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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE VETERINÁRIA

COLEGIADO DE ZOOTECNIA

DIETAS SIMPLIFICADAS NA ALIMENTAÇÃO


DE COELHOS E SEUS EFEITOS NA
REPRODUÇÃO E PRODUÇÃO

CARLOS EUGÊNIO AVILA DE OLIVEIRA

Belo Horizonte

Escola de Veterinária

2009
CARLOS EUGÊNIO AVILA DE OLIVEIRA

DIETAS SIMPLIFICADAS NA ALIMENTAÇÃO


DE COELHOS E SEUS EFEITOS NA
REPRODUÇÃO E PRODUÇÃO

Tese apresentada à Escola de Veterinária


da Universidade Federal de Minas Gerais,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Doutor em Zootecnia.
Área de concentração: Nutrição Animal
Orientador: Walter Motta Ferreira

Belo Horizonte

2009
O48d Oliveira, Carlos Eugênio Avila de.1971 -
Dietas simplificadas na alimentação de coelhos e seus efeitos na
reprodução e produção / Carlos Eugênio Avila de Oliveira. – 2009.
92 p. : il.
Orientador: Walter Motta Ferreira
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
Veterinária
Inclui bibliografia
1. Coelho – Alimentação e rações – Teses. 2. Coelho – Reprodução –
Teses. 3. Dieta em veterinária – Teses. 4. Feno como ração – Teses. 5.
Digestibilidade – Teses. I. Ferreira, Walter Motta. II. Universidade Federal de
Minas Gerais. Escola de Veterinária. III. Título.
CDD – 636.932 208 5
Dedicatória

Dedico este trabalho a todos que, de alguma forma, contribuíram para sua
realização. Aos meus pais, minha mulher, Regina, e minha filha, Maria Luiza,
cujas presenças em minha vida, me ajudam a transformar em realidade, os
rascunhos dos meus sonhos.
Agradecimentos

A Deus, presença constante...

Ao Professor Walter Motta Ferreira, pelo crédito e pela paciência.

Aos professores da Escola de Veterinária da UFMG, em especial, aos


professores e funcionários dos departamentos de Zootecnia e Reprodução,
dispostos, sempre, em colaborar.

Ao Professor Gentil Vanini de Moraes, da Universidade Estadual de Maringá-


UEM e aos colegas Haroldo Garcia, Márcia Andreazzi e Andréia Michelan;
fundamentais para a realização do presente trabalho.

Ao professor Laércio dos Anjos Benjamin e aos colegas Lucas Marcon e Vívian
Freitas, da Universidade Federal de Viçosa – UFV, que, com dedicação e
empenho, ajudaram em momentos cruciais do trabalho.

Ao colega Marcos Xavier, pela dedicação “matemática” ao trabalho.

Aos colegas da Escola de Veterinária, que estiveram sempre presentes.


“Para os crentes, Deus está no princípio de todas as coisas,

para os cientistas, no final de toda reflexão”.

Max Planck (1858-1947)


SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE FIGURAS

1 INTRODUÇÃO GERAL 17

2 REVISÃO DE LITERATURA 18
2.1 Fisiologia da digestão dos coelhos 18
2.2 Importância da fibra na elaboração de dietas para coelhos 20
2.2.1 Conceito de fibra dietética 20
2.2.2 Composição da fibra 20
2.2.3 Métodos de avaliação de fibra nos coelhos 23
2.2.4 Avaliação de fibra para dietas de coelhos 24
2.2.5 Exigências de fibra e inclusão na dieta 25
2.2.6 Digestibilidade das fontes de fibra para coelhos 26
2.3 Dietas simplificadas à base de forragens 27
2.3.1 Alfafa 27
2.3.2 Mandioca 28
2.4 Sistema Reprodutivo dos machos 30
2.4.1 Testículos 30
2.4.2 Ciclo do epitélio seminífero e seus estágios 31
2.4.3 Colheita de sêmen 33
2.4.4 Avaliação de sêmen 33

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 35

REFERÊNCIAS 35
CAPÍTULO I
EXPERIMENTO I

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLIFICADAS A BASE DE FORRAGENS


SOBRE A DIGESTIBILIDADE E DESEMPENHO DE COELHOS DA RAÇA NOVA
ZELÂNDIA BRANCO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 45

2 MATERIAL E MÉTODOS 46

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 48

4 CONCLUSÕES 52

REFERÊNCIAS 52

CAPÍTULO II
EXPERIMENTO II

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLIFICADAS A BASE DE FORRAGENS


SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS E MORFOLOGIA ESPERMÁTICA DE
COELHOS DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA BRANCO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 56

2 MATERIAL E MÉTODOS 58

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 60

4 CONCLUSÕES 65

REFERÊNCIAS 65
CAPÍTULO III
EXPERIMENTO III

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLIFICADAS A BASE DE FORRAGENS


SOBRE AS CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DE TESTÍCULOS DE
COELHOS DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA BRANCO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 70

2 MATERIAL E MÉTODOS 71

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 76

4 CONCLUSÕES 83

REFERÊNCIAS 84

CONCLUSÃO GERAL 89

ANEXO
Anexo 1 - Informações sobre a situação climática local, durante a
realização do Experimento II 90
LISTA DE ABREVIATURAS

- % (porcentagem)

- µg (micrograma)

- µm (micrômetro)

- π (PI)

- ac. (ácido)

- AET (altura do epitélio tubular)

- anorm. (anormalidades)

- AR (espermátide arredondada)

- oC (grau Celsius)

- CA (conversão alimentar)

- cm (centímetro)

- CBRA (Colégio Brasileiro de Reprodução Animal)

- CMRD (consumo médio de ração diário)

- CCT (comprimento tubular total)

- CDEB (coeficiente de digestibilidade aparente da energia bruta)

- CDMS (coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca)

- CDPB (coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta)

- concent. (concentração)

- CV (coeficiente de variação)

- DA (dieta à base de feno de alfafa)

- DNM (diâmetro nuclear médio)


- DM (dieta à base de feno de rama de mandioca)

- DR (dieta de referência)

- EB (energia bruta)

- EC (espessura do corte)

- ED (energia digestível)

- EE (extrato etéreo)

- FB (fibra bruta)

- FDA (fibra detergente ácido)

- FDN (fibra detergente neutro)

- GMPD (ganho médio peso diário)

- g (grama)

- IA (inseminação artificial)

- IGS (índice gonadossomático)

- ITS (índice tubulossomático)

- Kg (quilograma)

- Kcal (quilocaloria)

- LDA (lignina detergente ácido)

- met+cys (metionina + cistina)

- min (mineral)

- mg (miligrama)

- mL (mililitro)

- mm (milímetro)

- MS (matéria seca)
- MSE (matéria seca excretada)

- MSI (matéria seca ingerida)

- PB (proteína bruta)

- PC (peso de carcaça)

- PL/L (espermatócito em pré-leptóteno / leptóteno)

- PQ (espermatócito em paquíteno)

- PV35 (peso vivo aos 35 dias)

- PV50 (peso vivo aos 50 dias)

- PV70 (peso vivo aos 70 dias)

- PVC (poli-cloreto de vinila)

- PVI (proporção volumétrica de interstício)

- PVTS (proporção volumétrica de túbulo seminífero)

- r (raio)

- RC (rendimento de carcaça)

- RET (reserva espermática total)

- Vit (vitamina)
LISTA DE FIGURAS

REVISÃO DE LITERATURA
Figura 1 - Vagina pronta para uso (A) e colheita do sêmen (B) 33

CAPÍTULO III - EXPERIMENTO III


Figura 1 - Retículo utilizado para cálculo das proporções volumétricas dos
componentes testiculares 74

Figura 2: - Medições realizadas para cálculo dos diâmetros tubulares e as

alturas do epitélio seminífero 74

LISTA DE TABELAS

REVISÃO DE LITERATURA
Tabela 1 - Composição das fezes duras e cecotrofos (valores médios e
faixa de variação) 19
Tabela 2 - Limite de fibra sugerido para elaboração de dietas para coelhos 26

EXPERIMENTO I
Tabela 1- Composição percentual das dietas experimentais 47
Tabela 2 – Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca
(CDMS) da proteína bruta (CDPB) e da energia bruta (CDEB) de
dietas simplificada a base de feno de alfafa e do terço superior
da rama da mandioca 48
Tabela 3 – Matéria seca ingerida (MSI) e matéria seca excretada (MSE)
de coelhos alimentados com de dietas simplificadas a base de
feno alfafa e do terço superior da rama da mandioca 50
Tabela 4 - Peso vivo aos 35 dias (PV35) e aos 50 dias (PV50), ganho
médio de peso diário (GMPD), consumo médio de ração diário
(CMRD) e conversão alimentar (CA) de coelhos de 35 a 50 dias
de idade alimentados com dietas simplificadas a base de feno
alfafa e do terço superior da rama da mandioca 50
Tabela 5 - Peso vivo aos 70 dias (PV70), ganho médio de peso diário
(GMPD), consumo médio de ração diário (CMRD), conversão
alimentar (CA), peso de carcaça (PC) e rendimento decarcaça
(RC) de coelhos de 35 a 70 dias de idade alimentados com
dietas simplificadas a base de feno alfafa e do terço superior da
rama da mandioca 51

EXPERIMENTO II
Tabela 1 - Composição percentual das dietas experimentais 58
Tabela 2 - Parâmetros avaliados em relação ao sêmen dos coelhos do
experimento nas diferentes dietas 60
Tabela 3 - Morfologia dos espermatozóides dos coelhos nos diferentes
Tratamentos 63
Tabela 4 - Colheitas de sêmen possíveis durante o experimento e o
número de animais que as realizaram 64

EXPERIMENTO III
Tabela 1- Composição percentual das dietas experimentais 72
Tabela 2 - Resultados obtidos nos índices relacionados ao peso dos
animais, peso dos testículos, índices gonadossomáticos,
proporções volumétricas de túbulos seminíferos e interstício e
índice tubulossomático, nos diferentes tratamentos 77
Tabela 3 - Resultados obtidos nos índices relacionados aos diâmetros dos
túbulos seminíferos, altura do epitélio, comprimento dos túbulos
seminíferos e reserva espermática, nos diferentes tratamentos 79
Tabela 4 - População de espermatogônias do tipo A, espermatócitos
primários em pré-leptóteno/leptóteno e em paquíteno,
espermátdes arredondadas e células de Sertoli, no estádio 1
do ciclo do epitélio seminífero de testículos de coelhos nos
diferentes tratamentos 81
Tabela 5 - Razões entre números corrigidos de células germinativas por
secção transversal de túbulo seminífero no estádio 1 do ciclo

do epitélio seminífero nos coelhos do experimento 83


RESUMO

Foram realizados quatro experimentos com o objetivo de se avaliar a aplicação de


dietas simplificadas a base de forragens na alimentação de coelhos. Em todos os
experimentos foram utilizadas uma dieta referência e duas dietas simplificadas – três
tratamentos (uma contendo feno de alfafa e outra contendo feno do terço superior da
rama de mandioca) e distribuídos em delineamento inteiramente casualizado. No
ensaio de digestibilidade foram utilizados 45 coelhos com 50 dias de idade e 15
repetições por tratamento. Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, proteína
bruta e energia bruta foram de 50,56%, 73,29% e 50,59%, respectivamente para a
dieta contendo feno de alfafa; e de 29,64%, 46,96% e 24,52%, respectivamente para
dieta simplificada contendo feno de rama de mandioca. No experimento de
desempenho foram utilizados 90 coelhos no período de 35 a 70 dias de idade e 30
repetições por tratamento. Os resultados de desempenho, referentes às dietas
simplificadas, no período total do experimento (35 a 70 dias) foram inferiores quando
comparados com a dieta referência. Outro ensaio avaliou a qualidade seminal de
coelhos alimentados com dietas simplificadas à base de forragens. Foram utilizados
33 coelhos com 7-8 meses de idade e 11 repetições por tratamento. Os resultados
para volume, vigor e concentração foram, respectivamente, 0,56 mL, 3,14 e
194,82x106 espermatozóides / mL, para os animais alimentados com dieta de feno de
alfafa. Para coelhos alimentados com dieta com rama de mandioca, os resultados para
volume, vigor e concentração foram 0,34 mL, 2,27 e 142,94x106 espermatozóides /
mL, respectivamente. Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos para
aspectos relacionados à morfologia espermática. Os animais que consumiram dieta à
base de feno de mandioca apresentaram uma qualidade de sêmen inferior quando
comparados com os animais da dieta referência e da dieta à base de feno de alfafa.
Outro experimento foi realizado com o objetivo de avaliar parâmetros da morfometria
testicular de coelhos alimentados com dietas simplificadas à base de forragens. Foram
utilizados testículos de 15 coelhos com 8-9 meses de idade e cinco repetições por
tratamento. Os resultados para diâmetro tubular e altura do epitélio foram 225,78 µm2
e 80,81 µm, respectivamente, para os animais alimentados com dieta de feno de
alfafa. Para coelhos alimentados com dieta com rama de mandioca, os resultados para
diâmetro tubular e altura do epitélio foram 208,57 µm2 e 65,46 µm, respectivamente.
Os animais que consumiram dieta à base de feno de mandioca apresentaram um
desenvolvimento tubular inferior, quando comparados com os animais da dieta
referência e da dieta à base de feno de alfafa, nos parâmetros diâmetro tubular e
altura do epitélio seminífero.

Palavras-chave: Feno de alfafa, feno de rama de mandioca, desempenho,


digestibilidade, qualidade de sêmen, morfometria testicular
ABSTRACT

SIMPLIFIED DIETS IN FEEDING RABBITS AND THEIR REPRODUCTION AND


PRODUCTION EFFECTS

Four experiments were carried out to evaluate the use of simplified diets the based on
forages for rabbits. All experiments were distributed in a randomized design with three
treatments (a reference diet and two simplified diets - one containing alfalfa hay and
containing cassava upper third foliage hay). In digestibility assay, 45 New Zealand
white rabbits 50 days old were distributed in a randomized design with three treatments
and 15 replicates. The digestibility coefficients of the dry matter, crude protein and
gross energy were 50.56%, 73.29%, and 50.59% for the diet containing alfalfa hay and
29.64%, 46.96%, and 24.52% for simplified diet containing cassava upper third foliage
hay. In the performance experiment 90 New Zealand white rabbits from 35 to 70 days
of age, were used in a randomized design with three treatments and 30 replicates.
Considering the total experimental period (35 from 70 days) the results showed that
simplified diets were inferior to the reference diet. Another assay was carried out to
evaluate the use of simplified diets the based on forages for semen quality of rabbits.
Thirty-three New Zealand rabbits with 7-8 months old were used and 11 replicates. The
results for volume, vigor and concentration were, respectively, 0.56 mL, 3.14 and
194.82x106 spermatozoa/mL for the animals fed with alfalfa hay. The results for rabbits
fed with diet with upper third part of foliage cassava hay were 0.34 mL, 2.27 and
142.94x106 spermatozoa/mL (volume, vigor and concentration, respectively). It didn`t
have statistical differences between the treatments for aspects related to the
espermatozoa morphology. The animals that had consumed upper third part of foliage
cassava hay diet had presented inferior quality of semen when compared with the
animals of the diet reference and the diet with the alfalfa hay base. An experiment was
carried to evaluate the use of simplified diets the based on forages on rabbits`
testicular morphometry. Fifteen New Zealand rabbits` testicles with 8-9 months old
were used and five replicates. The animals had been fed with its respective diets since
30 days old. The results for tubular diameter and height of seminiferous epithelium
were 225.78 µm2 e 80.81 µm, respectively, for the animals fed with alfalfa hay. The
results for rabbits fed with diet with upper third part of foliage cassava hay were 208.57
µm2 e 65.46 µm for tubular diameter and height of seminiferous epithelium,
respectively. The animals that had consumed upper third part of foliage cassava hay
diet had presented an inferior tubular development, when compared with the animals of
the diet reference and the diet with the alfalfa hay base, in the parameters tubular
diameter and height of seminiferous epithelium.

Key Words: Alfalfa hay, cassava foliage hay, digestibility, performance, semen
quality, testicular morphometry
1 INTRODUÇÃO GERAL maior número de fêmeas para cada
macho reprodutor (seja monta natural,
seja inseminação artificial), forma a
A alimentação dos animais criados de base da dinâmica reprodutiva na
modo intensivo pode representar até criação intensiva de animais.
70% do custo de produção destes
Diante dos aspectos mencionados, o
animais. Assim sendo, o estudo dos
presente trabalho propôs um estudo
alimentos constituintes das dietas dos
sobre a utilização de dietas
animais é um processo fundamental
simplificadas à base de forragens para
para que se tenham resultados
coelhos. No capitulo 1 fez-se uma
desejados na produção animal. Definir
revisão de literatura sobre o assunto.
o conteúdo de nutrientes efetivamente
Foram abordados alguns tópicos
disponíveis na alimentação animal,
relacionados a aspectos nutricionais da
bem como apontar alimentos
alimentação e nutrição de coelhos,
alternativos que não compitam com
composição, avaliação e aplicação das
alimentos utilizados na dieta humana
forragens utilizadas na elaboração das
têm sido o foco dos estudos e
dietas componentes do trabalho, além
pesquisas na área da nutrição animal
dos aspectos reprodutivos de coelhos
nos últimos anos. Pesquisas vêm
machos. No capítulo 2 avaliou-se a
sendo desenvolvidas para melhorar as
digestibilidade e o desempenho de
avaliações químicas e os ensaios de
coelhos submetidos aos tratamentos
laboratório dos princípios nutritivos dos
das dietas simplificadas. No capítulo 3
alimentos objetivando a transformação
foram avaliados aspectos reprodutivos
de matérias primas em produtos que
relacionados ao sêmen de coelhos
forneçam proteína de origem animal
submetidos às mesmas dietas
seguros ao uso humano e de qualidade
simplificadas. No capítulo 4, abordou-
superior (Herrera, 2003). O estudo da
se, em nível histológico, a formação e
alimentação e nutrição de coelhos não
composição dos túbulos seminíferos
é exceção a este panorama. Algumas
dos testículos dos coelhos submetidos
preocupações têm definido as dietas
aos tratamentos dietéticos em questão.
atuais para coelhos. É o caso do bem
estar dos animais, bem como sua
saúde intestinal; o uso de produtos
integrados ao modelo de
sustentabilidade ambiental, além da
simplificação dos sistemas de
alimentação (De Blas et al., 1998;
Xiccato, 1999, Pascual et al., 2000).
Associado a estas preocupações, está
o fato de que a redução no custo da
alimentação dos animais tem grande
importância na viabilização da
cunicultura (Michelan, 2004).
Não obstante, a eficiência reprodutiva
dos animais é outro fator de relevância
na produção animal. Um maior número
de animais nascidos por fêmea em um
determinado espaço de tempo e um
2 REVISÃO DE LITERATURA eliminação nas fezes (Lang, 1981; De
Blas, 1984; Cheeke, 1987; Fraga et al.,
1991).
2.1 Fisiologia da digestão dos
A quantidade de cecotrofos produzida
coelhos
varia de acordo com alguns fatores,
tais como: indivíduo, idade do animal,
Os coelhos possuem um sistema quantidade e composição do alimento,
digestivo peculiar e são considerados podendo alcançar 18% em média da
animais herbívoros de ceco funcional e matéria seca ingerida por dia (Fraga et
praticantes da cecotrofia, ou seja, al., 1991; Gomes e Ferreira, 1997).
processo de excreção seletiva da fibra Outros fatores também podem
mais lignificada e atividade microbiana influenciar no consumo de cecotrofos,
simbiótica, utilizando os produtos da entre eles a iluminação, regularidade
fermentação e os próprios corpos das operações diárias de manejo, a
bacterianos incorporados aos densidade populacional e o ciclo
cecotrofos. O ceco, em constante circadiano do animal. Os animais
movimento, mistura seu conteúdo com adultos ingerem mais cecotrofos
rápidas contrações de fluxo e refluxo durante a noite e os jovens com uma
ao longo do segmento do cólon distribuição regular durante o dia. Os
proximal, onde há separação mecânica processos fisiológicos como a lactação
de partículas grandes e pequenas. As pode também alterar este consumo. É
partículas fibrosas tendem a ficarem evidente que a fonte comum para os
acumuladas no lúmen (>0,3mm), dois tipos de fezes é o material cecal,
enquanto as partículas solúveis e no entanto, além de diferenças no
fluídas (<0,3mm) tendem a circular aspecto externo (tamanho, forma e
pelas contrações das haustras, que são consistência), apresentam
saculações formadas pelo arranjo de composições claramente distintas,
fibras musculares, movendo o material especialmente nos teores de fibra,
de uma forma retrógrada para o ceco. proteína, minerais e água (Ferreira,
Quanto maior o tamanho de partícula 1994) (tabela 1).
ou lignificação da fibra, mais rápida é a
Tabela 1 - Composição das fezes duras e cecotrofos (valores médios e faixa de
variação)*

