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MANUAL DO

Armando Moraes e
Maria Soledade da Costa EDUCADOR
FORMAÇÃO CONTINUADA

CIDADANIA MORAL
E ÉTICA

5 o
ANO

ENSINO FUNDAMENTAL

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Armando Moraes e
Maria Soledade da Costa

Manual do Educador
Cidadania Moral e Ética
5o ano - Ensino Fundamental

EDITORAS IMAGENS VETORIAIS


Isabela Nóbrega Freepik.com
Márcia Regina Silva Shutterstock.com

REVISÃO DE TEXTO COORDENAÇÃO EDITORIAL


Elenita Maciel

PROJETO GRÁFICO, ILUSTRAÇÕES,


CAPA E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Mirai Assessoria em Comunicação Ltda.
CNPJ: 07.209.351/0001-56

ISBN: 978-85-8207-763-4
3a edição

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos das fotos,
das ilustrações e dos textos contidos neste livro.

A Formando Cidadãos Editora pede desculpas se houve alguma omissão e,


em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

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Apresentação
Caro educador,

A Cidadania Moral e a Ética estão relacionadas diretamente às ati-


tudes de cada indivíduo na sociedade. A ética está ligada aos direitos e
deveres de cada pessoa. A cidadania moral diz respeito ao modo de ser e
às atitudes de cada um diante da sociedade em que vive.
Pensando nisso, organizamos este Manual do Educador. Nele, você
encontrará ideias, orientações didáticas e fundamentações que auxiliarão
suas aulas, tornando-as mais prazerosas.
Desejamos a você um bom ano letivo e que você possa despertar nos
alunos a vontade de construir um mundo melhor, tendo a cidadania e a
ética como alicerce.

Um abraço,

Os autores

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Sumário
5 Conhecendo o Manual
8 Sumário do livro do aluno
9 Planejamento de aulas
10 Mensagem

11 Unidade 1
12 Fundamentação: Ética na escola
13 Objetivos da aprendizagem
14 Grades semanais
16 Páginas do livro do aluno
28 Fundamentação: Comunicação
e ética no espaço sala de aula

33 Unidade 2
34 Fundamentação: Educar para paz
35 Objetivos da aprendizagem
36 Grades semanais
38 Páginas do livro do aluno
56 Fundamentação: Corrigir positivamente

59 Unidade 3
60 Fundamentação: O lado educador do professor
61 Objetivos da aprendizagem
62 Grades semanais
64 Páginas do livro do aluno
76 Fundamentação: O mundo com que sonhamos

79 Unidade 4
80 Fundamentação: Surpresa!
81 Objetivos da aprendizagem
82 Grades semanais
84 Páginas do livro do aluno
93 Fundamentação: A ética do educador:
o resgate das relações
Africa Studio / Shutterstock.com

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Conhecendo o manual
Este manual foi elaborado para ser um material pedagógico que auxilie o trabalho de professores em sala de aula.
Para isso, está organizado em: estrutura do livro do aluno, sumário do livro do aluno e planejamento de aulas.

Estrutura do livro do aluno


Informações sobre a estrutura do livro do
aluno, apontando tudo que é necessá-
rio para o professor e a criança explorá-lo
da melhor maneira.

Sumário do livro do aluno


É apresentada a página do sumário
do livro do aluno para que o professor
possa ter acesso ao conteúdo anual que
será proposto para as crianças.

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Planejamento de aulas
Esta parte do manual corresponde ao
planejamento de aulas, que foi pensado
para 40 semanas com cinco dias letivos,
totalizando 200 dias letivos.

Fundamentação
Os textos apresentados, em geral, têm
caráter de formação, ou seja, foram
selecionados para dar embasamento e
segurança ao professor em relação ao
seu trabalho diário com as crianças.

Objetivos da aprendizagem
Indicam os conteúdos, as habilidades e os
objetivos de aprendizagem que serão traba-
lhados ao longo da unidade.

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Páginas do livro do aluno
As páginas do livro do aluno aparecerão,
ao longo do manual, com as respostas.

Grades Semanais
Apresentam sugestões para o professor
trabalhar durante as semanas.

Orientações didáticas
São propostas de atividades simples
e práticas, mas que são reconhecidas
como facilitadoras da aprendizagem,
que poderão ser realizadas em sala
de aula com as crianças. Procuramos,
inclusive, propor atividades que utilizam
material de fácil acesso ou, simplesmen-
te, pouco material.

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Sumário do livro do aluno

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Planejamento de aulas photo-deti / Depositphotos.com

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Mensagem

Eu perdi
Eu perdi o sono, perdi a hora, perdi o ônibus, perdi
meu bilhete, perdi o emprego, perdi meu tempo, per-
di o dia, perdi a oportunidade, perdi o jogo, perdi o
dinheiro, perdi a chance, perdi a paciência, perdi a
explicação, perdi a inocência, perdi a vergonha, perdi
a namorada, perdi o amigo, perdi o programa, perdi
o processo, perdi a eleição, perdi a luta, perdi a
calma, perdi a graça…
Perdi muita coisa, mas não perdi a fé nem
a esperança. E mesmo seguindo com um olhar
perdido, batalhando por uma causa perdida e
me perdendo nas ruas da cidade, eu não perco o
que tenho de mais importante: a certeza de que
posso recuperar tudo. A certeza de que as per-
das estão me fortalecendo e que, apesar de perder
tanta coisa, não posso perder a coragem nem a
vontade. E, se tiver de continuar perdendo alguma
coisa, que seja o medo. O medo de perder, o medo
de arriscar, o medo de ser feliz, o medo de viver.

Os homens, os pernilongos e os ratos. In: CHRISTE, Padre


Aberio. Aprendendo a voar: histórias fabulosas com men-
sagens e poemas. São Paulo: Jardim dos Livros, 2014.

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O que vamos estudar:
• O cidadão planetário • A solidariedade e
• A responsabilidade cidadã o diálogo
• O consumismo e o desperdício • Os valores éticos

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Fundamentação
Ética na Escola • Respeitar e ser educado no relacionamento com
outros professores, alunos, pais de alunos e profis-
Introdução sionais da escola.

A escola é um ambiente propício para o exercício • Não fazer comentários em sala de aula sobre o
e aprendizado da ética. Por meio dela, professores, comportamento ou métodos de ensino de outros
alunos e funcionários podem obter resultados positi- professores.
vos no processo educacional, melhorando o ambien-
te de trabalho e aprendizado. Em suma, se todos agi- • Seguir a proposta educacional da escola, assim
rem de forma ética na escola, todos sairão ganhando, como seus métodos de avaliação.
pois os resultados serão positivos.
• Agir de forma proativa no que se refere à integra-
Os professores ção de alunos com deficiência física ou transtorno
psicológico.
Os professores desempenham papéis fun-
damentais no que se refere à ética na escola. As
crianças e os jovens aprendem mais com exemplos Os alunos
do que com palavras. O professor que age de forma
ética com alunos, professores e funcionários esco- As crianças e os jovens estão no processo
lares passam aos alunos um importante modelo de de aprendizagem e, portanto, a ética deve-lhes ser
comportamento ético. ensinada e cobrada. Sabemos que muito do compor-
tamento ético do aluno tem como origem a família,
Exemplos de atitudes éticas dos principalmente os pais. Porém, cabe à escola tra-
balhar a ética no ambiente escolar para que resulte
professores:
em melhor qualidade de ensino.

• Ensinar aos alunos o que é ética e sua importância Exemplos de atitudes éticas dos alunos:
nos diversos níveis como, por exemplo, ambiente de
trabalho, família, escola, grupo de amigos, etc.
• Respeitar o trabalho dos professores e
• Esclarecer aos alunos e cumprir com clareza os funcionários da escola. Respeitar também
métodos de ensino e avaliações. o direito de aprender dos outros alunos. Na
prática, isso significa não conversar, brincar
• Ouvir e respeitar as opiniões dos alunos. ou atrapalhar de qualquer forma os momen-
tos em que o professor está explicando ou
• Buscar a qualidade no processo educacional. tirando dúvidas de outros colegas.

• Cumprir prazos na entrega de documentações, • Não colar em avaliações ou elaboração


diários, avaliações, notas, etc. de trabalhos escolares.

• Não expor erros ou deficiências de alunos na frente • Não usar trabalhos prontos, disponíveis
de toda a classe. Conversar com o aluno em particular. na Internet, para entregar aos professores.

Disponivel em: http://www.suapesquisa.com/edu-


• Ser justo na correção e avaliação de provas e traba-
cacaoesportes/ etica_escola._html. Acesso em:
lhos escolares. 01/12/2016.

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Objetivos da aprendizagem

Conteúdos
• O cidadão planetário
• A responsabilidade cidadã
• O consumismo e o desperdício
• A solidariedade e o diálogo
• Os valores éticos

Habilidades
• Reconhecer a importância de praticar a ética com cada sujeito ao nosso redor.
• Analisar a sua responsabilidade para com a sociedade.
• Reconhecer a importância de um consumo consciente, sem desperdício ou
superficialidade.
• Identificar atitudes de consumo sustentável que elevam e mudam para melhor uma sociedade.
• Estabelecer relações importantes entre a teoria vista no livro didático (nas aulas) e a realidade concreta.
• Identificar atitudes de cidadania.
• Compreender o que são valores éticos.
• Reconhecer atitudes de responsabilidade no exercício da cidadania.
• Ponderar a respeito do compromisso que cada cidadão deve ter para manter uma boa
convivência na sociedade planetária.
• Apreciar o cumprimento dos direitos e deveres do cidadão planetário.
• Cumprir com suas responsabilidades cidadãs.
• Agir com responsabilidade a respeito do consumo consciente.
• Cultivar o fortalecimento do comportamento solidário entre as pessoas.
• Valorizar atitudes de respeito e solidariedade.

Metodologia
• Confeccionar um cartaz (tipo banner) com algumas atitudes éticas para deixar
exposto na escola.
• Destacar imagens que representem atitudes de respeito para com o próximo.
• Construir uma “cartilha do cidadão responsável”, com itens a respeito das
responsabilidades de cada um para a melhoria da cidadania e do planeta.
• Simular uma compra responsável, fazendo distinção entre o supérfluo e o necessário.
• Realizar um contrato de convivência (ou ampliar o escopo de um já existente em sala
de aula) com os alunos, tendo o comportamento solidário como eixo principal.
• Observar atitudes de respeito e ética para com os mais necessitados.
• Aplicar atitudes e valores éticos com as pessoas.
• Listar ações de cidadania e ética.
• Responder a exercícios relacionados ao consumo e ao desperdício.

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Grades semanais

1a Semana 2a Semana
Semana de adaptação – Dinâmica – páginas 6 e 7 Cidadania Moral e Ética – O cidadão planetário –
página 8
Visita de uma estrela de paz Orientação didática:
• É preciso viver em comunhão. Solicite aos alunos
O educador inicia a atividade solicitando que os que realizem um debate sobre a importância do bom
educandos inspirem e expirem lentamente. Pode co- convívio em sociedade.
locar uma música calma para ajudar a concentração.
Pede a eles que fechem os olhos e imaginem uma 3a Semana
estrela cheia de paz e bastante brilhante chegando Cidadania Moral e Ética: O cidadão planetário –
lá do alto, cada vez mais perto e ficando em cima da páginas 9 e 10
cabeça. Depois, com calma, explica que a estrela vai Orientação didática:
passear dentro do corpo e que, durante a atividade, • O respeito e a solidariedade devem estar em cada
devem somente inspirar e expirar calmamente. cidadão para com o outro. Discuta com a turma
Solicita que visualizem a estrela dentro do corpo a respeito dessa colocação.
indo de parte em parte, lentamente: cabeça, pesco-
ço, braços, mãos, tórax, coluna, estômago, cintura,
pernas, joelhos, pés. 4a Semana
Depois, a estrela volta, passando pelos mesmos Cidadania Moral e Ética: A responsabilidade cidadã –
lugares no sentido inverso. Passa por cada parte e páginas 11 e 12
deixa o local brilhando. O educador estimula a imagi- Orientação didática:
nação dos educandos trazendo a imagem da estrela, • Todos nós temos responsabilidades enquanto
que pulsa, brilha e traz sentimentos de paz para o cidadãos. Solicite aos alunos que enumerem algu-
corpo. Ela retorna e, quando sair pela cabeça, o edu- mas dessas responsabilidades.
cador informa aos educandos que ela está subindo
para muito alto até desaparecer. Pede que cada um 5a Semana
diga baixinho: “Obrigado(a), amiga estrela”. Semana de revisão
Orientação didática:
WENDELL, Ney. Praticando a generosidade em sala de aula. • Elabore perguntas relacionadas aos conteúdos das
Recife: Prazer de Ler, 2013.
semanas anteriores, para revisar os assuntos dados
até o momento.

