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2º ano - Novo Ensino Médio

2º ano - Novo Ensino Médio

Governador do Estado de Minas Gerais


Romeu Zema Neto
Vice-governador do Estado de Minas Gerais
Mateus Simões de Almeida
Secretário de Estado de Educação
Igor de Alvarenga Oliveira Icassatti Rojas
Secretária Adjunta
Geniana Guimarães Faria
Subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica
Izabella Cavalcante Martins
Superintendência de Políticas Pedagógicas
Danielle Fernandes Viana
Diretoria de Ensino Médio
Rosely Lúcia de Lima
Coordenação de Ações de Aprendizagem
Vanessa Nicoletti Gomes de Oliveira

Construção
Ademar Pinto do Carmo
Alexandre Marini
Anízio Viana da Silva
Camila Gomes Cunha
Cláudia do Rosário Silva Mendes
Giselle de Oliveira Neves
Kátia de Laura Borges
Samira Maria Araújo
Laís Francini F. Américo (estagiária)

Colaboração
Glenda A. Martins

Parceria Técnica
INSTITUTO IUNGO

LEITURA CRÍTICA
Ana Lúcia Ramos Auricchio
2º ano - Novo Ensino Médio

Sumário

APRESENTAÇÃO 4
Introdução 5
Ementa do Macrotema 5
Abordagem Pedagógica 5
Objetivos de Aprendizagem 7

Planejamento 8

Laboratório Criativo 12
1º Bimestre - Imersão e Investigação 12
2º Bimestre - Ideação 14
3º Bimestre - Experimentação 16
4º Bimestre - Implementação 18

Ciências Aplicadas 20
1º Bimestre - A Importância da Ciência na Vida do Ser Humano 20
2º Bimestre - A Ciência nos Quatro Cantos da Casa 22
3º Bimestre - Cozinha: um Laboratório de Ciências 24
4º Bimestre - A Casa do Futuro 27

Energia no Cotidiano 29
1º Bimestre - Matriz Energética Global, Regional e Local 29
2º Bimestre - Transporte e Energia 31
3º Bimestre - Processo de Transformação de Energia 32
4º Bimestre - Tecnologia para Energia Moderna e Sustentável 34

Ciência das Radiações 37


1º Bimestre - Natureza e Origem das Radiações 37
2º Bimestre - Efeitos da Radiação nos Seres Vivos e Meio Ambiente 39
3º Bimestre - Radiação no Cotidiano 40
4º Bimestre - Aplicações e Vantagens da Radiação 42

ANEXO I 48

ANEXO II 51
2º ano - Novo Ensino Médio

APRESENTAÇÃO
O Itinerário Formativo é composto por Unidades Curriculares, que se organizam em
Componentes Curriculares. As Unidades Curriculares se estruturam de duas formas: aquelas
que são mantidas na matriz ao longo do ensino médio, como o Projeto de Vida e a
Preparação para o Mundo do Trabalho, e aquelas que permitem a escolha anual pelos
estudantes, como as Eletivas e o Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento.
O Itinerário Formativo, parte diversificada do Currículo Referência de Minas Gerais,
tem uma função importante na trajetória escolar dos estudantes, pois estabelece o diálogo
com os contextos de vida dos jovens e com a realidade atual. Assim, um dos principais
propósitos do Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento é a promoção de abordagens
práticas e contextualizadas , valorizando os saberes trazidos pelas Áreas do Conhecimento.
Ao conectar os saberes da Formação Geral Básica (Geografia, História, Sociologia,
Filosofia, Química, Artes, Educação Física, Matemática etc.) e o Projeto de Vida dos
estudantes, o Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento tem como objetivos: produzir
conhecimentos, criar possibilidades de aprofundar e ampliar aprendizagens, intervir na
realidade sociocultural, incentivar a ação de empreender, como uma atividade profissional
ou ter a si mesmo como objeto desse empreender, isto é, empreender-se.
Cada Unidade Curricular do Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento é
composta por 4 Componentes Curriculares. A unidade curricular Aprofundamento nas
Áreas do Conhecimento para o 1º ano diurno oferta componentes curriculares de cada uma
das 4 áreas para todas as turmas da rede. Para o 2º ano, em 2023, mantém-se a estrutura de
oferta de 4 componentes curriculares, porém organizados de formas diversas que
possibilitaram 9 arranjos distintos, assegurando que os estudantes possam, com as equipes
escolares, escolher qual dos Aprofundamentos é mais compatível com seu projeto de vida.
Neste documento, o professor encontrará as orientações para a implementação do
Aprofundamento em Ciências da Natureza e suas Tecnologias, contendo cada um a seguinte
estrutura:
● Introdução à unidade curricular;
● Ementa do macrotema;
● Abordagem pedagógica;
● Objetivos de aprendizagem;
● Planos de curso contendo sugestões de organização de trabalho com subtemas,
habilidades gerais, específicas e estratégias de ensino aprendizagem.
2º ano - Novo Ensino Médio