Componentes Fezes duras Cecotrofos

603 (464-671) 349 (276-427)


Matéria seca (g/kg)
126 (54-189) 289 (218-427)
Proteína Bruta (g/kg - MS)
322 (194-428) 184 (131-276)
Fibra Bruta (g/kg – MS)
90 (77-167) 125 (95-168)
Cinzas (g/kg – MS)
45 120
Na+ (mmol/kg MS)
95 280
K+ (mmol/kg MS)
10 110
PO2- (g/kg MS)
39,7 139,1

*Adaptado de Santomá et al. (1989)

Portanto, a cecotrofia consiste na partículas no ceco – cólon (Lang, 1981;


“reingestão” do conteúdo cecal, Proto, 1984).
contendo maiores níveis de proteína e
Os cecotrofos são tomados
água e menores níveis de fibra do que
diretamente do ânus e deglutidos
as fezes, diferindo na forma física e
íntegros, sem ocorrência de
processo de formação. É uma
mastigação. Estes não se misturam ao
estratégia advinda de necessidades
conteúdo estomacal e permanecem no
elevadas a serem supridas apenas com
estômago até que a camada de muco
alimentos fibrosos. É, naturalmente,
se desintegre. O pH interno do
limitada pela capacidade e velocidade
cecotrofo é mantido entre 6,0 e 6,5
de trânsito no TGI (trato
devido a um sistema tampão, enquanto
gastrointestinal) (Cheeke, 1987).
o pH do conteúdo estomacal gira em
As composições das fezes e cecotrofos torno de 1,0 a 1,5. Durante este
são influenciadas pela dieta, pois o uso período as bactérias continuam
de alimentos fibrosos aumenta a fermentando os carboidratos. Após a
participação da fibra em ambos, na desintegração da camada de muco
mesma proporção, sendo que os seguem-se os processos de digestão
cecotrofos contêm, em média, 60% do normais. Não está bem definido como
conteúdo de fibra das fezes (De Blas, os coelhos distinguem as fezes duras
1984). A composição química dos dos cecotrofos, entretanto existem
cecotrofos apresenta alto nível de sugestões de relações com presenças
proteína, aminoácidos essenciais, de neuromotores anais e quantidade de
ácidos graxos voláteis e vitaminas ácidos graxos voláteis no material fecal
hidrossolúveis, mas menores níveis de mole, uma vez que estes possuem um
fibra do que as fezes duras resultantes odor característico que serviria de
do processo fisiológico de seleção de estímulo ao consumo (De Blas, 1984).
2.2 Importância da fibra na 2.2.1 Conceito de Fibra dietética
elaboração de dietas para
coelhos
O conceito de fibra dietética tem sido
periodicamente revisado e se estende
Algumas características ligadas ao aos estudos relacionados à nutrição
processo fisiológico da digestão humana e aos demais mamíferos
microbiana, associadas à anatomia (Hispley,1953; Burkitt et al., 1972;
cecal dos coelhos, permitem a Trowell, 1974; De Viries e Rader,
utilização de quantidades significativas 2005), se define como os componentes
de alimentos volumosos nas dietas dos do alimento resistentes à degradação
coelhos, participando em média, de por enzimas dos mamíferos e a
30% a 50% das dietas comumente absorção no intestino, podendo ser
elaboradas (Cheeke (1987); fermentados de modo parcial ou total
Fernandéz-Carmona et al., 1998). no trato intestinal.
Estas quantidades de alimentos
volumosos suprem as exigências
nutricionais em fibra e regulam o 2.2.2 Composição da Fibra
trânsito da digesta pelo intestino dos
coelhos, prevenindo diarréias (Laplace,
1978). Devido aos altos níveis de Os constituintes da parede celular das
forragens (alimentos volumosos) e, plantas formam o que se considera a
conseqüentemente, à grande fibra presente nestas plantas
quantidade de fibra que constituem as (alimentos). Os polissacarídeos que
dietas para coelhos, é de suma formam a estrutura da parede celular
relevância a elaboração de métodos das plantas são polímeros de pentoses
precisos e de aplicabilidade simples (arabinose e xilose) e hexoses (glicose,
para avaliação de fibra nos alimentos, frutose e galactose). Estas unidades
buscando resultados mais homogêneos básicas combinadas dão origem a dois
entre os laboratórios de avaliação de grupos principais, β-glicanos (celuose)
alimentos (Carabaño et al., 1997). As e heteroglicanos (pectinas e
primeiras recomendações hemiceluloses), são também chamados
metodológicas para ensaios de de polissacarídeos não amiláceos.
digestibilidade aparente em coelhos, Estes carboidratos, juntamente com as
foram publicadas por Pérez et al. ligninas (polímeros aromáticos de
(1996), o que representou um grande ésteres fenólicos) formam as frações
passo para obtenção de métodos e principais da fibra; parte do alimento
técnicas padronizadas para avaliação que não pode ser digerida pelas
nutritiva dos alimentos. Ferreira et al. enzimas digestivas dos animais, mas
(1995) reuniram dados brasileiros são susceptíveis à degradação
sobre procedimentos experimentais e microbiana no intestino. Assim sendo, a
predição do valor nutritivo dos fibra dietética (parede celular vegetal),
alimentos. Verificaram que as é constituída, quimicamente, de
informações sobre alimentos como polissacarídeos estruturais fibrosos
feno de alfafa, farelo de trigo, farelo de como celulose e hemiceluloses
soja e milho, comumente usados no (associados a substâncias pécticas),
Brasil e na Europa, apresentavam além de substâncias como ligninas,
valores semelhantes nas tabelas sílica, ácido fítico, cutina e taninos
européias. (Saliba et al., 2000).
A parede celular vegetal é, fisicamente, são fatores macromoleculares
dividida em três porções estruturais intrínsecos à celulose e também
básicas: interferem na ação microbiana, tanto
em ruminantes como em não
• Lamela média
ruminantes (Van Soest, 1994; Brett e
• Parede primária Waldron, 1996, citados por Arruda et al,
• Parede secundária 2003).

A lamela média forma um cimento


vegetal contínuo (pectina); a parede  Hemiceluloses
primária é formada por uma massa
amorfa de hemiceluloses e substâncias
pécticas, onde estão dispersas As hemiceluloses são
moléculas de celulose. Já a parede heteropolissacarídeos de estrutura
secundária é constituída de celulose, complexa e heterogênea, com grau de
hemiceluloses e ligninas. Com o polimerização inferior à celulose. São
desenvolvimento da planta e sua unidas por ligações glicosídicas e
maturação, observa-se um processo de açúcares residuais como xilose,
lignificação. Esta lignificação resulta no arabinose, glicose, manose, galactose,
espessamento da parede secundária e e ácido glicurônico. São classificadas
confere a esta, uma resistência à ação como pentanos, contendo polímeros de
das bactérias no intestino do animal. D-xilose unidos por ligações β-1,4
contendo cadeias laterais curtas de
arabinose, ácido glicurônico, galactose
 Celulose e glicose (xilanos); ou contendo
resíduos de galactose unidos por
ligações β-1,3 e β-1,6 cujas cadeias
As celuloses são polissacarídeos de laterais são formadas por arabinose. As
peso molecular alto, cadeia linear e alto hemiceluloses também são
grau de polimerização das unidades D- classificadas em hexanos contendo
glicose (ligações do tipo β-1,4 e β-1,6). predominantemente glicose e manose
Possuem configuração alongada e unidas por ligações β-1,4 (mananos),
agregam-se lado a lado, formando polímeros compostos de resíduos de
microfibrilas insolúveis unidas por glicose unidos por ligações β-1,3 e β-
fortes ligações inter e intramoleculares 1,4 (b-glicanos) que se diferenciam da
como pontes de hidrogênio, celulose pela solubilidade em meio
impregnada por uma matriz de alcalino, e os polímeros compostos por
propriedades cimentantes que formam unidades de glicopiranose unidas por
uma rede fibrilar cristalina, geralmente ligações β-1,4 contendo cadeias
associada à lignina, apresentando-se laterais de xilanopiranose unidas por
insolúvel em meio alcalino e solúvel em ligações β-1,6 (xiloglicanos). Em
meio ácido. A intensidade de leguminosas foram verificadas
degradação microbiana da parede ramificações com galactose e frutose
celular vegetal é determinada pela (Van Soest, 1985; Hatfield, 1989; Jung,
relação ligninas/celulose, condicionada 1989; Brett e Waldron, 1996 citados por
também, por outras substâncias Arruda et al., 2003).
incrustantes como sílica e cutina
(Saliba et al., 2000). A cristalinidade e
especificidades das ligações químicas
 Pectinas aromática e muito complexas, fazendo
parte da lamela média e parede celular
dos vegetais. As ligninas constituiem-
As pectinas são polímeros do ácido se de polímeros condensados de
1,4-β D-galacturônico que se diferentes álcoois fenilpropanóide, p-
encontram principalmente na lamela cumárico, coniferílico e o sinapílico,
média e na parede primária da célula além do ácido ferúlico, unidos por
vegetal, atua como elemento ligações do tipo éter ou ligações
“cimentante” entre membranas das covalentes entre os núcleos
células vegetais. A cadeia helicoidal de benzênicos, ou aliados aos radicais
ácidos galacturônicos está associada propano.
com arabinoxilanos e galactomananos,
A proporção destes componentes é
sendo que os grupamentos ácidos
irregular entre as plantas, e estão
estão geralmente combinados com sais
presentes em maior proporção na
de cálcio e metil-ésteres. As pectinas
parede celular secundária, cuja
diferem das moléculas amiláceas pela
principal função é de suporte estrutural
posição da ligação no carbono 4, não
e de resistência física às plantas. As
sendo atacadas pelas amilases, porém,
ligninas estão presentes em pequenas
são susceptíveis a ação microbiana. As
quantidades em forragens tenras ou
pectinas são mais abundantes em
jovens, tendendo a aumentar em
leguminosas do que em gramíneas, e
função do estado de maturação das
estão presentes em concentrações
plantas e do ambiente em que se
significativas em certos subprodutos ou
desenvolvem, assim como subprodutos
resíduos agro-industriais como as
agrícolas que incluem talos, cascas e
polpas de citros e de beterraba
palhas (Hatfield (1989); Jung (1989).
(Ferreira, 1994; Van Soest et al., 1991;
Devido as característica de
Van Soest, 1994).
indigestibilidade das ligninas e seus
efeitos sobre a digestão da parede
 Ligninas celular e dos demais nutrientes, deve-
se estar atento às diferenças
intrínsecas de suas composições, à
A palavra lignina vem do latim lignum, complexação com outros compostos e
que significa madeira. É um dos a precisão de suas mensurações. No
principais componentes dos tecidos caso das gramíneas, ocorrem ligações
das gimnospermas e angiospermas. ésteres entre os grupos ácidos das
Tem um papel importante no transporte ligninas e xilanos, enquanto nas
de água, nutrientes e metabólitos, além leguminosas, ocorrem ligações
de ser responsável pela resistência glicosídicas entre grupos álcoois das
mecânica de vegetais e proteção ligninas, indicando que estas
contra microorganismos. Vegetais diferenças são importantes para a
primitivos como fungos, liquens e compreensão da degradação dos
algas, não são lignificados (Fengel e componentes fibrosos (Ferreira, 1994;
Wegener, 1984, citados por Saliba et Brett e Waldron, 1996, citados por
al., 2000). Arruda et al., 2003).
Em estudos realizados há décadas, foi
possível constatar o interesse cientifico
e econômico das ligninas. São
substâncias amorfas, de natureza
 Outros compostos 2.2.3 Métodos de avaliação de fibra
nos alimentos

Na parede celular estão presentes


outros compostos que podem ou não A estimação indireta da fibra dietética
estar associados aos polissacarídeos pode ser realizada por diferentes
estruturais, e ainda que em metodologias (revisadas por Bach
quantidades minoritárias, podem ter um Knudsen, 2001 e Mertens, 2003), onde
efeito significativo sobre a capacidade os constituintes não fibrosos são
digestiva. A sílica constitui-se em um extraídos por meio de solubilização
destes componentes, com função com soluções químicas, hidrolisados
estrutural com as ligninas. Outro enzimaticamente ou uma combinação
componente relevante refere-se à de ambos os procedimentos. Uma vez
cutina, substância de natureza lipídica isolado, o resíduo de fibra pode ser
que se deposita nas células com medido gravimetricamente, pesando o
função protetora dos tecidos, cera resíduo ou, quimicamente,
cuticular e frações polimerizadas (hidrolisando o resíduo e medindo os
associados às ligninas, cuja proporção componentes individuais: açúcares e
é amplamente variável entre as ligninas) (Carabaño et al., 1997). Pode
espécies vegetais. Os taninos por sua ser feito por três métodos: químico-
vez, são polímeros fenólicos de alto gravimétrico, enzimático-gravimétrico e
peso molecular, formando complexos enzimático-químico. Desta maneira se
estáveis com as proteínas. São pode quantificar a fibra dietética total
classificados em dois grupos: taninos (polissacarídeos não amiláceos e
hidrolisáveis e condensados. Os lignina) e fracioná-la em “fibra solúvel”
taninos condensados tendem a diminuir e “fibra insolúvel” em água, assim como
o valor nutricional dos alimentos pelos obter sua composição de
efeitos deletérios devido à inibição das monossacarídeos. A combinação da
enzimas digestivas, tais como as quantificação dos monossacarídeos
tripsinas, as amilases e as lipases, com a informação química
além de impacto negativo sobre a complementar pode permitir descrever
microflora simbiótica dos animais. Os melhor a estrutura da fibra em questão
taninos hidrolisáveis, em função da (Carabaño et al., 1997). Vale ressaltar
acidez gástrica, liberam a cadeia que estes métodos de identificação dos
peptídica e expõe seus sítios de monossacarídeos são complexos,
hidrólise. As substâncias terpenóides caros e pouco práticos, portanto,
de maior importância nutricional são as difíceis de ser implementados como
saponinas, destacando-se em rotina em laboratórios avaliadores de
leguminosas como alfafa pelo efeito alimentos (Carabaño et al., 1997).
hipocolesterolêmico sobre os coelhos
Uma das metodologias mais
(Eastwood, 1992; Ferreira, 1994; Brett
empregadas para a determinação da
e Waldron, 1996).
porção fibrosa do alimento é o "Método
de Weende" ou Fibra Bruta (FB), mas
esta metodologia subestima a
mensuração da fibra uma vez que
quantidades de celulose, hemiceluloses
e ligninas são perdidas durante o
ataque dos ácidos e álcalis. Esta
subestimação tende a variar econômico. Apesar destas vantagens,
quantitativamente de acordo com a o método de FDN pode ser criticado
composição da parede celular dos por sua variabilidade de resultados
alimentos. Outros métodos têm sido entre laboratórios (Xiccato et al., 1999).
mais eficientes neste sentido, como o Isto se deve, em parte, às diferentes
uso de detergentes (Método de Van maneiras de se realizar as análises e
Soest), pelo qual é determinada a sua variada metodologia existente (Van
fração fibra detergente neutro (FDN), Soest e Wine, 1967; Robertson e Van
constituída basicamente de celulose, Soest, 1980; Mertens, 2002) e às
hemiceluloses e ligninas, e a fração diferentes adaptações das mesmas,
fibra detergente ácido (FDA) utilizadas pelos diferentes laboratórios.
constituída de celulose e ligninas e
Outros métodos, como FDA e FB, são
podendo conter pectinas em
usados também, mas além de não
quantidades variadas. Outras técnicas,
cumprirem com as definições de fibra
como a espectrofotometria de massa,
dietética insolúvel mencionada
também têm sido utilizadas na
anteriormente, podem solubilizar
determinação da fibra na dieta
hemiceluloses e conter pectinas no
(Carabaño et al., 1997).
resíduo, suas frações encontradas
podem não explicar alguns efeitos que
a fibra exerce sobre o trato
2.2.4 Avaliação da fibra para dieta de
gastrointestinal do animal. Por outro
coelhos
lado, estes métodos têm demonstrado
importância para pré-dizer o valor
Existem definições alternativas no que energético dos alimentos em dietas
diz respeito à fibra que a relaciona com para coelhos e demonstram uma
fisiologia do animal. Mertens (2003) reprodutividade similar ou melhor que a
propõe a definição de fibra dietética do FDN, entre os laboratórios
insolúvel para os animais herbívoros, (Carabaño et al.,1997).
considerando suas particularidades Retore et al. (2008) verificaram que a
digestivas, já que esta condiciona a qualidade da fibra é tão ou mais
digestibilidade a e velocidade de importante que a quantidade
trânsito da digesta nos mesmos. adicionada na dieta para coelhos.
A fibra dietética insolúvel se define Trabalharam com alfafa (15%), farelo
como a fração orgânica do alimento de linhaça (18,02%) e polpa cítrica
que é indigestível (ligninas) ou (20%); foram utilizados 24 coelhos,
lentamente digestível (hemiceluloses e com 40 dias de idade e divididos em
celulose) e que ocupa espaço no trato três tratamentos. Observaram que o
gastrointestinal. Esta definição aceita FDN não diferia entre as dietas, porém
que dentro da definição de fibra se a dieta com farelo de linhaça
incluam constituintes que não apresentou resultados mais baixo que
provenham do reino vegetal, e as demais, afetando negativamente o
inclusive, polissacarídeos solúveis e/ou desempenho dos animais que a
rapidamente fermentáveis (pectinas e consumiram durante o experimento.
frutanos). A quantificação da fibra Isto ocorreu, provavelmente, pela alta
insolúvel se realiza mediante a análise capacidade de hidratação da fibra
de FDN de Van Soest, que é um solúvel contida nesta dieta. De acordo
método mais sensível, rápido e com De Blas e Wiseman (1998), a
habilidade de hidratação da fibra de
uma dieta aumenta a viscosidade da 2.2.5 Exigências de fibra e inclusão
digesta e diminui a digestibilidade dos na dieta
nutrientes desta digesta, dificultando a
ação das enzimas digestivas e a
difusão das substancias ligadas ao Os coelhos necessitam de um mínimo
processo digestivo. Este fato já fora de fibra indigestível na dieta para
reportado para aves e suínos também, manter os processos fisiológicos
afetando negativamente o desempenho normais. No entanto estes valores não
destas espécies quando se utiliza devem exceder a um nível no qual se
linhaça ou seus sub-produtos na limitaria o aporte de outros nutrientes
elaboração de suas dietas (Ortiz et al., na dieta. Devem ser observados,
2001; Santos et al., 2005). Os portanto, os limites mínimos e máximos
resultados mostraram que a qualidade da fibra na ração, levando-se em conta
da fibra requer muita atenção, pois está que a variação do conteúdo de fibra
ligada diretamente ao desempenho dos implica em flutuações nos valores de
animais. proteína e energia. Supõe-se que um
mínimo de 13 % de fibra bruta ou 17,5
Independentemente do sistema ou
% de fibra detergente ácido, ou um
metodologia escolhidos para a
máximo de 17,5 % de fibra bruta ou 23
quantificação e qualificação da fibra na
% de fibra detergente ácido, sobre a
elaboração de dietas para coelhos, é
matéria natural, seriam recomendados.
muito importante estar atento à sua
Também é importante observar os
inclusão nas dietas, respeitando as
requisitos com relação à idade ou
exigências do animal. A fibra tem papel
processos fisiológicos (animais em
importante na velocidade de passagem
engorda, em período de desmame e
da digesta pelo trato digestivo do
gestação e lactação das coelhas
coelho; fornece relativa quantidade de
reprodutoras). A tabela 2 mostra
energia pela sua fermentação pela
sugestões de alguns autores para
biota cecal dos animais, além de ser
diferentes categorias de animais e
parâmetro para inclusão de outros
diferentes parâmetros para o teor de
nutrientes na dieta, como por exemplo,
fibra.
a energia (Carabaño et al., 1997).
Tabela 2 - Limite de fibra sugerido para elaboração de dietas para coelhos*

COELHAS COELHOS PÓS- COELHOS EM


FIBRA
REPRODUTORAS DESMAMA ENGORDA

FB - -
11,5-12,5 (3)

FDA >17 (1)


15-16 (3) >19 (1)

FDN >27 (1)


33-37 (3) >31 (1)

>4 (2) >5,5 (1)


LDA >5 (1)
4,5-5 (3) >4,5 (2)

1: Gidenne et al., 2001; 2: Carabaño et al., 1997; 3: Xiccato et al., 1996.