6a Semana
Cidadania Moral e Ética: O consumismo e o desperdí-
cio – páginas 13 e 14
m
Orientação didática:
.co
ersto
ck • Promova um fórum de debate em que os alu-
utt
so
v/
Sh nos discutam a respeito do consumo consciente
a
erk
Ch e sem desperdício.

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a

7a Semana
Cidadania Moral e Ética: O consumismo e o desperdí-
cio – página 15
Orientação didática:
• Solicite aos alunos que realizem uma campanha de
conscientização do consumo sustentável na escola.

8a Semana
Cidadania Moral e Ética: A solidariedade e o diálogo
– página 16
Orientação didática:
• Em roda, inicie um diálogo com seus alunos sobre
a solidariedade. Pergunte-lhes se eles lembram de
algum ato solidário que já tenham praticado. Depois,
peça a cada um que escreva uma frase aconselhando
um amigo a praticar uma ação solidária. Misture os
papéis e sorteie entre eles.

9a Semana
Cidadania Moral e Ética: Os valores éticos – páginas
17, 18 e 19
Orientação didática:
• Discuta com a turma sobre a importância de respei-
tar os valores e as diferenças de cada um.

10a Semana
Semana de avaliação
Orientação didática:
• Proponha atividades lúdicas para revisar os con-
teúdos da unidade e também para avaliar como foi
a fixação da aprendizagem.

Kirshyna / Shutterstock.com

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Orientação didática
Exponha um grande mapa-múndi em preto e
branco, para que os alunos possam preenchê-lo.
Depois, faça um sorteio com os alunos. À medida ck.co
m
o
srt
que são sorteados, instrua-os a sortearem uma hu
tte

cor. Previamente, disponibilize as cores para


S
y/
ital

caracterizar os oceanos e os continentes, que


Valua V

deverão ter cores distintas. Instrua os alunos


a pintarem corretamente o local de cada parte.
Corrija ao final da atividade junto à turma.

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Orientação didática korionov / Depositphotos.com

Realize uma roda de conversa destacando formas


de poluição do solo e das águas. Depois, solicite aos
alunos que montem um mural com imagens e infor-
mações da contribuição do homem para conservar
esses recursos naturais.

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Orientação didática Lamyai / Shutterstock.com

Elabore, junto com os alunos, todos os passos


do projeto Pense Pneus. Realize uma campanha
de conscientização em defesa do meio ambiente.
Ofereça, junto com seus alunos, um momento
de reflexão para as turmas da escola, organi-
zando palestras, oficinas com materiais recicla-
dos, músicas sobre o tema e a leitura de textos
referentes à poluição e à preservação do meio
ambiente para que todos participem.

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pressmaster / Depositphotos.com

Orientação didática
Vídeos sobre cidadania e curtas sobre a vida no
Planeta podem ser uma boa pedida antes da leitura.
Há muitos filmes de animação sobre a natureza e a
ameaça de extinção às espécies. Pode-se exibir um
deles antes e depois de se trabalhar o tema central
na sala de aula, sobre preservação da vida.

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ilona75 / Depositphotos.com

Orientação didática
Converse com os alunos sobre a importância de ter
atitudes de responsabilidade com a sociedade e com
o planeta. Cuidar do meio ambiente, dos seres vivos,
dos espaços é exercer a cidadania. Para representar
esse momento de diálogo, proponha-lhes a confec-
ção de cartazes de incentivo à prática da cidadania.

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Orientação didática
Realize um circuito de livros com o tema: Consu-
mo – Desperdício. Visite com os alunos a biblioteca
da escola para separar os livros ou peça-lhes que
tragam de casa. Em seguida, crie um círculo com
a turma e separe um momento de leitura dos livros.
Divida a turma em duplas e peça a cada uma que
relate como é feita a abordagem do tema no livro.

studiovin / Shutterstock.com

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jbryson / Depositphotos.com

Orientação didática
Após a leitura do texto e debate sobre o assunto,
leve os alunos para uma sala de informática, ou
biblioteca, para que pesquisem na Internet, ou em
livros, o que pode ser feito com as sobras de comi-
da, bem como cascas, talos e sementes de frutas,
legumes e verduras, como reaproveitamento dos
alimentos e sua total utilização. Peça que anotem as
informações e produzam um cartaz ilustrativo a fim
de socializar com as outras turmas da escola.

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Orientação didática
Leve para a sala o texto Pedro compra tudo, de Maria consumidor são a mesma coisa?”. Depois desse levan-
de Lourdes Coelho. Distribua cópias para os alunos, tamento, leve-os a refletir sobre atitudes que devemos
leia com eles os parágrafos introdutórios e, em segui- ter ao comprarmos produtos e marcas, aproveitar liqui-
da, promova o levantamento de hipóteses em rela- dações, pechinchar para se obter descontos, adquirir
ção ao texto, como: “Por que o título do texto é Pedro apenas o que realmente usaremos, etc. Conclua o tra-
compra tudo?”, “O que pode influenciá-lo?”, “Será que balho sugerindo a produção de um texto coletivo sobre
é necessário comprar tudo?”, “Será que consumismo e os questionamentos que surgirem durante o debate.

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Orientação didática
Depois de formarem os conceitos sobre as práticas (ou ampliar o escopo de um já existente em sala de
que levam ao fortalecimento do comportamento soli- aula) com os alunos, tendo o comportamento solidá-
dário entre as pessoas, será a hora perfeita para exer- rio como eixo principal. Exponha o contrato na sala e,
citar a teoria. Por isso, realize atividades e projetos após um período, analise, com os alunos, se o com-
que promovam o exercício desse valor tão importante. portamento e a relação entre os alunos melhoraram
Uma boa ideia é realizar um contrato de convivência dentro dos preceitos estabelecidos no documento.

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Orientação didática
Peça às crianças que façam, junto com os familia- Em outro momento, peça aos alunos que leiam suas
res, uma lista de valores e contravalores que estão respostas para o grande grupo. Conclua o trabalho
presentes no mundo de hoje. pedindo aos alunos que criem uma tirinha sobre si-
tuações do dia a dia abordando os valores ou contra-
VALORES CONTRAVALORES valores. Exponha os trabalhos.

Honestidade Desonestidade

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Orientação didática
Oriente a sua turma para a realização de uma entre- ticar um ato de solidariedade? Já tiveram alguma
vista entre os próprios alunos sobre um tema atual experiência em que alguém foi solidário com vocês?
em que eles terão a oportunidade de, em duplas, O que vocês têm para contar sobre suas experiên-
exercitar a fala e a escuta. Estabeleça uma sequên- cias com as atitudes solidárias?
cia de entrevistas, de modo que cada dupla terá a
sua vez de representar a entrevista. No final, pergun- ARAÚJO, Liliane dos Guimarães Alvim. Solidariedade: da reflexão
à ação. Portal do Professor – MEC. Online. (Adaptado)
te à turma como foi a experiência de ouvir e ser ouvi-
do. Vocês se recordam de como se sentiram ao pra-

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Orientação didática
As fábulas são ótimos textos para ilustrar os valo-
res éticos. Promova sempre, após a leitura de uma
fábula, um momento de contar experiências. Socia-
lize suas experiências com os alunos para que eles
se sintam à vontade para fazer o mesmo. O que será
que já deve ter acontecido com seus alunos que
possa enriquecer sua aula? Pense nisso!

iofoto / Depositphotos.com

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Fundamentação
Comunicação e ética no espaço sala de aula
Ednaldo Ferreira de Amorim
Monkey Business Images / Shutterstock.com

A sala de aula é laboratório de relações huma- mação. Tratava-se de humanismo, no sentido de uma
nas. Sempre que penso nesse espaço, visita-me verdadeira forma humana, do que lhes seria o autên-
a memória Carl Gustav Jung, em sua célebre afir- tico ser. Os educadores gregos da Antiguidade mar-
mação: “Conheça todas as teorias, domine todas caram o lugar desse homem na sociedade e situaram,
as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja enquanto força geradora do ideal, esse conhecimento
apenas outra alma humana”. Para mim, síntese de explicitado por meio de pensamentos, da fala e de um
como devem ser as interações entre todas as pes- estilo próprio que regia o pensamento e a vida.
soas. Mesmo com todo o domínio de algum conhe- Temos a comunicação a serviço da expressão
cimento ou da forma de fazer algo, o outro é a parte e da interpretação das manifestações desse ho-
mais importante de tudo. mem por meio do discurso. Quanto à ética, natural-
mente invocada desde os filósofos da Antiguidade,
Comunicação e ética, por sua vez, fazem-se pre- encontra-se interligada à comunicação e funcionan-
sentes na contínua construção dos convívios. Nesse do como balizadora da crítica sobre as atitudes e a
caso em questão, professor-aluno e aluno-aluno, bem consequente coerência ou não em relação ao que
como entre todos os atores desse espaço de auto- é falado. O que me leva a pensar na impossível dis-
descobertas, autoconhecimento e conhecimento do sociação destes, quando a perspectiva em questão
mundo em favor da edificação de pessoas melhores. é respeito e entendimento, diálogo e soluções para
Sócrates, Platão e Aristóteles entendiam que o todos os interlocutores e a sociedade.
homem estava no centro, e o Estado era compreendi- Penso que é mais que razoável um processo de
do por meio de seu agir, de sua educação, de sua for- comunicação baseado na ética que leva emissores

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e receptores, em dinâmica de troca de posições entre
si, a aprender juntos sobre os objetos da construção
do conhecimento. Na comunicação professor-aluno,
o aprender-ensinar ocorre, e o educador deve estar
atento para não impor o seu próprio desejo, de modo
a não colocar em risco a constituição do eu, do sujei-
to que tem desejo próprio.

Rido / Shutterstock.com
A comunicação eficaz e o entendimento no rela-
cionamento humano são fundamentais ao aprendi-
zado; essencialmente o primeiro, pois seu processo,
competentemente realizado, possibilita o segundo
por parte do receptor à mensagem transmitida pelo
emissor. Ideias, aspirações, expectativas, crenças e
desejos são comunicados. Modos de vida, compor-
tamentos, hábitos e costumes são influenciados.
A comunicação entre professores e alunos deve
ser clara, seja por meio da fala, da escrita, do ouvir,
do silenciar, nas mais amplas possibilidades — no
estudo, no trabalho, no ócio, na vigília. A transparên-
cia de propósitos percebidos como positivos cola-
bora para que se estabeleça a proximidade. Assim,
alunos e professores diminuem suas resistências
mútuas, trabalham naturalmente seus “pré-concei-
tos”, aprendem com as diferenças e com os diferen-
tes — estes que somos todos, quando comparados,
dada a individualidade inerente a cada ser. O interagir
dos participantes possibilita que todos aprendam
mais e, possivelmente, melhor, uma vez que várias
percepções são manifestadas e apreciadas, oportuni-
zando até mesmo o repensar sobre coisas já sabidas.
A adesão dos atores à interação depende do inte-
resse presente e latente em cada um. A forma como
o professor expõe pode incentivar o aluno, provo-
cando seu motivo à ação. Cabe ao educador, a partir

Monkey Business Images / Shutterstock.com


da interpretação das necessidades demandadas,
ofertar, por meio de práticas inteligentes, conteú-
dos percebidos como interessantes. Planejamento,
sistematização, disciplina e estratégias precisam ser
contemplados no empreender-educar. Só aquele que
vislumbra ganhos com o objeto apreciado interage
com ele e com o seu condutor. O interagir na sala de
aula possibilita diferentes descobertas e geração de
ganhos mais amplos para todos.
A utilização de recursos audiovisuais pode, por
estimular visão, audição e movimento, constituir-
-se forte aliada do professor, no sentido de chamar
a atenção para o conteúdo trabalhado e na retenção
da atenção do interlocutor. Acredito na educação
prazerosa, aquela em que todos gostam de fazer
o que precisa ser feito.

