e) 3 - 5 - 1 - 2 - 4.
produzindo o H2SO4, que é um ácido forte.
Durante esse processo, o enxofre passa por 10. Alternativa "b".
diferentes estados de oxidação. Em relação 11. (FGV—SP) No recente atentado terrorista
às substâncias SO2, SO3 e H2SO4, o número ocorrido na cidade japonesa de Yokohama
de oxidação do enxofre é, respectivamente: foi lançado fosgênio, representado na figura
a) +4, +6, +6. a seguir, num trem subterrâneo.
b) -4, +4, +6. Cl
c) +2, -3, 0. O=C
d) -2, +3, +6. Cl

e) -4, +6, 0.
Os elementos químicos que compõem essa
8. Alternativa "a". substância têm números de oxidação:
9. (UFPI) Um antisséptico bucal contendo peróxi-
I. carbono II. cloro III. oxigênio
do de zinco (ZnO2) suspenso em água é efeti-
a) (I) +4, (II) -1, (III) -2
vo no tratamento de infecções orais causadas
por micro-organismos. Indique o número de b) (I) -4, (II) +1, (III) -2
oxidação do zinco nessa substância. c) (I) +3, (II) -1, (III) -2
a) -2. d) (I) -3, (II) +1, (III) +2
b) -1. e) (I) 0, (II) -1, (III) +2
Livro 1 | Parte 3

c) +1. 11. Alternativa: A.


d) +2.
e) +4.
9. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 133

4:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 133 18/01/2023 11:24:45

O número de oxidação – Capítulo 23 255

EM_ME_Quimica_1A.indb 255 11/02/2023 10:32


CAPÍTULO 24
As funções inorgânicas estão presentes em grande parte das substâncias
que utilizamos em nosso cotidiano. Quando colocada na presença de um
solvente, cada substância apresenta um comportamento diferente da outra.
Caso postas na água, umas se dissolvem, outras não. As que se dissolvem são
classificadas por dois processos relevantes chamados de dissociação e ioni-
zação. Ambos ocorrem por haver a liberação de íons quando as substâncias
são colocadas na água, o que os diferencia é a origem desses íons.
As substâncias que utilizamos em nível microscópico são constituídas de
moléculas, que, por sua vez, são formadas por átomos. Estes se ligam entre si
de várias maneiras, podendo ser de forma iônica ou molecular.
Quando as ligações são iônicas, um átomo transfere definitivamente um
ou mais elétrons para outro átomo que quer se ligar a ele, tornando-se um íon
positivo, enquanto o que recebeu se transforma em um íon carregado negati-
vamente, ficando unidos por uma atração magnética. Nas ligações molecu-
lares ou covalentes, os elétrons são compartilhados entre dois átomos, não
formando íons.
Gudellaphoto I Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 256 11/02/2023 10:32


Definições importantes
para entender as
funções inorgânicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 257 11/02/2023 10:32


BNCC
Dissociação dos compostos
Habilidades trabalhadas no
Compostos iônicos, ou seja, compostos formados por liga-
capítulo ções iônicas, já possuem íons em sua estrutura. Quando coloca-
dos em algum solvente ou quando fundidos, e assim convertidos
EM13CNT101 do estado sólido para o estado líquido, separam seus íons positi-
EM13CNT201 vos dos negativos; isso pode acontecer pela solvatação promo-
vida pelo solvente (que pode ser a água) ou simplesmente pelo
EM13CNT301 aumento da distância intermolecular no caso em que eles estão
no estado líquido.
O processo em que já existem os íons, e apenas os sepa-
ramos, pela ação de um solvente ou pela fundição, é chamado
de dissociação.
Objetivos
pedagógicos
ƒ Compreender a definição de dissocia-
ção dos compostos.
ƒ Reconhecer a ionização das substân-
cias.
ƒ Relacionar a história da Química à
descoberta do fenômeno de dissociação
iônica.

Anotações

ajafoto I Depositphotos
Compostos iônicos sofrem dissociação quando em solução e quando fundidos.

O sal de cozinha, ou cloreto de sódio (NaCl), por exemplo,


é um composto muito presente no nosso cotidiano. Se colocarmos
cloreto de sódio em um recipiente com água, os íons já existentes
no retículo cristalino do sal serão separados, e, assim, o sal se
dissolve na água. Os íons já existiam antes porque o cloreto de
sódio é formado por meio de ligação iônica. Observe a ilustração
Livro 1 | Parte 3

a seguir.

136 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 136 18/01/2023 11:24:45 EM_

258 Capítulo 24 – Definições importantes para entender as funções inorgânicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 258 11/02/2023 10:32


Tome Nota

Leitura
complementar
Inna I StockAdobe

Solução de cloreto de sódio


Como ocorre a condução
de corrente elétrica
Cristal de cloreto Moléculas de
de sódio água
Na experiência, introduzem-se os
Processo de dissociação
elétrodos de um aparato com uma lâm-
Sódio (Na+) Cloro (Cl-) pada em diferentes meios para ver se
cátion hidratado ânion hidratado
há condução de corrente elétrica, o que
permitirá que a lâmpada acenda. Para
Dissociação do sal de cozinha.
a lâmpada acender, algumas condições
Esse processo pode ser representado através das cha-
madas equações químicas de dissociação, veja os exemplos precisam ser satisfeitas: as substâncias
abaixo. com que os elétrodos terão contato pre-
cisam apresentar cargas elétricas e com
mobilidade, como metais sólidos e líqui-
dos, grafite na forma sólida e compos-
tos iônicos (metal + ametal) e ácidos em
solução.
O NaCl dissolvido em água é um exemplo no qual acon-
tece a dissociação, um processo eletrolítico, ou seja, que conduz
Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibu
corrente elétrica. Observe a ilustração a seguir:
lar/0,MUL1258657-5604,00-CONFIRA+EXPER
IENCIA+PARA+ENTENDER+COMO+OCORRE
+A+CONDUCAO+DE+CORRENTE+ELETRI.html.
Acesso em: 28/05/2022.

+ Bateria - + Bateria - Anotações


Livro 1 | Parte 3

Ânions
Cátions

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 137

:24:45 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 137 18/01/2023 11:24:47

Definições importantes para entender as funções inorgânicas – Capítulo 24 259

EM_ME_Quimica_1A.indb 259 11/02/2023 10:32


Sugestão de
abordagem Tome Nota Ionização das substâncias
Experimento: Testador de Alguns compostos formados por ligações covalentes, ainda
chamados de compostos moleculares — como os ácidos, por
condutividade exemplo —, quando colocados em um solvente, como a água,
são "agredidos" por esse solvente e acabam formando íons.
Na molécula, inicialmente, não existem íons. Quando ela é
Material necessário: colocada em um solvente, este, por força magnética, consegue
"arrancar" um ou mais de seus átomos, de modo que o átomo
ƒ 30 cm de fio rígido de cobre com 3 arrancado acaba perdendo elétrons e se transformando em íon.
ou 4 mm de diâmetro, 1 LED. O processo em que uma molécula que não possuía original-
mente íons passa a tê-los é chamado de ionização. Esse processo
ƒ Alicate. acontece com os ácidos, substâncias formadas por ligações co-
ƒ Porta-pilhas com capacidade para valentes.
Assim como o processo de dissociação, o processo de ioni-
duas pilhas AA. zação pode ser representado através de equações químicas de
ƒ 2 pilhas aa (pequenas) com carga. ionização, como os exemplos que seguem abaixo:

ƒ 1 pedaço de madeira fina de 20 cm HCl → H+ + Cl-


H2SO4 → 2H+ + SO42-
x 8 cm, furadeira e brocas. H3CCOOH → H+ + H3CCOO-
ƒ Ferro de solda e fio de solda. Ou
HCl + H2O → H3O-(aq) + Cl-(aq)
H2SO4 + 2H2O → 2H3O+(aq) + SO42-(aq)
Procedimento: H3CCOOH + H2O → H3O+(aq) + H3CCOO-(aq)

Assista ao vídeo desse experi- Lembre-se de que substâncias moleculares sofrem ioniza-
mento no QR Code a seguir. ção quando estão dissolvidas em algum solvente, não ocorrendo
nada quando essas substâncias estão fundidas.
Um exemplo de ionização pode ser observado se for co-
Tá na mídia locado na água um composto formado apenas por ligações co-
O funcionamento das pilhas possui
valentes, um composto molecular, como o ácido clorídrico (HCl).
grande relação com a Física, pois a Nesse composto, não existem íons, pois a ligação covalente se
depender da diferença de potencial dá por compartilhamento de elétrons. No entanto, ao se solu-
(ddp) ente os eletrodos, a velocida- bilizar na água, acontece a quebra das moléculas de HCl, e o
de da corrente elétrica pode ser par de elétrons, antes compartilhado, fica com o cloro, que é um
maior ou menor. eletronegativo, formando os íons H+ e Cl-.
Para ler mais sobre isso, acesse o
QR Code a seguir.

Diferença de potencial de uma pi-


lha | Manual da Química

HCl(aq)
(A lâmpada acende)

Anotações
Livro 1 | Parte 3

Comportamento do HCl quando em água.

Essa observação mostra que essa é uma ionização eletro-


lítica.
138 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 138 18/01/2023 11:24:47

EM

260 Capítulo 24 – Definições importantes para entender as funções inorgânicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 260 11/02/2023 10:32


Existem substâncias moleculares que, mesmo quando postas Tome Nota
em água, não originam íons. Veja o exemplo a seguir.

Açúcar, substância molecular,


quando posta em água.

O açúcar — ou, quimicamente, a sacarose (C12H22O11) —


é uma substância formada por ligações covalentes, portanto é
uma substância molecular. A molécula de sacarose não possui
íons e, quando colocada em água, também não origina íons,
por isso a lâmpada não acende, tendo em vista que não houve
ionização.
Quando as moléculas de sacarose são colocadas em água,
acontece apenas a separação delas, ou seja, apenas o que
chamamos de dissociação molecular.
O processo de dissociação molecular também pode ser
representado através de equações químicas. Para a sacarose,
pode ser representado através da seguinte equação:

C12H22O11(s) H2O C12H22O11(aq)

A descoberta do fenômeno de dissociação iônica


A partir das experiências do físico-químico sueco August
Arrhenius, realizadas com a passagem de corrente elétrica atra-
vés de soluções aquosas, formulou-se a hipótese de que estas
continham íons, partículas carregadas. Diante disso, ele instituiu
a teoria da dissociação iônica baseado nos seguintes princípios.
Os íons positivos, ou cátions, e ou íons negativos, os
ânions, são oriundos de determinadas substâncias dissol-
vidas em água.
:24:47
Duas soluções aquosas, uma de sal de cozinha (NaCl)
e outra de soda cáustica (NaOH), foram utilizadas para
experimentar a condutividade elétrica.
Livro 1 | Parte 3
Wikimedia

O fenômeno da dissociação iônica foi comprovado por


Arrhenius, quando verificou em ambos os casos a passa-
gem de corrente elétrica, associando-a à existência de
íons livres nas soluções.
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/dissociacao-ionizacao.htm. Acesso em: 15/11/2021. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 139

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 139 18/01/2023 11:24:47

Definições importantes para entender as funções inorgânicas – Capítulo 24 261

EM_ME_Quimica_1A.indb 261 11/02/2023 10:32


Agora é sua vez!

1. Faça a associação correta. 3. Julgue os itens a seguir como verdadeiros


a) Dissociação iônica. ou falsos:
b) Ionização. ( V ) Algumas substâncias moleculares po-
1. dem formar soluções iônicas quando dissol-
a) Dissociação iônica: vidas em água.
I. HC l ( V ) A condutibilidade de corrente elétri-
NaC l, Na2S, KOH,
II. NaC l CaC l 2. ca apresentada pelas soluções aquosas é
III. Na2S explicada pela presença de íons livres na
solução.
IV. KOH b) Ionização: ( F ) O HCl em solução aquosa não conduz
V. H2S HC l , H2S, NH3, NH4OH. eletricidade porque é molecular.
VI. NH3 ( V ) O HNO3 conduz corrente elétrica em
VII. CaC l 2 meio aquoso.
VIII. NH4OH ( F ) O NaCl conduz corrente elétrica no
estado líquido, sólido e em meio aquoso.
2. Para que você possa entender o que acon- ( F ) O NaOH conduz corrente elétrica em
tece quando uma substância se dissolve em solução aquosa porque sofre ionização.
água, é preciso investigar dois fenômenos mui- 4. Veja as fórmulas das substâncias a seguir:
to importantes: a dissociação e a ionização. I. KOH
Lâmpada não acesa Lâmpada acesa II. H3C-OH
Pilha III. LiCl
Pilha
IV. H2S
V. C2H4O2
Indique a alternativa que informa quais
delas são capazes de sofrer dissociação
quando dissolvidas em água.
a) II e V. d) I e II.
Solução de água com açúcar. Solução de água com sal. b) III e IV. e) I, II e III.
c) I e III.
Analisando a condutividade elétrica nos 4. Alternativa “c”.
dois sistemas dados acima, responda às 5. Eletrólito é toda substância que, quando
questões. adicionada à água ou submetida ao pro-
a) Como é denominada a solução que con- cesso de fusão (quando a substância é
duz eletricidade? aquecida e passa do estado sólido para
a) Solução eletrolítica. o estado líquido), dissocia-se, liberando no
b) Por que a solução de água com sal con- meio íons. Quando uma substância libera
duz eletricidade? um cátion referente a um elemento metálico
b) Porque apresenta íons livres.
ou o amônio (NH4+) juntamente com o ânion
c) Por que a solução de água com açúcar
hidróxido (OH-), ela deve ser chamada de:
Livro 1 | Parte 3

não conduz eletricidade?


c) Porque não apresenta íons livres. a) ácido.
d) Quando uma substância ioniza e quando b) sal.
uma substância se dissocia? c) óxido.
d) A substância ioniza em solução aquosa quando é mo-
lecular (como os ácidos); e se dissocia em solução aquosa d) base.
quando é iônica (como os sais).
5. Alternativa “d”.
140 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 140 18/01/2023 11:24:47 EM

262 Capítulo 24 – Definições importantes para entender as funções inorgânicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 262 11/02/2023 10:32


De olho no vestibular/Enem

1. (Enem) As misturas efervescentes, em pó ou c) Na2S. c) Dissocia.

b) Não, a regra diz que composto covalente puro não conduz eletricidade, exceto quando ioniza.
em comprimidos, são comuns para a adminis- d) NH3. d) Ioniza.
tração de vitamina C ou de medicamentos e) NaOH. e) Dissocia.
para azia. Essa forma farmacêutica sólida f) Dissocia.
f) CaCl2.
foi desenvolvida para facilitar o transporte,
aumentar a estabilidade de substâncias e,
3. Sabe-se que o composto brometo de hidro-
quando em solução, acelerar a absorção
do fármaco pelo organismo. gênio (HBr):
As matérias-primas que atuam na eferves- é gasoso nas condições ambiente;
cência são, em geral, o ácido tartárico ou quando dissolvido em água, produz solu-
ção eletrolítica.

c) Não, pois continuará sendo uma substância molecular.


o ácido cítrico, que reagem com um sal de
caráter básico, como o bicarbonato de só- Agora, responda.
dio (NaHCO3), quando em contato com a a) Analisando a fórmula do brometo de
água. A partir do contato da mistura efer- hidrogênio, concluímos que se trata de um
vescente com a água, ocorre uma série de composto iônico, molecular ou metálico?
reações químicas simultâneas: liberação de b) O HBr puro, nas condições ambiente,

d) Ionização: HBr → H + + Br-


íons, formação de ácido e liberação do gás conduz corrente elétrica?
carbônico — gerando a efervescência. c) O HBr puro, mas resfriado até se liquefa-
As equações a seguir representam as eta- zer, conduz corrente elétrica?

3.a) Molecular.
pas da reação da mistura efervescente na d) O HBr, ao ser colocado na água, sofre
água, em que foram omitidos os estados de dissociação ou ionização? Mostre a equa-
agregação dos reagentes, e H3A represen- ção.
ta o ácido cítrico.
-
I. NaHCO3 Na+ + HCO3 4. Sabendo que o ácido sulfúrico é um compos-
II. H2CO3 H2O + CO2 to molecular líquido nas condições ambien-
-
III. HCO3 + H +
H2CO3 tais e que, ao ser dissolvido em água, origina
IV. H3A 3 H + A-
+ uma solução iônica, analise as afirmações.
a) H2SO4 puro conduz corrente elétrica.
A ionização, a dissociação iônica, a forma- b) H2SO4 dissolvido em água conduz cor-
ção do ácido e a liberação do gás ocorrem, rente elétrica.
respectivamente, nas seguintes etapas: Qual delas é correta? Justifique.
a) IV, I, II e III. 4. Alternativa "b", visto que, para ionizar a substância, é
necessário que exista água no meio.
b) I, IV, III e II. 5. Sabe-se que a amônia (NH ):
3
c) IV, III, I e II. é gasosa nas condições ambiente;
d) I, IV, II e III. quando dissolvida em água, produz uma
e) IV, I, III e II. solução iônica.
1. Alternativa "e". A respeito da amônia, responda.
a) Analisando a fórmula da amônia, conclu-
Livro 1 | Parte 3

2. Defina quais dos compostos a seguir sofrem


dissociação iônica ou ionização em solução ímos que se trata de um composto iônico,
aquosa. molecular ou metálico?
a) C2H6O. 2. a) Ioniza. b) A amônia pura, nas condições ambientes,
b) Ioniza. conduz corrente elétrica?
b) H2S.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 141

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 141 18/01/2023 11:24:47

Definições importantes para entender as funções inorgânicas – Capítulo 24 263

EM_ME_Quimica_1A.indb 263 11/02/2023 10:32


c) A amônia pura, mas resfriada até se li-

b) Não, a regra para a condução de corrente elétrica é que substâncias iônicas se dissociam
8. (UFMG) A condução de eletricidade atra-
quefazer, conduz corrente elétrica? vés de uma solução aquosa de cloreto de
d) Uma solução aquosa de amônia pode ser sódio é realizada pelo movimento:
considerada eletrolítica ou não eletrolítica?
a) dos elétrons.
e) A amônia, ao ser colocada na água,
sofre dissociação ou ionização? Mostre a b) dos íons cloreto e sódio.
equação. c) das moléculas de água.
d) das moléculas de cloreto de sódio.
6. (Cesgranrio) O ácido clorídrico puro (HCl) é
em íons, o que permite a condução de corrente pelos íons.
c) Não, pois continuará sendo uma substância molecular.

e) dos prótons.
d) Eletrolítica, por ser um composto que sofre ionização.

um composto que conduz muito mal a eletri-


e) Ionização: NH3 (g) + H2O → NH4+ (g) + OH - (aq).

cidade. A água pura (H2O) é um composto 8. Alternativa "b".


que também conduz muito mal a eletricida- 9. Indique se os compostos a seguir sofrem dis-
de; no entanto, ao dissolvermos o ácido na sociação iônica ou ionização.
água, formamos uma solução que conduz
muito bem a eletricidade, o que se deve à: a) HCl a) Ionização.
a) dissociação da água em H+ e OH –. b) NaCl b) Dissociação iônica.
b) ionização do HCl, formando H3O+ e Cl–. c) Na2S c) Dissociação iônica.
c) transferência de elétrons da água para d) KOH d) Dissociação iônica.
5. a) Molecular.

o HCl. e) H2S e) Ionização.


d) transferência de elétrons do HCl para f) NH3 f) Ionização.
a água.
g) CaCl2 g) Dissociação iônica.
e) reação de neutralização do H+ da água
com Cl– do HC l. h) NH4OH h) Dissociação iônica.
6. Alternativa "b".
7. (Uerj) A experiência a seguir é largamente 10. (Fuvest) Quais destas substâncias se disso-
utilizada para diferenciar soluções eletrolí- ciam na água?
ticas de soluções não eletrolíticas. O teste a) Cloreto de sódio e álcool.
está baseado na condutividade elétrica e b) Sacarose e álcool.
tem como consequência o acendimento da
lâmpada. c) Cloreto de sódio e ácido clorídrico.
d) Sacarose e cloreto de sódio.
e) Cloreto de sódio e fluoreto de potássio.
- 10. Alternativa "e".
G Recipiente 11. (FGV–SP–Adaptado) Alguns compostos,
+ quando solubilizados em água, geram uma
solução aquosa que conduz corrente elétrica.
Solução Dos compostos abaixo:
I. Na2SO4 (sulfato de sódio)
II. O2 (oxigênio molecular)
A lâmpada acenderá quando estiver pre-
III. C12H22O11 (sacarose)
sente a seguinte solução no recipiente.
7. Alternativa "c". IV. KNO3 (nitrato de potássio)
a) O2(g). Justificativa:
Essa é uma solução aquosa de ácido clo- V. CH3COOH (ácido acético)
b) H2O(g).
Livro 1 | Parte 3

rídrico, isto é, cloreto de hidrogênio dissol-


VI. NaC l (cloreto de sódio)
c) HCl(aq). vido em água, liberando os íons a seguir:
HC l → H O + C l ou HC l → H + C l
3
+ - + -

d) C6H12O6(aq). Formam solução aquosa que conduz eletri-


Esses íons conduzem corrente elétrica. As
demais substâncias são moleculares.
cidade:

142 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 142 18/01/2023 11:24:48 EM

264 Capítulo 24 – Definições importantes para entender as funções inorgânicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 264 11/02/2023 10:32


a) apenas I, IV e VI. o estado líquido), dissocia-se, liberando no
b) apenas I, IV, V e VI. meio íons. Quando uma substância libera
c) todos. um cátion referente a um elemento metálico
ou o amônio (NH4+) juntamente com o ânion
d) apenas I e VI. hidróxido (OH-), ela deve ser chamada de:
e) apenas VI. a) ácido.
11. Alternativa "b". b) sal.
12. Julgue os itens a seguir como verdadeiros
c) óxido.
ou falsos.
d) base.
a) Algumas substâncias moleculares podem
formar soluções iônicas quando dissolvidas 14. Alternativa "d".
em água. a) Verdadeiro. 15. (Unesp) Três substâncias puras, X, Y e Z, ti-
b) A condutibilidade de corrente elétrica veram suas condutividades elétricas testa-
apresentada pelas soluções aquosas é ex- das, tanto no estado sólido como no estado
plicada pela presença de íons livres na so- líquido, e os dados obtidos encontram-se
lução. b) Verdadeira. resumidos na tabela.
c) O HCl em solução aquosa não conduz Conduz corrente elétrica no
eletricidade porque é molecular. c) Falsa. Substância estado
d) O HNO3 conduz corrente elétrica em sólido líquido
meio aquoso. d) Verdadeira. X Sim Sim
e) O NaCl conduz corrente elétrica no es-
tado líquido, sólido e em meio aquoso. e) Falsa. Y Não Sim
f) O NaOH conduz corrente elétrica em Z Não Não
solução aquosa porque sofre ionização. f) Falsa.

Com base nessas informações, é correto


13. Veja as fórmulas das substâncias a seguir:
classificar como substância(s) iônica(s):
I — KOH
II — H3C-OH a) Y e Z, apenas.
III — LiCl b) X, Y e Z
IV — H2S c) X e Y, apenas.
V — C2H4O2 d) Y, apenas
Indique a alternativa que informa quais e) X apenas.
delas são capazes de sofrer dissociação
15. Alternativa "d".
quando dissolvidas em água.
a) II e V.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) I, II e III.
Livro 1 | Parte 3

13. Alternativa "c".


14. Eletrólito é toda substância que, quando
adicionada à água ou submetida ao pro-
cesso de fusão (quando a substância é
aquecida e passa do estado sólido para

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 143

4:48 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 143 18/01/2023 11:24:48

Definições importantes para entender as funções inorgânicas – Capítulo 24 265

EM_ME_Quimica_1A.indb 265 11/02/2023 10:32


CAPÍTULO 25
Uma função química corresponde a um conjunto de substâncias com
propriedades químicas semelhantes.
Dentre as principais funções estão os ácidos. Antes de serem forma-
lizados conceitos para os ácidos, eles eram caracterizados como substân-
cias que têm sabor azedo, que conduzem corrente elétrica e que, quando
são adicionados ao mármore e a outros carbonatos, produzem eferves-
cência devido à liberação de gás carbônico.
Ser uma função inorgânica especificamente está relacionado a mais
uma definição, visto que, na maioria de suas substâncias, há ausência de
átomos de carbono (C). A função inorgânica ácido é o foco de nosso
estudo neste capítulo.
matka Wariatka I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 266 11/02/2023 10:33


Funções
inorgânicas I

integração
de saberes
O ácido hialurônico é uma substância produzida natural-
mente pelo nosso corpo. Ele possui propriedades hidra-
tantes e estimulantes de colágeno. Embora seja encon-
trado no nosso organismo, sua produção diminui com o
passar do tempo, precisando ser reposto em formato de
tratamento. Converse com seu professor de Biologia sobre
o uso do ácido hialurônico nos dias de hoje.

EM_ME_Quimica_1A.indb 267 11/02/2023 10:33


BNCC
A definição de ácidos
Habilidades trabalhadas no
Existem, formalmente, três definições para ácidos. A defini-
capítulo ção de Arrhenius, a de Brønsted-Lowry e a de Lewis. Falaremos
inicialmente da definição de Arrhenius, as demais serão tratadas
EM13CNT101 mais adiante.
EM13CNT104 De acordo com a definição de Arrhenius, os ácidos são
compostos que reagem com a água e, no processo de ionização,
EM13CNT301 formam soluções que apresentam um único cátion, o íon positivo
EM13CNT307 hidrogênio (H+). A equação química a seguir representa a defi-
nição:

HxA → x H+(aq) + Ax-(aq)

Os ácidos são representados de maneira geral como: HxA,


Objetivos em que o H representa o cátion de hidrogênio, o A representa
o ânion de qualquer elemento químico com carga x (carga do
pedagógicos ânion).

ƒ Compreender a definição de ácidos.


belchonock I Depositphotos

Classificando os ácidos
ƒ Entender a classificação dos ácidos.
ƒ Apreender o nome dos ácidos. O
Os ácidos podem ser classificados quanto à presença de
oxigênio em hidrácidos ou oxiácidos. Hidrácidos são aqueles
ƒ Conhecer outros conceitos de ácidos, P
que não possuem oxigênio na molécula, por exemplo, HCl, HBr,
HCN. Já os oxiácidos são os que possuem oxigênio na molécula,
como o de Brönsted-Lowry. como é o caso do H2SO4, H3PO4, H3PO3, entre muitos outros.
H H O Também podem ser classificados quanto ao número de hi-
H drogênios ionizáveis presentes em sua estrutura. Assim, teremos
Diálogo com Estrutura do ácido fosfínico (H3PO2),
mostrando que apenas um hidrogênio
os monoácidos, ou monopróticos, para aqueles que apresentam
apenas um hidrogênio ionizável em sua estrutura, como é o caso
o professor está diretamente ligado ao oxigênio,
por isso apenas um H é ionizável. do HCl, HClO, entre outros. É importante ressaltar a exceção
do H3PO2, visto que, na sua estrutura, apenas um hidrogênio é
Sabemos que os ácidos estão mui- ionizável, mesmo tendo um total de três, como pode ser visto ao
lado.
to presentes no nosso dia a dia, e este Se o ácido apresentar dois hidrogênios ionizáveis em sua
capítulo foi escrito para mostrar isso aos estrutura, é classificado como diácido, ou diprótico, caso do
H2SO4, H2MnO4, sendo exceções o H3PO3, H4P2O5, pelo mesmo
alunos. Experimentos e vídeos estimulado- motivo explicado sobre o ácido fosforoso.
res são algumas ferramentas que podem
deixar sua aula mais atrativa e que po- O
dem aproximar a turma do conteúdo a P
ser estudado.
Livro 1 | Parte 3

H O O

H H

Anotações 148 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 148 18/01/2023 11:24:49

EM

268 Capítulo 25 – Funções inorgânicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 268 11/02/2023 10:33


Apresentando três hidrogênios ionizáveis, os ácidos são Tome Nota
classificados como triácidos, ou tripróticos, como H3PO4,
H3BO3. E quatro hidrogênios ionizáveis são classificados como
tetrácidos, ou tetrapróticos, caso do H4Fe(CN)6, H4Sb2O7, en-
tre outros.
A força dos hidrácidos pode ser determinada sem que haja
a reação em si. Uma teoria foi desenvolvida e testada através
de experimentos, e comprovou-se que, dos hidrácidos, os classifi-
cados como fortes são aqueles formados por hidrogênio acom-
panhado de um ânion que deve ser um elemento da família VIIA
da tabela periódica (Cl, Br ou I). Assim, hidrácidos fortes são:
HCl, HBr e HI; o ânion F (flúor) é o primeiro elemento da família
VIIA, porém forma com o hidrogênio um hidrácido moderado e
único: HF, sendo todos os demais ânions formadores de hidráci-
dos fracos.
A força dos oxiácidos também pode ser determinada. Bas-
ta considerar a estrutura do oxiácido como sendo HXBOY, em
que H é o hidrogênio; X a quantidade de hidrogênios; B é um
elemento qualquer; O é o oxigênio; e Y é a quantidade de
oxigênios da estrutura. A força de acidez é medida subtraindo
da quantidade de oxigênios a quantidade de hidrogênios ioni-
zados (y - x). Então, para (y - x) = 0, o oxiácido é fraco; para
(y - x) = 1, o oxiácido é moderado; para (y - x) = 2, o oxiácido
é forte; e para (y - x) = 3, o oxiácido é muito forte.
shawn_hempel I Depositphotos

Indicador de pH (cores que correspondem


ao nível de acidez das substâncias).

A força dos ácidos também pode ser determinada pelo grau


:24:49 de ionização (α).
O grau de ionização é medido em termos de porcenta-
gem e corresponde à relação entre o número de mols do ácido
Livro 1 | Parte 3

ionizado pelo número de mols de ácido que foi dissolvido, po-


dendo ser representado pela equação matemática abaixo:
nºde mols ionizados
  100
nºdemols dissolvidos
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 149

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 149 18/01/2023 11:24:49

Funções inorgânicas I – Capítulo 25 269

EM_ME_Quimica_1A.indb 269 11/02/2023 10:33


Sugestão de
abordagem Tá na mídia
Para saber se um ácido é forte, moderado ou fraco, basta com-
parar seu valor de α na escala que se segue: se α ≥ 50%, o ácido
Aproveitando esse momento em que
você está estudando sobre os áci- é forte, são exemplos HCl, HI, H2SO4; o ácido será moderado
A série de vídeos Conversa Perió- dos, vamos trabalhar um o conteúdo se 5% < α < 50%, sendo exemplos o HF e o H3PO4; porém, se
dica trata de variadas entrevistas com de chuva ácida. Para isso, acesse o α < 5%, o ácido será fraco, como o H3BO3, HCN, entre outros.
QR Code a seguir.
especialistas nas áreas dos conteúdos
abordados. O programa tem o objetivo
Chuva ácida | Escola Kids
Dando nome aos ácidos
de trazer aspectos teóricos e práticos Para aprendermos a dar nome aos ácidos, vamos separá-
-los a partir da presença de oxigênio ou não em sua estrutura.
dos conteúdos para o debate, de modo Considerando que um hidrácido pode ser representado de
a aproximar o conhecimento teórico do forma geral por HxA, seu nome é dado simplesmente seguindo a
sequência: ácido + nome do elemento A + ídrico. Por exemplo,
entrevistado e o senso comum do público
para o HCl, em que Cl é o elemento cloro, seu nome será ácido
leigo. + cloro + ídrico, ou simplesmente ácido clorídrico.
O programa está disponível no QR Considerando que um oxiácido pode ser representado de
forma geral por HxBOy, seu nome é dado segundo a seguinte
Code a seguir. regra: ácido + per + nome do elemento B + ico, se o número de
Tome Nota oxidação do elemento B for +7; ou ácido + nome do elemento
B + ico, se o número de oxidação do elemento B for +6 ou +5; ou
ácido + nome do elemento B + oso, se o número de oxidação do
elemento B for +4 ou +3; ou ácido + hipo + nome do elemento
B + oso, se o número de oxidação do elemento B for elemento
+1. Veja os exemplos:

HClO4 → ácido + per + cloro + ico = ácido perclórico.


HClO3 → ácido + cloro + ico = ácido clórico.
HClO2 → ácido + cloro + oso = ácido cloroso.
HClO → ácido + hipo + cloro + oso = ácido hipocloroso.

Há um caso específico em que o que difere nos ácidos é o


Anotações grau de hidratação, ou seja, a quantidade de água na molécula,
mantendo o Nox do elemento central constante.
Os ácidos que originam outros ácidos ao perderem água
recebem o prefixo orto em seu nome original. Já os ácidos que
resultam dessa desidratação terão o prefixo meta, quando uma
molécula de água (H2O) for retirada de ácido orto, ou piro,
quando uma molécula de água for retirada de duas moléculas
orto. Note que, nos exemplos: ácido ortofosfórico (H3PO4), ácido
metafosfórico (HPO3) e ácido pirofosfórico (H4P2O7), o fósforo (P)
Livro 1 | Parte 3

tem número de oxidação +5.

150 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 150 18/01/2023 11:24:49

EM

270 Capítulo 25 – Funções inorgânicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 270 11/02/2023 10:33


Outros conceitos de ácidos Johannes Nicolaus Brøns-
ted (1879–1947) foi físico-
-químico dinamarquês, licen-
Conceito de Brønsted-Lowry ciado em Engenharia Química
e Doutor pela Universidade de
Para os cientistas Brønsted e Lowry, um ácido é toda espé-
Copenhague. Ficou conhecido
cie química (molécula ou íon) que seja capaz de doar um próton
por desenvolver um conceito
(H+).
de ácido-base amplamente
aplicável. Apesar de as teo-
Por exemplo:
rias de Brønsted e de Lowry
serem idênticas e terem sido
HBr + HOH → H3O+ + Br-
introduzidas simultaneamente,
em 1923, eles as fizeram inde-
Com base no conceito de Brønsted-Lowry, o HBr é um
pendentemente um do outro.
ácido, pois é capaz de doar seu H para H2O.
Tomas Martin Lowry (1874–
1936) foi um químico inglês e o
NH4+ → NH3 + H+
primeiro professor da disciplina
Caso em que o NH4+ doa um próton (H) para o meio.
de Físico-Química na Universi-
dade de Cambridge. Ele es-
Conceito de Lewis tudou e comprovou de forma
experimental o fenômeno da
Para Lewis, um ácido é toda espécie química (molécula ou mutarrotação.
íon) capaz de receber um par de elétrons. Gilbert Newton Lewis
(1875–1946) foi um químico
Por exemplo: estadunidense que ficou co-
nhecido por introduzir concei-
NH3 + HOH [H3N:H]+ + OH- tos novos em termodinâmica,
além de propor um nome novo
base ácido NH4+ para o quantum da radiação
luminosa: fotão.
Nesse caso, o ácido é o NH4+, que, por estar positivo, pode
receber ainda um par de elétrons.

:24:49
Livro 1 | Parte 3
bacsica I Stock,adobe

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 151

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 151 18/01/2023 11:24:50

Funções inorgânicas I – Capítulo 25 271

EM_ME_Quimica_1A.indb 271 11/02/2023 10:33


Agora é sua vez!

1. (Acafe) O nome dos ácidos oxigenados 4. (Cesgranrio) Com base na tabela de graus
abaixo são, respectivamente: de ionização apresentada a seguir, pode-
HNO2; HC lO3; H2SO3; H3PO4 mos concluir que o ácido mais forte é:
a) nitroso, clórico, sulfuroso, fosfórico. Ácido Grau de ionização
b) nítrico, clorídrico, sulfúrico, fosfórico.
HF 8%
c) nítrico, hipocloroso, sulfuroso, fosforoso.
d) nitroso, perclórico, sulfúrico, fosfórico. HCl 92%
e) nítrico, cloroso, sulfúrico, hipofosforoso.
HCN 0,008%
1. Alternativa "a".
2. (UFC) Associe a coluna da esquerda com a H2S04 61%
da direita e assinale a alternativa correta,
de cima para baixo: H3PO4 27%
I. HC lO4 ( ) Ácido hipocloroso
II. HC lO2 ( ) Ácido clórico a) HF.
III. HC lO ( ) Ácido perclórico b) HC l .
IV. HC lO3 ( ) Ácido cloroso c) HCN.
d) H2SO4.
a) I, II, IV, III. c) III, II, I, IV. e) H3PO4.
b) II, I, IV, III. d) III, IV, I, II. 4. Alternativa "b".
2. Alternativa "d". 5. (Mackenzie) Na ionização total de um mol
3. (UFSM) Associe a 2ª coluna à 1ª, conside- de um ácido, obtêm-se íons, HPO32— e hidro-
rando os ácidos. xônio. Para a fórmula molecular do ácido e
1 – H4P2O7 a – Fosfórico para o número total de mols de íons hidro-
2 – H3PO3 b – Fosforoso xônio, temos, respectivamente:
3 – H3PO4 c – Nitroso a) H2PO3 e 2.
4 – HC lO2 d – Nítrico b) HPO3 e 2.
5 – HC lO3 e – Hipofosforoso c) H3PO3 e 1.
6 – HC lO4 f – Pirofosfórico d) H3PO3 e 2.
7 – H2SO3 g – Sulfuroso e) H3PO3 e 3.
8 – HNO2 h – Cloroso 5. Alternativa "d".
i – Perclórico 6. (Mackenzie) O ácido que é classificado
j – Clórico como oxiácido, diácido e é formado por áto-
k – Sulfúrico mos de três elementos químicos diferentes é:
a) H2S.
A sequência correta das combinações é: b) HCN.
a) 1e – 2f – 3a – 4h – 5b – 6j – 7g – 8d. c) H4P2O7 .
Livro 1 | Parte 3

b) 1f – 2e – 3b – 4j – 5h – 6i – 7k – 8c. d) H2SO3.
c) 1b – 2e – 3f – 4i – 5j – 6h – 7g – 8d. e) HNO3.
d) 1e – 2b – 3f – 4j – 5i – 6h – 7k – 8d. 6. Alternativa "d".
e) 1f – 2b – 3a – 4h – 5j – 6i – 7g – 8c. 7. (Mackenzie) Certo informe publicitário alerta
3. Alternativa "e". para o fato de que, se o indivíduo tem azia
152 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 152 18/01/2023 11:24:50 EM

272 Capítulo 25 – Funções inorgânicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 272 11/02/2023 10:33


ou pirose com grande frequência, deve pro- 11. (UFV) Observe a seguinte estrutura química:
curar um médico, pois pode estar ocorrendo
refluxo gastresofágico, isto é, o retorno do
H H
conteúdo ácido do estômago. A fórmula e
o nome do ácido que, nesse caso, provoca H
O O
a queimação no estômago, a rouquidão e O
mesmo a dor toráxica são: P
a) HC l e ácido clórico.
b) HC lO2 e ácido cloroso. O
c) HC lO3 e ácido clorídrico.
d) HC lO3 e ácido clórico. O nome do composto representado acima é:
e) HC l e ácido clorídrico. a) peróxido de fósforo.
7. Alternativa "e". b) hidrácido fosforoso.
8. (Unesp–Adaptada) Ácidos instáveis são áci- c) hidróxido de fósforo.
dos que se decompõem, parcial ou totalmen- d) oxido hidrofosfórico.
te, sob condições normais de temperatura e e) ácido fosfórico.
pressão, formando, quase sempre, como pro-
11. Alternativa "e".
dutos de decomposição, água líquida e um
12. (PUC–PR–Adaptada) A fórmula estrutural a
gás. Entre os pares de ácidos relacionados,
são constituídos apenas por ácidos instáveis: seguir representa o ácido:
a) H2SO4 e H3PO4.
O
b) HC lO4 e HBr.
c) H2CO3 e H2SO3. H O P H
d) H2C2O4 e H3BO3.
e) HI e HF. O
8. Alternativa "c".
9. (PUC) Segundo Brønsted-Lowry, um ácido e H
uma base conjugada diferem entre si por:
a) um próton. a) fosfórico.
b) uma hidroxila. b) metafosfórico.
c) um hidroxônio. c) fosforoso.
d) um par de elétrons. d) hipofosforoso.
e) uma ligação covalente. e) ortofosforoso.
9. Alternativa "a". 12. Alternativa "c".
10. (ITA) “Ácido é uma substância capaz de re-
ceber 1 par de elétrons.” A definição lida
corresponde à proposta de:
a) Arrhenius.
b) Brønsted.
c) Lavoisier.
Livro 1 | Parte 3

d) Lewis.
e) Ostwald.
10. Alternativa "d".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 153

4:50 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 153 18/01/2023 11:24:50

Funções inorgânicas I – Capítulo 25 273

EM_ME_Quimica_1A.indb 273 11/02/2023 10:33


De olho no vestibular/Enem

1. (PUC–PR) Da série de ácidos abaixo repre- 5. (USJT) O ácido cianídrico é o gás de ação
sentada, qual apresenta a mesma classifica- venenosa mais rápida que se conhece: uma
ção, dentro do critério de número de hidro- concentração de 0,3 mg/L de ar é imedia-
gênios ionizáveis? tamente mortal. É o gás usado nos estados
a) HNO3, HNO2, H2S, H2SO3. americanos do norte que adotam a pena de
b) H3PO4, H3AsO3, H3BO3, H3PO3. morte por câmara de gás. A primeira vítima
foi seu descobridor, Carl Wilhelm Scheele,
c) H2SO4, H2S2O8, H2CO3, HMnO4. que morreu ao deixar cair um vidro conten-
d) H2CrO4, H3AsO4, HIO3, HBr. do solução de ácido cianídrico, cuja fórmula
e) H3PO3, H2Cr2O7, H2SnO3, H2SO4. molecular é:
1. Alternativa "e". a) HCOOH.
2. (Uespi) Sejam os seguintes ácidos, com b) HCNS.
seus respectivos graus de ionização (α): c) H4Fe(CN)6.
HC lO4 (α = 97%); H2SO4 (α = 61%); d) HCN.
H3 BO3 (α = 0,025%); H3PO4 (α = 27%);
HNO3 (α = 92%). e) HCNO.
Assinale a afirmativa correta. 5. Alternativa "d".
6. (UFPA) A substância de fórmula H SO é o
a) H3PO4 é mais forte que H2SO4. 2 4
ácido:
b) HNO3 é um ácido moderado.
a) persulfúrico.
c) HC lO4 é mais fraco que HNO3.
b) tiossulfuroso.
d) H3PO4 é um ácido forte.
c) sulfuroso.
e) H3BO3 é um ácido fraco.
d) sulfúrico.
2. Alternativa "e".
e) tiossulfúrico.
3. (UFU) Entre os oxiácidos H SO , H BO ,
2 3
HC lO3 e HMnO4, a ordem crescente de
3 3
6. Alternativa "d".
7 (UFPE) Considere a figura a seguir e as se-
força ácida para esses compostos é:
guintes possibilidades para o líquido existen-
a) H2SO3, HC lO3, H3BO3, HMnO4. te no interior do copo.
b) HC lO3, HMnO4, H2SO3, H3BO3.
c) H3BO3, HC lO3, H2SO3, HMnO4.
d) H3BO3, H2SO3, HC lO3, HMnO4.
e) HMnO4, HC lO3, H3BO3, H2SO3.
3. Alternativa "d".
4. (UFPA) A fórmula molecular do ácido nítrico é:
a) HNO2.
b) HNO3.
c) HNO5.
Livro 1 | Parte 3

d) H2NO3.
e) HN2O3.
I. H2O
4. Alternativa "b".
II. H2O + glicose
III. H2O + sal de cozinha
154 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 154 18/01/2023 11:24:50 EM

274 Capítulo 25 – Funções inorgânicas I

EM_ME_Quimica_1A.indb 274 11/02/2023 10:33


Qual alternativa que melhor descreve a 12. (Enem) O mármore, rocha metamórfica com-
condição da lâmpada? posta principalmente de carbonato de cál-
a) Acesa em II e apagada nas demais. cio (CaCO3), é muito utilizado como material
b) Apagada em I e acesa nas demais. de construção e também na produção de
c) Apagada em I e II. esculturas. Entretanto, se peças de mármore
d) Acesa em I, II e III. são expostas a ambientes externos, particu-
e) Acesa em I e apagada nas demais. larmente em grandes cidades e zonas in-
dustriais, elas sofrem, ao longo do tempo, um
7. Alternativa "c". processo de desgaste, caracterizado pela
8. (PUC) Determine a ordem de acidez dos se- perda de massa da peça.
guintes compostos: Esse processo de deterioração ocorre em
I. HNO2. função da:
II. H4SiO4. a) oxidação do mármore superficial pelo
III. HMnO4. oxigênio.
IV. H2SO4. b) acidez da chuva que cai sobre a superfí-
cie da peça.
a) II > IV > III > I.
c) abrasão por material particulado presen-
b) I > II > III > IV. te no ar.
c) III > IV > I > II. d) decomposição do mármore pela radia-
d) IV > II > I > III. ção solar.
e) I > III > IV > II. e) onda de choque provocada por ruídos
8 Alternativa "c". externos.
9. (UES) Dados os ácidos HNO3, H2CO3 e 12. Alternativa "b".
HC lO4, a ordem crescente do grau de io- 13.
nização é: (ITA) Qual dos ácidos a seguir é o menos
volátil?
a) HNO3, H2CO3, HC lO4.
a) HC l .
b) HNO3, HC lO4, H2CO3.
c) HC lO4, H2CO3, HNO3. b) HI.
d) H2CO3, HNO3, HC lO4. c) H2SO3.
e) H2CO3, HC lO4, HNO3. d) H2SO4.
9. Alternativa "d". e) CH3CH2COOH.
10. Marque a opção que contém os nomes dos 13. Alternativa "d".
ácidos a seguir: HI, H2SO4, HClO3, H2Cr2O7 . 14. (ITA–SP) Qual dos ácidos a seguir é o menos
a) Hipoiodoso, sulfuroso, perclórico, dicrômico. volátil?
b) Iodoso, sulfúrico, clorídrico, crômico. a) HC l
c) Iodídrico, sulfúrico, clórico, dicrômico. b) HI
d) Iodídrico, sulfídrico, cloroso, cromídrico. c) H2SO3
e) Iodoso, sulfuroso, clórico, crômico. d) H2SO4
10. Alternativa "c". e) CH3CH2COOH
11. Corresponde a um ácido ternário, triácido, 14. Alternativa “d”.
Livro 1 | Parte 3

moderado e oxigenado:
a) H3PO3. d) H3PO4.
b) H3Fe(CN)6. e) H3BO3.
c) HF.
11. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 155

4:50 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 155 18/01/2023 11:24:50

Funções inorgânicas I – Capítulo 25 275

EM_ME_Quimica_1A.indb 275 11/02/2023 10:33


CAPÍTULO 26
Como já vimos, uma função química é um conjunto de substâncias que
têm propriedades químicas semelhantes.
Dentre as principais funções, estão também as bases. Antes dos con-
ceitos oficiais serem formalizados para as bases, elas eram caracterizadas
como substâncias que têm sabor adstringente e que conduzem corrente
elétrica. A função inorgânica base, com suas definições e características,
será o foco de nosso estudo neste capítulo.
lunamarina I Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 276 11/02/2023 10:33


Funções
inorgânicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 277 11/02/2023 10:33


BNCC
A definição de bases
Habilidades trabalhadas no
De acordo com a definição de Arrhenius, bases são subs-
capítulo tâncias que se dissociam na água, liberando, como único ânion,
o hidróxido (OH-).
EM13CNT101 Podem ser representadas por Bx(OH)x, em que B representa
EM13CNT104 um cátion qualquer de carga x, e OH- representa a hidroxila em
x quantidades.
EM13CNT301
EM13CNT307 Classificando as bases
As bases podem ser classificadas quanto ao número de
hidroxilas (OH).
Monobases: apresentam uma hidroxila, como NaOH,
Objetivos NH4OH e AgOH.
Dibases: quando contêm duas hidroxilas, como Ca(OH)2
pedagógicos e Mg(OH)2.
Tribases: quando possuem três hidroxilas, como Al(OH)3
ƒ Compreender a definição de base. e Fe(OH)3.
ƒ Reconhecer a classificação das bases. Tetrabases: quando contêm quatro hidroxilas, como
Pb(OH)4 e Sn(OH)4.
ƒ Compreender a maneira de dar nome
Também podem ser classificadas quanto à solubilidade.
às bases. Solúveis, quando as bases são formadas por cátions de
ƒ Tomar contato com outros conceitos Yenyu Shih I Shutterstock
elementos da família 1 e ainda o hidróxido de amônio (NH4OH).
de base, como o de Brönsted-Lowry. Pouco solúveis, quando as bases são formadas por cá-
tions de elementos da família 2.
ƒ Compreender a aplicação dos indica- pHmetro, equipamento que mede a força
Praticamente insolúveis, quando as bases forem formadas
dores ácido-base. das bases. pelos demais cátions.
Também podemos determinar a força das bases, classifi-
cando como bases fortes aquelas que contêm como cátion ele-
mento das famílias 1 e 2, com exceção dos cátions de Be e Mg;
todos os demais cátions são categorizados como bases fracas.
Em um laboratório, a força das bases, bem como a dos
ácidos, pode ser medida utilizando um equipamento chamado
Anotações pHmetro.

Dando nomes às bases


O nome das bases, quando o elemento ligado à hidroxila
Madllen I Depositphotos

possui Nox fixo, é dado simplesmente seguindo a sequência: hi-


dróxido de + nome do cátion.
Por exemplo: NaOH, hidróxido de sódio; ou Be(OH)2, hidró-
xido de berílio.
A seguir, está disposta uma tabela que apresenta resumida-
mente os elementos que possuem carga fixa.
Hidróxido de sódio, mais conhecido como
soda cáustica (NaOH).