*Adaptado de Martín (2002)

2.2.6 Digestibilidade das fontes de conforme a fonte de fibra utilizada


fibra para coelhos (Pérez et al., 1996). Cheeke (1987)
sugere que alimentos com altos teores
de lignina, normalmente, apresentam
O valor nutritivo do alimento não valores de digestibilidade de matéria
depende somente da quantidade de seca inferiores a 15%, já alimentos não
nutrientes que ele contém e de sua lignificados, apresentam valores acima
composição química, mas também, da de 60%. A origem botânica da fibra
disponibilidade destes nutrientes para o pode influenciar a digestão e a
animal; é importante saber o quanto o atividade microbiana cecal (Gidenne,
animal irá absorver e metabolizar dos 2000). Uma quantidade mínima de FDA
nutrientes contidos nos alimentos em dietas para coelhos em crescimento
ingeridos. Assim sendo, os ensaios de faz-se necessária para diminuir
digestibilidade são de extrema desordens digestivas e mortalidade
relevância na avaliação de alimentos (Gidenne, 2000). Em contrapartida,
ou dietas. Richards et al. (1962) foram excesso de lignina na dieta pode
os pioneiros nos estudos referentes à provocar redução da digestibilidade da
digestibilidade aparente de alimentos dieta, causada pela diminuição no
nos coelhos. Pérez et al. (1996) tempo de retenção da digesta no trato
exerceram grande influência no digestivo (Gidenne, 2000).
aperfeiçoamento e na padronização na
metodologia dos ensaios de
digestibilidade. O coeficiente de
digestibilidade do material fibroso para
coelhos, mesmo sendo mais baixo que
os outros nutrientes, varia muito
2.3 Dietas simplificadas à base de devido sua composição bromatológica
forragens (Honda e Honda, 1999).
O feno de alfafa é o produto obtido da
alfafa, constituído da parte aérea da
Outro fator importante a ser
planta, submetida à desidratação
considerado em relação às forragens
natural ou artificial (Compêndio...,
nas dietas para coelhos, é a busca de
1998). É a forragem mais utilizada
matérias primas alternativas que
como fonte de fibra na elaboração de
forneçam a quantidade e a qualidade
dietas para coelhos, podendo chegar a
de fibra necessária para a elaboração
50% de inclusão em dietas comercias.
de dietas devidamente balanceadas e
Tem como principal entrave de
equilibradas para os coelhos. Matérias-
utilização como alimento único, o fato
primas que, quando utilizadas,
de apresentar valores energéticos
reduzam o custo de produção e
baixos (Martinez, 1984) com índices de
viabilizem o sistema de produção.
energia digestível (ED) variando de
Dentro deste contexto, surge a idéia de
1529,6 kcal/kg MS até 2868 kcal/kg
dietas simplificadas, que busca
MS. Já os níveis de proteína bruta (PB)
incorporar uma máxima quantidade de
no feno de alfafa apresentam valores
uma determinada forragem na
que atendem as exigências dos
elaboração de dietas. Dietas com
coelhos, segundo diferentes autores
grande quantidade de forragem têm
(Lebas, 1987; Pérez, 1994; García et
como principal problema os baixos
al., 1995; Fernández-Carmona et al.,
teores de energia, aminoácidos
1996, Pascual et al., 2000; Herrera,
limitantes e desbalanceamento mineral.
2003; Machado et al., 2007).
Quando se pensa em simplificar dietas
para coelhos à base de forragens, a Fernández-Carmona et al. (1998)
suplementação destes princípios salientam que a alfafa apresenta
nutritivos faz-se necessária até, deficiência de aminoácidos como
minimamente, equilibrá-los (Fernández- metionina, arginina e histidina, além de
Carmona et al. 1998, Martínez-Aispuro baixos teores de fósforo e sódio e
et al., 1998, Pascual et al., 2000). excesso de cálcio.
Martinez-Aispuro et al. (1998) testaram
dietas para coelhos em crescimento
2.3.1 Alfafa
baseadas em forragens (73% alfafa +
19% de quikuio), suplementadas ou
A alfafa (Medicago sativa) é uma planta não com aminoácidos sintéticos.
da família das leguminosas. Concluíram que o ganho de peso diário
Largamente utilizada na alimentação e a idade de abate foram similares
animal, principalmente coelhos e tanto para dietas experimentais quanto
cavalos, a alfafa possui grande para a dieta controle. Observaram
qualidades nutritivas, sendo conhecida também que o consumo de alimento e
como a “Rainha das leguminosas” a conversão alimentar foram melhores
(Honda e Honda, 1999). De fato a nos animais que consumiram a dieta
alfafa reúne qualidades nutritivas para controle. Conforme os autores, a
coelhos, que exploram sua porção suplementação com aminoácidos
fibrosa de difícil superação em relação sintéticos pode ser uma alternativa
à qualidade (Ferreira et al., 1995). É para melhora de rendimento e maior
uma planta exigente quanto ao solo
consumo dos animais em dietas com simplificadas em relação à dieta
grande quantidade de forragens. controle. As fêmeas que consumiram a
dieta com 96% de alfafa apresentaram
Fernández-Carmona et al. (1998)
uma menor produção de leite e menor
trabalharam com dietas simplificadas,
ganho de peso da ninhada quando
sendo uma com 96% de alfafa e outra
comparada às outras duas dietas.
com 88,1% de alfafa e 8,9% de gordura
animal, além da dieta controle. Foram Pascual et al. (2002) trabalharam com
avaliados coelhos em crescimento dos fêmeas dos 70 dias de idade até a
35 aos 70 dias de idade. Verificaram primeira parição. Elaboraram um
que as dietas simplificadas programa de alimentação baseado na
proporcionam taxas de crescimento inclusão de fibra, elaborando uma dieta
adequadas, além de haver uma com 96% de feno de alfafa.
redução na mortalidade dos animais Observaram que as fêmeas que
em comparação à dieta controle. receberam a dieta controle, neste
período, foram mais precoces que as
Herrera (2003) trabalhou com várias
que receberam a dieta à base de alfafa.
dietas simplificadas e avaliou o tempo
Houve maior ingestão de alimentos e
para que os coelhos atingissem o peso
maior produção de leite por parte das
mínimo para o abate. Os animais que
fêmeas que receberam a dieta a base
consumiram as dietas simplificadas
de alfafa, além de desmamarem
tiveram um menor ritmo de crescimento
ninhadas mais pesadas. Mantiveram o
e, conseqüentemente, maior gasto da
programa alimentar até a segunda
dieta para atingirem o peso de abate. A
parição e não observaram diferença
dieta à base de feno de alfafa não
entre os tratamentos em relação ao
conseguiu satisfazer as necessidades
intervalo entre partos.
dos coelhos para sustentar o
crescimento esperado. As dietas à Machado (2006) avaliou o desempenho
base de feno de folha de amoreira e reprodutivo de fêmeas que consumiram
feno de rami proporcionaram dieta à base de feno de alfafa e dieta
resultados abaixo do esperado, com controle. As fêmeas que consumiram
baixo crescimento dos animais e alta dieta controle apresentaram melhores
mortalidade. As dietas feitas à base de resultados no aspecto reprodutivo, com
feno de folhas do terço superior de maior número de láparos nascidos e
rama de mandioca apareceram como desmamados.
boa alternativa para redução no custo
da dieta, mesmo retardando em alguns
dias a meta de peso para abate. 2.3.2 Mandioca
Outros ensaios avaliaram o
desempenho reprodutivo de coelhas A mandioca (Manihot esculenta) é uma
que foram submetidas a dietas planta originaria da America do Sul,
simplificadas. Em um ensaio realizado sendo uma das principais culturas em
por Fernández-Carmona (2000) foram todos os estados do Brasil. A mandioca
estudadas duas dietas baseadas em e cultivada em diferentes sistemas de
alfafa (96% de alfafa e 92% de alfafa + produção, desde cultivos de
5% de gordura) e uma dieta controle subsistência com baixo nível
para coelhas reprodutoras submetidas tecnológico e de produtividade,
a um estresse calórico. Os autores principalmente nas regiões Norte e
observaram maior consumo das dietas Nordeste, até em produções em larga
escala como nas regiões Sul, Sudeste folhas (Butolo, 2002). Este autor
e Centro-Oeste (Folegatti et al., 2005). salienta o fato do Brasil possuir
O Brasil é o segundo maior produtor grandes quantidades de rama de
mundial de mandioca, produzindo em mandioca para serem utilizadas na
2002, mais de 23 milhões de toneladas alimentação animal. Devido a este fato
(Chuzel et al., 1995; Giraud et al., e à necessidade de se buscar matérias
1995; FAOSTAT..., 2003). primas alternativas para alimentação
animal, vários trabalhos têm buscado a
A utilização da mandioca como matéria
viabilização da utilização de rama de
prima na alimentação animal se
mandioca para este fim.
concentra em três formas práticas de
manejo da planta da mandioca: o Coll et al. (1997) avaliaram a parte
fornecimento da raiz e da parte aérea aérea da mandioca na alimentação de
ao natural, a formação de silagem suínos em crescimento-terminação.
usando simultaneamente a raiz e a Observaram que este alimento pode
parte aérea e o preparo de feno do substituir em até 30% o milho na
terço superior da planta e de raspa elaboração da dieta nesta fase.
seca de raiz (Ludke et al., 2005).
Trabalhando com frangos de corte,
A parte aérea, forragem ou rama de Silva et al. (2000) utilizaram farinha das
mandioca, é toda a parte que está folhas de mandioca e concluíram que
acima do solo. É composta de hastes e este sub-produto apresentou valores
folhas, sendo que a porcentagem nutricionais que permitiam sua
destes constituintes varia em função do utilização na elaboração de dietas para
crescimento vegetativo, época do ano e esta espécie.
variedade, determinando um material
Da Graça et al. (2001) trabalharam com
de maior ou menor valor nutritivo
dietas de feno de rama de mandioca,
(Michelan, 2004). Quando fornecida na
feno de alfafa e feno de Tifton.
forma de feno, farelo ou silagem, a
Concluíram que feno de rama de
parte aérea não apresenta perigo de
mandioca, apesar de apresentar
toxidez aos animais (Carvalho, 1986,
valores de digestibilidade inferiores aos
citado por Michelan, 2004).
outros fenos, é uma opção para dietas
A composição química do feno do terço para eqüinos em crescimento.
superior da rama de mandioca varia de
Scapinello et al. (1999) realizaram um
acordo com o cultivar, idade da planta
ensaio no qual foi determinado o valor
e local (Oliveira, 1984). As folhas,
nutritivo do feno de rama de mandioca
apresentam uma composição química,
para coelhos em crescimento.
que varia na base seca, de 16% a 28%
Utilizaram a metodologia de
de PB (proteína bruta), de 7,5% a 15%
substituição de uma dieta referência
de EE (extrato etéreo), de 40% a 45 %
em 30% de matéria seca e obtiveram
de carboidratos solúveis e de 9% a
coeficientes de digestibilidade aparente
15% de FB. Normalmente apresentam
da matéria orgânica, PB e energia, os
baixa concentração de minerais e altas
seguintes valores: 41,95%, 43,72% e
concentrações de vitaminas A e C. já
36,63%, respectivamente.
as hastes, apresentam valor nutritivo
inferior, contribuindo para o aumento Trabalhando com diferentes produtos
da porção fibrosa do terço superior. A de mandioca para coelhos em
concentração de PB nas hastes é crescimento, Abd-Baki et al. (1993)
inferior à concentração de PB nas verificaram que a raiz e as folhas
podem ser utilizadas de modo a 2.4 Sistema Reprodutivo de coelhos
atender às necessidades nutricionais machos
dos coelhos, substituindo parte de
outro alimento utilizado como fonte de
proteína e energia na elaboração da 2.4.1 Testículos
dieta.
Michelan (2004) verificou que o feno do Os testículos são estruturas
terço superior da rama de mandioca glandulares e formadas por uma
pode ser incorporado em dietas para porção exócrina e uma porção
coelhos em crescimento, substituindo o endócrina. A porção exócrina é
feno de alfafa em 60%. O desempenho constituída por túbulos seminíferos e
dos animais que consumiram a dieta ductos intratesticulares, a endócrina,
com rama de mandioca foi semelhante pelas células de Leydig. Os testículos
ao desempenho dos demais. dos coelhos são alongados com até 4
Machado (2006) trabalhou com fêmeas cm de comprimento e 1 cm de
em reprodução consumindo dietas diâmetro. Há uma correlação positiva
simplificadas com feno do terço entre o peso testicular e a produção
superior da rama de mandioca e espermática, utilizando a massa
verificou o fraco desempenho destas testicular como indicador quantitativo
fêmeas, com alta mortalidade e da produção espermática, pois o
desempenho reprodutivo muito abaixo principal componente do testículo é o
do esperado. túbulo seminífero (Amann, 1970;
França e Russell, 1998).
Trabalhando com 144 coelhos (machos
e fêmeas) do desmame ao abate (dos Como nos demais mamíferos, os
31 aos 70 dias de vida), Oliveira et al. testículos dos coelhos estão envolvidos
(2008) verificaram que os animais que por uma cápsula conjuntiva
receberam as dietas à base de feno do colagenosa, a túnica albugínea, da qual
terço superior da rama de mandioca e partem septos para o interior do órgão,
sub-produto industrial de mandioca formando os lóbulos testiculares.
(totalizando 80% do volume da dieta) Dentro dos lóbulos encontram-se os
apresentaram fraco desempenho e túbulos seminíferos, de trajeto sinuoso,
descaracterização das carcaças dos enovelados e extensos. A parede dos
coelhos. Os pesos finais destes túbulos seminíferos é constituída de
animais ao abate foram reduzidos em uma túnica conjuntiva externa, uma
10%, em relação aos animais que membrana basal intermediária onde
ingeriram dieta controle. estão as células de Sertoli e as células
germinativas em diferentes etapas do
desenvolvimento. Parâmetros
quantitativos diretamente relacionados
aos túbulos seminíferos, como
diâmetro tubular, espessura do epitélio
seminífero, e comprimento total dos
túbulos seminíferos, apresentam
relação positiva com a atividade
espermatogênica, fornecendo
informações para o estabelecimento da
mesma, em uma determinada espécie
(França e Russell, 1998; Paula, 1999, 2.4.2 Ciclo do epitélio seminífero e
citados por Gomes, 2007). seus estádios
Pesquisadores como Mali et al (2002) e
Gupta et al (2001) associam o
comprimento e diâmetro dos túbulos Os estádios do ciclo do epitélio
seminíferos à produção de testosterona seminífero são caracterizados pela
e, conseqüentemente, à fertilidade. organização bem definida das células
espermatogênicas, nos túbulos
A espermatogênese é um processo
seminíferos. Na maioria dos mamíferos
regular e sincronizado de diferenciação
estudados, o arranjo dos estádios do
testicular pelo qual uma
ciclo do epitélio seminífero é
espermatogônia-tronco se diferencia de
segmentado e, normalmente, existe
modo gradativo, em uma célula
apenas um estádio por secção
haplóide altamente especializada, o
transversal de túbulo (Leblond e
espermatozóide (Johnson, 1991;
Clermont, 1952; Russell et al., 1990). O
França e Russell, 1998). É dividida em
ciclo do epitélio seminífero em um dado
três fases esta diferenciação complexa
segmento pode ser definido como
e organizada, baseando-se em
período do desaparecimento de um
considerações morfológicas e
determinado estádio até o seu
funcionais: a primeira fase é a
reaparecimento neste mesmo
proliferativa (espermatogonial) na qual
segmento (Leblond e Clermont, 1952).
as células sofrem rápidas e sucessivas
A duração do ciclo do epitélio
divisões mitóticas. A segunda e a fase
seminífero é, geralmente, constante
meiótica (espermatócitos), na qual o
para uma determinada espécie,
material genético é duplicado e passa
variando entre elas (Amann, 1970;
por recombinação genética. A terceira
Courot et al., 1970; Russell et al.,
fase é a espermiogênica ou de
1990). Um ciclo do epitélio seminífero,
diferenciação. As espermátides sofrem
no coelho, gira em torno de 10 dias
intensas modificações, transformando-
(McDonald e Pineda, 1989).
se em espermatozóides. O processo é
Normalmente são necessários quatro a
continuo em que cada fase é
cinco ciclos para que o processo
caracterizada por mudanças
espermatogênico se complete e que
morfológicas e bioquímicas dos
haja liberação dos espermatozóides na
componentes do citoplasma e do
luz do túbulo seminífero a partir de uma
núcleo (Courot et al., 1970, citado por
espermatogônia A (Amann e
Gomes, 2007). O processo
Schanbacher, 1983; França e Russell,
espermatogênico do coelho dura de 48
1998).
a 51 dias (McDonald e Pineda, 1989),
tempo necessário para que uma Além da organização seqüencial em
espermatogônia se transforme em um dado segmento, os estádios
espermatozóide. Os espaços entre os também apresentam uma seqüência ao
túbulos são preenchidos por um tecido longo da extenção do túbulo
conjuntivo frouxo onde estão as células seminífero, ou seja, normalmente um
de Leydig; secretoras de testosterona. determinado estádio está em posição
contínua a um seguimento
subseqüente. Esta disposição
seqüencial de estádios ao longo do
túbulo denomina-se onda do epitélio
seminífero (Curtis, 1918; Perey et al.,
1961; Cupps, 1991); não tem sua espermátides no epitélio seminífero.
origem muito bem explicada. Esta onda Este método permite a obtenção de
tem como função a liberação oito estádios do ciclo para todas as
assegurada e constante de espécies (Berndtson, 1977; Ortavant et
espermatozóides, reduzir a competição al., 1977; Guerra, 1983, França, 1991;
por hormônios e metabólicos usados Paula, 1999). O outro método é
em um dado estádio, reduzir o risco de conhecido como o do sistema
congestão que poderia ocorrer ao acrossômico. Tem como base de
longo do túbulo se a espermiação estudo as alterações do sistema
ocorresse simultaneamente, assegurar acrossômico e na morfologia das
o fluxo constante de fluido do túbulo do espermátides em desenvolvimento.
epitélio seminífero mantendo o veiculo Com este método, o número de
para transporte dos espermatozóides e estágios varia de espécie para espécie,
hormônios utilizados pelo epitélio do girando em torno de 10 a 16 estádios,
epidídimo, além de facilitar a na maioria dos animais (Russell et al.,
maturação dos espermatozóides no 1990; Castro, 1995; França e Russell,
epidídimo por um fluxo constante de 1998). Isso acontece pelo fato de que,
espermatozóides e fluidos vindos do apesar das características gerais da
testículo (Johnson, 1991; Cupps, espermatogênese ser semelhantes
1991). A seqüência se inicia com entre as espécies, existem diferenças
estádios menos avançados no meio de nos detalhes do desenvolvimento do
uma alça de túbulo, ocorrendo algumas acrossoma entre as mesmas. A
interrupções na seqüência dos estádios freqüência relativa em que os estádios
(chamadas de modulações) (Russell et do ciclo do epitélio seminífero são
al., 1990). encontrados, a torna um parâmetro de
grande importância em estudos da
Estádio do ciclo do epitélio seminífero é
espermatogênese e reflete a duração
considerado como sendo um conjunto
absoluta de cada estádio. O
definido de gerações de células
conhecimento da freqüência dos
germinativas encontrado, num
estádios, além de ser essencial para se
determinado momento, em um túbulo
estimar a duração do ciclo do epitélio
seminífero, cortado transversalmente
seminífero, é muito útil para se
(Castro et al., 1997). Uma vez que as
monitorar a duração dos efeitos dos
gerações de células espermatogênicas
agentes lesivos ou drogas sobre a
desenvolvem-se sincronicamente em
espermatogênese (Castro et al., 1997).
estreita relação umas com as outras,
Fica evidente que a freqüência média
ao longo do tempo em uma
dos estádios do ciclo do epitélio
determinada secção transversal de
seminífero difere entre as espécies. Por
túbulo seminífero, há uma mudança
outro lado, entre indivíduos da mesma
constante progressiva de estádios,
espécie, é um parâmetro relativamente
formando o ciclo do epitélio seminífero.
constante, independente do método
Duas principais metodologias têm sido usado para sua identificação (Clermont,
empregadas para estudo dos estádios 1972,; Hess et al., 1990).
do epitélio seminífero de mamíferos:
um é chamado método da morfologia
tubular e se baseia nas alterações de
forma do núcleo das células
espermatogênicas, na ocorrência de
divisões meióticas e no arranjo das
2.4.3 Colheita de sêmen esteja em torno de 44° C. Em um dos
extremos, se encontra o orifício maior,
pelo qual o macho introduz seu pênis.
Para se realizar a colheita de sêmen de Do lado contrário, há outro orifício
coelhos, utilizam-se vaginas artificiais. menor para recolhimento do sêmen,
O uso da vagina propicia estímulo onde é adaptado o tubo coletor (figura
mecânico (compressão) e térmico e 1-A). Preferencialmente, a colheita é
desencadeia o reflexo ejaculatório no feita na gaiola do macho, dando a ele
macho. A vagina artificial é composta maior confiança (Badú, 2003). A fêmea
por um cilindro externo de PVC, com 8 é contida pelo pregueamento de sua
cm de diâmetro. A parte interna é pele pela região cervical e mantida
revestida por preservativo, sem sobre a vagina artificial, até que o
espermicida, compondo uma câmara. macho faça a monta; quando ele monta
Ela é fixada na borda externa por o pênis é desviado para penetrar na
intermédio de goma elástica posta vagina artificial (figura 1-B). O
sobre a dobra feita no extremo do ejaculado é recolhido na extremidade
corpo central. A água é introduzida no oposta com a ajuda do tubo coletor. O
espaço criado entre a parede interna procedimento de colheita com machos
da vagina artificial e o preservativo. Ela devidamente condicionados, tem
é aquecida até 51° C, para que no duração aproximada de 20 a 30
momento da colheita, sua temperatura segundos.