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Comunicação, ética e motivos para [...] aquilo que desperta no aluno
a busca do aprender o desejo de aprender algo novo.
As necessidades orgânicas,
A relação comunicação–ética–motivação se as atitudes e os interesses são
mostra presente na medida em que as duas primei- motivos que instigam o indivíduo
ras interferem no entendimento do proposto e na à ação e à atividade objetiva.
percepção do respeito, permitindo ao professor a As motivações se processam no
adequação possível da forma ao conteúdo, tomando interior do indivíduo. A motivação
por base contextos nos quais se encontram envolvi- é um impulso ou uma tendência
dos seus alunos. diretiva que se processa no inte-
Segundo Cratty (1984), por motivação compreen- rior do organismo.
dem-se os fatores e processos que levam as pessoas
a uma ação ou à inércia. Saber motivar para a apren- Ajuda a compreender a motivação do aluno a
dizagem escolar pressupõe saber como os alunos observação de seu comportamento. Enquanto uns
aprendem. O interesse dos alunos em aprender depen- mostram-se contentes com suas conquistas, outros
de, em grande medida, das decisões que o professor abaixam a cabeça quando são chamados à parti-
toma no que diz respeito à organização do ensino. cipação em público. Há os que pedem ao colega
Devemos considerar que cada aluno é diferen- para fazer a pergunta por ele e os que gostam de
te e que cada um deles não chega vazio à escola. trabalhar em grupo. Agem diferentemente, pois têm
Ao contrário disso, traz consigo uma riqueza pronta diferentes metas.
para ser explorada pelo professor. Cabe ao professor Para alguns, o mais importante é aprender algo
promover uma interação de qualidade com os alunos, que faça sentido: descobrir o que há por trás das
baseado nos contextos da aprendizagem, desde os palavras que se constroem, encontrando explicação
mais próximos aos mais distantes, desde o espaço para um problema relativo a um tema que se deseja
físico até a família. compreender. Por outro lado, outros se preocupam
Queiroz (2008, p. 177) nos remete ao entendimen- em preservar sua imagem diante de si mesmo e dos
to de que o termo “motivação” em educação designa: demais. Há também os que somente desejam conse-

Rawpixel.com / Shutterstock.com

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de aprender é maior, os alunos tendem a serem apro-
vados na primeira avaliação; os demais, à medida
que sua preocupação com a melhoria do seu desem-
penho aumenta, são aprovados na segunda tentativa.
Nesta circunstância, a preocupação de obter bons
resultados tem efeitos positivos.
wavebreakmedia / Shutterstock.com

O professor deve facilitar a motivação para a


aprendizagem e despertar curiosidade nos alunos
para que estes se interessem pelas aulas, estando
os conteúdos relacionados com suas experiências
e com seus conhecimentos prévios. Sua proficiência
na comunicação interpessoal é fator determinan-
te para o interesse do aluno e seu efetivo aprender.
E não estou falando sobre eloquência, mas de ade-
quação. Coerência e coesão que, por meio da expres-
são verbal e não verbal, conseguem revelar sentido
na mensagem e vontade do até então receptor em
assumir o discurso. Retroalimentando, assim, o valo-
roso processo comunicativo.
A psicanálise nos dá importante contribuição
quando nos diz que a relação humana é mediada por
fatores conscientes e por fatores inconscientes. Por
ocorrer na relação professor-aluno a interferência
dos inconscientes, o reconhecimento destes facilita
a situação ensino-aprendizagem, que passa a ter
guir a aprovação, notas suficientes. No entanto, essa melhoria em sua qualidade.
forma de aprendizagem não tem valor em si mesmo,
servindo somente para conseguir algo externo com o
objetivo de atingir o fim. Consideramos relevante res-
saltar que na adolescência existe a preocupação de
agir com autonomia. Os alunos começam a fazer as
coisas que acham necessárias, questionando as ou-
tras que julgam não ser. E há os que agem movidos

Pressmaster / Shutterstock.com
especialmente para conseguir atenção e aceitação.
“A tarefa dos educadores não é a de ensinar às
crianças alguns conceitos fundamentais, mas, sim, a
de colocá-las em circunstâncias favoráveis que lhes
permitam descobrir aquilo que elas devem saber”
(ASSIS, 1987, p. 22). Desse modo, realizar tarefas
preocupado em aumentar a própria competência e
interessado no descobrimento, na compreensão e
no domínio dos conhecimentos e das habilidades é
fundamental; a aprendizagem em jogo define o tipo
de motivação intrínseca à tarefa.
O aluno que se preocupa apenas com sua pró-
pria imagem obtém, em geral, resultados negativos.
Porém, há uma situação em que estar preocupado
com a própria imagem tem efeitos positivos: quando
o aluno tem a segunda chance de fazer uma prova
após não obter um bom resultado na primeira tentati-
va. Na segunda chance, geralmente consegue melho-
rar. O que significa dizer que, quando a preocupação

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O professor precisa fazer pleno uso do saber de
que na realidade de um aluno se inserem aspectos
subjetivos, como sonhos, desejos, emoções, cren-
ças e afetos. A leitura dessa realidade depende dos
aspectos subjetivos. Cabe aos educadores observar
que, para extrair da realidade do aluno a linguagem
e fazer de suas expectativas uma “delimitação” do

Blend Images / Shutterstock.com


conteúdo a ser ensinado, seria necessário unir labor
e prazer, teoria e prática.
De certo modo na contramão da educação, Freud
(1914, p. 248) menciona: “Como psicanalista, estou
destinado a me interessar mais pelos processos
emocionais que pelos intelectuais, mais pela vida
mental inconsciente que pela consciente”.
Além da comunicação explícita do professor,
sua maneira de pensar, seu estilo, sua personalidade,
suas atitudes, seus valores são comunicados. As-
pectos que fazem com que a vocação de professor
seja tão difícil e apaixonante. Recorro, aqui, ao texto
freudiano de 1914, que diz:

Estes homens, nem todos os pais


na realidade, tornaram-se nossos
pais substitutos. Foi por isso que,
embora ainda bastante jovens,
impressionaram-nos com tão adultos. Transferimos para eles o
maduros e tão inatingivelmente respeito e as expectativas ligadas
ao pai onisciente de nossa infância
e depois começamos a tratá-los
como tratávamos nossos pais em
casa (FREUD, 1914, p. 249).

Já Piaget (1977, p. 16) nos fala sobre a afetivida-


racorn / Depositphotos.com

de desempenhando um papel essencial no funciona-


mento da inteligência:

Vida afetiva e vida cognitiva são


inseparáveis, embora distintas. E
são inseparáveis porque todo in-
tercâmbio com o meio pressupõe
ao mesmo tempo estruturação e
valorização. [...] Assim é que não
se poderia raciocinar, inclusive
matemática, sem vivenciar certos
sentimentos, e que, por outro lado,
não existem afeições sem um mí-
nimo de compreensão [...]. O ato
de inteligência pressupõe, pois,
uma regulação energética interna
(interesse, esforço, facilidade).

Revista Construir Notícias, n.109. Recife: Construir, nov/dez, 2019.

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O que vamos estudar:
• O aquecimento global • A Amazônia e os
• A extinção dos animais seus encantos
e vegetais • Os predadores da
• A água Amazônia
• Buscando a paz

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Monkey Business Images / Shutterstock.com
Fundamentação
Educar para a paz
As manifestações pacifistas, o crescimento do
voluntariado são, sem dúvida, sinais positivos de
uma grande vontade e de busca de paz. Mas será a
paz apenas a ausência de guerra? Ou é algo mais?
A intolerância, o racismo, a violência nas ruas, a indi-
ferença perante os demais (a começar pelos de nos-
sa casa), o egoísmo, a violação dos direitos huma-
nos, enfim, a descarada exploração não são sinais de
uma sociedade imatura que, mesmo que fale e anseie
pela paz, tem ainda muito caminho a percorrer?
6. Reconhecer os próprios erros. Você é humano,
Gestos que constroem paz dê-se o direito de errar e admita perante o outro
que, efetivamente, você errou. Isso aumentará sua
A vida oferece poucas oportunidades para ser he- credibilidade.
rói, mas o dia a dia está marcado por pequenos ges-
tos que podem revestir você de uma grandeza sem 7. Não poupar elogios. O outro precisa saber que
par e fazer a felicidade dos demais, aí mesmo onde é amado. Isso não significa bajulação. Há sempre,
você mora, estuda ou trabalha. Veja umas dicas: e em todas as pessoas, coisas boas, dons extraor-
dinários. Que bom se ele ouvir isso de você! Evite
1. Dar atenção às pessoas. Não importa que sejam as críticas, mas saiba corrigir, quando for necessário,
ricas ou pobres, jovens ou velhas, conhecidas ou com muito amor.
desconhecidas. Pelo seu acolhimento e sua atenção,
mostre-lhes que elas são importantes e únicas. 8. Aceitar o diferente. Os seres humanos não são
feitos em série. A diferença enriquece a convivência.
2. Manter o otimismo. Agradeça o dom da vida e veja Um jardim é bonito porque existem muitas varieda-
somente o bem, que sempre é maior, existente em des de flores. Amar é aceitar o diferente. A beleza da
cada pessoa. A vida é curta demais para desperdiçá- orquestra está na harmonia de sons e nos instru-
-la com amarguras. mentos diferentes.

3. Cultivar sempre o diálogo. Dialogar é, antes de 9. Solicitar a opinião e a ajuda dos outros. Todos têm
tudo, ouvir o que a outra pessoa tem a dizer. Mesmo sua verdade, seus pontos de vista. A opinião dos ou-
quando você tem obrigação de discordar, faça isso tros costuma melhorar a proposta original. Não tenha
com simpatia e respeito. Mantenha sempre abertas receio de dar a sua opinião e aceite que ela possa
as portas para uma nova conversa. não ser levada em conta.

4. Ser amigo sincero e prestativo. Muitos querem ter 10. Cultivar a gratuidade. Na realidade, as melhores
bons amigos e amigas, mas há quem se esqueça de coisas da vida não são pagas: a própria vida, o ar, o
ser, por sua vez, amigo. Isso significa praticar a cor- Sol, a graça, a amizade são pura gratuidade. Faça o
dialidade, o respeito, a atenção. que puder para fazer felizes os demais. E você será
feliz. A gratuidade de uma visita, de um sorriso, de um
5. Mostrar interesse pelos outros. Ninguém gosta elogio, de um perdão, comprova o grau de maturidade
daquele que se coloca como centro do mundo, que- das pessoas, alegra o coração e traz felicidade.
rendo ser constantemente elogiado e iniciando todas
as frases pelo antipático “eu”. O interesse pelos ou- HEERDT, Mauri Luiz. Educando para vida: reflexões e propostas
para as datas mais importantes do ano. São Paulo: Mundo e Mis-
tros é o endereço da felicidade.
são, 2005. Adaptado para fins didáticos.

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Objetivos da aprendizagem

Conteúdos
• O aquecimento global
• A extinção dos animais e vegetais
• A água
• A Amazônia e os seus encantos
• Os predadores da Amazônia
• Buscando a paz

Habilidades
• Reconhecer a importância de exercer a ética também para com o meio ambiente e a natureza.
• Distinguir os recursos renováveis e não renováveis.
• Reconhecer a água como elemento essencial para a sobrevivência de animais
e vegetais na Terra.
• Compreender a responsabilidade de ter uma vida sustentável no planeta.
• Entender a necessidade das atitudes dos predadores existentes na Amazônia.
• Conhecer as causas e características do aquecimento global.
• Compreender como acontece o processo de extinção dos animais e vegetais.
• Refletir acerca das atitudes que geram a paz.
• Protestar contra toda atitude desrespeitosa em relação ao meio ambiente e à natureza.
• Valorizar a preservação da água, pois sem ela seria impossível a vida no nosso planeta. 
• Ponderar a respeito da exploração da Amazônia e suas consequências para a humanidade.
• Valorizar o estudo da Amazônia.
• Apreciar campanhas de incentivo à paz mundial.
• Demonstrar autonomia em relação aos conteúdos estudados.

Metodologia
• Coletar dados a respeito da ética com a natureza.
• Identificar algumas das consequências trágicas do aquecimento global.
• Listar os cuidados que se deve ter com animais e vegetais.
• Confeccionar uma cartilha com dicas de cuidados com os recursos naturais.
• Listar atitudes que podem contribuir com o não desperdício da água.
• Pesquisar sobre a Amazônia e seus encantos.
• Elaborar cartazes estimulando o respeito pela fauna amazônica.
• Identificar animais e plantas em extinção por meio de imagens.
• Relacionar atitudes que provocam a violência e as que constroem a paz.

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Grades semanais

11a Semana 12a Semana


Cidadania Moral e Ética: Dinâmica – páginas 20 e 21 Cidadania Moral e Ética: O aquecimento global –
página 22
Dramatizando os elementos da natureza Orientação didática:
• Discuta com os alunos este tema com reportagens
Inicia-se a aula com uma reflexão sobre os elemen- sobre o aquecimento global. Faça uma seleção de
tos que compõem a natureza e seu papel no equilíbrio imagens, de revistas e jornais, sobre o problema e
de nosso ecossistema. O educador explica à turma pergunte aos alunos quais soluções eles sugerem
que ela dramatizará um personagem figurativo para a para minimizá-lo.
atividade. Ele entrega aos educandos um crachá com
um par destas palavras: natureza–água, natureza–ter- 13a Semana
ra, natureza–animais, natureza–ar, natureza–nuvem, Cidadania Moral e Ética: O aquecimento global –
etc. O educador criará antes uma sequência de palavras página 23
que corresponde à quantidade certa de educandos. Em Orientação didática:
círculo, o educador pede a todos que façam de conta • Por meio de um estudo, solicite à turma que descre-
que são o personagem que está no crachá e que se va como cada um pode contribuir para a diminuição
apresentem à turma, por exemplo, dessa forma: ”Eu sou do efeito do aquecimento global.
natureza–ar e...”. O educando deve explicar qual é o seu
papel na natureza como um todo, revelando sobre o que
esse papel é responsável. Todos devem prestar atenção
14a Semana
Cidadania Moral e Ética: A extinção dos animais
e tentar memorizar quem é cada um dos colegas. Logo
e vegetais – páginas 24, 25, 26, 27 e 28
após, demanda que andem pela sala como se estives-
Orientação didática:
sem interpretando o personagem. Quando for dado o
• A preservação da natureza e do meio ambiente deve
sinal, eles param e conversam com os colegas da sala,
ser pauta de estudo. Solicite aos alunos que preparem
falando do que fazem na natureza. Repetem isso algu-
uma aula expositiva a respeito do tema apresentado.
mas vezes, seguindo a sinalização do educador. Depois
os convida novamente para o círculo, e o educador en-
trega para cada educando um nome de um personagem
interpretado pelo outro colega. Eles terão 10 minutos
para escrever uma pequena mensagem de agradeci-
mento ao personagem que o colega está interpretando.
Por exemplo, o educando “X” é a “natureza-árvore”, e
o colega escreverá uma mensagem dizendo que agra-
dece por ele dar frutos ao mundo, flores, sombra, etc.
Volta-se ao círculo, e cada educando lê sua mensagem.
Ao final, o educador pergunta como eles se sentiram
representando um elemento da natureza.