160 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 160 18/01/2023 11:24:51 EM_

278 Capítulo 26 – Funções inorgânicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 278 11/02/2023 10:33


Elementos que possuem carga fixa Você sabia?
Nox (+1) Nox (+2) Nox (+3) Você sabia que o que muitas
pessoas chamam de soda
Amônio – NH+4 Berílio – Be2+ Alumínio – Al 3+ cáustica é uma base, e não
um ácido?
Lítio – Li+ Magnésio – Mg2+ Bismuto – Bi3+ O que é conhecido popu-
pH do sangue da tripulação (acidemia
Sódio – Na +
Cálcio – Ca2+ larmente como soda cáus-
tica é o hidróxido de sódio
sanguínea), já que o CO2 é um óxido áci-
+
Potássio – K Estrôncio – Sr2+ (NaOH), uma base forte. do (em água ele forma ácido carbônico:
+
Rubídio – Rb Bário – Ba2+
CO2 + H2O → H2CO3), como, aliás, a
Césio – Cs+ Rádio – Ra2+
Prata – Ag+ Zinco – Zn2+
grande maioria dos óxidos ametálicos (o
Cádmio – Cd2+ carbono é um ametal).
Tome Nota A acidemia sanguínea deveria ser
O nome das bases, quando o elemento ligado à hidroxila
possui Nox variável, pode ser dado de duas maneiras diferentes. evitada a qualquer custo. Inicialmente,
A primeira é hidróxido + nome do elemento de cátion + ela leva a pessoa a ficar desorientada e
oso ou ico (oso para o menor Nox e ico para o maior Nox do
elemento). a desmaiar, podendo evoluir até o coma
Exemplo: CuOH (menor Nox do cobre +1), portanto hi- ou mesmo a morte. Normalmente, a pre-
dróxido cuproso; e Cu(OH)2 (maior Nox do cobre +2), hidróxido
cúprico.
sença de CO2 na atmosfera da nave não
A outra maneira de dar nome às bases é seguindo a se- é problema. Para eliminá-lo, há, adapta-
guinte regra: hidróxido de + nome do elemento de cátion + dos à ventilação, recipientes com hidró-
Nox do elemento ligado à hidroxila em algarismo romano.
Exemplo: CuOH (cobre +1), portanto hidróxido de cobre I; xido de lítio (LiOH), uma base capaz de
e Cu(OH)2 (cobre +2), hidróxido de cobre II. absorver esse gás. Nada quimicamente
Para facilitar, temos a tabela a seguir, que apresenta resumi-
damente todos os elementos que possuem carga variável. mais sensato: remover um óxido ácido da
atmosfera da nave lançando mão de uma
Elementos que possuem carga variável
base: CO2 + 2Li3OH → Li2CO3 + H2O.
Elemento Nox
Cobre Cuproso – Cu ; Cúprico – Cu2+
1+ O problema é que os três astronau-
Mercúrio Mercuroso – Hg21+; Mercúrico – Hg22+ tas tiveram de se refugiar em uma parte
Ouro Auroso – Au1+; Áurico – Au3+ da espaçonave chamada módulo lunar:
Ferro Ferroso – Fe2+; Férrico – Fe3+ pequena e preparada para duas pessoas.
Cobalto Cobaltoso – Co2+; Cobáltico – Co3+ Depois de um dia e meio, uma luz de aler-
Níquel Niqueloso – Ni2+; Niquélico – Ni3+ ta acendeu: o CO2 havia atingido um ní-
Crômio Cromoso – Cr2+; Crômico – Cr3+ vel muito alto. Sinal de que a quantidade
Estanho Estanoso – Sn2+; Estânico – Sn4+ de LiOH, calculada para dois astronautas,
Chumbo Plumboso – Pb2+; Plúmbico – Pb4+ não estava dando conta do recado.
Livro 1 | Parte 3

Manganês Manganoso – Mn2+; Mangânico – Mn4+


Um improviso de última hora com o
Platina Platinoso – Pt2+; Platínico – Pt4+
hidróxido de lítio do módulo de comando
Arsênio Arsenioso – As3+; Arsênico – As5+
(outra área da espaçonave) salvou a vida
Antimônio Antimonioso – Sb3+; Antimônico – Sb5+
de toda a tripulação.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 161
E se existissem substâncias que, além
de absorverem o CO2, ao mesmo tempo
:24:51 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 161 18/01/2023 11:24:51 restaurassem o O2? Seria ótimo! E essas
e a dos seus dois companheiros estavam substâncias existem. São os superóxidos! O
Leitura por um fio. Um dos tanques de oxigênio superóxido de potássio (K2O4) já vem sendo
complementar (O2) da nave tinha acabado de explodir. utilizado em submarinos. Veja só o que ele
Hidróxido de lítio salva Apesar do perigo iminente de os faz: K2O4 + CO2 → K2CO3 + 1/2 O2.
astronautas astronautas ficarem sem O2 para respirar,
a principal preocupação da NASA era Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/
folha/educacao/ult305u12947.shtml. Acesso
“Houston, we have a problem.” Ao evitar que a atmosfera da espaçonave em: 29/05/2022. Adaptado.
enviar essa mensagem em 13 de abril de ficasse saturada do gás carbônico (CO2)
1970, o comandante da missão espacial exalado pela própria equipe.
Apollo 13, Jim Lovell, sabia: a sua vida Isso causaria um abaixamento do

Funções inorgânicas II – Capítulo 26 279

EM_ME_Quimica_1A.indb 279 11/02/2023 10:33


Sugestão de
abordagem Outros conceitos de bases
O programa Aí tem química! é uma
produção audiovisual da PUC–Rio em Conceito de Brønsted-Lowry
parceria com o Ministério da Educação, Para os cientistas Brønsted e Lowry, uma base é toda es-
Ministério da Ciência e Tecnologia e o pécie química (molécula ou íon) que seja capaz de receber um
próton (H+).
Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Reprodução
Por exemplo:
Educação, integrando uma série de 6
programas (120 episódios) dedicados ao HBr + HOH → H3O+ + Br-
apoio do ensino de Química no Ensino Johannes Nicolaus Brønsted (1879–
1947), físico-químico dinamarquês co-
Nesse caso, o Br- é uma base conforme o conceito de
Brønsted-Lowry, pois é capaz de receber um H+ doado pelo
Médio. nhecido por um conceito ácido-base
amplamente aplicável. H3O+.
A utilização desse vídeo, disponível
NH4+ → NH3 + H+
no QR Code a seguir, tem como objetivos
Caso em que o NH3 pode receber um próton (H+) do meio.
compreender o conceito de ácidos e ba-
ses segundo Brönsted-Lowry; identificar os Para Brønsted, um ácido é o que doa um próton, e este se
pares ácido-base conjugados também de transforma na sua base, tida como base conjugada.

acordo com Brönsted-Lowry; e compreen-


der a diferença entre ácidos e bases fortes H2O + HOH → H3O+ + OH-
Reprodução

e fracos. Ácido Base Ácido Base

Disponível em: http://web.ccead.pucrio.br/condi- Thomas Martin Lowry (1874—1936)


gital/video/ai%20tem%20quimica/funcoes%20inor- foi um físico-químico britânico que Pares conjugados
ganicas/acidosBases/guiaDidatico.pdf. Acesso em: se notabilizou por sua parceria com
o colega físico-químico dinamarquês
29/05/2022. Adaptado. Johannes Nicolaus Brønsted.
Ainda segundo o conceito de Brønsted-Lowry, pode-se di-
zer que, quanto maior a tendência de doar prótons, mais forte
é o ácido. E quanto maior a tendência de receber prótons, mais
forte é a base, e vice-versa.

Conceito de Lewis
Para Lewis, uma base é toda espécie química (molécula ou íon)
capaz de doar um par de elétrons.
Reprodução

Por exemplo:

:NH3 + HOH [H3N:H]+ + OH–


Livro 1 | Parte 3

Gilbert Newton Lewis (1875–1946),


químico e físico estadunidense, trou- base ácido NH4+
xe contribuições significativas para
a Química, entre elas a teoria do Neste caso, a base é o NH3, que, por ter um par de elétrons
elétron-par de reações ácido-base.
sobrando, pode doar este para outra espécie.
162 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Anotações EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 162 18/01/2023 11:24:51

EM

280 Capítulo 26 – Funções inorgânicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 280 11/02/2023 10:33


Você deve estar se perguntando: "E se eu estiver em um la- Tome Nota
boratório com dois frascos em minha frente, não rotulados, saben-
do apenas que um contém um ácido e o outro contém uma base,
como fazer para identificar o conteúdo de cada recipiente?".
Vimos que os ácidos, de maneira abrangente, têm sabor
azedo; e as bases, sabor adstringente. No entanto, sabemos
também que essas substâncias podem ser corrosivas, portanto
a melhor maneira não seria experimentar. Então, o que fazer?
Para isso, existem as substâncias chamadas indicadores
ácido-base, as quais apresentam uma determinada coloração
em meio ácido e outra em meio básico.

Dentre elas, podemos citar algumas na tabela abaixo:

Indicador Ácido Base


Fenolftaleína Incolor Vermelho
Tornassol Róseo Azul
Alaranjado de metila Vermelho Amarelo
Azul de bromotimol Amarelo Azul

A teoria ácido-base, proposta por Arrhenius, permitiu-nos


compreender o teor de acidez ou basicidade de uma dada À esquerda, um tubo de ensaio contendo
ácido em fenolftaleína (coloração incolor);
substância e a estabelecer uma escala de pH, que é uma escala à direita, um tubo de ensaio contendo base
numérica com valores que variam de 0 a 14. O sete é o valor em fenolftaleína (cor rósea).
neutro, abaixo dele estão os ácidos, e os valores que estão aci-
ma dele representam as bases. Quanto mais distante do valor
neutro, maior será sua força.

Bicarbonato Solução de Água sanitária


Ácido estomacal Vinagre Café Água de sódio amônia

Limpador de
Bateria Limão Tomate Leite Sangue Antiácido Sabonete ralo

:24:51
blueringmedia I StockAdobe

Livro 1 | Parte 3

Ácido Neutro Alcalino

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 163

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 163 18/01/2023 11:24:53

Funções inorgânicas II – Capítulo 26 281

EM_ME_Quimica_1A.indb 281 11/02/2023 10:33


Laboratório

Indicador ácido-base

Indicador de pH (repolho-roxo)

ÁCIDO pH ALCALINO

Sabia que o repolho-roxo tem pro- Misture-os com água em uma panela e
priedades indicadoras de ácidos e bases? leve ao fogo até ferver; em seguida, desli-
Como foi visto, os indicadores mudam de gue o fogo e espere esfriar.
cor. Então vamos preparar um extrato do Com a peneira, coe o extrato de repolho
repolho-roxo e testar em algumas substân- e coloque-o na garrafa. Faça um furo na
cias que podemos conseguir em casa. tampa e feche o recipiente.
Em cada copo, coloque uma amostra das
Materiais: substâncias que você conseguiu.
Quatro folhas de repolho-roxo. Misture o indicador de repolho-roxo às
Água (mais ou menos 400 mL). amostras e observe.
Peneira, panela e fogão. Use a imagem acima para identificação
Uma garrafa descartável com tampa. do ácido-base.
Copos transparentes (descartáveis).
Amostras a serem analisadas (sugestões: Resultados:
leite, açúcar, sabonete, fermento químico, Elabore um relatório e explique quais
pastilha antiácida, sabão em pó, detergen- substâncias foram utilizadas e quais foram
te, bicarbonato de sódio, vinagre, sal, leite os resultados obtidos.
de magnésia, condicionador, xampu, suco de Explique qual substância química contém
limão, água sanitária e água de torneira). no repolho-roxo que faz com que ele mude
de cor em contato com ácidos e bases.
Procedimentos:
Livro 1 | Parte 3

Com as mãos, pique as folhas de repolho


em tamanhos menores.

164 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 164 18/01/2023 11:24:53 EM

282 Capítulo 26 – Funções inorgânicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 282 11/02/2023 10:33


Agora é sua vez!

1. Qual das substâncias abaixo pode ser con- 5. (Feeq–CE) A formação do hidróxido de alu-
siderada base de Arrhenius? mínio, A l (OH)3, resultante da reação de um
a) CH3COOH. sal desse metal com uma base, pode ser
b) HC l . representada por:
-
c) KOH. a) A l + + OH1 → A l (OH)3.
d) H2SO4. b) A l 2+ + 2 OH1- → A l (OH)2.
e) CH3OH. c) A l 3+ + 3 OH1- → A l (OH)3.
1. Alternativa "c". d) A l 4+ + 4 OH1- → A l (OH)4.
2. (Osec) Uma base forte deve ter o grupo e) A l 5+ + 5 OH1- → A l (OH)5.
OH– ligado a um: 5. Alternativa "c".
a) elemento muito eletropositivo. 6. (PUC–MG) A dissolução de certa substân-

b) elemento muito eletronegativo. cia em água é representada pela equação


abaixo:
c) semimetal.
d) metal que forneça 3 elétrons.
e) ametal. H2O
M(OH)3(s) M3+(aq) + 3 OH-(aq)
2. Alternativa "a".
3. (USJT) Sabor adstringente é o que percebe-
mos quando comemos uma banana verde A equação pode representar a dissolução
(não madura). Que substância a seguir teria de:
sabor adstringente? a) amônia.
a) CH3COOH. b) hidróxido de cálcio.
b) NaC l . c) hidróxido de sódio.
c) A l (OH)3. d) hidróxido de alumínio.
d) C12H22O11. e) brometo de hidrogênio.
e) H3PO4. 6. Alternativa "d".
3. Alternativa "c". 7. (Mackenzie) A base que na dissociação iô-
4. (Faee) O hidróxido de magnésio, Mg(OH) nica total produz um número de hidroxilas,
que é um componente do leite de magnésia,
2,
por mol, igual ao número de cátions obtidos
é: na ionização total do ácido sulfúrico é:
a) um ácido de Arrhenius. a) Mg(OH)2.
b) uma base de Arrhenius. b) NaOH.
c) um sal. c) NH4OH.
d) um óxido. d) A l (OH)3.
e) um hidreto. e) Pb(OH)4.
4. Alternativa "b". 7. Alternativa "a".
Livro 1 | Parte 3

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 165

4:53 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 165 18/01/2023 11:24:53

Funções inorgânicas II – Capítulo 26 283

EM_ME_Quimica_1A.indb 283 11/02/2023 10:33


8. (PUC) A soda cáustica se comporta diante da alternativa que define corretamente estas
fenolftaleína do mesmo modo que: bases na sequência indicada.
a) o amoníaco. a) Monobase, dibase, dibase e monobase.
b) a água da chuva. b) Monobase, monobase, tribase e dibase.
c) a urina. c) Dibase, dibase, tribase e dibase.
d) os refrigerantes gaseificados d) Tribase, monobase, monobase e mono-
base.
e) o suco de laranja.
e) Monobase, dibase, tribase e dibase.
8. Alternativa "a".
9. (Feeq) Entre as bases dadas a seguir, indique 11. Alternativa “e”.
12. (Fuvest) Identifique a alternativa que apre-
quais são praticamente insolúveis em água.
senta dois produtos caseiros com proprieda-
I. KOH.
des alcalinas básicas:
II. Mg(OH)2.
a) detergente e vinagre.
III. NaOH.
b) sal e coalhada.
IV. A l (OH)3.
c) leite de magnésia e sabão.
V. Fe(OH)2.
d) bicarbonato e açúcar.
VI. LiOH.
e) Coca-cola e água de cal.
12. Alternativa “c”.
a) V e VI. 13. (FMU) Para combater a acidez estomacal
b) IV e V. causada pelo excesso de ácido clorídrico,
c) II, III, IV. costuma-se ingerir um anti-ácido. Das subs-
d) II, IV, V. tâncias abaixo, encontradas no cotidiano
e) I, III, VI. das pessoas, a mais indicada para combater
a acidez é:
9. Alternativa "b".
10. Assinale a alternativa que enuncia a nomen- a) refrigerante.
clatura correta das seguintes bases, res- b) suco de laranja.
pectivamente: NaOH, Mg(OH)2, Ca(OH)2 e c) água com limão.
A l (OH)3. d) vinagre.
a) Mono-hidróxido de sódio, di-hidróxido de e) leite de magnésia.
magnésio, di-hidróxido de cálcio, tri-hidróxi- 13. Alternativa “e”.
do de alumínio. 14. (Cefet—MG) Todos os compostos a seguir,
b) Hidróxido de sódio, hidróxido de magné- ao serem colocados em água, formam base
sio, hidróxido de cálcio, hidróxido de alumí- de Arrhenius, exceto:
nio.
a) Na(s)
c) Hidróxido de sódio, hidróxido de mag-
b) NH3(l)
nésio II, hidróxido de cálcio II, hidróxido de
alumínio III. c) MgO(s)
d) Hidróxido sódico, hidróxido magnésico, hi- d) SO3(g)
dróxido cálcico, hidróxido alumínico. 14. Alternativa “d”.
Livro 1 | Parte 3

10. Alternativa "b".


11. (Unioeste)Os hidróxidos de sódio, cálcio, alu-
mínio e magnésio são bases utilizadas com
diferentes números de hidroxilas. Assinale a

166 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 166 18/01/2023 11:24:53 EM

284 Capítulo 26 – Funções inorgânicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 284 11/02/2023 10:33


De olho no vestibular/Enem

1. Sobre certa substância, fazem-se as afirma- a oxidrila ocupando o centro do tetraedro.


ções a seguir. d) Na prática, quando se fala do grau de
I. Reage com ácido, resultando em sal e ionização do hidróxido de amônio, refere-se,
água. portanto, ao grau de ionização do NH3.
II. Em presença de água, sofre dissociação e) É a única base da química inorgânica que,
iônica parcial. dissolvida em água, origina um meio neutro
em função da volatilidade da amônia.
III. Em solução aquosa, torna a fenolftaleína
vermelha. 3. Alternativa "b".
4. (Mackenzie) Observe a tabela a seguir.
A substância que se enquadra nas proprie-
dades apresentadas é: Força de solubilidade de bases em água
a) BaSO4.
Bases de metais Fortes e solúveis.
b) CH4. alcalinos
c) Mg(OH)2.
Fortes e
d) SO3. Bases de metais parcialmente
e) HC l . alcalinoterrosos solúveis, exceto a
1. Alternativa "c". de magnésio, que
2. (UPE) Em 2011, alguns lotes de um famoso é fraca.
achocolatado foram recolhidos em razão Demais bases Fracas e
de problemas de contaminação. Segundo a praticamente
imprensa, os consumidores apresentaram le- insolúveis.
sões na boca e fortes dores no estômago.
A análise determinou que o produto estava Para desentupir um cano de cozinha e para
impróprio para o consumo, apresentando pH combater a acidez estomacal, necessita-se,
maior que 13, ou seja, bastante alcalino. Pro- respectivamente, de uma base forte e so-
vavelmente os lotes foram contaminados por: lúvel e de uma base fraca e parcialmente
a) AgC l . solúvel.
b) NaOH. Consultando a tabela acima, conclui-se que
c) CaCO3. as fórmulas dessas bases podem ser:
d) H2SO4. a) Ba(OH)2 e Fe(OH)3.
e) A l (OH)3. b) A l (OH)3 e NaOH.
2. Alternativa "b". c) KOH e Ba(OH)2.
3. (UPE—Adaptada) Qual das afirmativas a se- d) Cu(OH)2 e Mg(OH)3.
guir se aplica ao hidróxido de amônio? e) NaOH e Mg(OH)2.
a) É uma base forte, solúvel em água desti- 4. Alternativa "e".
lada e bem estável em temperaturas altas. 5. (UFRJ) Um médico atendeu um paciente com
b) É uma base fraca, pouco solúvel em água dores abdominais, originadas de uma pato-
Livro 1 | Parte 3

destilada, mas muito estável em função da logia denominada úlcera péptica duodenal.
atração elétrica entre os íons NH4+ e OH -. Para tratamento desse paciente, o médico
c) A molécula do hidróxido de amônio é for- prescreveu um medicamento que contém um
temente polar, tem geometria tetraédrica, com hidróxido metálico, classificado como uma
base fraca. Esse metal pertence, de acordo
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 167

4:53 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 167 18/01/2023 11:24:53

Funções inorgânicas II – Capítulo 26 285

EM_ME_Quimica_1A.indb 285 11/02/2023 10:33


com a Tabela de Classificação Periódica, ao c) H2SO4, HNO2, HC l , Ca(OH)2, CaO.
seguinte grupo: d) H2SO3, HNO2, HC lO4, NaOH, CaO.
a) 1. e) H2SO4, HNO3, HC l , NaOH, Ca(OH)2.
b) 13. 7. Alternativa "e".
c) 16. 8. O progresso está fazendo com que o meio
d) 17. ambiente fique cada vez mais poluído, o que
e) 2. nos leva a refletir até que ponto isso nos traz
5. Alternativa "b". benefícios.
6. Equacione a dissociação iônica do:
a) NaOH. i) Ni(OH)3.
b) CsOH. j) Cr(OH)3.
c) CuOH. k) A l (OH)3.
d) AgOH.

prescott10 | Depositphotos
l) Au(OH)3.
e) RbOH. m) Zn(OH)2.
f) AuOH. n) Bi(OH)3.
g) Ba(OH)2. o) NH4OH.
h) Cu(OH)2.

a) NaOH → Na+ + OH -
b) CsOH → Cs+ + OH -
c) CuOH → Cu+ + OH -
d) AgOH → Ag+ + OH -
e) RbOH → Rb+ + OH -
f) AuOH → Au+ + OH -
ssuaphoto | Depositphotos

g) Ba(OH)2 → Ba2+ + 2 OH -
h) Cu(OH)2 → Cu2+ + 2 OH -
i) Ni(OH)3 → Ni3+ + 3 OH -
j) Cr(OH)3 → Cr3+ + 3 OH -
k) A l (OH)3 → A l 3+ + 3 OH -
l) Au(OH)3 → Au3+ + 3 OH - Observando as figuras, podemos constatar
m) Zn(OH)2 → Zn2+ + 2 OH - que os óxidos provenientes de fábricas e do
n) Bi(OH)3 → Bi3+ + 3 OH - escapamento dos automóveis formam com
o) NH4OH → NH4+ + OH - a água os compostos H2SO4 e HNO3, que
caem como chuva ácida.
7. (Uniube) Na natureza, não são encontradas Esses ácidos presentes no ar e na chuva
jazidas de ácido sulfúrico, ácido nítrico, áci- prejudicam as pessoas, envenenando lagos,
do clorídrico, soda cáustica, cal extinta, etc. matando plantas e animais aquáticos.
Todos são fabricados industrialmente. As fór- Uma possível forma de diminuir a acidez
Livro 1 | Parte 3

mulas das substâncias mencionadas no texto no solo e nos lagos seria a adição de uma
são, respectivamente: substância capaz de anular as caracterís-
a) H2SO3, HNO3, HC lO2, Ca(OH)2, CaO. ticas do H2SO4 e do HNO3, ou seja, uma
substância básica.
b) H2SO4, HNO2, HC lO4, NaOH, Ca(OH)2.

168 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 168 18/01/2023 11:24:54 EM

286 Capítulo 26 – Funções inorgânicas II

EM_ME_Quimica_1A.indb 286 11/02/2023 10:33


Entre as espécies abaixo, qual substância a) vinagre.
tem propriedades básicas ou alcalinas? b) sal de cozinha.
a) NaC l . c) óleo.
b) H2O. d) coalhada.
c) HC l . e) leite de magnésia.
d) SO3. 11. Alternativa "e".
e) NaOH. 12. Uma das etapas do tratamento da água e
8. Alternativa "e". do esgoto é o direcionamento da água con-
9 (UFU) O ácido clorídrico é muito usado in- tendo flóculos de impurezas para tanques
dustrialmente na manufatura de corantes. de sedimentação ou decantação, na qual o
Com o nome de ácido muriático, ele é lar- material sedimentado se acumula no fundo
gamente empregado na limpeza em geral, do tanque, formando um lodo gelatinoso
não podendo ser utilizado, no entanto, em que é removido pela parte inferior. Normal-
pisos de mármore, que são constituídos de mente, realiza-se, nessa etapa, uma reação
carbonato de cálcio. Se, por acidente, um de formação de um precipitado gelatinoso
pouco de ácido muriático cair sobre um piso de A l (OH)3, que adsorve as partículas de
de mármore, entre os produtos citados abai- impurezas suspensas. Sabendo-se que um
xo, normalmente encontrados em qualquer
dos reagentes utilizados é a cal hidratada
residência, o mais indicado para se espalhar
sobre o local será: [Ca(OH)2], pode-se concluir que o nome
dessas substâncias é, respectivamente:
a) vinagre.
a) hidróxido de alumínio e hidróxido de cálcio.
b) suco de limão.
c) sal de cozinha. b) hidróxido de alumínio III e hidróxido de
cálcio II.
d) suco de tomate.
c) hidróxido de alumínio e hidróxido de carbono.
e) amoníaco.
d) hidróxido de alumínio e hidróxido de cálcio II.
9. Alternativa "e".
10. 12. Alternativa "a".
(Mackenzie) O suco gástrico necessário à
13. (Uepi) Sangue do diabo é um líquido verme-
digestão contém ácido clorídrico que, em
excesso, pode provocar dor no estômago. lho que logo se descora ao ser aspergido
Neutraliza-se esse ácido, sem risco, ingerin- sobre um tecido branco. Para prepará-lo,
do-se: adiciona-se NH4OH em água contendo al-
gumas gotas de fenolftaleína. A cor desapa-
a) solução aquosa de base forte (NaOH).
rece porque:
b) solução aquosa de cloreto de sódio.
a) o tecido branco reage com a solução,
c) suspensão de base fraca (A l (OH)3). formando ácido amoníaco.
d) somente água. b) a fenolftaleína evapora.
e) solução concentrada de ácido sulfúrico. c) a fenolftaleína reage rapidamente com o
10. Alternativa "c". NH4OH.
11. (PUC–MG) Urtiga é o nome genérico dado d) o NH3 logo evapora.
a diversas plantas cujas folhas são cobertas e) a solução é assim denominada devido à
de pelos finos, os quais liberam ácido fór- sua alta viscosidade.
Livro 1 | Parte 3

mico (H2CO2), que, em contato com a pele,


13. Alternativa "d".
produz uma irritação.
Dos produtos de uso doméstico a seguir, o
que você utilizaria para diminuir essa irrita-
ção é:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 169

4:54 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 169 18/01/2023 11:24:54

Funções inorgânicas II – Capítulo 26 287

EM_ME_Quimica_1A.indb 287 11/02/2023 10:33


CAPÍTULO 27
Quando se fala em sal, lembramos do condimento fundamental da
cozinha, tão presente em nosso cotidiano, o qual é responsável pelo sabor
salgado nos alimentos: o cloreto de sódio.
Na Química, o termo sal tem uma definição mais ampla. Sal, para os
químicos, é todo composto capaz de se dissociar em água liberando íons,
mesmo que em pequena quantidade, dos quais pelo menos um cátion seja
diferente de H+ e pelo menos um ânion seja diferente de OH-.
Os sais são a função química que vamos estudar minuciosamente neste
capítulo.
Yganko | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 288 11/02/2023 10:33


Funções
inorgânicas III

integração
de saberes
O sal de cozinha, tão presente em nosso cotidiano, é res-
ponsável pelo sabor salgado nos alimentos, mas também
sabemos que ele é um vilão para o controle da pressão
arterial. Converse com o seu professor de Biologia sobre
a necessidade de ingerir sal para a saúde e sobre como
o excesso dessa substância no organismo pode levar à
morte.

EM_ME_Quimica_1A.indb 289 11/02/2023 10:33


BNCC
Tá na mídia A definição de sais
Habilidades trabalhadas no No plantio, é comum ocorrerem
casos em que o solo esteja com a Sais são compostos que se dissociam na água, liberando
capítulo acidez elevada. Para reduzir essa pelo menos um cátion diferente de H+ e, pelo menos, um ânion
acidez, é realizado o procedimen- diferente de OH-, podendo ser representado simplesmente por:
EM13CNT101 to de calagem. Para entender mais
sobre esse processo, acesse o QR
EM13CNT104 Code a seguir. BxAy → B+y + A-x

EM13CNT301 Calagem | PrePara Enem


Classificando os sais
EM13CNT307
Os sais podem ser classificados quanto à presença de oxi-
gênio: haloide, quando não apresentar oxigênio em sua estru-
tura, como NaCl, CaI2; ou oxissal, quando possuir oxigênio em
sua representação, caso dos CaCO3, Na2SO4, etc.
Também pode ser qualificado, quanto à natureza dos íons,
Objetivos em sal normal ou neutro, se não apresentar H+ nem OH- na
sua estrutura, como Na2SO4 ou CaBr2; em sal ácido, ou hi-
pedagógicos drogenossal, quando apresentar H+ em sua estrutura, como o
NaHCO3; em sal básico, ou hidroxissal, se apresentar OH- em
ƒ Compreender a definição de sal sua estrutura, como o Al(OH)SO4.
Os sais também são classificados, quanto à presença de mais
e identificar que substâncias químicas de um cátion ou mais de um ânion, em sal duplo quanto ao cá-
podem ser assim denominadas. tion, quando apresentar dois cátions diferentes que não sejam H+
ia__64 | Depositphotos

ƒ Entender a classificação e a nomen- e apenas um ânion, como é o caso do KNaSO4; ou em sal duplo
quanto ao ânion, se apresentar dois ânions diferentes que não
clatura dos sais. sejam OH- e apenas um cátion, por exemplo, o CaBrCl.
ƒ Conhecer alguns sais comuns no nosso Também é possível classificar os sais, quanto à presença de
água de cristalização, em sal anidro, se não apresentar água
cotidiano. em sua estrutura, caso do NaCl, Na2SO4; ou em sal hidratado,
quando apresentar, no retículo cristalino, molécula de água, por
exemplo: CuSO4, 5H2O.
Sal úmido no saleiro. Por Vale salientar que o sal que absorve rapidamente o vapor
de água do ar, transformando-se em um sal hidratado, é chama-
Sugestão de ser higroscópico, acaba não
passando totalmente pelos
furinhos do recipiente.
do de higroscópico. São exemplos o NaCl e o KCl.
abordagem Os sais são obtidos na natureza, mas também podem ser
preparados em laboratório através da reação química entre um
ácido e uma base, chamada de reação de neutralização, que
O vídeo Conversa Periódica – No- pode ser classificada como:
menclatura de sais tem o objetivo de re-
neutralização total;
conhecer as regras de nomenclatura dos HCl(l) + NaOH(l) → NaCl(s) + H2O(l)
sais e bases, defini-los, associá-los ao dia Ácido + Base → Sal + Água
a dia dos alunos, caracterizar suas pro- neutralização parcial para o ácido;
H2SO4(l) + NaOH(l) → NaHSO4(s) + H2O(l)
Livro 1 | Parte 3

priedades e entender os mecanismos de


Ácido + Base → Sal ácido + Água
nomenclatura de sais e bases. O progra-
neutralização parcial para base.
ma está disponível no QR Code a seguir. HCl(l) + Mg(OH)2(l) → MgOHCl(s) + H2O(l)
Ácido + Base → Sal básico + Água

172 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 172 18/01/2023 11:24:54

Anotações

EM

290 Capítulo 27 – Funções inorgânicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 290 11/02/2023 10:33


Os sais também podem ser classificados quanto à solubi- Tome Nota
lidade. Para tornar mais simples a identificação, bem como as
exceções à solubilidade, os sais solúveis e os insolúveis foram
agrupados na tabela a seguir.

Sais solúveis Exceções importantes (insolúveis)


Nitratos – NO3 -

Acetatos – CH3COO-
Cloretos – Cl- Ag+, Hg2+ e Pb2+
Brometos – Br- Ag+, Hg2+ e Pb2+
Iodetos – I- Ag+, Hg2+ e Pb2+
Sulfatos – SO42- Ca2+, Sr2+, Ba2+, Hg2+ e Pb2+
Sais insolúveis Exceções importantes (solúveis)
2-
Sulfetos – S Se o cátion for NH4+, 1A ou 2A.
Carbonatos – CO32- Se o cátion for NH4+ ou 1A.
Fosfatos – PO43- Se o cátion for NH4+, ou1A.

Dando nomes aos sais


Os nomes dos sais são dados de acordo com a sua classi-
ficação. Assim, para sais normais, a regra é bem simples: nome
do ânion + de + nome do cátion. Observe que o nome dos
ânions é dado trocando-se a terminação do nome do ácido de
partida, de acordo com a tabela abaixo.
Ácido Sal
ídrico eto
oso ito
ico ato

Por exemplo, para o NaCl: como o Cl vem do HCl (áci-


do clorídrico), de ídrico, passa a ser eto, portanto cloreto de
sódio (nome do cátion Na). Para o CaSO4: como o SO4 vem
do H2SO4 (ácido sulfúrico), de ico, passa para ato, tornando-se,
:24:54
assim, sulfato de cálcio (nome do cátion Ca).
Para os sais ácidos, ou hidrogenossais, a regra é: nome
Livro 1 | Parte 3

do ânion + prefixo para o número de hidrogênio (mono, bi,


tri) + hidrogeno ou ácido + de + nome do cátion. Assim, por
exemplo, para o NaHCO3 (ácido carbônico) de ico passa a ato:
carbonato monoácido de sódio (cátion Na).

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 173

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 173 18/01/2023 11:24:54

Funções inorgânicas III – Capítulo 27 291

EM_ME_Quimica_1A.indb 291 11/02/2023 10:33


Sugestão de
abordagem Quando se tem um sal básico, ou hidroxissal, a nomenclatu-
ra segue a sequência: nome do ânion + prefixo para o número
Nossa proposta é conhecer a apli- de hidroxilas (mono, bi, tri) + hidroxi ou básico + de + nome
do cátion. Com isso, para o Al(OH)SO4, em que o SO4 vem
cação dos sais no nosso cotidiano atra- do ácido sulfúrico, o ico passa a ser ato. Portanto, fica sulfato
vés de um vídeo criativo da série Ciência monobásico de alumínio.
di buteco. Na série, há diversas curiosi- A nomenclatura varia se o sal for duplo. Caso ele tenha
mais de um cátion, segue: nome do ânion + de + nome dos cá-
dades sobre bares e, também, as expli- tions. Por exemplo, KNaSO4, sulfato de potássio e sódio. Se ele
cações científicas por trás delas. Nesse for formado por mais de um ânion, a regra é: nome dos ânions

StockLite | Shutterstock
+ de + nome do cátion. Como é o caso do CaBrCl, cloreto
episódio, há perguntas como: Por que o brometo de cálcio.
saleiro entope? Por que esse fenômeno
está relacionado com a umidade relativa
do ar? O sal fluoreto de sódio (NaF)
Esse vídeo está disponível no QR é utilizado na prevenção de
cáries dentárias.
Code a seguir.
Sais comuns na Química do cotidiano
1. Cloreto de sódio (NaCl)
É obrigatória por lei a adição de certa quantidade de

pencap | Depositphotos
iodeto (NaI, KI) ao sal de cozinha, como prevenção da doença
do bócio.
Conservação da carne, do pescado e de peles.
Obtenção de misturas refrigerantes; a mistura gelo +
NaCl(s) pode atingir -22 °C.
Obtenção de Na, Cl2, H2 e compostos tanto de sódio
como de cloro, como NaOH, Na2CO3, NaHCO3 e HCl.
Em medicina, sob forma de soro fisiológico (solução
aquosa contendo 0,92% de NaCl), no combate à desidratação.

2. Nitrato de sódio (NaNO3)


Fertilizante na agricultura.
fotokostic | Depositphotos

Fabricação da pólvora (carvão, enxofre, salitre).

Anotações

3. Sulfato de cálcio (CaSO4)

racorn | Depositphotos
Fabricação de giz escolar.
Livro 1 | Parte 3

O gesso é uma variedade de CaSO4 hidratado, mui-


to usado em ortopedia, na obtenção de estuque, etc.

174 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 174 18/01/2023 11:24:54

EM

292 Capítulo 27 – Funções inorgânicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 292 11/02/2023 10:33


4. Carbonato de sódio (Na2CO3)
O produto comercial (impuro) é vendido no comércio

udra | Depositphotos
com o nome de barrilha ou soda.
Fabricação do vidro comum (maior aplicação): barri-
lha + calcário + areia → vidro comum.
Fabricação de sabões.
5. Bicarbonato de sódio (NaHCO3)
Antiácido estomacal. Neutraliza o excesso de HCl
do suco gástrico. NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2.
O CO2 liberado é o responsável pelo arroto.
1markim | Depositphotos

Fabricação de digestivo — como sal de frutas.


O sal de frutas contém NaHCO3(s) e ácidos orgânicos
sólidos (tartárico, cítrico e outros). Na presença de água, o
NaHCO3 reage com os ácidos, liberando CO2(g), o responsá-
vel pela efervescência: NaHCO3 + H+ → Na+ + H2O + CO2.
Fabricação de fermento químico. O crescimento da
massa (bolos, bolachas, etc.) é devido à liberação do CO2
do NaHCO3.
Fabricação de extintores de incêndio (extintores de es-
puma). No extintor, há NaHCO3(s) e H2SO4 em compartimen-
tos separados. Quando o extintor é acionado, o NaHCO3
se mistura com o H2SO4, com o qual reage, produzindo uma
espuma, com liberação de CO2. Esses extintores não podem
ser usados para apagar o fogo em instalações elétricas por-
que a espuma é eletrolítica (conduz corrente elétrica).

6. Fluoreto de sódio (NaF)


grafvision | Depositphotos

É usado na prevenção de cáries dentárias, na fa-


bricação de pastas de dentes e na fluoretação da água
potável.

7. Carbonato de cálcio (CaCO3)


É encontrado na natureza constituindo o calcário e
Feverpitch | Depositphotos

o mármore.
Fabricação de CO2 e cal viva (CaO), a partir da
qual se obtém cal hidratada (Ca(OH)2): CaCO3 → CaO +
:24:54
CO2; CaO + H2O → Ca(OH)2.
Fabricação do vidro comum.
Fabricação do cimento Portland: calcário + argila +
Livro 1 | Parte 3

areia → cimento Portland.


Sob forma de mármore, é usado em pias, pisos,
escadarias, etc.
Disponível em: http://www.fisica.net/quimica/resumo12.htm. Acesso em:
16/11/2021. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 175

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 175 18/01/2023 11:24:55

Funções inorgânicas III – Capítulo 27 293

EM_ME_Quimica_1A.indb 293 11/02/2023 10:33


Agora é sua vez!

1. Na reação de neutralização total do ácido 5. (Uerj) Recentemente, foi confirmada a exis-


sulfídrico com o hidróxido de potássio, há for- tência de água mineral medicinal no municí-
mação de sal e água. A fórmula e o nome pio de Resende, no Rio de Janeiro. Segundo
correto desse sal são, respectivamente: foi publicado na imprensa, a água encon-
trada é rica em bicarbonatos, oficialmente
a) K2SO4 e sulfato de potássio.
denominados hidrogenocarbonatos. As fór-
b) K2SO3 e sulfito de potássio. mulas químicas correspondentes aos hidro-
c) KS e sulfeto de potássio. genocarbonatos de sódio e de cálcio são,
d) K2S e sulfato de potássio. respectivamente:
a) Na2CO3 e CaHCO3
e) K2S e sulfeto de potássio.
b) NaHCO3 e CaHCO3
1. Alternativa "e".
2. Quando o hidróxido de potássio reage com
c) NaHCO3 e Ca(HCO3)2
d) Na2CO3 e Ca(HCO3)2
o ácido sulfúrico, obtém-se:
5. Alternativa "c".
a) 2 fórmulas de sulfato de potássio.
6. (Unisinos–RS) Ao participar de uma festa,
b) 1 fórmula de hidrogenossulfato de potássio. você pode comer e beber em demasia,
c) 0,5 fórmula de hidrogenossulfato de potás- apresentando sinais de má digestão ou
sio. azia. Para combater a acidez, ocasionada
d) 1 fórmula de persulfato de potássio. pelo excesso de ácido clorídrico no estôma-
go, seria bom ingerir uma colher de leite de
e) 1 fórmula de sulfato de potássio. magnésia, que irá reagir com esse ácido. A
2. Alternativa "b". equação que representa a reação é:
3. (Unisinos–RS) Da neutralização parcial de a) Mg(OH)2 + 2 HClO → Mg(ClO)2 + 2 H2O.
um monoácido por uma dibase, resultam b) Mg(OH)2 + 2 HC l → MgC l2 + 2 H2O.
moléculas de água em número de: c) Mg(OH)2 + 2 HClO3 → Mg(ClO3)2 + 2 H2O.
a) 1. d) Mn(OH)2 + 2 HClO2 → Mn(ClO2)2 + 2 H2O.
b) 2. e) Mn(OH)2 + 2 HC l → MnC l2 + 2 H2O.
c) 3. 6. Alternativa "b".
d) 4. 7. (Uerj) Um caminhão transportando ácido sul-
e) 5. fúrico capotou, derramando o ácido na estra-
da. O ácido foi totalmente neutralizado por
3. Alternativa "a".
uma solução aquosa de hidróxido de sódio.
4. Os produtos de neutralização parcial do Essa neutralização pode ser corretamente
ácido bromídrico (HBr) pelo hidróxido ferro- representada pelas equações abaixo.
so [Fe(OH)2] são: H2SO4 + 2 NaOH → X + 2 H2O
a) FeBr2 + H2O. H2SO4 + NaOH → Y + H2O
b) FeBr2 + 2 H2O.
As substâncias X e Y são, respectivamente:
c) FeBr3 + 3 H2O. a) Na2SO4 e NaHSO4.
d) FeOHBr + H2O. b) NaHSO4 e Na2SO4.
Livro 1 | Parte 3

e) FeOHBr + 2 H2O. c) Na2SO3 e Na2SO4.


4. Alternativa "d". d) Na2SO4 e NaHSO3.
e) NaHSO3 e Na2SO4.
7. Alternativa "a".

176 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 176 18/01/2023 11:24:55 EM

294 Capítulo 27 – Funções inorgânicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 294 11/02/2023 10:33


8. Duas fórmulas de um ácido X exigem, na 11. (Enem) Para correção do pH da solução nu-
reação de neutralização total, três de uma tritiva preparada, esse produtor pode em-
base Y. O ácido X e a base Y podem ser, pregar uma solução de:
respectivamente: a) ácido fosfórico, H3PO4.
a) ácido carbônico e hidróxido de sódio. b) sulfato de cálcio, CaSO4.
b) ácido carbônico e hidróxido de cálcio. c) óxido de alumínio, A l 2O3.
c) ácido sulfúrico e hidróxido de alumínio. d) cloreto de ferro(II), FeC l 2.
d) ácido nítrico e hidróxido de alumínio. e) hidróxido de potássio, KOH.
e) ácido fosfórico e hidróxido de magnésio. 11. Alternativa “e”.
8. Alternativa "e".
9. (Enem) Os calcários são materiais compostos 12. (Enem) Uma antiga forma de produzir um
por carbonato de cálcio que podem atuar dos constituintes de argamassas é o aque-
como sorventes do dióxido de enxofre (SO2), cimento a altas temperaturas de materiais
um importante poluente atmosférico. As re- componentes dos sambaquis, que são sítios
ações envolvidas no processo são a ativa- arqueológicos formados essencialmente por
ção do calcário, por meio de calcinação, e restos de moluscos. A decomposição térmica
a fixação do SO2 com a formação de um da principal substância desses sítios arque-
sal de cálcio, como ilustrado pelas equações ológicos resulta na formação de dois com-
químicas simplificadas. postos apenas. Um deles é um óxido sóli-
CaCO3
calor
CaO + CO2 do e o outro é um óxido gasoso. A reação
do primeiro com água resulta na formação
CaO + SO2 + Ω O2 Sal de cálcio
de Ca(OH)2 (aquoso), enquanto a reação
do segundo resulta em H2CO3 (aquoso). A
Considerando-se as reações envolvidas nes- fórmula da principal substância encontrada
se processo de dessulfurização, a fórmula nesses sítios arqueológicos é:
química do sal de cálcio corresponde a:
a) CaSO3.

liptakrobi | Stock.adobe
b) CaSO4.
c) CaS2O8.
d) CaSO2.
e) CaS2O7.
9. Alternativa "b".
10. (PUC–Campinas) Determinados tipos de fer-
mento químico, quando umedecidos, liberam
gás carbônico pela reação:
2 NaHCO3 + Ca(H2PO4)2 → a) CaO.
Na2HPO4 + CaHPO4 + 2 CO2 + 2 H2O b) CaC2.
Os componentes desses fermentos são classi- c) CaCO3.
ficados como: d) Ca(HCO3)2.
a) sais ácidos. e) Ca(OH)HCO3.
b) sais básicos. 12. Alternativa “c”.
Livro 1 | Parte 3

c) oxiácidos.
d) hidrácidos.
e) bases inorgânicas.
10. Alternativa "a".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 177

4:55 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 177 18/01/2023 11:24:55

Funções inorgânicas III – Capítulo 27 295

EM_ME_Quimica_1A.indb 295 11/02/2023 10:33


De olho no vestibular/Enem

1. (Ufla) O composto CuSO . 5H O é utilizado na a) diluição das águas do rio pelo novo
4 2
agricultura como fungicida. Esse composto é: efluente lançado nele.
a) um sal anidro. b) precipitação do íon sulfato na presença
do efluente da nova fábrica.
b) uma base fraca.
c) biodegradação do ácido sulfúrico em
c) um sal hidratado.
contato com o novo efluente descartado.
d) uma solução aquosa.
d) diminuição da acidez das águas do rio
e) uma base forte. pelo efluente da fábrica de papel e celu-
1. Alternativa "c". lose.
2. Associe, de cima para baixo, os itens a seguir. e) volatilização do ácido sulfúrico após con-
I. Na2B4O7 ⋅ 10 H2O ( ) sal básico. tato com o novo efluente introduzido no rio.
II. Mg(OH)C l ( ) sal duplo. 3. Alternativa "d".
III. NaKSO4 ( ) sal ácido. 4. (UPE) Sobre o hipoclorito de sódio, é correto
IV. NaHCO3 ( ) sal hidratado. afirmar que se trata de uma substância quí-
mica:
A associação correta é: a) iônica, classificada como uma base.
a) I, III, IV, II. b) covalente polar, classificada como um ácido.
b) II, IV, III, I. c) iônica, classificada como um sal.
c) I, II, III, IV. d) covalente apolar, classificada como um sal.
d) II, III, IV, I. e) iônica, classificada como um ácido.
e) II, III, I, IV. 4. Alternativa "c".
2. Alternativa "d". 5. O salitre do Chile, NaNO , utilizado como
3
3. (Enem–Adaptada) Nos anos 1990, verifi- fertilizante, pertence à função:
cou-se que o Rio Potomac, situado no estado a) sal.
estadunidense de Maryland, tinha, em parte
b) base.
de seu curso, águas extremamente ácidas
por receber um efluente de uma mina de c) ácido.
carvão desativada, que continha ácido sul- d) óxido ácido.
fúrico (H2SO4). Essa água, embora límpida, e) óxido básico.
era desprovida de vida. Alguns quilômetros 5. Alternativa "a".
adiante, instalou-se uma fábrica de papel e 6. (Unesp) Os nomes dos compostos NaHSO
celulose que empregava hidróxido de sódio 3
e Fe3(PO4)2 são, respectivamente:
(NaOH) e carbonato de sódio (Na2CO3) em
seus processos. Em pouco tempo, observou- a) sulfato de sódio e fosfato de ferro III.
-se que, a partir do ponto em que a fábrica b) sulfito de sódio e fosfito ferroso.
lançava seus rejeitos no rio, a vida aquática c) di-hidrogenossulfato de sódio e fosfato de
voltou a florescer. ferro III.
d) sulfeto de sódio e fosfito de férrico.
Livro 1 | Parte 3

HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. Rio de Janeiro: Livros


Técnicos e Científicos, 2012. Adaptado.
e) hidrogenossulfito de sódio e fosfato de
ferro II.
A explicação para o retorno da vida aquá- 6. Alternativa "e".
tica nesse rio é a:

178 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 178 18/01/2023 11:24:55 EM

296 Capítulo 27 – Funções inorgânicas III

EM_ME_Quimica_1A.indb 296 11/02/2023 10:33


7. As fórmulas do carbonato de sódio e do nitra- 10. (Fuvest) O molibdato de amônio é usado
to de amônio são, respectivamente, Na2CO3 e como fonte de molibdênio para o crescimen-
NH4NO3. Sendo assim, a fórmula do carbona- to das plantas. Sabendo que esse elemento,
to de amônio é: de símbolo Mo, pertence à mesma família do
a) (NH3)HCO3. crômio, Cr, e que a fórmula do íon cromato é
-
b) (NH3)2CO3. (CrO4)2 , a fórmula do molibdato de amônio é:
c) NH4CO3. a) NH2MoO2.
d) (NH4)HCO3. b) NH3MoO2.
e) (NH4)2CO3. c) (NH3)2MoO4.
7. Alternativa "e". d) NH4MoO4.
8. Um elemento metálico M forma um sulfato de
e) (NH4)2MoO4.
fórmula MSO4. A fórmula de seu fosfato será:
10. Alternativa "e".
a) M3(PO4)2.
11. (Enem) Com o aumento da demanda por
b) M2PO4.
alimentos e a abertura de novas fronteiras
c) M2(PO4)3. agrícolas no Brasil, faz se cada vez mais
d) MPO4. necessária a correção da acidez e a ferti-
e) M(PO4)2. lização do solo para determinados cultivos.
8. Alternativa "a". No intuito de diminuir a acidez do solo de
9. (UFRGS) No processo de produção de sal sua plantação (aumentar o pH), um fazendei-
refinado, a lavagem do sal marinho provoca ro foi a uma loja especializada para com-
a perda do iodo natural, sendo necessário, prar conhecidos insumos agrícolas, indicados
depois, acrescentá-lo na forma de iodeto de para essa correção. Ao chegar à loja, ele
potássio. Outra perda significativa é a de foi informado que esses produtos estavam
íons magnésio, presentes no sal marinho na em falta. Como só havia disponíveis alguns
forma de cloreto de magnésio e sulfato de tipos de sais, o fazendeiro consultou um en-
magnésio. Durante esse processo, são tam- genheiro agrônomo procurando saber qual
bém adicionados alvejantes, como o carbo-
comprar.
nato de sódio.
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natara | Stock.adobe

As fórmulas representativas das substâncias O engenheiro, após verificar as proprieda-


destacadas no texto anterior são, respecti- des desses sais, indicou ao fazendeiro o:
vamente:
a) KC l .
a) KI, MgC l , MgSO4 e NaCO3.
b) K2I, MgC l 2, Mg2SO4 e Na2CO3. b) CaCO3.
Livro 1 | Parte 3

c) K2I, Mg2C l , MgSO4 e Na(CO3)2. c) NH4C l .


d) KI, MgC l 2, MgSO4 e Na2CO3. d) Na2SO4.
e) KI2, Mg2C l , Mg(SO4)2 e Na3CO3. e) Ba(NO3)2.
9. Alternativa "d". 11. Alternativa “b”.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 179

4:55 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 179 18/01/2023 11:24:55

Funções inorgânicas III – Capítulo 27 297

EM_ME_Quimica_1A.indb 297 11/02/2023 10:33


CAPÍTULO 28
Quando observamos compostos como o CO2, SO2, Na2O, Fe2O3 e
ZnO, entre muitos outros, percebemos a presença comum do elemento oxi-
gênio ligado pelo menos a um outro elemento. É essa característica que
permite reuni-los em uma categoria específica: os óxidos.
São os óxidos o foco de nosso estudo neste capítulo, com suas carac-
terísticas, além de sua nomenclatura.
Lightspruch | Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 298 11/02/2023 10:33


Funções
inorgânicas IV

EM_ME_Quimica_1A.indb 299 11/02/2023 10:33


BNCC
A definição de óxidos
Habilidades trabalhadas no
Óxidos são compostos binários, formados por apenas dois
capítulo elementos, dos quais o oxigênio é o elemento mais eletronega-
tivo.
EM13CNT101
EM13CNT104 Classificando os óxidos
EM13CNT105 Os óxidos podem ser classificados como básicos, ou iôni-
cos, quando o cátion for um metal que possui alta eletropositi-
EM13CNT301 vidade e Nox baixo, tendo um alto caráter iônico. Ou seja, se
EM13CNT307 for um cátion de elemento das famílias 1 ou 2, ao reagirem com
água, formam bases; já com ácido, formam sal e água. Exemplos:
Na2O, CaO, MgO, entre outros.
Reação com água: Na2O + H2O → 2 NaOH (hidróxido
de sódio)
Objetivos Reação com ácido: NaOH + HCl → NaCl + H2O (cloreto
de sódio)
pedagógicos Os óxidos ácidos, anidridos, ou, ainda, óxidos moleculares,
são aqueles formados por ametais ou metais com Nox maior ou igual
ƒ Compreender a definição de óxidos. a quatro e possuem um caráter covalente acentuado, que ao reagi-
ƒ Entender a classificação e a nomen- rem com água formam ácidos e ao reagirem com bases formam sal
e água, como CO2, SO3, NO2.
clatura dos óxidos. Reação com água: CO2 + H2O → H2CO3 (ácido carbônico)
ƒ Tomar contato com os óxidos presen- Reação com base: CO2 + 2 NaOH → Na2CO3 + H2O
Se o óxido apresentar caráter ácido e básico simultanea-
tes em nosso dia a dia. mente, ora se comportando como óxidos ácidos, ora como óxidos
básicos, ele é classificado como um anfótero, sendo os principais
ZnO, Al 2O3, MnO2, SnO, As2O3, PbO, Sb2O5.
Os óxidos anfóteros na presença de um ácido se comportam
Anotações como básicos e, na presença de uma base, reagem como ácidos.
Taden1 | Depositphotos

Óxidos que não reagem com bases, nem com ácidos, nem
com água são denominados óxidos neutros; é o caso do CO,
NO e N2O (também conhecido como gás do riso).
Ainda existem os formados pela combinação de dois óxidos di-
ferentes do mesmo elemento químico. São sempre óxidos metálicos,
sólidos e de estrutura iônica. O metal possui dois números de oxi-
dação, a este dá-se o nome de óxidos duplos, salinos ou mistos.
Exemplos: Fe3O4 (combinação do FeO com o Fe2O3) e o
O dióxido de carbono (CO2) é um gás in- Pb3O4 (combinação do PbO com o Pb2O3).
color e inodoro utilizado nos refrigerantes e Se o óxido apresentar em sua estrutura o grupo
nas águas gaseificadas. -
O2-2 [ O1 O1-]2-, este será classificado como um peróxido,
deles têm-se o H2O2, Na2O2, entre outros.
E, por fim, apresenta-se em sua estrutura o ânion
Livro 1 | Parte 3

- - -
O42 [ O1- O0 O0 O1 ]2 , considerando-se que cada oxi-
gênio possui Nox médio igual a 1/2, será classificado como um su-
peróxido. Nesse grupo, apenas os metais das famílias 1A e 2A
participam. São exemplos: Na2O4, CaO4, BaO4.