Figura 1: vagina pronta para uso (A) e colheita do sêmen (B) (Fotos do autor)

A B

2.4.4 Avaliação do sêmen motilidade progressiva é feita no


microscópio óptico, onde na avaliação
do vigor avalia-se a força, a intensidade
Após a colheita, faz-se a avaliação de movimento massal do ejaculado. Já
física do sêmen observando-se o odor, a motilidade progressiva é dada em
a cor e o volume. Quando no ejaculado porcentagem, estimando-se a
encontra-se a fração gel, faz-se a quantidade de espermatozóides que se
retirada com auxilio de uma pipeta ou movem progressivamente. O aspecto
pinça antes da mensuração do volume do sêmen pode ser avaliado
do ejaculado. A avaliação do vigor e da visualmente. Colhe-se uma alíquota
para posterior análise em laboratório, ocorrência de gotas poderia ser
de patologias dos espermatozóides e proveniente da degeneração testicular,
mensurar sua concentração no sêmen. o que a tornava tão importante quanto
às anormalidades primárias. A partir
O binômio volume e concentração
daí, passou-se a aceitar a definição de
variam, segundo Panella e Castellini
anormalidades maiores e menores.
(1990) e Benckeikh (1993), de 0,1mL a
1,4 mL e de 125 milhões a um bilhão Na espécie cunícola, os defeitos
de espermatozóides/mL. Ell-Ezz et al. maiores somados não podem
(1985) observaram uma correlação ultrapassar 15% e os defeitos totais
positiva entre peso do corpo e a aceitos são de 25% (Sinkovics et al.,
concentração espermática. A 1983). Os animais que ultrapassarem
motilidade do sêmen fresco varia entre estes limites, deverão ser reavaliados
40% e 95% (Martin, 1993). Jarpa antes de se fechar um diagnóstico
Mendes (1984) demonstrou haver negativo. São vários os fatores que
correlação negativa entre motilidade atuam para ameaçar a integridade da
progressiva e a porcentagem de formas espermatogênese, gerando
anormais. Benckeikh (1993) observou espermatozóides anormais por um
uma relação inversa entre o ritmo da período temporário ou definitivo. O
coleta e a motilidade e concentração. estresse térmico pode determinar o
Colomb (1972) concluiu que o melhor aumento da ocorrência de gota
ritmo de coleta, visando maximizar a proximal (GP) de 5% para 90%, além
utilização do macho seria a cada dois da diminuição da motilidade (de 70%
dias, duas coletas sucessivas, com para 20%). As anomalias morfológicas,
intervalo de 10 minutos. Consegue-se devido ao estresse térmico, observadas
recuperar 60 % do total de sêmen por Finzi et al. (1995) concentraram-se
armazenado no epidídimo. na cauda: gota citoplasmática, cauda
dobrada e cauda enrolada. Elas
Williams (1934) foi o primeiro a
começam a aparecer a partir da
determinar que o aumento da
terceira semana em que o animal é
concentração de espermatozóides
submetido ao estresse, agravando-se
anormais era responsável pela
nas duas semanas seguintes. Morera
diminuição da fertilidade. Estes defeitos
et al. (1999) concluíram ser a variação
estão distribuídos pelas partes do
na permeabilidade da membrana
espermatozóide: cauda, parte
plasmática dos espermatozóides que
intermediária (PI) e acrossoma. Até a
perderam a motilidade, a responsável
nova classificação estabelecida por
pela absorção da solução salina e a
Blom (1973), as anormalidades eram
torção da cauda. O número de
divididas em primárias e secundárias,
espermatozóides com esta variação de
onde a origem do defeito era o que
permeabilidade cresce de acordo com
determinava a sua classificação.
o período do estresse.
Assim, as anormalidades primárias
eram provenientes de uma disfunção As técnicas de avaliação seminal, não
no epitélio seminífero (ex.: formato permitem fazer uma predição exata do
anormal de cabeça, PI e cauda) e as poder fecundante dos
secundárias decorrentes de espermatozóides, à exceção dos casos
anormalidades no trajeto pelo em que a concentração e a motilidade
epidídimo (ex.: gota e cabeça isolada). estão abaixo dos níveis mínimos. Neste
Esta forma de classificação tornou-se caso, a avaliação estabelece o
obsoleta quando se constatou que a descarte do macho como um critério de
seleção. Eventos relacionados ao ARRUDA, A. M. V.; PEREIRA, E. S.;
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CAPÍTULO I

EXPERIMENTO I

UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLIFICADAS À BASE DE FORRAGENS SOBRE A


DIGESTIBILIDADE E DESEMPENHO DE COELHOS DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA
BRANCO

RESUMO

Dois experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar a utilização de dietas


simplificadas a base de forragens na alimentação de coelhos em crescimento. No
ensaio de digestibilidade foram utilizados 45 coelhos com 50 dias de idade distribuídos
em um delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e 15 repetições.
Foram utilizadas uma dieta referência e duas dietas simplificadas (uma contendo feno
de alfafa e outra contendo feno do terço superior da rama de mandioca). Os
coeficientes de digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e energia bruta foram
de 50,56%, 73,29% e 50,59% para a dieta contendo feno de alfafa e de 29,64%,
46,96% e 24,52% para dieta simplificada contendo feno de rama de mandioca. No
experimento de desempenho foram utilizados 90 coelhos no período de 35 a 70 dias
de idade distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com três
tratamentos e 30 repetições. Os resultados de desempenho, referentes às dietas
simplificadas, no período total do experimento (35 a 70 dias) foram inferiores quando
comparados com à dieta referência. Contudo, mais estudos devem ser realizados com
dietas simplificadas com objetivo de se obter um máximo aproveitamento de
incorporação de forragens para o animal.

Palavras-chave: Feno de alfafa, feno de mandioca, desempenho, digestibilidade

EFFECT OF THE USE OF SIMPLIFIED DIETS IN DIGESTIBILITY AND


PERFORMANCE IN NEW ZEALAND RABBITS

ABSTRACT

Two experiments were carried out to evaluate the use of simplified diets the based on
forages for growing rabbits. In digestibility assay, 45 New Zealand white rabbits 50
days old, were distributed in a randomized design with three treatments and 15
replicates. Three diets were used: a reference diet and two simplified diets (one
containing alfalfa hay and another containing cassava upper third foliage hay). The
digestibility coefficients of the dry matter, crude protein and gross energy were 50.56%,
73.29%, and 50.59% for the diet containing alfalfa hay and 29.64%, 46.96%, and
24.52% for simplified diet containing cassava upper third foliage hay. In the
performance experiment 90 New Zealand white rabbits from 35 to 70 days of age, were
used in a randomized design with three treatments and 30 replicates. Considering the
total experimental period (35 from 70 days) the results showed that simplified diets
were inferior to the reference diet. However, more studies should be accomplished with
simplified diets with the objective of obtaining a maximum incorporation of forages for
the animals.

Key Words: Alfafa hay, cassava foliage hay, digestibility, performance

1 INTRODUÇÃO digestão dos nutrientes presentes nas


dietas é de extrema importância para a
solução de problemas ligados à
Os efeitos de nutrientes específicos e o nutrição e a sanidade do sistema
de antinutrientes sobre a fisiologia e a digestório desta espécie.
produtividade dos animais foram temas
Outro fator de suma relevância na
de inúmeros estudos e pesquisas
elaboração de dietas contemporâneas
realizadas e desenvolvidas nos últimos
para coelhos é o bem-estar dos
anos. Este aumento de pesquisas é o
animais, incluindo aí os novos
produto da necessidade de se
conceitos de bem-estar intestinal; o uso
incrementar a utilização digestiva e
de produtos integrados ao modelo de
definir o conteúdo de nutrientes
sustentabilidade ambiente e a
efetivamente disponíveis na
simplificação dos sistemas de
alimentação animal para uma produção
alimentação (De Blas et al., 1999;
racionalizada e eficiente.
Xiccato, 1999; Pascual et al., 2002).
A peculiar fisiologia digestiva do coelho
Dietas simplificadas são uma nova
é adaptada para o consumo de rações
tecnologia que busca obter o máximo
com alto teor da fibra dietética que é
aproveitamento de incorporação de
fermentada no ceco e no colo. Um
forragens para o animal. Esta dieta
consumo reduzido de fibra resulta em
sendo principalmente à base de
distúrbios digestivos, tais como
forragens, torna necessário equilibrar
alterações na atividade fermentativa do
alguns princípios nutritivos com grande
ceco e trânsito lento, favorecendo a
economia no custo da mesma (Herrera,
ocorrência de diarréias, especialmente
2003).
em coelhos jovens (Gidenne, 1994).
Portanto, um aporte mínimo de fibra Os resultados obtidos na Europa com o
dietética é indispensável para uso de dietas simplificadas em animais
assegurar o funcionamento digestivo em crescimento e em reprodução são
normal e evitar o aparecimento de muito promissores quando o feno de
enterites freqüentemente mortais. alfafa é a base alimentar utilizada
Carabaño et al. (1997) ressalta a (Pascual et al., 2002). Mesmo em
importância não só do teor de fibra na condições severas de criação de
dieta para coelhos, mas também, a fêmeas em reprodução, em câmaras
qualidade desta fibra. Assim sendo, o climáticas que simulam climas quentes,
conhecimento da capacidade de os dados obtidos têm sugerido uma
forte possibilidade de uso de tais dietas tratamentos (duas dietas simplificadas
baseadas praticamente em um único à base de forragens e uma dieta
macro ingrediente forrageiro referência) e quinze repetições em
(Fernández-Carmona et al., 1998). Não cada tratamento. As dietas peletizadas
obstante, para o Brasil, a alfafa ainda foram fornecidas à vontade, tanto
não representa, considerando os durante a fase de adaptação como na
preços praticados atualmente deste fase de coleta de fezes.
produto, uma solução que sustente a
O ensaio teve a duração de 14 dias,
tese de redução de custos em dietas
sendo dez dias de adaptação às
onde esta matéria prima se inclua de
gaiolas e quatro dias para a coleta de
maneira privilegiada. No entanto,
fezes, utilizando-se a metodologia
resultados do uso de dietas de alta
padronizada para ensaios de
inclusão de forragens para coelhos em
digestibilidade in vivo (Perez et al.,
crescimento em clima tropical ainda
1995). As fezes coletadas, diariamente,
não são devidamente conhecidos.
de cada coelho, pela manhã, foram
Diante do exposto, o presente trabalho acondicionadas em sacos plásticos
foi desenvolvido com o objetivo de devidamente identificados e
determinar os coeficientes de utilização hermeticamente fechados e
digestiva de nutrientes e energia, além conservados a –18 ºC. Ao final do
de verificar o desempenho e o experimento, as fezes de cada animal
rendimento de carcaça de coelhos de foram pesadas, homogeneizadas e
corte alimentados com dietas colocadas em estufa de ventilação
simplificadas a base de feno de alfafa e forçada à 60 ºC, durante 72 horas. Em
do terço superior da rama da seguida, foram moídas e
mandioca. acondicionadas em vidros devidamente
identificados, para análises
laboratoriais da matéria seca (MS), da
2 MATERIAL E MÉTODOS proteína bruta (PB) e energia bruta
(EB) de acordo com Silva e Queiroz
(2002), para os cálculos dos
Para avaliar a capacidade de utilização respectivos coeficientes de
digestiva da matéria seca, proteína digestibilidade.
bruta e energia bruta das dietas
experimentais após a desmama, foram No ensaio de desempenho foram
utilizados 45 coelhos machos e fêmeas utilizados 90 coelhos machos e fêmeas
da raça Nova Zelândia Branco, com 50 da Raça Nova Zelândia Branco, de 35
dias de idade, em um ensaio de a 70 dias de idade, oriundos de coelhas
digestibilidade. Os coelhos oriundos de submetidas a dietas simplificadas a
fêmeas alimentadas com as dietas base de forragens e a dieta referência
simplificadas a base de forragens e a até o desmame. Os animais
ração convencional, após o desmame, desmamados foram alojados em
foram distribuídos, individualmente, em gaiolas de arame galvanizado, medindo
gaiolas metabólicas providas de 0,24 m2, providas de bebedouros
bebedouros automáticos, comedouros automáticos e comedouros semi-
semi-automáticos e dispositivos para automáticos, de chapa galvanizada,
colheita de fezes. localizadas em galpão de alvenaria,
paredes laterais de 50 cm em alvenaria
O delineamento utilizado foi e o restante em tela e cortina de
inteiramente casualizado com três plástico para controle de ventos.
Os animais foram distribuídos em um trinta repetições de um animal por
desenho experimental com três unidade experimental. As dietas são
tratamentos (duas dietas simplificadas apresentadas na Tabela 1.
a base forragens e a dieta referência) e

Tabela 1 - Composição percentual das dietas experimentais


Dieta Dieta
Ingredientes Unidade Dieta Alfafa
Referência mandioca
Milho Kg 24,06 --- ---
Farelo de soja Kg 14,00 --- ---
Farelo de trigo Kg 22,00 --- ---
Feno de alfafa Kg 22,00 87,36 ---
Feno de tifton 85 Kg 16,05 --- ---
Feno de mandioca Kg --- --- 87,71
Melaço em pó Kg --- 2,00 2,00
Fosfato bicálcico Kg 0,10 1,96 1,96
Calcário Kg 0,65 --- ---
Sal comum Kg 0,43 0,43 0,43
DL Metionina Kg 0,08 0,37 0,42
Lisina HCl Kg 0,06 1,06 0,49
Treonina Kg --- 0,25 0,42
Mist. Vit+Min1 Kg 0,5 0,50 0,50
Óleo de soja Kg --- 5,00 5,00
BHT Kg 0,01 0,01 0,01
Bentonita Kg --- 1,00 1,00
Cycostat Kg 0,06 0,06 0,06
TOTAL 100 100 100
Composição Analisada com base na matéria
Matéria seca % 89,90 91,52 92,49
Proteína bruta % 17,55 17,55 18,46
FDA % 15,44 22,44 30,11
FDN % 30,80 31,52 42,18
Cálcio* % 0,80 1,40 2,00
Fósforo* % 0,52 0,60 0,60
Met+Cys* % 0,60 0,60 0,60
Lisina* % 0,80 0,84 0,84
Treonina* % 0,70 0,70 0,70
Energia Bruta (Kcal/kg) 3600 4085 4496
1- Nuvital, composição por kg do produto: Vit A, 600.000 UI; Vit D, 100.000 UI; Vit E,
8.000mg; Vit K3, 200mg; Vit B1, 400mg; Vit B2, 600mg; Vit B6, 200mg; Vit B12,
2.000mcg; Ac. Pantotênico, 2.000mg; Colina, 70.000mg; Ferro, 8.000mg; Cobre, 1.200mg;
Cobalto, 200mg; Manganês, 8.600mg; Zinco, 12.000mg; Iodo, 64mg; Selênio, 16mg;
Metionina, 120.000mg; Antioxidante , 20.000 mg
* De acordo com a composição dos alimentos.
Todos os animais foram pesados no Ti = efeito da dieta i após a desmama,
inicio do experimento com 35 dias de sendo i= 1, 2 e 3 (i1= dieta referência ,
idade, aos 50 dias e no final do i2=dieta contendo feno de rama
experimento com 70 dias de idade. As mandioca e i3= dieta contendo feno de
rações fornecidas e as sobras também alfafa)
foram pesadas a cada pesagem dos
eij = erro aleatório associado a cada
animais.
observação.
As características de desempenho
Para comparação das médias foi
referentes à carcaça foram obtidas com
utilizado o teste SNK (Student-Newman
a carcaça quente sem cabeça e sem
Keuls) a 5%.
vísceras e os parâmetros de
desempenho analisados foram o
consumo médio ração diário (CMRD), 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
ganho de peso médio diário (GPMD),
conversão alimentar (CA), peso da
carcaça (PC) e rendimento de carcaça Não houve diferença (p>0,05) entre os
(RC). coeficientes de digestibilidade entre a
Os dados dos coeficientes de dieta referência e a dieta simplificada à
digestibilidade e do desempenho dos base de feno de alfafa (tabela 2).
coelhos da desmama ao abate foram Constatou-se que os coeficientes de
submetidos à análise de variância, digestibilidade aparente de matéria
utilizando o programa SAEG (1997). O seca, proteína bruta e energia bruta
modelo para análise dos dados é obtidos com a dieta simplificada
apresentado abaixo. contendo feno de rama de mandioca
foram inferiores àqueles obtidos com
Yij = µ + ti + eij. dieta contendo feno de alfafa e a dieta
Em que: referência. Este efeito negativo sobre a
digestibilidade foi menor sobre a
Yij = e o valor observado das variável
digestão da proteína bruta, o que
estudada relativa ao individuo j,
confirma a capacidade do coelho em
recebendo a dieta i,
utilizar, com eficiência, a proteína dos
µ = constante geral alimentos volumosos.