WENDELL, Ney. Praticando a gratidão em sala de aula. Recife:


Prazer de Ler, 2015. Africa Studio
/ Shuttersto
ck.com

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a

15a Semana 19a Semana


Semana de revisão Cidadania Moral e Ética: Buscando a paz – pági-
Orientação didática: nas 35, 36, 37, 38 e 39
• Solicite aos alunos que considerem todas as dis- Orientação didática:
cussões sobre o aquecimento global e escrevam um • Discuta com a turma a respeito da importância
pequeno resumo de tudo o que apreenderam. de respeitar as diferenças de cada um para manter
a paz social.
16a Semana
Cidadania Moral e Ética: A água – páginas 29 e 30 20a Semana
Orientação didática: Semana de avaliação
• Discuta, com as crianças, sobre a importância da Orientação didática:
água. Reúna-se, em uma roda de conversa, e discuta • Proponha aos alunos que eles mesmos se autoa-
as características da água e sua importância. Depois, valiem. Escreva a pergunta: “O que aprendi?” e diga-
faça um mural com fotos a respeito dos diversos -lhes que elenquem o que aprenderam de cada con-
usos da água. Converse sobre como as crianças teúdo estudado.
podem ajudar em casa e como são importantes as
regras para o não desperdício de água.

17a Semana
Cidadania Moral e Ética: A Amazônia e os seus en-
cantos – páginas 31 e 32
Orientação didática:
• Solicite à turma que realize uma pesquisa a respei-
to das responsabilidades do homem em relação à
extinção de animais e vegetais na Amazônia. Depois,
socialize as pesquisas.

18a Semana
Cidadania Moral e Ética: Os predadores da Amazônia
– páginas 33 e 34
Orientação didática:
• Explique a importância da conscientização da po-
pulação em relação à preservação da fauna e da flora
da Amazônia. Essa atitude ajuda a amenizar a des-
truição causada pela caça predatória, cujos pratican-
tes, sem nenhum respeito, destroem a vida e causam
a extinção de várias espécies de animais e plantas.

Serhiy Kobyakov / Shutterstock.com

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Orientação didática
Leia o texto ao lado e reflita com os alunos. “O aquecimento global poderá
Questione a respeito da responsabilidade que
o homem tem nesse problema ambiental e ser sanado quando, entre outras
estimule-os a pensar nas soluções possíveis
para ele. coisas, houver um crescimento
global de mentalidade.”
Veríssimo Andrade

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Orientação didática
antoniodiaz / Shutterstock.com

Professor, leve-os a perceber que, como diz o dita-


do, “uma andorinha só não faz verão”. Isso significa
que a atitude de uma pessoa talvez não represente
muito, mas a soma de todas as atitudes faz a dife-
rença. Dê, aos alunos, exemplos mais concretos: se
apenas um deles zelar pela sala de aula, fará pouca
diferença. Mas se todos colaborarem, a diferença
será significativa.

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Orientação didática
wavebreakmedia / Shutterstock.com

Realize uma reflexão sobre a mensagem


do texto abaixo.

“Quando a última árvore tiver caído


Quando o último rio tiver secado
Quando o último peixe for pescado
Finalmente, vocês vão entender que:
‘Dinheiro não se come’.”

Greenpeace

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Orientação didática
Charles Brutlag / Shutterstock.com

Sugira que os alunos façam uma pesquisa em sua


cidade objetivando saber da existência ou não de
ONGs e instituições que exercem a consciência
planetária cuidando de animais. Se existir, peça que
registrem, por meio de fotos, esse trabalho cidadão.
Em seguida, façam a exposição das fotos no mural
da escola.

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Orientação didática
BrandonSeidel / Depositphotos.com

Peça aos alunos que pesquisem em casa nome


de animais que estão ameaçados de extinção no
Brasil. Confeccione um cartaz com esses nomes
e deixe-o exposto na sala de aula. Com a ajuda
da turma, organize-o dividindo em grupos, por
exemplo, aves, mamíferos, etc.

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Aksinia Abiagam / Shutterstock.com

Orientação didática
Organize com os alunos uma produção de texto
coletivo com base nas pesquisas realizadas. Expo-
nham suas conclusões e apontem soluções para o
problema. Isso contribuirá para o desenvolvimento
da consciência cidadã de seus alunos, que deverão
copiar esse texto no caderno.

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Gelpi / Shutterstock.com

Orientação pedagógica
As atividades seguem no mesmo pensamento de fo-
car a ética por meio de atitudes. A criação de regras
por parte de cada aluno impulsiona-os em direção
ao cumprimento de seus deveres, bem como pode
gerar a mobilização da turma em desenvolver uma
campanha na escola, despertando a comunidade
estudantil para a preservação da fauna e da flora.

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Orientação didática
Nikolay Zaborskikh / Shutterstock.com

A música de Guilherme Arantes oferece espaço


para a inovação por meio de apresentações mul-
timídias, explore-o. Promova a interpretação do
texto refletindo a respeito da importância da água.
Nesse momento, é importante ouvir as opiniões
dos alunos, relacionando-as ao nosso dia a dia.

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Orientação didática Peça aos alunos que escrevam frases de conscientiza-


ção sobre o desperdício de água nas gotas de papel e
Painel do consumo pinte-as com o giz de cera. Cole-as saindo da torneira.
Materiais:
• Papel Kraft (1,5 m x 1,5 m). Exemplo:
• Papel branco recortado em forma de gotas. • Água, base da vida. Preservar é a saída.
• Giz de cera azul. • Quando for lavar louças, enxágue tudo de uma só vez.
• Não poluir os rios é mais inteligente e viável econo-
Montando a brincadeira: micamente do que limpar suas águas.
Desenhe com os alunos um painel com o globo terrestre • Fim do desperdício!
no papel Kraft. Desenhe uma torneira saindo do globo. • Espere sua máquina de lavar ficar cheia de roupa
para, só então, colocar para funcionar.

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Orientação didática
Confeccione um álbum seriado com seus alunos
fazendo uma explanação sobre a preservação
do meio ambiente. Peça às crianças que tragam
gravuras da fauna e da flora. Fale sobre a biodi-
versidade do mundo.

com
itphotos.
yk / Depos
AnkevanW

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Tomasz Bidermann / Shutterstock.com


Orientação didática
Converse com a coordenação do colégio a respeito
de um passeio com os alunos para um zoológico,
um jardim público ou uma praça. Lá, eles farão ob-
servações, anotações do que lhes chamou a aten-
ção. Essa narrativa é livre, cada um deverá escrever
o que sentiu, o que percebeu. Deixe livre a redação
desse texto. Também pode ser feito um desenho,
um poema, em vez de narrativa. Deixe livre a criativi-
dade do aluno.

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Dr. Morley Read / Shutterstock.com

Orientação didática
Realize uma roda de conversa sobre a importân-
cia da Floresta Amazônica para o mundo; solicite
que cada aluno fale uma frase sobre o assunto e
vá registrando tudo no quadro. Depois, peça que
eles copiem os registros no caderno.

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Orientação didática
ESB Professional / Shutterstock.com

Discuta, com as crianças, sobre a importância dos


indígenas para nossa história e formação. Reúna-se,
em uma roda de conversa, e discuta sobre a influên-
cia deles na nossa cultura. Depois, faça um mural
com fotos a respeito dos povos indígenas.

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35

Gelpi / Shutterstock.com

Orientação didática
Nesse capítulo, a discussão deve seguir abordando
a Cultura da Paz. De início, questione seus alunos
sobre o que eles entendem por paz. Pergunte o que
eles, cidadãos conscientes, estão fazendo para
promover a paz em sua casa, em sua escola, em
sua comunidade. Mostre que se cada um fizer a sua
parte, o mundo se transforma.

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Orientação pedagógica
“Nossas vidas precisam ser guiadas por novos valo- lidade na vida diária, na família, no trabalho, na escola,
res: simplicidade, quietude, paz, saber escutar, saber na rua. Formar para a ética do gênero humano, não
conviver, compartir, descobrir, fazer juntos. Precisa- para a ética instrumental e utilitária do mercado. Edu-
mos escolher entre um mundo mais responsável fren- car para comunicar-se, não para explorar, para tirar
te à cultura de guerra, de competitividade sem solida- proveito do outro, mas para compreendê-lo melhor.’’
riedade e passar de uma responsabilidade diluída a
uma ação concreta, pessoal, praticando a sustentabi- Moacir Gadotti

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Orientação didática
Confeccione, com os alunos, um avião de dobradura. psamtik / Shutt
erstock.com

Peça aos alunos que escrevam mensagens de paz


e distribuam entre seus colegas. Em seguida, cada
aluno deve ir à frente da turma e ler o que foi escrito.
Finalize a atividade perguntando como se sentiram
ao receberem mensagens positivas.

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Orientação didática
Com a participação dos alunos, crie uma lista de
atitudes que devemos ter para que possamos evitar
a violência e fixe-a na parede da sala. Previamente,
selecione uma música que fale/transmita paz, para
ser ouvida/cantada após a fixação da lista. É im-
portante estar atento para as atitudes de cada um
durante a atividade.

Lyudm om
ila Suvorova / Shutterstock.c

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Orientação didática
Paz na escola

Material: desenho da sua escola, piloto para qua- Faça a seguinte pergunta: “O que um aluno deve fazer
dro, cartolina. para construir uma escola de paz?”. Peça aos alunos
que registrem as suas respostas, um a um, na carto-
Cole o desenho da escola na cartolina e exponha-o lina exposta na lousa. Ao final da atividade, coloque
na lousa. Fale da importância de um ambiente de paz. a música “Paz pela paz”, de Nando Cordel.

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Fundamentação

Monkey Business Images / Shutterstock.com


Corrigir positivamente

“Confessar,
sem medo de mentir,
que, em você,
encontrei inspiração
para escrever...”
Roupa Nova

Para que o aluno desenvolva competências,


sejam elas na área da leitura, da escrita ou de qual-
quer outro tipo, não basta o esforço dele para com-
preender o que deve fazer. O professor precisa ser um
incentivador, alguém que aponta mais os acertos do
que os erros e, diante desses erros, não cria rótulos
ou diminui a capacidade do aluno. Isso representa
corrigir positivamente os trabalhos escolares dos
estudantes, a forma de realizarem as suas atividades
e apresentarem ao professor. Há professores que
cobram a perfeição dos seus alunos, não se conten-
tam com o empenho que estes colocaram em uma
atividade. Muitas vezes, o aluno deu tudo o que tinha
para fazer bem um exercício, chegou à exaustão, e
não foi reconhecido pelo professor. Isso desmotiva,
fecha caminhos, inibe o processo criativo de aprendi-
zagem e abala a autoestima.
Syda Productions / Shutterstock.com

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O bom professor é também um educador. Isso
pressupõe que ele tem princípios e sabe se colocar
no lugar do aluno, sentir as suas aflições e entender
os seus anseios. A sociedade atual está carente do
valor da solidariedade. As pessoas correm todos os
dias buscando coisas para si e não pensam no que o
seu próximo necessita e no que seria bom para ele.
Antes de ensinar ao aluno a ser solidário, o professor
deve ser esse exemplo de solidariedade, verificando
as dificuldades desse aluno como um amigo dispos-
to a ser útil na busca de soluções para os problemas
alheios. Se o aluno não escreve bem, não organiza
adequadamente as anotações em seu caderno, qua-

Kinga / Shutterstock.com
se não lê nem desenvolve o seu raciocínio lógico, o
professor irá corrigi-lo positivamente, pronunciando
ou escrevendo frases de incentivo para esse alu-
no, palavras construtivas, detentoras de um poder
afetuoso que soa como música para os ouvidos e
alcança a alma, servindo de alimento para que novas
forças apareçam a cada dia e a luta pelo crescimento
intelectual não seja abandonada.
Há muitos estudantes que possuem aversão pelo
ato de produzir redações. Parece que foram bloquea-
dos por um estímulo negativo. Também há estudan-
tes que sentem medo de tirar dúvidas com o profes-
sor diante dos colegas ou não querem ir ao quadro
porque acham que se errarem serão recriminados.
Todos esses bloqueios podem ter sido provocados
por algum professor que corrigiu negativamente, em
algum momento, esses alunos. Quem leciona tem
esse poder de deixar marcas e deve ter a cautela para

Monkey Business Images / Shutterstock.com


que essas marcas não se transformem em bloqueios,
em lições de desafeto, em receios perpétuos e em
uma lembrança eternamente dolorosa. Não é só o
aluno que pode agredir os sentimentos do professor,
deixá-lo emocionalmente abalado, mas esse mesmo
professor também pode, muitas vezes sem querer
ou perceber, magoar os seus alunos, principalmente
aqueles mais sensíveis, com atitudes grosseiras e
palavras pesadas demais para serem ditas a alguém
que está na fase de experimentar constantemente
os erros para encontrar os acertos. É preciso medir
o que se faz e o que se diz porque a figura do pro-
fessor, embora não muito valorizada nos dias atuais,
é ilustre e influente, capaz de condenar ou absolver
mentes brilhantes por uma vida inteira.

