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Ministério da Educação

Instituto Federal de Educação, Ciência e


INSTITUTO FEDERAL Tecnologia do Amapá

Tráfego e Transporte

Professora:
Vanilza Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá
INSTITUTO FEDERAL
Professora Vanilza Brasil

ENGENHARIA DE TRÁFEGO
1.1 – CONCEITOS BÁSICOS

Transporte é a denominação dada ao deslocamento de pessoas e de produtos.

Os motivos que levam as pessoas a viajar são diversos

A facilidade de deslocamento de pessoas e produtos →qualidade de vida e


desenvolvimento econômico e social.

A palavra modo é empregada para caracterizar a maneira como o transporte é


realizado.

O transporte de passageiros e de carga realizado através das ruas, rodovias, ciclovias,


calçadões → o tráfego (trânsito) de veículos e pedestres
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ENGENHARIA DE TRÁFEGO
1.2 - DEFINIÇÕES

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT: “Engenharia de


Tráfego é a parte da Engenharia que trata do planejamento do tráfego e do projeto e
operação das vias públicas e de suas áreas adjacentes, assim como do seu uso para
fins de transporte, sob o ponto de vista de segurança, conveniência e economia”

De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito: “Considera-se trânsito a utilização das


vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para
fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.”
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ENGENHARIA DE TRÁFEGO

1.3 – OBJETIVO DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO

É fazer com que com que o trânsito de veículos e pedestres seja realizado com
segurança, fluidez e comodidade.

Três aspectos importantes com relação ao planejamento e projeto do sistema


de trânsito são: economia, estética e impacto ambiental.
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1.4 - AÇÕES PARA UM TRÂNSITO RACIONAL
Trabalhar no Tripé :
Engenharia, Educação e Esforço Legal (fiscalização e punição dos infratores)

Engenharia

• Infra-estrutura
• Sistema de circulação e estacionamento
• Sinalização
• Gerenciamento do trânsito: planejamento e implementação de estratégias de
operação visando otimizar o sistema
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Educação

• Conscientizar das pessoas da importância do respeito às leis e à sinalização de


trânsito.

• Preparar (capacitar) as pessoas

Esforço legal

• Fiscalização

• Punição
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1.5. MARCO LEGAL

• No Brasil, o trânsito de veículos e pedestres é regido pelo Código de Trânsito


Brasileiro (Lei n° 9.503 de 23/09/1997).

• O novo Código de Trânsito Brasileiro (Lei n° 9.503 de 23/09/1997) representou


um grande avanço no sentido de reduzir significativamente as infrações de
trânsito no país e, em consequência, o número de acidentes.
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ENGENHARIA DE TRÁFEGO
1.6. A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO

A utilização do automóvel após o seu advento no início deste século tem sido
cada vez maior.

• Carro traz comodidade →congestionamentos, poluição atmosférica, acidentes,


investimentos em obras viárias e sistemas de controle do tráfego, etc.

• Da necessidade de organizar o trânsito de veículos e pedestres e de minimizar


os efeitos negativos do uso do carro é que surgiu a Engenharia de Tráfego ou
Engenharia de Trânsito
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Perfil da mobilidade no Brasil
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Tráfego ≠ Trânsito

TRÂNSITO - é o deslocamento em geral de pessoas e/ou veículos e TRÁFEGO,


compreende a definição de vias e os deslocamentos de pessoas, mercadorias ou
veículos através da
mesma, por meios
apropriados de
forma ordenada.
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ELEMENTOS DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO

Os três elementos de cuja interação trata a Engenharia de Tráfego, são afetados de


forma diferenciada pela implantação de um sistema de transporte. Fatores como
mobilidade, conforto, segurança e acessibilidade e qualidade de vida são os atributos
a se buscar um ponto de equilíbrio.
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VEÍCULOS
• Ônibus e caminhões;
• Bicicletas;
• Motos;
• Carros de passeio;
• Carros com reboques.