Introdução

O Aprofundamento em Ciências da Natureza e suas Tecnologias é uma unidade


curricular formada por quatro componentes curriculares que objetivam fomentar
abordagens atreladas às questões sociocientíficas de forma interdisciplinar e investigativa.
Busca-se, assim, abrir discussões e criar contextos argumentativos que possibilitem ao
estudante consolidar habilidades essenciais para o seu desenvolvimento cognitivo, social e
emocional. A unidade objetiva dar embasamento científico ao discente e criar oportunidades
para que os estudantes vivenciem experiências educativas associadas à realidade
contemporânea, para que este seja capaz de se contrapor às ideias pseudocientíficas e de
senso comum, presentes em seu cotidiano, de maneira assertiva, criativa e crítica.

Ementa do Macrotema
“A CIÊNCIA DO DIA A DIA”
A ciência faz parte da nossa vida. Ao acordar, tomar banho, preparar um bolo, lavar a
louça, usar um skate, bicicleta ou transporte público temos evidências e descobertas que
revolucionaram o modo de vida humano. Isso sem falar da tecnologia, que facilita serviços e
atividades diárias. Além disso, é a ciência que nos explica as consequências e os impactos de
tantas descobertas e quais são as possibilidades presentes e futuras de transformações
sociais que permitirão uma existência harmoniosa com o planeta. O Aprofundamento na
Área de Ciências da Natureza e suas tecnologias busca apresentar a investigação científica e a
proposição de soluções ou cenários de forma criativa e reflexiva a partir de temas e situações
que fazem parte do nosso dia a dia. Vamos juntos fazer uma imersão colaborativa e
desmistificar a Ciência?

Abordagem Pedagógica
A unidade curricular Aprofundamento em Ciências da Natureza e suas Tecnologias se
desdobrará em quatro componentes curriculares: Laboratório Criativo, Ciências Aplicadas,
Energia no Cotidiano, Ciência das Radiações. Esses componentes são de caráter anual e
autocontidos.
A metodologia de trabalho para esta unidade curricular está ancorada no Ensino de
Ciências por Investigação e Educação Através do Design, com foco nos processos construtivos
e investigativos. A proposta convida os estudantes a fazerem uma imersão em pensamentos
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mais complexos a partir de uma situação-problema que os levem a vivenciar e experimentar


situações reais, estimular o posicionamento crítico e criativo que proporcione ao jovem uma
atuação protagonista colaborativa.
Para o desenvolvimento deste Aprofundamento é fundamental que os quatro
componentes atuem de forma integrada e dialogada. O componente curricular Laboratório
Criativo será o norteador do trabalho na Unidade. Assim, ao longo dos quatro bimestres, os
estudantes irão percorrer quatro etapas metodológicas: 1º imersão e investigação, 2º
ideação, 3º experimentação e 4º implementação. Inicialmente eles serão convidados a
escolher um tema de trabalho correlato a um dos demais componentes desse
aprofundamento (Ciências Aplicadas, Energia no Cotidiano e a Ciência das Radiações) e
poderão ser agrupados pelo professor do Laboratório Criativo conforme a escolha de uma
situação-problema definidora da investigação para, ao final do ano, criarem um artefato
físico ou uma proposição teórica que solucione a situação -problema.
O componente curricular Ciências Aplicadas tem como finalidade apresentar aos
estudantes a relação que a Ciência tem com suas atividades diárias, desde a importância da
ciência na vida do ser humano aos impactos da evolução tecnológica nas tarefas domésticas.
Busca-se dessa forma a construção de uma mentalidade analítica em que os estudantes
possam entender como as coisas funcionam, suas implicações científicas, além possibilitar
momentos de reflexão em que os jovens possam identificar, questionar e compreender a
ciência como construção humana presente no cotidiano a partir de práticas e experimentos
científicos.
No componente curricular Energia no Cotidiano os estudantes irão refletir sobre as
diversas formas de energia limpa, analisar e avaliar os processos de transformação de
energia e propor soluções criativas para que o acesso à energia limpa seja acessível a todos.
Também se promoverá a sensibilização dos estudantes quanto aos impactos, problemas
ambientais de produção, fornecimento e uso de energia e criar soluções criativas a partir de
uma situação problema em seu cotidiano.
O componente Ciência das Radiações visa aprofundar e consolidar o conhecimento
em relação à natureza das radiações e seus efeitos nos seres vivos e no Meio Ambiente. A
proposta possibilita que o estudante trace o contexto histórico da radiação ao abordar a
temática sob a perspectiva social, política, econômica, histórica, a fim de propiciar uma
investigação da natureza, origem e classificação da radiação. Ademais, o componente
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possibilita que os estudante possam identificar, analisar de forma crítica e argumentar


