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MANUAL DO

Maria Clara Medeiros


EDUCADOR
FORMAÇÃO CONTINUADA

CIÊNCIAS

4 o
ANO

ENSINO FUNDAMENTAL

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Maria Clara Medeiros

Manual do Educador
Ciências
4o ano - Ensino Fundamental

EDITORAS IMAGENS VETORIAIS


Isabela Nóbrega Freepik.com
Márcia Regina Silva Shutterstock.com

REVISÃO DE TEXTO COORDENAÇÃO EDITORIAL


Elenita Maciel

PROJETO GRÁFICO, ILUSTRAÇÕES,


CAPA E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Mirai Assessoria em Comunicação Ltda.
CNPJ: 07.209.351/0001-56

ISBN: 978-85-8207-689-7
4a edição

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos das fotos,
das ilustrações e dos textos contidos neste livro.

A Formando Cidadãos Editora pede desculpas se houve alguma omissão e,


em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

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Apresentação
Caro Educador,

Este Manual foi elaborado e organizado com a finalidade de auxiliá-lo


em suas aulas de Ciências e está estruturado de forma prática, funcional
e didática, dinamizando sua atuação pedagógica. Nele, você encontrará
dinâmicas, fundamentações, orientações didáticas e pedagógicas que
ajudam no despertar do interesse dos alunos pelos estudos.

A você, um maravilhoso ano de trabalho e que o seu empenho e a sua


dedicação proporcionem a formação de saberes aos novos cidadãos.

A autora

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Sumário
7 Conhecendo o Manual 88 9a Semana – Grade semanal
9 Estrutura do livro do aluno 89 Dinâmica: Quebra-cabeça de união
11 Sumário do livro do aluno 90 Páginas do livro do aluno
12 Planejamento de aulas 93 Fundamentação: Como priorizar atividades
13 Fundamentação importantes em sua vida
96 10a Semana – Grade semanal
23 Unidade 1 97 Dinâmica para trabalhar o socioemocional
24 Conteúdos da unidade e a BNCC 98 Semana de avaliação
26 1a Semana – Grade semanal
27 Dinâmica: Roda-viva 99 Unidade 2
28 Semana de adaptação: Por que ensinar Ciências 100 Conteúdos da unidade e a BNCC
Naturais no Ensino Fundamental: Ciências Natu- 102 11a Semana – Grade semanal
rais e Cidadania 103 Dinâmica: Dominó humano
30 2a Semana – Grade semanal 104 Páginas do livro do aluno
31 Dinâmica: Mensagens positivas 106 Fundamentação: A importância de se avaliar a
32 Páginas do livro do aluno competência de quem ensina
37 Fundamentação: Perfil do educador 108 12a Semana – Grade semanal
38 3a Semana – Grade semanal 109 Dinâmica: Espírito de equipe
39 Dinâmica: Triângulo dos desafios 110 Páginas do livro do aluno
40 Páginas do livro do aluno 114 Fundamentação: Que escola ensina melhor?
42 Fundamentação: Disciplina: um bem revisado 116 13a Semana – Grade semanal
46 4a Semana – Grade semanal 117 Dinâmica: Aprender a escutar
47 Dinâmica: Mãos para sentir 118 Página do livro do aluno
48 Páginas do livro do aluno 119 Fundamentação: Professores ignorantes
50 Fundamentação: Ana Maria Espinoza: É essen- 120 14a Semana – Grade semanal
cial ensinar a ler os textos de Ciências 121 Dinâmica: Balão do desejo
52 5a Semana – Grade semanal 122 Páginas do livro do aluno
53 Dinâmica: Jogo da convivência 124 Fundamentação: Bullying: agressividade en-
54 Semana de revisão tre estudantes
55 Fundamentação: Ensinar exige o reconhecimen- 126 15a Semana – Grade semanal
to de ser condicionado 127 Dinâmica: Bate, rebate e abraça!
58 6a Semana – Grade semanal 128 Semana de revisão
59 Dinâmica: Qualidades do grupo 129 Fundamentação: Teu tempo não é dinheiro, é vida
60 Páginas do livro do aluno 130 16a Semana – Grade semanal
65 Fundamentação: Os quatro pilares da educação 131 Dinâmica: Ações de cuidado
68 7a Semana – Grade semanal 132 Página do livro do aluno
69 Dinâmica: Sementes de luz 133 Fundamentação: Jogo do amarradão
70 Páginas do livro do aluno 136 17a Semana – Grade semanal
74 Fundamentação: Postura dos alunos 137 Dinâmica: Sentimentos bons para o corpo
78 8a Semana – Grade semanal 138 Páginas do livro do aluno
79 Dinâmica: Dia do amor ao próximo 140 Fundamentação: Como posso ser feliz sendo
80 Páginas do livro do aluno professor?
85 Fundamentação: A movimentação na educação 141 Fundamentação: Dez princípios para um bom
professor

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144 18a Semana – Grade semanal 201 Fundamentação: ... lidar com a diversidade
145 Dinâmica: Rede de qualidade 202 28a Semana – Grade semanal
146 Páginas do livro do aluno 203 Dinâmica: Jogo das amizades
148 19a Semana – Grade semanal 204 Páginas do livro do aluno
149 Dinâmica: Dramatizando os elementos da natureza 206 Fundamentação: Aprendizagem: o despertar de
150 Sugestão de atividades potencialidades
151 Fundamentação: Mas o que é a escola? 208 29a Semana – Grade semanal
152 20a Semana – Grade semanal 209 Dinâmica: Dinâmica das cores
153 Dinâmica para trabalhar o socioemocional 210 Sugestão de atividades
154 Semana de avaliação 212 30a Semana – Grade semanal
155 Fundamentação: Responsabilidade do professor 213 Dinâmica para trabalhar o socioemocional
214 Semana de avaliação
157 Unidade 3 216 Fundamentação: De onde vem a tal motivação
158 Conteúdos da unidade e a BNCC
160 21a Semana – Grade semanal
161 Dinâmica: Quero conhecê-lo melhor
162 Páginas do livro do aluno
166 Fundamentação: Curiosidade é uma coceira
nas ideias
168 22a Semana – Grade semanal
169 Dinâmica: Agradecer o que se tem
170 Projeto: Calendário, o trabalho com matemática,
espaço e tempo
172 Fundamentação: Educar para a não violência
176 23a Semana – Grade semanal
177 Dinâmica: Círculo do agradecimento
178 Páginas do livro do aluno
181 Fundamentação: Ame seu trabalho e seja feliz
182 24a Semana – Grade semanal
183 Dinâmica: Ritual dos círculos brilhantes
184 Páginas do livro do aluno
187 Fundamentação: Avaliação não é ameaça
188 25a Semana – Grade semanal
189 Dinâmica: Imagens de si
190 Semana de revisão
191 Fundamentação: Nem técnica nem magia. Polí-
tica e arte
192 26a Semana – Grade semanal
193 Dinâmica: Recriando o dia Th
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194 Páginas do livro do aluno als
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196 Fundamentação: Na escola, tudo tem seu tempo ed
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199 Dinâmica: Hora de meditar om

200 Página do livro do aluno

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217 Unidade 4 250 36a Semana – Grade semanal
218 Conteúdos da unidade e a BNCC 251 Dinâmica: Respiração oral x respiração nasal
220 31a Semana – Grade semanal 252 Páginas do livro do aluno
221 Dinâmica: Verdade ou consequência 256 Fundamentação: Como ensinar sobre
222 Páginas do livro do aluno o corpo humano?
225 Fundamentação: Os pais e a formação de um 259 Fundamentação: O carrinho
bom aluno 260 37a Semana – Grade semanal
226 32a Semana – Grade semanal 261 Dinâmica: Debate
227 Dinâmica: Corpo triste e corpo feliz 262 Páginas do livro do aluno
228 Páginas do livro do aluno 267 Fundamentação: Educar: um mergulho
231 Dinâmica: Uma aula diferente em si mesmo
233 Fundamentação: Vendedor de ideias 270 38a Semana – Grade semanal
234 33a Semana – Grade semanal 271 Dinâmica: Mural do Muito obrigado(a)
235 Dinâmica: Molduras do ser integral 272 Páginas do livro do aluno
236 Páginas do livro do aluno 275 Fundamentação: O desafio de ser professor
238 34a Semana – Grade semanal 276 39a Semana – Grade semanal
239 Dinâmica: Ensaio de carinho 277 Dinâmica: O garotinho chamado Amor
240 Páginas do livro do aluno 278 Páginas do livro do aluno
245 Fundamentação: Tornando o ensino 284 Fundamentação: A força da interrogação
mais proveitoso e da linguagem interior na solução de conflitos
246 35a Semana – Grade semanal 286 40a Semana – Grade semanal
247 Dinâmica: A caixa misteriosa 287 Dinâmica para trabalhar o socioemocional
248 Semana de revisão 288 Semana de avaliação

odua / Depositphotos.com

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Conhecendo o Manual
Este Manual foi concebido para ser um material pedagógico que auxilie o trabalho de professores em sala de
aula, por isso apresenta, além de fundamentações, planejamento de aulas em grades semanais e dinâmicas, a
estrutura e o sumário do livro do aluno.

Estrutura do livro do aluno

Informações sobre a estrutura do livro do aluno, apontando tudo que é necessário para o professor explorá-lo
da melhor maneira.

Sumário do livro do aluno

É apresentada a página de sumário do livro do aluno para que o professor possa ter acesso ao conteúdo anual
que será proposto para as crianças.

Planejamento de aulas Dinâmica

O planejamento de aulas foi pensado para 40 sema- Apresenta sugestões de atividades para explorar a
nas com cinco dias letivos, totalizando 200 dias. Cada integração e a socialização das pessoas por meio
semana tem uma estrutura própria: conteúdos da uni- de propostas que focam na ludicidade e no conheci-
dade e a BNCC, grade semanal, dinâmica, páginas do mento de seus próprios limites e possibilidades.
livro do aluno e suporte por meio de orientações di-
dáticas, pedagógicas e sugestões de atividades. São
apresentadas fundamentações ao longo do Manual,
e, nas semanas de revisão e avaliação, sugestões de
atividades para serem trabalhadas com os alunos.

Conteúdos da unidade e a BNCC

Antes da abertura de cada unidade, serão apresen-


tados os conteúdos didáticos, os objetos de conhe-
cimento e as habilidades de cada unidade. Assim, o
educador poderá identificar os objetos e as habilida-
des que as crianças deverão demonstrar ao final do
trabalho em cada unidade.

Grade semanal Páginas do livro do aluno

Traz o planejamento semanal dos momentos em que São apresentadas as páginas do livro do
cada área de conhecimento deverá ser trabalhada. aluno propostas para serem trabalhadas ao
Inclusive, apresenta breves orientações de atividades longo da semana. Esta seção acompanha as
que poderão ser realizadas em sala de aula e a indi- orientações didáticas, orientações pedagó-
cação das páginas do livro do aluno que deverão ser gicas, além de sugestões de atividades em
trabalhadas. Além disso, há espaço para registrar as algumas semanas.
datas correspondentes às semanas.

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Todo o Manual contém páginas do livro do aluno
reduzidas. Abaixo de cada página reduzida, serão
apresentadas orientações didáticas, pedagógicas ou
sugestões de atividades relacionadas ao conteúdo da
página.
Assim, materiais complementares com informações
preciosas serão disponibilizados para o educador.

Inserimos também um boxe com as habilidades de


aprendizagem e desenvolvimento da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) nas páginas que são con-
templadas com tais conteúdos.

Fundamentação : Os textos apresentados, em


geral, têm caráter de formação, ou seja, foram
selecionados para dar embasamento e segu-
rança ao professor em relação ao seu trabalho
diário com as crianças.

Atividades de avaliação: Nas semanas de avaliação,


preparamos sugestões de avaliação para que cada
aluno reflita sobre o que estudou e como fez isso.
A reflexão sobre o próprio desempenho é um meio
eficiente para o aluno aprender a identificar e cor-
rigir seus erros e, para isso, o papel do professor é
fundamental.

Atividades de revisão: Nas semanas de revisão, pre-


paramos algumas atividades referentes aos conteú-
dos trabalhados para cada unidade. Temos, também,
as sugestões de atividades para o professor trabalhar
em sala de aula caso queira aprimorar os conteúdos
com seus alunos.

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Estrutura do livro do aluno
O livro do aluno está organizado com elementos gráficos específicos:
títulos, textos didáticos, atividades, comandos, boxes e imagens.

Título

Localiza-se, em geral, antes da apresenta-


ção de algum conteúdo específico que será
trabalhado.

Textos didáticos

São textos explicativos que abordam os as-


suntos de maneira simples, clara e objetiva.

Atividades

Seção com propostas de atividades relaciona-


das aos conteúdos e assuntos que estão sendo
trabalhados, de maneira que a construção de
conhecimento possa acontecer por meio de su-
gestões literais, inferenciais e de opinião própria.

Comandos

No início de cada atividade, são apresenta-


dos comandos que, em geral, iniciam-se com
o verbo que orienta a realização da atividade
proposta. Isso porque, ao ouvir ou ler o co-
mando, a criança deverá identificar qual é a
ação que se espera dela para que faça a ativi-
dade corretamente.

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Boxes

Não têm localização predetermina-


da na página, mas são destacados
por cores e, em geral, os conteúdos
correspondem aos temas e assun-
tos complementares e vinculados
ao conteúdo principal, podendo
apresentar curiosidades e dicas.

Páginas do aluno

As páginas do aluno aparece-


rão, ao longo do Manual, com
as respostas.

Livro Atividades de Reforço


Este livro é composto de atividades extras que
servem para reforçar os conteúdos trabalhados
nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemá-
tica, Ciências, História e Geografia.

A Coleção Formando Cidadãos, pensando em


dinamizar suas aulas, preparou este mate-
rial complementar para você. Trata-se de um
recurso visual que ajudará seus alunos na
compreensão e na memorização dos conteúdos
propostos. A apresentação do material pode ser
feita no início da aula, para despertar a curio-
sidade e a atenção do aluno para o que será
trabalhado; pode ser em um momento interme-
diário, para explorar o que já foi mencionado;
ou pode ser no final da aula, para reforçar todo
o conteúdo abordado. Como cada educador(a)
tem a sua própria dinâmica, você também pode
criar outras possibilidades, da maneira mais
adequada a cada turma.

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Sumário do livro do aluno

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Planejamento de aulas
Este Manual foi pensado para ser um facilitador do seu trabalho, educador(a).

Dividimos o planejamento de todos os livros em 40 semanas: 32 semanas com aulas, 4 semanas para
revisões e 4 semanas para avaliações.
Assim, sugerimos que as atividades sigam a seguinte sequência:

Unidade Aula Revisão Aula Avaliação

1 a 4 semanas 1 semana 4 semanas 1 semana

2 a 4 semanas 1 semana 4 semanas 1 semana

3 a 4 semanas 1 semana 4 semanas 1 semana

4 a 4 semanas 1 semana 4 semanas 1 semana

TWStock / Shuttersto
ck.com

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Fundamentação
Base Nacional Comum Curricular
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A área de Ciências da Natureza / Sh
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ina
ed
M
A sociedade contemporânea está fortemente n

ly
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organizada com base no desenvolvimento científico e

Lo
tecnológico. Da metalurgia, que produziu ferramentas
e armas, passando por máquinas e motores automa-
tizados, até os atuais chips semicondutores, ciência
e tecnologia vêm se desenvolvendo de forma integra-
da com os modos de vida que as diversas socieda-
des humanas organizaram ao longo da história.
No entanto, o mesmo desenvolvimento científi-
co e tecnológico que resulta em novos ou melhores
produtos e serviços também pode promover desequi-
líbrios na natureza e na sociedade.
Para debater e tomar posição sobre alimentos,
medicamentos, combustíveis, transportes, comuni-
cações, contracepção, saneamento e manutenção da
vida na Terra, entre muitos outros temas, são im-
prescindíveis tanto conhecimentos éticos, políticos e
culturais quanto científicos. Isso por si só já justifica,
na educação formal, a presença da área de Ciências
da Natureza, e de seu compromisso com a formação Nessa perspectiva, a área de Ciências da Natu-
integral dos alunos. reza, por meio de um olhar articulado de diversos
Portanto, ao longo do Ensino Fundamental, a campos do saber, precisa assegurar aos alunos
área de Ciências da Natureza tem um compromisso do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de
com o desenvolvimento do letramento científico, que conhecimentos científicos produzidos ao longo da
envolve a capacidade de compreender e interpretar o história, bem como a aproximação gradativa aos
mundo (natural, social e tecnológico), mas também principais processos, práticas e procedimentos da
de transformá-lo com base nos aportes teóricos e investigação científica.
processuais das ciências. Espera-se, desse modo, possibilitar que esses
Em outras palavras, apreender ciência não é a alunos tenham um novo olhar sobre o mundo que os
finalidade última do letramento, mas, sim, o desen- cerca, como também façam escolhas e intervenções
volvimento da capacidade de atuação no e sobre o conscientes e pautadas nos princípios da sustentabi-
mundo, importante ao exercício pleno da cidadania. lidade e do bem comum.
Para tanto, é imprescindível que eles sejam
progressivamente estimulados e apoiados no pla-
a área de Ciências da Na- nejamento e na realização cooperativa de atividades
investigativas, bem como no compartilhamento dos
tureza tem um compromis- resultados dessas investigações. Isso não significa
realizar atividades seguindo, necessariamente, um
so com o desenvolvimento conjunto de etapas predefinidas, tampouco se res-
tringir à mera manipulação de objetos ou realização
do letramento científico de experimentos em laboratório.

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Ao contrário, pressupõe organizar as situações Levantamento, análise e representação
de aprendizagem partindo de questões que sejam
desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural, • Planejar e realizar atividades de campo
estimulem o interesse e a curiosidade científica dos (experimentos, observações, leituras, visitas,
alunos e possibilitem definir problemas, levantar, ambientes virtuais, etc.).
analisar e representar resultados; comunicar conclu-
sões e propor intervenções. • Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive
Dessa forma, o processo investigativo deve ser digitais, para coleta, análise e representação
entendido como elemento central na formação dos de dados (imagens, esquemas, tabelas, grá-
estudantes, em um sentido mais amplo, e cujo de- ficos, quadros, diagramas, mapas, modelos,
senvolvimento deve ser atrelado a situações didáti- representações de sistemas, fluxogramas, ma-
cas planejadas ao longo de toda a educação básica, pas conceituais, simulações, aplicativos, etc.).
de modo a possibilitar aos alunos revisitar, de forma
reflexiva, seus conhecimentos e sua compreensão • Avaliar informação (validade, coerência e
acerca do mundo em que vivem. Sendo assim, o en- adequação ao problema formulado).
sino de Ciências deve promover situações nas quais
os alunos possam: • Elaborar explicações e/ou modelos.

• Associar explicações e/ou modelos à evolu-


Definição de problemas ção histórica dos conhecimentos científicos
envolvidos.
• Observar o mundo a sua volta e fazer perguntas.
• Selecionar e construir argumentos com base
• Analisar demandas, delinear problemas e planejar em evidências, modelos e/ou conhecimentos
investigações. científicos.

• Propor hipóteses. • Aprimorar seus saberes e incorporar, gra-


dualmente, e de modo significativo, o conheci-
mento científico.

• Desenvolver soluções para problemas coti-


Comunicação dianos, usando diferentes ferramentas, inclu-
sive digitais.
• Organizar e/ou extrapolar conclusões.

• Relatar informações de forma oral, escrita


ou multimodal.

• Apresentar, de forma sistemática, dados e


resultados de investigações.

• Participar de discussões de caráter científico


com colegas, professores, familiares e comuni-
dade em geral.

• Considerar contra-argumentos para rever pro-


cessos investigativos e conclusões.
Vitalinka / Shutterstock.com

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Intervenção
Considerando esses pressupostos e, em arti-
• Implementar soluções e avaliar sua eficácia culação com as competências gerais da BNCC,
para resolver problemas cotidianos. a área de Ciências da Natureza – e, por conse-
quência, o componente curricular de Ciências –
• Desenvolver ações de intervenção para me- devem garantir aos alunos o desenvolvimento
lhorar a qualidade de vida individual, coletiva de competências específicas.
e socioambiental.

Competências específicas de Ciências da Natureza para o


Ensino Fundamental

1. Compreender as Ciências da Natureza como 5. Construir argumentos com base em dados,


empreendimento humano e o conhecimento cien- evidências e informações confiáveis e negociar e
tífico como provisório, cultural e histórico. defender ideias e pontos de vista que promovam a
consciência socioambiental e o respeito a si próprio
2. Compreender conceitos fundamentais e estru- e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade
turas explicativas das Ciências da Natureza, bem de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos
como dominar processos, práticas e procedimen- de qualquer natureza.
tos da investigação científica, de modo a sentir
segurança no debate de questões científicas, 6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais
tecnológicas e socioambientais e do mundo do de informação e comunicação para se comunicar,
trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a acessar e disseminar informações, produzir conheci-
construção de uma sociedade justa, democrática mentos e resolver problemas das Ciências da Natu-
e inclusiva. reza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

3. Analisar, compreender e explicar característi- 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo
cas, fenômenos e processos relativos ao mundo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade
natural, social e tecnológico (incluindo o digital), humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro,
como também as relações que se estabelecem recorrendo aos conhecimentos das Ciências da
entre eles, exercitando a curiosidade para fazer Natureza e às suas tecnologias.
perguntas e buscar respostas e criar soluções
(inclusive tecnológicas) com base nos conheci- 8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, auto-
mentos das Ciências da Natureza. nomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, recorrendo aos conhecimentos das
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, Ciências da Natureza para tomar decisões frente a
socioambientais e culturais da ciência e de suas questões científico-tecnológicas e socioambien-
tecnologias para propor alternativas aos desafios tais e a respeito da saúde individual e coletiva, com
do mundo contemporâneo, incluindo aqueles rela- base em princípios éticos, democráticos, sustentá-
tivos ao mundo do trabalho. veis e solidários.

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Ciências
Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a res-
peito de si mesmas, da diversidade e dos processos
de evolução e manutenção da vida, do mundo ma-
terial – com os seus recursos naturais, suas trans-
formações e fontes de energia –, do nosso planeta m
no Sistema Solar e no Universo e da aplicação dos

co
c

k.
Ev
a ra / hutter sto
conhecimentos científicos nas várias esferas da vida S

humana. Essas aprendizagens, entre outras, possi-


bilitam que os alunos compreendam, expliquem e
intervenham no mundo onde vivem.
Para orientar a elaboração dos currículos de
Ciências, as aprendizagens essenciais a serem asse-
guradas neste componente curricular foram organi-
zadas em três unidades temáticas que se repetem ao
longo de todo o Ensino Fundamental.
A unidade temática Matéria e Energia contempla
o estudo de materiais e suas transformações, fon-
tes e tipos de energia utilizados na vida em geral, na
perspectiva de construir conhecimento sobre a natu-
reza da matéria e dos diferentes usos da energia.
Dessa maneira, nessa unidade, estão envolvi-
dos estudos referentes à ocorrência, à utilização e
ao processamento de recursos naturais e energéti- Em síntese, valorizam-se, nessa fase, os elemen-
cos empregados na geração de diferentes tipos de tos mais concretos e os ambientes que os cercam
energia e na produção e uso consciente de materiais (casa, escola e bairro), oferecendo aos alunos a
diversos. Discute-se, também, a perspectiva histórica oportunidade de interação, compreensão e ação no
da apropriação humana desses recursos, com base, seu entorno.
por exemplo, na identificação do uso de materiais em Por sua vez, nos anos finais, a ampliação da rela-
diferentes ambientes e épocas e sua relação com a ção dos jovens com o ambiente possibilita que se es-
sociedade e a tecnologia. tenda a exploração dos fenômenos relacionados aos
Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com materiais e à energia ao âmbito do sistema produtivo
uma série de objetos, materiais e fenômenos em sua e ao seu impacto na qualidade ambiental. Assim, o
vivência diária e na relação com o entorno. Tais expe- aprofundamento da temática dessa unidade, que
riências são o ponto de partida para possibilitar a envolve, inclusive, a construção de modelos explicati-
construção das primeiras noções sobre os materiais, vos, deve possibilitar aos estudantes fundamentar-se
seus usos e propriedades, bem como suas intera- no conhecimento científico para, por exemplo, avaliar
ções com luz, som, calor, eletricidade e umidade, vantagens e desvantagens da produção de produtos
entre outros elementos. Além de prever a construção sintéticos a partir de recursos naturais, da produção
coletiva de propostas de reciclagem e reutilização de e do uso de determinados combustíveis, bem como
materiais, estimula-se ainda a construção de hábi- da produção, da transformação e da propagação de
tos saudáveis e sustentáveis por meio da discussão diferentes tipos de energia e do funcionamento de
acerca dos riscos associados à integridade física artefatos e equipamentos que possibilitam novas for-
e à qualidade auditiva e visual. Espera-se também mas de interação com o ambiente, estimulando tanto
que os alunos possam reconhecer a importância, por a reflexão para hábitos mais sustentáveis no uso dos
exemplo, da água, em seus diferentes estados, para a recursos naturais e científico-tecnológicos quanto a
agricultura; o clima, a preservação do solo; a geração produção de novas tecnologias e o desenvolvimento
de energia elétrica, a qualidade do ar atmosférico e o de ações coletivas de aproveitamento responsável
equilíbrio dos ecossistemas. dos recursos.

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A unidade temática Vida e Evolução propõe o participação do ser humano nas cadeias alimenta-
estudo de questões relacionadas aos seres vivos res e como elemento modificador do ambiente, seja
(incluindo os seres humanos), suas características evidenciando maneiras mais eficientes de usar os re-
e necessidades, e a vida como fenômeno natural e cursos naturais sem desperdícios, seja discutindo as
social, os elementos essenciais à sua manutenção implicações do consumo excessivo e descarte inade-
e à compreensão dos processos evolutivos que quado dos resíduos. Contempla-se, também, o incen-
geram a diversidade de formas de vida no plane- tivo à proposição e adoção de alternativas individuais
ta. Estudam-se características dos ecossistemas, e coletivas, ancoradas na aplicação do conhecimento
destacando-se as interações dos seres vivos com científico, que concorram para a sustentabilidade
outros seres vivos e com os fatores não vivos do socioambiental. Assim, busca-se promover e incen-
ambiente, com destaque para as interações que tivar uma convivência em maior sintonia com o meio
os seres humanos estabelecem entre si e com os ambiente, por meio do uso inteligente e responsável
demais seres vivos e elementos não vivos do am- dos recursos naturais, para que estes se recompo-
biente. Abordam-se, ainda, a importância da pre- nham no presente e se mantenham no futuro.
servação da biodiversidade e como ela se distribui Outro foco dessa unidade é a percepção de que
nos principais ecossistemas brasileiros. o corpo humano é um todo dinâmico e articulado, e
Nos anos iniciais, as características dos seres que a manutenção e o funcionamento harmonioso
vivos são trabalhadas a partir das ideias, represen- deste conjunto dependem da integração entre as
tações, disposições emocionais e afetivas que os funções específicas desempenhadas pelos diferentes
alunos trazem para a escola. Esses saberes dos alu- sistemas que o compõem. Além disso, destacam-
nos vão sendo organizados a partir de observações -se aspectos relativos à saúde, compreendida não
orientadas, com ênfase na compreensão dos seres somente como um estado de equilíbrio dinâmico do
vivos do entorno, como também dos elos nutricionais corpo, mas como um bem da coletividade, abrindo
que se estabelecem entre eles no ambiente natural. espaço para discutir o que é preciso para promover
Nos anos finais, a partir do reconhecimento das a saúde individual e coletiva, inclusive no âmbito das
relações que ocorrem na natureza, evidencia-se a políticas públicas.
Lorelyn Medina / Shutterstock.com

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Nos anos iniciais, pretende-se que, em continui- Assim, ao abranger com maior detalhe caracte-
dade às abordagens na Educação Infantil, as crianças rísticas importantes para a manutenção da vida na
ampliem os seus conhecimentos e apreço pelo seu Terra, como o efeito estufa e a camada de ozônio,
corpo, identifiquem os cuidados necessários para a espera-se que os estudantes possam compreender
manutenção da saúde e integridade do organismo também alguns fenômenos naturais, como vulcões,
e desenvolvam atitudes de respeito e acolhimento tsunamis e terremotos, bem como aqueles mais
pelas diferenças individuais, tanto no que diz respei- relacionados aos padrões de circulação atmosféri-
to à diversidade étnico-cultural quanto em relação à ca e oceânica e ao aquecimento desigual causado
inclusão de alunos da educação especial. pela forma e pelos movimentos da Terra, em uma
Nos anos finais, são abordados também temas perspectiva de maior ampliação de conhecimentos
relacionados à reprodução e à sexualidade humana, relativos à evolução da vida e do planeta, ao clima e à
assuntos de grande interesse e relevância social nes- previsão do tempo, entre outros fenômenos.
sa faixa etária, assim como são relevantes, também, Os estudantes dos anos iniciais se interessam
o conhecimento das condições de saúde, do sanea- com facilidade pelos objetos celestes, muito por
mento básico, da qualidade do ar e das condições conta da exploração e da valorização dessa te-
nutricionais da população brasileira. mática pelos meios de comunicação, brinquedos,
Pretende-se que os estudantes, ao terminarem o desenhos animados e livros infantis. Dessa forma,
Ensino Fundamental, estejam aptos a compreender a a intenção é aguçar ainda mais a curiosidade das
organização e o funcionamento de seu corpo, assim
como a interpretar as modificações físicas e emocio-
nais que acompanham a adolescência e a reconhecer
o impacto que elas podem ter na autoestima e na se-
gurança de seu próprio corpo. É também fundamen-
tal que tenham condições de assumir o protagonis-
mo na escolha de posicionamentos que representem
autocuidado com seu corpo e respeito com o corpo
do outro, na perspectiva do cuidado integral à saúde
física, mental, sexual e reprodutiva. Além disso, os
estudantes devem ser capazes de compreender o
papel do Estado e das políticas públicas (campanhas
de vacinação, programas de atendimento à saúde da
família e da comunidade, investimento em pesquisa,
campanhas de esclarecimento sobre doenças e veto-
res, entre outros) no desenvolvimento de condições
propícias à saúde.
Na unidade temática Terra e Universo, busca-se
a compreensão de características da Terra, do Sol,
da Lua e de outros corpos celestes – suas dimen-
sões, composição, localizações, movimentos e forças
Africa Studio / Shutterstock.com

que atuam entre eles. Ampliam-se experiências de


observação do céu, do planeta Terra, particularmen-
te das zonas habitadas pelo ser humano e demais
seres vivos, bem como de observação dos principais
fenômenos celestes. Além disso, ao salientar que a
construção dos conhecimentos sobre a Terra e o céu
se deu de diferentes formas em distintas culturas ao
longo da história da humanidade, explora-se a rique-
za envolvida nesses conhecimentos, o que permite,
entre outras coisas, maior valorização de outras for-
mas de conceber o mundo, como os conhecimentos
próprios dos povos indígenas originários.

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FoxyImage / Shutterstock.com
crianças pelos fenômenos naturais e desenvolver A partir de uma compreensão mais aprofundada
o pensamento espacial a partir das experiências da Terra, do Sol e de sua evolução, da nossa galáxia e
cotidianas de observação do céu e dos fenômenos a das ordens de grandeza envolvidas, espera-se que os
elas relacionados. A sistematização dessas obser- alunos possam refletir sobre a posição da Terra e da
vações e o uso adequado dos sistemas de referên- espécie humana no Universo.
cia permitem a identificação de fenômenos e regu- Essas três unidades temáticas devem ser con-
laridades que deram à humanidade, em diferentes sideradas sob a perspectiva da continuidade das
culturas, maior autonomia na regulação da agricul- aprendizagens e da integração com seus objetos de
tura, na conquista de novos espaços, na construção conhecimento ao longo dos anos de escolarização.
de calendários, etc. Portanto, é fundamental que elas não se desenvol-
Nos anos finais, há uma ênfase no estudo de solo, vam isoladamente.
ciclos biogeoquímicos, esferas terrestres e interior Essa integração se evidencia quando temas im-
do planeta, clima e seus efeitos sobre a vida na Terra, portantes como a sustentabilidade socioambiental, o
no intuito de que os estudantes possam desenvolver ambiente, a saúde e a tecnologia são desenvolvidos
uma visão mais sistêmica do planeta com base em nas três unidades temáticas. Por exemplo, para que
princípios de sustentabilidade socioambiental. o estudante compreenda saúde de forma abrangen-
Além disso, o conhecimento espacial é ampliado te, e não relacionada apenas ao seu próprio corpo,
e aprofundado por meio da articulação entre os co- é necessário que ele seja estimulado a pensar em
nhecimentos e as experiências de observação viven- saneamento básico, geração de energia, impactos
ciadas nos anos iniciais, por um lado, e os modelos ambientais, além da ideia de que medicamentos são
explicativos desenvolvidos pela ciência, por outro. substâncias sintéticas que atuam no funcionamento
Dessa forma, privilegia-se, com base em modelos, a do organismo.
explicação de vários fenômenos envolvendo os as- De forma similar, a compreensão do que seja
tros Terra, Lua e Sol, de modo a fundamentar a com- sustentabilidade pressupõe que os alunos, além de
preensão da controvérsia histórica entre as visões entenderem a importância da biodiversidade para a
geocêntrica e heliocêntrica. manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio di-

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nâmico socioambiental, sejam capazes de avaliar progressivamente ao longo dos anos. Essas habili-
hábitos de consumo que envolvam recursos naturais dades mobilizam conhecimentos conceituais, lingua-
e artificiais e identifiquem relações dos processos gens e alguns dos principais processos, práticas e
atmosféricos, geológicos, celestes e sociais com as procedimentos de investigação envolvidos na dinâ-
condições necessárias para a manutenção da vida no mica da construção de conhecimentos na ciência.
planeta. Assim, quando é utilizado um determinado verbo
Impossível pensar em uma educação científica em uma habilidade, como “apresentar” ou “relatar”,
contemporânea sem reconhecer os múltiplos pa- estes se referem a procedimentos comuns da ciência,
péis da tecnologia no desenvolvimento da socieda- neste caso relacionado à comunicação, que envol-
de humana. A investigação de materiais para usos ve também outras etapas do processo investigativo.
tecnológicos, a aplicação de instrumentos óticos A ideia implícita está em relatar, de forma sistemá-
na saúde e na observação do céu, a produção de tica, o resultado de uma coleta de dados e/ou apre-
material sintético e seus usos, as aplicações das sentar a organização e extrapolação de conclusões,
fontes de energia e suas aplicações e, até mesmo, o de tal forma a considerar os contra-argumentos
uso da radiação eletromagnética para diagnóstico apresentados, no caso de um debate, por exemplo.
e tratamento médico, entre outras situações, são Da mesma forma, quando é utilizado o verbo “ob-
exemplos de como ciência e tecnologia, por um lado, servar”, tem-se em mente o aguçamento da curiosi-
viabilizam a melhoria da qualidade de vida humana, dade dos alunos sobre o mundo, em busca de ques-
mas, por outro, ampliam as desigualdades sociais e tões que possibilitem elaborar hipóteses e construir
a degradação do ambiente. Dessa forma, é impor- explicações sobre a realidade que os cerca.
tante salientar os múltiplos papéis desempenhados Cumpre destacar que os critérios de organização
pela relação ciência-tecnologia-sociedade na vida das habilidades na BNCC (com a explicitação dos
moderna e na vida do planeta Terra como elementos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e
centrais no posicionamento e na tomada de deci- do agrupamento desses objetos em unidades temá-
sões frente aos desafios éticos, culturais, políticos e ticas) expressam um arranjo possível (dentre outros).
socioambientais. Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser
As unidades temáticas estão estruturadas em um tomados como modelo obrigatório para o desenho
conjunto de habilidades cuja complexidade cresce dos currículos.

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Ciências no Ensino Fundamental – anos iniciais: unidades temáticas,
objetos de conhecimento e habilidades
Antes de iniciar sua vida escolar, as crianças já ciso oferecer oportunidades para que eles, de fato,
convivem com fenômenos, transformações e com envolvam-se em processos de aprendizagem nos
aparatos tecnológicos de seu dia a dia. Além disso, quais possam vivenciar momentos de investigação
na Educação Infantil, como proposto na BNCC, elas que lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosi-
têm a oportunidade de explorar ambientes e fenô- dade, aperfeiçoar sua capacidade de observação, de
menos e também a relação com seu próprio corpo e raciocínio lógico e de criação, desenvolver posturas
bem-estar, em todos os campos de experiências. mais colaborativas e sistematizar suas primeiras
Assim, ao iniciar o Ensino Fundamental, os alunos explicações sobre o mundo natural e tecnológico, e
possuem vivências, saberes, interesses e curiosida- sobre seu corpo, sua saúde e seu bem-estar, tendo
des sobre o mundo natural e tecnológico que devem como referência os conhecimentos, as linguagens e
ser valorizados e mobilizados. Esse deve ser o ponto os procedimentos próprios das Ciências da Natureza.
de partida de atividades que assegurem a eles cons- É necessário destacar que, em especial nos dois
truir conhecimentos sistematizados de Ciências, primeiros anos da escolaridade básica, em que se
oferecendo-lhes elementos para que compreendam investe prioritariamente no processo de alfabetiza-
desde fenômenos de seu ambiente imediato até te- ção das crianças, as habilidades de Ciências buscam
máticas mais amplas. propiciar um contexto adequado para a ampliação
Nesse sentido, não basta que os conhecimentos dos contextos de letramento.
científicos sejam apresentados aos alunos. É pre-

k.com
ina / Shutterstoc
Lorelyn Med

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Ciências - 4o ano
Objetos
Unidades temáticas Habilidades
de conhecimento

(EF04CI01) Identificar misturas na vida diária, com base em


suas propriedades físicas observáveis, reconhecendo sua
composição.
Misturas
(EF04CI02) Testar e relatar transformações nos materiais do
dia a dia quando expostos a diferentes condições (aqueci-
Matéria e Energia Transformações
mento, resfriamento, luz e umidade).
reversíveis e não
reversíveis
(EF04CI03) Concluir que algumas mudanças causadas por
aquecimento ou resfriamento são reversíveis (como as mu-
danças de estado físico da água) e outras não (como o cozi-
mento do ovo, a queima do papel, etc.).

(EF04CI04) Analisar e construir cadeias alimentares simples,


reconhecendo a posição ocupada pelos seres vivos nessas
cadeias e o papel do Sol como fonte primária de energia na
produção de alimentos.

(EF04CI05) Descrever e destacar semelhanças e diferenças


entre o ciclo da matéria e o fluxo de energia entre os compo-
nentes vivos e não vivos de um ecossistema.
Cadeias alimentares
(EF04CI06) Relacionar a participação de fungos e bactérias
simples
Vida e Evolução no processo de decomposição, reconhecendo a importância
ambiental desse processo.
Micro-organismos
(EF04CI07) Verificar a participação de micro-organismos na
produção de alimentos, combustíveis, medicamentos, entre
outros.

(EF04CI08) Propor, a partir do conhecimento das formas de


transmissão de alguns micro-organismos (vírus, bactérias e
protozoários), atitudes e medidas adequadas para prevenção
de doenças a eles associadas.

(EF04CI09) Identificar os pontos cardeais, com base no regis-


tro de diferentes posições relativas do Sol e da sombra de uma
vara (gnômon).
Pontos cardeais
(EF04CI10) Comparar as indicações dos pontos cardeais resul-
Terra e Universo tantes da observação das sombras de uma vara (gnômon) com
Calendários, fenôme-
aquelas obtidas por meio de uma bússola.
nos cíclicos e cultura
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra
a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento
para a construção de calendários em diferentes culturas.

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O que vamos estudar:

• A matéria
• Propriedades da matéria
• Transformações da matéria
• Ciclo da matéria
• Mistura
• A água
• Água contaminada
• Dinâmica para trabalhar
o socioemocional

Competências específicas de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental

1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico


como provisório, cultural e histórico.
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como
dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no
debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar apren-
dendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Base Nacional Comum Curricular – BNCC

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Conteúdos da unidade e a BNCC
Unidade 1
Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
A matéria • Matéria e energia • Misturas (EF04CI02) Testar e relatar transforma-
ções nos materiais do dia a dia quando
• Transformações reversí- expostos a diferentes condições (aqueci-
veis e não reversíveis mento, resfriamento, luz e umidade).
Propriedades NOTA: A BNCC não define o estudo das
da matéria Propriedades da matéria como compe-
tência a ser desenvolvida na disciplina de
Ciências do 4°ano – Ensino Fundamental,
― ―
porém consideramos ser este conteúdo
de grande importância para a formação
estudantil, por isso as páginas a seguir
abordam esse objeto de conhecimento.
Transforma- • Matéria e energia • Misturas (EF04CI02) Testar e relatar transforma-
ções da ções nos materiais do dia a dia quando
matéria • Transformações reversí- expostos a diferentes condições (aqueci-
veis e não reversíveis mento, resfriamento, luz e umidade).
(EF04CI03) Concluir que algumas mu-
danças causadas por aquecimento ou
resfriamento são reversíveis (como as
mudanças de estado físico da água) e
outras não (como o cozimento do ovo, a
queima do papel, etc.).
Ciclo da • Vida e evolução • Cadeias alimentares (EF04CI04) Analisar e construir cadeias
matéria simples alimentares simples, reconhecendo
a posição ocupada pelos seres vivos
• Micro-organismos nessas cadeias e o papel do Sol como
fonte primária de energia na produção de
alimentos.
(EF04CI05) Descrever e destacar se-
melhanças e diferenças entre o ciclo
da matéria e o fluxo de energia entre os
componentes vivos e não vivos de um
ecossistema.
(EF04CI06) Relacionar a participação de
fungos e bactérias no processo de de-
composição, reconhecendo a importân-
cia ambiental desse processo.

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Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
Mistura • Matéria e energia • Misturas (EF04CI01) Identificar misturas na vida
diária, com base em suas propriedades
• Transformações reversí- físicas observáveis, reconhecendo sua
veis e não reversíveis composição.

A água • Matéria e energia • Misturas (EF04CI01) Identificar misturas na vida


diária, com base em suas propriedades
• Transformações reversí- físicas observáveis, reconhecendo sua
veis e não reversíveis composição.

Água NOTA: A BNCC não define o estudo da


contaminada Água contaminada como competência a
ser desenvolvida na disciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino Fundamental, porém
consideramos ser este conteúdo de gran-
― ―
de importância para a formação estudan-
til, por isso as páginas a seguir abordam
esse objeto de conhecimento.

Dinâmica para NOTA: A Base Nacional Comum Curricular


trabalhar o so- (BNCC) define um conjunto de compe-
cioemocional tências gerais, que servem como um guia
para o aprendizado das crianças e que
devem ser desenvolvidas de forma inte-
grada ao currículo.
― ―

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1a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de adaptação.

2o dia
Semana de adaptação.

3o dia
Semana de adaptação.

4o dia
Semana de adaptação.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Samuel Borges Photography / Shutterstock.com

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Dinâmica
Roda-viva

1 Debater um tema e desenvolvê-lo de forma participativa.

2 Envolver a todos do grupo no debate.


Objetivos

3 Falar sobre o que cada um sabe a respeito de um assunto.

4 Saber expor e ouvir.

1 Fazer dois círculos, um de frente para o outro, de pé ou sentado.

2
O círculo de dentro fica parado no lugar inicial e o círculo de fora gira para a esquer-
da, a cada sinal dado pelo animador ou coordenador do grupo.

3 Cada dupla fala sobre o assunto colocado para reflexão, durante dois minutos, sendo
Passos

um minuto para cada pessoa.

4 O círculo de fora vai girando até chegar ao par inicial.

5 Depois desse trabalho, realiza-se um plenário, no qual as pessoas apresentam con-


clusões, tiram dúvidas, complementam ideias.

6 Complementação do assunto pelo coordenador.


Observações

1 O assunto deve ser preparado pelo coordenador com antecedência.

2 Os participantes do grupo devem pesquisar e fazer leituras prévias sobre o assunto.

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Semana de adaptação
É importante que se supere a postura “cientificista” que
Por que ensinar Ciências Naturais no levou durante muito tempo a considerar-se ensino de
Ensino Fundamental: Ciências Naturais Ciências como sinônimo da descrição de seu instru-
mental teórico ou experimental, divorciado da reflexão
e Cidadania sobre o significado ético dos conteúdos desenvolvidos
no interior da Ciência e suas relações com o mundo do
Numa sociedade em que se convive com a supervalo- trabalho.
rização do conhecimento científico e com a crescente
intervenção da tecnologia no dia a dia, não é possível Durante os últimos séculos, o ser humano foi conside-
pensar na formação de um cidadão crítico à margem do rado o centro do Universo.
saber científico.
O homem acreditou que a natureza estava à sua dis-
Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora posição. Apropriou-se de seus processos, alterou
para a compreensão do mundo e suas transformações, seus ciclos, redefiniu seus espaços. Hoje,
para reconhecer o homem como parte do universo e quando se depara com uma crise am-
como indivíduo, é a meta que se propõe para o ensino biental que coloca em risco a vida do
da área na escola fundamental. A apropriação de seus planeta, inclusive a humana, o ensino
conceitos e procedimentos pode contribuir para o ques- de Ciências Naturais pode contribuir
tionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das para uma reconstrução da
explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a relação homem-na-
compreensão e valoração dos modos de intervir na na- tureza em outros
tureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão termos.
dos recursos tecnológicos que realizam essas media-
ções, para a reflexão sobre questões éticas implícitas
nas relações entre Ciência, Sociedade e Tecnologia.

Africa Studio / Shutterstock.com

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O conhecimento sobre como a natureza se comporta A sociedade atual tem exigido um volume de infor-
e a vida se processa contribui para o aluno se posicio- mações muito maior do que em qualquer época do
nar com fundamentos acerca de questões bastante passado, seja para realizar tarefas corriqueiras e op-
polêmicas e orientar suas ações de forma mais cons- ções de consumo, seja para incorporar-se ao mundo
ciente. São exemplos dessas questões: a manipulação do trabalho, seja para interpretar e avaliar informações
gênica, os desmatamentos, o acúmulo na atmosfera científicas veiculadas pela mídia, seja para interferir em
de produtos resultantes da combustão, o destino dado decisões políticas sobre investimentos em pesquisa e
ao lixo industrial, hospitalar e doméstico, entre muitas em desenvolvimento de tecnologias e suas aplicações.
outras.
Apesar de a maioria da população fazer uso e conviver
Também é importante o estudo do ser humano con- com incontáveis produtos científicos e tecnológicos, os
siderando-se seu corpo como um todo dinâmico, que indivíduos pouco refletem sobre os processos envolvi-
interage com o meio em sentido amplo. Tanto os as- dos na sua criação, produção e distribuição, tornando-
pectos da herança biológica quanto aqueles de ordem -se, assim, indivíduos que, pela falta de informação,
cultural, social e afetiva refletem-se na arquitetura do não exercem opções autônomas, subordinando-se às
corpo. O corpo humano, portanto, não é uma máquina regras do mercado e dos meios de comunicação, o que
e cada ser humano é único como único é seu corpo. impede o exercício da cidadania crítica e consciente. O
Nessa perspectiva, a área de Ciências pode contribuir ensino de Ciências Naturais também é espaço privile-
para a formação da integridade pessoal e da autoes- giado em que as diferentes explicações sobre o mundo,
tima, da postura de respeito ao próprio corpo e ao dos os fenômenos da natureza e as transformações produ-
outros, para o entendimento da saúde como um valor zidas pelo homem podem ser expostos e comparados.
pessoal e social, e para a compreensão da sexualidade É espaço de expressão das explicações espontâneas
humana sem preconceitos. dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas
explicativos. Contrapor e avaliar diferentes explica-
ções favorece o desenvolvimento de postura reflexiva,
crítica, questionadora e investigativa, de não aceitação
a priori de ideias e informações. Possibilita a percepção
dos limites de cada modelo explicativo, inclusive dos
modelos científicos, colaborando para a construção da
autonomia de pensamento e ação.

Ao se considerar ser o Ensino Fundamental o nível de


escolarização obrigatório no Brasil, não se pode pen-
sar no ensino de Ciências como um ensino propedêu-
tico, voltado para uma aprendizagem efetiva em mo-
mento futuro. A criança não é cidadã do futuro, mas
já é cidadã hoje, e, nesse sentido, conhecer ciência é
ampliar a sua possibilidade presente de participação
social e viabilizar sua capacidade plena de participa-
ção social no futuro.

Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais/ Ministério da


Educação. Secretaria da Educação Fundamental. – 3. Ed. Brasília.
A secretaria, 2001.

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2a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: A matéria – páginas 6, 7 e 8 Ciências: A matéria – páginas 9 e 10
Orientação didática: Orientação didática:
• Solicite aos seus alunos que pesquisem sobre Maté- • Leve, para a sala de aula, um pote com cubos de
ria. Peça-lhes que socializem o material de pesquisa, gelo para que os alunos percebam que o gelo vai der-
expondo-o em um painel fixado em um canto da sala. reter e, nesse momento, constatem que está aconte-
• Trabalhe oralmente o tema proposto para avaliar o cendo um fenômeno físico.
conhecimento prévio dos alunos e, ao mesmo tempo, Faça uma avaliação das concepções prévias dos
despertar a curiosidade deles. Faça um levantamen- alunos: “O que é dilatação?”. Peça que confeccionem
to, entre os alunos, sobre as dúvidas que mais lhes um cartaz sobre o tema.
intrigam sobre o tema Matéria. Relacione-as e peça-
-lhes que façam uma pesquisa a respeito e a tragam Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
para a escola. Matemática e Geografia.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e 4o dia


Matemática.
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
2 dia
o
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, 5o dia


Matemática, História e Geografia.
Livre para atividades complementares da sua turma.