Tabela 2 – Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS) da


proteína bruta (CDPB) e da energia bruta (CDEB) de dietas simplificada a base de
feno de alfafa e do terço superior da rama da mandioca

Ingredientes Dieta Referência Dieta Alfafa Dieta Mandioca CV%

CDMS (%) 56,57a 50,06a 29,64b 24,06

CDPB (%) 74,92a 73,29a 46,96b 9,67

CDEB (%) 55,56a 50,59a 24,52b 23,52

Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste Student-
Newman-Keuls
Ferreira et al. (2007), trabalhando com mencionados nos trabalhos de Herrera
dieta simplificada a base de feno do (2003) e Michelan (2004).
terço superior da rama de mandioca,
Segundo Euclides et al. (1979), a parte
obtiveram resultados de digestibilidade
aérea da rama de mandioca possui um
aparente para matéria seca, proteína
alto teor de lignina interferindo,
bruta e energia digestível de 47,60%,
negativamente, na digestibilidade.
52,02% e 49,00%, respectivamente.
Contudo, Reed et al. (1982)
Michelan (2004) determinou o valor demonstraram a presença do tanino
nutritivo do feno da parte aérea da condensado na fibra em detergente
mandioca e encontrou os valores de neutro das folhas sendo responsável
27,87% para matéria seca digestível, pela baixa digestibilidade da proteína o
4,87% para a proteína digestível e que limitaria a sua utilização em
1203 kcal/kg de energia digestível. animais não ruminantes.
Machado et al. (2007), trabalhando De acordo com Mateos e Sell (1981) e
com dietas simplificadas contendo Weiseman (1984), a velocidade do
fenos de alfafa e de terço superior da trânsito digestivo fica diminuída pela
rama da mandioca para coelhas em presença de lipídios na dieta, como
reprodução, encontraram valores de conseqüência ocorreria um maior
digestibilidade aparente de 33,04% contato entre as enzimas digestivas e
para matéria seca, 49,58% para a conteúdo do trato digestivo melhorando
proteína bruta e 31,67% para energia a absorção dos nutrientes.
bruta na dieta contendo feno de rama
Desta forma, pode-se fazer uma
de mandioca e de 52,38% para matéria
consideração que associado ao
seca, 67,30% para a proteína bruta e
possível fator antinutricional pode estar
54,32% para energia bruta na dieta
o efeito da fibra em detergente ácido
contendo feno de alfafa. Estes
afetando a digestibilidade, uma vez que
resultados estão próximos aos
esta tem uma significativa influência na
encontrados no presente trabalho.
taxa de passagem do alimento pelo
A baixa digestibilidade verificada na trato digestivo. Este fato é comprovado
dieta simplificada com feno de pela maior excreção de matéria seca
mandioca é um indicativo da presença observada (Tabela 3).
de fatores antinutricionais,
possivelmente taninos, afetando,
negativamente, a digestibilidade da
dieta, fatores estes também
Tabela 3 – Matéria seca ingerida (MSI) e matéria seca excretada (MSE) de coelhos
alimentados com de dietas simplificadas a base de feno alfafa e do terço superior da
rama da mandioca

Ingredientes Dieta Referência Dieta Alfafa Dieta Mandioca CV%

MSI (g) 359,77a 343,84a 374,64a 9,03

MSE (g) 192,33b 207,74b 301,43a 16,00

Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste Student-
Newman-Keuls

Os dados referentes às características recebiam dieta de referência quando


de desempenho no período de 35 a 50 comparado com animais que
dias de idade são apresentados na receberam dietas simplificadas.
Tabela 4. O peso corporal aos 50 dias e Comparando as dietas simplificadas
o ganho de peso diário foi maior entre si, a dieta contendo feno de alfafa
(p<0,05) e a conversão alimentar foi apresentou melhores resultados.
melhor (p<0,05) para os animais que

Tabela 4 - Peso vivo aos 35 dias (PV35) e aos 50 dias (PV50), ganho médio de peso
diário (GMPD), consumo médio de ração diário (CMRD) e conversão alimentar (CA)
de coelhos de 35 a 50 dias de idade alimentados com dietas simplificadas a base de
feno alfafa e do terço superior da rama da mandioca

Tratamentos

Características Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioc CV (%)

PV35 (g) 766,50a 707,00b 698,00b 12,40

PV50 (g) 1558a 1356b 1266c 8,43

GMPD35-50 (g) 56a 46b 41c 13,90

CMRD35-50 (g) 126a 125a 131a 9,42

CA 2,20a 2,70b 3,20c 15,10

Letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste SNK (Student-
Newman-Keuls)
Considerando o período total do encontrados no ensaio de
experimento de 35 a 70 dias, os digestibilidade em que um possível
animais que receberam a dieta fator antinutricional, associado ao teor
referência apresentaram os melhores de fibra em detergente ácido,
resultados (p<0,05) nas características prejudicou a utilização digestiva, com
de desempenho analisadas. efeito no desempenho principalmente
na primeira fase. Não houve diferença
Também considerando o período total
(p>0,05) no consumo diário de ração
do experimento, a conversão alimentar
para as três dietas estudas
foi pior (p<0,05) para a dieta
considerando o período total do
simplificada contendo rama de
experimento. Os dados referentes ao
mandioca quando comparada com a
período total do experimento estão na
dieta contendo alfafa. Esta pior
Tabela 5.
conversão corrobora com os resultados

Tabela 5 - Peso vivo aos 70 dias (PV70), ganho médio de peso diário (GMPD),
consumo médio de ração diário (CMRD), conversão alimentar (CA), peso de carcaça
(PC) e rendimento de carcaça (RC) de coelhos de 35 a 70 dias de idade alimentados
com dietas simplificadas a base de feno alfafa e do terço superior da rama da
mandioca

Tratamentos

Características Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioca CV (%)

PV70 (g) 2277a 1958b 1884b 8,20

GMPD 35-70 (g) 44a 37b 35b 10,60

CMRD35-70 (g) 147a 150a 159ª 6,70

CA 3,30c 4,00b 4,6a 9,00

PC (g) 1133a 938b 849b 9,00

RC (%) 50a 48b 47b 3,40

Letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste SNK (Student-
Newman-Keuls)

Segundo Reed et al. (1982) e Ferreira A falta de amido nas dietas


(1994), taninos complexados à proteína simplificadas pode interferir no
e a FDN formam compostos desempenho (Morisse et al., 1985).
indisponíveis para os animais ligando- Sugerem que em dietas com alto
se às enzimas do trato digestório, conteúdo de fibra e baixo de amido, a
prejudicando o desempenho. fermentação do ceco pode estar
prejudicada devido à pequena entrada apresentou os piores resultados de
de açucares fermentáveis. digestibilidade para matéria seca,
proteína bruta e energia bruta quando
Ensaios com feno de rama de
comparada com as dietas referência e
mandioca vêm demonstrando
simplificada com feno de alfafa. Em
viabilidade na utilização na nutrição de
relação aos resultados de
coelhos, quando empregados em
desempenho, a dietas simplificadas
níveis menores ao empregado neste
apresentaram valores inferiores quando
trabalho. Moreira et al. (1988)
comparados com dieta referência,
avaliaram o efeito da substituição
contudo, mais estudos devem ser
gradativa (0, 10, 20 e 30%) do feno de
realizados com dietas simplificadas,
alfafa pelo feno do terço superior da
uma vez que esta tecnologia busca
rama de mandioca para coelhos em
obter um máximo aproveitamento de
crescimento dos 47 aos 90 dias. Eles
incorporação de forragens para o
não observaram diferenças nas
animal.
características de desempenho dos
animais, apenas um maior consumo
diário de ração para os animais
REFERÊNCIAS
consumindo dietas com 20 e 30% de
inclusão do feno do terço superior.
Scapinello et al. (2000) estudaram o CARABAÑO, R.; FERREIRA, W. M.;
desempenho de coelhos alimentados DE BLAS, J. C. et al. Substitution of
com dietas em que o feno do terço sugarbeet pulp for alfafa hay in diets for
superior da rama da mandioca growing rabbits. Anim. Feed Sci.
substituiu gradativamente o farelo de Technol., v.65, n.1-4, p.249-256, 1997.
soja e observou que o feno do terço
superior da rama de mandioca foi
viável nas rações de coelhos em DE BLAS, C. Alimentación del conejo.
crescimento em níveis de inclusão de Madrid: Mundi- Prensa, 1984. 175 p.
até 20%.
Já Michelan (2004), trabalhando com De BLAS, J. C.; GARCIA, J.;
coelhos em crescimento, afirma que o CARABAÑO, R. Role of fibre in rabbit
feno do terço superior da rama de diets. Ann. Zootec., v.48, n.3, p.3-13,
mandioca pode ser incorporado em 1999.
níveis de 13%, substituindo 60% do
feno de alfafa. Uma tentativa de
melhorar a utilização de dietas EUCLIDES, V. P. B.; THIAGO, L. R. L.,
simplificadas seria a utilização de uma SILVA, J. M. et al. Efeito da
mistura entre as forragens no sentido suplementação com feno da rama de
de melhorar a eficiência de utilização mandioca e grão de sorgo sobre a
pelos animais. utilização da palha de arroz por
novilhos. Pesqui. Agropec. Bras., v.23,
n.6, p.631-643, 1979.
4 CONCLUSÕES

Conclui-se que: a dieta simplificada à


base de feno da rama de mandioca
FERNANDÉZ-CARMONA, J.; MICHELAN, A. C. Utilização de
BERNAT, F.; CERVERA, C.; subprodutos da mandioca na
PASCUAL, J. J. High lucerne diets for alimentação de coelhos. 2004, 60f.
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CAPÍTULO II

EXPERIMENTO II

UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLIFICADAS À BASE DE FORRAGENS SOBRE AS


CARACTERÍSTICAS SEMINAIS E MORFOLOGIA ESPERMÁTICA DE COELHOS
DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA BRANCO

RESUMO

Dois ensaios foram conduzidos com o objetivo de avaliar a qualidade seminal de


coelhos alimentados com dietas simplificadas à base de forragens. Foram utilizados
33 coelhos com 7-8 meses de idade distribuídos em um delineamento inteiramente
casualizado com três tratamentos e 11 repetições. Foram utilizadas uma dieta
referência e duas dietas simplificadas (uma contendo feno de alfafa e outra contendo
feno do terço superior da rama de mandioca). Os resultados para volume, vigor e
concentração foram, respectivamente, 0,56 mL, 3,14 e 194,82x106 espermatozóides /
mL, para os animais alimentados com dieta de feno de alfafa. Para coelhos
alimentados com dieta com rama de mandioca, os resultados para volume, vigor e
concentração foram 0,34 mL, 2,27 e 142,94x106 espermatozóides / mL,
respectivamente. Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos para
aspectos relacionados à morfologia espermática. Os animais que consumiram dieta à
base de feno de mandioca apresentaram uma qualidade de sêmen inferior quando
comparados com os animais da dieta referência e da dieta à base de feno de alfafa.

Palavras-chave: feno de alfafa, feno de mandioca, anormalidades do espermatozóide,


qualidade de sêmen

USE OF SIMPLIFIED DIETS BASED ON FORAGES ON SEMINALS


CHARACTERISTICS AND SPERMATOZOA MORPHOLOGY OF NEW ZEALAND
RABBITS

ABSTRACT

Two assays were carried out to evaluate the use of simplified diets the based on
forages for semen quality of rabbits. Thirty-three New Zealand rabbits with 7-8 months
old were used and distributed in a randomized design with three treatments and 11
replicates. Three diets were used: a reference diet and two simplified diets (one
containing alfalfa hay and other with upper third part of foliage cassava hay). The
results for volume, vigor and concentration were, respectively, 0.56 mL, 3.14 and
194.82x106 spermatozoa/mL for the animals fed with alfalfa hay. The results for rabbits
fed with diet with upper third part of foliage cassava hay were 0.34 mL, 2.27 and
142.94x106 spermatozoa/mL, for volume, vigor and concentration, respectively. It didn`t
have statistical differences between the treatments for aspects related to the
espermatozoa morphology. The animals that had consumed upper third part of foliage
cassava hay diet had presented inferior quality of semen when compared with the
animals of the diet reference and the diet with the alfalfa hay base.
Key words: alfalfa ray, cassava ray, spermatozoa morphology, semen quality

1 INTRODUÇÃO utilização da técnica de inseminação


artificial (IA) nas granjas cunícolas.
Dietas balanceadas, com níveis
A qualidade dos alimentos utilizados na adequados de proteína, sais minerais,
formulação de dietas para coelhos e o vitaminas e outros princípios nutritivos,
balanceamento adequado dos permitem que coelhos, machos e
nutrientes componentes desta dieta, fêmeas, estejam mais aptos à
respeitando-se as exigências reprodução (Vieira, 1974). Pascual
nutricionais mínimas sugeridas para (2003) sugeriu que animais com alta
esta espécie, são fatores primordiais velocidade de crescimento que fossem
para que se tenha sucesso no seu utilizados para reprodução, deveriam
processo de produção. receber uma alimentação diferenciada
A maioria dos trabalhos realizados para desde o desmame. Além do mais, na
a obtenção das exigências nutricionais fase de crescimento, os coelhos
para coelhos foram conduzidas apresentam exigências variáveis,
utilizando-se animais em crescimento. sendo sugerida a elaboração de
Há uma carência grande de ensaios diferentes dietas até a idade
que visem elaborar um plano adequado reprodutiva, (que na raça Nova
de alimentação e exigências Zelândia Branco, gira em tordo dos
cinco meses de idade (Casanova et al.,
nutricionais para coelhos em
reprodução, tanto para fêmeas quanto 1985). A elaboração de uma dieta
para machos, já que as tabelas de específica para machos selecionados à
exigências nutricionais atuais, não reprodução exige algumas
fornecem dados confiáveis para considerações:
reprodutores. No manejo de rotina em • Atender de forma adequada
granjas cunícolas, o que se observa é a suas necessidades nutritivas (energia,
utilização de dietas elaboradas para fibra, proteínas-aminoácidos e
matrizes e/ou animais em crescimento, vitaminas), tanto durante o
fornecidas a coelhos machos crescimento, quanto durante sua vida
reprodutores. São fornecidas em reprodutiva.
quantidades restritas com intuito de
controle do seu peso corporal (De Blas, • Evitar, se possível, o sobrepeso
1984). Este sistema de manejo é dos animais. Uma das principais razões
incompatível com a relevância da para descarte de animais desta
alimentação da categoria, categoria é o chamado “mal das patas”.
incompatibilidade esta, reforçada pelo
crescimento nos últimos anos, da
• Aumentar a longevidade dos custos de produção. Há a necessidade
machos (maior tempo de vida de adição e balanceamento adequado
produtiva). de alguns princípios nutritivos, como
minerais, aminoácidos e vitaminas para
• Por último, porém não menos a elaboração, economicamente viável,
importante, melhorar a qualidade e das dietas simplificadas. O feno de
quantidade de sêmen produzido, já que alfafa é a matéria prima mais utilizada
com isso, se consegue uma maior nas dietas simplificadas, na Europa.
difusão dos melhores animais, alem de Pascual et al. (2002) trabalharam com
um menor custo por dose (Pascual, dietas simplificadas à base de feno de
2003). alfafa para coelhos em crescimento e
Procurando avaliar a influência da dieta fêmeas em reprodução e obtiveram
e dos aspectos nutricionais na resultados muito promissores. No
produção espermática de coelhos Brasil, a alfafa tem custo de produção
reprodutores, Luzi et al. (1996) muito alto, o que a torna uma opção de
trabalharam com duas dietas com utilização pela boa qualidade da
diferentes níveis de proteína bruta (PB) forragem e não pela redução do custo
(19,7% de PB e 14,51% de PB) e de produção. Diversos ensaios foram
avaliaram a qualidade do sêmen dos realizados para que se verificasse a
coelhos que as consumiram. Não utilização dessa tecnologia no processo
observaram diferenças nas produtivo. Além da alfafa como matéria
características do sêmen entre os prima, foram utilizadas plantas de custo
animais que consumiram as duas baixo no mercado como, por exemplo,
dietas. Os valores encontrados para a rama de mandioca. As categorias de
volume, concentração motilidade e pH, animais em crescimento e matrizes
foram semelhantes entre os dois foram as utilizadas nestes ensaios
tratamentos. Vale salientar que as (Scapinello et al., 1999; Herrera, 2003;
dietas foram administradas a partir das Michelan, 2004; Machado, 2006).
15 semanas de vida. Machos reprodutores não foram
submetidos ao consumo destas dietas
Com objetivo de se observar a
simplificadas e conseqüentemente, não
influência da dieta na produção
se sabe o desempenho da categoria
espermática de coelhos, Scapinello et
para estas dietas.
al. (1997) trabalharam com diferentes
níveis de inclusão de metionina+cistina Diante da necessidade de se obter
na dieta para coelhos. Verificaram que mais conhecimentos relacionando
o nível mais baixo de metionina+cistina aspectos nutricionais de coelhos
utilizado (0,30% na dieta) foi suficiente machos destinados à reprodução, este
para atender as exigências trabalho foi realizado com o objetivo de
relacionadas a estes aminoácidos para avaliar o perfil andrológico de machos
coelhos reprodutores. Os valores que consumiram dietas simplificadas
motilidade, vigor e concentração foram desde o desmame até o inicio da idade
semelhantes entre os tratamentos. reprodutiva.
Nos últimos anos, a tecnologia das
dietas simplificadas para coelhos, que
consiste na elaboração de dietas com
grande quantidade de forragem (mais
de 80% do peso da dieta), vem sendo
testada como opção, para redução nos
2 MATERIAL E MÉTODOS automáticos. O delineamento foi
inteiramente casualizado com três
tratamentos, sendo uma dieta
Foram utilizados 33 coelhos machos da referência (DR), uma dieta à base de
raça Nova Zelândia Branco, com 7-8 feno de alfafa (DA) e uma dieta à base
meses de idade. Após o desmame, os de feno de rama de mandioca (DM)
coelhos foram distribuídos em gaiolas (tabela 1) e 11 repetições. As dietas
de arame galvanizado (40 cm X 60 cm foram fornecidas ad libitum desde o
X 45 cm), providas de bebedouros desmame dos animais até o final do
automáticos e comedouros semi- experimento.