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Corrigir positivamente significa fazer o aluno
avançar, e esse avanço só pode acontecer com o
incentivo do professor. Quando o aluno diz que não
quer ir ao quadro porque tem medo de errar, o profes-
sor tem a responsabilidade de encorajar esse aluno,
transformando o medo dele em um desafio que pre-

Szasz-Fabian Ilka Erika / Shutterstock.com


cisa encarar, como muitos que encontrará pela vida,
para crescer, aprender uma nova lição que o fará ser
um cidadão mais consciente e compromissado com
o seu futuro e com as causas sociais. Se o professor
diz ao aluno que é necessário errar para aprender e
que esse aluno está na escola para encontrar a supe-
ração de suas dificuldades, o erro será visto, pelo alu-
no, como parte integrante de seu aprendizado, por-
tanto não devendo deixar de existir. A escola precisa
retratar a vida, e, na vida, as pessoas cometem erros
para chegar aos acertos. Então, o erro cometido nas
atividades escolares não deve ser motivo de punição,
vergonha ou atestado de incapacidade, mas uma
excelente oportunidade de construir novas compe-
tências e desenvolver aquelas já adquiridas.

ANDRADE, Fabiana. A pedagogia do afeto. Recife: Prazer de ler, 2013.


Fotos: Brenda Carson / Shutterstock.com; XiXinXing / Depositphotos.com

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O que vamos estudar:
• A ética e a pobreza • As regiões atingidas
mundial pela fome
• O desemprego • Os cidadãos invisíveis
• A saúde da população

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Fundamentação
O lado educador do professor
O professor transmite conhecimentos, mas tam- nos momentos de indisciplina, tem maior domínio de
bém tem a oportunidade de corrigir comportamentos sua sala de aula, pois é carismático e sempre recebe-
inadequados de seus alunos. rá a colaboração de alguns de seus alunos. Quando o
O trabalho na sala de aula não se restringe apenas aluno está errado, o professor que exerce o seu lado
a ensinar como resolver um exercício ou como utilizar educador não aponta simplesmente o erro, alterando a
certos conteúdos, mas tem por função desconstruir voz ou expulsando o aluno da sala de aula, mas procura
atitudes prejudiciais ao caráter e desenvolvimento mostrar as consequências desse erro e trabalhar novos
dos alunos como pessoas e futuros profissionais. comportamentos, novas maneiras de agir, a fim de que
Depois da desconstrução, vem a construção de novas esse aluno indisciplinado assimile essas novas condu-
maneiras de agir, mais polidas e coerentes com as tas. O educador não ignora o aluno problemático; tenta
situações que serão enfrentadas no decorrer da vida. recuperá-lo de sua rebeldia, busca resgatá-lo do abis-
Educar é um ato de afeto, de doação daquilo que se mo que cava todos os dias. Nem todos serão salvos,
tem de melhor e, principalmente, de transmissão de transformados, mas sempre existirá uma minoria que
valores. Quando está em sala de aula, o professor encontrará o seu ponto de equilíbrio e desenvolverá
precisa estar por inteiro e realizar o seu trabalho com novos comportamentos por obra persistente daquele
toda a carga positiva que há em seu pensamento professor que não se cansou de trabalhar educando.
e com disposição para direcionar os seus alunos a Educar é levar a realidade da vida para a sala de
seguirem pelo rumo do autoconhecimento, da desco- aula e mostrar como ela pode ser modificada para
berta de valores que trarão um novo sentido à vida de melhor, como pode ser vivida sem tantos sofrimentos,
cada um. A tarefa do professor transcende a ação de mas com esperança e alegria. O professor que educa
lecionar, ela encontra real significado no ato de formar orienta, estende a mão para ajudar os seus alunos a
seres humanos mais felizes e equilibrados. crescerem em todos os sentidos e trabalha para que
Nenhum professor deveria negar ou desperdiçar eles sejam aprovados fora da escola, diante das mais
o seu lado educador. Isso não significa assumir a diversas situações da vida. O ato de educar não é algo
responsabilidade da família pela educação do jovem, previsível, determinado, mas surge de fatos inespera-
mas contribuir para que esse jovem saiba conviver dos, que acontecem seja na instituição escolar, seja
de maneira harmoniosa em grupos distintos, tenha na família. O professor não planeja como irá ser o
opiniões próprias e seja capaz de tomar decisões comportamento de sua turma nos dias de sua aula.
acertadas durante todas as fases de seu desenvolvi- Então precisa trabalhar com o que vai acontecer, e
mento. O educador é paciente, perseverante, alegre, não ficar preso aos seus ideais de educação, a sua
polido em sua maneira de falar e agir e, mesmo com forma, muitas vezes ultrapassada, de conduzir os
as adversidades de sua vida, encontra todos os dias a seus alunos. A necessidade de educar alguém surge
força necessária para transmitir aos seus alunos tudo das atitudes que essa pessoa apresenta, das suas
de bom que está em sua personalidade e faz com que carências afetivas, do seu histórico de vida.
ele seja um exemplo de pessoa e um profissional. Não há recursos que possam ser considerados os
Quando um aluno tem uma atitude desagradável mais adequados para isso, porém o professor é um
em sala de aula, simplesmente reclamar, alterando instrumento divino, uma peça fundamental na transfor-
o tom de voz, ou expulsá-lo da sala não representa mação dos jovens. Nessa luta cotidiana do educador,
corrigi-lo. Pode ser uma tentativa de acalmar os âni- valem a sua criatividade, o seu compromisso, o seu
mos da turma e dar continuidade à aula ou uma forma esforço e, principalmente, a sua capacidade de não
que o professor encontrou para demonstrar que tem deixar que a desvalorização de sua profissão seja um
o domínio da disciplina daquela classe. Professor que entrave, uma acomodação para que ele efetivamente
desperta o sentimento de medo no aluno, por querer a atue, formando novas maneiras de pensar e agir.
todo custo conseguir a disciplina da turma com gritos
constantes e palavras duras, não é educador. O profes- ANDRADE, Fabiana. A pedagogia do afeto na sala de aula. 2. ed.
Recife: Prazer de Ler, 2014.
sor que conquista o respeito de seus alunos, mesmo

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Objetivos da aprendizagem

Conteúdos
• A ética e a pobreza mundial
• O desemprego
• A saúde da população
• As regiões atingidas pela fome
• Os cidadãos invisíveis

Habilidades
• Elencar atitudes de ética e respeito para com a pobreza mundial e avaliar até que ponto nós somos
corresponsáveis por essa pobreza.
• Identificar atitudes que podem ser realizadas para amenizar o desemprego.
• Descrever atividades físicas que contribuem de forma significativa para a manutenção da saúde e
para o vigor físico das pessoas que estão em busca de melhor qualidade de vida e de longevidade.
• Pesquisar para compreender que a desnutrição é uma das principais causas de morte no mundo
e que devemos refletir sobre as populações que sofrem pela fome.
• Citar situações em que cidadãos comuns são tidos como “pessoas invisíveis”.
• Respeitar e refletir sobre a pobreza no mundo.
• Analisar as várias estratégias de sobrevivência encontradas por homens e mulheres desempregados.
• Ponderar a respeito da fome existente no mundo, levando em conta que a ganância de muitos líderes
políticos prejudica e marginaliza a população.
• Pesquisar sobre a saúde mundial, a importância da boa alimentação e da prática de exercícios físicos.
• Estar sensibilizado com as condições de vida degradantes existentes em muitas regiões onde a fome
e as taxas de mortalidade são elevadas.
• Apreciar a inclusão social e respeitar as pessoas em suas especificidades, entendendo que cada
sujeito é único.

Metodologia
• Debater com os colegas sobre a pobreza no mundo e a falta de ética, respeito
e solidariedade por parte de muitas pessoas frente a essa problemática.
• Participar de uma campanha de arrecadação de alimentos para doação,
buscando sensibilizar a comunidade.
• Escrever sobre elementos referentes à problemática do desemprego e suas
consequências para a economia do País.
• Visitar uma comunidade carente na qual não haja esgotamento
e saneamento sanitário. Depois, descrever o que sentiu.
• Construir um texto sobre as regiões mais atingidas pela fome. Depois,
escrever três sugestões para diminuir a fome no mundo.

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Grades semanais

21a Semana 22a Semana


Cidadania Moral e Ética – Dinâmica – páginas 40 e 41 Cidadania Moral e Ética: A ética e a pobreza mundial
– páginas 42 e 43
Ensinar a se expressar: o diálogo ajuda a reter con- Orientação didática:
teúdos e a mudar comportamentos • Apresente à turma a realidade de alguns países em
situação de extrema miséria e discuta a problemática
Somente se pode chegar à solução de muitos da fome.
problemas depois de uma longa convivência com Cidadania Moral e Ética: A ética e a pobreza mundial
o problema e de ter criado intimidade com ele. – páginas 44 e 45
A tentativa dos diálogos socráticos, mais que Orientação didática:
refutar as teses de seus interlocutores, é deixar a • Solicite à turma que apresente algumas soluções que
descoberto suas almas, trazer à luz as más disposi- poderiam minimizar a fome no mundo, iniciando pelas
ções e procurar transformá-las. comunidades próximas ao bairro em que moram.
O diálogo representa uma situação na qual cada • Peça-lhes que pesquisem sobre quem foi Betinho e
um encontra sua palavra através da palavra do ou- o que ele fez em favor dos pobres e excluídos.
tro, um esforço contra toda resistência provocadora
do sem sentido. 23a Semana
Filosofia e Psicoterapia: ambas parecem ter, Cidadania Moral e Ética: O desemprego – páginas 46,
à primeira vista, mais de monólogo que de diálogo. 47 e 48
No entanto, Sócrates adverte Cármides: “O importan- Orientação didática:
te não é o que eu penso, mas o que tu dizes”. • Crie um mural com informações de vagas de tra-
Dialogar não é somente dizer a verdade, mas balho. Essas informações podem ser obtidas em
fundamentar sua resposta sobre o que o interlocutor jornais, na Internet ou em solicitações dos represen-
reconhece saber. tantes da comunidade.
Portanto, o que o diálogo pretende provocar é uma • Monte um gráfico mostrando a realidade atual
transformação da existência graças à escuta; não bus- brasileira de trabalho formal e informal, baseado nas
ca somente conhecer, mas existir de maneira diferente. várias formas de ocupação ou produção.
Consequentemente, mediante os processos
de transmissão realizados por boas estruturas de
acolhida ou de escuta, o ser humano, em geral, e o
adolescente, em especial, constroem sua biografia.
E recordemos que o ensino também não é habi-
tualmente idêntico ao diálogo, pois o percurso que
deve ser seguido por ele é controlado e determinado
unilateralmente, enquanto o diálogo é bilateral.
Nosso propósito, pois, é que se complementem,
para o bem do aluno e, também, do professor. m
k.co
toc
utters
va / Sh
CAMPOS, Pedro Ortega. Educar perguntando – Ajuda filosófica Ryb
ako
na
na escola e na vida. São Paulo: Paulinas. Vitali

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a

24a Semana Orientação didática:


Cidadania Moral e Ética: A saúde da população – • Converse com os alunos sobre o fato de que todo
página 49. cidadão deve ser respeitado como membro da so-
Orientação didática: ciedade e dê exemplos de como podemos ter ações
• Organize uma pesquisa sobre visitas em hospitais solidárias com os mais necessitados.
para que os alunos possam ter consciência da im- • Oriente seus alunos para, em equipe, construírem
portância de doar um pouco de atenção aos pacien- um cartaz com as possíveis soluções para comba-
tes que lá se encontram. ter a fome.

