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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Disciplina: Engenharia de transportes

Professor: Jackson

COMPONENTES DOS SISTEMAS DE TRANSPORTES

Alunos: Francys Elvys Dinelly Dantas

Fancivaldo Fernandes de Oliveira

Boa Vista-RR

Agosto, 2016
Francys Elvys Dinelly Dantas

Francivaldo Fernandes de Oliveira

COMPONENTES DOS SISTEMAS DE TRANSPORTES

Trabalho para obtenção de nota na disciplina

CIV 07do curso de bacharelado

em engenharia civil UFRR.

Boa Vista -RR

Agosto, 2016
Introdução

Desde os primórdios da civilização o homem convive com a situação de ter


que se locomover ou locomover algum objeto. O ser humano naturalmente
possui o meio mais simples possível de se mover que é a pé, logicamente que
sua capacidade de velocidade e de suportar cargas é muito limitado e portanto
teve que se adaptar seja dominando um animal mais forte, um cavalo por
exemplo, e usando sua maior força e velocidade para benefício próprio.
Também aprendeu a usar meios naturais.

Cada vez mais o homem desenvolveu tecnologias que o permitissem


percorrer maiores distâncias e com maiores velocidades, todavia, vem sendo
um desafio no mundo moderno controlar a diversidade de veículos criados de
forma que seu uso seja coerente com sua característica, por exemplo usar um
trem para transportar bens de muito valor em detrimento de um avião que é
muito mais rápido e seguro.

Daí surgiu a necessidade de organização de forma sistemática, o sistema


de transportes é quem faz esse papel, pois visa otimizar os diversos modais e
usá-los da melhor forma possível, assim permitindo que pessoas e bens sejam
transportados da melhor forma possível.

O presente trabalho adentra nos componentes desse sistema, abordará as


tecnologias, componentes funcionais e apresentará de forma introdutória os
vários modais existentes no transporte.
Tecnologias de transporte

Definindo sistema de transportes como componente logístico que tem, como


finalidade, movimentar carga, passageiros e serviços onde todas as partes do conjunto
interagem de modo a atingir um determinado fim de acordo com um plano ou princípio.
Para o sistema ser otimizado necessita-se da engenharia de transportes que vai
descobrir a melhor combinação possível de componentes (vias, terminais, veículos
etc) e formas alternativas de operação.

Ao longo do tempo o ser humano teve a necessidade de desenvolver tecnologias


que permitissem deslocamentos cada vez mais rápidos sobre distâncias maiores.

Por objeto do transporte entende-se como pessoas ou bens sendo transportados


por um modo qualquer, pode-se enumerar os requisitos de uma tecnologia de
transportes:

 Dar mobilidade ao objeto, isto é, permitir sua movimentação de um ponto a


outro;

 Controlar o deslocamento e a trajetória do objeto através da aplicação de


forças de aceleração, desaceleração e direção; e

 Proteger o objeto de deterioração ou dano que possa ser causado pela sua
movimentação.

Tipos de tecnologias de transporte:

a) Formas naturais de movimento

I. Transporte a pé: Mais simples tecnologia de transportes, baseia-se na


habilidade natural dos seres humanos de se locomoverem e transportarem
baixas quantidades de cargas nos seus braços ou em sacolas e mochilas.

II. Tração animal/montaria em animal: Uso do domínio do homem sobre o animal


para fins de transporte do objeto, usando a força característica do mesmo
(mais usual o cavalo) que é maior que a do homem e portanto é capaz de
suportar mais cargas e ter mais velocidade.