182 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 182 18/01/2023 11:25:19

EM

300 Capítulo 28 – Funções inorgânicas IV

EM_ME_Quimica_1A.indb 300 11/02/2023 10:33


Dando nomes aos óxidos
Os nomes dos óxidos são dados de acordo com a sua
classificação.
Se o óxido for classificado como óxido básico, há dois ti-
pos: o que tem cátion de metal de carga fixa e o que tem cátion

vlakoh | Depositphotos
de metal de carga variável.
Se for o caso em que o metal tem carga fixa, a nomencla-
tura é dada seguindo: óxido + de + nome do elemento.
Exemplo: Na2O, óxido de sódio.
E se for o caso em que o metal tem carga variável (ver tabela
no capítulo sobre sais), seguirá a regra: A água oxigenada é uma mistura de água
e peróxido de hidrogênio (que representa
óxido + nome do elemento + oso ou ico (oso para o menor Nox entre 3% e 9% dessa mistura) e é comumen-
e ico para o maior) te encontrada em produtos para clarear o
cabelo.
ou
óxido + de + nome do elemento + Nox do cátion em algarismo
Tome Nota
romano.
São exemplos: CuO (óxido cúprico, ou óxido de cobre II) e
Cu2O (óxido cuproso, ou óxido de cobre I).
Se o óxido for classificado como óxido ácido, sua nomencla-
tura é feita por:
prefixo para o número de grupos óxido (mono, di, tri,...) +
óxido + de + infixo para o número de elementos (mono, di,
tri,...) + nome do elemento;
ou por:
óxido + de + nome do elemento + Nox do cátion em algaris-
mo romano.
Como exemplo, cita-se CO2, dióxido de monocarbono, ou óxi-
do de carbono IV; e P2O5, pentaóxido de difósforo, ou óxido de
fósforo V.
Para os peróxidos, a regra é bem simples:

peróxido + de + nome do elemento.

São exemplos: H2O2 peróxido de hidrogênio (mais conheci-


do como água oxigenada) ou Na2O2, peróxido de sódio.
Assim como a regra de nomenclatura dos peróxidos é sim-
:25:19 ples, a dos superóxidos também é, basta seguir:

superóxido + de + nome do elemento.


Livro 1 | Parte 3

Exemplo: Na2O4, superóxido de sódio.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 183

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 183 18/01/2023 11:25:21

Funções inorgânicas IV – Capítulo 28 301

EM_ME_Quimica_1A.indb 301 11/02/2023 10:33


Óxidos comuns na química do cotidiano
branex | Depositphotos 1 — Óxido de cálcio (CaO)
É um dos óxidos de maior aplicação e não é encontrado na natureza. É obtido
industrialmente por pirólise de calcário. É usado na fabricação da cal hidratada, ou
Ca(OH)2; na preparação da argamassa usada no assentamento de tijolos e reves-
timento das paredes; na pintura com cal (caiação); e na agricultura, para diminuir a
acidez do solo.
phloen | Shutterstock
2 — Dióxido de carbono (CO2)
É um gás incolor, inodoro e mais denso que o ar. Não é combustível nem combu-
rente, por isso é usado como extintor de incêndio. O CO2 não é tóxico, por isso não
é poluente. O ar contendo maior teor em CO2 que o normal (0,03%) é impróprio à
respiração, porque contém menor teor em O2 que o normal. O CO2 é o gás usado
nos refrigerantes e nas águas minerais gaseificadas. Neles ocorre a reação: CO2 +
H2O → H2CO3 (ácido carbônico). O CO2 sólido, conhecido por gelo seco, é usado
para produzir baixas temperaturas. Atualmente, o teor em CO2 na atmosfera tem
aumentado, e esse fato é o principal responsável pelo chamado efeito estufa.
kavita | Depositphotos 3 — Monóxido de carbono (CO)
É um gás incolor extremamente tóxico. É um seríssimo poluente do ar atmosférico.
Forma-se na queima incompleta de combustíveis como álcool (etanol), gasolina e
óleo diesel. A quantidade de CO lançada na atmosfera pelo escapamento dos au-
tomóveis, caminhões, ônibus, etc. cresce na seguinte ordem em relação ao combustível
usado: álcool < gasolina < óleo diesel. A gasolina usada como combustível contém um
certo teor de álcool (etanol) para reduzir a quantidade de CO lançada na atmosfera
e, com isso, diminuir a poluição do ar, ou seja, minimizar o impacto ambiental.
4 — Dióxido de enxofre (SO2)
karkozphoto | Depositphotos
É um gás incolor, tóxico, de cheiro forte e irritante. Forma-se na queima do enxo-
fre e dos compostos do enxofre: S + O2(ar) → SO2. Esse óxido é o principal poluente
do ar das regiões onde há fábricas de H2SO4. Uma das fases da fabricação desse
ácido consiste na queima do enxofre. A gasolina, o óleo diesel e outros combustíveis
derivados do petróleo contêm compostos do enxofre. Na queima desses combustíveis,
forma-se o SO2, que é lançado na atmosfera. O óleo diesel contém maior teor de
enxofre do que a gasolina, e, por isso, o impacto ambiental causado pelo uso do óleo
diesel como combustível é maior do que o da gasolina. O álcool (etanol) não contém
composto de enxofre, e, por isso, na sua queima não é liberado o SO2. Esta é mais
uma vantagem do álcool em relação à gasolina em termos de poluição atmosférica.
O SO2 lançado na atmosfera se transforma em SO3, que se dissolve na água de chu-
va, constituindo a chuva ácida e causando um sério impacto ambiental e destruindo a
vegetação: SO2 + O2(ar) → 2 SO3; SO3 + H2O → H2SO4.
5 — Dióxido de nitrogênio (NO2)
É um gás de cor castanho-avermelhada, de cheiro forte e irritante, muito tóxico.
Valeriy_Al | Depositphotos Nos motores de explosão dos automóveis, caminhões, etc., devido à temperatura
muito elevada, o nitrogênio e o oxigênio do ar se combinam resultando em óxidos de
nitrogênio, particularmente NO2, que poluem a atmosfera. O NO2 liberado dos esca-
pamentos reage com o O2 do ar produzindo O3, que é outro sério poluente atmos-
férico: NO2 + O2 → NO + O3. Os automóveis modernos têm dispositivos especiais
que transformam os óxidos do nitrogênio e o CO em N2 e CO2 (não poluentes). Os
Livro 1 | Parte 3

óxidos do nitrogênio da atmosfera se dissolvem na água resultando em ácido nítrico,


originando, assim como o dióxido de enxofre, a chuva ácida, que também causa sério
impacto ambiental.
Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/quimica/%C3%93xidos.htm. Acesso em:
16/11/21.

184 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 184 18/01/2023 11:25:32 EM

302 Capítulo 28 – Funções inorgânicas IV

EM_ME_Quimica_1A.indb 302 11/02/2023 10:33


Laboratório

Experimento chuva ácida


Como vimos nesse capítulo, os óxidos Nas laterais do vidro, prenda a pétala da
moleculares, ou óxidos ácidos, podem reagir flor sem encostá-la na solução líquida.
com água e formar ácidos. Neste experi- Coloque um pouco do enxofre em pó na
mento, poderemos observar essa reação colher, acenda a vela e coloque a colher
química. sobre a chama até a combustão do enxofre.
Rapidamente e com cuidado, tampe o
Materiais: frasco e veja o gás preencher o vidro.
Um pote de vidro com tampa. Agite o frasco delicadamente.
Resina epóxi.
Fita adesiva.
Uma colher de chá.
Enxofre em pó (pode ser comprado em
armazéns de construção).
Fósforo.
Vela.
Fenolftaleína ou indicador de repolho-roxo.
Água.
Hidróxido de sódio (solução de soda
cáustica) ou hidróxido de amônio (solução
de amônia, amoníaco).
Pétalas de flores. Resultados:
Faça um breve resumo sobre o que é a
Procedimento: chuva ácida, o que a causa e quais suas
Observe a imagem para reproduzir o equi- consequências.
pamento. Faça um relatório explicando: o que ocor-
re quando adicionamos algumas gotas do
indicador ácido-base e algumas gotas de
solução de amônia ou hidróxido de sódio; o
que ocorre com a flor ao entrar em contato
com o gás; o que ocorre com a solução
após ser misturada com o gás.
Represente as equações químicas das
reações ocorridas no experimento.

Atenção!
Entorte a colher como um U e fixe-a na Cuidado ao manusear as substâncias exis-
tampa com epóxi. tentes neste experimento.
Coloque um pouco de água no pote de Todos devem estar vestindo os Equipamen-
Livro 1 | Parte 3

vidro e adicione algumas gotas do indica- tos de Proteção Individual (EPIs).


dor ácido-base e algumas gotas de solução Os Equipamentos de Proteção Coletiva
de amônia ou hidróxido de sódio até que a (EPCs) devem estar em perfeito funciona-
solução mude de cor. mento.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 185

5:32 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 185 18/01/2023 11:25:33

Funções inorgânicas IV – Capítulo 28 303

EM_ME_Quimica_1A.indb 303 11/02/2023 10:33


Agora é sua vez!

1. Quando o oxigênio se combina com um ele- a) Ca (s) + 2 H2O (l) → Ca(OH)2 (aq) + H2 (g)
mento para formar um composto, a espécie b) CaO(s) + H2SO4(aq) → CaSO4(aq) +
resultante é chamada: H2O (l)
a) ácido. c) CaCO3(s) + H2SO4(aq) → CaSO4(aq) +
b) sal. H2O(l) + CO2 (g)
c) oxigênio molecular. d) CaSO4(s) + H2SO4(aq) → Ca2+(aq) +
d) óxido. 2 H+(aq) + 2 SO42−(aq)
e) oxalato. e) Ca(HCO3)2(s) + 2H2O(l) → Ca(OH)2(aq) +
2 H2O(l) + 2 CO2(g)
1. Alternativa "d".
2. (Ceesu) A cal viva é um material muito usa- 3. Alternativa "b".
4. (Enem) O processo de calagem consiste na
do por pedreiros, pintores e agricultores e
diminuição da acidez do solo usando com-
é representada pela fórmula CaO. Assinale
postos inorgânicos, sendo o mais usado o
a alternativa que nomeia corretamente a calcário dolomítico, que é constituído de car-
função representada. bonato de cálcio (CaCO3) e carbonato de
a) Ácido. magnésio (MgCO3). Além de aumentarem
b) Base. o pH do solo, esses compostos são fontes
de cálcio e magnésio, nutrientes importantes
c) Sal.
para os vegetais.
d) Hidreto metálico. Os compostos contidos no calcário dolomíti-
e) Óxido. co elevam o pH do solo, pois:
2. Alternativa "e". a) são óxidos inorgânicos.
3. (Enem) A presença de substâncias ricas em b) são fontes de oxigênio.
enxofre, como a pirita (FeS2), em áreas de c) o ânion reage com a água.
mineração, provoca um dos mais preocu- d) são substâncias anfóteras.
pantes impactos causados pela exploração
e) os cátions reagem com a água.
dos recursos naturais da crosta terrestre. Em
contato com o oxigênio atmosférico, o sulfeto 4. Alternativa "c".
5. (Cesgranrio) As indústrias de produção de
sofre oxidação em diversas etapas até for-
mar uma solução aquosa conhecida como vidro utilizam a areia como principal fonte
drenagem ácida de minas, de acordo com de sílica (SiO2) para conferir o estado vítreo.
Utilizam, ainda, com a finalidade de reduzir
a equação química descrita.
a temperatura de fusão da sílica, os funden-
4 FeS2(s) + 15 O2(g) + 2 H2O(l) → 2 Fe2(SO4)3(aq) tes Na2O, K2O e Li2O. A escolha dos óxidos
+ 2 H2SO4(aq) de sódio, potássio e lítio para reagir com a
Um dos processos de intervenção nesse pro- sílica e dar origem a um produto vítreo de
blema envolve a reação do resíduo ácido menor ponto de fusão deve-se ao fato de
com uma substância básica, de baixa solu- esses óxidos manifestarem caráter:
bilidade em meio aquoso e sem a geração a) básico.
de subprodutos danosos ao meio ambiente. b) neutro.
Livro 1 | Parte 3

FIGUEIREDO, B. R. Minérios e ambientes. Campinas: Unicamp,


c) ácido.
2000.
Esse processo de intervenção é representa- d) misto.
do pela equação química: e) anfótero.
5. Alternativa "a".

186 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 186 18/01/2023 11:25:34 EM

304 Capítulo 28 – Funções inorgânicas IV

EM_ME_Quimica_1A.indb 304 11/02/2023 10:34


6. Quando o solo é excessivamente ácido, 9. A alternativa que apresenta os anidridos
agricultores procuram diminuir a acidez por correspondentes aos ácidos H2SO3, H2CO3,
meio da adição de substâncias com proprie- H2SiO3, HC lO4 é:
dades alcalinas. Com essa finalidade, um a) SO2, CO2, SiO2, C lO4.
dos produtos utilizados é: b) SO3, CO2, SiO2, C lO4.
c) SO3, CO2, SiO2, C l 2O5.
d) SO2, CO, SiO2, C l 2O3.
e) SO2, CO2, SiO2, C l 2O7.
9. Alternativa "e".
encierro | Stock.adobe

10. Observando o texto abaixo, podemos afir-


mar que:

Cristal ou vidro?
“O vidro cristal e o vidro comum têm uma
a) NaC l . estrutura molecular de desenho pratica-
b) CaO. mente idêntica: a diferença está nos ele-
mentos químicos que compõem essa estru-
c) Na2SO4. tura”, afirma Oscar Peitl Filho, professor de
d) NH4NO3. Engenharia de Materiais da Universidade
e) KC lO4. Federal de São Carlos. Também conheci-
do como vidro de cal-soda ou soda-cal, o
6. Alternativa "b".
vidro comum é feito de areia (sílica), soda
7. (Mackenzie) A alternativa que apresenta, (óxido de sódio), cal (óxido de cálcio) e
respectivamente, óxido ácido, óxido básico, óxido de alumínio. Já na composição do
óxido neutro e óxido duplo é: vidro cristal entram apenas a sílica e o
a) CO, CaO, SO3, Na2O4. óxido do chumbo, substância que dá mais
brilho e maior peso ao produto.
b) N2O5, BaO, NO, Pb3O4.
c) CO2 A l 2O3, Fe3O4, C l 2O. sichkarenko_com | Stock.adobe

d) N2O, MgO, CO2, Mn3O4.


e) SO2, K2O, CO, K2O2.
7. Alternativa "b".
8. (Mackenzie–Adaptada) O ferro é um dos
elementos mais abundantes na crosta terres-
tre. Em Carajás, no Pará, o principal minério Disponível em: https://super.abril.com.br/tecnologia/qual-e-a-
diferenca-entre-o-cristal-e-o-vidro/. Acesso em: 22/03/2022.
de ferro é a hematita, substância óxido de
ferro III, cuja fórmula é:
a) FeO. a) o óxido de sódio tem fórmula NaO.
b) Fe3O. b) o óxido de cálcio é um óxido ácido ou
anidrido.
c) FeO3.
c) a fórmula do óxido de alumínio é A l 2O3.
d) Fe2O3.
Livro 1 | Parte 3

d) todos os óxidos presentes no vidro comum


e) Fe3O2. ou vidro cristal são óxidos ácidos.
8. Alternativa "d". e) o óxido de chumbo é um óxido molecular.
10. Alternativa "c".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 187

5:34 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 187 18/01/2023 11:25:44

Funções inorgânicas IV – Capítulo 28 305

EM_ME_Quimica_1A.indb 305 11/02/2023 10:34


De olho no vestibular/Enem

1. (Fuvest) Certo gás incolor não reage com concreto. O hidróxido de cálcio é um dos
oxigênio e é solúvel em água, formando uma componentes da reação com grande influ-
solução ácida. Esse gás pode ser: ência na formação e expansão do gel. Qual
das substâncias abaixo age, quimicamente,
a) H2. d) SO3.
no sentido de inibir ou minimizar a tão temi-
b) CH4. e) C2H2. da reação álcali-agregado?
c) NH3. a) Na2O
1. Alternativa "d". b) NaOH
2. (Mackenzie) Com cerca de 40 km de pro-
c) CaO
fundidade, a crosta terrestre contém princi-
d) CO2
palmente óxido de silício e óxido de alumínio.
Sabendo-se que o número de oxidação do e) KOH
silício é +4 e do alumínio é +3, as fórmulas 4. Alternativa "d".
desses óxidos são: 5. (Fuvest–Adaptada) Leia as características A,
a) SiO2 e A l 2O3. d) SiO4 e A lO3. B e C a seguir, referentes a três gases dis-
b) SiO2 e A l 2O. e) Si2O e A l 2O3. tintos.
c) SiO3 e A lO. A. Na forma sólida, é conhecido como gelo-
-seco e é considerado o principal responsá-
2. Alternativa "a".
vel pelo efeito estufa.
3. (UFRJ) Produto imprescindível no dia a dia, no
B. Apresenta cor castanho-avermelhada e
Brasil, o mercado de gases é estimado em
tem importância na destruição da camada
US$ 200 milhões. O mercado do gás X é
estratosférica de ozônio.
muito mais próximo da realidade do brasileiro
do que se imagina. O gás X está presente C. Apresenta odor de ovo podre e enegre-
no dia a dia da população. Basta dizer que ce objetos de prata.
os principais consumidores do produto são As características A, B e C correspondem
nada menos que as indústrias de refrigeran- respectivamente aos gases:
tes e cervejas, que utilizam o gás no seu pro- a) CO2, H2S e NO2.
cesso de produção. Também é usado como b) CO2, NO2 e H2S.
matéria-prima para extintores de incêndio e
c) NO2, CO2 e H2S.
gelo-seco. O nome do gás X que preenche
corretamente a matéria transcrita é: d) NO2, H2S e CO2.
a) argônio. d) sulfídrico. e) H2S, CO2 e NO2.
b) ozônio. e) hidrogênio. 5. Alternativa "b".
6. Por que bebedores de champanhe se em-
c) carbônico.
briagam mais depressa?
3. Alternativa "c".
4. (UPE) A reação álcali-agregado, apontada O dióxido de carbono (CO2) acelera a pas-
sagem do álcool para a corrente sanguínea.
como causa de desabamento de alguns edi-
A liberação do gás da bebida no estômago
fícios, consiste, de forma simples, na reação
faz com que a válvula entre o estômago e o
Livro 1 | Parte 3

envolvendo agregados reativos (vidro, grani-


intestino delgado se abra. A absorção pelo
to, etc.) e a solução concentrada de álcalis
intestino é maior que pelo estômago, e o
gerada pela hidratação do cimento. O pro-
efeito do álcool é sentido mais rapidamente
duto da reação é um gel, que absorve água
do que com uma bebida não borbulhante.
e incha, gerando fissuras e deterioração do

188 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 188 18/01/2023 11:25:44 EM

306 Capítulo 28 – Funções inorgânicas IV

EM_ME_Quimica_1A.indb 306 11/02/2023 10:34


O dióxido de carbono é: b) água oxigenada e monóxido de carbono,
a) um gás presente no champanhe e em be- ambos tóxicos.
bidas não gaseificadas. c) gás carbônico e fuligem (carvão finamen-
b) absorvido pelo sangue, embriagando o te dividido).
bebedor de champanhe. d) ácido carbônico, nitratos e sulfatos metá-
c) o gás que acelera a passagem do álcool licos solúveis.
para a corrente sanguínea, abrindo a válvu- e) ácido nítrico (HNO3) e ácido sulfúrico
la entre o estômago e o intestino delgado. (H2SO4).
d) o gás que fecha a válvula entre o estô- 9. Alternativa "e".
mago e o intestino delgado. 10. Análises técnicas concluíram que os gases
e) a substância que acelera o processo de que constituem as nuvens vulcânicas são
absorção de álcool no sangue, pois o estô- compostos por sulfeto de hidrogênio, mo-
mago absorve mais álcool. nóxido de carbono, dióxido de carbono e
6. Alternativa "c". dióxido de enxofre. O item que contém, cor-
7. (FUC) O óxido de magnésio (MgO) precisa retamente, as fórmulas dos gases citados
ser substituído por um óxido que apresenta acima é:
propriedades químicas semelhantes e mes- a) H2SO4, CO, CO2 e SO3.
ma proporção de átomos. Entre os óxidos a b) CaO, H2SO3, CO2 e H2SO4.
seguir, qual você escolheria?
c) CO, CO2, SO3 e H2SO4.
a) FeO
d) CO, H2S, SO2 e CO2.
b) CaO
e) H2S, CO, CO2 e SO2.
c) Na2O
10. Alternativa "e".
d) CO
11. Os óxidos moleculares são aqueles forma-
e) NO2 dos por ametais ligados a oxigênio. Dê a
7. Alternativa "b". nomenclatura dos seguintes óxidos molecula-
8. A pedra-pomes, muito utilizada por pedicu- res.
res para o trato dos pés, é composta por a) SO3 a) Trióxido de enxofre.
dois tipos de óxido. Marque a alternativa b) C l 2O7 b) Heptóxido de dicloro.
referente à sua composição e fórmulas mo-
leculares respectivas. c) CO c) Monóxido de carbono.
a) Monóxido de carbono (CO) e dióxido de d) P2O5 d) Pentóxido de difósforo.
enxofre (SO2). e) N2O e) Monóxido de dinitrogênio.
b) Óxido de silício (SiO) e óxido de cálcio 12. Alguns óxidos recebem nomes especiais e,
(CaO). assim, ficam popularmente conhecidos. For-
c) Dióxido de silício (SiO2) e óxido de alumí- neça a nomenclatura convencional (estabe-
nio (A l 2O3). lecida por regras) e usual (popular) para os
d) Óxido de silício (SiO2) e óxido de alumínio seguintes óxidos iônicos.
a) Nomenclatura convencional: óxido de
(A l 2O). a) Fe2O3 ferro III; usual: óxido férrico.
8. Alternativa "c". b) CuO b) Nomenclatura convencional: óxido de
9. (Vunesp) Quando os gases NO e SO en- cobre II; usual: óxido cúprico.
c) FeO
Livro 1 | Parte 3

2 3
c) Nomenclatura convencional: óxido de
tram em contato com a umidade do ar, origi- d) Cu2O ferro II; usual: óxido ferroso.
nam um efeito de poluição conhecido como d) Nomenclatura convencional: óxido de
chuva ácida. Isso ocorre porque se formam: cobre I; usual: óxido cuproso.
a) monóxido de nitrogênio (NO) e ácido sul-
fídrico (H2S) em água.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 189

5:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 189 18/01/2023 11:25:44

Funções inorgânicas IV – Capítulo 28 307

EM_ME_Quimica_1A.indb 307 11/02/2023 10:34


CAPÍTULO 29
O ser humano convive a todo instante com uma grande variedade de ma-
teriais, em sua maioria encontrados na própria natureza. Esses materiais podem
ser submetidos a transformações físicas e/ou químicas provocadas ou de ordem
natural.
Quando um material sofre uma transformação que altera seus componentes,
diz-se que ele passou por uma transformação química, sendo essa transformação
uma reação química.
Para saber quando está ocorrendo uma transformação química, inicialmente
observa-se se aconteceram alterações no sistema, como mudança de cor, libera-
ção de gás ou efervescência, formação de um sólido — mais comumente chamada
de precipitação —, aparecimento de chama ou luminosidade ou, ainda, alteração
de temperatura.
No entanto, nem sempre podemos afirmar que ocorreu uma reação química
baseando-nos apenas nas alterações ocorridas no sistema. Um exemplo é o da
mistura de água e álcool, que leva a um aquecimento, porém não se trata de uma
reação química, e sim de outro fenômeno, o de dissolução exotérmica. Outro exem-
plo é o das transformações químicas em que nada é observado, sendo, às vezes,
necessário dispor de técnicas de laboratório mais avançadas para identificá-las.
Uma breve introdução, com a apresentação dos termos gerais das transfor-
mações químicas, ou seja, das reações químicas, será nosso foco de estudo neste
capítulo.
Dmitriy | Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 308 11/02/2023 10:34


Introdução a
reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 309 11/02/2023 10:34


BNCC
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT101

pressmaster | Depositphotos
EM13CNT201
EM13CNT205
EM13CNT301

Podemos prever e descrever as interações entre os diferentes materiais através do conhecimento das proprie-
dades das substâncias.

Objetivos A definição de reação química


pedagógicos Reação química é um fenômeno em que uma, duas ou mais
substâncias reagem entre si, dando origem a outras substâncias
ƒ Compreender como se dá e as leis diferentes.
Um exemplo genérico pode ser representado pelo esquema:
que regem uma reação química.
ƒ Entender os conceitos de reagente e A+B→C+D

produto. Um exemplo prático é ilustrado abaixo:


ƒ Identificar reagente e produto em uma
reação química. Zinco HCl

Início
Anotações Final

Nessa ilustração, a placa de zinco está sendo consumida,


ou seja, está reagindo imersa na solução de HCl , formando bo-
lhas, ocasionadas pela liberação de gás. Essa experiência pode
ser representada quimicamente pelo esquema abaixo:

Zn(s) + 2 HCl(aq) → ZnCl2(aq) + H2(g)

Podemos dizer que uma reação química é a transforma-


ção da estrutura da substância. Nas reações, por exemplo, duas
Livro 1 | Parte 3

moléculas podem se juntar formando uma maior; uma molécula


pode se quebrar produzindo duas moléculas menores; ou, ainda,
duas moléculas podem trocar de átomos, produzindo duas molé-
culas novas. Assim, pode-se dizer que, em uma reação química,
ligações químicas são formadas e/ou quebradas.
192 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 192 18/01/2023 11:25:45

EM

310 Capítulo 29 – Introdução a reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 310 11/02/2023 10:34


Em outras palavras, pode-se dizer que, numa reação quími-
ca, acontece apenas o rearranjo das ligações entre elementos,

chokniti | StockAdobe
conservando os elementos iniciais e, portanto, conservando tam-
bém a massa.

O conceito de reagente
Em uma reação química, os compostos químicos colocados
inicialmente para reagir são chamados de reagentes. Esses rea-
gentes sofrem transformação para se tornarem outros compostos
químicos, com conservação dos elementos químicos iniciais. Ob-
serve a reação genérica ilustrada a seguir.

A+B→C+D

A e B são os reagentes, ou seja, substâncias que reagem.


Um reagente é a substância (elemento, ou composto) que é con-
sumida no decorrer de uma reação química.
Atenção! Os solventes e os catalisadores, apesar de es-
tarem envolvidos em uma reação, não são classificados como
reagentes. Os solventes são substâncias utilizadas para diluir os
compostos, e os catalisadores são substâncias utilizadas apenas Os produtos são as substâncias que resultam
para que a reação aconteça mais rapidamente. da transformação dos reagentes.

O conceito de produto Tome Nota


Os produtos são as substâncias formadas no decorrer de
uma reação química, obtidos a partir da combinação dos rea-
gentes.
Na reação genérica ilustrada inicialmente:

A+B→C+D

C e D são os produtos, ou seja, substâncias produzidas


após a reação.

Leis ponderais
:25:45 Para compreender melhor e conseguir explicar as reações
químicas entre os elementos, vários estudos experimentais foram
Livro 1 | Parte 3

feitos, sendo estes baseados nas massas dos componentes que


participam de uma reação, ou seja, reagentes (substâncias que
estimulam a reação) e produtos (substâncias que são originadas).
Esses estudos são datados do século XVIII e permitiram
grandes avanços para a Química.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 193

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 193 18/01/2023 11:25:46

Introdução a reações químicas – Capítulo 29 311

EM_ME_Quimica_1A.indb 311 11/02/2023 10:34


As leis ponderais estabelecem relação entre as massas das
substâncias envolvidas numa reação química.
A Lei da Conservação das Massas, ou Lei de Lavoisier,
foi enunciada em 1774, por Antoine Laurent Lavoisier, químico bri-
lhante que ficou conhecido por estabelecer a química como ciên-
cia. Essa lei indica que a soma das massas de todos os reagentes
deve ser sempre igual à soma das massas de todos os produtos.
Ela é bastante conhecida por causa da frase “Nada se cria, nada
Georgios Kollidas | StockAdobe

se perde, tudo se transforma”. Nesse exemplo, percebemos que se


reagirmos dois gramas de hidrogênio com dezesseis gramas de
oxigênio será formado dezoito gramas de água, ou seja, somando
as massas dos reagentes, 2 g + 16 g, iremos obter 18 g de pro-
duto. Os experimentos eram feitos em sistemas isolados, para que
não pudesse haver interação com o meio.
A Lei das Proporções Constantes, ou Lei de Proust, foi
proposta pelo químico e farmacêutico Joseph Louis Proust, por
Antoine Laurent Lavoisier.
volta de 1800. Diz que os produtos de uma reação têm uma re-
lação proporcional de massa com os reagentes, por exemplo: se
12 gramas de carbono reagem com 36 gramas de oxigênio para
formar 48 gramas de dióxido de carbono, 6 gramas de carbono
reagem com 18 gramas de oxigênio para formar 24 gramas de
dióxido de carbono.

C + O2 → CO2
12 g 36 g 48 g
6g 18 g 24 g

A Lei das Proporções Múltiplas, ou Lei de Dalton, foi


formulada por John Dalton, químico que criou o primeiro modelo
atômico. Segundo essa lei, quando dois elementos químicos for-
mam vários compostos, fixando-se a massa de um dos elementos,
a massa do outro varia em uma proporção de números inteiros
e pequenos. Vamos exemplificar usando os óxidos de nitrogênio.

Nitrogênio + Oxigênio → Óxidos de nitrogênio Proporção


14 g 8g 22 g de N2O 8/16 = 1/2 1:2 1 O para 2 N
14 g 16 g 30 g NO 16/16 = 1 1:1 1 O para 1 N
14 g 24 g 38 g N2O3 24/16 = 3/2 3:2 3 O para 3 N
14 g 32 g 46 g NO2 32/16 = 2 2:1 2 O para 1 N
Livro 1 | Parte 3

194 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 194 18/01/2023 11:25:46 EM

312 Capítulo 29 – Introdução a reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 312 11/02/2023 10:34


Agora é sua vez!

1. Dada a seguinte reação de combustão do 4. Acerca de uma reação química, considere as


etanol: seguintes afirmações.
C2H6O + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O I. A massa se conserva.
De acordo com a estequiometria da reação, II. As moléculas se conservam.
10 g de etanol reagem com 21 g de oxi- III. Os átomos se conservam.
gênio, produzindo 19 g de gás carbônico e São corretas as afirmativas.
12 g de água. Pode-se afirmar que o texto
acima está de acordo com a lei de: a) I e II apenas.
a) Dalton. b) II e III apenas.
b) Boyle. c) I e III apenas.
d) I apenas.

d) Reagentes: C2H6O + 3 O2, produtos: 2 CO2 + 3 H2O


c) Proust.

b) Reagentes: HC l + NaOH, produtos: NaC l + H2O


d) Charles. e) III apenas.
e) Lavoisier. 4. Alternativa "c".

a) Reagentes: Fe + HCl , produtos: FeCl 2 + H2


5. (FCMSC) A frase “Na natureza, nada se
1. Alternativa "e".
perde, nada se cria, tudo se transforma” se

c) Reagentes: 2 H2 + O2, produto: H2O


2. Em 1789, o estudioso francês Lavoisier enun-
relaciona com as ideias de:
ciou a Lei da Conservação das Massas. A res-
peito dessa lei, é correto afirmar que: a) Dalton.
a) o número de reagentes é sempre igual ao b) Proust.
número de produtos. c) Boyle.
b) a soma das massas dos reagentes é igual à d) Lavoisier.
soma das massas dos produtos. e) Gay-Lussac.
c) a massa total dos reagentes e produtos 5. Alternativa "d".
obedecem sempre a mesma proporção. 6. Nas reações químicas abaixo, indique os
d) a massa total dos reagentes é sempre maior produtos e reagentes da reação:
6.
que a dos produtos. a) Fe + HC l → FeC l 2 + H2
2. Alternativa "b". b) HC l + NaOH → NaC l + H2O
3. (Fuvest) Quando 96 g de ozônio (O ) se c) 2H2 + O2 → 2H2O
3
transformam completamente, a massa de d) C2H6O + 3O2 → 2CO2 + 3H2O
oxigênio comum produzida é igual a:
Dmitry Kovalchuk | Stock.adobe

7. (UFPI) A reação química na qual um dos


reagentes é um óxido básico é:
a) SO3 + H2O → H2SO4.
b) Na2O + 2 HCl → 2 NaCl + H2O.
c) 2 NaOH + SO3 → Na2SO4 + H2O.
a) 32 g. d) ZnO + 2 NaOH → Na2ZnO2 + H2O.
Livro 1 | Parte 3

b) 48 g. e) 2 CO + O2 → 2 CO2.
c) 64 g. 7. Alternativa "b".
d) 80 g.
e) 96 g.
3. Alternativa "e".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 195

5:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 195 18/01/2023 11:25:46

Introdução a reações químicas – Capítulo 29 313

EM_ME_Quimica_1A.indb 313 11/02/2023 10:34


De olho no vestibular/Enem

1. (UCS) A transformação representada pelo es- b) Na2CO3 é um sal insolúvel em água.


quema abaixo evidencia: c) H2CO3 é um precipitado.
O d) NaC l é insolúvel em água.
H H H H
e) H2CO3 se decompõe em H2O e CO2.
+ O O
O 4. Alternativa "e".
H H H H
5. Nas transformações indicadas abaixo, e que
a) uma mistura homogênea. não estão equacionadas, em quais etapas o
ferro sofreu oxidação?
b) uma mistura heterogênea.
I II III IV
c) uma reação química.
Fe → FeS → FeSO4 → Fe2(SO4)3 → Fe2O3
d) um fenômeno físico.
a) I e II.
e) um processo de síntese.
b) II e III.
1. Alternativa "c".
2. “Na reação de sódio metálico com água, ocor- c) I e IV.
re e forma-se ." d) II e IV.
A alternativa que preenche corretamente a e) I e III.
frase é: 5. Alternativa "e".
a) liberação de oxigênio, hidróxido de sódio. 6. Desde que a Terra se formou, a todo instante
b) fusão do sódio, óxido de sódio. as substâncias nela presentes estão se transfor-
mando. Durante o dia, as plantas transformam
c) eletrólise, hidreto de sódio.
a água e o gás carbônico em glicose e oxigê-
d) hidrólise, íons hidrônio. nio, por meio da fotossíntese. Pela respiração,
e) liberação de hidrogênio, hidróxido de sódio. os seres vivos, em geral, convertem a glicose
2. Alternativa "e". em gás carbônico e água. Para a Química,
3. Ao se misturar solução de ácido sulfúrico com essas transformações são denominadas de:
bicarbonato de sódio em pó, obtém-se uma a) fenômenos físicos.
substância gasosa que geralmente é empre- b) fórmulas.
gada como: c) equações.
a) combustível. d) reações químicas.
b) agente de limpeza. e) propriedade.
c) fertilizante. 6. Alternativa "d".
d) extintor de chamas. 7. Das afirmações sobre reações químicas, in-
e) anestésico. dique a correta.
3. Alternativa "d". a) As substâncias que participam da reação
4. Dada a equação iônica: são chamadas de moléculas.
b) Os produtos são substâncias resultantes
H+(aq) + CO32-(aq) e H1+(aq) + Cl-(aq) →
da reação química.
Livro 1 | Parte 3

→ efervescência + íons.
c) Os reagentes são substâncias que estão
Concluímos que: no final da reação.
a) a efervescência é devida à formação de d) Os produtos são átomos reunidos.
NaC l. 7. Alternativa "b".

196 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 196 18/01/2023 11:25:46 EM

314 Capítulo 29 – Introdução a reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 314 11/02/2023 10:34


8. A equação a seguir se refere à transforma- 11. (Enem) O enunciado abaixo servirá para
ção de ozônio em oxigênio comum. esta e para a próxima questão.
2O3 → 3O2. Produtos de limpeza, indevidamente guarda-
Os números 2 e 3 que aparecem no lado dos ou manipulados, estão entre as princi-
esquerdo da equação representam, respec- pais causas de acidentes domésticos. Leia o
tivamente: relato de uma pessoa que perdeu o olfato
a) coeficiente estequiométrico e número de por ter misturado água sanitária, amoníaco
átomos da molécula. e sabão em pó para limpar um banheiro:
b) coeficiente estequiométrico e número de “A mistura ferveu, e começou a sair uma fu-
moléculas. maça asfixiante. Não conseguia respirar e
c) número de moléculas e coeficiente este- meus olhos, nariz e garganta começaram a
quiométrico. arder de maneira insuportável. Saí correndo
d) número de átomos da molécula e coefi- à procura de uma janela aberta para poder
ciente estequiométrico. voltar a respirar”.
e) número de átomos da molécula e número
de moléculas.

Budimir Jevtic | Stock.adobe


8. Alternativa "a".
9. (Mackenzie) Observando a equação:
2 A l(s) + 6 HC l (aq) → 2 A lC l 3 (aq) +
3 H2 (g), podemos concluir que:
a) o ácido clorídrico não pode ser guarda-
do em recipiente de alumínio.
b) nessa reação, há formação de duas subs-
tâncias sólidas.
c) o balanceamento da equação está incorreto.
d) o alumínio, no A lC l 3, tem número de
oxidação igual a zero.
e) ela representa uma reação de dupla-troca.
9. Alternativa "a".
10. Entre os procedimentos recomendados para
reduzir acidentes com produtos de limpeza,
aquele que deixou de ser cumprido, na situ-
ação discutida na questão anterior, foi:
a) não armazenar produtos em embalagens de O trecho destacado poderia ser reescrito,
natureza e finalidade diferentes das originais. em linguagem científica, da seguinte forma:
b) ler atentamente os rótulos e evitar fazer mis-
a) As substâncias químicas presentes nos
turas cujos resultados sejam desconhecidos.
produtos de limpeza evaporaram.
c) não armazenar produtos de limpeza e
substâncias químicas em locais próximos a b) Com a mistura química, houve produção
alimentos. de uma solução aquosa asfixiante.
d) verificar, nos rótulos das embalagens ori- c) As substâncias sofreram transformações
ginais, todas as instruções para os primeiros pelo contato com o oxigênio do ar.
Livro 1 | Parte 3

socorros. d) Com a mistura, houve transformação quí-


e) manter os produtos de limpeza em locais mica que produziu rapidamente gases tóxicos.
absolutamente seguros, fora do alcance das e) Com a mistura, houve transformação quími-
crianças. ca, evidenciada pela dissolução de um sólido.
10. Alternativa "b". 11. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 197

5:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 197 18/01/2023 11:25:47

Introdução a reações químicas – Capítulo 29 315

EM_ME_Quimica_1A.indb 315 11/02/2023 10:34


CAPÍTULO 30
Vimos no capítulo anterior que, nas reações químicas, uma ou mais subs-
tâncias, chamadas reagentes, transformam-se em outras substâncias, chamadas
produtos, o que promove mudança na estrutura da matéria.
Nas reações químicas, pelo menos uma ligação química é criada ou desfeita.
Para os compostos inorgânicos, existem quatro tipos específicos de reação. São
elas: síntese, ou adição; decomposição, ou análise; simples troca, ou deslo-
camento; e dupla-troca. Saber como funciona cada um dos tipos de reação
inorgânica será o nosso foco neste capítulo.
alena_zamotaeva | depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 316 11/02/2023 10:34


Tipos de reação
química

EM_ME_Quimica_1A.indb 317 11/02/2023 10:34


BNCC
Atenção! A maioria Reação de síntese, ou de adição
Habilidades trabalhadas no das reações com o oxigê- Como o próprio nome sugere, são reações em que dois
capítulo nio (O2) é uma reação de ou mais reagentes unem-se dando origem a um único produto.
queima, também chamada Alguns exemplos são esquematizados abaixo:
EM13CNT101 de reação de combustão.
O oxigênio gasoso é indis-
EM13CNT201 pensável à combustão, por
C( s) + O2 (g) → CO2 (g) ↑
N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)
EM13CNT205 isso também é chamado de
comburente.
EM13CNT301 Reação de análise, ou de decom-
posição
Tome Nota
A reação de análise corresponde à reação em que um
Objetivos único reagente dá origem a dois ou mais produtos, podendo ser
imaginadas como a reação contrária à de síntese.
pedagógicos Um exemplo genérico é esquematizado abaixo:

xX → aA + bB + ...
ƒ Compreender o que é e como se dá
uma reação de síntese. Algumas reações de decomposição podem ser provocadas
ƒ Entender a definição e a ocorrência por um fator externo e, por isso, recebem nomes particulares,
como pirólise, eletrólise e fotólise.
de uma reação de análise.
ƒ Compreender o significado e como A pirólise é a decomposição provocada pelo calor. Um
acontece uma reação de simples troca. exemplo é a decomposição do carbonato de cálcio (CaCO3).

ƒ Identificar as reações naturais pelas CaCO3 (s) CaO(s) CO2 (g)


quais passa o peróxido de hidrogênio Usamos o símbolo ∆ junto à seta da reação para indicar a
absorção de energia sob a forma de calor.
(água oxigenada).
ƒ Compreender o que é e como ocorre
uma reação de dupla-troca. A eletrólise é a decomposição provocada pela passagem
de corrente elétrica. Um exemplo é a decomposição do cloreto
de sódio, esquematizada a seguir.

Anotações 2 NaCl(l) → 2 Na(s) + Cl 2 (g) ↑

A fotólise é a decomposição provocada pela luz. Um exem-


plo é a decomposição do peróxido de hidrogênio em água e gás
oxigênio. Neste caso, a representação utilizada é λ .

2 H2O2 (l) λ


→ 2 H2O(l) + O2 (g) ↑
Livro 1 | Parte 3

200 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 200 18/01/2023 11:25:48 EM_

318 Capítulo 30 – Tipos de reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 318 11/02/2023 10:34


Reação de simples troca, ou de Tome Nota
deslocamento
Uma reação de simples troca corresponde a uma reação
em que há sempre dois reagentes, porém um é uma substância Leitura
simples, e o outro, uma substância composta.
Observe, nos exemplos abaixo, o que acontece: complementar
Nesta reação, o zinco deslocou o cobre. Combustíveis renováveis por
meio da pirólise
CuSO4 (aq) + Zn ( s) → ZnSO4 (aq) + Cu ( s) ↓
Nessa era em que o temor de que
Neste exemplo, o F2 deslocou o Cl2.
as reservas de petróleo se esgotem e que
a busca por novos combustíveis renová-
CaC 2 (aq) + F2 (g) → CaF2 (aq) + C 2 (g) ↑ veis se intensifique cada vez mais, esse
tipo de reação tem se tornado um aliado,
pois é um método muito eficiente para
Você deve estar se perguntando: e como saber qual subs-
tância tem capacidade de deslocar a outra de seu lugar? Como a decomposição de material orgânico
definir quem desloca ou não desloca? (biomassa), quando está em um meio de
A condição para que ocorra uma reação de simples troca
por metais ou por não metais é que seja obedecida a fila de re-
quase ou total ausência de oxigênio. Por
atividade deles, em que, segundo esta escala, os mais reativos exemplo, por meio dessa decomposição
deslocam os menos reativos. térmica da biomassa, um produto obtido
é o bio-óleo, ou alcatrão pirolítico, que
pode ser usado no lugar do petróleo e
do carvão mineral. O bio-óleo apresen-
Escala de reatividade
ta coloração marrom e sua constituição
Metais
Li > K > Rb > Cs > Ba > Sr > Ca > Na > Mg > Al > Mn > Zn > Fe > Co > Ni > Pb > H > Cu > Ag > Pd > Pt > Au
é aproximada à da biomassa que o ori-
ginou. É uma mistura complexa de com-
Ametais
F > O > Cl > Br > I > S > C postos orgânicos que, embora tenha na-
tureza química diferente da do petróleo,
pode ser considerada como petróleo de
origem vegetal. Além disso, o bio-óleo
produz menor quantidade de cinzas, não
Livro 1 | Parte 3

contém metais pesados como chumbo,


mercúrio e também não libera enxofre.
Outro subproduto importante da
pirólise da madeira é o carvão vegetal,
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 201
que é um recurso energético, barato e
renovável, usado em várias indústrias.
:25:48 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 201 18/01/2023 11:25:48 Além disso, o lixo urbano também pode
ser submetido à pirólise e, assim, conse-
Anotações guem-se vários subprodutos dele como o
alcatrão, o óleo e o sulfato de amônia
(que também poderão ser usados como
matérias-primas e fontes de energia),
além de diminuir o lixo presente em ater-
ros sanitários.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimi-


ca/combustiveis-renovaveis-por-meio-pirolise.htm.
Acesso em: 29/05/2022. Adaptado.

Tipos de reações químicas – Capítulo 30 319

EM_ME_Quimica_1A.indb 319 11/02/2023 10:34


Leitura
complementar Peróxido de hidrogênio, um composto que naturalmente
Por que a água oxigenada sofre reação de decomposição
borbulha ao entrar em O composto peróxido de hidrogênio é co-
contato com as feridas? nhecido popularmente como água oxigenada,

Chris Lenfert | Shutterstock


solução aquosa cuja fórmula é H2O2(aq) e se
classifica conforme a concentração.
A água oxigenada que compramos Nos rótulos dos recipientes, comercializa-
dos geralmente em farmácias, aparece a indica-
na farmácia vem bastante diluída em água ção do tipo — 10 volumes, 20 volumes, etc. —,
destilada. A classificação da concentra- em que, quanto maior o volume, mais concen-
trada será a solução. Quando a concentração
ção é feita em “volumes” (a mais fraca, de de peróxido de hidrogênio é muito alta (100
uso caseiro, é 10 volumes e, a mais forte, volumes), a solução apresenta aspecto viscoso.
de uso em hospitais, tem 20 volumes). Vo- Nesse caso, é usada em laboratório e indústrias.
Se a concentração for de 10 volumes, é usada
lume quer dizer que a água oxigenada é como agente bactericida dos ferimentos exter-
10 ou 20 vezes o seu volume em oxigênio. nos e em gargarejos, porque possui ação antis-
séptica. Também é utilizada como alvejante de
Pura, sem diluição, a água oxigenada é tecidos e como descolorante de pelos e cabelos.
uma substância perigosa, que pode cau- A água oxigenada é utilizada em diversas
aplicações.
sar sérias lesões na pele, pois esse átomo Como conservante em indústrias alimen-
de oxigênio adicional torna a água oxi- tícias.
genada muito instável. Ou seja, ao expor Como bactericida e fungicida de semen-
tes na agricultura.
a substância ao ar, ela perde facilmente Para restaurar pinturas a óleo, na recuperação de cores brancas escurecidas pela ação
aquele oxigênio adicional. Por causa dis- de alguns poluentes atmosféricos.
Na decomposição do peróxido de hidrogênio, há a formação de átomos de oxigênio al-
so, os frascos devem ser mantidos sempre tamente reativos. Veja a equação:
muito bem fechados.
O nosso sangue e o plasma pre- H2O2(aq) → H2O(l) +
Ω O (g)
2

sentes em feridas expostas contêm subs- A luz é um dos fatores respon-


tâncias (como enzimas) que reagem sáveis pela decomposição (fotólise)

kampee_p | Shutterstock
da água oxigenada; por isso, essa
quimicamente com a água oxigenada e solução deve ser comercializada em
provocam a liberação mais rápida do frascos escuros ou em plásticos opa-
cos, para não ocorrer a liberação
átomo de oxigênio que estava “sobran- de gás oxigênio.
do”. A liberação desse oxigênio faz o lí-
quido borbulhar e, no final, só fica mesmo
Livro 1 | Parte 3

a água.
Mas por que a água oxigenada é Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimica/peroxido-de-hidrogenio.htm. Aces-
usada nas feridas? Bem, ela é usada prin- so em: 20/10/2020. Adaptado.

cipalmente para assepsia de ferimento,


pois o processo de desprendimento do 202 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
oxigênio instável da solução acaba ma-
tando grande parte das bactérias anae-
róbicas (aquelas que precisam de ambien- EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 202 18/01/2023 11:25:48 EM_

tes anóxidos, sem oxigênio). Com tanto Anotações


oxigênio, elas acabam não resistindo.