hipóteses e ideias de uma explicação científica sobre radiação e seus benefícios por meio das
práticas experimentais com vista ao aprofundamento dos conceitos científicos sobre os
efeitos químicos, biológicos e elétricos da radiação.

Objetivos de Aprendizagem

Ao final do ano, espera-se que os estudantes sejam capazes de:


➢ Investigar e analisar os fenômenos científicos presentes no cotidiano;
➢ Identificar o fazer científico a partir da apropriação do conhecimento
proporcionando não somente a compreensão dos fenômenos presentes no dia a dia
mas um olhar crítico sobre a construção do conhecimento;
➢ Discutir sobre como a Ciência se insere no seu cotidiano a partir da vivência das
etapas do Ensino de Ciência por Investigação e Educação Através do Design as etapas
de (Imersão e Investigação, Ideação, Experimentação e Implementação);
➢ Realizar leituras críticas dos acontecimentos em torno de sua vida, com base em
conceitos e propostas científicas, visando à tomada de decisões com mais
assertividade e sem arbitrariedades;
➢ Propor e testar estratégias para resolver problemas de natureza sociocultural e
ambiental relacionados às Ciências da Natureza de forma criativa, crítica e inovadora;
➢ Criar modelos e/ou produtos de forma proativa e colaborativa, utilizando a
linguagem própria da área da Ciências da Natureza e suas Tecnologias na sua
trajetória como cidadão consciente de seu papel na sociedade.
➢ Comunicar as descobertas e soluções propostas ao longo do processo para a
comunidade local.

Quadro-síntese 1 da unidade curricular do Aprofundamento em CNT

Unidade curricular Macrotema norteador Componente curricular n° de aulas

Laboratório Criativo 2 aulas semanais


Aprofundamento em “A Ciência do Dia a Dia” Ciências Aplicadas 2 aulas semanais
Ciências da Natureza e
suas Tecnologias Energia no Cotidiano 2 aulas semanais
Ciência das Radiações 2 aulas semanais
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Planejamento

O trabalho nesta unidade curricular deve ser construído de maneira dialogada e


coletiva entre os professores dos quatro componentes curriculares. Importante ressaltar que
o desenvolvimento da proposta deve ser integrado, mas não sobreposto. O macrotema “A
ciência do dia a dia" propõe apresentar uma visão de ensino interdisciplinar, envolvendo a
Biologia, a Física e a Química com o objetivo de contextualizar a aprendizagem e evidenciar a
importância da interseção entre os conceitos científicos dos componentes da área de
Ciências da Natureza e suas Tecnologias.

A proposta de integração dos componentes curriculares se dará a partir do


macrotema “a Ciência do dia a dia” e do desdobramento dos diferentes subtemas propostos
para cada bimestre. Estes utilizam o conhecimento científico (numa perspectiva de
letramento científico) e os processos da ciência para resolver problemas da vida cotidiana
com enfoque em questões sociais, ambientais e econômicas associadas às estratégias e
práticas condutoras que propiciam aos estudantes investigar, criar modelos, explicações,
testes e simulações criativas a partir de uma situação- problema. Ao final do ano espera-se
que os jovens sejam capazes de descrever a importância do desenvolvimento da investigação
científica em seus processos e tomar decisões práticas sobre questões do cotidiano com base
na argumentação crítica do cenário que estão inseridos.