VaLiza / Depositphotos.com

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Dinâmica

Mensagens p
ositivas
O educador
traz uma ca
positivas so ixa pequena
bre amor, pa com vários
dos entend z, alegria, etc papéis com
em rapidam . São frases mensagens
que mais go e n te . Explica que s im p le s e que os e
stou. Depois cada um de ducan-
mensagem de escolhid verá escolh
para a turm as, ele expli er a frase d
O elemento a em um ap ca que deve e
importante arelho de gra rão gravar e
é que essa vação (pode s sa
colega sort mensagem ser um celu
eado pelo e s e rá la r).
e guardem-n ducador. Ele direcionada
o para ning pede que pe para um
gravar com uém ver. De guem um p
cada um nu pois, pede q apel com o
ma sala ao u e esperem n nome
e grava. No lado ou no c a sala, pois
momento d orredor. Cha irá
gem é para a gravação, ma de um e
... (nome do orienta que m um
aparelho no colega)”. Ao falem no iníc
som e todo terminarem io: “Esta me
s irão ouvir de gravar, o nsa-
o que a men p a ra id e d u c a d o
sagem traz entificar qu r liga o
falar o texto de importan em é e, prin
, ouvir seu n te. Ao final, cipalmente,
ome, sua vo conversam
que achara z, etc. O edu sobre como
m de recebe c a foi
r uma mens d o r pergunta o
agem posit
iva.
WENDELL, N
ey. Pratican
de aula. Rec do a genero
ife: Prazer d sidade em sa
e Ler, 2013. la

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6

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

Orientação didática
Explique que o Universo é constituído de matéria, e
que matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa lu-
gar no espaço. Por exemplo, a água é uma espécie de
matéria constituída de hidrogênio e oxigênio. Pense
sobre outras matérias.

Dave Pot / Shutterstock.com

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7

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Peça aos alunos que expliquem,
com suas palavras, o que eles
entenderam por Matéria. Faça-lhes
perguntas e avalie o conhecimento
deles acerca do assunto. Aproveite
para sanar possíveis dúvidas.

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8

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

Sugestão de atividade 2. Encontre, no diagrama, os três estados em


que a matéria se apresenta na natureza.
1. De acordo com o que estudamos, circule as frases
verdadeiras. M J O S Ó L I D O K F U
M H E N A Í E B M A R E
Na natureza, só encontramos a matéria no estado líquido.
Z J O G I Q L T Ã I T V
L E L U X U E T O P P L
Matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar
no espaço. G R P E Ã I Ç I O D D E
O A S I O D Ã B N W B N
O lápis, o suco e o oxigênio são formados por matéria. S A G A S O S O E I F D

34

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9

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

Orientação didática
Solicite aos seus alunos que se organizem em três Cada grupo deverá organizar uma apresentação que
grupos: será realizada em sala de aula.

• Dilatação dos líquidos Incentive-os a elaborarem cartazes com imagens


ilustrativas, explicando cada uma das dilatações.
• Dilatação dos sólidos

• Dilatação dos gases

35

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10

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

Sugestão de atividade a. A matéria pode ser definida

1. Complete, corretamente, as frases com as palavras como substância que ocupa lugar
do quadro abaixo.
no espaço .
matéria - substância
espaço - ocupa b. A água da cachoeira não apresenta forma

definida - lugar definida , ela adquire a forma do


cachoeira lugar que a contém.

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Fundamentação
Perfil do educador
Conheça as regras de trabalho a serem valorizadas por todos os profissionais que estão na área de educação:

1 Ter equilíbrio pessoal e experiência anterior.

2 Identificar-se com o projeto político-pedagógico da escola, tanto na estrutura de funciona-


mento quanto na cultura organizacional.

3 Ter projeto pessoal de autoformação profissional.

4 Ter capacidade de trabalho em equipe.

5 Ter capacidade de construir relação de qualidade com os alunos.

6 Estabelecer vínculos afetivos e profissionais coerentes entre o discurso e a prática.

7 Ter capacidade de gerenciar a sala de aula, garantindo um clima propício à aprendizagem: ter
fortes compromissos com as dificul­dades dos alunos, desenvolver empatia com a faixa etária.

Saber ensinar de modo coerente, de acordo com a demanda da instituição: ter carisma

8 pessoal, comunicar-se com clareza, demonstrar preocupação com as questões educacio-


nais, saber agrupar os alunos, interagir com as características do grupo­-classe e favorecer a
produtividade entre eles.

9
Manter seus compromissos funcionais, como: assiduidade, pon­tualidade, compromisso com
os prazos de tarefas, disponibilida­de de tempo para as reuniões, disposição para documentar
seus trabalhos, saber elaborar planos de estudo e relatórios.

10 Ser cordial com os pais dos alunos e manter uma parceria cons­tante, visando ao melhor de-
senvolvimento do aluno.

Se você tem as características citadas nos itens acima e dispõe deles, parabéns, você é um professor que
todo aluno gostaria de ter! Sua vida profissional será de grande sucesso.

37

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3a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Propriedades da matéria – página 11 Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Orientação didática: Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
• Organize um seminário com o conteúdo estudado.
Divida os alunos em quatro grupos, dois deles irão 5o dia
falar sobre as propriedades gerais da matéria e os
outros dois, sobre as propriedades específicas. Essa Livre para atividades complementares da sua turma.
atividade é importante para trabalhar a apropriação
do conteúdo e também a interação entre os grupos.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia.

3o dia
Ciências: Propriedades da matéria – página 12
Orientação didática:
• Reforce o conceito de corpo, expandindo-o e re-
tirando o sentido estritamente biológico do termo
(corpo de animal, humano, etc.). Para facilitar, use
exemplos que sejam fáceis de uma criança entender.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

Ronnachai Palas / Shutterstock.com

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Dinâmica

Triângulo dos desafios


O educador desenha na sala um grande triângulo no
chão. Em cada uma das pontas, ele coloca um cartaz
com as seguintes frases: “Vencer os medos”, “ultra-
passar as dificuldades” e “realizar os sonhos”. Para
co­meçar a atividade, organiza um grande círculo ao
redor desse triângulo. Esclarece que cada educando
passará pelos três pontos. No momento em que se
deslocar de um ponto para outro, ele deve andar de-
vagar e ficar enchendo o peito de ar como se estives-
se buscando muita força. Quan­do chegar ao ponto,
deve dizer com todo ânimo: “Eu consegui!”. Depois

kimberrywood / Shutterstock.com
que o educando passar pelos três pontos, todos os
colegas batem pal­mas e festejam. O educador vai es-
timulando a ida de cada educando, começando pela
direita ou esquerda do círculo até o final. Após todos
da turma terem passado pelos três pontos, o educa-
dor pede que se sen­tem e fiquem de olhos fechados,
inspirando e expirando o ar calmamen­te. Coloca uma
música tranquila e pede que eles levem sua mão ao
coração e agradeçam a si mesmos por terem passa-
do pelos três pontos: vencer os medos, ultrapassar
as dificuldades e realizar os sonhos. So­licita que
falem baixinho: “Eu agradeço à minha força interior”,
“Eu sei que sou capaz”, “Obrigado(a) a todo o meu
ser pelas conquistas”, etc. Aguarda poucos minutos,
solicitando que abram os olhos e comecem a avaliar
o que a atividade trouxe de reflexão.

WENDELL, Ney. Praticando a gratidão em sala de aula. Recife:


Prazer de Ler, 2015.

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11

NOTA
A BNCC não define o
estudo das Proprie-
dades da matéria
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática

Promova um debate sobre o objeto de estudo: propriedades da matéria. Em seguida, peça


aos alunos que formulem perguntas sobre o assunto e troquem-nas entre si para serem
respondidas.

Peça aos alunos que reescrevam as perguntas em faixas de papel 40 kg, juntamente com as
respostas, e fixe-as na sala de aula.

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12

Orientação didática Juriah Mosin / Shutterstock.com

Faça um levantamento, entre os alunos, sobre as dúvidas que


mais os intrigam sobre o tema Matéria e, depois, relacione-
-as para que possam verificar, ao final da unidade, se foram
sanadas. Caso alguma dúvida persista, peça-lhes que façam
uma pesquisa a respeito e a tragam para a escola.

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Fundamentação
Disciplina: um bem revisado
A disciplina é um bem necessá­rio e indispensável ao — Por que você não trouxe o caderno?
desenvolvi­mento pessoal e grupal.
— Eu não tenho caderno — respondeu ele.
A partir de reflexões a respeito do relato apresentado a
seguir, buscamos perceber a necessidade de se ajustar, — Por que você não trouxe o livro de exercícios?
modificar ou atuali­zar conceitos relativos ao que se — insistiu a orientadora.
pretende estabelecer como nor­mas disciplinares.
— Eu não tenho livro de exercícios.
A jovem educadora demons­trava, em sua fala, seu olhar
e seus gestos, todo o seu espanto e a sua inquietude — Você não tem mesmo o livro ou o que é que
decorrentes de um ro­teiro inesperado de uma história está aconte­cendo? Você sabe que os profes­sores
da qual participara como uma das protagonistas. têm reclamado dos seus esquecimentos e de seu
compor­tamento em sala de aula. Mesmo com
Ainda confusa, ela passou a contar que, na escola onde todas as nossas conversas, em nada você tem se
tra­balhava, um determinado aluno andava totalmente modifica­do. Desse jeito não temos outra solução
desligado nas aulas, não trazia o material solicitado que não seja chamar sua mãe para que nos ajude
pelos professores, não cumpria as tarefas, instigava em seu acompanhamento.
seus colegas ao riso e à desordem du­rante as ativida-
des pedagógicas e, ainda por cima, andava sujo. Era — Professora, acontece que eu não tenho mãe.
evidente: banho não fazia parte de seus hábitos cotidia-
nos, conclusão à qual era possível se chegar pelo mau
cheiro que exalava. Podia-se dizer que era um aluno
“indiscipli­nado” no que se refere à prática educativa e Essa declaração deixou atônita a orientadora, a quem
ao convívio social. ele chamava de professora, que rapidamente olhou
a ficha do aluno. Lá estava o nome da mãe do aluno.
As queixas de seus professores chegaram aos pro- Mas, se ele dizia não ter mãe, o que teria acontecido?
fissionais do Serviço de Orientação Psicope­dagógica. Teria morrido? Alguma falha nos registros da escola?
Queixas uníssonas e coerentes.
A cada dia, um novo motivo Com algum comentário de pouca consistência, a
as justificava. Conver­sas e orientadora encer­rou a entrevista e voltou para a
conversas com o aluno em sua equipe psicopedagógica, relatando a chocan-
nada mudaram o quadro. te informação obtida junto ao aluno. As reações se
Até que, em um desses consubstan­ciaram em comentários:
encontros, diante das
indagações da orien-
tadora, se­guiu-se um
diálogo estarrecedor: — Meu Deus, como fomos precipitados!

— Que sentimento de culpa!

— O menino sofrendo porque sua mãe morreu, e


nós não nos demos conta de um problema maior!

— O que vamos fazer agora?

dacasdo / Depositphotos.com

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Checar as informações foi a pri­meira medida. Ele Para a mãe desse aluno, ser livre significa fazer o que
tinha mãe. Ela es­tava viva, era uma profissional se quer, onde se quer e como se quer.
liberal bem-sucedida financeiramente, eles viviam na
mesma casa e em família. Seu nível socioeconômico Por que será que ele afirmou que não tinha mãe?
era consi­derado alto. Hipó­teses não faltam. Deixo para você, caro leitor, um
bom motivo para infindáveis conjecturas. Coisa para
Chamou-se, então, a mãe desse aluno. Ela compare- muito tempo.
ceu, após al­gumas insistentes convocações. Eis suas
respostas diante do relato da orientadora: Talvez a afirmativa de Gramsci aqui se aplique para
atiçar refle­xões sobre essa incógnita: “Disciplinar-se
é tornar-se independente e livre”.

— Meu filho é independente, livre. Ele faz


o que quer. Se ele quiser es­tudar, estuda.
Se não quiser, não es­tuda. Se quiser tomar A água só é pura e livre
banho, toma. Se não quiser, não precisa.
quando corre entre as
duas margens de um re-
A menção a esse exemplo serve para explicitar que
as questões relacionadas à disciplina estão intima- gato ou de um rio. Não
mente relacionadas ao con­ceito de liberdade que
cada ser humano ou grupo social considera como quando é derramada
pertinente e correto.
caoticamente no solo ou
quando, rarefeita, se pro-
paga na atmosfera.
O conceito de liberdade, assim expresso, evidencia a
ambigui­dade que costuma estar presente nas dis-
cussões e elucubrações sobre o tema ser livre, ser
independente.

O que comentar sobre isso e como estabelecer uma


relação com as questões disciplinares?

O querer fazer sempre o que se quer, onde se quer


e do jeito que se quer corresponde à tendência, ao
totalitarismo que existe em cada ser humano. Essa
tendência tem origem no egocentrismo (eu como
centro), que caracteriza a espécie humana. O ego-
centrismo manifesta-se no comportamento humano,
de maneira mais ou menos exacerbada, a depender
de uma multiplicidade de fatores: características
pessoais, culturais, processos educacionais, etc.

otos.comiofoto
iofoto / Depositph

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A vida a todo instante exige que nos organizemos em
grupos em função de circunstâncias e projetos exis-
tenciais. Todos diferentes, temos que fazer coisas
juntos visando a objetivos estabelecidos.

Isso vai acontecer na família, no trabalho, no lazer.


Ora, se quiser­mos que só o nosso particular querer
vingue sob o argumento da liber­dade, desconside-
rando os demais integrantes do grupo, possivelmente
nos veremos seguidamente frustra­dos, ignorados,
rejeitados ou fazendo uso de comportamentos des-
trutivos e autoritários.

Desse território das diferenças e da diversidade de


anseios, aspirações e percepções correspondentes à
va­riedade de histórias e contextos dos sujeitos que
integram um grupo, surge a necessidade dos códi-
gos, das leis, das convenções, dos regimentos e das
normas, todos formulados em função da convivência
e do bem comum.

Daí decorre a grande dificuldade do legislador, uma


vez que, inevita­velmente, jamais teremos todos os
nossos anseios e todas as nossas expectativas
atendidas plenamente, se pensarmos em relações
democrá­ticas e cidadãs. Por outro lado, fazen­do
parte de um grupo democrático, teremos possibilida-
de de argumentar e de reivindicar, na medida em que
nos sintamos prejudicados por nos ser solicitado que
abdiquemos total­mente de nossos pessoais quere-
res. O pensamento democrático pode ser sintetizado
pela seguinte fórmula: nem só eu nem só o outro,
mas, sim, eu e o outro.

Partindo-se desse pressuposto, a disciplina passa a


ck.com

ser um pré-re­quisito para o exercício da cidadania.


E afirmo sem temor: a democracia comporta uma
/ Shuttersto

exigência paradoxal: da tolerância à frustração.


A disciplina é um bem necessário e indispensável
r
Pressmaste

para o desenvol­vimento pessoal e grupal. Ela nos


ajudará na consecução de objetivos, na concretiza-
ção de projetos, no planejamento de vida, na retoma-
da de questões difíceis e adversas, na alternância de
atividades, no apro­veitamento de recursos naturais,
econômicos e muito mais. Ela pode transformar-
-se em um bem supérfluo, caso sua prática não seja
motivo de reflexão e análise contínuas face às trans-
formações pessoais, contextuais e conjunturais.

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É preciso registrar ainda que a indisciplina deve ser provocadores de atitudes tidas como de indisciplina, e
sempre objeto de consideração reflexiva, porque ela aí estão incluídos, além dele mesmo, pais, familiares,
não surge por geração espon­tânea. A indisciplina é colegas, professores, orien­tadores, coordenadores e
um sintoma. Suas causas podem estar localizadas no diretores, entre outros sujeitos. Portanto, da aná­lise
âmbito pessoal, familiar, escolar ou da comunidade. reflexiva podem, inclusive, resultar constatações sobre
a necessidade de se ajustar, modificar ou atualizar
Essas causas podem consubstan­ciar-se em algum conceitos relativos ao que se pretende estabele­cer
integrante de de­terminado grupo. Os aspectos físicos, como normas disciplinares.
emocionais, familiares, escolares, culturais, sociais e
econômicos devem ser considerados em sua abran- MAGALHÃES, Lucila Rupp de. Revista ABC Educa­tio. Ano 5, n. 35.
gência e suas particularidades. Todos os parti­cipantes São Paulo: Criarp, 2004.
da proposta educativa de um aluno são possíveis

tterstock.com
Luis Louro / Shu

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4a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Transformações da matéria – página: 13 Ciências: Transformações da matéria – página 14
Orientação didática: Orientação didática:
• Divida a turma em 3 grupos. Cada grupo irá receber • Exponha, no quadro, imagens dos seguintes objetos:
um envelope com uma imagem e a pergunta: Que - Pregos enferrujados;
tipo de transformação a matéria sofreu? - Pão mofado;
• Determine um tempo para que cada grupo registre - Carro ou latas enferrujadas;
suas conclusões. - Ovo frito;
Imagens: - Bolo ou pizza;
Envelope 1 – imagem de cubos de gelo. - Papel queimado.
Envelope 2 – imagem de papel picado. Em seguida, solicite aos alunos que observem os ob-
Envelope 3 – imagem de uma massa de pão crescida. jetos e falem das mudanças irreversíveis de cada um.
• Proponha que cada grupo exponha suas conclusões • Proponha-lhes, ainda, que pesquisem, em revistas
para a turma. e jornais, imagens representativas de materiais que
sofreram transformações físicas e químicas para
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e confecção de cartazes.
Matemática.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
2 dia
o
Matemática e Geografia.

Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, 4o dia


Matemática, História e Geografia.
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Jacek Chabraszewski / Shutterstock.com

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Dinâmica
Mãos para sentir

O educador pede aos educandos que olhem para suas próprias mãos
e observem cada detalhe, verificando a frente e as costas. Guia-os
para verem os desenhos; sentirem a textura; verificarem o tamanho,
a tempera­tura e as unhas e experimentarem olhar bem de perto e de
longe. Depois da pesquisa em si mesmos, eles devem fazer a mes-
ma coisa com as mãos do colega do lado. O educador orienta para
eles seguirem o mesmo cami­nho de observação que fizeram antes. É
importante que eles se concentrem somente nas mãos sem parar de
olhá-las. Orienta-os para deixarem gra­vadas estas três atitudes: ver,
tocar e sentir. Após a observação do outro, o educador pede a cada
membro da turma que busque outro colega e fique em frente a ele.
Dividem-se em primeiro e segundo. O primeiro fará três ações: pegar a
mão do outro e segurá-la com cuidado, observando-a; tocar em cada
dedo com carinho; e, por fim, juntar as duas mãos dele dentro das
suas mãos. Depois, o segundo realiza as mesmas ações com o outro.
Faz-se uma roda, e o educador pergunta o que eles aprenderam nessa
experiên­cia. Depois disso, dialoga com a turma sobre a importância de
ver os deta­lhes em si mesmo e no outro, além de ter atenção e cuida-
do. Afirma o senti­do dos valores de ver, tocar e sentir.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula.


Recife: Prazer de Ler, 2013.
.com
Freepik

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13

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

(EF04CI03)
Concluir que algumas
mudanças causadas
por aquecimento ou
resfriamento são
reversíveis (como as
mudanças de estado
físico da água) e
outras não (como o
cozimento do ovo,
a queima do papel,
etc.).

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Peça aos alunos que coloquem, em um copo, alguns
cubos de gelo, observem o que acontece, registrem nos
seus cadernos e escrevam um texto explicando como a
água pode sair do estado sólido para o estado líquido.

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14

BNCC
(EF04CI02)
Testar e relatar
transformações nos
materiais do dia a
dia quando expostos
a diferentes condi-
ções (aquecimento,
resfriamento, luz e
umidade).

(EF04CI03)
Concluir que algumas
mudanças causadas
por aquecimento ou
resfriamento são
reversíveis (como as
mudanças de estado
físico da água) e
outras não (como o
cozimento do ovo,
a queima do papel,
etc.).

Orientação didática
Explique aos alunos que, para uma transformação Caso os alunos tenham dificuldades no conteúdo,
física, você pode rasgar uma folha de papel-cartão, cite exemplos tangíveis para eles: o ovo frito do café
ou amassar uma latinha de refrigerante vazia. Para da manhã, ao mesmo tempo que sofre uma trans-
exemplificar uma transformação química, você pode formação física (fica duro ao fritar), também passa
usar suco em pó em uma jarra de água, ou uma por um processo químico (o assar). Cite também os
pastilha de vitamina C efervescente em um copo aviõezinhos de papel que fazem quando brincam,
de água. folhas de papel que passam por transformações
físicas, entre outras coisas.

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Fundamentação
Ana Maria Espinoza: É essencial
ensinar a ler texto de Ciências
Para a pesquisadora argentina, pedir apenas Por que os textos científicos são considerados
que a turma leia e responda a questões sobre difíceis?
um tema não contribui para a aprendizagem.
Ana Maria Espinoza – A interpretação de um texto
Por Roberta Bencini
está condicionada ao conhecimento prévio do leitor.
E ele o considera difícil se não tem familia­ridade com
Os estudos dessa química argentina que se especiali- o tema. Independentemente do grau de dificuldade,
zou em Educação têm chamado a atenção de profes- os textos científicos trazem novas ideias e conheci-
sores de diferentes áreas. Ana Maria Espinoza articula mentos que precisam ser trata­dos em sala de aula.
conhecimentos de didática da leitura e de Ciências
Na­turais para explicar que é possível melhorar a
aprendizagem dos alunos na disciplina ao oferecer-
-lhes textos expositivos. Há mais de 15 anos, ela dei- Seus estudos se baseiam na resistência de es-
xou as salas de aula em Buenos Aires para se dedicar tudantes e educadores em lidar com escritos da
à pesquisa científica ao lado de sua compatriota Delia área. Por que você acredita que isso ocorre?
Lerner, conhecida internacio­nalmente pelos estudos
em didática da leitura, escrita e Matemática. Em 1996, Ana Maria – A interpretação não é uma tare-
Ana Maria foi chamada ao Brasil para ser consultora fa simples. Os escritos abordam mais de um
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Ciên- conteúdo e, muitas vezes, não se conhecem
cias, lançados no ano seguinte. E, há dois meses, foi nem se dominam todos. Diante da dificuldade,
convidada a abrir a Semana Victor Civita de Educação, não podemos afirmar que os estudantes e os
que foi realizada de 16 a 18 de outubro em São Paulo. mestres sejam burros ou os textos ruins. A
Nesta entrevista, conce­dida à Nova Escola durante o comple­xidade está diretamente relacionada
evento, ela explica algumas das conclusões do estudo às situações de leitura a que eles estiveram
A Leitura em Ciências Sociais e Naturais: Objeto de expostos ao longo da vida. Sempre que se
Ensinamento e Ferramenta de Aprendizagem, realiza- apresenta um con­teúdo novo, é natural que haja difi-
do na Universidade de Buenos Aires por uma equipe culdade em entender não porque o texto seja comple-
interdisciplinar. A principal delas é que é essencial xo, mas porque o conteúdo é desconhecido. É preciso
ter um propósito leitor antes de sugerir uma leitura à renovar as situações de leitura em sala de aula. Pedir à
turma. Outra: os es­tudantes nem sempre entendem turma que leia um texto em casa e, em seguida, respon-
aquilo que os professores supõem que estejam ensi- da a algumas perguntas não ajuda na aprendizagem.
nando. “É preciso investigar, em diferentes situações
didáti­cas, os conceitos elaborados pelos Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/860/ana-
-maria-espinoza-e-essencial-ensinar-a-ler-textos-de-ciencias
alunos e como eles estão construindo o
Acesso em: 17/07/2020
conhecimento. Só assim se conse-
gue avançar na aprendizagem e nas
leituras”, afirma a pesquisadora.

Freepik.com

50

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Qual a melhor maneira de utilizar os textos científi-
cos em sala de aula?

Mas é isso o que grande parte dos professores faz... Ana Maria – Digo sempre: só se aprende a ler len-
do! Para formar um leitor crítico, o docente tem de
Ana Maria – Porque esse procedimento está enraiza- ser um leitor crítico, e isso não é o que se vê. Não
do na escola. Questionários não ajudam a interpretar se pode generalizar, mas muitos professores dão
nem favorecem a construção de um leitor crítico e por entendidas coisas que não estão claras para os
autônomo. Outras intervenções didáticas, principal­ alunos e utilizam perguntas e res­postas para avaliar
mente as que envolvam problematizações, são mais a aprendizagem: “De que é constituída a matéria?”.
adequadas. A criança busca a resposta no texto e escreve que
ela é formada por partí­culas. Parece que entendeu!
Mas de que forma? Ela será capaz de utilizar essa
informação em uma situação real se for instigada a
pensar critica­mente e a buscar representações exis-
tentes sobre aquele assunto.

É preciso preparar os alunos antes de apresentar


uma leitura?

Ana Maria – É necessário criar situações-problema


que gerem dúvidas instigantes sobre o tema a estu-
Se
rgi
dar e permitam que os estudantes reve­lem suas con-
y By
k h cepções por meio de conversas, desenhos e textos
un

próprios. O resultado é que, no momento da leitura,


en
ko

eles já terão uma concepção mínima do assunto,


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diferente da que tinham no início dos trabalhos.


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Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/860/ana-


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-maria-espinoza-e-essencial-ensinar-a-ler-textos-de-ciencias
Acesso em: 17/07/2020

51

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5a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de revisão.

2o dia
Semana de revisão.

3o dia
Semana de revisão.

4o dia
Semana de revisão.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

michaeljung / Depositphotos.com

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Dinâmica

Jogo da convivência

• Coloque cadeiras em pares, formando um círculo.

• Debaixo do assento de algumas cadeiras, coloque um papel


des­crevendo alguma atividade que deve ser assumida pelo
ocupante da cadeira: oferecer carinho a uma criança, cuidar de
um doente, ajudar um idoso a atravessar a rua, expressar amor
por um colega, conversar com uma pessoa triste, auxiliar um

Fotos: In Green, Noam_Armonn / Shutterstock.com


colega que está com dificuldades, etc.

• Quando todos estiverem senta­dos, peça-lhes que procurem


os papéis debaixo de suas cadeiras. Os alunos formam duplas,
que vão realizar as tarefas descritas.

• Para concluir, proponha uma discussão: “Como se senti-


ram?”, “Em ocasiões mais tristes, procu­ramos ajuda ou isola-
mento?”, “No dia a dia, qual é a nossa tendência: manifesta-
mos amor aos outros ou só queremos receber amor?”.

Revista Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental I.


São Paulo: Oceano.

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Semana de revisão 4. Associe a propriedade com a frase correspondente.

c densidade
Unidade 1 d volume
• A matéria b massa
• Propriedades da matéria
• Transformações da matéria a impenetrabilidade

1. Responda: Dois corpos não podem ocupar, ao mesmo


A tempo, o mesmo lugar no espaço.
a. Em qual estado a matéria tem a forma definida?
B A quantidade de matéria de um corpo.
No estado sólido.
Determina a quantidade de matéria que está
C
presente em uma unidade de volume.
2. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira. Propriedade que possibilita que um corpo
D ocupe um lugar no espaço.
1 Matéria no estado sólido.

2 Matéria no estado líquido. 5. Leia o texto a seguir.


3 Matéria no estado gasoso.

2 1 A água que evapora dos rios, mares e


água pedra

3 fumaça 2 leite lagos vai se acumulando na atmosfera.

1 madeira 3 ar E, à medida que a temperatura diminui,

3. Sabendo que matéria é tudo aquilo que tem massa o vapor de água se condensa, formando
e ocupa lugar no espaço, escreva três exemplos de
matéria. as nuvens. Quando estas ficam bastante

 Resposta pessoal concentradas, ocorre a precipi­tação, fazen-

 do com que a água retorne à super­fície em

 forma de chuva.

Que tipo de transformação ocorre com a água no


texto acima? Explique-a.

 Transformação física, pois a água passa de uma


Kasefoto / Shutterstock.com

 forma para outra, mas sua composição continua

 sendo a mesma.

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Fundamentação
Ensinar exige o reconhecimento de
Nos anos 60, preocupado já com esses obs­táculos,
ser condicionado apelei para a conscientização não como panaceia,
mas como um esforço de conhecimento crítico dos
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou obstáculos, vale dizer, de suas razões de ser. Contra
um ser condicionado, mas, consciente do ina­ toda a força do discurso fatalis­ta neoliberal, pragmá-
cabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é tico e reacionário, insisto hoje, sem desvios idealis-
a diferença profunda entre o ser condicionado e o tas, na necessidade da conscientização. Insisto na
ser determinado. A diferença entre o inacabado que sua atualização. Na verdade, enquanto aprofunda-
não se sabe como tal e o inacabado que histórica mento da crise de consciência do mundo, dos fatos,
e socialmente alcançou a possibilidade de saber- dos aconteci­mentos, a conscientização é exigência
-se inacabado. Gosto de ser gente porque, como tal, humana, é um dos caminhos para a posta em prática
percebo afinal que a construção de minha presença da curiosidade epistemológica. Em lugar de estranha,
no mundo, que não se faz no isolamento, isenta da a conscientização é natural ao ser que, inacabado,
influência das forças sociais, que não se compreen­ sabe-se inacabado. A questão substantiva não está
de fora da tensão entre o que herdo geneticamen- por isso no puro inacabamento ou na pura inconclu-
te e o que herdo social, cultural e historicamente, são. A inconclusão, repito, faz parte da natureza do
tem muito a ver comigo mesmo. Seria irônico se fenômeno vital. Inconclusos somos nós, mulheres e
a consciência de minha presença no mundo não homens, mas inconclusos são também as jabutica-
im­plicasse já o reconhecimento da impossibilida- beiras que enchem, na safra, o meu quintal de pás-
de de minha ausência na construção da própria saros cantadores; inconclu­sos são esses pássaros,
presença. Não posso me perceber como uma pre- como inconcluso é Eico, meu pastor alemão, que me
sença no mundo, mas, ao mesmo tempo, explicá- “saúda” contente no começo das manhãs.
-Ia como re­sultado de operações absolutamente
alheias a mim. Nesse caso, o que faço é renunciar
à responsabilida­de ética, histórica, política e social
que a promoção do suporte ao mundo nos coloca.
Renuncio a par­ticipar, a cumprir a vocação ontoló-
gica de intervir no mundo. O fato de me perceber no
mundo, com o mundo e com os outros me põe numa
posição em face do mundo que não é de quem nada
tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mun-
do não é a de quem a ele se adapta, mas a de quem
nele se in­sere. É a posição de quem luta para não
ser apenas objeto, mas sujeito também da História.

Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as


condições materiais, econômicas, sociais e polí­
ticas, culturais e ideológicas em que nos achamos
geram quase sempre barreiras de difícil superação
para o cumprimento de nossa tarefa histórica de
mudar o mundo, sei também que os obstáculos não
se eternizam.

SpeedKingz / Shutterstock.com

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Entre nós, mulheres e homens, a inconclusão se sabe
como tal. Mais ainda, a inconclusão que se reconhe-
ce a si mesma implica necessariamente a inserção
do sujeito inacabado num permanente processo
social de busca. Histórico-socioculturais, mulheres e
homens, tornamo-nos seres em quem a curiosidade,
ultrapassando os limites que lhe são peculiares no
domínio vital, tornam-se fun­dantes da produção do
conhecimento. Mais ainda, a curiosidade é já conhe-
cimento. Como a lingua­gem que anima a curiosidade
e com ela se anima é também conhecimento e não só
expressão dele.

Numa madrugada, há alguns meses, estáva­mos Nita


e eu, cansados, na sala de embarque de um aero-
porto do Norte do país, à espera da parti­da para São
Paulo num desses voos madrugado­res que a sabe-
doria popular chama “voo coruja”. Cansados e real-
mente arrependidos de não haver mudado o esque- wavebreakmedia / Shutterstock.com

ma de voo. Uma criança em tenra idade, saltitante e


alegre, fez-nos, finalmente, ficar contentes, apesar da
avião já chegou”, diz. O discurso da crian­ça, que en-
hora para nós inconveniente.
volvia a sua posição curiosa em face do que ocorria,
afirmava primeiro o conhecimento da ação de chegar
Um avião chega. Curiosa a criança inclina a cabeça
do avião, segundo o conhecimen­to da temporaliza-
na busca de selecionar o som dos motores. Volta-se
ção da ação no advérbio “já”. O discurso da criança
para a mãe e diz: “O avião ainda não chegou.” Sem
era conhecimento do ponto de vista do fato concreto:
comentar, a mãe atesta: “O avião já chegou?”. Silên-
o avião chegou e era conhe­cimento do ponto de vista
cio. A criança corre até o extremo da sala e volta. “O
da criança que, entre outras coisas, fizera o domínio
da circunstância adverbial de tempo, no “já”.

Voltemos um pouco à nossa reflexão anterior. A


consciência do inacabamento entre nós, mulheres e
homens, fez-nos seres responsáveis, daí a etici­dade
de nossa presença no mundo. Eticidade, que não há
dúvida, podemos trair. O mundo da cultura que se
alonga em mundo da história é um mundo de liberda-
de, de opção, de decisão, mundo de possibilidade em
que a decência pode ser negada, a liberdade ofendida
e recusada. Por isso, mesmo a capacitação de mu-
lheres e de homens em torno de saberes instrumen-
k.co
m tais jamais pode prescindir de sua formação ética. A
hutterstoc
/S
radicalidade dessa exigência é tal que não devería-
om

mos necessitar sequer de insis­tir na formação ética


niy
am

do ser ao falar de sua prepara­ção técnica e científica.


n th
or

É fundamental insistirmos nela precisamente porque,


sirik

inacabados, mas cons­cientes do inacabamento, se-


res da opção, da deci­são, éticos, podemos negar ou
trair a própria ética. O educador que, ensinando Geo-

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grafia, “castra” a curiosidade do educando em nome
da eficácia da memorização mecânica do ensino dos
conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua ca-
pacidade de aventurar-se. Não forma, domestica. Tal
qual quem assume a ideologia fatalista embutida no
dis­curso neoliberal, de vez em quando criticada neste
texto, e aplicada preponderantemente às situações
em que o paciente são as classes populares. “Não há
o que fazer, o desemprego é uma fatalidade do fim do
século.”

A “andarilhagem” gulosa dos trillhões de dólares que,


no mercado financeiro, “voam” de um lugar a outro
com a rapidez dos faxes, à procura insaciável de
mais lucro, não é tratada como fatalidade. Não são
as classes populares os objetos imediatos de sua
malvadez. Fala-se, por isso mesmo, da necessi­dade
Rawpixelcom / Shutterstock.com
de disciplinar a “andarilhagem” dos dólares.

No caso da reforma agrária entre nós, a discipli­na de É na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que
que se precisa, segundo os donos do mundo, é a que se funda a educação como processo permanente.
amacie, a custo de qualquer meio, os turbu­lentos e Mulheres e homens se tornaram educáveis à medida
arruaceiros “sem-terra”. A reforma agrária tampouco que se reconheceram inacabados. Não foi a edu­
vira fatalidade. Sua necessidade é uma invencionice cação que fez mulheres e homens educá­veis, mas a
absurda de falsos brasileiros, procla­mam os cobiço- consciência de sua inconclusão é que gerou sua edu-
sos senhores das terras. cabilidade. É também na inconclusão de que nos tor-
namos conscientes e que nos inserta no movimen­to
Continuemos a pensar um pouco sobre a incon­ permanente de procura que se alicer­ça a esperança.
clusão do ser que se sabe inconcluso, não a incon­ “Não sou esperançoso”, disse certa vez, por pura
clusão pura, em si, do ser que, no suporte, não se teimosia, mas por exigência ontológica.
tornou capaz de reconhecer-se interminado. A cons­
ciência do mundo e a consciência de si como ser ina­ Esse é um saber fundante da nossa prática educati-
cabado necessariamente inscrevem o ser consciente va, da formação docente, o da nossa inconclusão as-
de sua inconclusão num permanente movimento de sumida. O ideal é que, na expe­riência educativa, edu-
busca. Na verdade, seria uma contradição se, inaca- candos, educadoras e educadores, juntos, “convivam”
bado e consciente do inacabamento, o ser humano de tal maneira com esse como com outros saberes
não se inserisse em tal movimento. É nesse sentido de que fa­larei que eles vão virando sabedoria. Algo
que, para mulheres e homens, estar no mundo ne- que não nos é estranho a educadoras e educado­res.
cessariamente significa estar com o mundo e com Quando saio de casa para trabalhar com os alunos,
os outros. Estar no mundo sem fazer história, sem não tenho dúvida nenhuma de que, inacabados e
por ela ser feito, sem fazer cultura, sem “tratar” sua conscientes do inacabamento, abertos à procura,
própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, curiosos, “programados, mas, para aprender”, exer-
sem musi­car, sem pintar, sem cuidar da terra, das citaremos tanto mais e melhor a nossa capacidade
águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, de aprender e de ensinar quanto mais sujeitos e não
sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciên- puros objetos do processo nos façam.
cia, ou teologia, sem assombro em face do mistério,
sem aprender, sem ensinar, sem ideias de formação, FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
sem politizar não é possível. prática educativa. Edição digitalizada Coletivo Sabotagem, 2002.

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6a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Ciclo da matéria – páginas 15, 16, 17 e 18 Ciências: Ciclo da matéria – página 19
Orientação didática: Orientação didática:
• Construa uma cadeia ou teia alimentar e solicite a • Realize, com os alunos, o jogo do passa e repas-
cada aluno que registre, ao lado de cada elemento, sa sobre o conteúdo estudado. Divida a turma em
sua classificação como ser produtor, consumidor ou pequenos grupos, 3 participantes em cada grupo, por
decompositor. exemplo, para que todos possam participar.
• Distribua massa de modelar e peça que, em duplas, Formule perguntas, como:
os alunos criem uma cadeia alimentar. Depois, cada 1- Como são chamados os seres vivos que produzem
dupla irá apresentar o seu trabalho para o grande seu próprio alimento? (produtores)
grupo, não se esquecendo de explicar como acontece 2- Que nome se dá ao processo de dependência
a cadeia alimentar. entre os seres vivos? (cadeia alimentar) e, assim,
sucessivamente.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e Ganha o grupo que responder às perguntas acerta-
Matemática. damente mais vezes. Mas, trabalhe a importância da
participação de todos.
2o dia
Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, Matemática e Geografia.
Matemática, História e Geografia.

4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Inside Creative House / Shutterstock.com

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Dinâmica

Qualidades do grupo

o grupo.
Objetivo: integrar-se e conhecer

os participantes, saco plástico.


Materiais: folhas e canetas para

ia comentando sobre a im-


Desenvolvimento: o facilitador inic
A seguir, pede que cada um
portância da integração no grupo.
e 3 características físicas
coloque num papel 3 qualidades
seguida, recolhe os pa-
suas, sem colocar seu nome. Em
tura em um saco. De-
péis, dobra-os de forma igual e mis
pante sorteie um papel
volve o saco para que cada partici
rra, outro papel deverá
que não seja o seu, caso isso oco
. Quando todos tiverem
ser retirado e o anterior, devolvido
característi-
retirado os papéis, cada um lê as
o delas.
cas e tenta adivinhar quem é o don
caso erre,
Caso acerte, o próximo continua,
pode
passa-se ao seguinte. O facilitador
comum,
comentar as características em
agradecer ao grupo e encerrar.
ERO, Sonia Mara;
FINAMOR, Ana Lígia Nunes; ROM
de grupo, histórias,
ROCHA, Sonia Maria. Dinâmicas
tas atividades: para
mensagens, músicas, filmes e mui
, grupos de encontro e
dinamizar cursos, treinamentos
es, 2008.
reuniões. 2ª edição. Canoas: Sall

Rawpixel.com / Shutterstock.com

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15

BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupa-
da pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

(EF04CI05)
Descrever e destacar
semelhanças e dife-
renças entre o ciclo
da matéria e o fluxo
de energia entre os
componentes vivos
e não vivos de um
ecossistema.

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
Orientação didática
Proponha aos alunos que representem uma cadeia
alimentar. Em seguida, escolha os alunos para serem:
produtores, consumidores e decompositores.
Amplie esta atividade colocando mais alunos para
serem consumidores secundários ou terciários, etc.

Feita a representação, os alunos deverão produzir um


cartaz coletivo com a cadeia alimentar e expô-lo em
Se
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sala de aula.
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BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupa-
da pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

(EF04CI05)
Descrever e destacar
semelhanças e dife-
renças entre o ciclo
da matéria e o fluxo
de energia entre os
componentes vivos
e não vivos de um
ecossistema.

Orientação pedagógica
Objetivo de aula
O processo de pesquisar e planejar o andamento de
uma aula deve fazer parte de sua rotina. Divida seu · conteúdo a ser trabalhado;
plano em duas partes. A primeira deve ocupar-se em · problema a ser resolvido;
analisar o material empregado em aula e procurar · estratégia;
maneiras de aproximar os fatos à realidade da turma · conteúdo a ser apresentado;
e formas de envolver a comunidade com o dia a dia · metodologia;
da escola. A segunda parte tem a ver com a aplica- · recursos;
ção do conteúdo, a aula em si. Todo plano de aula · avaliação;
deve considerar os seguintes aspectos: · tempo destinado a cada etapa.

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BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupa-
da pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

(EF04CI05)
Descrever e destacar
semelhanças e dife-
renças entre o ciclo
da matéria e o fluxo
de energia entre os
componentes vivos
e não vivos de um
ecossistema.

Orientação didática Iakov Filimonov / Shutterstock.com

Solicite aos alunos que pesquisem imagens de


animais onívoros, herbívoros e carnívoros e, depois,
montem um álbum seriado. Peça-lhes que comparti-
lhem o trabalho com a turma.

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BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupa-
da pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

(EF04CI05)
Descrever e destacar
semelhanças e dife-
renças entre o ciclo
da matéria e o fluxo
de energia entre os
componentes vivos
e não vivos de um
ecossistema.

(EF04CI06)
Relacionar a parti-
cipação de fungos e
bactérias no proces-
so de decomposição,
reconhecendo a im-
portância ambiental
desse processo.

Sugestão de atividade 2. Marque as alternativas corretas.

1. Complete os espaços com as palavras do quadro. Seres vivos necessários para


formar uma cadeia alimentar.
Cadeia alimentar – animais – energia – alimento
Pedra
a. Os animais dependem uns dos outros para se alimentar.
x Animais
b. É do alimento que os seres vivos retiram a energia para viver. x Vegetais

c. Cadeia alimentar é o processo de dependência entre os seres vivos. Água

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BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupa-
da pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

(EF04CI06)
Relacionar a parti-
cipação de fungos e
bactérias no proces-
so de decomposição,
reconhecendo a im-
portância ambiental
desse processo.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Solicite aos alunos que desenhem o
esquema da cadeia alimentar. De-
pois, exponha as produções em um
mural na sala de aula. Você também
pode usar as produções para sanar
dúvidas existentes.

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Fundamentação
Os quatro pilares da educação

Dado que oferecerá meios, nunca antes dispo­níveis, Para poder dar resposta ao conjunto das suas mis­sões,
para a circulação e o armazenamento de in­formações a educação organiza-se em torno de quatro apren­
e para a comunicação, o próximo século submeterá a dizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida,
educação a uma dura obrigação que pode parecer, à serão de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do
primeira vista, quase contraditória. A educação deve conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os
transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para
mais saberes e saber-fazer evolu­tivos, adaptados poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver
à civilização cognitiva, pois são as bases das com- juntos, a fim de participar e cooperar com os ou­tros em
petências do futuro. Simultaneamen­te, compete-lhe todas as atividades humanas; finalmente, apren­der a
encontrar e assinalar as referências que impeçam as ser, via essencial que integra as três precedentes. É cla-
pessoas de ficar submergidas nas ondas de informa- ro que essas quatro vias do saber constituem ape­nas
ções, mais ou menos efêmeras, que invadem os espa- uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de
ços públicos e privados e as levem a orientar-se para contato, de relacionamento e de permuta.
projetos de desenvolvimentos indivi­duais e coletivos.
Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, es-
À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas sencialmente, se não exclusivamente, para aprender a
de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer.
mesmo tempo, a bússola que permita navegar por ele. As duas outras aprendizagens dependem, a maior
parte das vezes, de circunstâncias aleatórias quando
Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente não são tidas, de algum modo, como prolongamento
quantitativa à necessidade insaciável de educação — natural das duas primeiras. Ora, a Comissão pensa
uma bagagem escolar cada vez mais pesada — já não que cada um dos “quatro pilares do conhecimento”
é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, deve ser ob­jeto de atenção igual por parte do ensino
que cada um acumule, no começo da vida, uma deter­ estruturado, a fim de que a educação apareça como
minada quantidade de conhecimentos de que possa uma experiência global a levar o cabo ao longo de toda
abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário a vida, tanto no plano cognitivo como no prático, para
estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade.
fim da vida, todas as ocasiões de
atualizar, aprofundar e enri- Desde o início dos seus trabalhos que os membros
quecer estes primeiros co- da Comissão compreenderam que seria indispen-
nhecimentos, e de se adaptar sável, para enfrentar os desafios do próximo século,
a um mundo de mudança. assinalar novos objetivos à educação e, portanto,
mudar a ideia que se tem da sua utilidade. Uma nova
concepção am­pliada de educação devia fazer com
que todos pudes­sem descobrir, reanimar e fortale-
cer o seu potencial criativo — revelar o tesouro em
cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão
puramente instrumen­tal da educação, considerada
.com

como a via obrigatória para obter certos resultados


terstock

(saber fazer, aquisição de capacidades diversas, fins


de ordem econômica), e se passe a considerá-la em
ula / Shut

toda a sua plenitude: realiza­ção da pessoa que, na


sua totalidade, aprende a ser.
ar
Zdenka D

65

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A seguir, apresentaremos com mais detalhes duas
das aprendizagens fundamentais: aprender a conhe-
cer e aprender a fazer.