III. Utilização dos meios naturais: Também pode-se aproveitar a capacidade da


natureza de transporte, seja usando a água (com objetos flutuando ou imersos)
ou por gravidade (partículas rodando num declive).

b) Formas desenvolvidas pelo homem:

Apesar das diversas formas naturais de locomoção elas não são suficientes para
suprir a necessidade do homem de locomoção, portanto a maioria das tecnologias
atuais foram desenvolvidas pela mão do homem.
I. Veículos terrestres com rodas ou esteiras: Carro, caminhão, trem, trator de
esteiras;

II. Veículos que flutuam no meio (ar ou água): Navios, submarinos, dirigíveis;

III. Veículos que geram autossustentação aero ou hidrodinâmica: Aviões,


helicópteros, aerobarcos;

IV. Transportes através de canalizações: Dutos, encanamentos de água e esgoto;

V. Outras tecnologias: Hovercraft, trem maglev, naves espaciais etc.

Componentes funcionais do sistema de transporte

Veículo: O componente usado para movimentar o objeto de um local a outro.


Sendo o veículo o terrestre o mais difundido, pois possuem rodas ou esteiras que
permitem mobilidade, um corpo que contém e protege a carga, e um sistema de
propulsão que controla o seu movimento.

Vias: As conexões que unem dois ou mais pontos, por exemplo: estradas,
hidrovias, aerovias, canalizações, etc. No transporte terrestre a via é um caminho
previamente preparado (estradas e ferrovias) que possuem uma superfície regular e
resistente. Há também as vias naturais que não precisam de construção nem
manutenção (ar, mar), vias naturais artificialmente melhoradas (rios que se tornam
navegáveis) e os artificiais que exigem um custo de implementação (rodovias e
canais).

São projetadas e construídas em função das características dos veículos que a


utilizam. São elas as rodovias, ferrovias, hidrovias, aerovias e dutovias.

Hierarquia e classificação das rodovias: A classificação de sistemas de transporte


em diferentes classes funcionais é útil para o entendimento da complexidade do
sistema total de transporte. Por exemplo, o emprego de uma classificação funcional
para rodovias pode facilitar uma comunicação mais clara entre engenheiros,
economistas, planejadores, etc.

Vias expressas: Também chamadas de trânsito rápido, são aquelas que não
possuem cruzamentos diretos nem passagem direta para pedestres. O acesso é feito
por pistas paralelas, as quais consentem a entrada na via já com uma velocidade
compatível da via. Velocidade 80 km/h.

Vias arteriais: via de ligação entre as regiões da cidade, devendo ligar áreas com
maior intensidade de tráfego ou as principais rodovias a serem integradas ao sistema
de vias expressas, com vistas a melhor distribuição do tráfego nas vias coletoras e
locais.

Vias coletoras: são as que possibilitam a circulação de veículos entre as vias


arteriais e locais.
Vias locais: são as destinadas ao tráfego lento e a circulação de veículos entre
áreas próximas, devendo ser usadas como acesso para áreas residenciais, comerciais
ou industriais, e serem construídas de modo a dificultar sua utilização como atalho
entre vias arteriais.

Terminais: os pontos onde as viagens se iniciam e terminam, como por


exemplo, aeroportos, portos, terminais de ônibus, estacionamentos, etc.

Classificação quanto a clientela:

Passageiros (dimensionados de acordo com o uso,o tipo e a dimensão do


veículo transportador, a duração da viagem, o grau de conforto a ser oferecido e o
número de passageiros transportados).

Carga (dimensionados quanto ao tipo de carga, volume a ser transportado e estocado e os


tipos de veículo transportador).

Plano de operações: o conjunto de procedimentos usados para se obter um


funcionamento adequado e eficaz do sistema de transportes. O plano de operações
assegura que o fluxo de veículos, nas vias e intersecções, ocorra de forma ordenada e
segura, que os terminais sejam operados de tal forma que o fluxo de pessoas e cargas
seja acomodado nos veículos, etc.

Além destes componentes, certos autores ainda apontam três outros


dispositivos: Os de unitização de cargas, as intersecções e a força de trabalho.

A força de trabalho é composta pelas pessoas que operam os veículos e


sistemas de controle, que administram o sistema de transporte e que constroem,
reparam ou mantém seus vários componentes.

Para melhorar a eficiência de um sistema de transportes, muitas vezes são


utilizados dispositivos de unitização de cargas.

Os dispositivos mais comuns são as lingas, os paletes e os contêineres.