Evidencia-se que há um alinhamento entre os bimestres (ver quadro-síntese a seguir)


de cada um dos quatro componentes curriculares desta Unidade, sendo que Laboratório
Criativo é o componente norteador que irá apresentar a metodologia de trabalho ancorada
no Ensino de Ciências por Investigação e Educação Através do Design, com foco nos
processos construtivos e investigativos. Assim, para a realização de um trabalho conjunto
nesta Unidade Curricular é essencial que no início do ano letivo os professores estudem a
proposição definida neste material para cada bimestre, para, a seguir, realizarem um
momento de alinhamento, com apoio do Coordenador.

Na reunião de alinhamento, os professores irão discutir as possíveis proposições de


situações-problemas relacionadas aos componentes curriculares Ciências Aplicadas, Energia
no Cotidiano e a Ciência das Radiações que serão apresentadas aos estudantes pelo
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professor do Laboratório Criativo no primeiro bimestre - Etapa de Imersão e Investigação -


para a definição dos grupos de trabalho que irão desenvolver a metodologia proposta ao
longo do ano. Sugerimos que cada componente curricular indique três situações-problemas
para o professor do Laboratório Criativo. Vale ressaltar que os estudantes devem ser
orientados sobre como se constroem as situações-problemas (ver explicação nas Estratégias
de Ensino e Aprendizagem do 1º bimestre do componente Laboratório Criativo) e
estimulados a construir novas proposições ou mesmo ajustar aquelas apresentadas pelo
professor (fruto da proposição da equipe docente do aprofundamento).

O papel do professor Coordenador é essencial para articular e propiciar um diálogo


fluido entre os professores dos componentes curriculares, sobretudo em relação a análise
das habilidades e dos respectivos eixos estruturantes propostos, pois estas devem estar
alinhadas às estratégias metodológicas e condizentes com o contexto no qual a escola está
inserida.

Reforça-se a possibilidade de uma avaliação processual e formativa conjunta, que se


dará a partir de cada etapa desenvolvida pelo componente curricular Laboratório Criativo a
cada bimestre. Ao longo do ano, os estudantes devem ser orientados por você, professor(a)
do Laboratório Criativo a criarem um instrumento de registros do que está sendo aprendido,
discutido, estudado e produzido por eles, individual e coletivamente, que poderá ser
utilizado pelos outros professores como parte do processo avaliativo.

Esses registros podem ser feitos, por exemplo, num “Caderno de projeto - Laboratório
Criativo” ou outro meio que, em conversa, o professor decidirá com seus estudantes. É
imprescindível que cada estudante crie o seu e que, você professor separe momentos
específicos para orientar a realização e atualização dos registros. Caso seja acordado entre a
equipe docente, o estudante poderá ter um caderno de projeto com anotações dos quatro
componentes curriculares.
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Ressalta-se que durante as atividades, é essencial que o professor, enquanto


mediador do processo de Ensino Aprendizagem, formule perguntas1 norteadoras que
desafiam os estudantes e propiciam uma reflexão crítica.
1. Pensamento Intencional: Por que você está fazendo isso?

2. Pensamento Referencial: Como você descreveria isso?

3. Pensamento Relacional: Por que essa é uma boa ideia?

4. Pensamento Formativo: Você pode explicar isso para mim?

5. Pensamento Processual: Como você faz isso?

6. Pensamento Avaliativo: Como você sabe disso?

7. Pensamento Reflexivo: O que você lembra?

Contudo, cabe lembrar que a avaliação dos estudantes deve se dar ao longo do
processo e não apenas pelos resultados ou produtos gerados, que muitas vezes podem não
refletir exatamente aquilo que foi planejado previamente e ainda assim consolidar as
habilidades por meio do processo. Dessa forma, disponibilizamos, anexo a este plano, um
arquivo de rubricas da OCDE para auxiliar os professores a identificarem a consolidação das
competências e habilidades relacionadas à criatividade e pensamento crítico. Este
instrumento não se destina diretamente à avaliação dos estudantes, mas serve de referencial
para que o professor possa observar aspectos específicos que irão contribuir para o processo
avaliativo dos estudantes.