Contudo, como o conhecimento é múltiplo e evolui


Aprender a conhecer infinitamente, torna-se cada vez mais inútil tentar
conhecer tudo e, depois do ensino básico, a omni-
Esse tipo de aprendizagem que visa não tanto à disciplinaridade é um logro. A especialização, porém,
aquisição de um repertório de saberes codificados, mesmo para futuros pesquisadores, não deve excluir
mas antes ao domínio dos próprios instrumentos a cultura geral. “Um espírito verdadeiramente for-
do conhecimento pode ser considerado, simulta- mado, hoje em dia, tem necessidade de uma cultura
neamente, como um meio e como uma finalidade da vasta e da possibilidade de trabalhar em profundi-
vida humana. Meio, porque se pretende que cada um dade determi­nado número de assuntos. Deve-se, do
aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo princípio ao fim do ensino, cultivar, simultaneamente,
menos na medida em que isso lhe é necessário para estas duas ten­dências”. A cultura geral, enquanto
viver dignamente, para desenvolver as suas capa- abertura a outras linguagens e outros conhecimen-
cidades profissionais, para comunicar. Finalidade, tos, permite, antes de tudo, comunicar-se. Fechado
porque seu fundamento é o prazer de compreen­ na sua própria ciência, o especialista corre o risco
der, de conhecer, de descobrir. Apesar de os estudos de se desinteressar pelo que fazem os outros. Sen-
sem utilidade imediata estarem desaparecendo, tal a tirá dificuldade em cooperar, quaisquer que sejam
impor­tância dada aos saberes utilitários, a tendência as circunstâncias. Por outro lado, a formação cultu-
para prolongar a escolari­dade e o tempo livre deveria ral, cimento das sociedades no tempo e no espaço,
levar os adultos a apreciar, cada vez mais, as alegrias implica a abertura a outros campos do conhecimento
do conhecimento e da pesqui­sa individual. e, deste modo, podem operar-se fecundas sinergias
entre as disciplinas. Especialmente em matéria de
O aumento dos saberes, que permite compreender pesquisa, determina­dos avanços do conhecimento
melhor o am­biente sob os seus diversos aspectos, dão-se nos pontos de interseção das diversas áreas
favorece o despertar da curiosidade intelectual, esti- disciplinares.
mula o sentido crítico e permite compreender o real,
me­diante a aquisição de autonomia na capacidade Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, apren-
de discernir. Deste ponto de vista, há que repeti-lo, é der a aprender, exercitando a atenção, a memória e o
essencial que cada criança, esteja onde estiver, pos- pensamento. Desde a infância, sobretudo nas socie-
sa ter acesso, de forma adequada, às metodologias dades dominadas pela imagem televisiva, o jovem
científicas de modo a tornar-se para toda a vida deve aprender a prestar atenção às coisas e
“amiga da ciência”. Em nível dos ensinos às pessoas. A sucessão muito rápida de
secundário e superior, a for- informações midiatizadas, o zapping tão
mação inicial deve for- frequente prejudica, de fato, o processo
necer a todos os alunos de descoberta, que implica duração e
instrumentos, conceitos aprofundamento da apreen­são. Essa
e referências resultantes aprendizagem da atenção pode reves-
dos avanços das ciên- tir formas diversas e tirar partido de
cias e dos paradigmas várias ocasiões da vida (jogo, estágios
do nosso tempo. em empresas, viagens, trabalhos práti-
cos de ciências...).
Fotos: tomwang / Depositphotos.com; Nattika / Shuttersto
ck.com

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Aprender a fazer

Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em


Por outro lado, o exercício da memória é um larga medida, indis­sociáveis. Mas a segunda
antídoto necessário contra a submersão pe- aprendiza­gem está mais estreitamente ligada à
las informa­ções instantâneas difundidas pelos questão da formação profissional: como ensinar
meios de comunicação social. Seria perigoso o aluno a pôr em prática os seus conhecimentos
imaginar que a memória pode vir a tornar- e, também, como adaptar a educação ao traba-
-se inútil, devido à enorme capacidade de lho futuro quando não se pode prever qual será
armazena­mento e difusão das informações a sua evolu­ção? É a esta última questão que a
de que dispomos daqui em diante. É pre­ciso, Comissão tentará dar resposta mais particular-
sem dúvida, ser seletivo na es­colha dos dados mente. Convém distinguir, a este propósito, o
a aprender “de cor”, propriamente, a faculdade caso das economias industriais em que domina
humana de memorização associativa, que não é o trabalho assalariado das outras economias
redutível a um automatismo, deve ser cultivada em que ainda está presente, em grande escala,
cuidadosamente. Todos os especialistas con- o trabalho independente ou informal. De fato,
cordam que a memória deve ser treinada desde nas sociedades assalariadas que se desenvol-
a infância e que é errado suprimir da prática veram ao longo do século XX, a partir
escolar exercícios tradicionais, considerados dos modelos industriais, a substi-
como fastidiosos. tuição do trabalho humano pelas
máquinas tornou-o cada vez mais
Finalmente, o exercício do pensa­mento ao qual a imaterial e acentuou o caráter
criança é iniciada, em primeiro lugar, pelos pais cognitivo das tarefas, mesmo nas
e, depois, pelos professores, deve comportar indústrias, assim como a impor-
avanços e recuos entre o concreto e o abstrato. tância dos serviços na atividade
Também se devem combinar, tanto no ensino econômica. O futuro dessas eco-
como na pesquisa, dois métodos apresenta­ nomias depende, aliás, da sua
dos, muitas vezes, como antagônicos: o método capacidade de transformar o
dedutivo por um lado e o indutivo por outro. De progres­so dos conhecimentos
acordo com as disciplinas ensinadas, um pode em inovações geradoras de
ser mais pertinente do que outro, mas, na maior novas empresas e de novos
parte das vezes, o encadea­mento do pensa- empregos. Aprender a fazer
mento necessita da combinação dos dois. O não pode, pois, continuar a
processo de aprendizagem do conhecimento ter o significa­do simples de
nunca está acabado e pode enrique­cer-se com preparar alguém para uma
qualquer experiência. tarefa material bem determina­da,
para fazê-lo participar do fabrico de algu-
Nesse sentido, liga-se cada vez mais à expe- ma coisa. Como consequência, as apren-
riência do trabalho, à medida que este se torna dizagens devem evoluir e não podem mais
menos rotineiro. A educação primária pode ser ser consideradas como simples transmis-
consi­derada bem-sucedida se conseguir trans- são de práticas mais ou menos rotineiras,
mitir às pessoas o impulso e as bases que fa- embora estas continuem a ter um valor
çam com que continuem a aprender ao longo de formativo que não é de se desprezar.
toda a vida, no trabalho, mas também fora dele.

DELORS, Jacques (org.). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco da Comissão Internacional so-
bre Educação para o Século XXI. Editora Cortez, 7ª edição, 2012. (Texto adaptado para fins didáticos)

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7a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Mistura – páginas 20 e 21 Ciências: Mistura – páginas 22 e 23
Orientação didática: Orientação didática:
• Explique que a água é um solvente universal porque • Divida a turma em quatro grupos e entregue os
ela dissolve muitas substâncias. Adicione um saqui- materiais para cada um realizar as misturas na sala
nho de refresco em pó em um litro de água, mexa e de aula, a fim de manusearem e compreenderem o
observe a mistura. conteúdo de maneira prática e interativa. Dois gru-
pos ficam com mistura homogênea e os outros dois
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e ficam com mistura heterogênea.
Matemática. Possíveis misturas: água e areia; água e isopor; água
e álcool em gel; água e margarina.
2o dia • Ressalte o conceito de mistura, explicando que é
um fenômeno físico que consiste em reunir duas ou
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, mais substâncias, sem alterar as características e as
Matemática, História e Geografia. propriedades das substâncias envolvidas.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

all_about_people / Shutterstock.com

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Dinâmica
Sementes de luz
A sala deve estar com o centro esvaziado e com vários papéis
ou tapetes para os educandos poderem se deitar. O educador
fala para eles que irão fazer uma pequena dramatização de
uma semente que se transformará numa grande árvore. Essa
semente é diferente, pois ela é de luz e se transformará numa
árvore de luz com a cor que cada um vai escolher.
Os educandos se dirigem para qualquer ponto
na sala, ficando distribuídos uniformemente. O
educador guia-os para inspirar e expirar algumas
vezes, relaxando os ombros e os braços.

Pede que cada aluno estique o corpo o máximo possível


e, depois, diminua, apertando a si mesmo.

Faz isso algumas vezes. É somente expandir e contrair o cor-


po. Após essa sequência, explica que colocará uma música
calma e que todos vão se deitar e se transformar em uma se-
mente, como um pequeno ponto de luz, contraindo ao máximo
o corpo. Pede que imaginem que são uma luz brilhante
e que escolham a cor para essa luz, que é bastan-
te pequena. Pede aos educandos que escolham
também um sentimento bom para a luz transmitir.
Aos poucos, bem lentamente, a semente começa a
se desenvolver. É importante que o movimento seja
muito lento. Cresce, abrindo o corpo; depois, levan-
tando-se calmamente, abrindo os braços e dedos
ao máximo. Essa sequência tem que ser falada
aos poucos, e alguma outra orientação pode
ser acrescentada. Quando eles estiverem
em pé, pede que imaginem a árvore de luz
que brilha forte e ilumina toda a natureza
e as pessoas, transmitindo o sentimento
bom. Ao finalizarem, guia-os para inspirar e
expirar e solicita que deixem o corpo normal,
em pé. Orienta-os para se espreguiçarem,
abrirem os olhos, conversarem sobre
as sensações que tiveram e o que é ser
uma árvore de luz e transmitir sentimen-
tos bons.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula.


Recife: Prazer de Ler, 2013.
Syda Productions / Shutterstock.com

69

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20

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Proponha à turma que compare frascos com mis-
turas de diversos componentes e classifique-as em
misturas homogêneas e heterogêneas. Em seguida,
peça a eles que manuseiem e criem critérios a fim de
distinguir essas misturas.

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21

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Sugestão de atividade 2. Observe as misturas abaixo, indique a quantidade de


fases de cada uma delas e classifique-as em homogênea
1. Explique o que é uma solução. ou heterogênea.

Sugestão
 de resposta: É uma mistura homogênea

de
 substâncias que pode ter componentes sólidos,

líquidos
 ou gasosos. Ex.: água e sal (líquido e sólido),
Uma fase Duas fases Três fases
água
 e álcool (líquido e líquido).
Homogênea Heterogênea Heterogênea

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22

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Sugestão de atividade 2. Escreva três exemplos de mistura homogênea.

1. Assinale V, se a alternativa for verdadeira, e F, se for falsa. Mistura homogênea: água + vinagre; água + sal;

V A água é um solvente universal. água + leite em pó.

V Mistura é um fenômeno físico que consiste em Agora, desenhe um exemplo de mistura heterogênea.
reunir duas ou mais substâncias sem alterar as
suas características.
Resposta pessoal
Quando são misturados sal e água, o sal não
F
se dissolve.

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23

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Sugestão de atividade
1. Ache, no diagrama abaixo, cinco palavras relacio- 2. Pesquise, em livros ou na Internet, o que é uma
nadas ao tema estudado. solução.

Sugestão
 de resposta: Solução é uma mistura
Á U M I S T U R A H U E
G J D E C A N T A Ç Ã O homogênea
 de substâncias, a qual pode ter compo-
U H E N O S A L H F R C
nentes
 sólidos, líquidos ou gasosos. Exs.: água e sal
A O L S O L U T O W E A
(líquido
 e sólido), água e álcool (líquido e líquido).

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Fundamentação
Postura dos alunos
Frequentemente, ouvimos uma frase que diz assim: a lhidas para escon­der os seios em desenvolvimento;
escola é nossa segunda casa. Se considerarmos as de jovens obesos que, esforçando-se para sustentar
várias horas em que as crianças ficam na instituição o peso de seus corpos, apre­sentam diversos tipos de
escolar e a estreita convivência que elas têm com desvio postural, etc.
seus educadores, ficaremos obrigados a concordar
que, real­mente, as crianças possuem um segundo e Grande parte dos casos de desvios posturais em
importantís­simo lar. Por este motivo, os professores adultos tem origem na infância. Por esse motivo,
devem dividir com os pais a tarefa de cuidar da saúde pais, professores e responsáveis devem dar especial
dos alunos, objetivando mais qualidade de vida às impor­tância ao modo como as crianças se sentam,
crianças. caminham, e, mesmo, a sua posição enquanto dor-
mem. Crianças que adotam posturas erradas nesse
Neste sentido, a qualidade de vida também depende período, e não são corrigidas ou alertadas sobre isso,
de uma boa postura. Segundo a Lei de Diretrizes e formam vícios postu­rais que, com o passar dos anos,
Bases da Educação Nacional, toda criança deverá podem-se transformar em problemas bem mais
completar o Ensino Fundamental. Dessa forma, na graves, como lordoses, cifoses e escolioses, altera-
maioria dos casos, ao longo da vida escolar, o aluno ções tão comuns na população. Pelo fato de serem
utiliza a pos­tura sentada por, no mínimo, de quatro crianças, e não adultos, o esqueleto está em fase de
a cinco horas por dia, e de maneira, muitas vezes, formação e crescimento, sendo mais suscep­tível a
inadequada, o que já representa um fator de risco deformações e as estruturas músculo-esqueléticas
para sua saúde, pois, segundo a literatura, é altamen- apresentam menor suportabilidade à carga.
te desaconselhável permanecer sentado por mais de Por outro lado, na maior parte de nossas comunida­
45 a 50 minutos sem interrupções. Além disso, há a des, é comum constatarmos a inadequação do
suspeita de que uma reduzida atividade física, soma- mobiliá­rio escolar às necessidades das crianças, o
da a configurações pos­turais nem sempre adequa- que provoca o surgimento de diversos vícios postu-
das, tanto em casa como na escola, poderia provocar rais e agrava os problemas de postura porventura já
um desequilíbrio na muscula­tura, causando posições existentes.
anormais de estruturas anatô­micas que ainda estão
em fase de desenvolvimento. Como exemplos dessa inadequação, podemos citar as
carteiras — que não permitem a aproximação da ca-
A boa postura é basicamente a melhor forma de deira, o que obriga a criança a inclinar-se para a frente,
manter o equilíbrio do corpo, e esse equilíbrio per- curvando a coluna. Outro ponto bastante comum,
mite que todos os órgãos funcionem com o menor apesar de hoje haver maior conscientização a respeito,
esforço muscular possível. A postura é também uma é o ex­cesso de peso que as crianças são obrigadas a
adapta­ção de cada pessoa ao seu meio social e às levar para a escola em suas mochilas. Os professores
necessida­des e às tarefas do seu dia a dia. Assim, é devem ter sempre em mente que a criança não pode
na infância, quando o corpo se desenvolve rapida- carregar mais do que 5% do seu peso corporal (quem
mente, que costumam surgir os primeiros problemas pesa até 30 kg deve carregar, no máximo, 1,5 kg).
relacionados à postura. As causas mais comuns para
a má postura adotada pela criança têm relação direta Isto implica fazer um planejamento racio­nal das
com suas características físicas. aulas e das tarefas a serem ministradas a cada dia,
para evitar que as crianças sejam obrigadas a carre-
Durante a fase de crescimento, por exemplo, é co- gar mochilas muito pesadas.
mum vermos jovens que tendem a curvar-se sobre o
próprio corpo em busca de um equilíbrio melhor; de A postura sentada gera várias alterações nas estru-
garotas que (envergonhadas) passam a andar enco- turas músculo-esqueléticas da colu­na lombar.

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O simples fato de o indivíduo passar da postura em pé Os programas de treinamentos preven­tivos são uma
para a sentada aumenta em, aproximadamente, 35% a outra forma de reduzir, sobre o organismo huma-
pressão interna no núcleo do disco intervertebral e to- no, os efeitos da postura sentada. O treinamento é
das as estruturas (ligamentos, pequenas articulações o desenvolvimento sistemático de um modelo de
e nervos) que ficam na parte posterior são esticadas, habilidade com­portamental — atitudes e conheci-
isso se a pessoa estiver sentada nas melhores condi- mento — ne­cessário para promover mudanças no
ções possíveis. Além dos pro­blemas lombares, a pos- conhe­cimento e no comportamento dos indivíduos
tura sentada prolonga­da tende a reduzir a circulação em relação aos seus hábitos e à sua saúde.
de retomo dos membros inferiores, gerando edema Programas educacionais referentes à postura sen-
nos pés e tornozelos e, também, promove desconfor- tada para alunos do Ensino Funda­mental podem
tos na região do pescoço e membros superiores. produzir mudanças nos conhe­cimentos e possibilitar
que ações preventivas longitudinais possam ser rea-
Uma forma de minimizar os efeitos ad­versos da pos- lizadas durante toda a sua vida escolar.
tura sentada para as estruturas músculo-esqueléticas Baseado nisto tudo, o educador, tendo consciência de
é o planejamento e/ou replanejamento do ambiente que algo precisa ser feito nessa segunda casa, que
físico, com adoção de mobiliário ajustável aos diferen- é a escola, pode perguntar: O que devo fazer? Como
tes requisitos da tarefa e às medidas antropo­métricas devo fazer? Por onde devo começar?.
individuais. Apenas esta forma de intervenção, contu-
do, não é suficiente para minimizar o problema.

Quadro 1

Normal Hipercifose Hiperlordose Escoliose

Primeiramente, é necessário conhecermos os principais desvios posturais para podermos


identificá-Ios nos alunos. No quadro 1, podemos ver quatro imagens humanas que mostram:

1 coluna com as curvaturas fisiológicas normais;

2 hipercifose (coluna dorsal com aumento da cifose fisiológica);

3 hiperlordose (coluna lombar ou cervical com aumento da lordose fisiológica);

4 escoliose (desvio para o lado, podendo ser em forma de C ou S).

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É importante lembrar que estas curvas fisiológicas Visto isto, o próximo passo é saber o que fazer para
podem estar diminuídas em alguns casos, o que é evitar essas alterações posturais e, se elas já exis-
menos comum, mas não menos importante, pois as tem, como poderemos minimizar o avanço desses
retificações, como são chamadas essas alterações, problemas.
também causam prejuízos à postura.

Adaptando o mobiliário escolar: as mesas devem ter


bordas arredon­dadas para evitar hiperpressão na al­
tura do punho e, se possível, o tampo deve ser leve-
mente inclinado para a frente com o objetivo de evitar
que o aluno flexione mais de 30° a coluna cervical.
Deve haver apoio para os pés (uma caixa de madeira
ou outro mate­rial rígido), no caso de o aluno não ter
altura suficiente para encostar os pés no chão. As
cadeiras devem ter apoio para a coluna lombar.

Orientando posturas corretas:


os alunos devem ser incentivados a sentar
com a coluna ereta, evitar torções de tronco
repetidamente quando forem se dirigir a ou-
tros colegas ou pegar materiais na mo­chila. A
mochila deve ser carregada colocando as duas
alças sobre os om­bros e com o máximo de 5%
do peso corporal da criança.

Realizando exercícios compensató­rios: assim


como os trabalhadores, os alunos também
deveriam ter al­guns minutos reservados para
reali­zarem ginástica laboral. A Educação Físi-
ca é muito importante, assim como todas as
outras atividades esportivas realizadas na es-
cola, pois sabemos que o esporte é um grande
aliado na luta contra os vícios posturais.

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As crianças que praticam esporte desde cedo melho- volvem ao músculo fatigado energia para continuar o
ram sua coordenação motora, fortalecem a muscu- trabalho e retira dele subprodutos ou restos metabóli-
latura, aprendem a lidar com o próprio corpo de uma cos que, se acumulados, podem causar cãibras, dores
maneira mais segura, além de desenvolverem numero- e diminuir a eficiência da contração muscular. Os alu-
sos valores éticos fundamentais para sua vida em so- nos devem ser incentivados a levantar de tempos em
ciedade. Mas sabemos que estes períodos são redu- tempos e a caminhar alguns passos (levar um papel
zidos se comparados aos perío­dos de aulas teóricas; até o lixo, escrever na lousa).
portanto, faz-se necessário mais alguns momentos
reservados à prática de exercícios compen­satórios, Estes simples atos ajudam consideravelmente na
principalmente alongamentos. Os alongamentos de- diminuição do esforço muscular estático.

Quadro 2 - Exercícios de alongamento

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

O quadro 2 apresenta alguns exercícios que podem ser realizados em aula.

O grupo 1 traz posturas de alongamento para a re- O grupo 3 mostra exercícios para os membros in-
gião do pescoço e dos braços, que devem ser reali- feriores, que sofrem por ficarem longos períodos
zadas para compensar os esforços das atividades de imóveis e em posição que prejudica a circulação.
escrita, leitura, desenhos ou quaisquer outras ativi- Uma sugestão seria realizar esses alongamentos no
dades manuais que obriguem a criança a permanecer início e no final de cada turno, com duração de 30
sentada e concentrada por mais de 45 minutos sem segundos cada postura. O professor deve sempre
interrupção. comunicar aos pais se perceber qual­quer alteração
na postura do aluno, para que estes busquem ajuda
O grupo 2 indica as que devem ser realizadas para de um profissional habilitado. Bom trabalho!
compensar o esforço estático dos músculos do
tronco para manter o corpo sentado ereto por longas Revista do Professor, ano XXII, n. 88. Porto Alegre: CPOEC, out./
horas. dez. 2006.

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8a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: A água – páginas 24, 25 e 26 Ciências: A água – páginas 27 e 28
Orientação didática: Orientação didática:
• Solicite aos alunos que coloquem, em diversos • Peça aos alunos que coletem figuras que apresentem
vidros transparentes, água de fontes diferentes (mar, a água em diversos ambientes. Depois, pegue as figu-
lago, potável, corrente, mineral, etc.); o importante é ras e, junto com eles, monte um quebra-cabeça para
que tenham água própria para o consumo, poluída, as atividades lúdicas sobre o assunto em estudo.
doce, salgada, corrente, mineral e termal (se possí- • Inicie as atividades de fixação do conteúdo estuda-
vel). Depois, peça que todos comentem as diferenças do, apresentando aos alunos alguns recipientes com
existentes em cada água. diversos tipos de água e solicite que eles classifi-
• Realize, com os alunos, uma demonstração dos quem as características de cada água e qual deverá
estados físicos da água, levando gelo (sólido), água ser a água própria para o consumo.
de beber (líquido) e fervendo a água na cozinha da
escola, para que assim a turma perceba as transfor- Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
mações ocorridas. Depois, junto com eles, organize Matemática e Geografia.
um painel e exponha-o no mural da escola para que
possa ser visto por todos.
4o dia
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e
Matemática. Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
2o dia
5o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia. Livre para atividades complementares da sua turma.

x4wiz / Shutterstock.com

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Dinâmica

Dia do amor ao próximo


O educador começa a atividade com uma conversa sobre o que é amar o pró-
ximo. Depois, pergunta quais atitudes podem demonstrar esse amor ao próximo.
O educador anota na lousa as atitudes em uma lista simples e clara a partir daquilo
que os educandos falarem. Depois disso, informa que o dia é especial, pois transfor-
marão os momentos em que estiverem juntos no “dia do amor ao próximo”. Para sim-
bolizar isso, o educador distribui um crachá em formato de coração, em que está escri-
ta a frase: “Eu amo você”. Após distribuí-lo, solicita que andem pela sala e observem os
outros com o máximo de atenção. Esclarece que, quando ele der um sinal, todos de-
verão abraçar alguém e dizer: “Eu amo você”. Dependendo da dificulda­de com a turma,
podem apenas apertar as mãos. É importante falar sobre o valor da amizade, o amor do
irmão e da família e que eles formam uma instituição. Dá o sinal, e eles se abraçam ou
tocam a mão de al­guém. Fazem isso algumas vezes. Depois, o educador faz uma roda
e explica que continuarão com o crachá até o final da aula. Mostra aquelas atitudes
que estão na lousa e diz que eles deverão tentar executá-las ao máximo durante o
dia com os colegas, professores, funcionários, etc. Ao final do dia, pergunta como
foi conviver com essa frase e o que mudou nas suas atitudes.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula. Recife: Prazer de Ler, 2013.

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24

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Orientação didática

Confeccione um círculo Selecione diversas figuras


em uma cartolina cuja parte de pessoas utilizando- PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO
referente à quantidade de -se dos estados físicos MATERIAL DE APOIO COMO UM
água em nosso planeta da água: bebendo água, RECURSO VISUAL PARA A
esteja pintada. Mostre o tomando sorvete, tomando MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
gráfico aos alunos e ques- banho quente, etc. e cole-
tione-os sobre o que ele -as no painel.
representa.

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25

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

Orientação didática

Promova, com os alunos, um minifestival de sucos,


com a finalidade de mostrar uma das utilidades da
água. Esse festival pode ser também feito com picolé
para demonstrar a água no estado sólido.

Yuri Samsonov / Shutterstock.com

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26

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Destaque que, em nosso corpo, acontece, constante-
mente, o processo de vaporização: o suor, resultado
de nosso esforço físico corriqueiro — quando retor-
namos ao repouso, a não ser que o removamos com
um banho ou toalha — evapora de nossos corpos
naturalmente, com o contato do vento natural ou
ainda de um aparelho que nos refresque.

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27

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Sugestão de atividade
2. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
1. Faça a correspondência corretamente.
Estados físicos da água são os diferentes aspectos
V
1 Fusão 3 Do líquido para o gasoso sob os quais a água se apresenta na natureza.
F A água somente dissolve líquidos.
2 Solidificação 4 Do gasoso para o líquido
A variação de temperatura provoca a mudança dos
V
3 Vaporização 2 Do líquido para o sólido estados físicos da água.
A água potável não apresenta aspecto limpo e
4 Condensação 1 Do sólido para o líquido F
transparente.
V Gelo ou neve é o nome dado à água no estado sólido.

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28

BNCC
(EF04CI01)
Identificar mistu-
ras na vida diária,
com base em suas
propriedades físicas
observáveis, re-
conhecendo sua
composição.

Orientação didática

Explore o esquema do ciclo da água, enfati- deixando pequenos espaços ao lado de cada
zando a noção de movimento. Ressalte que as mudança de estado da água para que os
nuvens, formadas pela evaporação de águas alunos completem-nos com o nome da trans-
de rios, mares e lagos, podem se deslocar formação. Mostre que a temperatura ambiente
pelo vento. Dessa forma, a chuva nem sempre influencia o ciclo da água na natureza. A água
cai no mesmo local onde ocorreu a evapora- de mares, rios e lagos evapora com mais rapi-
ção de água. Reproduza o esquema na lousa, dez em dias quentes.

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Fundamentação

A movimentação na educação
Schirley Cavalcanti

Antes de falar o que pode ou não ser uma tendência para o


mundo educacional, é preciso primeiro estudá-lo e entender
os processos que o envolvem.

Para isso, fui buscar referências em artigos, livros e outros


mate­riais sobre o assunto. Durante a pesquisa, fiz minha pri-
meira cons­tatação: as mudanças já estão, aos poucos, atin-
gindo a educação e se tornarão cada vez mais evidentes.

A transformação que a socieda­de vem vivenciando não


é apenas maior se comparada às de antes, mas mui-
to mais rápida. Logo, se so­ciedade e educação estão
ligadas, nada mais óbvio que as mudanças as atinjam
concomitantemente.

Para os próximos anos, torna-se difícil, na minha opinião,


dimen­sionar o que ocorrerá exatamente. Claro que serão lan-
çadas novas tecnologias que contemplem o ensino, e algumas
diretrizes serão modificadas. Ações governamen­tais paliativas
— que não solu­cionarão problemas, mas trarão à tona novos
debates — também devem dar o ar de sua graça. Porém, uma
coisa é certa: a socie­dade está em constante movimen­to, e a
escola, em todos os seus níveis, tem de movimentar-se em
direção às transformações, seja para acompanhar uma evolu-
ção ou estancar mudanças maléficas.

A conclusão é que, com equilí­brio como palavra-chave, a


educa­ção deve também se movimentar.

Alexandru Logel / Shutterstock.com

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• Manejo das informações e do conhecimento.
A escola será cada vez menos o único canal • Grandes avanço
s tecnológicos. Co
de educação. O aprendizado se dará em todos nação da Internet m a dissemi-
, progra­mas multim
os luga­res, pois as informações já estão em lidade virtual, as ídia e rea-
aulas serão mais
todos eles. Com amparo da tecnologia, dos dinâ­micas. Sem in te rativas e
contar que se an
museus e das bibliotecas, por exemplo, será ambiente de sala uncia um novo
de aula com móv
proporcionado um acesso ainda mais fácil às computadores in eis portáteis,
dividuais, lousas
informações (está se perdendo a noção de lo- xões entre termin digitais, cone-
ais de dados da es
cais de apren­dizado, podendo este ocorrer nos res e alunos que cola, professo-
terão mais intera
mais diversos espaços e nas mais diversas no acesso às info ção e facilidades
rmações. Algumas
situações, como no trabalho e no momento de já possuem am­b escolas hoje
ientes e projetos
lazer). Contudo, a escola tem de lidar com o nesse nível. A Ed de salas de aula
ucação a Distânc
alto volume de informações e a dificuldade de tem destaque co ia (EAD) também
mo um novo mei
deglutição de todas elas. do, ainda inserid o de aprendiza-
a em discussões
benefícios e malef acerca de seus
ícios, porém com
para um aumento forte ten­dência
não apenas na ed
adultos, mas tam uc ação de
bém de jovens na
sica em seus níve Educação Bá-
is mais amadurec
idos.

nuo e por toda a vida.


• O aprendizado será contí
s, a certificação adqui-
Com tantas transforma­çõe
não será válida dali a
rida em uma dada época já
ente, uma atualização
alguns anos. Constantem
precisará ser feita.

ia é que essa neces- • Novos perfis de aluno. Estes tenderão a ser


Isso já ocorre, e a tendênc
­nua aumente. Basta mais organizados e disciplina­dos, pois serão
sidade de capacitação contí
gida de um profissional cada vez mais autônomos no ato de aprender,
observar a polivalência exi
trabalhador no futuro tornando-se mais ativos. Entretanto, haverá, pos-
já na atualidade. Assim, o
mado ou plenamente sivelmente, uma maior individualização e, mesmo
nunca estará “pronto”, for em meio aos mais avançados recursos tecnoló-
or-
capacitado. Essa é uma op gicos de comunicação, a diminuição dos conta-
tunidade de a esco la se in-
tos presenciais poderá acarretar menos diálogos
serir em novos ambientes, sig­nificativos. Esse é mais um paradoxo dessa
tais como organizações sociedade moderna — eis aí uma tendência que
empresariais, etc. faz gerar debates em torno de como contornar
esse possível processo de individualização.

• Um novo papel para o professor. Professores


se transformarão em orienta­dores. Sua função
será a de preparar situações de aprendizagem,
e não mais ensinar conteúdos. Educadores
terão de desenvolver talentos, capacidades e
potencialidades. Farão parte de sua preparação
aspectos de Sociologia, Psicologia, usos de tec-
nologias e diversas técnicas de aprendizagem.

Kues / Shutterstock.com

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Motivos para não abandonar a carreira

Há muitos. O mais forte deles: os professores Segundo problema: o atendimen­to a alunos


são os verdadeiros prota­gonistas das mudan- inquietos. Lecionar para esse público requer
ças, pois podem transformar a realidade da difíceis mudan­ças de estratégia. Aliás, essas
escola. novas maneiras de ensinar — bem diferen­tes
do que vimos em nossa formação — são ne-
Entre o fim do ano de 2011 e o começo de cessárias para acompanhar o novo mundo do
2012, correspondi-me com um professor trabalho, que exige pessoas autônomas. Essa
disposto a mudar de profissão. Desanimado, tarefa tem tornado o trabalho de educar muito
ele se queixava da carreira, mal estrutura­da e mais criativo e estimulante.
mal remunerada, da dificuldade de tratar com
estudantes inquietos e famílias ausentes e da Por último, trato das políticas públicas. Os
falta de polí­ticas para apoiar seu trabalho. Cada professores têm sido os reais protagonistas da
uma das razões tem fundamento e, quando se reinvenção da escola. Afinal, o ensino deixou
somam, parecem justi­ficar o desânimo de quem de ser linha de transmissão. O deseja­do, agora,
trabalha demais, ganha de menos e ainda leva é promover situações de aprendizagem e, para
a culpa por insucessos causados por razões isso, os educa­dores precisam se aperfeiçoar.
estruturais. Nesse sentido, contam com o apoio de progra-
mas governamentais que faci­litam o acesso à
Como não concordo com a desis­tência diante formação superior e às especializações. Já as
dessas adversidades, tentei mostrar a ele que, políticas de avaliação escolar, apesar de es­
a despeito disso tudo, vale a pena prosseguir. timularem discutíveis classificações de esco-
Portanto, vou tratar de cada um desses aspec- las, protegem os docentes de julgamentos por
tos, pois podem servir de alento para profes- vezes arbitrários ao darem critérios de aferição
sores que, à semelhança desse leitor, estejam do aprendizado.
cogitando abandonar a profissão.
Enfim, há um difícil caminho ainda por percor-
Começo pelo mais difícil: carreira. É fato que rer, mas estamos no rumo certo. Os argumen-
a ampliação do atendi­mento escolar no Bra- tos aqui reunidos retomam minha correspon­
sil demandou enorme aumento no número de dência com leitores, suas conquistas e seus
professores, com perda de status e salário. No desencantos. No entanto, há outras dezenas
entanto, a exigência da formação superior para de razões para continuarmos nossa tarefa.
todos os educadores e do piso nacional para Muitas delas estão por trás de cada par de
sua remuneração, mesmo que não totalmente olhos que nos acompanham em aula. Ignorá-
cumprida, já sinaliza um novo entendimento -las seria abandonar as pers­pectivas de todos
sobre o trabalho docente. Hoje, por exemplo, os nossos jovens, algo bem mais difícil do que
valori­zamos quem trabalha na Educação In- contes­tar meus argumentos. Felizmente, eles
fantil, o que antes nem sequer era considerado foram aceitos pelo leitor que me escreveu. Eu
profissão. Esse é ainda um caminho acidenta- me alegro em dizer que ele continua em sala de
do, que esta­mos pavimentando. aula, desem­penhando suas funções.

MENEZES, Luis Carlos. In Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril, maio, 2012.

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9a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Água contaminada – páginas 29 e 30 Ciências: Água contaminada – página 31
Orientação didática: Orientação didática:
• Peça aos alunos que pesquisem imagens de esta- • Realize uma roda de conversa sobre a importância
ções de tratamento de água e façam um breve co- da água na vida das pessoas. Solicite que cada aluno
mentário em sala de aula sobre o processo de trata- fale uma frase sobre o assunto e vá registrando tudo
mento da água. na lousa. Depois, peça que eles copiem os registros
• Sugira aos alunos que façam a leitura da imagem, no caderno.
da página 30 do livro do aluno, e teça comentários a • Realize uma pesquisa com as crianças sobre si-
respeito, tendo como base, também, a pesquisa feita tuações que comprovem a presença da água poluída
anteriormente. e comente os resultados em sala. É importante as
• Elabore um esquema sobre o tempo que alguns re- crianças registrarem essas situações e socializarem
síduos levam para se decompor na natureza e solicite suas descobertas.
aos alunos que expliquem cada etapa. Depois, faça a • Peça aos alunos que façam um cartaz em defesa do
exposição na sala de aula. uso consciente da água e preguem em toda a escola,
para que todos possam desfrutar desse conhecimento.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e
Matemática. Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática e Geografia.
2o dia
4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia. Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

AnotherPerfectDay / Shutterstock.com

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Dinâmica

Quebra-cabeça de união
O educador realiza uma atividade
junto aos outros educadores da
instituição. Ele programa para,
num mesmo dia, os educadores
distribuírem um pedaço de quebra-
-cabeça com a palavra “união” entre as
turmas. Essa distribuição se dará em duas
ou três salas. A ideia é entregar aos edu-
candos um pedaço de um quebra­-cabeça que
tem o pedaço de uma letra e, embaixo, a numeração, por
exemplo, colocar 1. Eles são informa­dos de que, durante o
intervalo, terão de buscar todos os que tenham o número
1 das outras salas e formar o quebra-cabeça. Os edu-
cadores distribuem os pedaços e, após o intervalo,
perguntam se eles conseguiram e o que descobri-
ram. Conversam sobre o que é união quando se
trabalha em equipe.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula. Recife:


Prazer de Ler, 2013.

Freepik.com

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29

NOTA:
A BNCC não define
o estudo da Água
contaminada como
competência a ser
desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
Conscientize os alunos sobre a importância da pre- Solicite às crianças uma pesquisa sobre como se dá
servação do meio ambiente. Para isso, construa um a poluição da água e como a água pode ser cuidada.
jogo de perguntas e respostas. Recorte dez cartões Depois, socialize a pesquisa, expondo-a em um varal na
contendo perguntas sobre a poluição dos rios, mares sala de aula.
e lagos. O aluno escolhe um número e tenta respon-
der à pergunta escrita no cartão. Divida a turma em grupos e monte maquetes para apre-
sentar os cuidados com a água. Depois, promova uma
exposição e convide outras crianças para visitá-la.

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30

Orientação didática
Programe visitas ao sistema de captação e tratamento de água de sua cidade. O que poderia me-
lhorar esse sistema e o que o grupo poderia fazer para acelerar o processo de mudanças? Fazer um
ofício para o prefeito? Encaminhar solicitação ou sugestão à associação de amigos do bairro? Enca-
minhar reclamação ou sugestão ao jornal local?

Faça o mesmo em relação a todos os demais assuntos que tenham a ver com a qualidade de vida na
sua escola, no seu bairro ou na sua cidade.

Meio Ambiente e Qualidade de vida. In: Ofício de Professor: Aprender Mais para Ensinar Melhor. n. 6. São Paulo: Abril, 2002.

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31

Orientação didática

Solicite aos alunos que pesquisem e desenhem si-


tuações em que a água é utilizada. Depois, peça-lhes
que imaginem como seria viver sem a água e relatem
a experiência por meio de textos e ilustrações.

Oleksandr_Delyk / Shutterstock.com

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Fundamentação
Como priorizar atividades
importantes em sua vida
O que você faz quando tem um dia cheio de compro-
missos? Você tem hábito de priorizar ações impor-
tantes? Sabe exatamente o que fazer para gerar
resultados? Ou se sente estressado quando pensa
nas atividades do dia seguinte?

Se você é empreendedor ou autônomo, sei exata-


mente como é a sua vida. Sei exatamente como é ter
um dia atarefado. Às vezes, são tantas coisas para
se resolver ao mesmo tempo, que parece que vamos
enlouquecer. Às vezes, não sabemos qual será o
primeiro passo.
Bem, se você já passou por isso, sabe qual é a sensa-
Sim, mesmo com toda tecnologia disponível hoje, ção. É uma sensação nada agradável, não é mesmo?
ainda existem dias em que estamos abarrotados de Entramos numa corrida frenética. Ou ainda, reali-
tarefas a realizar. E acredito que a pior sensação que zamos movimentos rotineiros, sem propósito, sem
podemos ter, após realizar dezenas de tarefas no dia, conexão com os nossos sonhos!
é chegar ao final dele e nos sentirmos insatisfeitos.
Algo está errado... Outro ponto é quando realizamos atividades que
atendem à nossa necessidade de significado. De
acordo com as seis necessidades humanas de An-
thony Robbins, como também já vimos, todo ser
humano tem a necessidade de significado. Às
vezes, queremos realizar muitas atividades ao
mesmo tempo, apenas para nos sentirmos
importantes no final. No entanto, tomar esta
decisão baseada em nossa necessidade de
importância pode nos custar caro: estresse,
frustração, pressão demasiada são algumas
sensações causadas pelo excesso de com-
promissos.
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Emoções
Emoções determinam nosso comportamento.
Para não cairmos nesta armadilha, devemos bus- Nosso comportamento determina os resultados
car equilíbrio. Encher nossas agendas de compro- que obtemos em nossa vida. O gerenciamento
missos, de forma desequilibrada, afetará nossa emocional é uma habilidade que todos nós de-
saúde física e mental no longo prazo. O segredo é veríamos priorizar. Não importa o que fazemos
focarmos e priorizarmos atividades que estão rela- na vida, se não gerenciarmos nossas emoções,
cionadas aos nossos objetivos. perdemos o controle dela. Com isso, nossos
resultados serão afetados. Treinar nosso cé-
Muitas pessoas conseguem fama, sucesso, prestí- rebro para procurar melhores respostas, não
gio, conexão com outras pessoas, e mesmo assim, importando o que aconteça em nossa vida, é o
no final de tudo, elas ainda se sentem vazias. Como caminho para sairmos vitoriosos. As pessoas
isto é possível? A resposta é bem simples: É porque que não controlam as emoções, sofrem e estão
essas pessoas não souberam priorizar o que real- sempre em reação com o mundo.
mente era importante para elas. Elas não tinham
clareza de valores.

Alguém, de certo modo, introduziu na mente delas a Relacionamentos


ideia de que só seriam felizes quando alcançassem Nós, seres humanos, somos animais gregários.
o sucesso. Então, elas se tornam bem-sucedidas! O Somos incapazes de viver bem sozinhos. Preci-
curioso é que mesmo depois de conquistarem fama, samos de outras pessoas para nos relacionar-
sucesso e prestígio, ainda assim, a vida dessas pes- mos (há pessoas que preferem se relacionar
soas parece vazia. Logo, para evitarmos sentimen- com um cãozinho ou gatinho, no lugar de
tos negativos, devemos ter clareza de valores. gente!). Já percebeu que, quando algo magní-
fico acontece em nossa vida, a primeira reação
Uma das melhores formas para alinharmos nos- que temos é querer contar para as pessoas
sos objetivos com os valores pessoais é fazermos próximas a nós? Qual seria o motivo? Quando
uma lista do que realmente importa em nossa vida. fazemos isso, intensificamos nossa sensa-
Em seguida, devemos focar ção felicidade.
nas principais áreas de
nossa vida e dividi-las Ninguém vive bem sozinho. Por esse motivo,
em categorias. Essas devemos priorizar esta área da vida tão impac-
áreas merecem foco tante: amigos, colegas de trabalho, familiares e
e dedicação, de pessoas significantes em nossa vida.
maneira constan-
te, se você deseja
ter equilíbrio em Corpo Físico
sua vida. Vejamos Cuidar do nosso corpo é uma atividade essen-
quais são: cial. Todos nós deveríamos focalizar nessa área.
Fazer exercícios, ter boa alimentação, bom des-
canso, hidratar o corpo de maneira adequada
são ações primordiais para melhorarmos nossa
produtividade. Muitas pessoas dão atenção a
outras áreas e se esquecem de dar atenção ao
próprio corpo. Sem disposição física é pratica-
mente impossível sermos produtivos. A indis-
posição física contribui para que a pessoa adie
ações importantes, construtoras de sonhos.

Lopolo / Shutterstock.com

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Tempo/Produtividade
Produtividade é sinônimo de aproveitamento do
tempo. A maioria das pessoas perde tempo em
atividades improdutivas. Pessoas produtivas Finanças
sabem aproveitar o tempo, de maneira eficiente e Muitas pessoas vivem a pressão financeira. Essa
direcionada. Elas têm consciência de que o tempo pressão é causada, muitas vezes, pela falta de
é um fator insubstituível. Nada no mundo poderá planejamento financeiro, além de dívidas altas.
substituir o tempo perdido. Aqueles que sabem Devemos evitar gastar mais do que ganhamos,
aproveitar o tempo concretizam objetivos mais fa- se desejamos uma vida financeira mais tranquila
cilmente. Se quisermos melhorar nossa eficiência e equilibrada. Essa é uma lei básica!
em gerar resultados, temos que desenvolver uma
mentalidade produtiva. O dinheiro é um recurso que podemos usar para
alavancar nossos resultados e ainda contribuir
na vida das pessoas. Ele não é um fim, e sim, um
meio para tal.
Carreira/Missão
A maioria de nós passa a maior parte do tempo Um bom livro que recomendo, que aborda o as-
no trabalho. Eis uma mentalidade que poucos sunto dinheiro de forma muito definida, é o Pai
pensam a respeito: nossas carreiras, profissões Rico, Pai Pobre, de Robert Kiyosaki. Se você não
ou negócios são como missão de vida! Com essa leu esse livro, vale a pena a leitura.
mentalidade, somos capazes de proporcionar
mais impacto positivo na vida de outras pessoas.
A palavra missão nos gera mais entusiasmo, do
que simplesmente usarmos a palavra carreira. Afi- Também escrevi um artigo no meu site, em que
nal, aquilo que fazemos no dia a dia impactará a falo como economizar dinheiro em oito passos.
vida de outras pessoas. Se você é empreendedor, Caso deseje acessar o artigo, clique neste link:
com certeza, existem pessoas que serão impacta- http://focuslife.com.br/como-economizardinhei-
das pelas suas ações e decisões: clientes, funcio- ro-em-8-passos.
nários, fornecedores, etc.
Todas essas áreas de nossa vida merecem aten-
ção. Se procrastinarmos ao fazer exercícios fí-
sicos, por exemplo, pagamos o preço. Se não
Espiritualidade cuidarmos de nossas finanças com atenção, mais
Cada pessoa tem uma maneira de se conectar es- cedo ou mais tarde, sofreremos consequências
piritualmente. Algumas pessoas se conectam com negativas. Se não dermos atenção aos nossos re-
Deus. Outras se conectam com o Universo ou com lacionamentos, as pessoas que amamos sentirão
a natureza. O importante é nos conectarmos com o impacto de nossas inações.
a força Superior que acreditamos ter influência em
nossa vida. Dessa forma, vivemos em harmonia Portanto, é fundamental priorizarmos ações
com nós mesmos e com as outras pessoas. focadas na melhoria de cada área da vida. Des-
sa forma, evitamos movimentos desnecessários,
como emoções destrutivas, que atrapalham nosso
crescimento.

Na verdade, precisamos de objetivos específicos.


Quanto mais clareza tivermos em nossos objeti-
vos, mais chances teremos em alcançá-los.

CARVALHO, Luiz Felipe. Como parar de procrastinar: desenvol-


va uma Mentalidade mais produtiva.

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10a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de avaliação

2o dia
Semana de avaliação

3o dia
Semana de avaliação

4o dia
Semana de avaliação

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Be Goo / Shutterstock.com

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DINÂMICA PARA TRABALHAR O SOCIOEMOCIONAL

32

NOTA:
A Base Nacional
Comum Curricular
(BNCC) define um
conjunto de compe-
tências gerais, que
servem como um
guia para o apren-
dizado das crianças
e que devem ser
desenvolvidas de
forma integrada ao
currículo.

Trabalho e projeto de vida


O que: Valorizar e apropriar-se de conhecimentos e mos seres humanos que consigam compreender o
experiências. todo em vez das partes, saibam resolver conflitos,
tenham criatividade para se reinventar diante de
Para: Entender o mundo do trabalho e fazer escolhas crises e conseguir superá-las.
alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida com
liberdade, autonomia, criticidade e responsabilidade. FONTE, Paty. Competências socioemocionais na escola. Rio de
Janeiro: Wak, 2019.
Promover uma educação voltada para o desenvolvi-
mento das competências socioemocionais é formar-

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4. A matéria ocupa lugar no espaço. Então, analise a
Semana de avaliação seguinte situação que a ilustração ajuda a simplificar.

Unidade 1
• A matéria
• Propriedades da matéria a. Qual é o espaço ocupado pelo suco na primeira
• Transformações da matéria ilustração?
• Ciclo da matéria
• Mistura O suco está ocupando o espaço interno do copo.
• A água
• Água contaminada b. O que aconteceu quando acrescentamos os cubos
de gelo ao suco na terceira ilustração? Os cubos de
1. Sublinhe as frases verdadeiras. gelo ocupam o mesmo espaço que o suco ao mesmo
tempo?
As rochas são matérias que se encontram no
estado sólido. O suco está derramando do copo por causa dos

O suco que tomamos apresenta uma forma cubos de gelo. Os cubos de gelo não ocupam o
definida.
mesmo espaço que o suco ao mesmo tempo.
O ar que respiramos não apresenta uma forma
definida. 5. De acordo com o que foi estudado, explique o que
são reações químicas.
A fumaça, o ar e a madeira não ocupam uma
forma definida. São transformações irrever­síveis, ou seja, o material

2. Quais são os estados físicos da água? transformado não pode voltar a ser o que era.

 Sólido, líquido e gasoso.

3. Onde encontramos a água no estado...

a. sólido? 6. Complete as frases abaixo de acordo com as pro-


priedades da água.
 No gelo.
a. Quando a água não tem cor, ela é  incolor .
b. líquido?
b. Quando a água não tem cheiro, ela é  inodora .
 Em rios, lagos, mares e bicas, etc.
c. Quando a água não tem sabor, ela é  insípida .
c. gasoso?
7. Marque V, para as alternativas verdadeiras, e F,
 No ar, nas nuvens, no vapor. para as falsas.

V A água é o líquido mais precioso da Terra.

F A água ocupa apenas ¼ do planeta.

V 97,5 % dessa água é salgada.

F Os seres humanos podem sobreviver sem a água.

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O que vamos estudar:

• Biosfera: os seres vivos


e suas relações
• Reprodução dos animais
• A nutrição dos vegetais
e o processo da fotossíntese
• Plantas em extinção
• Relação das plantas com
o ambiente
• Dinâmica para trabalhar
o socioemocional

Competências específicas de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental

3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural,


social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exer-
citando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas)
com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.

4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da Ciência e de suas tecno-


logias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao
mundo do trabalho.

Base Nacional Comum Curricular – BNCC

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Conteúdos da unidade e a BNCC
Unidade 2
Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
Biosfera: os • Vida e evolução • Cadeias alimentares simples (EF04CI05) Descrever e destacar se-
seres vivos e • Micro-organismos melhanças e diferenças entre o ciclo
suas relações da matéria e o fluxo de energia entre os
componentes vivos e não vivos de um
ecossistema.

Reprodução NOTA: A BNCC não define o estudo da


dos animais Reprodução dos animais como compe-
tência a ser desenvolvida na disciplina de
Ciências do 4°ano – Ensino Fundamental,
porém consideramos ser este conteúdo
― –
de grande importância para a formação
estudantil, por isso as páginas a seguir
abordam esse objeto de conhecimento.

A nutrição dos • Vida e evolução • Cadeias alimentares simples (EF04CI04) Analisar e construir cadeias ali-
vegetais e o • Micro-organismos mentares simples, reconhecendo a posição
processo da ocupada pelos seres vivos nessas cadeias
fotossíntese e o papel do Sol como fonte primária de
energia na produção de alimentos.

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Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
Plantas em NOTA: A BNCC não define o estudo das
extinção Plantas em extinção como competência a
ser desenvolvida na disciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino Fundamental, porém
― ― consideramos ser este conteúdo de gran-
de importância para a formação estudan-
til, por isso as páginas a seguir abordam
esse objeto de conhecimento.

Relação das NOTA: A BNCC não define o estudo da


plantas com Relação das plantas com o ambiente
o ambiente como competência a ser desenvolvida na
disciplina de Ciências do 4°ano – Ensino
― ― Fundamental, porém consideramos ser
este conteúdo de grande importância
para a formação estudantil, por isso as
páginas a seguir abordam esse objeto de
conhecimento.
Dinâmica para NOTA: A Base Nacional Comum Curricular
trabalhar o so- (BNCC) define um conjunto de compe-
cioemocional tências gerais, que servem como um guia
― ― para o aprendizado das crianças e que
devem ser desenvolvidas de forma inte-
grada ao currículo.

