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SUMÁRIO

1 O QUE É QUILOMBO..................................................................................3

2 KARL MARX.................................................................................................4

3 FEUDALISMO...............................................................................................5

3.1 A Terra e o Feudalismo...........................................................................6

3.2 A Sociedade Feudal.................................................................................6

3.3 Os Trabalhadores.....................................................................................8

4 Fernando Henrique cardoso............................................................................9

5 GOVERNO TANCREDO NEVES..............................................................11

6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA FOI RESPONSÁVEL PELA


CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO......................................................................12

7 IMPÉRIO DO BRASIL................................................................................14

8 ONU..............................................................................................................15

9 REGIME MILITAR.....................................................................................16

10 GETÚLIO VARGAS................................................................................17

11 CONVÊNIO DE TAUBATÉ....................................................................18

12 ATO INSTITUCIONAL Nº 5...................................................................19

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1 O QUE É QUILOMBO

Fonte: www.pstu.org.br

Segundo Moura (2021), os quilombos, definidos como alojamentos de negros


fugitivos com mais de cinco anos de idade e desabitados, surgiram como
resposta às condições desumanas da escravidão. No Brasil e em outras partes
das Américas, essas comunidades de resistência se multiplicaram como forma de
protesto.
Em lugares como Colômbia, Cuba, Haiti, Jamaica, Peru e Guiana, os quilombolas
representavam uma rebelião constante contra o sistema escravista. Por exemplo,
em Cuba, havia 4.444 palenques, muitos deles famosos. Essas comunidades
procuravam se fortalecer e viver livres e independentes, às vezes fundando
colônias.
No Haiti, ligado ao culto Voodoo, os escravos fugitivos desempenharam um papel
crucial na luta pela independência. O movimento coral de 1795 na Venezuela
também foi influenciado por facções escravas rebeldes. Nos Estados Unidos,
Haptaker documentou os distúrbios locais, enquanto no México colonial e na
Guiana Francesa também houve resistência.
As comunidades quilombolas variavam em tamanho e organização, desde
pequenos grupos armados até grandes assentamentos. Eram frequentemente
alvo de captura por patrulheiros ou caçadores de recompensas. A maronagem e
a quilombagem refletem a rejeição dos oprimidos à estrutura da escravidão e
resultam das contradições desse sistema, evidenciando-se nas dinâmicas de
conflito social.

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2 KARL MARX

Fonte: akaldankehendak.com

Karl Marx (1818-1883), o pai do socialismo científico, escolhendo a linha da


ação política, publicou em fevereiro de 1848, juntamente com Engels, em Londres, o
Manifesto do Partido Comunista:
"Proletários de todo omundo, uni-vos". Marx e Engels lêem a história como uma
contínua luta de classes. O caminho socialista é superá-la e deve levar à supressão da
propriedade privada, à socialização do capital, à abolição da família, das pátrias, das
nacionalidades. O movimento socialista deve ser

internacional e optar pelo caminho da revolução. Surgiram os Partidos socialistas na


Alemanha, França e Itália, depois em quase todos os países.

3 FEUDALISMO

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Fonte: www.historiaresumos.com

O Feudalismo foi um sistema social, político e econômico baseado no poder que


os senhores feudais (ou suseranos) tinham sobre porções de terras, que arrecadavam
impostos dos camponeses (vassalos) em troca do uso das terras. Tais impostos eram
pagos através do trabalho que os camponeses prestavam para os senhores feudais.
Assim, como forma de pagamento, tinham que trabalhar 3 dias da semana para o senhor
feudal. Esse tributo era chamado de Corveia.

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3.1 A Terra e o Feudalismo

Fonte: www.historiaresumos.com

Os trabalhos agrícolas constituíam a principal atividade desenvolvida pelos


homens. Terras férteis, ferramentas e técnicas adequadas, mão-de-obra abundante e
clima favorável eram garantias de prosperidade ou, pelo menos, de sobrevivência para
as sociedades humanas.
Durante o feudalismo, a paisagem européia era essencialmente rural. As extensas
florestas abrigavam, em seu interior, espaços quase sem árvores, clareiras mais ou
menos vastas, onde se desenvolvia o cultivo da terra. A sociedade feudal.