25a Semana 29a Semana


Semana de revisão Cidadania Moral e Ética: Os cidadãos invisíveis –
Orientação didática: páginas 52 e 53
• Realize um exercício de fixação para revisar os con- Orientação didática:
teúdos estudados. • Questione os alunos se eles sabem o que signifi-
ca “ser um cidadão invisível”. Anote suas respostas
26a Semana e opiniões.
Cidadania Moral e Ética: A saúde da população – • Converse com os alunos sobre a realidade de pes-
página 50 soas que vivem nos lixões e catam alimentos e ou-
Orientação didática: tras coisas para sua sobrevivência.
• Monte com a turma pequenos kits para doação com
alguns materiais de higiene pessoal, limpeza e folhe- 30a Semana
tos com algumas orientações voltadas para a manu- Semana de avaliação
tenção da saúde. Depois, organize a entrega dos kits Orientação didática:
em alguma instituição de caridade. • Realize atividades de avaliação sobre os conteú-
dos estudados.
27a Semana
Cidadania Moral e Ética: As regiões atingidas pela
fome – página 51 (primeira coluna).
Orientação didática:
• Mobilize a sua turma a realizar uma campanha de
médio ou grande porte para arrecadar mantimentos
e água para doação a regiões ou países extremamen-
te pobres. Depois, entregue as doações às autorida-
des competentes.

28a Semana
Cidadania Moral e Ética: As regiões atingidas pela
fome – página 51 (segunda coluna).

Hugo Felix / Shutterstock.com

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42

Orientação didática
Converse com os alunos como entendem e perce-
bem o problema da pobreza no Brasil e no mundo.
Explique-lhes que esse é um assunto muito polêmico,
porém necessário de ser discutido para a formação
cidadã que se almeja.

Cite algumas situações geradoras da pobreza, a fim


de que possam se posicionar e opinar sobre o assun-
to em estudo.
TrotzOlga / Shutterstock.com

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Gino Santa Maria / Shutterstock.com

Orientação didática
Incentive a reflexão, motivando rodas de conversa
e debates sobre os temas trabalhados.

As atividades propostas reverberam informações


trazidas pelo texto de abertura da unidade. A refle-
xão dos alunos pode ser acompanhada por meio
das respostas que eles derem às perguntas.

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Orientação didática
Apresente em cartazes as imagens que aparecem Interpele-os a fazer ligação dos temas com o cotidia-
nessa página e pergunte-lhes o que elas provocam. no. Explique-lhes que esse posicionamento é muito
importante para dar visibilidade aos problemas, caso
Peça-lhes que, a partir delas, usando sua capacida- não estejam tão claros.
de interpretativa, escrevam comentários sobre o que
veem e deem suas opiniões acerca do assunto.

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feelphotoartz / Depositphotos.com

Orientação didática
A atividade reforça as ideias da seção sobre a ques-
tão da negação da dignidade às pessoas. O quadro
“Fique por dentro!” traz a figura de Betinho. Proponha
aos alunos que façam uma pesquisa sobre quem foi
ele e qual foi seu legado para a cidadania.

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Orientação didática
javi_indy / Shutterstock.com

Mostre aos alunos, a partir do texto Trabalho x Desem-


prego, a função social do trabalho, de modo que eles
compreendam que ele é mais que apenas uma ativida-
de remunerada.

Aborde a realidade dos problemas sociais advindos da


escassez de empregos e foque na importância do tema
ser refletido com os alunos, para que visualizem melhor
como a engrenagem do mercado funciona e se posicio-
nem enquanto cidadãos em formação.

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Orientação didática
Converse com os alunos a respeito de pessoas que comunicando a sua dispensa do trabalho à família”;
eles conhecem e que passaram pela situação de de- “um trabalhador conversando com seus colegas de
semprego, apontando as causas e principais proble- trabalho sobre sua demissão”. Acompanhe a projeção
mas vividos. das dramatizações e interfira, quando necessário.

Proponha aos alunos que preparem, em grupos,


dramatizações mostrando as seguintes situações:
“um trabalhador sendo despedido”, “um trabalhador

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Orientação didática
Coloque caixa de som e celular para os alunos ouvi-
rem a música Trabalhador, de Seu Jorge, distribua a
letra para os alunos. Peça-lhes que atentem para o
tema descrito na música e, em seguida, trabalhe em
pequenos grupos, de forma dinâmica.

Sentados em círculo, comente a dureza da jornada ma


xim
daqueles que querem levar uma vida digna, cantada ibra
gim
ov
/
pelo cantor Seu Jorge, e registre a percepção e a opi- Shu
tte
rst
ock
nião dos alunos sobre o entendimento do tema. .co
m

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Samuel Borges Photography / Shutterstock.com

Orientação didática
Realize leitura coletiva do texto proposto na página 49.

Teça comentários sobre a situação da saúde no Brasil e di-


ga-lhes que, mesmo sendo esse um tema um tanto comple-
xo, é de fundamental importância ser abordado e discutido.

Envolva-os em debates com o objetivo de que a conscienti-


zação acerca dos problemas da população cria o senso de
pertença e corresponsabilidade, reforçando a reflexão sobre
a cidadania.

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Orientação didática
petrograd99 / Depositphotos.com

Reforce o assunto com atividades que associam


o texto trabalhado à realidade da população, permi-
tindo aos alunos uma visualização dos problemas
que são enfrentados diariamente por muitas pes-
soas, até mesmo entre eles e suas famílias. Os links
(as ligações) feitos darão condições de responder
aos exercícios com base no texto e na realidade.

Liste em um cartaz o Top 10 da saúde e discuta


com os alunos.

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Orientação didática
O texto apresenta o problema da fome no mundo Incentive os alunos a produzirem um texto, apontan-
e dá pistas de suas causas principais. Após sua do as possíveis soluções para erradicação da fome
leitura, faça um debate com os alunos sobre o as- em todo o mundo, mas com um olhar especial para
sunto, observe e anote suas colocações e opiniões o continente africano.
de modo geral, a fim de perceber seu nível de cons-
cientização acerca do problema e sua consciência
ética enquanto cidadão em formação.

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Orientação didática
Disponha cartazes no chão da sala ou frases rela- Questione-os sobre o que entendem a respeito des-
cionados ao tema a ser estudado. Depois, colha dos sa colocação.
alunos sua percepção sobre o modo como a nossa
sociedade trata as pessoas carentes. Potencialize o assunto com um bom debate. Na dis-
cussão, atente para a troca de opiniões e experiências,
Antecipe a reflexão comentando que muitas pessoas que é uma riqueza a ser explorada no sentido da cons-
são tratadas com descaso e colocadas à margem trução da ética nas atitudes cotidianas e coletivas.
de tudo, gerando desigualdades de todos os tipos.

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Orientação didática
A partir do texto sobre os cidadãos invisíveis, es-
timule a fazer links (relações) com a realidade em
que vivem.

Proponha atividades para elucidar o assunto e, ao


mesmo tempo, oportunizar uma avaliação da apreen-
são do conteúdo a partir das respostas encontradas.

catshila
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stock.c
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Filipe Frazao / Shutterstock.com
Fundamentação
O mundo com que sonhamos
Objetivos:
• Despertar o interesse dos participantes por conhe-
cer a realidade política, social, econômica e cultural
do país e do mundo, desenvolvendo a capacidade de
observação e o espírito crítico para a interpretação
de notícias e charges dos jornais.
• Compreender que somos do tamanho de nos-
sos sonhos.
• Refletir sobre a conscientização dos problemas so-
ciais mais graves que enfrentamos para que possa-
mos mudar nossa postura diante deles.

Material: de condições, roubam diariamente por falta de ética,


• Cópia do texto: Minha pátria, meu Sonho. matam friamente impelidos pela miséria, morrem
• Caneta, papel, régua, borracha e lápis preto para desesperadamente no descaso pela vida.
desenhar. Brasil, terra adorada, que tem filhos que fogem à
• Revistas e jornais atuais para a realização de leituras. luta. Filhos, estes, que se orgulham de seus encantos e
• Selecionar e digitalizar charges para análise. recantos naturais. Aflitos, meditam sobre esses primo-
res que não encontram em outro lugar, e mesmo assim
1o Momento: Reflexão veem acabar, na falta de uma mãe gentil, outra bandei-
ra parece ser mais estrelada; outro Sol, mais luminoso.
a. Distribua o texto: Minha Pátria, meu Sonho. Minha pátria tem palmeiras, tem crimes, tem flo-
b. Em seguida, peça aos alunos que leiam e reflitam res. Tem sofrimento, miséria e amores. Pergunto-me
sobre o texto. onde está o impávido colosso, que prostrado eterna-
c. Durante a leitura do texto, peça que os partici- mente em berço esplêndido vê o rio Ipiranga morrer
pantes identifiquem as principais questões que nos antes de chegar ao mar.
impedem de realizar nosso sonho. Oh! Pátria minha, mãe de todas as cores, sob o céu
d. Em contrapartida, peça que os participantes apre- azul anil convivem etnias e culturas diversificadas.
sentem a ideia que o autor faz do mundo atual atra- Quanto sofre a pátria minha ao ver esses seus filhos
vés de seu sonho. varonis menos viris, tombados pela fome e abandono.
e. Pergunte aos alunos: “Qual é a relação que você Esperança sim, devemos tê-la em nosso peito
percebe entre o texto e a realidade do mundo atual?” forte que se abala ao perceber que o hoje é o futu-
f. Lance o questionamento: “O autor fala da esperan- ro do passado, que o instante presente é o primeiro
ça dele. E você, qual é a sua esperança, o seu sonho dia de um futuro a construir. Abandonar os erros do
diante do nosso país e mundo?”. passado, valorizar os homens e mulheres que vivem
nesta terra, acreditando que o amanhã se aproxima e
Minha Pátria, meu Sonho que o futuro começa agora, eis o primeiro passo para
que o Sol da liberdade brilhe no céu e nossa pátria
Minha pátria é o Brasil, terra cheia de belezas e neste instante.
encantos mil. Terra natal da esperança, do sonho Mas é assim, a pátria minha. Que eu venero e me
intenso, do céu formoso, risonho e límpido. orgulho de pintar na cara suas cores. Porque ape-
Quem me dera ver essa pátria livre da pobre- sar de tudo, em nossa terra ainda há flores que não
za, ouvir o canto dos sabiás e não o estampido das encontramos em lugar nenhum. E quem sabe um dia
armas ou o choro de crianças desnutridas. Nessa mi- os filhos teus, Brasil, não fujam à luta, nem temam a
nha pátria, alguns nascem inevitavelmente por falta própria morte. E assim poderemos tê-lo como nossa
de cautela dos pais, crescem precariamente por falta Pátria amada, idolatrada, salve, salve, Brasil.

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2o Momento: Análise de Charge foram produzidas. Para isso podem se utilizar outros
recursos auxiliares, como livros de História do Brasil, li-
a. Utilizando o computador como ferramenta facili- vros de Filosofia e de Ética, assim como jornais atuais.
tadora, o trabalho propõe a observação e a interpre- k. Em seguida, o educador propõe que os participan-
tação de charges inspiradas ou produzidas sobre a tes façam anotações individuais sobre o que obser-
realidade do mundo atual. varam e registrem suas dúvidas.
b. O educador reúne charges relativas a diferentes l. O educador propõe as seguintes questões:
períodos da história mundial atual. “Que temas aparecem com frequência nas charges?”
c. As charges devem ser digitalizadas e inseridas “Qual a relação entre uma determinada charge e o
como figura em um documento do Word ou outro contexto histórico no qual foi produzida?”
programa. Em seguida, o educador deve numerar as “Qual a opinião sobre o fato que o chargista trans-
diferentes charges e colocar uma legenda contendo o mite através do desenho? Esta opinião é contra ou
nome do autor, a fonte e a data em que foi publicada. a favor do conjunto de ideias dominantes em nos-
d. Se no local da dinâmica houver acesso à Inter- sa sociedade?”
net, o educador poderá utilizá-la para, junto com “Quais valores a charge ou determinado chargista
os participantes, ter acesso a jornais e revistas que quer transmitir?” “Qual é o conceito de ética implícito
apresentam charges interessantes sobre a atualidade na charge?”
ou visitar sites dos próprios chargistas — www.char- “A imagem que a charge transmite sobre o mundo
geonline.com.br. As principais charges dos jornais é negativa? Por quê?”
brasileiros são publicadas diariamente nesta página, “O chargista retrata o mundo que temos ou o mundo
além de ter inúmeros endereços de chargistas. com que sonhamos construir? Por quê?”
e. Se não for possível, providencie um computador “Você concorda ou discorda da mensagem transmiti-
conectado a um datashow para que todos possam da pelo chargista? Na sua opinião ela retrata a reali-
acompanhar as orientações. dade? Justifique.”
f. Caso o local não esteja equipado com o número m. Explorar a leitura que cada um faz da charge. A lei-
de computadores suficientes, a dinâmica não fica tura que cada um faz do mundo, da seguinte forma:
inviabilizada. O educador prepara um roteiro com có- • Partindo de uma determinada charge selecionada,
pias para que os participantes possam ter uma visão os participantes deverão expor para o restante do gru-
completa da dinâmica. po as suas observações.
g. O educador inicia uma discussão sobre a importân- • Este momento da dinâmica é de grande importân-
cia de se estar atento a tudo o que acontece no país e cia, pois é possível que surjam diferentes interpreta-
no mundo como uma forma de compreender o melhor ções sobre uma mesma charge.
possível a realidade em que vivemos e tentar superá-
-la com a construção de um mundo que sonhamos.
h. Identificar com os participantes os principais veícu-
los de transmissão de informações da atualidade como
o jornal, revistas, a TV e, mais recentemente, a Internet.
Questionar sobre a neutralidade das informações di-
vulgadas, lembrando que precisamos ser críticos para
perceber o que está por trás dos fatos retratados nas
charges tão comuns em revistas e jornais. Quais são
os valores implícitos nas mensagens das charges? A
que tipo de interesse uma determinada charge serve?
i. No ambiente onde será realizada a dinâmica, pedir
que os participantes se organizem em grupos confor-
com

me o número de computadores disponível.