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11a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Biosfera: os seres vivos e suas relações – Ciências: Biosfera: os seres vivos e suas relações –
página 34 página 35
Orientação didática: Orientação didática:
• Converse com as crianças e questione-as, por • Organize a turma em equipes com, no máximo, oito
exemplo, sobre qual a diferença entre um ser vivo e pessoas. Cada equipe deverá pesquisar sobre um
um elemento não vivo, como uma pessoa e um lápis. animal e sua classificação, criando uma pequena
Exemplo: “Do que uma pessoa precisa para viver?”; peça teatral para apresentá-lo aos colegas.
“Um lápis precisa de algo para viver?”. • Solicite aos alunos que digam a diferença entre ele-
• Solicite aos alunos que pesquisem e tragam para mentos bióticos e abióticos. Depois, peça-lhes que
a sala de aula figuras dos mais diversos tipos de exemplifiquem cada um. Verifique se os conceitos
planta, verificando sua origem. Monte, com as figuras e os exemplos estão corretos. Aproveite para sanar
pesquisadas, um álbum seriado e escreva a origem dúvidas.
de cada planta em relação à região e ao espaço.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Reservado para atividades de Língua Portuguesa Matemática e Geografia.
e Matemática.
4o dia
2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Matemática, História e Geografia
5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

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Dinâmica
Dominó Humano
Os alunos sentam em círculo. O professor dá o comando.

Cada um deve procurar no colega alguma característica


em comum que o una a você.

Em seguida, irá desafiá-lo a montarem um grande domi-


nó, fazendo com que cada aluno se una ao outro devido a
uma característica comum, não podendo esta ser repeti-
da por outro.

Ao iniciar, um dos alunos dirá, em voz alta, a frase:

Eu me uno a (diz o nome da pessoa)

Porque (cita a semelhança ou a diferença)

Me faz (diz o benefício que essa união trará à sua vida).

A dinâmica encerra-se quando todos estiverem unidos


um ao outro, pelas semelhanças ou pelas diferenças,
conforme o comando do professor.

Dicas para o fechamento

Foi fácil encontrar motivos para unir-se?

Que características você admira em uma pessoa?

Que sentimentos, em sua opinião, afastam as pessoas


umas das outras.

RABELO, Edigleide. Maneiras Criativas de Ensinar. Dinâmicas


de grupo e jogos cooperativos para Ensino Fundamental I e II.
Rio de Janeiro: Wak, 2012.
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Asier Romero / Shutterst

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34

(EF04CI05)
Descrever e destacar
semelhanças e dife-
renças entre o ciclo
da matéria e o fluxo
de energia entre os
componentes vivos
e não vivos de um
ecossistema.

Orientação didática

Leve os alunos ao pátio da escola ou, se possível, PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


às ruas próximas a ela. Solicite-lhes que façam uma MATERIAL DE APOIO COMO UM
pesquisa sobre todos os seres vivos que encontraram RECURSO VISUAL PARA A
e exponham, em cartazes, o que pesquisaram. MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

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35

(EF04CI05)
Descrever e destacar
semelhanças e dife-
renças entre o ciclo
da matéria e o fluxo
de energia entre os
componentes vivos
e não vivos de um
ecossistema.

Orientação didática
Solicite aos alunos que pesquisem e tragam para
a sala de aula figuras dos mais diversos tipos de
planta, verificando sua origem. Monte, com as figuras
pesquisadas, um álbum seriado e escreva a origem
de cada planta em relação à região e ao espaço.

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Fundamentação
Imagens: Goodluz / Depositphotos.com; Freepik.com

A importância de se avaliar a competência


de quem ensina
Primeiro, é importante avaliar o professor, pois seria contra-
ditório ao extremo avaliar e evitar ser avaliado. Tais contradições
são, porém, comuns em nossa vida concreta.
Por exemplo, não se pode contestar e impedir que nos contes-
tem, nem podemos querer inovar os outros sem que nós mesmos
nos inovemos. Os lógicos chamam a esta contradição de “con-
tradição performativa”, sugerindo que, com ela, desfazemos o que
propomos, por ser contraditório. Assim, um professor que foge de
ser avaliado não pode avaliar, porque nega para si o que pretende
fazer com os alunos. Hipocrisia grossa!
Quando questionamos os outros e impedimos que os ou-
tros nos questionem, não estamos propriamente molestando os
outros; estamos, mais propriamente, anulando nossa condição
de questionar.
É um bumerangue: volta contra a nossa própria cara. Segun-
do, fugindo da avaliação, o professor tenta ignorar — muito inu-
tilmente — que chegou a ser reconhecido como professor por-
que, entre outras coisas, foi sistematicamente avaliado durante
seu período formal de formação. Por isso mesmo não “elege-
mos” o professor em assembleia, por exemplo, pois valorizamos
nele a competência técnica própria, amealhada no processo de
estudo bem avaliado.
O professor não se reduz à competência técnica (há outras
muito decisivas, como competência emocional, política, pedagó-
gica), mas é referência fundamental. Um alfabetizador que, por
acaso, não soubesse alfabetizar, teria sido reconhecido como
professor sem devida avaliação, assim como um cirurgião que
não soubesse fazer cirurgia.
Na verdade, a autoridade reconhecida para avaliar advém, em
grande parte, de ter sido bem avaliada. Quando se convida um pa-
lestrante, esse convite está proximamente vinculado à avaliação
que se faz dele. Seria procedimento estranho e incorreto convidar
um palestrante sem avaliar se merece ser convidado.

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Observando os dados de rendimento escolar pro-
duzidos sistematicamente, por exemplo, pelo Saeb
(Inep/MEC), e que são muito amargos — sugerem
que a aprendizagem é péssima —, somos induzidos
Não se avalia para
fortemente a não só lamentar o baixíssimo desem-
penho dos alunos, mas principalmente a questionar
humilhar, excluir,
o desempenho dos professores. Quando quase 20%
dos alunos, estando já no 5o ano, não sabem ainda
maltratar, mas cuidar
quase nada, duas coisas vêm à cabeça: eles nunca tanto mais e melhor.
foram avaliados minimamente, e o professor não dá
conta da sua tarefa de alfabetização.
Por certo, a baixa aprendizagem não depende ape-
nas da escola ou do professor. Seria absurdo colocar
isso apenas nos ombros da comunidade escolar. Há
fatores externos poderosíssimos, como a pobreza
das famílias e das suas crianças, o neoliberalismo, as
políticas educacionais ineptas, o desvio de recursos
da educação, etc. Entretanto, se o aluno frequentar
os 200 dias de aula previstos desde 1997, não pode-
ria, mesmo sendo muito pobre, chegar ao 3o ano não
sabendo quase nada. Aí há um problema também com
os professores alfabetizadores. Isso precisa ser aberto
e sistematicamente avaliado, não encoberto.
Os dados produzidos pelo Saeb são, como todos
os dados, questionáveis. Eles não refletem direta-
mente a realidade, mas apenas um olhar interpretati-
vo limitado e contextualizado. Por isso, os dados do
Saeb são ilustrativos, não compulsórios.
Avaliar o professor é indispensável por uma ra-
zão muito maior: cuidar do professor. Não se avalia
para humilhar, excluir, maltratar, mas cuidar tanto
mais e melhor.
Compreende-se o medo da avaliação, porque
pode facilmente desandar em arma contra o profes-
sor. Todavia, se o objetivo é garantir a aprendizagem
dos alunos, a avaliação do professor insere-se nesse
mesmo objetivo.
É feita em favor, não em desfavor dele.

DELMO, Pedro. Revista abc educatio. Ano 7. n. 57. Julho /junho 2006.

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12a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Reprodução dos animais – páginas 36, 37 e 38 Ciências: Reprodução dos animais – página 39
Orientação didática: Orientação didática:
• Realize uma roda de conversa sobre a importância • Solicite aos alunos que pesquisem, em livros e re-
da reprodução dos animais e solicite que cada aluno vistas, informações sobre a reprodução dos cavalos-
fale uma frase sobre o assunto e vá registrando tudo -marinhos. Discuta, em uma roda de conversa, as
na lousa. impressões que essa intrigante forma de reprodução
• Proponha aos alunos que pesquisem, em livros e re- causou nos alunos.
vistas, informações sobre a reprodução dos animais
do interesse deles. Peça que os alunos compartilhem Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
sua pesquisa com seus colegas. A seguir, oriente-os Matemática e Geografia.
a escreverem um texto coletivo, em pequenas equi-
pes, com as informações obtidas sobre a reprodução 4o dia
dos animais.
• Organize a turma em dois grupos e promova um Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
debate a respeito do tema: Reprodução sexuada e Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
assexuada no reino dos animais. Para a realização
do debate, os alunos devem ser orientados a buscar 5o dia
mais dados sobre o assunto no próprio livro didático
e em outras fontes. Livre para atividades complementares da sua turma.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa


e Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

Sergiy Bykhunenko / Shutterstock.com

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Dinâmica

Espírito de equipe
Materiais: borracha; folha de papel sulfite de tamanho A4; lápis preto.

Colocando em prática:
• Entregue aos alunos uma folha de papel sulfite e peça que eles peguem um lápis
e se preparem: ao seu sinal, deverão anotar, de um lado da folha, todas as ativi-
dades nas quais se consideram bons. Podem ser tarefas cotidianas, escolares ou
outras em que acreditem realizar com tranquilidade e eficácia, como lavar a louça,
dar banho no cachorro, acordar cedo, pintar, escrever, fazer contas, fazer amigos,
jogar futebol ou vôlei.

• Estipule o prazo de cinco minutos para a realização da lista e explique às crianças


que, para agilizar o raciocínio, elas podem se lembrar de lugares que frequentam e
relacioná-los com as atividades. Depois que o tempo esgotar, solicite aos alunos que
parem, virem a folha e, com o prazo de mais cinco minutos, escrevam as coisas em
que acreditam que precisam melhorar, aquelas nas quais não são tão bons assim.

• Para finalizar essa etapa, entregue seis tiras de papel e peça aos alunos que es-
colham três coisas da lista com os itens em que acreditam ser bons e mais três da
outra relação.

• Solicite-lhes que escrevam cada item em uma tira de papel, sem se identificar.
As identidades das crianças devem ser protegidas para evitar que se sintam ex-
postas. Recolha as tiras. Divida a lousa em duas partes: “Sou bom em...” e “Pre-
ciso melhorar em...”.

Cole cada papel em seu respectivo lado da lousa.


Os alunos poderão perceber que, às vezes, na
mesma classe, há alunos que são bons em
uma determinada coisa e outros que precisam
melhorar exatamente na tarefa em que o
amigo é bom.

• O objetivo é fazê-los perceber e refletir


sobre habilidades e inabilidades de cada
um, e, ainda, que discutam sobre quem
om

é melhor, por exemplo, quem é bom em


k.c
oc

Língua Portuguesa e tem dificuldade em


rst
tte

Geografia ou quem é bom em Matemáti-


hu
/S

ca e tem dificuldade em Língua Portu-


om
l.c

guesa, para que percebam que todos


ixe
wp

têm qualidades e “defeitos”.


Ra

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36

NOTA:
A BNCC não define
o estudo da Repro-
dução dos animais
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4° ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
A reprodução é um aspecto fundamental de todos os seres
vivos. Sem ela, qualquer espécie se extinguiria com o passar
do tempo. Na natureza, identificamos dois tipos de reprodu- PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO
ção: sexuada e assexuada. MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
Solicite aos alunos que façam uma releitura do assunto estu- MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
dado e identifiquem problemas socioambientais que podem
interferir na reprodução natural das espécies. Peça-lhes que
estabeleçam relações entre as informações levantadas, bem
como elaborem propostas para a solução desses problemas.

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37

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Convide as crianças para construir um pequeno di-
cionário sobre alguns animais. Para isso, organize os
alunos em equipes. Cada uma delas deve relacionar
os animais que serão pesquisados. É interessante
pesquisar o hábitat, os hábitos alimentares, caracte-
rísticas físicas, forma de vida, reprodução, peculiari-
dades do animal.

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38

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
Sugestão de atividade
1. Você estudou sobre a reprodução e sua importância. A seguir, teremos seis afirmativas que podem estar cor-
retas ou erradas. Escreva C, para as frases corretas, e E, para as erradas.
Reprodução é uma característica exclusiva Se não houvesse reprodução, os seres vivos
E C
do ser humano. desapareceriam da Terra.
Os sistemas reprodutores masculino e feminino
E Na maioria dos casos, para que seja formado
são idênticos. C
um novo ser vivo, é necessária a união da célula
E O óvulo é a célula reprodutora masculina. reprodutora masculina com a feminina, ou seja,
A célula reprodutora feminina produzida pelo o espermatozoide com o óvulo.
E
ovário é o espermatozoide. Continua

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39

2. Explique, de acordo com o que foi estudado, como 3. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmativas
ocorre a fecundação. a seguir.
A maioria das espécies dos animais se reproduz
Durante
 o acasalamento, o espermatozoide e o óvulo F de forma assexuada.
se
 encontram, podendo ocorrer a fecundação.
 V Óvulos e espermatozoides são células reprodutivas.

 Fecundação é o encontro da célula reprodutiva mas-
V
 culina com a feminina por meio do acasalamento.
 O leão se desenvolve por meio da reprodução
F
 assexuada.

F Todos os animais nascem da mesma forma.


113

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Fundamentação

Que escola ensina melhor?


Como se aprende melhor, em clima de liberdade e chocou que a interdição fosse de um objeto querido
espontaneidade ou sob orientação firme de mestres do próprio diretor, o idealizador da liberdade. Não
e professores? Muito se fala, hoje em dia, aqui no eram as árvores frutíferas, não era o telefone nem
Brasil, sobre novos métodos de ensino. De Portugal os horários; o que ele queria intocado era algo seu.
nos vem a fama do método da Escola da Ponte. Na época, fiquei com a impressão de que, por isso,
Não conheço detalhes. Que pena! A pedagogia tratava-se de uma liberdade “para inglês ver”, como
Waldorf é adotada em várias unidades em São Paulo. se costuma falar aqui no Brasil, quando se quer algo
Outras escolas, com métodos experimentais, vêm só para mostrar.
sendo implantadas. Nessa mesma época, o sistema Waldorf, de Ru-
Lembro que, em 1969, já se falava de Summerhill. dolf Steiner, já existia na Europa. Era menos libertário;
Fui, pessoalmente, visitar essa revolucionária continha e contém, até hoje, sementes de ordem e
escola e cheguei a conhecer o seu mentor, A. S. Neill autoridade, razoavelmente distribuídas.
(ou Alexander Shutherland Neill), educador de orien- A distância entre esses métodos e os das escolas
tação reichiana, em referência ao psiquiatra e psi- comuns (normais) é enorme. Cada uma delas tem uma
canalista Wilhelm Reich. Crianças de todo o mundo, concepção própria de homem e de seu desenvolvimento.
filhos de pais dispostos a romper com os cânones Apesar de a ciência andar a passos largos, parece
tradicionais, sonhavam com Summerhill, e os pais que ela não convence os educadores.
que podiam mandavam seus filhos para lá. Era um Cada um, cada tribo, gera uma metodologia
internato, nos arredores de Londres. A liberdade na baseada nos mesmos conhecimentos científicos.
organização do currículo e no uso de Porém, como a ideologia é parte importante desse
todo o material escolar era a mais processo, cada um elabora técnicas diferentes. Cada
desejável para a ideologia passo da ciência pode representar uma inovação,
da época. O toque irônico dependendo de quem a toma pela mão.
vinha do próprio Neill: tudo Inovar significa caminhar em terrenos desco-
era liberado, menos o piano nhecidos. Não é de imediato que a gente cria uma
dele. Lembro, ainda, que me metodologia próxima à eficácia máxima. Os métodos

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experimentais mesmo. Tateiam. Tentam. Observam.
Avaliam. E repensam, se necessário for.
A liberdade de inovar parece que se apresenta, sem-
pre, com uns vazios a serem preenchidos. No caso de
escola “moderna”, trata-se de diminuir as frustrações e
dificuldades inerentes ao ensino e à aprendizagem.
Diminuir quanto e como é a questão central e de
difícil delimitação.
Não tem método indolor de praticar escrita cur-
siva, tabuada ou uma segunda língua. Todos têm um
lado chato. O resultado pode ser bom, mas um tanto
de sacrifício está embutido no processo.
Queria que as pedagogias da Ponte, de Sum-
merhill, de Waldorf e outras conseguissem que meus
netos fossem aprendizes mais felizes.
Que venham soluções!
Será que essas linhas metodológicas trocam
suas experiências ou se fecham em seus próprios
trajetos e suas próprias igrejinhas? Que inovadores
se reúnam, troquem ideias, saiam de suas igrejinhas
Imagens: Dean Drobot / Shutterstock.com; Freepik.com

e realizem muitos simpósios. Esta é a minha propos-


ta. Que não fiquem só na leitura dos livros. Conversar
é bom também.

MAUTNER, Anna Verônica. In. Revista Profissão Mestre. Ano 12,


n. 114. Curitiba: Humana Editorial, setembro 2011.

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13a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Reprodução dos animais – página 40 Ciências: Reprodução dos animais
Orientação didática: Orientação didática:
• Solicite aos alunos que pesquisem cinco exemplos • Monte brincadeiras como forma de fixação do assunto
de animais com períodos diferentes de gestação, e, estudado. Pode ser um bingo ou uma competição do
em seguida, organize-os em uma tabela, na lousa, tipo trilha, com muitos desafios a serem vencidos.
para que todos possam analisar a diversidade de
tempo, conforme as espécies. Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática e Geografia.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa
e Matemática. 4o dia
2o dia Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia 5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

imagerymajestic / Depositphotos.com

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Dinâmica

Aprender a escutar
O educador pergunta o que os educandos
estão ouvindo na sala, identificando a maioria dos
sons que chegam ao ambiente. Enquanto eles falam,
o educador anota algumas respostas na lousa. A partir
dessas anotações, informa que eles irão construir uma lista
de sons dos variados espaços. Todos passeiam pelos diver-
sos ambientes da instituição e anotam todos os tipos de som
que ouvirem. Cada um pega o seu caderno e um lápis e sai se-
guindo o educador. Para cada som que ouvirem, devem escrever
uma explicação do seu jeito. O educador passeia por lugares
diferentes e que possam ter sons os mais variados possíveis.
Ao retornarem à sala, solicita que cada um leia o que ano-
tou. Após as leituras, o educador avalia com a turma o que
essa atividade trouxe de aprendizagem. É interessante
dar valor à capacidade de escutar.

WENDELL, Ney. Praticando a gentileza em sala


de aula. Recife: Prazer de Ler, 2012.
.com rstock
SergiyN / Shutte
freepik.com

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40

NOTA:
A BNCC não define
o estudo da Repro-
dução dos animais
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4° ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Separe a turma em grupos e sorteie um animal para
cada grupo. Peça-lhes que pesquisem tudo a res-
peito daquele animal, enfatizando sua reprodução.
Depois, peça-lhes que cada grupo se apresente.
Aproveite para sanar dúvidas.

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Fundamentação
Professores ignorantes
Pior do que o educador que não sabe ler é aquele distinguir entre fatos e opiniões, captar o significado
que faz os outros acreditarem em intenções que o literal, as asserções diretas, as asserções paralelas,
autor não teve. as paráfrases… O domínio da linguagem pode ser
Durante muitos anos, o compositor português afetado pela rigidez de ideias, por carência de capaci-
Lopes-Graça (1906-1994) foi perseguido pela po- dade discriminativa. Ser letrado não significa apenas
lícia política, por ser homem de escrever verdades. saber ler e escrever, mas ser funcionalmente letrado.
Numa das suas polêmicas intervenções, travou- As nossas escolas dispõem de excelentes pro-
-se de razões com um tal Coelho, músico protegido fissionais, mas albergam, também, docentes cuja
pela Ditadura de Salazar (1932-1968). Publicou um literacia nos deve inquietar. Enquanto professor de
opúsculo de tal modo que chegou aos leitores sem universidade, eu tive a ingrata surpresa de verificar
ficar exposto aos cortes do “lápis azul”. E foi um êxi- que muitos alunos, que pretendiam ser professores
to editorial, até o momento em que a polícia política (e que, hoje, o são) eram incapazes de alinhavar uma
invadiu as instalações da editora e apreendeu o que ideia, de redigir um parágrafo sem erros ortográficos,
restava dos exemplares. de interpretar um texto de complexidade maior.
Como era uso nessa época de privação das liberda- De que serve ocultar a realidade? Ter um canudo
des, o título do livro teria de despistar os meirinhos da não faz de um licenciado uma pessoa culta. É pre-
censura. Na capa, estava escrito “A caça aos Coelhos”. ciso admitir uma dolorosa realidade: num país de
E foram milhares os caçadores que o compraram… “doutores”, nem só entre o povo simples a ignorância
Em Portugal, jornais publicaram rankings de prospera… também há professores ignorantes.
escolas, na cretina atitude de pretender comparar
escolas com diferentes características. Publiquei PACHECO, José. Revista Educação. Ano 10, n. 116. São Paulo:
um artigo, denunciando tal farsa. Recebi de muitos Segmento

professores cartas de elogio e incentivo.


Fiz publicar o mesmo artigo no jornal da minha
terra, como gesto de solidariedade para com uma
escola que conheço e que estava nos últimos lugares
do ranking. Decorridos alguns dias, professores des-
sa escola nem sequer um bom-dia me davam.
Estranhei. Semanas depois, compreendi: a dire-
toria dizia que eu tinha publicado um artigo atacando
a sua escola. Eles leram o que não estava escrito,
movendo-me um autêntico processo de intenções.
Há professores que não leem. Outros leem e não
entendem o que leem. E bem pior são os que utilizam
o que não se entende como arma de arremesso, fa-
zendo crer a outros intenções que o autor não teve.
Uma sociedade de “grau zero de literacia” (não é
só no Brasil que o analfabetismo funcional prospera)
é terreno fértil para que indivíduos sem escrúpulos se
recusem a discutir a realidade, a partir de outro ponto
de vista que não seja o seu.
Ler é diferente de compreender, pressupõe o
domínio de vocabulário, estrutura sintática, conteú-
do. A atitude do leitor e os seus preconceitos, ou seu
interesse relativamente ao texto lido, influenciam
a interpretação. Ser leitor pressupõe ser capaz de
pch.vector / Freepik.com
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14a Semana - Grade semanal

1o dia 2o dia
Ciências: A nutrição dos vegetais e o processo da Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
fotossíntese – página 41 Matemática, História e Geografia
Orientação didática:
• Pesquise e trabalhe com as crianças diversas no- 3o dia
tícias e reportagens sobre a nutrição dos vegetais.
Mostre o processo da fotossíntese e a sua função. Ciências: A nutrição dos vegetais e o processo da
fotossíntese – página 42
Reservado para atividades de Língua Portuguesa Orientação didática:
e Matemática. • Solicite que os alunos tragam de casa várias folhas
de tipos diferentes. Depois, registrem, no caderno,
semelhanças e diferenças entre elas. Coloque folhas
em um vidro com álcool para que os alunos perce-
bam a presença da clorofila na maioria das plantas.
• Para comprovar que as plantas liberam oxigênio,
exponha uma planta de aquário à luz do sol e peça
aos alunos que observem a formação de bolhas de
oxigênio nas suas folhas, as quais foram produzidas
na fotossíntese.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.
Fotos: Jenn Huls, tanatat / Shutterstock.com

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Dinâmica
Balão do desejo
Finalidade: levantar as expectativas por meio do simbólico.
Materiais: papel, caneta e balão.

Descrição:
Petrenko Andriy / Shutterstock.com

Distribui-se, entre os participantes, um balão (cada um


deve escolher a cor que quiser), três tiras pequenas de
papel e uma caneta.

Pede-se que todos escrevam nas tiras de papel as pergun-


tas: Qual o seu objetivo neste ano?, O que você espera do
ano que está iniciando?, O que você está disposto a nos dar?

Pede-se que cada um responda a essas perguntas.

Cada um escreve o nome em cada tira, depois


de responder às perguntas, e as enrola bem fino.

Coloca-se, então, as três tiras dentro do balão,


enche-o e amarra-o.

Todos ficam em pé e jogam os balões para o alto, sem


deixá-los cair por um minuto.

Depois, cada um pega um balão qualquer, desde que


não seja o seu. Estoura-o e fica com as tiras que estão
dentro dele.

Em círculo, sentados, cada um começa a ler as perguntas


e respostas que tem.

Comentário:
Essa técnica serve para o autoconhecimento; para que todas as pessoas de um grupo se expressem; para o grupo
levantar suas expectativas; e para delimitar as possibilidades e os limites do grupo e da atividade proposta.

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41

BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupada
pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

Orientação didática

Realize uma visita a uma sementeira para observar os produtos


utilizados na nutrição das plantas. Converse com os alunos a PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO
MATERIAL DE APOIO COMO UM
respeito das necessidades vitais que as plantas ou os vegetais RECURSO VISUAL PARA A
têm. Oriente-os a cuidar das plantinhas colocando água e dei- MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
xando que elas recebam ar e luz.

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42

BNCC
(EF04CI04)
Analisar e construir
cadeias alimentares
simples, reconhecen-
do a posição ocupada
pelos seres vivos
nessas cadeias e o
papel do Sol como
fonte primária de
energia na produção
de alimentos.

Sugestão de atividade
1. Marque, com um x, os elementos envolvidos na fotossíntese.

x Água Fogo

x Luz do sol x Gás carbônico

Chuva Pólen

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Fundamentação

Bullying:
agressividade entre estudantes
Enquanto a sociedade tenta recuperar-se do cho- são física é comumente utilizada como forma
que de seguidas notícias de envolvimento de jovens de solucionar conflitos.
de classe média e alta em brigas e agressões graves Já as vítimas são, em geral, pessoas tímidas,
nas portas de boates e em festas nas madrugadas, sem muitos amigos, introvertidas e pouco sociá-
variadas especulações são feitas sobre o que estaria veis, com baixa capacidade, portanto, de reação
causando tal conduta. a esse tipo de situação. São geralmente inse-
Seriam os jovens da atual geração “piores” guras, têm baixa autoestima e pouca esperan-
do que os das gerações passadas? Estariam eles ça de conseguir ajuda por parte dos respon-
sendo mal orientados por suas famílias? A causa sáveis. Costumam ainda ter dificuldades de
poderia ser, talvez, o grande número de famílias se integrar aos grupos de colegas.
desestruturadas? Ou a ausência de ambos os pais, O fato de, muitas vezes, o bullying pas-
com cargas de trabalho cada vez maiores? Seria, sar despercebido na escola, só reforça a baixa
por outro lado, influência da sociedade de consumo, autoestima e a convicção de menos valia das
da mídia, dos filmes e dos jogos violentos? Ou isso vítimas. Algumas tendem a aceitar as agressões
tudo em conjunto? Seria uma forma de resposta à como se as merecessem. O fenômeno tende a levar
violência da sociedade? à queda no desempenho escolar, à simulação de
Em que pese que todo fenômeno social raramen- doenças, a um ainda maior isolamento e até ao aban-
te tem apenas uma causa, parece-me que, antes de dono dos estudos. Pode, também, gerar ansiedade
se achar o(s) culpado(s), mais oportuno seria discutir grave, depressão e até suicídio.
a ligação entre tais atitudes antissociais e o fenôme- A vítima pode passar a agressor em algumas si-
no do comportamento agressivo entre estudantes, tuações, em que encontre, por exemplo, colegas que
conhecido internacionalmente como bullying. considere mais fracos ou com menor possibilidade
O bullying compreende todo o tipo de agressão, de defesa.
intencional, repetida e sem motivo aparente, que um Existem ainda alunos que nem agridem nem são
grupo de alunos adota contra um ou vários colegas, agredidos — são os expectadores, as testemunhas
em situação desigual de poder, causando intimi- das agressões. Em geral, não tomam partido por medo
dação, medo e danos à vítima. Pode apresentar-se de serem agredidas no futuro, ou porque não sabem
sob várias formas, desde uma simples “gozação” como agir nessas situações. Também os expectado-
ou apelidos (sempre depreciativos), passando por res do bullying podem ficar intimidados e inseguros,
exclusão do grupo, isolamento, assédio e humilha- a ponto de apresentarem queda no rendimento escolar
ções, até agressões físicas, como chutes, empur- ou ficarem com medo de ir à escola.
rões e pancadas. Pode incluir, também, roubo ou O bullying é mais frequente entre me-
destruição de objetos pessoais. ninos; entre as meninas assume
Em geral, os agressores costumam ser pessoas
com pequeno grau de empatia, oriundos de famí-
lias desestruturadas, que não trabalham adequa-
damente a questão dos limites, nas quais não há
bom relacionamento afetivo, ou em que a agres-

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A intervenção dos adultos e a
atenção ao problema devem ser
estimuladas em todos os níveis.
forma diferente: em geral, a exclusão ou a maledicência
são as armas mais comuns.
A longo prazo, o bullying — se não combatido de forma
eficaz — pode levar à sensação de impunidade e, consequen-
temente, no futuro, a atitudes antissociais, dificuldades no rela-
cionamento afetivo, delinquência ou atos criminosos. Pode, tam-
bém, levar a atitudes agressivas no trabalho ou à violência familiar
— como as que têm acontecido atualmente nas portas de boates e
festas, ou, há poucos anos, na cidade de Columbine, nos EUA, e ou-
tras noticiadas recentemente, em várias partes do mundo e no Brasil,
nas quais estudantes armados, aparentemente sem causa específi-
ca, entram na escola atirando a esmo, matando ou ferindo colegas,
professores e outras pessoas, sem um alvo definido. É o ato final
de revolta, a tentativa de se inverter uma situação de alto sofri-
mento, a qual não mais conseguem tolerar.
É importante esclarecer que casos de agressões, chacotas
e perseguições contra um ou mais alunos não é um fenô-
meno novo, embora atualmente venha assumindo caracte-
rísticas mais violentas, dada a facilidade de aquisição de
armas e o exemplo que adolescentes e jovens recebem
com frequência da mídia em geral.
Para os educadores, tanto na família quanto nas
escolas, o que realmente importa não é criar um clima de
apocalipse, muito menos de desesperança. Ao contrário,
quanto mais se estuda o assunto, mais claro fica que de-
vemos agir de forma segura e assertiva. A intervenção dos
adultos e a atenção ao problema devem ser estimuladas
em todos os níveis.

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15a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de revisão.

2o dia
Semana de revisão.

3o dia
Semana de revisão.

4o dia
Semana de revisão.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Samuel-Borges-Photography / Shutterstock.com

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Dinâmica
Bate, Rebate e Abraça!
O professor abordará a temática de que todos nós,
diante de uma ação de outrem, geralmente reagimos
da mesma forma, muitas vezes, fazendo ou dizendo
coisas que não fazem parte dos nossos princípios.
Desafiá-los a parar diante de agressões verbais e
até mesmo físicas, mantendo-se, em essência, o que
são e rebatendo com ações que venham a se diferen-
ciar com o que recebem.
Ao colocar a música, o professor dará os comandos:

Possibilitar reflexões:
Formar duplas e escolher qual aluno irá começar.
• No nosso dia a dia, é comum rebatermos atitudes
que nos desagradam com o que consideramos certo
ou por impulso?
Em cada dupla, com as mãos abertas, batem
com as palmas das mãos, umas nas outras, • Que consequências isso pode trazer para nossas
e o primeiro aluno dirá o nome do sentimento vidas e para a vida de pessoas próximas?
que ele tem a oferecer.
• Agindo impulsivamente, contribuímos para um am-
biente pacífico ou de discussão?

Agora com as palmas das mãos voltadas para • Qual é a sensação de oferecer e retribuir sentimen-
si batem umas nas outras, e o aluno comparti- tos bons?
lhará o seu sentimento e os dois abraçam-se,
dizendo ESPALHA. • É possível fazer isso?

• Quais benefícios isso trará para nossa vida?


Todos continuarão distribuindo sentimentos RABELO, Edigleide. Maneiras Criativas de Ensinar. Dinâmicas
positivos para os outros colegas, obedecendo de grupo e jogos cooperativos para Ensino Fundamental I e II.
aos mesmos comandos. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
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4. Relacione os animais de acordo com a sua
Semana de revisão classificação.

1 Vivíparos
Unidade 2
• Biosfera: os seres vivos e suas relações 2 Ovíparos
• Reprodução dos animais
• A nutrição dos vegetais e o processo da fotossíntese 3 Ovovivíparos

1. Escreva, com suas palavras, o que você


compreende por: Resposta pessoal Espécies que se desenvolvem num ovo
3
dentro do corpo da mãe.
Indivíduo
2 Desenvolvem-se fora do corpo da mãe.

Animais que se desenvolvem dentro do


1
corpo da mãe.
População
5. Encontre, no diagrama, a resposta às seguintes
perguntas.

Comunidade
C L O R O F I L A D Q C
V S E S T Ô M A T O S O
Q W E R U G Y I T U O R
B R T Y V M Q D A V N R
2. Comente a seguinte afirmativa. G Á S * O X I G Ê N I O
C V E R T B N Z J U P S
Uma comunidade pode abrigar F O T O S S Í N T E S E
diferentes populações! Q E W S R Y U J U I Ç V
Resposta pessoal, mas o aluno deve perce- D F G L I C O S E D R A
ber que as comunidades são formadas pelo
conjunto de todas as populações que vivem
naquele ambiente. a. Qual é o gás produzido durante a fotossíntese?
O gás oxigênio

3. Desenhe, no espaço abaixo, as células reprodutivas b. Qual é o nome do processo de produção de ali-
masculina e feminina e escreva o nome de cada uma. mento das plantas?
Fotossíntese

c. Que pigmento dá cor verde aos vegetais?


Clorofila

d. Qual é a fonte de energia das plantas?


Glicose

e. Como se chamam as pequenas aberturas que eli-


Espermatozoide óvulo minam vapor de água na transpiração?
Estômatos

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Fundamentação

Teu tempo não é dinheiro, é vida


A vida está tão corrida que não temos tempo nem mesmo para apren-
der a poupá-lo. Antes de mais nada, saber gerenciar o tempo é conseguir
diferenciar o que é importante do que é emergencial. Para fazer esse bem
tão precioso render, fique atento às seguintes dicas:
Freepik.com

• Planeje seu dia. Planos são corrimões que o guiam por meio das dis-
trações do dia e o mantêm no curso. Planeje, logo no começo, o que fará
durante o dia, avalie o progresso durante intervalos regulares e meça os
resultados no final.

• Programe suas tarefas. Os trabalhos da lista “para fazer” mostram ape-


nas sua intenção em lidar com elas, mas programar tarefas importantes
revela um compromisso para terminá-las. Empenhe-se nas atividades de
sua prioridade e mantenha suas obrigações.

• Organize sua área de trabalho. Um local de trabalho bem organizado não


é sinal de uma mente doentia, e sim organizada. As pessoas são mais
produtivas no trabalho quando tudo está arranjado de maneira ordeira e de
fácil acesso.

• Mantenha seus arquivos em ordem. Quanto mais papelada se tem, mais


difícil encontrar qualquer coisa. Não mantenha cópias de documentos que
podem ser encontrados em outro lugar. Arquive temporariamente, mar-
cando um “jogar fora no dia...” nos papéis que você poderá necessitar no
futuro. Na dúvida, guarde-os em local separado. Faça uma “limpeza” em
seu material regularmente.

• Não se apresse. Os erros ocorrem mais frequentemente quando um tra-


balho é feito com pressa. Se você não puder terminar tudo, eleja priorida-
des e finalize as tarefas mais importantes.

• Na dúvida, pergunte. Comunicação inadequada é um verdadeiro “ralo” por


onde o tempo escoa. Tenha orgulho de um trabalho bem-feito e não da ca-
pacidade de adivinhar o que é requerido. Perguntar é bem mais rápido que
tentar remendar.

• Ponha no papel. Nós todos precisamos de ajuda (lembretes) para impedir


que uma enxurrada de tarefas essenciais morra por negligência.

Revista Profissão Mestre. ano 10. n. 110. Curitiba: Humana Editorial, novembro, 2008.

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16a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Plantas em extinção – página 43 Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Orientação didática: Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
• Realize uma pesquisa e faça uma lista das plantas
ameaçadas de extinção da flora brasileira. Anote 5o dia
suas descobertas e socialize-as.
• Pergunte aos alunos se, das plantas pesquisadas, Livre para atividades complementares da sua turma.
há alguma que seja conhecida deles; se já a viram
em algum jardim ou canteiro de alguma praça.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa


e Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: Plantas em extinção
Orientação didática:
• Amplie a atividade da página 43 do livro do aluno,
como forma de fixação do conteúdo estudado. Orien-
te a turma a organizar uma exposição das ilustrações
produzidas, diga-lhes que coloquem legendas. Deixe
o trabalho exposto na sala de aula e convide toda a
turma a observar os detalhes de cada produção.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

Kues / Shutterstock.com

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Dinâmica

Ações de cuidado
A turma é dividida em duplas, sendo sepa-
rada em número 1 e 2. O educador explica que o
número 1 é o cuidador e o número 2 é o necessitado.
As duplas andarão pela sala, e, quando ele der o sinal,
o número 1 vai realizar algumas ações para ajudar o
número 2. Serão três ações de faz de conta. O educa-
dor esclarece que a primeira é o número 1 segurar o 2
e colocá-lo lentamente no chão, com ele desmaiando
aos pouquinhos e sentando. Pede que andem juntos
pela sala e dá o sinal para o 1 realizar a ação. Depois,
volta a andar de novo e repete mais uma vez a mesma
ação. Agora, explica que haverá outra ação em que
2 deita no chão e 1 vai telefonar para alguém na
emergência e dizer que o colega não está bem.
Inventa a doença que está acometendo o outro
(dor de cabeça, febre alta, etc.). Andam e, ao
sinal, realizam a ação. Repetem mais uma vez.
Por último, o educador fala que a terceira ação
é o 1 pegar nas mãos do 2 e ir levando-o para
frente e falando palavras de incentivo, como:
“Você consegue, vamos!”, “Tenha coragem!”,
“Você é capaz!”. Enquanto isso, o 2 anda bem
pesado e triste. Fazem, então, a ação e repe-
tem uma vez. Após esta última, o educador
inverte as duplas e novamente faz o exercício
completo, possibilitando que um viva o lado
do cuidador e o outro, do necessitado. No final,
pergunta como eles se sentiram fazendo os dois
tipos de personagem e o que foi mais difícil ou
fácil, valorizando o lado solidário da atividade.

WENDELL, Ney. Praticando a gentileza em sala de aula.


Recife: Prazer de Ler, 2015.
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43

NOTA:
A BNCC não define o
estudo das Plantas
em extinção como
competência a ser
desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Sugestão de atividade
1. Cada espécie de planta se desenvolve em ambien- 2. Realize uma pesquisa em casa e faça uma lista de
tes diferentes. De acordo com as imagens, identifique produtos de origem vegetal que você utiliza em seu
em que local elas estão se desenvolvendo. dia a dia. Organize sua lista na tabela a seguir.

Produtos Resposta pessoal


Alimentação
Medicamento
No muro de Artesanato
Na terra. Na água.
uma casa. Indústria
Fotos: majeczka, tkroot / Shutterstock.com; smuayc / Depositphotos.com

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Fundamentação
Jogo do amarradão
Contrato didático: a relação entre aluno, profes- ma obrigação. Melhor dizendo, é um trato com uma
sor e conteúdo. (ou mais) condição implícita. Mas, em se tratando
Qual professora não combinou, algum dia, algo do trato educacional, esse contrato tem sentido bem
com seus alunos, explicando o que poderiam fazer e mais amplo, porque estamos falando de aprendizagem
o que não poderiam fazer? Desse trato acordado, nas- e temos de entender que o contrato estabelecido com
ce um conjunto de regras da classe pelas quais fica os nossos alunos deve ser didático, e não pedagógico.
estipulado o que é permitido fazer e as sanções para Então, qual seria essa diferença?
quem desrespeitar o que foi combinado. Então, como Em seu livro Didática da Matemática, Luiz Carlos
é de praxe, escreve-se um tipo de documento assi- Pais entende que o contrato didático está associado
nado por todos os alunos que concordam com ele. ao conceito de contrato social de Rousseau e ao con-
Mas, quando o último aluno acabou de assinar o tal trato pedagógico das ideias de Filloux, que o coloca
documento, o primeiro que assinou já está transgre- como relação de poder. Segundo este último autor,
dindo alguma regra, e a professora, na maior tranquili- quando estabelecemos um contrato pedagógico com
dade, conversa com o aluno e com os demais sobre o os nossos alunos, estabelecemos uma relação de
respeito às regras, que deveriam ser respeitadas, pois poder na qual a vontade e o saber do professor pre-
eles mesmos combinaram e, portanto, contrataram. valecem, e, para o aluno ser bem avaliado, ele deve
Comigo também acontecia a mesma coisa quando
eu era professora das séries iniciais do Ensino
Fundamental. Os meus alunos sempre que-
bravam os acordos que estabelecíamos.
Mas por que esses combinados contrata-
dos sempre são quebrados?
A palavra contrato tem sua origem no
Direito tradicional e significa um acor-
do entre duas ou mais pessoas
que transferem entre si algum
direito ou se sujeitam a algu-

Imagens: FoxyImage / Shuttestock.com; Freepik.com

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aceitar as regras determinadas pelo professor. Sendo no seu tempo. O professor assume, nesse caso, o
assim, além das relações de poder, também existe o papel de facilitador do processo de aprendizagem do
fazer, isto é, o aluno não pode falar enquanto o colega aluno, que será favorecido pela capacidade do pro-
está falando; ele tem de fazer sempre a lição; tem de fessor de compreendê-lo. Por último, se o professor
estudar tabuada; tem de respeitar o colega. É o famo- estabelece um contrato com a classe, caracteriza-se
so “temos e devemos”. Esse tipo de contrato baseia- a interação entre aluno e conteúdo. Esse contrato
-se mais em regras, no poder, do que no processo de tem como perspectiva de aprendizagem a construção
aprendizagem, no saber. do conhecimento, e o aluno irá se relacionar com o
Já no contrato didático, as regras não estão explici- conhecimento mediado pelo professor, pois o papel
tadas porque elas se referem às relações com o saber, dele é ensinar, planejar, gerenciar e avaliar situações
com o aprender, isto é, à concepção de aprendizagem de aprendizagem. Essas regras não estão explicita-
que está implícita na triangulação professor, aluno e das em um acordo combinado que todos os alunos
conteúdo, que caracteriza o tipo de contrato didático assinam, assumindo um compromisso. Esta seria,
que o professor estabelecerá com seus alunos. então, a diferença.
Guy Brousseau distingue três tipos de contrato Podemos perceber o tipo de contrato didáti-
didático. Se o ensino é centrado no conteúdo, o con- co que um professor estabelece com sua classe
trato que o professor está estabelecendo com a sua quando há o rompimento do contrato por parte dos
classe baseia-se em uma perspectiva tradicional de alunos, conhecido como indisciplina. Como sabe-
ensino, pela qual ele detém o conhecimento e seus mos, hoje não é mais o tempo de professores
alunos terão de reproduzir todo o saber transmitido.
Se o contrato didático estabelecido com a classe é
centrado no aluno, por trás dele existe uma concep-
ção humanista de aprendizagem, pela qual o aluno
é responsável por sua aprendizagem, que acontece

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autoritários, que tentam controlar seus alunos com Não podemos esquecer que o que vincula
base em prêmios, notas, ou punições ou dando au- o professor ao aluno é o processo de aprendiza-
las excessivamente expositivas, sem relacionar, em gem, e, por isso, uma das intervenções do con-
nenhum momento, o tema com a realidade deles. trato didático é justamente no plano de trabalho
A forma como os alunos demonstram sua insatis- do professor. Não se pode pensar o processo de
fação é rompendo o contrato “assinado”, ou seja, aprendizagem dos alunos sem pensar em plane-
a indisciplina pedagógica. jar aulas, que é uma atribuição fundamental do
Por isso, quando o professor estabelece com a trabalho docente e que o professor deve ter cla-
classe um contrato didático de forma a favorecer a reza dos objetivos a serem alcançados por meio
aprendizagem significativa, ele está criando um es- de atividades que favoreçam a aprendizagem,
paço de diálogo e possibilitando ao aluno falar sobre definindo o tempo e o material a serem utilizados
suas hipóteses, pensar nas estratégias que formulará e se preparando para as possíveis dificuldades
para resolver problemas, ouvir e ser ouvido; cria-se um a serem enfrentadas durante o processo.
ambiente de confiança e respeito mútuo, e o aluno de- Como podemos perceber, ao falarmos de
senvolve um sentimento de pertencimento ao grupo. contrato didático, estamos ampliando a visão do
Dessa forma, para o aluno, será propiciada sua intera- sistema de ensino-aprendizagem. Falar de contrato
ção com os outros alunos, viabilizando sua aprendiza- didático é falar das relações que permeiam o trabalho
gem, e, para o professor, esse contrato possibilitará a docente, e o papel do professor é justamente favorecer
organização do processo pedagógico da classe. esse processo de forma que os alunos aprendam. Cer-
tamente, o contrato didático não exclui o pedagógico,
mas este ficará mais fácil de ser articulado na sala de
aula com os alunos aprendendo de forma significativa.

CARVALHO, Mercedes. Páginas abertas. Ano 28, nº 24, 2003.

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17a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Relação das plantas com o ambiente – Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
página 44 Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Orientação didática:
• Divida a turma em grupos e peça que exponham, 5o dia
por meio de desenhos, lugares onde os vegetais são
plantados. Livre para atividades complementares da sua turma.
• Teça comentários sobre alguns vegetais do deser-
to, como se relacionam com o ambiente e acumu-
lam água. Peça aos alunos que pesquisem algumas
espécies, anotem todas as informações, escrevam
em seu caderno e socializem em forma de cartaz
o resultado da pesquisa.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa


e Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: Relação das plantas com o ambiente –
página 45
Orientação didática:
• Plante, com os alunos, algumas mudas de plantas
e deixe-as num canto da sala de aula para observarem
alguma alteração nelas. Depois, peça que anotem numa
ficha e deixe fixada no mural para atualização diária.
• Deixe os alunos livres para ilustrarem as partes
das plantas.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

ilona75 / Depositphotos.com

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Dinâmica
Sentimentos bons para o corpo
O educador solicita que os educandos fiquem em
pé e escolham um ponto na sala, todos tentando
se manter espalhados pelo espaço. Ele explica que
cada um vai fazer de conta que a mão direita tem
uma tinta imaginária. Guia-os para identificar que
cor tem essa tinta e qual sentimento bom essa cor
passa para os outros. Solicita que todos façam de
conta que a mão é um pincel e que tem uma cor
que trará um sentimento bom (a escolha da cor é
livre). Explica que, quando der o sinal, todos deve-
rão pintar o próprio corpo com a mão direita lenta-
mente, imaginando que esse sentimento passa por
todas as células. O educador demonstra que a mão
deverá percorrer o corpo inteiro, e eles devem usar
a imaginação para ver o corpo sendo pintado.
Durante a pintura de faz de conta, todos devem
inspirar e expirar, assoprando o ar, mantendo-se
concentrados. No momento em que forem pintar,
o educador coloca uma música calma. Depois,
pede que escolham uma cor para a mão esquerda
e um sentimento bom. Fazem a mesma coisa, pin-
tando calmamente, mas agora com a mão esquer-
da. Ao final, pergunta como eles se sentiram e a
importância de dar sentimentos bons para o corpo.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula.


Recife: Prazer de Ler, 2013.

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44

NOTA:
A BNCC não define
o estudo da Relação
das plantas com
o ambiente como
competência a ser
desenvolvida na dis-
ciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam este objeto
de conhecimento.

Sugestão de atividade
1. Sua família cultiva algum tipo de vegetal em casa? Qual? Escreva as características desse vegetal e, se neces-
sário, faça desenhos ou cole fotos para representá-lo.

Resposta pessoal

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45

Orientação didática

Com uma simples experiência, seus alunos


compreenderão necessidades básicas das 1o pote 2o pote 3o pote
plantas. Leve para a sala três plantinhas em
“Sem água, “Sem luz, “Com água
potes de margarina com terra. Cole, em cada
com luz”. com água”. e com luz”.
um deles, as seguintes placas:

Cubra o 2o pote com saco plástico escuro e mostre aos alunos que regou apenas o 2o e o 3o potes. Na próxima
aula, permita que eles mesmos cheguem às próprias conclusões e registrem, no caderno, suas descobertas.