3.2 A Sociedade Feudal

A posse da terra passava a definir as diferenças entre os grupos sociais no


período medieval. No topo da sociedade figuravam os clérigos e os nobres,

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senhores dos domínios que cobriam o território europeu durante o período. A ambos
cabia a direção da sociedade.
Os clérigos eram os portadores da tradição cristã e deviam zelar pela
manutenção de seus princípios no seio da comunidade européia. Deviam combater o
mal e os pecados com as armas da doutrina religiosa.
Os nobres possuíam a direção militar da sociedade medieval. Empunhavam suas
armas contra os inimigos da fé cristã e os agressores externos. Muitas vezes, no entanto,
nobres cristãos lutavam entre si em defesa da honra ultrajada pela quebra de algum
acordo ou pela ofensa moral a alguma dama ou pelo desejo de mais terras e riquezas
A direção religiosa exercida pelos clérigos e a função guerreira dos nobres eram
sustentadas pela posse de terras e pela atividade agrícola a cargo dos trabalhadores.
A Igreja era a maior proprietária de terras no período e seu patrimônio não
cessava de crescer. Seus domíni não eram divididos em herança. Ao contrário, os nobres
comumente deixavam parte de seus bens (em geral porçã de terra) para a Igreja em
testamentos, procurando, com a caridade, a salvação de suas almas.
Já a nobreza precisava de recursos para a aquisição de suas armas (espadas,
escudos, armaduras, etc.) e cavalos. Terras e camponeses eram indispensáveis para a
vida desses guerreiros. Quanto maior fosse a capacidade militar de um nobre, tanto
maior sua possibilidade de conquistar mais domínios. A guerra constituía, portanto, uma
forma regular de atividade econômica no feudalismo.
Em função disso, desenvolveram-se no interior da nobreza relações de
subordinação pessoal e compromissos militares recíprocos. Desde o século IX, através
de um acordo denominado contrato feudo-vassálico, nobres poderosos cediam a outros,
em troca de auxílio militar, alguns benefícios, em geral terras, para que estes pudessem
garantir seu sustento e sua condição social. O nobre que cedia o bem passava a ser
designado por que recebia o feudo e obrigava- se a prestar auxílio militar a seu suserano
chamava-se vassalo.

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3.3 Os Trabalhadores

Fonte: senhorioefeudalidadenaidademdia.blogspot.com.br

Abaixo dessas duas ordens sociais, a dos sacerdotes e dos guerreiros, figuravam
todos os trabalhadores (servos, artesãos, pequenos camponeses e comerciantes), social e
politicamente submetidos aos detentores de terras. Formavam a imensa maioria da
população e eram encarregados de todas as atividades manuais necessárias à sua
sobrevivência e ao sustento da nobreza e do clero.
O controle da fé e o controle das armas garantiam à nobreza e ao clero o poder
sobre os demais grupos sociais do período. A divisão social (clero, nobreza e
trabalhadores) e suas respectivas funções (oração, guerra e trabalho) eram justificadas
como um ordenamento sagrado esclarecido a toda a sociedade por aqueles que se
definiam como os intermediários entre Deus e os homens: o clero. Os trabalhadores
deviam obediência a seus senhores guerreiros. Ambos deveriam estar subordinados à
vontade de Deus transmitida pela Igreja.

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4 FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

Após o sucesso do plano real, Fernando Henrique Cardoso foi eleito Presidente
do Brasil já no primeiro turno com larga escala de votos e tomou posse dia 1º de Janeiro
de 1.995, sendo reeleito em 1.998, tendo nos dois mandatos Marco Maciel, do PFL,
como vice-presidente.