Disponível em: http://diariodebiologia.com/2010/11/


por-que-a-agua-oxigenada-borbulha-em-contato-
-com-as-feridas/#.VOdYWvnF-T8. Acesso em:
29/05/2022. Adaptado.

320 Capítulo 30 – Tipos de reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 320 11/02/2023 10:34


Reação de dupla troca, ou de du-
plo deslocamento Tome Nota

Neste tipo de reação, há dois reagentes e dois produtos, e


todas as substâncias são compostas. Como o nome sugere, nas Leitura
reações de dupla troca, os átomos dos reagentes são permuta-
dos entre si, ou seja, há um duplo deslocamento entre átomos de complementar
cada reagente, o que gera novas substâncias compostas, como
esquematizado a seguir. Reações químicas do nosso
corpo
AB + CD → AD + CB

Para que ocorra, é necessário que AD ou CB, em relação O crescimento de unhas e cabelos,
a AB e CD, sejam: desenvolvimento ósseo, cicatrização de
menos solúveis;
ferimentos, reconstrução celular, enfim,
eletrólitos mais fracos; ou tudo que diz respeito à construção em
mais voláteis. nosso corpo depende das reações quí-
Portanto, para saber se uma reação de dupla troca acon- micas que absorvem energia. Já na hora
tece ou não, é fundamental conhecer a solubilidade, a força dos de suprir nosso corpo com alimentos, con-
reagentes e a volatilidade dos possíveis produtos.
As equações a seguir são exemplos de reações de dupla tamos com reações onde ocorre a libe-
troca. ração de energia, essa reação permite
NaCl(aq) + AgNO3 (aq) → NaNO3 (aq) + AgCl(s) ↓ manter nosso corpo aquecido. Como se
2 HCl(aq) + Mg(OH)2 (aq) → MgCl 2 (s) ↓ + 2 H2O(l) vê, dependemos da química até para so-
brevivermos, ela mantém nosso corpo em
funcionamento, faz parte de nosso me-
tabolismo. Podemos definir metabolismo
como sendo as transformações de maté-
ria e energia presentes em seres vivos. E
é graças ao metabolismo que as células
alessandrozocc | Depositphotos

crescem e se reproduzem. Existem outros


Laurence Gough | Shutterstock

tipos de energia como a elétrica, a mecâ-


nica ou a térmica, mas o metabolismo só
utiliza a energia química.
Livro 1 | Parte 3

Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/


A dissolução de um comprimido efervescente em água e o desgaste de uma estátua pela chuva ácida
são exemplos de reação de dupla-troca. quimica/a-quimica-corpo.htm. Acesso em:
29/05/2022. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 203


Anotações

:25:48 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 203 18/01/2023 11:25:48

Tipos de reações químicas – Capítulo 30 321

EM_ME_Quimica_1A.indb 321 11/02/2023 10:34


Agora é sua vez!

1. Considere as equações: 4. A reação Fe + S → FeS é um exemplo de:


I. Zn + 2 HC l → ZnC l 2 + H2 a) reação de simples troca.
II. P2O5 + 3 H2O → 2 H3PO4 b) reação de síntese.
III. AgNO3 + NaC l → AgC l + NaNO3 c) reação de dupla troca.
IV. CaO + CO2 → CaCO3 d) reação de análise.
V. 2 H2O → 2 H2 + O2 4. Alternativa "b".
5. Observe as reações abaixo:
É considerada uma reação de decomposi-
ção: I. P2O5 + 3 H2O → 2 H3PO4
a) I. II. 2 KClO3 → 2 KCl + 3 O2
b) II. III. 3 CuSO4 + 2 Ag → Ag2(SO4)3 + 3 Cu
c) III. As equações I, II e III representam, respecti-
vamente, reações de:
d) IV.
a) síntese, análise e simples troca.
e) V.
b) análise, síntese e simples troca.
1. Alternativa "e".
c) simples troca, análise e análise.
2. (UFPA) Observe as reações I e II abaixo:
d) síntese, simples troca e dupla troca.
I. NH3 + HC l → NH4C l
e) dupla troca, simples troca e dupla troca.
II. 2 H2O 
AQUECIMENTO
→ 2 Hg + O2
5. Alternativa "a".
Podemos afirmar que I e II são, respectiva- 6. Dadas as reações químicas, associe-as cor-
mente, reações de: retamente com as afirmativas.
a) síntese e análise. I. NH3(g) + HC l (g) → NH4C l (l)
b) simples troca e síntese. II. 2H2O2 → 2H2O(l) + O2(g)
c) dupla troca e análise. III. NaOH(aq) + HCl(aq) → NaCl(aq) + H2O
d) análise e síntese. IV. Zn(s) + H2SO4(aq) → ZnSO4(aq) + H2(g)
e) dupla troca e simples troca. V. CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2(aq)
2. Alternativa "a". ( ) Reação de simples troca.
3. Quando o filme fotográfico é exposto à luz, ( ) Reação de síntese, tendo como pro-
ocorre a reação: duto um sal.
2 AgBr→ λ 2 Ag + Br2 ( ) Reação de síntese, tendo como pro-
Essa reação pode ser classificada como: duto uma base.
a) pirólise. ( ) Reação de análise.
b) eletrólise. ( ) Reação de dupla troca.
c) fotólise. A sequência correta encontrada de cima
para baixo nos parênteses é:
d) síntese.
a) IV, I, V, II, III.
e) simples troca.
b) I, V, II, IV, III.
Livro 1 | Parte 3

3. Alternativa "c".
c) IV, I, V, III, IV.
d) III, II, V, I, IV.
e) IV, V, I, III, IV.
6. Alternativa "a".
204 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 204 18/01/2023 11:25:48 EM

322 Capítulo 30 – Tipos de reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 322 11/02/2023 10:34


7. Fazendo-se a classificação das reações 10. A combustão do gás metano (CH ) é repre-
4
abaixo: sentada pela equação química:
I. CuSO4 + 2 NaOH → Cu(OH)2 + Na2SO4 CH4 + 2 O2 → CO2 + 2 H2O + calor.
II. Cu(OH)2 → CuO + H2O
III. Zn + 2 AgNBaCO3 → 2 Ag + Zn(NBaCO3)2 Podemos afirmar, sobre essa reação, que:
IV. NH3 + HC l → NH4C l a) é uma reação de síntese, ou adição.
A ordem correta é: b) pode ser classificada como reação de
a) decomposição, simples troca, dupla troca, dupla troca.
adição. c) é uma fotólise.
b) dupla-troca, adição, simples troca, análise. d) é reação de oxirredução.
c) dupla-troca, análise, deslocamento, síntese. e) ocorre na ausência do oxigênio.
d) deslocamento, análise, dupla troca, adição. 10. Alternativa "d".
e) dupla troca, decomposição, síntese, sim- 11. O hidrogenocarbonato de sódio (NaHCO3)
ples troca. é utilizado em fármacos denominados antiá-
7. Alternativa "c". cidos, que ajudam a diminuir a acidez esto-
8. Dadas as seguintes equações: macal causada pelo excesso de ácido clorí-
drico (HC l ). Qual das alternativas a seguir
I. 2 AgBr → 2 Ag + Br2 indica corretamente a reação que ocorre
II. 2 NaBr + F2 → 2 NaF + Br2 entre esses dois compostos?
a) NaHCO3 + HC l → NaC l + CO2 + H2O
As equações I e II representam, respectiva- b) NaHCO3 + HC l → NaH2CO3 + C l 2
mente, reações de: c) NaHCO3 + HC l → NaH2CC lO3
a) adição e dupla troca. d) NaHCO3 + HC l → NaC l + H2CO3
b) análise e simples troca. e) NaHCO3 + HC l → NaCC lO2 + H2O
c) simples troca e dupla troca. 11. Alternativa "a".
d) dupla-troca e análise. 12. (UFRJ) A reação que representa a formação
e) análise e adição. do cromato de chumbo II, que é um pigmen-
8. Alternativa "b". to amarelo usado em tintas, é representada
9. Há reações químicas que só se processam pela equação:
sob ação da luz, como as reações da fotos- Pb(CH3COO)2 + Na2CrO4 → PbCrO4 +
síntese e a decomposição natural da água
oxigenada. Esse tipo de reação tem o nome 2 NaCH3COO
especial de: Que é uma reação de:
a) pirólise. a) oxirredução
b) fotólise. b) dupla troca
c) hidrólise. c) síntese
d) eletrólise. d) deslocamento
e) radioatividade. e) decomposição
Livro 1 | Parte 3

9. Alternativa "b". 12. Alternativa: "b".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 205

5:48 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 205 18/01/2023 11:25:48

Tipos de reações químicas – Capítulo 30 323

EM_ME_Quimica_1A.indb 323 11/02/2023 10:34


De olho no vestibular/Enem

1. (UFPA) O sódio é um metal mole, de cor 3. (Cesgranrio) Em relação às equações quími-


prateada, que reage violentamente com a cas a seguir, assinale a opção correta.
água. Veja a equação dessa reação: I. 2 KClO3 → 2 KCl + 3 O2
2 Na(s) + 2 H2O(l) → 2 NaOH(aq) + H2(g) II. Mg(OH)2 + H2SO4 → MgSO4 + 2 H2O
Essa reação química é identificada como: III. Ca + ZnC l 2 → CaC l 2 + Zn
a) adição.
b) dupla troca. a) I representa uma reação de análise do
clorato de potássio (KC lO3).
c) análise.
b) I representa uma reação de decomposi-
d) simples troca. ção do cloreto de potássio (KC l ).
e) neutralização. c) II representa uma reação de hidrólise de
1. Alternativa "d". um sal (MgSO4).
2. (UFPE) Um jornalista publica uma matéria d) II representa uma reação de dupla troca,
afirmando que foi descoberta uma enorme ou formação.
jazida de sódio metálico no sertão do Cea- e) III representa, simultaneamente, uma rea-
rá, num depósito formado pela evaporação ção de deslocamento, ou dupla troca.
de um mar interior, existente na região há
3. Alternativa "a".
milhões de anos. Em sua opinião:
4 (FEI) As equações químicas:
a) a notícia é falsa, porque o sódio metáli-
co é muito reativo e só ocorre na natureza 1. Zn + 2 HC l → ZnC l 2 + H2
como óxido. 2. P2O5 + 3 H2O → 2 H3PO4
b) a notícia é verdadeira, porque mares 3. AgNO3 + NaC l → AgC l + NaNO3
possuem grande quantidade de cloreto de 4. CaO + CO2 → CaCO3
sódio dissolvido, o qual, depois de seco e 5. N2O4 → 2 NO2
submetido às grandes pressões subterrâne-
as, decompõe-se em sódio metálico e cloro
gasoso, que escapa para a atmosfera pelas Representam, respectivamente, reações de:
rachaduras das rochas. a) dupla troca, adição, análise, deslocamen-
c) a notícia é verdadeira, porque, embora to e decomposição.
o sódio seja muito reativo, o sertão é muito b) dupla troca, adição, análise, simples troca
seco, preservando-o. e decomposição.
d) a notícia é falsa, porque a região é muito c) simples troca, dupla troca, síntese, análise
quente para a existência de sódio em sua e deslocamento.
forma metálica. d) deslocamento, síntese, dupla troca, adi-
e) a notícia é falsa, porque o sódio é extre- ção e análise.
mamente eletropositivo e reativo. e) síntese, dupla troca, simples troca, análise
2. Alternativa "e". e adição.
Livro 1 | Parte 3

4. Alternativa "d".

206 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 206 18/01/2023 11:25:48 EM

324 Capítulo 30 – Tipos de reações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 324 11/02/2023 10:34


5. (Mackenzie) A sequência que representa, a) reações de síntese.
respectivamente, reações de síntese, análise, b) reações de análise.
deslocamento e dupla-troca é: c) reações de dupla-troca.
d) reações de deslocamento.
I. Zn + Pb(NO3)2 → Zn(NO3)2 + Pb e) reações de oxirredução.
II. FeS + 2 HC l → FeC l + H2. 6. Alternativa "c".
III. 2 NaNO3 → 2 NaNO2 + O2. 7. (Fesp–PE) Antes de um funileiro soldar pe-
IV. N2 + 3 H2 → 2 NH3. ças de zinco galvanizadas, ele as limpa
com uma solução de ácido muriático (ácido
clorídrico). Assinale a equação que melhor
a) I, II, III e IV.
representa a reação que ocorre, bem como
b) III, IV, I e II. sua classificação.
c) IV, III, I e II. a) Zn + 2 HC l → ZnC l 2 + H2; reação de
d) I, III, II e IV. dupla troca.
e) II, I, IV e III. b) ZnO + 2 HC l → ZnC l 2 + H2O; reação
5. Alternativa "c". de decomposição.
6. Em determinadas situações, como o nervosis- c) ZnO + 2 HC l → ZnC l 2 + H2O; reação
mo ou a alimentação inadequada, o ácido de dupla troca.
clorídrico (HC l ) é produzido em grandes d) Zn + 2 HC l → ZnC l 2 + H2; reação de
quantidades, causando acidez estomacal. decomposição.
Essa acidez pode ser regulada com o uso e) ZnO + 2 HC l → ZnC l 2 + H2O; reação
de antiácido composto de hidróxido de de oxidação.
magnésio [Mg(OH)2] e hidróxido de alumínio
7. Alternativa "c".
[A l (OH)3], duas bases que reduzem a aci-
8. (FMTM) Deficiência de Zn2+ no organismo
dez gástrica em níveis normais. As reações
que ocorrem estão representadas abaixo e de uma criança pode causar problemas de
são classificadas como: crescimento. Esse mal pode ser evitado atra-
vés da ingestão de comprimidos de óxido
HC de zinco, que interagem com o ácido do
HC HC
estômago de acordo com a equação:
HC HC
HC HC  ZnO(s) + 2 H+(aq) → Zn+2(aq) + H2O(l).
HC
HC
HC A reação representada é uma reação de:
HC
HC a) deslocamento.
Estômago b) oxirredução.
c) dupla troca.
Intestino d) síntese.
2 HCl + Mg(OH) 2 → MgCl 2 + 2 H2O
HC
e) análise.
HC HC 8. Alternativa "c". HC
HC HC
HC HC
HC HC
HC HC
HC HC
HC HC
Livro 1 | Parte 3

HC HC
HC HC
HC HC
HC
3 HCl + Al(OH) 2 → AlCl 3 + 3 H2O HC
Estômago
Estômago
Intestino
Intestino
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 207

5:48 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 207 18/01/2023 11:25:49

Tipos de reações químicas – Capítulo 30 325

EM_ME_Quimica_1A.indb 325 11/02/2023 10:34


CAPÍTULO 31
Nos capítulos anteriores, estudamos as reações químicas
e vimos os tipos e as condições para que uma reação química
aconteça.
Para simplificar os processos, o químico cria representa-
ções para os compostos e para tudo que utiliza. Nas reações
químicas, não é diferente. Seria muito desgastante falar sobre
uma reação tendo que descrever todo o processo. Dessa forma,
foram criadas as equações químicas.
As equações químicas e como manter sua proporção serão
o foco do nosso estudo neste capítulo.
kytalpa | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 326 11/02/2023 10:34


Equações
químicas

integração
de saberes
A fotossíntese é o processo a partir do qual as plantas
e alguns outros organismos transformam energia luminosa
em energia química. Essa reação e tantas outras que ocor-
rem na natureza são representadas por equações químicas.
Converse com seu professor de Matemática sobre como as
equações ajudam na compreensão dos cálculos.

EM_ME_Quimica_1A.indb 327 11/02/2023 10:34


BNCC
Tome Nota O que é uma equação química?
Habilidades trabalhadas no
Equação química é a representação gráfica de uma reação
capítulo química. Nela, colocamos os elementos que estão envolvidos na
reação de forma abreviada e sucessiva, demonstrando como ela
EM13CNT101 aconteceu através de símbolos já padronizados.
EM13CNT201 As equações químicas representam a linguagem universal usa-
da pelos químicos, ou seja, é a mesma em qualquer lugar do mundo.
EM13CNT205
São exemplos de equações químicas:

2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(l)

Objetivos Cl2(g)+ CaBr2(aq) → CaCl2(aq) + Br2(g)

pedagógicos Os valores que vêm antes das fórmulas — como o dois


antes do H2 — são chamados de coeficientes estequiométricos
ƒ Compreender a definição de uma e indicam a proporção de moléculas que participam da reação,
equação química e suas aplicações. ressaltando que o coeficiente 1 não é escrito. Observe as rea-
ções acima expostas.
ƒ Reconhecer quando uma equação quí- Os coeficientes mostram a proporção na reação, ou seja, o
mica está ou não balanceada. número total de átomos de cada elemento dos reagentes, que
ƒ Entender o processo de balanceamen- deve ser igual ao número total de átomos nos produtos.
Os símbolos que trazem informações extras nas equações
to na reação de fotossíntese. são listados abaixo, fornecendo dados como:
o estado físico da substância, sendo gás (g), vapor (v),
líquido (l), sólido (s) ou cristal (c);
se estiver dissolvido em água, solução aquosa (aq);
Sugestão de desprendimento de gás ( ↑ );
formação de precipitado ( ↓ );
abordagem necessidade de aquecimento (Δ);
presença de luz (l);
reações reversíveis não utilizam uma seta apenas, mas
O objetivo desta didática é apre- uma dupla seta ( ).

sentar as equações químicas de forma


diferente aos alunos e fazer com que Balanceando as equações
estes entendam a quantidade de cada A estequiometria de uma reação química é muito impor-
tante, pois informa a quantidade de reagentes que deve ser
elemento nas reações. Nossa proposta é adicionada para que determinada quantidade de produto seja
dividir os alunos em 5 grupos, entregar obtida, entre outros dados.
Para a reação em equilíbrio, o balanceamento de equa-
uma folha contendo 3 equações balan- ções químicas deve ser feito sempre que se deseja retirar algu-
Livro 1 | Parte 3

ceadas e 4 cores de massinha de mode- ma informação acerca de uma reação fornecida.


Os coeficientes estequiométricos devem ser sempre os
lar diferentes. A instrução dada é que os menores valores inteiros possíveis.
alunos representassem as equações com Para fazer o balanceamento de reações químicas corre-
a massinha. As equações químicas que tamente, é necessário que ela esteja de acordo com a Lei da

podem ser utilizadas são: 210 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

H2 + Cl2 → 2 HCl
2H2 + O2 → 2H2O EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 210 18/01/2023 11:25:50

N2 + 3H2 → 2NH3
Anotações
Os alunos devem colocar, abaixo
de cada componente das reações acima,
a quantidade de cada átomo com boli-
nhas de massa de modelar.

EM

328 Capítulo 31 – Equações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 328 11/02/2023 10:34


Conservação das Massas. Iremos estudar três modos de igualar Tome Nota
as quantidades de reagentes e produtos: método das tentativas,
método redox e método algébrico.
Segundo o método das tentativas, como o nome já suge-
re, a escolha de números arbitrários de coeficientes estequiomé-
tricos é proposta pelo responsável por balancear a equação.
Assim, apesar de mais simples, pode se tornar a forma mais
trabalhosa de balancear uma equação, além de não existir uma
regra a ser seguida. Você sugere os coeficientes estequiométri-
cos de maneira a manter a mesma quantidade de elementos
químicos nos reagentes e nos produtos.
Como a nomenclatura do método já informa, o balance-
amento se dá através de tentativas, no entanto muitos autores
sugerem uma ordem para o balanceamento que, na maioria dos
casos, facilita o ajuste dos coeficientes, de modo que nos dois
lados da equação o número de átomos de cada elemento seja
igual. A ordem sugerida é efetuar primeiro o balanceamento
dos metais, seguido dos ametais, hidrogênios, oxigênios e, por
último, das substâncias simples.
Uma observação importante é que, quase sempre, quando se
termina de ajustar os hidrogênios, os oxigênios já estão ajustados.
Observe o exemplo. Nele, faremos o balanceamento da
seguinte equação:

Al(OH)3 + H2SO4 → Al2(SO4)3 + H2O

Com base na ordem sugerida, ajustam-se primeiro os me-


tais, que neste caso é o alumínio (Al):

2 Al(OH)3 + H2SO4 → Al2(SO4)3 + H2O

O próximo passo é ajustar os ametais, que neste caso é o


enxofre (S):

2 Al(OH)3 + 3 H2SO4 → Al2(SO4)3 + H2O

Em seguida, ajustam-se os hidrogênios (H):

2 Al(OH)3 + 3 H2SO4 → Al2(SO4)3 + 6 H2O

E por fim, verifica-se se os oxigênios (O) estão acertados:


:25:50

2 Al(OH)3 + 3 H2SO4 → Al2(SO4)3 + 6 H2O


Livro 1 | Parte 3

Caso não estejam ajustados, é importante conferir os pas-


sos anteriores. Se estiverem adequados, deve-se acertar o que
falta aos oxigênios.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 211

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 211 18/01/2023 11:25:50

Equações químicas – Capítulo 31 329

EM_ME_Quimica_1A.indb 329 11/02/2023 10:34


Tome Nota Portanto, a equação inicialmente proposta fica corretamen-
te balanceada, sendo seus coeficientes estequiométricos os se-
guintes:

2 Al(OH)3 + 3 H2SO4 → Al2(SO4)3 + 6 H2O

O método redox, ou balanceamento por oxirredução, se-


gue o princípio de que o número de elétrons cedidos deve ser
igual ao número de elétrons recebidos.
No capítulo 23, aprendemos a calcular o Nox de cada es-
pécie química, então calculamos os Nox das espécies que faltam
e realizamos o balanceamento.
Observe o exemplo: Al + Cu2+ → Al3+ + Cu; apesar de ter
um de cada espécie química, as cargas estão diferentes.
Um átomo de Al perde três elétrons e forma o íon Al3+ →
dois átomos de Al perdem seis elétrons.
Um íon de Cu2+ ganha dois elétrons e forma Cu → três
átomos de Cu ganham seis elétrons.
Para que a reação esteja corretamente balanceada, acer-
tamos o coeficiente de acordo com as quantidades necessárias
para igualar os íons.

2 Al + 3 Cu2+ → 2 Al3+ + 3 Cu

Para balancear as equações mediante o método algébrico,


nós iremos atribuir coeficientes genéricos, ou seja, representar os
coeficientes primeiro por incógnitas e determinar o valor de cada
incógnita por meio de relações matemáticas. Veja o exemplo a
seguir.
A equação ___P2O5 + ___H2O → ___H3PO4 não está ba-
lanceada.
Primeiro, coloque incógnitas como coeficientes, x P2O5 +
y H2O → w H3PO4
Compare o número de átomos de mesmo elemento, re-
lacione com as incógnitas e depois monte uma equação mate-
mática.
Átomos de fósforo (P) 2 x = 1 w
Átomos de hidrogênio (H) 2 y = 3 w
Átomos de oxigênio (O) 5 x + 1 y = 4 w

Escolhendo um valor arbitrário para uma das incógnitas


resolva o sistema.

Atribuindo x =1,
2 x = 1 w → 2.1 = w → w = 2 EM_

Para w = 2
2 y = 3 w → 2 y = 3.2 → y = 3
Livro 1 | Parte 3

x=1 y=3 w=2

Al + Cu2+ Al3+ + Cu Substitua as incógnitas.


1 P2O5 + 3 H2O → 2 H3PO4

212 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 212 18/01/2023 11:25:50

330 Capítulo 31 – Equações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 330 11/02/2023 10:34


Equação da fotossíntese – exemplo de um balanceamento

Sugestão de
abordagem
Clorofila
Experimento: Folhas roxas
fazem fotossíntese?
O2
CO2
A clorofila é uma proteína presente
nos cloroplastos responsável pela colora-
ção verde das plantas. Para que ocorra
fotossíntese, é essencial que as plantas
H2O apresentem clorofila. Mas se as folhas
são roxas, elas fazem fotossíntese? Des-
cubra através desse experimento.

Material necessário:
A fotossíntese é o processo através do Verifique o número de átomos de cada ƒ 2 folhas roxas.
qual as plantas e alguns outros organismos
transformam energia luminosa em energia
elemento no 1º e no 2º membros da equa-
ção anterior:
ƒ 5 ml de etanol.
química processando dióxido de carbono ƒ 1 pipeta de Pasteur ou conta-gotas,
(CO2), água (H2O) e minerais em compos- C: 6 átomos no 1º membro e 6 átomos papel-filtro de 3 cm × 10 cm.
no 2º membro.
tos orgânicos e produzindo oxigênio gasoso
(O2). A equação geral do processo é: O: 18 átomos no 1º membro e 18 átomos ƒ 1 almofariz com pistilo, lápis, tesoura
no 2º membro. e régua.
H: 12 átomos no 1º membro e 12 átomos
6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2 no 2º membro.
Procedimento:
Quando um vegetal clorofilado realiza Isso significa que a equação anterior No papel-filtro, faça um risco trans-
fotossíntese, para cada seis moléculas de está corretamente balanceada, ou seja, os
gás carbônico que reagem, são necessárias seus coeficientes estão ajustados. versal a 1 cm de distância da base. Corte
seis moléculas de água para produzirem uma folha roxa e coloque no almofariz,
uma molécula de glicose e seis de oxigênio. Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimica/balan-
Se um dos coeficientes da equação for
ceamento-equacoes.htm. Acesso em: 20/10/2020. amasse bem para obter um extrato líqui-
Adaptado.
Livro 1 | Parte 3

multiplicado por um número, todos os coefi- do. Colete uma gota de extrato líquido e
cientes dessa equação deverão ser multipli-
cados pelo mesmo número. aplique em cima do traço feito no papel.
Imediatamente, coloque no béquer con-
tendo aproximadamente 5 ml de etanol.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 213 Acompanhe a corrida do álcool sobre o
papel.
Para assistir ao vídeo do procedi-
EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 213 18/01/2023 11:25:50
mento, acesse o QR Code a seguir.
Anotações

5:50

Equações químicas – Capítulo 31 331

EM_ME_Quimica_1A.indb 331 11/02/2023 10:34


Agora é sua vez!

1. Dada a equação não balanceada: 2. a) 1, 3, 2, 3


K2Cr2O7 + H2O2 + H2SO4 → b) 1, 2, 2, 1, 1
K2SO4 + Cr2(SO4)3 + H2O + O2 c) 1, 2, 2
d) 2, 13, 8, 10
Após ajustagem, quando o coeficiente este-
quiométrico do Cr2(SO4)3 for 1, o coeficiente e) 2, 3, 1, 6
do O2 será: f) 2, 1, 1, 2, 2
a) 3. g) 3, 2, 1, 6
b) 7. h) 1, 3, 1, 3, 3
c) 2. i) 1, 1, 1, 1, 2
d) 6. j) 4, 11, 2, 8
e) 5. k) 4, 5, 4, 6
1. Alternativa "c". l) 2, 1, 1, 1, 1
2. Para praticar, balanceie as equações abaixo: m) 1, 3, 1, 2
a) C2H6O + O2 CO2 + H2O. n) 2, 3, 1, 3
b) Na2CO3 + HCl NaCl + H2O + CO2. o) 3, 2, 2, 3, 3
c) C6H12O6 C2H6O + CO2. p) 2, 1, 1, 1
d) C4H10 + O2 CO2 + H2O. q) 10, 2, 5, 1, 1
r) 1, 1, 4
e) FeCl3 + Na2CO3 Fe2(CO3)3 + NaCl.
s) 1, 1, 1, 1
f) NH4Cl + Ba(OH)2 BaCl2 + NH3 + H2O.
3. Completando a reação H PO + Ba(OH)
g) Ca(OH)2 + H3PO4 Ca3(PO4)2 + H2O. 3 4 2
→ + H2O e acertando os coe-
h) Fe2(CO3)3 + H2SO4 Fe2(SO4)3 + H2O ficientes, a alternativa que corresponde aos
+ CO2. coeficientes estequiometricamente corretos é:
i) Na2O + (NH4)2SO4 Na2SO4 + H2O + a) 2, 3, 3, 6. d) 1, 3, 1, 1.
NH3.
b) 2, 3, 1, 6. e) 1, 1, 1, 1.
j) FeS2 + O2 Fe2O3 + SO2. c) 1, 1, 3, 1.
k) NH3 + O2 NO + H2O. 3. Alternativa "b".
l) KMnO4 + H2SO4 Mn2O7 + K2SO4 + 4. A sequência de reações
H2O.
x KHCO3 → y + CO2 + H2O
m) CS2 + O2 CO2 + SO2.
CO2 + Ba(OH)2 → z + H2O
n) H3PO4 + CaO Ca3(PO4)2 + H2O.
ficará correta se x, y e z forem substituídos,
o) Na2CO3 + H3PO4 Na3PO4 + H2O + respectivamente, por:
CO2.
a) 1, K2CO3 e Ba2CO3.
p) KMnO4 K2MnO4 + MnO2 + O2. b) 1, K2O2 e Ba2C.
Livro 1 | Parte 3

q) Na + KNO3 Na2O + K2O + N2. c) 2, K2O e BaCO3.


r) Ni(CO)4 Ni + CO. d) 2, K2CO3 e Ba2HCO3.
s) CaC2 + H2O C2H2 + CaO. e) 2, K2CO3 e BaCO3.
4. Alternativa "e".
214 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 214 18/01/2023 11:25:50 EM

332 Capítulo 31 – Equações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 332 11/02/2023 10:34


5. O hidróxido de alumínio reage com o áci- 8. Efetue o balanceamento das equações a se-

b) CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l).

d) 1 C2H6O + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O.


c) 1 C2H4 + 3 O2 → 2 CO2 + 2 H2O.
do sulfúrico produzindo sulfato de alumínio e guir:
água, de acordo com a equação abaixo: a) Mg(s) + O2(g) → MgO(s).

a) 2 Mg(s) + O2(g) → 2 MgO(s).


Al(OH)3 + H2SO4 → Al2(SO4)3 + H2O. b) CH4(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(v).
c) C2H4(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(v).
Acertando os coeficientes desta equação d) C2H6O(l) + O2(g) → CO2(g) + H2O(v).
com os menores números inteiros possíveis,
afirma-se que:
9. O airbag é um dispositivo destinado a pro-
a) o coeficiente do ácido é igual a 2. teger motoristas e passageiros em caso de
b) temos, para a água, coeficiente igual a 2. colisão (batida). A reação que ocorre é re-
c) a soma de todos os coeficientes é 12. presentada pela equação:

8.
d) os coeficientes são, respectivamente, 3, 6 NaN3(s) + Fe2O3(s) → Na2O(s) + 2 Fe(s)
2, 6 e 1. + N2 ↑(g).
e) o oxidante possui coeficiente igual a 3.

Dmitry Vereshchagin | Stock.adobe


5. Alternativa "c".
6. Dadas as equações químicas não balancea-
das:
A l (OH)3 + H2SO4 → A l 2(SO4)3 + H2O
C3H8 + O2 → CO2 + H2O
as somas dos coeficientes (menores e intei-
ros possíveis) de cada equação química são,
respectivamente:
a) 12 e 12.
b) 12 e 13.
c) 15 e 14.
d) 10 e 11.
Após o balanceamento da equação, a soma
e) 10 e 10.
de todos os coeficientes mínimos e inteiros
6. Alternativa "b". das espécies químicas envolvidas é igual a:
7. Balanceie a equação química abaixo com os
a) 16.
menores valores inteiros possíveis e assinale
b) 21.
a alternativa que mostra a soma de todos os
coeficientes estequiométricos. c) 22.
d) 8.
Bi2O3 + NaClO + NaOH →
9. Alternativa "b".
NaBiO3 + NaCl + H2O
a) 10.
b) 14.
c) 18.
Livro 1 | Parte 3

d) 20.
e) 24.
7. Alternativa "a".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 215

5:50 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 215 18/01/2023 11:25:51

Equações químicas – Capítulo 31 333

EM_ME_Quimica_1A.indb 333 11/02/2023 10:34


De olho no vestibular/Enem

1. (UFPE) Considere as reações químicas abaixo: 4. (Mackenzie) A equação corretamente ba-


I. 2 K(s) + Cl2 (g) → KCl(s). lanceada é:
II. 2 Mg(s) + O2(g) → 2 MgO(s). a) 2 Fe + O2 → Fe2O3
III. PbSO4 (aq) + Na2S(aq) → b) 2 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3
PbS(s) + Na2SO4 (s). c) 4 Fe + O2 → Fe2O3
IV. CH4 (g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l). d) Fe + 3 O2 → Fe2O3
e) 4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3
V. SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq).
4. Alternativa "e".
Podemos afirmar que: 5. (Faap–Adaptada) No interior do alto-forno
a) todas estão balanceadas. de uma usina siderúrgica, ocorrem várias re-
b) II, III e IV estão balanceadas. ações químicas; uma das reações é Fe2O3 +
c) somente II e IV estão balanceadas. CO → Fe + CO2, com obtenção de ferro
metálico. Balanceando a reação acima, os
d) somente I não está balanceada.
seus coeficientes serão, respectivamente:
e) nenhuma está corretamente balanceada,
a) 1, 2, 2, 2.
porque os estados físicos dos reagentes e
produtos são diferentes. b) 1, 3, 2, 3.
1. Alternativa "d". c) 2, 2, 4, 4.
2. (UFRGS) Airbags são, atualmente, um aces- d) 1, 3, 2, 4.
sório de segurança indispensável nos auto- e) 2, 3, 2, 1.
móveis. A reação que ocorre quando um 5. Alternativa "b".
airbag infla é: 6. (Uerj) O bromato de potássio (KBrO ), adi-

III. A liberação de gás oxigênio.

III. A liberação de gás oxigênio.


3
NaN3(s) → N2(g) + Na(s)

I. 2 KBrO3 → 2 KBr + 3 O2.

I. 2 KBrO3 → 2 KBr + 3 O2.


cionado à farinha de trigo com a finalidade

II. Análise ou decomposição.

II. Análise ou decomposição.


Quando se acertam os coeficientes este- de tornar o pão mais “fofo”, ao ser aquecido
quiométricos, usando o menor conjunto ade- se transforma em brometo de potássio (KBr),
quado de coeficientes inteiros, a soma dos produzindo gás oxigênio (O2). O crescimento
coeficientes é: do pão, ao ser assado, faz com que surjam
a) 3. buracos em seu interior. Com base nessas
b) 5. informações,:
c) 7. I. equacione e balanceie a reação com os
d) 8. menores coeficientes inteiros possíveis.

6.

6.
e) 9. II. classifique a reação.
2. Alternativa "c". III. responda: o que provoca a “fofura” do
3 Acertando os coeficientes da equação pão?
Fe2O3 + C → Fe + CO com os menores
números inteiros possíveis, a soma dos coefi- 7. (PUC—RJ) O óxido de alumínio (Al O ) é uti-
cientes da equação será igual a: 2 3
lizado como antiácido. A reação que ocorre
a) 4. no estômago é:
b) 6.
Livro 1 | Parte 3

x Al2O3 + y HCl → z AlCl3 + w H2O.


c) 7. Os coeficientes x, y, z e w são, respectiva-
d) 8. mente:
e) 9.
3. Alternativa "e".
216 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 216 18/01/2023 11:25:51 EM

334 Capítulo 31 – Equações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 334 11/02/2023 10:34


a) 1, 2, 3, 6. 11. (Fuvest) A decomposição térmica de 1 mol de
b) 1, 6, 2, 3. dicromato de amônio é representada pela
c) 2, 3, 1, 6. equação: (NH4)2CrO7 → N2 + CrxOy + z H2O
d) 2, 4, 4, 3. Os valores de x, y e z são, respectivamente:
e) 4, 2, 1, 6. a) 2, 3, e 4.
7. Alternativa "b". b) 2, 7 e 4.
8. Considere as seguintes equações químicas: c) 3, 2 e 4.
1) 1 C12H22O11 → 12 C + 11 H2O. d) 3, 2 e 4.
2) 1 KClO4 → 1 KCl + 2 O2. e) 3, 2 e 8.
3) 2 Fe + 3 H2SO4 → Fe2(SO4)3 + 3 H2. 11. Alternativa "a".
12. (Uerj) A equação abaixo representa uma re-
4) NaHCO3 → Na2CO3 + CO2 + H2O.
ação possível pelo contato, em presença de
Pode-se afirmar que: saliva, de uma obturação de ouro e outra de
a) somente 1 e 2 estão balanceadas. prata. Nesta equação, depois de ajustada, a
soma de todos os coeficientes, considerando
b) 1, 2 e 3 estão balanceadas. os menores inteiros, é:
c) todas estão balanceadas.
Au3+ + Ag → Ag1+ + Au.
d) nenhuma está balanceada.
e) NDR. a) 4.
8. Alternativa "b". b) 6.
9. (UFPE) A ferrugem é composta principal- c) 8.
mente por Fe2O3. Após o balanceamento d) 12.
da equação abaixo, a proporção de ferro e) 16.
e oxigênio necessária para formar 2 mol de 12. Alternativa "c".
III. A liberação de gás oxigênio.

óxido de ferro III será: 13. (Enem) As mobilizações para promover um


I. 2 KBrO3 → 2 KBr + 3 O2.
II. Análise ou decomposição.

Fe(s) + O2(g) → Fe2O3(s) Planeta melhor para as futuras gerações são


a) 1 mol de Fe para 1 mol de O2. cada vez mais frequentes. A maior parte
b) 1 mol de Fe para 3 mol de O2. dos meios de transporte de massa é atual-
mente movida pela queima de um combustí-
c) 2 mol de Fe para 3 mol de O2.
vel fóssil. A título de exemplificação do ônus
d) 4 mol de Fe para 3 mol de O2. causado por essa prática, basta saber que
e) 3 mol de Fe para 2 mol de O2. um carro produz, em média, cerca de 200g
9. Alternativa "b". 4 Fe(s) + 3 O2(g) → 2 Fe2O3(s) de dióxido de carbono por km percorrido.
6.

10. (Unimep) O sulfeto de hidrogênio é oxidado, Revista Aquecimento Global. Ano 2, no 8. Publicação do
em solução aquosa, pelo ácido nítrico, de Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.
acordo com a equação: Um dos principais constituintes da gasolina é
H2S + HNO3 → H2SO4 + NO2 + H2O. o octano (C8H18). Por meio da combustão do
Efetuando-se o seu balanceamento, pode-se octano, é possível a liberação de energia,
concluir que a soma de seus coeficientes é: permitindo que o carro entre em movimento.
a) 12. A equação que representa a reação quími-
b) 25. ca desse processo demonstra que:
Livro 1 | Parte 3

c) 15. a) no processo, há liberação de oxigênio


d) 18. sob a forma de O2.
b) o coeficiente estequiométrico para a água
e) 22.
é de 8 para 1 do octano.
10. Alternativa "e".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 217

5:51 EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 217 18/01/2023 11:25:51

Equações químicas – Capítulo 31 335

EM_ME_Quimica_1A.indb 335 11/02/2023 10:34


c) no processo, há consumo de água, para 17. (UFSM) Considere as equações:
que haja liberação de energia.
I – A l 2O3 + HC l → A lC l 3 + H2O
d) o coeficiente estequiométrico para o oxi-
gênio é de 12,5 para 1 do octano. II – SO2 + NaOH → Na2SO3 + H2O
e) o coeficiente estequiométrico para o gás III – BaO4 + HNO3 → Ba(NO3)2 + H2O2 + O2
carbônico é de 9 para 1 do octano A sequência correta dos coeficientes dos re-
13. Alternativa "d". agentes e produtos necessários para o ba-
14. (Esal) A equação química lanceamento estequiométrico dessas equa-
2Mg(OH)2 + x HC l ções é:
2MgC l 2 + 4H2O I II III
fica estequiometricamente correta se x for a) 6,3,3,2 / 1,2,1,1 / 2,1,2,2,2
igual a: b) 1,6,2,3 / 2,1,1,1 / 1,1,2,1,1
a) 1. c) 1,3,3,2 / 2,1,2,2 / 1, 2,1,1,1
b) 2. d) 6,1,2,3 / 2,1,2,2 / 2,1,2,2,2
c) 3. e) 1,6,2,3 / 1,2,1,1 / 1, 2,1,1,1
d) 4. 17. Alternativa "e".
e) 5. 18. (UEPA) Considerando-se a equação química
14. Alternativa "d". não balanceada
15. (PUC–Campinas) Em um sapato de cromo, Mg + HC l → MgC l 2 + H2
o couro é tratado com um banho de licor e admitindo-se, num balanceamento, o co-
de cromo, preparado por meio da reação eficiente 6 (seis) para cada produto, o coe-
representada pela equação ficiente de cada reagente será, respectiva-
Na2Cr2O7 + x SO2 + H2O mente:
y Cr(OH)SO4 + Na2SO4. a) 3 e 6.
Depois de balanceada com os menores co- b) 6 e 6.
eficientes inteiros possíveis, ela apresenta: c) 6 e 12.
x y d) 12 e 6.
a) 3 2. e) 12 e 12.
b) 2 3. 18. Alternativa "c".
c) 2 2. 19. Qual das equações abaixo está balancea-
d) 3 3. da de forma incorreta:
e) 2 1. a) 1 KC lO4 → 1 KC l+ 2 O2
15. Alternativa "a". b) 2 Fe + 3 H2SO4 → 1 Fe2(SO4)3 + 6 H2
16. (Unip–Adaptada) A soma dos menores coe- c) 1 C12H22O11 → 12 C + 11 H2O
ficientes inteiros que balanceiam a equação d) 2 C2H4O + 5 O2 → 4 CO2 + 4 H2O
a seguir é:
e) 2 NaHCO3 → 1 Na2CO3 + 1 CO2 + 1
Cl2 + NH3 → N2H4 + NH4Cl H2O
a) 4. d) 8. 19. Alternativa "b".
Livro 1 | Parte 3

b) 15. e) 6.
c) 21.
16. Alternativa "d".

218 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_INICIAIS_P3.indb 218 18/01/2023 11:25:51

336 Capítulo 31 – Equações químicas

EM_ME_Quimica_1A.indb 336 11/02/2023 10:34


MANUAL DO EDUCADOR - FORMAÇÃO CONTINUADA

CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS

QUÍMICA Ciele Lins

1
Novo
Ensino
Médio

LIVRO

EM_ME_Quimica_1A_PARTE4.indd 337 27/02/2023 14:09


1
Livro

MANUAL DO
EDUCADOR
Formação Continuada
Novo Ensino Médio
QUÍMICA Ciele Lins
Manual do Educador Direção de arte
Química Elto Koltz
PARTE 4
Editor Projeto gráfico e capa
Lécio Cordeiro Hilka Fabielly e Elto Koltz

Revisão de texto Imagem da capa


Departamento editorial 89stocke | Shutterstock.com

Diagramação Direitos Reservados à Multi Marcas Editoriais Ltda.


Marcos Durant Rua Neto Campelo Júnior, 37 — Mustardinha — CEP: 50760-330, Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 — IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste
livro. A editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em
incluir quaisquer créditos faltantes.

ISBN Professor: 978-85-403-1860-1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e


Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil

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Apresentação
Professor(a), o presente manual do educador tem como objetivo auxiliar sua prática docente, tornando-a mais sólida para
lidar com as exigências do Novo Ensino Médio.
No início de cada capítulo, é possível encontrar quais habilidades da BNCC são trabalhadas e quais os objetivos peda-
gógicos são elencados para determinados conteúdos. Na seção Diálogo com o professor, você encontrará diferentes sugestões
de como trabalhar os assuntos dentro e fora da sala de aula. Vale ainda ressaltar que as propostas didáticas apresentadas
devem ser adaptadas conforme à realidade de cada turma.
Atualmente, o ensino das Ciências da Natureza é constituído de diversos desafios, principalmente por integrar o conhe-
cimento de três disciplinas: Biologia, Química e Física. Sendo assim, este material contém diversos pontos de apoio que podem
ser utilizados na sua prática docente, como leituras complementares, sugestões de abordagens e de vídeos.
Neste volume, vamos estudar os materiais e as substâncias, bem como suas propriedades, suas transformações e seus cons-
tituintes. Estudaremos ainda o que é Química, seus vários campos de atuação e suas relações com as demais ciências. À medida
que essas teorias forem desenvolvidas e o tema eleito para cada unidade for discutido, questões pertinentes ao co¬tidiano
serão levantadas.

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EM_ME_Quimica_1A_PARTE4.indd 339 16/02/2023 17:30:57


Parte
4
Sinalizadores com lâmpadas de néon.

EM_ME_Quimica_1A.indb 340 11/02/2023 10:35


Cálculo das
proporções e
estudo dos gases
O cálculo das quantidades das substâncias envolvidas numa reação é
o conceito dado a Estequiometria, que tem origem grega, no qual significa
medida ou medição.
As substâncias reagem entre si formando os produtos em proporções
especificas, e através do estudo estequiométrico é possível estimar a quan-
tidade de produto que será formado, e até mesmo o rendimento de certas
reações.
O estudo dos gases se torna relevante devido a vários elementos quí-
micos de importância para a sobrevivência em geral se apresentarem como
substâncias gasosas e muitos compostos químicos também são importantes
por serem gasosos.
Nesta unidade daremos ênfase ao calculo das proporções como tam-
bém aos estudos sobre gases, estudando as características e as equações
matemáticas que os descrevem.

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CAPÍTULO 32
Os coeficientes de uma reação química balanceada indicam a
proporção de cada substância que reage e que é produzida. Essa
proporção pode ser representada por diversas unidades.
Manter essa proporção é imprescindível, tendo em vista a ne-
cessidade que as reações químicas têm de seguirem as leis das rea-
ções de Lavoisier e de Proust, isto é, da Conservação das Massas e
da Proporção Constante, respectivamente.
Para entender como manter essa proporção, alguns conceitos
são fundamentais: o de massa atômica, o de unidade de massa
atômica e o de massa molecular, que são os focos de estudo deste
capítulo.
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EM_ME_Quimica_1A.indb 342 11/02/2023 10:35


Conceitos
fundamentais para
manter as proporções
em uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 343 11/02/2023 10:35


BNCC
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT101
EM13CNT104
EM13CNT105
EM13CNT301

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EM13CNT307

Objetivos Tome Nota Unidade de massa atômica


pedagógicos A unidade de massa atômica corresponde à massa de
do átomo de carbono com número de massa igual a 12 ( C). 12
12
1

ƒ Compreender a definição de massa


atômica. Massa atômica
ƒ Reconhecer unidades de massa. Massa atômica é a massa de um átomo expressa em
ƒ Entender o que é a massa-padrão dos unidades u. Ela indica quantas vezes a massa do átomo é maior
que 1 da massa de carbono–12 ( 12 C).
elementos. 12
ƒ Tomar contato com a massa das molé- Por exemplo, o oxigênio tem massa atômica de 16 u, pois
culas. é dezesseis vezes maior que a massa de 1 parte de 12 de um
átomo de carbono–12.
Outro exemplo é o átomo de hélio, que possui 4 u, ou seja,
ele é 3 vezes mais leve que um átomo de 12C.
Anotações
A massa atômica de um elemento é, então, a média
ponderada das massas atômicas de seus isótopos consti-
tuintes multiplicada pelas suas porcentagens de constitui-
ção na natureza.
Sendo matematicamente calculada por:
% ⋅ A1 + % ⋅ A2 + % ⋅ A3 
MA =
100

Observe o exemplo.
Livro 1 | Parte 4

Para o oxigênio, que possui três isótopos estáveis:


16
O (MA = 16 u), que equivale a 99,7% de todos os átomos
de oxigênio do Universo.
17
O (MA = 17 u), que são apenas 0,03% dos átomos de O.
18
O (MA = 18 u), com abundância de 0,2%.
142 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 142 16/01/2023 23:45:25

EM

344 Capítulo 32 – Conceitos fundamentais para manter as proporções em uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 344 11/02/2023 10:35


Fazendo a média ponderada:
99, 7 ⋅16 + 0, 03 ⋅17 + 0, 2 ⋅ 18
MA = = 15, 994 ≅ 16 u
100
Média ponderada com valor próximo a 16, já que 99,7% dos
átomos de oxigênio possuem essa MA, sendo 16 u a massa atômica
do elemento oxigênio.
carloscastilla | Depositphotos

Curiosidade sobre a massa-padrão da massa atômica dos elementos

A noção de massa atômica foi referida


pela primeira vez por Dalton, em sequência
trabantos | Shutterstock

da teoria atômica que desenvolveu. Como


Dalton não tinha uma forma de calcular a
massa de um átomo, teve de relacionar a mas-
sa de átomos de diferentes elementos entre si.
Para tal, era necessário escolher os áto-
mos de um elemento específico como referên-
cia. Dalton escolheu o hidrogênio para ser
esse elemento.
Na sequência, efetuou cálculos de mas-
sa atômica para vários elementos, tendo com
ponto de referência a massa do hidrogênio,
que ele estabeleceu ser a unidade1. No en-
tanto, esses cálculos eram empíricos, baseados
exclusivamente na fórmula química das subs-
tâncias, mas não em experiências concretas.
Esse fato o levou a conclusões erradas. Por
exemplo, Dalton considerava que uma molé-
Estátua do químico sueco Jans Jacob Berzelius, localizada em Esto-
colmo, na Suécia.
cula de água era constituída por um átomo
de hidrogênio e um átomo de oxigênio (O).
Considerando a massa atômica do hidrogênio (H) igual a 1, a massa do oxigênio (O) seria 8.
No entanto, a massa atômica relativa do oxigênio é 16 (porque uma molécula de água possui
2 átomos de hidrogênio e 1 de oxigênio).
No início do século XIX, o químico sueco Berzellius efetuou várias experiências para
determinar a massa atômica dos elementos conhecidos na época. Berzellius utilizou como ele-
mento de comparação a massa atômica do oxigênio, que igualou a 100, e, em 1828, publicou
uma tabela que apresentava a massa atômica de vários elementos químicos.
Em 1865, o químico belga J. S. Stas apresentou uma tabela de massa atômica mais atua-
:45:25 lizada, utilizando como comparação o elemento oxigênio, que igualou a 16 unidades.
Mais tarde, passaram a existir dois elementos de referência para a determinação da
massa atômica dos elementos: o oxigênio (igualado a 16 unidades) e o carbono (igualado a
Livro 1 | Parte 4

12 unidades).