Tabela 1 - Composição percentual das dietas experimentais


Ingredientes Unidade Dieta Dieta Dieta
Referência Alfafa Mandioca
Milho Kg 24,06 --- ---
Farelo de soja Kg 14,00 --- ---
Farelo de trigo Kg 22,00 --- ---
Feno de alfafa Kg 22,00 87,36 ---
Feno de tifton 85 Kg 16,05 --- ---
Feno de mandioca Kg --- --- 87,71
Melaço em pó Kg --- 2,00 2,00
Fosfato bicálcico Kg 0,10 1,96 1,96
Calcário Kg 0,65 --- ---
Sal comum Kg 0,43 0,43 0,43
DL Metionina Kg 0,08 0,37 0,42
Lisina HCl Kg 0,06 1,06 0,49
Treonina Kg --- 0,25 0,42
1
Mist. Vit+Min Kg 0,5 0,50 0,50
Óleo de soja Kg --- 5,00 5,00
BHT Kg 0,01 0,01 0,01
Bentonita Kg --- 1,00 1,00
Cycostat Kg 0,06 0,06 0,06
TOTAL 100 100 100
Composição Analisada com base na matéria
Matéria seca % 89,90 91,52 92,49
Proteína bruta % 17,55 17,55 18,46
FDA % 15,44 22,44 30,11
FDN % 30,80 31,52 42,18
Cálcio* % 0,80 1,40 2,00
Fósforo* % 0,52 0,60 0,60
Met+Cys* % 0,60 0,60 0,60
Lisina* % 0,80 0,84 0,84
Treonina* % 0,70 0,70 0,70
Energia Bruta (Kcal/kg) 3600 4085 4496
1- Nuvital, composição por kg do produto: Vit A, 600.000 UI; Vit D, 100.000 UI; Vit E,
8.000mg; Vit K3, 200mg; Vit B1, 400mg; Vit B2, 600mg; Vit B6, 200mg; Vit B12,
2.000mcg; Ac. Pantotênico, 2.000mg; Colina, 70.000mg; Ferro, 8.000mg; Cobre, 1.200mg;
Cobalto, 200mg; Manganês, 8.600mg; Zinco, 12.000mg; Iodo, 64mg; Selênio, 16mg;
Metionina, 120.000mg; Antioxidante , 20.000 mg
* De acordo com a composição dos alimentos.
As colheitas foram feitas duas vezes por ejaculado em microscópio contraste
por semana, durante quatro semanas, de fase da marca Olympus CBB (400
totalizando oito colheitas por animal. X). A fórmula para o cálculo da
Foram utilizadas vaginas artificiais para concentração foi:
as colheitas, sendo estas constituídas
• no de espermatozóides/ml = A X
de um tubo plástico com 4 cm de
1000/ (1/B X N/25 X (1/10)
diâmetro e 8 cm de comprimento
,onde:
(Scapinello et al., 1997) e revestidas de
preservativo não lubrificado; na A = numero de espermatozóides
extremidade oposta à penetração, foi contados
acoplado um tubo de ensaio graduado.
B = Fator de Diluição (1:100)
A temperatura da água utilizada na
vagina artificial foi 44o C. Para estimular N = número de quadrados maiores
a monta do coelho no momento das contados
colheitas, foi utilizada uma fêmea como 1/10 = altura da câmara
manequim.
Foram feitos dois esfregaços de cada
Imediatamente após as colheitas, ejaculado de sêmen e corados pelo
foram feitas as avaliações do volume método de Williams (1920), modificado
de cada amostra, sem gel. Quando por Lagerlof (1934) e, depois de secos,
havia a presença de gel, o mesmo era foram avaliados em microscópio
retirado do tubo de ensaio por meio de contraste de fase da marca Olympus
uma alça de arame aquecida a 37o C. CBB (1000 X). A avaliação da
O aspecto do sêmen foi classificado de morfologia dos espermatozóides foi
acordo com uma tabela de 4 pontos, feita pela observação e classificação de
sendo: branco cremoso = 1, branco 100 espermatozóides de cada
leitoso = 2, branco aquoso = 3 e ejaculado e de cada colheita, sendo
aquoso = 4 (Mataveli, 2008). O branco estes, classificados em normais, com
cremoso foi classificado como melhor anormalidades maiores e com
aspecto e o aquoso como pior aspecto. anormalidades menores (Blom, 1973),
Uma gota de cada ejaculado sem gel sendo os resultados apresentados em
foi diluída em cinco gotas de citrato de porcentagem. Os espermatozóides
sódio a 3% e pH 7, em uma lamina pré-
com cauda dobrada, cauda solta e
aquecida a 37o C, sobre uma placa cabeça solta foram classificados como
aquecedora. No microscópio de contendo anormalidades menores. Já
contraste de fase da marca Olympus
os espermatozóides observados com
CBB (400 X), foi avaliada a motilidade cauda quebrada, cauda enrolada,
progressiva (%) e o vigor (escala de cauda degenerada e microcefalia foram
zero a cinco entre os valores mínimos e classificados como contendo
máximos observados (Manual..., 1998). anormalidades maiores.
Uma alíquota de cada ejaculado, numa
diluição de 1:100 em formol – salina Quanto às análises estatísticas, Todas
tamponada (Hancook, 1957), foi as variáveis quantitativas foram
preparada para posterior avaliação da testadas para avalaiar a
concentração. A concentração foi homocedasticidade e a normalidade
calculada para cada amostra, dos valores pelos testes de Lilliefors
utilizando-se a Câmara de Neubauer, (1967). As variáveis que apresentaram
em que foram contados cinco normalidade ou homecedasticidade
quadrados maiores da referida câmara, tiveram suas médias avaliadas pelo
teste de “t” de Student, as variáveis que 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
não apresentaram homocedasticidade,
tiveram suas medianas avaliadas pelo
teste de Krusskal e Wallis (1952). Os resultados obtidos nas análises de
Tabelas de distribuição de freqüências cor e de vigor nos diferentes
foram avaliadas pelo Teste de Qui- tratamentos estão apresentados na
quadrado. Todas as análises foram tabela 2. A cor, que está ligada ao
determinadas considerando a aspecto do sêmen, não apresentou
probabilidade de p<0,05. Todos os diferença entre os tratamentos.
dados foram avaliados no programa de Entretanto os valores atribuídos ao
uso livre BioEstat 3.0 (Ayres, 2003). vigor demonstraram diferença (p<0,05)
entre os tratamentos. Os animais que
consumiram dieta com rama de
mandioca apresentaram vigor inferior
aos animais que consumiram dieta
referência e dieta de alfafa.

Tabela 2 – Peso animal e características de sêmen de coelhos de 7-8 meses de idade


com diferentes dietas

Tratamentos

Variáveis Dieta Referência Dieta Alfafa Dieta Mandioca CV (%)

Peso animal(g) 3636a 3332b 3036c 8,62

Cor (pontos) 1,38 1,57 1,57 50,41

Volume (mL) 0,55a 0,56a 0,34b 101,58

Vigor (pontos) 2,98a 3,14a 2,27b 62,68

Motilidade (%) 40,85 43,10 35,43 74,80

pH 7,52 7,62 7,51 5,58

Concent.(x106/mL) 248,94a 194,82a,b 142,94b 85,43

Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste Kruskal-
Wallis

Os parâmetros qualitativos do sêmen demonstraram que o escore 4 para


são importantes porque podem ser vigor foi a maior freqüência relativa
usados como indicadores de qualidade (53,95%). Andreazzi et al. (2004)
seminal para coelhos (Lavara et al., trabalharam com coelhos consumindo
2005). Avaliando coelhos entre seis e dietas com diferentes fontes de óleos
doze meses, Macedo et al. (1982) vegetais e avaliaram a qualidade
seminal dos mesmos a partir dos sete e a função metabólica dos
meses de idade. Para a cor, o valor espermatozóides amadurecem (Hafez
médio foi 1,56 pontos e para vigor foi e Hafez, 2000). Este amadurecimento
2,74 pontos. Um sêmen de coelho que está relacionado a vários fatores, tais
apresentar vigor ≥ 3 pontos pode ser como tempo de permanência dos
considerado bom( Alvariño, 1998). Nos espermatozóides no epidídimo,
resultados obtidos no presente ensaio, intervalo entre colheitas,
o vigor estimado para os animais que disponibilidade de energia, pH e
consumiram dieta com mandioca foi temperatura (Hafez e Hafez, 2000).
inferior ao mínimo sugerido pelo Considerando o ritmo de colheita do
pesquisador. Costa et al. (2002) experimento e as dietas formuladas de
observaram vigor espermático de 3,68 modo a atender as exigências
em sêmen de coelhos Califórnia. Já nutricionais dos animais, os baixos
Scapinello et al. (1997) encontraram valores encontrados para motilidade
valores de 2,40 para o vigor de coelhos parecem estar relacionados à
Nova Zelândia Branco, durante o temperatura, já que foi um experimento
verão. Estes valores reforçam a idéia realizado no verão (Anexo 1). Alvariño
de queda na qualidade do sêmen, em (2000) relatou que temperaturas
períodos de temperaturas elevadas. ambientes superiores a 27o C, para
coelhos reprodutores, afetam a
O pH e a motilidade espermática
fertilidade, pois diminuem a motilidade
progressiva foram avaliados e não
progressiva e a libido.
apresentaram diferenças entre os
tratamentos (p>0,05) (tabela 2). Os valores relacionados ao volume
Alvariño (2000) sugere que o pH seja demonstraram diferença entre os
um bom indicador da qualidade do tratamentos (p<0,05), sendo que os
sêmen e que sua variação seja entre animais que consumiram dieta com
6,8 e 8,4, se medidos logo após a mandioca apresentaram menor volume
colheita. Os valores de pH do médio de ejaculado sem gel que os
experimento encontraram-se neste demais (tabela 2). Os valores
intervalo, semelhantes aos valores encontrados foram muito variados, não
encontrados por Scapinello et al. só entre os animais dos diferentes
(1997), Andreazzi et al. (2004) e tratamentos, como também entre os
Matavesi (2008) que trabalharam com animais do mesmo tratamento. Esta
coelhos nas mesmas condições de grande variação quanto ao volume do
temperatura e ambiente. ejaculado se deve a fatores como
idade, raça, estação do ano e
Os dados encontrados para motilidade
alimentação, além do fator individual
progressiva foram muito variados
ligado a cada animal. Alvariño (2000)
corroborando com Martin (1993) que
afirmou que o volume varia de 0,3 mL
sugere uma variação de 40% a 95% de
até 6,0 mL. Costa et al. (2002)
motilidade no sêmen fresco de coelhos.
trabalharam com coelhos da raça
Mesmo não havendo diferença entre os
Califórnia e encontraram um volume
tratamentos (p>0,05), os valores
médio de 0,57 mL. Já Scapinello et al.
encontrados foram relativamente
(1997) encontraram valores que
baixos. Alvariño (1998) sugere como
variaram de 0,67 mL a 1,13 mL. Os
boa motilidade espermática progressiva
resultados encontrados sugerem que o
para coelhos, valores acima de 60%. A
fato de os animais do experimento
capacidade de motilidade espermática
serem padronizados quanto à raça e
é acentuada à medida que a morfologia
idade, estando sujeitos às mesmas (1996) avaliaram a freqüência de
condições de exploração, parecem ser colheitas de sêmen e obtiveram valores
influenciados pela dieta e, de concentração variando de 336x106 a
possivelmente, pela estação do ano. 427x106 espermatozóides / mL.
Battaglini et al. (1992) trabalharam com
As concentrações espermáticas
coelhos Nova Zelândia Branco, durante
encontradas no presente experimento
seis meses. Apresentaram resultados
apresentaram diferenças entre os
com grande variação em relação aos
tratamentos (P<0,05), sendo que os
volumes (de 0,31 mL a 1,15 mL),
animais que consumiram dieta
motilidade (de 55% a 90%) e pH (de
referência apresentaram valores
6,71 a 8,42) e concentrações (de
maiores que os obtidos para os animais
280x106 a 1049x106 espermatozóides /
que consumiram dieta de mandioca. Os
mL), dados que atestam a afirmação de
animais que consumiram dieta de alfafa
Cheeke (1987) de que a produção
apresentaram valores semelhantes
espermática em coelhos é altamente
(P>0,05) aos animais que consumiram
variável, bem como sucessivos
as outras duas dietas (tabela 2). Os
ejaculados do mesmo animal. Os
resultados encontrados corroboram
dados relativos à concentração
com a sugestão de Ell-Ezz et al. (1985)
espermática obtidos neste trabalho
de que há uma correlação positiva
apresentaram valores inferiores aos
entre peso do corpo e concentração
outros trabalhos mencionados, porém
espermática em coelhos.
há de se considerar a idade dos
Os valores de concentração animais e a temperatura ambiente
espermática variam consideravelmente durante o período de colheita que,
segundo a raça, indivíduo e ritmo de como já mencionado, foi durante o
colheita, oscilando entre 50x106 a verão.
1500x106 espermatozóides / mL
As dietas utilizadas não afetaram os
(Alvariño, 1998). Bódnar et al. (1996)
resultados encontrados para
trabalharam com coelhos da raça
espermatozóides normais, anormais,
Pannon White e realizaram colheitas a
anormalidades maiores e menores dos
cada três dias, durante um mês.
animais envolvidos no experimento
Obtiveram média do volume do
(P>0,05). A tabela 3 apresenta os
ejaculado de 0,79 mL, motilidade
resultados, na qual se observa o alto
variando de 60% a 80% e
valor encontrado para as
concentração de 286x106
anormalidades.
espermatozóides / mL. Lopez et al.
Tabela 3 - Morfologia dos espermatozóides dos coelhos, nos diferentes tratamentos

Tratamentos

Morfologia
Espermatozoides Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioca CV (%)
(%)

Normais2 69,91 69,57 71,80 10,81

Anormais2 30,10 30,43 28,21 41,67

Anorm. Maiores1 7,59 7,52 5,81 27,31

Anorm. Menores2 22,51 22,91 22,40 60,97


1
– Todas as médias na mesma linha foram semelhantes (P>0,05) pelo teste Kruskal-
Wallis
2
– Todas as médias na mesma linhas foram semelhantes (P>0,05) pelo teste t de
Student

Segundo Hafez e Hafez (2000), permanência dos carneiros nestas


anormalidades espermáticas até 20% condições, causava aumento de
não prejudicam a fertilidade. Bilbao espermatozóides sem cauda e com
(1996) reportou valores de até 25% acrossoma inchado, vesiculado e
para espermatozóides anormais em desintegrado, até duas semanas após
coelhos. Alvariño (2000) sugeriu o fator o estresse. Os mesmos pesquisadores
raça como variante dos índices de constataram problemas semelhantes
anormalidades espermáticas, em suínos submetidos a aumento de
sugerindo uma média de 11% de temperatura ambiente por 90 dias. El-
anormalidades para coelhos Masry et al. (1995) constataram
reprodutores da raça Nova Zelândia aumento em espermatozóides
Branco. Trabalhando com coelhos de anormais em coelhos Nova Zelândia
nove meses de idade, Morera et al. Branco, submetidos à temperaturas
(1999, citados por Andreazzi, 2002) acima de 35o C.
encontraram 18% de anormalidades
Foi realizado um teste de
totais, sendo 3% de anormalidades de
independência pelo Qui-quadrado entre
cabeça e 15% de cauda. Destas, houve
os tratamentos e tendo como variáveis
maior predominância de cauda
o número de colheitas possíveis e o
enrolada (10%), cauda dobrada (4%) e
número de animais que apresentaram
gotas citoplasmáticas (1%). O estresse
dificuldades na colheita (quadro 4). O
calórico é o fator ambiental que mais
ensaio contou com 11 repetições em
afeta a qualidade do sêmen (Hafez e
cada tratamento e oito colheitas por
Hafez, 2000). Estes pesquisadores
repetição, sendo possível a realização
trabalharam com carneiros e
máxima de 88 colheitas por tratamento.
constataram que um aumento agudo
A classificação de “animais problema”
de temperatura com 40o C e 2 horas de
coube àqueles animais que inferior de colheitas nos animais que
apresentaram dificuldades nas consumiram dieta à base de feno de
colheitas (em uma ou mais colheitas), mandioca é influenciado pela dieta. Os
não sendo possível a realização da animais classificados como “animais
colheita naquele dia. problema” também apareceram em
maior número no tratamento de dieta
Os resultados demonstraram que
de mandioca.
houve associação entre os tratamentos
e as variáveis indicando que o número

Tabela 4 - Colheitas de sêmen possíveis durante o experimento e o número de


animais que as realizaram

Tratamentos

Colheitas Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioca

Número colheitas
(possíveis) 88 88 88

Número colheitas
realizadas 85 85 71

“Animais problema” 1 3 7

Teste de Qui-quadrado significativo (P<0,05) na associação das variáveis com as


dietas.