A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi o principal apelo da


campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso e um dos fatores decisivos para sua
reeleição em 1.998, sendo reeleito no primeiro turno. FHC conseguiu sua eleição
graças ao apoio do PSDB, do PFL, do Partido Progressista brasileiro (atual PP) e de
parte do PMDB, e conseguiu manter uma estabilidade política durante seus oito anos de
governo. No primeiro mandato FHC conseguiu a aprovação da emenda constitucional
que criou a reeleição para cargos executivos.
O governo de Fernando Henrique Cardoso foi marcado pela privatização de
empresas estatais, como: Embraer, Telebrás, Vale do Rio Doce e outras estatais.

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Além da privatização, seu governo também houve diversas denúncias de
corrupção, como: a compra de parlamentares para aprovação da emenda constitucional
que autorizava a reeleição e também o favorecimento de alguns grupos financeiros
na aquisição de algumas estatais. No início do segundo mandato de
FHC, em 1.999 houve uma forte desvalorização do real, devido a crises financeiras
internacionais (Rússia, México e Ásia) que levou o Brasil a maior crise financeira da
história, além de aumentar os juros reais e aumentar a dívida interna
brasileira. Os grandes destaques brasileiros foram a implantação do gasoduto Brasil-
Bolívia, a elaboração de um Plano Diretor da Reforma do Estado, um acordo que
priorizaria o investimento em carreiras estratégicas para a gestão do setor público,
aprovação de emendas que facilitaram a entrada de empresas estrangeiras no Brasil e a
flexibilização do monopólio de várias empresas, como a Petrobrás, Telebrás e etc.
Alguns dos programas sociais criados no governo de Fernando Henrique
Cardoso foram: A Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Vale Gás. No
governo de FHC entrou em vigor a lei de responsabilidade fiscal (LRF) que
caracterizava-se pelo rigor exigido na execução do orçamento público, que limitava o
endividamento dos estados e municípios e os gastos com o funcionalismo público.
Os salários dos funcionários públicos também não tiveram reajustes
significativos, uma forma de evitar a inflação e controlar os gastos públicos.
O governo de Fernando Henrique Cardoso teve fim no dia 1º de Janeiro de 2003,
com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

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5 GOVERNO TANCREDO NEVES

Fonte: natrilhadocastelo.blogspot.com.br

Após um período negro e violento na História do Brasil, foi eleito o primeiro


presidente civil em mais de 20 anos. A ansiedade de todo o país pela sua posse e por
uma reorganização da sociedade, ainda amedrontada pelo regime militar, era nítida.
Apesar de indireta a eleição de Tancredo foi recebida com grande entusiasmo
pela maioria dos brasileiros. No entanto, Tancredo não chegou a assumir a Presidência.
Na véspera da posse foi internado no Hospital de Base, em Brasília, com fortes dores
abdominais e José Sarney toma seu lugar interinamente no dia seguinte, em 15 de
março de 1985. Depois de sete cirurgias, veio a falecer em 21 de Abril, aos 75 anos de
idade, vítima de infecção generalizada. Deu-se uma comoção nacional, tantas as
esperanças que haviam sido depositadas em Tancredo. Em 22 de abril, Sarney foi
investido oficialmente no cargo. Governou até 1990, um ano a mais que o previsto na
carta- compromisso da Aliança Democrática, pela qual chegou ao poder.

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6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESA FOI RESPONSÁVEL PELA
CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO

Fonte: www.coladaweb.com

Para que acontecesse a Revolução Industrial, 4 condições básicas foram


necessárias: a acumulação de capital, a existência de matérias primas, mão de obra
disponível, assim como mercados consumidores.
Sendo assim, a Inglaterra era o país que reunia as melhores condições para o
desenvolvimento da Revolução Industrial.
A participação ativa dos ingleses na expansão marítima, o Ato de Navegação,
instituído em 1651 por Cromwell, e a atuação das companhias de comércio
possibilitaram o enriquecimento da burguesia, a acumulação de capitais e o domínio
inglês dos mercados mundiais.
Além disso, desde o século XVI, acontecia na Inglaterra a substituição da
pequena propriedade pela grande propriedade, imposta pelas leis de cercamento.