Disponível em: http://professorbotelho.blogspot.com.br/2010/09/curiosidade-sobre-massa-padrao-da-massa.html. Acesso em: 22/11/2021


Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 143

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 143 16/01/2023 23:45:26

Conceitos fundamentais para manter as proporções em uma reação – Capítulo 32 345

EM_ME_Quimica_1A.indb 345 11/02/2023 10:35


Tome Nota Massa molecular
Neste estudo, com o objetivo de facilitar os cálculos, ado-
taremos não o valor exato da massa atômica, mas, sim, o valor
arredondado para o inteiro mais próximo. E em relação à de-
nominação, para os compostos covalentes, usa-se a expressão
massa molecular; para os compostos iônicos, massa fórmula.
A massa molecular (MM) é a massa da molécula da
substância expressa em unidade de massa atômica (u).
Numericamente, a massa molecular é igual à soma da mas-
sa atômica de todos os átomos constituintes da molécula.

Observe a demonstração no exemplo da molécula de açú-


car C12H22O11 (sacarose).

12 átomos de carbono = 12 ⋅ 12u = 144u


22 átomos de hidrogênio = 22 ⋅ 1u = 22u
11 átomos de oxigênio = 11 ⋅ 16u = 176u
Portanto, a massa molecular é de 342u

Outro exemplo é a massa-fórmula do hidróxido de magné-


sio, o Mg(OH)2. Observe.

H = 2 ⋅1u = 2u
O = 2 ⋅ 16u = 32u
Mg = 1 ⋅ 24u = 24u
MM = 2 + 32 + 24 = 58u

Aplicando a determinação da massa (fórmula) para o nitra-


to de cálcio [Ca(NO3)2], tem-se que:

O = 6 ⋅ 16u = 96u
N = 2 ⋅ 14u = 28u
Ca = 1 ⋅ 40u = 40u
MM = 96u + 28u + 40u = 164u

Agora é sua vez!

1. Se um elemento químico E, hipotético, apre- 2. (UEL–Adaptada) Assinale a opção que apre-


sentasse a composição isotópica: senta as massas moleculares dos seguintes
26
E = 68%; 27E = 20%; 28E = 12%, a sua mas- compostos: C6H12O6, Ca(PO4)2 e Ca(OH)2,
sa atômica seria: nessa ordem.
a) 26. Dados: H=1u; C=12u; O=16u; Ca=40u;
b) 27. P=31u.
Livro 1 | Parte 4

c) 26,44. a) 180, 310 e 73. d) 200, 214 e 58.


d) 27,12. b) 150, 340 e 73. e) 180, 310 e 74.
e) 35. c) 180, 150 e 74.
1. Alternativa "c". 2. Alternativa "e".

144 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 144 16/01/2023 23:45:26 EM

346 Capítulo 32 – Conceitos fundamentais para manter as proporções em uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 346 11/02/2023 10:35


3. (IFPR) Um elemento hipotético apresenta os 6. (UFPE) As massas atômicas são essenciais
isótopos 20X e 22X nas porcentagens de 60% para os cálculos da Química. Se uma nova
e 40%, respectivamente. Determine a massa escala de massas atômicas médias fosse de-
atômica do elemento X. finida, baseada na suposição da massa de
a) 21. um átomo de carbono–12 (12C) ser exata-
mente 1 u, qual seria a massa atômica mé-
b) 20,8. dia do neônio?
c) 20. (Dados: Massa atômica média do neônio na
d) 22. escala atual = 20,18 u)
e) 21,2. a) 20,18/12 u. d) 20,18 × 12 u.
3. Alternativa "b". b) 12 u. e) 12/20,18 u.
4. (UPE) Analise as afirmativas abaixo e assina- c) 20,18 u.
le a alternativa verdadeira. 6. Alternativa "a".
a) O número de Avogadro corresponde, 7. Se um pacote de açúcar pesando 3 kg fos-
apenas, ao número de moléculas de um se chamado unidade de massa atômica (u),
gás, contido em um volume fixo, submetido uma saca com 60 kg de açúcar teria a mas-
às CNTP. sa de:
b) A unidade de massa atômica é igual a a) 20 u. d) 3 u.
1/12 da massa de um átomo do isótopo–12
do carbono 126C. b) 20 kg. e) 180 u.
c) O número de massa e a massa atômica c) 60 u.
de um elemento químico são sempre iguais e 7. Alternativa "a".
expressam a grandeza de um átomo desse 8. (Cesgranrio–Adaptada) Admite-se que os
elemento. isótopos 1H, 2H, 3H, 35Cl, 37Cl, 16O, 17O,
d) A massa atômica aproximada do oxigênio 18
O podem formar moléculas de ácido cló-
é 16 u; isso indica que cada átomo de oxi- rico (HClO3). Em relação a essas moléculas,
gênio pesa 16 g aproximadamente. podemos dizer que:
e) A massa molecular de um composto é (Dados: números atômicos H=1; Cl =17; O=8)
expressa em gramas e representa o número
a) todas apresentam a mesma massa.
de moléculas desse composto, contidas em
22,4 L. b) suas massas podem variar de 84 a 94 u.
4. Alternativa "b". c) suas massas podem variar de 52 a 58 u.
5. O que significa dizer que a massa molecular d) todas apresentam o mesmo número de
da água é 18u? nêutrons.
e) apresentam números de nêutrons que po-
a) Significa que 1 molécula de água é 12 ve-
dem variar de 42 a 50.
zes 1/12 da massa do átomo de carbono–12.
8. Alternativa "b".
b) Significa que 2 moléculas de água é 12 ve-
9. (FEI) A massa atômica de determinado ele-
zes 1/12 da massa do átomo de carbono–12.
mento X é igual a 5/6 da massa do carbono
c) Significa que 2 moléculas de água é 18 ve- (cuja massa atômica é 12). A massa atômica
zes 1/12 da massa do átomo de carbono–12. do elemento X é:
d) Significa que 1 molécula de água é 18 ve- a) 6.
zes 1/12 da massa do átomo do isótopo do
b) 10.
Livro 1 | Parte 4

carbono–12.
c) 60.
e) Significa que 1 molécula de água é 1/12
do átomo de carbono–12. d) 5.
5. Alternativa "d". e) 2.
9. Alternativa "b".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 145

45:26 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 145 16/01/2023 23:45:26

Conceitos fundamentais para manter as proporções em uma reação – Capítulo 32 347

EM_ME_Quimica_1A.indb 347 11/02/2023 10:35


De olho no vestibular/Enem

1. (FEI) Se um átomo apresentar a massa atô- 4. (Fuvest) Em cada um dos compostos acetile-
mica igual a 60 u, a relação entre a massa no (C2H2) e peróxido de hidrogênio (H2O2),
desse elemento e a massa do átomo do car- o elemento hidrogênio constitui:
bono-12 valerá: a) metade da massa.
a) 1. b) mais da metade da massa.
b) 2. c) metade do número de átomos.
c) 3. d) mais que a metade do número de átomos.
d) 4. e) menos que a metade do número de átomos.
e) 5. 4. Alternativa "c".
1. Alternativa "e". 5. (Cesgranrio) Um elemento genérico X tem
2. Observe a figura: massa atômica 75,2 u e apresenta os isóto-
pos X74, X75 e X76. Sabendo que a ocorrên-
cia do isótopo 75 é de 40%, a ocorrência
A C A C C C C do isótopo 76 é de:
a) 10%.
b) 20%.
c) 40%.
d) 45%.
A massa atômica do átomo A será:
e) 50%.
(Dado: C = 12 u)
5. Alternativa "c".
a) 12 u.
6. Um elemento fictício E é formado por dois
b) 14 u. isótopos: 50E e 54E. Em cem átomos do ele-
c) 16 u. mento E, há sessenta átomos do isótopo 50E.
d) 18 u. Nessas condições, a massa atômica do ele-
e) 20 u. mento E será igual a:
2. Alternativa "d". a) 50,5 u.
3. (Enem) As indústrias de cerâmica utilizam ar- b) 51,6 u.
gila para produzir artefatos como tijolos e c) 52,7 u.
telhas. Uma amostra de argila contém 45% d) 53,4 u.
em massa de sílica (SiO2) e 10% em mas- e) 54 u.
sa de água (H2O). Durante a secagem por
aquecimento em uma estufa, somente a umi- 6. Alternativa "b".
dade é removida. Após o processo de seca- 7. Um elemento teórico é formado por dois
gem, o teor de sílica na argila seca será de: isótopos A e B. A tabela a seguir indica a
a) 45%. composição isotópica do elemento.
b) 50%. Massa Porcentagem
Livro 1 | Parte 4

c) 55%.
Isótopo A 100 u x%
d) 90%.
e) 100%. Isótopo B 120 u y%
3. Alternativa "b".

146 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 146 16/01/2023 23:45:26 EM

348 Capítulo 32 – Conceitos fundamentais para manter as proporções em uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 348 11/02/2023 10:35


Sabendo-se que o elemento possui massa a) 12.
atômica igual a 106 u, pode-se afirmar que: b) 36.
a) x = 70. c) 24.
b) y = 70. d) 3.
c) x = 50. e) 18.
d) y = 10. 11. Alternativa "e".
e) x = 75. 12. Qual das alternativas abaixo apresenta a
7. Alternativa "a". substância de maior massa molecular?
8. Um elemento químico genérico possui dois a) Sulfeto de Chumbo II.
isótopos de massas atômicas M1 e M2, com b) Cloreto de sódio.
abundância, respectivamente, de 25% e 75%. c) Ácido nítrico.
A massa média desse elemento químico é:
d) Sulfato de prata.
a) (M1 + M2) / 100.
e) Óxido de alumínio.
b) 25 M1 + 75 M2.
12. Alternativa "d".
c) 0,25 M1 + 0,75 M2.
13. Calcule a massa molecular dos seguintes
d) M1 + M2. compostos:
e) 100 M1 × M2. a) H2SO4 98,068 g.
8. Alternativa "c". b) HNO3 63,01 g.
9. (UFPE) O cobre consiste em dois isótopos c) CuSO4 ⋅ 5H2O 249,657 g.
com massas 62,96 u e 64,96 u e abundân-
cia isotópica de 70,5% e 29,5%, respectiva- d) C12H22O11 342,253 g.
mente. A massa atômica do cobre é: e) C9H6O4 180,143 g
a) 63,96 u. f) COC l 2 98,91 g.
b) 62,55 u.
c) 63 u. 14. Assinale a alternativa que indica, respec-
d) 63,55 u. tivamente, as massas moleculares corretas
das seguintes substâncias: H2SO4, H4P2O7,
e) 63,80 u. A l 2(SO4)3, Ca3[Fe(CN)6]2.
9. Alternativa "d". (Dados: Massas atômicas: H = 1; C = 12;
10. A massa molecular da espécie H4P2Ox vale N = 14; O = 16, A l = 27, P = 31; S = 32;
178 u. Podemos afirmar que o valor de x é: Ca = 40 e Fe = 56).
(Dados: H = 1 u; O = 16 u; P = 31 u) a) 98 u, 178 u, 107 u, 272 u.
a) 5. b) 98 u, 178 u, 342 u, 544 u.
b) 6. c) 98 u, 178 u, 134 u, 696 u.
c) 7. d) 98 u, 178 u, 342 u, 356 u.
d) 8. e) 98 u, 178 u, 310 u, 308 u.
e) 16. 14. Alternativa "b".
10. Alternativa "c".
11 (UFPB) A massa de 3 átomos de carbono é
Livro 1 | Parte 4

igual à massa de 2 átomos de um certo ele-


mento X. Pode-se dizer, então, que a massa
atômica de X é:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 147

5:26 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 147 16/01/2023 23:45:26

Conceitos fundamentais para manter as proporções em uma reação – Capítulo 32 349

EM_ME_Quimica_1A.indb 349 11/02/2023 10:35


CAPÍTULO 33
A Química, enquanto ciência, se baseia tanto nas observações
dos fenômenos como em análises quantitativas. Tais análises têm como
resultado um dado numérico, que pode ser alcançado por meio de
instrumentos adequados, como balanças, termômetros, entre outros.
Para medir diferentes grandezas, as ciências utilizam as unidades de
medidas, padronizadas pelo Sistema Internacional de unidades (SI).
Algumas delas estão na lista abaixo.

Sistema SI
Grandezas Fundamentais
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Corrente elétrica Ampére A
Temperatura Kelvin K
Quantidade de matéria Mol mol
Intensidade luminosa Candela cd

Uma dessas medidas, utilizadas pela Química, é denominada


mol. A relação dessa unidade com outras das unidades do SI também
é muito importante, sendo este o nosso foco de estudo neste capítulo.
Adam Calaitzis | Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 350 11/02/2023 10:35


Quantidade
de matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 351 11/02/2023 10:35


BNCC
Tome Nota O conceito de mol
Habilidades trabalhadas no
Segundo o SI, o mol corresponde à quantidade de matéria
capítulo de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos
forem os átomos contidos em 0,012 kg de carbono-12.
EM13CNT101 Quando o mol é utilizado, as entidades elementares devem
EM13CNT104 ser especificadas. Elas podem ser átomos, moléculas, íons, elé-
trons ou até mesmo agrupamentos dessas partículas.
EM13CNT105 A palavra mol, do grego, significa um aglomerado. Seguin-
EM13CNT301 do essa ideia, na Química, um mol corresponde a um amontoado
de partículas, contendo 6,02 ⋅1023 partículas (átomos, moléculas,
EM13CNT307 íons...).
Tal valor foi estudado por Amadeo Avogadro e, por isso, é
chamado de número de Avogadro (NA). Assim, podemos dizer
que:

Objetivos 1 mol = 6,02 ⋅ 1023 partículas (nº de Avogadro)

pedagógicos Veja alguns exemplos:


ƒ Compreender a definição de dissocia- 1 mol de átomos = 6,02 ⋅ 1023 átomos.

ção dos compostos. 2 mol de moléculas = 2 ⋅ (6,02 . 1023) moléculas.


ƒ Reconhecer a ionização das substân- O mol, então, consiste na quantidade de matéria que
cias. um sistema com entidades elementares tem. A quantidade de
ƒ Relacionar a história da Química à matéria está relacionada com o número de partículas que for-
mam o sistema; logo, se o número de partículas for alto, a quan-
descoberta do fenômeno de dissociação tidade de matéria também será, e vice-versa.
iônica. Observe a situação: tendo 1 recipiente contendo 32 g de
enxofre, teríamos 1 mol. Se tivéssemos agora 20 recipientes, o
total seria de 640 g de enxofre, com, consequentemente, 20 mol
de enxofre.

Anotações A quantidade de partículas N é diretamente proporcional


à quantidade de matéria n.
N = NA ⋅ n

Por exemplo:
Para determinar o número de moléculas de gás hidrogênio
(H2) em um sistema que contém 1,5 mol desse gás, sabendo do
número de Avogadro, temos:
Livro 1 | Parte 4

N = NA ⋅ n
N = 6,02 ⋅1023 moléculas ⋅ mol1- ⋅ 1,5 moléculas ⋅ mol1- =
9,03 ⋅ 1023

150 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 150 16/01/2023 23:45:28 EM_

352 Capítulo 33 – Quantidade de matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 352 11/02/2023 10:35


Atenção! Não existe plural para o símbolo mol, apenas
para o nome mol, que pode ser mols ou moles; portanto, para
fixar:
Três gramas → 3 g
Três mols → 3 mol Anotações
Os prefixos e a sua importância na representação numérica
Durante a determinação dos valores que correspondem às unidades químicas, são obser-
vados valores pequenos e, em outros casos, valores grandes. A fim de facilitar a representação
desses números, o SI desenvolveu um sistema de prefixos numéricos.
Tais prefixos são listados na tabela abaixo; observe-os e fixe-os, pois serão relevantes.

Múltiplos – Prefixos - Submúltiplos

Fator Prefixo Símbolo Fator Prefixo Símbolo

1024 Yotta Y 10-1 Deci d

1021 Zeta Z 10-2 Centi c

1018 Exa E 10-3 Mili m

1015 Peta P 10-6 Micro µ

10 12
Tera T 10 -9
Nano n

109 Giga G 10-12 Pico p

106 Mega M 10-15 Femto f

103 Quilo k 10-18 Atto a

102 Hecto h 10-21 Zepto z

10 1
Deca da 10 -24
Yocto y

A aplicação desses prefixos pode ser observada em medidas bem próximas de nós, por Conde Filippo Avogadro, foi um célebre
exemplo: advogado, sendo eleito presidente do
A massa da Terra, que é 5,97 ⋅ 1024 kg.
A massa de água na Terra, de 1 ⋅ 1024 g = 1Yg. senado de Piemonte em 1779. Amedeo
O diâmetro equatorial da Terra, que é de 12.756 km = 12,756 Mm. Avogadro foi para a escola de Turim se-
A distância da Terra ao Sol, de 0,15 Tm.
A ocorrência do Big Bang, datada de 15 ⋅ 109 anos = 15 Ganos. guir carreira de advogado eclesiástico e
Livro 1 | Parte 4

O tamanho de uma célula procariótica, que vai de 1 a 5 ⋅ 10-6 m = 1 a 5 mµ. formou-se em bacharel em 1792, com 16
O raio de um átomo de hélio, que é da ordem de 93 ⋅ 10-12 m = 93 pm.
Além da massa de um átomo de sódio, que é da ordem de 38,2 ⋅ 10-24 g = 38,2 yg. anos. Quatro anos mais tarde, defendeu
a sua tese de doutorado. Mesmo tendo
uma carreira de sucesso na advocacia
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 151 (fora secretário da prefeitura de Eridano),
Avogadro interessava-se pelas ciências.
Ainda como secretário da cidade de
:45:28 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 151 16/01/2023 23:45:28
Eridano, Avogadro começou a estudar
Leitura 1856. Foi um advogado e físico italiano,
ciências por conta própria: Física e Quí-
um dos primeiros cientistas a distinguir áto-
complementar mos e moléculas. É mais conhecido pelas
mica. Em 1809, passou a lecionar física
no Realle Collegio de Varcelli. Em 1820,
Quem foi Avogadro? suas contribuições para a teoria molecu-
ingressou na Universidade de Turim como
lar. Em sua homenagem, o número de en-
responsável pela cadeira de física. Tra-
Lorenzo Romano Amedeo Carlo tidades elementares (átomos, moléculas,
balhou por 30 anos lá, período em que
Avogadro, também conhecido por conde iões ou outra partícula) presentes em 1
boa parte de sua obra foi publicada.
de Quaregna e Cerreto, nasceu no dia 9 mole dessa substância é conhecido como
de Agosto de 1776 em Turim, tendo fale- constante de Avogadro, cujo valor é de Disponível em: http://www.explicatorium.com/bio-
cido na mesma cidade em 9 de Julho de aproximadamente 6,02 × 1023. O seu pai, grafias/Biografia_Amedeo_Avogadro.php. Acesso
em: 05/06/2022. Adaptado.

Quantidade de matéria – Capítulo 33 353

EM_ME_Quimica_1A.indb 353 11/02/2023 10:35


Tome Nota Relacionando o mol com a massa
molar
O mol pode ser relacionado com a massa das entidades
químicas, tornando uma determinada quantidade de matéria
mensurável, possibilitando uma fácil percepção do valor que se
está medindo.
O elemento cálcio (Ca) tem massa atômica (MA) = 40 u.
Como a massa de um átomo é um valor não mensurável, po-
demos reescrever dizendo que a massa molar é de 40 g/mol,
valor justificado tendo em vista que 1 mol de átomos de Ca tem
6,02 . 1023 átomos.
De maneira geral, para qualquer elemento, pode-se dizer
que:

1 mol de átomos = 6,02 . 1023 átomos = (M) g/mol

Esse fundamento também se aplica às moléculas. Por exem-


plo, no caso da molécula de H2O, que possui MM = 18 u (massa
de uma molécula - valor não mensurável), a massa molar é de
18 g/mol, visto que:

1 mol de moléculas = 6,02 . 1023 moléculas = 18 g/mol

Sendo assim, se você beber 9 g de água, é possível calcu-


lar o número de mols e de moléculas que você ingeriu. Observe.

massa de amostra
n=
massa molar
m 9g
n= = = 0, 5 mol
M 18 g/mol

18 g de água → 6, 02 ⋅ 10 23 moléculas
9 g de água → x

9 ⋅ 6, 02 ⋅10 23
x=
18
x = 3, 01⋅10 23 moléculas
Livro 1 | Parte 4

152 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 152 16/01/2023 23:45:28 EM

354 Capítulo 33 – Quantidade de matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 354 11/02/2023 10:35


Laboratório

Estequiometria
Quando misturamos um comprimido água e espere a efervescência parar.
efervescente com água, percebemos a libe- Verifique a massa da solução formada
ração de gás. Mas quanto de massa na for- após toda liberação de gás.
ma gasosa e quanto de mol são liberados?
Realize este experimento e calcule. Resultados
Escreva um relatório com as seguintes infor-
Materiais: mações.
Um comprimido antiácido efervescente. Soma das massas do comprido e da água
Um copo descartável. antes da efervescência.
Água. Resultado da massa da solução após a
Balança para registrar a massa do com- efervescência.
primido. Resultado da massa de gás liberado.
A maioria dos comprimidos efervescentes
Procedimentos: apresentam bicarbonato de sódio e ácido
Na balança, verifique a massa do com- cítrico, pesquise a equação química dessa
primido. reação.
Na balança, verifique também a massa Calcule a quantidade de mol de CO2
do copo com água. liberado.
Coloque o comprimido efervescente na

Agora é sua vez!

1. (Vunesp) O limite máximo de concentração 2. (Fuvest) Linus Pauling, Prêmio Nobel de Quí-
2+
de íon Hg admitido para seres humanos mica e da Paz, faleceu recentemente, aos
é de 6 miligramas por litro de sangue. O 93 anos. Era um ferrenho defensor das pro-
Anotações
limite
+
máximo, expresso em mol de Hg2 por priedades terapêuticas da vitamina C. In-
litro de sangue, é igual a: geria diariamente cerca de 2,1 ⋅ 10 –2 mol
Dado: massa molar de Hg = 200 g/mol. dessa vitamina.
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Livro 1 | Parte 4

a) 3 ∙ 10-5. d) 6.
b) 6 ∙ 10-3. e) 200.
c) 3 ∙ 10-2. Dose diária recomendada de vitamina
1. Alternativa "a". (C6H8O6): 62 mg.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 153

45:28 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 153 16/01/2023 23:45:28

Quantidade de matéria – Capítulo 33 355

EM_ME_Quimica_1A.indb 355 11/02/2023 10:35


Quantas vezes, aproximadamente, a dose 6. (Fuvest–Adaptada) A concentração de íons
ingerida por Pauling é maior que a reco- fluoreto em uma água própria para o con-
mendada? sumo é de 5 . 10 –5 mol/litro. Se uma pessoa
(Dados: H = 1 g/mol; C = 12 g/mol; O = 16 g/mol) tomar 3 litros dessa água por dia, ao fim de
a) 10. um dia a massa de fluoreto, em miligramas,
b) 60. que essa pessoa ingeriu será igual a:
c) 1 . 102. (Dado: massa molar de fluoreto: 19 g/mol)
d) 1 . 103.
e) 6 . 104.
2. Alternativa "b".
3. (Unitau) Considerando 20 g de cada substân-
cia a seguir, indique a alternativa que apre-

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senta maior quantidade de moléculas. (Da-
dos: H = 1 g/mol; N = 14 g/mol; O = 16 g/mol;
Na = 23 g/mol)
a) N2O5.
b) NaNO3.
c) HNO3.
d) NaOH. a) 0,9.
e) H2O. b) 1,3.
3. Alternativa "e". c) 2,8.
4. (Vunesp–Adaptada) Na natureza, de cada d) 5,7.
5 átomos de boro, 1 tem massa atômica e) 15.
igual a 10 u, e 4 têm massa atômica igual
6. Alternativa "c".
a 11 u. Com base nesses dados, a massa
7. (UEL) Considere as amostras:
atômica do boro, expressa em u. é igual a:
a) 10. I. 10 g de N2.
b) 10,5. II. 5 mol de H2.
c) 10,8. III. 6 . 1023 moléculas de O3.
d) 11. IV. 1 ⋅ mol de CO.
e) 11,5. V. 32 g de O2.
4. Alternativa "c".
5. (Unicamp) Um medicamento contém 90 mg (Dados: massas molares: N = 14 g/mol;
de ácido acetil salicílico (C9H8O4) por com- H = 1 g/mol; O = 16 g/mol; C = 12 g/mol)
primido. Quantas moléculas dessa substân- Apresentam massas iguais somente:
cia há em cada comprimido? a) I e II.
(Dados: Número de Avogadro = 6 . 1023 b) II e III.
mol–1; massas atômicas relativas: C = 12 u;
c) III e IV.
O = 16 u; H = 1 u)
Livro 1 | Parte 4

d) III e V.
5. 180 g 6 ⋅10 23
e) IV e V.
90 ⋅10 –3 g x
7. Alternativa "a".
x = 3 ⋅10 –20
moléculas

154 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 154 16/01/2023 23:45:28 EM

356 Capítulo 33 – Quantidade de matéria

EM_ME_Quimica_1A.indb 356 11/02/2023 10:35


De olho no vestibular/Enem

1. (Fuvest) Determine a fórmula molecular de


um óxido de fósforo que apresenta 43,6%
de fósforo, 56,4% de oxigênio (% em massa)
e massa molecular 284.
(Dados: massas atômicas: P = 31, O = 16)
1. Fórmula molecular = P4O10

photka | Stock.adobe
2. (Cesgranrio–Adaptado) O efeito estufa é um
fenômeno de graves consequências climáti-
cas que se deve a altas concentrações de
dióxido de carbono no ar. Considere que,
num dado período, uma indústria contribuiu
para o efeito estufa lançando 88 toneladas
Considerando-se o valor de 6 ⋅ 1023 mol-1
de dióxido de carbono na atmosfera. O nú-
para a constante de Avogadro e a mas-
mero de moléculas do gás lançado no ar,
sa molar do cálcio igual a 40 g/mol, qual
naquele período, foi, aproximadamente: a quantidade mínima diária de átomos de
(Dados: Nº de Avogadro: 6 ⋅ 1023; cálcio a ser ingerida para que uma pessoa
MMCO2 = 44 g/mol) supra suas necessidades?
a) 7,5 x 1021 d) 1,5 x 1025
a) 1040
b) 1,5 x 1022 e) 4,8 x 1025
b) 1030
c) 7,5 x 10 23
c) 1027
4. Alternativa "b".
d) 1026 5. (UFV) Considere a constante de Avogadro
e) 1024 igual a 6,02 ⋅ 1023.
2. Alternativa "b". a) Determine a quantidade da matéria (nú-
3. (Unemat) Considere que a massa de uma gota mero de mols) de CO2 existentes em 88 gra-
de água é de 0,05 g. Calcule a quantidade mas de gelo seco (CO2).
de mol (n) que existe nessa gota de água. b) Determine o número de moléculas de
(Dado: massa molecular da água é igual a CO2 nesta amostra.
18 u) c) Determine o número de átomos de oxigê-
a) 0,28 mol. nio nesta amostra.
b) 0,0028 mol.
c) 0,056 mol. 5. a) 2 mol. b) 1,2 ⋅ 1024 c) 2,4 ⋅ 1024
d) 1.27 ⋅ 1021 mol. 6. (Uespi) Os avanços tecnológicos na eletrôni-
e) 2,8 ⋅1023 mol. ca levaram à invenção do espectrômetro de
3. Alternativa "b". massa, um aparelho que determina a massa
4. (Enem) O brasileiro consome em média 500 de um átomo. Um mineiro, procurando ouro
miligramas de cálcio por dia, quando a em um riacho, coleta 10 g de peças finas
quantidade recomendada é o dobro. Uma de ouro, conhecidas como pó de ouro. Sa-
alimentação balanceada é a melhor deci- bendo que a massa de um átomo de ouro é
são para evitar problemas no futuro, como a 3,27 ⋅ 10 -25 kg, calcule quantos átomos de
ouro o mineiro coletou.
Livro 1 | Parte 4

osteoporose, uma doença que atinge os os-


sos. Ela se caracteriza pela diminuição subs- a) 3 ⋅ 1025 d) 5 ⋅ 1017
tancial de massa óssea, tornando os ossos b) 3 ⋅ 1022 e) 7 ⋅ 1016
frágeis e mais suscetíveis a fraturas c) 5 ⋅ 1020

Disponível em: www.anvisa.gov.br. Acesso em: 1o/8/2012.


Adaptado.
6. Alternativa "b".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 155

45:28 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 155 16/01/2023 23:45:28

Quantidade de matéria – Capítulo 33 357

EM_ME_Quimica_1A.indb 357 11/02/2023 10:35


CAPÍTULO 34
Entre as muitas atividades de um químico, estão a determinação
da composição de uma substância, ou seja, a quantidade de átomos
de cada elemento que está presente no agregado atômico da substân-
cia; e o cálculo das quantidades de reagentes que serão consumidos e
de produtos que serão obtidos em uma reação química.
Na primeira atividade citada, o objetivo é conhecer a fórmula
da substância. Na segunda, através de cálculos estequiométricos, os
químicos são capazes de determinar o quanto de substância, em massa
ou volume, deve ser utilizado ou o quanto será obtido em uma reação
realizada.
As fórmulas são representações gráficas da composição de uma
substância. Vários tipos de fórmula são baseados nas teorias que ex-
plicam a formação das ligações químicas, permitindo prever a fórmula
de uma substância.
Estudaremos de que maneira é possível, a partir da análise de
dados experimentais, determinar as fórmulas de uma substância:
centesimal, mínima e molecular.
chokniti | StockAdobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 358 11/02/2023 10:35


Como representar
as substâncias

EM_ME_Quimica_1A.indb 359 11/02/2023 10:35


BNCC
Tome Nota Fórmula química centesimal
Habilidades trabalhadas no
A fórmula centesimal, ou porcentual, mostra a porcen-
capítulo tagem, em massa, de cada elemento que constitui uma subs-
EM13CNT101 tância. Em outras palavras, ela nos indica a massa de cada
elemento que existe em 100 gramas de substância.
EM13CNT104 Para mostrar como a fórmula centesimal é calculada, toma-
remos como exemplo a água. O que se sabe é que 900 gramas
EM13CNT105 de água, ao ser decomposta, dá origem a 100 gramas de gás
EM13CNT301 hidrogênio e 800 gramas de gás oxigênio. Segundo a Lei de
Proust, também conhecida como Lei das Proporções Constantes
EM13CNT307 — já estudada em capítulos anteriores —, pode-se calcular as
massas de hidrogênio e oxigênio formadas pela decomposição
de 100 gramas de água:
Para o H2 :
H2O → H2 + O2
900 g de H2O 100 g de H2
Objetivos 900 g 100 g 800 g 100 g de H O
100 g x y
2 x

pedagógicos x = 11,1 g
Para o H2 : Para o O2 :
ƒ Compreender a fórmula das substân- 900 g de H2O 100 g de H2 900 g de H2O 800 g de O2
cias químicas. 100 g de H2O x 100 g de H2O y
ƒ Identificar os três tipos de fórmula quí- x = 11,1 g y = 88,9 g
mica para os compostos. Para o O2 :
Assim, cada 100 gramas de água é formado por 11,1 gra-
ƒ Conhecer a fórmula química do para- 900
masg de
de hidrogênio
H2O 800
e 88,9g degramas
O2 de oxigênio. A fórmula cente-
simal
100 g dedaHágua
O então
y é: H — 11,1%; O — 88,9%.
cetamol, um composto muito presente no 2
Outro exemplo é baseado no cálculo teórico, sendo neces-
nosso cotidiano. = 88apenas
y sário ,9 g conhecer a massa molecular da substância.
Para o ácido sulfúrico (H2SO4), por exemplo, temos a seguin-
te composição centesimal (%):

Elemento Massa atômica Contribuição do elemento


para a massa molecular
Anotações H 1 2x
O 16 64 y
S 32 32 z
Totalizando a massa molecular = 2 + 64 + 32 = 98

Agora, segundo a Lei de Proust e realizando as proporções,


para cada átomo, temos:
Livro 1 | Parte 4

H → x = 2 × 100/98 = 2,0%
O → y = 64 × 100/98 = 65,3%
S → z = 32 × 100/98 = 32,7%

Assim, a fórmula centesimal do ácido sulfúrico é H — 2%;


S — 65,3%; O — 32,7%.

158 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 158 16/01/2023 23:45:30

EM

360 Capítulo 34 – Como representar as substâncias

EM_ME_Quimica_1A.indb 360 11/02/2023 10:35


Fórmula química mínima Tá na mídia
Você já ouviu falar em bioacumu-
A fórmula mínima, ou empírica, corresponde à propor- lação? É um tipo de contaminação
que ocorre ao entrar em contato
ção, expressa pelos menores números inteiros, entre os áto- com algumas substâncias. Ela acon-
mos presentes em um agregado. tece de forma gradativa, principal-
Conhecendo-se quanto de cada elemento está presente mente quando se trata de metais
numa determinada amostra de substância, é possível calcular pesados, como chumbo e cobre.
sua fórmula mínima.
Por exemplo, sabendo que 560 gramas de buteno são for- Quer saber mais sobre a bioacumu-
lação? Acesse o QR Code a seguir.
mados por 480 gramas de carbono e 80 gramas de hidrogênio,
a fórmula mínima é determinada como se segue: O que é bioacumulação? | eCycle
Calcula-se o número de mols de cada tipo de átomo
presente na amostra de substância.
C → 12 g ------1 mol de átomos
480 g ------ x mol de átomos x = 40 mol
H → 1 g ------1 mol de átomos
80 g ------ y mol de átomos y = 80 mol
Determina-se a relação entre os átomos do elemento.
No exemplo do buteno, verifica-se que a proporção entre
os átomos de C e H é 1 : 2, ou seja, em qualquer amostra
de buteno, o número de átomos de H será o dobro do
número de átomos de C. Portanto, a fórmula mínima do
Tome Nota
buteno será CH2.

A fim de aplicar o nosso conhecimento, vamos calcular a


fórmula mínima de um composto que apresenta 43,4% de sódio,
11,3% de carbono e 45,3% de oxigênio.
(Dados: massas atômicas: Na = 23 u; C = 12 u; O = 16 u)
Para resolver, vamos adotar a seguinte forma de organizar
os dados:

Divisão das
Divisão pelo menor
porcentagens pelas
Dados dos valores
respectivas massas
encontrados (0,94)
atômicas
43,4% Na 43,4/23 = 1,88 1,88/0,94 = 2
11,3% C 11,3/12 = 0,94 0,94/0,94 = 1
45,3% O 45,3/16 = 2,82 2,82/0,94 = 3

Portanto, a fórmula mínima para este composto será Na2CO3.


:45:30

Atenção! Em alguns casos, quando se dividem todos os


valores pelo menor deles — etapa da 3ª coluna —, não se
Livro 1 | Parte 4

chega a um resultado com todos os números inteiros. Por exem-


plo, em outro caso, poderíamos ter a proporção 2 : 1,5 : 3; como
os números devem ser os menores inteiros possíveis, devemos
multiplicar esses valores por 2 e, assim, teremos 4 : 3 : 6, os
menores inteiros possíveis.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 159

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 159 16/01/2023 23:45:30

Como representar as substâncias – Capítulo 34 361

EM_ME_Quimica_1A.indb 361 11/02/2023 10:35


Fórmula química molecular
A fórmula molecular indica os elementos e a quantidade
de átomos de cada elemento presente em uma molécula da
substância.
Para se determinar a fórmula molecular de um composto
químico, deve-se calcular inicialmente sua fórmula mínima e, de-
pois, multiplicá-la por n.
O valor de n é calculado a partir da massa molecular da
substância, visto que:

Massa molecular = (massa da fórmula mínima) × n

Logo:

n = massa molecular/massa da fórmula mínima

A fim de aplicar aquilo que aprendemos, vamos realizar o


cálculo da fórmula molecular de uma substância por meio da sua
fórmula mínima.
Temos uma substância de massa molecular 180 u, formada
por 40% de carbono, 6,72% de hidrogênio e 53,28% de oxigênio.
shawn_hempel | Depositphotos
Sabemos que as massas atômicas de H = 1 u; C = 12 u; O = 16 u.
Inicialmente, calculamos a fórmula mínima, como aprendemos:
Tome Nota
Divisão das
Divisão pelo menor
porcentagens pelas
Dados dos valores
respectivas massas
encontrados (0,94)
atômicas
40% C 40/12 = 3,33 3,33/3,33 = 1
6,72% H 6,72/1 = 6,72 6,72/3,33 = 2
53,28% O 53,28/16 = 3,33 3,33/3,33 = 1

Com base nessas informações, podemos calcular a massa


da fórmula mínima (CH2O), somando as massas atômicas dos
átomos contidos na fórmula: 12 + 1 × 2 +16 = 30.
Podemos, então, dizer que a fórmula molecular = (CH2O)n, em
que n = massa molecular/massa da fórmula mínima = 180/30 = 6;
logo, fórmula molecular = (CH2O)6. Assim, a fórmula molecular
será C6H12O6. EM_
Livro 1 | Parte 4

Atenção! Conhecendo-se a fórmula molecular de uma


substância, sua fórmula mínima pode ser determinada através
da simplificação dos índices dos elementos para o menor intei-
ro possível, podendo existir casos em que as fórmulas mínima
e molecular são as mesmas.

160 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 160 16/01/2023 23:45:30

362 Capítulo 34 – Como representar as substâncias

EM_ME_Quimica_1A.indb 362 11/02/2023 10:35


koya979 | Depositphotos
Observe a tabela abaixo:

Substância Fórmula molecular Fórmula mínima


Água oxigenada H2O2 HO
Benzeno C6H6 CH
Leitura
Eteno C2H4 CH2 complementar
Propeno C3H6 CH2 O freon
Buteno C4H8 CH2
Ácido nítrico HNO3 HNO3 O gás freon, cuja fórmula mole-
Glicose C6H12O6 CH2O cular é CCl2F2, constitui um importante
Com base nela, nota-se que substâncias diferentes, como aliado para o nosso bem-estar. Como a
eteno, propeno e buteno, apresentam a mesma fórmula mínima. própria estrutura revela, esse gás clora-
Isso não acontece com a fórmula molecular, que é característica
de cada substância.
do e fluorado é derivado do metano e
é altamente inflamável.
Para saber onde o freon é usado,
basta imaginar um dia de verão: um sol
Paracetamol: aspectos químicos de escaldar em uma praia, aquela sede
O paracetamol é uma substância que está pre-
Depositphotos | RobHainer
terrível, e você deseja urgentemente to-
sente em medicamentos para combater a febre e atu- mar uma água gelada, é claro. Saiba
ar no tratamento de infecções. As primeiras utilizações que o responsável por seu refrigerador
desse medicamento datam do século passado, mais
precisamente em 1956, na Inglaterra. A partir dessa manter os alimentos fresquinhos e con-
data, seu uso foi se disseminando pelo restante do servados é justamente o gás freon.
mundo.
As propriedades analgésicas (combate à dor) e Graças a ele, a partir de 1950 já
antipiréticas (combate à febre) do paracetamol se tor- era possível fazer gelo residencial, e os
naram populares, e atualmente é muito usado puro ou
combinado com outros fármacos.
alimentos congelados invadiram o mer-
A molécula desse composto, ilustrada ao lado, é cado e passaram a percorrer o mundo.
formada por átomos de carbono (C), representados Além de ser usado como agente
por esferas na cor preta; por átomos de hidrogênio
(H), na cor branca; por átomos de oxigênio (O), na cor refrigerante, o gás freon é empregado
vermelha; e por um átomo de nitrogênio (N), na cor como precursor de aerossóis (sprays pro-
azul. Com base nessas informações, concluímos que a
fórmula molecular do paracetamol é C8H9NO2. pelentes). Esse gás a baixas altitudes (ní-
vel da terra) é pouco tóxico, mas quando
Livro 1 | Parte 4

Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimica/paracetamol-aspectos-quimicos.htm. Acesso em: 20/11/2021. Adaptado.


se encontra disperso na alta atmosfera é
um dos responsáveis pela destruição da
camada de ozônio. E por isso ele vem
sendo substituído ao longo dos anos. [...]
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 161
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/
quimica/gas-freon.htm. Acesso em: 02/06/2022.
EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 161 16/01/2023 23:45:30 Adaptado.

Anotações

45:30

Como representar as substâncias – Capítulo 34 363

EM_ME_Quimica_1A.indb 363 11/02/2023 10:35


Agora é sua vez!

1. (UFRGS) A combinação entre o nitrogênio (Dados: massa molar (g/mol): C = 12; H = 1;


e o oxigênio pode originar diferentes óxi- O = 16)
dos. Entre os óxidos nitrogenados a seguir, a) 46%.
aquele que apresenta, em sua composição, b) 34%.
o maior teor ponderal de nitrogênio é o: c) 12%.
(Dados: N = 14 u, O = 16 u) d) 1%.
a) NO. e) 62%.
b) NO2. 4. Alternativa "c".
c) N2O. 5. (Vunesp) A massa de 1 mol de vanilina, uma
d) N2O3. substância utilizada para dar sabor aos ali-
e) N2O5. mentos, é constituída por 96 g de carbo-
1. Alternativa "c". no, 8 g de hidrogênio e 48 g de oxigênio.
2. b) É um óxido molecular, pois apresenta ligações

2. (UFU) Um óxido de nitrogênio foi analisado São dadas as massas molares, em g/mol:
vanilina = 152; H = 1; C = 12; O = 16. As
e apresentou as seguintes porcentagens em
fórmulas empírica e molecular da vanilina
massa: 25,9% de nitrogênio e 74,1% de oxi-
são, respectivamente:
gênio. Tendo em vista as informações apre-
sentadas, faça o que se pede. a) C3H4O e C9H12O2.
(Dados: N = 14 u; O = 16 u) b) C3H4O2 e C7H12O4.
covalentes entre seus átomos.

a) Dê a fórmula empírica desse composto, c) C5H5O e C10H10O2.


demonstrando os cálculos utilizados. 2. a) N2O5 d) C5H5O e C11H12O.
b) O óxido apresentado é um óxido molecu- e) C8H8O3 e C8H8O3.
lar ou iônico? Justifique sua resposta. 5. Alternativa "e".
c) Escreva a equação que representa a rea- 6. (Vunesp) Um composto de carbono, hidro-
ção entre esse óxido e a água. gênio e oxigênio apresenta, na sua constitui-
2. c) N2O5 + H2O → 2 HNO3. ção, 40% de carbono, 6,6% de hidrogênio e
3. (Mackenzie–SP) No fréon, (CC l F ), a por- 53,4% de oxigênio. A sua fórmula mínima é:
2 2
centagem, em massa, de carbono, é, aproxi- (Dados: massas molares, em g/mol: H = 1;
madamente: C = 12; O = 16)
(Dados: massa molar (g/mol): C = 12; Cl = a) CHO.
35; F = 19) b) CH2O.
a) 12%. c) CHO2.
b) 10%. d) C2HO.
c) 1%. e) C2H2O.
d) 66%. 6. Alternativa "b".
e) 20%.
3. Alternativa "b".
Livro 1 | Parte 4

4. (Mackenzie) No colesterol, cuja fórmula mo-


lecular é C27H46O, a porcentagem de hidro-
gênio é aproximadamente igual a:

162 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 162 16/01/2023 23:45:30 EM

364 Capítulo 34 – Como representar as substâncias

EM_ME_Quimica_1A.indb 364 11/02/2023 10:35


De olho no vestibular/Enem

1. (UEL) Um hidrocarboneto de fórmula geral 4. (Mackenzie) Em lavagens de fios têxteis, usa-


CnH2n - 2 tem massa molar igual a 96 g/mol. -se o carbonato de sódio decahidratado
Sua fórmula molecular é: (Na2CO3 . xH2O). A fórmula do carbonato
(Dados: massas molares: C = 12 g/mol; H = 1 g/mol) decahidratado ficará correta se x for igual a:
a) C5H8. a) 1.
b) C6H10. b) 2.
c) C7H12. c) 5.
d) C8H14. d) 10.
e) C9H16. e) 12.
1. Alternativa "c". 4. Alternativa "d".
2. (Ufes) Uma das reações que ocorrem na 5. (FEQ–CE) A análise química de uma amostra
produção de ferro (Fe) a partir da hematita revela a seguinte relação entre os elementos
químicos formadores da substância: 0,25 mol
(Fe2O3) pode ser representada pela equação:
de H, 0,25 mol de S e 1,0 mol de O. Pode-se
concluir que a fórmula mínima da substância é:
a) H2S2O4
b) H2SO4
lukasok | Stock.adobe

c) HSO8
d) HSO4
e) HSO2
5. Alternativa "d".
6. (Vunesp) A porcentagem em massa de car-
Fe2O3 + 3 CO → 2 Fe + 3 CO2 bono no clorofórmio, CHC l 3, é, aproxima-
A porcentagem em massa de ferro na he- damente:
matita, considerando-a pura, é: (Dados: massas molares, em g/mol: H = 1;
(Dados: massas atômicas: Fe = 56 u; O = 16 u) C = 12, C l = 35,5)
a) 16%. a) 1%.
b) 35%. b) 10%.
c) 49%. c) 12%.
d) 56%. d) 24%.
e) 70%. e) 50%.
2. Alternativa "e". 6. Alternativa "b".
3. (Cesgranrio) Um hidrocarboneto apresenta 7. Considerando-se as massas atômicas Cu = 64 u,
92,3% de carbono em sua composição. Se S = 32 u, O = 16 u e H = 1 u, a porcentagem
sua molécula-grama é 78 g, o número de de água no CuSO45H2O é de:
átomos de carbono na molécula é de: a) 5%.
Livro 1 | Parte 4

(Dados: C = 12 u; H = 1 u) b) 36%.
a) 2. d) 5. c) 90%.
b) 3. e) 6. d) 25%.
c) 4. e) 50%.
3. Alternativa "e". 7. Alternativa "b".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 163

45:30 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 163 16/01/2023 23:45:31

Como representar as substâncias – Capítulo 34 365

EM_ME_Quimica_1A.indb 365 11/02/2023 10:35


CAPÍTULO 35
As quantidades de reagentes e produtos utilizados e produzidos
em uma reação química podem ser relacionadas a partir de uma parte
da Química quantitativa denominada estequiometria.
A estequiometria nada mais é do que o cálculo da quantidade
das substâncias envolvidas em uma reação química, sendo a palavra
estequiometria derivada do grego, significando medição dos elementos.
Esse cálculo é realizado baseando-se nas leis das reações com
o auxílio das equações químicas correspondentes às reações, sendo
possível relacionar quantidades de matéria, massa, número de molé-
culas e volume molar das espécies químicas envolvidas, visto que, nas
reações químicas, as substâncias reagem entre si, originando produtos
em proporções específicas. Por isso, é possível calcular quanto de
produto será formado e quanto de reagente se precisa para que a
reação aconteça.
Neste capítulo, estudaremos, de maneira introdutória, a estequio-
metria das reações.
SergeyNivens | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 366 11/02/2023 10:35


Relacionando as
quantidades de reagentes
e produtos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 367 11/02/2023 10:35


BNCC
Habilidades trabalhadas no
capítulo
EM13CNT101
EM13CNT104
EM13CNT105
EM13CNT301
EM13CNT307

yellow2j | Depositphotos
Objetivos
pedagógicos
ƒ Compreender como se relacionam os Relações estequiométricas básicas
Tome Nota
reagentes e os produtos em uma reação
As relações estequiométricas básicas nos permitem fazer
química. várias atribuições importantes quando se tem a finalidade de
ƒ Reconhecer as relações estequiomé- utilizar certos reagentes para se produzir alguma substância es-
pecífica, podendo se determinar a partir de quanto de reagente
tricas que podem existir envolvendo o será produzida uma quantidade desejada de produto.
volume de reagentes e produtos. Para aprender a aplicar a estequiometria, precisamos
ƒ Identificar as relações estequiométricas conhecer as proporções existentes entre os elementos que formam
as diferentes substâncias. Essas proporções são dadas pelas
no preparo de um bolo. fórmulas moleculares, centesimais e mínimas dos compostos. Tais
proporções são baseadas nos coeficientes de qualquer reação,
que, por sua vez, seguem as leis ponderais da Conservação
das Massas e das Proporções Constantes: a primeira diz que,
Anotações em um sistema fechado, a massa total dos reagentes é igual à
massa total dos produtos; enquanto a segunda lei afirma que
toda substância apresenta uma proporção constante em massa
na sua composição.
Para se aplicar as relações estequiométricas, deve-se
conhecer bem os coeficientes da reação química em questão, isso
porque os coeficientes de uma reação química balanceada
indicam a proporção de cada substância que reage e que é
produzida.
Livro 1 | Parte 4

Essa proporção entre reagentes e produtos pode ser em


mol, massa, número de moléculas ou volume (para substâncias na
fase gasosa), caso que vamos estudar no próximo tópico.

168 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 168 16/01/2023 23:45:31

EM

368 Capítulo 35 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 368 11/02/2023 10:35


Vamos calcular a quantidade de matéria de álcool etílico,
C2H6O(l), reagindo com oxigênio gasoso (O2) que terá como

panama555 | Depositphotos
produto 12 mol de gás carbônico. Consideraremos que nessa
reação ocorrerá também a formação de água.

O primeiro passo é montar a equação balanceada, assim:

C2H6O(l) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(v)

É possível notar que 1 mol de C2H6O produz 2 mol de


CO2. Fazendo regra de três, obteremos:

1 mol de C2H6O — 2 mol de CO2


x — 12 mol
x = 6 mol

Assim, podemos concluir que 6 mol de C2H6O serão neces-


sários para produzir 12 mol de CO2.