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Fundamentação
Como posso ser feliz sendo professor?
O título deste artigo não é meu. espiritual, uma nova sabedoria fundada
É de inúmeros colegas professores no amor como um dos elementos
que frequentemente manifestam atra- capaz de reconciliar o presente
vés de suas angústias uma falta de e ampliar o horizonte e seu
entendimento do conceito de felici- pensamento.
dade. Assim, refletindo e pesqui- Então pulamos para o
sando sobre o tema, proponho futuro e imaginamos que tro-
algumas reflexões sobre o con- cando de carro, casa, profis-
ceito – e também a prática. são, escola, parceiro(a) tudo
É possível aprender a ser bem vai ficar melhor. Em verda-
sucedido e feliz. Fortemente em- de, transportamos nossas
basado no pensamento humanista, preocupações e infelicidades
estipulo uma trajetória pelo presente, conosco, e as coisas não se tor-
mas também pelo passado e pelas pos- nam melhores porque se trocou um
sibilidades do futuro, visto que as questões aqui Audi por uma Mercedes.
abordadas são antigas e intrigantes: À força de viver no passado ou no futuro,
• O que é ter uma vida de sucesso? perde-se de viver o único momento real, ou seja, o
• Como aprender a viver? presente. Quando e onde podemos nos realizar atra-
• Qual o sentido da vida? vés da paixão, da qualidade e do comprometimento
Grandes pensadores de diferen- com o que fazemos.
tes escolas filosóficas ao longo dos Os medos se enraízam no passado e no futuro.
tempos indicam caminhos aos que Sábio é quem consegue num mesmo movimento viver
se aventurarem a afrontar as mes- no presente e viver com serenidade. No presente ele
mas interrogações. Mas cabe uma se desvencilha dos medos que habitam essas duas di-
observação em relação ao modo mensões irreais do tempo, que é o passado e o futuro.
de vida grego antigo. O que parece Para viver bem, é preciso superar os medos e
interessante nos gregos é que ideia isso se chama sabedoria.
que define o que é a “vida boa” em
oposição ao sucesso social, em que
o objetivo da filosofia é o de ajudar “A coisa mais fácil do mundo é encontrar
os humanos a superar os medos. diferenças. Difícil é harmonizá-las.” Palavras
tobkatrina / Shutterstock.com

Onde: “filo” mais “sofia” é “amar a do Dalai Lama, de quem também acrescento
sabedoria”, a procura da serenida- mais duas assertivas para concluir:
de está no sentido de ser livre na sua
mente e também aberto aos outros, ser “É indispensável fazer com que cada dia de
capaz de amar e superar os medos que nossa vida tenha um sentido.” E que nosso
nos impedem de viver. trabalho tenha um propósito dignificante para
Pensemos sobre o homem contempo- cada um de nós.
râneo e suas escolhas e novamente sobre
o conceito de vida bem sucedida que, “É sempre possível mudar. Mas vencer emo-
parece, resume-se à satisfação material, ções e pensamentos negativos requer disci-
ao sucesso social e à preocupação narcí- plina e tempo. Comece agora.”
sea e ilimitada de poder.
Os humanos contemporâneos pre-
cisam aprender a superar seus medos, MORENO, Luiz Carlos. Revista Profissão Mestre, ano 10,
aperfeiçoar sua busca e desenvolvimento n. 114. Curitiba: Humana Editorial, Março 2009.

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Fundamentação
Dez princípios para um bom professor
Vicente Martins

Apresentamos um decálogo contendo princípios na escola, desde os primeiros anos da Educação In-
para a atividade docente de um bom professor do fantil, e se estende à Educação Superior, nas univer-
terceiro milênio, período marcado pela informação e sidades; começa com o fim do medo de perguntar,
pelo conhecimento tecnológico. de inquirir o professor, de cogitar outras possibilida-
O professor do século XXI é aquele que, além da des do fazer, enfim, quando o aluno aprende a fazer,
competência, da habilidade interpessoal, do equilíbrio a construir espaço de sua utopia e criar um clima
emocional, tem a consciência de que, mais importan- de paz e bem-estar social, político e econômico no
te do que o desenvolvimento cognitivo, é o desenvol- meio social.
vimento humano, e que o respeito às diferenças está
acima de toda pedagogia. 3. Construir uma escola democrática. A gestão de-
A função do bom professor do século XXI não é mocrática é a palavra de ordem na administração das
apenas a de ensinar, mas a de levar seus alunos ao escolas. Os educadores que atuarão no novo milênio
reino da contemplação do saber. Eis, então, os dez devem ter na gestão democrática um princípio de que
passos na direção de uma pedagogia do desenvolvi- não arredam pé, não abrem mão.
mento humano: Quanto mais a escola for democrática, mais
transparente. Quanto mais a escola é democráti-
1. Aprimorar o educando como pessoa humana. ca, menos erra, tem mais acerto e possibilidade de
A nossa grande tarefa como professor ou educador atender com equidade às demandas sociais. Quanto
não é a de instruir, mas a de educar nosso aluno mais exercitamos a gestão democrática nas esco-
como pessoa humana, como pessoa que vai traba- las, mais nos preparamos para a gestão da
lhar no mundo tecnológico, mas povoado de cora- sociedade política e civil organizada.
ções, de dores, incertezas e inquietações humanas. Aqui, pois, reside uma possibilidade
A escola não pode se limitar a educar pelo conhe- concreta: chegar à universidade e
cimento destituído da compreensão do homem real, concluir um curso de Educação
de carne e osso, de corpo e alma. Superior e estar preparado para
De nada adianta o conhecimento bem minis- tarefas de gestão no Governo
trado em sala de aula se, fora da escola, o aluno se do Estado, nas prefeituras
torna um homem brutalizado, desumano e patroci- municipais e nos órgãos
nador da barbárie. governamentais.
Educamos pela vida como perspectiva de favore- Quem exercita a demo-
cer a felicidade e a paz entre os homens. cracia em pequenas unida-
des escolares constrói um
2. Preparar o educando para o exercício da cidadania. espaço próprio e competente
Se de um lado, primordialmente, devemos ter como para assumir responsabili-
grande finalidade do nosso magistério o ministério de dades maiores na estrutura do
fazer o bem às pessoas, fazer o bem é preparar nosso Estado. Portanto, quem chega à
aluno para o exercício exemplar e pleno da cidadania. universidade não deve nunca descar-
O cidadão não começa quando os pais registram tar a possibilidade de inserção no meio
seus filhos no cartório nem quando os filhos tiram político e de poder exercitar a melhor política
sua Carteira de Identidade Civil. A cidadania começa do mundo, a democracia.

Freepik.com

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4. Qualificar o educando para progredir no mundo tir modos de pensar, de agir e de sentir diferentes dos
do trabalho. Por mais que a escola qualifique seus de um indivíduo ou de determinados grupos, políticos
recursos humanos, por mais que adquira o melhor ou religiosos.
do mundo tecnológico, por mais que atualize suas
ações pedagógicas, ela sempre estará marcando 7. Zelar pela aprendizagem dos alunos. Muitos de
passo diante das novas transformações ciberné- nós, professores, principalmente os do magistério da
ticas, mas a escola, por meio de seus professores, educação fundamental, acreditam que o importante,
poderá qualificar o educando para aprender a pro- em sala de aula, é o instruir bem, o que pode ser tra-
gredir no mundo do trabalho, o que equivale a ofere- duzido em ter domínio de conhecimento da matéria
cer instrumentos para dar respostas não acabadas que ministra.
(porque a vida é um processo inacabado) às novas No entanto, o domínio de conhecimento não deve
demandas sociais, sem medo de perdas, sem medo estar dissociado da capacidade de ensinar, de fazer
de mudar, sem medo de se qualificar, sem medo do aprender. De que adianta ter conhecimento e não saber,
novo, principalmente o novo que vem nas novas de forma autônoma e crítica, aplicar as informações?
ocupações e empregabilidade. O conhecimento não se faz apenas com metalin-
guagem, com conceitos a, b ou c, e sim com didática,
5. Fortalecer a solidariedade humana. É papel da com pedagogia do desenvolvimento do ser humano;
escola favorecer a solidariedade, mas não a solida- sua mediação fundamental.
riedade de ocasião, que nasce de uma catástrofe, O zelo pela aprendizagem passa pela recuperação
mas do laço recíproco cotidiano de amor entre as daqueles que têm dificuldade de assimilar informa-
pessoas. A solidariedade que cabe à escola ensinar ções, seja por limitações pessoais ou sociais. Daí a
é a solidariedade que não nasce apenas das perdas necessidade de uma educação dialógica, marcada
materiais, mas que chega como adesão às causas pela troca de ideias e opiniões, de uma conversa cola-
maiores da vida, principalmente, às referentes à exis- borativa em que não se cogita o insucesso do aluno.
tência humana. Se o aluno fracassa, a escola também fracassou.
Enfim, é na solidariedade que a escola pode de- A escola deve riscar do dicionário a palavra fracasso.
senvolver, no aluno-cidadão, o sentido de sua ade- Quando o aluno sofre com o insucesso, o professor
são às causas do ser e seu apego à vida de todos também fracassa.
os seres vivos, aos interesses da coletividade A ordem, pois, é fazer sempre progredir, dedicar-
e às responsabilidades de uma sociedade a -se mais do que as horas oficialmente destinadas
todo instante transformada e desafia- ao trabalho e reconhecer que nosso magistério é
da pela modernidade. missão, às vezes, árdua, mas prazerosa; às vezes,
sem a recompensa financeira condigna que merece-
6. Fortalecer a tolerância recíproca. mos, mas que pouco a pouco vamos construindo a
Um dos mais importantes consciência na sociedade, principalmente a política,
princípios de quem ensina e trabalha de que a educação, se não é panaceia, é o caminho
com crianças, jovens e adultos é mais seguro para reverter as situações mais inquie-
o da tolerância, sem o qual todo tantes e vexatórias da vida social.
magistério perde o sentido de mi-
nistério, de adesão aos processos 8. Colaborar para a articulação da escola com a fa-
de formação do educando. mília. O professor do novo milênio deve ter em men-
A tolerância começa na aceita- te que o profissional de ensino não está mais num
ção sem reserva das diferenças hu- pedestal, não é dono da verdade, representante de
manas, expressas na cor, no cheiro, no todos os saberes, capaz de dar respostas para tudo.
falar e no jeito de ser de cada educando. Articular-se com as famílias é a primeira missão dos
Só a tolerância é capaz de docentes, inclusive para contornar situações desafia-
fazer o educador admi- doras em sala de aula.

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Quanto mais conhecemos a família dos nossos ções humanas, teoria que, depois de 500 anos, conse-
alunos, mais os entendemos e mais os amamos. guiu apenas reforçar as desigualdades sociais. Nossa
Uma criança amada é disciplinada. Os pais são, missão é dizer que podemos amar, viver e ser felizes
portanto, coadjuvantes do processo ensino-aprendi- com as diferenças, pois, nelas, encontraremos nossas
zagem, sem os quais nossa ensinança fica coxa, não semelhanças históricas e ancestrais: é, dessa manei-
vai adiante, não educa. ra, a nossa forma de dizer ao mundo que as diferenças
A sala de aula não é sala de estar do nosso lar, nunca diminuem, e sim somam valores e multiplicam
mas nada impede que os pais possam ajudar nos os gestos de fraternidade e paz entre os homens.
desafios da pedagogia dos docentes. Também não Pela manhã, o bom religioso abre o livro sagrado
é inoportuno que os professores se aproximem dos e reflete sobre o bem e o mal.
lares para conhecer de perto a realidade dos alunos e Por um feliz amanhã, o bom professor abre a Lei
possam, juntos, pais e professores, fazer a aliança de de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e
uma pedagogia de conhecimento mútuo, comparti- aprende a conciliar o conhecimento e a humanidade.
lhado e mais solidário.
O professor Vicente Martins é graduado e pós-graduado em Le-
9. Participar ativamente da proposta pedagógica da tras pela Uece com mestrado em Educação pela UFC. Atualmente
é professor do Centro de Letras da UVA (Sobral, CE).
escola. A proposta pedagógica não deve ser exclu-
sividade dos diretores da escola. Cabe ao professor
participar do processo de elaboração da proposta pe-
dagógica da escola até mesmo para definir, de forma
clara, os grandes objetivos da escola para seus edu-
candos. Um professor que não participa se trumbica,
perde-se na solidão de suas aulas e não tem como
se pensar enquanto ser participante de um processo
maior, holístico e globalizado. O mundo globalizado
começa para o professor quando este se sente parte
das decisões da escola, da sua organização adminis-
trativa e pedagógica.

10. Respeitar as diferenças. Se, de um lado, devemos


levantar a bandeira da tolerância como um dos prin-
cípios do ensino, o respeito às diferenças conjuga-se
O educador, pois, deve
com esse princípio, de modo a favorecer a unidade
na diversidade, a semelhança na dessemelhança.
ter a preocupação de
Decerto, o respeito às diferenças de linguagem, às reeducar-se de forma
variedades linguísticas e culturais é a grande tarefa
dos educadores do novo milênio. contínua, uma vez que
O respeito às diferenças não tem sido uma práti-
ca no nosso cotidiano, mas, depois de cinco séculos nossa sociedade ainda
de civilização tropical, descobrimos que a igualdade
passa pelo respeito às diferenças ideológicas, às traz no seu tecido so-
concepções plurais de vida, de pedagogia, às for-
mas de agir e de ser feliz dos gêneros humanos.
cial as teorias da ho-
O educador, pois, deve ter a preocupação de
reeducar-se de forma contínua, uma vez que
mogeneidade...
nossa sociedade ainda traz no seu tecido social
as teorias da homogeneidade para as realiza-

Imagens: Freepik.com

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18a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Relação das plantas com o ambiente – Ciências: Relação das plantas com o ambiente –
página 46 página 47
Orientação didática: Orientação didática:
• Se possível, apresente aos alunos uma amostra • Promova uma roda de conversa. Apresente diversas
de mandacaru, coroa-de-frade, palma ou alguma imagens da flora brasileira, solicitando aos alunos
outra planta que possui as características de vege- que façam comentários sobre como são classifica-
tais típicos de regiões secas. Caso não consiga esses das essas imagens.
exemplares, leve fotos para a sala de aula e converse • Monte um painel coletivo com as imagens apresen-
com os alunos explicando-lhes que, muitas vezes, tadas e exponha na sala de aula. Organize os alu-
essas plantas são muito importantes em períodos nos em equipes para que pesquisem sobre plantas
de estiagem, pois algumas delas tanto servem para nativas da região e montem um fichário ou álbum
alimentação animal como para humana. seriado. Reserve, na sala de aula, um cantinho para
• Vivencie, com seus alunos, o processo de evolução cultivar plantas ornamentais. Peça que tragam de
de um vegetal: em uma garrafa PET, cortada verti- casa uma mudinha, uma garrafa descartável cortada
calmente, com terra preparada, plante sementes ou ao meio e terra apropriada para o plantio.
grãos. Com seus alunos, acompanhe o processo de
evolução. Aproveite a oportunidade para trabalhar a Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
produção de tintas a partir dos vegetais. Proponha Matemática e Geografia.
aos estudantes a confecção de um quadro coletivo
que retrate o que foi estudado sobre o assunto. 4o dia
Reservado para atividades de Língua Portuguesa Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
e Matemática. Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

2o dia 5o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, Livre para atividades complementares da sua turma.
Matemática, História e Geografia

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Dinâmica
Rede de qualidade
Objetivo:
Encerrar um encontro com sentimentos de vínculos
e pertencimento.

Materiais:
Um novelo de lã ou rolo de cordão, aparelho de som
e CD de música calma (sem letra).

Desenvolvimento:
Solicitar ao grupo que forme um círculo, em pé.
Iniciar comentando a importância das trocas e do
aprendizado em um encontro. Comentar que agora
cada um deve passar o novelo para somente uma
pessoa, verbalizando uma qualidade que a faz es-
pecial no grupo (ou aspecto positivo que marcou o
encontro). O professor inicia, segurando a ponta do
novelo. Assim, sucessivamente, o grupo vai esco-
lhendo e passando o novelo até formar uma rede.
Cada pessoa só pode ser escolhida uma vez. Quando
terminar, a rede pode ser colocada no chão para o
grupo vê-la. Ao final, o professor parabeniza o grupo
e comenta a importância da rede de contatos, a inter-
dependência das pessoas e qualidade que cada um
leva para si, enrolando o novelo a partir da sua ponta.

FINAMOR, Ana Lígia Nunes; ROMERO, Sonia Mara; ROCHA,


Sonia Maria. Dinâmicas de grupo, histórias, mensagens,
músicas, filmes e muitas atividades: para dinamizar
cursos, treinamentos, grupos de encontro e reuniões.
2ª edição. Canoas: Salles, 2008. pat138241 / Depositphotos.com

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NOTA:
A BNCC não define
o estudo da Relação
das plantas com
o ambiente como
competência a ser
desenvolvida na dis-
ciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam este objeto
de conhecimento.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Amplie as atividades do livro e oriente a turma a organi-
zar uma exposição das ilustrações produzidas. Deixe o
trabalho exposto na sala de aula e convide toda a turma
a observar os detalhes de cada produção como forma
de fixação do conteúdo estudado.

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Sugestão de atividade
1. Faça a correspondência entre as colunas.

a Aquáticas d São produtoras e consumidoras.

b Parasitas c Instalam-se em cima de outras plantas.

c Epífitas b Precisam das plantas hospedeiras para viver.

d Carnívoras a Têm raiz pouco desenvolvida.

e Plantas que vivem em lugares muito secos e Desenvolvem uma estrutura especial para diminuir a perda de água.

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19a Semana - Grade semanal

1o dia
Sugestão de atividades.

2o dia
Sugestão de atividades.

3o dia
Sugestão de atividades.

4o dia
Sugestão de atividades.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

AnotherPerfectDay / Shutterstock.com

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Dinâmica
Dramatizando os elementos da natureza
Inicia-se a aula com uma reflexão sobre os elemen-
tos que compõem a natureza e seu papel no equi-
líbrio de nosso ecossistema. O educador explica à
turma que ela dramatizará um personagem figurativo
para a atividade. Ele entrega aos educandos um cra-
chá com uma destas palavras: natureza-água, natu-
reza-terra, natureza-animais, natureza-ar, natureza-
-nuvem, etc. O educador criará antes uma sequência
de palavras que corresponda à quantidade certa dos
educandos. Em círculo, o educador pede que todos
façam de conta que são o personagem que está no
crachá e que se apresentem à turma, por exemplo,
desta forma: “Eu sou natureza-ar e ...”. O educando
deve explicar qual é o seu papel na natureza como
um todo. Todos devem prestar atenção e tentar
memorizar quem é cada um dos colegas. Logo após,
o educador demanda que andem pela sala como se
estivessem interpretando o personagem. Quando
for dado o sinal, eles param e conversam com os
colegas da sala, falando do que fazem na natureza.
Repetem isso algumas vezes, seguindo a sinalização
do educador. Depois, o educador os convida nova-
mente para o círculo, e entrega para cada educando
um nome de um personagem interpretado pelo outro
colega. Eles terão 10 minutos para escrever uma
pequena mensagem de agradecimento ao persona-
gem que o colega está interpretando. Por exemplo,
o educando “X” é a “natureza-árvore”, e o colega
escreverá uma mensagem dizendo que agradece por
ele dar frutos ao mundo, flores, sombra, etc. Volta-
-se ao círculo, e cada educando lê sua mensagem.
Ao final, o educador pergunta como eles se sentiram
representando um elemento da natureza.

WENDELL, Ney. Praticando a gratidão em sala de aula. Recife:


Prazer de Ler, 2015.

iko / Shutterstock.com

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2. Pesquise informações sobre uma planta brasileira
Sugestão de atividades em perigo de extinção. Consulte livros, revistas, jornais
ou a Internet. Em seguida, responda ao que se pede.

Unidade 2 Nome: Resposta pessoal

• Plantas em extinção Utilidades:


• Relação das plantas com o ambiente
Hábitat:
1. Encontre, no diagrama, as palavras que respondem
às questões abaixo. Por que está ameaçada de extinção?

Ú Q P V A R V R P T A S I O E R K A T W
P U A L I M E N T A Ç Ã O Ç M V F S M V 3. Escreva o que você compreendeu sobre a forma
como as plantas se relacionam com o ambiente.
Ú E M * E X T I N Ç Ã O S I * B D Q E S
A T T U A A U E T A V A Z B E S B S D W
I N D Ú S T R I A * K W B V Y I O C I C Resposta pessoal
P C S K D E F A S T A Ç Ã O T D N B C T
D E V A S T A Ç Ã O * F L O R E S T A L
A S A P A R P A E T A V A Z N AW K Ç B
A * E T A P L A N T A S O R Ç X V P Ã Y
A T T U A A E E T A V A Z B Ã U B L O U
L RW S B R U A L Y C O Q H G N K A I E
4. Cite alguns exemplos de como as plantas se rela-
cionam com o ambiente.
a. Recurso natural do qual dependemos muito.

Resposta pessoal, mas a criança pode citar: o mo-

plantas 
vimento das raízes em busca de água, das plantas
  busca de luminosidade, as formas de captura de
em

insetos dos vegetais insetívoros, entre outros.

b. No que os vegetais são importantes em nossa vida?
5. Explique o que são: Sugestão de resposta
alimentação, indústria e medicação
 a. plantas terrestres.

São as que vivem fixas na terra.


c. O que impede a ação danificadora do homem em 
relação às plantas?
b. plantas epífitas.
devastação florestal
 São as que vivem sobre galhos de árvores ou sobre
outras plantas, sem prejudicá-las.
d. Palmito, pau-brasil e pinheiro são exemplos
de plantas... c. plantas aquáticas.

em extinção São as que vivem na água.


 

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Fundamentação
Mas o que é a escola?
Por Gabriel Perissé

A escola não é ilha isolada no oceano social. A escola não é a sua quadra de esportes
Não é lugar para guardar crianças, ou reformá-las, (abandonada ou ampliada), não é um conjunto
embora possa ajudar, orientar e até alimentar. A es- de salas de aula (sufocantes ou arejadas), não são
cola não é paraíso na terra. Nem o inferno entre nós. suas paredes (sujas ou limpas), janelas (abertas
Nem o purgatório. A escola não está aí por acaso. ou fechadas), portas (com cadeados ou não),
Dizia-me uma professora nordestina, com armários (vazios ou cheios), escadas (perigosas
muita experiência de vida e muito conhecimento ou seguras), computadores (novos ou obsoletos),
da realidade: "A escola salvará a sociedade se a bibliotecas (reais ou fictícias).
sociedade salvar a escola". A escola não é o que vemos.
Os professores, na escola, não são mágicos, A escola não é arquivo morto. A escola não
não são heróis (embora heroísmo não falte a mui- é cabide de empregos. Não é moeda de troca
tos deles), não são gênios (muito menos da lâm- política. Não é campo de batalha. Não é um curso
pada...), não são mercenários, não são santos, não de idiomas. Não é empresa competitiva. A escola
são famosos, não são poucos, não são suficientes, não é clube, não é feira, não é igreja, não é partido.
não são muitos, não são o que pensamos que são. Mas então o que é a escola? E sabe a escola
Os professores são pessoas cuja profissão é nos dizer o que ela é, a que veio, para que existe?
ajudar na humanização de outras pessoas, os alu- Alguém sabe?
nos. E que, por isso, devem ser tratados não como
funcionários apenas, ou técnicos, ou "aplicadores"
de conteúdos apostilados: devem ser compreendi-
dos e tratados como seres humanos livres, críticos A escola é um
e criativos. Como profissionais que ocupam um problema insolúvel.
lugar único na vida social, profissionais de quem
muito se espera. Cabe aos professores avaliarem
os alunos. Avaliação não é punição. Não é acusa-
ção. Não é vingança. Não é fatalismo. Não é per-
seguição. Não é condescendência. Cabe aos pais A escola é uma
acompanharem os filhos, conversar com os filhos probabilidade.
sobre a escola, conversar com a escola sobre
os filhos.
Conversarem pai e mãe entre si sobre a escola
que os filhos frequentam. Seja escola pública ou
privada. Cabe aos alunos entenderem a escola.
Cuidarem dela. Defendê-la. A escola não é apenas A escola é uma
um espaço físico. A escola não é ponto de tráfico experiência.
de drogas. A escola não é a sede do tédio. A esco-
la não é escola de samba. Não é apenas lugar de
encontro. Mas o que é a escola mesmo?
A escola não é uma ideia vaga. Não é um lugar
A escola é uma
onde haja ou não vagas. A escola não é vagão
esperança.
de trem onde entramos e do qual saímos quando
chega à próxima estação.

Imagens: dacasdo / Depositphotos.com; Freepik.com

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20a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de avaliação.

2o dia
Semana de avaliação.

3o dia
Semana de avaliação.

4o dia
Semana de avaliação.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Asier Romero / Shutterstock.com

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DINÂMICA PARA TRABALHAR O SOCIOEMOCIONAL

48

NOTA:
A Base Nacional
Comum Curricular
(BNCC) define um
conjunto de compe-
tências gerais, que
serve como um guia
para o aprendizado
das crianças, e que
devem ser desenvol-
vidas de forma inte-
grada ao currículo.

Autoconhecimento e autocuidado Para educar, é preciso sentir, impregnar-se de emoção.

A palavra emoção vem o Latim movere, mover-se para


O que: Conhecer-se, compreender-se na diversidade fora, externalizar-se. É a máxima intensidade do afeto.
humana e apreciar-se.
Para: Cuidar de sua saúde física e emocional, reco- Na prática, devemos instigar a curiosidade e o interesse
nhecendo suas emoções e as dos outros, com auto- do aluno a partir das suas paixões e promover o sujeito
crítica e capacidade para lidar com elas. autônomo. Permitir o fazer, o despertar, favorecer situa-
ções de aprendizagem, promover situações-problema,
Educação socioemocional é a habilidade de identificar e valorizar cada aluno e sua forma de pensar, exercitar
gerenciar emoções, estabelecer relacionamentos saudá- a ludicidade e empoderar o pensar da criança.
veis e contornar comportamentos destrutivos – qualquer FONTE, Paty. Competências socioemocionais na escola.
ação que a pessoa realize em prejuízo de si mesma. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2019.

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b. Animais hermafroditas são aqueles que
Semana de avaliação possuem células reprodutoras masculinas e femininas.

c. Os caracóis são animais hermafroditas.


Unidade 2
d. A estrela-do-mar é um animal que vive no
• Biosfera: os seres vivos e suas relações mar, sua reprodução é assexuada.
• Reprodução dos animais
• A nutrição dos vegetais e o processo da fotossíntese e. Incubação é quando os ovos precisam
• Plantas em extinção ser mantidos aquecidos para manter a temperatura
• Relação das plantas com o ambiente ideal do filhote.

1. Pesquise a respeito da importância das bactérias 4. Responda


para o ambiente e para os seres vivos. Depois, escre-
va um pequeno texto com suas observações. a. Por que as plantas são classificadas como seres
produtores?
Resposta
 pessoal, mas as crianças podem comentar
sobre
 os diversos benefícios das bactérias, como: Porque
 são capazes de produzir o seu próprio
participação
 no processo de decomposição de maté- alimento.

ria
 orgânica, sua utilização nas indústrias para a pro-
dução
 de alimentos (queijo, iogurte) e medicamentos; b. O que a nutrição das plantas requer?
além
 do que, muitas bactérias vivem dentro dos seres
vivos,
 ajudando-os, como as que habitam o intestino 
Requer a absorção de água e sais minerais do solo
humano,
 que auxiliam na digestão.  de gás carbônico do ar, além da captação da luz
e
 sol por meio da clorofila.
do
2. Liste os componentes vivos do ambiente.
c. Como a planta se alimenta?


Retirando, pela raiz da planta, a água e os sais mine-

rais do solo.

5. Leia as alternativas e escreva ao lado concordo


ou não concordo.

a. Para um vegetal se desenvolver


não concordo
bem, não precisa de nutrientes.

b. As plantas são capazes de


concordo
produzir seu próprio alimento.
plantas, pássaros, cobra, sapos e macaco.
c. É através da fotossíntese que
os vegetais garantem os nutrien- concordo
tes para sua sobrevivência.
3. Complete as frases abaixo com as palavras do
d. Por fabricarem seu próprio
quadro.
alimento, as plantas são classifi- concordo
cadas como produtoras.
estrela-do-mar — vivíparas — caracóis
Incubação — hermafroditas e. O processo de fotossíntese
não concordo
ocorre de dia e à noite.

vivíparas f. Para se nutrirem, as plantas


a. Nas espécies , a mãe
precisam se adaptar ao ambiente não concordo
supre o filho de tudo o que é necessário para o seu
em que vivem.
desenvolvimento.

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Fundamentação

Responsabilidade do professor

Analisando fatores que intervêm


na qualidade do processo educativo
Vivemos um momento no qual muitas
críticas são feitas à escola: aulas desmotiva-
doras, má qualidade de ensino, autoritarismo
por parte dos professores, dentre outras.
Por sua vez, professores também se

Halfpoint / Shutterstock.com
queixam da falta de disciplina, de interesse
e de respeito de parte de seus alunos.
É comum ouvir-se a frase “a escola é
legal, as aulas é que são chatas” sendo pro-
ferida por adolescentes, que apontam nesse
dizer que a escola é um espaço socializador,
onde amigos e amigas se encontram, onde
as relações se tecem, onde se aprende a viver
com o outro. Por outro lado, a frase sinaliza
que a sala de aula não possui atrativos, que
os alunos ali estão por obrigação, que ensinar É importante, então, analisarmos como
e aprender são processos desinteressantes, está a qualidade do respeito entre educandos
que nada ou muito pouco acrescentam à for- e educadores. Como um professor, em seu
mação da personalidade do aluno. fazer pedagógico, pode demonstrar respeito
Tornar esse espaço agradável, não ape- por seus alunos? Questão bastante complexa
nas fora da sala, mas especialmente dentro essa. Mas poderíamos começar a refletir, por
dela, é um desafio para professores e alunos. exemplo, a partir da questão da avaliação.
Podemos pensar que muitos fatores estão Avaliar alguém é complexo e bastante sério,
contribuindo para que isso não aconteça, exigindo muito respeito por parte daquele que
como a dificuldade em aplicar a justiça, a faz o julgamento. Como estão ocorrendo as
ausência de diálogo, a falta de solidariedade, avaliações em nossas escolas? Professores
o desrespeito reinante. usam a avaliação para rever as lacunas do
Piaget e seus seguidores entendem que processo de ensinar e aprender, para verificar
a relação da criança com o adulto caminha as dificuldades dos alunos e, então, poder
do respeito unilateral, da obediência cega da ajudá-los a crescer em seu saber, ou usam
criança em relação ao adulto, para um ou- a avaliação como instrumento de punição
tro tipo de respeito, o mútuo, que acontece ou, ainda, como forma de coação, para que
à medida que a criança cresce e começa a alunos assistam às suas aulas? A avaliação
perceber que as regras estabelecidas não são devidamente utilizada é, em verdade, fator de
imutáveis e podem ser negociadas, a fim de influência positiva sobre os atos de apren-
servir a todas as partes envolvidas em um der e ensinar, respeita as individualidades ao
acordo, e que elas devem ser obedecidas por mesmo tempo em que considera o contexto
todos que estão envolvidos no processo. global e coletivo.

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Muitas outras questões ainda pode-
riam ser levantadas. Muitas críticas tam-
bém poderiam ser feitas para justificar o
mal-estar docente: salários insuficientes,
Para que se instaure o tempo exíguo para planejar, excesso de bu-

respeito mútuo, é pre- rocracia, turmas lotadas, problemas sociais


(como situações de risco, crianças na rua,
ciso criar os canais de fome), falta de interesse político para mudar
a situação. Estes poderiam ser apenas os
mão dupla, atingindo primeiros de uma lista infindável de motivos
que justificam o não fazer melhor. Porém
em igual intensidade não podemos deixar que esses motivos
interfiram na qualidade de nossas aulas. A
professores e alunos. responsabilidade do educador é muito gran-
de. Resolvamos nossos conflitos, sim, mas
fora da sala de aula, de forma a não prejudi-
car nossos alunos, para que possamos ter
a certeza de que estamos contribuindo para
a formação de cidadãos éticos, compromis-
sados com a justiça, com a solidariedade
entre os povos, com a igualdade de direitos,
Outro ponto que pode nos ajudar a refletir enfim, compromissados com o humano!
sobre a questão do respeito é a metodologia
usada em sala de aula. Será que nossos alu- RUIZ, Maria José Ferreira. In: Revista do professor.
nos estão podendo dialogar sobre os con- Porto Alegre: CPOEC, jul/set. 2004.
teúdos propostos pelos professores, estimu-
lando, assim, a coletividade à participação?
Os momentos de interação em sala de aula
estão sendo oferecidos ou será que o abuso
do método frontal (aula expositiva) continua

Tom Wang / Shutterstock.com


prevalecendo nas escolas sobre estratégias
mais significativas? Não que esse método
não possa, eventualmente, ser aplicado, mas
deve sê-lo com parcimônia, cedendo espa-
ço para outros mais modernos. O professor
deve atuar como articulador entre o seu saber,
culturalmente acumulado, e os saberes em
desenvolvimento de seus alunos, quebran-
do, assim, com a educação bancária, termo
usado por Paulo Freire para designar aquela
forma de ensinar em que o aluno, ser passivo
no processo, assimila o saber do mestre sem
que se instale um processo intelectivo.

156

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O que vamos estudar:

• Calendários em diferentes
culturas
• Tecnologias, sustentabilidade
e sociedade
• Energia
• Fontes de energia renováveis
e não renováveis
• As transformações da energia
• Dinâmica para trabalhar
o socioemocional

Competências específicas de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental

5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defen-
der ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao
outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de
qualquer natureza.

6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar,


acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natu-
reza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

Base Nacional Comum Curricular – BNCC

157

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Conteúdos da unidade e a BNCC
Unidade 3
Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
Calendários • Terra e • Pontos cardeais (EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua
em diferentes Universo • Calendários, fenôme- e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso
culturas nos cíclicos e cultura desse conhecimento para a construção de calendá-
rios em diferentes culturas.

Tecnologias, NOTA: A BNCC não define o estudo das Tecnologias,


sustentabilidade sustentabilidade e sociedade como competência a
e sociedade ser desenvolvida na disciplina de Ciências do 4°ano
– Ensino Fundamental, porém consideramos ser
este conteúdo de grande importância para a forma-
- - ção estudantil, por isso as páginas a seguir abordam
esse objeto de conhecimento.

Energia NOTA: A BNCC não define o estudo da Energia como


competência a ser desenvolvida na disciplina de
Ciências do 4°ano – Ensino Fundamental, porém
consideramos ser este conteúdo de grande impor-
tância para a formação estudantil, por isso as pági-
- -
nas a seguir abordam esse objeto de conhecimento.

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Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
Fontes de ener- NOTA: A BNCC não define o estudo das Fontes
gia renováveis e de energia renováveis e não renováveis como
não renováveis competência a ser desenvolvida na disciplina de
Ciências do 4°ano – Ensino Fundamental, porém
consideramos ser este conteúdo de grande im-
- - portância para a formação estudantil, por isso as
páginas a seguir abordam esse objeto de conhe-
cimento.

As transforma- NOTA: A BNCC não define o estudo das Trans-


ções da energia formações de energia como competência a ser
desenvolvida na disciplina de Ciências do 4°ano
– Ensino Fundamental, porém consideramos
ser este conteúdo de grande importância para a
- -
formação estudantil, por isso as páginas a seguir
abordam esse objeto de conhecimento.

Dinâmica para NOTA: A Base Nacional Comum Curricular


trabalhar o so- (BNCC) define o conjunto de competências ge-
cioemocional rais, que servem como um guia para o aprendiza-
do das crianças e que devem ser desenvolvidas
- -
de forma integrada ao currículo.

159

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21a Semana - Grade semanal

1o dia 2o dia
Ciências: Calendários em diferentes culturas – pági- Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
nas 50, 51 e 52 Matemática, História e Geografia.
Orientação didática:
• Faça uma pegadinha com as crianças perguntando: 3o dia
“Quantos meses têm 28 dias?”. Provavelmente, eles
irão responder: “O mês de fevereiro”. Mas todos os Ciências: Calendários em diferentes culturas – pá-
meses têm 28 dias, inclusive os de 30 e 31. gina 53
• Proponha uma reflexão sobre as diversas formas de Orientação didática:
perceber o tempo, especialmente, quando estamos • Confeccione o rosto de um palhaço bem alegre
fazendo atividades de que gostamos e atividades de para servir de calendário. Deve conter números de 1
que não gostamos. a 31, escritos em quadrinhos, e possuir fichas para
preencher com o nome dos meses, o ano e também o
Reservado para atividades de Língua Portuguesa nome dos dias da semana.
e Matemática. • Explique aos alunos a noção de calendário e com-
bine, com eles, o procedimento diário de mudanças
dos dias da semana e do mês. Use o calendário para
marcar as datas importantes e enriquecer a atividade.
PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, Regina Célia Vilhaça. O dia a dia
do professor – pré-escola. V.6. Belo Horizonte: Fapi.2003.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

rui vale sousa / Shutterstock.com

160

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Dinâmica
Quero conhecê-lo melhor

Com as crianças em círculos, convide uma para dar início à


atividade, dizendo seu nome e como prefere ser chamada. Seu
colega ao lado deve repetir o que ela disse e, em seguida, apre-
sentar-se, isto é, dizer seu nome e como prefere ser chamado.
O jogo prossegue nessa dinâmica até que todos tenham se
apresentado. Há uma variável que pode ser bem legal: in-
verta a ordem do círculo e peça que digam uma qualida-
de que julgam possuir, seguindo o mesmo princípio da
etapa anterior. Pode ser também algo que lhes agrade,
algo que lhes desagrade, um brinquedo predileto etc.
A qualquer momento você pode suspender o jogo se
perceber que o interesse está decaindo.

MIRANDA, Simão de. Oficina de ludicidade na escola. Campinas:


Papirus, 2013.
Roman Samborskyi / Shutterstock.com

161

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50

BNCC
(EF04CI11)
Associar os movimen­
tos cíclicos da Lua e
da Terra a períodos de
tempo regulares e ao
uso desse conheci-
mento para a constru-
ção de calendários em
diferentes culturas.

Sugestão de atividade
1. Responda ao que se pede.

Dezembro
a. Em que mês comemoramos o Natal?

om
Maio
b. Em que mês comemoramos o Dia das Mães? rsto
ck.c
te
ut
Sh
n/

c. Em que mês comemoramos o Dia dos Pais?


Agosto
so
mp
ho
eT

d. Qual é o mês do seu aniversário?


Resposta pessoal
nn
h-A
Lea

162

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51

BNCC
(EF04CI11)
Associar os movimen­
tos cíclicos da Lua e
da Terra a períodos de
tempo regulares e ao
uso desse conheci-
mento para a constru-
ção de calendários em
diferentes culturas.

Orientação didática
Monte um calendário da classe para ser fixado na Peça a cada aluno que marque a data do seu
sala de aula. Nesse calendário, podem ficar regis- aniversá­rio no calendário. Explore esse trabalho,
trados os aniversários de todos os alunos e do pro- perguntando: “Quantos alunos fazem aniversário no
fessor, e também outras datas importantes da agen- mês de janeiro? E no mês de fevereiro?”, e assim por
da escolar. diante. Pergunte a cada aluno em qual dia da semana
é comemorado o aniversário dele no ano em curso.
O calendário pode ser feito com papel Kraft e ilustra-
do com desenhos dos alunos ou podem ser coladas
fotos dos alunos nas datas de seus aniversários.

163

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52

BNCC
(EF04CI11)
Associar os movimen­
tos cíclicos da Lua e
da Terra a períodos de
tempo regulares e ao
uso desse conheci-
mento para a constru-
ção de calendários em
diferentes culturas.

Orientação didática
ANOTAÇÕES

Solicite aos alunos uma pesquisa


sobre o Calendário gregoriano e
sobre o mês de julho. Peça-lhes
que socializem a pesquisa com os
seus colegas. Aproveite para sanar
possíveis dúvidas.

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53

BNCC
(EF04CI11)
Associar os movimen­
tos cíclicos da Lua e
da Terra a períodos de
tempo regulares e ao
uso desse conheci-
mento para a constru-
ção de calendários em
diferentes culturas.

Sugestão de atividade
1. Complete os quadrinhos escrevendo o nome dos meses do ano. Pinte o quadrinho do mês do seu
aniversário. Resposta pessoal

janeiro fevereiro março abril

maio junho julho agosto

setembro outubro novembro dezembro

165

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Fundamentação
Curiosidade é uma coceira nas “Para que serve a trena?, ela continuou. “A trena serve
para medir. Preciso de uma tábua de um metro e vinte.
ideias Assim, vou medir um metro e vinte. Veja!”.
Rubem Alves

Eu estava com a cabeça quente. Queria descansar, Puxei a lâmina da trena e lhe mostrei os números.
parar de pensar. Para parar de pensar nada melhor Ela olhou atentamente. “Você já sabe os números?”,
que trabalhar com as mãos. Peguei minha caixa de perguntei. “Sei”, ela respondeu. Continuei: “Veja esses
ferramentas, a serra circular e a furadeira e fui para o números sobre os risquinhos. O espaço entre esses
terceiro andar, onde guardo os meus livros. risquinhos mais compridos é um centímetro.

Iria fazer umas estantes. As tábuas já estavam lá. Um metro tem cem centímetros, cem desses pedaci-
Nem bem comecei a trabalhar de carpinteiro e fui nhos. Veja que de dez em dez centímetros o número
interrompido pela chegada da faxineira. Com ela, sua aparece escrito em vermelho. É que, para facilitar, os
filhinha de 7 anos, Dioneia. Carinha redonda, sorriso centímetros são amarrados em pacotinhos de dez.
mostrando os dentes brancos, trancinhas estilo afro.
Um metro é feito com dez pacotinhos de dez centí-
O que se era de esperar em uma menina da idade dela metros. Um metro e vinte são dez desses pacotinhos,
era que ela ficasse com a mãe. Não ficou. Preferiu ficar para fazer um metro, mais dois, para completar os
comigo, vendo o que eu fazia. Por que ela fez isso? vinte centímetros que faltam”. Marquei um metro e
vinte na tábua com um lápis, me preparei para riscar
Curiosidade. Curiosidade é uma coceira que dá nas a tábua.
ideias... Aquelas ferramentas e o que eu estava fazen-
do a fascinavam. Ela queria aprender. Assim se iniciou uma das mais alegres experiências
de ensino e aprendizagem que tive na minha vida.
“O que é isso que você tem na mão?”, ela pergun- A Dioneia queria saber de tudo. Não precisei fazer
tou. ”É uma trena”, respondi. uso de nenhum artifício de “motivação” para que ela
estivesse motivada. O que a motivava era o fascínio
daquilo que eu estava fazendo e das ferramentas que
eu estava usando.
Tom Wang / Shutter
stock
. co m

Seus olhos e pensamentos estavam coçando de curio-


sidade. Ela queria aprender para se curar da coceira...

Os gregos diziam que a cabeça começa a pensar


quando os olhos ficam estupidificados diante de um
objeto. Pensamos para decifrar o enigma da visão.
Pensamos para compreender o que vemos. E as per-
guntas se sucediam. Para que serve o esquadro?

Como é que as serras serram? Por que é que a serra


gira quando aperta o botão? O que é a eletricidade?

Lembrei-me de Joseph Knecht, o mestre supremo


da ordem monástica Castália, do livro de Hermann
Hesse, O Jogo das Contas de Vidro. Velho, ao final de
sua carreira, no topo da hierarquia dos saberes, ele se
viu acometido por um enfado sem remédio com tudo

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aquilo e passou a sentir uma grande nostalgia: queria “Sabe de uma coisa? O livro com o número 38 está
descer da sua posição para educar uma criança, uma fora do lugar. “Aí aconteceu comigo: fui eu quem ficou
única criança, que ainda não tivesse sido deformada estupidificado... Ela, que não sabia escrever, já sabia
pela escola. Pois ali estava eu, vivendo o sonho de Jo- os números. E sabia mais, que os números indicam
seph Knecht: a Dioneia, que ainda não fora deformada uma ordem.
pela escola.
Fiquei a imaginar o que vai acontecer com a Dioneia
Seu rosto estava iluminado pela curiosidade e pelo quando, na escola, os seus olhinhos curiosos forem
prazer de entrar em um mundo que não conhecia. subtraídos do fascínio das coisas do mundo que a
Lembrei-me da afirmação com que Aristóteles inicia a cerca e obrigados a seguir aquilo a que os progra-
sua Metafísica: “Todos os homens têm, por natureza, mas obrigam. Será possível aprender sem que os
um desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer olhos estejam fascinados pelo objeto misterioso que
das sensações, pois, fora até de sua utilidade, elas nos os desafia?
agradam por si mesmas e, mais que todas as outras,
as visuais...” Pois sabe de uma coisa? Acho que vou fazer com a Dio-
neia aquilo que Joseph Knecht tinta vontade de fazer...
Acho que Aristóteles errou. Isso não é verdade dos
adultos. Os adultos, menos que o desejo de conhecer, { } Páginas Abertas. Ano 28, n. 18, 2003.
são movidos pelo desejo de dominar. Os adultos já
foram deformados. Acho que ele estaria mais pró-
ximo da verdade se tivesse dito: “Todos os homens,
enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de
conhecer...”

Para as crianças o mundo é um vasto parque de


diversões. As coisas são fascinantes, provocações ao
olhar. Cada coisa é um convite.

Aí a Dioneia sumiu. Pensei que ela tivesse volta-


do para a mãe. Engano. Alguns minutos depois ela
voltou. Estivera examinando uma coleção de livros.
“Sabe aqueles livros, todos de capa parecida? Os três
primeiros livros estão de cabeça para baixo.”
Retruquei: “Pois ponha os livros de cabeça
para cima!” Ela saiu e logo depois voltou.
“Já pus os livros de cabeça para cima.” E
acrescentou:

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ag
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167

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22a Semana - Grade semanal

1o dia
Realização do projeto.

2o dia
Realização do projeto.

3o dia
Realização do projeto.

4o dia
Realização do projeto.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Zozulia Mykola / Shutterstock.com

168

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Dinâmica
Agradecer o que se tem
A atividade começa com uma reflexão sobre se as pessoas agradecem ou
não por possuir coisas materiais, como casa, carro, roupa. O educador per-
gunta aos educandos se eles já pararam para agradecer pela oportunidade
de ter um lugar para dormir, comer, tomar banho, entre tantas outras coisas
que o lar proporciona. Dando prosseguimento a essa temática, o educador
pede que os educandos observem tudo o que há de material na sala, desde
móveis, objetos didáticos e mochilas a lápis e borracha. Pede que escolham
um objeto pelo qual seja muito válido agradecer. Fazem um círculo e trazem
ou mostram o objeto, explicando por que o escolheram. Depois de falarem, o
educador convida-os para saírem andando pela instituição e terem a mesma
visão de algo por que possam agradecer. A ideia é ir andando e, quando alguém
vir algo, parar e dizer por que deve agradecer. Em seguida, retornam para a sala, e
o educador avalia com eles os aprendizados. Ele termina a atividade solicitando
que façam esse mesmo exercício em casa, olhando as coisas e vendo por que
devem agradecer. No outro dia, o educador pode ouvir como foi a experiên-
cia de rever os objetos em casa e por qual eles escolheram agradecer.

WENDELL, Ney. Praticando a gratidão em sala de aula. Recife: Prazer de Ler, 2015.

.com
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169

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Veja abaixo alguns exemplos:
Projeto
Calendário, o trabalho com
matemática, espaço e tempo.
Simone de Alencastre Rodrigues

Estratégias e recursos da aula


• Pergunte se, na casa de cada criança, tem um calen-
Diversos tipos de calendário dário e para que serve.
Um calendário grande para ficar exposto na sala.
• Neste momento, mostre o calendário que você trouxe
Estratégia da aula: para ficar na sala.

Primeira atividade: adivinha • O calendário da turma pode ser um modelo já im-


presso que algumas vezes conseguimos em editoras
• Inicie a aula dizendo para os alunos que você trouxe ou você pode confeccionar um para sua turma.
um material para ficar na sala que vai acompanhá-los
durante todo o ano. Veja o modelo abaixo:
Fotos: ISergey / Depositphotos.com; iceink / Shutterstock.com

CALENDÁRIO 2020
• Brinque com a turma dizendo que para conhecer o
MESES DIAS
material primeiro a turma vai precisar descobrir uma
1-JANEIRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
adivinha.
2-FEVEREIRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

3-MARÇO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
• Leve um cartaz com a adivinha para toda a turma ler 4-ABRIL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
e tentar adivinhar. 5-MAIO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

6-JUNHO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Uma árvore frondosa, 7-JULHO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Com 12 galhos, 8-AGOSTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Cada galho com 30 frutas, 9-SETEMBRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Cada fruta com 24 sementes. 10-OUTUBRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

11-NOVEMBRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

12-DEZEMBRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Quem sou eu?
Resposta: Ano, mês, dias e horas. • Faça a exploração do calendário.

• Espera-se que algum aluno saiba a resposta, mas • Leia, com a turma, o nome dos meses do ano.
caso ninguém descubra, dê algumas pistas. Pergunte
se eles sabem quantos meses há em um ano? Quan- • Observe, com a turma, quantos dias há em cada mês.
tos dias há em um mês? Quantas horas há em um
dia? Certamente após essas dicas sua turma desco- • Desafie seus alunos pedindo que encontrem o dia
brirá a resposta. que você está desenvolvendo a atividade.

Segunda atividade: apresentação dos calendários • Marque os dias que já passaram. Essa atividade é
ideal que aconteça nos primeiros dias de aula, pois
• Após a descoberta da adivinha, pergunte aos seus o calendário deverá ficar na sala durante todo o
alunos se eles conhecem algum material no qual en- ano letivo.
contramos registrado o ano, os meses e os dias.
• Combine com seus alunos que cada dia uma criança
• Mostre para a turma alguns tipos de calendário. vai marcar o calendário.