USUÁRIOS
• Motoristas;
• Condutores;
• Passageiros;
• Pedestres;
• Ciclistas;
• Moradores
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VIAS

As vias podem ser rodoviárias ou ferroviárias, públicas ou privadas, rurais ou


urbanas. As rodovias, escopo tradicional da ET, podem ser, de acordo com sua
estrutura, de duas faixas e de mais de duas faixas. As de múltiplas faixas podem
ser divididas (duas pistas independentes) ou não divididas apenas por faixas ou
tachões
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INTERAÇÃO ENTRE FATORES

• Estudo das características do tráfego:

✓ Estudo do usuário da via;


✓ Estudo dos veículos;
✓ Estudo da velocidade, tempo de viagem e os atrasos;
✓ Volume de tráfego;
✓ Origem / destino;
✓ Capacidade viária;
✓ Estudo do estacionamento;
✓ Acidentes;
✓ Transporte público
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• Operação do tráfego:

✓ Medidas regulamentadoras
– Leis e normas;
– Regulamentação da operação.

✓ Análise operacional das vias e da segurança;

✓ Planos de controle de tráfego

– Tipo de sinalização / controle a ser adotado para determinada situação


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• Planejamento de tráfego:
✓ Estuda as características atuais das viagens urbanas, principalmente
transporte público, e projeta soluções futuras, baseada nas linhas de desejo
projetadas e nas projeções de crescimento de tráfego;

• Projeto geométrico:
✓ Projeta as características físicas de vias, intersecções, estacionamentos e
terminais.

• Gerenciamento:
✓ Deve ser realizado por meio de órgãos específicos de gestão de tráfego, os
quais são encarregados da criação e aplicação de programas de educação do
trânsito, legislação regulamentadora e sua aplicação.
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USUÁRIOS

São usuários dos sistemas de tráfego os ocupantes dos veículos, os pedestres e


a população que é afetados por viverem no entorno das vias (poluição, risco de
acidente, acessibilidade, etc.). Atenção especial será dedicada aos motoristas,
que são os usuários mais perigosos do sistema.

As limitações e o comportamento humano deve ser intendidos e levado em


consideração em todos os aspectos de engenharia de tráfego (Pingnataro, 1973;
Silva 2008).
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ENGENHARIA DE TRÁFEGO

O sucesso das medidas de engenharia de tráfego depende fortemente do


usuário. O entendimento, não só das limitações físicas e mentais médias, mas
também a abrangência da performance do usuário e crítica para propiciar a
adequação das medidas operacionais e de controle de tráfego.

Entretanto outras considerações sobre o usuário devem ser feitas, pois, os


fatores humanos afetam todas as fases da engenharia de trafego. Por exemplo,
as leis e normas de trafego devem ser razoáveis a fim de não causar
desobediência.
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Tratando o usuário dentro de uma visão sistêmica, avaliamos três fatores


relacionados aos motoristas:

ENTRADA: são os estímulos sofridos pelos usuários;

SAÍDA: são as reações correspondentes, e

TEMPO: o tempo decorrido entre a ocorrência do estímulo e a materialização


da reação do usuário
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O tempo entre o estimulo e a reação do usuário depende diretamente de quatro


etapas

• P = Percepção;
• I= Identificação;
• D = Decisão;
• A = Ação.

Obs: Estes fatores são conhecidos como PIEV, sua sigla em inglês.
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Percepção (perception):

A sensação é recebida pelos sentidos, transmitida ao cérebro e reconhecida


(principalmente pela visão).

Fatores visuais na percepção e reação:

Acuidade Visual: capacidade de perceber detalhes, independente da


iluminação:

- Normal: 3 a 5 graus – dentro deste cone, o ser humano percebe o máximo


de detalhes do objeto observado.
- Limite: 10 a 12 graus – cone da “boa visão” usado para a leitura; Até esta
faixa o ser humano é capaz de distinguir formas e cores satisfatoriamente
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Visão Periférica: parte da visão fora do cone, capaz de perceber objetos, mas
sem clareza de detalhes ou cores.
- Horizontal: 120 a 180 graus;
- Vertical: 145 graus.