Os resultados apurados neste trabalho afeta mais diretamente os coelhos,


apresentaram-se ligeiramente inferiores visto que a capacidade de dissipação
aos encontrados em outros trabalhos, de calor do coelho para o meio
principalmente nas variáveis relativas à ambiente é inferior, se comparada a
motilidade, vigor e concentração. Isto outras espécies.
pode ter ocorrido como reflexo de
São poucos os trabalhos realizados
fatores como idade dos animais e/ou às
com objetivo de se analisar a influência
temperaturas elevadas durante o
da dieta sobre as características
experimento. Miros et al. (1993)
seminais de coelhos, porém Luzi et al.
constatou que os testículos dos
(1996) afirmaram que a libido e o
coelhos crescem até meados de oito
volume do ejaculado são influenciados
meses de idade, com estabilização e
pelo nível alimentar dos animais.
maturidade sexual estabelecidas a
partir desta idade. Oliveira (1999)
afirmou que dentre os fatores
ambientais, a temperatura é a que
4 CONCLUSÕES qualidade do sêmen em coelhos
alimentados com ração contendo
diferentes fontes de óleos vegetais.
No presente trabalho permite-se Acta Sci. Anim., v.26, n. 1, p. 87-93,
concluir que as dietas simplificadas 2004.
podem ser utilizadas na preparação ou
criação de animais reprodutores
machos, tomando-se como indicadores AYRES, M. BioEstat 3.0: aplicações
os parâmetros espermáticos e seminais estatísticas nas áreas de ciências
estudados. No entanto, deve-se levar biológicas e médicas . Manaus:
em consideração que a forragem de Sociedade Civil Mamirauá; Brasília:
referência das dietas é um aspecto MCT/CNPq, 2003. 291 p.
preponderante na opção de empregar-
se tal tecnologia. O uso do feno de
alfafa em dietas simplificadas não BATTAGLINI, M.; CASTELLINI, C.;
apresentou problemas que LATTAJOLI, P. Variability of the main
comprometessem sua utilidade; no characteristics of rabbit sêmen. J. Appl.
entanto, a rama de mandioca, nas Rabb. Res., v.15, pt.A, p. 439-446,
condições em que se realizou esta 1992.
experiência, parece não servir para
este propósito.
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CAPÍTULO III

EXPERIMENTO III

UTILIZAÇÃO DE DIETAS SIMPLIFICADAS À BASE DE FORRAGENS SOBRE AS


CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS DE TESTÍCULOS DE COELHOS DA
RAÇA NOVA ZELÂNDIA BRANCO

RESUMO

Lâminas com cortes de tecido testicular foram preparadas com o objetivo de avaliar
parâmetros da morfometria testicular de coelhos alimentados com dietas simplificadas
à base de forragens. Foram utilizados testículos de 15 coelhos com 8-9 meses de
idade distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos
e cinco repetições. Foram utilizadas uma dieta referência e duas dietas simplificadas
(uma contendo feno de alfafa e outra contendo feno do terço superior da rama de
mandioca). Os animais foram alimentados com suas respectivas dietas desde os 30
dias de idade. Os resultados para diâmetro tubular e altura do epitélio foram 225,78
µm2 e 80,81 µm , respectivamente, para os animais alimentados com dieta de feno de
alfafa. Para coelhos alimentados com dieta com rama de mandioca, os resultados para
diâmetro tubular e altura do epitélio foram 208,57 µm2 e 65,46 µm, respectivamente.
Os animais que consumiram dieta à base de feno de mandioca apresentaram um
desenvolvimento tubular inferior, quando comparados com os animais da dieta
referência e da dieta à base de feno de alfafa, nos parâmetros diâmetro tubular e
altura do epitélio seminífero.

Palavras-chave: feno de alfafa, feno de mandioca, diâmetro tubular, altura do epitélio


seminífero

USE OF SIMPLIFIED DIETS BASED ON FORAGES ON TESTICULAR


MORPHOMETRY OF NEW ZEALAND RABBITS

ABSTRACT

Blades with testicular tissue had been prepared to evaluate the use of simplified diets
the based on forages on rabbits` testicular morphometry. Fifteen New Zealand rabbits`
testicles with 8-9 months old were used and distributed in a randomized design with
three treatments and five replicates. Three diets were used: a reference diet and two
simplified diets (one containing alfalfa hay and other with upper third part of foliage
cassava hay). The animals had been fed with its respective diets since 30 days old.
The results for tubular diameter and height of seminiferous epithelium were 225.78 µm2
e 80.81 µm, respectively, for the animals fed with alfalfa hay. The results for rabbits fed
with diet with upper third part of foliage cassava hay were 208.57 µm2 e 65.46 µm for
tubular diameter and height of seminiferous epithelium, respectively. The animals that
had consumed upper third part of foliage cassava hay diet had presented an inferior
tubular development, when compared with the animals of the diet reference and the
diet with the alfalfa hay base, in the parameters tubular diameter and height of
seminiferous epithelium.

Key words: alfalfa ray, cassava ray, tubular diameter, height of seminiferous
epithelium

1 INTRODUÇÃO os dados obtidos têm sugerido uma


forte possibilidade de uso de tais dietas
Algumas linhas de pesquisa ligadas à
baseadas praticamente em um único
alimentação e nutrição animal, nos
macro ingrediente forrageiro
últimos anos, vêm sendo desenvolvidas
(Fernández-Carmona et al., 1998). Não
com intuito de se estudar e desenvolver
obstante, para o Brasil, a alfafa ainda
o uso de produtos que não compitam
não representa, considerando os
com os da alimentação humana. Ainda
preços deste produto praticados
assim, há outro número de grupos de
atualmente, uma solução que sustente
pesquisas que buscam alternativas na
a idéia de redução de custos em dietas
alimentação animal de forma a
onde esta matéria-prima se inclua de
equilibrar a utilização dos recursos
maneira privilegiada. Assim sendo,
disponíveis com a produtividade dos
vários pesquisadores vêm trabalhando
animais vislumbrando um nível de
no sentido de demonstrar que o terço
transformações de matérias-primas em
superior da rama da mandioca pode se
produtos de origem animal seguros
constituir em um produto que venha a
para uso humano e de qualidade
substituir a alfafa e mesmo as dietas
superior.
convencionais com cereais sem
Uma preocupação que têm definido as prejuízos a animais em crescimento
dietas contemporâneas em coelhos é o (Scapinello et al., 1999; Herrera, 2003;
bem-estar dos animais, incluindo aí os Michelan, 2004, Machado et al., 2007).
novos conceitos de bem-estar No entanto, resultados em clima
intestinal; o uso de produtos integrados tropical do uso de dietas de alta
ao modelo de sustentabilidade inclusão de forragens para preparação
ambiente, além da simplificação dos de machos reprodutores ao longo de
sistemas de alimentação (De Blas et seu crescimento ainda não são
al., 1999; Xiccato, 1999; Pascual et al., devidamente conhecidos.
2000). Os resultados europeus para
Os melhores parâmetros para se
uso de dietas simplificadas em animais
avaliar a capacidade reprodutiva de
em crescimento e reprodução são
machos estão concentrados em
muito promissores quando o feno de
mensurações e avaliações dos
alfafa é a base alimentar utilizada
componentes testiculares.
(Pascual et al., 2000). Mesmo em
Funcionalmente, os testículos dos
condições severas de criação de
mamíferos podem ser divididos em dois
fêmeas em reprodução em câmaras
compartimentos: o compartimento
climáticas que simulam climas quentes,
intertubular ou intersticial, e o e Russell, 1998). Não obstante,
compartimento tubular, ou de túbulos parâmetros quantitativos diretamente
seminíferos (Russell et al., 1990, Ross relacionados aos túbulos seminíferos,
et al, 2003). Os componentes do como diâmetro tubular, espessura do
compartimento intertubular são as epitélio seminífero, e comprimento total
células de Leydig, responsáveis pela dos túbulos seminíferos, apresentam
produção da testosterona, os vasos relação positiva com a atividade
sangüíneos e espaços linfáticos, espermatogênica, fornecendo
nervos e uma população celular informações para o estabelecimento da
variável constituída principalmente por mesma, em uma determinada espécie
fibroblastos e macrófagos, estando (França e Russell, 1998; Paula, 1999,
estes diretamente associados às citados por Gomes, 2007).
células de Leydig (Russell et al., 1990; Pesquisadores como Gupta et al.
Setchell, 1991, Hales, 2002). Apesar de (2001) e Mali et al. (2002), associam o
existir grande variação entre as comprimento e o diâmetro dos túbulos
diversas espécies quanto à proporção seminíferos à redução na produção de
volumétrica dos diferentes testosterona e, conseqüentemente,
componentes do compartimento diminuição da fertilidade.
intertubular (Fawcett et al., 1973;
O presente trabalho teve como objetivo
França e Russell, 1998; Godinho,
avaliar, através de várias análises
1999), a célula de Leydig é usualmente
histométricas e quantitativas, os efeitos
o tipo celular mais freqüente neste
das dietas simplificadas sobre o
compartimento. O compartimento dos
desenvolvimento dos testículos de
túbulos seminíferos constitui a maior
coelhos machos criados consumindo
parte do testículo, ocupando, na grande
exclusivamente estas dietas, desde o
maioria dos mamíferos, de 70% a 90%
desmame até o início da vida
do parênquima testicular (França e
reprodutiva.
Russell, 1998; Godinho, 1999). Eles
são constituídos por túnica própria,
epitélio seminífero e lume tubular. A 2 MATERIAL E MÉTODOS
túnica própria envolve o túbulo
seminífero, sendo composta de células
mióides ou peritubulares e matriz No ensaio foram utilizados 15 coelhos
extracelular. Juntamente com as machos, com 8-9 meses de idade,
células mióides, as células de Sertoli criados em galpões sem controle de
elaboram a membrana basal que serve temperatura ambiente, distribuídos em
de suporte estrutural para a própria um delineamento inteiramente
célula de Sertoli e para as células casualizado com três tratamentos
germinativas em fase de proliferação. denominados dieta referência (DR),
De acordo com alguns autores, há dieta alfafa (DA) e dieta mandioca
correlação positiva entre o peso (DM), sendo cinco animais em cada um
testicular e a produção espermática dos tratamentos propostos e que se
(Amann, 1970; Olar et al., 1983; França encontram apresentados na tabela 1.
Tabela 1 - Composição percentual das dietas experimentais
Ingredientes Unidade Dieta Dieta Dieta
Referência mandioca
Alfafa

Milho Kg 24,06 --- ---


Farelo de soja Kg 14,00 --- ---
Farelo de trigo Kg 22,00 --- ---
Feno de alfafa Kg 22,00 87,36 ---
Feno de tifton 85 Kg 16,05 --- ---
Feno de mandioca Kg --- --- 87,71
Melaço em pó Kg --- 2,00 2,00
Fosfato bicálcico Kg 0,10 1,96 1,96
Calcário Kg 0,65 --- ---
Sal comum Kg 0,43 0,43 0,43
DL Metionina Kg 0,08 0,37 0,42
Lisina HCl Kg 0,06 1,06 0,49
Treonina Kg --- 0,25 0,42
Mist. Vit+Min1 Kg 0,5 0,50 0,50
Óleo de soja Kg --- 5,00 5,00
BHT Kg 0,01 0,01 0,01
Bentonita Kg --- 1,00 1,00
Cycostat Kg 0,06 0,06 0,06
TOTAL 100 100 100
Composição Analisada com base na matéria
Matéria seca % 89,90 91,52 92,49
Proteína bruta % 17,55 17,55 18,46
FDA % 15,44 22,44 30,11
FDN % 30,80 31,52 42,18
Cálcio* % 0,80 1,40 2,00
Fósforo* % 0,52 0,60 0,60
Met+Cys* % 0,60 0,60 0,60
Lisina* % 0,80 0,84 0,84
Treonina* % 0,70 0,70 0,70
Energia Bruta (Kcal/kg) 3600 4085 4496
1- Nuvital, composição por kg do produto: Vit A, 600.000 UI; Vit D, 100.000 UI; Vit E,
8.000mg; Vit K3, 200mg; Vit B1, 400mg; Vit B2, 600mg; Vit B6, 200mg; Vit B12,
2.000mcg; Ac. Pantotênico, 2.000mg; Colina, 70.000mg; Ferro, 8.000mg; Cobre, 1.200mg;
Cobalto, 200mg; Manganês, 8.600mg; Zinco, 12.000mg; Iodo, 64mg; Selênio, 16mg;
Metionina, 120.000mg; Antioxidante , 20.000 mg
* De acordo com a composição dos alimentos.

Quanto às análises estatísticas, Todas dos valores pelos testes de Lilliefors


as variáveis quantitativas foram (1967). As variáveis que apresentaram
testadas para avalaiar a normalidade ou homecedasticidade
homocedasticidade e a normalidade tiveram suas médias avaliadas pelo
teste de “t” de Student, as variáveis que micrótomo automático com navalha de
não apresentaram homocedasticidade, vidro, tendo sido colocados nove cortes
tiveram suas medianas avaliadas pelo em cada lâmina. Para avaliar o tecido
teste de Krusskal e Wallis (1952). testicular, os cortes foram corados em
Tabelas de distribuição de freqüências azul de toluidina-borato de sódio a 1%
foram avaliadas pelo Teste de Qui- e as lâminas montadas com entellan.
quadrado. Todas as análises foram
Com base na massa corporal e
determinadas considerando a
testicular, foi calculado o índice
probabilidade de P<0,05. Todos os
gonadossomático (IGS) de cada
dados foram avaliados no programa de
animal, a partir da fórmula:
uso livre BioEstat 3.0 (Manual..., 2003).
(massa total das gônadas / massa
Estes animais foram criados, desde o
corporal) X 100
desmame, com a mesma dieta
referente ao respectivo tratamento. Os O IGS é a porcentagem da massa
cinco animais de cada tratamento que corporal do animal representada pelas
foram sacrificados por decapitação, dos gônadas (testículos).
quais foram retirados os testículos e os As proporções volumétricas dos
epidídimos. O abate foi realizado de componentes testiculares,
acordo com os procedimentos do compartimentos tubular e intersticial,
abatedouro da Fazenda Experimental foram estimadas utilizando-se um
da Universidade Estadual de Maringá. retículo com 121 intersecções (pontos)
Os testículos e os epidídimos de cada acoplado a ocular de microscópio
animal foram pesados, separados e Olympus CX40, sendo conduzidas
fixados em solução de Bouin por 24 contagens em 20 campos aleatórios
horas; posteriormente, foram em aumento de 400X. Foi contado um
conservados em álcool 70%. Foram total de 2420 pontos por animal (figura
feitos cortes nos testículos para facilitar 1). Os volumes dos compartimentos
a penetração do fixador. Para foram estimados a partir do percentual
processamento histológico, os ocupado pelos mesmos no testículo e
testículos foram cortados do conhecimento do volume líquido do
transversalmente em três fragmentos, e testículo, sendo este último obtido pela
o terço médio do órgão foi utilizado diferença entre a massa bruta do
para o estudo histológico. Os testículo e a massa da túnica albugínea
fragmentos foram desidratados por (estimada em 18% da massa bruta do
quatro horas em álcool 95o, infiltrados testículo). Considerou-se a densidade
com resina glicolmetacrilato do testículo igual a um, ou seja, o peso
(Historesin® Leica) seguido de inclusão do testículo foi igual ao volume
na resina com endurecedor. (Johnson e Neaves, 1981; França,
Posteriormente, foram obtidas secções 1991; Paula, 1999; Tae et al., 2005).
seriadas com três µm de espessura em
Figura 1: Retículo utilizado para cálculo das proporções volumétricas dos
componentes testiculares

(Foto do autor)

A determinação do diâmetro tubular também com o auxílio de uma régua


médio de cada animal foi feita com o micrométrica acoplada a ocular de
auxílio de uma régua micrométrica microscópio, em aumento de 400X.
acoplada a ocular de microscópio com Foram escolhidos ao acaso nas
objetiva de 10X. Foram mensuradas ao lâminas, túbulos seminíferos com
acaso, 20 secções transversais de contorno o mais circular possível para
túbulos seminíferos de contorno o mais realização de duas medições (em
circular possível. Foram feitas duas ângulo de 1800) e obtenção da altura
medições de diâmetro por túbulo (uma média do epitélio seminífero. Foram
em 900 em relação à outra) e obtido um feitas 20 medições de espessura por
valor médio a partir desses dados. A animal (figura 2).
altura do epitélio seminífero foi obtida

Figura 2: Medições realizadas para cálculo dos diâmetros tubulares e as alturas do


epitélio seminífero

(Foto do autor)
O comprimento total dos túbulos Amann (1962). A correção do número
seminíferos (em metros) foi estimado a das células de Sertoli foi feita a partir
partir do conhecimento do seu volume do diâmetro nucleolar médio, já que as
de ocupação nos testículos e do mesmas apresentam núcleo irregular.
diâmetro tubular médio obtido para Foram contados somente núcleos com
cada animal, seguindo a fórmula nucléolo evidente. Foi usada a seguinte
sugerida por Attal e Courot (1963): fórmula para correção da contagem de
cada tipo celular:
• CT = VST / π r2
• No corrigido=contagem obtida x
Sendo que:
(EC / EC + √((DNM / 2)2 - (DNM
CT corresponde ao comprimento total / 4)2))
dos túbulos seminíferos, em metros;
Sendo que:
VST é o volume dos túbulos
seminíferos nos testículos (mL); e π r2, EC é a espessura do corte, e DNM é o
a área de secção transversal de diâmetro nuclear médio.
túbulos seminíferos (raio é igual ao
O diâmetro nuclear médio foi obtido
diâmetro tubular dividido por dois).
pela média das mensurações de 20
A população celular foi estimada por núcleos do tipo celular em questão, no
meio da contagem dos núcleos dos estágio 1 do ciclo do epitélio
diferentes tipos celulares da linhagem seminífero, sendo isto feito para cada
espermatogênica, além dos nucléolos animal. As medidas nucleares foram
das células de Sertoli. Em campos feitas utilizando-se uma régua
escolhidos ao acaso na lâmina, foram micrométrica acoplada à objetiva de
contados os tipos celulares em dez 100X, em microscópio de luz.
cortes transversais de túbulos no
O rendimento intrínseco da
estágio 1 do ciclo do epitélio
espermatogênese foi determinado
seminífero. Foram contados os
baseando-se nas razões encontradas
seguintes tipos celulares:
entre os números celulares corrigidos,
obtidos no estádio 1 do ciclo do epitélio
seminífero. Foram calculadas as
• Espermatogônias do tipo A.
seguintes razões:
• Espermatócitos primários em
• Coeficiente de eficiência de
pré-leptóteno / leptóteno
mitoses de espermatogônias:
(PL/L).
razão entre o número de
• Espermatócitos primários em espermatócitos primários em
paquíteno (PQ). pré-leptóteno/leptóteno e o
número de espermatogônias do
• Espermátides arredondadas tipo A.
(AR).
• Rendimento meiótico: razão
• Células de Sertoli. entre o número de
espermátides arredondadas e o
número de espermatócitos
A contagem obtida para cada tipo
primários em paquíteno.
celular foi corrigida para o diâmetro
nuclear médio e a espessura do corte, • Rendimento geral da
utilizando-se da fórmula de espermatogênese: razão entre
Abercrombie (1946), modificada por o número de espermátides
arredondadas e o número de coelhos da mesma raça e 180 dias de
espermatogônias do tipo A. idade, encontrando uma amplitude de
massa por par de testículos de 4,64
• Ocorrência de perdas celulares
gramas a 5,12 gramas. A análise do
durante a prófase meiótica:
índice gonadossomático (IGS) (tabela
razão entre o número de
2) também não apresentou diferença
espermatócitos primários em
entre os tratamentos (p>0,05),
pré-leptóteno/leptóteno e o
revelando que a proporção de massa
número de espermatócitos
corporal alocada nos testículos foi
primários em paquíteno.
semelhante entre os animais, nos três
A estimativa da reserva espermática tratamentos. Santos (2006) encontrou
total (RET) e por grama de parênquima valores para IGS em coelhos com 150
de testículo (RET/g), baseada na dias de idade de 0,13% a 0,15%; com
histologia quantitativa, foi obtida pela coelhos com 180 dias de idade,
fórmula: encontrou valores de 0,14% a 0,16%.
Este trabalho apresentou valores para
• RET = (CTT/ Espessura do
IGS ligeiramente mais altos, de 0,15%
corte) x No Ar
a 0,18%. É sabido que em mamíferos
Onde temos: de menor porte, há uma deposição de
massa corporal e gasto de energia
RET é a reserva espermática total, CTT
maior para o tecido testicular que em
é o comprimento tubular total e No Ar é
animais de maior porte. A teoria que
o número de espermátides
melhor explica esta diferença de
arredondadas por secção transversal.
proporção baseia-se no
comportamento reprodutivo, na
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO freqüência de cópulas dos
reprodutores. Foi sugerida a divisão
dos reprodutores em dois grupos,
Os valores dos pesos dos animais (PV) machos com baixa freqüência
ao final do experimento diferiram entre copulatória (normalmente um macho
os tratamentos (p<0,05). Os animais copula com uma fêmea) e machos com
que consumiram DR apresentaram alta freqüência copulatória (vários
maior peso que os que consumiram DA machos copulam com uma fêmea no
e estes, maior peso do que os animais cio). Machos com alta freqüência
que consumiram DM. Estas diferenças copulatória sofrem grande pressão de
entre os três tratamentos seleção, devido ao fato de haver uma
possivelmente estão ligadas à competição dos espermatozóides
utilização digestiva da dieta pelos dentro do trato reprodutivo da fêmea.
animais, já que foram criados, desde o Neste caso, é requerida uma maior
desmame, nas mesmas condições de produção de sêmen, conferindo aos
manejo (Tabela 2). machos destas espécies um tamanho
de testículos maior (Havey e Harcourt,
Os pesos dos testículos (PT) não 1984). Por outro lado, machos com
apresentaram diferenças (p>0,05) entre baixa freqüência copulatória,
os tratamentos (Tabela 2). Ypsilantis et normalmente competem pelo direito de
al. (2003) trabalharam com coelhos da cobrição através da manifestação
mesma raça, com 180 dias de idade, e comportamental de dominância sobre
encontraram 6,68 gramas de massa os oponentes (Short, 1997). Neste
testicular. Santos (2006) trabalhou com caso, os testículos são relativamente
menores. Em coelhos, o período de reduzindo-se a um crescimento mais
maior crescimento dos testículos fica lento até atingir seu tamanho final com
em torno dos 40-50 dias, quando cerca de oito meses de idade (Miros et
surgem as primeiras células de Leydig al., 1980).
maduras (Gondos et al., 1976; Alvariño,
1993). Inicialmente, o crescimento
testicular é bruscamente aumentado,