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Terceira atividade: personalizando o calendário Veja um exemplo de como o professor pode elaborar
o calendário:
• Leve para sala uma foto tamanho 3x4 de todos
os seus alunos. Calendário individual
MÊS: ANO:
• Pergunte quem sabe o dia do seu aniversário. DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

• Para essa atividade, o professor deverá preparar


uma lista com a data de nascimento de cada crian-
ça para auxiliar aquelas que não souberem o dia do
aniversário ou ficarem em dúvida. Obs.: Neste modelo, foram colocados os dias da se-
mana somente para melhor visualização do professor,
• Peça que cada criança localize, no calendário, a data do mas o ideal é que o calendário venha sem nada escrito,
seu aniversário e cole sua foto no dia correspondente. somente com os quadrinhos, para que o professor, a
cada mês, possa organizar, com os alunos, o calendário,
• Consulte o calendário escolar e marque, com seus preenchendo os dias da semana e os dias do mês. Na
alunos, algumas datas importantes, como: início das marcação do calendário individual, cada aluno pode fa-
aulas, início das férias, festas da escola, passeios e zer um símbolo de acordo com o tempo. Esse trabalho
aniversário da escola. favorece a observação do tempo. No final de cada mês,
o professor poderá pedir que os alunos contem os dias
• Combine alguns símbolos para marcar as datas no em que fez sol, ou que estavam chuvosos e criar desa-
calendário da turma. Por exemplo: para o dia do início fio de matemática com as questões do calendário.
das férias, faça um Sol e, para o dia da festa junina,
marque com uma fogueira. Alguns desafios:

• Quando estiver fazendo essas marcações no calen- • Neste mês, tivemos mais dias com sol ou dias
dário, trabalhe a sequência numérica deixando que com chuva?
os alunos contem os dias.
• Perto do final do ano, perguntar quantos dias faltam
• Faça perguntas, como: qual o mês que vem pri- para o ano terminar? Observar quem vai precisar con-
meiro, quem é o primeiro aniversariante do ano, e o tar dia após dia e quem vai utilizar outras estratégias
último? Quando inicia um ano e quando termina? para descobrir a resposta.

• Lance alguns desafios perguntando quantos dias


Quinta atividade: marcação do calendário diariamente
faltam para acabar o mês? Quantos dias faltam para
o final de semana? • Durante o ano, a marcação do calendário deve ser uma
atividade permanente, que deve fazer parte da rotina da
sua turma. Cada dia, um aluno pode marcar o dia no ca-
Quarta atividade: calendário individual lendário e o professor elaborar perguntas para estimular
o desenvolvimento da sequência numérica, a organiza-
• Faça uma cópia de um calendário para cada mês do ção da noção de tempo e a identidade do grupo. Com es-
ano e cole no caderno. Faça isso a cada início de mês. sas marcações, o calendário vai, ao longo do ano, sendo
mais um registro dos momentos vividos pela turma.
• Esse calendário mensal deverá vir com os quadri-
nhos em branco, de maneira que todos os meses • O professor deverá observar se, a cada mês, no ato
o professor possa preencher o calendário com a do preenchimento do calendário individual, seus alu-
turma. nos estão conseguindo fazer o registro numérico dos
dias e se percebem a passagem do tempo por meio do
• Dessa forma, estará trabalhando com a sequência uso do calendário.
numérica e outras questões, como: “Em que dia da
semana começa o mês?”, “Quais meses têm 30, 31, Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecni-
28 e 29 dias?”. caAula.html? Acesso em: 20 de maio de 2020.

171

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Fundamentação
Educar para a não violência
É notável a escalada de conflitos na sala de aula, que Ou então, a hostilidade é confundida com
contribui para gerar um clima inadequado ao processo “brincadeiras próprias da idade”. Mas,
de ensino-aprendizagem. O problema não é exclusivi- quando percebida, costuma ser punida com
dade dos adolescentes, cuja difícil convivência com os formas tradicionais de controle do comporta-
próximos piora em função das constantes alterações mento, como a suspensão, que levam à frustração,
hormonais. raiva, provavelmente mais agressividade, defasagem
e evasão escolar, entre outras consequências não
Atritos acontecem também entre alunos mais novos. produtivas e agravantes da situação.
Há casos em que mais da metade do tempo em sala
de aula é gasto com administração da indisciplina ou Pensando em como melhorar a convivência entre
com controle e motivação dos alunos. Nos ciclos ini- alunos mais jovens, a pedagoga Dâmaris Simon
ciais até o 5o ano, as condutas são mais perceptíveis Camelo Borges realizou estudo (mestrado de 2000 a
pelo professor e, nesses casos, o pátio é o local de 2002; doutorado de 2004 a 2007) sobre o assunto e
maior incidência. Definitivamente, é preciso melhorar constatou que existe pouca conscientização e prepa-
a convivência entre os mais jovens. ro para lidar com a realidade do fenômeno nos meios
educacionais, especialmente com a violência velada.
Abaixo do 3o ano, os problemas mais comuns De acordo com as pesquisas revistas pela autora,
são os maus-tratos físicos, se- há diretores que negam a existência da violência em
guidos de suas escolas, afirmando que existem apenas alguns
ofensas, casos pontuais. Alguns educadores dizem que esse
acusações e tipo de relação baseada na submissão sempre existiu,
discrimina- sendo normal que haja grupos que dominam e os que
ções, mani- se deixam dominar, e que isto faz parte da vida, sendo
festadas por necessário que se deixe os alunos aprenderem a con-
meio de apeli- viver e a lidar com essas situações, que os tornarão
dos e xingamen- mais fortes para o futuro.
tos. Geralmente,
professores e outros Participaram da pesquisa 116 crianças do primeiro
profissionais não ano do Ensino Fundamental da rede municipal de
percebem a agitação ensino de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, divi-
Freepik.com

ou não se encontram no didas em quatro grupos, dois no mestrado e dois no


local quando a agres- doutorado da pedagoga, defendido na Faculdade de
são acontece. Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP)
da USP. A análise deixou claro que as soluções não
são simples, mas existem, e cada um tem sua parcela
de responsabilidade no processo, inclusive as crian-
ças. No mestrado, Dâmaris avaliou a aplicabilidade de
uma proposta de intervenção. O programa, denomina-
do Eu Posso Resolver Problemas (EPRP), desenvolvi-
do pela pesquisadora norte-americana Myrna Shure,
foi escolhido no pressuposto de que se a criança
conhecesse os elementos que compõem o processo
de resolução de problemas, estaria habilitada a solu-
cionar conflitos interpessoais de forma moral, ética e
mais satisfatória para todos envolvidos.

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O EPRP inclui lições formais e sugestões de ativida-
des, oferecendo uma abordagem prática por meio O programa estudado por Dâmaris é formado
de jogos, brincadeiras e histórias. “Na aplicação por três componentes:
do programa, não interessa o que, de fato, aconte-
ceu, mas como as crianças percebem o ocorrido”,
explica a pedagoga. Ela notou que a metodologia
aumentou a capacidade das crianças para enfrentar
os problemas interpessoais cognitivamente, mas 1. O currículo Eu Posso Resolver Problemas
não diminuiu a incidência de conflitos na sala de (EPRP), o qual desenvolve habilidades de
aula. No doutorado, objetivando a generalização da solução de problemas interpessoais visando
capacidade cognitiva de resolver problemas para à flexibilização cognitiva, por meio de lições
o comportamento, Dâmaris ampliou o programa interativas;
de intervenção do mestrado incluindo dois novos
módulos, o de discussão de valores humanos e o de
autocontrole. Entre outros dados, observou-se que
as crianças tornaram-se mais capazes de enfrentar
o estresse; apesar de continuarem a perceber algu- 2. Um módulo de autocontrole, que visa à au-
mas situações cotidianas como estressantes, elas torregulação de emoções negativas por meio
deixaram de se abalar com elas, sem falar que am- de técnicas de relaxamento;
pliaram a percepção de que os colegas se tornaram
mais solidários, o que colaborou com o processo de
aprendizado. “O objetivo é fazer com que a criança
pense antes de agir, buscando soluções pró-sociais
no momento do conflito”, conta Dâmaris. 3. Um módulo de iniciação aos valores huma-
nos, que visa a ampliar o repertório de respos-
Outro aspecto avaliado foi a atitude das crianças em tas pró-sociais e a motivação pró-social dos
relação ao comportamento solidário dos colegas. alunos por meio de histórias, desempenho de
“É comum elas pedirem auxílio para aqueles que, papéis, vivências e integração dos temas ao
na percepção delas, sabem mais, e não para os que currículo de Língua Portuguesa.
são mais solidários”, explica. “Avaliei esse aspecto
em duas situações, no pátio e durante as tarefas.
No final do ano, todos haviam ampliado a gama de
amigos para ajudá-los”. Segundo a autora, para que
as crianças consigam solucionar seus problemas de Ao fim do estudo, observou-se que
maneira pró-social e desenvolver comportamentos as crianças envolvidas na pesquisa
que favoreçam uma convivência harmoniosa em passaram a pensar em mais opções de
grupo, é necessária uma intervenção que trabalhe ação diante de disputas interpessoais, elimi-
os valores humanos desde bem cedo, uma vez que a naram as soluções mais agressivas e passaram
formação do senso moral acontece dos quatro aos a resolver os problemas de forma mais autôno-
nove anos de idade. Para realizar essa intervenção, ma e menos turbulenta. “Visto que eles amplia-
ela recorreu à literatura. Foram mais de 30 obras, ram sua rede de apoio social em relação aos
entre elas Romeu e Julieta, que balizaram discus- colegas e tornaram-se menos vulneráveis ao
sões sobre preconceito, aceitação das diferenças e efeito perturbador de eventos estressantes do
cooperação. seu cotidiano, mostrando-se mais capazes de
Para o autocontrole, após o intervalo, quando as enfrentamento, podemos dizer que os objetivos
crianças voltam para a sala de aula mais excitadas, da intervenção foram atingidos no sentido de
foi indicado o relaxamento. No momento do conflito, mobilizar os alunos na criação de uma comu-
elas foram incentivadas a se recolher e respirar fun- nidade solidária, melhorando a convivência e
do até se acalmar e serem capazes de pensar com tornando o clima da sala de aula propício ao
mais calma. processo de ensino-aprendizagem”, completa.

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Intervenção Política
Em Belo Horizonte (MG), outro exemplo interessante
mostra bons resultados no que diz respeito ao con-
trole da indisciplina. Celma Cabral Cunha, que leciona
Filosofia e ensino religioso, implantou, há cerca de dez
anos, uma ferramenta de discussões com o formato de
assembleia no Colégio Marista Dom Silvério. Uma vez Algumas vezes, são realizadas sessões extraordinárias
por mês seus alunos se reúnem e discutem assuntos de assembleia. Se ainda assim a ocorrência persiste,
trazidos pela própria turma. O propósito principal é a professora busca entender o que está acontecendo
que todos tenham autonomia na solução de impasses. junto ao aluno e à sua família.
Nos encontros, que contam com presidente, vice-pre-
sidente e relator, além de livro ata, qualquer um pode Celma acredita que o conflito é caracterizado quan-
expressar dificuldades de relacionamento no ambiente do determinada situação não é controlada com uma
escolar. E são os próprios alunos que determinam os intervenção básica e toma maiores proporções. Outro
parâmetros e estratégias de intervenção. indício que aponta para uma situação de altercação
é a exclusão de determinado aluno pelo grupo, que
“Quando os alunos se tornam protagonistas, perce- se torna evidente quando sua fala não é respeitada.
bemos que são incentivados a refletir e as crises se “Percebemos que as crianças de hoje não têm socia-
limitam”, observa a professora Celma, que sempre que lização muito intensa, ficam presas em apartamentos.
percebe que um aluno está com dificuldade de relação Então, na escola, as maiores discussões são para
e convivência, conversa em separado para que ele crie defender interesses e entrar em acordo coletivamente.
estratégias de superação do transtorno. Em seguida, Alunos têm dificuldade em ceder para o bem-estar
é feito um acompanhamento e percebe-se que rara- geral”, completa.
mente é necessário tomar uma atitude que fuja do
procedimento estabelecido pelos encontros. Mas, se Ela considera fundamental que essa vivência
o aluno insiste em agir de maneira inadequada, política seja uma constante no trabalho de
os representantes de turma conversam para prevenção e controle de animosidades. Outros
obter mudança no professores do colégio adotaram o modelo de
comportamento. assembleia em função dos bons resultados alcan-
çados e do melhor aproveitamento dos alunos. Lá, os
jovens entendem a importância de seguirem as regras.

Mesmo quando impostas pela escola, elas são assun-


to e motivo de questionamento e reflexão, às vezes,
até alvo de proposta de mudanças. Sempre que existe
nova solicitação dos estudantes, é discutida e avaliada
a viabilidade da requisição.

Certos itens não podem mudar como é o caso do uni-


forme, mas a discussão serve para fazer com que to-
dos entendam o porquê das coisas. O fato de diversas
propostas não serem aceitas também é interessante
para o processo de formação dos alunos. A professora
não impede o processo de requisição mesmo quando
já sabe que não será aceito.
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O controle disciplinar no Colégio Marista Dom Silvério
também é feito por meio da inclusão de certos temas
no conteúdo programático da escola, como bullying,
exclusão, formação de identidade e a importância da
diversidade no grupo.

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Freepik.com

Professores Humanistas
Com o devido espaço e tempo dis-
poníveis, é possível listar inúmeras
táticas aplicáveis para o controle
de crianças e adolescentes. Mas
um aspecto deve ser levado em
consideração por educadores e
instituições: o da utilização da
psicologia na formação dos pro- Quando se tira a proibição, o aluno perde o
fessores, pelo menos de suas ideias chão. Ele espera um discurso de cas-
básicas, ainda no magistério. tração, mas, se recebe linguagem de
libertação, muda a postura.
Para o professor de Literatura e Língua Por-
tuguesa Alberto Rumblesperger, que leciona Sem dúvida, devem ser estabeleci-
há mais de três décadas, “brincar psicologica- dos limites, mas sempre combina-
mente” muda completamente o aproveitamento dos com artifícios de linguagem, que coloquem o aluno
em sala. “Essa filosofia é amplamente discutida como um ser que opina”, defende. A atitude de rebeldia
entre os profissionais do colégio Pentágono, aqui no seria um pedido de ajuda, uma maneira de chamar a
Rio de Janeiro, que atende a mais de dois mil alunos atenção e de se auto afirmar. E a escola seria o lugar
do Ensino Fundamental e Médio”, explica. Lá, todos para isso, visto que não muitos têm essa opção em
são orientados a quebrar paradigmas e continuar casa ou na sociedade. “O auditório não é adversário do
em constante transformação, acompanhando as professor, mas sim parceiro.” “O desafio é construir na
mudanças da sociedade, o que inclui mudar a rela- diversidade e achar interessante a pessoa que pensa
ção no ambiente de aprendizado. de maneira diferente da sua”, completa.

RODRIGUES, Gustavo. Revista Profissão Mestre. Agosto 2008.


Segundo Alberto, não é preciso seguir fórmulas para
ter êxito, mas sim desenvolver a sensibilidade e bus-
car uma linha mais humana, menos positivista. O
maior erro estaria na atitude arbitrária dos professo-
res, que tradicionalmente impõem o respeito, em vez
de conquistá-lo. “O mestre deve ter em mente que o
aluno quer testar os limites.

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23a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Tecnologias, sustentabilidade e sociedade Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
– páginas 54 e 55 Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Orientação didática:
• Peça aos alunos que pesquisem, em jornais, revis- 5o dia
tas e Internet, imagens de processos tecnológicos.
Ex.: imagens de carros de antigamente e atualmente, Livre para atividades complementares da sua turma.
de um telefone antigo e outro atual, etc. Depois faça
um mural.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia.

3o dia
Ciências: Tecnologias, sustentabilidade e sociedade
– página 56
Orientação didática:
• Leia textos dentro da temática com os seus alunos
e realize exercícios, escrevendo, completando e res­
pondendo às atividades sobre o assunto em estudo.
• Amplie o estudo sobre tecnologias por meio de se­
minários. Distribua os temas sobre o assunto, oriente
a pesquisa e marque o dia das apresentações.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

Gelpi / Shutterstock.com

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Dinâmica
Círculo do agradecimento
Antes da atividade, o educador deve ter desenhado vários
círculos no chão (de acordo com a quantidade de educandos).
Para começar o dia, ele traz um bolo para a sala. Esclarece
que cada um receberá um pequeno pedaço e, depois, eles irão
se sentar dentro dos pequenos círculos no chão. O educador
avisa que esses pequenos círculos são chamados de círculos
do agradecimento. Dentro desses círculos, eles realizarão três
ações. A primeira é se sentar, fechar os olhos e inspirar e expi-
rar profundamente cinco vezes. A segunda é encostar a mão no
coração e agradecer a vida pela oportunidade de comer, falan-
do baixinho e ainda de olhos fechados. E, por último, comer em
silêncio, pensando em tudo aquilo de que se alimenta no seu dia
a dia e a necessidade de agradecer por isso. Para acompanhar
esse momento, o educador coloca uma música calma de fun-
do. Logo após, os educandos retornam para o grande círculo e
falam sobre o que conseguiram refletir. Esse mesmo círculo po-
derá ser usado para outros elementos, como um livro recebido,
um presente, um copo de água. Faz-se a mesma sequência,
mudando-se o objeto.

WENDELL, Ney. Praticando a gratidão em sala de aula. Recife: Prazer de


Ler, 2015.

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54

NOTA
A BNCC não define
o estudo de Tecno-
logias, sustentabi-
lidade e socie­dade
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4° ano – Ensino
Funda­mental, porém
considera­mos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática

Realize um debate com os seus alunos e verifique quais conhecimentos


eles possuem sobre tecnologia.

Proponha uma pesquisa sobre as mudanças que acon­teceram após a


Revolução Industrial.

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55

Orientação didática e, em seguida, uma reflexão sobre seus malefícios


para o meio ambiente.
Realize um debate, em sala de aula, sobre como seria
a nossa vida se a Revolução Industrial não tivesse Motive e oriente os alunos a indica­rem os principais
acontecido. problemas ambien­tais que afetam a sua cidade e
quais as medidas que estão sendo tomadas para
Explique aos alunos sobre a importância da notícia eliminar ou minimizar esses pro­blemas. Assim, é
em tempo real. necessário trazer o problema do cuidado com o meio
am­biente para a vida das crianças e fazer com que
Solicite aos alunos que façam uma comparação do percebam que elas podem contribuir para diminuir o
meio ambiente antes e depois da Revolução Industrial problema.

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56

Sugestão de atividade 2. O que os inventos tecnológicos devem buscar?

1. Assinale as alternativas certas. 


Sugestão de resposta: Devem buscar alternativas

a. O século XVIII é marcado pela 


que garantam a sustentabilidade.

falta de tecnologia. x Revolução Industrial. 3. Escreva um texto explicando como você acha que
será a nossa vida no futuro.
im

b. O ser humano utiliza recursos da


en
ak

Resposta
 pessoal
Kr

x natureza. indústria.


180

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única coisa que ele podia entender e falar com conhe-
Fundamentação cimento de causa. Platão compara-o a uma caçada
(comparação aplicada também ao ato de conhecer) e
distingue três tipos de amor: o amor terreno, do corpo;
Ame seu trabalho e seja feliz o amor da alma, celestial (que leva ao conhecimento e
o produz); e outro que é a mistura dos dois.
Pessoas contestam a ideia de trabalhar e ser feliz
porque, fundamentalmente, confundem emprego com O mais amargo dos poetas-filósofos, Nietzsche, escre-
trabalho. veu: “Amamos a vida não porque estamos acostuma-
dos a viver, mas porque estamos acostumados a amar”.
Um trabalhador certa vez me fez uma declaração:
“Nunca mais vou me apaixonar por uma empresa, E eis aí por que é fundamental amarmos nosso traba-
elas são desumanas, cruéis e adúlteras; de hoje em lho. Este artigo está focado nas pessoas que traba-
diante serei apaixonado pela minha profissão, pelo lham para viver, que se realizam através do trabalho.
meu trabalho, e a esta dedicarei meus mais sublimes Sim, porque há pessoas que trabalham apenas para
esforços, minha competência, meu entusiasmo, minha sobreviver. Dedicamos a maior e a melhor parte de
paixão, meu aprendizado”. nossas vidas ao trabalho. Por isso, as pessoas que
trabalham naquilo que amam são felizes, realizadas e
Fiquei impressionado! Partindo das definições, amor e resolvem seus problemas. As pessoas que, por qual-
trabalho podem parecer uma imensa contradição. quer razão, não puderam trabalhar naquilo que amam
Amor é um sentimento sublime; já a própria palavra têm uma oportunidade de aprender a amar aquilo que
trabalho vem de tripalium, antigo instrumento de tor- têm de fazer.
tura. O tripalium era uma espécie de tripé formado por
estacas cavadas no chão, no qual eram suplicados os Amar o trabalho que fazemos é sinônimo de inteli-
escravos. gência. Inteligência é aplicar toda a vontade, todo o
interesse, toda a competência e ação no momento
Reúne os elementos tri (três) e palus (pau) — literal- presente. O trabalho tem que ser fonte de prazer e rea-
mente, três paus. Daí derivou-se o verbo tripaliare, que lização na vida; se não for assim, estaremos nos mar-
significava, inicialmente, torturar alguém no tripalium, tirizando no tripalium durante toda a nossa existência.
o que fazia do trabalhador um carrasco, e não a vítima Há pessoas que vivem, enquanto outras simplesmente
de hoje em dia. existem — assim como há pessoas que trabalham,
enquanto outras apenas têm um emprego.
Não nos dando mais ao trabalho de definir e explicar
a dolorosa origem do trabalho, pensemos, ou melhor, Todos nós possuímos capacidade de realização. Cada
sintamos o amor em algumas definições. momento da atividade deve ser vivido e realizado com
fé, com a inabalável convicção de que estamos fazen-
Para Platão, “a nossa espé- do o certo e o melhor, assim crescemos em humani-
cie só poderia ser feliz com dade e realização.
uma condição: realizar as
nossas aspirações amo- Amar o seu trabalho é uma condição para a felicidade.
rosas”. Na perspectiva Nada vale em si nem por si: qualquer coisa só vale
filosófica, a noção de amor pela felicidade, pela alegria que encontramos ou de-
é central. Em seus diá- positamos nela. E é assim com o nosso ofício, nosso
logos, Sócrates dizia trabalho, nosso fazer. Esses dois amores andam jun-
tte
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que o amor tos. Não apenas porque é preciso estar vivo para amar,
era a mas também porque é preciso amar para tomar gosto
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pela vida. É o amor que faz viver, já que ele torna a vida
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mais amável.
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MORENO, Luiz Carlos. In: Revista Profissão Mestre. Curitiba: Hu-


mana Editorial, ano 10, n. 118. Julho. 2009.

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24a Semana - Grade semanal

1o dia 2o dia
Ciências: Energia – páginas 57 e 58 Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Orientação didática: Matemática, História e Geografia.
• Peça que os alunos pesquisem as formas de ener-
gia e, em sala, comentem com os colegas sobre a 3o dia
pesquisa realizada. Depois, motive-os a confeccionar
um cartaz com figuras que representem várias ma- Ciências: Energia – página 59
neiras de obter-se energia. Orientação didática:
• Solicite que os alunos descrevam as diferentes for-
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e mas de energia usada no País e, depois, desenhem.
Matemática. • Leve-os ao pátio e brinque com um pião para que
vejam a energia cinética em ação; observe, com eles,
o movimento dos carros para que percebam a ener-
gia cinética e química; se possível, leve-os a observar
a reação de algum alimento ou da água sob a ação
da energia térmica, dentro de uma panela ou em um
forno micro-ondas.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

eurobanks / Shutterstock.com

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Dinâmica
Ritual dos círculos brilhantes

2
Objetivos:
Propiciar o desenvolvimento da inclusão e sensibilidade para trabalhos em
grupo. Desenvolver o espírito de cooperação, união e trabalho em equipe.
Conscientizar sobre a importância da troca e da sensibilidade.

Procedimentos:

1
Informe ao grupo que o
ritual representa toda
atividade humana na
Convide o grupo para
qual colocamos signi-
abrir o treinamento
ficado, concentração,
por meio do ritual
emoção e ritmo.
dos círculos bri-
lhantes.
o

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k.c
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terst
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Africa Studio / S

3 4
Fale sobre as mãos dadas:
“A mão direita simboliza a nossa capaci-
dade de ajudar. Deve estar por cima da
mão esquerda do colega da direita.” Feche a dinâmica falan-
“A mão esquerda, recebendo a direi- do sobre a importância
ta do outro colega, simboliza nossa do círculo:
necessidade de troca.” “Nesse círculo somos todos
“Ao mesmo tempo em que podemos ajudar, iguais.”
precisamos saber receber ajuda. ” “Não há primeiro, não há último.”
“Nenhum de nós é tão forte para somente aju- “Que permaneçam neste círculo: a
dar ou tão fraco que somente receba ajuda. ” nutrição, a cooperação, a dispo-
“A sinergia está no equilíbrio entre pedir, dar e nibilidade para consigo e com o
receber colaboração.” outro.”

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57

NOTA:
A BNCC não define
o estu­do da Energia
como com­petência
a ser desenvolvida
na disciplina de
Ciências do 4°ano –
Ensino Funda­mental,
porém considera­mos
ser este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
Procure trabalhar com as crianças as diferentes formas de se PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO
obter energia: por meio da luz solar, do vento, da força da água MATERIAL DE APOIO COMO UM
e de substâncias nucleares. Explique as vanta­gens e desvanta- RECURSO VISUAL PARA A
gens de cada uma dessas formas. MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

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58

Sugestão de atividade
1. Explique a afirmativa abaixo.

Todos os processos naturais requerem energia!

Resposta pessoal

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59

Orientação pedagógica
Quando um aluno enfrenta um conhecimento novo, ele o fará dentro de suas próprias con­cepções, a
partir de certas maneiras de conhecer que lhe foram úteis em outros contextos, e é sobre esse mes-
mo conhecimento “velho” que o aluno deverá construir o novo. Como levar adiante essa tarefa quan-
do não se pode confrontar a representação que ele fez do problema com outras diferentes e particu-
larmente tomar conhecimento de seus possíveis erros?

PANIZZA, Mabel e colaboradores. Trad. Antônio Feltrim. Ensinar Matemática na Educação Infantil e nas séries iniciais: aná-
lise e propostas Porto Alegre: Artmed, 2006.

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A qualidade da Educação deve ser aferida, e as provas
Fundamentação gerais têm esse papel, nem sempre bem interpretado.

Classificar escolas lembra "coisa de mercado" e, como


Avaliação não é ameaça provocação, eu diria que a escola que fazia o estu-
dante aprender só para tirar boas notas nas provas
As provas devem servir para acompanhar o processo – como alguém que cuida da saúde só para passar
de aprendizagem do aluno, e nunca ser temidas como no exame médico – agora também ensina para ela
sentenças. mesma ser aprovada.

Julgamentos e estimativas são sempre necessários. Avaliações como a Prova Brasil permitem planejar o
Um simples olhar avalia uma vaga de estaciona- aperfeiçoamento de escolas e redes. Já o Exame Na-
mento ou a deselegância de um gesto. Uma rápida cional do Ensino Médio, o Enem, foi concebido para
operação mede a pressão arterial ou verifica o saldo que cada jovem, ao fim da Educação Básica, possa
bancário. Somente a análise complexa, no entanto, mostrar as competências adquiridas para se expres-
diagnostica um paciente ou uma grande organiza- sar, compreender, intervir, argumentar e propor, mas
ção. Avaliações educacionais, por sua vez, verificam também pode servir para apontar a uma escola como
habilidades de alunos e o desempenho de redes está o desempenho médio dos estudantes.
escolares. Os objetivos, nesse caso, são tão dife-
rentes quanto os de exames médicos que orientam Cabe a esses exames orientar, e nunca "carimbar" uma
tratamentos ou de provas para certificar profissionais instituição – e é bom evitar comparações absolutas
e classificar serviços. entre escolas e professores atuando em situações
diversas.
As avaliações mais importantes são as que orientam
o ensino, integradas ao processo de aprendizagem, e A sociedade e o Estado precisam saber que quem
não simples provas periódicas. Ao propor uma ginca- trabalha em condições difíceis e com público carente
na em que as crianças escrevam bilhetes anônimos e está na trincheira da equidade social e do desenvolvi-
numerados, com instruções para ações dos colegas, mento, sendo assim a vanguarda – não a retaguarda
a professora que acaba de assumir uma turma de- da Educação.
senvolve uma boa socialização enquanto verifica as
competências de ler e escrever de cada um. Ativida- Em síntese, em quaisquer circunstâncias, avaliações
des desse tipo, da Educação Infantil ao Ensino Médio, são meio ou confirmação de nosso
revelam mais do que provas. Porém, o uso delas é tão trabalho, nunca sua razão de
raro quanto o de diagnósticos iniciais. O resultado ser. Assim, devem ser vis-
disso é que, às vezes, expectativas de aprendizagem tas como recursos para
equivocadas somente são percebidas quando já é aprender e ensinar me-
tarde demais. lhor, nunca
temidas
Quando as turmas são grandes, em vez de levar pilhas como
de trabalhos para corrigir (e às pressas, pois a vida sen-
é curta), é melhor o professor instruir os estudantes tenças,
para que se autoavaliem em atividades de classe ou nem pelo
de casa. Sabendo contornar possíveis limitações, a aluno,
escola pode orientar as famílias para se tornarem nem por
parceiras no processo, mostrando os objetivos das nós.
etapas do ensino e o que será verificado em provas
parciais. As finais ganham a função de confirmar e Revista Nova
Escola. São
certificar o trabalho, mas insucessos põem em ques-
Paulo: Abril,
tão a própria escola. agosto 2008.

Shyamalamuralinath / Shutterstock.com

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25a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de revisão.

2o dia
Semana de revisão.

3o dia
Semana de revisão.

4o dia
Semana de revisão.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

all_about_people / Shutterstock.com

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Dinâmica

Imagens de si
O educador pede que cada aluno faça uma ex-
pressão no rosto imitando uma pessoa triste e,
depois, uma pessoa alegre. Ele fala que vai tirar
uma foto de cada um com o rosto triste e, depois,
com o rosto alegre. Solicita que eles refaçam e
memorizem como é a expressão do rosto. O edu-
cador tira as fotos e as mostra na TV para eles
observarem. Orienta-os para verem como cada
um mostra a tristeza e a alegria. Pergunta para
eles se é importante cada um estar consciente de
como está se sentindo e o porquê. É fundamental
destacar a capacidade de cada um em transfor-
mar os sentimentos. Pode-se colocar um espelho
grande para os educandos mudarem a expressão
do rosto, para eles e os outros verem.

tock.com
/ Shutters
nis Kuvaev
erpoon, De
Fotos: esth

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4. A respeito do progresso tecnológico nas socie-
Semana de revisão dades atuais, leia e fale sobre cada uma das afirma-
ções abaixo.

Unidade 3 A busca por novas tecnologias deve estar


• Calendários em diferentes culturas adequada à delicadeza da vida do planeta!
• Tecnologias, sustentabilidade e sociedade
• Energia
Resposta pessoal
1. Complete a frase corretamente.

Calendário é um sistema de medidas

que, baseado nos movimentos dos


Os inventos tecnológicos devem garantir
astros , divide o tempo em anos , sustentabilidade sem comprometer o futuro!
meses e dias .
Resposta pessoal

O calendário ao qual estamos habituados levou

bastante tempo para tomar a forma atual.


5. De onde vem a energia elétrica usada em sua ci-
2. Faça uma pesquisa sobre qual é o calendário ado- dade? Faça uma pesquisa, consulte as pessoas mais
tado nas seguintes culturas: velhas e responda abaixo.

Índia calendário hindu


Resposta pessoal
Coreia do Norte calendário luche

Etiópia calendário etíope

Islã calendário islâmico

3. A tecnologia está associada à sustentabilidade 6. Encontre, no caça-palavras, seis formas de energia.


na geração de energia. O que você sabe sobre isso?
Converse com seus familiares e o professor.
Q U V H L U M I N O S A
U J U H Y T F R D E O S
Resposta pessoal
Í T É R M I C A B Ó L C
M O L K U N G T R L A L
I W D C X S A T G I R U
C E R E L É T R I C A Z
A X C V B N M K I A Y O

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Fundamentação
topou. E por um ano tivemos a experiência ex-
Nem técnica nem magia. traordinária de propiciar a nós e a nossos alunos a
Política e arte oportunidade de aproximarmos da Grécia Clássica
a partir de olhares e perspectivas distintas e com-
Ou o porquê da importância do professor na plementares. Até hoje não sei se deveria considerar a
criação de uma proposta pedagógica iniciativa como um trabalho transinter ou multidisci-
plinar, o que, aliás, nunca importou a nenhum de nós.
Lembro-me de que era final de ano, provavelmente
novembro, no início da década de 90. Sei que parte substantiva de seu êxito se deveu ao
fato de que ela não foi uma tentativa de “aplicação”
Na sala de professores de uma escola de Ensino Mé- de “teorias pedagógicas” concebidas no isolamento
dio, corrigia, entediado, provas de Filosofia. tecnocrático dos especialistas.

Irene, professora de Português, ao nelas ver um ex- Ao contrário, o projeto nasceu do interesse e do entu-
certo de Platão, comentou sua admiração pela cultura siasmo compartilhados por um grupo de professores,
grega clássica, pelo seu teatro e sua arquitetura públi- na teia cotidiana de suas relações de trabalho.
ca. Walmir, professor de Física que estudava História
da Ciência, animou-se com nossa conversa e passou Paradoxalmente, parece ser justamente o êxito de
a falar sobre as concepções cosmológicas e a Física iniciativas como essa que subjazem às tentativas
aristotélica. Em minutos, estávamos completamente de se forjar métodos e procedimentos pedagógicos
tomados pelo prazer de poder relatar e ouvir histórias, pretensamente capazes de imprimir mais eficiência,
discutir concepções, aprender uns com os outros. criatividade e qualidade ao trabalho docente. O pro-
blema é que, ao transformar iniciativas autônomas
Não me lembro de quem veio a ideia — e nem importa, e locais em “teorias metodológicas”, esquecemos
posto que foi gestada em conjunto. algumas das condições fundamentais de seu êxito.
Por exemplo, o fato de que nasceram da imaginação
Mas sei que alguém falou algo como “O Mundo Grego”. e da prática dos profissionais responsáveis por sua
execução e que refletem seus interesses, aspirações
Provavelmente Walmir, com seus gestos teatrais, “é e saberes.
isso o que deveríamos ensinar! Já pensou? Estudar
teatro grego, Filosofia, Ciência”. Com entusiasmo qua- Como dizia o velho mestre José Mário Pires Azanha,
se juvenil, iniciamos um “planejamento” do que poderia professores que não participam da criação de uma
ser o conteúdo de uma disciplina assim: Filosofia e proposta pedagógica desoneram-se de seu êxito.
Ciência nos pré-socráticos, Dramaturgia Clássica e O valor educativo de uma iniciativa pedagógica não
Artes Plásticas .... Um bimestre para cada professor. é produzido pela observância de procedimentos
técnicos, nem resulta da magia pessoal de quem os
Claro, precisaríamos de um bimestre de História. E aplica. É fruto da política e da arte.
convencer a escola de que seria viável e interessante.
CARVALHO, José Fonseca de. In Revista Educação. ano 12.
Com quatro professores, poderíamos nos alternar: em n. 143. São Paulo: Segmento, janeiro de 2009.
cada bimestre um professor assumiria uma turma,
duas aulas por semana. O esboço dos nossos sonhos
acabou por consumir o horário de almoço de duas ou
três segundas-feiras.

Apresentamos a ideia aos demais professores, coor-


denadores e alunos. Com coragem e ousadia, a escola

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26a Semana - Grade semanal

1o dia 2o dia
Ciências: Fontes de energia renováveis e não renová- Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
veis – página 60 Matemática, História e Geografia.
Orientação didática:
• Converse com os alunos sobre a importância do 3o dia
uso de energias renováveis para o meio ambiente.
Exemplifique-as e classifique-as em renováveis e não Ciências: Fontes de energia renováveis e não renová-
renováveis. veis – página 61
• Leve os alunos para o laboratório de informática e Orientação didática:
solicite que pesquisem sobre acidentes em locais en- • Explique as vantagens e desvantagens de uma das
volvidos com produção de energia, como os nuclea- formas de se obter energia.
res (ocorridos em Chernobyl e Fukushima) e vaza- • Solicite aos alunos que descrevam, em duplas, uma
mentos de petróleo nos oceanos. Depois, eles devem alternativa que ajude a reduzir o uso de combustíveis
apresentar para toda a turma as consequências fósseis no Brasil. Para ajudá-los, permita que reali-
dessas ocorrências tanto no meio ambiente quanto zem pesquisas em revistas, livros e na Internet. Ao
na qualidade de vida dos habitantes da região. final, cada dupla deve ler a alternativa pensada para
os demais alunos.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa
e Matemática. Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática e Geografia.

4o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Nanette Grebe / Shutterstock.com

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Dinâmica

Recriando o dia
O educador dialoga com os alunos sobre quanto tempo eles passam
vendo TV em casa.

Pede que contem as horas por dia e, dependendo da turma, conduz para
somar essas horas e calculá-las por semana e, depois, por mês. Con-
versa mais um pouco sobre as programações às quais eles assistem.

Levanta, com os educandos, algumas ideias sobre como era a vida antiga-
mente sem TV, questionando-os sobre as possíveis diversões sem o aparelho.
Depois, propõe um desafio. Eles terão que passar 24 horas sem ver TV. Para isso,
terão que listar o que poderão fazer para substituir o momento com a TV. Pergunta à
turma e cria uma lista criativa de atividades na lousa. É fundamental pensar em atividades
que tenham a participação dos familiares.

Pede que todos anotem essa lista e que a guardem para aplicá-la em casa, esclarecendo
seus familiares sobre o desafio. No outro dia, o educador faz uma análise sobre quem
conseguiu ou não e quais foram as dificuldades para cumprir a lista. Finaliza pergun-
tando o que eles aprenderam ao pensar numa convivência mais afetiva com os
familiares. É importante conduzir a discussão para a capacidade que cada um
tem de ser criativo e de tornar mais humano o seu cotidiano, sem tanta
dominação dos equipamentos.

tterstock.com
giuseppelombardo / Shu

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60

NOTA:
A BNCC não de-
fine o estudo das
Fontes de energia
renováveis e não
renováveis como
compe­tência a ser
desenvolvida na dis-
ciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Funda­mental, porém
considera­mos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
Realize uma pesquisa com os seus alunos sobre as fon­tes de energia
renováveis existentes no Brasil. PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO
MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
Peça aos alunos que confeccionem um mural com figu­ras de ener- MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
gias renováveis e como são obtidas a partir de recursos naturais.

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61

Orientação didática
Solicite aos alunos uma pesquisa sobre as principais fontes de
ener­gia não renováveis, como o petróleo, o carvão, o gás natural,
etc., e monte um mural com o material coletado pelos alunos.

Depois, exponha o mural no pátio da escola.

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Fundamentação
Na escola, tudo tem seu tempo
Por Fernando José de Almeida

Rotina e prazer são necessários no dia a dia. O papel A escola está impregnada de kairós. As vivências afe-
do gestor é levar a equipe a equilibrar os dois polos tivas são as mais lembradas de nossa infância.
para conseguir ensinar melhor.
Certamente, muitas delas se passaram nos recreios,
O que é tempo? Uma pergunta como esta, tão filosófi- em um diálogo esclarecedor com um professor que
ca, à primeira vista parece ter pouco a ver com o mote ajuda a aprender o conteúdo, nos trabalhos em grupo,
desta coluna — refletir sobre a atividade dos gestores em uma instigante experimentação científica ou na
escolares. exposição dos trabalhos. Os alunos também experi-
mentam esse tempo quando ficam olhando para o in-
Pretendo mostrar que o tempo é, sim, um componente finito, como que distraídos, com o rosto entre as mãos,
fundamental no dia a dia desses profissionais. sonhando com a princesa ou o príncipe dos seus so-
nhos — ou imaginando uma viagem ao mundo medie-
Não apenas no que diz respeito à sua administração, val, às geleiras dos Andes ou ao deserto
mas também em relação à sua vivência. de Calahari. Com os professores,
não é diferente. Vem à cabeça a
Peço ajuda aos gregos da Antiguidade para explicar imagem de uma docente que
melhor. Eles distinguiam dois tipos de tempo: o chronos me procurou para mostrar
e o kairós. O primeiro é o tempo efetivamente medido, uma prova de Matemática
aquele do relógio e da rotina. O segundo é o tempo vi- que ela havia elabo-
vido, que, diferentemente do chronos, não se mede pelo rado, dizendo: “Veja,
tamanho, mas pela intensidade. Fernando, que lindo
problema inventei
É como se os ponteiros de hora, minuto e segundo para os alunos!”.
parassem e mergulhássemos em um túnel fora da Ela, sem dú-
Terra. Quando entramos nas portas infinitas do tempo vida, estava
kairós, o chronos fica sem importância. Como em um vivendo o
reencontro de dia inteiro com amigos queridos que tempo
há muito não víamos, podemos dizer: “Nem percebi kairós.
que passou o tempo e já está na hora de ir para casa”.
Sinal de que a atividade realmente foi boa e pudemos
nos entregar ao kairós vivido, valorizado, partilhado.

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Não se pode esquecer, porém, que o cotidiano O bom administrador do
escolar está repleto de chronos, o tempo que nos tempo é aquele que consegue extrair
acompanha e nos enquadra, dando o sentido das dos mais corriqueiros atos do cotidiano as maravilhas
tarefas, pondo-lhes metas e balizando a organização do kairós sem descuidar do chronos, estabelecendo
coletiva. O chronos é frequentemente confundido com claramente os responsáveis pelas tarefas, expondo
a burocracia — e não há nada de mau nisso. Explico o datas de entregas e cobrando o cumprimento dos
porquê. Por exemplo, a pontualidade no pagamento do prazos ligados ao bem comum.
salário é uma burocracia (já imaginou receber apenas
quando o patrão quisesse?). Mas é uma burocra- Revista Nova Escola. Ano
24, n. 223, junho/ju-
cia boa, assim como a dos prazos cumpridos, a dos
lho 2009.
relatórios entregues e a das notas na secretaria no dia
combinado.

Fazer esses dois tempos conversarem entre si não


é fácil. Rotinas atropeladoras, excesso de demanda,
mistura de urgências com condução do dia a dia... O
conflito entre as atividades burocráticas e as nobres
e pedagogicamente ricas é uma contradição que o Freepik.com

gestor enfrenta diariamente. No limite, se faço só o


prazeroso, abandono as exigências burocráticas pelas
quais serei cobrado. De outro lado, se não faço nada
de que gosto, meu trabalho fica sem sentido.

Sabemos que as duas atividades são importantes


para nossa saúde mental e profissional. Como
administrar o tempo do gestor e da escola para
responder a tantos problemas? Como fazer o
equilíbrio entre os dois tempos?

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27a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Fontes de energia renováveis e não renová- Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
veis – página 62 (primeira coluna) Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Orientação didática:
• Solicite aos alunos que realizem uma pesquisa 5o dia
sobre os biocombustíveis. A partir dos resultados
apresentados, monte um painel com um banco de Livre para atividades complementares da sua turma.
dados para ser consultado pelos alunos.
• Faça as crianças imaginarem como seria a vida
delas sem energia elétrica.
• Peça-lhes que façam uma breve ilustração e deba-
tam o assunto em sala de aula.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia.

3o dia
Ciências: Fontes de energia renováveis e não renováveis
Orientação didática:
• Teça comentários a respeito do petróleo, recurso
natural muito importante e que continua sendo uma
das mais importantes fontes de energia da atualida-
de. Ressalte que trata-se de uma fonte não renovável
e que atua na produção de eletricidade, combustíveis
e na constituição de matéria-prima para inúmeros
produtos, como o plástico, por exemplo.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

Freedom_Studio / Shutterstock.com

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Dinâmica
Hora de meditar
Esta atividade vai precisar de pouco es-
forço e dedicação do educador, que deve
ter paciência com a turma e repetir a ati-
vidade em vários momentos diferentes. A
ideia é conduzir o grupo a um momento
de silêncio e respiração harmônica e cal-
mante. No primeiro dia, sempre utilizando
uma música que acalme, vai-se exercitando
a respiração dos alunos, fazendo-os puxar o
ar pelo nariz e soltar pela boca, em ritmos len-
tos, rápidos, profundos, segurando o ar, ou seja,
fazendo-os entender que podem controlar a respira-
ção. No outro dia, além da respiração, acrescenta-se
o silêncio e o fechar dos olhos. No terceiro dia, faz-se
tudo que foi aprendido até então, além da visualiza-
ção de um lugar bonito da natureza; para isso, o
educador conta uma história que guie os
educandos para um estado de paz.

WENDELL, Ney. Praticando a


gentileza em sala de aula.
Recife: Prazer de Ler,
2012.

Freepik.com

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62

NOTA:
A BNCC não de-
fine o estudo das
Fontes de energia
renováveis e não
renováveis como
compe­tência a ser
desenvolvida na dis-
ciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Funda­mental, porém
considera­mos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
Distribua cópias da campanha abaixo para seus alunos.

Seja um pesquisador:

Tire cópia da sua conta de luz (energia).


Anote o consumo e o valor do mês no seu caderno.
Faça, em sua casa, uma campanha para economizar energia elétrica.
No mês seguinte, compare o consumo e o valor.

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Fundamentação
...lidar com a diversidade
Viva a diferença
Na mesma proporção em que, felizmente, aumenta
o acesso das crianças brasileiras à escola, cresce a Para lidar com a diversidade, é essencial:
diversidade na sala de aula.
• Definir o que é comum a todos e o que é particu-
Uma turma pode reunir crianças de diferentes clas- lar em cada aluno.
ses, regiões, culturas e crenças. Elas respondem de
modos distintos a conteúdos, objetivos e exigên- • Criar diferentes ambientes de aprendizagem.
cias — planejados para serem iguais para todos. O
desafio, portanto, é não mascarar essas diferenças, • Conhecer as particularidades dos alunos para
mas valer-se delas para enriquecer o aprendizado e a estimular o interesse de cada um.
vivência do grupo.
• Diversificar o material didático.
A diversidade entre os indivíduos é uma condição da
natureza humana e está sempre presente em qual- • Acompanhar a aprendizagem de cada estudante.
quer abordagem pedagógica.
• Trocar informações e opiniões com outros pro-
Isso não significa que lidar com ela seja simples. fessores.
“Ainda estamos aprendendo a conviver com a diver-
sidade”, diz Roseli Fischmann, professora da Facul- • Não tentar mascarar nem destacar em excesso
dade de Educação da Universidade de São Paulo. as diferenças dentro da turma.
Segundo ela, o caminho é “refletir em grupo, partilhar,
buscar se compreender”.
Currículo e avaliação flexíveis
O que você deve ter em mente é encontrar um equilí- Quando as respostas da turma são desiguais em
brio entre objetos comuns e necessidades pessoais relação aos padrões de aprendizagem exigidos, é
de cada estudante. recomendável, além da revisão dos métodos de ava-
liação, adotar currículos flexíveis. Para isso, é preciso
A busca desse equilíbrio não é fácil. Primeiramente é definir claramente o que deve ser comum a
preciso saber até que ponto todos os envolvidos, da todos os alunos e quais podem ser
equipe escolar aos pais de alunos, estão de acordo os conteúdos diferenciados.
em aceitar que cada aluno tem direito a um ensino Finalmente, cabe a você cul-
adaptado, na maior medida possível, às suas possibi- tivar conceitos como flexibi-
lidades e limitações. lidade e tolerância. Eles são
pré-requisitos para a boa
Nem toda diversidade, no entanto, significa desi- convivência e a adaptação
gualdade. É o caso das diversidades culturais e de de pessoas diferentes a am-
aptidões específicas. Esses são aspectos individuais bientes e objetivos comuns.
que enriquecem a convivência coletiva. A você, cabe “O mais importante é não fi-
ter sensibilidade para detectá-las e lidar com elas car no discurso, mas adotá-lo
sem transformá-las em estigmas. “Trabalhar com a na prática”, diz a educadora
diversidade é normal; querer fomentá-la é discutível; Roseli Fischmann.
regular toda a variabilidade nos indivíduos é perigoso”,
escreve o educador espanhol José Gimeno Sacristán. Revista Nova Escola. Ano XVIII. n. 164.
São Paulo: Abril, agosto 2003.

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28a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: As transformações da energia – página 62 Ciências: As transformações da energia – página 63
(segunda coluna) Orientação didática:
Orientação didática: • Peça aos alunos que confeccionem um mural com
• Realize uma pesquisa com os seus alunos sobre as figuras de fontes de energia renováveis e como elas
transformações de energia presentes no cotidiano. produzem energia.
• Solicite aos alunos que coletem informações nos • Solicite aos alunos que façam uma entrevista a
livros, Internet e com familiares sobre os tipos de respeito do conteúdo estudado. Em casa, entrevistem
energia: solar, mecânica, eólica, elétrica, química, etc. um adulto a fim de coletar informações de como este
Exponha o material coletado pelos alunos no pátio da utiliza e poupa energia em sua residência.
escola. • Elabore as perguntas pertinentes ao assunto e
• Conduza os alunos a visualizarem as transforma- distribua para a turma em folha xerocada para que
ções de energia pela observação de situações coti- tragam na próxima aula.
dianas.
• Realize a exibição de um vídeo e veja se os alunos Reservado para atividades de Língua Portuguesa e
percebem não somente a energia elétrica, mas tam- Matemática.
bém a energia luminosa e sonora.
4o dia
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e
Matemática. Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
2o dia
5o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia. Livre para atividades complementares da sua turma.