Obs: A visão periférica é a primeira a degradar com o avanço da idade, e


embora não permita definir forma é importante na percepção do brilho e
movimentos.

Percepção Ao Movimento: A percepção do movimento é importante para


estimar distâncias e velocidades, para evitar colisões, sendo crítica para
operações de ultrapassagem.
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Variação da Luminosidade: o olho controla a intensidade com que a luz na


retina através da abertura da pupila. Quanto mais luz, mais fechada manter-se-á
a pupila. Máxima dilatação (ambiente muito escuro) para a máxima contração
(ambiente muito claro): pupila gasta 3 segundos em média (HOBBS, 1979 aput
Silva, 2008), responsáveis pelo ofuscamento provocado por fontes luminosas
intensas
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Variação campo visual com a velocidade

Campo Frontal25° , centrados no eixo da direção do movimento


Campo Periférico 65° a 90° , centrados no eixo da direção do movimento
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Campo de visibilidade Veicular (volante na esquerda):


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Identificação (Identification)

É o reconhecimento do estímulo por parte do usuário, sendo extremamente


dependente da experiência prévia do usuário com o mesmo. Os estímulos
podem provir desde situações costumeiras até aquelas absolutamente novas,
desconhecidas do usuário.

Situações costumeiras: são as que condicionam as reações ou reflexos.

Situações atípicas: são as situações novas e/ou complexas, que requerem do


sujeito um raciocínio elaborado para associar a ocorrência com experiências
passadas.
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O condicionamento das reações se da pela exposição frequente a determinados


estímulos, reduz a segunda parcela do tempo total de reação PIEV.

Deste modo, no planejamento deve-se evitar situações pouco convencionais,


sendo fundamental a padronização da sinalização, soluções geométricas iguais
para problemas iguais, e minimização da interferência de qualquer fonte
externa ao sistema de tráfego (ex: uso de lombadas)
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Decisão (Emotion)

Envolve o processo de tomada de decisão (parar, seguir, dobras, etc.) por parte
do usuário de sistemas de tráfego, raramente é um processo racional.

Complexidade da tarefa de dirigir: exige que o motorista mantenha-se em


estado de constante atenção. As velocidades menores permitem maior margem
de segurança na tomada de decisões.

Interferências físicas, mentais e emocionais: Depende da idade, sexo,


conhecimento e habilidade ao dirigir, nervosismo, impaciência e motivação para
a viagem (viagem de férias, à serviço ou imprevista);
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Fadiga mental ou física: é causada por longos períodos sem pausa para
descanso ao dirigir;

Distração: Causada por motivos externos ou internos (Ex: falar ao celular);

Motorista x veículo: Ergonomia inadequada do veículo (altura e posição das


pernas, assentos)
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Ação (volution):

Corresponde ao intervalo de tempo a partir da tomada da decisão até o início


de sua execução por parte do usuário. A reação de cada indivíduo depende da
capacidade de coordenação motora o que, obviamente, varia de pessoa para
pessoa.

Ex.: o tempo entre o motorista tomar a decisão de parar o veículo e o instante


em que o pedal do freio é acionado.
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Novos Paradigmas

• A Engenharia de Trafego trata de problemas que não dependem apenas de


fatores de físicos, devido à presença do humano (condutor e pedestre) e sua
interação com o ambiente. A sustentabilidade e a qualidade de vida são os
paradigmas da viabilidade de um sistema de transporte
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Curiosidade:

Fonte:Evento Mobilidade Urbana 2019, em São Paulo


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O custo com o
congestionamento no
país soma perdas de R$
267 bilhões por ano, o
que corresponde a cerca
de 4% do Produto
Interno Bruto (PIB) do
Brasil.
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Relatório de Impacto de Trânsito – RIT

Relatório de Impacto de Trânsito é um estudo comumente solicitado no


processo de aprovação de empreendimentos que apresentem potencial
para impactar no sistema viário de seu entorno. A necessidade de
apresentação de um RIT varia de acordo com as legislações de cada
município.