A estequiometria e a vida real

Se você assistiu ao filme Apollo 13, viu


um exemplo de estequiometria e resolução de
problemas em ação. Por causa de um aciden-
te, a tripulação da Apollo 13 nunca chegou
a pousar na Lua. Além disso, parte de seu su-
primento de oxigênio foi perdido no acidente.
Como resultado, a tripulação foi forçada a
"re-respirar" o ar da cabine.
O problema que você está convidado a
considerar é o fato de que o ar respirado mais
de uma vez em um espaço confinado se torna
pobre em oxigênio e rico de dióxido de carbo-
no. Os níveis de dióxido de carbono poderiam
se tornar tóxicos rapidamente, e a tripulação
poderia se asfixiar. O excesso de dióxido de
carbono do ar pode ser absorvido por uma
base forte, tal como hidróxido de lítio sólido.
:45:31 Aqui estão algumas perguntas para você
Reprodução
responder com base nas reflexões levantadas
pelo filme Apollo 13:
Livro 1 | Parte 4

1. Quais são as fórmulas para o dióxido de carbono e hidróxido de lítio?


2. Qual é a equação de equilíbrio para a reação desses dois compostos químicos?
3. Em que fase (forma física) o(s) produto(s) está(ão) quando a reação está completa?

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 169

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 169 16/01/2023 23:45:32

Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I – Capítulo 35 369

EM_ME_Quimica_1A.indb 369 11/02/2023 10:35


Relações estequiométricas
envolvendo volume
Estequiometricamente, para se relacionar volumes de ga-
ses participantes em uma reação, deve-se considerar que eles
estão nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP),

magicinfoto | Depositphotos
condição experimental com temperatura e pressão de 273,15 K
(0 °C) e 101,325 Pa (101,325 kPa = 1,01325 bar = 1 atm = 760
mmHg), respectivamente.
Nos cálculos estequiométricos, é relevante o uso da seguinte
relação:

1 mol → 6 ⋅ 1023 moléculas →


massa molar em g/mol → 22,4 L (nas CNTP)

Tome Nota Por exemplo, podemos determinar quantos litros de dióxido


de carbono (CO2) será liberado quando se reage 2 mol de car-
bonato de cálcio (CaCO3) com 23 g de água (H2O). Aplicando
diretamente as regras já mencionadas, temos a seguinte reação
química:

CaCO3(s) + H2O(l) → CO2(g) + Ca(OH)2(aq)

Assim, relacionando as grandezas por meio de regras de


três:

1 mol CaCO3 + 18 g H2O → 1 mol CO2


1 mol CaCO3 + 23 g H2O → ? mol CO2

Nesse exemplo, há uma característica bem interessante: a


quantidade de água (23 g) é insuficiente para a produção de
CO2, por isso 1 mol de CaCO3 não será totalmente utilizado,
pois há uma quantidade menor de massa de H2O do que na
condição exata das proporções dos reagentes e produtos, que
deveria ser 18 g.
Dessa forma, devemos relacionar a proporção de CO2 que
se formará apenas com a quantidade de água presente (23 g),
portanto:

18 g de H2O _________ 1 mol de CO2


23 g de H2O _________ x mol de CO2
x ≅ 1, 28 mol
Livro 1 | Parte 4

170 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 170 16/01/2023 23:45:32 EM

370 Capítulo 35 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I

EM_ME_Quimica_1A.indb 370 11/02/2023 10:35


Assim, utilizando 23 g de H2O, formaremos aproximada-
Saiba mais
mente 1,28 mol de CO2.
A partir de 1982, a
Porém, no exemplo, deveríamos calcular o volume de CO2 International Union of Pure
produzido na reação, não a quantidade de matéria (mol). Por and Applied Chemistry
isso, a fim de determinar o volume, consideraremos as condi- (Iupac) — em português,
União Internacional de
ções-padrão: Química Pura e Aplicada
— alterou o valor da
1 mol = 22,4 L pressão adotada segundo
as condições normais de
temperatura e pressão
Portanto: (CNTP) de 101.325 Pa para
100.000 Pa, ou 1 bar.
1 mol → massa molar → CNTP → 22,4 L Essa mudança facilitaria a
simplificação dos cálculos,
a compatibilização com as
Logo: unidades do Sistema Interna-
cional de unidades (SI) e re-
solveria a dificuldade de se
18 g de água → 22,4 L de CO2 conseguir o valor exato da
23 g de água → x pressão de 1 atm, além de
x = 28,6 L de CO2 não causar grandes mudan-
ças em outras constantes.
Com essas mudanças, o volu-
Nesse caso, consideramos as CNTP. Caso tivéssemos uma me molar passou de 22,4 L/
condição diferente, 1 mol de gás ocuparia um volume diferente mol para 22,71 L/mol. Con-
de 22,4 L, e, para tanto, o volume deverá ser fornecido. Apren- tudo, o valor de 22,4 L/mol
ainda é o mais utilizado.
deremos como determiná-lo no capítulo mais à frente referente
ao estudo dos gases. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/
online/qnesc02/atual2.pdf. Acesso em:
20/11/2021. Adaptado.
kwanchai.c | Shutterstock

Livro 1 | Parte 4

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 171

45:32 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 171 16/01/2023 23:45:32

Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I – Capítulo 35 371

EM_ME_Quimica_1A.indb 371 11/02/2023 10:35


A química do bolo

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Muitas pessoas não percebem, mas a cozinha é um fantástico laboratório químico, um
lugar onde ocorrem inúmeros fenômenos químicos e físicos.
Por exemplo, para fazer um simples bolo, ocorrem diversas reações químicas, tanto na
mistura dos ingredientes quanto na ordem de preparo do bolo. A seguir, você verá o porquê
de tudo ser feito conforme a ordem descrita nas receitas. Este exemplo é de um simples bolo.
Na maioria das vezes, antes de começarmos a preparar um bolo, precisamos acender o
forno; isso se chama preaquecimento (±15 minutos). Desse modo, o gás carbônico que será
obtido pela transformação do fermento não irá escapar da massa antes que ela comece a se
solidificar.
Claras em neve são uma espuma usada em vários tipos de bolo. São obtidas batendo-as
em uma batedeira ou com um garfo. Esse movimento de bater vai introduzindo ar, que as claras
incorporam em grande quantidade (pelo menos 3 vezes o seu volume original).
Normalmente, bate-se a gema dos ovos com açúcar e manteiga, pois, quando assim é
feito, os cristais de açúcar formam pequenas “bolsas” de ar, que ajudam na sustentação inicial
da massa.
Agora, falaremos acerca do ingrediente mais importante em um bolo, o fermento. Quando
adicionado à massa, o fermento sofre uma transformação química, liberando gás carbônico,
a partir da reação entre bicarbonato de sódio e fosfato monoácido (dihidrogenofosfato de
cálcio), vista a seguir:

8 NaHCO3 + 3 Ca(H2PO4)2 → Ca3(PO4)2 + 4 Na2HPO4 + 8 CO2 + 8 H2O

O NaHCO3 (bicarbonato de sódio) reage com o Ca(H2PO4)2 (dihidrogenofosfato de


cálcio), produzindo Ca3(PO4)2 (fosfato de cálcio), Na2HPO4 (monohidrogenofosfato de sódio),
CO2 (gás carbônico) e H2O (água).
É o gás carbônico que permite ao bolo crescer, tornando a massa leve e macia. Essa re-
ação é favorecida pelo aquecimento, por isso a utilização de ingredientes gelados no preparo
da massa pode prejudicar o resultado final.
Você nunca deve abrir o forno durante o cozimento do bolo, porque as bolhas de gás
Livro 1 | Parte 4

carbônico e de vapor de água que estão dilatadas na massa, devido ao aquecimento, podem
se contrair se forem resfriadas bruscamente, fazendo o bolo murchar.

Disponível em: http://www.quimicalizando.com/curiosidades/a-quimica-em-um-bolo. Acesso em: 20/11/2021. Adaptado.

172 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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372 Capítulo 35 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I

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Agora é sua vez!

1. O maior emprego isolado do ácido sulfúrico é 4. (PUC–MG) Sob condições apropriadas, gás
observado na indústria de fertilizantes à base acetileno (C2H2) e ácido clorídrico reagem
de fósforo ou de amônio. O exemplo mais im- para formar cloreto de vinila, C2H3C l . Essa
portante é a obtenção do superfosfato: substância é usada para produzir policloreto
Ca3(PO4)2 + H2SO4 → Ca2H2(PO4)2 + de vinila (PVC) — plástico — e foi considera-
CaSO4. da recentemente carcinogênica.
O fósforo (P) é usado no desenvolvimento A reação na formação do C2H3C l pode ser
das raízes. representada pela equação:
Dados: C2H2+1 HC l → C2H3C l
Ca = 40,1 g/mol; (P) = 31 g/mol; Quando se obtêm 2 mols de cloreto de vini-
O = 16 g/mol; (H) = 1 g/mol; la, o volume de gás acetileno consumido, nas
CNTP (0 °C e 1 atm), é igual a:
S = 32 g/mol].
a) 1,2 L. d) 44,8 L.
Calcule a massa de ácido sulfúrico, em tonela-
das (t), necessária para reagir com 155.150 kg b) 22,4 L. e) 89,2 L.
de Ca3(PO4)2 (fosforita) na produção de super- c) 33,6 L.
fosfato considerando a inexistência de excesso 4. Alternativa "d".
de qualquer reagente. 5. (Espem–Adaptado) O hipoclorito de sódio
1. 49.000 kg = 49 t. tem propriedades bactericida e alvejante,
2. A combustão completa de isoctano (C H ) sendo utilizado para cloração de piscinas,
8 18
leva à formação de dióxido de carbono e vendido no mercado consumidor, em solu-
água. Calcule a massa, em kg, de dióxido ção, como água sanitária.
de carbono lançada no meio ambiente na Para fabricá-lo, reage-se gás cloro com
combustão completa de 10 mol de isoctano. soda cáustica:
Multiplique o resultado encontrado por 10 e Cl2 + 2 NaOH → NaCl + NaClO + H2O.
despreze a parte decimal, caso exista. A massa de soda cáustica necessária para
Considere os dados: M(C) = 12 g/mol, obter 149 kg de hipoclorito de sódio é:
M(H) = 1 g/mol e M(O) = 16 g/mol. Dados: Na = 23 g/mol; O = 16g/mol; Cl =
2. 35 kg. 35,5 g/mol.
3. (Ceub) Produzindo amônia, 7 g de nitrogê- a) 40 kg. d) 160 kg.
nio reagem com quantidade suficiente de b) 80 kg. e) 200 kg.
hidrogênio, segundo a equação química não
balanceada: c) 120 kg.
N2(g) + H2(g) → NH3(g) 5. Alternativa "d".
6. (Mackenzie) O número de mols de HCl, pro-
A massa de amônia produzida nessa rea-
ção será: duzido pela reação de 1,2 ∙ 1023 moléculas
(Dados: N = 14 u e H = 1 u) de H2 com 4,48 litros de Cl2, nas CNTP, é:
a) 34 g. (Dados: constante de Avogadro = 6 ∙ 1023;
volume molar nas CNTP = 22,4 L)
Livro 1 | Parte 4

b) 17 g.
c) 15 g. a) 0,50. d) 0,90.
d) 7,5 g. b) 0,45. e) N.D.A.
e) 8,5 g. c) 0,40.
3. Alternativa "e". 6. Alternativa "c".
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Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I – Capítulo 35 373

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De olho no vestibular/Enem

1. (Fesp) O quociente entre as massas de dois 4. (Fuvest) Nas CNTP, o volume ocupado por 10 g
elementos, A e B, que reagem exatamente de monóxido de carbono (CO) é:
entre si, originando o composto AB, é igual (Dados: massas molares: C = 12 g/mol e
a 0,75. Misturando-se 24 g de A e 40 g de O = 16 g/mol; volume molar dos gases nas
B, ao término da reação, verifica-se que:
CNTP = 22,4 L/mol)
a) houve a formação de 64 g de AB.
a) 6,0 L.
b) houve a formação de 56 g de AB, com
excesso de 8 g de A. b) 8,0 L.
c) 80% da massa de B reagiu completamen- c) 9,0 L.
te com 24 g de A. d) 10 L.
d) 16 g de A reagem integralmente com e) 12 L.
40 g de B. 4. Alternativa “b”.
e) não há reação, porque as massas postas 5. (Uerj) Muitas joias são constituídas por ligas
em contato não são estequiométricas.
feitas de uma mistura de ouro puro com ou-
1. Alternativa "c". tros metais. Uma joia é considerada de ouro
2. (UFRGS) Em uma embalagem de sal de co-
n quilates se n/24 de sua massa for de ouro,
zinha, consta a seguinte informação: sendo n um número inteiro, maior ou igual
Cada 1 g contém 355 mg de sódio. a 1 e menor ou igual a 24. Uma aliança
Considerando-se que todo sódio provém do de ouro 15 quilates tem massa igual a 4
cloreto de sódio, o teor de cloreto de sódio g. Para transformar essa aliança em outra,
nessa amostra de sal é, aproximadamente: de ouro 18 quilates, mantendo a quantidade
(Dado: NaC l = 58,5 g/mol) dos outros metais, é necessário acrescentar,
a) 10%. em sua liga, uma quantidade de gramas de
b) 23%. ouro puro equivalente a:
c) 39%. a) 1.
d) 58%. b) 1,5.
e) 90%. c) 2.
2. Alternativa "e". d) 3.
3. (Cesgranrio) Em uma estação espacial, empre- 5. Alternativa “c”.
ga-se óxido de lítio para remover o CO2 no 6. Observe a situação: 5 mol de álcool etíli-
processo de renovação do ar de respiração,
segundo a equação: Li2O + CO2 → Li2CO3. co (C2H6O) entram em combustão, reagindo
com o oxigênio (O2). Calcule quantas molé-
Sabendo-se que são utilizadas unidades de
culas de O2 serão consumidas nessa reação.
absorção contendo 1,8 Kg de Li2O, o volu-
me máximo de CO2, medido nas CNTP, que Equação química balanceada:
cada uma delas pode absorver é: 1 C2H6O (l) + 3 O2 (g) → 2 CO2 + 3 H2O (v)
(Dados: C = 12 g/mol; O = 16 g/mol; Li = 7 g/mol) 6. x = 9,0 ⋅ 1024
a) 1.800 L. 7. (Mackenzie) "Uma parte da plataforma de
b) 1.344 L.
Livro 1 | Parte 4

gelo Wilkins, localizada na Península Antár-


c) 1.120 L. tida, entrou em colapso em um processo de
d) 980 L. desintegração que especialistas afirmam ter
e) 672 L. sido provocado pelo aquecimento global. A
3. Alternativa "b". região mais atingida tem 13.680 km2, mas

174 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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374 Capítulo 35 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I

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toda a área afetada chega a 414 mil km2. 9. (Fatec) O antiácido estomacal, preparado à
A plataforma, um grande lençol gelado que base de bicarbonato de sódio (NaHCO3), re-
flutua no oceano, localiza-se na Antártida
duz a acidez estomacal provocada pelo ex-
Ocidental. Essa é a região do Planeta onde
cesso de ácido clorídrico segundo a equa-
foi registrado o maior incremento de tem-
peratura nos últimos 50 anos — cerca de ção:
0,5 °C por década." HC l (aq) + NaHCO3(aq) → NaC l (aq) +
O Estado de S. Paulo, 26/03/2008.
H2O(l) + CO2(g)
Dados: massa molar NaHCO3 = 84 g/mol;
Pesquisadores do clima mundial afirmam que
o aquecimento global está ocorrendo em volume molar = 22,4 L/mol (0 °C e 1 atm).
função do aumento da emissão de gases po- Para cada 1,87 g de bicarbonato de sódio,
luentes, principalmente derivados da queima o volume de gás carbônico liberado a 0 °C
de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc.), e 1 atm é aproximadamente:
na atmosfera. Esses gases (ozônio, dióxido a) 900 mL.
de carbono, metano, óxido nitroso e monó-
xido de carbono) formam uma camada de b) 778 mL.
poluentes, de difícil dispersão, agravando o c) 645 mL.
famoso efeito estufa. Uma das soluções para d) 493 mL.
diminuir o impacto do aquecimento global é
e) 224 mL.
a utilização de combustíveis de fontes reno-
váveis (biodiesel, etanol) em substituição aos 9. Alternativa "d".
combustíveis fósseis. 10. (Enem–Adaptada) Para cada litro de eta-
Nota: Admita que a gasolina seja composta nol produzido em uma indústria de cana-
somente por n-octano. -de-açúcar são gerados cerca de 18 litros
Quando um mol de etanol e gasolina sofrem, de vinhaça, que é utilizada na irrigação das
separadamente, combustão total, a contri- plantações de cana-de-açúcar, já que con-
buição da gasolina na geração de dióxido tém teores médios de nutrientes N, P e K
de carbono, em relação à do etanol, é: iguais a 357 mg/L, 60 mg/L e 2 034 mg/L,
a) duas vezes maior. respectivamente.
SILVA, M. A. S.; GRIEBELER, N. P.; BORGES, L. C. Uso de vinhaça e
b) três vezes maior. impactos nas propriedades do solo e lençol freático. Revista Brasi-
c) quatro vezes maior. leira de Engenharia Agrícola e Ambiental, n. 1, 2007. Adaptado.

d) cinco vezes maior.


e) seis vezes maior. Na produção de 27.000 litros de etanol, a
7. Alternativa “c”. quantidade total de fósforo, em quilogramas,
8. (Fatec) Considere a equação não balancea- disponível na vinhaça será mais próxima de:
da: H2O2(aq) → H2O(l) + O2(g). a) 1.
O volume de oxigênio, medido nas condi- b) 29.
ções ambientes de temperatura e pressão, c) 60.
que pode se formar pela decomposição de d) 170.
3,40 g de peróxido de hidrogênio é:
e) 1.000.
(Dados: volume molar nas CNTP =
24,5 dm3/mol; massas molares: H = 1 g/mol 10. Alternativa "b".
e O = 16 g/mol)
Livro 1 | Parte 4

a) 12,25 dm3. d) 2,45 dm3.


b) 1,23 dm3. e) 1,00 dm3.
c) 4,90 dm3.
8. Alternativa "b".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 175

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Relacionando as quantidades de reagentes e produtos I – Capítulo 35 375

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CAPÍTULO 36
No capítulo anterior, estudamos estequiometria e vimos que esta
é uma ferramenta muito importante na Química.
Muitos problemas podem ser solucionados com o uso da es-
tequiometria, como a concentração de ozônio na atmosfera, a de-
terminação de rendimento potencial de ouro a partir do mineral e
a avaliação de diferentes processos de conversão de carvão em
combustíveis gasosos.
Neste capítulo, continuaremos nosso estudo em estequiometria,
estudaremos especificamente quando se há reagente limitante e
reagentes impuros.
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Relacionando as
quantidades de
reagentes e produtos II

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BNCC
Tome Nota Relacionando quando há um
Habilidades trabalhadas no
reagente limitante
capítulo Existem casos de reações químicas em que um dos reagen-
EM13CNT101 tes é usado completamente antes dos outros, com isso a reação
para, deixando o reagente em excesso como sobra.
EM13CNT104 Por exemplo, se tivermos uma mistura de 10 mol de H2 e
7 mol de O2 reagindo para formar água, a equação que rege
EM13CNT105 essa reação é dada por:
EM13CNT301 2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(g).
EM13CNT307 Do balanceamento da reação, vimos que 2 mol de H2 reagem
com 1 mol de O2; desse modo, para 10 mol de H2 a quantidade de
matéria de O2 necessária para reagir com todo o H2 é 5 mol.
Como 7 mol de O2 estão disponíveis no início da reação,
calculamos 7 mol de O2 menos 5 mol de O2. Como resultado,
Objetivos obtemos 2 mol de O2, que estarão presentes quando todo o H2
tiver sido consumido.
pedagógicos
O reagente completamente consumido na reação é cha-
ƒ Compreender como deve ser feita a mado de reagente limitante, ou reagente limitador, porque
ele determina, ou limita, a quantidade de produto formada.
relação estequiométrica quando há um
reagente limitante para a reação. Os outros reagentes são algumas vezes chamados de reagen-
ƒ Reconhecer como é calculado o ren- tes em excesso.
No exemplo, H2 é o reagente limitante, o que significa que,
dimento de uma reação quando estão quando todo o H2 tiver sido consumido, a reação parará. O2 é o
sendo utilizados reagentes impuros. reagente em excesso, sobrando ao término da reação.
Um aspecto quantitativo importante das reações é o seu ren-
dimento teórico, que consiste na quantidade de produto formado,
e que é calculada quando todo o reagente limitante é consumido.
A quantidade de produto obtida em uma reação é chama-
da rendimento real. O rendimento real é sempre menor que o
Anotações rendimento teórico, nunca podendo ser maior. Isso porque parte
dos reagentes pode não reagir ou pode reagir de forma dife-
rente da desejada.
Quando se relaciona o rendimento real com o rendimento
teórico (calculado) de uma reação, dizemos que estamos calcu-
lando o seu rendimento percentual.
Por exemplo, considere a seguinte reação:
2 Na3PO4(aq) + 3 Ba(NO3)2(aq) → Ba3(PO4)2(s) + 6 NaNO3(aq).
Calculou-se que 4,92 g de Ba3(PO4)2 devem ser formados
quando 3,5 g de Na3PO4 são postos para reagir com 6,4 g de
Ba(NO3)2.
Livro 1 | Parte 4

Esse valor corresponde ao rendimento teórico de Ba3(PO4)2


na reação. Se 4,70 g foi o rendimento real dessa reação, o ren-
dimento percentual será:
massa real 4,70 g
100
massa teoria 4,92
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378 Capítulo 36 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II

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Relacionando quando há Tome Nota
reagentes impuros
Nem sempre as substâncias que usamos para reagir são
puras. Na indústria química, por exemplo, muitas vezes são usa- Sugestão de
dos reagentes impuros, por serem encontrados dessa forma na
natureza e por apresentarem um menor custo. abordagem
Dessa maneira, essas impurezas devem ser descartadas em
nossos cálculos estequiométricos, e apenas serem considerados Experimento: Pesando o ar
os reagentes puros.
Um exemplo de reagentes impuros está descrito no cal-
cário, um minério usado na fabricação de óxido de cálcio que O ar tem peso? Então calcule a
geralmente vem acompanhado por impurezas. Suponhamos que,
em 100 g de calcário, 80 g são de carbonato de cálcio e 20% massa do ar que respiramos.
são de impurezas, teremos assim um grau de pureza equivalente
a 0,8, ou seja, nesta amostra teremos 80% de pureza, como
demonstrado abaixo: Material necessário:
100% de pureza _________ 100 g de calcário
ƒ 1 balança de precisão.
x _________ 80 g de carbonato sem impurezas 
ƒ 1 garrafa PET de 2 litros.
x = 80% de pureza ƒ 1 bomba de encher pneu.
Outro exemplo é a transformação de mármore em gesso.
ƒ 1 tampa de garrafa PET com bico de
Devemos reagir o carbonato de cálcio com ácido sulfúrico, sen- pneu adaptado.
do este processo representado pela seguinte reação: ƒ 1 medidor de pressão.
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + CO2 + H2O ƒ 1 termômetro, papel e caneta.
Assim, se precisamos determinar que a massa de gesso
pode ser produzida a partir de 2,5 kg de mármore com 20%
de impureza, sabendo que as massas molares dos seguintes ele- Procedimento:
mentos químicos são Ca = 40; C = 12; S = 32; O = 16 g/mol, Coloque a tampa com bico de
devemos, antes de efetuar o cálculo, determinar a massa de
mármore pura segundo a seguinte regra de três simples: pneu adaptado na garrafa. Em seguida,
2.500 g de mármore 100% da massa
ponha a garrafa na balança, meça e
x 80% puro anote a massa que está registrada. Co-
x = 2.000 g de mármore puro necte a bomba de encher pneu à garra-
Sabendo que a reação ocorrida é representada por: fa e bombeie um pouco de ar. Meça
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + CO2 + H2O novamente a massa e a pressão corres-
Temos que 1 mol 1 mol → 1mol 1 mol 1 mol
pondentes. Repita o procedimento bom-
E, assim, tem-se que: beando mais ar várias vezes e construa
Livro 1 | Parte 4

100 g 136 g uma tabela com a massa e a pressão.


2.000 g x → x = 2.720 g, ou 2,72 kg de gesso.
Obtenha pelo menos seis dados. Por
Determinando-se, portanto, que 2,72 kg de gesso é pro-
duzido.
exemplo:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 179 Massa (gramas) Pressão (PSI)


68,5 14,7
:45:34 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 179 16/01/2023 23:45:34
69,4 24,7
Anotações 70,8 34,7
72,2 44,7
73,6 54,7
75,2 64,7

Disponível em: http://www.pontociencia.org.br/


experimentosinterna.php?experimento=85&PESAN
DO+AR#top. Acesso em: 05/06/2022. Adaptado.

Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II – Capítulo 36 379

EM_ME_Quimica_1A.indb 379 11/02/2023 10:36


Que tal um pouco de história?

Conservação das massas


Vimos que, no estudo da estequiometria,
as leis ponderais são de extrema importância.
Sabemos o que elas enunciam e quem as

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enunciou, porém não sabemos nada sobre
seus enunciadores. Neste boxe, vamos
conhecer melhor Lavoisier e Proust.
Lavoisier nasceu em 26 de agosto de
1743, em Paris, e faleceu em 8 de maio de
1794, também em Paris.
Considerado o pai da Química, Antoine
Lavoisier foi o primeiro a observar que o oxigênio em contato com uma substância inflamável pro-
duz a combustão. Deduziu, também, baseado em reações químicas, a célebre Lei da Conservação
da Matéria: "Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
Em 1773, colocou um metal dentro de um vaso, fechou-o hermeticamente e, por pesagem,
determinou-lhe a massa. Depois, levou-o a um forno de alta temperatura e, em seguida, pesou-
-o novamente. Não houvera alteração de massa, apesar de o metal ter-se combinado com o
oxigênio do ar, formando um óxido. Repetiu a experiência muitas vezes, provocou outras rea-
ções, medindo sempre com balanças a massa das substâncias a serem testadas e a massa dos
produtos obtidos. Concluiu que a massa das substâncias que entram numa reação química é
sempre igual à das substâncias que resultam do processo. Nada se perde e nada se cria. Estava
estabelecido o Princípio de Conservação das Massas.
Muito mais tarde, em 1905, Einstein mostrou que a energia possui, como a matéria, a pro-
priedade da inércia ou massa. Conforme concluíra Lavoisier, ao nível das reações químicas, a
matéria não desaparece: apenas se transforma.
Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/lavoisie.htm. Acesso em 20/11/2021. Adaptado.

Lei de Proust
Químico e farmacêutico francês, Joseph Louis Proust nasceu em Angers, em 29 de setembro
de 1754, e morreu na mesma cidade, em 5 de julho de 1826. Filho de um boticário, estudou
Química. Chefiou a farmácia do hospital Salpêtrière, em Paris. Pronunciou conferências no Palais
Royal. Esteve na Espanha, onde ensinou Química na Academia de Artilharia de Segóvia e em
Salamanca. Trabalhou no recém-instalado laboratório de Carlos IV, em Madrid. Em 1816, foi
eleito para a Academia de Ciências da França, retirando-se a seguir para Angers.
Enquanto estava no Salpêtrière, Proust publicou trabalhos sobre a urina, o ácido fosfórico
e o alúmen. Em 1784, acompanhou Pilâitre de Rozier numa ascensão em aeróstato. Durante sua
estada na Espanha, Proust estudou os minerais espanhóis. Enunciou a Lei das Proporções Defi-
nidas (1806), uma das bases do atomismo químico e que recebeu seu nome. A lei foi formulada
em 1808 por John Dalton, mas foi o trabalho de Proust que forneceu as provas empíricas que
determinaram sua aceitação.
Ainda em Madrid, Proust empreendeu estudos que resultaram na descoberta de um pro-
Livro 1 | Parte 4

cesso de extrair açúcar da uva. Em 1806, voltou à França. Durante o bloqueio continental, foi
convidado por Napoleão I para fundar uma fábrica de açúcar de acordo com o processo por
ele inventado, mas recusou a oferta. Proust pesquisou ainda os sais dos ácidos orgânicos. Foi um
dos fundadores da análise química.
Disponível em: http://allchemy.iq.usp.br/metabolizando/beta/01/proust.htm. Acesso em 20/11/2021. Adaptado.

180 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

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380 Capítulo 36 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II

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Agora é sua vez!

1. (PUC–MG) O leite de magnésia é uma A porcentagem em massa de prata na moe-


suspensão de hidróxido de magnésio. Este da é igual a:
medicamento é utilizado para combater a a) 65%.
acidez estomacal provocada pelo ácido clo- b) 70%.
rídrico, encontrado no estômago. Sabe-se que, c) 75%.
quando utilizamos 12,2 g desse medicamento, d) 80%.
neutraliza-se certa quantidade de ácido clo-
e) 85%.
rídrico, produzindo 16,0 gramas de cloreto
de magnésio. O grau de pureza desse medi- 3. Alternativa "d".
camento, em termos de hidróxido de magné- 4. (Vunesp–Adaptada) São colocadas para
sio, é igual a: reagir entre si as massas de 1 g de sódio
metálico e 1 g de cloro gasoso. Considere
(Dados: massa molar: Mg(OH)2 = 58 g/mol;
que o rendimento da reação é 100%. São
HC l = 36,5 g/mol; MgC l 2 = 95 g/mol)
dadas as massas molares, em g/mol: Na =
a) 90%. 23 e C l = 35,5. Entre as afirmações abaixo,
b) 80%. qual é a correta?
c) 60%. 1
Na(s) + C l 2(g) → NaC l(s)
d) 40%. 2
a) Há excesso de 0,153 g de sódio metálico.
e) 30%.
b) Há excesso de 0,352 g de sódio metálico.
1. Alternativa "b".
c) Há excesso de 0,282 g de cloro gasoso.
2. (UFC) A porcentagem de TiO em um minério
2 d) Há excesso de 0,153 g de cloro gasoso.
pode ser determinada através da seguinte
reação: e) Nenhum dos dois elementos está em excesso.
4. Alternativa "b".
3 TiO2(s) + 4 BrF3(l) → 3 TiF4(s) + 2 Br2(l) + 3 O2(g). 5. (Uece) Partindo-se de 200 g de soda cáus-
tica, por neutralização completa com ácido
Se 12 g do minério produzem 0,96 g de O2, clorídrico, obtêm-se 234 g de cloreto de só-
a porcentagem aproximada de TiO2 nesse dio. A porcentagem de pureza da soda cáus-
minério é de: tica é de:
a) 10%. NaOH + HC l → NaC l + H2O
b) 20%. a) 58,5%.
c) 30%. b) 23,4%.
d) 40%. c) 60%.
e) 50%. d) 80%.
2. Alternativa "b". e) 50%.
3. (Vunesp) Uma moeda de prata de massa 5. Alternativa "d".
5,40 g é dissolvida completamente em áci- 6. (Unitau) Tratando-se 50 g de uma solução de
do nítrico concentrado. À solução aquosa AgNO3 a 30%, pela solução de KC l , qual o
Livro 1 | Parte 4

resultante, adiciona-se solução aquosa de precipitado obtido e qual a sua massa?


cloreto de sódio de modo que toda a prata (Dados: N = 14 g/mol; O = 16 g/mol; Cl =
é precipitada como AgC l . A massa obtida 35,5 g/mol; K = 39 g/mol; Ag = 108 g/mol)
de AgC l é de 5,74 g. São dadas as massas 6. Precipitado: AgC l
molares, em g/mol: C l = 35,5 e Ag = 108. m = 12,66 g

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 181

5:34 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 181 16/01/2023 23:45:34

Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II – Capítulo 36 381

EM_ME_Quimica_1A.indb 381 11/02/2023 10:36


7. (Mackenzie) Uma amostra de 340,0 g de sa- 10. (Enem) Para cada litro de etanol produzido
litre do Chile, cujo teor de nitrato de sódio é em uma indústria de cana-de-açúcar são
de 75%, reage com ácido sulfúrico concentra- gerados cerca de 18 L de vinhaça que é
do, produzindo bissulfato de sódio (NaHSO4) e utilizada na irrigação das plantações de ca-
ácido nítrico (HNO3). na-de-açúcar, já que contém teores médios
NaNO3(s) + H2SO4 (conc.) → NaHSO4(aq) + de nutrientes N, P e K iguais a 357 mg/L, 60
HNO3(aq) mg/L e 2.034 mg/L, respectivamente.
A massa mínima de ácido, necessária para SILVA, M. A. S.; GRIEBELER, N. P.; BORGES, L. C. Uso de vinhaça e im-
pactos nas propriedades do solo e lençol freático. Revista Brasileira de
reagir com todo o nitrato de sódio, é igual a: Engenharia Agrícola e Ambiental, n. 1, 2007. Adaptado.
(Dados: massas molares, em g/mol: H = 1;
N = 14; O = 16; Na = 23; S = 32) Na produção de 27.000 L de etanol, a
a) 392,0 g. quantidade total de fósforo, em kg, disponí-
b) 147,0 g. vel na vinhaça será mais próxima de:
c) 522,7 g. a) 1.
d) 73,5 g. b) 29.
e) 294,0 g. c) 60.
7. Alternativa "e". d) 170.
8. (Unesp) Considere a reação química repre- e) 1000.
sentada pela equação: 10. Alternativa “b”.
2 Fe2S3(s) + 6 H2O(l) + 3 O2(g) → 4 Fe(OH)3(s) 11. (UFAL) A combustão incompleta de com-
+ 6 S(s). bustíveis fósseis produz monóxido de
Calcule a quantidade (em mols) de Fe(OH)3 carbono(CO), um gás tóxico que, quando
que pode ser produzida a partir de uma mis- inalado, penetra nos pulmões, reduzindo a
tura que contenha 1 mol de Fe2S3, 2 mol de capacidade do sangue de transportar oxi-
H2O e 3 mol de O2. gênio através do corpo, pois o complexo
8. Resposta: 1,33 mol. formado com a hemoglobina é mais estável
9. (Unesp) Considere a reação em fase gasosa: que o formado com o oxigênio. Admitindo
que a reação:
N2 + 3 H2 → 2 NH3. 2 CO(g) + O2(g) → 2 CO2(g)
Fazendo-se reagir 4 litros de N2 com 9 litros
é completa, qual a quantidade de matéria
de H2 em condições de pressão e tempera-
tura constantes, pode-se afirmar que: de oxigênio presente no final da reação
quando 9,0 mols de monóxido de carbono
a) os reagentes estão em quantidades este-
quiométricas. reagem com 6,0 mols de oxigênio em um
recipiente fechado?
b) o N2 está em excesso.
(Dados: C = 12 g/mol e O = 16 g/mol)
c) após o término da reação, os reagentes
serão totalmente convertidos em amônia. a) 2,0
d) a reação se processa com aumento do b) 3,0
volume total. c) 4,5
e) após o término da reação, serão formados d) 6,0
8 litros de NH3. e) 1,5
Livro 1 | Parte 4

9. Alternativa "b". 11. Alternativa “e”.

182 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 182 16/01/2023 23:45:34 EM

382 Capítulo 36 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II

EM_ME_Quimica_1A.indb 382 11/02/2023 10:36


De olho no vestibular/Enem

1. (Mackenzie) Considerando que a proporção 4. (Enem–Adaptado) A minimização do tempo


de gás oxigênio no ar seja de 20% (% em e o custo de uma reação química, bem como
volume), então o volume de ar, em litros, me- o aumento na sua taxa de conversão, ca-
dido nas CNTP, necessário para que ocorra racterizam a eficiência de um processo quí-
a oxidação de 5,6 g de ferro, é de: mico. Como consequência, produtos podem
Fe + O2 → Fe2O3 (não balanceada) chegar ao consumidor mais baratos. Um dos
(Dados: massa molar do Fe igual a 56 g/mol) parâmetros que mede a eficiência de uma
reação química é o seu rendimento molar (R,
a) 0,28. em %), definido como:
b) 8,40. n
c) 0,33. R = n produto x 100
reagente limitante

d) 1,68. em que n corresponde ao número de mols.


1. Alternativa "b". O metanol pode ser obtido pela reação en-
2. (Udesc) Segundo a equação tre brometo de metila e hidróxido de sódio,
C2H6O + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O, conforme a equação química:
a massa de água (em gramas) que se forma CH3Br + NaOH → HC3OH + NaBr
quando se queimam 18,4 g de álcool etílico é:
(Dados: H = 1 g/mol; C = 12 g/mol; O = 16 g/mol) As massas molares (em g/mol) desses ele-
a) 54. mentos são: H = 1; C = 12; O = 16; Na = 23;
b) 46. Br = 80.
c) 21,6. O rendimento molar da reação, em que 32
gramas de metanol foram obtidos a partir
d) 32,7. de 142,5 gramas de brometo de metila e
e) 18,8. 80 gramas de hidróxido de sódio, é mais
2. Alternativa "c". próximo de:
3. (UEL) A questão a seguir refere-se à obten- a) 22%.
ção de 56 toneladas de ferro metálico pela b) 40%.
reação representada pela equação c) 50%.
Fe2O3(s) + 3 C(s) → 3 CO(g) + 2 Fe(s). d) 67%.
(Dados: massa molar do Fe = 56,0 g/mol; e) 75%.
massa molar do Fe2O3 = 160 g/mol)
4. Alternativa "d".
Quantas toneladas de Fe2O3 são consumi- 5. (Enem) Em setembro de 1998, cerca de
das na reação?
10.000 toneladas de ácido sulfúrico (H2SO4)
a) 160. foram derramadas pelo navio Bahamas no
b) 120. litoral do Rio Grande do Sul. Para minimizar
c) 100. o impacto ambiental de um desastre desse
d) 90. tipo, é preciso neutralizar a acidez resultan-
te. Para isso, pode-se, por exemplo, lançar
Livro 1 | Parte 4

e) 80.
calcário, minério rico em carbonato de cál-
3. Alternativa "e". cio (CaCO3), na região atingida.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 183

45:34 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 183 16/01/2023 23:45:34

Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II – Capítulo 36 383

EM_ME_Quimica_1A.indb 383 11/02/2023 10:36


A equação química que representa a neu- 7. (Acafe) Calcule a massa de CaCO com
3
tralização do H2SO4 por CaCO3, com a 80% de pureza necessária para produzir
proporção aproximada entre as massas 11,2 L de CO2 nas CNTP no processo:
dessas substâncias, é:
CaCO3 → CaO + CO2.
H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H2O + CO2 (Dados: Ca = 40 g/mol; C = 12 g/mol; O =
1 tonelada reage sólido gás 16 g/mol)
com sedimentado
a) 125 g.
Pode-se avaliar o esforço de mobilização b) 80 g.
que deveria ser empreendido para enfren- c) 40 g.
tar tal situação estimando a quantidade de d) 50 g.
caminhões necessários para carregar o ma-
e) 62,5 g.
terial neutralizante. Para transportar certo
calcário que tem 80% de CaCO3, esse nú- 7. Alternativa "e".
mero de caminhões, cada um com carga de 8. (Udesc) O acetileno (C H ), usado como
2 2
trinta toneladas, seria próximo de: combustível nos maçaricos de solda, é pro-
a) 100. duzido pela reação entre carbeto de cálcio
(CaC2) e água.
b) 200.
c) 300. CaC2(s) + 2 H2O(l) → Ca(OH)2(s) + C2H2(g)
d) 400.
Considerando-se que o acetileno se com-
e) 500. porta idealmente, qual será o volume de
5. Alternativa "d". C2H2, nas CNTP, gerado por 100 g de car-
6. (Enem–Adaptado) Os exageros do final de beto de cálcio com 80% de pureza?
semana podem levar o indivíduo a um qua- (Dados: massas atômicas relativas: Ca = 40;
dro de azia. A azia pode ser descrita como C = 12; H = 1; O = 16)
uma sensação de queima no estômago, 8. x = 28 L de C2H2
provocada pelo desbalanceamento do pH 9. (Acafe) O carbeto de boro é um abrasivo mui-
estomacal (excesso de ácido clorídrico). Um
to duro usado para desgaste de outros mate-
dos antiácidos comumente empregados no
riais, sendo fabricado através da reação:
combate à azia é o leite de magnésia.
2 B2O3 + 7 C → B4C + 6 CO,
O leite de magnésia possui 64,8 gramas de
hidróxido de magnésio (Mg(OH)2) por litro cujo rendimento é de 95%. Partindo de
da solução. Qual a quantidade de ácido 50,43 g de B2O3, a massa de B4C será de:
neutralizado ao se ingerir 9 mililitros de leite (Dados: O = 16 g/mol; C = 12 g/mol; B = 11 g/mol)
de magnésia? a) 19,16 g.
(Dados: massas molares (em g mol–¹): Mg = 24,3; b) 50,43 g.
Cl = 35,4; 0 = 16; H = 1) c) 130,2 g.
a) 20 mol. d) 47,91 g.
b) 0,58 mol. e) 55,2 g.
c) 0,2 mol. 9. Alternativa "a".
d) 0,02 mol.
Livro 1 | Parte 4

e) 0,01 mol.
6. Alternativa "d".

184 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 184 16/01/2023 23:45:35 EM

384 Capítulo 36 – Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II

EM_ME_Quimica_1A.indb 384 11/02/2023 10:36


10. (PUC–MG) A equação da ustulação da pi- Dados: massas molares em g/mol:
rita (FeS2) é: Ca10(PO4)6(OH)2] = 1004;
4 FeS2 + 11 O2 (g) → 8 SO2(g) + 2 Fe2O3(s). HPO42- = 96;
A massa de óxido férrico obtida, em kg, a Ca = 40.
partir de 300 kg de pirita, que apresenta a) 0,14 mg de íons totais.
20% de impurezas, é igual a: b) 0,40 mg de íons totais.
a) 160. c) 0,58 mg de íons totais.
b) 218. d) 0,97 mg de íons totais.
c) 250. e) 1,01 mg de íons totais.
d) 320. 11. Alternativa “d”.
e) 480. 12. (Enem) Para proteger estruturas de aço da
10. Alternativa "a". corrosão, a indústria utiliza uma técnica
11. (Enem) O flúor é usado de forma ampla na chamada galvanização. Um metal bastan-
prevenção de cáries. Por reagir com a hi- te utilizado nesse processo é o zinco, que
droxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2] presente nos pode ser obtido a partir de um minério de-
esmaltes dos dentes, o flúor forma a fluora- nominado esfalerita (ZnS), de pureza 75%.
patita [Ca10(PO4)6F2], um mineral mais resis- Considere que a conversão do minério em
tente ao ataque ácido decorrente da ação zinco metálico tem rendimento de 80% nes-
de bactérias específicas presentes nos açú- ta sequência de equações químicas:
cares das placas que aderem aos dentes.
2 ZnS + 3 O2 → 2 ZnO + 2 SO2
Disponível em: http://www.odontologia.com.br. Acesso em: 27 jul.
2010. Adaptado. ZnO + CO → Zn + CO2

Considere as massas molares: ZnS (97 g/mol);


O2 (32 g/mol); ZnO (81 g/mol); SO2 (64 g/mol);
CO (28 g/mol); CO2 (44 g/mol); e Zn (65 g/mol).
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A reação de dissolução da hidroxiapatita é:


[Ca10(PO4)6(OH)2] (s) + 8 H+ (aq) → 10 Ca2+
(aq) + 6 HPO42- (aq) + 2 H2O(l)
Que valor mais próximo de massa de zinco
metálico, em quilogramas, será produzido a
Supondo-se que o esmalte dentário seja partir de 100 kg de esfalerita?
constituído exclusivamente por hidroxiapati- a) 25
ta, o ataque ácido que dissolve completa-
b) 33
Livro 1 | Parte 4

mente 1 mg desse material ocasiona a for-


mação de, aproximadamente: c) 40
d) 50
e) 54
12. Alternativa “c”.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 185

45:35 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 185 16/01/2023 23:45:35

Relacionando as quantidades de reagentes e produtos II – Capítulo 36 385

EM_ME_Quimica_1A.indb 385 11/02/2023 10:36


CAPÍTULO 37
A estequiometria, amplamente utilizada na indústria química,
nada mais é que a aplicação numérica das proporções entre re-
agentes e produtos. Para evitarmos erro durante a aplicação dos
cálculos estequiométricos, devemos ser metódicos e analisar os casos
de forma criteriosa.
Para se realizar um cálculo estequiométrico, devemos seguir pro-
cedimentos — já estudados nos capítulos anteriores —, como identi-
ficar se a equação está balanceada e, caso não esteja, acertar seus
coeficientes; observar a relação molar entre reagentes e produtos,
considerando os coeficientes da reação balanceada; e identificar as
substâncias envolvidas no cálculo através do enunciado, estabele-
cendo uma regra de três entre os dados fornecidos.
Neste capítulo, estudaremos um caso particular de cálculo este-
quiométrico, o cálculo com rendimento, ou seja, de reações que não
produzem 100% de produto.
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EM_ME_Quimica_1A.indb 386 11/02/2023 10:36


Quantificando a
produção de uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 387 11/02/2023 10:36


BNCC
Tome Nota Reações que não produzem
Habilidades trabalhadas no
100% de produto
capítulo
Nas reações químicas, espera-se que as massas dos rea-
EM13CNT101 gentes se transformem totalmente em produtos. Entretanto, na
maioria das vezes, quando testadas experimentalmente, isso não
EM13CNT104 ocorre, pois acontecem perdas durante os processos. Muitas ve-
EM13CNT105 zes, uma parte dos reagentes é consumida em reações paralelas
ou até mesmo parte do produto é desperdiçada no recipiente
EM13CNT301 onde ocorreu a reação.
EM13CNT307 Quando a quantidade de reagentes é proporcional a dos
produtos, após a reação, obtemos um rendimento igual a 100%,
ou seja, a massa total dos reagentes é convertida em produtos.
Porém esse rendimento não é experimental, sendo necessário o
cálculo do rendimento em porcentagem. Assim, podemos fazer
Objetivos regra de três para determinar o rendimento da reação:

pedagógicos Valor teórico -----------------100%


ƒ Compreender por que há reações que Valor experimental ---------- x (%)

possuem um rendimento de 100%. Para calcular a porcentagem do rendimento real, precisa-


ƒ Reconhecer matematicamente o rendi- mos determinar primeiramente o rendimento teórico. Por exem-
plo, se uma amostra de 200 g de CaCO3 produz 66 g de CO2
mento de uma reação. pela seguinte reação:
ƒ Identificar a estequiometria no prepa-
ro de um pudim. CaCO3 → CaO + CO2

O percentual de rendimento será:

1 mol 1 mol
Leitura 100 g
200 g
44 g
x
complementar x = 88 g de CO2, que equivale a 100% de rendimento.

O carbonato de cálcio está pre- Como foram produzidos 66 g, o rendimento experimental


será:
sente em grandes quantidades na natu-
reza, sendo o principal componente do 88 g 100%
calcário e do mármore, também pode 66 g x (grau de rendimento)
x = 75% de rendimento
ser encontrado na argonita, na calcita e
na casca do ovo. Pelo fato de não ser Assim, essa reação obteve 75% de rendimento total.
Livro 1 | Parte 4

solúvel em água, é encontrado no mar


como componente dos esqueletos das
conchas e dos corais. No cotidiano, pode
ser percebida a formação do carbonato
188 Ciências da Natureza e suas Tecnologias
de cálcio na pintura de paredes com cal
extinta [Ca(OH)2], processo que recebe
o nome de caiação. Após a caiação, a
usados no tratamento de doenças provo-
EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 188 16/01/2023 23:45:36 EM_

cal extinta reage com o gás carbônico


da atmosfera, dando origem a uma pe-
cadas pela deficiência de cálcio, como Anotações
osteoporose. É também um dos principais
lícula desse sal. O carbonato de cálcio
insumos usados no Processo Solvay, um
é uma das matérias-primas necessárias
processo industrial criado pelo químico
à fabricação do cimento, do aço e do
industrial belga Ernest Solvay, em mea-
vidro. Na vinicultura, é usado para dimi-
dos do século XIX, destinado à obtenção
nuir a acidez do vinho e, na agricultura,
do carbonato de sódio (Na2CO3).
para corrigir a acidez do solo (calagem).
É adicionado aos cremes dentais, agin- Disponível em: http://www.infoescola.com/
compostos-quimicos/carbonato-de-calcio/.
do como abrasivo, e aos medicamentos Acesso em: 31/01/2023.

388 Capítulo 37 – Quantificando a produção de uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 388 11/02/2023 10:36


Estequiometria no preparo de um pudim
Como preparar um pudim de leite condensado?
processo de obtenção de joias preciosas
se faz necessário adicionar prata (Ag),
cobre (Cu) ou níquel (Ni), que formam
uma liga metálica com o ouro. Veja a se-
marphotography | Depositphotos

guir as misturas que permitem obter ouro


apropriado, com dureza, para confeccio-
nar utensílios.
Ouro branco: liga de ouro que con-
tém de 20% a 50% de níquel.
Bem sabemos que existem várias receitas e "segredos", mas a receita básica é a mesma Ouro 12 quilates: mistura de 12 g de
para todos. Vamos considerar a receita básica de um pudim.
As unidades que utilizamos para os ingredientes são: uma lata de leite condensado e
ouro com 12 g de prata (ou cobre).
uma de leite, que possuem massa de 396 g e 300 g, respectivamente; e a massa de três Ouro 18 quilates: mistura de 18 g +
ovos, que pesam 65 g cada. 6 g de prata (ou cobre).
Quando vamos fazer uma receita, ao ler o nome dos ingredientes necessários, precisa-
mos ter o cuidado de manter as proporções. O que aconteceria se fosse usado pouco leite O ouro sempre foi valorizado pelo
condensado? E se colocássemos leite condensado em excesso? E se usássemos mais ovos fato de ser quimicamente estável, ou seja,
do que manda a receita? Ao dobrarmos ou triplicarmos uma receita, as proporções entre os
ingredientes dobram ou triplicam? não é atacado pela maioria dos reagen-
Sabendo que a receita tradicional é feita com 1 lata de leite condensado (LC), 1 lata tes, preservando assim sua aparência.
de leite (LL) e 3 ovos (Ov), responda às questões abaixo fazendo os cálculos necessários.
Se usarmos duas dúzias de ovos, quantos pudins poderão ser feitos?
Por essa razão foi escolhido para com-
Quantos litros de leite são usados por mês, para fazer pudins, por uma padaria que por joias, e justamente por essa valoriza-
vende dois pudins por dia? ção do ouro surgiram as imitações — a
Quantos ovos são necessários para fazer pudins utilizando 10 latas de leite conden-
sado? pirita (FeS2) é uma delas.
A pirita é uma liga de estanho e en-
Como os químicos escreveriam esta receita de pudim? Vamos tentar escrever esta re-
ceita na forma em que os químicos costumam escrever? Para isso, simplificaremos as palavras xofre que possui características parecidas
utilizando as iniciais dos ingredientes como está na receita: com as do ouro: a mesma cor e o mesmo
1 LC + 1 LL + 3 Ov → 1 Pudim brilho, e por essa razão foi apelidada de
395 g 300 g 195 g 890 g ouro de tolo. A passagem de corrente
Essas quantidades que aparecem na representação são equivalentes às massas dos elétrica permite diferenciar as espécies,
ingredientes utilizados na receita.
Na Química, os cálculos são bastante semelhantes. Isso é o que os químicos fazem uma vez que ouro conduz corrente, e pi-
Livro 1 | Parte 4

quando estudam estequiometria. Entretanto, na Química, chamamos de experimento o que rita não. [...]
aqui denominamos receita; e de mol, o que aqui chamamos de quantidade.

Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2281-6.pdf. Acesso em: 20/11/2021. Adaptado. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/
estrategias-ensino/ouro-dos-tolos.htm. Acesso em:
05/06/2022. Adaptado.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 189

:45:36 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 189


a.C.) e possui a propriedade de formar 16/01/2023 23:45:36 Anotações
Leitura ligas metálicas com outros metais.
complementar O ouro, em seu estado natural, é
chamado de ouro nativo, e a estimativa
Pirita – O ouro de tolo é de que existam 5 quilates de ouro para
cada milhão de toneladas de terra, por
Será mesmo verdade: existe ouro isso ele é considerado precioso, por ser
falso? Essa história já deu muito o que metal raro. O ouro nativo (100% puro)
falar desde os primórdios da civilização. é designado como ouro 24 quilates e é
O ouro é um dos elementos conhecidos maleável, ou seja, não apresenta consis-
pelo homem desde a Antiguidade (2600 tência para fabricar objetos. Por isso, no

Quantificando a produção de uma reação – Capítulo 37 389

EM_ME_Quimica_1A.indb 389 11/02/2023 10:36


Zn + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2

4. Balanceando a equação e efetu- 65, 38 g/mol 143, 33 g/mol


=
ando a regra de três, obteremos: 37, 7 g y
y = 71, 69 g
64, 53
R= ×100 = 90, 01%
71, 69

Agora é sua vez!

1. (Fuvest) 30 g de pirita (FeS ) de 80% de 5. Qual a quantidade de água formada a par-


2
pureza sofreram ustulação. Sabendo que tir de 10 g de gás hidrogênio, sabendo-se
o rendimento da reação é de 70%, qual a que o rendimento da reação é de 80%?
massa de Fe2O3 obtida? (Dados: H = 1 g/mol e O = 16 g/mol)
(Dados: ustulação da pirita: 4 FeS2 + 11 O2 5. 72 g.
→ 2 Fe2O3 + 8 SO2; Fe = 56 g/mol; S = 32 6. Ao reagirmos propeno com ácido clorídrico,
g/mol)
obtemos 2-cloro-propano, segundo a rea-
1. 11,2 g
ção que segue:
2. (Udesc–Adaptada) Uma das aplicações da
C3H6 + HC l → C3H7C l .
amônia (NH3) ocorre na síntese industrial da
ureia, que pode ser preparada a partir de
amônia e de dióxido de carbono. Entre as Se reagirmos 84 g de propeno (C3H6), qual
A massa de água obtida corresponde a 64,125 g.

possíveis aplicações, destaca-se o seu uso a massa de 2-cloro-propano obtida se o


como fonte de fertilizante nitrogenado. rendimento da reação é de 60%?
(Dados: H = 1 g/mol; C = 12 g/mol;
NH3 + CO2 → (NH2)2CO + H2O
C l = 35,5 g/mol)
6. 94,2 g.
4 NH3 + 3 O2 → 2 N2 + 6 H2O

Os produtos formados na reação de com-


2. Balanceando a equação, temos:

bustão da amônia são o gás nitrogênio e 7. Um dos processos de obtenção de éter hos-
a água, conforme representados na reação pitalar (C4H10O) consiste na desidratação de
abaixo. Balanceie a equação e determine álcool etílico (C2H5OH), conforme a reação:
a massa, em gramas, de água obtida pela
C2H5OH → C4H10O + H2O
combustão de 42,5 g de amônia, em que o
rendimento da reação é de 95%.
(Dados: N = 14 g . mol -1; O = 16 g . mol -1; Determine o rendimento desse processo, se,
H = 1 g . mol -1) ao desidratarmos 184 g de álcool, obtiver-
mos 111 g de éter.
Δ N (g) + H O(g)
NH3(g) + O2(g) → 2 2 (Dados: C2H9OH + 46 g/mol; C4H10O =
3. O ácido sulfúrico, de larga utilização e fator 74 g/mol)
determinante do índice de desenvolvimento 7. 75%.
de um país, é obtido pela reação SO3 + 8. O nitrato de potássio (KNO ) é conhecido
3
H2O → H2SO4. Reagimos 80 g de trióxi- pelas suas propriedades diuréticas. Uma das
do de enxofre (SO3) com água em excesso reações em que podemos obter esse com-
e condições necessárias. Qual a massa de posto é dada a seguir:
ácido sulfúrico obtida nessa reação, que tem
rendimento igual a 75%? AgNO3 + KC l → KNO3 + AgC l.
(Dados: S = 32 g/mol; O = 16 g/mol;
H = 1 g/mol) Dispondo de 425 g de nitrato de prata com
3. 73,5 g. 80% de pureza, qual a massa de nitrato de
4. 32,70 g de zinco metálico (Zn) reagem com potássio que obtemos se o rendimento da
Livro 1 | Parte 4

reação é de 60%?
uma solução concentrada de hidróxido de
sódio (NaOH), produzindo 64,53 g de zin- (Dados: AgNO3 = 169,87 g/mol;
cato de sódio (Na2ZnO2). Qual o rendimen- KNO3 = 101,10 g/mol)
to dessa reação? 8. 121,4 g.
4. 90,01%.
190 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 190 16/01/2023 23:45:36 EM

390 Capítulo 37 – Quantificando a produção de uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 390 11/02/2023 10:36


9. O salitre do Chile (NaNO ) é utilizado como conservante em embutidos como o presunto, a mor-
3
tadela, etc. Esse composto pode ser obtido pela reação:
HNO3 + NaOH → NaNO3 + H2O.
Sendo a massa de ácido nítrico (HNO3) utilizada igual a 126 g, qual a massa de salitre do Chile
que obtemos se o rendimento dessa reação é de 95%?
(Dados: NaNO3 = 875 g/mol; HNO3 = 63 g/mol)
9. 161,5 g.
10. 11,2 L de gás carbônico (CO ), nas CNTP, reagem com hidróxido de sódio (NaOH), produzindo
2
carbonato de sódio (Na2CO3) e água. Qual a massa de carbonato de sódio obtida, sabendo-se
que o rendimento da reação é de 90%?
(Dado: Na2CO3 = 106 g/mol e o volume molar na CNTP = 22,4 L)
10 . 47,7 g.
11. (Enem) O ácido acetilsalicílico, AAS (massa molar igual a 180 g/mol), é sintetizado a partir da
reação do ácido salicílico (massa molar igual a 138 g/mol) com anidrido acético, usando-se ácido
sulfúrico como catalisador, conforme a equação química:

O OH O OH
O O O
OH O O
H2SO4
+ H3C O CH3 CH3 + H3C
OH

Ácido salicílico Anidrido acético Ácido acetilsalicílico Ácido acético

Após a síntese, o AAS é purificado e o rendimento final é de aproximadamente 50%. Devido às


suas propriedades farmacológicas (antitérmico, analgésico, anti-inflamatório e antitrombótico), o
AAS é utilizado como medicamento na forma de comprimidos, nos quais se emprega tipicamente
uma massa de 500 mg dessa substância.

Uma indústria farmacêutica pretende fabricar um lote de 900 mil comprimidos, de acordo com
as especificações do texto. Qual é a massa de ácido salicílico, em kg, que deve ser empregada
para esse fim?
a) 293
b) 345
c) 414
d) 690
e) 828
11. Alternativa “d”.
Livro 1 | Parte 4

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 191

45:36 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 191 16/01/2023 23:45:36

Quantificando a produção de uma reação – Capítulo 37 391

EM_ME_Quimica_1A.indb 391 11/02/2023 10:36


De olho no vestibular/Enem

1. Considere a obtenção do ferro, utilizando a) 90,0.


óxido férrico, conforme a reação: b) 210,0.
c) 233,3.
Fe2O3 + 3 CO → 2 Fe + 3 CO2.
d) 330,0.
Se utilizarmos 4,8 kg de óxido férrico, quan- e) 366,7.
to teremos de ferro, admitindo que a reação 4. Alternativa "d".
tenha um rendimento de 80%? 5. (Enem) A combustão completa de combustí-
(Dados: Fe2O3 = 160 g/mol; Fe = 56 g/ veis fósseis produz água e dióxido de carbo-
mol) no (CO2, massa molar 44 g . mol−1). A União
1. 2.688 g. Europeia estabeleceu, desde 2012, limite de
2. (UFU) Encontrou-se uma amostra de mármore emissão veicular de 130 gramas de CO2
(CaCO3) cuja pureza era de 60%. Decom- por quilômetro rodado (valor aplicável a
pondo-se 50 g dessa amostra, obteve-se uma média de veículos de um mesmo fabri-
cal virgem (CaO) e gás carbônico (CO2). cante), tendo como penalidade multa, caso
Admitindo-se um rendimento de 70% para o fabricante ultrapasse o limite. A gasolina
é uma mistura de hidrocarbonetos com cer-
essa reação, quantos mols de gás carbônico
ca de oito carbonos em sua composição,
foram conseguidos?
incluindo isômeros do octano (C8H18). Consi-
(Dados: C = 12 g/mol; Ca = 40 g/mol; O = dere que, em uma cidade, o consumo médio
16 g/mol) diário dos carros de um fabricante seja de
2. 0,21 mol. 10 km . L−1 de gasolina, formada apenas por
3. Queimando-se 30 g de carbono puro, com octano (massa molar 114 g . mol−1) e que sua
rendimento de 90%, qual a massa de dióxi- densidade seja 0,70 kg . L−1.
do de carbono obtida? A diferença de emissão de CO2 dos carros
(Dados: C = 12 g/mol; O = 16 g/mol) desse fabricante em relação ao limite esta-
belecido na União Europeia é:
3. 99 g.
a) 80% menor.
4. (Enem) O carvão é um combustível que tem vá-
b) 60% menor.
rias substâncias em sua composição. Em razão
disso, quando é representada sua queima com c) 46% menor.
o oxigênio (massa molar 16 g . mol−1), simplifica- d) 108% maior
-se elaborando apenas a combustão comple- e) 66% maior.
ta do carbono (massa molar 12 g . mol−1). De 5. Alternativa "e".
acordo com o conteúdo médio de carbono 6. (Enem) O cobre presente nos fios elétricos e
fixo, o carvão é classificado em vários tipos, instrumentos musicais é obtido a partir da us-
com destaque para o antracito, que apresen- tulação do minério calcosita (Cu2S). Durante
ta, em média, 90% de carbono. Esse elevado esse processo, ocorre o aquecimento desse
conteúdo favorece energeticamente a com- sulfeto na presença de oxigênio, de forma
bustão, no entanto libera maior quantidade de que o cobre fique "livre" e o enxofre se com-
gás que provoca efeito estufa. bine com o O2 produzindo SO2, conforme a
Livro 1 | Parte 4

Supondo a queima completa de 100 gra- equação química:


mas de carvão antracito, a massa de gás
liberada na atmosfera é, em gramas, mais Cu2S(s) + O2(g) Δ 2 Cu(l) + SO2(g)
próxima de:

192 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 192 16/01/2023 23:45:36 EM

392 Capítulo 37 – Quantificando a produção de uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 392 11/02/2023 10:36


As massas molares dos elementos Cu e S 9. (Uerj–Adaptada) O químico francês Antoine
são, respectivamente, iguais a 63,5 g/mol e Laurent de Lavoisier ficaria surpreso se
32 g/mol. conhecesse o município de Resende, a 160
CANTO, E. L. Minerais, minérios, metais: de onde vêm? para onde vão? km do Rio. É lá, às margens da Via Dutra, que
São Paulo: Moderna, 1996. Adaptado.
moradores, empresários e o poder público
seguem à risca a máxima do cientista que
Considerando que se queira obter 16 mol revolucionou o século XVIII ao provar que,
do metal em uma reação cujo rendimento é na natureza, tudo se transforma. Graças a
de 80%, a massa, em gramas, do minério ne- uma campanha que já reúne boa parte da
cessária para obtenção do cobre é igual a: população, Resende é forte concorrente ao
a) 955. título de capital nacional da reciclagem. Ao
mesmo tempo que diminui a quantidade de
b) 1.018.
lixo jogado no aterro sanitário, a comunidade
c) 1.590. faz sucata virar objeto de consumo. Nada
d) 2.035. se perde.
e) 3.180. Assim, com base na equação
6. Alternativa "c".
7. (Cesgranrio) O gás hidrogênio pode ser ob- 2 A l 2O3(s) → 4 A l(s) + 3 O2(g)
tido em laboratório a partir da reação de
alumínio com ácido sulfúrico, cuja equação e supondo-se um rendimento de 100% no
química não ajustada é dada a seguir: processo, a massa de alumínio que pode ser
A l + H2SO4 → A l 2(SO4)3 + H2. obtida na reciclagem de 255 kg de sucata
Um analista utilizou uma quantidade suficiente contendo 80% de A l 2O3 em massa é:
de H2SO4 para reagir com 5,4 g do metal e (Dados: A l = 27 g/mol; O = 16 g/mol)
obteve 5,71 litros do gás nas CNTP. Nesse
processo, o analista obteve um rendimento

tobkatrina | Depositphotos
aproximado de:
(Dados: A l = 27 g/mol)
a) 75%.
b) 80%.
c) 85%.
d) 90%.
e) 95%.
7. Alternativa "c".
8. (Cesgranrio) A combustão de 36 g de gra-
fite (C) provocou a formação de 118,8 g de a) 540 kg.
gás carbônico. Qual foi o rendimento da b) 270 kg.
reação?
c) 135 kg.
(Dados: C = 12 u; O = 16 u)
a) 50% d) 108 kg.
b) 60% e) 96 kg.
Livro 1 | Parte 4

c) 70% 9. Alternativa "d".


d) 80%
e) 90%
8. Alternativa "e".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 193

45:36 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 193 16/01/2023 23:45:36

Quantificando a produção de uma reação – Capítulo 37 393

EM_ME_Quimica_1A.indb 393 11/02/2023 10:36


10. (Mackenzie) 16 g de enxofre reagem com
28 g de ferro, produzindo 44 g de sulfe-
to de ferro II. Se o rendimento da reação
for de 100%, a massa de sulfeto de ferro II,
obtida na reação de 50 g de enxofre de
pureza 50% com ferro suficiente, é igual a:
(Dados: S = 32 g/mol; Fe = 56 g/mol)

olly18 | Depositphotos
a) 137,5 g.
b) 130 g.
c) 110 g.
d) 68,75 g.
e) 40 g.
NH4NO3 → N2O + 2 H2O.
10. Alternativa "d".
Se foram usados 6 gramas de nitrato de
11. (UPE) Uma amostra de massa 8,48 g de car- amônio e foram obtidos 2,97 g de óxido de
bonato de sódio reagiu completamente com dinitrogênio, qual o rendimento da reação?
uma quantidade estequiométrica de ácido
(Dados: NH4NO3 = 80 g/mol ; N2O = 44 g/mol/)
clorídrico diluído, originando, entre outros
a) 91%.
produtos, 2,64 g de um gás. Em relação a
essa reação, é verdadeiro afirmar que: b) 110%.
(Dados: Na = 23 u; C = 12 u; O = 16 u; c) 97%.
H = 1 u; C l = 35,5 u; N = 6,02 . 1023) d) 90%.
a) foram formadas 3,612 . 1024 moléculas e) 80%.
de gás nas CNTP e 0,18 g de água no es- 12. Alternativa "d".
tado líquido. 13. (Cesgranrio) Em um processo de obtenção
b) o rendimento da reação calculado pela de ferro a partir da hematita (Fe2O3), consi-
massa obtida do gás nas condições da ex- dere a equação não balanceada:
periência é igual a 75%.
Fe2O3(s) + C(s) → Fe(s) + CO(g)
c) cada 1,06 g de carbonato de sódio rea-
ge exatamente com 3,65 g de HC l , pois Utilizando-se 4,8 t de minério e admitindo-
cada mol do sal reage exatamente com -se um rendimento de 80% na reação, a
3,65 g de HC l . quantidade de ferro produzida será de:
d) admitindo-se um rendimento teórico de (Dados: peso atômico: C = 12; O = 16;
100% para a reação, a massa de gás obti- Fe = 56)
da será de 7,04 g. a) 2.688 kg.
e) para cada 73 g de HC l que reagem b) 3.360 kg.
exatamente com carbonato de sódio, for-
c) 1.344 t.
mam-se 88 g de gás, admitindo-se um ren-
dimento de 100% para a reação. d) 2.688 t.
11. Alternativa "b". e) 3.360 t.
12. (UEPB) O óxido nitroso é usado como anes- 13. Alternativa "a".
Livro 1 | Parte 4

tésico em partos. A sua obtenção é dada 14. 14. (Enem) Grandes fontes de emissão do
pela reação apresentada na equação quí- gás dióxido de enxofre são as indústrias de
mica a seguir: extração de cobre e níquel, em decorrência
da oxidação dos minérios sulfurados. Para
evitar a liberação desses óxidos na atmosfe-

194 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 194 16/01/2023 23:45:36 EM

394 Capítulo 37 – Quantificando a produção de uma reação

EM_ME_Quimica_1A.indb 394 11/02/2023 10:36


ra e a consequente formação da chuva áci- Reação
Reação1:
1:
da, o gás pode ser lavado, em um processo ∆
Zn(s) + 2 NaOH(aq) + 2 H2O(l)  → Na2 [Zn(OH) 4 ](s) + H2 (g)
conhecido como dessulfurização, conforme
mostrado na equação (1). Reação 2:
OH
CaCO3(s) + SO2(g) → CaSO3(s) + CO2(g) (1)
O
Por sua vez, o sulfito de cálcio formado por HO
ser oxidado, com o auxílio do ar atmosférico, [H] HO O
O
para a obtenção do sulfato de cálcio, como [O] O
mostrado na equação (2). Essa etapa é de OH

grande interesse porque o produto da rea-


Forma oxidada Forma reduzida
ção, popularmente conhecido como gesso, é do indicador do indicador
utilizado para fins agrícolas. (vermelha) (incolor)

2 CaSO3(s) + O2(g) → 2 CaSO4(s) (2) Reação2


Reação 3: :
2 H2O2 (aq) 
Hemoglobina
→ 2 H2O(l) + O2 (g)
As massas molares dos elementos carbo-
no, oxigênio, enxofre e cálcio são iguais a DIAS FILHO, C. R.; ANTEDOMENICO, E. A perícia criminal e a interdis-
12 g/mol, 16 g/mol, 32 g/mol e 40 g/mol, ciplinaridade no ensino de ciências naturais. Química Nova na Escola, n.
respectivamente. 2, maio 2010. Adaptado.

BAIRD, C. Química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2002.


Adaptado.

ronstik | Stock.adobe
Considerando um rendimento de 90% no
processo, a massa de gesso obtida, em gra-
mas, por mol de gás retido é mais próxima de:
a) 64.
b) 108.
c) 122.
d) 136.
e) 245.
A mudança de coloração que indica a pre-
14. Alternativa “c”.
sença de sangue ocorre por causa da rea-
15. (Enem) O reagente conhecido como Kastle-
ção do indicador com o(a):
-Meyer é muito utilizado por investigadores
criminais para detectar a presença de san- a) sal de Na2[Zn(OH)4] na presença de he-
gue. Trata-se de uma solução aquosa inco- moglobina.
lor, preparada com zinco metálico, hidróxido b) água produzida pela decomposição da
de sódio (Reação 1) e indicador (Reação 2). água oxigenada.
Essa solução, quando em contato com a he- c) hemoglobina presente na reação com a
moglobina contida no sangue e na presença água oxigenada.
de água oxigenada (Reação 3), passa de
incolor para vermelha, indicando a presen- d) gás oxigênio produzido pela decomposi-
ção da água oxigenada.
Livro 1 | Parte 4

ça de sangue no local, conforme as reações


descritas. e) gás hidrogênio produzido na reação do
zinco com hidróxido de sódio.
15. Alternativa “d”.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 195

45:36 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 195 16/01/2023 23:45:37

Quantificando a produção de uma reação – Capítulo 37 395

EM_ME_Quimica_1A.indb 395 11/02/2023 10:36


CAPÍTULO 38
Os gases são, em sua maioria, compostos moleculares, com exceção
dos gases nobres, que são constituídos por átomos isolados.
Os gases não possuem volume fixo e se misturam em qualquer pro-
porção devido às suas características físicas fundamentais: a grande com-
pressibilidade e a excessiva capacidade de expansão.
As partículas que constituem um gás, por serem muito distanciadas
umas das outras, possuem alto grau de liberdade, o que permite às mo-
léculas um movimento contínuo e desordenado, fazendo com que se cho-
quem repetidas vezes contra as paredes internas do recipiente que con-
tém o gás.
Quando as partículas do gás se chocam contra as paredes internas
do recipiente, elas exercem uma força por unidade de área. Essa relação
é denominada pressão e é diretamente proporcional ao número de cho-
ques por unidade de área. O aumento da energia devido ao aquecimento
do gás contido no frasco permite às moléculas se deslocarem com maior
velocidade.
Todas as características citadas até o momento são aplicáveis ape-
nas a gases ideais, ou gases perfeitos, visto que nos gases reais ainda
acontecem interações intermoleculares.
Ao estudar um gás, é muito importante medir e estabelecer relações
entre propriedades como pressão (P), volume (V), temperatura (T) e quanti-
dade de matéria ou número de mols (n), pois estas propriedades definem
o estado físico de uma substância e, assim, as condições em que ela se
encontra. As propriedades dos gases, portanto, são o foco de estudo
deste capítulo.
rcaucino | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 396 11/02/2023 10:36


Características
gerais dos gases

integração
de saberes
O alpinismo, também chamado de montanhismo, é con-
siderado um esporte que, como qualquer outro, exige bom
condicionamento físico e uso de equipamentos específicos.
O Monte Everest, por exemplo, é um dos desafios mais
difíceis para quem gosta de alpinismo. Mas por quê?
Sabe-se que lá a temperatura é muito baixa e o ar é
rarefeito. Converse com seu professor de Física sobre a
necessidade de usar cilindros de oxigênio e os desafios
de uma escalada.

EM_ME_Quimica_1A.indb 397 11/02/2023 10:36


BNCC
Tome Nota O volume dos gases
Habilidades trabalhadas no
Os gases não possuem volumes definidos, porque ocupam
capítulo todo o volume do recipiente no qual se encontram. Assim, quanto
maior for o recipiente onde o gás será colocado, mais esse gás
EM13CNT101 ocupará o volume que lhe for oferecido. Esse volume é direta-
EM13CNT102 mente proporcional à temperatura, uma vez que, se aumentar-
mos a temperatura de um gás, as moléculas irão se movimentar
EM13CNT104 cada vez mais, expandindo o gás. Caso contrário, quando a
EM13CNT201 temperatura diminui, o movimento das moléculas diminui e, assim,
ocorre a contração do gás.
EM13CNT205 O volume também é diretamente proporcional ao número
EM13CNT301 de mol, uma vez que, ao diminuir o número de mol, o volume
também diminui.

Objetivos
pedagógicos
ƒ Compreender como é determinado o
volume ocupado pelos gases.
ƒ Reconhecer a importância de se deter-
minar a pressão exercida por um gás.
ƒ Compreender como é aferida a tem- a) b)
peratura dos gases.
ƒ Identificar as características comuns ao Pode-se expressar essa ideia mais claramente pela equa-
ção do volume molar dos gases.
monóxido e ao dióxido de carbono.
V
=k
n
Anotações
Essa equação nos mostra que a relação entre volume e
números de mols corresponde a uma constante.
Em 1811, Amedeo Avogadro propôs uma hipótese: ao com-
pararmos gases diferentes com volumes iguais, nas mesmas con-
dições de temperatura e pressão, os volumes possuirão o mesmo
número de mol.
No Sistema Internacional de unidades (SI), o volume é ex-
Livro 1 | Parte 4

presso em metros cúbicos (m3), mas na Química é usado frequen-


temente em litros (L) ou em mililitros (mL). Para converter essas
unidades, você poderá usar as seguintes relações abaixo:

1 m3 = 1.000 L 1 L = 1.000 mL

198 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 198 16/01/2023 23:45:39 EM_

398 Capítulo 38 – Características gerais dos gases

EM_ME_Quimica_1A.indb 398 11/02/2023 10:36


Características dos gases mais comuns (CO e CO2)
Monóxido de carbono (CO) → É o gás tóxico mais abundante, incolor e inodoro. Os
limites de exposição legais são, em geral, entre 30 e 50 ppm, mas mesmo níveis mais baixos
causam efeitos de sonolência. Tendo uma densidade semelhante ao ar, é prontamente inala- Leitura
do, e os monitoramentos contínuos devem ser afixados na altura média do nariz. Qualquer
processo em que haja combustão incompleta de carbono leva à formação de monóxido de complementar
carbono, como ocorre nos motores a diesel, nos boilers a carvão, gás e óleo e até mesmo ao
fumar cigarro. Sua presença em minas se dá devido à lenta combustão do carvão. Quais os três gases mais
abundantes na atmosfera
terrestre?
A atmosfera é uma mistura de gases
que cerca a Terra. Ela é essencial para
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toda a vida e serve a vários propósitos,


como fornecer ar para a respiração, ab-
sorver radiação ultravioleta, proteger o
planeta de meteoritos, controlar o clima e
regular o ciclo da água. A atmosfera ter-
Dióxido de carbono (CO2) → Apesar de nós expirarmos dióxido de carbono e haver
uma concentração média de 400 ppm de dióxido de carbono na atmosfera, seu limite má-
restre é composta por aproximadamente
ximo de segurança é 5.000 ppm (0,5%). Ele é produzido durante processos de combustão e 78 por cento de nitrogênio, 21 por cen-
na produção de cerveja ou outros processos de fermentação, sendo também um dos prin- to de oxigênio, um por cento de argônio
cipais constituintes de gases de aterro e tratamento de efluentes, juntamente com o metano.
Há riscos principalmente em cervejarias, pois o gás é mais pesado que o ar e se acumula e vestígios de outros gases que incluem
mais próximo ao solo. Há algum grau de risco em lugares lotados, mal ventilados, e esse dióxido de carbono e neônio.
problema é acentuado pela redução da quantidade de oxigênio. Uma aplicação do CO2
é no aumento da taxa de crescimento de plantas, aumentando o teor desse gás em estufas.
O CO2 é inodoro, incolor e difícil de ser medido em níveis de ppm, sendo o processo mais Disponível em: http://www.ehow.com.br/quais-
comum o infravermelho. -tres-gases-abundantes-atmosfera-terrestre-lis-
ta_62468/. Acesso em: 05/06/2022. Adaptado.

Anotações
ownway | Shutterstock

Livro 1 | Parte 4

Disponível em: http://www.luftech.com.br/informacoes-ambientais/analise-deteccao-e-monitoramento-de-gases/115-caract-gases.html. Acesso


em: 10/11/2021. Adaptado.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 199

:45:39 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 199 16/01/2023 23:45:39

Características gerais dos gases – Capítulo 38 399

EM_ME_Quimica_1A.indb 399 11/02/2023 10:36


Sugestão de
abordagem Tome Nota Pressão dos gases
Sabemos que as partículas de um gás permanecem afasta-
Ao passar o vídeo Aí tem química das umas das outras, não ocorrendo interação entre elas. Assim,
— teoria cinética dos gases, disponível a pressão que um gás exerce ocorre devido ao choque das mo-
léculas com as paredes do recipiente onde este gás se encontra.
no QR Code a seguir, para seus alunos, Com o objetivo de explicar as propriedades e o comporta-
você terá como objetivos permitir a eles mento dos gases, surge a teoria cinética dos gases, sendo esta
muito importante para o estudo e entendimento da pressão exer-
relacionar a ação da pressão atmosféri- cida pelos gases em alguns corpos. Segundo essa teoria, todos
ca ao volume e à temperatura. os gases são formados por moléculas que se movem ao serem
aquecidas, ou seja, ocorre uma agitação térmica das moléculas,
e através desse grau de agitação é possível obter a temperatura
que esses gases se encontram. Esse gás acaba ocupando todo
o recipiente onde se encontra, uma vez que as moléculas se
movem por todo o espaço do recipiente.

As partículas de um gás se movem em todas as direções.


Anotações
Como vimos, a pressão exercida pelo gás está relacionada
aos choques das moléculas nas paredes do recipiente. Assim, a
pressão exercida pelo gás é igual à intensidade de uma força
atuante (F) em uma determinada área (S), representado pela fór-
mula:
F
P=
S

A pressão de um gás contido em um recipiente fechado é


martin33 | Depositphotos

medida através de um equipamento chamado manômetro.


A unidade de pressão no Sistema Internacional é o Pascal
(Pa), em homenagem ao cientista francês Blaise Pascal. Outras
unidades também podem ser usadas, como atmosfera (atm) e
Livro 1 | Parte 4

milímetro de mercúrio (mmHg). As conversões podem ser feitas


da seguinte forma:
O manômetro é um instrumento utilizado na
medição e no monitoramento da pressão,
seja a atmosférica ou a pressão exercida 1 atm = 760 mmHg = 760 torr = 101.325 Pa
por líquidos e gases.

200 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 200 16/01/2023 23:45:39 EM_

400 Capítulo 38 – Características gerais dos gases

EM_ME_Quimica_1A.indb 400 11/02/2023 10:36


Temperatura dos gases Tá na mídia
Você já pensou no quanto os gases
A temperatura de um gás está relacionada à energia ci- atmosféricos estão envolvidos no
nética média das partículas desse gás, ou seja, quanto maior a funcionamento de aeronaves? Prin-

Leitura
agitação das moléculas, maior será a temperatura e vice-versa. cipalmente quando se trata de pres-
são interna e externa envolvidas no
A temperatura pode ser quantificada por instrumentos cha- sistema. Quer saber mais sobre isso?
mados termômetros.
O físico Lorde William Thomson Kelvin, que fez estudos
Acesse o QR Code a seguir. complementar
Aviões e pressão do ar | Monolito
sobre temperaturas, estabeleceu a escala de temperatura de-
nominada Kelvin (K), que foi adotada oficialmente no Sistema
Nimbus Biogás
Internacional de medidas (SI). Outras escalas de temperatura
são: Celsius (°C) — escala utilizada no Brasil —, desenvolvida Ele é usado como um combustível
pelo astrônomo e físico sueco Anders Celsius; e Fahrenheit (°F),
criada pelo físico alemão Gabriel Fahrenheit, o inventor do ter- renovável em caldeiras, veículos, etc.,
mômetro de mercúrio. principalmente pela grande quantidade
As conversões podem ser feitas da seguinte maneira:
de gás metano em sua composição. As
T (K) = TC (°C) + 273,15.
bactérias que se encontram nos lixões se
proliferam, ocorrendo a fermentação e
9 promovendo a liberação do biogás. As-
TF (°F) = TC (°C) ⋅ + 32 .
5 sim, nos aterros sanitários de lixo urbano,
há dutos que captam os gases liberados.
Fahrenheit
Posteriormente, esses gases passam por
Celsius Kelvin
processos de limpeza e desumidificação.
Em seguida, são pressurizados e queima-
2o ponto fixo 100 373 212 dos em flares, onde o metano (CH4) é
transformado em gás carbônico (CO2),
que possui um potencial de aquecimento
global cerca de 20 vezes menor.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimica/
1o ponto fixo 0 273 32 o-biogas.htm. Acesso em: 06/06/2022. Adaptado.

0
Anotações
Livro 1 | Parte 4

Relação entre as escalas Kelvin, Celsius e Fahrenheit.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 201

:45:39 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 201 16/01/2023 23:45:39

Características gerais dos gases – Capítulo 38 401

EM_ME_Quimica_1A.indb 401 11/02/2023 10:36


Agora é sua vez!

1. (UFU) As grandezas que definem completa- 6. (ABC) Um recipiente de volume constante


mente o estado de um gás são: contém 2,0 mol de um gás à pressão de
a) somente pressão e volume. 1,0 atm e temperatura T. Se nesse recipiente
b) apenas o volume e a temperatura. forem introduzidos mais 2,0 mol do mesmo
gás à mesma temperatura, a pressão sofrerá
c) massa e volume.
um acréscimo de:
d) temperatura, pressão e volume.
a) 0,5 atm.
e) massa, pressão, volume e temperatura.
b) 1,0 atm.
1. Alternativa "d".
c) 1,5 atm.
2. Transforme os volumes:
d) 2,0 atm.
a) 250 mL em L. x = 250 / 1.000 = 0,25 L e) 2,5 atm.
b) 500 mL em L. x = 500 / 1.000 = 0,50 L 6. Alternativa "b".
c) 900 mL em L. x = 900 / 1.000 = 0,90 L 7. (Fuvest) Se um certo gás contido em um
d) 2 L em mL. x = 2 ⋅ 1.000 = 2.000 mL compartimento e exercendo pressão de
e) 10L em mL. x = 10 ⋅ 1.000 = 10.000 mL 10 cmHg for comprimido de maneira a
ocupar um vigésimo do seu volume inicial,
3. Transforme as pressões:
qual será a pressão final (temperatura
constante)?
a) 5,0 atm em mmHg. x = 5 ⋅ 760 = 3.800 mmHg a) 20 cmHg.
b) 10 mmHg em torr. x = 1 . 10 = 10 torr b) 50 cmHg.
c) 3,0 mmHg em atm. xx == 760 / 3,0
3,95 ⋅ 10-3 atm c) 100 cmHg.
d) 0,8 atm em Pa. x = 0,8 ⋅ 105 Pa d) 200 cmHg.
e) 44 atm em Pa. x = 44 . 105 Pa e) 400 cmHg.
7. Alternativa "d".
4. Um corpo apresenta uma temperatura de 8. (UFRN) Reduzindo-se à quarta parte a pres-
37 °C. Se essa temperatura for medida em são exercida sobre 400 mL de ar, o novo
Kelvin, encontraremos um valor igual a: volume, à temperatura constante, será, em
a) 273 K. mL:
b) 373 K. a) 50.
c) 310 K. b) 100.
d) 410 K.
c) 800.
e) 37 K.
d) 1.200.
4. Alternativa "c".
5. (Mackenzie) Se a pressão de um gás confi- e) 1.600.
nado é duplicada à temperatura constante, 8. Alternativa "e".
a grandeza do gás que duplicara será: 9. (UFPI) De acordo com a teoria cinética dos
a) a massa. gases:
b) a massa específica. a) as partículas têm movimento ordenado.
Livro 1 | Parte 4

c) o volume. b) as partículas possuem alta velocidade e


d) o peso. os choques entre elas são inelásticos.
e) a energia cinética. c) a energia cinética média é proporcional à
5. Alternativa "b". temperatura em °C.

202 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 202 16/01/2023 23:45:39 EM

402 Capítulo 38 – Características gerais dos gases

EM_ME_Quimica_1A.indb 402 11/02/2023 10:36


d) as partículas ocupam todo o espaço dis- a geladeira novamente, mas só consegue fa-
ponível e têm movimento livre. zer isso depois de exercer uma força mais
e) as partículas estão muito unidas e têm bai- intensa do que a habitual.
xa velocidade. A dificuldade extra para reabrir a geladeira
9. Alternativa "d". ocorre porque o(a):
10. (Fuvest–Adaptada) Uma amostra de gás a) volume de ar dentro da geladeira dimi-
foi aquecida sob pressão constante. Nessa nuiu.
transformação, ocorreu a(o): b) motor da geladeira está funcionando com
a) diminuição de volume do gás e da ener- potência máxima.
gia cinética média das moléculas. c) força exercida pelo ímã fixado na porta
b) aumento do volume do gás e da energia da geladeira aumenta.
cinética média das moléculas. d) pressão no interior da geladeira está
c) aumento do volume do gás e diminuição abaixo da pressão externa.
da energia cinética média das moléculas. e) temperatura no interior da geladeira é
d) diminuição do volume do gás e aumento inferior ao valor existente antes de ela ser
da energia cinética média das moléculas. aberta.
e) aumento do volume do gás, porém a 12. Alternativa “d”.
energia cinética média das moléculas man- 13. (Enem) O ar atmosférico pode ser utilizado
teve-se constante. para armazenar o excedente de energia
10. Alternativa "b". gerada no sistema elétrico, diminuindo seu
11. (Enem) Industrialmente é possível separar os desperdício, por meio do seguinte proces-
componentes do ar, utilizando-se uma coluna so: água e gás carbônico são inicialmente
de fracionamento. Com este processo, ob- removidos do ar atmosférico e a massa de
têm-se gases como: oxigênio (O2), nitrogênio ar restante é resfriada até –198oC. Presente
(N2) e argônio (Ar). Nesse processo o ar é na proporção de 78% dessa massa de ar, o
comprimido e se liquefaz; em seguida ele é nitrogênio gasoso é liquefeito, ocupando um
expandido, volta ao estado gasoso e seus volume 700 vezes menor. A energia exce-
componentes se separam um a um. dente do sistema elétrico é utilizada nesse
processo, sendo parcialmente recuperada
A ordem de separação dos gases na colu- quando o nitrogênio líquido, exposto à tem-
na de fracionamento está baseada em qual peratura ambiente, entra em ebulição e se
propriedade da matéria? expande, fazendo girar turbinas que conver-
a) Na densidade dos gases, ou seja, o me- tem energia mecânica em energia elétrica.
nos denso separa-se primeiro. MACHADO, R. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.
b) Na pressão parcial dos gases, ou seja, o Acesso em: 05/01/2023. Adaptado.
gás com menor pressão parcial separa-se
primeiro. No processo descrito, o excedente de ener-
gia elétrica é armazenado pela:
c) Na capacidade térmica dos gases, ou
seja, o gás que mais absorve calor separa- a) expansão do nitrogênio durante a ebu-
-se primeiro. lição.
d) Na condutividade térmica dos gases, ou b) absorção de calor pelo nitrogênio duran-
seja, o gás que mais rápido absorve calor te a ebulição.
separa-se primeiro. c) realização de trabalho sobre o nitrogênio
e) Na temperatura de ebulição dos gases, durante a liquefação.
ou seja, o gás com menor temperatura de d) retirada de água e gás carbônico da at-
Livro 1 | Parte 4

ebulição separa-se primeiro. mosfera antes do resfriamento.


11. Alternativa “e”. e) liberação de calor do nitrogênio para a
12. (Enem) Uma pessoa abre sua geladeira, veri- vizinhança durante a liquefação.
fica o que há dentro e depois fecha a porta 13. Alternativa “c”.
dessa geladeira. Em seguida, ela tenta abrir
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 203

5:39 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 203 16/01/2023 23:45:39

Características gerais dos gases – Capítulo 38 403

EM_ME_Quimica_1A.indb 403 11/02/2023 10:36


De olho no vestibular/Enem

1. (UFF) A pressão do ar dentro dos pneus é re- 4. Observando a tabela abaixo, assinale a alter-
comendada pelo fabricante para a situação nativa que corresponde à diferença entre x e
em que a borracha está fria. Quando o carro y, considerando que a pressão é constante.
é posto em movimento, os pneus aquecem, a
Volume Temperatura
pressão interna varia e o volume do pneu tem
alteração desprezível. 10 L 300 K
15 L x
Considere o ar comprimido no pneu como
20 L y
um gás ideal e sua pressão a 17 °C igual
a 1,7 ⋅ 105 N/m2. Depois de rodar por uma a) 100 K
hora, a temperatura do pneu chega a 37 °C,
b) 150 K
e a pressão do ar atinge o valor aproxima-
do de: c) 200 K
d) 300 K
a) 7,8 ⋅ 104 N/m2.
e) 900 K
b) 1,7 ⋅ 105 N/m2.
4. Alternativa "b".
c) 1,8 ⋅ 105 N/m2. 5. (F. M. Pouso Alegre) Ao sair de viagem, o
d) 3,8 ⋅ 104 N/m2. motorista calibrou os pneus do seu veículo
e) 3,7 ⋅ 104 N/m2. colocando no seu interior 2 atm de pressão,
1. Alternativa "c". em um dia quente, 27 °C. Ao chegar ao
2. (Vunesp) Sabe-se que o volume molar de um destino, mediu novamente a pressão dos
pneus e encontrou 2,2 atm. Considerando
gás nas condições normais de temperatura desprezível a variação do volume, a tempe-
e pressão (CNTP) é igual a 22,4 L e que ratura dos pneus, ao final da viagem, era:
R = 0,082 atm ⋅ L ⋅ K-1 ⋅ mol-1, o maior nú- a) 660 °C.
mero de moléculas está contido em 1,0 L de:
b) 57 °C.
a) H2, nas CNTP. c) 330 °C.
b) N2, nas CNTP. d) 272 °C.
c) H2, a -73 °C e 2 atm. e) 26,7 °C.
d) H2, a 27 °C e 1 atm. 5. Alternativa "b".
e) uma mistura equimolar de H2 e N2 a 127 °C 6. (Covest) Um vendedor de balões de gás na
e 1,5 atm. Praia de Boa Viagem, em Recife, utiliza um
2. Alternativa "c". cilindro de 60 L de hélio a 5 atm de pres-
3. (Covest) Uma bolha de gás liberada de um são para encher os balões. A temperatura
do ar é 30 °C, e o cilindro está em um local
lago, situado ao nível do mar, triplica seu bem ventilado na sombra. No momento em
volume ao atingir a superfície. Supondo que que o vendedor não conseguir mais encher
a temperatura da água é uniforme, qual a nenhum balão, qual o volume e a pressão
pressão no fundo do lago em atmosfera? do gás hélio restante no cilindro?
a) 1,5 atm a) V = 0 L; P = 0 atm
b) 2,0 atm b) V = 22,4 L; P = 1 atm
Livro 1 | Parte 4

c) 2,5 atm c) V = 60 L; P = 1 atm


d) 3,0 atm d) V = 10 L; P = 5 atm
e) 3,5 atm e) V = 60 L e P = 0 atm
3. Alternativa "d". 6. Alternativa "c".

204 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 204 16/01/2023 23:45:40 EM

404 Capítulo 38 – Características gerais dos gases

EM_ME_Quimica_1A.indb 404 11/02/2023 10:36


7. (UFPE) Uma lata de um spray qualquer foi 10. (UFPR) Um cilindro com dilatação térmica
utilizada até não mais liberar seu conteúdo. desprezível possui volume de 25 litros. Nele,
Neste momento, podemos dizer que: estava contido um gás sob pressão de 4 atm
e temperatura de 227 °C. Uma válvula de
controle do gás do cilindro foi aberta até
que a pressão no cilindro fosse de 1 atm.
Verificou-se que, nessa situação, a tempera-
tura do gás e do cilindro era a ambiente e
SAMMYEK | Shutterstock

igual a 27 °C.
Considere que a temperatura de 0 °C cor-
responde a 273 K.
Assinale a alternativa que apresenta o vo-
lume de gás que escapou do cilindro, em
litros.
a) a pressão de gases no interior da lata é
zero. a) 11,8.
b) a pressão de gases no interior da lata é b) 35.
igual à pressão atmosférica. c) 60.
c) existe vácuo no interior da lata. d) 85.
d) ao aquecermos a lata, a pressão em seu e) 241.
interior não varia. 10. Alternativa "b".
e) ao aquecermos a lata e pressionarmos 11. (Unesp) Enquanto estudava a natureza e as
sua válvula, gases sairão novamente da lata. propriedades dos gases, um estudante ano-
7. Alternativa "b". tou em seu caderno as seguintes observa-
8. (Ufac–Adaptada) Qual deve ser a tempera- ções sobre o comportamento de 1 litro de
tura de certa quantidade de um gás ideal, hidrogênio e 1 litro de argônio, armazena-
inicialmente a 200 K, para que tanto o volu- dos na forma gasosa às mesmas temperatu-
me quanto a pressão dupliquem? ra e pressão:
a) 1.200 K I. Têm a mesma massa.
b) 2.400 K II. Comportam-se como gases ideais.
c) 400 K III. Têm o mesmo número de átomos.
d) 800 K IV. Têm o mesmo número de mols.
e) 600 K
8. Alternativa "d". É correto o que o estudante anotou em:
9. Em um tubo com pressão constante de 1 atm
a) I, II, III e IV.
ocorre uma transformação. Sendo a tempe-
ratura inicial igual a 20 °C e a final igual a b) I e II, apenas.
0 °C, de quantas vezes o volume foi modifi- c) II e III, apenas.
cado? d) II e IV, apenas.
a) 0,20 e) III e IV, apenas.
b) 0,32 11. Alternativa "d".
Livro 1 | Parte 4

c) 0,93
d) 0,84
e) 0,96
9. Alternativa “c”.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 205

45:40 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 205 16/01/2023 23:45:40

Características gerais dos gases – Capítulo 38 405

EM_ME_Quimica_1A.indb 405 11/02/2023 10:36


CAPÍTULO 39
No capítulo anterior, vimos que o estudo dos gases compreende as
relações entre as grandezas macroscópicas dos gases, como a pressão,
a temperatura e o volume. Vimos também que, nos gases, as forças de
atração entre as partículas quase não existem, permitindo liberdade de
movimentação.
Para estudar os gases, consideramos o modelo do gás ideal, a fim
de simplificar o sistema estudado. Com base nisso, aceitamos que o gás
é formado por partículas chamadas moléculas. As moléculas têm movi-
mentos desordenados, apresentam-se em grande quantidade, o volume
delas corresponde a uma fração desprezível do volume ocupado pelo
gás e sobre elas não agem forças consideráveis — exceto durante as
colisões, que, por sua vez, têm duração desprezível.
Neste capítulo, veremos que os gases podem variar de tempera-
tura, pressão e volume dependendo das mudanças nas variáveis de
estado. Os gases podem sofrer três transformações básicas: isotérmica,
isobárica e isométrica, também conhecida como isovolumétrica, ou,
ainda, isocórica.
norgallery | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 406 11/02/2023 10:36


Transformações
gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 407 11/02/2023 10:36


BNCC
Tome Nota Lei de Boyle
Habilidades trabalhadas no
capítulo A Lei de Boyle diz em seu enunciado que: à temperatu-
EM13CNT101 ra constante, o volume ocupado por uma quantidade fixa
de um gás é inversamente proporcional à sua pressão.
EM13CNT102
EM13CNT104 Assim, tal definição pode ser matematicamente representa-
da por:
EM13CNT201 P . V = k = constante
EM13CNT205 A Lei de Boyle rege transformações em que a temperatura
permanece constante, sendo a pressão e o volume inversamente
EM13CNT301 proporcionais. Assim, tais transformações são denominadas iso-
térmicas.
Como representação matemática, podemos pensar em:

Isotérmica
p1 . V1 = p2 . V2 Lei de Boyle
(T1 = T2)
Objetivos
pedagógicos Se imaginarmos que um gás está confinado em uma seringa,
quando uma força para baixo é feita no êmbolo, há um aumento
ƒ Compreender o que enuncia a Lei de de pressão e uma redução no volume. Cessada a pressão, o êm-
bolo volta à sua pressão normal e ao seu volume normal. A tem-
Boyle. peratura não chega a ser alterada porque o processo é rápido.
ƒ Reconhecer o que diz a Lei de Gay-Lus- Assim, outra forma de representar uma transformação isotér-
mica seria graficamente, com uma curva mostrando que, à medida
sac e estar ciente de sua aplicação. que a pressão diminui, o volume do gás aumenta.
ƒ Entender a definição da Lei de Charles
e Gay-Lussac.
Pressão em bar

4 bar
1 bar
Anotações 2 bar

2
Livro 1 | Parte 4

1
Volume em litros
1 2 4
Gráfico de uma transformação isotérmica.

208 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 208 16/01/2023 23:45:41 EM_

408 Capítulo 39 – Transformações gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 408 11/02/2023 10:36


Quando se fala de gases, quem nunca se fez uma
das perguntas a que vamos responder agora?

Por que o ar enche o pneu? Sugestão de


Durante o movimento, as moléculas do gás se
chocam constantemente, não somente umas contra
abordagem
as outras, como também contra as paredes do reci-
piente, no caso o pneu, mantendo-o cheio. Quando
Nossa proposta é analisar a Lei de

miflippo | Depositphotos
as moléculas se chocam contra as paredes do reci-
piente, exercem sobre estas uma força por unidade Boyle visualmente. Dessa forma, sugeri-
de área, ou seja, certa pressão. A pressão é dada
F mos que a sala seja divida em grupos
por: P = A , e, por isso, quanto menor a área, maior
em que cada grupo obterá uma seringa
a pressão.
grande, que contenha uma pequena be-
xiga de festa um pouco cheia. Os alunos
observarão que, ao aumentar a pressão,
Bico Por que não devemos o volume da bexiga diminui e, ao diminuir
aquecer latas de aerossóis?
Lacre a pressão, ocorre um aumento de volu-
As latas de aerossóis não devem me, comprovando, assim, o que diz a lei
Tubo imerso ser incineradas por risco de explosão.
O aumento da temperatura pode cau- de Boyle. No QR Code a seguir, pode-se
Na forma de gás sar um aumento na pressão do gás, verificar como funciona tal experimento.
liquefeito/Mistura mesmo que o frasco pareça estar va-
com propelente zio. Então, cuidado! Não aqueça esse
Disponível em: http://pontociencia.org.br/gerarpdf/
tipo de frasco.
index.php?experiencia=203. Acesso em: 05/06/22.
Adaptado.

Por que o ar quente sobe?


Os balões utilizam ar quente para subir. O ar é aque-
cido com queimadores de gás propano, C3H8. A uma tem-
peratura de 25 °C, ao nível do mar, a densidade do ar
atmosférico é de 1,2 g/L. Se o ar for aquecido a 50 °C, o
valor da densidade do ar diminui para 1,09 g/L. O balão
sobe porque o ar quente tem menor densidade do que o ar
Laures | Depositphotos

frio. É a diferença de densidade entre ar quente e frio que


Livro 1 | Parte 4

explica o fenômeno da inversão térmica.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 209


Anotações

:45:41 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 209 16/01/2023 23:45:41

Transformações gasosas – Capítulo 39 409

EM_ME_Quimica_1A.indb 409 11/02/2023 10:36


Quando se fala de gases, quem nunca se fez uma
das perguntas a que vamos responder agora?