Tabela 2 - Resultados obtidos nos índices relacionados ao peso dos animais,peso dos
testículos, índices gonadossomáticos, proporções volumétricas de túbulos seminíferos
e interstício e índice tubulossomático, nos diferentes tratamentos

Tratamentos

Variáveis Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioca CV (%)

PV (g)1 3636a 3332b 3036c 8,62

PT (g)2 6,33 5,26 4,67 22,36

IGS1 0,18 0,16 0,15 19,32

PVTS (%)1 84,00 83,68 83,17 1,95

PVI (%)1 16,00 16,32 16,83 9,97

ITS1 0,1207 0,1088 0,1047 20,13


PV: Peso vivo; PT: Peso dos testículos; IGS: Índice gonadossomático; PVTS: Proporção volumétrica túbulos seminíferos; PVI:
Proporção volumétrica interstício; ITS: Índice tubulossomático;

1
- Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste de t de
Student
2-
Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste Kruskal-
Wallis

A proporção volumétrica dos 1996). Para catetos, Costa (2001)


componentes do parênquima testicular encontrou uma média de 84,02% de
varia bastante entre as espécies. No túbulos seminíferos no parênquima
cão, 90% do parênquima testicular é testicular. Em relação às proporções
constituído por túbulos seminíferos volumétricas (%) dos componentes dos
(Paula, 1992); nos varrões, carneiros e testículos deste experimento, foram
coelhos, esses valores estão por volta analisadas as proporções de túbulo
de 85% (Amann, 1970; Hochereau-De- seminífero (PVTS) e interstício (PVI),
Reviers et al., 1990; Okwun et al., valores que se encontram na tabela 2.
Não houve diferença entre os seminífero (AET) estão na tabela 3. O
tratamentos (p>0,05), sendo que estes valor do diâmetro típico para a maioria
valores são compatíveis com os dos amniotas varia de 180 µ a 300 µ
encontrados para coelhos na literatura. (Roosen-Runge, 1977). Os resultados
Foi calculado também o índice obtidos em relação aos diâmetros dos
tubulossomático (ITS), índice este, túbulos dos animais deste experimento
encontrado quando se dividiu a massa encontram-se dentro desta média. A
correspondente aos túbulos comparação entre os tratamentos do
seminíferos dos testículos, pela massa experimento apresentou diferenças
corporal do animal. Este índice, como o entre eles. Os animais que consumiram
IGS, não apresentou diferenças entre DR apresentaram diâmetros maiores
os tratamentos (P>0,05). que os demais (p>0,05). A altura do
epitélio seminífero encontrada para os
Os diâmetros dos túbulos seminíferos
animais deste experimento (média de
(DTS) são usualmente utilizados como
78,85 µ) está dentro da faixa sugerida
indicadores da atividade
para esta medida em animais
espermatogênica quando se estuda a
domésticos: de 60 µ a 100 µ (França e
função testicular. Podem ser citados
Russell, 1998). Apesar de existirem
como exemplos, os estudos de
grandes variações deste parâmetro
estabelecimento do período de
entre espécies e raças, isso não se
puberdade e maturidade sexual (Attal e
repete entre os diferentes estágios do
Courot, 1963; Godinho e Cardoso,
ciclo do epitélio seminífero, a despeito
1979; França e Cardoso, 1998), a
das diferentes associações celulares e
influência sazonal na espermatogênese
dos diferentes volumes de células de
(Abdel-Raouf et al., 1975; Parreira e
Sertoli em cada estágio (Wrobel e
Cardoso, 1991) e os efeitos da
Schimmel, 1989; Wrobel et al., 1995,
senilidade na reprodução (Wang et al.,
citados por Costa, 2001).
1993; Paula e Cardoso, 1994). Os
valores médios do diâmetro tubular
(DTS) e altura do epitélio do túbulo
Tabela 3 - Resultados obtidos nos índices relacionados aos diâmetros dos túbulos
seminíferos, altura do epitélio, comprimento dos túbulos seminíferos e reserva
espermática, nos diferentes tratamentos

Tratamentos

Variáveis Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioca CV (%)

DTS1 249,46a 225,78b 208,57b 9,50

AET2 90,29a 80,81a,b 65,46b 14,80

CTS/testículos(m)1 90,13 91,16 94,60 22,49

CTS. / g1 17,31a 21,05a,b 24,67b 19,22

RET (x10 6) 1 1630,51a 1348,05a 1003,99b 28,03

RET/g (x10 6) 1 315,80a 313,63a 260,64b 13,59


DTS: Diâmetro túbulo seminífero; AET: Altura epitélio túbulo seminífero; CTS: Comprimento total túbulo seminífero; CTS/g:
Comprimento total túbulo seminífero por grama de parênquima testicular; RET: Reserva espermática; RET/g: Reserva espermática por
grama de parênquima testicular

1
- Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste de t de
Student
2
- Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste
Kruskal-Wallis

Houve diferenças quando comparados quando se comparou o CTS/g entre os


os tratamentos deste experimento tratamentos, o tratamento DR
(p<0,05), sendo que os animais que apresentou um valor superior ao
consumiram DR apresentaram maior tratamento DM (p<0,05). O resultado
média de altura de epitélio. Os animais do tratamento DA foi semelhante ao
que consumiram DA apresentaram tratamento DR e DA (p>0,05). O
resultados semelhantes aos da DR e comprimento dos túbulos seminíferos
da DM; porém, os animais que está relacionado a três parâmetros
consumiram DM diferiram dos animais estruturais: tamanho do testículo,
da DR, apresentando valores inferiores diâmetro tubular e densidade
a estes. volumétrica dos túbulos seminíferos, o
que torna difícil a comparação entre
O comprimento total dos túbulos
diferentes espécies devido à variação
seminíferos por testículo (CTS)
destes parâmetros. Quando se
também foi calculado, além do
converte o comprimento total de
comprimento dos túbulos seminíferos
túbulos seminíferos em comprimento
por grama de parênquima testicular
por grama de parênquima testicular,
(CTS/g) (tabela 3). Os resultados não
torna-se possível uma comparação
apresentaram diferenças entre os
entre espécies, independente do porte
tratamentos (p>0,05) para CTS. Porém,
do animal e do volume dos testículos. por França e Russell (1998), os valores
O camundongo possui encontrados para coelhos foram
aproximadamente 20 túbulos semelhantes aos deste experimento
seminíferos por testículo perfazendo, (296,8 x 106 de espermatozóides por
no total, cerca de dois metros de grama de parênquima testicular, sendo
comprimento tubular por gônada que outras espécies apresentaram
(Bascom e Ostrud, 1925, citados por valores médios inferiores, como touro
Gomes, 2007). Nos suínos, França e (164,7 x 106), búfalo (120,4 x 106),
Russell (1998) encontraram cerca de carneiro (239,6 x 106) e garanhão
três mil metros de túbulos no total. Os (240,3 x 106).
mesmos pesquisadores sugerem uma
A tabela 4 apresenta os números
variação de 10 metros a 15 metros de
médios corrigidos de células
túbulos seminíferos por grama de
espermatogênicas e de Sertoli
parênquima de testículo para a maioria
observadas em secções transversais
dos mamíferos. O coelho apresenta em
de túbulos seminíferos no estádio 1 do
média 62 metros de comprimento de
ciclo do epitélio seminífero dos coelhos
túbulos seminíferos para um peso
envolvidos no experimento, em cada
testicular de três gramas (Amann,
um dos tratamentos propostos. A
1970), sendo 20,67 metros por
correção é feita devido à grande
parênquima de testículo. Os dados
variação, quando se compara os
encontrados neste experimento, nos
valores absolutos, que ocorre não só
três tratamentos, apresentam
entre as espécies, mas também entre
compatibilidade com estes encontrados
indivíduos da mesma espécie
por Amann (1970).
(Cardoso, 1981). O mesmo autor
A reserva espermática (RET) foi salienta que outros fatores também
avaliada pelo método da histologia devem ser considerados como
quantitativa dos testículos. Os causadores de variação entre espécies,
resultados, na tabela 3, apresentaram como o emprego de diferentes
diferenças entre os tratamentos sendo metodologias e diferenças nas
que os animais dos tratamentos DR e amostragens utilizadas. França (1991)
DA obtiveram médias de reserva total sugeriu que as comparações entre os
de espermatozóides e reserva de resultados obtidos em experimentos
espermatozóides por grama de com espécies diferentes ou até mesmo
parênquima testicular (RET/g) com animais de uma mesma espécie
superiores às médias obtidas pelos devem ser consideradas como
animais do tratamento DM. Os indicação de tendência.
resultados encontrados para RET/g
permitem uma comparação entre
espécies. Em uma revisão realizada
Tabela 4 - População de espermatogônias do tipo A, espermatócitos primários em pré-
leptóteno/leptóteno e em paquíteno, espermátdes arredondadas e células de Sertoli,
no estádio 1 do ciclo do epitélio seminífero de testículos de coelhos nos diferentes
tratamentos

Tratamentos

População celular Dieta referência Dieta alfafa Dieta mandioca CV (%)

Espermatogônia A 3,42 2,90 2,63 18,75

Esp.Pré-Lep./Lep. 13,96a 11,83a,b 8,38b 32,66

Esp. Paquíteno 21,43a 18,22a,b 14,50b 24,16

Esperm. Arred. 55,02a 45,42a 32,59b 26,64

Célula Sertoli 2,48 2,10 2,10 20,05

Médias com letras diferentes no sentido de linha diferem (P<0,05) pelo teste t de
Student

Swierstra e Foote (1963) trabalharam A população de espermátides


com coelhos da raça holandesa com 32 arredondadas (AR) ficou abaixo do que
a 40 semanas de idade e encontraram é relatado para a maioria dos
uma média de 3,5 espermatogônias A mamíferos, como suínos (Godinho e
por secção transversal. O trabalho Cardoso, 1979; Wettermann e
destes autores apresentou diferenças Desjardins, 1979; França, 1991),
metodológicas relevantes em relação bovinos (Cardoso, 1981) e cães (Paula,
ao presente trabalho, como por 1992); porém, foi ligeiramente superior
exemplo, secções de 4 µ a 8 µ de à população encontrada por Paula
espessura. O valor médio de (1999) em capivaras (tabela 4). Visto
espermatogônias A não diferiu entre os que há uma grande variabilidade na
tratamentos (p>0,05), cujos dados população de espermátides
estão na tabela 3. Os valores para arredondadas entre as espécies, o
espermatócitos I em pré- mais relevante neste trabalhou foi
leptóteno/leptóteno (PL/L) e em verificar a diferença apresentada entre
paquíteno (PQ) do experimento os tratamentos. As populações de
demonstraram diferenças entre os espermátides arredondadas
tratamentos (p<0,05). Em ambas as apresentadas como resultados dos
categorias de células, o tratamento DR tratamentos DR e DA foram superiores
apresentou resultados superiores ao à população do tratamento DM
tratamento DM, já o tratamento DA (p<0,05).
demonstrou valores que não o
O número de células de Sertoli em
diferenciou dos demais.
cada secção permite o cálculo da
população total de células de Sertoli
por grama de parênquima testicular podem estar relacionados aos
(Hochereau-De Rives e Lincoln, 1981), processos apoptóticos celulares, como
o que torna mais pertinente a quimioterapia, estresse térmico e
comparação entre espécies. A distúrbios hormonais (Blanco-
população de células de Sertoli por Rodriguez e Martinez-Garcia, 1998;
grama de parênquima testicular dos Henriksen e Parvinem, 1998). Huckins
animais deste experimento foi de 15,4 (1978) e Sharpe (1994) sugeriram que
milhões. Foi inferior ao resultado fosse um mecanismo que limitasse o
encontrado para catetos (Costa, 2001), número de células germinativas a uma
suínos (França, 1991) e capivaras quantidade compatível com o número
(Paula, 1999). Entretanto, foi superior de células de Sertoli disponíveis.
ao resultado relatado por França e Sharpe (1994) afirmou que estas
Russell (1998) para búfalos e carneiros perdas celulares podem ser altas até
(8,5 milhões e 12,3 milhões de células mesmo em espécies que tenham uma
por grama de parênquima, produção espermática alta. A
respectivamente). As médias do comparação de resultados entre as
número de células de Sertoli dos médias dos tratamentos não
tratamentos utilizados neste apresentou diferença entre eles
experimento não apresentaram (p>0,05) para o rendimento mitótico. As
diferenças quando comparadas entre si perdas celulares (índice obtido pela
(tabela 4). razão PL/L:PQ) durante a prófase
meiótica também não apresentou
As razões numéricas entre as
diferença entre os tratamentos (p>0,05)
espermatogônias A e os outros tipos
(tabela 5).
celulares constituem uma importante
ferramenta para se estimar o O rendimento meiótico dos coelhos do
coeficiente de eficiência do processo experimento variou de 1:2,57 a 1:2,25,
espermatogênico. A razão entre o ou seja, cada espermatócito I em
número de espermatócitos I em PL/L e paquíteno gerou de 2,25 a 2,57
o numero de espermatogônia A ficou espermátides arredondadas, quando o
abaixo do esperado para coelhos rendimento teórico esperado é 1:4. O
(tabela 5). Castro (1995) encontrou a resultado obtido foi semelhante ao
relação de uma espermatogônia A para encontrado por França (1991) em
11,8 espermatócitos PL/L. A média suínos, e por França e Russell (1998)
geral dos animais envolvidos neste em várias espécies de animais
experimento foi de 1 : 3,78. domésticos. O rendimento meiótico
entre os tratamentos não apresentou
As perdas e mortes celulares durante a
diferença (p>0,05), demonstrado na
espermatogênese de mamíferos têm
tabela 5.
sido observadas por alguns
pesquisadores durante os processos
envolvidos nas divisões celulares da
espermatogênese (Amann, 1962;
Berndtson e Desjardins, 1974; Roosen-
Runge, 1955 e 1973). Vários fatores
Tabela 5 - Razões entre números corrigidos de células germinativas por secção
transversal de túbulo seminífero no estádio 1 do ciclo do epitélio seminífero nos
coelhos do experimento

Tratamentos

Dieta
Relações celulares Dieta alfafa Dieta mandioca
referência

razões

Rend. mitótico 1 : 4,08 1 : 4,08 1 : 3,19

Rend. meiótico 1 : 2,57 1 : 2,49 1 : 2,25

Rend. geral 1 : 16,09 1 : 15,66 1 : 12,39

Perdas celulares 1 : 1,54 1 : 1,54 1 : 1,73

Médias no sentido de linha não diferem (P>0,05) pelo teste t de Student

O rendimento geral da inferiores aos encontrados na literatura,


espermatogênese nos animais como a população celular dos túbulos
envolvidos no experimento seguiu a seminíferos, rendimento mitótico e
tendência dos demais rendimentos geral da espermatogênese dos animais
calculados, onde apresentou resultados (França, 1991; Castro, 1995; Paula,
abaixo do esperado para a espécie 1999; Costa, 2001). Isto pode ter
(1:39,8), segundo Castro (1995). A ocorrido como reflexo de fatores como
relação de espermatogônia A e idade dos animais e/ou influência de
espermátide arredondada variou de fatores ambientais, como temperatura.
1:12,39 a 1:16,09, ou seja, para cada
espermatogônia A houve de 12,39 a
16,09 espermátides arredondadas, em 4 CONCLUSÕES
média. Segundo Amann (1962), o
número de espermátides arredondadas
não se reduz significativamente durante Os resultados obtidos no presente
a espermiogênese, sendo este valor trabalho permitem que se conclua que
considerado como o número de as dietas simplificadas podem ser
espermatozóides produzidos pelos utilizadas na preparação ou criação de
testículos. animais reprodutores machos tomando-
se como indicador a morfologia dos
Além dos resultados comentados túbulos seminíferos dos testículos dos
acima, a tabela 5 demonstra a animais estudados. No entanto, deve-
igualdade de rendimento geral da se levar em consideração que a
espermatogênese entre os tratamentos forragem de referência das dietas é um
do experimento (p>0,05). aspecto preponderante na opção de
Os resultados apurados neste trabalho empregar-se tal tecnologia. O uso do
apresentaram algumas variáveis feno de alfafa em dietas simplificadas
não apresentou problemas que New York: Academic Press, 1970. v.1,
comprometessem sua utilidade; no cap.7, p.433-482.
entanto, a rama de mandioca nas
condições em que se realizou esta
experiência parece não servir para este ATTAL, J.; COUROT, M.
propósito, haja vista os resultados Développement testiculaire et
inferiores apresentados pelos animais établissement de la spermatogenéses
deste tratamento. chez le taureau. Ann. Biol. Anim.,
Biochim. Biophys., v.3, p.219-241,
Os trabalhos realizados com objetivo
1963.
de se analisar a influência da dieta
sobre a morfologia tubular em coelhos
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CONCLUSÃO GERAL

Os resultados obtidos no presente


trabalho permitem que se conclua que
as dietas simplificadas podem ser
utilizadas na alimentação de coelhos
reprodutores machos. No entanto, a
forragem de referência e a proporção
em que é incluída na dieta, é um
aspecto relevante na opção de
empregar-se tal tecnologia. O uso do
feno de alfafa, em dietas simplificadas,
não apresentou problemas que
comprometessem sua utilização; em
contrapartida, a rama de mandioca,
nas condições em que se realizaram
estes experimentos, não serviu para
este propósito, haja vista os resultados
inferiores apresentados pelos animais
deste tratamento, tanto nos aspectos
relacionados à digestibilidade e
desempenho, como nos aspectos
relacionados à reprodução.
Anexo 1: Informações sobre a situação climática local, durante a realização do
Experimento II

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