O RIT oferece elementos para análise de viabilidade para o seu


empreendimento/atividade e para a proposição de medidas mitigadoras
do impacto da atividade nos sistemas viário e de transporte.
Para sua elaboração é necessária a contagem de veículos, em seus
diversos modais e em horários específicos, conforme termos de
referência municipais. Deve-se também observar a localização dos
acessos, a delimitação das rotas e a caracterização das vias do entorno, a
fim de dimensionar o fluxo e avaliar a necessidade de melhorias em
acessos, retornos, sinalização, dentre outros.
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Pesquisa de Trafego:

Por meio dos estudos de tráfego é possível conhecer o número de veículos que
circula por uma via em um determinado período, suas velocidades, suas ações
mútuas, os locais onde seus condutores desejam estacioná-los, os locais onde se
concentram os acidentes de trânsito, etc. Permitem a determinação quantitativa
da capacidade das vias e, em consequência, o estabelecimento dos meios
construtivos necessários à melhoria da circulação ou das características de seu
projeto.

Através de pesquisas se podem conhecer as zonas de onde se originam os


veículos e para onde se destinam, tornando possível a fixação das linhas de
desejo de passageiros e de mercadorias. Em conjunto com essas pesquisas, que
fornecem os dados sobre o tráfego atual, e através do conhecimento da forma
de geração e distribuição desse tráfego obtém-se o prognóstico das
necessidades de circulação no futuro, dado essencial para o planejamento da
rede.
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Em resumo, os estudos de tráfego se constituem no instrumento de que se serve a


Engenharia de Tráfego para atender às suas finalidades, definidas como sendo o
planejamento de vias e da circulação do trânsito nas mesmas, com vistas ao seu
emprego para transportar pessoas e mercadorias de forma eficiente, econômica e
segura.

Os dados de tráfego são geralmente obtidos nas fases de Planos Diretores e


Estudos de Viabilidade, em vista da necessidade de sua utilização nas análises
econômicas ali desenvolvidas. Nos casos em que o Projeto Final de Engenharia não
tiver sido precedido do Estudo de Viabilidade e o prazo para sua elaboração for
curto, a obtenção e aplicação dos dados de tráfego poderá se restringir a:

• Elaboração de fluxogramas das interseções para seu dimensionamento;


• Determinação do número equivalente “N” e/ou outros elementos necessários
para fins de dimensionamento do pavimento;
• Verificação, através de Estudos de Capacidade, da suficiência e compatibilidade
das características projetadas com o nível de serviço estabelecido
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Definições:

Capacidade – número máximo de veículos que poderá passar por um


determinado trecho de uma faixa ou pista durante um período de tempo
determinado, sob as condições reais predominantes na via e no tráfego.

Capacidade Máxima de Tração (CMT) - máximo peso que a unidade de tração


é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre
suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência
dos elementos que compõem a transmissão.

Densidade - número de veículos por unidade de comprimento da via.

Espaçamento - distância entre dois veículos sucessivos, medida entre pontos


de referência comuns
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Fator Horário de Pico (FHP) - é o volume da hora de pico do período de tempo


considerado, dividido pelo quádruplo do volume do período de quinze minutos da
Hora de Pico com maior fluxo de tráfego.

Intervalo de Tempo ou Headway - tempo transcorrido entre a passagem de dois


veículos sucessivos por um determinado ponto.

Lotação - carga útil máxima incluindo o condutor e os passageiros que o veículo


pode transportar, expressa em quilogramas ou toneladas para os veículos de
carga; ou número de pessoas para os veículos de transportes coletivo de
passageiros.