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Essas leis, estabelecidas pelos reis Tudor, acabavam com as extensões de terras
abertas, utilizadas comunitariamente por camponeses, determinando o cercamento e
venda desses campos.
Com isso, cada vez mais formavam-se grandes propriedades que produziam
mercadorias para o comércio e criavam ovelhas para o fornecimento de lã para a
indústria têxtil.
Essas leis de cercamento forneceram, além de matérias primas para a Revolução,
mão de obra para as cidades, ou seja, para as manufaturas em expansão. Os camponeses,
que perderam as terras comuns e eram até obrigados a vender suas terras, não tinham
condições de viver no campo. Dirigiam-se então para as cidades, onde trabalhavam, em
péssimas condições, nas futuras indústrias. Assim, a Inglaterra possuía mão de obra
disponível para a Revolução.
Devemos nos lembrar ainda de que, desde as revoluções de 1640 e Gloriosa, a
burguesia era quem controlava o poder e, portanto, conduzia a política do Estado de
acordo com seus interesses econômicos.
Observando a situação inglesa no século XVIII, fica evidente que a Inglaterra
era o país cujas condições eram as mais favoráveis para o desenvolvimento da
Revolução Industrial.

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7 IMPÉRIO DO BRASIL

Fonte: www.dm.com.br

O Império do Brasil foi o Estado brasileiro existente entre 1822 e 1889 que
precedeu a atual República Federativa do Brasil e teve a monarquia parlamentar
constitucional como seu sistema político. O Império do Brasil constituiu o 12º maior
império da história da humanidade.
Teve seu início após a declaração da Independência em relação a Portugal, em 7
de setembro de 1822, e seu fim após o golpe de Estado militar que instaurou a forma
republicana presidencialista, em 15 de novembro de 1889. Foi dividido em dois
períodos: o Primeiro Reinado, que se iniciou em 7 de setembro de 1822 e teve por fim
quando D. Pedro I abdicou em 7 de abril de 1831, e o Segundo Reinado, que foi
iniciado na mesma data com a aclamação de D. Pedro II e perdurado até a proclamação
da República. Este período da História do Brasil é denomidado, tradicionalmente pela
historiografia, como "Brasil Império", "Brasil Imperial" e "Brasil Monárquico".
Dentre as mudanças econômicas e sociais que aconteceram durante o Império
(1822 – 1889) que provocaram modificações na composição da população brasileira,
destacamos entre outros: crescimento da produção do

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café; abolição da escravatura; início da industrialização e chegada dos imigrantes
europeus.

8 ONU

Fonte: brufernandez.com.br

A ONU (Organização das Nações Unidas) foi fundada no dia 24 de outubro de


1945, em São Francisco, Estados Unidos.
O encontro intitulado de Conferência de São Francisco, realizado entre os dias
25 e 26 de abril de 1945, tinha como finalidade debater acerca da substituição da Liga
das Nações por um organismo mais completo e contar com a participação de todos
Estados independentes.

Os principais objetivos da ONU são:

• Manter a paz internacional.

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• Garantir os Direitos Humanos.
• Promover o desenvolvimento socioeconômico das nações.
• Incentivar a autonomia das etnias dependentes.
• Tornar mais fortes os laços entre os países soberanos.

Depois da invasão dos Estados Unidos ao Iraque sem a permissão da ONU e da


morte do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Melo na sede da ONU, em razão de
ataques terroristas, ficou claro que para que haja paz será necessário restaurar a
credibilidade da ONU e do Direito Internacional.

9 REGIME MILITAR

Fonte: jusliberdade.com.br

O regime militar, que vigorou no Brasil entre os anos de 1964 a 1985, se


caracterizou pelo autoritarismo e centralismo por parte do governo federal no trato das
grandes questőes nacionais. No que tange a gestăo das políticas sociais durante o
período ditatorial, estados e municípios năo dispunham de muita autonomia para tomar
decisőes ou formular políticas próprias de enfrentamento dos problemas sociais que
historicamente sempre comprometeram a qualidade de vida e dignidade do povo
brasileiro, e que

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em decorrência do modelo de desenvolvimento econômico adotado pelo regime militar
só fizeram se agravar nos anos de ditadura, aumentando ainda mais o índice de pobreza
da população e as desigualdades entre os grupos sociais; tão pouco dispunham de
recursos suficientes para implementá•las.