stock.

j. A partir das sequências de charges disponibilizadas


tter

no documento do Word, previamente preparado pelo


hu
o l i n e ro / S

educador e/ou na Internet, os participantes devem


ser incentivados a observar atentamente as charges,
Luis M

identificando a mensagem que estas procuram passar


e relacionando-as com o contexto histórico no qual

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• O educador propõe que os participantes pensem so- e. Pode-se finalizar a exposição, defendendo, mais
bre o fato de que a informação, seja ela escrita ou na uma vez, a ideia de que o bom resultado do trabalho
forma de imagem, nunca é neutra. A seleção do tema e vai estar intimamente ligado à motivação e prepa-
a forma como ele é retratado pelo chargista, está inti- ração do educador. Cabe a ele o desafio de proble-
mamente ligada a sua visão de mundo. Por sua vez, a matizar as imagens, tornando o tema interessante
compreensão dos fatos retratados nas charges trazem e investigativo aos participantes, criando novas e
em si os valores e a visão de mundo de cada um. diferentes possibilidades para o desenvolvimento
O educador deve propor que os participantes refli- da criatividade, do senso crítico, da interação, da
tam sobre a realidade política e social em que vivem, construção do conhecimento e do sonho de um
procurando ser críticos em relação a esta realidade. mundo melhor.

3o Momento: Charge – Sonhar é preciso Bate-Papo


a. Dividir os participantes em equipes para que, em Sonhar com um mundo melhor, cheio de opor-
seguida, façam leituras de jornais e revistas atuais tunidades para todos é esperança, é desejo, é o que
e realizem pesquisas na Internet para identificar os ainda resta aos mais pobres, é querer uma realidade
fatos e acontecimentos atuais. mais humana, uma vida mais digna, uma convivência
b. O educador deve pedir aos grupos que confec- civilizada. Sonhos são os nossos projetos e que sem-
cionem suas próprias charges, seguindo as seguin- pre devem incluir a vida do outro e o bem comum.
tes orientações: Não podemos nos enganar achando que a minha
• A charge é uma arte que resulta da somatória de felicidade não depende da felicidade do outro, princi-
humor e crítica que acontecem em determinado tem- palmente daqueles que são excluídos da sociedade
po e espaço. O tema deve ser relevante e atual. e que mais sofrem.
• Segundo os grandes chargistas, na construção de uma Sonharmos com um mundo novo, e que devemos
charge deve-se utilizar a menor quantidade de texto construir. E não há grandes mistérios na concreti-
possível. Os participantes devem buscar frases curtas, zação desse sonho. Queremos uma sociedade onde
exercitando sempre a sua capacidade de síntese. não haja exploração, fome, miséria e desrespeito
• Na construção da charge, a linguagem deve res- pela vida. Onde a “teia da vida” seja respeitada, sem
peitar a língua padrão, porém, como se trata de uma privilégios para ninguém. Queremos que todos sejam
construção artística de cunho humorístico, às vezes sujeitos e cooperem entre si como corresponsáveis
a linguagem coloquial facilita a comunicação mais pela construção de um mundo novo muito melhor.
direta. Cabe ao participante decidir o que é melhor. Precisamos lutar pelo que queremos. E para que
• A charge a ser construída deve respeitar os limites possamos viver uma nova realidade, temos que “arre-
da ética. O participante deve focar no conteúdo e na gaçar as mangas” e correr atrás dos nossos sonhos.
mensagem que deseja passar através do seu dese-
nho. Os traços do desenho podem ser caricaturados. SANTOS, José Osmando; RODRIGUES, Jader. Aprender brincando:
Dinâmicas, muitas dinâmicas. Petrópolis: Vozes. 2009. Adaptado
• O educador deve incentivar os participantes que
para fins didáticos.
não possuem tanta facilidade para o desenho, lem-
brando que existem grandes chargistas que não são
grandes desenhistas.
• O educador pode passar algumas técnicas de cons-
trução do desenho, tais como: o desenho deve ser
feito com um espaço razoável; é importante que todo
desenho tenha uma base, um chão, que delimite o
espaço; é recomendável tentar centralizar o desenho,
Photographee.eu / Shutterstock.com

criando margens imaginárias ou riscando com o lápis,


de maneira bem fraca. Pensar no espaço para escrita.
c. A partir da leitura e das dicas, cada equipe deve-
rá confeccionar uma charge com o seguinte tema:
“O mundo com que sonhamos”.
d. Ao final de todas as etapas anteriores, o resultado
do trabalho poderá ser exposto e debatido.

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O que vamos estudar:
• A violência no mundo • O trabalho infanto-
• O mundo que queremos juvenil no Brasil
• O trabalho infantil • As ONGs

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Fundamentação
Surpresa!
Um jeito simples de movimentar a turma e trabalhar o
seu cérebro para fazer sempre mais por você é surpreen-
der. Antes de cada aula, faça uma atividade diferente com
a sua turma. Algumas possibilidades:

• Coloque, no quadro, uma imagem de pessoa, ambiente


ou objeto. Esse material deve estar de ponta-cabeça. Os
alunos, no entanto, devem desenhá-lo de cabeça para
cima. Para isso, a imagem precisa ser bastante simples,
só com traços, sem pintura nenhuma.

• Leve uma música que tenha a ver com o conteúdo que


você estiver ministrando e cante-a na sala junto aos
alunos. Providencie alguns instrumentos musicais e pes-
soas que saibam tocá-los. Dessa forma, sua aula ganha
ares de recital, o clima fica leve, os alunos interagem,
relaxam a aprendem.

• Convide um palestrante ou ator para fazer uma apre-


sentação para os alunos no decorrer da aula. Mas não
chegue com ele na sala de aula, explicando tudo direiti-
nho: “Esse é o ator tal, ele vai fazer tal coisa”. Inicie a aula
como se nada demais fosse acontecer e depois receba o
ator ou palestrante com naturalidade, deixando que ele,
por meio de seu trabalho, faça os alunos descobrirem que
é o convidado especial da aula.

• Tenha em seus arquivos o nome e a data de aniversá-


Aila Images / Shutterstock.com

rio de seus alunos, mas sem que eles saibam! Escolha


algumas datas e celebre os aniversários dos estudantes.
Lembre-se: eles só devem ser informados sobre a festa
e seu objetivo na hora marcada. Essa é uma maneira de
mostrar aos estudantes que eles são importantes, que
você os conhece e que eles são especiais.

Revista Profissão Mestre, ano 10, n. 110, novembro, 2008.

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Objetivos da aprendizagem

Conteúdos
• A violência no mundo
• O mundo que queremos
• O trabalho infantil
• O trabalho infantojuvenil no Brasil
• As ONGs

Habilidades
• Inferir a respeito da violência no mundo e sobre as ações que devem ser tomadas para a diminuição
da violência nas cidades e comunidades.
• Identificar diferentes formas de agressão dentro e fora da escola.
• Reconhecer a importância de agir pacificamente; de aprender a lidar com o outro e a respeitar
as diferenças para que não haja conflitos e, consequentemente, intolerância ou violência.
• Compreender a importância de atos individuais que, quando somados, levam à construção
de um mundo melhor.
• Entender a diferença entre a realização de atividades produtivas e o trabalho infantil.
• Analisar a importância da ONU para a mediação das relações entre as nações e para o bem comum
da humanidade.
• Prestar atenção a noticiários, jornais e demais formas de imprensa escrita que tratem da
violência mundial.
• Comprometer-se com a prática da paz em todos os momentos, em todas as coisas e em todos
os lugares.
• Refletir sobre atitudes que podemos ter para construirmos um mundo mais justo para todos.
• Preocupar-se com a prática, ainda existente, de trabalho infantil em muitos lugares.
• Demonstrar interesse pelo conteúdo estudado.
• Construir aprendizagens a respeito da melhoria de vida para todos.

Metodologia
• Participar de uma palestra sobre a violência mundial, ministrando as informações
e assumindo um compromisso social voltado para a não violência.
• Participar de um coral estudantil entoando a música “Paz pela paz”, de Nando Cordel.
• Debater com os colegas sobre a melhoria de atitudes visando à paz entre os povos.
• Elaborar cartazes e panfletos informativos contra a exploração do trabalho infantil.
• Registrar, no caderno, as principais formas de exploração do trabalho infantil.
• Pesquisar a respeito da importância e do papel da Organização das Nações Unidas
(ONU) para a humanidade.

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Grades semanais

31a Semana 34a Semana


Cidadania Moral e Ética: páginas 54 e 55 Cidadania Moral e Ética: O trabalho infantil –
Orientação didática: páginas 60 e 61
• Realize uma discussão em classe a respeito Orientação didática:
da violência no Brasil e no mundo. • Contextualize a discussão sobre o tema, informan-
do aos alunos que existem formas de exploração do
32a Semana trabalho infantil muito próximas de nossa realidade,
Cidadania Moral e Ética: A violência no mundo – como as crianças que trabalham vendendo doces
páginas 56 e 57 nos sinais de trânsito, por exemplo.
Orientação didática:
• Em uma roda de conversa, pergunte aos alunos 35a Semana
o que eles acham que pode resolver o problema Semana de revisão
da violência mundial. Orientação didática:
• Elabore exercícios de revisão, deixe-os expostos
33a Semana no quadro e peça aos alunos que os resolvam em
Cidadania Moral e Ética: O mundo que queremos – seus cadernos.
páginas 58 e 59
Orientação didática: 36a Semana
• Solicite aos alunos que escrevam quais são as Cidadania Moral e Ética: O trabalho infantojuvenil
responsabilidades de cada um para a manutenção no Brasil – página 62
da paz no mundo. Orientação didática:
• Solicite aos alunos que realizem uma visita a um
aterro sanitário para conhecer a realidade de muitas
crianças que trabalham para ajudar a família. Depois,
solicite que descrevam o que sentiram.

Gelpi / Shutterstock.com

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a

37a Semana 40a Semana


Cidadania Moral e Ética: As ONGs – página 63 Semana de avaliação
Orientação didática: Orientação didática:
• Apresente aos alunos a hipótese de que eles criem • Distribua exercícios de avaliação em uma folha
uma ONG. Pergunte-lhes qual seria seu propósito e de papel sulfite e resolva-os junto aos alunos em
quais seriam suas áreas de atuação. sala de aula.

38a Semana
Cidadania Moral e Ética: As ONGs – página 64 (pri-
meira coluna).
Orientação didática:
• Solicite à turma que confeccione cartazes com dicas
de boa convivência para a propagação da paz. Depois,
espalhe-os pelos corredores de toda a escola.

39a Semana
Cidadania Moral e Ética: As ONGs – página 64 (se-
gunda coluna).
Orientação didática:
• Seja um mediador para a paz. Quando identificar
conflitos existentes em sala de aula, comunique ime-
diatamente à direção da escola, antes que desaven-
ças maiores ocorram.

pathdoc / Shutterstock.com

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Orientação didática
Materiais: folhas de papel sulfite; lápis e papel. então, para cada um escrever por quais das situa-
ções citadas já passou algum dia e como enfrentou.
Colocando em prática: peça aos alunos que listem os Nas folhas de papel sulfite, escreva as seguintes fra-
conflitos comportamentais existentes dentro da es- ses: “O conflito é próprio da convivência e inevitável”
cola. É provável que eles falem de um colega que não e “A violência é construída e evitável”. Solicite aos
ajuda na realização de um trabalho, de outro que não alunos que expressem suas opiniões a respeito das
se esforça nos jogos de futebol, de alguém que gosta duas frases e incentive o trabalho de argumentação.
de arranjar encrenca ou de um aluno que desrespeita
os companheiros de sala de aula e o professor. Diga,
Continua

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mandygodbehear / Depositphotos.com

Diante das colocações dos alunos, faça-os perceberem


que é importante tentar enxergar o conflito como uma
oportunidade de reflexão e mudança — e não apenas como
algo ruim. Explique que, mesmo que não consigamos evitar
determinados embates, sempre é possível evitar atitudes
violentas, pois os conflitos podem ser resolvidos por meio
do diálogo, da negociação e da mediação. Essa atividade
colaborará com a prevenção do bullying — principalmente
dos casos de agressões físicas.

