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MULHERES, CIÊNCIA E EQUIDADE

AGRADECIMENTOS:
Professora Márcia Lopes,
Amanda Danaga, Pró-reitora- mediadora da mesa
Prof. Diógenes Cariaga- Pelo convite
As companheiras de mesa: Indianara Kaiowa e Naiara Fonteles

Em dezembro de 2023 o CNPq citou a gestação de uma pesquisadora, a cientista


social Maria Carlotto, da Universidade Federal do ABC (UFABC) para rejeitá-la em um
processo seletivo para bolsa de estudos (Bolsa Produtividade).
Maria Carlotto foi reprovada no referido edital por não ter pós-doutorado feito no
exterior — mas a justificativa do CNPq para a reprovação foram as gestações dela.
O parecer cita que "provavelmente" as gestações dela a "atrapalharam" a
realizar "essas iniciativas".
A agência admitiu que a decisão foi "inadequada", primeiramente porque um estágio
para o exterior não é requisito para a concorrência requerida pela pesquisadora — no caso, o
edital de Produtividade em Pesquisa. Além disso, reconhece que o juízo foi "preconceituoso"
por associar a negativa à gestação da candidata.
A nota do CNPq foi publicada na quarta 27 de dezembro, um dia após a crítica feita
publicamente. O CNPq ainda informou que o parecer não foi corroborado pelo comitê assess
A medida tomada foi que no dia 06/01/2024 o CNPq divulgou uma nota que traz
mudanças nas regras para avaliação de projetos submetidos a bolsas em editais de pesquisa.
A norma estendeu o prazo para avaliação da produtividade científica a pesquisadoras
que são mães. As alterações ocorreram após uma reunião da diretoria-executiva que discutiu
a revisão das normas diante da repercussão do caso da cientista social Maria Carlotto.
A nova decisão torna obrigatória a extensão do prazo para avaliação da produtividade
para dois anos em casos de pesquisadoras que passaram por uma gestação ou por um
processo de adoção. “Assim, ficam reduzidos os efeitos dessas responsabilidades na
análise comparativa entre outras propostas submetidas na mesma área”.
A diretoria-executiva também determinou a criação de um grupo de trabalho para
elaboração de um código de ética, em um prazo de dois meses, para membros dos Comitês
Assessores (CAs) e pareceristas ad hoc (responsáveis por analisar as propostas submetidas).
O CNPq ainda informou que abriu um procedimento investigativo para analisar a
elaboração e o processamentos dos pareceres emitidos no caso da professora.

● No dia 05/03/2024 foi aprovado o o PL Nº 475/2024 que institui direitos para o


combate à discriminação de gestantes e parturientes e de pessoas que exercem
cuidado de uma ou mais crianças e que sejam candaidatasa em processos seletivos de
bolsas de graduação e pós-graduação. O PL foi aprovado na Câmara dos Deputados e
agora segue para o Senado Federal e, após nova aprovação, para a sanção do
presidente Lula.
● Segundo a ONU Mulheres, em todo o mundo, apenas 28% das pessoas graduadas em
Engenharia e 22% do campo da IA são mulheres.
● Mulheres são apenas 36% de bolsistas de produtividade do CNPq há 20 anos.
(Plataforma fala.br- dados até julho de 2023 da pós-Graduação da CAPES)
● Excluíndo os bolsistas seniores ( que não foram incluídos na análise) 35,6% das
pesquisadoras bolsistas dessa categoria são mulheres e 66,4% são homens.
● As exatas e engenharias concentram o menor número de mulheres
● Saúde e linguística, letras e artes tês as maiores taxas ( mais de 50%).

Governo Federal: Edital de R$ 100 milhões incentiva o ingresso de mulheres na ciência

● Inscrições vão até 29 de abril. Iniciativa é uma parceria do MCTI, Ministério das
Mulheres e do CNPq
● Edital no valor de R$ 100 milhões vai apoiar projetos que estimulem o ingresso, a
formação e a permanência de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e
na Computação.
● A iniciativa conjunta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
Ministério das Mulheres e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) foi anunciada pela ministra Luciana Santos dia 06 de março,
durante evento em celebração ao Dia Internacional da Mulher.
● A chamada pública Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação já está
aberta e tem como público-alvo estudantes do sexo feminino matriculadas no oitavo e
no nono ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escolas públicas e em
cursos de graduação nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e na Computação.
● Enfrentamento à superação da desigualdade de gênero, a exemplo dos programas
Futuras Cientistas e Mulheres Inovadoras.
Equidade

● Os projetos apoiados pela chamada pública deverão ser executados por meio de redes
formadas por, pelo menos, três pesquisadores, preferencialmente mulheres,
vinculados a diferentes tipos de instituições. Cada projeto poderá solicitar, no
máximo, R$ 1 milhão. As linhas incluem projetos em rede nacional, em rede regional
e individual.
● Os recursos vão atender projetos de todas as unidades da federação. Para reduzir as
desigualdades regionais, a chamada prevê a destinação da parcela mínima de 30%
(trinta por cento) dos recursos para projetos cuja instituição de execução esteja
sediada nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste.
● O edital também prevê, como política de equidade de gênero e étnico-racial, que pelo
menos 40% das bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ) deverão ser destinadas a
meninas negras e/ou indígenas. Os projetos selecionados receberão recursos para
custeio, além de bolsas para estudantes do ensino médio, de graduação e para
professores participantes por um período de 36 meses.
● Protagonismo Feminino
● Políticas de inclusão de meninas e mulheres na ciência
● Acesso quanto a permanência das mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas
dependem desse tipo de política.
● A violência contra mulheres é um problema afeta todas as pessoas e não apenas as
mulheres, meninas e suas famílias, mas também suas comunidades. Ela gera custos
econômicos consideráveis e inibe o desenvolvimento.
● Combater o assédio e a violência contra mulheres é urgente em todas as áreas.
● Precisamos do compromisso dos Programas e de suas Instituições em incluir mais
mulheres e mais pessoas diversas na Pós-graduação, em todas as atividades como
bancas de seleção e defesas, palestrantes em eventos, comissões e câmaras, entre
outros.
● Maior presença das mulheres no ensino superior e na pós-graduação não
modificou significativamente suas escolhas disciplinares. Isso demonstra que, embora
compartilhando de uma universidade que recruta indiscriminadamente homens e
mulheres, as trajetórias discentes e, consequentemente, docentes, são diferenciadas.
Isso evidencia que as relações de gênero instituídas na sociedade influenciam a
formação do vínculo com o conhecimento, criando a divisão sexual do trabalho
também no campo da ciência
● Cabe também destacar que à desigualdade de gênero soma-se a racial/étnica e
a socioeconômica.
● Os estudos de Luzinete Minella (2013) e de Fúlvia Rosemberg e Leandro Andrade
(2008) apontam que as mulheres negras e indígenas, em especial as oriundas de
classes sociais de baixa renda, são ainda mais segregadas e excluídas em várias
dimensões da sociedade, incluindo na educação e nas ciências.

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