10 GETÚLIO VARGAS

Fonte: www.maiscuriosidade.com.br

A mais expressiva figura política da república brasileira, primeiro ditador do


país e mais tarde presidente eleito pelo voto popular e universal, Getúlio Vargas
conduziu processos de reformas que puseram o Brasil agrário e semicolonial no
caminho do desenvolvimento industrial, lançou as bases de uma legislação trabalhista e
inaugurou o populismo e a intervenção do estado na economia.
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja RS, em 19 de abril de
1883.

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11 CONVÊNIO DE TAUBATÉ

Fonte: www.paginadahistoria.com.br

No início do século XX, o café era o principal produto que o Brasil exportava.
Desta forma, ocorreu uma grande expansão da oferta do produto sem, no entanto, a
demanda aumentar também. Assim, o preço do café passou a cair assustadoramente,
gerando a preocupação dos produtores e do Governo, visto que esta era a principal
atividade econômica na época.
Em fevereiro de 1906, reuniram-se os governadores dos Estados de São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais para discutir sobre uma solução para a crise de excesso
de produção que estava começando a acontecer. Então, os governadores idealizaram
uma política na qual, para manter os preços do café em alta, o Governo passaria a
comprar todo o excedente gerado: o Convênio de Taubaté.
Esse acordo foi ratificado pelo vice-presidente da república Afonso Pena. O
Convênio de Taubaté se baseava na realização de novos empréstimos para a compra dos
excedentes de café, na criação de um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca
de café exportado a fim de custear os juros destes

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empréstimos e na adoção de medidas que procurassem desencorajar a expansão de
novas lavouras de café.
Mesmo tendo alcançado seu objetivo, de manter estável o preço do café, os
produtores foram estimulados a produzirem cada vez mais, obrigando o Governo a
contrair novos empréstimos e aumentando assim, a dívida externa brasileira. A política
do Convênio de Taubaté serviu para adiar o fim do ciclo do café, que acabou ocorrendo
com o “crash” da Bolsa de valores de Nova York em 1929.

12 ATO INSTITUCIONAL Nº 5

Fonte: blogdopaulinho.com.br

O Ato Institucional nº 5, AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, durante o


governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da ditadura militar
brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978 e produziu um elenco de ações
arbitrárias de efeitos duradouros. Definiu o momento mais duro do regime, dando poder
de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do
regime ou como tal considerados.
O ano de 1968, "o ano que não acabou", ficou marcado na história mundial e na
do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos

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costumes. O movimento estudantil celebrizou-se como protesto dos jovens contra a
política tradicional, mas principalmente como demanda por novas liberdades. O
radicalismo jovem pode ser bem expresso no lema "é proibido proibir". Esse
movimento, no Brasil, associou-se a um combate mais organizado contra o regime:
intensificaram-se os protestos mais radicais, especialmente o dos universitários, contra a
ditadura. Por outro lado, a "linha dura" providenciava instrumentos mais sofisticados e
planejava ações mais rigorosas contra a oposição.
Também no decorrer de 1968 a Igreja começava a ter uma ação mais expressiva
na defesa dos direitos humanos, e lideranças políticas cassadas continuavam a se
associar visando a um retorno à política nacional e ao combate à ditadura. A
marginalização política que o golpe impusera a antigos rivais - Carlos Lacerda,
Juscelino Kubitschek, João Goulart - tivera o efeito de associá- los, ainda em 1967, na
Frente Ampla, cujas atividades foram suspensas pelo ministro da Justiça, Luís Antônio
da Gama e Silva, em abril de 1968. Pouco depois, o ministro do Trabalho, Jarbas
Passarinho, reintroduziu o atestado de ideologia como requisito para a escolha dos
dirigentes sindicais.