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Dmytro Vietrov / Shutterstock.com

Orientação didática
A música trabalhada pode dar boas pistas para a
reflexão dos alunos, sob a orientação do educador.
Peça aos alunos que façam em dupla, trio, como
o professor desejar, uma ilustração para cada verso
da música em que apareça a expressão “PAZ PELA
PAZ”. Exponha nos corredores a sequência dos
versos da música.

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wavebreakmedia / Shutterstock.com
Orientação pedagógica
As atividades propostas visam reforçar o trabalho
feito com a música em sala de aula. O educador
deve orientar a atividade sobre a cultura de paz,
contribuindo com o entendimento de um conjunto
de atitudes cidadãs, para a fixação dos alunos.

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paulprescott / Depositphotos.com
Orientação pedagógica
O texto é bem esclarecedor dos problemas do trabalho
infantil a partir dos personagens Mariana e João. Tal
fenômeno é uma realidade, não apenas no campo, mas
em todos os âmbitos da sociedade. Muitas vezes os
alunos já devem ter visto situações semelhantes, porém,
agora, refletirão sobre elas sob outra ótica. A mediação
do educador dará esse diferencial, alimentando a visão
crítica e o senso de cidadania na observação das situa-
ções em destaque.

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Orientação didática
Leve para sala de aula a música Criança não trabalha, Que fase da vida é tempo de brincar e de aprender?
de  Arnaldo Antunes e Paulo Tatit. Distribua a letra da
música para que todos cantem. Discuta sobre a música: Peça para os alunos elaborem um texto de opinião
do tema trabalhado.
A música critica ou apoia o trabalho infantil? Por quê?

Você conhece alguma criança que trabalha? Em quê?


Continua

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Depois de apresentar a música, escreva na lousa uma


tabela e peça aos alunos que escolham uma palavra
de cada estrofe e apontem a situação a que ela remete.
Ex.:

estrofe palavra situação


1a lápis educação
2a
3a
4a
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Orientação pedagógica
Dmytro Zinkevych / Shutterstock.com

A última seção da unidade destaca o papel das ONGs como


instituições de relevância para a sociedade em geral, pois se
preocupam com a preservação da vida digna para as pes-
soas ao redor do mundo, defendendo seus direitos e suprin-
do suas necessidades mais urgentes. É muito interessante
que as crianças percebam esse papel preponderante e en-
tendam sua importância. A reflexão deve seguir nessa linha.

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Asier Romero / Shutterstock.com

Orientação didática
A informação desta página é específica sobre a ONU.
O educador poderá mostrar imagens e vídeos de
curta duração sobre a organização e sua missão ao
redor do mundo, para enriquecer o aprendizado dos
alunos acerca da importância desse organismo inter-
nacional para a sociedade planetária e a dos direitos
humanos e o desenvolvimento dos povos.

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Fundamentação
A ética do educador: o resgate das relações
Na visão mítica, a consciência é ingênua, desprovida de signifi-
cados. A liberdade inexiste, porque as ações humanas são coman-
dadas por divindades ou por forças sobrenaturais e, em um mundo
assim, onde não é possível decidir, não poderá haver comporta-
mento efetivamente moral e reflexão ética.

A história da ética na antiguidade


greco-romana tem em seu cerne a
questão da violência e dos meios para
evitá-la, controlá-la ou amenizá-la. Para
que haja conduta ética, é preciso que a
consciência respalde as ações do indivíduo
que define acerca das noções entre
bem e mal e por vontade seja capaz
de decidir o próprio caminho. (CHAUI,
2003, p.307).
Djomas / Shutterstock.com

Arjan Ard Studio / Shutterstock.com

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Monkey Business Images / Shutterstock.com

O educador consciente proporciona reflexões rendeira, enfim, todos, na escola, cumprem a função de
éticas, porque é ele mesmo um sujeito ético e suas educadores e são fundamentais para o seu sucesso.
ações se respaldam em condutas morais que fazem Para Aristóteles, a virtude como um hábito pode
refletir sobre as ações que, como pessoa, fazendo e precisa ser ensinada, revelando uma das funções
parte de um grupo, realiza. Seu principal objetivo é mais importantes da educação, passar adiante o
proporcionar a boa convivência entre os membros da que de bom o homem constrói em seu percurso para
comunidade escolar. É preciso ser amigo daquele a as nossas novas gerações. Os homens tornam-se
quem se ensina, pois, afinal, hábitos, atitudes, valores leitores, praticando o hábito da leitura, e estudiosos
são mais significativos, se transmitidos com exem- por meio do hábito do estudo. Pois, se assim não for,
plos do que com palavras. não há necessidade de professores, pois todos os
Segundo Aristóteles, o homem vive para alcan- homens, tendo nascido bons ou maus e não podendo
çar a felicidade, mas, para tal, necessita preservar a mudar, já seriam aptos para uma determinada função.
virtude (areté), sem a qual não poderá conquistá-la e, Para promover atitudes éticas, é preciso valorizar
como ser social, necessita da amizade, que só pode a comunidade na qual o sujeito está inserido e fazê-
firmar-se com probidade e justiça. Atentemos para -lo valorizar também. Quando uma comunidade não
as palavras do estagirita, que, apesar de pregar uma prestigia uma escola, localizada em seu seio, está,
teoria educacional, consoante com a visão de mun- na verdade, inferiorizando sua própria gente. Certa
do de seu tempo, é atual, porque concebe a justiça e feita, um grupo de pais de alunos de uma escola,
a amizade como indissociáveis, e estes são valores localizada no bairro periférico de Itabuna, na Bahia,
importantes em qualquer época. recusava-se a permitir a matrícula dos filhos em uma
Nesse sentido, o entrosamento entre os vários escola no mesmo bairro, a fim de garantir a inserção
profissionais da escola é necessário para fazer com dos filhos em uma escola recém-construída, alegan-
que os alunos percebam, por meio do exemplo, a har- do que o comportamento dos alunos da primeira es-
monia do ambiente. Não existe professor, onde não há cola, existente há três décadas na comunidade, não
aluno, assim como não há pessoas saudáveis em uma era bom, bem como não eram bons os seus serviços.
escola suja ou sem garantia de segurança, logo não Faltavam àquelas pessoas o bom senso para per-
apenas o professor, mas o faxineiro, o porteiro, a me- ceber que as paredes frias de uma escola, por mais

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novas ou organizadas que aparente sua estrutura verdade, da solidariedade, da crença nas pessoas e
física, não respondem pelo seu sucesso. São pes- no mundo. O maior de todos os valores terá de ser a
soas que dão vida ao lugar, e discriminar a primeira fé. Mesmo que pareça piegas, devemos falar, enun-
escola em questão é ferir, é desacreditar na própria ciar, porque os filhos, os alunos, mesmo que recla-
comunidade. Em uma situação dessas, os professo- mem dos “sermões”, ouvem e podem assimilar.
res devem conscientizar as famílias, trazê-las para É preciso que as instituições que regem a edu-
a escola, promover momentos de aproximação entre cação e a própria escola invistam na elaboração de
estas e o ambiente escolar, e as estratégias podem programas que promovam o resgate de cidadania,
variar, desde palestras, cursos, reuniões a atividades do sentido de nacionalidade, pois o bom patriota é
esportivas e lúdicas. também o bom filho e, consequentemente, o bom
Outra questão que dificulta o processo educa- aluno. É preciso dizer: matar é crime, roubar é deso-
tivo há tempos é o fato que as horas empregadas nesto, manipular é indigno, corromper é inaceitável.
no trabalho são maiores do que as horas dedicadas Resgatar as relações é resgatar os valores perdidos;
à família. O educador, mais do que qualquer outro demonstrar que há uma larga distância entre virtude
profissional, é vítima desse mal, tanto que precisa e vício, e a linha que os separa é a mesma que dis-
trabalhar em várias escolas para conseguir com- tingue poder de autoridade. O poder dado é também
por uma renda familiar que lhe garanta a dignidade tomado, a autoridade, mesmo ao cessar a ação do
para pagar as contas, isso quando não envereda por poder, permanece porque é fruto de conquista e, por-
outras ocupações, tornando-se vendedor, esteticista, tanto, sedimenta-se.
maquiador. O professor, além de enfrentar a citada
distância entre a família e a escola, visto que os pais
têm pouco tempo para acompanhar a educação dos
filhos, não tem ele o mesmo tempo de acompanhar a
sua família. Um exemplo interessante veio da cida-
de de Candeias, interior da Bahia, relatado por uma
sábia senhora. Dona Maria Lícia narrou-me, certa
feita, um fato que ilustra a situação. Em uma reunião
de pais e mestres, da qual participava como respon-
Monkey Business Images / Shutterstock.com

sável pelo neto, ouviu da professora que coordenava


a reunião a pergunta: “Qual o papel da mãe na educa-
ção dos filhos hoje?” Eis o que dona Lícia respondeu:
“Professora, esta é uma pergunta de difícil resposta,
porque não existem mães, atualmente, mais sim em-
presárias, secretárias, advogadas, médicas, profes-
soras. As crianças que não estão tendo a sorte de ser
criadas pelos avós são orientadas por empregadas
domésticas, descontentes e mal pagas”. Eis que, para
surpresa de todos, a professora não só concordou
como seguiu dizendo: “Realmente, a minha filha ficou
em casa doente, aos cuidados da babá, mas eu tinha
de conduzir esta reunião”.
Então, o que fazer diante da situação? Para cuidar
dos filhos dos outros, descuidamos dos nossos! E o
que é pior, onde fica o tempo assegurado para cui-
darmos de nós mesmos, que tanto precisamos de
carinho, de sentir que somos gente, simplesmente,
gente? Também precisamos cuidar de nossa saúde
física e mental. Ler, relaxar, fazer exercícios, assistir
a bons filmes, prezar pela nossa qualidade de vida.
Contudo, para mudar essa situação, é preciso conti-
nuar trabalhando com os valores, afirmando para os
nossos e para os filhos dos outros o significado da

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Ermolaev Alexander / Shutterstock.com
Nesse sentido, destaco a importância de reflexão
sobre o cotidiano da escola que envolve todos os
seus sujeitos: professores, alunos, coordenadores,
diretores, merendeiras, faxineiros e, para tanto, à luz
da filosofia, a análise da educação se clarifica. Educar
e filosofar aqui não significa apenas expor teorias de
pensadores que investigaram e revelaram o mundo,
o que por si mesmo já é fantástico, mas refletir, isto
é, voltar atrás no próprio pensamento, fazer com que
crianças, jovens e adultos compreendam que a nossa
capacidade de pensar nos diferencia de qualquer
outro animal, além de a nossa capacidade de amar e
reconhecermo-nos no outro.
Uma resposta sincera a uma pesquisadora da
UESC, Maria Luiza Nora, que elaborava uma monogra-
fia que tratava do papel do peão nas roças de cacau,
ante a pergunta: “Seu patrão lhe dá liberdade para fa-
zer tudo o que quer?” A resposta foi tão surpreenden-
te, quanto simples: “Moça, quem faz tudo que quer,
né livre não, é louco”. Esse homem do povo nos diz
em palavras simples o que a ética nos fala por meio
de argumentos rebuscados, qual seja, que a liberdade
não comporta ou justifica o disparate das ações, pois
os atos humanos são morais porque são responsá-
veis. Expressa também o que afirmo nestes instantes
finais: a educação pode transformar o homem ou
acomodá-lo, e essa diferença constrói a sociedade.
wavebreakmedia / Shutterstock.com

Qual lhe interessa? A resposta, professor, definirá


quem é você. É preciso situar a liberdade e o limite na
relação entre educador e educando, pais e filhos, co-
munidade e governo, gestor e geridos. Refletir a prá-
tica educativa, por meio de experiências, quebrando
as correntes da indignidade que humilham o homem,
construindo conceitos e destruindo preconceitos,
reconstruindo o pensar.
Acima de tudo, amar, amar o ser, o fazer, porque
educar nada mais é do que vivenciar um elevado
apreço, um emocionar-se constante pela instigante
tarefa que é o educar, como a fabulosa ação de acei-
tar e, por vezes, transformar pessoas.

LIMA, Lilian. Escola não é circo, professor não é palhaço: Inten-


cionalidade e educação. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

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