Peso Bruto Total (PBT) - peso máximo que o veículo pode transmitir ao pavimento,
constituído da soma da tara mais a lotação.

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Tandem - dois ou mais eixos de um veículo que constituam um conjunto integrado


de suspensão, podendo quaisquer deles ser ou não motriz.

Tara - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento,


do combustível, das ferramentas e dos acessórios, da roda sobressalente, do
extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas ou
toneladas.

Tempo de Viagem - período de tempo durante o qual o veículo percorre um


determinado trecho de via, incluindo os tempos de parada.

Velocidade - relação entre o espaço percorrido por um veículo (d) e o tempo gasto
em percorrê-lo (t). Se chamamos de V a velocidade, então V = d/t.

Velocidade de Fluxo Livre - velocidade média dos veículos de uma determinada via,
quando apresenta volumes baixos de tráfego e não há imposição de restrições
quanto às suas velocidades, nem por interação veicular nem por regulamentação
do trânsito.
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Velocidade Diretriz ou Velocidade de Projeto - velocidade selecionada para fins de


projeto, da qual se derivam os valores mínimos de determinadas características
físicas diretamente vinculadas à operação e ao movimento dos veículos.
Normalmente é a maior velocidade com que um trecho viário pode ser percorrido
com segurança, quando o veículo estiver submetido apenas às limitações impostas
pelas características geométricas.

Velocidade Instantânea - velocidade de um veículo em um instante determinado,


correspondente a um trecho cujo comprimento tende para zero. Velocidade Média
de Percurso - velocidade em um trecho de uma via, determinada pela razão do
comprimento do trecho pelo tempo médio gasto em percorrê-lo, incluindo apenas
os tempos em que os veículos estão em movimento. Velocidade Média no Tempo -
média aritmética das velocidades pontuais de todos os veículos que passam por
um determinado ponto ou seção da via, durante intervalos de tempo finitos, ainda
que sejam muito pequenos
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Velocidade Média de Percurso - velocidade em um trecho de uma via,


determinada pela razão do comprimento do trecho pelo tempo médio gasto em
percorrê-lo, incluindo apenas os tempos em que os veículos estão em
movimento.

Velocidade Média no Tempo - média aritmética das velocidades pontuais de


todos os veículos que passam por um determinado ponto ou seção da via,
durante intervalos de tempo finitos, ainda que sejam muito pequenos.

Velocidade Média de Viagem (Velocidade Média no Espaço) - velocidade em


um trecho de uma via, determinada pela razão do comprimento do trecho pelo
tempo médio gasto em percorrê-lo, incluindo os tempos em que,
eventualmente, os veículos estejam parados.

Velocidade de Operação - mais alta velocidade com que o veículo pode


percorrer uma dada via atendendo às limitações impostas pelo tráfego, sob
condições favoráveis de tempo. Não pode exceder a velocidade de projeto
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Velocidade Percentual N% (VPN%) - velocidade abaixo da qual trafegam N% dos


veículos. É comum utilizar VP85% como valor razoável para fins de determinação
da “velocidade máxima permitida” a ser regulamentada pela sinalização.

Velocidade Pontual - velocidade instantânea de um veículo quando passa por um


determinado ponto ou seção da via.

Volume Horário de Projeto (VHP) – Fluxo de veículos (número de veículos por


hora) que deve ser atendido em condições adequadas de segurança e conforto
pelo projeto da via em questão.

Volume Médio Diário (VMD) - número médio de veículos que percorre uma seção
ou trecho de uma rodovia, por dia, durante um certo período de tempo. Quando
não se especifica o período considerado, pressupõe-se que se trata de um ano.

Volume de Tráfego - número de veículos que passam por uma seção de uma via,
ou de uma determinada faixa, durante uma unidade de tempo.

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