Uma greve dos metalúrgicos em Osasco, em meados do ano, a primeira greve


operária desde o início do regime militar, também sinalizava para a "linha

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dura" que medidas mais enérgicas deveriam ser tomadas para controlar as manifestações
de descontentamento de qualquer ordem. Nas palavras do ministro do Exército, Aurélio
de Lira Tavares, o governo precisava ser mais enérgico no combate a "ideias
subversivas". O diagnóstico militar era o de que havia "um processo bem adiantado de
guerra revolucionária" liderado pelos comunistas.
A gota d'água para a promulgação do AI-5 foi o pronunciamento do deputado
Márcio Moreira Alves, do MDB, na Câmara, nos dias 2 e 3 de setembro, lançando um
apelo para que o povo não participasse dos desfiles militares do 7 de Setembro e para
que as moças, "ardentes de liberdade", se recusassem a sair com oficiais. Na mesma
ocasião outro deputado do MDB, Hermano Alves, escreveu uma série de artigos
no Correio da Manhã considerados provocações.

Fonte: veja.abril.com.br

O ministro do Exército, Costa e Silva, atendendo ao apelo de seus colegas


militares e do Conselho de Segurança Nacional, declarou que esses pronunciamentos
eram "ofensas e provocações irresponsáveis e intoleráveis". O governo solicitou então
ao Congresso a cassação dos dois deputados. Seguiram-se dias tensos no cenário
político, entrecortados pela visita da rainha da Inglaterra ao Brasil, e no dia 12 de
dezembro a Câmara recusou, por uma

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diferença de 75 votos (e com a colaboração da própria Arena), o pedido de licença para
processar Márcio Moreira Alves. No dia seguinte foi baixado o AI-5, que autorizava o
presidente da República, em caráter excepcional e, portanto, sem apreciação judicial, a:
decretar o recesso do Congresso Nacional; intervir nos estados e municípios; cassar
mandatos parlamentares; suspender, por dez anos, os direitos políticos de qualquer
cidadão; decretar o confisco de bens considerados ilícitos; e suspender a garantia do
habeas-corpus.
No preâmbulo do ato, dizia-se ser essa uma necessidade para atingir os
objetivos da revolução, "com vistas a encontrar os meios indispensáveis para a obra de
reconstrução econômica, financeira e moral do país". No mesmo dia foi decretado o
recesso do Congresso Nacional por tempo indeterminado - só em outubro de 1969 o
Congresso seria reaberto, para referendar a escolha do general Emílio Garrastazu
Médici para a Presidência da República.
Ao fim do mês de dezembro de 1968, 11 deputados federais foram cassados,
entre eles Márcio Moreira Alves e Hermano Alves. A lista de cassações aumentou no
mês de janeiro de 1969, atingindo não só parlamentares, mas até ministros do Supremo
Tribunal Federal. O AI-5 não só se impunha como um instrumento de intolerância em
um momento de intensa polarização ideológica, como referendava uma concepção de
modelo econômico em que o crescimento seria feito com "sangue, suor e lágrimas".2

2
Texto extraído do link: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/AI5

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Referências

BENJAMIN, Walter. O narrador. In: Textos escolhidos de Benjamin, Habermas,


Horkheimer e Adorno (Os pensadores). São Paulo: Abril cultural, 1983, p. 57-74.

Moura, Clóvis. Quilombos: resistência ao escravismo / Clóvis Moura. – 5ª ed. -


Teresina : EdUESPI, 2021.

Carreira, L. de C., História financeira e monetária do Império do Brasil, 2


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Paulo: Humanitas e Imprensa Oficial, 2002.
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Centro e periferia no capitalismo globalizado. Encontro da Associação Nacional de Pós-
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SARANYANA, Josep-Ignasi. A filosofia medieval: das origens patrísticas à


escolástica barroca. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência
Raimundo Lúlio, 2006.

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