Nataliya Turpitko / Shutterstock.com

202

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Dinâmica

Jogo das amizades


O educador divide a turma em duplas, posicionando um aluno de frente para o outro. O educador explica
que, ao seu sinal, os alunos irão fazer de conta que são dois amigos que se veem depois de muito tempo.
Devem agir dessa forma duas vezes. Depois agem como se fossem dois aniversariantes que parabenizam
alegremente um ao outro, duas vezes. Por fim, são dois amigos se despedindo e repetem o processo
duas vezes. Antes de se sentarem, devem agradecer ao colega com um abraço. O educador pergunta
à turma sobre o que mais se aprendeu com a atividade e sobre quais foram as palavras ditas um
para o outro. O educador vai lembrando, junto à turma, os momentos marcantes e fazendo
uma lista de termos gentis. Depois de ler a lista para a turma, questiona-a sobre a impor-
tância desses termos na convivência diária.

WENDELL, Ney. Praticando a gentileza em sala de aula. Recife: Prazer de Ler, 2012.

Fr
ee
pi
k.c
om

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62

NOTA:
A BNCC não define o
estudo das Trans­
formações da energia
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4°ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
gran­de importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Entregue aos alunos fichas que
mostrem a transformação da ener-
gia e peça-lhes que classifiquem-
-na. Faça-lhes algumas perguntas.
Verifique se as respostas dadas
foram corretas. Aproveite para sa-
nar dúvidas.

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63

Orientação didática

Solicite aos alunos uma pesquisa sobre as transforma­ções da energia e


peça-lhes que digam em que situação eles podem visualizá-la. Depois,
peça-lhes que compar­tilhem o resultado da pesquisa com seus colegas.

Solicite aos alunos que digam as principais dife­renças entre a energia


cinética, energia térmica, energia química e energia elétrica. Verifique se as
respostas estão corretas. Aproveite o momento para sanar dúvidas.

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Fundamentação
Aprendizagem: o despertar
de potencialidades
Não podemos falar de aprendizagem sem pen-
sar numa relação triangular na qual o desejo, a
relação professor/aluno e a afetividade devem estar
presentes. Portanto, aprender pressupõe interagir. É
preciso que haja o desejo de aprender e que
o professor ou mediador provoque no
aluno esse desejo. Não podemos mais
pensar numa única forma de ensinar:
é preciso levar em conta a diversida-
de humana.

Para que a aprendizagem ocorra, é


importante que o professor consiga
provocar, no aluno, uma curiosidade
diante dessa busca e uma vontade de
realmente aprender.

É preciso que esse aluno seja instigado pelas formas


mais variadas possíveis, até que se crie uma via de
acesso e se estabeleça uma relação. Só haverá
aprendizagem se esse vínculo corresponder a
um movimento de troca de aprendizados,
que vão muito além da aquisição de con-
teúdos e programas formais de ensino.

Se pensarmos que cada ser humano é


único, entenderemos nossa realidade
como algo dinâmico, que não suporta
modelos fixos rigorosamente formata-
dos nem repetição. É preciso ver sentido e
função no que se aprende.

As diferenças não podem ser vistas somente consi-


derando-se escalas de valor (melhor, médio e pior),
mas, sobretudo, apresentando-se a intenção de se
variar a estratégia, despertando no professor o de-
sejo de dominar novas formas de ensinar, contem-
plando, dessa maneira, toda a diversidade típica
dos grupos humanos.

Quanto mais diferentes forem as formas de


aprendizagem, mais condições terão os alunos de
crescerem e se sentirem seguros e livres para criar.

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Para que a aprendizagem ocorra e seja
produtiva, é preciso que aconteça de forma
adequada. A era da palmatória e dos casti-
gos não se mostrou eficaz nem construtiva,
ao contrário, fortaleceu nos alunos atitudes
e sentimentos de indignação e menos valia
que só reforçavam a dificuldade de cada um.
Ao contrário desse tempo, pressupõe-se que a
educação de hoje seja baseada numa relação de
trocas, e não de poder.

Tendo sua curiosidade provocada e adequadamente


satisfeita, o aluno vai se norteando e se conhecendo
mais, adquirindo confiança em si, o que nos faz pensar
numa condição melhor para fazer escolhas futuras.

É sabido como experiências escolares são marcantes


na vida dos alunos, muito mais ligada à formação que
à informação.

Nessa fase, são afloradas e solidificadas questões


como autocontrole, relacionamento interpessoal e
valores morais, propiciando condições para que cada
um encontre um espaço digno na sociedade.
Hoje, fala-se muito nas inteligências múltiplas como
habilidades pessoais que poderão ou não ser desen-
volvidas por meio do estímulo adequado proporcio-
nado pelo ambiente.

É muito mais fácil chegar às habilidades es-


pecíficas quando se trabalha num ambiente
de liberdade, onde é possível tentar, arriscar,
ousar. Aulas enfadonhas, formatadas para
todos, com conteúdos que, muitas vezes,
não despertam qualquer tipo de atração ou
interesse, dificultam a aprendizagem.

É importante abrir, na escola, um espaço para


outras atividades que favoreçam a descoberta de
aptidões. Muitas vezes, não nos lembramos de con-
teúdos específicos e complexos, mas precisamos de
autocontrole e tolerância para enfrentar adversida-
des da vida. Habilidade no convívio com colegas
e alunos é fundamental para aproveitar com
alegria essa etapa, que, certamente, é uma das
mais ricas da vida, tendo sempre em mente
que viver é uma eterna aprendizagem.

MARQUES, Hildênia Nogueira de Avelar. In: AMAE edu-


cando. Ano 40. n. 345. Março. 2007.

Freepik.com 207

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29a Semana - Grade semanal

1o dia
Sugestão de atividades.

2o dia
Sugestão de atividades.

3o dia
Sugestão de atividades.

4o dia
Sugestão de atividades.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Africa Studio / Shutterstock.com

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Dinâmica
Dinâmica das cores
Material necessário:
• Papéis coloridos (várias cores, vários tamanhos e formatos).
• Cartolina.
• Cola.
• Caneta hidrocor.
• CD e/ou texto da música Tocando em frente.

Descrição da dinâmica:
cor e um formato.
Espalhar vários papéis no chão, no centro da sala. Cada um com uma
quantidade de
Pode-se repetir cores e formatos. É importante, no entanto, ter grande
círculo . Em total silên-
cores e formatos. As pessoas ficam ao redor dos papéis, em
CD ou a pessoa
cio, ouvir a letra da música Tocando em frente (ouvir a música em
a letra da música
que coordena poderá ler a letra). Entregar para cada integrante
e ouvi-la novamente.

o? O que
Em seguida, perguntar: “Que parte da música chamou mais sua atençã
ual, em silêncio.
isso diz para sua vida? ”. Deixar um tempo para reflexão individ
o relacio-
Depois, cada integrante, ainda em silêncio, escolherá um papel colorid
explicando também
nado à sua reflexão. Partilhar a reflexão individual no grupo,
ante que cada
por que escolheu determinada cor e determinado formato. É import
demais.
pessoa tenha seu espaço de fala e que seja, de fato, ouvida pelas

Em seguida, refletir, com o grupo, sobre o que há em


comum nesses relatos, combinar uma figura que repre-
sente esse elemento comum (ex.: uma estrada). Cada
integrante escreve o nome no seu papel colorido.
Como último passo, colocar uma cartolina no centro da
sala e, em conjunto, construir a figura escolhida usan-
do os papéis coloridos.

WITT, Maria Dirlene; PONICK,


Edson (Coord.). Dinâmicas
para o ensino religioso.
São Leopoldo Sino-
dal, 2008.

WAYHOME studio / Shutterstock.com

209

FC_ME_CIEN 4F_UN 3.indd 209 17/07/2020 16:13


4. Para você, por que a tecnologia é importante?
Sugestão de atividades

Resposta pessoal
Unidade 3

• Calendários em diferentes culturas
• Tecnologias, sustentabilidade e sociedade
• Energia
• Fontes de energia renováveis e não renováveis

1. Cole, no espaço abaixo, um calendário do ano vigente.

5. O que você acha que pode ser feito para conciliar-


mos tecnologia e sustentabilidade?

Resposta pessoal

Resposta pessoal

2. Quais são os meses do ano?

Janeiro,
fevereiro, março, abril, maio, junho,
6. O que é energia?
julho,
agosto, setembro, outubro, novembro

e dezembro.

Energia é um conceito científico que se

manifesta
na natureza das mais diversas

3. Em que mês estamos? formas.


Assim, energia são manifestações

naturais
que fazem parte da nossa vida,
Resposta
pessoal
sendo algo intuitivo, pois não existe uma


definição
específica.

210

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7. O que é energia química? 10. Quais são as fontes de energia não renováveis?

É aquela que existe em diversos recursos na-


As principais fontes de energia não renováveis

turais. É o caso da queima de um papel ou da


são o petróleo, o carvão, o gás natural, o urânio

utilização dos alimentos pelas nossas células.


e gases derivados do petróleo.

8. Explique, com suas palavras, o que é energia potencial. 11. Responda ao que se pede.

Resposta pessoal
a. Ao ligarmos a televisão, a energia elétrica é
transformada em que energia?

É transformada em energia sonora, luminosa e


térmica.

9. O que são fontes de energia renováveis?

b. Em que tipo de energia o ferro elétrico é ca-


São aquelas em que a obtenção de energia
paz de transformar a energia elétrica?

Em energia térmica.

acontece a partir de recursos naturais que po-

dem ser renovados, considerados inesgotáveis.



DeSerg / Shutterstock.com

211

FC_ME_CIEN 4F_UN 3.indd 211 17/07/2020 16:13


30a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de avaliação.

2o dia
Semana de avaliação.

3o dia
Semana de avaliação.

4o dia
Semana de avaliação.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Here / Shutterstock.com

212

FC_ME_CIEN 4F_UN 3.indd 212 17/07/2020 16:13


DINÂMICA PARA TRABALHAR O SOCIOEMOCIONAL

64

NOTA:
A Base Nacional
Comum Curricular
(BNCC) define o
conjunto de compe-
tências gerais, que
servem como um
guia para o apren-
dizado das crianças
e que devem ser
desenvolvidas de
forma integrada ao
currículo.

Empatia e cooperação
O que: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de processo de desenvolvimento do ser humano. E cabe
conflitos e a cooperação. ao educador integrar o que amamos com o que pen-
Para: Fazer-se respeitar e promover o respeito ao samos, trabalhando razão e emoção, de modo que
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e todo indivíduo tenha condições de usar tanto a razão
valorização da diversidade, sem preconceitos de quanto os sentimentos e aprenda a conhecer-se a si
qualquer natureza. mesmo e a seus semelhantes.

Cabe considerar que Vygotsky e Wallon (1992) afir- FONTE, Paty. Competências socioemocionais na escola. Rio de
mam que a relação entre afetividade e inteligência Janeiro: Wak Editora, 2019.

possui um caráter social e fundamental para todo o

213

FC_ME_CIEN 4F_UN 3.indd 213 17/07/2020 16:13


4. Após a Segunda Guerra Mundial, há o desenvol-
Semana de avaliação vimento de tecnologias de alto impacto ambiental.
Descreva as consequências desse fato para o planeta.

Unidade 3
Poluição da água, do ar e da terra, além de
• Calendários em diferentes culturas
• Tecnologias, sustentabilidade e sociedade aquecimento do planeta.
• Energia
• Fontes de energia renováveis e não renováveis
• As transformações da energia
5. Descreva o maior desafio das tecnologias atuais.
1. Como se dá a contagem do tempo na China?

Sugestão de resposta: Desenvolver


Na China, usam-se dois calendários: o
tecnologias adequadas à delicadeza da
calendário gregoriano, para atividades civis,
vida do planeta. Portanto, é preciso criar
negócios e relações internacionais; e o
e construir sociedades com pensamentos
calendário tradicional chinês, lunissolar, ou
e ações sustentáveis.
seja, baseado nos movimentos tanto do Sol

quanto da Lua.
6. Marque os tipos de energia que você utiliza em seu
cotidiano. Resposta pessoal

2. Pesquise e escreva o nome do mês em que come- luminosa


ça cada estação do ano.
sonora
Outono março
Andrey_Kuzmin / Depositphotos.com

térmica
Primavera setembro
elétrica

Inverno junho química

Verão dezembro cinética

3. Observamos um grande avanço na produção de alimentos com o uso de novas tecnologias, porém nem sem-
pre os benefícios valem a pena. Circule as imagens abaixo que não estão adequadas à produção de alimentos
saudáveis, em seguida, comente. Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno comente sobre o uso de agrotó-
xicos na produção de alimentos, como ilustrado em duas das imagens abaixo.
CarolinaSmith / Depositphotos.com Arturs Budkevics / Shutterstock.com Alf Ribeiro / Shutterstock.com

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7. Qual é a fonte de energia mais utilizada no Brasil? 9. Explique a classificação das fontes de energia.
Escreva-a no espaço abaixo.
a. Fontes de energia não renováveis:
As usinas hidrelétricas.

8. Observe as imagens e relacione cada uma a um São aquelas em que a obtenção de energia
tipo de energia.
acontece a partir de recursos naturais
A3pfamily / Shutterstock.com

esgotáveis, ou seja, podem acabar num

curto espaço de tempo.

cinética 10. Escreva quais são as fontes de energia mais


comuns de acordo com a classificação.
Denis Tabler / Shutterstock.com

a. Principais fontes de energia renováveis:

A força do movimento da água (rios, marés,

ondas), os vegetais (madeira e alimentos,

embora seja necessário manter um


química
programa para explorar esses recursos de
majaFOTO / Depositphotos.com

maneira sustentável), o interior da Terra,

a força do vento, o calor e a luz do sol.


Fotos: belchonock / Depositphotos.com; Somchai Som / Shutterstock.com

11. Observe as imagens e escreva quais transforma-


eólica ções de energia estão ocorrendo em cada uma.

Viliam.M / Shutterstock.com

A energia elétrica é transforma-

da em energia térmica.

A energia elétrica é transformada

em energia luminosa e térmica.


elétrica

215

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Fundamentação

De onde vem a tal motivação Mas, se são os que já fracassaram


em anos anteriores, vale a segunda.
Muitos professores se queixam da falta de moti-
vação de seus alunos. A alegação é que os jovens Frequentemente, as duas.
perdem o interesse, aborrecem-se com as aulas
e rejeitam o desafio de aprender. Além de preocu- Devido à recente escolarização de setores
pante, essa avaliação sempre me causa estranhe- populares, muitos estudantes frequentam
za, pois toda criança é curiosa por natureza. Nós, a sala de aula a que suas famílias não
humanos, descobrimos em nossa longa infância o tiveram acesso.
valor dos desafios que trazem aprendizados, e isso
vale para toda a vida. Ao mesmo tempo, a escola não está preparada
para atender esse público. Eis o diagnóstico.
Durante a escolarização, porém, alunos curiosos e
participativos vão se tornando apáticos, e, segundo Como a ampliação do atendimento é uma con-
seus professores, a culpa não é da escola, mas dos quista importantíssima, ninguém há de querer
pais, que deveriam discipliná-los para os estudos. agora excluir o povo que chegou à escola.
Predomina entre esses colegas a ideia de que os Admitindo-se que a escola herdou uma histó-
jovens são mesmo desinteressados e precisam de rica dívida social, é preciso ajudá-la a enfren-
algum tipo de coerção para cooperar. Essa visão tar esse problema. Um bom começo é ver o
já se traduziu em palmatórias, repetência múltipla que fazem algumas boas escolas públicas.
e outros castigos, como o chapéu de burro, mas Promovem o intercâmbio entre as discipli-
todos esses métodos foram condenados por estig- nas escolares e os valores da comunidade,
matizar as crianças sem melhorar o aprendizado. dão contexto aos conteúdos de aprendiza-
gem e criam um espaço em que os jovens
Hoje, grande parte dos educadores entende que são protagonistas do diálogo intercultural.
a mais importante função da escola é justamente Isso amplia a expectativa de sucesso desde
desenvolver o desejo de aprender. que o letramento efetivo nas séries iniciais
esteja assegurado.
Portanto, a falta de motivação não é problema dos
alunos, mas da própria escola. Quem está certo? É Escolas perdem o sentido se não conseguem
verdade que o desinteresse cresce nas séries mais alfabetizar nem dar significado ao aprendi-
avançadas da escola básica, e é possível que isso zado, e aí são os professores que ficam sem
dependa, em parte, das circunstâncias de vida dos motivação.
jovens. Mas o que se vê são escolas incapazes de
motivar para a cultura e de formar para uma vida Diante disso, vale pedir ajuda, rever o projeto
social plena. Ou seja, todos podem ter uma parcela pedagógico, aperfeiçoar os métodos, mas não
de razão. ficar se queixando dos jovens que, na escola,
tornam-se menos interessados e autoconfiantes
A motivação para aprender depende de identifica- do que quando entraram. Definitivamente, não é
ção com o assunto e de expectativa de sucesso. culpa deles.
Portanto, temos duas pistas: se os alunos menos
motivados são os que têm vida social alheia à cul- FRANCIA, Alfonso; OVIEDO, Otília. Educar através de fábulas.
tura escolar, vale a primeira hipótese. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2000.

216

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O que vamos estudar:

• O corpo humano
• Sistema cardiovascular
• Sistema respiratório
• Sistema de sustentação
e locomoção
• Proteção e defesa dos seres
humanos
• Higiene, saúde e prevenção
de doenças
• As vacinas
• Dinâmica para trabalhar
o socioemocional

Competências específicas de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental

7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade


humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da
Natureza e às suas tecnologias.

8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e


determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente
a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com
base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Base Nacional Comum Curricular – BNCC

217

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Conteúdos da unidade e a BNCC
Unidade 4
Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
O corpo NOTA: A BNCC não define o estudo de O
humano corpo humano como competência a ser
desenvolvida na disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino Fundamental, porém
― – consideramos ser este conteúdo de gran-
de importância para a formação estudantil,
por isso as páginas a seguir abordam esse
objeto de conhecimento.
Sistema NOTA: A BNCC não define o estudo do Sis-
cardiovascular tema cardiovascular como competência a
ser desenvolvida na disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino Fundamental, porém
― – consideramos ser este conteúdo de gran-
de importância para a formação estudantil,
por isso as páginas a seguir abordam esse
objeto de conhecimento.

Sistema NOTA: A BNCC não define o estudo do


respiratório Sistema respiratório como competência a
ser desenvolvida na disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino Fundamental, porém
― – consideramos ser este conteúdo de gran-
de importância para a formação estudantil,
por isso as páginas a seguir abordam esse
objeto de conhecimento.

Sistema de NOTA: A BNCC não define o estudo do


sustentação e Sistema de sustentação e locomoção
locomoção como competência a ser desenvolvida na
disciplina de Ciências do 4o ano – Ensino
― – Fundamental, porém consideramos ser
este conteúdo de grande importância para
a formação estudantil, por isso as páginas
a seguir abordam esse objeto
de conhecimento.

218

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Unidades Objetos
Conteúdo Habilidades
temáticas de conhecimento
Proteção e de- • Vida e • Cadeias alimentares simples (EF04CI08) Propor, a partir do conhe-
fesa dos seres evolução • Micro-organismos cimento das formas de transmissão de
humanos alguns micro-organismos (vírus, bactérias
e protozoários), atitudes e medidas ade-
quadas para prevenção de doenças a eles
associadas.
Higiene, saúde • Vida e • Cadeias alimentares simples (EF04CI08) Propor, a partir do conhe-
e prevenção de evolução • Micro-organismos cimento das formas de transmissão de
doenças alguns micro-organismos (vírus, bactérias
e protozoários), atitudes e medidas ade-
quadas para prevenção de doenças a eles
associadas.
As vacinas • Vida e • Cadeias alimentares simples (EF04CI08) Propor, a partir do conhe-
evolução • Micro-organismos cimento das formas de transmissão de
alguns micro-organismos (vírus, bactérias
e protozoários), atitudes e medidas ade-
quadas para prevenção de doenças a eles
associadas.
(EF04CI07) Verificar a participação de mi-
cro-organismos na produção de alimentos,
combustíveis, medicamentos, entre outros.

Dinâmica para NOTA: A Base Nacional Comum Curricular


trabalhar o so- (BNCC) define o conjunto de competências
cioemocional gerais, que servem como um guia para o
― ― aprendizado das crianças e que devem ser
desenvolvidas de forma integrada
ao currículo.

219

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31a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: O corpo humano – página 66 Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Orientação didática: Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
• Convide o professor de Educação Física para uma
entrevista na sala de aula. Solicite aos alunos que 5o dia
façam um autorretrato e salientem a parte do corpo
de que mais gostam. Livre para atividades complementares da sua turma.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: O corpo humano − páginas 67 e 68
Orientação didática:
• Confeccione um quebra-cabeça sobre as partes do
corpo humano. Em seguida, esclareça para as crian-
ças cada parte e suas respectivas funções.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

New Africa / Shutterstock.com

220

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Dinâmica

om
epik.c
Fre

Verdade ou consequência
Em círculo, os participantes devem es-
tar de posse de uma garrafa que deve
ficar ao centro. Ao sinal do coordena-
dor, alguém gira a garrafa, e para quem
o bico da garrafa apontar, pergunta-se:
— "Verdade" ou "consequência"? Caso
ele escolha "verdade", a pessoa para
quem o fundo da garrafa apontou deve
perguntar algo e ele, obrigatoriamen-
te, deve responder a verdade. Se ele
responder "consequência", deve pagar
uma prenda (executar uma tarefa)
estipulada pela pessoa para quem o
fundo da garrafa apontou. A que res-
pondeu gira a garrafa.

Professor, aproveite e faça algumas


perguntas dos assuntos estudados.

221

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66

NOTA:
A BNCC não define o
estudo de O cor-
po humano como
competência a ser
desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
Orientação didática MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

Organize a turma em grupos, distribua folhas de papel 40 quilos para cada grupo e peça a cada um que escolha
um representante para fazer o contorno do corpo, utilizando giz de cera ou hidrocor.

Peça aos alunos que nomeiem cada parte do corpo que reconheçam. Distribua papel crepom, cartolina, camurça,
cola, tinta, lã, para que eles possam decorar seu boneco.

Depois, exponha, na sala de aula, para que todos possam apreciar o trabalho criativo uns dos outros.

222

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67

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.
Orientação didática
Combine com o(a) professor(a) de Educação Física uma aula em que as crianças farão alongamentos. Com a
ajuda desse(a) professor(a), oriente-as a perceber alguns músculos que estão sendo trabalhados nesses exercí-
cios e a importância de se realizar o alongamento antes dos exercícios físicos, etc.

Explique aos alunos a necessidade de se fazer atividade física para um bom desenvolvimento do organismo.

Confeccione um quebra-cabeça sobre as partes do corpo humano para que as crianças o montem.

Em seguida, esclareça para elas o que representa cada parte e suas respectivas funções.

223

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68

Sugestão de atividade
ANOTAÇÕES
1. Forme frases com as palavras células, tecidos,
órgãos e sistemas.

Resposta pessoal

224

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Fundamentação
Os pais e a formação de um • Use apenas o melhor da TV. Deixe-a desligad
a
o resto do tempo. Habilidades importantes
bom aluno desenvolvidas na conversa, no jogo, na brin
são
ca-
deira. Faça isso com seus filhos.
Para a formação de um bom aluno, a família é tão
ou mais importante do que a escola. • Da mesma forma, para que se formem estu
-
Afinal, a Educação não se resume ao ensino for- dantes saudáveis, a relação entre a família
ea
mal, mas ao desenvolvimento integral, o que inclui escola deve ser cultivada. As crianças e os
pré-
os valores morais, as atitudes, o equilíbrio emocio- -adolescentes necessitam que os pais dem
ons-
nal, entre outros fatores. Antes de mais nada, os trem interesse pelo que acontece na escola,
pais devem estar conscientes de que são os reais pelo desenvolvimento alcançado, pela prod
ução
modelos de comportamento ético e moral dos filhos. do aluno. Por isso, é muito positivo acompanh
ar
Mais do que conversar sobre esses princípios, deve- a vida escolar, informando-se sobre o dese
n-
-se demonstrá-los no dia a dia. Eis algumas suges- volvimento do aluno por fontes de informaç
ão
tões que certamente vão colaborar para a formação fornecidas pela escola.
de melhores estudantes:
• Participar dos eventos da escola (reuniõe
s,
mostras de trabalhos e eventos culturais) tra-
balhar cooperativamente com os professores.
Visitar e comunicar-se com a escola, conhecen
-
den- do o que pode ser feito em casa para melhorar
• Valorize o conhecimento, concretamente, a
a- condição de aprendizagem de seus filhos.
tro de casa. Um lar sem livros e leitores prov
velmente não é um lar que valoriza a cultura.
• Incentivar os filhos a utilizar diferentes
- fontes de informação (livros, enciclopédia
• Realce a autoestima de seus filhos com aten s
s e eletrônicas ou não, Internet, entrevistas) nas
ção e cuidado. Serão assim mais confiante
pesquisas solicitadas.
serão capazes de resistir à pressão negativa
dos grupos.
• Ler com eles e para eles: ler em voz alta faz
que com que compreendam a língua escrita, sua
• Ensine-os a assumir a responsabilidade do
dos estrutura, seu vocabulário.
fizeram: arcar com as consequências naturais
ade.
atos os estimula a desenvolver responsabilid
• Enfatizar que não há campo de estudo inúti
l.
Todos são fundamentais, seja por seu cont
• Valorize o aprendizado permanente. Mostre eúdo,
n- por desenvolver o raciocínio ou por ampliar
que estamos sempre aprendendo e nos dese sua
os visão de mundo.
volvendo, dizendo, inclusive: “não sei, vam
descobrir juntos”.

Freepik.com

225

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32a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Sistema cardiovascular − páginas 69 e 70 Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Orientação didática: Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
• Solicite que os alunos escrevam um texto expli-
cando, com suas próprias palavras, como funciona o 5o dia
sistema cardiovascular.
Livre para atividades complementares da sua turma.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e
Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: Sistema cardiovascular − página 71 (pri-
meira coluna)
Orientação didática:
• Proponha uma pesquisa para as crianças sobre os
tipos de sangue.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

espies / Shutterstock.com

226

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Dinâmica

Corpo triste e corpo feliz


O educador mostra para a turma diversas imagens
de pessoas tristes e pede que os educandos identi-
fiquem como estão os corpos, os rostos, etc. De-
pois pede que eles andem na sala como se fossem
uma daquelas pessoas. Pergunta a eles como fica
o corpo quando se está triste. Posteriormente, o
educador mostra imagens de pessoas alegres,
pedindo que observem o máximo possível. Nova-
mente solicita que andem pela sala e imitem uma
daquelas pessoas das imagens. Pergunta à turma
o que mudou. Conversa com os educandos sobre
como é possível identificar quando se está triste
ou alegre. Solicita que eles façam uma pesquisa
na instituição, na rua e em casa, observando as
pessoas e como elas demonstram o que estão
sentindo. No outro dia, avalia, com eles, como foi
a pesquisa e o que eles aprenderam.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula


Recife: Prazer de Ler, 2013.

Fo
to
s:
Iko
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hu
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s tock
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227

FC_ME_CIEN 4F_UN 4.indd 227 17/07/2020 16:06:43


69

NOTA:
A BNCC não define
o estudo do Siste-
ma cardiovascular
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Sergey Novikov / Shutterstock.com

Orientação didática
Converse,com os alunos, sobre a importância do coração
no corpo humano e a função que ele exerce. É importante
registrar as informações levantadas para que, no decorrer
da aula, sejam sanadas as possíveis dúvidas dos alunos.

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

228

FC_ME_CIEN 4F_UN 4.indd 228 17/07/2020 16:06:44


70

Dave Pot / Shutterstock.com

Orientação didática
Monte um circuito para o sistema cardiovascular
em que os alunos terão que agir como se fossem
o sangue arterial e o sangue venoso. Cada rodada
do circuito deverá ser feita entre duas equipes con-
correntes, só que em sentidos diferentes, ou seja, a
primeira atividade de uma corresponderá à última
da outra. As etapas do circuito se relacionam com o
caminho percorrido pelo sangue no organismo.

229

FC_ME_CIEN 4F_UN 4.indd 229 17/07/2020 16:06:45


71

Julia Kuznetsova / Shutterstock.com

Orientação didática
Trabalhe com recursos visuais para que os alunos
possam visualizar o sistema cardiovascular e, depois,
solicite-lhes que listem os vasos desse sistema.

Proporcione uma boa experiência sobre esse tema,


pedindo aos alunos que se levantem e formem um
grande círculo. Depois, solicite-lhes que façam
silêncio absoluto, ponham a mão no lado esquerdo
do peito para sentir o próprio coração e, em seguida,
sentir o coração do(a) amigo(a).

230

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Dinâmica
Uma aula diferente
Inicie a aula apresentando a música Carinhoso,
composta por Pixinguinha. Essa música já foi inter-
pretada por diversos artistas. Uma sugestão está Dica! – A letra completa da música pode ser
no endereço abaixo, do YouTube, em que a música obtida facilmente em sítios da Internet. Aba
ixo
é interpretada por Marisa Monte e Paulinho da Viola. é sugerido o endereço de um desses sítios,
di-
recionando diretamente para a letra da mús
ica.
http://letras.terra.com.br/marisa-mon-
te/109105/

Em seguida, discuta com os alunos:


Dica! – Pode ser mais simples apresentar a • Como pode ser interpretada a expressão:
música utilizando um aparelho e CD conven- “bate feliz”?
cionais ou ainda gravada no formato MP3 em • Que relação tem o “quando te vê” com a mud
ança
aparelho que reconheça esse formato. de comportamento do coração? Pode-se cons
ide-
rar que o coração é a “sede” dos sentimentos?
-
Marisa Monte e Paulinho da Viola - CARINHO • Em que sentido uma “paixão devora o coração”
?
h?v= 8Vp 2y_
SO (http://www.youtube.com/watc
Doe4w&feature=player_embedded) Explore, com os alunos, possíveis resposta
s
a essas questões.
mú-
Após a demonstração visual ou sonora da
, com dest a-
sica, apresente também a sua letra
que nas frases abaixo:

“Meu coração, não sei por que


Bate feliz quando te vê (...)
o
(...) Vem matar essa paixão que me devora
coração (...)”

PROBLEMATIZAÇÃO
A partir do que foi apresentado na prática
social inicial, lance as seguintes questões:
Hugo Felix / Shutterstock.com

• Como os sentimentos influenciam o funciona-


mento do coração?
• Qual o verdadeiro papel do coração?
• Como funciona esse órgão tão importante
para o corpo humano?

231

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INSTRUMENTALIZAÇÃO FAZENDO O TRABALHO DO CORAÇÃO
Após o estudo do sangue como meio de Dica! – Esta atividade utiliza boa quantidade de
transporte de substâncias no corpo humano, água. Realize-a fora da sala de aula, no pátio,
apresente o coração como o equipamento que para evitar bagunça na sala.
proporciona o movimento do sangue pelo corpo
para efetivar esse transporte. Sobre uma mesa, coloque duas bacias plás-
Relembre a necessidade do oxigênio para ticas com 10 litros de água em uma delas.
a oxidação do alimento e obtenção de energia. Utilizando um copo ou caneca de plástico,
Quando o corpo aumenta sua atividade, au- um aluno deverá passar a água da bacia cheia
mentará, consequentemente, seu consumo de para a bacia vazia (evitando o máximo possível
energia, devendo chegar às células uma quanti- derramar a água). Outro aluno cronometra o
dade maior de oxigênio e alimento. tempo – um minuto.
É aqui que o trabalho desempenha grande Se o aluno conseguir passar toda a água, po-
importância, ocorrendo de maneira mais ou derá ser cronometrado mais um minuto para pas-
menos intensa para garantir que o suprimento sar a água para a outra bacia novamente, e assim
de oxigênio na célula seja favorável. por diante, enquanto tiver energia para isso.
Importante: lembre os alunos do importante Repita a atividade com outros alunos.
papel do sistema respiratório na absorção do Após a atividade, discuta:
oxigênio do ambiente, realizando um trabalho • É possível realizar o trabalho no tempo deter-
interativo com o sistema circulatório. minado?
• O coração faz esse trabalho incessantemente.
ATIVIDADE Consegue-se fazer o mesmo com os músculos
do braço.
Para entender a eficiência do coração nesse
processo de bombeamento de sangue, propo- PRÁTICA SOCIAL FINAL
nha a tarefa abaixo.
Primeiro apresente a seguinte declaração: Sabendo da importância do coração para a
“Durante a sístole, o volume de sangue eje- saúde do organismo, oriente para que os alunos
tado de cada ventrículo é de cerca 70 ml” pesquisem sobre que medidas podem ser ado-
http://www.uff.br/fisio6/aulas/aula_07/to- tadas para manter o seu bom funcionamento.
pico_02.htm#9 Sugira que produzam cartazes para afixar
Explique que sístole é a contração do cora- no pátio da escola com mensagens que refor-
ção e diástole é o seu relaxamento. O sangue cem esses cuidados por todos.
sai do coração para o corpo e pulmões das
duas cavidades inferiores chamadas ventrícu- Abaixo são sugeridos alguns sites:
los (em direção ao corpo e aos pulmões).
Durante 1 minuto um adulto normal em Drauzio Varella – Cuidados com o Coração
repouso apresenta cerca 70 ciclos (sístoles e http://www.drauziovarella.com.br/ponto/jate-
diástoles) cardíacos. Cada ciclo ejeta aproxi- ne_cuidados1.asp
madamente 70 ml de sangue. Paraná Online – Cuidados para o bom funcio-
Então, em um minuto: 2 ventrículos X 70 ml namento do coração
de sangue X 70 batimentos = 9800 ml de san- http://www.parana-online.com.br/canal/vida-e-
gue (cerca de 10 litros). -saude/news/320170/?noticia=CUIDADOS+PAR
Concluímos que, em um adulto normal, em A+O+BOM+FUNCIONAMENTO+DO+CORACAO
repouso, o coração bombeia cerca de 10 litros Recursos Educacionais
de sangue por minuto. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

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Fundamentação
Vendedor de ideias
Quando decidir dar uma ideia a seus colegas
ou superiores, inicie a conversa falando sobre as
formas segundo as quais a escola poderia se bene-
ficiar. O objetivo pode ser levar as turmas para um
passeio no circo.

1. Comece falando sobre uma saída simples


da sala de aula: quais seriam os ganhos para

k.com
o aprendizado dos alunos.

Imagens: Rawpixel.com / Freepik.com; stockyimages / Shutterstoc


2. Quantos professores poderiam utilizar
esse passeio como mote para trabalhos
interdisciplinares?

3. Quais são os valores embutidos nesse


pedido? A busca pode ser por maior intera-
ção do grupo, respeito mútuo, socialização e
observação do comportamento das crianças
em um ambiente longe da sala de aula.

Só depois de colocar essas questões é que você


pode entrar nos âmbitos mais práticos, como quais se-
riam os custos desse passeio para a escola, se haveria
necessidade de reprogramar provas ou trabalhos, etc.
Organizadas dessa forma, as ideias ficam mais
simples de serem compreendidas e a sua possibili-
dade de sucesso aumenta.

Revista Profissão Mestre. Ano 8, n. 91. Curitiba: Humana Editorial,


abril, 2007.

233

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33a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Sistema cardiovascular − página 71 (se- Ciências: Sistema cardiovascular − página 72
gunda coluna) Orientação didática:
Orientação didática: • Proponha às crianças que façam as ilustrações do
• Divida a turma em equipes, distribua um texto sobre texto, pois é uma forma de fazê-las pesquisar como
o sistema cardiovascular. Solicite que façam um re- são os órgãos.
sumo do assunto abordado e apresentem ao grupo.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e Matemática e Geografia.
Matemática.
4o dia
2 dia
o

Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa, Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Matemática, História e Geografia
5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Syda Productions / Shutterstock.com

234

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Dinâmica
Molduras do ser integral
O educador coloca na sala quatro
molduras (feitas de papelão ou outro ma-
terial) grandes e que caiba o educando
dentro. Em cada uma delas, estará es-
Africa Studio / Shutterstock.com
crita uma destas palavras: Corpo, Alma,
Sentimento e Pensamento. A ideia é que
cada educando entre nessa moldura e
que, durante o momento em que estiver
nela, a turma responda a algumas ques-
tões. Por exemplo, dentro da moldura
Corpo, pergunta “Como é o corpo desta
pessoa?”. Na moldura Alma, “Onde está
a Alma desta pessoa?”. Na Sentimento,
“Como esta pessoa está se sentindo ago-
ra?”. Por último, na moldura Pensamento:
“O que esta pessoa está pensando ago-
ra?”. O educador escolhe cinco voluntá-
rios para passarem pelas quatro moldu-
ras, e a turma vai respondendo livremente
às questões. Um de cada vez passa pelas
quatro, e, em cada uma delas, o educador
faz as devidas perguntas para os outros.
Depois que os cinco passarem pelas
molduras, o educador propõe uma dis-
cussão sobre o que eles aprenderam com
essa atividade. Amplia o diálogo trazendo
a questão: “Quem somos nós?”. Deixa-os
refletirem, apontando uma consideração
final sobre o ser integral que cada um é.
Essas molduras podem ser usadas em
outro dia com outros tipos de questão.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala


de aula. Recife: Prazer de Ler, 2013.

235

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71

NOTA:
A BNCC não define
o estudo do Siste-
ma cardiovascular
como competência a
ser desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Solicite aos alunos que realizem uma pesquisa, em
livros, revistas ou na Internet, a respeito das doenças
mais comuns no coração. Oriente-os a buscarem in-
formações sobre as causas de determinadas doenças,
como preveni-las e a melhor maneira de tratamento
possível. Depois, organize um momento de socializa-
ção para que todos os alunos compartilhem as infor-
mações obtidas na pesquisa e, assim, enriqueçam-se
mutuamente na construção do conhecimento.

236

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72

Sugestão de atividade 2. O que acontece com o sangue arterial depois


que ele é bombeado pelo coração para o resto
1. Complete os espaços abaixo com as palavras do quadro. do corpo?

sangue - sanguíneos - coração - sangue


a. O sistema cardiovascular é formado pelo Deixa os nutrientes e o oxigênio nas
células e recolhe o gás carbônico, pas-
coração e pelos vasos sanguíneos .
sando a se chamar sangue venoso.
b. O sangue circula pelo nosso corpo sem parar.
c. O sistema cardiovascular é formado por órgãos que per-
mitem o transporte de nutrientes e de outras substâncias
por meio do sangue .

237

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34a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Sistema respiratório − páginas 73, 74 e 75 Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Orientação didática: Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
• Solicite que os alunos escrevam um texto sobre a se-
guinte afirmação: “O ar é muito importante para os se- 5o dia
res vivos”. Em seguida, eles deverão discutir oralmente,
expressando as ideias formuladas anteriormente. Livre para atividades complementares da sua turma.
• Produza, com os alunos, uma história em quadrinhos
com o caminho que o ar faz no sistema respiratório.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: Sistema respiratório − páginas 76 e 77
Orientação didática:
• Solicite aos alunos uma pesquisa do sistema respi-
ratório e peça-lhes que confeccionem um painel com
figuras e informações obtidas na pesquisa.
• As atividades feitas nesse dia poderão facilitar o
entendimento de todos os processos que compõem o
sistema respiratório.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

ffoto29 / Shutterstock.com

238

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Dinâmica
Ensaio de carinho
O educador explica à turma que eles ensaiarão anota as atitudes na lousa e pede que eles as co-
atitudes de carinho. Pergunta quem gosta de rece- piem. São as seguintes:
ber carinho e o que é ser carinhoso. Divide a turma 1. tocar nas mãos;
em duplas, sendo um participante a letra A; e outro, 2. tocar no ombro;
a letra B. Pede que um fique em frente ao outro. O 3. falar: “Você é uma pessoa muito especial”;
primeiro que vai fazer as ações é a letra A. Ele vai pri- 4. abraçar.
meiro tocar nas mãos de B, depois colocar as mãos
no ombro e falar: “Você é uma pessoa muito espe- Confirma-se, assim, que essa é uma tarefa de casa.
cial”. Por último, A abraça B. No outro dia, o educador pergunta como foi a ativida-
de em casa. Se alguém esqueceu, pode fazer ainda e
Depois, há a inversão, e B faz as ações com A. O compartilhar a experiência posteriormente. Conversa
educador pergunta como foi a atividade e como foi sobre as reações dos familiares em casa e o que é ter
executar as atitudes e receber do outro. O educador atitudes de carinho com os outros.
explica, então, que eles tiveram atitudes de carinho e
que deverão tê-las com alguém em casa. O educador WENDELL, Ney. Praticando a generosidade na sala de aula. Reci-
fe: Prazer de Ler, 2013.
Freepik.com

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73

NOTA:
A BNCC não define
o estudo do Sistema
respiratório como
competência a ser
desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Sergiy Bykhunenko / Shutterstock.com

Orientação didática
Trabalhe, com os alunos, uma dinâmica de relaxamento
feita por meio de controle da respiração. Leve-os ao parque
ou a uma área livre, onde possam fazer um grande círculo.
Em seguida, inicie o relaxamento. Peça a cada criança que
observe o movimento de inspiração e de expiração.

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

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74

Aleksandr Lupin / Shutterstock.com

Orientação didática
Solicite às crianças que façam uma pesquisa
com outras crianças, professores da escola ou
pessoas conhecidas sobre doenças ocorridas
por mau funcionamento de algum dos sistemas
estudados. É interessante fazê-las pesquisar
sobre o assunto: os sintomas apresentados e as
medidas necessárias para evitar tais problemas.
Ao final, tabule as informações coletadas pelas
crianças e monte um painel informativo.

241

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75

Orientação pedagógica
Do ponto de vista das Ciências Naturais, além da É importante orientar os estudantes para que tenham
possibilidade de mostrar que o conhecimento cien- uma visão geral da informação. Para isso, ela deve
tífico não é imutável, propiciar a discussão em torno ser apresentada de forma a permitir a exploração e
dos sistemas de classificação e evidenciar argumen- discussão coletivas.
tações e pontos de vista diferentes de um mesmo
fato traz mudanças conceituais.

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76

Sugestão de atividade
1. Marque V, para as afirmativas verdadeiras, e F,
para as falsas.

V Respirar significa absorver oxigênio e eliminar o gás carbônico.

F Todo ser vivo respira o gás carbônico.

V Ao passar pelos pulmões, o sangue libera gás carbônico e capta oxigênio.

F Devemos respirar pela boca e não pelo nariz.

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77

Orientação didática
Mostre aos alunos a ilustração do sistema respira- sua caixa torácica, utilizando a fita métrica. Oriente-
tório completo e discuta cada uma de suas partes e -os a repetir o procedimento, anotar as medidas e
funções, perguntando para que servem os pelos do inverter as funções de cada um na dupla.
nariz ou por que e como os pulmões se enchem de ar.
Auxilie-os apontando onde fica o diafragma, que em- Feito isso, pergunte em quanto o peito de cada um
purra os pulmões para cima e para baixo, permitindo aumentou e se conseguem repetir a ação, aumen-
que estes se encham de ar e se esvaziem. tando ou diminuindo as medidas anotadas. Mostre
a ilustração do pulmão e pergunte se eles acham
Organize a turma em duplas para que, enquanto um que um pulmão é menor que o outro para dar espa-
inspira e segura o ar no pulmão, o outro possa medir ço ao coração.

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Fundamentação
Tornando o ensino mais proveitoso

• Permita que a criança experimente o sucesso.

• A criança deve saber quando respondeu corre-


tamente. Caso a resposta esteja incorreta, diga
à criança, mas faça com que ela esteja a um
passo de encontrar a resposta certa.

• Reforce as respostas corretas.

• Encontre o nível ideal para a criança trabalhar.

• Passe o mais lentamente possível de uma


etapa da atividade para a outra.

• Proporcione transferência positiva de conheci-


mento de uma situação prática para outra.

• Repita as experiências quantas vezes for


necessário.

• Prefira espaçar as repetições do assunto no


tempo a acumular as experiências num curto
espaço de tempo.

• Nos estágios iniciais de aprendizagem, asso-


cie constantemente um estímulo ou uma pista
a somente uma resposta.

• Motive a criança para um esforço maior.

• Limite o número de conceitos apresentados


em qualquer período.

• Organize o assunto com dicas adequadas para


chamar a atenção.

• Ofereça experiências de sucesso.

Nunca esqueça que o maior desafio do educador


de pessoas portadoras de deficiência mental
está em trabalhar a autoestima do educando.
Freepik.com

Guia Prático para Professores de Ensino Fundamental.


ano 6. nº 67. São Paulo: Lua, setembro 2009.

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35a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de revisão.

2o dia
Semana de revisão.

3o dia
Semana de revisão.

4o dia
Semana de revisão.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

Aaron Amat / Shutterstock.com

246

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Dinâmica

A caixa misteriosa Essa atividade visa, principalmente, que as


crianças façam perguntas. Quando elas se
Materiais: Caixa misteriosa, nuvens de car- comprometerem realmente com temas filosó-
tolina com as palavras sinalizadoras. ficos, não haverá uma única resposta correta,
mas uma variedade de possibilidades passí-
Procedimentos: veis de ponderação. Se bem que essa ativida-
Use as diversas palavras que ajudam as de tem uma resposta, pois o objetivo é que as
crianças a fazer perguntas. Pergunte: “Vo- crianças criem o hábito de fazer perguntas.
cês po­dem adivinhar o que há dentro da Na seguinte atividade, volta-se a apre-
caixa misteriosa?”. Decore a caixa misterio- sentar a caixa misteriosa. Porém, nessa
sa de modo a atrair a atenção das crianças. oportunida­de, ninguém da comunidade de
Seja tão misterioso quanto puder para pro- investigação sabe o que há dentro da caixa.
vocar assombro. Não se esqueça de colocar Fique em pé de igualdade com seus/suas
um objeto dentro da caixa! Tendo em vista alunos(as), e, juntos, todos(as) podem ex-
que estamos incitan­do meninos e meninas plorar as muitas possibi­lidades que ofere-
a fazerem perguntas usando diferentes cem a investigação.
palavras sinalizadoras, as perguntas podem
exigir da sua parte mais do que um simples KOHAN, Walter Omar; WAKSMAN, Vera. Filosofia para
“sim” ou “não” como resposta. crianças na prática escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

pikisuperstar / Freepik.com

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4. Como é o coração e onde ele está localizado?
Semana de revisão

É um órgão oco, formado por músculos
Unidade 4

fortes que se contraem e se distendem. O
• O corpo humano
• Sistema cardiovascular
coração está localizado no tórax, entre os
• Sistema respiratório

dois pulmões, e funciona como uma bomba,
1. Como o ser humano é formado?

empurrando o sangue para todo o organis-


O ser humano é formado por milhares de célu-
mo por meio dos vasos sanguíneos.

las de formas e tamanhos variados; por isso,


dizemos que os seres humanos são multicelu-


5. Como é formado o sistema respiratório?

lares ou pluricelulares.


O sistema respiratório humano é formado


pelas seguintes estruturas: as cavidades

2. Complete o texto abaixo com as palavras do quadro.


nasais, a faringe, a laringe, a traqueia, os

organismo vivo – órgãos – célula – tecidos – sistemas


pulmões (direito e esquerdo), os brônquios,


os bronquíolos e os alvéolos; os três últimos
Como vimos, nosso corpo é formado por vários tipos

localizados dentro dos pulmões.
de
célula , que, por sua vez, formam

,
tecidos
órgãos e
6. O que são os movimentos de inspiração e expiração?
sistemas
, que trabalham juntos manten-

do nosso .
organismo vivo
Inspiração - Os pulmões enchem-se de ar, e

3. Qual a função do sistema cardiovascular?


o diafragma baixa. As costelas afastam-se,


e o peito aumenta.
O sistema cardiovascular leva sangue para


Expiração - O ar sai, os pulmões diminuem
todo o corpo. Dele, fazem parte o nosso cora-


de volume, e o diafragma relaxa. As costelas
ção e os vasos sanguíneos.


voltam à posição de repouso, e o volume do


peito diminui.