1
As perguntas podem ser: estimuladoras: aquelas que levam às descobertas; reforçadoras: para avaliar até que ponto o
ensino-aprendizagem decorreu com eficiência; esclarecedoras: com a intenção de fornecer ou trazer mais informações;
divergentes: que estimulam o pensamento criativo, permitindo diferentes respostas; (Mansur & Moretto, 2000, citado por
Fontoura, 2002).
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Quadro síntese 2 do Componentes Curriculares do Aprofundamento em CNT

A CIÊNCIA DO DIA A DIA

Laboratório Criativo Ciências Aplicadas Energia no Ciência das radiações


cotidiano

1º Etapa: Imersão e A Importância da Matriz Energética Natureza e Origem


1º bim Investigação Ciência na Vida do Global, Regional e das Radiações
Ser Humano Local

2º Etapa: Ideação A Ciência nos Transporte e Efeitos da Radiação


2º bim Quatros Cantos da energia nos Seres Vivos e
Casa Meio Ambiente

3º Etapa: Cozinha: Um Processos de Radiação no


Experimentação Laboratório de Transformação de cotidiano
3º bim Ciências Energia

4º Etapa: Casa do Futuro Tecnologia para Aplicações e


Implementação Energia Moderna Vantagens da
4º bim e Sustentável Radiação
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Laboratório Criativo

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUA TECNOLOGIAS

A CIÊNCIA DO DIA A DIA

Laboratório Criativo

1º Bimestre 2º Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre

Imersão e Investigação Ideação Experimentação Implementação

1º Bimestre - Imersão e Investigação

Para o componente curricular Laboratório Criativo, no primeiro bimestre, o foco é a


primeira etapa (Imersão e Investigação), é o momento dos estudantes delimitarem a
pesquisa. Para isso irão identificar e definir a situação-problema que será trabalhada durante
o projeto. Neste momento, os estudantes precisam desenvolver ações como observar, sentir
e investigar.

1º Bimestre - Laboratório Criativo


Imersão e Investigação
Etapas do processo de Imersão e Investigação:
- Estabelecer e programar: Definir a necessidade e a situação-problema.
- Expandir e Aproximar: Observar o macro e o micro da necessidade, sentir, investigar, elaborar pauta e
compreender2.

Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC


Investigação Científica
(EMIFCG01) Identificar, selecionar, processar e analisar dados, fatos e evidências com curiosidade, atenção,
criticidade e ética, inclusive utilizando o apoio de tecnologias digitais.
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e
evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas,
coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça
social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.

2
Adaptado - BRUNO, G. S. e CAROLEI P. Contribuições do Design para o Ensino de Ciências por
Investigação.Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências 2018, Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4832 . Acesso em 06 de Ago. de 2022
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(EMIFCG03) Utilizar informações, conhecimentos e ideias resultantes de investigações científicas para criar ou
propor soluções para problemas diversos.
Habilidades Específicas dos Itinerários Formativos Associadas aos Eixos Estruturantes
Investigação Científica
(EMIFCNT01) Investigar e analisar situações-problemas e variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos
da natureza e/ou de processos tecnológicos, considerando dados e informações disponíveis em diferentes
mídias, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais.

(EMIFCNT02) Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na dinâmica de fenômenos da
natureza e/ou de processos tecnológicos com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais, utilizando
procedimentos e linguagens adequados à investigação científica.

(EMIFCNT03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a dinâmica dos fenômenos da natureza
e/ou de processos tecnológicos, identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante
argumentação, com o cuidado de citar as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar
conclusões com o uso de diferentes mídias.
Estratégias de Ensino e Aprendizagem
1. Propiciar uma apresentação dialogada sobre a proposta de trabalho do componente Laboratório
Criativo e sua metodologia para o ano letivo. Explicitar como será a integração entre os bimestres e
as formas de avaliação e/ou registros pactuadas entre os docentes dos componentes da Unidade
Curricular, de modo que os estudantes saibam como serão avaliados.

2. Explicar aos estudantes como fazer a proposição de situações-problema:


Assim, você professor, partindo de um problema do contexto ou das temáticas em discussão, deve elaborar de
forma dialógica e colaborativa uma questão real e aberta acerca do problema, para que os estudantes possam
sugerir proposições e instigá-los a buscar solução para a situação-problema.
A fase de criação do problema é essencial para uma aula investigativa, pois se o mesmo não for bem
compreendido, as etapas do ciclo se diluem. Nesta fase é primordial verificar o conhecimento prévio dos
alunos, pois, sem isso, não se reconhece o problema proposto, e o aluno precisa reconhecer o problema e
tê-lo para si de modo a se engajar na sua resolução3. (MACHADO e SASSERON, 2012).