Por que sentimos cheiro de gás


na troca do botijão?
O Gás Liquefeito de Petróleo
(GLP), ou gás de cozinha, consiste em
uma mistura gasosa de hidrocarboneto
obtido do gás natural das reservas do
subsolo ou do processo de refino do
petróleo cru nas refinarias.
O GLP é acondicionado dentro
de cilindros em estado líquido. O ci-
lindro, quando cheio, contém em seu
interior 85% de GLP em estado líquido
e 15% em estado de vapor. O GLP em
estado líquido começa a se transformar
em vapor à medida que os aparelhos
a gás são utilizados.
Quando o gás vaza do botijão de cozinha, ele se mistura rapidamente com o ar do
ambiente em que está instalado, resultando uma solução. Esse fenômeno é chamado de
difusão, propriedade de duas ou mais substâncias se misturarem espontaneamente, produ-
zindo misturas homogêneas, quando colocadas em presença umas das outras. Logo, sentimos
o cheiro de uma substância que é colocada misturada ao gás dentro dos botijões, pois a
mistura de hidrocarbonetos não possui cor nem cheiro próprio. Essa substância é do grupo
Mercaptan (uma substância química de forte odor que se mistura total e livremente ao gás,
não sendo venenosa; seu cheiro é tão penetrante que basta colocar apenas uma gota em
cada litro de gás, sendo adicionada ao GLP ainda nas refinarias). Ela produz o cheiro ca-
racterístico quando há um vazamento de gás. O GLP não é uma substância tóxica, porém,
se inalado em grande quantidade, produz efeito anestésico.

Por que as bolas de aniversário murcham com o


passar do tempo?
As bexigas utilizadas em festas, com o passar do tem-
po, ficam murchas, como se o ar saísse da bola, e é o que
realmente acontece. O ar escapa pelos orifícios microscó-
lanych | Depositphotos

picos da borracha. Esse fenômeno é explicado pela efu-


os_24187061_m são, propriedade das moléculas dos gases, que, por serem
muito pequenas e por se movimentarem constantemente,
Livro 1 | Parte 4

escapam com facilidade por pequenos orifícios.

Disponível em: https://www.mamuteequipamentos.com.br/technical-files/1526762139-o-que-glp-gs-liquefeito-de-petrleo.pdf.


Acesso em: 18/11/2021. Adaptado.

210 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 210 16/01/2023 23:45:41 EM

410 Capítulo 39 – Transformações gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 410 11/02/2023 10:36


Lei de Gay-Lussac Tome Nota

A Lei de Gay-Lussac diz em seu enunciado que: sob


volume constante, a pressão de uma quantidade constante
de gás aumenta proporcionalmente com a temperatura.

P
Tal afirmação é matematicamente representada por = k,
T
em que P é a pressão do gás, T é a temperatura do gás (em
Kelvin) e k é uma constante.
Assim, a proporção volumétrica dos gases em uma reação
são volumes constantes medidos na mesma pressão e tempera-
tura, sendo denominada transformação isocórica.
A representação para tal transformação é dada por:

Isocórica P1 P2
= Lei de Gay-Lussac
(V1 = V2) T1 T2

A Lei de Gay-Lussac representa transformações com vo-


lume constante, sendo a pressão e a temperatura diretamente
proporcionais. Observe a representação gráfica a seguir.
P
Pf

Pi

0 Ti Tf T (K)
Um exemplo para uma transformação isocórica, também
denominada isovolumétrica ou isométrica, pode ser quando se
têm chapas que aquecem liberando calor para um gás dentro
de um cilindro. As moléculas do gás se agitam mais e acabam
colidindo com mais força nas paredes do cilindro e no êmbolo,
que não é móvel. Se o êmbolo pudesse subir mais, a pressão
seria normalizada. Entretanto, o êmbolo é fixo, e a pressão só
aumenta com o aumento de temperatura.
Livro 1 | Parte 4

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 211

45:41 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 211 16/01/2023 23:45:42

Transformações gasosas – Capítulo 39 411

EM_ME_Quimica_1A.indb 411 11/02/2023 10:36


Tome Nota Lei de Charles e Gay-Lussac
O físico Alexandre Charles trouxe grandes descobertas
com seus estudos sobre gases. Ele estudou especialmente as va-
riações de volume causadas por variações de temperatura e
concluiu que havia um aumento no volume de qualquer gás ao
ser aquecido e que, ao esfriar, voltaria ao volume inicial. Anos
depois, o físico e químico Joseph Gay-Lussac, em seus estudos
sobre gases, observou que esse comportamento estudado por
Charles ocorria em todos os gases quando expostos à mesma
temperatura. Assim, eles concluíram que:
Em uma amostra com pressão constante, quando aque-
cida, ocorre um aumento em seu volume que é proporcional
ao aumento de temperatura.
Em outras palavras, o volume de uma amostra de gás qual-
quer é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta.
Matematicamente, podemos interpretá-la como:

V
= k , sendo k uma constante.
T

Conclui-se que o volume de um gás varia linearmente com


a temperatura do gás em graus Celsius, já que são diretamente
proporcionais.
Essa representação é denominada isobárica, em que:

Isobárica V1 V2 Lei de Charles


=
(P1 = P2) T1 T2 e Gay-Lussac

Em um gráfico, teremos a seguinte representação.

V2

V1

0 T1 T2 TK
Livro 1 | Parte 4

212 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 212 16/01/2023 23:45:42 EM

412 Capítulo 39 – Transformações gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 412 11/02/2023 10:36


Agora é sua vez!

1. (Efoa–Adaptada) Um gás perfeito, a uma pres- 4. (UFRN) Reduzindo-se à metade a pressão


são de 10 atm, ocupa um volume de 4 litros. exercida sobre 150 mL de ar, o novo volume, à
Ele sofre uma transformação isotérmica e, por temperatura constante, será, em mL:
isso, seu volume passa para 10 litros. A nova a) 75. d) 1.500.
pressão exercida pelo gás é de: b) 750. e) 300.
a) 250 atm. d) 4 atm. c) 150.
b) 10 atm. e) 25 atm. 4. Alternativa "e".
c) 100 atm. 5. Uma amostra de nitrogênio gasoso ocupa
1. Alternativa "d". um volume de 20 mL a 27 oC e à pres-
2. O gás carbônico produzido na reação de são de 800 mmHg. Que volume ocuparia a
um comprimido efervescente com água foi amostra sob 0 oC e 800 mmHg?
seco e recolhido à pressão de 1 atm e tem- a) 20,2 mL. d) 10,2 mL.
peratura de 300 K, ocupando um volume b) 12,5 mL. e) 18,2 mL.
de 4 L. Se a essa mesma temperatura o gás c) 19,5 mL.
fosse recolhido à pressão de 2 atm, que vo-
5. Alternativa “e”.
lume ocuparia?
6. (PUC–RJ) A cada 10 m de profundidade, a
pressão sobre um mergulhador aumenta 1 atm
diego_cervo | Depositphotos

com relação à pressão atmosférica. Sabendo-


-se disso, qual seria o volume de 1 L de ar
(comportando-se como gás ideal) inspirado
pelo mergulhador ao nível do mar quando ele
estivesse a 30 m de profundidade?
a) 3 L.
a) 2 L. d) 9 L. b) 250 mL.
b) 8 L. e) 6 L. c) 4 L.
c) 3 L. d) 333 mL.
e) 25 mL.
2. Alternativa "a".
3. (Faap–SP) Na respiração normal de um adul- 6. Alternativa "b".
7. Ao subir do fundo de um lago para a super-
to, em um minuto, são inalados 4 L de ar,
fície, o volume de uma bolha triplica. Supon-
medidos a 27 °C e 1 atm de pressão. Um
do que a temperatura da água no fundo do
mergulhador a 43 m abaixo do nível do mar, lago seja igual à temperatura na superfície, e
onde a temperatura é de 27 °C e a pressão considerando que a pressão exercida por uma
é de 5 atm, receberá a mesma massa de coluna de água de 10 m de altura correspon-
oxigênio se inalar: de, praticamente, à pressão de uma atmosfera,
a) 4 L de ar. podemos concluir que a profundidade do lago
b) 0,8 L de ar. é de, aproximadamente:
c) 8 L de ar. a) 2 m.
b) 20 m.
Livro 1 | Parte 4

d) 20 L de ar.
c) 5 m.
e) 3,2 L de ar.
d) 30 m.
3. Alternativa "b".
e) 10 m.
7. Alternativa "b".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 213

45:42 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 213 16/01/2023 23:45:42

Transformações gasosas – Capítulo 39 413

EM_ME_Quimica_1A.indb 413 11/02/2023 10:36


De olho no vestibular/Enem

1. (PUC–SP–Adaptada) De acordo com a lei 5. Certa quantidade de gás hidrogênio ocupa


de Robert Boyle (1660), para proporcionar um volume de 25 litros a 47 oC e 2 atm de
um aumento na pressão de uma determina- pressão. A que temperatura deveremos aque-
da amostra gasosa em uma transformação cer essa mesma quantidade de gás, a 2 atm,
isotérmica, é necessário: para que ocupe um volume de 62,5 litros?
a) aumentar o seu volume. a) 100 K.
b) diminuir a sua massa. b) 273 K.
c) aumentar a sua temperatura. c) 300 K.
d) diminuir o seu volume. d) 500 K.
e) aumentar a sua massa. e) 800 K.
1. Alternativa "d". 5. Alternativa “e”.
2. (Univás–Adaptada) Um gás ocupa um volume 6. Um frasco rígido de 200 cm3 contém CO
2
5. de 200 mL a uma pressão de 380 mmHg a nas CNTP, se o frasco é aquecido a 546 °C
uma temperatura de 27 oC. Seu volume nas qual a pressão final do sistema?
condições normais de temperatura e pressões é: a) 1 atm
a) 91,0 mL. b) 2 atm
b) 200,0 mL. c) 3 atm
c) 910,0 mL. d) 4 atm
d) 20,0 mL. e) 5 atm
e) 2,0 mL. 6. Alternativa "c".
2. Alternativa "a". 7. (IFMG) A figura a seguir mostra dois recipien-
3. (UFPE–Adaptada) Certa quantidade de gás tes unidos por um tubo de volume desprezí-
ideal ocupa 30 litros à pressão de 2 atm e vel provido de uma torneira. Inicialmente, o
à temperatura de 300 K. Que volume pas- recipiente A contém 1 mol de um gás inerte,
sará a ocupar se a temperatura e a pressão e, em B, há vácuo. Os dois recipientes são
tiverem seus valores dobrados? mantidos à mesma temperatura (TA = TB). A
a) 15 L. torneira é aberta durante certo tempo. Ao se
b) 20 L. fechar a torneira, observou-se que a pressão
em A e B é igual, ou seja, PA = PB.
c) 25 L.
d) 30 L.
e) 35 L. A B
3. Alternativa "d".
4. (UFMT–Adaptada) Certa massa de gás ocu- VA = 20 L VB = 5 L
pa um volume de 10 L em uma dada tem-
peratura e pressão. O volume dessa mesma Com base nessas informações, pode-se afir-
massa gasosa, quando a temperatura abso- mar que o número de mols gasosos transfe-
luta diminuir de 2/5 da inicial e a pressão ridos para B é:
aumentar de 1/5 da inicial, será: a) 1 mol.
Livro 1 | Parte 4

a) 6 L. d) 5 L. b) 0,40 mol.
b) 4 L. e) 10 L. c) 0,25 mol.
c) 3 L. d) 0,75 mol.
4. Alternativa “d” e) 0,20 mol.
7. Alternativa "e".
214 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 214 16/01/2023 23:45:42 EM

414 Capítulo 39 – Transformações gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 414 11/02/2023 10:37


8. (FUT) Certa massa gasosa sofre transforma- 11. Sem alterar a massa e a temperatura de um
ção física que pode ser representada pelo gás, desejamos que um sistema que ocupa
gráfico abaixo. um volume de 800 mL a 0,2 atm passe a ter
pressão de 0,8 atm. Para isso, o volume do
gás deverá ser reduzido para:
V (L)
a) 600 mL.
4 b) 200 mL.
c) 400 mL.
3
d) 100 mL.
2 e) 300 mL.
1 11. Alternativa "b".
T (K)
12. Certa massa de gás, mantida com tempera-
100 200 300 400
tura constante, apresenta 100 cm3 quando
confinada a 1 atm de pressão. Qual o volu-
Assim, concluímos que se trata de uma trans- me final da mesma massa de gás quando a
formação: pressão passar para 4 atm?
a) isovolumétrica. a) 20 cm3.
b) adiabática. b) 75 cm3.
c) isobárica. c) 25 cm3.
d) isotérmica. d) 400 cm3.
e) isocórica. e) 50 cm3.
8. Alternativa "c". 12. Alternativa "c".
9. Um recipiente a 27 °C contém 60 litros de 13. Um recipiente a 0 °C contém 50 litros de um
um certo gás exercendo a pressão de 1 atm. certo gás exercendo a pressão de 1 atm. A
A pressão exercida por essa mesma massa pressão exercida por essa mesma massa de
de gás a 27 °C em um recipiente com ca- gás a 0 °C em um recipiente com capacida-
pacidade para 15 litros será: de para 80 litros será:
a) 0,25 atm. a) 0,625 atm.
b) 3 atm. b) 6,250.
c) 1,25 atm. c) 4.000 atm.
d) 4 atm. d) 1.000 atm.
e) 2 atm. e) 0,465 atm.
9. Alternativa "d". 13. Alternativa "a".
10. Um cilindro com êmbolo móvel contém 100 mL 14. Um volume de 80 litros de gás hidrogênio a
de CO2 a 1 atm. Mantendo a temperatura uma pressão de 4 atm é submetido à trans-
constante, se quisermos que o volume diminua formação isotérmica até que a pressão final
para 25 mL, teremos que aplicar uma pressão seja igual a 1 atm. O volume ocupado pelo
igual a: gás no estado final é:
a) 5 atm. a) 40 litros.
b) 0,4 atm. b) 100 litros.
Livro 1 | Parte 4

c) 4 atm. c) 20 litros.
d) 0,1 atm. d) 320 litros.
e) 2 atm. e) 84 litros.
10. Alternativa "c". 14. Alternativa "d".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 215

5:42 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 215 16/01/2023 23:45:42

Transformações gasosas – Capítulo 39 415

EM_ME_Quimica_1A.indb 415 11/02/2023 10:37


CAPÍTULO 40
Quando estudamos as substâncias no estado gasoso, vimos que
elas apresentam um alto grau de desordem, fazendo com que não
exibam forma nem volume definidos.
Para melhor estudar os gases, devemos levar em consideração
algumas condições específicas para variáveis como temperatura e
pressão. O estudo dos gases levou a equações matemáticas que re-
gem a dinâmica do estado gasoso. Tanto essas condições específicas
quanto as equações matemáticas serão estudadas neste capítulo.
Kasza | Depositphotos

EM_ME_Quimica_1A.indb 416 11/02/2023 10:37


Relacionando
quantitativamente
as variáveis de um gás

EM_ME_Quimica_1A.indb 417 11/02/2023 10:37


BNCC
As condições normais de
Habilidades trabalhadas no
temperatura e pressão (CNTP)
capítulo

Altsha | Depositphotos
para os gases
EM13CNT101
Uma substância em seu estado gasoso não possui volume
EM13CNT102 próprio, de modo que ocupa o volume total do recipiente no
EM13CNT104 qual está localizada. O movimento das moléculas, assim como a
sua colisão com as paredes no recipiente em que se encontra o
EM13CNT201 gás quando exposto a uma determinada temperatura, correspon-
EM13CNT205 de à pressão exercida por esse gás.
Um gás irá se encontrar nas CNTP quando estabelecer as
EM13CNT301 seguintes condições.
Pressão de 1 atm ou 760 mmHg.
Temperatura de 0°C ou 273 K.

Nas CNTP, o volume molar de qualquer gás é 22,4 L, como


pode ser visto no exemplo a seguir.
Objetivos Certa massa gasosa ocupa um volume de 10 L nas CNTP.

pedagógicos Qual será o volume dessa massa a 300 K e 3 atm?


Para resolver casos como esse, utiliza-se a equação geral
dos gases, dada pela fórmula a seguir:
ƒ Reconhecer as condições normais de
P1 ⋅ V1 P1 ⋅ VP12 ⋅ V2P2 ⋅ V21⋅ 101⋅ 10
3⋅V 3⋅V
temperatura e pressão para os gases. = = ,→ → = =2 → 2V2→
assim: =3 = 3l, 66 l
V2, 66
ƒ Entender a aplicação da equação T1 T1 T2 T2 273 273300 300

geral dos gases. O volume em 300 K e 3 atm é igual a 3,66 L.

Anotações Biografia de Clapeyron


Benoit-Pierre-Émile Clapeyron foi um importante físico-
-químico e engenheiro civil, nascido na França no dia 26 de
fevereiro de 1799. Foi um dos responsáveis pela criação da
termodinâmica, um importante ramo da Física que estuda
os efeitos causados pela variação da pressão, temperatura
e do volume.
Sua maior contribuição para a Química foi a formula-
ção da equação dos gases perfeitos, que é a conhecida
equação de Clapeyron, além da descoberta da constan-
te R dos gases perfeitos.
Clapeyron morreu no dia 28 de janeiro de 1864, es-
Livro 1 | Parte 4

tabelecendo-se como um dos grandes nomes da ciência.

Disponível em: http://www.soquimica.com.br/biografias/clapeyron/. Acesso


em: 24/11/2021. Adaptado.

220 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 220 16/01/2023 23:45:43

EM

418 Capítulo 40 – Relacionando quantitativamente as variáveis de um gás

EM_ME_Quimica_1A.indb 418 11/02/2023 10:37


Equação de Clapeyron Tome Nota
Reunindo as três leis vistas anteriormente (Boyle, Charles e
Gay-Lussac), Clapeyron estabeleceu uma equação que envolve
pressão, temperatura, volume e número de mols (as quatro va-
riáveis físicas de um gás), que pode ser descrita pela equação
abaixo:

P ⋅V = n⋅R ⋅T
Para se calcular R (constante universal dos gases), reorga-
niza-se a equação anterior, considerando que a quantidade de
gás seja 1 mol, da seguinte forma:
P ⋅V
T
O n (número de mols) pode ser determinado através da
 m
relação  n =  .
 M
Sendo:
m = massa
M = massa molar.
Se essa quantidade de gás for 1 mol, a constante será
representada por R e receberá o nome de constante universal
dos gases.

Podemos calcular o seu valor considerando um dos estados


do gás nas CNTP, isto é, T0 = 273 K, P0 = 1 atm, ou 760 mmHg,
e V0 = 22,4 L, assim teremos:
P0 ⋅ V0 1⋅ 22, 4 atm ⋅ L
= = 0, 082
T0 273 K ⋅ mol

Sendo esse valor de R constante para 1 mol de qualquer


gás em quaisquer pressão, volume e temperatura.
Para se chegar à equação matemática desenvolvida por
Clapeyron, precisamos generalizar para n mols, e, assim, o valor
será igual a 0,082 . n. Então:

P ⋅V
= nR ou P ⋅ V = nRT.
T
:45:43

Se a pressão for de 760 mmHg, mantendo-se as demais


unidades, a constante R será igual a 62,3 mmHg . L/K . mol.
Livro 1 | Parte 4

Vamos aplicar essa equação em um exemplo.


Um recipiente de 2 litros contém um gás perfeito à tempera-
tura de 17 °C e pressão de 50 Pa. Determine o número de mols
contidos nesse recipiente. Dado: constante universal dos gases
perfeitos: R = 8,31 J/mol . K.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 221

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 221 16/01/2023 23:45:44

Relacionando quantitativamente as variáveis de um gás – Capítulo 40 419

EM_ME_Quimica_1A.indb 419 11/02/2023 10:37


Tome Nota Aplicando a equação de Clapeyron, podemos encontrar o
número de mols do gás. Mas antes de começarmos, temos que
colocar todas as unidades no SI, já que a constante dos gases
foi dada nesses termos.
V = 2 L = 2 × 10—3 m3; T = 17 °C + 273 = 290 K; P = 50 Pa
P.V=n.R.T
50 × (2 × 10-3) = n × 8,31 × 290
n = 50 × 2,0 × 10-3
8,31× 290
n= 0,1 = 4,5 × 10-5 mol
2.409,9

Laboratório

Canhão de batata Redutor de 50 mm


para 25 mm
Bico de pneu Cano de 50 mm Registro de 25 mm

Tampa cano de 50 mm Rosca de 50 mm 2 pedaços de cano de 25 mm

Com esse experimento, é possível com- Depois do canhão pronto e toda a cola já
preender a teoria cinética dos gases. seca, com a bomba de encher bola, coloque
Materiais: ar no canhão através do bico de pneu; com
Pedaço de cano de 50 mm. o lado do cano de 25 mm, pressione-o na
Dois pedaços de cano de 25 mm. batata e depois é só atirar girando o registro.
Rosca para 50 mm. Observações: faça esse experimento
Tampa de cano de 50 mm. sob supervisão de um adulto; não mire em ou-
Luva de 50 mm. tras pessoas; faça os testes em lugar aberto.
Redutor de 50 mm para 25 mm. Resultados:
Registro de um quarto de volta de 25 mm. Faça um breve resumo sobre a teoria ci-
Bico de pneu sem câmara. nética dos gases e as variáveis de estado.
Cola de PVC.
Elabore um relatório, fazendo a conexão
Bomba de encher bola.
entre as transformações sofridas pelo gás
Lixa.
nesse experimento, explicando o que faz o
Batatas.
canhão atirar, e faça os registros das distân-
Procedimentos: cias alcançadas com o tiro de batatas.
Lixe as extremidades dos canos.
Utilize o desenho acima como modelo
para montagem. Assista ao vídeo para ver
Livro 1 | Parte 4

Use cola em todas as conexões para que outra forma de montagem do


fiquem bem seguras. experimento.
Para colocar o bico de pneu na tampa, Como fazer um canhão de
faça um furo de, aproximadamente, 12 mm batatas | Manual do Mundo
e mantenha bem fixo.

222 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 222 16/01/2023 23:45:44 EM

420 Capítulo 40 – Relacionando quantitativamente as variáveis de um gás

EM_ME_Quimica_1A.indb 420 11/02/2023 10:37


Agora é sua vez!

1. (PUC–RJ) 0,5 mol de um gás ocupam um volu- e) permanece constante no trecho AB, au-
me V de 0,1 m quando a uma temperatura de
3 menta no trecho BC, permanece constante
300 K. Qual é a pressão do gás a 300 K? no trecho CD.
Considere R= 8,3 J/mol . K. 3. Alternativa "b".
4. Certa quantidade de ar está aprisionada
a) 380 Pa.
em uma seringa de injeção; à pressão at-
b) 1.245 Pa. mosférica normal, ocupa um volume de 20 L.
c) 1.830 Pa. Admita que a temperatura permaneça cons-
d) 12.450 Pa. tante e que a pressão é de 4,5 atm. Qual
e) 18.300 Pa. seu volume necessário para reduzir a pres-
são desse gás até 1,5 atm?
1. Alternativa "d".
2. (ITA–Adaptada) A pressão total do ar no in- a) 50 L.
terior de um pneu era de 2,30 atm quando b) 70 L.
a temperatura dos pneus era 27 °C. Depois c) 80 L.
de ter rodado certo tempo com esse pneu, d) 90 L.
mediu-se novamente sua pressão e verificou- e) 60 L.
-se que ela agora era de 2,53 atm. Supondo
uma variação de volume do pneu desprezí- 4. Alternativa "e".
vel, a nova temperatura será igual a? 5. (Vunesp) À que temperatura se deveria ele-
a) 29,2 °C var certa quantidade de um gás ideal, ini-
cialmente a 300 K, para que tanto a pres-
b) 33,0 °C são como o volume se duplicassem?
c) 57,0 °C a) 1.200 K.
d) 330 °C b) 1.100 K.
e) 48 °C c) 900 K.
2. Alternativa "c". d) 800 K.
3. (UFF) Uma amostra de um gás ideal sofre a
e) 700 K.
sequência de processos descrita pelo gráfi-
co pressão versus temperatura mostrado. 5. Alternativa "a".
6. Faz-se explodir, em um tubo de gases, uma
P (atm)
mistura de 50 mL de hidrogênio e 40 mL de
oxigênio. Supondo que todas as medidas de
4 D
volumes sejam feitas a 110 °C e 760 mmHg
2 C de pressão, após a reação o tubo de gás
1 A B conterá:
T (K) a) 25 mL de vapor-d’água e 15 mL de oxi-
150 300 600
gênio.
É correto afirmar que o volume do gás: b) 50 mL de vapor-d’água e 15 mL de oxi-
a) diminui no trecho AB, permanece cons- gênio.
tante no trecho BC, aumenta no trecho CD. c) 40 mL de vapor-d’água e 10 mL de hi-
b) aumenta no trecho AB, permanece cons- drogênio.
d) 40 mL de vapor-d’água e 30 mL de hi-
Livro 1 | Parte 4

tante no trecho BC, diminui no trecho CD.


c) aumenta no trecho AB, diminui no trecho drogênio.
BC, permanece constante no trecho CD. e) 40 mL de vapor-d’água e 20 mL de hi-
d) permanece constante no trecho AB, au- drogênio.
menta no trecho BC, diminui no trecho CD. 6. Alternativa "a".

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 223

45:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 223 16/01/2023 23:45:44

Relacionando quantitativamente as variáveis de um gás – Capítulo 40 421

EM_ME_Quimica_1A.indb 421 11/02/2023 10:37


7. (Mackenzie) Um recipiente de volume V, to- 9. (Urca) O gráfico a seguir representa uma
talmente fechado, contém 1 mol de um gás transformação isovolumétrica de um gás ide-
ideal, sob uma certa pressão p. A tempe- al.
ratura absoluta do gás é T, e a constante
P (N/m2)
universal dos gases perfeitos é R = 0,082
atm . L/mol . K. Se esse gás é submetido a
uma transformação isotérmica, cujo gráfico 8,0 B
está representado abaixo, podemos afirmar
que a pressão, no instante em que ele ocupa
o volume de 32,8 L, é de:

p (atm) A
4,0

4 T (oC)
0 40

É correto afirmar que no estado B, a tempe-


ratura do gás é igual a:
a) 273 K
47 °C b) 513 K
0 32,8 V (L) c) 353 K
d) 253 K
a) 0,1175 atm. e) 595 K
b) 0,5875 atm. 9. Alternativa “c”.
c) 0,8 atm.
d) 1,175 atm.
e) 1,33 atm.
7. Alternativa "c".
8. (UEA) Em um experimento realizado ao
nível do mar, sob pressão de 760 mmHg
e temperatura de 27 oC, foram coletados
200 mL de gás hidrogênio, H2. Caso um
experimento idêntico a esse fosse realizado
em um local de maior altitude, sob pressão
de 690 mmHg e também a 27 oC, o volume
de hidrogênio coletado seria de, aproxima-
damente:
a) 180 mL.
b) 165 mL.
Livro 1 | Parte 4

c) 205 mL.
d) 220 mL.
e) 190 mL.
8. Alternativa “d”.

224 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 224 16/01/2023 23:45:44 EM

422 Capítulo 40 – Relacionando quantitativamente as variáveis de um gás

EM_ME_Quimica_1A.indb 422 11/02/2023 10:37


De olho no vestibular/Enem

1. (PUC–SP) Certo gás, cuja massa vale 140 (Dado: R = 8,31 J/mol . K)
g, ocupa um volume de 41 litros, sob pres- a) 4,4 . 10-3
são de 2,9 atm, à temperatura de 17 °C. b) 2,2 . 10-3
O número de Avogadro vale 6,02 . 1023, c) 2,5 . 10-2
e a constante universal dos gases perfeitos d) 2,2 . 101.
R = 0,082 atm . L/mol . K.
e) 2,5 . 10-8
Nessas condições, o número de moléculas 4. Alternativa "c".
continuadas no gás é aproximadamente de: 5. (FCMSC) 10 mols de moléculas de He à
a) 3 . 1024 temperatura de 273 K e à pressão de 2
b) 5 . 1023 atm ocupam o mesmo volume que x mols de
c) 6,02 . 1023 moléculas de Ne à temperatura de 546 K
e à pressão de 4 atm. Nessa situação, x é
d) 2 . 1024
melhor expresso por:
e) 3 . 1029
a) 2,5.
1. Alternativa "a". b) 7,5
2. O comportamento de um gás real aproxima-
c) 4.
-se do de um gás ideal, ou perfeito, quando:
d) 10.
a) submetido a baixas temperaturas.
e) 5.
b) submetido a baixas temperaturas e baixas 5. Alternativa "d".
pressões. 6. (UFPE) A 18 °C e 765 mm de mercúrio, 1,29
c) submetido a altas temperaturas e altas litro de um gás ideal tem massa 2,71 gra-
pressões. mas. A massa molar do gás vale, aproxima-
d) submetido a altas temperaturas e baixas damente:
pressões. (Dado: R = 0,082 atm . L/K . mol)
e) submetido a baixas temperaturas e altas a) 30.
pressões. b) 40.
2. Alternativa "d". c) 50.
3. (PUC–SP) Um recipiente rígido contém 2 d) 60.
gramas de oxigênio à pressão de 20 at- e) 20.
mosferas e temperatura de 47 °C. Sabendo
6. Alternativa "c".
que a massa molecular do oxigênio é 32 e
7. (Vunesp) Duas amostras de um gás perfeito
que R = 0,082 atm . L/mol . K, o volume do
submetidas a uma mesma pressão ocupam
recipiente é, em litros:
volumes iguais quando a temperatura da pri-
a) 0,082. meira é 10 °C e a da segunda é 100 °C. A
b) 0,820. relação entre os números de mols é de:
c) 0,078. a) 1 : 1,32.
d) 0,780. b) 1 : 0,76.
Livro 1 | Parte 4

e) 0,069. c) 1 : 10.
3. Alternativa "a". d) 1 : 0,1.
4. (PUC–MG) O volume ocupado por 2,0 mols e) 1 : 0,33.
de moléculas de um gás ideal à pressão de 7. Alternativa "b".
2 . 105 N/m2 e a 27 °C é, em m3:
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 225

5:44 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 225 16/01/2023 23:45:44

Relacionando quantitativamente as variáveis de um gás – Capítulo 40 423

EM_ME_Quimica_1A.indb 423 11/02/2023 10:37


CAPÍTULO 41
Estamos cercados por misturas gasosas. O ar que respiramos, por
exemplo, é uma mistura de vários gases, sendo os principais: nitrogênio
(N2), aproximadamente 80% do ar; e oxigênio (O2), quase 20%.
As misturas gasosas funcionam como se fossem um único gás. Assim,
podemos estudá-las relacionando-as com os gases iniciais através da
equação mostrada abaixo:

P  V Pa  Va Pb  Vb Pc  Vc
   ... ou P  V   nRT
T Ta Tb Tc

Para estudar as características das misturas gasosas, é necessário


analisar algumas grandezas importantes: a pressão e o volume par-
ciais, bem como as densidades absoluta e relativa dos gases.
Mateusz | Stock.adobe

EM_ME_Quimica_1A.indb 424 11/02/2023 10:37


Misturas gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 425 11/02/2023 10:37


BNCC
Tome Nota Misturas de gases com pressão
Habilidades trabalhadas no
parcial
capítulo A pressão parcial de um gás corresponde à pressão exercida
EM13CNT101 por esse gás considerando que ele esteja sozinho ocupando o vo-
lume da mistura, sob a mesma temperatura da mistura, a qual con-
EM13CNT102 sequentemente exercerá uma pressão menor que a pressão total.
EM13CNT104 Observe:
EM13CNT201
EM13CNT205
EM13CNT301
Gás B Gás C
Gás A
nb nc
na

Pa Va Ta Pb Vb Tb Pc Vc Tc
Objetivos
pedagógicos
ƒ Compreender como acontecem as
misturas de gases com pressões parciais Gás A
de cada gás. na

ƒ Entender a ocorrência de misturas de


P'a T V
gases com volumes parciais.
ƒ Compreender a densidade absoluta de Nesses casos, o estudo matemático da pressão exercida
pode ser esquematizado conforme a equação matemática des-
um gás. crita abaixo:
ƒ Reconhecer a composição do ar P'a ⋅ V Pa ⋅ Va
= ou P'a V = nRT
T Ta
atmosférico, que é uma mistura de gases.
ƒ Compreender a definição de densi- Na equação, P’a corresponde à pressão parcial do gás A.
Assim, a soma das pressões parciais de todos os componen-
dade relativa dos gases e o seu cálculo. tes da mistura gasosa é igual à pressão total da mistura, sendo
essa verificação conhecida como Lei de Dalton, representada
matematicamente por:
P = Pa' + Pb' + Pc' + ...
Anotações A pressão total e a parcial dos gases em uma mistura
podem ser relacionadas com a fração molar do gás na
Livro 1 | Parte 4

mistura por Pa' = Xa ⋅ P.

Por exemplo, se a pressão do ar for de 1 atm, a pressão par-


cial do N2 será de 0,8, ou seja, 80% da pressão total; e a pressão
parcial de O2 será igual a 0,2, 20% da pressão total da mistura.

230 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 230 16/01/2023 23:45:46 EM_

426 Capítulo 41 – Misturas gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 426 11/02/2023 10:37


Composição do ar
21% Nitrogênio
Oxigênio
1% Outros Leitura
complementar
78%
O ar atmosférico é constituído por uma mistura de diver-
Experimento de Miller
sos gases, como o nitrogênio, oxigênio, gás carbônico e gases
nobres. O oxigênio e o nitrogênio são os gases mais abundan- Um aluno chamado Stanley Lloyd

melis82 | Depositphotos
tes, enquanto os outros gases são encontrados em quantidades
menores. Miller, em 1953, construiu em laboratório
Além dos gases citados, o ar atmosférico também apre-
senta vapor de água (cuja quantidade depende de alguns fa-
um sistema que simulava as condições da
tores como clima, temperatura e local), que se apresenta na atmosfera primitiva. O experimento de
forma de neblina, nuvens e chuva. No ar, também encontramos
em suspensão poluentes, poeira, cinzas, microrganismos e pólen.
Miller era formado por tubos e balões
O oxigênio (O2) presente no ar atmosférico é de extrema de vidro interligados, onde foram adicio-
importância para a manutenção da vida no Planeta, pois ele é o
gás utilizado na respiração de todos os seres vivos e também é nados compostos existentes na atmosfera

ongap_ | Depositphotos
necessário para que ocorra a combustão. Calcula-se que o ar at- primitiva, segundo Oparin: amônia (NH3),
mosférico seja composto por aproximadamente 21% de oxigênio.
O nitrogênio (N2) compõe aproximadamente 78% do ar metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor
atmosférico e é de extrema importância para todos os se- de água (H2O). O sistema foi aquecido
res vivos, pois participa da formação de diversas moléculas
orgânicas necessárias para o seu metabolismo. De todos os e recebeu descargas elétricas, simulando
organismos vivos, apenas alguns microrganismos são capazes a temperatura elevada da época e as
de captar o nitrogênio (ciclo do nitrogênio) disponível na at-
mosfera e degradá-lo de forma que os seres vivos possam tempestades que ocorriam. No conden-
IlyaShapovalov | Depositphotos
aproveitá-lo.
O gás carbônico (CO2) é encontrado em proporções muito
sador, a mistura dos gases era resfriada,
pequenas na atmosfera, contribuindo com apenas 0,03% da com- simulando o resfriamento da Terra, pois
posição do ar. É um gás de extrema importância para a realização
da fotossíntese pelos vegetais e é liberado para a atmosfera atra-
as gotículas de água acumuladas es-
vés da combustão e também pela respiração dos animais. corriam, simulando as chuvas. O aque-
Entre os gases nobres que fazem parte da composição
do ar, podemos citar: argônio (Ar), neônio (Ne), radônio (Rn), cimento provocava o ciclo desses pro-
hélio (He), criptônio (Kr) e xenônio (Xe), os quais compõem cer- cesso. Miller manteve esse sistema por
ca de 0,93% do ar atmosférico. Esses gases não produzem
nenhum tipo de reação química com outras substâncias e por uma semana. Após esse tempo, a água
edesignua | Depositphotos

isso são considerados nobres. do reservatório, ou armadilha, foi anali-


O vapor de água que também participa da composição
do ar provém da evaporação das águas de rios, mares e sada através de vários experimentos e
lagos, respiração dos seres vivos, transpiração das plantas, mostrou a presença de aminoácidos e
Livro 1 | Parte 4

evaporação da água do solo e evaporação da água de de-


jetos (fezes e urina de animais). outras substâncias químicas mais simples.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/biologia/composicao-do-ar.htm. Acesso em:
Hoje sabemos que os gases presentes na
07/10/2021. Adaptado. atmosfera eram bem diferentes dos pro-
postos por Oparin e utilizados por Miller.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 231
Experimentos recentes demonstraram que
a atmosfera primitiva era formada por gás
:45:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 231 16/01/2023 23:45:46 carbônico (CO2), metano (CH4), monóxido
de carbono (CO) e gás nitrogênio (N2).
Anotações Mesmo que Miller não tenha usado os
mesmos gases, seu experimento mostra
que nas condições da Terra primitiva era
possível a formação de aminoácidos.

Disponível em: http://www.infoescola.com/evolucao/


experimento-de-miller/. Acesso em: 07/06/2022.
Adaptado.

Misturas gasosas – Capítulo 41 427

EM_ME_Quimica_1A.indb 427 11/02/2023 10:37


cookelma | Depositphotos
Tome Nota Misturas de gases com
volume parcial
O volume parcial de um gás em uma mistura gasosa é o
volume que ele irá ocupar estando sozinho, sendo submetido à
pressão total e à temperatura da mistura. Assim, o volume que
cada gás ocupa, estando no mesmo recipiente, será seu volume
parcial.
Pela Lei de Amagat, podemos observar que a soma dos
componentes da mistura gasosa é igual ao volume da mistura
total. Matematicamente escrevendo:
PV'a Pa Va
= , PV'a = na RT,
T Ta
V = Va' + Vb' = Vc' + ..., Va' = Xa V

Densidade absoluta de um gás


A densidade é uma grandeza que pode ser medida atra-
vés da relação entre massa e volume de uma amostra. Assim, a
densidade absoluta de um gás é medida por meio do quociente
entre a massa e o volume desse gás, a determinadas tempera-
tura e pressão.
A equação de Clapeyron é conhecida como equação de
estado dos gases perfeitos, que matematicamente pode ser
expressa como:
PM
d=
RT

Nos casos em que os gases estão nas CNTP, a seguinte


Livro 1 | Parte 4

expressão pode ser usada:

M M
d= ⇒d=
V 22, 4 l

232 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 232 16/01/2023 23:45:46 EM

428 Capítulo 41 – Misturas gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 428 11/02/2023 10:37


Densidade relativa dos gases Saiba mais
Difusão e efusão
N2 A difusão de um gás é compre-
Ar endida pelo seu espalhamento
em outro meio gasoso, como o ar
que respiramos (que é uma mistu-
ra de gases) ou quando sentimos
um cheiro de algo que não está
tão perto. Isso ocorre devido à
Ar capacidade que as moléculas

valterz | StockAdobe
N2 dos gases (ou átomos, no caso
dos gases nobres) têm de se
movimentarem espontaneamente
através de outro gás.
O2 A efusão também se refere ao
O2 movimento espontâneo das par-
tículas de um gás, mas ela acon-
A densidade relativa pode ser expressa pelo quociente tece por meio de um ou vários
orifícios, indo na direção de um
entre as densidades absolutas de dois gases que estejam nas ambiente com pressão menor,
mesmas condições de pressão e temperatura. Ela não possui uni- como quando um balão ou um
dade, uma vez que é usada para analisar quais dos dois gases pneu murcha.
Thomas Graham (1805–1869)
é mais denso que o outro, podendo ser expressa pela seguinte desenvolveu a Lei de Graham.
equação: Nela, ele explica que a velocida-
de de difusão e de efusão de um
d gás é inversamente proporcional
dA,B = A
dB à raiz quadrada de sua densi-
dade, quando os gases estão na
Quando os volumes dos gases são iguais, podemos usar a mesma temperatura e pressão.
equação a seguir para relacionar as densidades dos gases A V1 d2
e B:
V2 d1
MA
dA,B =
MB Disponível em: https://mundoeducacao.uol.
com.br/quimica/difusao-efusao-dos-gases.
htm. Acesso em: 26/07/2021.

Agora é sua vez!

1. (UFRN) A densidade de um gás é 1,96 g/L, Mesma temperatura


medida nas CNTP. A massa molecular desse
gás é: N2 O2
a) 43,88. 1 atm 5 atm
3 litros 2 litros
b) 47,89.
c) 49,92.
d) 51,32. Abrindo a torneira que separa os gases e
mantendo-se a temperatura constante, a
e) 53,22.
pressão interna se estabilizaria no valor de:
Livro 1 | Parte 4

1. Alternativa "a".
a) 6,00 atm. d) 2,50 atm.
2. (ITA) Temos um recipiente com N puro e ou-
2
b) 3,00 atm. e) 2,17 atm.
tro com O2 puro. Volumes e pressões iniciais
estão assinalados no esquema seguinte. c) 2,60 atm.
2. Alternativa "c".
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 233

5:46 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 233 16/01/2023 23:45:47

Misturas gasosas – Capítulo 41 429

EM_ME_Quimica_1A.indb 429 11/02/2023 10:37


3. (IME) Uma determinada quantidade de 6. (FEI) As águas poluídas do Rio Tietê libe-
nitrogênio (N2) ocupa um recipiente com ram, entre outros poluentes, o gás sulfídrico
volume de 10 L a uma temperatura de (H2S). Um dos maiores problemas causados
127 °C e a uma pressão de 4,92 atm. por esse gás é o ataque corrosivo aos fios
Adiciona-se ao nitrogênio 9,03 . 1023 mo- de cobre das instalações elétricas existentes
léculas de oxigênio (O2). Sabendo-se que junto a esse rio. O gás sulfídrico é mais den-
a pressão final de equilíbrio do sistema é so do que o ar e, assim, concentra-se mais
de 6,15 atm, calcule a temperatura final próximo ao solo.
de equilíbrio. Considerando a massa molar média do ar
(Dados: constante universal dos gases, R = igual a 28,9, a densidade do H2S em rela-
0,082 atm L /mol K) ção ao ar, nas mesmas condições de tem-
peratura e pressão, será, aproximadamente:
a) 0,9.
b) 1,2.
c) 2,4.
mp_images | Stock.adobe

d) 4,8.
e) 5,0.
6. Alternativa "b".
7. (UFU) A massa molecular do CO é 28. A
densidade de um gás puro, em relação ao
3.. T = 250 K CO, é 1,25. Logo, 9,03 ⋅ 1023 moléculas do
4. (PUC–SP) Um gás tem densidade 0,50 g/L a gás desconhecido pesam:
27 °C. Se sua temperatura passar a 327 °C, a) 31,5 g.
à pressão constante, qual o valor de sua b) 35,0 g.
densidade? c) 52,5 g.
a) 6,00 g/L. d) 23,3 g.
b) 1,00 g/L. e) 42,0 g.
c) 0,50 g/L. 7. Alternativa "c".
d) 0,25 g/L. 8. (Vunesp—Adaptada) Uma mistura gaso-
e) 0,04 g/L. sa formada por 14,0 g de N2(g) e 8,0 g
4. Alternativa "d". de O2(g) ocupa um balão com capacidade
5. (UFRN) Uma mistura gasosa, em um recipien- igual a 30 L, na temperatura de 27 oC.
te de 10 L, contém 28 g de nitrogênio, 10 g Dadas as massas molares (g/mol) (N2 = 28
de dióxido de carbono, 30 g de oxigênio e e O2 = 32) e o valor da constante R =
30 g de monóxido de carbono, a uma tem- 0,082 atm . L . mol—1 . K—1, determine a
peratura de 295 K. Assinale a alternativa pressão em atm de cada gás e a pressão
que apresenta o valor da pressão parcial total no balão: PN2; PO2; PTOTAL
do nitrogênio: a) 0,0369; 0,01845; 0,05535.
(Dados: C = 12 g/mol; N = 14 g/mol; O = b) 0,41; 0,205; 0,615.
16 g/mol) c) 0,82; 0,82; 1,64.
Livro 1 | Parte 4

a) 2,27 atm. d) 2,89 atm. d) 0,0738; 0,0738; 0,1476.


b) 2,42 atm. e) 4,82 atm. e) 0,41; 0,405; 0,815.
c) 2,59 atm. 8. Alternativa "b".
5. Alternativa "b".

234 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 234 16/01/2023 23:45:47 EM

430 Capítulo 41 – Misturas gasosas

EM_ME_Quimica_1A.indb 430 11/02/2023 10:37


De olho no vestibular/Enem

1. (FEI) Em um recipiente de 44,8 litros, mantido a) 0,25 L.


a 273 K, foram misturados 4 mol do gás b) 5,6 L.
hidrogênio (H2) e 6 mol do gás oxigênio (O2) c) 0,5 L.
em CNTP. As pressões parciais de H2 e O2, d) 11,2 L.
em atm, são respectivamente:
e) 22,4 L.
(Dado: R = 0,082 atm ⋅ mol-1 ⋅ K-1)
4. Alternativa "b".
a) 1,0 e 2,0 5. (PUC–SP) Três recipientes de volumes fixos
b) 3,0 e 4,5 contêm, cada um, uma substância pura no
c) 0,8 e 1,2 estado gasoso. Os gases estão armazena-
d) 1,0 e 1,5 dos nas mesmas condições de temperatura
e) 2,0 e 3,0 e pressão, e os recipientes estão represen-
tados no esquema a seguir.
1. Alternativa "e".
2. (UMC) A densidade de uma mistura gaso- 1 2 3

sa de CO2 e O2 em uma temperatura de O2 ? CH4


60,3 °C e pressão de 2,0 atm é de 3,0 g/L. A V1 = 5 L V2 = 10 L V3 = 15 L
porcentagem, em volume, de O2 na mistu- m1 = 16 g m2 = 28 g m3 = ?
ra é de:
Pode-se afirmar que o gás contido no reci-
a) 15%
piente 2 e a massa de gás no recipiente 3
b) 25% são, respectivamente:
c) 35% a) CO2 e 16 g.
d) 75% b) N2 e 8 g.
e) 40% c) CO e 24 g.
2. Alternativa "b". d) C4H8 e 24 g.
3. (Ifet) Dois balões de igual capacidade, A e
e) N2 e 16 g.
B, mantidos na mesma temperatura, apre-
sentam massas iguais de H2(g) e O2(g). A 5. Alternativa "c".
pressão do H2(g) no balão A é igual a 1,6 6. Dois recipientes contêm, respectivamente,
atm. Assinale a alternativa abaixo que cor- 0,5 mol de metano e 1,5 mol de monóxido
responde à pressão que o O2(g) exerce no de carbono. Sabe-se que esses gases estão
balão B. submetidos às mesmas temperatura e pres-
(Dados: M (H ) = 2 g/mol e M (O ) = 32 g/mol) são. Se o volume do metano é 9 L, qual é o
2 2
a) 0,1 atm. volume do monóxido de carbono?
b) 1 atm. a) 10 L.
c) 0,5 atm. b) 24 L.
d) 1,6 atm. c) 12 L.
e) 2 atm. d) 27 L.
3. Alternativa "a". e) 35 L.
Livro 1 | Parte 4

4. (UFF) Assinale a alternativa correspondente 6. Alternativa "d".


ao volume ocupado por 0,25 mol de gás
7. (UFRGS) Se o sistema representado a seguir
carbônico (CO2) nas condições normais de
temperatura e pressão (CNTP): for mantido a uma temperatura constante
e se os três recipientes possuírem o mesmo
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 235

5:47 EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 235 16/01/2023 23:45:47

Misturas gasosas – Capítulo 41 431

EM_ME_Quimica_1A.indb 431 11/02/2023 10:37


volume, após abrirem as válvulas A e B, a a) A mentona é detectada primeiro porque
pressão total nos três recipientes será: tem massa molar maior que a do cinamal-
deído.
A B b) A mentona é detectada primeiro porque
H2 He
Vácuo se difunde mais lentamente que o cinamal-
3 atm 9 atm
deído.
c) O cinamaldeído é detectado primeiro
a) 3 atm.
porque se difunde mais lentamente que a
b) 6 atm. mentona.
c) 4 atm. d) O cinamaldeído é detectado primeiro,
d) 9 atm. pois tem massa molar menor que a da men-
e) 12 atm. tona.
7. Alternativa "c". e) As duas substâncias são detectadas simul-
8. (Fuvest) Nas CNTP, o volume ocupado por taneamente, pois se difundem com a mesma
10 g de monóxido de carbono é: velocidade.
(Dados: C = 12 u; O = 16 u) 9. Alternativa "d".
10. (ITA) Dois balões esféricos de mesmo volume
a) 6 L.
são unidos por um tubo de volume desprezí-
b) 9 L.
vel, provido de torneira. Inicialmente o balão
c) 8 L. A contém 1,00 mol de gás ideal, e, em B, há
d) 10 L. vácuo.
e) 12 L.
8. Alternativa "c". Torneira
A B
9. (UPE) Uma indústria de bebidas desenvolveu
uma linha de refrigerantes com odores es- 400 K 324 K
pecíficos de canela e menta, sendo o cina-
maldeído (C9H8O) e a mentona (C10H18O),
respectivamente, os responsáveis por esses
odores. Em um teste para saber qual dessas Os dois balões são mantidos às temperatu-
substâncias seria primeiro identificada pelos ras indicadas no desenho acima. A torneira
consumidores, abriram-se, simultaneamente, é aberta durante certo tempo. Voltando a
dois frascos de refrigerantes distintos, para fechá-la, verifica-se que a pressão em B é
detecção por um sensor. 0,81 do valor da pressão em A. Quanto do
gás deve ter sobrado no balão A?
a) 0,20 mol
b) 0,40 mol
c) 0,50 mol
d) 0,60 mol
Rawpixel.com | Stock.adobe

e) 0,80 mol
10. Alternativa "c".
Livro 1 | Parte 4

Sobre isso, assinale a alternativa correta.

236 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

EM_CIEN_NATUREZA_1_P4.indb 236 16/01/2023 23:45:47

432 Capítulo 41 – Misturas gasosas

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