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Radiobiologia Aplicada a

Radioterapia
PROFª. ALESSANDRA ZANELLA
TÉCNICA EM RADIOTERAPIA
UNIFESP/ BENEFICÊNCIA PORTUGUESA
BIÓLOGA ESPECIALIZADA EM EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA
ALESZANELLA@YAHOO.COM.BR
Radiobilogia

Ciência que estuda os efeitos


das radiações nos tecidos ou
organismos vivos
Importância para a Radioterapia

Desenvolver estratégias terapêuticas


eficazes e seguras que destruam as
células tumorais com o menor dano
possível ao tecido sadio.
Questionamentos!!!!!!!

Qual a importância Em quais situações


desse devemos estar
conhecimento para atentos a aplicar
nossa prática esse
diária? conhecimento?

Como aumentar
nosso
conhecimento
sobre a
radiobiologia?
Duvidas ou questionamentos pessoais

IGRT- maior acurácia


Possibilidade de realizar controles de posicionamento em tempo
real

Utilizam radiações ionizantes


Submetem o paciente a uma dose extra de radiação.

É Possível estimar o impacto radiobiológico desta exposição


adicional?
Trabalho de Conclusão de Curso

Avaliação radiobiológica da dose de


radiação absorvida devido ao sistema de
verificação de posicionamento para o
tratamento radioterápico
Objetivos

Avaliar o aumento da probabilidade de complicações


no tecido normal – NTCP, para os órgãos de risco em
tumores de próstata

Devido à dose de radiação absorvida no processo


de localização

Utilizando o sistema de verificação de


posicionamento Portal Vison® – PV aSi1000® Varian.
No início

Dose tão alta


quanto se julgava
necessária
Proteção Radiológica

1928 – Comissão Internacional de


Radioproteção - ICRP
justificativa, otimização e limitação das
doses

Principio ALARA
Euraton 43/97
“As Low As Reasonably Achievable”.
Efeitos da Radiação

Ciclo celular – Mitose, Síntese ,G1 e G2

Sensibilidade celular e do tecido irradiado

Tipo de radiação – corpuscular ou eletromagnética

Dose total absorvida – Gray (Gy)

Volume do órgão irradiado

Fracionamento de dose.
Os 5 Rs da Radiobiologia

Reparação
Redistribuição
Repopulação
Reoxigenação
Radiossensibilidade
Reparação

Reparação do DNA
DEPENDE do tipo de quebra que ele
sofreu

Reparável

Reparável

Irreparável
Mutações celulares

Mutação gênica ou cromossômica.

Efeitos somáticos – indivíduos irradiados – alterações


na células do corpo.

Efeitos hereditários – células reprodutoras – gerações


futuras.
Redistribuição
Sensibilidade do ciclo celular

Fim da fase G2

Durante a mitose
(reprodução da célula)
Repopulação

As células que
conseguem continuar o
ciclo celular tem
capacidade de
repopular.
Reoxigenação O oxigênio atua como
fixador do dano
Radiosensibilidade
Células jovens – atividade mitótica – sofrem mais danos
Células diferenciadas(maduras) – não se dividem - sofrem menos
danos

Ex:
Eritrócitos – células maduras - vida média de 120 dias – não
sofrem quando irradiadas.
Eritoblastos – células jovens - que existem na medula óssea –
diminuem após irradiação.

Consequência – anemia após um certo tempo de exposição


Resposta dos tecidos

Resposta rápida - Sistema hematopoiético,


mucosas, pele, tecido linfóide, aparelho
disgestório, ovário e certos tumores.

Resposta lenta – tecido ósseo, conjuntivo,


muscular e nervoso.
Efeitos Biológicos
Determinístico
Dose estabelecida
Morte celular
Efeitos agudos e tardios
Ex. dano medular – 45Gy (Emami-1991)
catarata – 200 a 500 cGy

Estocástico
Não existe limiar de dose
1cGy poderá causar dano
Mutagênese e Carcinogênese
Avaliação dos efeitos
Modelos matemáticos:

Modelo linear-quadrático (α /β) – dose/reparo

TCP/NTCP – dose/fracionamento/volume

Volumes 1/3 , 2/3 e 3/3


Emami 1991

TD 5% / 5 anos e TD 50% / 5 anos


Rubin e Cassaret 1972
Radiocurabilidade
Limites de dose Crânio
Órgão Dose por volume ou pontual máxima
Nervos ópticos Dmáx. < 55 Gy
Pelve Aparelho auditivo Dose média ≤ 45 Gy
Órgão Dose por volume ou pontual máxima Retina Dmáx. 54 Gy
Cristalino Dmáx. 10 Gy
Cérebro Dmáx. 60 – 72 Gy
Reto 50 Gy (V 50): 50%
Quiasma óptico Dmáx. 55 Gy
60 Gy (V60): 35%
65 Gy (V65): 25% Hipófise Dmáx. 55 Gy
70 Gy (V70): 20% Tronco cerebral Dmáx. 54 Gy
75 Gy (V75): 15% Medula Espinhal (C1- C2) Dmáx. 50 Gy
Dmáx: 82 Gy
Medula Espinhal (C3 e abaixo) Dmáx. 45 Gy
Bexiga 65 Gy(V65): 50 %
70 Gy(V70): 35 %
75 Gy (V75): 25%
80 Gy(V80): 15% - (câncer de próstata)
Dmáx: 65 Gy (câncer de bexiga)
Tórax
z Dmáx. 50 Gy Órgão Dose por volume ou pontual máxima
Pulmões sem PTV 20 Gy (V20) : 30 %
5 Gy (V5): 42 a 52%
Bulbo Peniano 50 Gy(V50): 90%
Dose média 13 a 18 Gy
70 Gy (V70): 60 – 70 %
Dose media: 35 Gy Esôfago 35 Gy(V35): 50 %
50 Gy(V50): 40 %
70 Gy (V70):<20%
Dose media: 34 Gy
Hospital Beneficência Coração 30 Gy(V30): 46 % - LH; mediastino
25Gy (V25): 10% - mama

Portuguesa de São Paulo Medula Espinhal


Dose média: 26 Gy
Dmáx. 50 Gy
Erros!

Coordenadas de posicionamento incorretas

Troca ou a não utilização de blocos e/ou filtros

Utilização inadequada de acessórios

Posição inadequada do gantry, colimadores e mesa

Erros de planejamento – dose, UM, filtros, etc


medula
Nervo óptico Esq.
Nervo óptico Dir.
PTV 45Gy
Cristalino Dir.
Cristalino Esq.
Tronco Cerebral
Fracionamento

Convencional – 1,8 a 2 Gy / fração – 2ª a 6ª feira


Hiperfracionamento, Hipofracionamento, Dose única

Dose total determinada pelo tumor e pelos tecidos


normais

Pacientes faltosos, suspensos por longos períodos,


manutenções e quebras de máquinas, feriados extensos.
Erros de cálculo e aplicação
Em 2012- menina morre por receber dose exagerada
de radiação
Dose padrão – entre 12Gy a 18Gy – 8 a 10 frações
Estima-se que a criança recebeu por dia a dose
prescrita para o tratamento inteiro – Cerca de 100Gy
ou 10.000 cGY
Cérebro total - TD 5% / 5 anos = 4500cGy
TD 50% / 5 anos = 6000cGy

Efeitos – alopecia, pele escurecida, lesões no couro


cabeludo e orelha de 3º grau, dificuldades na fala e
no andar, estado vegetativo, coma e morte.

morte neurológica
E o Trabalho de Conclusão de
Curso?
Materiais e Métodos
50 pacientes Tratados entre 2007 e Protocolo para verificação do
2008 posicionamento
Técnica IMRT
Acelerador linear 23EX - Varian® Portais ortogonais
Energia de 15MV Anterior (1 UM) e lateral (2 UM)
Portal Vision aSi 1000® Estatística em conjunto de 5
aplicações

Erro médio
Frequência
(vetor)
1 x por
< 5mm
semana
5 novas
> 5mm
aquisições
Materiais e Métodos
Sistema de gerenciamento e
verificação Aria®
Número total de portais filmes
UM
Tamanho de campo
Energia

Sistema de planejamento Eclipse®


Inserção dos campos, cálculo e soma
ao plano original

Inserção dos campos no Sistema Eclipse


Materiais e Métodos
DVH com e sem PV
Dose em 10% 1/3, 2/3 e 3/3 do volume
de reto
Dose máxima e em 1/3, 2/3 e 3/3 do
volume da bexiga
Dose máxima e em 1/3 das cabeças Analise do DVH
femurais direita e esquerda

PTV
Bexiga

Cab. Fêmures Reto

DVH comparativo
TDF-Plan®
Baseado no modelo Linear quadrático e de Lyman-Kutcher-Burman ( LKB).
Valores de tolerância de dose dos tecidos normais baseados no modelo de Emami
et al. 1991

Cálculo NTCP 1/3 volume do reto TD5/5


a/b dose total n de frações dose dia BED NTCP
3.00 6100 cGy 30 203,3 cGy 102,34 Gy(3.0) 5,0% em 5 anos
3.00 6350 cGy 37 171,6 cGy 99,83 Gy(3.0) 3,4% em 5 anos
Resultados e Discussão
Conclusões

A dose extra administrada com imagens PV não


representou contribuição significativa para o
incremento do NTCP em nenhum dos volumes dos
órgãos de risco estudados.

Otimização com IMRT


Níveis seguros para os riscos de complicação
Baixo número de UM por PV
Conclusões

Efeitos estocásticos da radiação ionizante

Estimar no momento do planejamento número máximo


permitido de portais

Protocolos de redução de imagens e volume irradiado


aleszanella@yahoo.com.br

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