Fases para definição de um problema:


Qual o problema? (o que aconteceu ou está acontecendo?)
Quais as possíveis causas? (quais os fatores que influenciaram para que a situação ocorresse?)
Quem foi impactado? (quais as pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pela situação)?
Quais as consequências? (quais foram os efeitos observáveis e mensuráveis nas pessoas impactadas)4.

3. Propor um subtema para que os estudantes em grupos possam fazer um recorte a partir de uma
necessidade ou interesses dos estudantes, desde que alinhado às problemáticas locais relativas aos
temas dos componentes do Aprofundamento (Ciências Aplicadas, Energia no Cotidiano e a Ciência
das Radiações);

3
Adaptado MACHADO, V. F. SASSERON, L. H. As perguntas em aulas investigativas de Ciências: a construção teórica de
categorias. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, vol. 12, Nº 2, p. 29-44, 2012. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4229 Acesso em 10 de Out. 2022

4
Adaptado: Narcizo, R. Curso Design Thinking - Módulo - Fase de Entendimento
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4. Subsidiar os estudantes com materiais de apoio como livro, artigos, jornais, revistas, pesquisas em
ferramentas de busca, vídeos, podcast, para que possam realizar uma pesquisa investigativa, e/ou
propor que os estudantes tragam materiais coletados por eles;

5. Introduzir as situações-problemas indicadas pela equipe docente estimular os estudantes a fazer


ajustes e se organizarem em grupos de trabalho conforme o interesse por determinadas
situações-problemas. Enfatizar que essa organização perdurará ao longo do ano, salvo raras exceções;

6. Dividir as tarefas, conforme a escolha do tema, propiciar um diálogo coletivo entre os estudantes e
guiar os estudos e propostas com base nas primeiras etapas do projeto. É importante que durante os
trabalhos em grupo na sala de aula o professor circule entre os grupos e observe o empenho e a
participação de cada um dos estudantes. Jovens omissos podem ser incentivados a participar do
processo e para tanto pode ser solicitado para ele ser o relator do grupo. O rodízio de funções dentro
de cada grupo poderá permitir que habilidades não fiquem concentradas nos estudantes que têm
mais facilidade com elas. Assim evita-se por exemplo, o líder sendo sempre o líder; aquele que em
facilidade com a escrita sempre será o responsável por ser o escriba, e assim por diante;

7. Estabelecer um cronograma com datas, definindo cada etapa do projeto;


8. Registrar o que está sendo investigado no Caderno de Projeto Laboratório Criativo, por meio de
anotações, observações, desenhos, fotos, relatórios, percepções, além de conclusões individuais,
coletivas e dúvidas.
Propostas de Avaliação
A avaliação no Itinerário Formativo tem como premissa oportunizar ao estudante o desenvolvimento da
metacognição, acentuando sua natureza processual e formativa. O fato de não haver reprovação nos
componentes curriculares do Itinerário Formativo não significa que estes não devam ser avaliados. Deve-se
garantir preferencialmente a autoavaliação, bem como o “feedback” do professor quanto à apropriação de
habilidades e competências, visando o avanço contínuo do estudante.
Para fins técnico-didáticos, o professor deverá atribuir notas de 60 a 100 pontos anuais para cada
estudante. Assim, é primordial definir critérios para essa distribuição, demonstrando aos estudantes a
importância do processo de aprimoramento e adequação, ajustando a mediação da aprendizagem,
qualificando-a ainda mais ao perfil dos estudantes e à realidade local.

Autoavaliação
➢ Como o grupo definiu o recorte do tema escolhido para o projeto? Todos puderam contribuir
igualmente?
➢ A situação - problema definida tem relevância para a sociedade? Por quê?
➢ Quais os desafios ao longo da pesquisa?
➢ Ao considerar as etapas vivenciadas ao longo do bimestre, em qual delas você se saiu melhor?
➢ Qual foi o seu aprendizado ao desenvolver a Etapa Imersão e Investigação?

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