Vantagens:

1) Rapidez nas operações de carga e descarga;

2) Rotatividade de veículos;

3) Aumento da capacidade de armazenagem;

4) Redução de rotulagem;

5) Estocagem em local aberto;


Desvantagens:
1) Custo da embalagem;

2) Custo de equipamentos de movimentação;

3) Transporte de embalagem;

4) Espaço perdido dentro da unidade de carga;

Lingas: redes especiais de cordas ou nylon que acondicionam a carga.

Paletes: estrados de carga feitos de madeira, metal ou outros materiais, aos quais
a carga é fixada.

Contêineres: caixas fechadas de metal, fibra, de metal e lona ou de qualquer outro


material adequado, dentro dos quais a carga é colocada. Algumas vantagens pode-se
citar:

a) Dimensões padronizadas

b) Fácil de ser manipulado

c) Resistente, durável e facilmente identificável

Tipos de contêineres:

Carga seca

Open top contêiner

Bulk contêiner

Tank contêiner

Insulated Contêiner

Ventilated contêiner

Refrigerated contêiner

Aéreos

Outros componentes do sistema:

- Usuários:

Pedestres: O Portland´s Pedestrian Master Plan (City of Portland, 1998) baseia-se no


código da cidade de Portland que define pedestre como pessoa a pé; pessoa
trabalhando com carrinho; pessoa montando ou empurrando um (...) trenó, patinete,
triciclo, bicicleta com rodas com menos de 14 polegadas de diâmetro, ou veiculo
similar, ou patins, skate, cadeira de rodas ou bebê num carrinho.

Condutor: Usuários que conduzem o veículo, tem seu comportamento afetado por
fatores interno e externos. Fatores internos: motivação, objeto da viagem, experiência,
estado de ânimo, cansaço, visão (campo visual, luminosidade e altura do ponto de
vista). Fatores externos: clima (sol, neve, chuva, frio), uso do solo, tráfego
(intensidade, composição, velocidade e distribuição) e via (estado, pavimentação e
traçado).

- Bens transportados: As cargas apresentam uma grande diversidade de


características, podendo ser: sólida, líquida, gasosa; inerte, volátil; durável, perecível,
frágil; viva ou morta. A variedade das formas, tamanho, densidade peso implicam em
veículos e manuseio especializados. Ademais, algumas cargas não podem ser
misturadas com outras. Os custos de transporte variam de acordo com o tipo de
tráfego (modo) e muitas vezes a tarifa baseada no peso é inadequada. Para navios,
por exemplo, adotas-se o volume (metros cúbicos).
Conclusão

Ao se estudar os componentes de um sistema de transporte nos deparamos com


muitos conceitos que sabemos o que é mas não sabemos definir com clareza em
muitos casos, o objetivo aqui foi o de mostrar essas definições de forma clara e
auxiliar para pesquisas futuras.

Os principais componentes mostrados foram as vias, veículos e terminais (cargas


ou passageiros), são eles que fazem funcionar o sistema, são o caminho, meio e
destino respectivamente.

Esses componentes sempre estão interagindo, a qualidade de cada um deles


interfere na qualidade do sistema como um todo. Uma rodovia mal pavimentada atrasa
as entregas dos caminhões, oferece insegurança a quem ela trafega, também dá
prejuízos aos donos dos veículos com manutenção, esse é um exemplo ruim mas que
infelizmente acontece no Brasil.

A qualidade do sistema por sua vez interfere diretamente no desenvolvimento


econômico de uma região, é o que vai gerar o bem-vindo ciclo virtuoso pois haverá o
estímulo de novos empreendimentos, estes que pressionarão as autoridades por
melhorias no sistema ou o prejudicial ciclo vicioso, onde terá falta de novos
empreendimentos, a economia ficara desaquecida e portando menos cobranças na
melhoria do sistema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Daroncho, C. (2012). Tecnologia dos Transportes. São Paulo, São


Paulo.
Setti, J. R. A. (2002). Tecnologia de Transportes. São Carlos, São Paulo.

Souza, Pablo Brilhante: Notas de aula, componentes dos sistemas de


transportes.

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