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7. Vamos jogar na loteria marcando, na tabela abai- 9. Escreva, nos quadrinhos, os diferentes tipos de
xo, sim, para as afirmativas verdadeiras, e não, para sangue, que variam de uma pessoa para outra.
as falsas.
A AB B O
SIM NÃO
Articulação é o encontro de dois
x
ou mais ossos. 10. Escreva V, para as alternativas verdadeiras, e F,
Todos os ossos do nosso corpo para as falsas.
x
são longos e chatos.
Os ossos curtos são encontrados V Plasma é a parte líquida do sangue.
x
nos dedos; e os longos, nos braços.
Os menores ossos do corpo estão F
x O sangue venoso é rico em oxigênio.
localizados nos braços.
Plaquetas são fragmentos de células que
V
fazem parte do sangue.
8. Complete as frases com as palavras do quadro.
F O sangue arterial é pobre em oxigênio.
fêmur — vertebral — vertebrado — estribo
esqueleto — bigorna — músculos — martelo V No plasma, encontram-se as plaquetas.

a. O esqueleto de um ser humano adulto No caso de hemorragias, são as plaquetas


V
possui 206 ossos. que fazem parar o sangramento.

b. O homem é um animal vertebrado , pois 11. Responda às perguntas.


ele possui coluna vertebral .
a. Quais órgãos entram em ação para o corpo se
c. No corpo humano, o osso mais longo é locomover?
o fêmur .
Os ossos e os músculos.
d. O
estribo/martelo ea bigorna
são os menores ossos do corpo humano. b - Quais são os sistemas que fazem parte da nutrição?

e. As pessoas desenvolvem os músculos São os sistemas digestório, respiratório, circulatório


quando praticam exercícios físicos. e excretor.

c - Dentre os sistemas do nosso corpo relacionados


com a nutrição, qual é o responsável por distribuir os
nutrientes para todas as partes do organismo?

É o sistema circulatório.
Ariwasabi / Depositphotos.com

d - Os sistemas nervoso, endócrino e locomotor


atuam em quais funções vitais?

Atuam na locomoção e na relação.

e - Como está constituído o sistema reprodutor


masculino?

Está constituído de testículos, epidídimo, ductos de-


ferentes, vesículas seminais, próstata e pênis.

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36a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Sistema de sustentação e locomoção − Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
páginas 78 e 79 Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Orientação didática:
• Faça com que as crianças localizem e sintam, em 5o dia
seu próprio corpo, os músculos apresentados, pra-
ticando exercícios com a parceria do professor de Livre para atividades complementares da sua turma.
Educação Física.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: Sistema de sustentação e locomoção −
páginas 80 e 81
Orientação didática:
• Confeccionar um esqueleto com palitos de picolé,
como se fossem os ossos, e espuma para revesti-los,
como se fossem os músculos.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

niderlander / Shutterstock.com

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Dinâmica

Respiração oral x respiração nasal


Materiais: canetinhas coloridas; cartolina;
cronômetro; lápis de cor; papel-cartão.

Colocando em prática:

O objetivo dessa atividade é mostrar para a


turma como é melhor respirar pelo nariz do
que pela boca.

• Para isso, cronometre três minutos e diga


que, nesse período de tempo, os alunos de-
verão respirar pela boca. Logo depois, cada
um precisará explicar o que sentiu, ressal-
tando se foi fácil ou difícil, cansativo ou não,
se a boca secou, se sentiu sede e se a respi-
ração foi curta ou longa.

• Na próxima etapa, marque mais três minu-


tos e fale que eles precisarão permanecer
com a boca fechada e respirar somente pelo
nariz. Então, descrevem o que sentiram.

• Para finalizar, solicite que façam, em uma


cartolina, um quadro comparativo entre as
duas experiências e concluam qual é o me-
lhor tipo de respiração: oral ou nasal.

pik.com
es / Shutterstock.com; Free
ens: fizk
Imag

251

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78

NOTA:
A BNCC não define
o estudo do Siste-
ma de sustentação
e locomoção como
competência a ser
desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

Orientação didática
Verifique, por meio de questões orais, se os alunos compreenderam que os ossos e os músculos são os
responsáveis pelo movimento do corpo.

Realize, se possível, exercícios físicos durante algum tempo da aula, alertando os alunos sobre a impor-
tância desses exercícios para uma vida saudável.

Organize a classe em grupos de cinco ou seis alunos. Cada grupo deverá organizar a dramatização de
uma cena em que ocorra uma cãibra ou uma distensão. Os alunos deverão representar também os cuida-
dos necessários para cada caso.

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79

Orientação didática
Convide um médico ortopedista para conversar com os alunos sobre problemas com ossos e músculos,
se possível, com projeção de slides, vídeos, etc.

Peça aos alunos que entrevistem, em grupo, um fisioterapeuta ou um professor de Educação Física.

Oriente os alunos a elaborarem as perguntas da entrevista com antecedência. Marque hora e lugar para a entre-
vista de acordo com as possibilidades do entrevistado.

Terminadas as entrevistas, você deverá reunir todos os grupos para os comentários e as conclusões.

253

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80

PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

Sugestão de atividade I N V O L U N T Á R I O S
C C O R A Ç Ã O M A G N R
1. Encontre, no diagrama, as palavras que completam as frases a seguir. E Ô L F Z G B Q O B U V P
R P U N O A U S H R D O J
a. Os músculos são componentes da estrutura anatômica humana. M Ú N N X G S B A A L J A
b. O coração e o estômago são exemplos de músculos E T T A D S N K U Ç C U O
involuntários. W B Á P E R N A S O U N D
c. Os músculos que dependem da nossa vontade são chamados
V N R R D A S O K S U T A
de voluntários .
B S I F O S X Ô V A G A T
d. Os músculos involuntários não dependem da nossa vontade.
e. Pernas , braços e dedos são exemplos de músculos
F Ô O E S T Ô M A G O R P
voluntários. E T S A M Ú S C U L O S O

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81

Orientação pedagógica
Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando

O professor que desrespeita a curiosidade do educando, estar respeitosamente presente à experiência formadora
o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, do educando transgride os princípios fundamental-
mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o mente éticos de nossa existência. (...) Saber que devo
professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que man- respeito à autonomia e à identidade do educando exige
da que “ele se ponha em seu lugar” ao mais tênue sinal de mim uma prática em tudo coerente com esse saber.
da sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se
exime do cumprimento de seu dever de propor limites à FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à
prática docente. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de

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Fundamentação
Como ensinar sobre o corpo humano?
Poucos assuntos são tão fascinantes para os 1 - Trabalhar com problemas contextualizados é
alunos quanto o funcionamento do organismo. Para uma boa estratégia?
ajudar você a aproveitar essa curiosidade, responde- Sim. O ensino de Ciências deve ser uma ma-
mos a oito dúvidas frequentes sobre o assunto neira de repensar o mundo e a relação que es-
tabelecemos com ele. Em outras palavras, deve
estimular a garotada a se perguntar por que e
Modelos de corpo como as coisas acontecem e, mais do que isso,
a encontrar respostas para as questões. Uma
Com sua turma do 4o ano, a professora Janaína pergunta inquietante sobre o organismo pode
Link organizou uma sequência didática sobre os sis- ajudar a concretizar uma série de conceitos e
temas do corpo e suas funções. Após a pesquisa em de relações entre os sistemas. Por exemplo: por
livros e outras fontes, os alunos construíram mode- que para ficar forte é preciso pegar peso? Para
los dos sistemas, como o circulatório. acabar com as dúvidas, será preciso buscar
Por menores que sejam as crianças, elas sempre muitas informações sobre o armazenamento
se perguntam sobre como funciona o nosso corpo. de gordura como reserva de energia, que leva-
Para que serve o sangue? A gente come e bebe água rão à busca sobre o papel da alimentação, que
para quê? De onde vem a sede que sentimos depois está relacionado à digestão. É claro que nessa
de correr? Quanto tempo posso ficar sem respirar? fase as crianças não devem saber, em detalhes,
Mesmo antes de começar a estudar o organismo, elas como funciona esse ciclo de relações. Elas pre-
formulam hipóteses para essas perguntas (em geral, cisam é entender a lógica por trás do conceito
apoiadas em informações vindas de casa e da mídia, e de ganho de peso e o papel dos nutrientes.
algumas com grandes equívocos conceituais).
É papel do professor lançar novas questões e
tentar ajudá-las a construir explicações mais ajus-
tadas (e, muitas vezes, provisórias) sobre o tema. 2 - Devo trabalhar todos os sistemas de uma só
É claro que não se espera que os alunos consigam vez ou posso escolher um recorte?
entender toda a complexidade do organismo humano É claro que, ao estudar as diferentes ações
e das explicações científicas que ajudam a entendê- do organismo, será preciso selecionar um viés.
-lo, mas é preciso que conheçam as características e Tudo depende do objetivo de ensino. Não impor-
definições básicas, as funções dos diversos órgãos e ta qual será o primeiro sistema a ser trabalhado.
suas relações. O fundamental é que as relações entre as dife-
O foco do trabalho, nessa etapa, é ajudar a rentes partes e funções do corpo sejam sempre
turma a perceber o corpo como um todo integrado, destacadas. Por exemplo: ao abordar a função
em que diversos sistemas realizam funções espe- do sistema circulatório (levar nutrientes para as
cíficas, interagindo para a sua manutenção. Além células do corpo), não dá para ignorar o papel da
disso, é necessário relacionar o equilíbrio e a saú- respiração e da digestão no fornecimento de oxi-
de do organismo com atitudes e interações com gênio e energia para o sangue. Sem essa relação
o ambiente, como alimentação, higiene pessoal e estabelecida, a compreensão de para que serve
repouso adequado. a circulação sanguínea fica muito prejudicada, e
Por ser um tema tão importante e que desperta as aprendizagens, menores. O sangue corre para
curiosidade, não é estranho que levante tantas ques- quê? De onde vêm os nutrientes e o oxigênio que
tões sobre como abordá-lo. A seguir, você acompa- ele leva? Sem as respostas a essas questões, o
nha as respostas a oito dúvidas recorrentes sobre o aluno saberá pouco sobre esse tema.
ensino desses conteúdos.

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3 - Preciso dizer os nomes científicos de cada 5 - Como trabalhar a relação entre corpo e
parte? sexualidade?
Isso é fundamental. Não dá para falar de Assuntos como a construção da identidade
qualquer assunto de Ciências sem usar as sexual e o prazer são abordados considerando
nomenclaturas corretas. Tentar simplificar a os componentes biológicos e culturais. É pre-
linguagem atrapalha o ensino e faz com que as ciso evitar preconceitos e responder a todas
crianças construam uma visão distorcida da as dúvidas, valorizando os vínculos entre afeto,
área. Por exemplo: ao trabalhar com o sistema responsabilidade, sexualidade e autoestima.
circulatório, é preciso chamar vasos, artérias e Uma conversa franca e em tom de respeito é
veias por seus nomes originais, e não de "tu- o melhor caminho. Claro que se deve levar em
bos por onde o sangue percorre" ou qualquer conta o grau de maturidade psíquica e biológica
outra simplificação. Mas atenção: não é porque das crianças para aprofundar nas respostas e
você irá utilizar a nomenclatura correta que investigações. O fundamental é que elas perce-
isso deverá ser exigido dos alunos. "Em uma bam o corpo humano como sendo sexuado, que
metodologia que defende o estudo visando à a manifestação da sexualidade assume formas
cultura científica, o ideal é auxiliar a construção diversas e que, como qualquer comportamento,
de conhecimentos que favoreçam a compreen- é modelado pela cultura. Esse conhecimento
são daquilo que ele vivencia e não saber de cor permite ao aluno conhecer-se melhor e perceber
o número de ossos ou o nome deles", define e respeitar suas necessidades e as dos outros.
Carolina Luvizoto, formadora de professores do Estudos mostram que a Educação sexual, quan-
Instituto Sangari, em São Paulo. do trabalhada da forma correta e desde cedo,
é o melhor caminho para a formação de jovens
capazes de evitar comportamentos sexuais
arriscados, cientes da necessidade de proteção
4 - É melhor mostrar imagens ou réplicas na aula? contra doenças sexualmente transmissíveis e
A escolha entre foto ou réplica deve ser das formas corretas de evitar a gravidez.
feita tendo como parâmetro a qualidade dos
materiais. Se a foto apresentar melhor quali-
dade, será a melhor opção. A vantagem das
réplicas é estar em três dimensões e, por isso,
fornecer uma visão mais aproximada à reali-
dade das estruturas do corpo. O problema é
que elas custam caro e não estão presentes
em todas as escolas. De qualquer forma, o
ideal é levar uma variedade de materiais, como
vídeos, livros e reportagens, que ajudem a tur-
ma a entender o conteúdo. Outra possibilidade
é usar massinha de modelar e construir mode-
los. As crianças devem ajudar nessa missão,
como fez a professora do 4º ano Janaína Link,
da EM Maria Emília de Paula, em São Leopol-
do, na Grande Porto Alegre.
Imagens: Freepik.com; Dean Drobot / Shutterstock.com

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6 - Posso utilizar ilustrações mais infantilizadas? 7 - Como relacionar corpo humano a hábitos
Isso não é aconselhável. O estudo de Ciên- saudáveis?
cias deve ser feito de forma mais fiel à realidade Os conhecimentos sobre o organismo estão
para a construção correta dos conceitos pro- intimamente ligados às noções de saúde. Os
postos e das representações. Não é porque um conteúdos relativos ao autocuidado, por exem-
desenho é bonitinho que as crianças irão apren- plo, envolvem conhecimentos que permitem aos
der mais com ele. É fundamental que as imagens alunos pensar sobre a alimentação. O ideal é
auxiliem a turma a compreender o funcionamen- destacar a função de uma boa nutrição para o
to do corpo, sem simplificações em relação às perfeito funcionamento dos diferentes sistemas
formas e funções. É bom atentar aos detalhes (a importância do ferro para o transporte de
durante a seleção da imagem: o realismo e as oxigênio no sangue, dos minerais para regular a
fontes de referência devem ser analisados. contração muscular, etc.). "Alguns professores
são muito taxativos nas questões alimentares.
Imagens: Freepik.com; michaeljung / Shutterstock.com O ideal é fazer com que os alunos reflitam sobre
o consumo de determinados alimentos. Não
adianta dizer que algumas comidas são noci-
vas. É preciso construir, ao longo da escolarida-
de, critérios de escolha sobre o que vale a pena
ser consumido", explica Claudia Vecchi, profes-
sora da Fundação Bradesco, em São Paulo.

8 - Devo comparar o ser humano com outra


espécie?
Sim. Esse tipo de estratégia ajuda a turma a
assimilar características gerais que nos iden-
tificam como espécie. O que temos em comum
com os animais e o que nos diferencia? A
comparação em relação à estrutura geral (os-
sos e órgãos) e ao revestimento do corpo (pelos
e pele) leva os alunos a pensar na função dos
organismos. É possível até destacar comporta-
mentos semelhantes entre as espécies, como
a alimentação dos filhotes, particularmente em
aves e mamíferos, e alguns rituais de conquista
e acasalamento também comuns aos homens.

Disponível:https://novaescola.org.br/conteudo/76/como-
-ensinar-o-funcionamento-do-corpo-humano acesso em:
11/03/2020.

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Seria fácil fazer rodas de papelão. Mas as rodas se
Fundamentação desfariam, depois de passar pela primeira poça de
água. Seus olhos e pensamento procuram. E aqui-
lo que calçara pés se transformou em calçado de
O carrinho automóvel. Quatro buracos na lata de sardinha, dois
galhinhos de árvores e ei-lo pronto: o carrinho!
“A riqueza não faz bem ao pensamento; mas a O menino sabia pensar. Pensava bem, concentrado.
pobreza faz sonhar e inventar”. É sempre assim. Quando o sonho é forte, o
Ganhei um carrinho de presente. Coloquei-o sobre pensamento vem. O amor é o pai da inteligência. O
minha mesa de trabalho. Olho para ele quando escre- menino e o seu carrinho resumem tudo o que penso
vo e escrevo os pensamentos que ele me faz pensar. sobre a educação.
Não são todos os objetos que têm esse poder de As escolas: imensas oficinas, ferramentas de
fazer pensar. A caneta, o grampeador, a lâmpada, a todos os tipos, capazes dos maiores milagres. Mas
cadeira, objetos à minha volta: eu os uso automati- de nada valem para aqueles que não sabem sonhar.
camente; eles não me fazem pensar. Mas o carrinho O nascimento do pensamento é igual ao nascimento
é diferente. Meu pensamento começa a voar. O que de uma criança: tudo começa com um ato de amor.
eu vejo nele não é nada comparado àquilo que ele Uma semente há de ser depositada no ventre vazio.
me faz imaginar, sonho. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os
Uma lata de sardinha. A tampa foi dobrada educadores, antes de serem especialistas em fer-
inteligentemente, e assim se produziu a capota. As ramentas do saber, deveriam ser especialistas em
rodas foram feitas de uma sandália havaiana velha. amor: intérpretes de sonhos.
Os eixos, dois galhinhos de arbusto. E ei-lo pronto! O menininho sonhava. Como Deus, que do nada
Fosse um carrinho comprado em loja, e eu nada criou tudo, ele tomou o nada em suas mãos, e com
pensaria. Mas basta olhar para o carrinho para eu ele fez o seu carrinho. Imagino que, também como
ver o menino que o fez, menino que nunca vi, me- Deus, ele deve ter sorrido de felicidade ao contemplar
nino que sempre morou em mim. a obra de suas mãos.
Sei que o menino é pobre. Se fosse rico teria
pedido ao pai, que lhe teria comprado um brinque- ALVES, Rubem. Revista Educação. Ano 12, n. 143. Curitiba: Hu-
do importado. mana Editorial, março 2009.
Dinheiro é um objeto que só dá pensamentos de
comprar. A riqueza, com frequência, não faz bem ao
pensamento. Mas a pobreza faz sonhar e inventar.
Carrinho de pobre tem de ser parido. A professo-
ra — se é que ele vai à escola — deve ter notado que
ele estava distraído, ausente, olhando o vazio fora da
janela. Falou alto para chamar sua atenção. Ela não
percebeu que distração é atração por um outro mundo.
Penso que o menino devia andar lá pela favela,
olhos atentos, procurando algo, sem saber direito
o quê. Até que deu com a lata de sardinha jogada
m
/ Shutterstock.co

no lixo. Foi um momento de iluminação. A lata de


sardinha virou uma outra coisa. Ele disse: "Esta lata
de sardinha é o meu carro".
O menino dobrou a tampa e se sentou ao volante.
ESB Professional

Faltavam as rodas. Se tivesse uma serra tico-tico


poderia fazer rodinhas de um pedaço de compensa-
do abandonado. Mas é certo que tal ferramenta ele
não tinha. Pois se tivesse, teria feito. Suas ferramen-
tas: uma faca, subtraída da cozinha, um prego para
fazer os buracos, e uma pedra, à guisa de martelo. O
material deveria ser dócil às ferramentas que possuía.

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37a Semana - Grade semanal

1o dia 3o dia
Ciências: Sistema de sustentação e locomoção − pá- Ciências: Sistema de sustentação e locomoção −
ginas 82, 83 e 84 páginas 85 e 86
Orientação didática: Orientação didática:
• Trabalhe, com as crianças, doenças relacionadas ao • Leve para a sala de aula outras imagens de pessoas
sistema locomotor, como artrite, artrose, osteoporo- realizando movimentos e peça aos alunos que identi-
se, descalcificação dos ossos, etc. fiquem as articulações que estão sendo mais utiliza-
• Construa um panfleto informativo para distribuir das durante o movimento.
na escola. • Ao explicar as articulações móveis e semimóveis,
• Confeccione, em transparências, o corpo humano peça aos alunos que façam, na prática, alguns movi-
representando os sistemas de sustentação (esquele- mentos com essas articulações. Essa atividade per-
to), locomotor ou de movimentos. Em seguida, sobre- mite aos educandos perceberem as diferenças entre
ponha as imagens para que os alunos internalizem a os movimentos que elas permitem realizar.
ideia de que esses sistemas não são isolados e que
se “comunicam” constantemente. Reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática e Geografia.
Reservado para atividades de Língua Portuguesa e
Matemática. 4o dia
2o dia Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia 5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

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Dinâmica
Debate

Material: Boneco.

Colocando em prática:

Leve um boneco para a sala de aula que desejar falar. No decorrer da ativida-
e peça que um aluno segure-o. Explique de, discorra sobre o quanto é importante
que, como o boneco será o responsável ouvirmos o que os outros pensam, mes-
por direcionar a conversa, ele deve ser mo que sejam pensamentos diferentes
cuidado com carinho por todos do grupo. dos nossos. Diga que não existe opinião
A cada rodada, quem estiver com o boneco certa ou errada, mas opiniões diferentes.
terá o direito de falar e poderá escolher Isso porque a opinião diz respeito à forma
qualquer assunto, como um aconteci- como cada um de nós vê o mundo à nossa
mento marcante no noticiário da semana, volta. A ideia é fazer com que os estudan-
uma festa de aniversário de algum colega, tes percebam o diferente, busquem com-
um campeonato esportivo, etc. Os outros preendê-lo e, acima de tudo, respeitem-no.
deverão escutar com atenção e respeito, Explorar esses conceitos é essencial no
até que o aluno que está falando diga que trabalho de combate ao bullying, pois esta
terminou, para que os outros possam ex- prática, geralmente, é direcionada ao aluno
por suas opiniões. Depois, o aluno deverá tido como diferente — por sua etnia, ori-
passar o brinquedo para o próximo colega gem, religião, opinião, comportamento, etc.

Freepik.com

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82

NOTA:
A BNCC não define
o estudo do Siste-
ma de sustentação
e locomoção como
competência a ser
desenvolvida na
disciplina de Ciências
do 4o ano – Ensino
Fundamental, porém
consideramos ser
este conteúdo de
grande importância
para a formação
estudantil, por isso
as páginas a seguir
abordam esse objeto
de conhecimento.

Sugestão de atividade
1. Enumere as frases de acordo com as palavras do retângulo.

1 Móvel 2 Imóvel 3 Semimóvel PROFESSOR(A), UTILIZE NOSSO


MATERIAL DE APOIO COMO UM
RECURSO VISUAL PARA A
3 Permite a realização de pequenos movimentos. MEMORIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO.

1 Permite grande variedade de movimentos.

2 Representa ossos que não têm movimentos.

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83

Orientação didática

Solicite aos seus alunos que pesquisem, Oriente-os a prezar pela postura corpo-
no dicionário, o que é “ergonomia". Depois, ral, comentando que é muito importante
peça que partilhem sua pesquisa. que esse bom hábito seja praticado des-
de cedo, para evitar problemas futuros
oriundos da má postura ou outros fatores
ligados à ergonomia.

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Sugestão de atividade
1. Leia as palavras do quadro e complete as frases.

esqueleto — músculos — coração — movimento — alimentação — elásticos

a. O movimento é indispensável para o ser humano.


b. Os músculos são todos elásticos , por isso nós realizamos movimentos.
c. O esqueleto sustenta o corpo e protege algumas partes internas.
d. Os movimentos dos músculos do estômago, do intestino e do coração independem da nossa vontade.
e. Necessitamos de uma boa alimentação para desenvolvermos os nossos músculos .

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Orientação didática
ANOTAÇÕES
Contorne o corpo das crianças em pedaços de papel
industrial e solicite-lhes que desenhem como imagi-
nam o seu esqueleto. Assim, elas poderão compreen-
der a importância do esqueleto para a sustentação
do corpo.

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86

Sugestão de atividade
1. Leia atentamente e marque um x quando concordar ou discordar de cada
afirmativa abaixo.
Concordo Discordo
As articulações das vértebras são semimóveis. x
As articulações dos joelhos são imóveis. x
As articulações do crânio são imóveis. x
As articulações do maxilar inferior são móveis. x
As articulações dos braços e das pernas são imóveis. x

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Fundamentação

Educar: um mergulho em si mesmo


A sala está vazia, todos os alunos já se foram; en-
quanto os olhos descobrem o espaço, o coração está
no compasso do vazio. E é nesse instante que milha-
res de pensamentos e sensações invadem a alma.
Por um minuto, todas as imagens da aula voltam. São

Imag
flashs dos comentários, das dúvidas, das respostas,

ens:
das inquietações, das alegrias e das angústias.

Fre
Tudo é muito rápido.

epik
Na verdade, parece que, apesar do vazio da sala,

.com
dentro da alma tudo está preenchido.

; WA
YH
Todos se foram. No entanto, incrivelmente todos

OM
Es
permanecem.

tud
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Há dias em que o silêncio é grande no vazio das

hu S
carteiras, porém há muito som dentro da alma. São

tte
rs
to
.c
infinitas questões que não calam. Começam sobre

ck
om

o sentido da educação e vão até a finalidade da


existência humana. São saberes tão filosóficos que
a mente parece atingir o espaço e voltar. Tudo isso
na busca da qualidade do ensino que foi dito, das
ações que foram feitas. Às vezes, no silêncio, não
parecem simples divagações; parecem confusas
argumentações como debates em plenários. O mais
incrível é que, diante desse espetáculo de aula mag-
na, resta um único ser que se reveza nas diferentes
posições e argumentações.

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De fato, todos já foram. É noite. E, na solidão dos
sonhos, os personagens reaparecem um a um, fazen-
do da escuridão inconsciente um laboratório para o
desafio do dia. Foram angústias que não puderam ser
compreendidas na luz e que, pacientemente, aguar-
dam o nascer da Lua, para nos braços dela embalar
possíveis soluções.
Outras vezes, o caminho da noite é o melhor para
preparar, em silêncio, o conteúdo que será revelado de
dia. Então, resta às mãos tatear o teclado e trabalhar.
A sala está vazia. Os olhos percorrem os luga-
res, e o coração expande para além das paredes,
além dos trabalhos, além da sala. Nesse momento, o
encontro é de vida, algo de muito precioso aconteceu
ali. O que antes era ignorado ou desconhecido passa
a ser revelado. O que antes era saber de um passa a
ser de muitos. Um coração encontrou outro e mais
outro... e outro; portanto, encontrou vidas.
Desde as primeiras letras até as teses mais
elaboradas, as salas ficam vazias quando os alunos
saem. Esse vazio devolve o criador do conhecimento
para sua origem.
Na criação que envolveu toda a aprendizagem,
estão os livros, os professores, os pais, as raízes, os
lugares, a cultura. Porém, ao final de cada dia, o edu-
cador na sala vazia é devolvido a si mesmo, e é nesse
si mesmo que tudo se recria.
Quando entregue a si mesmo, é preciso existir
uma sala que não esteja vazia para acolher, com todo
sentimento, o corpo e a alma. Nessa sala, o carinho
está pendurado nas paredes. São infinitos quadros
de paisagens de amor incondicional para com o
outro. Quando o educador se senta nessa sala e se
recolhe, é capaz de respirar esse amor suave dire-
Imagens: Freepik.com; Dean Drobot / Shutterstock.com
cionado para si. O amor cultivado pelo saber teve
origem nessa alma e agora é para essa alma que ele
volta, porque, felizmente, já conhece o caminho.

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Nesse interior humano repleto de vivências, as
lembranças se mesclam com o sabor das vitórias.
O prazer de mergulhar no passado, seja ele de
poucas horas, e perceber que tudo valeu preenche
a alma de cor.
Num segundo, a realização pessoal passa a ser
a mais bela das namoradas. Nela, tudo parece en-
Sentar na sala da
tusiasmo e alegria. O sentimento genuíno de saber alma e poder contem-
que se faz aquilo que de melhor se tem. Sentir a
capacidade de realizar-se, ou seja, capaz de tornar plar a verdade de que
real e preciosa as próprias ações, de contribuir para a
transformação do mundo. o mestre só pode levar
Voltar para si e reconhecer todo o esforço feito na
construção do próprio conhecimento. o discípulo até onde ele
As dificuldades superadas nas incompreensões
dos textos, as dificuldades financeiras de se fre-
mesmo já foi
quentar um curso, as noites sem dormir, as falhas de
memória, as provas curriculares, os desafios políticos
no exercício acadêmico. Poder, nessa retrospectiva,
perceber-se um forte guerreiro e amar integralmente
os combates, as quedas, os desafios e as vitórias. Ou
melhor, poder estar cara a cara com esse herói e, sem
vergonha, abraçá-lo de corpo inteiro, grato por tê-lo
protegido todos estes anos, grato por tê-lo construí-
do nas fibras do trabalho.
Sentar na sala da alma e poder contemplar a
verdade de que o mestre só pode levar o discípulo até
onde ele mesmo já foi e nisso sentir um ímpeto de
vida, um desejo de prosseguir, de ir além no conhe-
cimento. Assim, nessa sala da alma, a ambição pelo
saber é legítima e digna. Sentir-se completamente
feliz ao perceber que há caminho, por mais longa
que tenha sido a estrada trilhada, e sentir um grande
desejo de prosseguir. Nesse sentido, habita dentro
dessa alma um ser eternamente jovem.

QUINTINO, Iramaia Pascale. In: Revista Páginas abertas. n. 24.


São Paulo: Paulus.

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38a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Proteção e defesa dos seres humanos − Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
páginas 87 e 88 Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Orientação didática:
• Leve para sala de aula textos para fixação do con- 5o dia
teúdo e realize exercícios, escrevendo, completando e
respondendo ao assunto em estudo. Livre para atividades complementares da sua turma.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: Proteção e defesa dos seres humanos –
página 89
Orientação didática:
• Para ampliar o estudo sobre pele, realize uma apre-
sentação de seminários com intuito de identificar
as camadas da pele e conhecer algumas doenças
de pele.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

Rawpixel.com / Shutterstock.com

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Dinâmica

Mural do Muito obrigado(a)


O educador disponibiliza materiais de desenho aos
educandos e explica que eles irão fazer um mural do
“Muito obrigado(a)”. A ideia é criar um mural com
espaço para todo mundo escrever frases, começando
pelo “Muito obrigado(a)...”. A frase deve ser comple-
tada com o que desejam ou a quem querem agrade-
cer. Mas, primeiro, faz-se o mural. Explica-se para
os educandos que eles devem desenhar na borda do
papel algo que tenha relação com o agradecimento.
Depois de pronto, eles prendem na parede do corre-
dor e colocam as suas frases. O educador pede que
convidem os colegas no intervalo para escreverem
as suas frases, mantendo sempre a ideia de escrever
“Muito obrigado(a)...” e completar.
Ao final do dia, o educador leva os educandos para
lerem as frases e, depois, dialogarem na sala sobre o
que aprenderam.

WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula. Reci-


fe: Prazer de Ler, 2013.

Imagens: Freepik.com; Apollofoto / Shutterstock.com

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87

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

Orientação didática
Converse com seus alunos sobre alguns cuidados • A água quente retira a barreira de hidratação natural
que devemos ter com a pele, depois monte um mural da pele e causa ressecamento. É necessário evitar
ilustrado com eles. tempo excessivo embaixo do chuveiro.

• Deve-se evitar exposição excessiva direta ao Sol. • É importante manter uma dieta balanceada e rica
em vitaminas.
• Manchas que não existiam antes são sinais de aler-
ta, e devem ser consultadas por um especialista. • A ingestão de água hidrata a pele, além de que
favorece a absorção dos nutrientes necessários, que
garantem sua elasticidade, integridade e seu brilho.

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88

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Faça uma pesquisa sobre as principais doenças da
pele e como a falta de higiene pode colaborar com
essas doenças. Depois, junto com seus alunos,
monte um jornal com as informações pesquisadas e
distribua nas outras turmas.

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89

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

Sugestão de atividade
1. Responda ao que se pede. 2. Desembaralhe as letras e descubra as palavras.

a. O que reveste os órgãos do aparelho digestório, respi-


AÉTBRCAIS Bactérias.
ratório e excretor, formando outra barreira de proteção?
A mucosa.
UMCSOAS Mucosas.
b. Quando estamos gripados, o que o organismo
produz com o objetivo de proteger os órgãos respira-
tórios dos ataques de micro-organismo? SÁILGMRA Lágrimas.
O muco.

274

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Fundamentação
O desafio de ser professor Lembrando, é claro, de adequá-las ao público-alvo,
Ana Paula J. de Sousa e Rosângela A. F. Cabrera Caymel sem perder as relações humanas. Não é pouca coisa.

Nos últimos anos, uma avalanche de informações


tem tomado conta de nossa vida. As informações
deixaram de ser buscadas e vieram até nós, fazendo
parte do dia a dia.
Os alunos, hoje, estão mais ágeis, conseguem Tornando o aprendizado mais
fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e ainda prazeroso
lidam de uma maneira descompromissada com o co-
nhecimento, pois este acontece de diferentes manei- Considerando as habilidades e competên-
ras e, na maioria das vezes, de um modo mais atrati- cias hoje esperadas do profissional de edu-
vo (TV, CD-ROM e canais por assinatura) ou interativo cação, relacionamos algumas sugestões que
(Internet), propiciando ao aprendiz a estimulação em podem ser aplicadas em todos os níveis, ade-
todos os sentidos (visual, auditivo e sinestésico). quando-se à faixa etária que se pretende atingir:
Crianças e adolescentes passam horas na frente de • Conheça seu público-alvo: ouça mais os alunos,
um computador em salas de bate-papo, e isso tem procure saber de quais escolas são provenien-
refletido diretamente na sala de aula. Não precisam tes, seu histórico familiar e social, qual(is) seu(s)
mais ir à escola para tomar posse da informação. objetivo(s) com o ensino, se eles têm visão do
Mas como o professor deve reagir a tal situação? que querem ou se necessitam de uma orientação
Cabe a ele captar o maior número possível de infor- vocacional e/ou profissional.
mações, transpô-las para a sala de aula de modo • Desenvolva atividades que abordem o con-
atrativo e relacioná-las à matéria que leciona. teúdo de modo claro e objetivo, mostrando a
Porém, esse não é o único desafio do educador aplicabilidade do conhecimento e permitindo ao
nos dias atuais. Ele ainda tem que estar apto a lidar aluno vivenciar a teoria; ou seja, torne o apren-
com os adventos tecnológicos e acompanhar como dizado significativo.
os alunos fazem uso de tais adventos. • Faça uso de recursos diferenciados, desde os
Por exemplo, a Internet trouxe, além da agilidade mais simples, como sucatas, jornais e revistas,
das informações, a criação de uma nova comunida- aos mais aprimorados.
de — a comunidade virtual. E esta foi, aos poucos, Dentre eles, podemos destacar:
tomando diferentes identidades de acordo com os - Recursos audiovisuais (filmes, slides, transpa-
grupos de usuários. rências, músicas, datashow).
Hoje, temos tribos virtuais, com linguagens e - Ferramentas computacionais (CD-ROM, games).
interesses próprios. - Jogos, desafios, atividades em grupo, drama-
Facebook, fotolog, blog são termos que separam tizações, simulações profissionais, trabalhos
os que têm acesso à tecnologia daqueles que não com a comunidade, projetos disciplinares e
têm. Para acompanhar tais adventos, o profissio- interdisciplinares.
nal tem que estar o tempo todo acompanhando as - Softwares educacionais.
informações, adequando-se e desenvolvendo novas - Ferramentas virtuais (alguns professores têm
habilidades e competências, que hoje vão além do construído sites, utilizado e-mails e salas de
domínio técnico do conteúdo que leciona. bate-papo para dar suporte à matéria, passar e
Criatividade, dinamismo, capacidade de análise e corrigir exercícios, receber trabalhos, apresentar
síntese, habilidade para trabalhar em equipe, espírito resumos, e os mais conectados dão aulas de
empreendedor, carisma e dedicação passaram a ser reforço a distância).
condição para o professor, que deve fazer uso de tais Há necessidade de se resgatar valores,
habilidades e competências associadas às novas incentivar o trabalho em equipe e o prazer pelas
tecnologias, para manter o processo de ensino- descobertas que o ensino pode trazer.
-aprendizagem prazeroso.

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39a Semana - Grade semanal

1o dia 4o dia
Ciências: Higiene, saúde e prevenção de doenças − Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
páginas 90, 91, 92 e 93 Matemática, História e Cidadania Moral e Ética.
Orientação didática:
• Solicite que os alunos listem as doenças que já tive- 5o dia
ram, descrevendo os sintomas, a prevenção, o tra-
tamento e os cuidados que devem ser tomados em Livre para atividades complementares da sua turma.
cada uma delas. Ao final, peça exemplos de alimen-
tos ricos em vitaminas que combatem e previnem
diversas doenças.
• Construa, com seus alunos, um álbum seriado, com
frases e ilustrações sobre a prevenção de doenças.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa e


Matemática.

2o dia
Dia reservado para atividades de Língua Portuguesa,
Matemática, História e Geografia

3o dia
Ciências: As vacinas – páginas 94 e 95
Orientação didática:
• Solicite aos alunos uma pesquisa, em seus cartões
de vacinação, sobre as vacinas que eles já tomaram,
depois pesquise para que serve cada uma.
• Amplie o estudo sobre vacinas por meio de apre-
sentação de seminários.

Reservado para atividades de Língua Portuguesa,


Matemática e Geografia.

Africa Studio / Shutterstock.com

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Dinâmica

O garotinho chamado Amor


A professora fará uma leitura de O garoto cha- E nesse instante, interferindo os pensamentos do
mado Amor. Vocês devem prestar muita atenção garotinho AMOR, a turma gritou bem forte:
todas as vezes que eu falar as palavras: PAZ, AMOR, — AMOR, AMOR, você encontrou a PAZ que pro-
GARRA, SORRISO E BEM-VINDOS. Vocês fazem os curava?
seguintes comandos. O AMOR respondeu com muita GARRA: sim! Sim!
Encontrei. Vocês querem saber?
PAZ – APERTO DE MÃO no amigo da direita e da Tragam a PAZ, um SORRISO bem bonito e sejam
esquerda BEM-VINDOS!
AMOR – UM ABRAÇO no amigo da direita e da es-
querda
GARRA – TROCA DE LUGAR com o amigo da direita
SORRISO – GARGALHADA
BEM-VINDOS –PALMAS

Vamos agora fazer um círculo e começar nos-


sa dinâmica.

Era uma vez um garotinho chamado AMOR.


O AMOR sonhava sempre com a PAZ.
Certo dia, descobriu que a vida só teria sentido
quando ele descobrisse a PAZ e foi justamente nesse
dia que o AMOR saiu à procura da PAZ.
Chegando ao colégio onde ele estudava, encon-
trou os seus amigos que tinham um SORRISO nos
lábios e foi nesse momento que o AMOR passou a
perceber que o SORRISO dos amigos transmitia a
PAZ. Pois percebeu que a PAZ existe no interior de
cada um de nós, e para isso basta dar um SORRISO.
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90

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

Orientação didática
ANOTAÇÕES
Junto com as crianças, faça um diário anotando todos
os cuidados com a saúde que tomamos diariamente.

É importante, durante essa atividade, que as crianças


percebam que hábitos de higiene, cuidados com os
alimentos e com o ambiente, práticas de exercícios,
vacinação, entre muitos outros cuidados, estão direta-
mente relacionados à saúde e à boa qualidade de vida.

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91

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

stockyimages / Shutterstock.com

Orientação didática
Solicite aos alunos uma pesquisa sobre as doenças
mais frequentes na região em que moram e discuta,
com eles, as soluções que podem ser tomadas.

Peça-lhes que façam uma pesquisa sobre algumas


doenças causadas por verminoses e debatam em
sala de aula.

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BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

Sugestão de atividade
1. Complete com V para verdadeiro e F para falso.

V A pele é como uma grande capa que cobre o corpo inteiro.


F O nosso corpo não possui formas de defesa.

V A pele controla a temperatura corporal.

F A inflamação é um processo saudável do corpo.

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93

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

Sugestão de atividade
1. Comente a seguinte afirmação: Resposta pessoal 2. Pesquise o significado de imunidade.

Sugestão
 de resposta: É a resistência que o organis-
O melhor remédio para combater as doenças mo
 desenvolve ao adquirir uma determinada doença.
causadas por vermes e parasitas é a prevenção. 
 

 3. Faça um cartaz incentivando as crianças a desenvol-
 verem hábitos que auxiliem na prevenção de doenças.
Resposta pessoal

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94

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

(EF04CI07)
Verificar a participa-
ção de micro-orga-
nismos na produção
de alimentos, com-
bustíveis, medica-
mentos, entre outros.

Gita Kulinitch Studio / Shutterstock.com

Orientação didática
Procure trabalhar, com as crianças, a importância das
vacinas para uma vida saudável.

Solicite aos alunos uma pesquisa sobre algumas va-


cinas e as consequências da falta delas para o desen-
volvimento da criança. Converse sobre as atitudes que
são realmente necessárias para se evitar doenças.

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95

BNCC
(EF04CI08)
Propor, a partir do
conhecimento das
formas de trans-
missão de alguns
micro-organismos
(vírus, bactérias
e protozoários),
atitudes e medidas
adequadas para pre-
venção de doenças a
eles associadas.

(EF04CI07)
Verificar a participa-
ção de micro-orga-
nismos na produção
de alimentos, com-
bustíveis, medica-
mentos, entre outros.

Orientação didática
Organize, de acordo com a possibilidade, uma visita a imunológico, de que forma as vacinas interagem
um posto de saúde ou peça a um agente de saúde que com esse sistema e qual é a relevância das campa-
converse com a sua turma para que verifiquem quais nhas de vacinação.
as doenças mais comuns entre as crianças e quais
praticamente já não existem mais graças às vacinas. Aproveite para avaliar a compreensão delas em
relação aos agentes causadores de doenças e a im-
Com a turma dividida em equipes, oriente a produção portância das vacinas no controle e na erradicação
de cartazes que mostrem como funciona o sistema desses males.

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Fundamentação
A força da interrogação e da
linguagem interior na solução
de conflitos Ajudar a criança a
colocar para fora seus
É quase impossível imaginar um único dia em que
sentimentos mais agu-

Freepik.com
uma criança com seis anos ou mais não se veja às
dos. Exemplo: — Como
voltas com um conflito entre ela e um professor, seus
você está se sentindo?
pais, uma outra criança, alguma autoridade ou ela
Que vontades você tem
mesma. Uma boa parte das crianças até sabe lidar
agora?
relativamente bem com esses conflitos, mas a maio-
ria parece pouco competente e esconde-se deles,
recusando-se a admitir sua existência e, dessa for-
ma, interiorizando um desgaste que inevitavelmente
se repetirá.
Existe uma maneira de ajudar essas crianças, e, Ajudar a criança a refletir
ainda uma vez, a interrogação e a linguagem interior sobre os desdobramentos
constituem as ferramentas adequadas. e as consequências do conflito.
Em bem mais de quarenta anos vivendo essas Exemplo:
situações, cresce a segurança de que o caminho
proposto é válido, ainda que não imperfeito, e seus — O que você acha que vai acontecer
resultados mostram que as crianças tornam-se mais agora? O que a aborrece ou preocupa?
atentas, mais pacientes e aprendem a compartilhar e O que você acha que a outra pes-
se entender melhor com os outros e com elas mes- soa está sentindo? Você acha que
mas. O emprego dessa estratégia envolve a cons- causou algum mal a outro? Como
trução de um diálogo entre a criança e um mediador você acha que poderia ser
adulto que seja de sua confiança e poderia ser sinte- reparado esse mal?
tizado por meio das ações seguintes:

Ajudar a criança, por meio do


diálogo interrogativo, a definir o
conflito que enfrenta, fazendo com
que não se disperse em sua fala e assim
esteja focada na essência do conflito. Se
a criança mostrar-se em desespero e en-
volvida pelo pranto, é importante que possa
chorar por algum tempo, antes de iniciar o
diálogo. Exemplo:

— O que aconteceu? Qual é o


problema?

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Ajudar a criança a refletir
sobre possíveis alternativas de
solução para o conflito vivenciado.
Exemplo:

— Como você acha que esse problema poderia


ser resolvido? Qual seria uma boa ideia para que
essa questão fosse resolvida? A criança pode,
nesse diálogo, propor ou não algumas ideias, e
cabe ao mediador avaliá-las excluindo as que não Desenvolver a autoestima
são positivas e insistindo na busca de uma me- da criança, elogiando suas
lhor solução. Ainda que tenha em mente qual é boas ideias e sua vontade em solu-
essa solução, o seu trabalho é ajudar a crian- cionar o conflito.
ça a encontrá-la, de forma a perceber que
não está assumindo um “conselho”, — Que interessante você ter pensado nisso!
mas colocando em prática uma Que ideia boa! Como é gostoso ouvir suas ideias!
alternativa própria. — Parabéns, você é muito boa em bons pensa-
mentos! Você não acha uma boa ideia levar um
desenho (ou qualquer outra coisa produzida pela
criança) de presente para ela? Não se exclui a
possibilidade de acompanhar a criança em
sua iniciativa, perguntando:
— Você gostaria de que eu fosse junto
Ajudar a criança a desenvolver com você? Posso conversar com
seu sentimento de coragem e você e com ela?
busca imediata da solução do con-
flito. Exemplo:

— Se essa é uma boa ideia, por que


O princípio básico que deve ser sentido pelo
não resolver agora? Você não acha
mediador é que a essência da solução de um conflito
melhor acabar logo com isso?
se apoia em sua identificação e que esta, na maior
parte das vezes, apresenta-se como difícil, porque o
conflito faz aflorar as emoções que ocultam as raízes
essenciais do problema.
Identificado o problema, é essencial que se des-
cubra a melhor maneira de lidar com ele e, sobretudo,
que a busca dessa solução deve ser sempre iniciativa
Junto com a criança,
da criança, ainda que eventualmente acompanhada
verificar se é o momento
do adulto. É importante que se frise que a interven-
certo para uma atitude conci-
ção adulta não é para que a criança apenas ouça,
liatória. Por exemplo:
mas que reflita sobre a questão e, por assim pensar,
fazer da ajuda trazida pelo diálogo uma forma efi-
— Será que agora é uma boa
ciente de resolver conflitos em situações futuras,
hora? Vamos pensar em ma-
mesmo sem a intervenção mediadora.
neiras diferentes para se
desculpar? ANTUNES, Celso. Trabalhando valores e atitudes nas séries
iniciais: para crianças de seis a dez anos de idade. Petrópolis:
Vozes, 2010

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40a Semana - Grade semanal

1o dia
Semana de avaliação.

2o dia
Semana de avaliação.

3o dia
Semana de avaliação.

4o dia
Semana de avaliação.

5o dia
Livre para atividades complementares da sua turma.

antoniodiaz / Shutterstock.com

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DINÂMICA PARA TRABALHAR O SOCIOEMOCIONAL

96

NOTA:
A Base Nacional
Comum Curricular
(BNCC) define um
conjunto de compe-
tências gerais, que
servem como um guia
para o aprendizado
das crianças, e que
devem ser desenvol-
vidas de forma inte-
grada ao currículo.

Responsabilidade e cidadania
O que: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, o sentimento que vai tornar o outro importante. O pai e o
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determi- professor, educadores que são, devem entender que têm
nação. uma missão: construir um ser humano. Isso somente
Para: Tomar decisões com base em princípios éticos, acontecerá pela obra do amor, amor esse que cobra, que
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. é duro, que traz sofrimento e preocupação, mas, por ou-
tro lado, traz muito prazer e a realização do ato humano
É preciso compreender que, tanto no âmbito familiar mais criador – fazer nascer um ser de verdade.
quanto no escolar, deve haver uma relação de afeto, pois
é isso que nos ajudará a construir um ser humano psico- FONTE, Paty. Competências socioemocionais na escola. Rio de
Janeiro: Wak Editora, 2019.
logicamente saudável. O ato de cuidar é maravilhoso – é

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4. De acordo com o conteúdo estudado, responda às
Semana de avaliação perguntas abaixo.

a. Como é chamado o processo de transferir o san-


Unidade 4 gue de uma pessoa para outra?

Transfusão sanguínea.
• O corpo humano
• Sistema cardiovascular b. Quais os motivos que levam uma pessoa a preci-
• Sistema respiratório sar de transfusão sanguínea?
• Sistema de sustentação e locomoção 
Acidentes, queimaduras, por causa de certas doenças
• Proteção e defesa dos seres humanos  por terem feito alguma cirurgia.
ou
• Higiene, saúde e prevenção de doenças
• As vacinas c. Por que as transfusões de sangue não podem ser
feitas de uma pessoa para outra sem que haja uma
1. Ligue o nome de cada osso à região do corpo a análise do sangue por clínicas especializadas?
que pertence. 
Porque há tipos diferentes de sangue, variando de uma

pessoa para outra e também porque o sangue pode
COSTELA TRONCO 
estar contaminado por alguma doença do doador.

BIGORNA Membro inferior 5. Sabendo dos riscos que as doenças cardiovascu-


(coxa)
lares causam à nossa saúde, e o que devemos fazer
CRÂNIO ORELHA para evitá-las, converse com um adulto e, juntos,
pesquisem a respeito de algumas doenças que po-
FÊMUR CABEÇA
dem afetar o coração.
Resposta pessoal
2. Relacione a segunda coluna de acordo com a pri- 
meira, completando as frases.
6. Coloque V, para as afirmativas verdadeiras, e F,
a A coluna vertebral é... para as falsas.

b O nosso corpo possui um...


V Os pulmões são os principais órgãos da respiração.
c O esqueleto de um ser humano adulto...

d V A pleura é uma membrana muito fina.


A coluna vertebral é formada por...

F Os pulmões estão localizados no abdômen.


c ... possui 206 ossos.
... 33 vértebras, que servem de principal V Os alvéolos são envolvidos por tubos finíssimos,
d apoio para o esqueleto. por meio do qual o sangue circula.

b ... esqueleto, um conjunto de ossos.


7. Numere, na ordem, como o corpo combate uma
inflamação.
a ... apoio ósseo do esqueleto humano.

O local do ferimento incha por causa do acúmulo


2
3. Complete a tabela com os doadores e receptores. de líquido.

GRUPO DOADORES RECEPTORES Os glóbulos brancos englobam-se e destroem


A A / AB A/O 3
as bactérias.
B B / AB B/O
AB AB TODOS É enviado para o local do ferimento um grande
1
O TODOS O número de glóbulos brancos.

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